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EDIÇÃO 500 | NOVEMBRO DE 2017Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, Rio Claro e Região
Facebook: Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, Rio Claro e Região
Leia aqui as propostasaprovadas nestaCampanha Salarial
Whirlpool intensifica demissões de trabalhadores adoecidos na fábricaPÁG 2 PÁG 3
NENHUM DIREITO A MENOS se garante com a luta dos trabalhadores.
100 anos da Revolução Russa e o impactono mundo PÁG 4
11 | 11 | 2017 - REFORMA TRABALHISTA COMEÇOU
Se não lutar, a vida vai amargar!
vvvvvv
Terceirização
Jornada intermitente
Jornada 12x36
Banco de horas
Redução de salários
Demissão e calote
na rescisão
NÓS, PATRÕES,ADORAMOSESSE NOSSO GOVERNO!
Atrase seu relógio em 1 século!
2 novembro 2017 | Metaluta
CAMPANHA SALARIAL 2017
Assinatura de Convenções Coletivas garante direitos essenciais que são atacados com a reforma trabalhista
A Campanha Salarial chegou na sua reta final. Após longas negociações e mobilização nas fábricas, os patrões jogaram pesado em relação ao salário e conseguimos apenas a reposição da inflação. O baixo reajuste de salário, muito se deve ao acordo assinado pela CUT em 2016, já fechando o índice deste ano baseado apenas na inflação.
Em assembleia geral, os trabalhado-res aprovaram reajuste a assinatura das Convenções Coletivas de Trabalho que vão garantir alguns direitos que são atacados com a implantação da reforma trabalhista.
Simefre, Sinafer e Sianfesp - 1,73% + Convenção Coletiva de Trabalho + salvaguarda
Sicetel, Siniem e Siescomet - 1,73% + Convenção Coletiva de Trabalho + salvaguarda
Sifesp (Fundição) - 1,73% + Convenção Coletiva de Trabalho + salvaguarda
Sindisider - 1,73% + Convenção Coletiva de Trabalho + salvaguarda
Sindratar - 3,5% + Convenção Coletiva de Trabalho + salvaguarda
G2 (Sinaees/Sindimaq) - 1,73% + Convenção Coletiva de Trabalho
REPOSIÇÃO DA PERDA SALARIAL (em algumas fábricas houve aumento real)
INSCRIÇÕES ABERTAS
Campeonato de Futebol Society
Local de Inscrição: Sede do SindicatoRua Tiradentes, 807 - CentroMais informações pelo telefone: 2113-1900
Inscreva seu time até 14 de dezembro
ASSEMBLEIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
1012D
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ING
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09h Prestação de contas10h Previsão Orçamentária
ASSEMBLEIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
Local: Sede do SindicatoRua Tiradentes, 807 - Centro
Haverá transporte para os trabalhadores de Rio Claro.
Contratação com Piso SalarialNenhum trabalhador pode receber menos do que o piso reajustado nesta Campanha Salarial.
Valor da hora extra mantidoEstão mantidos os percentuais das horas extras previstos nas Conven-ções e Acordos Coletivos.
Homologações no SindicatoNão aceitamos que aqui seja aplicada a reforma trabalhista, que acaba com a obrigatoriedade da homologação feita pelos sindicatos.
Adicional NoturnoMetalúrgicos que trabalham à noite continuam com o adicional de 30% a 50% em seus salários.
Estabilidade para adoecidos/acidentados no trabalhoMetalúrgicos que sofrem doenças ou acidentes por conta do trabalho têm estabilidade até a aposentadoria.
Hora do almoço na íntegraNão poderá ser reduzido o horário de almoço, embora a reforma trabalhista permita intervalos de 30 minutos.
Estabilidade para pré-aposentadosEstabilidade para trabalhadores que estão a 18 meses da aposentadoria.
Licenças Maternidade e PaternidadeA maioria das trabalhadoras metalúrgi-cas da região têm licença-maternidade de 180 dias. Aos homens, é garantida a licença-paternidade de 5 dias corridos.
Salário SubstituiçãoTrabalhador que substitua outro por período superior a 30 dias tem direito a receber o mesmo salário de quem foi substituído. Se ultrapassar 60 dias, o substituto será efetivado na função.
Honda e Mercedes: negociações e dissídio coletivo continuam
Com a Honda, apesar de não haver produção na planta, as negociações continuam para atender os trabalhadores que realizam manutenção no local.
Em relação a Mercedes-Benz, em Iracemápolis, o nosso Sindicato entrou com pedido de dissídio para resolver as
questões que ficaram pendentes após a greve ocorrida em agosto deste ano e foram incluídos também nesta pauta o reajuste salarial e a conformação de um Acordo Coletivo de Trabalho com as mesmas garantias e direitos de outros grupos patronais com acordos fechados.
A LUTA CONTINUA! Em todas as fábricas em que a Campanha Salarial já chegou ao fim, os direitos foram garantidos através da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho. Mas a luta ainda não acabou. A campanha continua no setor de autopeças, que insiste em não atender às
reivindicações dos metalúrgicos, com o Sindicel e com a Honda.
ALGUNS DIREITOS GARANTIDOS NA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
Apesar das longas negociações e mobilização, a CUT prejudicou o reajuste salarial deste ano
***Salvaguarda: a cláusula compromete que sindicato
dos trabalhadores e representantes dos patrões
tenham que negociar qualquer alteração que os patrões queiram implantar nas fábricas. Impedindo
que os patrões antecipem a reforma trabalhista.
Essa é uma conquista dos metalúrgi-cos diante de tantos ataques contra os trabalhadores em 2017. Temos que resistir para manter nossos direitos
conquistados com muita luta nas últimas décadas e
que estão ameaçados .Ainda faltam alguns
grupos como Sindicel e Sindipeças para encerrar-
mos esta Campanha Salarial. No grupo 10, fechamos diversos acordos, com reajustes salariais de até 7%.
É importante que os trabalhadores estejam preparados para construir greves e mobilizações nas empresas que tentarem impor a reforma trabalhis-ta.
Para impedir que os ataques da reforma trabalhista seja aplicados
temos que enfrentar os patrões com greves e mobilizações.
MONTADORAS
Metaluta | novembro 2017 3
CLICK da LUTA
PRO-METAL [Limeira): Em assembleia, os trabalhadores aprovaram a proposta de PLR negociada pelo Sindicato.
Whirlpool (Rio Claro): Mobilização com os trabalhadores no dia de luta contra a Reforma Trabalhista.
Burigotto (Limeira): Trabalhadores em assembleia realizada pelo Sindicato durante negociações da Campanha Salarial.
É PRECISO MUITA LUTA
RESISTIR única forma de combatera reforma trabalhista
Mal começou a valer a reforma trabalhista e os efeitos já começaram a ser sentidos. Em São Paulo, um hospital privado comunicou aos trabalhadores que retiraria as folgas e a remuneração em dobro para quem trabalhasse no feriado.
Agora, os patrões tentarão retirar
direitos que estão nas Convenções Coletivas de Trabalho e reduzir direitos que estão na CLT. Isso não é um exagero, é o que já está acontecendo, basta ver os anúncios de empregos para trabalho intermitente no comércio e fast food: estão contratando por R$ 4,50/hora para trabalhar por apenas
algumas horas na semana. Com isso, muitos trabalhadores receberão salário de fome.
São mais de 100 pontos alterados para reduzir salários e precarizar ainda mais as formas de trabalho.
Veja o que podei acontecer a partir de agora:
EFEITOS DA REFORMA
Whirlpool passa por cima de Convenção Coletiva e demite adoecidos/acidentados pelo trabalho
Trabalhointermitente
Negociado sob o Legislado
Banco de horas e jornada de 12x36
Demissões e calote no FGTS
A mudança na l e i não conseguiu acabar com o FGTS, mas liberou os patrões para pressionar o trabalhador na hora da demissão a receber só 80% do FGTS, metade da multa e ficar sem o seguro-desemprego.Com a assinatura da nossa Convenção Colet iva de Traba lho, consegu imos garantir que, pelo menos, as homologações sejam feitas no Sindicato.
Até o dia 10/11 conseguíamos impedir o banco de horas com a Convenção Coletiva, agora os patrões vão pressionar os trabalhadores para aceitarem. Folga agora só quando o patrão definir. Na jornada 12x36, os patrões podem intensificar o ritmo de trabalho e a consequência disso é o aumento de aciden-tes e doenças. Nesta jornada, Domingo e feriado são dias normais.
Agora os acordos podem sobrepor as leis. E, com as comissões que as empresas podem montar para negociar direitos sem a presença do Sin-dicato, o risco de perder ainda mais direitos do que já está na reforma é muito grande.Redução de salários, de dire-itos e bancos de horas são exemplos de acordos que já foram feitos entre sindicatos pelegos e patrões antes mes-mo da reforma. Imagine agora.
Na jornada intermitente o tra-balhador terá que estar à disposição da empresa a qual-quer momento e você só rece-berá pelas horas trabalhadas e se não puder ir, tem que pagar multa ao patrão no valor de 50% do que receberia. Nesta jornada não tem salário fixo e nem direitos. Férias, 13º salário e FGTS serão reduzi-dos. Comércio e fastfood já estão colocando esta jornada em prática.
Dois dias depois do início da reforma trabalhista, a Whirlpool intensificou as demissões de trabalhadores adoecidos/acidentados na fábrica.
Ao demitir, a chefia, de maneira desumana, diz que estes trabalhadores, depois que se acidentam ou adoecem não querem mais saber de trabalhar e atrapalham o serviço de outros trabalhadores.
Nós sabemos que o objetivo da empresa é fazer uma ‘’limpeza’’, demitindo os trabalhadores adoecidos e com vínculo de efetivo para contratar de acordo com a cruel reforma trabalhista. Agora, ela vai terceirizar e não mais se
responsabilizar pelas centenas de trabalhadores que adoecem constantemente com o ritmo de produção acelerado que ela impõe.
Vale destacar que a nossa Convenção Coletiva de Trabalho continua garantido a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores adoecidos/acidentados pela Whirlpool e que estas demissões serão levadas ao judiciário exigindo a imediata reintegração de todos. Mas, o real e único caminho para o fim das demissões e o fim do adoecimento no trabalho é a união para protestos e greves contra os ataques da Whirlpool.
Não vamos deixar que rasguem nossos direitos. Para enfrentar isso é preciso dizer não a esse ataque.
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EXPEDIENTE: Publicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, Iracemápolis, Cordeirópolis, Rio Claro, Santa Gertrudes, Ipeúna, Corumbataí e Itirapina. Sede: Rua Tiradentes, 807 - Centro - Limeira - SP - CEP 13480-082. Fone: (19) 2113-1900 | Sub Sede Iracemápolis - Rua Duque de Caxias, 623 - Centro - Fone: (19) 3456-1121 | Sub Sede Rio Claro - Rua 05, nº 1466, Centro - Fone (19) 3024-1925
E-mail - Site: www.sindimetalimeira.org.br | www.intersindical.org.br. [email protected] |
A revolução dos trabalhadores que impactou o mundo
Há cem anos, na distante Rússia, mulheres, homens e jovens trabalhado-res, pararam as fábricas e foram às ruas em grandes e intensas marchas. Eles lutavam por pão, paz e terra.
Milhares de russos estavam morren-do por causa da guerra e da fome provocada pelo capitalismo.
Essas mulheres e homens trabalha-dores foram além da reivindicação do pão e da terra para plantar o alimento e do fim da guerra: eles ocuparam as fábricas e criaram sovietes. Ou seja, com formas independentes de organização operária avançaram de uma greve geral para uma Revolução Socialista. Socializaram os meios de produção e de conhecimento, ou seja, uma sociedade sem patrão onde o controle das fábricas é dos próprios trabalhadores que distribuem toda a riqueza de forma igualitária sem lucros.
Os meios de dominação do capitalis-mo ao longo desse século fizeram de tudo para tentar esconder a verdadeira história e a importância da Revolução Russa para a classe trabalhadora mundial.
Atacar a Revolução e suas conquis-tas era condição para continuidade e expansão do Capitalismo. Eles queriam acabar com qualquer outra forma de organização da sociedade que não tivesse como base a exploração.
Para isso intensificaram o declínio daqueles que abandonaram os princípios da Revolução e principalmente fizeram de tudo para exterminar a rica experiên-cia que os trabalhadores foram capazes de produzir: socializar os meios de produção que até então estavam nas mãos daqueles que se apropriaram da riqueza produzida pela classe trabalha-dora.
100 ANOS DA REVOLUCAO RUSSAl
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ACREDITE E LUTE! UM OUTRO MUNDO E POSSIVEL!
Brasil - Greve Geral de 1917Nesse mesmo ano, vindos de
diversas regiões do mundo, principal-mente da Europa, nos encontramos como classe trabalhadora no Brasil. Sofríamos com as intensas jornadas de trabalho, que chegavam à 16 horas diárias, sem a mínima proteção à saúde e à vida, com salários extremamente arrochados, parindo nossos filhos dentro das fábricas e com nossas crianças sendo obrigadas a trabalhar.
Com isso, o pavio da revolta também se acendeu aqui e fomos capazes de construir uma greve geral que paralisou a cidade de São Paulo por 45 dias.
Foi a partir dessa intensa luta, parando as máquinas e a produção de lucros que garantimos direitos que hoje estão sendo atacados com a reforma trabalhista e a terceirização e ameaça-dos com a reforma previdenciária.
Por isso, nesse 2017 há muito pelo que lutar. Patrões e seus governos querem mais do que a implementação de suas reformas trabalhistas e da Previdência, querem mais do que acabar com os direitos garantidos através da luta de gerações que vieram antes de nós: querem atacar a Organização indepen-dente e comprometida com os trabalha-dores que não se tornaram pelegas.
A luta continuaA melhor forma de manter viva nossa
memória, de honrar nossa história e de garantirmos a nós e as gerações que ainda virão a possibilidade de dias melhores, é nos reconhecermos como classe trabalhadora, produtora de toda riqueza. E, unidos, nos colocarmos em luta por nenhum direito a menos e por uma outra e nova sociedade, que seja de igualdade, que seja socialista.
novembro 2017 | Metaluta
Devemos conhecer a história da classe trabalhadora, refletir sobre e construir nosso próprio caminho para que possamos fortalecer a nossa luta.
Cartaz produzido durante a Revolução Russa (1920) que diz:
Ucranianos e russos gritam - Não haverá senhor sobre o
trabalhador, Milorde!
CONSCIÊNCIA NEGRA
‘’Não há capitalismo sem racismo‘’ - Malcolm-x
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos 13 milhões de brasileiros desempregados no Brasil hoje, 8,3 milhões (63,7%) são negros. Vale destacar, mais da metade (53%) dos trabalhadores brasileiros são negros.
A diferença racial se estende também para os salários. De acordo com o IBGE, os negros recebem, em média, R$ 1.531,00, quase a metade do rendimento médio dos brancos, que é de R$ 2.757,00. Além disso, dos 23,2 milhões
de negros empregados no setor privado, apenas 16,6 milhões tem carteira de trabalho assinada.
Ainda segundo o IBGE, pesquisas vem mostrando que está crescendo o número de empregos sem carteira de trabalho assinada e postos de trabalhos mais precários e a população negra continua sendo a mais direcionada a estes trabalhos.
Racismo não é só quando brancos fazem piadas e ofensas aos negros. Racismo é quando a maior população
Lutar contra o racismo é lutar contra o capitalcarcerária do país é negra, é quando nossos jovens negros tem medo de andar sozinho quando tem Polícia por perto, é quando as funções mais precárias são ocupadas por negros.
Os dados que o IBGE mostram também é uma prova de que o racismo é usado pelos grandes empresários, para continuarem pagando baixos salários e aumentar a taxa de lucros. O racismo como qualquer outra forma de descrimi-nação, para além de atentar contra os princípios básicos da dignidade humana,
serve os interesses políticos, econômi-cos e sociais dos grandes empresários deste país.
Por isso, não só neste mês de novembro, mas sempre, é preciso que travemos uma luta incansável contra o racismo dentro e fora dos nossos locais de trabalho. Para que juntos possamos construir uma sociedade única, sem raça e sem classe. FIRMES!