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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXI Edição 39 Domingo, 25.09.2011 R$ 3,20 Construída em 1903, a atual capela da Primeira Igreja Batista em Santa Bárbara D’Oeste, São Paulo, é um monumento ao pioneirismo dos imigrantes norte-americanos que deram início ao trabalho batista em solo brasileiro, em 1871. Esta edição de OJB traz ampla reportagem sobre as comemorações dos 140 anos de organização desta igreja, embrião de um organismo denominacional com um dos trabalhos mais dinâmicos no país e com uma imagem de alta credibilidade entre a população brasileira(Páginas 8 e 9). Batistas comemoram 140 anos de vitorioso trabalho em solo brasileiro

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1o jornal batista – domingo, 25/09/11?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIEdição 39 Domingo, 25.09.2011R$ 3,20

Construída em 1903, a atual capela da Primeira Igreja Batista em Santa Bárbara D’Oeste, São Paulo, é um monumento ao pioneirismo dos imigrantes norte-americanos que deram início ao trabalho batista em solo brasileiro, em 1871. Esta edição de OJB traz

ampla reportagem sobre as comemorações dos 140 anos de organização desta igreja, embrião de um organismo denominacional com um dos trabalhos mais dinâmicos no país e com uma imagem de alta credibilidade entre a população brasileira(Páginas 8 e 9).

Batistas comemoram 140 anos de vitorioso trabalho

em solo brasileiro

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2 o jornal batista – domingo, 25/09/11 reflexão

E D I T O R I A L

e mais uma vez vale a pena fazê-lo, pelo impacto de suas palavras, a declaração de Dwight Moody, com o exemplar da Bíblia erguido diante de seus ouvintes: “Ou este livro me afasta do pecado ou o pecado me afasta deste livro”

Ao consideramos esta pro-posição como verdadeira, como de fato ela o é, dedu-zimos que a falta da leitura da Bíblia implica um nítido enveredamento pela mortal trilha do pecado. Assim, o que desejamos como deno-minação é que estejamos tão profundamente envolvi-dos com o estudo diuturno

de fé e prática, na realida-de a prática tem deixado a desejar. A leitura da Bíblia tem que ocupar um lugar de destaque em nossas vi-das. Se contamos com a facilidade de termos hoje o texto bíblico cada vez mais próximo através das ver-sões eletrônicas, nos com-putadores, nos tabletes, telefones e outros meios, a mesma aproximação, em termos de amor e dedica-ção à leitura da Palavra, não tem sido vista na práti-ca. A leitura da Bíblia leva o leitor a se aproximar de Deus e a se afastar do pe-cado. É amplamente citada,

A Convenção Batista Brasileira elegeu 2012 como o ano da Educação Cris-

tã. Esta fato não esta rela-cionado com a celebração de nenhuma data específica ou com o inicio de nenhu-ma organização. A decisão nasceu do reconhecimento de que precisamos como denominação dedicar tem-po e esforço para trabalhar a questão da educação cristã a partir do estudo sistêmico da Bíblia.

Temos percebido que apesar da correta declara-ção confessional de que a Bíblia é nossa única regra

da Palavra de Deus que cada vez mais nos afastemos do pecado. Que Deus nos ajude ao longo do ano em que vamos trabalhar inten-samente através de nossa literatura, dos artigos nas diversas mídias denomina-cionais. e principalmente dos púlpitos das igrejas, a buscar intensamente o con-tato com a Bíblia, lendo-a e estudando-a com dedicação e seriedade. E, como con-sequência, a pautar a nossa vida pelo padrão de integri-dade exigido pelo Livro de Deus, e isso apenas durante um ano, mas por toda a nossa vida.

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Rua Senador Furtado, 56 - CEP 20270-020 - Rio de Janeiro - RJ).

Cartas dos [email protected]

Prezado Pr. Mark Greenwood:

• No seu texto publi -cado no O Jornal Batista (04/09/11) a respeito de doa-ção de órgãos, sangue e me-dula óssea, há uma informa-ção que, pelo menos para o Rio de Janeiro, não é válida: a idade máxima estabelecida pelo HEMORIO para receber doações é de 65 anos (essa informação está no site res-pectivo). Como o HEMORIO é padrão para as práticas de hemodinâmica no Estado do Rio, creio que esse parâ-metro é válido para todo o Estado. Por essa razão estou deixando de ser doador, após tê-lo sido por décadas.

Não sei se houve falta de espaço, mas também teria sido interessante advertir que há algumas situações que im-pedem a doação de sangue, tais como vacinação, cirurgia ou transfusão recentes, tatu-agem feita há menos de um ano, uso recente de antibió-ticos, febre, gripe resfriado,

gravidez, amamentação, ou a presença de doenças cujo contágio ocorre pelo sangue, como hepatite, doença de chagas, sífilis, HIV e HTLV.

Ou, pelo menos, que se re-metesse o leitor a um contato prévio nesse sentido, antes

de dirigir-se fisicamente aos locais de doação, a fim de evitar perda de tempo.

Nas duas últimas vezes em que tentei doar sangue fui im-pedido por causa do uso de antibiótico e por causa de va-cinação recentes. Felizmente

não houve perda de tempo, porque essas tentativas ocor-reram justamente quando eu estava acompanhando um irmão idoso que se tratava no HEMORIO.

Aproveito a oportunidade para expressar meu apreço por sua presença à frente do DAS-CBB, e minha alegria por perceber que um novo rumo está sendo imprimido a essa área.

Um grande abraço,

Pr. Sylvio Macri

Resposta do Pr. Mark:

Caro Sylvio,Agradeço ao irmão pelo

interesse, observações e re-comendações. Encaminharei as tuas observações para o editor do Jornal que talvez possa inserir em uma edição futura.

Em algum momento devo levar o assunto ao site da CBB, em qual ocasião inclui-rei as tuas recomendações.

Em Cristo.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIO DE REDAÇÃOOthon Oswaldo Avila Amaral(Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio(21) 2223.8510

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3o jornal batista – domingo, 25/09/11reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

O culto que presta-mos a Deus não deve ser feito de fragmentos des-

conexos. O culto precisa se constituir de peça única, com inicio, meio e fim. Há que ser dinâmico, sem ser extravagan-te. Alegre, sem apelar para o ridículo. Respeitar as caracte-rísticas de cada participante, sem ferir a sensibilidade do adorador. Por isso, precisa ter sequência em que o clímax leve o participante a se exta-siar, agradecido, ante a glória do Senhor. No seu término, os participantes deveriam repetir em sua intimidade a expressão de Pedro no monte da transfi-guração: “Senhor, bom é estar-mos aqui...” (Mt 174). O desejo de permanecer cultuando, de voltar ao santuário, de que o culto não termine, deixando a sensação de “ quero mais” e vou voltar a este lugar para adorar, porque sinto a presença de Deus falando-me ao cora-ção – nada disso pode ser dis-pensado do verdadeiro culto.

Quando isto ocorre,o culto atingiu o seu objetivo. A ordem foi elaborada com antecedên-cia, e onde as partes se encai-xam com absoluta alegria espi-ritual. É o verdadeiro encontro com Deus, que deixa marcas profundas na vida do partici-

pante. Vemos essa realidade nos encontros de alguns per-sonagens bíblicos com Deus, no passado. Ao terminar o en-contro com o Senhor, erigiam um altar para eternizar aquele momento santo e sublime. É o culto que faz bem à alma. Não há cenho cerrado por causa do barulho. A paz que reina no ambiente conduz-nos à intimi-dade com Deus.

Deixamos o santuário alegres pelo privilégio de cultuar. Às vezes tristes e reflexivos, porque a Palavra transmitida apontou falhas que precisamos corrigir. Em algumas situações as lágri-mas brotam, anunciando que os nossos sentimentos foram tocados. Saímos com as melo-dias dos hinos que serão lem-bradas no decorrer da semana. O versículo-base da mensagem não é esquecido. Continuará por vários dias a falar aos nossos corações. Tal verdade oferecerá ao Espírito Santo ampla oportu-nidade para ministrar os propó-sitos divinos em nossas vidas. Em suma: o culto nos fez bem e nos alimentou. Deixamos o santuário desafiados a uma co-munhão mais íntima com Deus.

A mensagem bíblica extra-ída, não da internet ou de comentários, mas da Bíblia, exerce sua verdadeira fun-ção qual espada do Espírito

a penetrar o mais íntimo do nosso ser. A mensagem nos confronta. Diz-nos que somos pecadores e que carecemos de arrependimento. E Deus na sua misericórdia oferece-nos perdão e edificação espiritual. A igreja é edificada.

De certa feita disse aos meus alunos: “Mensagem boa não é aquela em que o pregador recebe tapinhas à porta do templo, mas a que os ouvintes saem com raiva do pregador pelo confronto do Espirito em seus corações. Ja-mais esquecerão a mensagem e o pregador. O animador de auditório e o contador de pia-das cedo serão esquecidos.”

Porém, estamos na era de igreja sem púlpitos. No lugar que pertencia ao púlpito reina soberana a bateria. Ao prega-dor é oferecida uma estante na qual mal cabe a Bíblia fechada. Como o sermão não foi prepa-rado, não carece de esboço. Vale a inspiração do momento. Ouvi há dias um excelente pregador que transmitiu ex-celente mensagem. Ao final pediu desculpas aos ouvintes por apresentar-lhes um apelo a serem melhores cristãos. Já pensou em João Batista, Jesus, Paulo, Jeremias. Moody, Billy Graham e outros pedindo des-culpas aos seus ouvintes por

apelar a que se arrependessem dos seus pecados? Nem pensar!

Chegamos à época do culto fragmentado, não do culto segmentado, mas fragmentado, retalho de várias cores. A cada fragmento é dado um valor. O prelúdio tem valor 0,1. Os hinos com mensagens bíblicas valor 0,0. Várias oraçõezinhas pelo dirigente do “louvor” va-lor 0,2. Leitura da Bíblia, valor 0,01. Cânticos com erros de português, heresias, oferecen-do auto-ajuda, exigindo algo de Deus e outras aberrações em total afronta à Bíblia, nota 9,39. Mensagem pregada 0,3. Re-sultado: igreja sem doutrinas. Crentes famintos da Palavra de Deus, que com razão durante a semana procuram os ricos pregadores da mídia, em busca das bolotas que o filho pródigo disputava com os suínos.

Para justificar todos os des-calabros modernos, há quem tente afirmar que Jesus não tinha agenda, pregava de im-proviso e nunca estudou. Esquecem os míseros peca-dores-pregadores que Jesus não precisava de nenhum acessório para dar conteúdo à mensagem. A mensagem em si era viva. Jesus era a própria mensagem. O seu conteúdo divino é incontestável. Jesus é Deus, e mesmo assim sempre

respeitou os seus ouvintes, oferecendo-lhes mensagens de salvação plena. Jesus ja-mais pregou filosofia grega.

Pecamos, como líderes, quando não alimentamos os ouvintes e as ovelhas que Deus nos confiou para conduzir aos pastos verdejantes. O pecado é maior quando não atentamos para os ouvintes que acorrem ao templo para ouvir o que Deus tem a dizer. Ao escrever à igreja em Colossos, Paulo alerta os salvos a não permitir se aprisionar à fabulas e vãs su-tilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimen-tos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 22). Aos coríntios o apóstolo diz que não foi pri-sioneiro da cultura local, mas que sua mensagem tinha como escopo “Jesus Cristo, e este crucificado” (1 Co 2:2).

A igreja na atualidade cla-ma ao púlpito a que volte ao Cristo crucificado. Antes que seus lindos templos se transfor-mem em hotéis, bares e locais de baladas como ocorre na Europa contemporânea. Sem púlpito comprometido com Jesus, o culto sempre será fragmentado. Roubamos do Espírito Santo a instrumentali-dade da sua ação: a ausência da Palavra de Deus nos cultos. www.pastorjuliosanches.org.

MAIS QUE UMA BÍBLIA DE ESTUDO, É UM MANUAL DEVIDA, RICA EM INFORMAÇÕES DOUTRINÁRIAS. www.geograficaeditora.com.br

A Bíblia de Estudo do Discípulo possui uma forte ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e o desenvolvimento de cada uma delas ao longo da história.

Única - esta é, sem dúvida, uma das palavras mais apropriada para definir a Bíblia de estudo do discípulo. Sua ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e a estruturação de cada uma delas ao longo da história torna esta obra um extraordinário recurso no processo de discipulado, seja qual for o estágio de desenvolvimento do cristão.

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4 o jornal batista – domingo, 25/09/11 reflexão

ELILDES JUNIO MACHARETE FONSECAPastor Adjunto na PIB Cabo Frio/RJ

Até que ponto uma vida pode impactar uma nação? Lem-brei -me de uma

conhecida fábula, que pro-vavelmente já foi contada e recontada mas cujas lições no geral precisam ser sempre relembradas.

Certa vez, uma floresta es-tava sendo devastada por um terrível incêndio. No meio da fuga desabalada dos anai-mais, um elefante, olhando

Stênio de Araújo VerdePastor , colaborador de OJB

O Credo Apostóli-co foi deixado de lado e um novo foi implementa-

do pelos cristãos que torna os ensinos de Jesus em heresias.

Faço um resumo do novo credo dos novos apóstolos para a apreciação do leitor:.

Artigo I

Acredito na força espiritual do templo, na geografia da adoração, nos templos suntu-osos, nos lugares de milagres, nas correntes coletivas que obrigam os fiéis a frequenta-rem a igreja compulsoriamen-te para pedir bênçãos mate-riais. Jesus disse, equivocada-mente, que a adoração não se localizaria nem no templo de Jerusalém, na Judéia, nem nas faldas do Monte Gerizim, em Samaria, e sim em em espírito e em verdade, na ge-ografia do coração, no íntimo, nas entranhas da alma. Isso, porém, é heresia de Jesus.

Artigo II

Acredito nos objetos de culto, em copo d’água em cima da televisão, em rosa ungida, na espada de Josué, no óleo ungido, na aliança ungida, na rosa ungida, no pó do amor, no galho de oli-veira, na água do rio Jordão, na folha da árvore da vida, no túnel do amor e na fogueira santa. Creio em tudo isso, que Jesus nunca usou nem recomendou que usassem para abençoar alguém. Não usou porque não quis. Isso é heresia de Jesus.

Artigo III

Acredito na maldição he-reditária e na necessidade da cerimônia de quebra dessa maldição, uma vez que Jesus

para o alto, reparou que um pequeno pássaro voava ao encontro das chamas e volta-va rápido na direção do lago.

O elefante, intrigado, parou de correr e ficou ob-servando mais atentamente o que o pássaro fazia. E en-tão percebeu que o objetivo daquele pequeno pássaro era tentar apagar o incêndio, apesar de só poder carregar um pouquinho de água em seu bico.

Surpreso, mas nada fazendo para ajudar, o pa-quiderme, debochando do pássaro, perguntou: “Você está pensando que com esse

não conseguiu quebrar a mal-dição no Calvário. Aqueles pecados que herdamos de nossos pais e antepassados, visto não terem eles confes-sado suas mazelas e também por terem terem feitos pactos com demônios, precisam ser quebrados mesmo depois da conversão. Jesus nem se deu ao trabalho de comentar a res-peito desse tema e ainda disse à mulher adúltera: “Nem eu te condeno, vai e não peques mais”. Isso é heresia de Jesus

Artigo IV

Acredito na prosperidade material, no dinheiro como prova da bênção espiritual. Não tenho necessidade de nada, estou rico e abastado porque creio na benção do real, monetariamente falando. Jesus nunca buscou a rique-za material e ainda disse que deveríamos buscar o Reino de Deus e a sua justiça e que as demais coisas nos seriam acrescentadas. Quando estava vivo não tinha onde reclinar a cabeça e na sua morte foi sepul-tado num sepulcro emprestado. Num cenário eclesiástico onde os crentes são insistentemente estimulados a, literalmente, ficarem ricos, é claro que isso é heresia de Jesus.

Artigo V

Acredito que todo o mal é demoníaco e que todos os males que acontecem às pessoas, à sociedade, à igreja e aos cristãos são produzidos diretamente por demônios, os quais se instalam na vida de crentes e descrentes e nas estruturas sociais, políticas e econômicas de determina-das regiões geográficas. A responsabilidade individual da pessoa humana e sua liberdade de escolher entre o bem e o mal são doutrinas heréticas, evidentemente.

pouquinho de água que car-rega no seu bico vai conse-guir apagar essas imensas chamas? Você não vê que isso não está ajudado em nada”? Antes de voltar ao que estava fazendo, o determina-do pássaro respondeu para o elefante: “Penso que sua tromba cheia de água valeria por milhares das minhas via-gens, mas o que lhe sobra em tamanho lhe falta em coragem. Quanto a mim, se o que faço valerá a pena ou não, é difícil dizer. Só sei que, para mim, o mais impor-tante é que estou fazendo a minha parte”!

Creio que os demônios são responsáveis absolutos pela dor, sofrimento e miséria que encontramos ao nosso redor – o que inclui doenças, injustiça social, corrupção e violência, entre outros males. Por isso, a igreja deve sempre empre-gar o método de expulsão de demônios em seus cultos para libertar as pessoas e a sociedade desses males. Jesus não acreditava que todas as doenças eram ação demoní-aca, mas fruto da queda do homem, consequência do pecado que se instalou no universo e no coração da pessoa humana.. De fato, em alguns casos, ao expulsar os demônios, as pessoas eram curadas de suas doenças, mas isso não era normativo. É que Jesus não tinha a percepção mais profunda do pecado e das atividades demoníacas, como nós temos, pois se ti-vesse teria tratado todos os doentes através do exorcismo. Isso é heresia de Jesus.

Artihgo VI

Creio em demônios territo-riais e que Satanás designou um demônio, ou vários deles, para cada unidade geopolí-tica do mundo. Creio que a igreja tem que mapear espi-ritualmente a área a ser evan-gelizado, antes eventualmen-te de começar seus esforços evangelísticos na tentativa de localizar o trono de Satanás, o local onde a potestade tem o seu quartel-general. Bom, Jesus não ensinou isso em momento algum, nem ma-peou a região da Palestina identificando os demônios de cada região, nem ensinou que seus discípulos assim o fizessem. É estranho ele nada ter ensinado estas coi-sas a seus liderados, e sim a serem missionários e não geógrafos dos principados e

Se cada cristão estiver re-almente fazendo a sua parte por menos relevante e decisiva que ela possa parecer a a al-guém, certamente a nação será impactada e o fogo do inferno será contido em seu avanço destruidor. Este é o objetivo desta mobilização missioná-ria. É a minha ação, embora pequenina, que, somada às demais, causará o mesmo efeito da igreja primitiva, alvo-roçando a minha cidade, meu estado, o Brasil e o mundo.

Paulo e Silas chegaram a Tessalônica e começaram a pregar, como de costume, em uma sinagoga. Foi uma

potestades. Mas ele, coitado, não conhecia estes truques. Isso é heresia de Jesus.

Artigo VII

Acredito que crentes verda-deiros podem ficar endemo-ninhados. Não concordo que a obra de Cristo foi suficiente e que a serpente não foi es-magada, como predito em Gênesis 3.15, Ele deve ter dado um leve pisão na cabe-ça da velha serpente e nem os principados e potestades foram totalmente despojados, como afirma Colossenses 2.14-15. O valente não foi amarrado adequadamente, o nó não foi bem apertado e por isso é preciso declarar: “Está amarrado!” Isso é here-sia de Jesus.

pregação intrépida e ungida pelo Senhor, pois muitos se converteram, causando uma certa “inveja” nos judeus. Por isso, eles levaram os discípulos às autoridades, fa-zendo a declaração contida no versículo acima.

E de nossa pregação, o que as pessoas têm dito? Não falo só da pregação no púlpito, muito pelo contrá-rio. É a pregação da vida, do testemunho, do compartilhar da fé. É isso. E que Deus nos ajude a não imaginar que pelo fato de não podermos fazer tudo estamos livres para nada fazer.

Acredito em tudo isso que Jesus não acreditava e que condenou como mentira e falsidade porque não conhe-cia a necessidade da pós--modernidade, que é antro-pocêntrica, e também não sabia do atual movimento neopentecostal. E mesmo não tendo solidez e base bíblica para estes principais ensinos, continuo professando a minha fé neles pela via do experi-mentalismo. Através desse credo neo-apostólico, tenho obtido muito sucesso, minhas igrejas estão lotadas e muito dinheiro vem sendo investido no meu império eclesiástico.

Se Jesus conhecesse o cre-do dos novos apóstolos, teria faturado alto. Ele pagou um alto preço por suas heresias.

“Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6).

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PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Aprendemos da nos-sa cultura machista latina que “homem não chora”. O ho-

mem tem que ser estóico, espartano, guerreiro valente, não pode chorar, não pode extravasar seus sentimentos. Com certeza, essa deve ser uma das causas porque há muito mais viúvas do que vi-úvos no mundo. As mulheres não foram ensinadas a não chorar. Elas jogam suas emo-ções pra fora em forma de lágrimas, somatizam menos as dores das suas almas e por isso vão mais longe. O que deveríamos dizer aos nossos filhos, seria: “Seja homem, chore!”. Chorar é saudável. Diz o poeta que as lágrimas purificam o coração. É pre-ciso ter coragem para chorar lágrimas de verdade!

Há poucos dias, um aluno comentou que sua igreja era movida a eventos

e que falou com seu pastor que evento é como vento, vem e some. Isso me acen-deu uma forte preocupação e acabou dando título a este artigo.

Ao longo destas mais de três décadas de ministério tenho percebido que muitas igrejas acabam mesmo sendo movidas por eventos. Aliás, até que não é difícil gerenciar (não seria pastorear) uma igreja assim. Dou a dica: basta fazer uma reunião antes

Eu vi um homem cho-rar. Um homem de Deus, possuidor de um caráter íntegro e uma fé operante, bíblicamente centrado, um homem fora de série como homem e como cris tão. Pai de três filhos, o maior anseio da sua alma era que todos os filhos e netos fos-sem cristãos verdadeiros que servissem a Jesus de coração, comprometidos com o Reino. Certa vez, ao falar-me sobre seus filhos, revelou-me que um deles estava afastado da igreja. O rapaz montou uma empresa e começou a ter tanto tra-balho que não podia deixar de se ocupar dele todos os domingos, fazendo o ba-lanço da semana anterior e programando as ações da semana seguinte.

de findar o ano com todos os líderes da igreja, elaborar um calendário repleto de ativida-des semana após semana Ao pastor caberá cobrar anteci-padamente ao responsável que tome providências para que a atividade programada seja cumprida. Seja rigoroso. Tire fotos, faça relatórios, co-loque tudo no site da igreja, faça um portfólio e mostre que o “circo” está em movi-mento. Se alguém ficar doen-te no meio do caminho, é só falar que a pessoa tem de dar um jeito e se sacrificar para o “reino”, pois o show não pode parar.

Não se tornou um mun-dano, porém ausentou-se da igreja. Acumulou muitos bens, mas se descuidou do bem maior, que era a sua salvação. Ao ouvir esse relato, disse eu: “Vamos orar agora pelo seu filho”. Mal começou a orar, o meu amigo se derra-mou em cristalinas gotas de amor que lhe brotaram quen-tes dos olhos, tornaram-se abundantes, lúcidas, ferven-tes. Ao vir meu amigo orando em lágrimas, comentei: “Essa oração não ficará sem respos-ta, pois a Bíblia diz que a um coração quebrantado e contri-to, Deus jamais desprezará”. No encontro seguinte que tivemos alguns meses depois, o meu amigo me contou que o seu filho tinha voltado a frequentar a igreja. Disse eu: “Então vamos agradecer”.

Um dado curioso é que, em geral, as denominações históri-cas no Brasil foram organizadas por missionários norte-ame-ricanos. Vamos lembrar que uma das ideologias impulsoras da cultura norte-americana é o pragmatismo, que focaliza a ação, a utilidade. Creio que temos aqui as raízes históricas que podem ter nos induzido a reduzir o cristianismo a ativida-des eclesiásticas, de modo que ser cristão significa simples e meramente trabalhar na igreja. Isso pode ter passado para as outras denominações que sur-giram ao longo da história da igreja no Brasil.

Ao orar louvando a Deus pela bênção tão almejada, meu amigo chorou, agora de gratidão e alegria. Foi assim: Num domingo, sem qualquer motivo aparen-te, o jovem disse à esposa: “Vamos à igreja hoje?” Ela anuiu de imediato, dizendo que esse era o seu desejo de coração. Foram à igreja levando, já preenchidos, os cheques dos seus dízimos. Na hora de entregá-los den-tro dos envelopes devida-mente sobrescritados, am-bos se ajoelharam e oraram em surdina agradecendo a Deus pelo despertamento com que o Espírito os havia alcançado.

Ambos ali ajoelhados tam-bém choraram. Colocaram os envelopes na arca das ofertas e voltaram para os

Nesse sentido, o pastor da igreja passa a ser gerente de calendário em vez de pas-torear, cuidar do rebanho. O afeto, tão caro ao espírito do pastoreio, é substituído pelo poder, pelo comando, de modo que quando o pas-tor está chegando perto de alguém logo se pode pensar “Lá vem sermão” (sinônimo para “bronca”)!

Será preciso recuperar o lado relacional, conviven-cial, terapêutico, piedoso e amigo do pastoreio. Infeliz-mente, ao longo do tempo confundiu-se o dom pastoral com a função da gestão ecle-

seus lugares, de onde, sen-tiam agora, jamais deveriam ter se afastado. Meu amigo agora estava recebendo a bênção da consolação ex-trema porque, disse Jesus: “Bem-aventurados os que choram porque serão con-solados”.

Você já chorou pela dor do mundo, pela dor do seu amigo, pela alma ferida de alguém, por um filho talvez, que esteja longe do Senhor? Se você nunca chorou por um sofrente do corpo ou do espírito, peça a Deus: “Senhor, dá-me lágrimas pela dor do meu irmão que sofre ou que pecou, para que eu goze da tua consola-ção quando, por tua graça, não por minhas lágrimas, enviares teus anjos com tua resposta”.

siástica. Muitos pastores aca-bam tendo de investir tempo nisso, pouco sobrando para o pastoreio, para o cuidado das vidas, na perspectiva do cuidado pessoal e não apenas da utilidade de cada ovelha para o trabalho eclesiástico.

Igreja é muito mais do que evento. É uma comunidade terapêutica, provedora de acolhimento, comunhão, compartilhamento, socorro, serviço, testemunho, apren-dizagem e disciplina. É um ambiente fértil para o desen-volvimento da vida em ado-ração e glorificação a Deus. O resto é vento.

OBSeRVAtóRIO BAtIStALOURENÇO STELIO REGA

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Antonio V. Sias, Advogado, membro da IB do Méier.

Muito pouco se fa la em meio ambiente den-tro das igrejas.

Quase nada se escreve sobre o assunto. Não se vê o povo cristão travar um diálogo so-bre poluição, ecologia, meio ambiente ecologicamente equilibrado, desenvolvimen-to sustentável e outros temas do gênero. Por qual motivo, não sabemos. Parece implí-cita a idéia de que o mundo vai acabar, que estamos to-dos salvos e que em breve veremos a glória de Deus. Isto ocorre em todas as de-nominações. Nossa cultura “tem se destacado por sua exploração e destruição do meio ambiente e que parece se basear na premissa de que os recursos da natureza não têm limites. Vê a concorrên-cia e a sobrevivência do mais forte como o melhor modo de organizar a sociedade e, sobretudo, a economia. É uma cultura extremamente

individualista, na qual a soli-dariedade tem pouco espaço, exceto quando convém ao indivíduo (Justo González, em “Cultura e Evangelho”).

Alguns cristãos, diante das catástrofes naturais que têm assolado o mundo (terre-moto, tsunamis, erupção de vulcões e trombas d’água), que causam destruição e ceifam vidas, como aconte-ceu recentemente na região serrana do Rio de Janeiro, chegam a dizer, em tom profético, que o fim está próximo, que a vinda do Senhor é iminente e citam Lucas 21:11 e Marcos 13:8.

Falando acerca dos tempos e das estações, da vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo e a nossa reunião com ele, o apóstolo Paulo adverte que ninguém sabe o dia da vinda do Senhor (2 Ts 2.1-2). Não nos compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade (At 1.7). Não nos cabe especular acerca do fim; quanto ao dia e a hora, ninguém sabe, nem os anjos

dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai (Mt 24.36).

O fato de sermos peregri-nos nesta terra, de perten-cermos à pátria celestial, isso não nos desobriga de cuidarmos da natureza, do meio ambiente e das coisas que Deus colocou à nossa disposição. Devemos cuidar do meio ambiente como se cuidássemos da nossa própria casa. Devemos ze-lar pelo meio ambiente tal como um mordomo fiel e prudente (Lc 12.42).

A Terra não é nossa, mas de Deus (Lv 25.23). Tudo foi criado por ele e para le (Cl 1.16). Logo após a cria-ção, Deus fez o homem e a mulher, os abençoou, e lhes disse: “Frutificai e multipli-cai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra” (Gn 1.27-28).

Dominar não quer dizer destruir, ameaçar e dizimar as demais espécies que nos foram confiadas. Conforme

O Comentário Bíblico Vida Nova, p 102, “Deus não nos deu nenhuma autorização para abusarmos da sua cria-ção.”

Neste sentido, a Carta de Niterói afirma que a vida e o universo, em todos os sentidos, foram dados ao ser humano como um presente de Deus para sua morada, sustento e para o desenvol-vimento de sua história de vida, mas o ser humano des-virtuou-se dos propósitos divinos da criação e passou a gerir sem sabedoria a sua vida e a natureza, sem se preocupar com a sua susten-tabilidade

Além disto, acrescentamos que a palavra “dominai” dei-xa explícita a idéia de domí-nio, a idéia de senhorio. As-sim sendo, temos o domínio mas não a propriedade. Para o direito, domínio e proprie-dade têm sentido próprio e não se confundem.

Se a terra é do Senhor, conforme dito a Moisés no monte Sinai (Lv 2523), e ele nos deu o domínio sobre

ela, podemos comparar esta situação à figura jurídica da enfiteuse. Nela, o enfiteuta, ou seja, nós que detemos o domínio útil, deixamos ao senhorio ou proprietário (Deus), detentor do domínio direto, o direito de reinte-grar a propriedade em sua plenitude, quando possível e oportuno.

Outra figura jurídica a que gosto de comparar esta situa-ção é a do usufruto, assim en-tendido o direito assegurado a alguém (nós, usufrutuários) para que possa gozar ou fruir, temporariamente, as utilida-des e frutos de uma coisa, cuja propriedade pertence a outrem, Deus, no caso.

Assim sendo, somos meros usufrutuários dos bens de Deus. Desfrutamos do direito de usar gozar e fruir por certo tempo (enquanto estivermos de passagem pela terra) os recursos naturais a ele per-tencentes. Por isso, devemos cuidar do meio ambiente, preservá-lo e deixá-lo intacto para as gerações futuras, até que o Senhor volte.

ConviteA Igreja Batista do Barreto convida pastores, diáconos e igrejas batistas

para formação de Concílio Examinatório, visando o Ministério Diaconal dos irmãos: 1. Ana Clara Martins de Oliveira Nunes; 2 e 3. Alexandre Lazarino Gomes e Aline Amaro Alves Lazarino; 4. Ermelinda Marinho de Lima; 5 e 6. Fabio Luiz dos Santos e Ana Lucia de Souza Gomes dos Santos; 7 e 8. Fábio Quaresma e Silva e Alessandra Vannucci e Silva; 9 e 10. Osvaldo Luiz Barbosa e Maria Aparecida Vilas Boas Barbosa; 11 e 12. Orlandino de Mattos Filho e Elizabeth Vargas Mury de Mattos; A ter lugar na tarde de 16 de outubro de 2011 (Domingo) as 16:00h no templo de nossa igreja. Aprovados no exame, a ordenação se dará no mesmo dia as 19:30h, em grande festa de louvor a Deus. Niterói, 28 de agosto de 2011.

Pr. Oliver Costa Goiano

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7o jornal batista – domingo, 25/09/11missões nacionais

Pr. Francisco Washington de Oliveira Coordenador Regional de Missões da JMN no Ceará

Conquistar a pátria para Cristo é uma meta que só será alcançada se con-

seguirmos “evangelizar e discipular cada pessoa em solo brasileiro”. E para isso a plantação de igrejas é a estra-tégia mais eficiente. Segundo Lidório, no livro “Plantando Igrejas”, “a evangelização de um povo, cidade ou bairro, seria plenamente atingida apenas por meio do plantio de igrejas locais bíblicas, vivas, auto-sustentáveis, auto--governáveis e missionárias”.

Diante disso, é urgente a necessidade de um desper-tamento das nossas igrejas, congregações, pastores e líderes para um movimento intencional e organizado de plantação de igrejas multi-plicadoras, objetivando a evangelização da pátria e o cumprimento da missão que o Senhor confiou à sua igreja.

Para plantar igrejas multi-plicadoras...

É preciso quebrar o para-digma de que a quantidade vai comprometer a quali-dade.

A ideia de multiplicação rápida de igrejas não pode esbarrar no medo de se comprometer a qualida-de, pois a boa semente do evangelho, quando semea-da em boa terra, dá frutos a 30, 60 e 100 por um.

É preciso ver a missão da igreja como a missão de Deus.

A igreja tem uma missão somente porque Deus tem uma missão no mundo. De modo que o teólogo, o pas-tor de igreja, o missionário ou líder plantador de igre-jas, bem como os líderes de agências missionárias, todos trabalham em fun-ção de a igreja cumprir a missão de Deus em Cristo: “Buscar e salvar o perdido”.

É preciso cooperação dos líderes como peças-chave no processo.

Pastores, mestres e de-mais líderes são chamados, capaci tados e empossa-dos na liderança da igreja “tendo em vista o aper-

Pr. Cirino RefoscoCoordenação Estratégica de Igreja Multiplicadora

Precisamos nos mul-t iplicar se quere-mos que o evan-gelho alcance mi-

lhões de pessoas que se encontram perdidas. Pre-cisamos repensar a igreja e entendê-la do ponto de vista de Jesus. Não pode-mos confundir o papel da igreja no mundo com o ato da adoração a Deus, ou até mesmo atividades religiosas, pois é certo que, quem não está envolvido

A Primeira Igreja Ba-tista em Itabaiana, em Sergipe, já não é mais a mesma.

É o que afirma o próprio pastor da igreja, Rafael dos Santos. “Deus tem feito ma-ravilhas em nosso meio. A igreja está passando por um despertamento missionário desde o Congresso Missões--Brasil, com o pastor Cirino Refosco. De lá para cá, a igreja não foi mais a mesma. Temos abraçado com amor e dedicação os projetos de projetos de Missões Nacio-nais.

Nessa visão, começamos com um treinamento de evangelismo com o pastor Edson Cerqueira (Missionário da JMN). Pela manhã e à tar-de fomos ao bairro que já era o nosso alvo de plantação da igreja e fizemos um recense-amento. Começamos ali a dar estudos bíblicos e fazer evan-gelismo e hoje temos uma congregação naquele bairro que é nosso primeiro fruto de trabalho missionário. Temos

na salvação de pessoas, não tem direito de prestar culto a Deus. Aliás, nosso culto deve ser o resulta-do de nosso trabalho na conquista de pessoas para Cristo. Todo crente precisa se multiplicar, ser apaixo-nado pelos perdidos, como o foi Jesus e depois seus apóstolos. Eles eram pes-soas movidas pela urgência da pregação do evangelho e tinham como trabalho prioritário o resgate de vi-das, salvação de pessoas. Paulo dizia: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é

uma equipe evangelizando, fazendo estudos bíblicos se-manalmente e confecciona-mos camisas para facilitar a identificação.

Fizemos o batismo dos 14 frutos de Igrejas Multiplica-doras. O mais impressionante é que quatro dos que foram batizados já haviam dado fruto e testemunharam o ba-tismo de seus filhos na fé. Um deles falou que evangeli-zou dois traficantes no bairro onde mora e os chamou para que Jesus faça na vida deles o que fez na dele. A igreja chorou e aplaudiu de pé o testemunho dele. É tão ma-ravilhoso este trabalho que até os novos convertidos estão com a mesma visão de multiplicação.

Diante da realidade em que vivemos, de tantos métodos e estratégias de crescimento que vemos igrejas e deno-minações utilizando, fico feliz em ter sido abençoado com o modelo bíblico do crescimento da Igreja Multi-plicadora”.

Próximos Congressos em outubroVeja na página 16 a relação das datas e locais dos congressos sobre

Igreja Multiplicadora no próximo mês.

Oradores convidados: Pr. Charles Brock, Pr. Eli Júnior, Pr. Sócrates Oliveira, Pr. José Laurindo Filho, Pr. Antônio Mendes e Pr. Ney Ladeia.

Nosso encontro está marcado e você é nosso convidado especial. Até lá!

Multiplicar parafeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo...” (Ef 4.12). O surgimento de um movi-mento de plantação de igre-jas mult iplicadoras está diretamente condicionado à atuação de uma liderança consciente da missão da igreja, da importância do seu papel como formador de liderança capacitado-ra e como orientador dos recursos para atender às prioridades da missão.

É preciso dependência do Espírito Santo.

Os recursos humanos para a plantação de igrejas multiplicadoras estão den-tro da igreja que deve, sob a direção do Espírito San-to, identificar, capacitar, comissionar e enviar seus vocacionados aos campos carentes do evangelho, sustentá-los dignamente e acompanhá- los como parceiros de uma mesma missão. O segredo do su-cesso na vida cristã e na obra missionária é ser cheio do Espírito Santo (At 1.8b; 4.31; 9.31).

Repensando a Igrejaimposta essa obrigação; e ai de mim se não pregar o evangelho” (1 Co 9.16).

Pensar em Igreja Multi-plicadora, não é pensar em algo novo. Quando Jesus instituiu a igreja tinha em mente a certeza de que pela obediência ao grande man-damento, a igreja alcançaria o mundo. Fica claro para nós que a única estratégia capaz de alcançar o mundo é a multiplicação dos discípulos, que trará como consequência natural a multiplicação de líderes e resultará inevita-velmente na multiplicação de igrejas.

“Nossa igreja não é mais a mesma”

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8 o jornal batista – domingo, 25/09/11 notícias do brasil batista

Myrian Rosário

Em três dias de cele-brações memoráveis, a comemoração dos 140 anos da primeira

igreja batista em solo brasilei-ro reuniu cerca de nove mil pessoas no Espaço de Even-tos da Usina Santa Bárbara, em Santa Bárbara D´Oeste, no interior paulista. Juventu-de, missionários, autoridades políticas e pessoas que se destacaram na história dos batistas estiveram presentes nessa grande festa.

“Aquilo que começou com poucos irmãos norte-ameri-canos tem se multiplicado em todo território nacional. E nós estamos aqui para ce-lebrar essa história. Não po-deríamos começar de outra maneira que não com um culto no qual Missões é a ênfase. Se estamos aqui é porque missionários vieram até nós”, declarou o pas-tor Manoel Ramires Filho, presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP), no discurso de abertura do evento, no último dia 8 de setembro, quando foi realizada a Noite de Missões.

Na ocasião, foi lançado o selo oficial dos Correios e Telégrafos Brasileiros alusivo aos 140 anos dos batistas.

Honrando o passadoA Comissão de Programa

da Festa dos 140 Anos fez uma justa homenagem ao pastor Ebenézer Soares Fer-reira, como o ex-presidente da CBB mais idoso; e à irmã Margarida Lemos Gonçal-ves, como a missionária com

mais tempo de atividade, pela sua contribuição à his-tória dos batistas.

“Estar presente num mo-mento como esse e receber essa homenagem, para mim, significa o coroamento de ati-vidades que outros começa-ram e eu continuei. Quando eu partir, outros levarão essa obra adiante porque a pátria ainda não foi salva por Cristo. Ainda há muito trabalho a ser feito”, analisou a missio-nária Margarida, 84 anos, que trabalha desde 1948 em Tocantins.

DNA BatistaEm sua preleção, o pastor

Irland Pereira de Azevedo, pastor emérito da Primeira Igreja Batista de São Paulo, destacou o DNA Batista.

“Essa celebração não foi constituída só para lembrar os elementos marcantes dos começos da obra batis-ta no Brasil, mas também para reafirmar o nosso com-promisso de evangelizar o Brasil. Embora a primeira igreja batista no Brasil não tenha sido fruto de missões, ela nasceu com a vocação missionária, por isso alcan-çou os brasileiros, dentre os quais o primeiro pastor batista brasileiro, e forneceu membros para a primeira igreja batista missionária, em Salvador. Essa igreja recebeu membros que eram da Igreja Batista em San-ta Bárbara D´Oeste. No início, não havia vocação missionária, mas o DNA missionário se expandiu. Temos em nossa constitui-ção, em nossa natureza, a visão multiplicadora”.

HomenagensO pastor Fernando Bran-

dão, Diretor- Executivo da Junta de Missões Nacionais, apresentou alguns dos mis-sionários da JMN e o pastor Adílson Ferreira, representan-te da Junta de Missões Mun-diais, fez uma homenagem póstuma ao pastor Waldemi-ro Tymchak, que trabalhou durante 29 anos à frente da JMM. A missionária Creusa Ligya Motta Barreto, filha dos missionários pioneiros em Missões Mundiais, pastor . Waldomiro e Ligya Motta, também recebeu uma home-nagem.

“Eu me sinto com os pés na história. É muito forte para mim estar aqui. É uma experiência gratificante”, ob-servou o pastor Josué Mello Salgado, ex-presidente da CBB que aprovou, em 2009, a realização da celebração dos 140 anos da primeira igreja batista em solo bra-sileiro em Santa Bárbara D´Oeste.

Um dos momentos mais tocantes da Noite de Missões foi a apresentação do Coro da Cristolândia, composto por ex-dependentes quími-cos moradores da Cracolân-dia, em São Paulo, agora restaurados pro Cristo Jesus.

Destacando os homens e mulheres que deram do mais precioso de suas vidas para que tivéssemos a de-nominação que temos hoje, o pastor . Valdo Romão, Diretor- Executivo da CBESP declarou: “O trabalho batista começou com Missões: de Santa Bárbara para o nor-te, o sul, o leste e o oeste, proclamando a mensagem

salvadora de Jesus Cristo. Homens e mulheres foram usados para essa obra”.

Lotação esgotadaNa Celebração da Juventu-

de, no dia 9 de setembro, o Espaço de Eventos da Usina Santa Bárbara ficou comple-tamente tomado por jovens, de todas as idades, vindos de todas as partes do país.

“A juventude sempre teve um papel muito importante no sentido de trabalhar, agir e contribuir para que a de-nominação se estabelecesse e se expandisse. Os jovens estão sempre envolvidos nos projetos missionários. Já somos a juventude que faz parte da história hoje e não mais uma promessa para o futuro. Vamos ajudar a continuar escrevendo essa história impactando de verda-de a sociedade, contribuindo para a sustentabilidade e segurança”, disse Ilson Jú-nior, presidente da JUBESP ( Juventude Batista do Estado de São Paulo).

Flechas“A juventude tem que pro-

curar caminhar na direção daquilo que agrada ao Se-nhor. A cada dia temos bus-cado um diferencial através da comunhão, do relaciona-mento e da busca intensa de reconhecer aquilo que Deus tem para as nossas vidas”, comentou o pastor Diego Bravim, presidente da JU-MOC ( Junta de Mocidade), presente ao evento.

Bravim explicou que foram estabelecidos alvos para a Juventude Batista Brasileira, que ele denominou de fle-

chas. O primeiro é que a ju-ventude integre a igreja e seja comprometida com a igreja local, que não seja a juventu-de do futuro, mas a igreja do presente. O segundo: a JBB precisa ser representativa na sociedade, se posicionando diante de tanta inversão de valores, crueldade e injustiça; que os jovens sejam a voz dos que clamam por justiça, semeando o principal, a Pa-lavra de Deus.

Jovens fazendo a históriaA missionária Analzira Perei-

ra do Nascimento, coordena-dora do JMM Jovem, deu iní-cio à sua palavra apresentando fotos de líderes mundiais e da denominação batista quando jovens. Contando um pouco da sua trajetória em missões, ela enfatizou: “O que seremos amanhã será configurado ago-ra. A história nós construímos agora, não podemos viver do passado nem ficar só pensan-do no futuro”.

Ao final, Analzira, que tra-balhou durante 17 anos na África, fez um apelo, suge-rindo uma oração aos jovens: “Deus, não me deixe de fora daquilo que o Senhor está fazendo no mundo”.

A noite foi encerrada com a apresentação da Banda Res-gate, cujos quatro integrantes se converteram numa igreja batista. Cantando músicas que marcaram sua trajetória de 22 anos, o Resgate agra-dou os jovens de todas as idades.

Marco históricoO último dia de celebração

pelos 140 Anos teve início com uma visita à capela que

Celebração dos 140 anos marca momento histórico da denominação

Americanos e brasileiros orginarios da imigração Santuário repleto em exaltação ao Senhor pelos 140 anos dos batistas no Brasil

Descendentes dos pioneiros americanos que fundaram a PIB de Santa Bárbara

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9o jornal batista – domingo, 25/09/11notícias do brasil batista

abrigou a primeira igreja ba-tista em solo brasileiro, lo-calizada, hoje, no chamado Cemitério dos Americanos. No final da tarde do sábado, 10 de Setembro, data exata do nascimento da Primeira Igreja Batista em Santa Bár-bara D´Oeste, um grande número de pessoas esteve na praça, em frente à Igreja Ba-tista Cidade Nova, onde está sendo construído o Marco Histórico, representado pelo Púlpito Batista.

“Estamos em praça pública porque esse é um dos valores dos princípios dos batistas: a liberdade de expressão. Queremos deixar, de for-ma indelével, nesse tempo que celebramos 140 anos da primeira igreja batista em solo brasileiro, a certeza de que para nós é uma grande alegria poder resgatar essa questão de ordem histórica. Irmãos de outra América vie-ram aqui e plantaram a pri-meira igreja batista no Brasil. A nossa missão é levar cada brasileiro a conhecer Jesus Cristo”, discursou o pastor Sócrates Oliveira de Souza, Diretor- Executivo da CBB.

A cerimônia contou com a participação do Coral da Primeira Igreja Batista de São José do Rio Preto, com quase cem vozes.

“Nós não estamos aqui por conta de um marco histó-rico, mas de uma história que deixa um marco”, expli-cou o pastor Valdo Romão, Diretor-Executivo da CBESP, que também apresentou o conceito do marco históri-co: “O Púlpito Batista”. Do púlpito, nestes anos, tem se pregado a Bíblia, que revela

Jesus, o Filho de Deus. O púlpito indica direção, por isso, está sobre os pontos cardeais (Rosa dos Ventos). De norte a sul, de leste a oes-te deste país, vidas têm sido resgatadas, famílias têm sido restauradas, bairros e cidades têm sido impactadas pela proclamação da Palavra de Deus transmitida dos púlpi-tos batistas”. De maneira en-fática pastor Romão mostrou o compromisso prioritário que nós, os batistas, temos: “A pregação da Palavra de Deus”.

Culto SoleneCom a presença de deze-

nas de pastores da denomi-nação, a Celebração Solene teve as participações musi-cais do Coro da PIB de São José do Rio Preto, da Banda da Associação Centro Leste e do Grande Coro de 200 vo-zes formado pelas igrejas da região. A preleção ficou por conta do pastor Carlos Nova-es, da Igreja Batista Barão de Taquara, Rio de Janeiro.

“Espero que consigamos ter uma noção melhor da im-portância que os batistas têm na evangelização do Brasil e, principalmente, na formação dos ideais ocidentais que hoje a sociedade desfruta como democracia, liberdade religiosa e separação entre Estado e Igreja. Esses são princípios que os batistas de-fendem desde que surgiram e essa comemoração é bem importante para realçar isso”, observou o pastor Novaes.

A programação contou ain-da com o lançamento do li-vro “O Marco Inicial Batista”, pela Editora Convicção, de

autoria do pastor Marcelo Santos, da Igreja Batista da Graça, São Paulo.

“Participar dessa celebra-ção é um privilégio muito grande para mim. Não havia melhor ocasião para lançar, oficialmente, o livro ‘O Mar-co Inicial Batista’, que nasceu da minha tese de mestrado, em 2002. São momentos de gratidão e reconhecimento aos que começaram o traba-lho batista no Brasil”, decla-rou o pastor Marcelo.

AutoridadesO prefeito de Santa Bárbara

D´Oeste, Mário Heins, que abriu as portas do Município dando todo o apoio para o êxito das celebrações, esteve presente e demonstrou co-nhecimento da história dos batistas. Estiveram presentes também os vereadores Dani-lo Godoy e Zeca Gonçalves.

“Hoje a cidade de Santa Bárbara D´Oeste se alegra por ter acolhido a comuni-dade batista há 140 anos. Imigrantes norte-americanos que aqui encontraram uma nova pátria e trouxeram a arte de cultivar o algodão e ferramentas agrícolas mais modernas do que o Brasil possuía. Além disso, trouxe-ram significativas contribui-ções na área da educação e da saúde, entre outras. A contribuição dos batistas não foi só para Santa Bárbara, foi para o país. Para nós é uma alegria estarmos fazendo jus-tiça a tudo de bom que essa comunidade evangélica nos trouxe e tudo isso começou em Santa Bárbara D´Oeste”, analisou o prefeito.

A Presidente Dilma Rous-sef, o Governador do Esta-do de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Barros Munhoz, enviaram mensa-gens de felicitações aos ba-tistas do Brasil.

Bastidores históricosNum ambiente permeado

pelas lembranças da traje-tória dos batistas no Brasil, nesses 140 anos de história, figuras que se destacaram por fazer parte desse legado batista estiveram presentes à Celebração Solene. Nos bastidores e no palco, uma celebração do ontem e do hoje com o olhar voltado para o amanhã.

“Essa celebração nos ajuda a firmarmos a importância da nossa imigração e a re-memorar o que os nossos antepassados fizeram pela pátria. Os imigrantes trouxe-ram a nós a Palavra de Deus, cumprindo o ‘ide e pregai’”, destacou Grace McNight Pfaffenbach, presidente da Fraternidade Descendência Americana.

“Temos muito a agrade-cer à dona Betty Antunes de Oliveira. Ela batalhou muito para que a igreja de Santa Bárbara fosse reconhecida como a primeira igreja batista em solo brasileiro. Para mim é uma emoção muito grande estar aqui”, disse Charlotte Estele Vaughan, 82 anos, descendente dos imigrantes fundadores da Primeira Igre-ja Batista em Santa Bárbara D´Oeste. “Trabalhei durante 39 anos, na União Femini-na; dei aulas, por 23 anos

consecutivos, no IBER; tive o privilégio de fazer parte do Conselho da Aliança Batista Mundial, por cinco anos. Fui a primeira mulher brasileira a fazer parte desse conselho; e fui membro da Primeira Igre-ja Batista do Rio de Janeiro, por 33 anos. O pastor dizia que eu fazia parte da história daquela igreja, já que foi o meu tio-avô que indicou uma pensão para o missionário Bagby. O dono da pensão era batista e lá foi organi-zada a primeira igreja, com quatro membros, no dia 24 de agosto de 1884”, expõe Charlotte, numa verdadeira aula de história dos batistas no Brasil, evidenciando a excelente memória.

Impossibilitada de compa-recer à cerimônia, por reco-mendação médica, a autora do livro “Centelha em Resto-lho Seco”, Betty Antunes de Oliveira, que já está com 92 anos, foi representada pelo seu filho, Nelson Ajuricaba Antunes de Oliveira.

“Sinto-me emocionado e honrado em poder transmitir uma mensagem vinda do coração da autora do livro Centelha em Restolho Seco, o registro e o testemunho da epopeia dos primeiros ameri-canos que deixaram sua terra e sua pátria e adquiriram uma nova pátria, trazendo com eles não só o seu entusiasmo, sua dedicação e sua tecno-logia, mas, acima de tudo, a mensagem do evangelho, o qual foi pregado inicialmente nessa região, há 140 anos, e hoje está espalhado, como uma centelha no capim seco, por todo Brasil”, observou Ajuricaba.

Celebração dos 140 anos marca momento histórico da denominação

Indicação do local onde será construído o Marco Histórico dos 140 anos dos batistas no Brasil

Diretor executivo da CBB falando na noite da juventude Coral da PIB de São José do Rio Preto

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Jose Williams Zacarias de Lima, pastorPIB Triunfo, PE

A cidade de Triunfo, no Sertão de Per-nambuco, recebeu, dentro da progra-

mação do Circuito do Frio, de 23 a 30 julho, milhares de pessoas de todas as partes do Brasil, para participar da tradicional e antiga Festa dos Estudantes de Triunfo. O ponto do alto do evento foi a Noite Gospel, na quarta-feira, 27, inserida na programação e dirigida pela Primeira Igre-ja Batista de Triunfo, sob a liderança do pastor Williams Zacarias, Presidente da Asso-ciação Batista do Alto Pajeú e da Ordem do Pastores da Região, quando os cristãos cantaram e proclamaram o Evangelho de Jesus Cristo.

O evento recebeu o apoio do Governo do Estado de Pernambuco, da Fundarpe, da Prefeitura de Triunfo e das Prefeituras da Região, da Associação Batista do Alto Pajeú e da Convenção Batista de Pernambuco.

Mensagens de fé, paz e esperança deram o tom da noite da quarta na 53ª Festa

Um dos eventos Gospel mais es-perados do ano, a c o n t e c e u e m

Agosto, 2011, com uma gran-de explosão de bênçãos e conversões de vidas no ani-versário da Primeira Igreja Batista da Cidade de Itabira - MG, com a presença do Mi-nistério Evangelístico Fonte Sublime (ES).

Segundo o pastor Marcos Vantini , a igreja estava

dos Estudantes e Circuito do Frio, quando as bandas Kerig-ma (PE) e Quatro por Um(RJ), se apresentaram na Praça de Eventos para um público de mais de dez mil pessoas. A cidade mais fria e mais alta do Estado foi invadida por ca-ravanas das cidades do Sertão Pajeú e de outras regiões de Pernam-buco, da Paraíba, do Ceará, da Bahia e de outros Estados.

A irmã Rita de Cássia foi uma das milhares de pessoas que vieram de outras cidades para conferir uma noite de adoração. “Vim de Tabira com um grupo de irmãos. Quis muito participar desta noite; um momento de ouvir boa música e mensagens de Deus para minha vida”, afirmou.

O primeiro grupo a subir ao palco foi a banda PRC6, da PIB de Serra Talhada. Na sequência, foi a vez do grupo de louvor da Igreja Batista Emanuel de Serra Talhada, mas para surpre-sa do público, o grupo de louvor da PIB de Triunfo fez um louvor acústico com uma afinação impecável e um momento emocionan-te quando todos presentes

com grande expectativa da presença do Ministério, que retornou ao Estado de Minas Gerais pela quarta vez. A igreja contou ainda com o apoio da liderança da Convenção Batista do Estado de Minas Gerais na divulgação da programa-ção, bem como emissoras locais da cidade, cuja con-tribuição ajudou no sen-tido de que os resultados resultados ficassem dentro

receberam a benção aara-ônica à capella, levando a multidão a uma verdadeira expressão de alegria e gra-tidão a Deus por estar na-quela noite. Após as apre-sentações de grupos locais, a Banda Kerigma mostrou uma sonoridade com in-fluências da atual MPBE. O nome do grupo vem de um vocábulo grego que significa proclamação. E foi justamente como verdadei-ros mensageiros da paz que os músicos conquistaram o público.

A Banda Quatro por Um, do Rio de Janeiro, fechou o evento numa noite de louvor e adoração a Deus,

dentro das expectativas de muitas vidas se rendendo ao Senhor Jesus Cristo.

O Ministério Fonte Su-b l ime é conhec ido por util izar a tecnologia em suas apresentações: “Pre-tendemos, com o uso das tecnologias, atrair e chamar a atenção das pessoas que estão presentes. Dessa for-ma, as apresentações ficam interessantes”, afirmam os integrantes do Ministério.

os músicos contagiando os presentes com canções dos álbuns “Um Chamado” e “De Volta à Inocência”.

O pastor Williams Zacarias deu as boas-vindas a todos e agradeceu o apoio recebi-do pelas autoridades gover-namentais e da convenção Batista de Pernambuco, na pessoa do Pastor João Marcos Florentino, Secretário-Geral, e dos batistas das igrejas da Região, presentes com seus pastores. O pastor Williams Zacarias ratificou: “ Os ba-tistas são um povo feliz e que acredita que estamos no caminho certo da unidade plena na construção de uma sociedade mais saudável,

O Fonte Sublime tam-bém conta com um quar-teto totalmente jovem e inovador , e mui to a tu -a l izado. Com o auxí l io de um console digital e um sistema de multimídia operado pela integrante Clara, a dupla, formada por Saulo e Rogério, se transforma em quarteto e canta as quatro vozes: 1º e 2º Tenores, barítono e baixo.

onde o Senhor Jesus é o nos-so grande arquiteto. Contu-do, precisamos conquistar mais vidas para consolidar este projeto de Deus para nossa cidade, nossa região, nosso estado e nosso gran-dioso Brasil”.

E encerrou, emocionado, “Eu tenho um sonho de

ver essa região um grande jardim de Deus, onde todos nós seremos cravos e rosas, homens e mulheres regados pelo Santo Espírito. Chegou a hora de avançarmos mais, pois o tempo é implacável. Inexoravelmente temos que lutar, acreditar e, sobretudo, perseverar para impactarmos cada vez mais esta região”.

Os integrantes do Minis-tério são membros da Pri-meira Igreja Batista da Praia da Costa, sendo também conhecidos pelo repertório de músicas gospel univer-sitário e músicas infantis.

Segundo o pastor Marcos, o que o chama atenção é a dedicação e seriedade que existe nas apresentações, o emprego de tecnologias e as claras evidências da unção divina no Ministério.

Batistas evangelizam em Noite Gospel na Festa dos Estudantes no

Circuito do Frio em Triunfo (PE)

Ministério Fonte Sublime realiza trabalho evangelístico em Itabira

Noite Gospel Visão da assistenciaPr Williams Zacarias e o Grupo de Louvor da PIB Triunfo

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11o jornal batista – domingo, 25/09/11missões mundiais

Ailton de Faria – Redação de Missões Mundiais

A Junta de Missões Mundiais prestou uma justa homena-gem ao casal norte-

-americano Mark e Helena Downing, durante culto rea-lizado em sua sede no Rio de Janeiro, no dia 13 de Setem-bro. Durante sua pregação, o pastor Mark fez um resumo sobre a trajetória do casal. Ao longo de 26 anos no Brasil, o casal serviu a Deus através da obra missionária, princi-palmente no treinamento de obreiros transculturais.

Ele nasceu em Seattle e ela na Califórnia (EUA). Mark era de uma família não crente, mas, aos 14 anos, teve um en-contro com Jesus que mudou a sua vida. Em 1975, o casal foi para Adis Abeba, a capital da Etiópia, África. Na ocasião, o país estava em guerra civil. Ali, durante dois anos, tra-balharam como professores de filhos de missionários. A escola fechou, por causa da guerra, e eles tiveram que voltar para os Estados Unidos.

Em 1985, vieram para o Brasil e estudaram português em Campinas/SP. Depois fo-ram para Mato Grosso, onde passaram 15 anos lecionando no Seminário Teológico Ba-tista de Campo Grande. Com

a ajuda do pastor Sebastião Lúcio Guimarães, montaram o Curso de Missões naquele Seminário, onde deixaram 52 alunos matriculados.

Depois, em 2002, o pastor Waldemiro Tymchak, então Diretor-Executivo da Junta de Missões Mundiais, os convidou para ajudar na preparação de missionários no Centro Integra-do de Educação Missionária – CIEM, pois são especialistas na área de Aconselhamento Cris-tão. Durante o tempo que tra-balhou com Missões Mundiais, o casal realizou um excelente ministério de aconselhamento e orientação vocacional aos candidatos à obra missionária, com especial cuidado aos jo-

vens do Projeto Radical África – Voluntários Sem Fronteiras. No dia 15 de Julho, eles deram suas últimas aulas como pro-fessores voluntários do curso transcultural de missões da JMM no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), no Rio de Janeiro.

“Viemos ao Brasil para amar, viver e servir aos brasileiros com o amor de Cristo. Tam-bém aprendemos muito com vocês! Queremos, juntos, ajudar a fazer a diferença no evangelismo mundial. Mas, para isso, é preciso continu-ar investindo no trabalho de evangelização. As pesquisas mostram que missionários, com um bom preparo, fazem

a diferença. Agradecemos à Junta de Missões Mundiais por participarmos do treinamento de seus missionários, embora saibamos que não poderíamos tê-lo feito, pois somos pessoas comuns. Mas Deus chama as pessoas comuns, como nós, para fazer a Ssa obra. É ele quem nos capacita”, afirmou o pastor . Mark Downing.

Ao final do culto, o pastor Lauro Mandira, Gerente de Missões da JMM, entregou ao casal uma placa de agradeci-mento, em nome da Conven-ção Batista Brasileira pelos trabalhos realizados no Bra-sil, e disse: “Os irmãos dei-xaram uma marca em nossos corações que vai permanecer

para sempre, principalmente no treinamento de novos missionários”. A professora Helena também agradeceu e externou a alegria do casal aos brasileiros: “Vocês esta-rão para sempre em nossos corações”, disse ela. Logo em seguida, o diretor do Curso de Treinamento de Missio-nários do STBSB, Pr. Henrich Friesen, orou pelo casal.

Com certeza, o casal de misssionários Mark e Helena Downing retornou para sua terra natal, os Estados Unidos da América, no dia 14 de Setembro, com o sentimento de que sua missão foi ple-namente cumprida em solo brasileiro.

Casal Downing: 26 anos de dedicação a Missões Mundiais

Pr. Friensen orou agradecendo pelo ministério do casal no Brasil Casal missionário Pr. Mark e Helena Downing

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OBITUÁRIO

12 o jornal batista – domingo, 25/09/11 notícias do brasil batista

João Soares da FonsecaPastor da PIB do Rio de Janeiro

A partida súbita de S é r g i o L o m b a , ocorrida a 12 de julho de 2011, aos

67 anos, deixa o mundo emocionalmente mais triste, moralmente mais pobre e espiritualmente menos fer-voroso. Sérgio Antônio Lessa Lomba nasceu e viveu toda a sua vida na cidade do Rio de Janeiro, com exceção dos quatro anos em que cumpriu o mandato de deputado fe-deral (PDT-RJ) em Brasília ( 1983- 1987).

Equipe JBB

Segundo o IPEA (Ins-ti tuto de Pesquisa Econômica Aplica-da), o Brasil é o país

com possibilidade de ter o maior pico de popula-ção jovem (entre 15 e 29 anos), podendo chegar a 51 milhões entre 2010 e 2011. Como JBB (Juventu-de Batista Brasileira) com-preendemos esta realidade e estamos engajados em proporcionar a esses jo-vens um encontro pessoal com Jesus Cristo, que re-sultará em salvação eterna e presente. Para isso, en-tendemos ser necessária a presença de jovens cristãos na sociedade expressando em seu cotidiano o caráter de Jesus Cristo. No entan-to, vemos como essencial para a real ização desse objetivo a existência de pastores e líderes de jovens e adolescentes dedicados e capacitados.

Sabemos da nossa respon-sabilidade nesse processo e por isso, estamos relan-çando a Revista Juventude. Com novo formato, o foco dela será atender com seu conteúdo a realidade do líder de juventude. A idéia é que, ao ler a revista, aquele que lidera o ministério com jovens ou com adolescentes encontre ferramentas para

Advogado e empresário, Lomba dominava, como pou-cos, a arte de fazer amigos. Era impossível conhecê-lo e não gostar dele, como tam-bém era impossível estar com ele sem rir gostosa e demo-radamente. Espírito muito bem-humorado, era uma referência de pai, marido, amigo e irmão em Cristo. Vá-rias vezes, os filhos, já adul-tos, o surpreenderam na sala dançando romanticamente com a esposa Jurema, a quem amava profundamente e a quem deixou uma linda de-claração de amor por escrito.

Lomba es tava sempre de bem com a vida, por-

que estava muito bem com Deus. Converteu-se e foi batizado em 1961 na Igreja Batista de Cascadura, pelo Pastor Eduardo A. Klawa, igreja em que permaneceu até 2006, quando se trans-feriu para a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro. Em 30 de Dezembro de 2010, último dia de tra-balho do ano na empre-sa, examinando o livro de vendas, Lomba repassava as bênçãos recebidas de Deus. Eram tantas , que não resistiu: escreveu ali mesmo, na última página do livro, esta oração de gratidão a Deus:

“Como agradecer a fide-lidade do nosso Grandioso Deus?

Ano após ano Bênçãos e mais Bênçãos.

Tu és Fiel Senhor, nosso Pai Celeste.

Em nome de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a família Lomba agradece esse amor e cuidado.

Rumo a 2011 e em busca de novas conquistas e novas vitórias.

Os passos dos homens bons são confirmados por ti, oh! Nosso Grandioso Deus.

MUITO OBRIGADO”.O exemplo de uma vida

incorruptível, ao ponto de

voltar de Brasília ao final do mandato com as mãos vazias, porém limpas, é herança va-lorosa que Sérgio Lomba dei-xa aos familiares, parentes, funcionários de sua empresa, amigos e irmãos em Cristo. Sua filha Deliane contou-me, com olhos umedecidos, que várias vezes o viu ajoelhado ao lado do leito, orando fer-vorosamente a Deus. Quer herança maior?

desenvolver o trabalho em sua igreja. Em função desse objetivo, desde a redação até o conselho editorial da revista, todos os envolvidos estão ligados diretamente ao trabalho com jovens e adolescentes em suas igrejas e, por isso, podem impri-mir um pano de fundo com questões e dúvidas que sur-gem em meio ao trabalho e que em geral estão distantes demais daqueles que lidam com elas apenas na teoria.

No entanto, é preciso di-zer que a Revista Juventu-de não pode ser mais uma iniciativa isolada. Toda a liderança precisa se envol-ver nesse projeto dando sua opinião, sua crítica e assinando a revista. Essa notícia precisa se espalhar, e nós contamos com você para isso. Se você é o pas-tor titular, assine para o seu líder; e se você é líder ou pastor de juventude, assi-ne e distribua para a sua liderança.

Pedidos e assinatura po-dem ser feitas pelo site: www.juventudebat i s ta .com.br/revista ou pelo te-lefone: (21) 2157-5599.

A Revista Juventude é bem mais do que uma sim-ples revista. Ela é uma ferra-mente para a evangelização da juventude brasileira, que é responsabilidade de todos nós.

Nova Revista Juventude desafia os jovens

A herança incorruptível que Sérgio Lomba deixou

Sérgio Antônio Lessa Loba

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13o jornal batista – domingo, 25/09/11notícias do brasil batista

Pr. Anderson Barbosa

Nos dias 19 a 21 de Agosto de 2011 foi realizado na Igreja Batista Je-

rusalém, sob coordenação dos jovens Weslley Emerick e Denisy Farias, o II Con-gresso Missionário da JU-BAX (Juventude Batista da Associação Xingu). Sob o

tema e divisa da campanha de Missões Nacionais desse ano - “Minha vida, Impacto para a nação”-, (At 17.6b). O congresso teve representan-tes de onze igrejas da região e foi uma grande bênção para a vida de todos os par-ticipantes.

O missionário Anderson Barbosa falou sobre a respon-sabilidade de fazer o nome

de Deus conhecido a todas as nações, mostrando que Abraão não foi apenas “esco-lhido”, mas “escolhido para” ser benção para todas as na-ções, a começar pela de Isra-el, que na época do grande patriarca ainda engatinhava. Assim como o povo de Israel foi escolhido para que as outras nações conhecessem ao Senhor, assim é a ordem

de Cristo para sua igreja em todo tempo e lugar.

O jovem Francisco Helder Cardoso, pastor de jovens da Igreja Batista Equatorial e presidente da Juventude Batista do Pará (JUBAPA), disse à juventude que para impactar a nação é preciso primeiramente ser impactado e ter convicção de que se serve a um Deus verdadeiro.

Falou ainda sobre a necessi-dade de “saber quem Deus é; quem você é; e o que Deus quer para sua vida”. A partir dessas abordagens, mostrou que a juventude não é fruto do acaso e que os jovens fo-ram chamados para mudar a sua geração com a Palavra de Deus e que tudo que fazem devem ser feitos para a Glória do Senhor.

II Congresso da Juventude Batista Xingu (JUBAX)

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sexta-feira, 12 de agosto de 2011 15:11:15

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14 o jornal batista – domingo, 25/09/11 ponto de vista

Redação OJB

Carlos Alberto Cacau de Brito é advogado militante nas causas sociais, especial-

mente na defesa dos exclu-ídos. Bacharel em Teologia pelo Seminário do Sul, é membro atuante da Igreja Ba-tista do Recreio dos Bandei-rantes, Rio. Nesta entrevista, ele fala sobre suas atividades como um dos diretores do Procon, entidade com forte e decisiva atuação na defesa dos direitos do consumidor.

OJB: O que é e o que faz o Procon?

Cacau de Brito: O Procon é uma entidade estadual, criada há 20 anos por uma lei fede-ral. É uma instituição ligada à Secretaria de Estado de Justiça, No Rio, a partir desse ano, ele passou a ser uma autarquia, com autonomia estrutural e operacional. Para este ano, está previsto um concurso para a admissão de 200 novos funcionários. A área de consu-midor é muito rica. Da compra de um alfinete à de um avião, tudo isso está ligado à ela. No Rio de Janeiro, temos a previ-são de atender 150 mil pessoas até o final do ano.

OJB: Então, às vezes uma simples informação resolve o assunto?

Cacau de Brito: Orienta-mos primeiramente o recla-mante a procurar a empresa. Se não tiver êxito deve pro-curar a ouvidoria. Só em caso de novo insucesso, deve ir ao Procon. Hoje, as empresas têm ouvidorias interessadas em que os problemas sejam resolvidos internamente, en-tre as partes, sem recursos à instâncias externas.

O Procon é um orgão admi-nistrativo, cuja competência é tentar um acordo entre as par-tes envolvidas, antes de partir para o judiciário. O perfil do consumidor que procura o Procon é o da pessoa de bai-xa renda. No judiciário, ela recorre em geral aos tribunais de pequenas causas.

OJB: Quais são as áreas que dão mais trabalho ao consumidor?

Cacau de Brito: As áreas de telefonia são recordes em todos os Procons nacionais. Tem também a questão dos planos de saúde. Existem muitos casos relacionados com a propaganda enganosa.

OJB: O Procon tem carti-lhas para o consumidor?

Cacau de Brito: Estamos elaborando um novo mate-rial didático para escolas e comunidades. Vamos até às comunidades e ficamos lá por tempo indeterminado para atender à população, porque muitas vezes as pessoas não têm dinheiro sequer para irem até o Procon. Hoje existem dois Procons-móveis, que saem para dar atendimento às comunidades. É um trabalho estritamente de cidadania.

OJB: Quais os passos que uma pessoa que está se sen-tindo lesada deve dar segun-do o atendimento do Procon?

Cacau de Brito: O primeiro passo é procurar a empresa com a qual ele fez um contra-to. Em seguida, a ouvidoria, como já referido. As peque-nas empresas geralmente não tem ouvidoria, mas um departamento para tratar des-ses assuntos de satisfação do consumidor. Porém, em

geral as pessoas vão direto ao Procon.

OJB: O Procon oferece um assessoria jurídica?

Cacau de Brito: Trabalha-mos com um corpo jurídico, com no mínimo cinco postos na cidade. A pessoa não tem gasto algum, pois já terá um advogado não só para orien-tá-la, mas, se necessário, para abrir um processo e marcar a audiência com a empresa. Esta vai com seu preposto e geralmente ali se procura uma conciliação.

OJB: E as empresas dirigi-das por evangélicos? Há mui-tas reclamações contra elas?

Cacau de Brito: Existem ca-sos, isso é natural, a empresa que está no mercado comete lamentavelmente atos inde-vidos, então elas não estão isentas, às vezes, de tratar uma pessoa não dignamente.

OJB: Considerando que o senhor é um político militan-te, qual o principio que deve nortear o político cristão?

Cacau de Brito: Ele tem que ser um indivíduo ex-tremamente ético, como político, como cidadão e como profissional. Tenho muito temor e tremor no sentido de não agir como qualquer outra pessoa que não tenha esse compromisso com Deus. A igreja precisa ter seus representantes, não para defender os interesses da igreja local, mas os de toda a sociedade. Precisa-mos de homens dignos, fa-zendo leis justas e lutando para que elas sejam cumpri-das em relação a qualquer tipo de cidadão, sem qual-quer discriminação.

OJB:– Já houve casos de pessoas que procuraram o Procon na qualidade de con-sumidores para se queixar de alguma igreja?

Cacau de Brito: Não co-nheço no Procon nenhu-ma relação entre igreja e o consumidor, mas sei que na justiça temos hoje muitas ações contra igrejas. Mais, inclusive, do que se possa imaginar.

OJB – Como a pessoa pode ter acesso ao Código do Con-sumidor?

Cacau de Brito – Hoje nós temos pouca quantidade,

mas estamos tentando atuar através de outras organiza-ções, inclusive a Câmara dos Deputados. Queremos in-formar o cidadão sobre seus direitos e e deveres como consumidor. Formamos re-centemente, numa parceria do Procon com a Fundação Getúlio Vargas, uma turma de 250 meninos das comu-nidades do Jacarezinho e da Rocinha a respeito da legislação do consumidor, para que possam, além das informações pessoais, passar isso para suas comunidades. Existe ainda um número mui-to grande de pessoas que não procuram o Procon por falta de conhecimento.

Carlos Alberto Cacau de Brito

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15o jornal batista – domingo, 25/09/11ponto de vista

Isaltino Gomes Coelho Filho

Segunda parte da pales-tra proferida durante o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas

do Brasil, Secção Pará.

4. Porque temos espaço para discordância

Aqui vou além. Sou batista e da Convenção Batista Brasi-leira. Abrigamos calvinistas e arminianos. Pré, pós e amile-nistas. Lecionei em um semi-nário batista de outro grupo. Fui respeitado e os respeitei, mas teria dificuldades em ser daquele grupo porque ele é declaradamente prémilenista. Mas éramos batistas, com um corpo doutrinário em comum muito maior do que pontos específicos. Preguei em al-gumas igrejas deles e muitos deles, quando de férias, iam à minha igreja. A amizade se ampliou a ponto de relacio-namento doméstico, entre famílias.

O sistema de governo ecle-siástico batista é congregacio-nal. Neste sentido, as igrejas são confederadas em con-venções que não têm poder jurisdicional sobre elas, mas que devem submeter-se à voz delas. No sistema batista, a base pode mudar a cúpula. Isto garante espaço para dis-cordância, o que é mais difí-cil em sistemas eclesiásticos de administração piramidal descendente, em que a au-toridade emana de cima para baixo. Nosso modelo traz certa desordem, quando a vaidade fala mais alto que o espírito de solidarieda-de, mas impede o domínio de uma pessoa ou de um grupo. Na assembléia local, cada batista é um voto. Na assembléia associacional ou convencional, a maior e mais rica igreja não tem domínio sobre as igrejas menores e mais pobres. A proporciona-lidade pode parecer domínio, mas não é e manifesta justiça. Os problemas que surgem

por manipulação e pressão em bastidores (ou mesmo em público) devem ser atribuídos a pessoas, que são más e pe-cadoras, mas não ao sistema. Qualquer sistema oferecerá problemas, porque será usa-do por homens pecadores. Mas o sistema congregacio-nal e confederado, além de bíblico, é equilibrado.

5. Porque temos possibilidades de cooperação

Cooperação sempre foi uma palavra chave entre nós. Nenhuma igreja, em particu-lar, poderia manter o que a Convenção Batista Brasileira mantém em termos de mis-sões mundiais e nacionais. Nenhuma igreja, em parti-cular, poderia manter o tra-balho de missões estaduais, como nossas convenções mantêm. Temos mecanismos de promoção do reino que funcionam muito bem quan-do nos agrupamos. Por isso que cooperação nos é fun-damental. Sem ela ficamos mutilados.

Vivemos numa época de fragmentação e de culto ao “eu”. A cooperação tem ce-dido lugar ao individualismo, tanto de pessoas como de igrejas. O culto ao “eu” é pecado, mas tem sido visto como virtude. Parece até uma negação de Gálatas 2.20: “Não mais Cristo, mas EU”. Assim temos uma do-ença chamada “umbiguite”. Foge-me a memória neste momento, por isso não posso afirmar se é de Packer ou de Tozer a expressão “adora-dores de umbigo”. Aplica-se ao obreiro e à igreja que olham apenas seu ministé-rio, em egoística alienação. É a mesma idéia de Marrou, que na sua obra Teologia da história, fala do homem que cultiva seu jardinzinho, sem noção de história, buscando apenas ser beneficiário do processo social. É a visão de si mesmo e o olhar ao grupo

com a pergunta: “O que eu ganho?”. Talvez a pessoa tenha noção de história, mas da sua história pessoal. Este me parece ser um dos maio-res problemas batistas, hoje: a perda de uma visão históri-ca global e o enxergar apenas sua história. Isto permeia a denominação, com obrei-ros que nunca se ajuntam, nunca somam, porque vêem apenas seu ministério. Estão decididos a brilhar e a serem figurões. Querem ter “seu” ministério, e não fazer de seu trabalho um ministério que se ajunte aos demais. Esta atitude também permeia as igrejas, com tanta gente que está preocupada com sua vida, e não com o reino de Deus em geral. A visão, tanto do obreiro como do mem-bro de igreja, nestes casos, é utilitária: quais os benefícios que recebo? Quem tem uma visão histórica do grupo com o qual está envolvido tem atitude doadora e até mesmo sacrificial. Falta, a muitos de nós, a visão de grupo. Falta corpo e sobra umbigo. Há muito personalismo e pouco envolvimento com os demais.

A ênfase em si mesmo é muito problemática. E por vezes é justificada porque o obreiro não confia nos de-mais e tem uma indulgente e até excessiva imagem de si mesmo. Ele se superdimen-siona. Isto, além de prejudi-car os demais, pode trazer dificuldades para o autocon-fiante. Chesterton comenta uma observação do editor de seus livros, apontando-lhe uma pessoa: “Aquele homem vai progredir; ele acredita em si mesmo”. Chesterton respondeu: “Quer saber onde ficam os homens que acredi-tam em si mesmos? Eu sei. Sei de homens que acredi-tam em si mesmos com uma confiança mais colossal que a de Napoleão ou César… Os homens que acreditam em si mesmos estão todos em asi-

los de lunáticos”. É o culto a si mesmo, a supervalorização de si, de uma maneira que raia à megalomania. Não é virtude. É doença.

Preguei em igrejas batistas em outros países. Senti-me realizado em ver que fazia parte de um grupo mundial. Que tinha irmãos na fé e na doutrina, no mundo in-teiro. É bom saber que fa-zemos parte de um todo, e que podemos colaborar com o todo, em todo lugar. A visão de umbigo prescinde de cooperação, alimenta a vaidade e prejudica a obra como um todo. Como ba-tistas, podemos cooperar. Fazemos parte de um projeto mundial. Fiquei muito como-vido quando fui à Altamira, e vi o trabalho desempenhado pelos irmãos daquela região. Esta comoção se renovou quando estive em Uruará. Como é bom fazer parte de um grupo e poder cooperar com o grupo! O ermitão tem problemas sérios. O ermitão eclesiástico também. Evite-mos o isolacionismo. A vida em grupo nos enriquece.

6. Porque temos futuro

Não somos uma deno -minação fracassada. Nem liderada por pessoas sem competência. Nem ainda um grupo sem conteúdo. A denominação batista brasi-leira tem futuro, porque tem rumo, conteúdo, mostrou que sabe superar crises, e não se fossilizou. Temos efetuado mudanças, não de essência, mas de embalagem. Supera-mos crises como as das juntas que faliram, de colégios que foram mal, seminários com problemas financeiros e lide-rança que estava deixando a desejar.

Creio na existência do Ma-ligno e de seu poder e in-teresse em estorvar o povo de Deus. Ele é nosso maior inimigo. Depois dele, somos nós mesmos e nossa dificul-dade de convivência, que me

parece grave indício de baixa espiritualidade.

Entrei no seminário em 1968, ainda adolescente. Desde aquela época ouço coveiros da denominação falando do seu fim. Os co-veiros eram obreiros com prazo de validade. Foram fazer outra coisa na vida e a denominação continuou. Exatamente porque é um projeto sério, que as falhas humanas não conseguem su-focar. Voltamos ao início: ela não repousa sobre pessoas ou estruturas, mas sobre prin-cípios e valores eternos. Há falhas porque é tocada por pessoas, mas uma denomi-nação que, no Brasil, no deu homens como José dos Reis Pereira, João Filson Soren, Éber Vasconcelos, Werner Kaschel, Luis Sayão, Wal-demiro Tymchak, Fernando Brandão, e mulheres como Beatriz Silva e Margarida Gonçalves, sem dúvida que merece respeito. Deu gente de valor, dá gente de valor e dará gente de valor.

Temos futuro porque não pertencemos a um povo ir-risório, mas a um povo de valor, e que tem tudo para continuar sua marcha, fazen-do correções de rota que se tornarem necessárias.

CONCLUSÃO

Esta palestra, deu para no-tar, é uma declaração de amor à denominação. É tam-bém uma renovação de mi-nha confiança em meu povo, e de reiteração de meu en-volvimento com ela. Quero convidá-los a declararem seu amor à denominação que os recebeu e lhes dá oportuni-dades de servir a Cristo. E de renovarem sua confiança e reiterarem seu envolvimento com ela.

Há problemas? Sim, há. E muitos. Mas ao invés de recla-mar e de apedrejar, coloque-mos os ombros sob a carga, e trabalhemos com afinco. Ela merece isso de nós.

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