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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXI Edição 34 Domingo, 21.08.2011 R$ 3,20 “Agosto de Deus” é um dos textos que desafiam os jovens batistas brasileiros em seu mês comemorativo(p. 12). O editorial desta edição aborda igualmente o tema da responsabilidade da juventude batista no cumpri- mento de sua missão como sal e luz em tempos de mudanças aceleradas e preocupante inversão de valo- res (Página 2). Integração e cooperação são objetivos- chaves na proposta de realinhamento estratégico aprovada pelo Conselho Geral da CBB em sua recente reunião administrativa, de 8 a 11 de Agosto, no Rio. O resultado final é fruto de amplas discussões levadas a termo pelos diversos Grupos de Trabalho e pelo plenário do Conselho (Páginas 8 e 9). Mês da Juventude convida à reflexão Conselho aprova novo Planejamento Estratégico da CBB Plenário atento à exposição feita por Fernando Brandão, diretor executivo da JMN.

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1o jornal batista – domingo, 21/08/11?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIEdição 34 Domingo, 21.08.2011R$ 3,20

“Agosto de Deus” é um dos textos que desafiam os jovens batistas brasileiros em seu mês comemorativo(p. 12). O editorial desta edição aborda igualmente o tema da responsabilidade da juventude batista no cumpri-mento de sua missão como sal e luz em tempos de mudanças aceleradas e preocupante inversão de valo-res (Página 2).

Integração e cooperação são objetivos-chaves na proposta de realinhamento estratégico aprovada pelo Conselho Geral da CBB em sua recente reunião administrativa,

de 8 a 11 de Agosto, no Rio. O resultado final é fruto de amplas discussões levadas a termo pelos diversos Grupos de Trabalho e pelo plenário do Conselho (Páginas 8 e 9).

Mês da Juventude convida à reflexão

Conselho aprova novo Planejamento Estratégico da CBB

Plenário atento à exposição feita por Fernando Brandão, diretor executivo da JMN.

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2 o jornal batista – domingo, 21/08/11 reflexão

E D I T O R I A L

parte de seu universo como “público-alvo”, numa de-monstração de que o “mer-cado” é quem dita os rumos de sua caminhada. Um an-tídoto para essa espécie de “envenenamento por seg-mentação” é a compreensão de que pensar juventude e velhice em termos meramen-te cronológicos é uma forma de envelhecimento preco-ce. A propósito, cabe ouvir o apóstolo: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo”(Gl 3.28). Em Cristo, enfim, não há jovem nem velho.

Outra advertência refere-se à autoconsciência do jovem que, em nossa época, se en-contra no epicentro de uma brutal inversão de valores decorrente do desprezo aos valores bíblico-cristãos em uma sociedade hedonista e desumanizada. Em estudo fa-moso, Hannah Arendt cunhou o conceito de banalização do mal. Dependendo de como

todestruição e na preparação para o momento quando só a segunda continua trilhando a estrada da vida.

Experiência é, antes de tudo, uma questão de me-mória. Por motivos típicos de sua faixa etária, o jovem tende a não valorizar essa dimensão do tempo. Sem a compreensão da importância do passado e da orientação vinda de quem já caminhou mais, esse jovem se embriaga na ilusão de que o mundo só começou a existir quando ele nasceu. Em outros tempos, as histórias e conselhos que os velhos transmitiam no âm-bito da família serviam para lembrar aos mais novos que as coisas vinham de muito longe, remontando a Deus. Nas megalópoles, essa me-mória viva deixou de existir, sendo substituída por outros registros.

Apesar da variedade e abundância dos dados dis-poníveis, é preocupante o fato de que muitos jovens só conhecem aquilo que faz

Em um de seus roman-ces, Garcia Márquez observa que a experi-ência só nos alcança

quando já não podemos nos beneficiar dela. Ilustração exata seria a do atleta no fim da competição, quando a ca-beça sabe exatamente o que fazer mas as pernas já não obedecem. O esgotamento físico se encarrega de cor-tar as conexões entre quem manda e quem já não conse-gue cumprir. Na vivência da fé cristã, contudo, as coisas podem e devem passar-se de forma diferente: tanto é possível esperar que pernas cansadas continuem a correr, quanto é possível crer que a experiência chegue a nós quando ainda temos tempo e saúde para gozarmos de seus benefícios. Não é por outra razão que o Eclesiastes adverte para a necessidade do equilíbrio entre o desfru-tar a vida e o lembrar-se de Deus(12.1). Força e experiên-cia se aliam para evitar que a ânsia de viver provoque au-

as coisas são vistas, o mal se torna uma coisa tão banal na sociedade que sua prática não passa de um exercício bu-rocrático a ser praticado por qualquer pessoa – a começar pelas que não suportam a idéia de fazer ou deixar de fazer algo na contramão da maioria bem comportada. O jovem de hoje precisa ter em mente duas coisas essen-ciais: 1) A ausência de limites baseados na conveniência cristã pode ser o padrão de muitos, menos daqueles que se deixam reger pela obediên-cia ao Senhor de todos. 2) A aceitação resignada ou cínica dos valores de uma sociedade corrupta e perversa é tão ou mais grave quanto o ato final da prática dos pecados catalo-gados como inaceitáveis por essa sociedade.

E, a partir disso, não se tor-na tão complicado radicalizar a experiência da fé, come-çando pela adesão ao básico da proposta cristã: viver pela fé que opera por amor na esperança da glória divina.

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Rua Senador Furtado, 56 - CEP 20270-020 - Rio de Janeiro - RJ).

Cartas dos [email protected]

Meditações diárias

• Parabéns! Que Deus abençoe ricamente esse site. Que através dessas mensa-gens possamos alcançar vidas de pessoas que estão distan-tes de Deus (comentário feito sobre as meditações diárias que passaram a ser publica-das no Portal Batista).

Célia Aparecida dos Santos Ferreira, pelo Portal Batista - www.batistas.com

• Parabéns! Que Deus con-tinue os inspirando, para que sejamos abençoados. Frater-no abraço (comentário feito sobre as meditações diárias que passaram a ser publica-das no Portal Batista).

Maria José Santana, pelo Portal Batista - www.batistas.com

Homens batistas realizam congresso

• Sou pastor titular da Primeira Igreja Batista em

Imperatriz (MA) e quero parabenizar os homens ba-tistas valorosos e guerreiros de Deus que estiveram no 10° congresso em nossa igreja. Eles deixaram um re-sultado magnífico em todos os aspectos. Vamos manter este trabalho firme e cres-cente. Um grande abraço a todos (comentário sobre matéria publicada na edição

de O Jornal Batista de 26 de junho).

Josimar Rodrigues costa, pelo Portal Batista - www.batistas.com

Muçulmano entrega vida a Jesus

• Um lindo testemunho que faz nossas orações e ofer-

tas valerem a pena. Louvado seja Deus (comentário sobre matéria publicada na edição de 24 de julho de O Jornal Batista).

Valquiria Neves, pelo Portal Batista - www.batistas.com

Despertar 2011

• Sou grato a Deus pela honra que me concedeu de servi-lo ao lado destes imen-suráveis líderes, pastor Sérgio Pimentel e pastor Diego Bra-vim, ainda quando estavam na Juventude Batista Capixa-ba. Percebo duas verdades bíblicas se cumprirem: a fide-lidade de Deus para com es-tes servos e o amor pela obra inerente a estes obreiros.

Como jovem batista brasi-leiro, creio que continuamos em boas mãos (comentário sobre matéria publicada na edição de 31 de julho de OJB).

Janderson Mota, pelo Portal Batista - www.batistas.com

Sabedoria jovemO JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIO DE REDAÇÃOOthon Oswaldo Avila Amaral(Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do CarmoLelis Dutra Moura

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio(21) 2223.8510

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3o jornal batista – domingo, 21/08/11

MAIS QUE UMA BÍBLIA DE ESTUDO, É UM MANUAL DEVIDA, RICA EM INFORMAÇÕES DOUTRINÁRIAS. www.geograficaeditora.com.br

A Bíblia de Estudo do Discípulo possui uma forte ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e o desenvolvimento de cada uma delas ao longo da história.

Única - esta é, sem dúvida, uma das palavras mais apropriada para definir a Bíblia de estudo do discípulo. Sua ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e a estruturação de cada uma delas ao longo da história torna esta obra um extraordinário recurso no processo de discipulado, seja qual for o estágio de desenvolvimento do cristão.

reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

uem ganhou o jogo hoje à tarde? Você viu o gola-ço que o ... fez?

Como está a classificação do campeonato...? Mas ainda há esperança para o …, pois o jogo da próxima quarta feira o .. vai perder, já que jogará no campo do adversário e o juiz é o ... Estas e outras perguntas e afirmativas que ouço todos os domingos, confesso, me enojam. Não! Não sou contra futebol ou outra qualquer prática esportiva. Gosto de ver um bom jogo com técnica apurada. Admiro os esportis-tas, especialmente aqueles que mantêm vida equilibrada ante a fama, a adoração dos seus adeptos e a fortuna que acumulam. O Brasil tem uma plêiade de atletas, alguns de competições individuais, que nos dão orgulho. Isto sem contar aqueles que não são atletas e não aparecem na mídia, mas são excelentes, não no futebol, mas nas artes.

Mas ao ver a euforia de alguns salvos, desconfio que algo está errado, não com o futebol, mas com os salvos. Não são apenas as ovelhas, pois convivo com bons líde-res e pastores que respiram mais futebol do que a Palavra

de Deus. Chegam às reuniões eufóricos com os resultados do último jogo. Com as de-cisões, não de pecadores por Cristo, mas do seu time de futebol. Sinto-me um ET em algumas reuniões e con-gressos. Gostaria de pastore-ar uma igreja que tivesse a paixão, a dedicação, a garra, a disposição, a fidelidade e comprometimento dos tor-cedores de alguns times de futebol. O Brasil seria evan-gelizado em um mês.

Tempo houve em que o do-mingo era consagrado como o Dia do Senhor. Os salvos o aguardavam com ansiedade para comparecer aos cultos e fortalecer a comunhão com os demais salvos. De Bíblia e hinário em punho, a família comparecia aos cultos. Todos eram alunos da EBD e havia prazer em estudar a Bíblia. O culto era culto, não barulho. Hoje alguns ouvem a trans-missão da fórmula Indy, ou acompanham pelo celular o desenrolar de uma partida do time favorito, enquanto o culto se processa. Os adoles-centes, filhos de tais salvos, disputam joguinhos na gale-ria, usando o celular. Depois dizem que compareceram aos cultos - mas não cultua-

ram. Crescimento espiritual? Nulo! Testemunho? Negati-vo! São membros de igreja problemáticos e infiéis. Ge-ram filhos para povoar o in-ferno. São salvos que não se contentam com os seis dias da semana para trabalhar. “Precisam” do Dia do Senhor para completar o sustento, que nunca é suficiente, pois onde a infidelidade impera a miséria sempre está presente. Não aprendem a depender de Deus. Insatisfeitos, nun-ca conseguem realização própria.

Na época das festas juninas ou julinas, não conseguem dizer não ao patrão ou ao diretor da escola. Lá estão eles administrando barracas de “santo” Antônio, “são” João e “são” Pedro. São uns “quebrados” a mais, pastor... Quebrados mesmo, pois nada acrescentam. Quebram o tes-temunho ao apoiar a idolatria e servir ao ”santo”. Quebram a oportunidade de dizer ao patrão, aos colegas profes-sores, que, como salvo, não sirvo a “santos” e a ídolos. Mas, pastor, não posso dizer não! Como não? Ninguém é obrigado a trabalhar fora do horário contratual. Tampouco a servir a algo que vai contra

a consciência cristã. Ao dizer não, estou confirmando que tenho valores norteadores na vida, que superam qual-quer compromisso com os modismos que integram a sociedade. Também não vou providenciar atestado médico, para dizer que estava doente.

Quando o crente não con-segue ser luz nas trevas em que está inserido e não con-segue salgar a sociedade em decomposição, precisa ser ser lançado fora, afirma o Senhor Jesus( Mt 5.13-16). Ser com-promissado com Jesus exige preço elevado e disposição em marcar presença.

O que mais entristece é verificar que os filhos de tais “salvos” vivem distantes da graça de Cristo. Alguns se tornaram membros da igreja, mas não são salvos. Não há culto em família. As nove-las não deixam. Não lêem a Bíblia, pois não há tempo e tampouco exemplos no lar. Antenados em sites imorais, nas corridas da madrugada, nos jogos da tarde e nas ba-ladas, não sobram tempo e espaço no cérebro para me-ditar em Cristo. O tempo se encarrega de revelar o resul-tado do abandono do Dia do Senhor e da comunhão com

Deus. Filhos desajustados. Gravidez precoce. Drogas e vícios. Divórcios que acompa-nham a família com maldição permanente. São alguns frutos da semeadura feita ao logo dos anos. Cumprem-se as palavras de Gálatas 6:7-8: se-meou, cultivou, adubou, logo não há como se decepcionar com os frutos.

Alguns desses salvos voltam à igreja suplicando oração. Oração que Deus não respon-de, porque já foram respondi-das. Os avisos foram muitos, mas o salvo não deu atenção. Surge então a triste afirmação de Deus a Jeremias: “Não ores por este povo, nem le-vantes por ele clamor ou ora-ção, nem me importunes, por-que eu não ouvirei” (Jr 7.16 e 11.14). Duas vezes Deus diz ao profeta: “Não ores por este povo”. Deus sente prazer em ouvir e responder as orações dos seus filhos, mas ante o desprezo que o povo revelou aos preceitos divinos, Deus diz: “Não ores”. É preciso coragem para não orar, mas é necessário! Deus não res-ponde e jamais trará de volta o filho que foi perdido pelo desprezo dos pais ao Dia do Senhor, em virtude do amor incondicional aos jogos.

O Dia do SenhorQ

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4 o jornal batista – domingo, 21/08/11

GOTAS BÍBLICASOLAVO FEIJÓ

Pastor, professor de Psicologia

Alegria no olhar para Deus

reflexão

“Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos” - Salmo 34.5.

O Salmo 34 é um reposi tório de profundas pro-messas de livra-

mento divino. Uma delas afirma: “Os que são perse-guidos olham para ele e se alegram; eles nunca ficarão desapontados”(v.5).

Perseguição é a injustiça em movimento. É a insistên-cia do mal, na sua intenção de nos asfixiar. O fato de nos sentirmos perseguidos significa que muitas portas de livramento já foram fechadas em nosso rosto. Porque se vê acuado, o perseguido foca-liza seus olhos nos perigos iminentes e nos ferimentos que começam a machucar.

Davi conhecia muito bem as angústias de ser persegui-

do. Desde a sua mocidade, testou várias estratégias para se livrar da perseguição. Um belo dia, arriscou parar de olhar os seus perseguidores... como sempre fizera, no pas-sado. Num gesto de ousadia espiritual, voltou seus olhos para o Senhor, buscando livramento. De repente, pas-sou a vivenciar a presença poderosa do seu Deus. E viu caminhos de escape e de salvação. Caminhos que sempre estiveram disponí-veis pelo Senhor, mas que ele não via, porque teimava em olhar para o perigo, para a ameaça, para a maldade. Ao escrever seu Salmo, Davi nos convida a fazer o mesmo que ele acabou por aprender a fazer. Ele nos encoraja a tirar os olhos dos inimigos e, pela fé, ficar só olhando para o Senhor. Quando fazemos isto, nos alegramos. E nunca ficamos desapontados.

OSWALDO LUIZ GOMES JACOBPastor, colaborador de OJB

É impressionante o nú-mero de membros de igreja que estão “prestando um culto

a Deus” na frente da TV. Estão buscando alimento enlatado, com conservantes e aditivos, que só prejudicam a saúde espiritual. Vêem e se agradam desses pastores televisivos que falam mansa-mente para os enredar como incautos, imaturos ou crian-ças espirituais. Eles atraem os membros das igrejas com muitas promessas que não são bíblicas. Tiram o dinhei-ro deles em troca de ‘oração’, promessa de ‘prosperidade’ e ‘cura’. É sofrível ver crentes se alimentando com essa co-mida fraca, que só traz des-nutrição espiritual e prejuízo para as emoções.

Onde você está se alimen-tando? Que tipo de comida espiritual você está comen-do? Há muitos falsos profetas pregando o ‘evangelho da prosperidade’ e uma ‘ética’ frouxa. Presenciamos uma

adulteração do genuíno evan-gelho de Cristo, que é o po-der de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16). Há muita gente andando perdida por nossas igrejas. Estão mais interessadas nas bênçãos de Deus no que no Deus das bênçãos. Estão mais interessadas em pros-peridade material do que em prosperidade espiritual. Estão deixando o primeiro amor em função dos seus próprios interesses meramente terre-ais. Dispersas, sendo largas e rasas nos fundamentos da Palavra de Deus.

O povo de Deus tem dis-cernimento – a capacidade dada pelo Espírito de olhar para dentro do espírito das coisas. Tem sabedoria do alto para não cair no engodo desses elementos que arran-cam dinheiro para os seus mimos. Os pastores televisi-vos, com raras exceções, são os almofadinhas da religião. São muito seletivos em suas amizades. Querem pastorear da TV. Dão conselhos, mas não têm cheiro de ovelha. Não sabem o que é visitar, ter relacionamento cristão

genuíno. Estão mergulha-dos no ativismo. Lamento profundamente que muitos membros de nossas igrejas estejam buscando alimento pela tela da TV e pedindo aconselhamento a estes ‘psi-canalistas’ de 1,99.

Que haja a genuína bus-ca de um alimento bíblico genuíno para a formação do caráter de um genuíno cristão. O apóstolo Paulo ordena: “Tomai cuidado com esses cães; cuidado com os maus obreiros, cuidado com a falsa circuncisão”(Fp 3.2). Mais adiante ele declara: “Ir-mãos, sede meus imitadores e prestai atenção nos que andam conforme o exemplo que tendes em nós; porque há muitos, sobre os quais vos falei diversas vezes, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cris-to. O fim deles é a perdição; o deus deles é o estomago; e a glória que eles têm baseia--se no que é vergonhoso; eles se preocupam só com as coisas terrenas”(Fp 3.17-19)” Não se esqueça: olhe onde você está se alimentando espiritualmente!

Juliana SoutoMembro da PIB Resende

A manhã do domingo, 17 de julho, come-çou de uma forma muita especial: um

café da manhã reuniu os irmãos da Primeira Igreja Batista em Resende. Em co-munhão, eles se prepararam para as comemorações dos 70 anos da congregação. Muitos momentos marcantes viriam pela frente!

Depois do café, os irmãos fizeram algo inédito para os membros da igreja. Mais de 200 pessoas saíram do templo em caminhada até o lugar onde a história da PIBR começou, uma praça onde debaixo de uma árvore os primeiros irmãos se reuniam e fundaram a congregação. Durante o trajeto, todos foram com muita alegria louvando ao Senhor e proclamando o evangelho pelas ruas da cidade. Pessoas de todas as idades levando balões e fai-xas mostraram para Resende

como é bom fazer parte do povo de Deus. Chegando ao local, foi realizado um culto e em seguida o descerramento da placa comemorativa pelo aniversário, ato que reforçou a unidade dos irmãos e resga-tou o passado.

Mas a festa não parou por aí! No domingo seguinte foi realizado um culto especial com as congregações da PIBR em Visconde de Mauá e Porto Real. No mesmo dia, mais emoções: para alegria geral, novos irmãos foram recebi-dos. A Ceia do Senhor encer-rou esse domingo tão impor-tante nas comemorações.

No fim de semana que veio a seguir, as comemorações dos terminaram com uma pro-gramação especial, que acon-teceu de sexta a domingo. O pastor Paulo Eduardo Gomes Vieira, que foi pastor da PIBR por 16 anos e hoje está à frente da PIB em São Paulo, foi o preletor de uma série de conferências evangelísticas. O reencontro do pastor Paulo com os membros da igreja

trouxe muita emoção. E todos puderam aprender mais sobre a Palavra de Deus.

A música também marcou o encerramento das come-morações. Grandes nomes da música cristã participaram dos cultos. O cantor e composi-tor mineiro Josimar Bianchi cativou a todos com a sua performance ao violão, com a beleza de suas canções e com o bom humor ao pregar a Pa-lavra. A Orquestra do Curso Livre de Música promovido pela PIBR também se apre-sentou. Uma conquista do es-forço de alunos e professores, que deixou ainda mais bonita a programação de aniversário. Outra participação especial foi a de Asaph Borba, um dos maiores autores da musica cristã brasileira.

A noite de domingo, 31 de julho, terminou com uma linda apresentação do coro de 100 vozes da PIB de Resende sob a regência da ministra de música Dejelane Silva. Com o templo lotado, os irmãos en-toaram hinos intercalados por

testemunhos, que mostram a grandeza do Senhor e as ma-ravilhas que ele tem feito pelo seu povo. Nesta noite, muitas pessoas foram tocadas e se

renderam ao amor de Deus. Uma festa inesquecível, que ficou marcada no coração de cada pessoa presente e im-pactou a cidade de Resende.

Primeira Igreja Batista em Resende: 70 Anos de Comunhão e Adoração A Deus

Culto na Praça Dr. Coelho Gomes

Coral de 100 vozes

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5o jornal batista – domingo, 21/08/11reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

JOSIMAR DE ASSIS ROQUE JÚNIORPastor da PIB de Piracicaba (SP)

Esta semana estou com uma gripe violenta, daquelas que não me abatiam há anos. Isso

porque tive uma reação à tal vacina contra a gripe que, como o próprio nome diz, deveria evitá-la. Tomei-a por ser profissional da área da saúde, e ainda fazer o con-trole de vacinas que iniciei enquanto trabalhava em um hospital na capital paulistana. Desta vez me arrependi.

Como pode algo que deve-ria combater, promover?

Penso que assim é a graça

de Deus. Quando Cristo Je-sus se entregou por nós na cruz, revelou o verdadeiro sentido da lei, que, apesar de boa, não era suficiente para nossa salvação. A graça que deveria salvar, a princípio, revela o pecado em que es-tamos entranhados, do qual a lei não fora capaz de nos aliviar. E como doem estes pecados!

Creio que, da mesma for-ma, alguns que se encontram com a graça redentora de Je-sus, ao perceberem o quanto terão que deixar de lado em suas vidas e renová-las pelo poder do Espírito, sentem--se abatidos, cansados, com indisposição física e emocio-nal, e podem se arrepender

deste encontro maravilhoso com a cura/salvação divina. Neste período, é fácil ver ânimos se esvaírem, e almas definharem apesar do imenso amor do Pai.

Porém, assim como a va-cina contra a gripe, o que a princípio pode parecer uma reação adversa nos poupará de doenças mais graves de-pois e, inclusive, da morte.

Esta é a graça de Deus. O que é revelado por ela, de-pois de consumado, destaca a nova vida em Cristo Jesus.

Como seria bom um mun-do sem o vírus da gripe!

Da mesma forma, como é boa a vida onde os pecados estão “curados” pela graça de Deus.

Um dos cr is tãos mais autênticos e um dos homens mais piedosos que

conheci em toda a minha vida chamava-se Savério Le-oto. Ele e sua esposa forma-vam um casal de profunda vida cristã. Eram os pais do hoje conhecido pastor Sérgio Leoto, que faz um excelente trabalho com adolescentes. Respeitadíssimo na igreja da qual era diácono, a Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo, e na denomina-ção, líder nato, era dono de um auto-domínio, de uma tranqüilidade no falar como nunca vi em outra pessoa. Eu freqüentava aquela igre-ja porque gostava de ou-vir as pregações do pastor Erodice de Queiroz. Certa vez, levantou-se na igreja um grupo de irmãos contra o pastor, alegando que ele saía muito para pregar em outras igrejas e que a Liberdade se ressentia das suas ausências. Aconteceu então uma sessão da igreja na qual aquele gru-po criou um grande tumulto visando desestabilizar o pas-tor, a fim de ter um pretexto para propor sua exonera-ção do pastorado. Em dado momento, o pastor Erodice passou a direção da reunião para o vice-presidente e se retirou do plenário cantan-do um hino que falava da sua inabalável confiança em Deus. Com a saida do pastor, o tumulto cresceu. Muitos defendiam o pastor, outros o atacavam aos gritos, um deles chegou a fazer sérias ameaças aos oponentes, de agressões físicas inclusive. O dirigente apenas pedia “cal-ma, irmãos, calma, irmãos”, sem saber como conter os ânimos. Nesse momento, to-dos viram quando o diácono Savério Leoto se levantou calmamente do seu lugar e, em passos lentos e seguros, dirigiu-se à plataforma, pe-dindo a palavra. Num instan-te, desceu sobre a assembléia um profundo silêncio. Era como se Deus mesmo fosse falar. E Deus falou pela boca do seu servo diácono. Ele proferiu algumas palavras sobre a paz e a concórdia que devem reinar na igreja de Cristo, pediu que todos curvassem suas cabeças e fez uma breve oração pedindo que Deus falasse ao coração

de cada pessoa ali presente. Acabou o tumulto. Houve choro e arrependimento, pe-didos sucessivos de perdão e reconciliação, reconheci-mento de erros, e a paz vol-tou a dominar a assembléia. Mandaram chamar o pastor, foi-lhe devolvida a presi-dência e a sessão esgotou sua pauta na mais perfeita ordem. Terminada a reunião, formou-se uma fila junto à plataforma para abraçar o pastor. Muitos choravam, inclusive alguns dos que es-tavam entre os que provoca-ram o tumulto. O diácono Sa-vério, muito discretamente, retirou-se em silêncio. Essa imagem daquele homem de Deus, um advogado e alto funcionário de um instituto de previdência que jamais defendeu uma causa injusta ou favoreceu qualquer ato que tivesse uma sombra de falta de ética cristã, essa ima-gem marcou muito a minha vida. Enquanto digito este artigo, não posso evitar que as lágrimas me aflorem aos olhos.

No volume 1 do livro “Pa-rábolas Vivas” publicado em 1997, conto uma dramática experiência vivida por mim e pela minha esposa em 1955, quando tivemos que viajar de trem de Quatá para São Paulo para internar nosso filho Car-los Henrique em uma clínica no Ipiranga, especializada em doenças pulmonares. O meni-no estava com uma pleurisia aguda, muito febril, e quase sem poder respirar. Graças à competência dos pediatras daquela clínica, nosso meni-no foi salvo e nossa alegria até hoje é motivo de gratidão a Deus. Ele hoje é o pastor da Igreja Batista da Liberdade, no Rio de Janeiro. No momento em que o menino recebeu alta, estávamos sem dinheiro para pagar a conta da clínica e para a viagem de volta a Quatá. Sem saber da nossa situação, o diácono Savério Leoto apareceu, quitou nossa dívida na clínica e nos entre-gou uma quantia doada pelo Hornos Filho para a viagem. É impossível esquecer o sem-blante iluminado pela graça de Jesus que o querido Dr. Savério trazia no rosto. Ele foi para nós o que Onesíforo foi para Paulo. Um santo. Um anjo mandado por Deus. Quanta saudade!

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6 o jornal batista – domingo, 21/08/11 reflexão

ISRAEL BELO DE AZEVEDOPastor da IB Itacuruçá (RJ)

Têm circulado tantas informações ficcio-nais e fictícias sobre Jesus Cristo. Por isto,

precisamos reafirmar: Jesus é singular.

A melhor descrição a seu respeito foi feita por um ho-mem que tentou destruir o cristianismo - Paulo, que se tornou um seguidor dele e deixou o seguinte poema:

«Cristo Jesus, subsistindo em forma de Deus, não jul-gou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mes-mo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humi-lhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.

Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB

Nos tempos em que minhas duas fi-lhas enfrentavam os vestibulares,

eu aguardava ansiosamen-te os resultados publicados na imprensa. Uma coisa me chamava a atenção. Nos pri-meiros lugares dificilmente aparecia um José da Silva (uso tal nome como símbolo de nome brasileiro), pois, antes do nome de um brasileiro nato, apareciam dezenas e de-zenas de Chu, Wong, Li You Tang, Kazuo, Herrmann, Ha-bib, e outros nomes de etnia asiática, judaica, ou européia. Não posso negar o orgulho ao ver minha filha caçula entre os primeiros lugares. A mais velha passou no primeiro vestibular para biologia numa

Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Je-sus Cristo é Senhor, para gló-ria de Deus Pai»(Fp 2.5-11).

Nenhuma pseudo desco-berta altera esta realidade. Nenhuma obra literária pode alcançar tanta beleza.

Nada pode substituir o que Jesus mesmo disse de si.

A Bíblia registra as seguin-tes palavras de Jesus Cristo:

“Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse as-sim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar.

E depois que eu for e lhes preparar lugar, voltarei e

federal, mas ambas têm sobre-nome Glinfskoi e o sobreno-me The. Que mistura! Russo com português!

Uma reportagem causou incômodo ao meu coração. Embora culpem o estado brasileiro, pergunto: por aca-so os asiáticos não vivem no mesmo Brasil? Por acaso não frequentam as mesmas classes, tanto nos colégios, como nas universidades? A resposta é, até certo ponto, simples. Etnia também in-fluencia comportamento. Tradições e costumes tam-bém entram no bolo, dando sabores diferentes.

Entro noutra questão. Será que o ambiente de uma es-cola na China, Coréia, Japão e alguns países nórdicosa o mesmo que vemos em nossas escolas? Assista uma classe num colégio brasileiro, mes-

os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”(Jo 11.1-3,6).

Apesar disso, diante do que Jesus disse, dois milê-nios atrás, tem havido, no passado e fortemente agora, duas respostas:

A primeira é “não preci-samos de um salvador”. Se-gundo esta visão, o homem mesmo resolverá os seus problemas. Mesmo porque não há pecado, que é uma invenção para trazer culpa. A Bíblia nos ensina diferen-te: todos os seres humanos, por causa do pecado, estão longe daquilo para o qual foram inteligentemente pro-jetados.

Alguém duvida d is to , quando sai às ruas; quando

mo sendo escola particular (um pouco mais comporta-da), seja no fundamental ou médio. É um horror! O que fazem com o professor é de causar espanto.

Vamos a um exemplo dado numa pesquisa que a reporta-gem fez. Perguntam à aluna de uma escola japonesa: o que acontece na sua classe se um aluno conversa com outro aluno na sala de aula? Veio a resposta: “Ele é casti-gado”. Outra pergunta: que tipo de castigo? Resposta sur-preendente! “Não sei - isso nunca aconteceu”. Vejam a distância entre o ambiente dessa escola e o das escolas brasileiras. Na República Tcheca, onde estive visitando a filha jornalista, eu só reco-nhecia o prédio de uma esco-la pela placa, pois não havia barulho algum lá dentro.

não consegue paz em casa; quando se depara com som-bras de seres humanos de tão degradados pela deses-perança?

Nós precisamos de um Salvador, que nos ponha de novo em comunhão com Deus. Precisamos de um Sal-vador que perdoe os nossos pecados.

Graças a Deus, o Salvador, cantado no Natal, já veio.

E ele diz: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim”. Eis o que ele nos promete, para agora e para o futuro: “E depois que eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”.

A segunda é “Cristo é um dos salvadores”. Segundo esta visão, cada tempo ou

Agora tratemos de alguns comentários que surgirão em virtude do arrazoado. Todos os comentários desculparão os alunos. Alguns culparão o governo. Outros a família ou a sociedade. Um enorme rol de justificativas. Enquanto isso, os asiáticos, e outras etnias, vão ocupando os me-lhores postos, ganhando os melhores salários, tornando--se cientistas, e galgando a classe social A, sobrando para para os brasileiros as classes B, C, D. Viram onde desembocam as desculpas?

Passemos ao ponto final. Imaginemos que uma lista apresente 25 por cento de nomes brasileiros no topo dos aprovados, e que tais no-mes pertençam ao seguimen-to evangélico. Não seria uma glória para o nome do nosso Deus? Ora, essa presença

cada cultura tem o seu sal-vador, completamente ima-nente. Em nosso tempo, não há uma personificação deste salvador: Ou é o conheci-mento. Ou é uma consciên-cia cósmica que nos aproxi-ma do criador, em todas as religiões.

A Biblia nos ensina dife-rente: o Salvador Jesus Cristo é um toque pessoal dos céus para nós. Ele é a providência divina para o reencontro Deus-homem.

Jesus é Deus tornado ho-mem, nascido para re-esta-belecer a comunhão perdida entre Deus e o homem. Esta comunhão começa nesta vida e dura para todo o sem-pre.

Sobre si mesmo, le diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.

seria realmente uma glória, e, sejamos verdadeiros, a ausência é uma vergonha! Um pecado. Pior ainda: as penitenciárias estão cheias de Ezequiel, Daniel, Isaias, Lucas e assim por diante. É quase desnecessário ressaltar que se tratam de nomes da-dos por famílias evangélicas aos seus filhos.

Não seria esse um exce-lente tema para debates em nossos congressos de juven-tude? Por que debatemos apenas temas suaves e não os dolorosos? Se a população brasileira é composta de um grande rol de evangélicos, e isso não está acontecendo, me desculpem. Ela é com-posta de um grande rol de re-ligiosos, não de evangélicos. Para mim, evangélico tem de fazer a diferença, ou então não é evangélico.

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7o jornal batista – domingo, 21/08/11missões nacionais

Marize GomesRedação de Missões Nacionais

No mês de julho, 4.191 missioná-rios voluntários dedicaram 15 dias

de suas férias para impactar a nação em 13 Trans, realiza-das em 12 diferentes estados. Anunciando o evangelho de Cristo a mais de 48 mil vidas, conseguiram resgatar 11.565 das trevas para a maravilhosa luz. Também reconduziram para o aprisco 3.118 ovelhas, que andavam desgarradas, além de prestar atendimento social a 3.211 pessoas. Seis batismos também foram re-alizados durante as Trans. Estes são apenas alguns nú-meros, que demonstram o que ocorre quando o povo de Deus deixa as quatro pa-redes dos templos e vai em busca daqueles que ainda não foram abençoados pela Palavra de Deus.

Missões Nacionais louva a Deus por cada um dos volun-tários que decidiram impac-tar a nação por meio da mo-bilização Jesus Transforma. Mais uma vez, deixamos o desafio para cada pastor mo-bilizar sua igreja para a gran-de mobilização missionária de 2012, quando teremos Trans em todos os estados e também no Distrito Federal. A meta é envolver 100.000 pessoas e para tanto Missões Nacionais trabalha no pla-nejamento e flexibilização das Trans, permitindo que mais vidas participem desta obra e causem um impacto ainda maior em nossa Pátria, iluminando-a com a luz de Cristo.

O inimigo tem investido pesado, disseminando seus valores contrários aos que se encontram na Bíblia, nos quais somos firmados. Nas entrelinhas das mensagens contra a homofobia, presen-tes de forma insistente nas telenovelas, identifica-se o combate ao princípio bíbli-co. A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, no sul do país, em uma cam-panha contra o preconceito contra ateus, afirma em ou-tdoors: “Religião não de-fine caráter”, mostrando o ateu Charles Chaplin e Hitler como alguém que cria em Deus, acrescentando: “A fé não dá respostas. Só impede perguntas”. Não podemos continuar confortavelmente cultuando nosso Deus den-tro dos templos, precisamos compartilhar a mensagem de salvação.

extraordinários”, afirmou o pastor Moacir Araújo de Al-cântara, presidente da Igreja Batista do Guanandi.

“Estou constrangido diante de tudo aquilo que os volun-tários fizeram em todas as localidades alcançadas pelas Trans em 2011. No entanto, mais do que constrangimen-to, tenho um agradecimento todo especial a fazer a to-dos aqueles que, direta ou indiretamente, esforçaram--se para que as Trans, neste ano, alcançassem todos os excelentes resultados que a denominação passa a receber. Àqueles que estiveram na linha de frente, nossa grati-dão especial ao Senhor, pela dedicação e compromisso na obediência ao ide de Jesus. Sem esse exército no ‘front’, não teríamos chegado aos resultados de muitas vidas transformadas e resgatadas. É uma alegria constatar que dificilmente uma pessoa que já tenha participado de uma Trans deixa de participar de uma outra edição futura do projeto. Uma irmã me contou que a sua bisneta nunca mais vai perder uma Trans. Os 17 dias que essa adolescente dedicou ao campo missioná-rio, em julho, jamais serão esquecidos. Ambas, ovelhas nossas aqui na Ebenézer. Sem menosprezar os méritos dos demais voluntários, quero aqui ‘tirar o meu chapéu’ para aqueles que somente volta-ram para os seus lugares a fim de buscar a sua mudança ou a sua ‘mala de verdade’. São aqueles que entenderam que agora, daqui em diante, os seus campos de atuação e ministério serão os locais em que ficaram durante o projeto. Terminadas as Trans, iniciam--se novos ministérios e novos capítulos na história de muitas vidas que, em julho, estive-ram a serviço de Missões no projeto Jesus Transforma”, relatou pastor Kleber Gomes, da IB Ebenézer, em Campo Grande (MS), que participou de sua primeira Trans em 2004, em Porto Alegre.

Pastor Anderson Barbo-sa, nosso missionário e co-ordenador da Trans Pará, afirmou: “A mobilização Jesus Transforma, no Pará, foi uma bênção. Muitos vo-luntários tiveram suas vidas mudadas. A transformação foi total, pessoas foram sal-vas, igrejas envolvidas na evangelização, pastores mo-tivados na missão, parcerias de outras igrejas no sustento das bases e muitos chama-dos para missões”.

é transformar

luztrevas

Para tanto, contamos com você e sua igreja em 2012.

Além do mundo em trevas que foi impactado, temos também o impacto causado na vida dos membros de nos-sas igrejas. Compartilhamos alguns destes testemunhos na esperança de que eles impul-sionem você a somar forças conosco em 2012.

“Que posso dizer? Estou surpreendido como Deus ca-pacita os escolhidos e forma uma equipe em que um su-pre a falha do outro. Há aqui um povo carente da Palavra de Deus. Como diz o versí-culo ‘os campos estão bran-cos e prontos para a ceifa’, o que falta são os ceifeiros. Fiquei impressionado com

o nosso missionário Nilson, que é baiano. Retiro todas as piadas e brincadeiras que fiz sobre esse povo, pois ele tem sido muito ativo e agita-do, temos brincado que ele é a metralhadora de Jesus, tem uma sede por almas muito grande e só tem sete meses de convertido e já se lançou à Obra, não deixa passar uma pessoa sem falar sobre o amor de Deus. Meu amado em Cristo, se está len-do isso, você pode ser esse ceifeiro, basta apenas dizer: Espírito Santo, eis-me aqui”, compartilhou um voluntário da equipe junto à IB Areal, da Trans RJ.

“Acabamos de realizar a Trans em nosso estado (Mato Grosso do Sul) e a missão em que sou pastor se alegra por receber um grupo de volun-tários (amarelinhos), entre eles um moçambicano. A Igreja Batista do Guanandi, em assembleia realizada em sua sede em Campo Grande, decidiu, por unanimidade, aprovar o pedido de Concílio Examinatório para a organi-zação em Igreja, da Missão Batista Piraputanga. Faltava na cidade e na igreja um trabalho evangelístico que pudesse alavancar a obra, o que a Trans nos proporcio-nou. Os resultados foram

em

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8 o jornal batista – domingo, 21/08/11 notícias do brasil batista

Visão

• Servir com excelên-cia e alto nível de satis-fação às igrejas batistas.

Objetivos da CBB

• Apoiar as igrejas em sua missão evange-lizadora, discipuladora e transformadora.

• Integrar as igrejas como organismos fra-ternos, celebrativos e co-participativos.

• Promover a disse-minação dos princípios batistas entre os mem-bros das igrejas e na sociedade.

• Ser órgão de re-ferência, orientação e consulta às igrejas.

ESTRUTURA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento es-tratégico é fundamen-tal na administração de qualquer empre-endimento, organiza-ção ou corporação. Ele visa proporcionar aos gestores e líderes condições de plane-jar, executar, gerir, avaliar, corrigir e tra-çar novos rumos para o sucesso da organi-zação com base em posicionamentos es-tratégicos, cenários, tendências e diretrizes estratégicas.

Em reunião ad-m i n i s t r a t i v a realizada nos dias 9 a 11 de

agosto, o Conselho Geral da CBB apro-vou o novo planeja-mento estratégico a ser apresentado na próxima assembleia convencional, em Foz do Iguaçu. Fruto de prolongados estudos envolvendo represen-tantes de todas as áre-as de atuação da CBB, a proposta tem como objetivo dinamizar e ampliar a cooperação entre as igrejas batistas voltadas para o cum-primento eficaz de sua missão em um mundo no qual os desafios se multiplicam.

Neste processo de planejamento, a meto-dologia destaca as seis áreas de atuação, em lugar da ênfase na es-trutura organizacional. Nesse sentido, todas as organizações se en-volvem nas atividades levadas a efeito pelas seis áreas prioritárias, valorizando o atendi-mento à igreja local como agência do Rei-no de Deus no mundo.

INTRODUÇÃO

Missão

• Viabilizar a coope-ração entre as igrejas batistas no cumprimen-to de sua missão.

Conselho aprova novo Planejamento Estratégico da CBB

pelo Conselho Ges-tor ou Administrativo. Elas são a base (ins-piração) para a defi-nição das diretrizes estratégicas. É muito importante ressaltar que as áreas estratégi-cas não são estruturas operacionais ou uma organização especí-fica. Na verdade são segmentos estratégi-cos de extrema im-portância e de grande impacto naquilo que é a razão de existir da organização. Portanto cada vértice da figura a seguir não represen-ta uma estrutura orga-nizacional.

Gráfico demonstrativo das Áreas Estratégicas

e dos resultados das Metas

Para facilitar a visu-alização e o acompa-nhamento da evolu-ção do Planejamento

Estratégico e o atingi-mento dos objetivos estratégicos e metas, construímos uma fi-gura geométrica, he-xágono, que chama-remos de diamante, o n d e c a d a v é r t i c e representa uma área e s t r a t é g i c a e q u e será construído a par-tir dos resultados das metas.

DIRETRIZES ESTRATÉGICAS

Representam o tri-lho por onde segui-remos. É o norte. Elas apontam por onde os objet ivos estratégi -cos e metas devem seguir. É o posicio-namento estratégico da organização. Elas precisam considerar cenários, tendências, valores, forças, fra-quezas, missão e vi-são. Elas serão defini-das a partir das áreas estratégicas.

Para elaborar o Pla-nejamento Estratégico da CBB utilizaremos a seguinte estrutura e metodologia:

ÁREAS ESTRATÉGICAS

São áreas ministe-riais prioritárias e es-tratégicas, definidas

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9o jornal batista – domingo, 21/08/11notícias do brasil batista

Conselho aprova novo Planejamento Estratégico da CBBDESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA

GRANDE COMISSÃO

NOVA GERAÇÃO

DISCIPULADO

GESTÃO CORPORATIVA

NETWORK E CONECTIVIDADE

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10 o jornal batista – domingo, 21/08/11 notícias do brasil batista

FRANCISCO CERQUEIRA BASTOSAdvogado, membro da PIB de Niterói

O debate na mídia em geral sobre a decisão recente do STF a respei-

to da “união estável” entre pessoas do mesmo gênero, está ensejando a oportuni-dade da sociedade conhe-cer as opiniões divergentes, que, num clima de respeito mútuo, pode levar a nossa população a um convívio de convergência pacífica em torno do assunto.

O Brasil é um estado laico em toda a sua história repu-blicana. Quando o governo provisório do marechal De-odoro da Fonseca baixou o decreto separando o Esta-do brasileiro da Igreja, sob a inspiração das ideias do Positivismo, que já havia ganho vários dos líderes

proeminentes da República, iniciou-se uma nova era de liberdade civil e religiosa em nosso país, recorrente em todos os momentos em que a questão volta a debate.

A laicidade do estado é um desdobramento conse-quente da Reforma do sécu-lo XVI. No século seguinte, a proposta vai tornar-se a bandeira do movimento religioso da denominação batista na Inglaterra, com o médico e pastor John Smith e seu companheiro, o advo-gado Tomas Hellwys. Este teve a ousadia de dedicar ao rei Tiago I seu livro “Bre-ve Declaração do Mistério da Iniquidade”, o que lhe custou a prisão (1611) e morte (1614).Esses líderes que se rebelaram contra os cânones da Igreja oficial (anglicana) foram os pri-meiros e falar e escrever sobre a liberdade de cons-ciência no Reino Unido

- considerada no mundo a “mãe de todas as outras liberdades”.

A propalada sentença do juiz Villas Boas, de Goiânia, enquanto magistrado, é um direito que lhe faculta a lei. Ela deve ser respeitada até decisão superior que a des-qualifique, e que, segundo parece, já foi derrogada. O que me causou espécie foi a sua postura posterior ao afirmar que Deus lhe “impingiu” tomar a referida decisão, dizendo-se, ainda, pastor de uma determinada seita, e alvo de uma mani-festação da chamada “ban-cada evangélica” da Câmara Federal.

O Mestre da fé cristã, Jesus Cristo, ensinou que religião e estado devem conviver separadamente, ao procla-mar alto e bom som: “... a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”(Mt 22.21). Na prática, quando

os líderes judeus insinuaram colocar em cheque a sua autoridade, ele declarou: “ O meu reino não é deste mundo”(Jo 8.23, 26).

O fato dos veículos de comunicação insistirem em usar o termo “casamento” para as declaradas “uniões estáveis”, que estão sendo objeto de escrituras públi-cas, não significa o casamen-to de um homem com uma mulher, conforme assentado na Carta Magna do Brasil ( Art. 226, § 3°.) e, em ne-nhum momento, o STF fez uso da expressão. Trata-se, portanto, de oferecer aos que fazem a opção homos-sexual as garantias elencadas nas leis , direito consagrado na nossa “Constituição Cida-dã” de 1988.

Se o STF exagerou na dose, no excelente artigo do meu ex-aluno do STBN, William Douglas, hoje ilustre magis-trado federal (“O Globo”,

20/6), prefiro debitar isso na conta de um Poder Le-gislativo leniente, que força o Judiciário a desempenhar essas tarefas legisferantes.

Em “As religiões e o Es-tado” (“O Globo”, 22/6), o escritor Marco Lucchesi se expressou sob o prisma da Teologia e da Ética de maneira magistral, levando--me aos primeiros capítulos do livro de Genesis ( Gn 4.3-7), quando Caim co-locou a sua oferta no altar do Senhor Deus sem a motivação correta e teve o seu culto rejeitado. Irado, descaiu-se-lhe o semblan-te, e convidou Abel, seu irmão, para irem ao cam-po - à prática do convívio (Gn. 4. 8-11): andarem pela campina, verem as flores, saborearem os frutos. Ledo engano ! A intenção era o assassinato do irmão. Do altar ao campo, teologia e ética são necessárias!

Centenário de Ebenézer Gomes Cavalcanti

NNeste 2011 está acontecendo o Centenário de nascimento do pastor Ebenézer Gomes Cavalcanti. Que as Igrejas Batistas brasileiras agrade-çam a Deus, durante o ano deste centenário, por sua vida, pastorados e ministérios.

No próximo mês de outubro, dia 9, às 18h30, domingo, haverá Culto Me-morial - o Culto do Centenário - em lembrança e gratidão ao homenageado, no templo da Igreja Batista Dois de Julho - Rua Carlos Gomes, 25 - Salva-dor (Bahia), que foi pastoreada pelo pastor Ebenézer Cavalcanti durante 41 anos, 6 meses e 11 dias. O orador da efeméride é o pastor Julio Oliveira Sanches, especialmente convidado, e que atua em São Paulo. Em vida, o doutor Ebenézer Gomes Cavalcanti abrilhantou a cerimônia religiosa de formatura em Direito do pastor Julio Oliveira Sanches, em Belo Hoizonte (Minas Gerais), com especial sermão, para todos os formandos, mesmo os não evangélicos. Agradece-se a presença dos que puderem comparecer ao Culto do Centenário, em particular pastores e elementos da liderança evangélica que atuam no estado da Bahia.

ConviteA Igreja Batista do Rio da Prata convida pastores e

igrejas batistas para a formação de Concílio Examinató-rio visando o Ministério Pastoral dos seguintes irmãos: Edson de Alcântara Gomes, Ronaldo Martins Monteiro.

Data do Exame: 2/09/11 às 19h30Data da Ordenação 3/09/11 às 19h30Local: Igreja Batista do Rio da PrataRua dos Limadores, 866 - Bangu - RJPr. Walter Junior - pastor da Igreja.

ConviteA PIB no Village das Mangueiras tem a honra de

convidar os pastores e suas respectivas igrejas para formação do Concílio que examinará o irmão Sa-muel Wescley Viana de Souza ao ministério pastoral.

O Concílio será realizado no dia 17/09/2011 às 16h e, caso aprovado, a ordenação ocorrerá em 8/10/11 às 19h, no templo situado à Estrada da Paciência, 4887, Cosmos-RJ.

FraternalmentePastor Alonso Ramos Vieira

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11o jornal batista – domingo, 21/08/11missões mundiais

Ailton de Faria – Redação de Missões Mundiais

O Pr. Manoel e Ra-quel Florêncio, missionários de Missões Mun-

diais em Casarote Primo/Itália, receberam a visita do pastor da Igreja Batista Missionária de São Luís/MA, Manoel Alves Vasconcelos. Este esteve naquele campo, no semestre passado, como missionário voluntário e realizou um projeto deno-minado “Desafio Radical”, para revitalização de igrejas. O trabalho foi feito em par-ceria com a Missão Dalaías da qual Manoel Alves é líder e fundador.

O Pr. Manoel Florêncio informa que aquele foi um período intenso, com muitas

atividades, e que foram mui-to abençoados com a reali-zação do projeto. Segundo ele, em menos de dois meses e meio foram realizadas as fases de planejamento, pre-paração e execução do pro-jeto, numa realidade cultural em que era preciso, pelo menos, seis meses.

O projeto missionário, “Desafio Radical”, contou com a participação de 120 voluntários. Embora a maio-ria fosse membros da Igreja Batista de Casorate Primo, participaram 12 brasileiros de São Luís, colaboradores da Missão Dalaías e de ou-tras igrejas brasileiras. Tam-bém estiveram presentes duas equipes da JOCUM, uma da Austrália (com 8 pessoas) e outra dos Estados Unidos (com 15), além de

irmãos de diversas igrejas do Norte da Itália. “Para a honra e glória de Deus, 58 pessoas aceitaram a Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas, o que é um grande milagre para a re-alidade italiana. Quando as equipes abordavam as pessoas, muitas delas já estavam preparadas pelo Espírito Santo”, disse o Pr. Manoel Florêncio.

Durante o projeto, foram realizadas visitas de casa em casa com equipes de duas ou três pessoas. Os voluntários fizeram pes-quisa de opinião com dois objetivos: recolher infor-mações que os ajudassem no desenvolvimento da es-tratégia de evangelização da Igreja de Casarote Primo e criar oportunidade para

compartilhar, pessoalmente, o plano de salvação. Nos dois últimos dias do projeto, eles realizaram atividades para as crianças. Os traba-lhos foram concluídos com uma passeata pelas ruas da cidade e uma grande concentração na praça prin-cipal. “Foi realmente uma grande festa! Com certeza, além da cidade, a própria igreja foi profundamente impactada e mudou a sua visão a respeito da obra de evangelização”, confessou o Pr. Manoel Florêncio.

Como fruto dos contatos, durante o projeto missio-nário “Dasafio Radical”, a cada domingo a Igreja Batis-ta em Casarote Primo vem recebendo novos visitantes em seus cultos; também vá-rios jovens estão fazendo

discipulado e participam das reuniões do grupo de adolescentes. Além da con-solidação dos resultados desse projeto missionário, o casal missionário Pr. Manoel e Raquel Florêncio trabalha na aplicação dos princípios e valores bíblicos para a igreja, em vista do desen-volvimento de sua visão e estratégia específicas.

Foi criada uma equipe com 12 irmãos que está se dedicando ao estudo e dis-cussão, em vista da elabo-ração de uma proposta a ser apresentada à igreja no mês de setembro. “Para nós, é uma alegria compartilhar essas bênçãos que são frutos do investimento de muitos irmãos brasileiros em nosso ministério!”, reconhece o Pr. Manoel Florêncio.

DESAFIO RADICALUm projeto missionário para abençoar a Itália

Batismo na Itália é fruto do investimento em missõesJovens participando do Desafio Radical Pr.Manoel e Raquel Florêncio com o filho Jônathas

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12 o jornal batista – domingo, 21/08/11 notícias do brasil batista

IZAQUIEL ROSA DE MORAESPastor da PIB em Engenho Pequeno

Sendo agosto o mês dos jovens, estamos tomando emprestado essa frase,”agosto de

Deus”, para fazer algumas considerações á nossa Ju-ventude, à luz das Escrituras Sagradas; com a intenção de levá-los a uma reflexão so-bre este momento áureo da vida, que sempre mereceu cuidados especiais de Deus e ataques do inimigo, por ser a fase mais bela e decisiva do ser humano

Daniel 1.6 relata com mui-ta beleza um acontecimento clássico, que serve de exem-plo e indicação para a juven-tude de hoje, envolvendo os príncipes de Judá- Daniel, Hananias, Misael e Azarias - ,

Vitor Hugo Mendes de SáPastor da Primeira Igreja Batista do Pará

Promovido pela Ju-ventude Batista Bra-sileira, aconteceu na linda cidade de Curi-

tiba, de 20 a 23 de julho, o Congresso Despertar 2011, com a ênfase desafiadora de levar os jovens batistas do Brasil a assumirem o compro-misso de deixar a marca de Cristo nesta geração. Os par-ticipantes foram abençoados com mensagens e momentos de louvor, adoração e ora-ção, voltados para o fortaleci-mento dos jovens, no sentido de se tornarem cada dia mais parecidos com Cristo nesta

levados cativos para a Babi-lônia, junto com os demais irmãos judeus.

Vejamos algumas conside-rações:

1As qualidades que Na-bucodonozor queria

encontrar para seus novos lideres estavam nos filhos de Deus(Dn 1.3,4).

2As grandes qualidades estão na juventude, em

especial na que serve a Deus, porque não está corrompida com o “veneno” do pecado. Sabedor disso, o inimigo de-seja escravizá-la, mudar seus nomes, hábitos, costumes e crenças sagradas para subordi-ná-la a um império pagão, em troca da fama , das riquezas, glórias e do poder temporal.

3Há coisas das quais nossos jovens não po-

dem se eximir, porque estão além de seu poder de deci-

sociedade cujos interesses se distanciam progressivamente dos propósitos de Deus.

Somos sempre inclinados a comparar os jovens de hoje com os jovens do pas-sado. Sabemos, porém, que cada geração possui tendên-cias, interesses e desafios diferentes, que somente aqueles desta geração são capazes de alcançar. O de que precisamos é orar e apoiar os adolescentes e jo-vens do presente, para que os mesmos sejam fortaleci-dos na fé e cumpram com um testemunho eloquente de Jesus Cristo a sua missão, pois somente assim poderão se preparar para responder a todos aqueles que lhes

são. Neste exemplo clássico, a mudança de seus nomes, onde cada um tinha um signi-ficado divino. Puderam, con-tudo, se eximir dos demais ataques, que dependiam de sua aceitação, a saber, os alimentos pecaminosos e o desvio da adoração.

4Tudo começa quando assentamos em nosso

coração uma decisão segre-dada entre eu e meu Deus. Foi o que fez Daniel (1.8): ”assentou no seu coração não se contaminar!”

5Todo grupo tem um lí-der – e ai está o grande

perigo ou a grande benção! Neste caso o líder – benção foi Daniel, que também as-sentou no seu coração orar três vezes ao dia.

6Como conseqüência, lhes sobrevieram as in-

trigas e calúnias cujo resul-

pedirem a razão da sua es-perança(1 Pd 3.15).

Ao longo da história do cristianismo, Deus tem usado vidas de forma extraordiná-ria. Muitas vezes pessoas simples, cuja origem não prometia nenhuma ação mais contundente no seu tempo, souberam se colocar diante do Senhor de forma submis-sa e, por isso mesmo, foram tremendamente usadas no testemunho do evangelho, deixando marcas inconfundí-veis na vida de outras pessoas e na geração em que estavam inseridos. Este mesmo Deus continua hoje requerendo idêntica entrega dos seus filhos, e os jovens possuem um potencial inqüestionável

tado prático foi a fornalha de fogo ardente. São poucos os que resistem à fornalha. Muitos recusam diante dela.

7 Deus pode nos livrar da fornalha e até na forna-

lha. Para que isso aconteça, é necessário que estejamos em harmonia com ele e que a fornalha seja uma ameaça do inimigo à a nossa fé e não a consequência da nossa trans-gressão. Mesmo assim, ele não está impedido de nos li-vrar, contanto que nos venha o arrependimento. A fornalha pode ser para nos ameaçar a negar o nosso Deus, como pode ser um instrumento de Deus para nos corrigir. Seja como for, quando nos colo-camos diante dele cheios de fé, arrependimento e desejo de mudar, o seu anjo nos vem em socorro, somos li-bertados e o testemunho da

para que isto aconteça. Creio que é por esta razão que o apóstolo João declara: “Jo-vens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno”(1 Jo 2.14).

Com a visão de impactar todo o Brasil com a verda-deira mensagem do Reino de Deus, uma das maiores e mais vibrantes caravanas pre-sentes ao Despertar 2011 foi formada por jovens de Belém do Pará. Eles viajaram mais de 3 mil e 200 quilômetros, a maioria em ônibus especiais, outros de carro e alguns de avião, para desafiarem os de-mais jovens batistas do Brasil a voltarem ao norte do país e

nossa fé remove o império das trevas. No tempo de Deus somos exaltados e as santas conquistas nos vem de forma limpa, sem corrupção e com as marcas da fé

8 Finalmente, somos co-roados com elogios

do nosso Deus que assim nos diz:”...Daniel, homem mui desejado (...)Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e eu vim por cau-sadas das tuas palavras(Dn 10.11,12). Esse Daniel pode ser substituído por você, meu jovem crente, que tem lutado para ser fiel a Deus e por causa disso tem sido ameaçado de ser lançado nas “fornalhas” da vida.

realizarem o próximo Des-pertar em Belém, a cidade “portal da Amazônia”. Este desafio foi aceito pela lide-rança e por toda a Juventude Batista Brasileira e anunciado oficialmente durante o con-gresso.

Agora, cabe aos jovens ba-tistas do Pará, apoiados por seus pastores e igrejas, a res-ponsabilidade de se prepara-rem para receber a Juventude Batista Brasileira em 2013, com a simpatia, o amor e a hospitalidade que o povo paraense tem em suas raízes.

Desta forma já podemos dizer: Sejam bem vindos, jovens batistas brasileiros ao DESPERTAR/2013. Deus os abençoe!

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OBITUÁRIO

13o jornal batista – domingo, 21/08/11ponto de vista

Daniel Lincoln

No último dia 14 de julho eu per-d i o d iamante ma i s p rec io so

que possuí. Minha queri-da esposa faleceu, mas ela está nos braços do Senhor da vida. Eu, meus filhos, nora, genros, netos e a nos-sa igreja choramos a dor da separação, mas estamos confortados, confiantes na Palavra de Deus que diz: “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade” (Ap 20.6). A Regina pela fé participou da primeira ressurreição de Jesus, portanto a morte não tem autoridade sobre ela, que está nos braços de Jesus. Sou grato a todos que nos ajudaram a suportar a terrí-vel batalha na busca da cura do câncer. Foram quase seis anos de lutas. As orações do povo de Deus, embora não tenham preservado a vida da pessoa mais linda que conheci, proporcionou-nos força e esperança para lutar até os últimos minutos de sua vida terrena. Louvo o imensurável amor de Deus

No dia 3 de Junho de 2011, na cida-de do Rio de Ja-neiro, foi promo-

vido à glória o irmão Syllas Lopes Rubim, aos 95 anos de idade. Ele nasceu em 13 de Setembro de 1906 no interior do Município de São Fidélis, Estado do Rio de Janeiro. Deixou duas filhas, Carlita e Elma, um genro, Durval, dois netos, Edmond e Renata, e dois bisnetos, Guilherme e Gabriela. Foi ótimo esposo e pai, amoroso, agradável, de-dicado aos familiares, fazen-do o melhor que podia para a realização de todos, sem falar do amor e preocupação com os netos e bisnetos.

que nos consola e o poder que capacita a continuar vivendo na esperança de um dia também estar ao lado de Jesus. Sou agrade-cido ao Deus de eternas misericórdias que muito me abençoou, pois sua palavra diz: “Quem encontra uma esposa encontra algo ex-celente; recebeu uma bên-ção do Senhor” (Pv 28.22). Eu, os filhos, nora, genros e netos fomos privilegiados por termos ao nosso lado uma pessoa encantadora, sempre alegre, humilde e meiga, que abençoava a todos quantos dela se apro-ximavam Era mais valiosa do que rubis.

Hoje ficam o exemplo e a saudade de uma mulher encantadora. Muito cedo, ainda na adolescência, nos conhecemos, namoramos e nos casamos, em janeiro de 1971, cheios de sonhos e desejosos de sermos vasos nas mãos de Deus. Devido a uma forte chuva na viagem de lua-de-mel, tivemos de mudar nosso roteiro, passan-do nossa primeira noite de núpcias no Hotel Paineiras, em Rio Bonito. Nunca podía-mos imaginr que 10 anos de-pois, em abril 1981, viriamos

Apesar de nascido e criado em lar evangélico, foi ape-nas aos 25 anos de idade que ele, juntamente com sua amada esposa, Alcina de Carvalho Rubim, já fale-cida, tomou a firme decisão de seguir a Cristo. Ambos foram batizados pelo pastor Antonio Soares, de saudosa memória, que então pasto-reava a Igreja Batista de Vila de Colônia, distrito de São Fidelis.

A partir daquela data, o irmão Syllas dedicou-se in-tensamente às atividades das igrejas às quais pertenceu. Vindo para o Rio de Janeiro, trabalhou na Casa Matos e pouco tempo depois entrou

a pastorear a Primeira Igreja Batista da cidade, onde nos radicamos, criamos nossos fi-lhos e dedicamos os 30 anos mais preciosos de nossa vida.

Depois dos filhos cresci-dos, Regina fez a faculdade de pedagogia e concursos para o magistério, tendo trabalhado no Colégio Es-tadual Barão do Rio Bran-co e em várias escolas do municipio como professora e orientadora. Ela nutria o maior carinho por seus alu-nos e colegas de trabalho, para quem eu e meus filhos enviamos um forte abraço. Na igreja, como esposa do pastor, sempre se colocava na retaguarda, cuidado de mim com muito carinho, me proporcionando as con-dições para poder exercer o ministério com dignidade e dedicação. Também llidera-va o ministério de família, o que fazia com muita sabedo-ria e espiritualidade, pois era esposa exemplar, mãe, sogra e avó amorosa. Ela ensinava com conhecimento de causa e tinha muita alegria em viver e servir.

Resta-me a saudade e dor da ausência de uma pessoa que reluzia onde estivesse. Não importa, em casa, tra-

para a JUERP, onde traba-lhou até aposentar-se.

No Rio de Janeiro, ele foi membro da Igreja Batista em Brás de Pina e da Igreja Batista Itacuruçá, vindo a terminar sua jornada de fé na Igreja Batista Memorial da Tijuca, da qual foi mem-bro dedicado desde 1974 e onde gostava de participar das atividades da União de Adultos e dos trabalhos de evangelismo nas comunida-des adjacentes, enquanto a sua saúde permitiu.

Louvamos a Deus pelo exemplo de vida do irmão Syllas, que sempre foi um bom e fiel servo de Deus (Mt. 25.21).

balhando ou viajando, sua ausência é fortemente sen-tida. Não não tenho para onde fugir, mas não quero nunca me sentir longe de seu amor, seu carinho, suas palavras de estímulo para prosseguir. Mesmo quando tudo parecia turvo, ela di-zia: “Daniel, não se preocu-pe, se for necessário come-

çamos tudo de novo”. Muito obrigado, meu Senhor, por minha esposa. Através dela pude compreender melhor o teu amor e posso para-frasear o apóstolo Paulo: “Assim, permanecem agora: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor e o amor nunca aca-ba”(1 Co 13.13).

Pérola que por quarenta anos abrilhantou minha vida

Irmão Syllas Lopes Rubim

“Com um só olhar(...), meu amor, com uma só pérola do seu colar, você me roubou o coração”(Cântico dos Cânticos 4.9)

Irmão Syllas Rubim ao lado do pastor Manoel Xavier dos Santos Filho, que também já está na glória.

Regina Lúcia Bittencourt de Paes Almeida

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14 o jornal batista – domingo, 21/08/11 ponto de vista

Lendo diariamente os noticiários não é di-fícil notar que muita gente, ao galgar car-

gos de elevada responsabi-lidade, acaba se envolvendo em corrupção e, sobre isso, até surgiu o ditado de que o poder corrompe.

Será que o poder de fato corrompe mesmo? Penso que o poder não corrompe, mas revela. Revela o que es-tava latente no estado de ego da pessoa como um gatilho que dispara os mais egoístas instintos de levar vantagem do poder assumido. Pode também disparar o que é chamado na psicologia de kratomania – mania de po-der –, ou a megalomania – mania de grandeza. Pelo me-nos é o que posso concluir depois de algumas décadas acompanhando como pesso-as exercem a liderança, seja na denominação, seja numa igreja local.

Para uns, assumir cargos de elevada responsabilidade é um privilégio em servir, em indicar novos rumos para a organização ou área que vão liderar, visando cumprir com criatividade, eficiên-cia e eficácia a missão em causa. Para outros, o poder

poderá revelar o ego infla-do de uma personalidade perturbada e desajustada. Já convivi com líderes que possuíam fortes traços de esquizofrenia, de paranóia e outras psicopatias.

Certa vez, um diácono de uma igreja me procurou para falar que seu pastor men-tia. Acabei entendendo que o pastor na realidade não mentia, mas sofria de esqui-zofrenia e imaginava certas realidades de forma tão in-tensa que o seu cérebro não conseguia mais identificar o que era a realidade e o que era mera imaginação. Sem querer denegria a ima-gem do colega, respondi ao diácono que seu pastor necessitava de atenção e que a igreja deveria ajudar seu pastor. Imagine num caso assim como esse líder lidaria com o poder.

Se o líder (pastor ou não), por exemplo, sofre de para-nóia, geralmente se imagina como o porta voz de Deus, e tudo o que fala passa a ser como que a pura e inconta-minada verdade de Deus. Ele poderá se imaginar como um enviado de Deus para “por em ordem” a denomi-nação, uma organização ou

mesmo a igreja. Tudo o que fizer ou levar o povo a fazer será como se fosse Deus fazendo.

É possível ainda que a pes-soa tenha outros distúrbios em seu estado do ego, tais como as referidas kratomania ou megalomania, a ponto de não saber lidar com o poder. Já me cansei de ver líderes (e muitos pastores) que ao assu-mir a presidência de alguma coisa na denominação ou igreja, mudam da “água para o óleo” do dia para a noite. Eles se desfiguram, se trans-figuram, como se o cargo que estão assumindo fosse como que uma elevada força que os sobreleva sobre os demais como o mais importante dos seres. Soube uma vez de um caso em que um jovem pastor foi consultado se de-sejaria pertencer a uma área denominacional. No estilo “bate-pronto”, a resposta foi “sim, pois desejo ser um dia o presidente desta conven-ção”. Soube que este jovem pastor acabou assumindo a presidência daquela área convencional e se transfigu-rou após a oração de posse, agindo de forma totalmente autoritária em todo o período de seu mandato.

O poder não corrompe, mas pode revelar o desejo que a pessoa tem se valer da “máquina denominacional”, ou da igreja, para dar vazão ao seu ego inflado, ao seu desejo de levar vantagem ou transformar a denominação ou igreja em “ação entre ami-gos”. Será que já não vivemos muitos dissabores e até perda patrimonial por causa disso? Talvez essa seja uma das cau-sas de nosso fracasso “nos negócios denominacionais”.

Por outro lado, já vi tam-bém muito líder que, ao assumir o poder, logo rompe com todos os relacionamen-tos antigos como se todos agora passassem a ser ban-didos ou algo semelhante. É claro que há pessoas que se aproveitam da amizade para tentar tirar vantagem de um líder. Mas falo daqueles que assumem a liderança e acabam se imaginando agora como “reis”, mudando radicalmente seu comporta-mento. Neste sentido, um dia falarei aqui nesta coluna sobre “amigos funcionais”.

Sobre tudo isso tenho tam-bém uma outra “teoria”. Te-nho percebido que muitos jovens que, após a oração de consagração ao pastorado,

“empinam o nariz” e passam a ser orgulhosos. A minha “teoria” é que ao término da oração de consagração pode ter havido um encurtamento das vértebras L1 e L2 ao final da coluna vertebral daquele jovem pastor, o que acabou puxando o seu pescoço para cima. Descobri que há cura, e ensino aos meus alunos an-tes mesmo da formatura aqui na Teológica – basta visitar uma vez por mês um setor de tratamento de queimados ou um pronto socorro de um hospital (não vale visitar a maternidade) e ver que a vida está sempre por um fio e não somos nada sem Deus. Se não houver melhoras, a visita deve ser quinzenal.

Enfim, não posso deixar ainda de falar que o poder não corrompe, mas revela também o estado esfarrapado da vida espiritual de muitos que se colocam como líde-res. A humildade é a mais elevada virtude de um líder. Jesus nos deixou o exemplo para que sigamos suas pisa-das. Ele, mesmo sendo Deus, se humilhou a si mesmo e não se valeu de seu poder, mas foi um líder-servo que nos indica o caminho equili-brado da liderança.

OBSeRVATóRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

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