edição 289 • ano xxii • maio de 2013 • viçosa-mg … mecanizada da cana de açúcar,...

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Edição 289 Ano XXII Maio de 2013 Viçosa-MG Momento do Produtor: Paulo Frederico Fazenda Casa Nova Reunião de produtores e equipe PDPL/PCEPL Qualidade do leite: 10 motivos para beber leite Dicas do Zootecnista: Uso de probióticos da dieta de rebanhos leiteiros 1ª Reunião Educampo Leite p. 3 p. 4 p. 2 Lucas Bianchi Couto Estudante de Zootecnia Natália Rodrigues Vaz Estudante de Agronomia VI Vitrine do milho silagem da região de Viçosa Colheita mecanizada da cana de açúcar, viável ou não? A cultura da cana de açúcar já vem a muitos anos sendo um volumoso comum em várias fazendas produ- toras de leite, conhecida e aprovada pelos produtores por ser a cultura que garante a alimentação nas épo- cas de seca do ano, onde há escassez de volumoso. Os produtores que ainda utilizam cana de açúcar para alimentação do rebanho sabem que a mão de obra que se sujeita ao serviço de cortar a cana no facão está cada vez mais difícil de ser encontrada, e cada vez mais oneroso se torna um funcioná- rio no campo em serviços de baixo rendimento. Além da insatisfação do trabalhador, que tem o rendi- mento comprometido nas demais atividades do dia, quando dedica parte de seu tempo em atividades extremamente desgastantes, como a de cortar cana debaixo de um sol escaldante. Este é o motivo que mais se justifica e que mais leva os produ- tores a pensar em corte mecanizado ou até mesmo em ensilar a cana, que além de liberar a área rapidamente, permite uma rebrota homogênea e também que seja feito os tratos cul- turais como controle de daninhas e adubação no momento correto da rebrota. Tanto a cana “in natura” como a ensilada, ambas com teores de pro- teína corrigidas, são boas alterna- O cálculo para o corte manual é mais simples, assumindo uma efici- ência deste corte de 2 ton./dia ho- mem, com um trabalhador custan- do R$35,00/dia, teremos um custo de corte de R$17,50 por tonelada. Comparando este valor com o custo operacional total de R$15,00 por tonelada no corte mecanizado, atesta-se sua viabili- dade financeira, no qual o produ- tor economizou R$ 2,50/tonelada e R$1.250,00 ao ano (R$2,50/ton. x 500 ton./ano = R$1.250/ano). O corte mecanizado da cana é uma alternativa viável, porém deve ser analisado de acordo com a situação particular das proprie- dades, onde vários fatores como disponibilidade de mão de obra, tamanho do canavial e relevo das áreas devem ser levados em consi- deração antes de qualquer tomada de decisão, buscando sempre me- lhores condições de trabalho, pro- dutividades e rentabilidade final da atividade leiteira. senvolvimento da empresa rural atendida. Dentre as atividades desenvol- vidas pelos Programas PDPL/ PCEPL, a produção de volumo- sos destaca-se como uma das mais importantes. A silagem de milho é uma opção de alto valor nutritivo, que pode ser fornecido durante o ano todo e vem sen- do utilizada por produtores pela possibilidade de mecanização e diminuição da mão-de-obra. O PDPL/PCEPL, através da vi- trine do milho, tem o objetivo de fornecer aos produtores e estu- dantes, novas tecnologias para a produção de silagem de milho, a fim de maximizar os rendimen- tos com custos compatíveis. Neste contexto, o PDPL/PCE- PL promoveu no dia 16 de fe- vereiro de 2013 a VI Vitrine do Milho Silagem, que foi realizada na Fazenda Nô da Silva, em Ca- juri – MG, de propriedade do Sr. Antônio Maria Silva Araújo. O evento contou com a parti- cipação de aproximadamente 160 pessoas, entre técnicos da área, estagiários dos programas e produtores de leite da região. O ensaio demonstrativo, por ter um foco experimental, foi composto por oito híbridos transgênicos de diferentes em- presas que foram cultivados e avaliados igualmente, obtendo os seguintes resultados: Pelo sucesso do evento e quali- dade das informações transmi- tidas aos participantes, o PDPL/ PCEPL reafirma o compro- misso com a atividade leiteira. Sempre visando o aprimora- mento técnico e econômico das empresas rurais, a Vitrine do Milho é sempre um marco no cronograma de atividades do PDPL/PCEPL. Empresa Híbrido MV Kg/ha Teor de MS % MS Kg/ha NDT % PB % FDN % FDA % NDT Kg/ha Digestibilidade % L de Leite / Kg MS Ingerida Kg de Leite / ha Agroeste AS 1581 PRO 63.980 34,78 22,525 65,06 7,85 59,83 24,7 14.477 69,66 1,3 28.979 Riber WKS RB 9004 PRO 62.660 34,46 21,593 65,71 7,66 52,63 23,27 14.189 70,77 1,34 28.855 Santa Helena 2B 339 HX 51.950 38,1 19,793 65,74 8,1 67,59 23,21 13.012 70,82 1,34 26.480 Biogene BG 7032 H 66.090 30,65 20,257 61,97 6,82 74,54 31,46 12.553 64,39 1,15 23.228 Biomatrix BM 840 PRO 60.350 32,89 19,849 62,16 7,08 66,43 31,05 12.338 64,71 1,16 22.943 Pioneer P 3862 YH 65.430 28,54 18,674 63,17 7,52 66,7 28,83 11.796 66,44 1,21 22.522 Agroceres AGX 4593 PRO 54.510 32,89 17,928 63,87 6,97 59,13 27,29 11.451 67,64 1,24 22.257 Dekalb DKB 175 PRO2 56.990 30,88 17,599 58,08 8,61 71,53 40 10.221 57,74 0,96 16.959 Visando a sustentabilidade da atividade leiteira, o Progra- ma de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa, há 25 anos, presta ser- viços de assistência gerencial e tecnológica aos produtores de leite da região, com objetivo de treinamento profissional dos estudantes nas áreas de exten- são em pecuária leiteira, além de transferir conhecimento e tecnologias competitivas para fazendeiros da região, propi- ciando o aumento na eficiência econômica da atividade leiteira, permitindo evolução e o de- Lucas Bianchi Couto Estudante de Zootecnia Natália Rodrigues Vaz Estudante de Agronomia *Análises realizadas no Labnutri da UFMG em Belo Horizonte – MG. Protocolos 129/13 a 138/13. tivas para alimentação de animais de menor exigência nutricional, como animais de recria e vacas de baixa produção. Esta forragem tem a grande vantagem de ter uma alta produção de massa por hectare, e quando comparamos os custos, en- tre o corte mecanizado com o corte manual, nota-se a grande vantagem de se fazer o corte mecanizado. É justamente por este rendimento que o produtor Rosival Ananias de Toledo que possui uma propriedade em Paula Cândido-MG, resolveu fazer o corte mecanizado em uma área de 0,8ha e ensilar um canavial velho para liberar a área e formar pastagem. Ele aprovou o método principalmente pelo fato de driblar a sua falta de mão de obra. O cus- to para cortar com a máquina as 48 toneladas de cana, foi de R$450,00 sendo R$75,00/h.m (hora máquina) e 6 horas gastas. Se o corte fosse ma- nual, pelo valor da mão de obra no local de R$30,00/d.h (dia homem) e um rendimento de 2 toneladas/dia, gastaria-se R$720,00. Se levarmos em consideração que a área da cana se encontrava com uma infestação de grama estrela que chegava a 1 metro de altura dificultando ainda mais o corte manual, e a baixa pro- dutividade do canavial velho de 60ton/ha, essa diferença ficaria ain- da mais acentuada. Adotando os valores médios de mercado, uma eficiência do corte da máquina de 20 ton./h (abaixo da considerada pelo fabricante que é de 30 ton./h para se ter uma margem de segurança), um canavial de 5 ha, com média de produção de 100 ton./ha como exemplo, obtemos os seguintes indicadores: (Tabela 01) Vista panorâmica da VI Vitrine do Milho Tabela 01

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Edição 289 • Ano XXII • Maio de 2013 • Viçosa-MG

Momento do Produtor: Paulo Frederico

Fazenda Casa Nova

Reunião de produtores e equipe PDPL/PCEPL

Qualidade do leite:10 motivos para beber leite

Dicas do Zootecnista:Uso de probióticos da

dieta de rebanhos leiteiros1ª Reunião Educampo Leite

p. 3 p. 4p. 2

Lucas Bianchi Couto Estudante de Zootecnia

Natália Rodrigues Vaz Estudante de Agronomia

VI Vitrine do milho silagem da região de Viçosa

Colheita mecanizada da cana de açúcar,

viável ou não?

A cultura da cana de açúcar já vem a muitos anos sendo um volumoso comum em várias fazendas produ-toras de leite, conhecida e aprovada pelos produtores por ser a cultura que garante a alimentação nas épo-cas de seca do ano, onde há escassez de volumoso.

Os produtores que ainda utilizam cana de açúcar para alimentação do rebanho sabem que a mão de obra que se sujeita ao serviço de cortar a cana no facão está cada vez mais difícil de ser encontrada, e cada vez mais oneroso se torna um funcioná-rio no campo em serviços de baixo rendimento. Além da insatisfação do trabalhador, que tem o rendi-mento comprometido nas demais atividades do dia, quando dedica parte de seu tempo em atividades extremamente desgastantes, como a de cortar cana debaixo de um sol escaldante. Este é o motivo que mais se justifica e que mais leva os produ-tores a pensar em corte mecanizado ou até mesmo em ensilar a cana, que além de liberar a área rapidamente, permite uma rebrota homogênea e também que seja feito os tratos cul-turais como controle de daninhas e adubação no momento correto da rebrota.

Tanto a cana “in natura” como a ensilada, ambas com teores de pro-teína corrigidas, são boas alterna-

O cálculo para o corte manual é mais simples, assumindo uma efici-ência deste corte de 2 ton./dia ho-mem, com um trabalhador custan-do R$35,00/dia, teremos um custo de corte de R$17,50 por tonelada.

Comparando este valor com o custo operacional total de R$15,00 por tonelada no corte mecanizado, atesta-se sua viabili-dade financeira, no qual o produ-tor economizou R$ 2,50/tonelada e R$1.250,00 ao ano (R$2,50/ton. x 500 ton./ano = R$1.250/ano).

O corte mecanizado da cana é uma alternativa viável, porém deve ser analisado de acordo com a situação particular das proprie-dades, onde vários fatores como disponibilidade de mão de obra, tamanho do canavial e relevo das áreas devem ser levados em consi-deração antes de qualquer tomada de decisão, buscando sempre me-lhores condições de trabalho, pro-dutividades e rentabilidade final da atividade leiteira.

senvolvimento da empresa rural atendida.

Dentre as atividades desenvol-vidas pelos Programas PDPL/PCEPL, a produção de volumo-sos destaca-se como uma das mais importantes. A silagem de milho é uma opção de alto valor nutritivo, que pode ser fornecido durante o ano todo e vem sen-do utilizada por produtores pela possibilidade de mecanização e diminuição da mão-de-obra.

O PDPL/PCEPL, através da vi-trine do milho, tem o objetivo de fornecer aos produtores e estu-dantes, novas tecnologias para a produção de silagem de milho, a fim de maximizar os rendimen-tos com custos compatíveis.

Neste contexto, o PDPL/PCE-PL promoveu no dia 16 de fe-vereiro de 2013 a VI Vitrine do Milho Silagem, que foi realizada na Fazenda Nô da Silva, em Ca-

juri – MG, de propriedade do Sr. Antônio Maria Silva Araújo. O evento contou com a parti-cipação de aproximadamente 160 pessoas, entre técnicos da área, estagiários dos programas e produtores de leite da região.

O ensaio demonstrativo, por ter um foco experimental, foi composto por oito híbridos transgênicos de diferentes em-presas que foram cultivados e avaliados igualmente, obtendo os seguintes resultados:

Pelo sucesso do evento e quali-dade das informações transmi-tidas aos participantes, o PDPL/PCEPL reafirma o compro-misso com a atividade leiteira. Sempre visando o aprimora-mento técnico e econômico das empresas rurais, a Vitrine do Milho é sempre um marco no cronograma de atividades do PDPL/PCEPL.

Empresa Híbrido MV

Kg/ha Teor de MS %

MS Kg/ha

NDT %

PB %

FDN %

FDA %

NDT Kg/ha

Digestibilidade %

L de Leite / Kg MS Ingerida

Kg de Leite / ha

Agroeste AS 1581 PRO 63.980 34,78 22,525 65,06 7,85 59,83 24,7 14.477 69,66 1,3 28.979

Riber WKS RB 9004 PRO 62.660 34,46 21,593 65,71 7,66 52,63 23,27 14.189 70,77 1,34 28.855

Santa Helena 2B 339 HX 51.950 38,1 19,793 65,74 8,1 67,59 23,21 13.012 70,82 1,34 26.480

Biogene BG 7032 H 66.090 30,65 20,257 61,97 6,82 74,54 31,46 12.553 64,39 1,15 23.228

Biomatrix BM 840 PRO 60.350 32,89 19,849 62,16 7,08 66,43 31,05 12.338 64,71 1,16 22.943

Pioneer P 3862 YH 65.430 28,54 18,674 63,17 7,52 66,7 28,83 11.796 66,44 1,21 22.522

Agroceres AGX 4593 PRO 54.510 32,89 17,928 63,87 6,97 59,13 27,29 11.451 67,64 1,24 22.257

Dekalb DKB 175 PRO2 56.990 30,88 17,599 58,08 8,61 71,53 40 10.221 57,74 0,96 16.959

Visando a sustentabilidade da atividade leiteira, o Progra-ma de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa, há 25 anos, presta ser-viços de assistência gerencial e tecnológica aos produtores de leite da região, com objetivo de treinamento profissional dos estudantes nas áreas de exten-são em pecuária leiteira, além de transferir conhecimento e tecnologias competitivas para fazendeiros da região, propi-ciando o aumento na eficiência econômica da atividade leiteira, permitindo evolução e o de-

Lucas Bianchi Couto Estudante de Zootecnia

Natália Rodrigues Vaz Estudante de Agronomia

*Análises realizadas no Labnutri da UFMG em Belo Horizonte – MG. Protocolos 129/13 a 138/13.

tivas para alimentação de animais de menor exigência nutricional, como animais de recria e vacas de baixa produção. Esta forragem tem a grande vantagem de ter uma alta produção de massa por hectare, e quando comparamos os custos, en-tre o corte mecanizado com o corte manual, nota-se a grande vantagem de se fazer o corte mecanizado.

É justamente por este rendimento que o produtor Rosival Ananias de Toledo que possui uma propriedade em Paula Cândido-MG, resolveu fazer o corte mecanizado em uma área de 0,8ha e ensilar um canavial velho para liberar a área e formar pastagem. Ele aprovou o método principalmente pelo fato de driblar a sua falta de mão de obra. O cus-to para cortar com a máquina as 48 toneladas de cana, foi de R$450,00 sendo R$75,00/h.m (hora máquina) e 6 horas gastas. Se o corte fosse ma-nual, pelo valor da mão de obra no local de R$30,00/d.h (dia homem) e um rendimento de 2 toneladas/dia, gastaria-se R$720,00. Se levarmos em consideração que a área da cana se encontrava com uma infestação de grama estrela que chegava a 1 metro de altura dificultando ainda mais o corte manual, e a baixa pro-dutividade do canavial velho de 60ton/ha, essa diferença ficaria ain-da mais acentuada.

Adotando os valores médios de mercado, uma eficiência do corte da máquina de 20 ton./h (abaixo da considerada pelo fabricante que é de 30 ton./h para se ter uma margem de segurança), um canavial de 5 ha, com média de produção de 100 ton./ha como exemplo, obtemos os seguintes indicadores: (Tabela 01)

Vista panorâmica da VI Vitrine do Milho

Tabela 01

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PDPL-RV Programa de

Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

PCEPL Programa de Capacitação

de Especialistas em Pecuária Leiteira

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Adriano Provezano

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André Navarro LobatoMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:

João Jacob Neide de Assis

Endereço do PDPL-RV:Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]: www.pdpl.ufv.br

Facebook: Pdpl Minas Gerais

Jornal da Produção de Leite

Dicas do Zootecnista:

Uso de probióticos da dieta de rebanhos leiteirosrelação custo x benefício

Os probióticos são aditivos alimentares microbianos (bac-térias, fungos) que agem no rú-men da vaca e/ou trato diges-tivo da bezerra (o) com efeitos benéficos para o animal. Ao fa-lar de probióticos, vamos des-tacar as leveduras, sendo que a mais utilizada na nutrição de ruminantes é a Saccharomyces cerevisiae.

Francisco S. Saraiva NetoEstudante de Zootecnia

- Como os probióticos são uti-lizados?

São utilizados na nutrição ani-mal, em misturas minerais, ra-ções ou mesmo puro. Respeitan-do a dosagem recomendada.

- O seu uso reduz diarréias em bezerros?

Um dos principais motivos para inclusão destes aditivos na dieta de bezerros é uma possível redução na incidência de diar-réias, pois o aditivo age neutrali-zando os microorganismos cau-sadores da doença.

- Com o uso de probióticos é possível aumentar a produção de leite?

Em estudos utilizando pro-

dutos a base de S. cerevisiae, verificou-se um aumento na produção leiteira em pratica-mente 3% (Robinson e Eras-mus 2009). Outro estudo con-duzido (por Bruno et. al., 2009) com vacas holandesas em 2 rebanhos, suplementadas com cultura de levedura, produzi-ram 1,2 Kg/dia de leite a mais.

- Quais as vantagens econômi-cas em usar esse produto?

Reduz a quantidade de células somáticas (CCS), melhorando a qualidade do leite, havendo as-sim uma possibilidade de remu-neração por qualidade. Reduz a ocorrência de diarréias conco-mitantemente ao uso de anti-

bióticos, melhorando o desem-penho dos mesmos. O uso do produto, torna-se lucrativo para animais com média de produ-ção maior que 15 litros/dia, considerando que o aumento na produção é de 3%, animais que produzem 15 litros terão um aumento de aproximadamente 0,5 litros, o que corresponde a R$ 0,475 (de acordo com o pre-ço médio do litro de leite em Minas Gerais), pagando assim o produto (próximo de R$ 0,35/animal) e obtendo um lucro de R$ 0,10/animal.

- Controla problemas rela-cionados a acidose?

Sim. Uma das formas de

ações das leveduras é a redu-ção da concentração de ácido lático no rúmen, o que promo-veria a manutenção de um pH mais adequado aos microor-ganismos e ambiente ruminal mais estável.

Assim, pode-se ver que há grandes possibilidades de me-lhoria na produção animal com o uso de probióticos. No entanto, é fundamental ter co-nhecimento da procedência dos mesmos, pois a tecnolo-gia de produção é complexa e poucas são as empresas que realmente conseguem produ-zí-los com controle de quali-dade.

Jaime Camilo Filho Estudante de Medicina Veterinária

Marcelo Grossi MachadoEstudante de Zootecnia

1ª Reunião Educampo Leite 2013 em Viçosa-MG

Durante os dias 6, 7 e 8 de maio ocorreu em Viçosa o 1ª Encontro Educampo Leite de 2013, organizado pela Central de Processamento de Dados (CPDEducampo) e SEBRAE--MG.

O evento, que ocorre todos os anos, esteve pela primeira vez em Viçosa e contou com uma programação voltada para análise gerencial e aplicação da ferramenta PDCA (“Plan, Do, Check and Action”) de plane-jamento implantado pelas fa-zendas do Projeto Educampo e PDPL-RV/PCEPL. O evento contou com 65 consultores do Projeto Educampo Leite de Minas Gerais de diversas regi-ões do estado e com os coor-denadores e supervisores do SEBRAE e da CPDE.

No primeiro dia do evento, segunda feira, foi realizada a palestra de abertura pelos Coordenadores do Progra-ma Rogério Nunes/SEBRAE e Christiano Nascif/CDPE, onde foram apresentados os resul-tados do ano de 2012 sobre a atuação e eficiência do progra-ma entre os empresários rurais do estado.

O segundo dia foi dividido em duas atividades distintas: enquanto um grupo recebia

treinamento na utilização do novo sistema de proces-samento e cálculo de custos, PCC Leite 2 – que inclui tam-bém ferramentas inovadoras de planejamento da empresa rural; outro grupo visitava uma fazenda assistida pelo PDPL-RV/PCEPL, do produ-tor José Afonso Frederico, em Coimbra-MG, para conhecer e discutir as vantagens e desa-fios da manutenção e acompa-nhamento do PDCA à nível de campo.

No terceiro e último dia a equipe de consultores teve a oportunidade de assistir uma palestra da Professora Adria-na Ferreira de Faria, do De-partamento de Engenharia de Produção da UFV e Diretora Executiva do CENTEV (Cen-tro Tecnológico de Desenvol-vimento Regional de Viçosa), sobre “Gerenciamento da roti-na para aumento da produtivi-dade e melhoria da qualidade”.

Com toda certeza, ao final do evento, pela avaliação ob-

tida dos consultores envolvi-dos foi de grande importância para atualização em aspectos gerenciais e de planejamento da empresa rural, e ainda, di-ferentemente dos encontros anteriores promovidos pela CPDE e SEBRAE trouxe no-vidades quanto a implantação do novo software PCC e sobre a ferramenta PDCA que se encontra em plena ascenção dentre os produtores assistidos pelo projeto.

Professora Adriana ministrando a palestra

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Na zona rural do município de Araponga-MG, a Fazenda Casa Nova do produtor Paulo Frederi-co foi adquirida em 1989 e teve como atividade inicial o Simental de corte. Como na região não ha-via mercado para o gado de corte, o produtor desfez do rebanho e adquiriu animais de leite de pro-priedades da região e desde então começou a ser assistido pelos pro-gramas PDPL/PCEPL.

A fazenda Casa Nova possui 450 ha, deste total são realizadas diver-sas atividades, como a cafeicultura dispondo de 110 ha, plantio de Eucalipto e Pinus em 10 ha, 3 ha destinados à Palmeira Real (pro-dução de palmito), possui dois galpões para produção de frangos de corte com suporte para 30.000 aves/galpão, e na pecuária leiteira atualmente colhe ótimos resulta-dos dispondo de 85 há, sendo que no torneio leiteiro de 2012, o pro-dutor Paulo Frederico ganhou a premiação como destaque do ano

Momento do Produtor: Paulo Frederico – Fazenda Casa Nova

José Teotônio Estudante de Zootecnia

Paloma Leijoto Estudante de Zootecnia

Samyr Sossai Estudante de Medicina Veterinária

devido ao crescimento acumula-do de 328% na produção de leite e excelentes indicadores técnicos e econômicos dos últimos treze anos.

Comumente ouvimos de todos os profissionais da pecuária leiteira o ditado: Para ser um bom pecua-rista é necessário ser um excelente agricultor! E isso é comprovado pelo produtor Paulo Frederico, mostrando excelentes resultados no plantio de milho que é desti-nado a produção de volumosos, obtendo um custo de produção da safra de R$ 46,00/ton que ficou abaixo da média dos programas PDPL & PCEPL apresentando óti-ma eficiência de produtividade da cultura. Nesta safra (2012-2013), o produtor obteve uma produtivida-de de 58ton/ha atingindo suas ex-pectativas com a cultura.

Dos 85 ha da área destinados pecuária leiteira, 20,7 há são uti-lizados para o plantio de milho silagem voltado totalmente para a suplementação das vacas em lac-tação, novilhas liberadas para re-produção e pré-parto, 6,0 ha para o cultivo de cana e 1,5 ha para o capim-elefante, destinados para alimentação dos animais de baixa produção. Ainda dispondo de pi-quetes de tifton-85 destinados aos animais jovens, para estimular o pastejo, e ainda uma extensa área de pastagem de braquiária, desti-nada a vacas secas e animais em

recria, suplementados com protei-nado de alta ingestão na época das águas.

Fazendo um comparativo da atividade desde o início aos dias atuais, a propriedade no inicio pro-duzia 494L/dia, em maio de 2011 com produção de 1100L/dia e hoje está em torno de 1400L/dia. Como o produtor possui uma meta de 2000L/dia, esta será alcançada ain-da este ano devido a previsão de 99 animais em lactação até agosto de 2013. Na tabela 01, estão os dados de evolução da propriedade quanto a produção e índices econômicos.

O rebanho está atualmente com 81 animais em lactação, 25 vacas secas, 71 novilhas, 9 bezerras em aleitamento. O lote 1 e 2 de alta

produção obtiveram média de 24,2 e 20 litros, respectivamente, no último controle leiteiro do mês de abril. Os animais em produção são divididos atualmente em seis lotes levando-se em consideração dias de lactação, produção e lote de primíparas.

Outra estratégia que o produtor planeja utilizar para alcançar sua meta é a intensificação na utili-zação de cursos oferecidos aos funcionários da fazenda, como: Qualidade do Leite, Curso de Cas-queamento preventivo e curativo, Cuidados com o Bezerro Recém Nascido, Cuidados no Pré-parto, dentre outros, para melhorar a efi-ciência e qualidade da mão de obra utilizada na fazenda, obtendo cada

vez mais resultados positivos na atividade.

Com a atuação administrativa direta do produtor, auxiliado pela assistência técnica do PDPL/ PCE-PL, as metas a serem alcançadas estão cada vez mais próximas, e a fazenda vem crescendo cada vez mais seu potencial produtivo, de-monstrado por seus indicadores zootécnicos que encontram-se acima da média das fazendas assis-tidas pelo programa. A atividade vem apresentando sustentabili-dade na produção, possibilitando maior poder de negociação e me-nor risco diante das ocilações do mercado, propiciando cada vez mais, maior sustentabilidade ao produtor.

INDICADORES TÉCNICOS E ECONÔMICOS Índices Início Hoje MetaProdução por dia (L/dia) 494.11 1443,63 2000Media por vacas em lactação (L) 13.1 17,76 18,6 Media total vacas rebanho (L) 7.7 13,42 14,5 Vacas lactação por total de vacas (%) 58.47 75,56 79,6Vacas lactação pelo total do rebanho (%) 24.56 38,77 40Vacas lactação por área (Cab/ha) 0.12 0,97 1,1Estoque de capital empatado por litro de leite (R$/L/Dia) 1104.39 699.31 652Taxa de remuneração do capital com terra (%a.a.) 2,73 8.8 10Margem Bruta unitária (R$/L) 0.0976 0.2641 0.3Lucro unitário (R$/L) -0.0058 0.0955 0.108

Plantio de milho Sede da propriedade

Professor Adriano Provezano entrega o Reconhecimento de Mérito ao produtor Paulo Frederico Pista de alimentação dos animais

Tabela 01

Qualidade do leite

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As 10 maiores produções do mês de abril de 2013

Ord Produtor Município Produção

1 Antônio Maria Cajuri 111359

2 José Afonso Frederico Coimbra 57980

3 Hermann Muller Visc. Rio B 48003

4 Paulo Frederico Araponga 36400

5 Joaquim Campos Júnior Dores do Turvo 33016

6 Luciano Sampaio Teixeiras 22796

7 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 21900

8 Cristiano José Lana Piranga 20215

9 Ozanan Moreira Ubá 18162

10 Antônio Carlos Reis Piranga 16217

As 10 maiores produtividades do mês de abril de 2013 Ord Produtor Município Produtividade por Produtividade por vaca em lactação vaca total 1 Antônio Maria Cajuri 24,1 19,7 2 José Afonso Frederico Coimbra 21,0 17,8 3 Rogério Barbosa Teixeiras 19,1 16,2 4 Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 19,9 15,6 5 Ozanan Moreira Ubá 17,2 15,0 6 Paulo Bitarães Viçosa 14,5 12,9 7 Áureo de Alcântara Ferreira Guaraciaba 15,6 12,6 8 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 16,4 12,2 9 João Bosco Diogo Porto Firme 15,8 12,2 10 José Maria de Barros P. Bernardes 14,6 11,9

Reunião de produtores e equipe PDPL/PCEPL – Esclarecendo

resultados em busca do sucesso

Na noite do dia 26 de março, no Departamento de Zootecnia da UFV, foi realizado a II Reunião de produtores do PDPL/PCEPL, com objetivo de esclarecer os resultados econômicos das propriedades par-ticipantes do Programa, no período de Mar/12 a Fev/13.O evento foi mi-nistrado pelo coordenador técnico do programa, Christiano Nascif, e contou com a presença de toda a co-ordenação, equipe de apoio, equipe técnica, estagiários, além da ilustre presença de grande parte dos produ-tores participantes.

Durante a apresentação foi apre-sentado o resultado econômico das propriedades participantes do Pro-grama, com período maior de 12 meses de envio dos dados, além de expor os indicadores que mais in-fluenciaram nos resultados. No pe-ríodo avaliado, os indicadores que mais influenciaram a rentabilidade dessas propriedades foram o custo total de produção, o gasto com mão de obra contratada, a produtividade da mão de obra, escala de produção e estoque de capital investido por litro de leite, respectivamente em ordem de maior importância. Além da exposição dos resultados, nesta edição, a análise destes indicadores

Marcelo Bianco Nascimento MoreiraEstudante de Zootecnia

econômicos foi abordada durante a apresentação, o que despertou gran-de interesse por parte dos produ-tores e estagiários, os quais tinham os resultados econômicos de sua propriedade em mãos, durante a pa-lestra.

Dentre os resultados apresentados, o de maior importância foi o custo total do leite (R$/Litro). No perío-do avaliado as propriedades supe-riores em rentabilidade obtiveram custo total do leite de R$ 0,79/litro, enquanto as propriedades interme-diárias e inferiores obtiveram resul-tados de R$ 0,93/litro e R$ 1,14/litro, respectivamente. Com estes resulta-dos, foi possível apresentar aos pro-dutores e estagiários, o risco destas propriedades de operarem com pre-juízo econômico no próximo ano. De acordo com o histórico de preços dos últimos 10 anos, as propriedades

inferiores em rentabilidade (CT Lei-te = R$1,14) possuem apenas 13% de chance de operarem com lucro posi-tivo, caso mantenham os valores do último período.

A reunião foi encerrada com a oportunidade dos produtores argu-mentarem sobre a importância do Programa na propriedade, além de críticas e sugestões nas atividades desenvolvidas pelos técnicos e esta-giários.

Esta segunda edição da reunião de produtores foi de grande im-portância para a sensibilização e incentivo dos produtores para o ano de 2013 na pecuária leiteira, além de servir para fortalecer os laços com o PDPL/PCEPL na bus-ca de resultados econômicos cada vez mais competitivos, colhendo os resultados de um trabalho bem conduzido.

10 motivos para beber leite

Conhecido como alimento prá-tico, saudável e gostoso, o leite possui também a característica fundamental de ser um alimento com balanço nutricional único contendo proteínas, carboidra-tos e minerais. O teor de água no leite naturalmente é de 90%, aumentando assim a eficiência da diluição desses nutrientes no meio líquido, fazendo com que o conjunto nutricional da bebida se torne melhor que os nutrientes isolados.

De acordo com a nutricionista Ana Beatriz Barrela, da consul-toria RG Nutri “um dos motivos para que a recomendação do cál-cio diário seja dada por meio do leite é porque toda essa compo-sição facilita a absorção de cálcio pelo organismo”. Segundo a nu-tricionista, ingerir a quantidade de três porções de cálcio diárias recomendadas pelo Guia alimen-tar para a população brasileira, Ministério da Saúde, pode trazer benefícios a saúde. Assim veja-mos os bons motivos para consu-mo do leite.1. O leite ajuda a emagrecer – Estudos comprovam que popu-lações de diferentes faixas etárias que consomem o alimento são mais magras e menos predispos-tas a obesidade.2. O leite hidrata – Uma pes-quisa da Universidade Lough-boroung School of Sports and Exercise Sciences, do Reino Uni-do, comprovou que o leite magro leva a uma significativa melhora na reidratação após a atividade física comparado a outras bebi-das, como água e alguns sucos de frutas.3. Ajuda no controle da diabe-tes – De acordo com pesquisas recentes, alto teor de aminoáci-dos das proteínas do soro do leite pode afetar os processos metabó-licos do organismo, favorecendo o controle da glicemia e a ação da insulina podendo assim ajudar no controle das taxas de açúcar no sangue.4. Ameniza cólicas menstruais – Um estudo realizado na Jordânia mostrou que adolescentes que consumiam três porções de cál-cio por dia, sentiam menos do-res causados pelas contrações do que as que não consumiam, pois o cálcio participa nos proces-sos de contração e relaxamento muscular. No estudo revela que na ausência de cálcio o músculo

permanece contraído por mais tempo, causando dores.5. O leite é a melhor e maior fonte de cálcio – O leite repre-senta a maior fonte alimentar do cálcio e uma excelente capa-cidade de absorção do mineral. O cálcio existente no leite possui grande importância para o cres-cimento e manutenção dos ossos e dos dentes.6. O leite é um alimento com-pleto e versátil – Além de conter proteínas, carboidratos, lipídeos e minerais, o leite está presente em um grande número de recei-tas clássicas e fundamentais do dia-dia e é um dos alimentos pre-ferido das crianças. 7. É um alimento seguro – A segurança do leite, atualmente, é garantida pelo processo UHT (Ultra High Temperature) utili-zado nas embalagens longa vida que aplica altas temperaturas durante o tratamento da bebida, isso impede a sobrevivência e o crescimento de microorganis-mos.8. Contém proteínas de alto valor biológico – As proteínas do leite, juntamente com as pro-teínas do soro, além de seu alto valor biológico, contém peptí-deos bioativos, que atuam como agentes antimicrobianos, anti--hipertensivos, reguladores da função imune, da mesma forma dos fatores de crescimento.9. Ajuda a dormir melhor – O leite possui grande fonte de trip-tofano, que é um aminoácido essencial que induz o sono em caso da insônia. Esse aminoáci-do é um precursor da serotonina, que atua como um sedativo na-tural no cérebro humano. É por isso que a insônia recomenda-se um copo de leite morno antes de dormir.10. O leite é fundamental em todas as faixas etárias – O con-sumo do cálcio no leite é benéfi-co para pessoas de todas as faixas etárias. Para crianças propor-ciona o crescimento saudável de ossos e dentes; para os adultos produz uma boa quantidade de massa óssea; nas gestantes é fun-damental na formação do feto; e nos idosos evita a perda de mas-sa muscular e óssea causada pela idade avançada.

Fonte: Informativo CAPIL e editada por Marciano Adalberto – Assessor

Cooperativista da COOLVAM.

Produtores e estagiários participando da palestra