ficha pedagógica - cana-de-açúcar - pr

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  • 7/25/2019 Ficha Pedaggica - Cana-De-Acar - Pr

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    ARCAFAR - ASSOCIAO REGIONAL DAS

    CASAS FAMILIARES RURAIS DO SUL DO BRASIL

    CASA FAMILIAR RURAL DE PROLA D'OESTE - PR

    CANA-DE-ACAR

    FICHA PEDAGGICA

    NOME DO JOVEM: ___________________________________ DATA: ___/___/___

    Elaborao: JANE CRISTINA MAFIOLETTIEng AGRNOMACasa Familiar Rural de Enas MarquesParanReviso: MARCOS A. FURLANEng Agrnomo e EVANDRO GINDRI Tc. AgropecurioCFR Prola DOeste.

    JUNHO - 2.001

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    NDICE

    01 INTRODUO 0302 IMPORTNCIA DA CULTURA 0303 UTILIZAO 0404 DESENVOLVIMENTO DA PLANTA 0505 PARTES DA PLANTA 0606 CLIMA DE SOLO 0707 EXIGNCIA CLIMTICA DE CANA DE ACAR 0708 PREPARO DO SOLO 0709 CORREO DO SOLO 0810 ADUBAO DA CANA DE ACAR 0911 PLANTIO 1112 VARIEDADES/CULTIVARES 13

    13 TRATOS CULTURAIS CONTROLE DE ERVAS 1414 PRAGAS E DOENASCONTROLE DE DOENAS 14

    15 MOSAICO 1516 ESCALDADURA 1517 RAQUITIQUISMO DAS SOQUEIRAS 1618 CARVO 1619 PODRIDO-ABACAXI 1720 PRAGAS E DOENASCONTROLE DE PRAGAS 1721 CUPINS 1822 BESOURO MIGDOLUS 1923 BROCA DA CANA 21

    24 ELASMO 2225 GORGULHO RAJADO 2326 NEMATIDES 2327 COLHEITA DA CANA DE ACAR 2428 COMERCIALIZAO 2629 CUSTO DE PRODUO 2730 PRODUO DE MUDAS 2731 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28

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    CANA-DE-ACARINTRODUO

    ORIGEM DA CANA-DE-ACAR

    Originria do sudeste da sia, onde cultivada desde pocas remotas, a explorao

    canavieira assentou-se, no incio, sobre a espcie Saccharum officinarum. O surgimento devrias doenas e de uma tecnologia mais avanado exigiu a criao de novas variedades, asquais foram obtidas pelo cruzamento da S. officinarum com as outras quatro espcies dognero Saccharum e, posteriormente, atravs de recruzamentos com as ascendentes.

    Os trabalhos de melhoramento persistem at os dias atuais e conferem a todas asvariedades em cultivo uma mistura das cinco espcies originais e a existncia de cultivares ouvariedades hbridas.

    HistricoNo Brasil a cana-de-acar data do sculo XVI. Foi trazida da Ilha da Madeira e

    cultivada quase simultaneamente em Pernambuco e So Paulo. Os primeiros engenhos foramconstrudos perto de Santos (SP). O ciclo do acar provocou a introduo no Brasil dosescravos africanos trazidos pelos portugueses, o comrcio de escravos destinados para alavoura canavieira. Esses africanos muito contriburam para o desenvolvimento da nossaagricultura.

    Durante 150 anos a cana-de-acar foi o principal produto agrcola brasileiro. Aimportncia da cana-de-acar comeou a diminuir durante o final do sculo XVIII, quando osespanhis e holandeses passaram a cultiv-la e a construir engenhos nas suas colnias doCaribe. Com o declnio da minerao do ouro no comeo do sculo XIX, renasceu a cultura dacana-de-acar no Brasil, voltando a ser um dos principais produtos de exportao. J nadcada de 70, com a crise de petrleo e a criao do Prolcool, a cultura assumiu uma nova

    importncia, como fonte de combustvel. Hoje a cana o principal produto agrcola brasileiroem volume de produo (334,5 milhes de toneladas em 1996).

    IMPORTNCIA DA CULTURA

    A importncia da cana de acar pode ser atribuda sua mltipla utilizao, podendo serempregada in natura, sob a forma de forragem, para alimentao animal, ou como matriaprima para a fabricao de rapadura, melado, aguardente, acar e lcool.

    A cana-de-acar atualmente ocupa 4,1 milhes de hectares, no Brasil, representandoaproximadamente 8,1% da rea de cultivo, gerando 1,3 milhes de empregos diretos e

    80 mil gerados pelo PROLCOOL. No Paran 400 mil vivem direta e indiretamente emfuno do plantio da cana (plantio-corte-usina). Os Estados do Sul produzem 60% daproduo nacional e os do nordeste 40% da produo nacional.

    A produo nacional, safra 91/92, foi de 174 milhes de sacas de acar e 12,7 bilhes delitros de lcool.

    Para a obteno destes nmeros, foi necessrio, o desenvolvimento de tcnicas nosetor agro-industrial, que permitissem acrscimo em produtividade e eficincia, comreduo das perdas de cada etapa, dos processos industrial e agrcola. As doenas,

    ervas daninhas e pragas so fatores de perda de produo e qualidade de matria-prima, destacando-se a participao dos insetos como agentes responsveis por danosexpressivos na cultura.

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    Produo estimada

    A produo estimada no Brasil de 334 milhes de toneladas/ano, no Paran 23milhes de toneladas/ano. (safra 99/00)

    Em 1996, a produo de acar e lcool foi recorde, a produo de lcool no Paran foi

    de 435 milhes de litros. A produo de acar aumentou muito no Paran, em 1995 foide 431 mil toneladas, aumentou para 556 mil toneladas em 1996, o governo autorizouuma produo de 932 mil toneladas para 1997.

    EVOLUO DA REA COLHIDA E DA PRODUO OBTIDA DE CANA-DE-ACARNO ESTADO DO PARAN SAFRA 93/94 A 98/99

    SAFRAS 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99

    rea (ha) 216.500 255.763 284.586 302.072 310.344 338.939

    Produo (ton) 15.945.937 20.429.522 23.440.058 24.563.963 26.640.767 27.016.957

    UTILIZAO DA CANA-DE-ACAR

    Como utilizada a cana-de-acar em sua propriedade:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    A cana ainda contnua ser usada como planta alimentcia em algumas partes da sia e

    do Pacfico. Seu uso mais importante a produo de acar e atualmente a produo decombustvel para motores (lcool), em substituio aos derivados de petrleo (gasolina e leodiesel).

    O acar usado para adoar alimentos, sendo a base das confeitarias; utilizado naindstria de licores (bebidas alcolicas, doces), refrescos, chocolates, frutas em conserva,assim como em medicamentos. O rum (bebida alcolica) obtido da cana-de-acar.

    O lcool, assim como outros derivados da cana-de-acar, usado para licoresperfumes e produtos farmacuticos.

    O bagao da cana (cana j prensada) usado na fabricao de papel e papelo, parafazer madeira prensada e at telhas e canais alm de servir para combustveis, nas prpriasfbricas de acar.

    Composio Qumica mdia dos principais produtos derivados da cana.

    Compostos Acar mascavo(100 gramas)

    Acar refinado(100 gramas)

    Caldo de cana(100 gramas)

    Calorias (em cal.) 356,00 385,00 82,00Protenas (em gr) 0,40 - 0,30Clcio (em mg) 51,00 - 13,00Fsforo (em mg) 44,00 - 12,00Ferro (em mg) 4,20 0,10 0,70

    Vitamina B1 (em mg) 0,02 - 0,02Vitamina B2 (em mg) 0,11 - 0,01Vitamina C (em mg) 2,00 - 2,00

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    DESENVOLVIMENTO DA PLANTA

    Estgio OPr-germinativo

    Estgio I Germinao e emergncia. Estgio de brotamento primeiro broto acima do solo aparecimento de razes.

    Estgio IIEmergncia e enraizamento, presena das razes primrias formao folhar.

    Estgio IIIBrotos secundrios acima do solo.pice do broto ainda prximo do solo.

    Estgio IVElongao do caule, ponteiro, colmo e folhas jovens.Caulecolmo, duro acima do solo.Toletecolmo, duro abaixo do solo.Razes permanentesprincipais brotos formando nas razes.

    Estgio VPr-maturao prximo mxima altura, colmos imaturos. Concentrao do acarmais baixa nas partes superiores, do que na inferior.

    Estgio VIMaturidadeCanamaduraPouca diferena entre concentrao na parte superior e inferior.

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    Descreva na figura abaixo, as principais partes da planta:

    PARTES FUNES123

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    CLIMA E SOLO

    A cana-de-acar cultivada numa extensa rea territorial, compreendida entre osparalelos 35 de latitude Norte e Sul do Equador, apresentando melhor comportamento nasregies quentes. O clima ideal aquele que apresenta duas estaes distintas, uma quente emida, para proporcionar a germinao, perfilhamento e desenvolvimento vegetativo, seguido

    de outra fria e seca, para promover a maturao e conseqente acumulo de sacarose noscolmos.A cana-de-acar exige calor e umidade, sem essas condies no produzir bem. A

    melhor temperatura para cana de 30 a 34C. Abaixo de 20C o crescimento muito lento.Acima de 35C tambm lento, e alm de 38C, ela no cresce. A cultura precisa de 1.500 mmde chuvas por ano.

    Solos profundos, pesados, bem estruturados, frteis e com boa capacidade de retenoso os ideais para a cana-de-acar que, devido sua rusticidade, se desenvolvesatisfatoriamente em solos arenosos e menos frteis, como os de cerrado. Solos rasos, isto ,com camada impermevel superficial ou mal drenada, no devem ser indicados para a cana-de-acar.

    EXIGNCIAS CLIMTICAS DA CANA-DE-ACAR

    Em sua propriedade ou comunidade voc conhece alguma interferncia climtica na cultura dacana.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    A cana uma planta tipicamente tropical, gostando portanto de clima quente e mido,com temperatura oscilando entre 16 C e 33 C. A precipitao pluviomtrica a partir de 1000mm, bem distribuda.

    importante salientar que a cana necessita de uma poca quente e chuvosa para odesenvolvimento vegetativo e uma poca fria ou seca para o enriquecimento em acares. Oque rege a maturao da cana no o tempo em que ela se encontra plantada e sim,condies climticas favorveis maturao, desde que a cana se encontre desenvolvida osuficiente para amadurecer. Outro fator importante no desenvolvimento e maturao da cana, de muita luz. O frio intenso influi negativamente no desenvolvimento da cana-de-acar.A partir do ms de abril, quando as noites comeam a ficar frias, a cana comea a amadurecer,transformando glicose em sacarose, que e um slido solvel que compe a maior parte do

    acar mascavo e o melado.PREPARO DO SOLO

    Como feito o preparo do solo em sua propriedade para plantio da cana-de-acar equais os equipamentos utilizados, cite quais as vantagens e desvantagens dos diferentes tiposde preparo e equipamentos utilizados:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    Tendo a cana-de-acar um sistema radicular profundo, um ciclo vegetativo econmicode quatro anos e meio ou mais e uma intensa mecanizao que se processa durante esselongo tempo de permanncia da cultura no terreno, o preparo do solo deve ser profundo eesmerado.

    A terra deve estar bem destorroada para proporcionar um melhor contato das gemascom o solo, para facilitar a brotao.

    No preparo do solo, temos de considerar duas situaes distintas:- a cana vai ser implantada pela primeira vez;- o terreno j se encontra ocupado com cana.

    No primeiro caso, faz-se uma arao profunda, com bastante antecedncia do plantio,visando destruio, incorporao e decomposio dos restos culturais existentes, seguida degradagem, com o objetivo de completar a primeira operao. Em solos argilosos normal aexistncia de uma camada impermevel, a qual pode ser detectada atravs de trincheirasabertas no perfil do solo.

    Constatada a compactao do solo, seu rompimento se faz atravs de subsolagem, que

    s aconselhada quando a camada adensada se localizar a uma profundidade entre 20 e 50cm da superfcie e com solo seco.

    Nas vsperas do plantio, faz-se nova gradagem, visando ao acabamento do preparo doterreno e eliminao de ervas daninhas.Na segunda situao, onde a cultura da cana j se encontra instalada, o primeiro passo adestruio da soqueira, que deve ser realizada logo aps a colheita. Essa operao pode serfeita por meio de arao rasa (15-20 cm) nas linhas de cana, seguida de gradagem ou uso deherbicida.

    Se confirmada a compactao do solo, a subsolagem torna-se necessria. Nas vsperasdo plantio procede-se a uma arao profunda (25-30 cm), por meio de arado ou grade pesada.Seguem-se as gradagens necessrias, visando manter o terreno destorroado e apto ao plantio.

    CORREO DO SOLO

    A cana-de-acar em pH que varia 5,0 a 6,5 pois nessa faixa que ela consegueabsorver os nutrientes, se o pH estiver abaixo deve se aplicar calcrio dolomtico para corrigir osolo. O calcrio deve ser aplicado a lano e incorporado com arado a uma profundidade de 20a 25 cm de forma que fique bem distribudo no perfil do solo.

    A necessidade de aplicao de calcrio determinada pela anlise qumica do solo,devendo ser utilizado para elevar a saturao por bases a 60%. Se o teor de magnsio forbaixo, dar preferncia ao calcrio dolomtico.

    O calcrio deve ser aplicado o mais uniforme possvel sobre o solo. A poca maisindicada para aplicao do calcrio vai desde o ltimo corte da cana, durante a reforma docanavial, at antes da ltima gradagem de preparo do terreno. Dentro desse perodo, quantomais cedo executada maior ser sua eficincia.

    ADUBAO

    Como feita a adubao do solo para o plantio da cana-de-acar, em sua propriedade oucomunidade? Explique:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    ADUBAO DA CANA-DE-ACAR

    Para a cana de acar, h a necessidade de considerar duas situaes distintas,adubao para cana-planta e adubao para soqueiras, sendo que, em ambas, a quantificaoser determinada pela anlise do solo. Para cana-planta, o fertilizante dever ser aplicado nofundo do sulco de plantio.

    A adubao deve ser recomendada, conforme anlise do solo de cada rea destinada anovos plantios, porm, podemos afirmar que, as necessidades minerais da cana so bastantealtas com relao ao nitrognio e potssio e, so seguidas em ordem decrescente pelo clcio,magnsio, enxofre e fsforo.

    N correo e manuteno do nutriente, com esterco de curral e resduos lquidos datransformao da cana que iro sobrar em grandes quantidades.

    Kser adicionado no solo, na forma de sulfato potssio, pois contm enxofre, tambm podeser colocado atravs do prprio bagao da cana, que rico nesse elemento.

    Pser adicionado na forma de fosfatos naturais de rocha e complementado com estercos.

    Adubao Verde

    Qual a forma que feita a adubao verde em sua propriedade?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    A adubao verde prtica de fundamental importncia dentro do sistema de manejopara recuperao de solos de baixa fertilidade, objetivando elevar a produtividade da cultura dacana-de-acar.

    A utilizao de leguminosas, por ocasio da reforma do canavial prtica que devemerecer especial ateno, pois conserva o terreno coberto, impedindo a eroso do solo porchuvas pesadas que possam ocorrer em novembro/dezembro e janeiro, impossibilita odesenvolvimento de plantas daninhas; auxilia a estruturao do solo; aumenta a reteno denutrientes atravs da elevao da C T C (capacidade de troca catinica) do solo; absorve

    nutrientes das camadas mais profundas do solo liberando-os posteriormente na camadaarada; promove a fixao de nitrognio atmosfrico; aumenta a atividade microbiolgica dosolo atravs da adio orgnica, eleva reteno de gua no solo.

    Adubao da cana-soca

    Ser feita a adubao de manuteno da cana-soca aps cada corte, onde serefetuado o rompimento do sistema lateral com p-de-pato especial, para propiciar a renovaodas razes, facilitando assim a absoro de gua e nutrientes.

    A adubao qumica deve ser feita com base na recomendao tcnica, a orgnica

    fundamental para o bom desenvolvimento dos canaviais pois a mesma aumenta a capacidadede troca catinica do solo, fornece nutrientes a cana, intera-se com os minerais de argila,melhora a estrutura do solo.

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    No quadro a seguir so indicados as quantidades de nitrognio, fsforo e potssio aserem aplicadas com base na anlise do solo e de acordo com a produtividade esperada.

    Adubao Mineral de Plantio

    Produtividadeesperada

    Nitrognio

    P resina, mg/dm

    0 - 6 7 - 15 16 -40

    >40

    t/ha N, kg/ha P2O5, kg/ha

    150

    303030

    180180

    *

    100120140

    6080100

    406080

    Produtividade esperadaK+trocvel, mmolc/dm

    0 - 0,7 0,8 - 1,5 1,6 - 3,0 3,1 - 6,0 >6,0

    t/ha

    K2O, kg/ha

    150

    100150200

    80120160

    4080120

    406080

    000

    * No provvel obter a produtividade dessa classe, com teor muito baixo de P no solo Fonte: Boletim Tcnico 100 IAC, 1996

    Aplicar mais 30 a 60 kg/ha de N, em cobertura, durante o ms de abril; em solo arenosodividir a cobertura, aplicando metade do N em abril e a outra metade em setembro - outubro.

    Adubaes pesadas de K2O devem ser parceladas, colocando no sulco de plantio at

    100 kg/ha e o restante juntamente com o N em cobertura, durante o ms de abril.Para soqueira, a adubao deve ser feita durante os primeiros tratos culturais, em

    ambos os lados da linha de cana; quando aplicada superficialmente, deve ser bem misturadacom a terra ou alocada at a profundidade de 15 cm.

    Na adubao mineral da cana-soca aplicar as indicaes do quadro a seguir,observando os resultados da anlise de solo e de acordo com a produtividade esperada.

    Adubao Mineral da Cana-Soca

    Produtividadeesperada

    NitrognioP resina, mg/dm

    K+trocvel,mmolc/dm

    0-15 > 15

    0,15 1,5-3,0 > 3,0

    t/ha N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha

    < 6060 - 80

    80 - 100> 100

    6080

    100120

    30303030

    0000

    90110130150

    6080100120

    30507090

    Fonte: Boletim Tcnico 100 IAC, 1996Aplicar os adubos ao lado das linhas de cana, superficialmente e misturado ao solo, no

    mximo a 10 cm de profundidade.

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    PLANTIO

    Vamos descrever as condies observadas em nossa propriedade para o plantio dacana-de-acar.

    POCA DE PLANTIO

    ESCOLHA DA MUDATEMPERATURA/UMIDADESOLOCLIMA

    Escolha da mudaPrefira mudas, produzidas em viveiros apropriados, provenientes de canas tratadas com

    gua quente e de variedades testadas para as condies da regio. Portanto, solo bempreparado e corrigido na sua fertilidade, plantados com mudas de boa qualidade na pocacerta, a garantia de um bom canavial.

    Os colmos com idade de 10 a 12 meses so colocados no fundo do sulco, semprecruzando a ponta do colmo anterior com o p do seguinte e picados, com podo, em toletes deaproximadamente de trs gemas.

    Tipos de plantioTradicional o plantio em toletes, nesse sistema, deve-se fazer uma seleo dos

    toletes eliminando os brocados e doentes, executa um tratamento adequado.Sistema de cana inteira picada no sulco recomendvel quando se dispe de cana

    somente de boa qualidade proveniente de viveiros de mudas tratadas e quando o solo aindaestiver com boa umidade. Com este sistema consegue-se maior rapidez no plantio e customenor.

    O plantio deve ser feito nos sulcos j adubados e depois de distribudas as mudas, sopreciso que se cortem as canas nos sulcos em toletes de trs gemas para quebrar adominncia apical. Se deixarmos a cana inteira dentro do sulco, as gemas mais novas, daponta da cana germinaro primeiro emitindo auxinas que inibiro a germinao das gemasmais velhas. recomendado que se plante 6 a 12 gemas por metro linear.

    Com 6 gemas um plantio simples e deve ser cruzados a base da cana com o pice.Neste tipo de plantio ser necessrio de 3 a 5 toneladas de mudas por hectare, dependendo dodimetro da cana. Corre-se o risco de falhas na germinao, provocando falhas de stand.Este tipo de plantio recomendado quando tivermos falta de mudas.

    Os toletes so cobertos com uma camada de terra de 7 cm, devendo ser ligeiramentecompactada. Dependendo do tipo de solo e das condies climticas reinantes, pode haver

    uma variao na espessura dessa camada.

    Quando houver disponibilidade de mudas, recomendado plantarmos 12 gemas pormetro linear, ou seja, coloca-se 2 canas de p cruzada no sulco e corta-se com faco paraeliminar a dominncia apical. Neste caso sero necessrias 10 toneladas de cana para plantar1,0 h de rea. Aps o plantio, cobre-se as mudas com uma camada de terra de 5 a 15 cm deespessura.

    Vamos analisar as vantagens e desvantagens dos dois mtodos:TIPOS VANTAGENS DESVANTAGENSTRADICIONAL

    CANA INTEIRA

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    poca de plantio

    Meses chuvosos: setembro a outubroFevereiro a maro

    Plantio de setembro a outubro (cana de ano ou 12 meses), a cana de ano ou 12 meses,

    plantada em setembro e outubro, germinando e vegetando at abril, para ento amadurecer.O seu desenvolvimento vegetativo restringe-se ento apenas 8 meses, os quatro mesesrestantes esto compreendidos no perodo de maturao.

    Para o plantio da cana de ano deve-se utilizar variedades ricas em acar deamadurecimento rpido.

    Setembro-outubro no a poca mais recomendada, sendo indicada em casos denecessidade urgente de matria prima, quer por recente instalao ou ampliao do setorindustrial, quer por comprometimento de safra devido ocorrncia de adversidade climtica.Plantios efetuados nessa poca propiciam menor produtividade agrcola e expem a lavoura maior incidncia de ervas daninhas, pragas, assoreamento dos sulcos e retardam a prximacolheita.

    Plantio de fevereiro a maro (cana de 18 meses ou um ano e meio) inicia seudesenvolvimento durante 3 meses favorveis permanecendo em repouso durante 5 meses eem seguida durante 7 meses, vegeta com toda intensidade para ento amadurecer nos mesesdo novo inverno, completando 18 meses de idade.

    Em resumo, esta cana, contar com 18 meses para seu desenvolvimento vegetativo, 3meses para a maturao e 5 meses praticamente sem atividade, no perodo de invernointermedirio.

    EspaamentoO espaamento atualmente varia de 1,00 a 1,60 metro. Pesquisas mostram que h uma

    tendncia do aumento de produtividade medida que se diminui o espaamento. Alm depermitir uma cobertura mais rpida do solo para a lavoura de cana, o espaamento menorcontribui tambm para controlar as ervas daninhas.

    Na medida que os solos so mais frteis (ricos) ou a lavoura seja irrigada, pode-seaumentar um pouco o espaamento dos sulcos, ou seja, na faixa de 1.40 a 1.60 metros, emsolos muito pobres planta-se com espaamento de 1.00 a 1.30 metros.

    A profundidade do sulco deve ser 20 a 30 cm, profundidades menores facilitam otombamento da cana.

    Comentrios:

    ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    VARIEDADES/CULTIVARES

    Quais as variedades plantadas em sua propriedade? Cite algumas caractersticas dessasvariedades:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________________Um dos pontos que merece especial ateno do agricultor a escolha do cultivar paraplantio. Isso no s pela sua importncia econmica, como geradora de massa verde e riquezaem acar, mas tambm pelo seu processo dinmico, pois anualmente surgem novasvariedades, sempre com melhorias tecnolgicas quando comparadas com aquelas que estosendo cultivadas. Dentre as vrias maneiras para classificao dos cultivares de cana, a maisprtica quanto poca da colheita.Quando apresentarem longo Perodo de UtilizaoIndustrial (PUI), a indicao de alguns cultivares ocorrer para mais de uma poca.

    Com respeito poca de maturao, as variedades se classificam em:

    Precoces quando a partir de maio e no incio da safra, apresenta o teor mnimo de acarsuficiente para iniciar o corte;

    Mdiaquando esse teor de acar atingido no meio da safra;Tardiosquando entram em maturao a partir de setembro.Usualmente recomenda-se plantar;70% das variedades de ciclo precoce,20% das variedades ciclo mdio,10% das variedades ciclo tardio.

    A variedade indicada deve seguir os requisitos bsicos indispensveis:- Maior produo de acar por unidade de rea;- Maior resistncia a doenas e pragas;- Melhor adaptao a solos e clima diversos;- Melhor atendimento s exigncias tecnolgicas;

    Portanto, nem sempre uma variedade deve obrigatoriamente produzir mais que a outra. Elapode produzir igual ou at menos, mas pode possuir certas caractersticas especficas quetornam vantajoso seu plantio.

    Quadro das variedades recomendadas e suas caractersticas:

    Variedade Renda Agrcola Teor de acar Per. til industrial MaturaoNA 56-79 Bom Alto Longo PrecoceSP 70-1143 Alto Mdio Curto PrecoceSP 70- 370 Mdio Alto Longo PrecoceSP 10-1284 Baixo Muito alto Longo PrecoceIAC 52/326 Bom Mdio Mdio TardiaSP 70-1078 Alto Alto Mdio PrecoceRB 705007 Bom Alto Longo MdioRB 705071 Bom Muito alto Mdio MdiaRB 705146 Bom Alto Mdio MdiaSP 70-1005 Alto Mdio Mdio Mdio

    SP 70-1423 Alto Baixa mdia Curto TardioOutras variedades que podem ser recomendadas para a regio so : RB 72454;

    SP 72-1406; SP 10-10270; SP 71-10406; RB 83-5089; e SP 79-1011.

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    TRATOS CULTURAIS - CONTROLE DAS ERVAS DANINHAS

    O que ns conhecemos sobre a influncia do rendimento da lavoura com relao poca que realizamos a limpa:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    O controle das ervas daninhas importante porque ela prejudica a cana de acarroubando gua e nutrientes que deveriam ir para a cultura, alm de sombrear a cana quandoela ainda nova. Esses fatores diminuem bastante a produo. O controle pode ser feito comenxada (manual) implementos (trao animal ou mquinas) e o controle qumico (herbicida).

    Na capina com enxada tome cuidado para no danificar a soqueira. Com carpideira detrao animal, regule bem as enxadinhas, para que passe nas entrelinhas da cana, e ocultivador de trator regule para aprofundar no mximo 5 cm.

    Quais os mtodos e implementos que utilizamos para o controle de plantas daninhas emnossa lavoura de cana:

    1- _________________________________________________________________________

    2- _________________________________________________________________________

    3- _________________________________________________________________________

    PRINCIPAIS PRAGAS E DOENAS

    CONTROLE DE DOENASAs doenas que ocorrem na fase jovem da planta podem causar grandes problemas na

    produo da lavoura.Vamos indicar no quadro abaixo as principais doenas que aparecem na cultura de

    cana-de-acar da nossa regio, bem como o manejo que realizamos para diminuir aintensidade.

    DOENAS PARTE DA PLANTAATACADA

    CONDI O DECLIMA

    SINTOMA MTODO DECONTROLE

    As doenas mais comuns que aparecem na cana-de-acar so: Mosaico, raquitismodas soqueiras, carvo da cana, podrido vermelha, gomose, podrido de razes e fusariose.

    O controle feito atravs do uso de toletes sadios, eliminao das plantas atacadas, usode variedades resistentes e limpeza das ferramentas (faco) de colheita e utilizao defungicidas para proteo das pontas dos toletes.

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    Mosaico

    Trata-se de uma doena sistmica, causada por vrus e que, no passado,acarretou serissimos prejuzos agroindstria mundial, inclusive brasileira,chegando a dizimar certas variedades com extenso cultivo na poca. Atransmisso da doena ocorre atravs do plantio de tolete contaminado e pelospulges.

    O principal sintoma surge nas folhas jovens do cartucho, sob a forma depequenas estrias clorticas no limbo foliar, causando uma alternncia entre overde normal da folha e o verde claro das estrias. Dependendo da linhagem dovrus e da variedade atacada, os sintomas visuais so diferentes. Em algunscasos o quadro invertido, predominando o verde-claro, em conseqncia do

    grande nmero e coalescncia das estrias amareladas.A baixa produtividade das lavouras enfermas conseqncia do subdesenvolvimento das

    plantas e baixo perfilhamento das touceiras, sendo que os prejuzos esto em funo daresistncia varietal, grau de infeco e virulncia do agente etiolgico.

    O controle realizado pela adoo de variedades resistentes, plantio de mudas sadias eprticas de "roguig".

    Escaldadura

    Morte das plantas Estrias brancas nas folhase brotao lateral dos

    colmos

    Sintomas internos naregio nodal

    Doena de ao sistmica, causada pela bactria Xantomonas albilineans, transmitida

    pelo plantio de mudas doentes ou qualquer instrumento de corte contaminado.Os sintomas so determinados por duas estrias clortica e finas nas folhas e bainhas,

    podendo tambm aparecer manchas clorticas no limbo foliar e brotaes laterais de baixopara cima no colmo doente. As folhas tornam-se anormais, duras, subdesenvolvidas e eretas.Pontuaes avermelhadas so observadas na regio do n, quando o colmo seccionadolongitudinalmente.

    A escaldadura provoca baixa germinao das mudas, morte dos rebentos ou de toda atouceira, desenvolvimento subnormal das plantas doentes, entrens curtos e baixos rendimentoem sacarose. Com o avano da doena, advm seca e a morte das plantas.

    O controle feito por meio de variedades resistentes, plantio de mudas sadias, "roguing" epela desinfeco do podo ou outro instrumento utilizado na colheita e corte dos colmos.

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    Raquitismo-das-soqueiras

    A alta transmissibilidade do agente causal, provavelmente uma bactria, e a ausncia desintomas tpicos que permitem o seu diagnstico, fazem com que o raquitismo-das-soqueirasseja a doena mais traioeira da cana-de-acar.

    A disseminao do raquitismo no campo ocorre pelo plantio de muda doente e pelo uso deinstrumento cortante contaminado, principalmente o podo usado no corte da cana.

    Algumas variedades enfermas, quando cortadas longitudinalmente, apresentampontuaes avermelhadas na regio da insero das folhas.

    As mudas portadoras do raquitismo exibem germinao lenta e desuniforme, e os maioresprejuzos ocorrem nas soqueiras com baixo perfilhamento, interndios curtos, comsubdesenvolvimento geral e desuniforme no talho.

    O controle preconizado baseia-se no tratamento trmico das mudas a 50,5C durante duashoras e "descontaminao" dos instrumentos cortantes.

    Carvo

    Sintomas do carvo dacana,apresentandochicotes em clone

    altamente suscetvel

    uma doena sistmica causada pelo fungo Ustilago scitaminea, e que encontra boascondies de desenvolvimento nas regies subtropicais com inverno frio e seco.

    O sintoma caracterstico a presena de um apndice na regio apical do colmo, medindode 20 a 50 cm de comprimento por 0,5 a 1,0 cm de dimetro. Inicialmente, esse "chicote"apresenta cor prateada, passando posteriormente preta, devido maturao dos esporosnele contidos.

    A transmisso ocorre pelo plantio de mudas doentes, pelo vento que dissemina os esporose pelo solo contaminado.A doena provoca um verdadeiro definhamento na cana-de-acar, gerando interndios

    finos e curtos, dando planta uma semelhana de capim. Os rendimentos agrcola e industrialso severamente afetados.

    O controle feito por meio de variedades resistentes, tratamento trmico, "roguing", plantiode mudas sadias e proteo qumica das mudas com fungicida base de Triadimefon 25 g/100litros de gua do ingrediente ativo em banho de imerso durante 10 minutos, ou pulverizaono fundo do sulco de plantio com 500 g do ingrediente ativo por hectare.

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    Podrido-abacaxi

    Causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa, a podrido-abacaxi uma doena tpica dostoletes, podendo causar prejuzos cana colhida e deixada no campo. A penetrao dopatgeno ocorre pela extremidade seccionada ou por ferimentos na casca.

    O tolete contaminado inicialmente apresenta uma colorao amarelo-pardacenta, passando negra. Geralmente h destruio total do tecidoparenquimatoso, permanecendo indestrutveis os tecidos fibrovasculares. Ostoletes atacados no germinam, provocando falhas na lavoura, podendo darprejuzo total. Durante o ataque pode haver exalao de odor tpico,semelhante ao de abacaxi maduro.

    A doena ocorre em funo do atraso na germinao dos toletes, quepode ser motivado por seca e, principalmente, baixa temperatura.

    Plantio em poca correta, bom preparo do solo e colocao do tolete profundidade adequada aceleram a germinao e constituem os melhores

    controles da doena.

    Tambm recomendado o tratamento qumico dos toletes com Benomil a 35-40 g/100 litrosde gua do ingrediente ativo ou Thiadimefon 25 g/100 litros de gua do ingrediente ativo, embanho de imerso durante 3 minutos.

    CONTROLE DE PRAGAS

    As canas-de-acar nas condies climticas so atacadas por grande nmero depragas, onde algumas causam danos severos a cultura. A causa do aparecimento de pragas,em grande escala pode ser explicado pela chamada falta de biodiversidade da lavouracanavieira, pois nos estados que possuem essa cultura podemos observar enormes blocoshomogneos de cana, onde por centenas de quilmetros s vamos encontrar cana.

    Com o desaparecimento das matas para ceder lugar a cana, acabou-se tambm oecossistema natural de insetos, pssaros e outros animais de pequeno, mdio e grande porteque eram abundantes em nossas matas. Esse fato eliminou vrias espcies e favoreceu oaumento populacional de outras espcies causando o desequilbrio.

    a) Vamos relacionar os tipos de pragas que conhecemos que atacam as nossaslavouras, que parte da planta atacam e que condio de clima favorece seu aparecimento, e osmtodos de controle que utilizamos:

    PRAGAS PARTE DA PLANTAATACADA

    CONDIO DECLIMA

    MTODO DECONTROLE

    A cana-de-acar plantada em grandes extenses de terra, na forma de monocultura,fica muito sujeita ao ataque de pragas, pois estes insetos no tm mais sua dieta natural, soobrigadas a se alimentarem daquilo que tem disponvel, que a cana. Muitas dessas pragasou pragas em potncias, passam anos causando danos desprezveis no importando emmaiores preocupaes. Um inseto s considerado uma praga em uma determinada cultura,quando o seu ataque atinge um dano econmico considervel.

    As principais pragas so: Cupins, Broca comum, broca gigante, cigarrinha da raiz epulges.

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    Cupins

    Os cupins so insetos sociais, de hbitos subterrneos,pertencentes Ordem Isoptera.Existem cerca de 2500 espcies e vivem em colnias altamente organizadas, onde o princpiobsico a sobrevivncia da colnia e no do indivduo. A alimentao preferida a matriaorgnica morta ou em decomposio, mas alimenta-se tambm de vegetais vivos.

    Os principais prejuzos ocasionados pela infestao de cupins so causados aos toletesdestinados aos novos plantios. Penetrando pelas extremidades, os cupins destroem o tecidoparenquimatoso e as gemas, causando falhas na lavoura. Nas brotaes, o ataque ocorre nosistema radicular, provocando debilidade da nova planta. Logo aps o corte, e principalmentequando houve queima do talho, o ataque ocorre na soqueira atravs da inciso dos tocos econseqente destruio das razes e rizomas.

    Nas canas adultas, a penetrao ocorre atravs dos rgos subterrneos secos,atingindo at os primeiros interndios. Cana cortada e deixada por algum tempo no campotambm atacada pelos cupins. Havendo escassez de matria orgnica decomposta, oscupins podem atacar folhas de brotaes novas. A destruio dos ninhos e dos restos culturais,

    atravs de um profundo preparo do solo, constitui um mtodo de controle.Na cultura da cana-de-acar, os cupins podem causar danos de at 10 toneladas porhectare no ano, o que representa cerca de 60 toneladas por hectare durante o ciclo da cultura.

    J foram identificadas junto cana-de-acar mais de 12 espcies de cupins e h outrasem fase de identificao. Dentre as j enumeradas, as mais danosas pertencem s espciesHetterotermes tenuis, Hetterotermes longiceps, Procornitermes triacifer, Neocapritermesopacus e Neocapritermes parcus. No Nordeste, os cupins mais importantes pertencem aosgnerosAmitermes, Cylindrotermes e Nasutitermes.

    H. tenuis P. triacifer N. opacus Nasutitermes sp Syntermes dirus C. bequaerti

    ControleNo controle dos cupins subterrneos, recomendam-se, normalmente, aplicaes de

    inseticidas de longo poder residual, impedindo, assim, que esses insetos infestem as touceirasde cana. Na prtica, o que parece ocorrer uma ao de repelncia do produto, associada auma desestruturao da colnia dos cupins.

    A nica oportunidade que os produtores possuem para conter os ataques dos cupinssubterrneos no momento da instalao da lavoura, tanto nas reas de expanso, como nasde reforma. Isso ocorre atravs da aplicao de inseticidas de solo no sulco de plantio dacana.Nos ltimos 20 anos, mesmo antes da proibio do uso de inseticidas organoclorados, emsetembro de 1985, uma srie de produtos vem sendo testada no controle dos cupins que

    atacam a cana-de-acar. Inseticidas do grupo dos fosforados, carbamatos, piretrides, almdos clorados, foram avaliados em diversas dosagens, formulaes e poca de aplicao.Invariavelmente, os nicos produtos que mostravam um efeito protetor durante os 18 meses de

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    cultivo da cana eram os clorados. Determinados inseticidas assinalavam um controle de at 6meses aps o plantio, o que se mostrava insuficiente para evitar reduo na produo final dacultura no momento da colheita.

    Entretanto, a partir de 1993, foram instalados dois experimentos com o inseticida Regent800 WG, pertencente ao grupo qumico dos fenil-pirazis, em canaviais naturalmenteinfestados por cupins dos gneros Hetterotermes, Procornitermes e Cornitermes. Em todos os

    ensaios, o Regente 800 WG controlou os cupins at o momento da colheita, mostrando amesma eficincia dos inseticidas usados como padro.Os acrscimos na produo obtidos na colheita para o tratamento com o inseticida

    Regent 800 WG foram de at 18 toneladas de cana por hectare, semelhantes aos encontradoscom o Heptacloro 400 CE e Thiodan 350 CE.

    Besouro Migdolus

    O Migdolus fryanus um besouro da famlia Cerambycidae, que, em sua fase larval, atacae destri o sistema radicular de vrias culturas, entre elas a cana-de-acar. As perdas

    provocadas por esse inseto podem variar de algumas toneladas de cana por hectare at, namaioria dos casos, a completa destruio da lavoura, resultando na reforma antecipada mesmode canaviais de primeiro corte.

    Alm das dificuldades normais de controle de qualquer praga de solo, o desconhecimentode vrias fases do ciclo desse coleptero complica ainda mais o seu combate. Entretanto, osesclarecimentos atuais, fruto dos avanos tecnolgicos alcanados nos ltimos 5 anos, tmpossibilitado, de certa forma, obter resultados satisfatrios de controle dessa praga.

    As condies de seca, bem como a reduo ou mesmo a eliminao do uso de inseticidasorganoclorados (Aldrin, Heptacloro, Thiodan), anotada em muitas usinas e destilarias,resultaram num aumento significativo das reas atacadas pelo Migdolus fryanus,principalmente nos Estados de So Paulo e Paran.

    ControleO controle do besouro Migdolus difcil e trabalhoso. Isso se deve ao fato de, aliado ao

    desconhecimento do seu ciclo biolgico, o que impossibilita antever com exatido o seuaparecimento em uma determinada rea, a larva e mesmo os adultos passarem uma etapa davida em grandes profundidades no solo (2 a 5 metros), o que proporciona a esse inseto umasubstancial proteo s medidas tradicionais de combate.

    Apesar do modo de vida pouco peculiar desse inseto, o mesmo apresenta algumascaractersticas biolgicas favorveis ao agricultor, as quais devem ser exploradas no sentido deaumentar a eficincia do controle. Entre essas caractersticas merecem destaque as seguintes:

    - a baixa capacidade reprodutiva (cerca de 30 ovos por fmea);- a fragilidade das larvas no que se refere a qualquer interferncia mecnica no seuhabitat;

    - o curto perodo de sobrevivncia dos machos (1 a 4 dias);- a ausncia de asas funcionais nas fmeas, o que restringe, sobremaneira, a

    disseminao.O controle integrado do besouro Migdolus fryanus consiste no emprego concomitante de

    trs mtodos: mecnico, qumico e cultural.

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    Controle MecnicoO controle mecnico est vinculado destruio do canavial atacado e, nesse aspecto,

    dois pontos importantes devem ser considerados: a poca de execuo do trabalho e osimplementos utilizados.

    Estudos da flutuao populacional do Migdolus mostraram que a poca do ano, na qual amaior porcentagem de larvas se concentra nos primeiros 20 a 30 cm do solo, coincide com os

    meses mais frios e secos, ou seja, de maro a agosto. Desse modo, do ponto de vista docontrole mecnico, a destruio das touceiras de cana, quando efetuada nessa poca, mesmoque parcialmente, muito mais efetiva.

    Aliada poca de reforma, o tipo de destruio tambm tem influncia na mortalidade daslarvas. Experimentos conduzidos em reas infestadas, revelaram que o uso de diferentesimplementos, por ocasio da reforma do canavial, apresenta efeitos variados no extermnio daslarvas de Migdolus. A grade aradora, passada apenas uma vez, atinge nveis de mortalidade aoredor de 40%, enquanto o uso de eliminador de soqueira, modelo Copersucar, pode reduzir apopulao das larvas em mais de 80%.

    Outros trabalhos executados em condies de plantio comercial de cana-de-acarconfirmaram a eficincia do destruidor de soqueira no controle das larvas do Migdolus.

    Os mesmos estudos assinalaram tambm bons resultados com o arado de aiveca, no sno aspecto relativo mortandade de larvas, mas tambm na eficiente destruio dos canaisusados pelas larvas na sua movimentao vertical durante o ano. Ainda no tocante ao mtodode reforma dos canaviais, alerta-se para a inconvenincia do emprego do cultivo mnimo nasreas infestadas com Migdolus.

    Controle QumicoO mtodo mais simples e pratico de controle o qumico aplicado no sulco de plantio. Essa

    forma de aplicao de inseticidas tem revelado resultados promissores no combate a essapraga.

    Experimentos mostraram que o emprego de inseticidas organoclorados (Endosulfan 350

    CE) apresentou redues significativas na populao e no peso das larvas de Migdolus,quando comparadas a uma testemunha no tratada. A aplicao desses produtos resultou naproteo das touceiras de cana durante o primeiro corte da cultura, com aumentos na produoda ordem de 19 toneladas de cana por hectare. Os nmeros mais expressivos de controleforam alcanados nas soqueiras subseqentes. Os acrscimos de produtividade registraramvalores superiores a duas ou trs vezes aos encontrados nas parcelas testemunhas, comoconseqncia do uso de inseticidas.

    Estudos com o inseticida Endosulfan 350 CE, mostraram um retorno econmico altamentesignificativo, tanto em doses isoladas como quando associado ao nematicida Carbofuran 350SC. A produtividade mdia de trs cortes, nas reas tratadas com Endosulfan 350 CE, nadosagem de 12 litros/ha, foi de 105 t/ha, contra 46 t/ha obtidas nas parcelas testemunhas. O

    custo desse controle foi de US$ 78,00/ha, para um valor presente lquido de margem decontribuio da ordem de US$ 790,00/ha.

    Uma outra forma de controle a aplicao de inseticidas de longo poder residual nopreparo do solo, atravs de bicos colocados atrs das bacias do arado de aiveca. Essemtodo, que implica no consumo de 300 a 1000 litros de soluo por hectare, apresenta avantagem de depositar o inseticida a aproximadamente 40 cm de profundidade, formando umafaixa protetora contnua.

    Os resultados atuais de pesquisa recomendam o controle qumico atravs do emprego doinseticida Endosulfan 350 CE, aplicado no arado de aiveca na dosagem de 12 litros/ha, maisuma complementao com o inseticida Regent 800 WG, utilizado na dosagem de 250 g/ha,colocado no sulco de plantio, no momento de cobertura da cana.

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    Controle CulturalConsiste no uso de armadilhas com feromnio sinttico, as quais capturam e matam os

    machos do besouro Migdolus. Alm do efeito de controle dessas armadilhas, deve-se ressaltartambm a possibilidade de monitorar um grande nmero de fazendas, o que proporcionar, embreve, antever ataque de larvas nas razes.

    Macho

    deMigdolustentandocopularpastilha

    deferomni

    o.

    Macho de

    Migdolus nabeira dearmadilha com

    feromnio.

    Danos causados pelo besouroMigdolus

    Broca-da-canaNo Estado de So Paulo, a mais importante praga a Diatraea saccharalis, cujo adulto

    uma mariposa de hbitos noturnos, que realiza a postura na parte dorsal das folhas. Nascidas,as lagartinhas descem pela folha e penetram no colmo, perfurando-o na regio nodal. Dentrodo colmo cavam galerias, onde permanecem at o estdio adulto.

    Adulto da broca da cana Ovo da broca da cana

    Broca da cana Danos causados pela broca

    Os prejuzos decorrentes do ataque so a perda de peso devido ao mau desenvolvimentodas plantas atacadas, morte de algumas plantas, quebra do colmo na regio da galeria poragentes mecnicos e reduo da quantidade de caldo. Alm desses, o principal prejuzo causado pela ao de agentes patolgicos, como o Fusarium moniliforme e Colletotrichumfalcatum, que penetram pelo orifcio ou so arrastados juntamente com a lagartinha,ocasionando, respectivamente, a podrido-de-fusarium e a podrido-vermelha, responsveispela inverso e perda de sacarose no colmo.

    Para nossas condies de clima quente, o controle qumico no apresenta os efeitos

    desejados. O mais eficiente o controle biolgico atravs de inimigos naturais que, criados emlaboratrios, so liberados no campo, em glebas previamente levantadas, para determinar aintensidade de infestao.

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    Os inimigos naturais que melhor se aclimataram na regio e desempenham maior eficinciano controle da broca so o microhimenptero Apanteles flavipese os dpteros Metagonystilumminensee Paratheresia claripalpis.

    Algumas medidas culturais auxiliares podem ser adotadas, com o uso de variedadesresistentes, corte da cana o mais rente possvel do solo; evitar o plantio de plantas hospedeiras(arroz, milho, sorgo e outras gramneas) nas proximidades do canavial e queimadas

    desnecessrias, principalmente o "palio".

    Elasmo

    Alm da cana-de-acar, o Elasmopalpus lignosellusataca tambm o milho, arroz, amendoim, trigo, sorgo, feijo, soja, algodo, etc, durante odesenvolvimento inicial da cultura. O adulto realiza a postura na parte area da cana. As larvasrecm nascidas alimentam-se inicialmente de folhas, caminham em direo ao solo e, na alturado colo, perfuram o broto, abrindo galerias no seu interior. No orifcio de entrada do tnel, aslarvas constroem, com fios de seda, terra e detritos, um abrigo de forma tubular, ondepermanecem a maior parte do dia, saindo noite para atacar outras plantas jovens nasproximidades. A perfurao basal na planta nova provoca a morte da gema apical, seguida deamarelecimento e seca das folhas centrais, surgindo o conhecido corao-morto.

    Em muitos casos a planta atacada morre, gerando falhas na lavoura; em outros casos, aplanta recupera-se emitindo perfilhos. Os prejuzos so mais intensos na cana planta.

    Em glebas infestadas, onde a praga constitui problemas, pode-se indicar o controlequmico, por meio de pulverizaes dirigidas ao colo das plantinhas e realizadas ao entardecer,

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    com solues inseticidas base de Carbaril 125 g/100 litros de gua ou Acefato 45 g/100 litrosde gua ou Deltametrina 1 cm3/100 litros de gua.

    Gorgulho-rajado ou besouro-da-cana

    O Sphenophorus levis, conhecido como gorgulhao-rajado ou besouro-da-cana, a maisrecente praga da cana-de-acar. Semelhante ao bicudo do algodo, tem o dobro do tamanho,medindo cerca de 15 mm. Assemelha-se tambm ao Metamasius hemipterus, praga da partearea da cana. Desprovido de manchas nos litros, o S. levistem hbitos noturnos, apresentapouca agilidade e simula-se de morto quando atacado.

    A postura dos ovos realizada ao nvel do solo, ou mais abaixo, nos rizomas. As larvasnascidas so brancas, com cabea e corpo volumosos, podas, de hbitos subterrneos eelevada sensibilidade ao calor e desidratao. Elas penetram nos rizomas, em busca dealimento e abrigo, construindo galerias irregulares onde permanecem at os primeiros dias doestdio adulto. Bloqueando a parte basal das plantas e rizomas, surge amarelecimento docanavial, morte das plantas e falhas nas soqueiras. A intensidade dos prejuzos esta em funo

    da populao da praga.At o momento, o controle recomendado feito durante a reforma do talho, atravs de

    uma arao nas linhas de plantio, procurando revolver os restos culturais e expor as larvas ao dos raios solares e inimigos naturais. Cerca de 2 a 3 semanas aps, complementa-seessa operao com enxada rotativa para triturar e acelerar a seca do material. Duas semanasdepois, faz-se o preparo normal do solo.

    O uso de iscas envenenadas constitui outro mtodo de controle. As iscas constam de duasmetades de um tolete de aproximadamente 30 cm, seccionado longitudinalmente, dispostaslado a lado. As iscas so previamente mergulhadas em soluo inseticida por cerca de 12horas; as faces seccionadas devem estar em contato com o solo e cobertas com capim.

    Nematides

    Nas mais diferentes culturas do mundo, os nematides parasitos de plantas tm sidoresponsveis por uma parcela significativa de perdas provocadas pela destruio do sistemaradicular.

    Dentre as diversas plantas que os nematides atacam, merece destaque a cana-de-acar.Nessa cultura os prejuzos alcanaram a cifra anual de 16 milhes de dlares, com umaestimativa de perda da ordem de 15 a 20%.

    Em estudos conduzidos em condies de viveiro telado, plantas sadias que foramcomparadas com outras, atacadas por nematides das galhas, Meloydogyne javanica,

    mostraram diminuio de 43% na produo de colmos.Entre os mtodos viveis de controle a serem utilizados em cana-de-acar, podem ser

    citados o controle qumico e o varietal.O controle qumico consiste na aplicao, no solo e no momento do plantio, de substncias

    conhecidas como nematicidas. Em geral, esses produtos podem eliminar at 90% dapopulao de nematides de uma rea e, quando empregados corretamente, tmproporcionado resultados altamente compensatrios.

    Nas condies brasileiras, os melhores resultados tem sido obtidos com os nematicidasCounter 50 G, na dosagem de 60 kg/ha e com Furadan, na formulao 350 SC, aplicado a 8,5litros/ha, ou na formulao 50 G, empregado na quantidade de 60 kg/ha. Os acrscimos naprodutividade, obtidos com esses tratamentos, so da ordem de 20 a 30 toneladas de cana por

    hectare.O controle varietal, atravs do uso de variedades resistentes ou tolerantes, o mtodo

    mais prtico e econmico. Contudo, os fatores que conferem cana-de-acar os caracteres

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    de alta produtividade e riqueza em acar so, geralmente, antagnicos queles que propiciamrusticidade, tais como resistncia s pragas e doenas, alm da no-exigncia em fertilidadede solo. preciso considerar tambm o fato de que possvel constatar, numa mesma rea,altas populaes de duas ou mais espcies de nematides, e que, nem sempre, uma mesmavariedade de cana se comporta como resistente ou tolerante em relao s diferentes espciesde nematides. Assim, importante a determinao correta dos nematides presentes numa

    determinada rea e o conhecimento do modo como as variedades de cana se comportam emrelao a eles.A coleta de material para anlise nematolgica deve considerar alguns cuidados

    importantes, tais como:- retirar amostras de razes e solo com umidade natural, sendo fundamental a presena de

    razes vivas;- coletar a uma profundidade de 0 a 25 cm, caminhando em zigue-zague pela rea;- cada amostra deve ser feita separadamente quanto ao tipo de solo, variedade, idade da

    planta e uso de insumos agrcolas (matria orgnica e nematicida);- coletar de 5 a 10 subamostras por hectare. Mistur-las e tomar uma amostra composta

    com pelo menos 1 litro de solo e 50 g de razes;

    - acondicionar as amostras em sacos plsticos resistentes e envi-las o mais brevepossvel para o laboratrio, sempre acompanhada de uma ficha de identificao.

    COLHEITA DA CANA-DE-ACAR

    Explique de que forma feito o corte da cana-de-acar em sua propriedade:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    A fiscalizao do corte da cana garante ao produtor um melhor aproveitamento da canae uma melhor brotao das soqueiras.

    O corte da base deve ser rente ao solo. A parte mais rica em acar e mais pesada dcana-de-acar est na sua base ou p. Evite, portanto, perdas desnecessrias deixando tocos

    altos de cana no campo. O corte rente ao solo favorece o vigor e a brotao da nova planta,evita o aflorescimento e contribui para o aumento do nmero de cortes na lavoura.Evite fazer o desponte das canas nos montes j cortados e dispontos no cho, pois

    ficaro muitos ponteiros sem cortar ou podero ser cortados em excesso, ocasionando perdasde cana no campo.

    Colheita.

    Em que poca feita a colheita em sua propriedade:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________________Se a colheita for realizada fora de poca pode trazer problemas:

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    Colheita muito cedo ________________________________________________________________________________________________________________________________________

    colheita retardada _________________________________________________________________________________________________________________________________________

    A colheita pode ser manual e mecnica cite as vantagens e desvantagens de cada uma delas:

    TIPOS VANTAGENS DESVANTAGENSMANUALMECNICA

    O corte ser manual com faco e no ser queimada a palha da cana para facilitar acolheita, devido a grandes perdas de matria orgnica ao solo que essa prtica propcia.

    Para iniciarmos a colheita e necessrio saber o estgio de maturao que se encontra ocanavial. Para determinar com preciso quando a cana se encontra madura, precisamos lanar

    mo do refratmetro que nos dar o BRIX que a percentagem de slidos solveis no caldo.Uma cana para iniciar o corte para fazer acar necessrio que tenha BRIX mnimo de 18 %.

    Determinao do Estgio de Maturao

    O ponto de maturao pode ser determinado pelo refratmetro de campo ecomplementado pela anlise de laboratrio. Com a adoo do sistema de pagamento pelo teorde sacarose, h necessidade de o produtor conciliar alta produtividade agrcola com elevadoteor de sacarose na poca da colheita.

    O refratmetro fornece diretamente a porcentagem de slidos solveis do caldo (Brix). OBrix esta estreitamente correlacionado ao teor de sacarose da cana.

    A maturao ocorre da base para o pice do colmo. A cana imatura apresenta valoresbastante distintos nesses seguimentos, os quais vo se aproximando no processo dematurao. Assim, o critrio mais racional de estimar a maturao pelo refratmetro de campo pelo ndice de maturao (IM), que fornece o quociente da relao.

    IM= Brix da ponta do colmoBrix da base do colmo

    Admitem-se para a cana-de-acar, os seguintes estgios de maturao:IM Estgio de Maturao

    < 0,600,60 - 0,850,85 - 1,00> 1,00

    Cana verdecana em maturaocana maduracana em declnio de maturao

    Existem outros mtodos prticos para a determinao se a cana-de-acar est emponto de colheita. Quais os mtodos que voc conhece? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    COMERCIALIZAO

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    De que forma vendida a cana e os seus subprodutos em sua propriedade ou comunidade:

    ( ) Atravs de feiras artesanais;( ) Cooperativas;( ) Vendas direta ao comerciante;( ) usinas;

    ( ) outras;

    Explique as vantagens e desvantagens que essa venda proporciona para a sua propriedade:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________O sistema de pagamento da cana-de-acar no Brasil baseia-se exclusivamente no peso. Essesistema reconhecidamente ineficiente, porque no considera o principal aspecto a ser levadoem conta nas indstrias de transformao: a qualidade da matria-prima. Sabe-se que o pesono est necessariamente correlacionado com o teor de sacarose contido na cana e este teorque determina a quantidade do produto final na agroindstria.

    Nos ltimos dois anos (1995/1996), o Paran tem exportado acar para outros Estados e parao exterior, e com isso as cotaes no mercado internacional tem se tornado cada vez maisimportante na determinao, por parte das usinas no Estado, a respeito do que quandoproduzir a partir da cana como matria prima. Houve um estmulo das usinas em todo o Pasem aumentarem a produo de acar, em detrimento produo de lcool.

    Vamos analisar as tendncias de mercado atualmente:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    PRODUO DE MUDASAps, em mdia, quatro ou cinco cortes consecutivos, a lavoura canavieira precisa ser

    renovada. A taxa de renovao est ao redor de 15 a 20% da rea total cultivada, exigindograndes quantidades de mudas. A boa qualidade das mudas o fator de produo de maisbaixo custo e que maior retorno econmico proporciona ao agricultor, principalmente quandoproduzida por ele prprio.

    Para a produo de mudas, h necessidade de que o material bsico seja de boa

    procedncia, com idade de 10 a 12 meses, sadio, proveniente de cana-planta ou primeira socae que tenha sido submetido ao tratamento trmico.A tecnologia empregada na produo de mudas praticamente a mesma dispensada

    lavoura comercial, apenas com a introduo de algumas tcnicas fitossanitrias, tais como:- Desinfeco do podo - o podo utilizado na colheita de mudas e no seu corte em toletes,quando contaminado, um violento propagador da escaldadura e do raquitismo. Antes edurantes estas operaes deve-se desinfetar o podo, atravs de lcool, formol, lisol, cresol oufogo. Uma desinfeco prtica, eficiente e econmica feita pela imerso do instrumento numasoluo com creolina a 10% (18 litros de gua + 2 litros de creolina) durante meia hora, antesdo incio da colheita das mudas e do corte das mesmas em toletes.

    Durante essas duas operaes, deve-se mergulhar, freqente e rapidamente, o podo

    na soluo.- Vigilncia sanitria e "roguing"- formando o viveiro, torna-se imprescindvel a realizao deinspees sanitrias freqentes, no mnimo uma vez por ms. A finalidade dessas inspees

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    a erradicao de toda touceira que exiba sintoma patolgico ou caractersticas diferentes davariedade em cultivo.Alm dessas duas medidas fitossanitrias, algumas recomendaes agronmicas devem serlevadas em considerao, como a despalha manual das mudas, menor densidade das mudasdentro do sulco e maior parcelamento do fertilizante nitrogenado.- Rotao de culturas - durante a reforma do canavial, no perodo em que o terreno permanece

    ocioso, deve-se efetuar o plantio de culturas de ciclo curto, em rotao com a cana-de-acar.Amendoim e soja so as mais indicadas.Alm dos conhecidos benefcios agronmicos proporcionados pela rotao de culturas,

    a cana-de-acar permite a consorciao com outra cultura, aproveitando o terreno numapoca em que estaria ocioso, proporcionando melhor aproveitamento de mquinas eimplementos. A implantao da cultura feita sem gasto financeiro correspondente ao preparodo solo, havendo menor exposio do terreno eroso e s ervas daninhas e diminuio dasazonalidade de empregos.

    CUSTO DE PRODUO

    "Quem no sabe quanto custa, no sabe quanto ganha ou quanto perde."

    Vamos efetuar o custo de implantao de 1 hectare de cana-de-acar:ITEM/INSUMO QUANTIDADE VALOR EM R$ VALOR TOTAL EM R$

    TOTAL

    Custo de manuteno de 1 hectare de cana-de-acar por ano (cana de soca).ITEM/INSUMO QUANTIDADE VALOR EM R$ VALOR TOTAL EM R$

    TOTAL

    Vamos analisar os resultados obtidos nesta pgina.

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

    F. P. Gomes & U. de A. Lima: Cultura e Adubao da cana-de-acar.Boletim Tcnico Planalsucar: Pagamento da Cana pela Qualidade no Brasil.

    Paulo H. MayerEng Agrnomo.Ins C. BurgEng Agrnoma.Cooperativa Central dos Produtores de acar e lcool do Estado de So Paulo.Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz".Fundao Instituto Agronmico do Paran.Junho, J. A. C. Normas tcnicas para produo de mudas selecionadas de cana-de-acar.Landell, M. G. A. Cultura da cana-de-acar - tecnologia para o pequeno produtor.Raij, B. et al. Recomendaes de adubao e calagem para o Estado de So Paulo.Agrobytesite da internet