estágio cana de açúcar

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CAIO HENRIQUE COSTA PAIM

RELATRIO DE ESTGIO CURRICULAR DE HABILITAO PROFISSIONAL

DIAMANTE DO NORTE PRJULHO/2011

Caio Henrique Costa Paim

Tcnico em Agropecuria 3 Ano

Agropecuria

Trabalho apresentado para avaliao de estgio curricular, do curso Tcnico em Agropecuria, do Colgio Agrcola Estadual do Noroeste.

DIAMANTE DO NORTE PRJULHO/2011DADOS DO ESTGIO

FORMA DE ESTGIO : Curricular PERODO DE REALIZAO : 04 / 07 a 22 / 07 / 2011 DURAO TOTAL DO PERODO EM HORAS : 120 Horas JORNADA : 06 Horas TOTAL DE DIAS : 20 Dias REA DE CONHECIMENTO : Agricultura REA ESPECFICA : Cana-de-Acar

DADOS DA EMPRESA

NOME: Usina de Acar Santa Terezinha LTDA ENDEREO: Rodovia PR 82, Km 307 + 770 metros, s/n TELEFONE (DDD): (044) 3675-8000 FAX (DDD): (44) 3675-8099 EMAIL: [email protected]

DADOS DO SUPERVISOR TCNICO DO ESTGIO

NOME: Marcos Rogrio Espoladore FORMAO PROFISSIONAL: Engenheiro Agrnomo REGISTRO PROFISSIONAL: PR-110461/D E MAIL: [email protected]

DADOS DO ORIENTADOR TCNICO DO ESTGIO

NOME: Ricardo de Arajo FORMAAO PROFISSIONAL: Engenheiro Agrnomo TELEFONE (DDD): (44) 3429-8029 EMAIL: [email protected]

ndice

1. INTRODUO.............................................................................................1

2. REVISO DE LITERATURA....................................................................2

2.1 Clima e Solo.................................................................................................2

2.2 Calagem........................................................................................................2

2.3 Adubao......................................................................................................3

2.3.1 Adubao Mineral no Plantio..................................................................... 2.3.2 Adubao Mineral de Cana Soca............................................................ 2.4 Vinhaa.........................................................................................................344

2.5 Torta de Filtro...............................................................................................5

2.6 pocas de Plantio..........................................................................................5

2.6.1 Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses)................................................ 2.6.2 Sistema de ano (cana de 12 meses)............................................................ 2.6.2 Sistema de ano (cana de 12 meses)............................................................ 2.6.3 Plantio de inverno...................................................................................... 2.7 Produo de Mudas.......................................................................................56666

2.7.1 Descarte fitossanitrio................................................................................ 2.7.2 Tratamento trmico da cana....................................................................... 2.8 Maturadores Qumicos..................................................................................677

2.8.1 Determinao do estgio de maturao...................................................... 2.9 Cultivares......................................................................................................89

2.10 Pragas e seu Controle...................................................................................9

2.10.1 Broca da cana-de-acar........................................................................... 2.10.2 Besouro..................................................................................................... 2.10.3 Cupins....................................................................................................... 2.11 Doenas........................................................................................................9101011

2.11.1 Mosaico............................................................................................. 2.11.2 Podrido de fusarium................................................................................ 2.12 Colheita........................................................................................................111112

2.12.1 Sistema manual......................................................................................... 2.12.2 Sistema semi-mecanizado......................................................................... 2.12.3 Sistema mecanizado.................................................................................. 2.13 Transporte....................................................................................................12121213

2.14 Queima.........................................................................................................13

3. RELATO DAS ATIVIDADES DESNVOLVIDAS....................................14

3.1 Preparo de Solo..............................................................................................14

3.1.1 reas de expanso...................................................................................... 3.1.2 reas de reforma......................................................................................... 3.2 Variedades.....................................................................................................141414

3.3 Plantio Mecanizado.......................................................................................14

3.4 Plantio Manual...............................................................................................15

3.5 Operao de Quebra-Lombo..........................................................................15

3.6 Tratos Culturais de Cana-Soca......................................................................16

3.6.1 Cultivo Trplice...........................................................................................16

3.6.2 Aplicao de Herbicidas.............................................................................16

3.6.3 Catao Qumica Pressurizada...................................................................17

4. CARGA HORRIA.......................................................................................18

5. CONCLUSO.................................................................................................19

6. EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS UTILIZADOS..............................20

7. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................21

1. Introduo

Originria do sudeste da sia, onde cultivada desde pocas remotas, uma gramnea (Saccharum spp.). Hoje, os maiores produtores so Brasil, ndia, Cuba, Mxico e China. A cana-de-acar cultivada em todos os Estados brasileiros, mas no Estado de So Paulo que se concentra a maioria das lavouras dessa cultura: so mais de 40% da rea de cana no Brasil. No Nordeste, Pernambuco tem 20% e Alagoas, 17%. Minas Gerais e Rio de Janeiro juntos tm 15% da rea plantada. A importncia econmica da cana-de-acar grande, visto que ela produz diversos alimentos para o homem como a fabricao de rapadura, melado, aguardente, acar, e para animais empregada in natura sob a forma de forragem, isso sem falar, no caso brasileiro, da produo de lcool, combustvel para a indstria automobilstica. A cana-de-acar uma planta semi-perene.O surgimento de vrias doenas e de uma tcnologia mais avanada exigiram a criao de novas variedades, as quais foram obtidas pelo cruzamento da S. officinarum com as outras quatro espcies do gnero Saccharum e, posteriormente, atravs de recruzamentos com as ascendentes.Este estgio ir relatar as atividades desenvolvidas na empresa USACAR de Cidade Gacha que foi direcionado cultura da cana-de-acar, com o objetivo de aperfeioar os conhecimentos obtidos, tendo uma viso mais ampla do assunto realizando no estgio as atividades prticas.

2. Reviso de Literatura2.1 Clima e SoloA cana-de- acar exige calor e umidade. Sem essas condies no produzir bem. A melhor temperatura para a cana de 30 a 34C. Abaixo de 20C o crescimento muito lento. Acima de 35C tambm lento, e alm de 38C nulo. O clima ideal aquele que apresenta duas estaes distintas, uma quente e mida, para proporcionar a germinao, perfilhamento e desenvolvimento vegetativo, seguido de outra fria e seca, para promover a maturao e consequente acumulo de sacarose nos colmos.Para a formao dos canaviais so preferveis os solos aluvionais, localizados nas baixadas, planos, profundos, porosos e frteis. Solos cidos ou salinos no servem. preciso fazer a anlise e a correo do solo quando isso for necessrio. A preparao do terreno um dos suportes bsicos para um bom rendimento da cultura de cana. Para trabalhar com segurana em culturas semi-mecanizadas, que constituem a maioria das nossas exploraes, a declividade mxima dever estar em torno de 12% ; declividade acima desse limite apresentam restries s prticas mecnicas. Para culturas mecanizadas, com adoo de colheitadeiras automotrizes, o limite mximo de declividade cai para 8 a 10%.2.2 CalagemO calcrio deve ser aplicado o mais uniforme possvel sobre o solo. A necessidade de aplicao de calcrio determinada pela anlise qumica do solo, devendo ser utilizado para elevar a saturao por bases a 60%, dando-se preferncia ao calcrio dolomtico se o teor de magnsio for baixo. A poca mais indicada para aplicao do calcrio vai desde o ltimo corte da cana, durante a reforma do canavial, at antes da ltima gradagem de preparo do terreno. Dentro desse perodo, quanto mais cedo executada maior ser sua eficincia.

2.3 Adubao O primeiro passo no planejamento da adubao saber quais nutrientes so necessrios para o bom desenvolvimento da cana-de-acar. Os elementos qumicos encontrados em maiores concentraes so o carbono, o hidrognio e o oxignio, sendo que estes elementos so adquiridos do ar e da gua, pelos processos de fotossntese. A poca da adubao muito importante para o aproveitamento do fertilizante, levando - se em considerao o estgio da cultura, o comportamento do elemento no solo e a idade do canavial (cana - planta e cana soca).Na adubao mineral com NPK, em geral, o nitrognio o nutriente que as plantas necessitam em maior quantidade. Entretanto, na cultura da cana-de-acar, o potssio requerido em quantidades maiores do que o nitrognio, elemento que faz parte de muitos compostos, sobretudo das protenas, e constituinte da clorofila, cidos orgnicos e hormnios vegetais. O canavial bem nutrido em nitrognio apresenta - se verde e exuberante, uma vez que este nutriente estimula a brotao, o enraizamento e o desenvolvimento de perfilhos.2.3.1 Adubao Mineral no PlantioA quantidade de nitrognio a ser aplicada na cana-planta de 30 kg/ha no sulco de plantio, em solo arenoso dividir a cobertura, aplicando metade do N em abril e a outra metade em setembro outubro. Recomenda-se a aplicao de todo o adubo fosfatado que a planta ir necessitar ao longo de cinco anos, no momento do plantio, ou seja, no fundo do sulco. O plantio a nica oportunidade de colocar o fsforo em profundidade, bem prximo das razes. A quantidade de fsforo a ser aplicada na cana - planta depende da anlise de solo e da produtividade esperada pelo produtor, variando de 40 a 180 kg/ha.

2.3.2 Adubao Mineral de Cana SocaNo caso da cana - soca, a quantidade de nitrognio ir variar conforme a anlise preliminar do solo e a produtividade esperada, variando de 60 a 120 kg/ha.A adubao fosfatada da cana-soca pouco utilizada, pois, devido baixa mobilidade do fsforo no solo e ao aprofundamento do sistema radicular da cana, a eficincia de utilizao deste nutriente pela cana-soca baixa. Mesmo assim, em condies de extrema falta de fsforo, pode haver resposta da soqueira a adubao fosfatada. No caso da cana-soca, tambm, a quantidade de fsforo a ser ministrada depende da anlise de solo e da produtividade esperada pelo produtor, que aplicada em torno de 30 kg/ha.

2.4 VinhaaA vinhaa, conhecido lquido poluente e corrosivo, sempre foi um problema nas destilarias de lcool, contudo dado a sua riqueza em potssio, matria orgnica e teor de gua, passou a ser aplicada na lavoura, com grande sucesso econmico. Para tanto, normalmente, as empresas utilizam canais sem revestimento para conduzir o lquido em pontos convenientes, onde atravs do mtodo de asperso do tipo montagem direta, aplicada nos canaviais. Em geral as destilarias dispem de canal principal ou mestre, de onde o lquido distribudo a outros canais, denominados secundrios, a partir dos quais aplicado por asperso. A vinhaa produzida e utilizada durante toda a safra canavieira, que em geral vai de maio a dezembro. A dose de vinhaa a ser aplicada no canavial definida com base no seu teor de potssio e na anlise qumica do solo, e se aplicada em doses adequadas oferece uma srie de benefcios como a melhoria das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do solo, aumento da matria orgnica e microflora do solo, facilita a mineralizao do nitrognio, melhoria nas condies gerais de fertilidade do solo, aumento do poder de reteno de gua e aumento da produtividade da cana.

2.5 Torta de FiltroA torta de filtro um importante resduo da indstria sucroalcooleira proveniente da filtrao do caldo extrado das moendas no filtro rotativo. Antigamente, era um resduo obtido apenas na produo do acar, mas, atualmente, as novas unidades alcooleiras introduziram o filtro rotativo e, assim, tambm obtm o resduo torta de filtro.A concentrao da torta de filtro constituda de cerca de 1,2 a 1,8% de fsforo e cerca de 70% de umidade, que importante para garantir a brotao da cana em plantios feitos em pocas de inverno nas Regio Sul e Sudeste. A torta tambm apresenta alto teor de clcio e considerveis quantidades de micronutrientes. A torta de filtro produzida na ordem de 2,5 a 3,5% de cana moda e apresenta elevada umidade, teor de matria orgnica, fsforo, clcio, magnsio e nitrognio.

2.6 pocas de Plantio A escolha adequada da poca de plantio fundamental para o bom desenvolvimento da cultura da cana-de-acar, que necessita de condies climticas ideais para se desenvolver e acumular acar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade de gua, temperaturas elevadas e alto ndice de radiao solar. A cultura pode ser plantada em trs pocas diferentes: sistema de ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno.2.6.1 Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses): A cana-de-acar plantada entre os meses de janeiro e maro. Nos primeiros trs meses, a planta inicia seu desenvolvimento e, com a chegada da seca e do inverno, o crescimento passa a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto), vegetando nos sete meses subsequentes (setembro a abril), para, ento, amadurecer nos meses seguintes, at completar 16 a 18 meses. Este perodo (janeiro a maro) considerado ideal para o plantio da cana-de-acar, pois apresenta boas condies de temperatura e umidade, garantindo o desenvolvimento das gemas. Essa condio possibilita a brotao rpida, reduzindo a incidncia de doenas nos toletes.2.6.2 Sistema de ano (cana de 12 meses): Em algumas regies, a cana-de-acar pode ser plantada no perodo de outubro a novembro. Quando se tem grandes reas para plantio, uma segunda poca de plantio facilita o gerenciamento e otimiza a utilizao de mquinas e de mo-de-obra, que ficam subdivididas entre o perodo de plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano.2.6.3 Plantio de inverno: Com o uso da torta de filtro que contm cerca de 70 a 80% de umidade, aplicada no sulco de plantio, possvel plantar a cana-de-acar mesmo no perodo de estiagem. A torta fornece a umidade necessria para a brotao. Se ainda for feita uma fertirrigao com vinhaa, ou mesmo irrigao, o plantio da cana pode ocorrer praticamente o ano todo.

2.7 Produo de MudasA escolha de mudas sadias tem influncia durante todo o ciclo da cana-de-acar e no se pode esquecer que os talhes so renovados aps cinco ou mais anos. Assim, aps definir a cultivar mais adaptada a determinada rea, preciso atentar para a utilizao de mudas sadias, livres de pragas e doenas.Para evitar uma eventual contaminao, o material a ser reproduzido retirado da touceira apenas quebrando as mudas, sem o uso de ferramentas. Cada colmo deve apresentar cerca de cinco gemas viveis. O plantio deve ser realizado em sulcos com o espaamento usual. Deve haver um espaamento nas linhas, entre as mudas, de aproximadamente 70 centmetros. Para a formao do viveiro, o solo deve ser de alta fertilidade ou, ao menos, deve receber todos os insumos recomendados, como calagem, gessagem e adubao. Se possvel, a irrigao deve ser feita.O material retirado do viveiro multiplicador primrio poder ser plantado em outra rea - multiplicador secundrio e, assim, sucessivamente. 2.7.1 Descarte fitossanitrio Rouguing: O descarte das plantas enfermas realizado desde a termoterapia at o fim da formao das mudas. Pode ser feito manualmente, retirando-se a planta, ou com a utilizao de herbicidas. As principais doenas controladas pelo descarte so o mosaico, o carvo e escaldadura, entre outras. As touceiras que apresentarem canas com aspecto diferente no talho devem ser retiradas. As inspees devem ser feitas periodicamente. Umas das principais finalidades dos viveiros a produo de mudas sem mistura. Havendo o crescimento de mudas de diferentes variedades, aquelas que no se enquadram nos objetivos da empresa devem ser descartadas, pois elas podero ser fonte de inculo de doenas. Tambm devem ser evitados os brotos de touceiras mal arrancadas.2.7.2 Tratamento trmico da cana: importante salientar que os programas de melhoramento gentico brasileiros tm conseguido lanar materiais resistentes ou bastante tolerantes s principais doenas. Mesmo assim, recomenda-se que as mudas do viveiro passem por tratamento trmico antes do plantio. O tratamento trmico, cujo custo bastante acessvel, pode ser feito em mini toletes ou em gemas isoladas com o objetivo de controlar o raquitismo-da-soqueira. O tratamento consiste em submeter os colmos a uma temperatura de 50,5 C, por duas horas. Todas as recomendaes tcnicas devem ser criteriosamente observadas sob o risco de incidncia de doena ou deteriorao das mudas em formao no viveiro. A termoterapia pode ser realizada de vrias formas, sendo que os tratamentos mais utilizados so: de toletes de diversas gemas ao mesmo tempo e de gemas isoladas.

2.8 Maturadores QumicosMaturadores so produtos qumicos que induzem o amadurecimento de plantas, causando, assim, a translocao e o armazenamento dos acares na planta. So utilizados para antecipar e otimizar o planejamento da colheita. Os maturadores podem, ainda, apresentar substncias que dessecam a planta, o que favorece a queima e diminui as impurezas vegetais ou que inibem o florescimento. Existem dois tipos bsicos de maturadores para o setor canavieiro: os estressantes e os no-estressantes. Os estressantes so inibidores de crescimento, que reduzem, acentuadamente, o ritmo de crescimento da cana, fazendo-a acumular a sacarose em vez de utiliz-la como fonte de energia para seu crescimento. A reduo no ritmo de crescimento fora a planta a amadurecer. Os maturadores estressantes mais utilizados so base dos seguintes compostos: Glyplhosate, Etil Trinexapac e Sulfometurom metil. Os maturadores no-estressantes no diminuem o ritmo de crescimento da planta e sua ao libera o etileno, composto responsvel pela maturao que ajuda a acumular sacarose nos colmos da cana. O Ethephon um exemplo deste tipo de maturador.2.8.1 Determinao do estgio de maturao: Para determinar se a cana-de-acar encontra-se no ponto de maturao utiliza-se o refratmetro de campo, aparelho que fornece a porcentagem de slidos solveis do caldo (chamado de brix), que est ligado ao teor de sacarose da cana-de-acar. Aps esta medio, feita uma anlise laboratorial.A maturao da cana-de-acar se d da base do colmo ao seu pice. A planta imatura apresenta uma grande diferena nos teores de sacarose entre os extremos de seus colmos. Portanto, o critrio utilizado para estimar a maturao pelo refratmetro de campo o ndice de maturao (IM), que fornece a relao entre os dois teores, conforme a frmula, abaixo.

Para a cana-de-acar, os valores de IM admitidos so: menor que 0,60 para cana verde; entre 0,60 e 0,85 para cana em processo de maturao; entre 0,85 e 1 para cana madura; maior que 1 para cana em processo de declnio de sacarose.2.9 CultivaresPara garantir rentabilidade ao setor sucroalcooleiro fundamental obter elevada produtividade da cana-de-acar. O melhoramento gentico considerado um dos principais fatores agronmicos que podem contribuir com o aumento da produtividade, permitindo desenvolver variedades que se adaptem melhor s condies adversas de solo e clima e incidncia de pragas e doenas, assim como ao sistema de colheita. Para se ter mxima produtividade, importante que cada produtor selecione, dentro das opes de variedades ofertadas pelas instituies de pesquisa, aquelas que melhor se adaptam s condies locais. Para isso, deve-se prestar ateno em caractersticas como o porte da cana e o fechamento da entrelinha que podem levar reduo dos custos de manejo e colheita, alm de maturao, volume de matria-prima, entre outros, para a Regio Centro Sul.Cultivares para solos mdios so a RB965902, RB966928, SP 911049, e para solos arenosos RB 867515, RB 935744.

2.10 Pragas e seu ControleA cana-de-acar pode ser atacada por mais de 80 espcies de pragas, sendo que algumas delas, como alguns besouros e cupins, muitas vezes so observadas nas lavouras somente aps terem causado danos, uma vez que so pragas de solo e, por isso, de difcil observao. Para uma produtividade de 80 toneladas por hectare, as perdas ocasionadas pela broca para cada 1% de intensidade de infestao so de 616 quilos de cana, 28 quilos de acar e 16 litros de lcool, aproximadamente.2.10.1 Broca da cana-de-acar (Diatrea sacchralis)A broca a principal praga da cana-de-acar. A lagarta jovem alimenta-se, inicialmente, das folhas para depois penetrar pelas partes mais moles do colmo (bainha). Ela abre galerias de baixo para cima, que podem ser longitudinais maioria das vezes ou transversais. Para o controle da broca utilizado as vespas Cotesia flavipes que ataca lagartas com mais de 1,5 centmetros. A quantidade de adultos a ser liberada de seis mil por hectare, quando forem encontradas dez lagartas por hora, por operador, na coleta de monitoramento, que identifica o momento certo em que a praga entra na lavoura, em que nvel se estabelece, como reage aos inseticidas e quais so os seus ciclos de vida.2.10.2 Besouro (Migdolus fryanus)A espcie Migdolus fryanus tem hbito subterrneo, vive em solos profundos, bem drenados e em regies de cerrado. O macho adulto, de colorao preta, voa. J a fmea, de colorao semelhante ferrugem, no voa. A postura de ovos ocorre entre janeiro e maro. Durante esse perodo, as larvas atacam as plantas. As larvas so de colorao branca e medem quatro centmetros. Esta praga difcil de ser controlada, causando danos em larga escala ao canavial.O controle de Migdolus fryanus difcil. recomendado o uso de 500 gramas de fipronil ou de endosulfan por hectare, que deve ser aplicado no sulco de plantio para atingir as larvas. 2.10.3 Cupins (Heterotermes tenuis)A principal espcie de cupim a Heterotermes tenuis. Ele branco, com cabea amarelada, corpo afilado e mandbulas longas. A espcie caracteriza-se por no levar terrra para o interior das galerias, como faz Procornitermes sp. Os ninhos desses cupins so subterrneos e de forma cilndrica. Os cupins atacam os toletes, danificando as gemas, o que influi na germinao. Isso provoca falhas na lavoura e exige o replantio. Os prejuzos atingem dez toneladas de cana por hectare, anualmente. O ataque maior em terrenos arenosos.Para o controle qumico os produtos recomendados so fipronil 800 WG 250 gramas por hectare, endosulfan 350 CE 6 litros por hectare e o trbufos granulado 20 quilos por hectare.

2.11 Doenas2.11.1 Mosaico (Vrus do mosaico da cana-de-acar)A doena conhecida como mosaico possui registros de ocorrncia j no incio do sculo XX. O agente causador da doena o vrus do mosaico da cana-de-acar. Existem descritas, at o momento, 14 linhagens diferentes deste vrus, definidas por letras de A a N, sendo que no Brasil a mais comum a linhagem B. A intensidade da infeco, grau dos sintomas e perdas variam entre estas linhagens. O mtodo mais eficaz para controlar o mosaico a utilizao de variedades resistentes. Aplicao de inseticidas para controle de pulgo no apresenta nenhuma eficincia. Quando o nvel de infeco no canavial baixo a prtica do roguing (retirada de plantas doentes) muito utilizada.

2.11.2 Podrido de fusarium (fusariose) Fungo Fusarium moniliformeO fungo causador da doena pode ocasionar uma grande variedade de sintomas nas plantas, que dependem do estgio de desenvolvimento da cana, do seu nvel de resistncia e de condies ambientais. Os sintomas so: sistema radicular pouco desenvolvido, podrido de raz e colo, baixo vigor e damping-off (morte de vrias plntulas agrupadas, denominadas reboleira). Nos colmos os sintomas so muito parecidos com osda podrido vermelha e seu aparecimento est associado a ferimentos qumicos ou fsicos como aqueles causados por brocas. Outro dano causado o chamado Pokkah-boeng, em que ocorre uma deformao do topo da cana-de-acar. Os melhores mtodos de controle da fusariose so o uso de variedades tolerantes e o controle da broca da cana-de-acar.

2.12 ColheitaA colheita e o transporte da cana-de-acar podem comprometer, significativamente, a qualidade do produto final e os cortes subseqentes. Por essa razo, tais atividades devem ser executadas de acordo com orientaes tcnicas precisas. Do ponto de vista fisiolgico da cultura, a colheita representa o final do ciclo de crescimento e maturao, atingindo o mximo de produtividade agrcola permitida pelas condies de clima e solo da regio, pela tecnologia agronmica e variedades utilizadas.Nessa poca, necessrio, tambm, a administrao eficiente da grande frota de tratores, veculos de transporte e carregadores. Portanto, h necessidade de uma administrao eficiente durante o perodo de colheita, com aes que envolvam tanto o campo como o ambiente externo ao canavial. Em relao s opes de sistemas de colheita, as operaes de corte, carregamento, transporte e recepo da matria-prima podem ser resumidas em:2.12.1 Sistema manual: o corte e o carregamento so feitos manualmente, podendo haver transporte intermedirio;2.12.2 Sistema semi-mecanizado: envolve o corte manual e o carregamento nas unidades de transporte, por carregadoras mecnicas;2.12.3 Sistema mecanizado: utiliza cortadoras de cana e carretas de transbordo, empregando somente mo-de-obra especializada como operadores de mquinas e tratoristas, sem a necessidade do emprego de trabalhadores braais. A colheita mecanizada tem como principal vantagem a rapidez na execuo do trabalho, porm, se esse trabalho no for bem executado as perdas em eficincia sero maiores.

2.13 TransporteAps ser colhida, necessrio que a cana-de-acar seja transportada de modo adequado, uma vez que como a maioria dos produtos de natureza vegetal, a cana tambm est sujeita rpida perda de qualidade. Existe uma srie de veculos que podem ser utilizados para o transporte rodovirio da cana-de-acar, como: tratores, caminhes, carretas, animais de trao, entre outros. A escolha do tipo de veculo a ser utilizado est relacionada a distncia do campo de produo unidade industrial, s condies de trfego das vias de circulao e aos custos operacionais de cada tipo de transporte. Dentre os veculos disponveis para o transporte da cana, os caminhes so os mais utilizados. O mercado oferece grande variedade de modelos que podem transportar de oito a 40 toneladas de carga lquida.

2.14 QueimaCom os objetivos de promover a limpeza parcial do canavial e facilitar a operao de colheita da cana (manual ou mecnica) faz - se a queima de parte da plantao. A queima da palha da cana-de-acar acarreta dificuldades na conservao e purificao dos caldos; leva a um aumento de brix (teor de slidos solveis) e fibra - calculados em porcentagem - devido ao ressecamento dos colmos; favorece o aumento da infestao de microrganismos nos colmos, ocasionando exsudao e predispondo-os deteriorao. A queima torna a colheita mais fcil e barata, mas causa mais prejuzos no caso de atraso no corte.

3. Relato das Atividades Desenvolvidas3.1 Preparo de Solo3.1.1 reas de expanso: fazer destoca, dessecao, marcao dos terraos, uma gradagem pesada em torno de 30 cm, construo dos terraos, subsolagem para quebrar a camada compactada entre 20 e 40 cm de profundidade e sequentemente uma a duas gradagens mdias, locao dos carreadores com talhes em torno de 20 ha, aplicao de calcrio e gesso de acordo com a anlise de solo e por fim uma gradagem niveladora.3.1.2 reas de reforma: inicia-se com uma dessecao, uma gradagem pesada, reforma dos terraos, subsolagem, uma ou duas gradagens mdias, adequao dos carreadores e talhes fora do padro, aplicao de calcrio e gesso de acordo com a anlise de solo e uma gradagem niveladora.

3.2 Variedades As variedades mais plantadas na empresa so a RB 867515, RB 92579 e a RB72454 que so cultivares de solos arenosos de baixa fertilidade, que tem uma ampla adaptabilidade e boa estabilidade, por terem uma consistente resposta a maturadores e por serem de uma excepcional longevidade.

3.3 Plantio Mecanizado realizado em plantadoras automticas de cana picada acopladas em tratores. O espaamento utilizado entre linhas de 1,40 m, onde a plantadora tambm tem a funo de aplicar produtos qumicos no sulco de plantio sendo utilizado o Carbofuran que um nematicida aplicado em uma quantidade de 6 litros por ha. Aplica-se tambm o Fipronil que um inseticida na quantidade 0,5 quilos por ha.O ideal que se plante cerca de 25 a 30 gemas por m linear, onde aplica-se 600 kg de adubo por h no sulco de plantio e a frmula utilizada a 06-30-20. Uma carga cheia na plantadora rende de 0,4 a 0,6 hectare. So plantadas 15 a 18 toneladas de cana de muda por ha. Os toletes de cana so picados em tamanhos que variam de 30 a 40 cm.

3.4 Plantio ManualNo plantio manual feito uma operao de sulcao com um implemento acoplado no trator com uma profundidade em mdia de 25 a 30 cm e espaamento de 1,40 m entre linhas, onde este mesmo implemento faz a adubao utilizando a frmula 06-30-20 aplicando-se 600 kg de adubo por ha. Depois disso um caminho com mudas de cana inteira vai andando lentamente na lavoura, onde um operador vai na carroceria onde esto as mudas jogando-as no cho e atrs do caminho vem outros trabalhadores colocando-as duas canas p com ponta dentro do sulco de plantio e com um faco d-se dois cortes para na hora do cobrimento a ponta no subir. So plantadas cerca de 18 a 22 gemas por m linear e cerca de 10 a 12 toneladas de cana inteira por ha.Em seguida outro implemento acoplado no trator passa fazendo o fechamento dos sulcos de plantio jogando uma camada de 5 a 7 cm de terra. Antes aplica-se um nematicida, 6 litros por ha e um inseticida em quantidade de 500g por ha, em uma vazo de 200 litros por hectare.Aps uma chuva para acomodao do solo faz-se uma aplicao de herbicida para cana-planta, utilizando o produto recomendado pelo tcnico da usina, como o Tebuthiuron, Metribuzin, Clomazone, Ametrina, Diuron de acordo com a textura do solo, teor de matria orgnica e poca de plantio e volume de calda de 200 litros/ha.

3.5 Operao de Quebra-Lombo um implemento acoplado no trator que utilizado em reas onde foi feito o plantio manual para fazer o nivelamento do solo para facilitar na hora da colheita, onde esta operao quebra o residual do herbicida antes aplicado no revolvimento do solo e para isso este implemento tambm faz a aplicao de um herbicida evitando o aparecimento de ervas daninhas em quantidade de 1,0 a 1,2 litros por hectare, utilizando como exemplo o herbicida Tebuthiuron.

3.6 Tratos Culturais de Cana-SocaEsta operao realizada em cana-de-acar depois da colheita tanto para a indstria quanto para a produo de mudas.

3.6.1 Cultivo TrpliceA operao de cultivo tem por finalidade fazer a aplicao de adubo, a subsolagem o destorroamento e o nivelamento do solo. aplicado a frmula de adubao 20-00-30, 4,5 quilos do formulado por tonelada de cana produzida. Um exemplo, se uma cana de primeiro corte produz 120 t por hectare, multiplica-se 4,5 kg do formulado pela quantidade produzida, que no caso foi 120 toneladas resultando em 540 quilos de adubo por ha.Em canas de terceiro corte feito a calagem, uma calcareadeira faz a aplicao de calcrio aplicando-se 1500 quilos por h e gesso 1000 quilos por ha, onde depois no cultivo alm da adubao relatada no pargrafo acima feito a incorporao do calcrio e do gesso.

3.6.2 Aplicao de HerbicidasA aplicao de herbicidas em cana-soca, realizada esta operao depois que a rea passou pelo processo do cultivo trplice. Para este servio so utilizados pulverizadores do tipo Columbia, com tanques de capacidade de 2000 e 3000 litros de calda com barras de 18 metros que so tracionadas com tratores de 100 a 130 cv. So utilizados herbicidas com residuais em torno de 100 dias, perodo em que a cana leva para fechar livre de ervas daninhas. Os produtos aplicados so: Tebuthiuron + Ametrina; Diuron + Hexazinona; Clomazona + Ametrina dentre outros, com um volume de calda em torno de 200 litros/ha. Para a aplicao de herbicidas, alguns fatores devem ser observados como:

Ventos inferiores a 12 km por hora; Umidade relativa do ar acima de 50%; Temperatura inferior a 28 Celsius; Nesta empresa trabalhasse com bicos de induo de ar que tolera ventos de at 12 km por hora. 3.6.3 Catao Qumica Pressurizada feita para eliminar soqueiras remanescentes, em especial de capim colonio e capim brachiaria, que no so eliminadas em aplicao por barra total. Esta operao realizada com pulverizadores costais pressurizados em jato dirigido na planta daninha, com a finalidade de que no espalhem para o resto da lavoura. Os herbicidas aplicados, so: Hexazinona a 0,2% + MSMA a 0,5% por litro de gua.

4. Carga HorriaO estgio concludo na Usina de Acar Santa Terezinha LTDA teve uma carga horria de seis horas dirias do dia 03/07/2011 ao dia 22/07/2011, totalizando ao seu final a carga horria de 120 horas.

5. ConclusoA cana-de-acar uma cultura de muita importncia em nossa regio, pois a usina de acar e lcool emprega muitas pessoas, alm de gerar receita de impostos para o municpio. Destaca-se tambm por ser uma cultura de mltipla utilidade, podendo ser empregada in natura, sob a forma de forragem para a alimentao animal e principalmente no que interessa para as usinas sendo a matria-prima na produo de acar e lcool.Na cana-de-acar tudo pode ser aproveitado, pois seus resduos tambm tem grande importncia econmica, sendo a vinhaa utilizada como fertilizante e o bagao na produo de energia que supre a necessidade da usina em eletricidade, sendo que a empresa tambm vende o restante da energia que produz atravs do bagao.A mesma cana pode ser colhida at cinco vezes, mas a cada ciclo devem ser feitos investimentos significativos para manter a produtividade.

6. Equipamentos e Dispositivos Utilizados Plantadora Automtica de Cana Picada; Tratores CASE IH modelos 130 e 180 e VALTRA modelo BM 100; Implemento Sulcador para plantio manual; Implemento Cobridor para plantio manual; Implemento Quebra-Lombo: Pulverizador tipo Columbia; Pulverizador costal pressurizado; Subsolador; Grade mdia; Grade pesada; Calcareadeira; Cultivador.

7. BibliografiaCana-de-Acar. Disponvel em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/busca.php3?aliasag=cana-de-acucar&camposimples=cana+de+a%E7%FAcar&campo=todos Acesso em: 01 e 02 de Agosto de 2011.Cana-de-Acar. Disponvel em: http://www.agrobyte.com.br/cana.htm. Acesso em: 03 de Agosto de 2011.