edição 11 - março/2002

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Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - março/2002 REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF - ANO III - N º 11 Offshore tem primeira oficial a bordo Todo apoio à Unicidade Sindical Sindicalistas denunciam trabalho ilegal na Bacia de Campos Cruzeiros Marítimos: o que o Brasil ganha com isto Cruzeiros Marítimos: o que o Brasil ganha com isto

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Page 1: Edição 11 - Março/2002

Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - março/2002

REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF - ANO III - Nº 11

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Sindicalistasdenunciamtrabalho ilegal naBacia de Campos

Cruzeiros Marítimos:o que o Brasil ganha com istoCruzeiros Marítimos:o que o Brasil ganha com isto

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Ao lado, um resumo dasnotícias que dizem respeito ànossa categoria publicadas naimprensa.

Editorial

Com medo de ser felizLeia com atenção o texto abaixo e veja se é capaz de adivi-

nhar de quem é:

“A CLT está aí desde 1946 e você não consegue mudar,porque grande parte dos dirigentes sindicais não queremque mude. Você passa a vida inteira dizendo: “A estruturasindical brasileira é cópia fiel da “Carta del Lavoro deMussulini”, mas vê se os dirigentes sindicais querem mudar?Você pega o sindicato dos bancários, o sindicato dosmetalúrgicos do ABC, estes querem mudar, mas, a maiorianão quer. As pessoas têm medo das mudanças e essas mudan-ças só acontecerão se o PT vencer as eleições, estou conven-cido disto. Acho que o PT é, atualmente, a única possibilida-de de se construir um novo contrato social nesse país.” (Pas-quim 26.02.02).

A fala acima é do próprio presidente de honra do PT, o ex-operário, ex-sindicalista, e, certamente, pela quarta vez conse-cutiva, candidato de seu partido à Presidência da República,Luís Inácio Lula da Silva.

Tal declaração foi expressa por alguém que, ao longo dasúltimas duas décadas, se tornou, pelo menos no imaginário dapopulação, a principal referência nacional de oposição ao mo-delo econômico imposto pelas forças políticas no poder. Adeclaração expõe, claramente, a fragilidade em que se encontraa legislação nacional, construída com o esforço e sacrifício demuitos para a defesa do trabalhador e cidadão brasileiro.

Tal declaração, vinda de lideranças de partidoscompromissados com o atual modelo, não nos surpreenderia emuito menos chocaria. É o que na realidade estão tentandofazer nas últimas décadas. Para nosso desespero, em parteconseguiram.

A entrevista do Lula choca pelas inverdades ali ditas. Émentira que a estrutura sindical brasileira é “cópia fiel” da Car-ta de Lavoro de Mussulini. Para nosso alento, a estrutura sin-dical brasileira, com seus alicerces lançados na era Vargas,atualmente fundamentada na unicidade sindical em baseterritorial mínima, na ampla geral e irrestrita representatividadee na contribuição compulsória para sustentação de sua estru-tura; possibilitou, ao longo do século passado, como possibi-lita até hoje, a construção das barreiras indispensáveis para oavanço da mentalidade e compromissos neo-liberais, para osquais o trabalho é pouco mais do que um mal necessário ecomo tal deve ser tratado. Possibilitou ainda que o Brasil atra-vessasse mais de uma década de onda neo-liberal, permane-cendo uma referência internacional, muito especialmente sul-americana, de resistência ao desmonte das estruturas sociaisnão diretamente controláveis pelos governos.

Quem afirma que nossa estrutura é cópia fiel da Cartadel Lavoro é leviano ao repetir aquilo que a direita, quesabe muito bem o que quer, repete à exaustão. Se leu a talCarta, é mentiroso.

A questão maior e mais preocupante, no entanto é: porque este comportamento do candidato do PT?

Certamente este comportamento não é decorrente daconstatação óbvia de existência de maus sindicalistas, até por-

Severino Almeida Filho*

que escroques existem em toda organização humana. O PTnão escapa, como não escapou de ter representante eleitoenvolvido com o tráfico de drogas na baixada fluminense; nemo PFL, com representante especialista no uso de serra elétricano corte do corpo humano. Apesar disto, e no que pesem asdiferenças de opinião, esperamos que existam e continuemexistindo, possuem e possuíram membros representantes dig-nos e honrados em seus quadros.

O caminho não é por aí.

Parece claro para nós que o problema é o esforço do PTpara parecer moderno e confiável à direita, que controla cora-ções e mentes através da mídia. Aquela mesma direita quecombatemos, expondo nas ruas cartazes, panfletos e adesivosdo tipo “Vira e mexe a Globo mente”. Está claro agora que esteesforço mudou de direção e sentido, não encontrando limites.Neste caso corremos com, pelo menos, dois perigos ao nossolado. O primeiro é que o candidato é capaz de incorporar qual-quer discurso em seu caminho ao poder, o que leva à angusti-ante questão sobre o que não faria para lá permanecer... Alian-ças espúrias e incoerentes com seus compromissos históricospodem gerar o que o Deputado Federal pelo PT, Milton Temer,chamou de “cruzamento de cavalo com vaca: não puxa carroçanem dá leite” (Jornal do Brasil 19.02.02). O segundo edesesperador perigo é o candidato acreditar no que diz. Nestecaso só nos restaria, caso o PT vencesse as eleições, buscarnovo núcleo de oposição ao governo.

Como é de se esperar que a dita oposição, ou pelo me-nos a que está no imaginário da população, busque compo-sição no primeiro turno e o restante no segundo, sobra-nosa inquietante questão: onde iremos buscar oposição paranos ajudar na defesa de nossos direitos, num eventual go-verno Lula, na forma como se expressou na entrevista aoPasquim? Encontraremos oposição no Sr. Bornhausen? NoACM? Ou quem sabe na magnética personalidade e caráterexemplar do senador José Alencar? É uma situação trágicademais para se brincar.

Cabe ao PT e a seu candidato uma reflexão rápida, pois hápouco tempo para isto, sobre o que efetivamente oferecem àsociedade brasileira em um eventual governo Lula. E os parti-dos que eventualmente o apoiarem, não são menos responsá-veis por isto. Isto é sério demais para buscar redenção diantedo desastre, através de uma saída posterior de um eventualgoverno. Todos continuarão co-responsáveis pelo que cons-truíram na busca do poder.

O candidato Lula precisa entender que, se quiséssemosno poder quem entende que os direitos dos trabalhadoresdevem se subjugar a discursos e práticas como querem osneoliberais, recorreríamos a quem já tem ampla experiência nestamatéria.

Não precisamos de candidatos com plumagem, que nãoseja daquela que nos fez acreditar um dia que não deveríamoster medo de ser felizes.

* Severino Almeida Filho é Presidenteda CONTTMAF e do SINDMAR

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Cunard

Para a Maersk e HDS, que já estiveram no SINDMAR emostraram interesse em renovar acordo coletivo de trabalho.

Para a Elcano que, cumprindo o item do ACT 2001/2002, vai se reunir com as entidades sindicais, visandomelhorias na relação laboral e reajuste salarial.

Para a Petrobras e Transpetro, pela assinatura do novoACT, após cerca de 4 meses de negociação com osdirigentes sindicais.

Para o trabalho conjunto das tripulações dos navios daMetalnave, CONTTMAF , Federação e sindicatosfiliados. Juntos, eles conseguiram negociar com aempresa a assinatura de um protocolo de compromissode acordo coletivo para os trabalhadores, garantindomelhoria dos salários e emprego.

Pan MarineMaersk e HDS

Pan MarinePetrobras / Transpetro

Pan MarineTrabalho conjunto

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Sumário

Editorial 2

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TÁBUA DAS MARÉS

Jornal UNIFICARAv. Presidente Vargas 309 / 15º andar

Candelária - Rio de Janeiro - RJCEP: 20040-010Tel.: (21) 2518-2164 / Fax: (21) 2253-4524Email: [email protected]

Edição: Assessoria de Imprensa do SINDMARJornalista Responsável: Viviane Dias- MTB 22580Diagramação: Márcia Azen

Maré Alta

Para a companhia de navegação Cunard, representadano Brasil pela Expresso Mercantil Agência Marítima. Aempresa cometeu crime ambiental quando, em umaoperação ilegal com seu transatlântico Caronia, derra-mou mais de 30 mil litros de óleo na Baía de Guanabara.

Para a ABEAM que, em sua última reunião com aFederação e sindicatos marítimos, impôs barreiras paraa renovação do Acordo Coletivo de Trabalho.

Para as empresas como Frota Oceânica, Transroll ,H. Dantas, Neptunia e Argos, que insistem emcontinuar sem acordo coletivo de trabalho com seusmarítimos.

Para a Global, que paga o equivalente a um 14º saláriopara seus empregados de terra e não dá o mesmotratamento aos marítimos, que são os responsáveisdiretos pela operacionalidade da empresa.

Para a Barcas S.A., que insiste na utilização ilegal decooperativas para substituir os tripulantes de suasembarcações.

Para a nomeação do Sr. Paulo Filho, ex-membro decooperativa, como Diretor de Operações da Barcas S.A.

Maré Baixa

ABEAM

Falta de ACT

Barcas S.A. I

Barcas S.A. II

Pan MarineElcano

Global

VisitaSINDMARvisita mais de30 navios emdois meses

Metaltanque II

Tripulação mostraforça de luta econsegue acordocom empresa

20Panamá

País ainda é palco deemissão de licençasmarítimas falsificadas

22Petrobras e Transpetro

Após longanegociação,empresas assinamnovo ACT.

A voz do marítimo

Vale a pena ler de novo

Galeria maldita

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CartasGaleria Maldita

Como presidente do DiretórioMunicipal do Partido Popular Socia-lista em Petrópolis e membro da Exe-cutiva Regional do Estado do Rio deJaneiro, venho pedir que retifique ainformação a respeito do DeputadoXerez, que consta da Galeria Malditado dito jornal. (Aliás, um jornal bemfeito e bem informativo: parabéns.) Éque Ayrton Xerez foi membro do PPS,em um momento em que o partidobuscava se abrir para novos membrosque estivessem dispostos a encon-trar novos rumos para o Brasil. Suatemporada no PPS durou pouco tem-po e foi nefasta. O referido deputadodemonstrou ser um aproveitador eoportunista, sem visão de Brasil e li-gado à direita. Desde maio de 2001,ele foi “defenestrado” do partido ese filiou ao PFL de César Maia.

Mércio Pereira GomesPresidente do DM-PPS em PetrópolisMembro da Executiva Regional do PPS - RJ

O Unificar confirma a informa-ção do senhor Mércio Gomes, pe-dindo desculpas pela nossa falha epor qualquer inconveniente trazi-do. Continuaremos nos esforçandopara trazer sempre o melhor con-teúdo. Agradecemos o senhorMércio Gomes pela correção e porseu comentário.

Cursos em BelémSendo associado do SINDMAR,

desde 1982, e sempre acreditandoneste órgão da classe, nunca faltan-do com a minha pequena contribui-ção, gostaria que alguns questiona-mentos fossem respondidos. 1 - Porque foi fechada a Delegacia de Belém,já que continuamos representando omaior percentual da Marinha Mer-cante Brasileira? 2 - Por que não sãomais realizados os Cursos de CCB ePrimeiro Maquinista no CIABA? 3 -Por que os convênios com cursos de

idiomas, faculdades, escolas técnicas,entre outros, não são acordados em Belémcom as entidades locais, como ocorre noRio de Janeiro? (...)

Sergio Souza/Imt.Bordo do N/M “Braztrans”

Prezado Sergio Souza,Inicialmente gostaria de pedir descul-

pas pela demora em respondê-lo. Os as-suntos que você aborda são extremamenteimportantes e me levaram, não somente arespondê-lo, mas a fazê-lo com zelo, numsaudoso e orgulhoso retorno a um pas-sado recente, cujas dificuldades estamosvencendo. Uma a uma. Com satisfação,passo a responder suas indagações:

1. A Delegacia de Belém não foi fe-chada por um motivo exclusivo, mas umconjunto de motivos, entre os quais gos-taria de destacar os seguintes:

a) Com a mudança do artigo 178 denossa Constituição e o início de sua re-gulamentação, desembocando no queagora é a Lei 9.432/97, o nosso horizontede postos de trabalho em navios brasilei-ros chegou a sofrer sérios riscos de desa-parecimento.

b) Este fato não somente nos obri-gou a um trabalho de acompanhamentoda tramitação da legislação, como tambéma emitir todos os esforços possíveis parainfluirmos positivamente na redação deseu texto final.

c) Isto não somente nos obrigou aestabelecermos novas prioridades aosgastos do nosso Sindicato, como tambémdefinirmos uma estratégia de ação sindicala longo prazo. Ambos aspectos nos obri-garam, provisoriamente, a interromper amanutenção de uma Delegacia em Belém.Não sei se você se lembra, mas há seteanos não eram poucos aqueles que apos-tavam que não duraríamos mais dois anos.

d) No pouco tempo em que a Dele-gacia de Belém esteve sob o comando denossa Diretoria, pudemos observar que avida e a ação sindical em torno da mesmaera pouco intensa e a contribuiçãoparticipativa dos Oficiais, moradores emBelém e proximidades, era menor ainda.

e) Tivemos ao longo de toda a déca-

da de 90, uma elevada redução de to-nelagem e número de navios de ban-deira brasileira, o que naturalmente le-vou a uma redução de nossos postosde trabalho e conseqüente redução dovolume de contribuição sindical men-sal ao nosso Sindicato. Ou seja, a re-ceita do Sindicato reduziu-se na mes-ma proporção.

2. Não compete ao Sindicato de-cidir pela realização de Cursos de CCBe 1OM no CIABA. Podemos e deve-mos defendê-los sempre que houvernúmero de associados interessadosem fazer tais cursos. Neste aspectovocê muito poderia nos ajudar, infor-mando ou estimulando os interessa-dos a se comunicarem com o Sindica-to para que possamos defender, juntoa DPC, suas realizações. Diria mais.Não apenas estes cursos, mas todo equalquer curso que um volume de in-teressados justifique sua realização.

3. Os convênios obtidos no Riode Janeiro não são conseguidos semum trabalho de corpo a corpo direta-mente com a instituição parceira. Istoé um trabalho gradual e exige tempo.Estaremos, com brevidade maior do quevocê espera, obtendo Convênios nasmais variadas cidades brasileiras. Porexemplo, o Convênio com a Universi-dade Estácio de Sá já chegou a Belém.Garanto-lhe que muitas outras virão.

Finalmente companheiro, queroinformá-lo que, em nosso planejamen-to, a reabertura da delegacia de Belémdeverá ocorrer, muito provavelmente,até o final deste ano e, com certeza, noinício do próximo. Desde já contamoscom seu apoio para desenvolvermosum trabalho em Belém que a justifique.

Mantenha contato. Será sempreum prazer responder suas dúvidas eagradecer sua contribuição.

Saudações Marinheiras,

Severino Almeida Filho1º Presidente - SINDMAR

Cartas para esta seção: A/CRedação: [email protected]

ou fax: (21)2253-4524

Esclarecemos que na reportagem “SINDMAR promove palestra sobre aposentadoria”, veiculada no UNIFICAR 10, aaposentadoria especial será concedida ao marítimo com 25 anos na atividade e mergulhadores com 20 anos, ao contráriode 10 anos, como mostra a matéria.Er

rata

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SINDMAR

Saúde e segurança a bordoFundacentro faz pesquisa de campo para avaliar as condições dos marítimos embarcados

AFundação Jorge Duprat Figuei-redo de Segurança e Medicina noTrabalho - Fundacentro apresen-

tou, no último dia 24 de janeiro, na Fede-ração Nacional dos Trabalhadores emTransportes Aquaviários e Afins -FNTTAA, os resultados do trabalho decampo que vem realizando em continui-dade ao projeto 6313025 – Estudo dasCondições de Segurança e Saúde do Tra-balhador a Bordo de Embarcações. O es-tudo busca obter um perfil psico-sócio-econômico das tripulações da MarinhaMercante, realizar um mapa de riscos dotrabalho a bordo de embarcações, alémde contribuir tecnicamente para a elabo-ração da proposta das Normas Regu-lamentadoras Marítimas .

Entre os participantes da reunião esta-vam presentes representantes daTranspetro, Syndarma, Conttmaf, Fronapeque, juntamente com membros da comis-são da Fundacentro, discutiram os avan-ços do estudo que teve início ainda em1997, com o Programa Nacional de Pesqui-sa Portuária e Marítima – Propomar. O Sin-dicato Nacional dos Oficiais da MarinhaMercante – SINDMAR, participante ativodesde o início do trabalho, foi representa-do pelo diretor secretário Odilon Braga.

Os agentes avaliados na pesquisa daFundacentro englobaram quesitos comoo perfil do trabalhador marítimo, avalia-ção das condições de segurança a bordo,levantamento da quantidade de gases evapores, vibrações, ruído e calor. As em-barcações visitadas pela fundação foramo navio de off-shore, CBO Campos, ocontainer Aliança Europa e o petroleiroItaperuna. Até o final da pesquisa aFundacentro espera ainda realizar traba-lho de campo em embarcações fluviais,quimiqueiros e navios de longo curso.

O trabalho de pesquisa, realizado nastrês embarcações, teve como base os mé-todos qualitativos de BS 8800 e quantitati-vos para identificações das dosagens dosagentes ambientais agressivos à saúde dotrabalhador, conforme diretrizes do Setorde Higiene da FUNDACENTRO (CHT).

Para avaliação do perfil psico-sócio-eco-nômico foi utilizada a metodologia des-critiva/interpretativa, obtida por meio dequestionários de uma amostra de traba-lhadores aplicadas à bordo dos naviosem viagens.

O estudo, realizado nas três embarcações,mostrou os seguintes resultados iniciais:

- Vibrações: necessário que sejamaprofundados os estudos à luz danova norma ISO.

- Gases e Vapores: foramavaliados os gases CO2, H4s,CH4 e O2. Não foramidentificados gases acimados limite para a praça demáquinas.

- Calor: bastante intenso.Deve ser adotada umaalternância entre os traba-lhos e o descanso em localrefrigerado.

- Ruído: extrapolam o limite detolerância. Seria adequada aredução da jornada detrabalho.

- Navio-tanque: a operação de lavagemnão é cumprida em situações de risco.

O ideal seria a realização de umestudo com vistas a melhorar osistema de ventilação dos tanques.

De acordo com a FUNDACENTRO, apesquisa mostrou, até o momento, que énecessário um maior controle nos proce-dimentos de segurança a bordo. O Estu-do das Condições de Segurança e Saúdea Bordo de Embarcações tem data de con-clusão agendada para o final de abril de2002. Até lá, a fundação espera visitar pelomenos mais duas embarcações.

Fundacentro reúne na FNTTAA representantes de diversos segmentosda Marinha Mercante.

Calor intenso na embarcação foiapontado como um dos problemas

para os marítimos

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SINDMAR

SINDMAR auxilia naelaboração da nova CBOOs diretores do SINDMAR,

Jailson Bispo e Odilon Braga,receberam, no último dia 11 dejaneiro, na sede do sindicato, avisita da Consultora do Minis-tério do Trabalho e Emprego(MTE) para o Projeto da Clas-sificação Brasileira de Ocupa-ções (CBO), Sra. Deisi Deffune.

A visita da consultora tevecomo objetivo discutir a adequa-ção da classificação dos Ofici-ais de Convés na nova Classi-ficação Brasileira de Ocupa-ções, que vem sendo elaboradapelo Ministério do Trabalho eEmprego, em parceria com asfundações de universidadesbrasileiras como a Fipe (USP),o Cedeplar (UFMG), a Funcamp(Unicamp) e o Senai. A novaCBO conterá a descrição deaproximadamente 600 famíliasocupacionais, entre elas a dosoficiais de náutica e máquina.

Após a classificação, oSINDMAR vai indicar oficiais

O diretor do Sindicato Nacional dos Oficiais da MarinhaMercante, José Serra, a assessora para assuntos de previdênciado SINDMAR, Ana Rosa, juntamente com a consultoraprevidenciária, Leny Xavier; estiveram em Brasília, no últimodia 10 de janeiro, na Divisão de Orientação e Direito do InstitutoNacional do Seguro Social (INSS) da Coordenadoria Geral deBenefício.

Na ocasião, a equipe enviada pelo SINDMAR discutiu como assessor daquela Divisão, Paulo César Cunha, a redação daConsolidação de Atos e Normas de Benefícios (CANSB). ACANSB, por um erro de transcrição, fere os direitos dos maríti-mos de convés, assegurados pelo Regulamento para as Capita-nias dos Portos (Decreto 5.798, de 11/06/1940), quanto à con-cessão do benefício de aposentadoria (DIRBEN 8030).

Após entendimentos, Cunha reconheceu a incorreção daredação da CANSB e vai providenciar o encaminhamento doassunto à diretoria competente. Para o momento, o SINDMARestará acompanhando o andamento do processo.

SINDMAR Discute Correçãodo DIRBEN-8030 em Brasília

para participar do processo dedescrição e revisão das ativi-dades, juntamente com a equi-pe do MTE e demais parcei-ros do projeto. A metodologiautilizada no painel de descri-ção das atividades e competên-cias das famílias ocupacionaisé de origem canadense e estásendo utilizada pela primeiravez na alteração da CBO.

De acordo com a consul-tora, a nova versão da CBOvisa adequar o sistemaocupacional às novas mudan-ças na sociedade, atualizandocódigos, títulos e descriçõesdas famílias ocupacionais bra-sileiras. Após a conclusão dotrabalho, será redigida umapublicação, a CBO 2000, queserá distribuída a toda a soci-edade e disponibilizada tam-bém via web, no site do MTE.A CBO 2000 vai substituir aúltima versão da classificação,elaborada em 1994.

Consultora MTE, Deisi Deffune, com os diretoresOdilon Braga e Jailson Bispo

Ana Rosa, Leny Xavier, Paulo César Cunha e o diretor JoséSerra, na Coordenadoria Geral de Benefício do INSS

Cadastre seu e-mail no site doSINDMAR e receba, diariamente, asprincipais notícias do setor aquaviário.www.sindmar.org.brNavegue conosco!

LIVROS?O seu Sindicato tem à disposição de todos os

seus associados uma biblioteca com mais de 700exemplares. São 500 títulos de literatura geral e200 técnicos.

Faça-nos uma visita e confira!

A biblioteca do SINDMAR é coordena-da pelo Departamento dos Aposentados,que administra os empréstimosde segunda à sexta-feira,sempre após 14h.

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SINDMAR

CBO: Acreditando no potencial brasileiro

A Companhia Brasileira de Offshore– CBO, empresa brasileira doGrupo Fischer, que opera embar-

cações de apoio offshore para a Petrobras,vem mostrando sua força também na in-dústria naval. A empresa deu partida naretomada da construção naval no país, como CBO Campos e promete continuar nomercado. “Investimos analisando a pró-pria prospecção do mercado em águas pro-fundas”, explicou o presidente da CBO,Luiz Maurício Portela. De acordo com ele,a estratégia adotada pela empresa de in-vestir sem contrato “amarrado” está pro-duzindo resultados positivos.

Luiz Maurício está otimista e acreditano crescimento da frota da CBO. “A nos-sa idéia é ter sempre uma embarcação emconstrução”, afirmou. O presidente esti-ma que nos próximos 10 anos, além dasubstituição de parte da frota atual, seránecessário o acréscimo de 100 novas em-barcações de apoio ao processo deprospecção e produção de petróleo noBrasil, um investimento que deve chegaraos U$800 milhões.

A frota atual da empresa é formadapor 8 embarcações, incluindo os PlatformSuply Vessel (PSV), “CBO Campos”e“CBO Rio”, que atendem a Bacia de Cam-pos. Os outros navios, que operam nasregiões de Macaé, Espírito Santo, Bahia,Sergipe, e Rio Grande do Norte são:Maricá, Macaé, Célia, Clarisse, e Carmem.

Outra preocupação da CBO, de acor-do com Luiz Maurício, é a geração de tra-balho e riquezas para o país, tanto queaposta na construção de todas as suasembarcações em estaleiros nacionais, uti-lizando profissionais brasileiros. “A nos-sa postura é retomar a força do mercadonacional”, afirma o presidente, lembran-do que o CBO Campos, totalmenteconstruído no Brasil, foi considerada aembarcação de melhor performance daBacia de Campos.

“Vitória” para o meio ambienteEm maio deste ano a CBO pretende

colocar uma nova embarcação ao mar. Aempresa, que venceu a licitação interna-cional da Petrobras para prestação de ser-viços de apoio marítimo a plataformas depetróleo em alto mar e combate a derrama-

mento de óleo, está construindo o “CBOVitória”, já com contrato de operação tãologo sua construção seja concluída.

Com a nova embarcação, a empresapretende seguir na sua campanha parapreservação do meio ambiente e, certa-mente, conquistar novos prêmios. “Cons-truímos o CBO Vitória pensando e nospreocupando com o meio ambiente”, afir-mou o presidente da CBO, Luiz MaurícioPortela. Em 2001, a CBO ganhou o prê-mio Petrobras de Segurança, Meio Am-biente em Saúde e recebeu o CertificadoIS0 9000, pela Sociedade ClassificadoraGermanischer Lloyd.

O “CBO Vitória” é um PSV construídoa partir do projeto da Ulstein/RollsRoyce, possuindo as mesma dimensõese características dos navios anteriores,somadas às características especiaisque asseguram sua operação de com-

bate a poluição e capacidade de reco-lhimento de óleo.

A embarcação representa um investi-mento de US$ 15 milhões, com financia-mento do Fundo de Marinha Mercante,através do BNDES, com incentivos fis-cais do Governo Estadual e Federal.

Investindo no socialCom 220 marítimos embarcados, in-

cluindo oficiais, Luiz Maurício Portelaorgulha-se do bom relacionamento quea empresa mantém com os seus funcio-nários. O presidente destaca, principal-mente, o serviço de assistência socialda empresa que, segundo ele, é um di-ferencial positivo.

A CBO conta com uma AssistenteSocial exclusiva da empresa. SolangeGuimarães Aversa é responsável pelocontato direto com todos os marítimosembarcados, assim como apoio aos fa-miliares. De acordo com Solange, todoo funcionário da CBO, ao ingressar naempresa, tem o seu perfil familiar avali-ado para que o serviço de assistênciasocial possa ser feito da melhor formapossível. “Muitas empresas mal rece-bem a pessoa em seus escritórios. Nos-so diferencial é o acolhimento que da-mos às pessoas”, afirma. A posição deSolange é compartilhada pelo presiden-te da CBO: “Temos um retorno muitogrande deste investimento no trabalhodos marítimos e na maneira como elesenxergam a empresa”.

“CBO Campos”: uma das modernas embarcações tipo Platform Supply Vessel (PSV)

Luis Maurício Portela ao lado da maquetedo “CBO Vitória”: nova embarcação terácaracterísticas especiais que asseguram o

combate a poluição no mar.

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SINDMAR

SIM: Identificando a família naval

O Sindicato Nacional dos Oficiaisda Marinha Mercante visitou, noúltimo dia 19 de fevereiro, o Servi-

ço de Identificação da Marinha (SIM). Navisita, o diretor do SINDMAR, OdilonBraga, discutiu com o Capitão-de-Mar-e-Guerra e diretor do SIM, CMG Stanziola,os procedimentos necessários para reno-vação da Carteira de Identidade para osoficiais da Marinha Mercante.

Pelas normas em vigor tem direito àidentidade do SIM todos os aquaviáriosbrasileiros, pertencentes ao 1º grupo (ma-rítimos) com categoria igual ou superior aMoço de Convés ou Moço de Máquinas(nível 3), detentores de Caderneta de Ins-crição e Registro (CIR) contendo a identi-ficação da referida categoria. Para a reno-

DOCUMENTOS PARAATUALIZAÇÃO

Ao comparecer ao SIM para a reno-vação da carteira, os oficiais deve-rão portar os seguintes documentos:

• Certidão de Nascimento/Casamento (original e cópia)

• Ofício de apresentação das OMda rede

• CIR atualizada

• Atestado de tipagem sangüíneaatestado emitido por médico oufamacêutico ou biólogo, com onúmero do CRM/CRF, CRB(opcional)

• PIS/CPF (opcional)

• Documento que comprova ovínculo empregatício

Diretor do SINDMAR, Odilon Braga, com a chefe dodepartamento de identificação, capitão de corveta,

Lúcia Neves e o diretor do SIM, CMG Stanziola.

vação da carteira é necessário que o marí-timo comprove que nos últimos 5 anostrabalhou, efetivamente, pelo menos 8 me-ses, em serviços correlacionados à ativi-dade marítima ou foram aposentados emdecorrência de ofícios. O direito se aplicatambém aos práticos, sob as mesmas con-dições.

A atualização da carteira de identida-de para os marítimos deve ser feita noSIM, localizado na Praça Barão de Ladário,no Rio de Janeiro ou nos Postos Locaisde Identificação (PLIM), localizados nosestados do Rio Grande do Norte, Pará,Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grossodo Sul, Distrito Federal, São Paulo e Ama-zonas. Em outras localidades, situadasnas cercanias da área do Comando do 1º

Distrito Naval, no Riode Janeiro, ou caso sejafeita uma solicitaçãopara grandes grupos, oSIM disponibiliza aUnidade Móvel deIdentificação (UMI).,que vai ao local para re-alizar todos os procedi-mentos feitos no SIM.

A nova identidade,emitida pelo SIM, é fei-ta digitalmente e entre-gue em até 72 horasapós a solicitação. Asfotos também são feitasno local, necessitando,portanto, que os maríti-

mos se apresentem com o uniforme mili-tar 5.5 ou 5.3. Mais informações sobre oSIM podem ser obtidas pelo site:www.sim.mar.mil.br.

Encontrando dificuldades na renovação desua carteira, contate o seu

sindicato via fax ou e-mail (fax: 21-2253-4524 ou [email protected]).Procuraremos a solução para seu problema.

“O sindicato orienta o marítimo para o caminho certo”O Oficial de Máquinas, Mauro do

Valle, participante ativo como associadode sindicatos marítimos, desde 1974, acre-dita que sua participação ativa como as-sociado do SINDMAR trouxe grandes be-nefícios para sua carreira. Valle, que hojetrabalha na manutenção de piers na Baíade Guanabara, afirmou que o SINDMARfoi um dos grandes investimentos de suacarreira. “O que eu recebo do SINDMARnão pode ser comparado ao que pagocomo associado, que é uma quantia míni-

Valle(centro), na sede do SINDMAR, com opresidente do SINDMAR, Severino

Almeida(esq.) e o diretor, José Serra(dir.)

ma. Menor até que o que o governo des-conta de nossa remuneração com impos-tos e INSS”, afirma.

Segundo Mauro do Valle, é um privi-légio ser associado do SINDMAR.“Aqui temos um ambiente acolhedor,com acomodações boas e, principalmen-te, atendimento personalizado”, afirma.“O SINDMAR hoje é indispensável aooficial de máquinas e náutica, pois ori-enta o marítimo para o caminho certo”,finaliza Valle.

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9

SINDMAR

As visitas feitas pelo SINDMARa empresas de navegação foram intensificadas nos meses

de janeiro e fevereiro. Nos dois pri-meiros meses do ano de 2002, oSINDMAR, juntamente com compa-nheiros de outros sindicatos e entida-des de marítimos, visitaram um totalde 32 navios. De acordo com o se-gundo presidente do SINDMAR, JoséVálido, o aumento no número de visi-tas mostra a vontade de luta e efetivaparticipação dos trabalhadores: “o tra-balhador marítimo anseia pela visita.Se no começo os marítimos tinhamuma certa incredulidade e estranha-vam o processo, hoje eles chegam acobrar as visitas”. De acordo com Vá-lido, a interação entre as tripulações eo sindicato melhorou significativa-mente. “Podemos falar de uma me-lhora de 70% nesta relação,”afirma.

Severino de Almeida, presidente daCONTTMAF e do SINDMAR regis-tra a importância das visitas aos navi-os como uma forma de conhecer deperto a realidade do trabalho dos ma-rítimos, além de avaliar as condiçõesde vida a bordo. Segundo ele, a visitaé parte do processo negocial, mastambém uma forma de interação eestreitamento do entendimento com ostrabalhadores, que são o grande focodo sindicato.

Outro exemplo da importânciadada pelo SINDMAR ao contato di-reto com os marítimos embarcadosfoi a visita ao navio Doce Serra, re-centemente vendido à Elcano pelaDocenave Cia de Navegação Vale doRio Doce, feita no último dia 22 defevereiro. “O sindicato foi a bordo ecoordenou o processo de distratocom a Docenave e recontratação pelaElcano, evitando assim a necessida-de de deslocamento da tripulação efacilitando a vida dos trabalhadores”,afirmou o diretor-procurador doSINDMAR, Enilson Pires, que este-ve a bordo do Doce Serra.

SINDMAR intensifica visita a navios

“O trabalhador anseia pela visita. Se no começo os marítimostinham uma certa incredulidade e estranhavam o processo, hoje

eles chegam a cobrar as visitas.”

Empresas de navegação que tiveram suas embarcações visitadas peloSINDMAR em janeiro de 2002: Global, Flumar, Transpetro, Norsul,

Elcano e Metalnave.

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10

SINDMAR

O Centro de Instrução Al-mirante Graça Aranha (Ciaga)iniciou mais um período letivopara os alunos da Escola deFormação de Oficiais da Mari-nha Mercante (EFOMM). Acerimônia, que marcou a aulainaugural e uma homenagemaos ex-comandantes doCiaga, aconteceu no dia 22 defevereiro, na própria sede doCentro.

A cerimônia contou coma presença do embaixadorMarcos Henrique CamilloCôrtes, que proferiu a aulainaugural sobre o “PanoramaGeoestratégico no Limiar doSéculo XXI – Perspectivaspara o Brasil”. A palestra foiseguida por um debate, emque puderam participar diver-sas autoridades e alunos pre-sentes ao evento.

Prestigiaram a primeira aulado da EFOMM 2002 a Senado-ra Emília Fernandes, a Deputa-da Laura Carneiro, além de di-versas autoridades marítimas

Nova largada para a EFOMM

como o Diretor de Portos e Cos-tas, Almirante Euclides Janot evários diretores do DPC. Tam-bém estiveram presentes opresidente da CONTTMAF edo SINDMAR, SeverinoAlmeida, além de representan-tes da FRONAPE, FNTTAA,ABEAM, entre outros.

O evento contou aindacom a inauguração do Brasãodo Ciaga, um almoço para osconvidados e, na parte da tar-de, a formatura da tripulaçãode alunos da EFOMM, alémda colocação das platinas nosnovos alunos da escola. Oevento foi encerrado com umdesfile militar dos alunos.

O Centro de Instrução Al-mirante Graça Aranha, em fun-cionamento desde 1971, con-ta hoje com mais de 400 alu-nos, sendo 270 do sexo mas-culino e 145 do feminino. OCiaga é atualmente dirigidopelo comandante Capitão deMar-e-Guerra, Sérgio Antonioda Conceição Freitas.

Aula inaugural foiprestigiada por di-versas autoridades,entre elas a Senado-ra Emília Fernandes,a deputada LauraCarneiro e o diretordo DPC, AlmiranteEuclides Janot

Aula inaugural contou com palestra do embaixador MarcosHenrique Camillo Côrtes

O discernimento de situa-ções de avarias em navios é oobjetivo do livro do Capitãode Longo Curso da MarinhaMercante, Olavo CaetanoCorrea Filho. Atualmente apo-sentado, o associado doSINDMAR soma 44 anos decarreira marítima, que ele insis-te em continuar: “Estou pre-parado para embarcar, nãoquero ficar parado,” afirma.

O primeiro livro de Cae-tano é uma espécie de guiaprático para os profissionaisque atuam nas área de em-barcações, seguros, agentesde navegação, Direito Inter-nacional e estudantes emgeral. No desenvolvimentodo tema, o autor discorre so-bre os primórdios e a classi-ficação das avarias Grossas,contribuição e fundamentosjurídicos, código comercial,sistematização de providên-cias, regulação, liquidação econclusão de avarias gros-sas. O livro traz ainda um

exemplo ilustrado com rotei-ros e modelos que devem serusados nas várias etapaspara solução dos problemasem avarias.

“Avaria Grossa de Na-vio”, primeiro livro de OlavoCaetano, é resultado dacompactação de um trabalhofeito pelo autor que possuiem seu curriculum odesencalhe e recuperação decargas de várias embarca-

ções. Caetano preten-de publicar ainda ou-tro trabalho, sob o tí-tulo “Exercícios de na-vegação estimada”,além de ensaios sobredemocracia, assuntoconsiderado por ele deextrema importânciapara os trabalhadoresdo meio marítimo.

Associado publica livrosobre avaria grossa

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liderada por Annalise Schmidt da Silva.

Eleição: 15 a 19 de abril de 2002

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11

SINDMAR

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Navegue conoscoQuem é tripulante assíduo da home-

page do SINDMAR já deve ter notado asnovidades virtuais que o sindicato pre-parou para seus associados. Agora, alémda atualização de notícias de interesse dacategoria, o visitante conta com um“Clipping Eletrônico”. O clipping, atuali-zado diariamente, traz uma seleção dasnotícias do mercado aquaviário,publicadas nos jornais, revistas e publi-cações especializadas de maior circulaçãoe importância no país.

Outra novidade é a cobertura comple-ta das ações do sindicato quanto às ne-gociações dos acordos coletivos comempresas de navegação. No link “Acom-

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panhe aqui o andamento das negociaçõescoletivas de trabalho do SINDMAR”ousuário pode visualizar todo o tipo deação que o sindicato implementa nas ne-gociações, desde cópia de correspondên-cias enviadas, até esclarecimentos sobreas reuniões realizadas com as empresas.

Galeria Maldita? A homepage doSINDMAR também está de “olho aber-to” com os candidatos às próximas elei-ções, trazendo para seus usuários infor-mações importantes sobre parlamentarese as ações implementadas por eles em seusrespectivos mandatos.

Vale lembrar que o SINDMARdisponibiliza aos seus associadaos uma sala

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Ana Paula Sanches: aos 25 anos é a primeira oficial da MarinhaMercante a atuar no segmento de “offshore”

SINDMAR

Nova relação de trabalhoA cerimônia que marcou o embarque

da oficial Sanches foi prestigiada por vá-rias autoridades. A comemoração incluiuum coquetel a bordo do navio CBO Cam-pos, em Imbetiba (Macaé), no cais daPetrobras, seguido de um almoço no ho-tel Du Lac.

A Secretária de Relações de Trabalhodo Ministério do Trabalho e Emprego,Maria Lúcia Di Iorio, estava entre as pre-sentes e ressaltou o momento como ummarco para a Marinha Mercante e para aHistória do Brasil. Di Iorio mencionou aimportância da iniciativa da CompanhiaBrasileira de Offshore: “ACBO sai à frente com umabandeira já levantada emtodo o mundo que é a daigualdade de oportunida-des no mercado de traba-lho. Parabenizo a empre-sa pela coragem e pela ini-ciativa,” afirmou.

A Secretária ressaltouainda a participação doSINDMAR, na pessoa deseu presidente SeverinoAlmeida: “Acompanhoseu trabalho como lídersindical e como pessoa eposso dizer com certezaque estamos na frente deum líder sindical autênti-co, correto, sério, digno,

Aos 25 anos de idade, a paraenseAna Paula Sanches, será a pri-meira oficial da marinha mercan-

te a tripular embarcações de offshore. Aoficial, formada pelo Ciaba, vai participarda hierarquia de comando de naviosespecializados no apoio a plataformas deprodução e exploração de petróleo em altomar. “O reconhecimento da capacitação fe-minina para ocupar cargos de comando emtodas as atividades nos motivou a contra-tar a oficial”, afirmou o presidente da Com-panhia Brasileira de Offshore (CBO), LuizMaurício Portela. “Acredito que as mulhe-res vão fazer um bom trabalho, pois elassão muito cuidadosas e têm grande sensi-bilidade em relação ao meio ambiente e àsegurança – quesitos fundamentais na ati-vidade”, lembrou o presidente.

A experiência de Ana Paula, que afir-mou querer seguir carreira na área deoffshore, inclui 10 meses em um navio pe-troleiro, sendo seis meses embarcada, ope-rando em rotas nacionais e internacionais.Na nova função, Ana Paula terá tarefasdiferentes e trabalhará em um turno de tra-balho de 28 dias embarcados por 28 diasde descanso. Apesar da diferença de sexo,Luiz Maurício garantiu que a oficial terá omesmo tratamento de qualquer oficial queesteja iniciando a sua carreira na empresa.

Presidente do SINDMAR chega ao aeroporto emMacaé, acompanhado do Almirante Janot e daSecretária de Relações do Trabalho do MTE,

Maria Lúcia Di Iorio

CBO contrata a primeira oficial daMarinha Mercante para o segmentode offshore

Mulher nocomando

eficiente e eficaz. Este acontecimentoaqui e o ingresso da mulher na MarinhaMercante, certamente, teve a participa-ção do Comandante Severino,” finalizouDi Iorio.

A Diretoria de Portos e Costas, re-presentada no evento pelo AlmiranteEuclides Janot também mencionou a im-portância do evento dentro da históriada Marinha, lembrando do pioneirismodo ingresso da mulher no mercado detrabalho marítimo, dentro das Forças Ar-madas. “A mulher tem se destacadoimensamente em todas as tarefas quevêm executando na Marinha como um

“A CBO sai à frente com

uma bandeira já levantada

em todo mundo, que é a da

igualdade de oportunidade

no mercado de trabalho”

(Maria Lúcia Di Iorio)

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13

SINDMAR

Em 7 de julho de 1980, por

iniciativa do então Ministro

da Marinha, Almirante-de-

Esquadra Maximiano Eduardo

da Silva Fonseca, era criado

o Corpo Auxiliar Feminino da

Reserva da Marinha, com

atuação na área técnica e

administrativa.

Na Marinha Mercante a

primeira turma de oficiais

integrada por mulheres foi

formada em julho de 2000,

pelo Centro de Formação

Almirante Braz de Aguiar

(Ciaba). À época, as

mulheres representavam 1/3

dos alunos matriculados no

Ciaba e Ciaga (RJ).

Atualmente, este número

chega a quase 50%.

Autoridades e convidados posam com a oficial, ao lado do CBO Campos.

A Mulher na Marinha

todo. Hoje já podemos pensar o que se-ria de nós sem a participação delas,” afir-mou o almirante. “Acredito que a mulhervá conseguir equilibrar as tarefas de mãee esposa, trabalhando na Marinha Mer-cante e certamente teremos váriasmarinheiras famosas na CBO e em ou-tras companhias que tiverem a mesmainiciativa,”finalizou.

O evento teve também a participaçãode membros do Congresso Nacional, queprestigiaram a solenidade e comentaramo ingresso da oficial em um novo seg-mento de trabalho. A Deputada MiriamReid, em nome da bancada feminina noCongresso, endossou as palavras dosoutros participantes, afirmando que es-tava “emocionada e feliz pelo convite epela oportunidade de estar participandode um marco para a história das mulhe-res”. O também Deputado Federal, Pau-lo Lessa, destacou a intensa participa-ção da mulher no mercado de trabalho:“a mulher é importante hoje não só naformação da família”, afirmou.

O presidente da CONTTMAF e doSINDMAR, Severino de Almeida, exaltoua importância do evento. “Este é um tra-balho que muitos apostaram que as mu-lheres não seriam capazes de exercer,” afir-mou. Severino Almeida lembrou ainda daimportância da CBO para o marco: “É sim-bólico que a primeira contratação de umaoficial da Marinha Mercante para traba-lhar em “offshore” fosse feita pela CBO,pois esta é uma companhia que carregahá tempos pioneirismo nas negociaçõestrabalhistas.” O presidente lembrou doque a CBO foi a primeira a pactuar um

“Acredito que as mulheres

vão fazer um bom trabalho,

pois elas são muito cuida-

dosas e têm grande sensibi-

lidade em relação ao meio

ambiente e à segurança –

quesitos fundamentais na

atividade”.

(Luiz Maurício Portela)

“A mulher tem se destaca-

do imensamente em todas

as tarefas que vêm execu-

tando na Marinha como

um todo. Hoje já podemos

pensar o que seria de nós

sem a participação delas.”

(Almirante Janot)

acordo coletivo de trabalho, inserindo obenefício da licença paternidade.

O presidente do SINDMAR apontouainda a importância da participação dasautoridades marítimas na consolidaçãoda nova iniciativa e lembrou a importân-cia da necessidade da adequação da le-gislação trabalhista ao novo mercadoque se abre para a mulher. “A Ana Paulanão está representando apenas o ingres-so da primeira oficial mercante em“offshore”, mas sim a consolidação doprimeiro passo dentro de um novo canalque se abre no mercado de trabalho paraas mulheres”.

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Cruzeiros Marítimos:o turismo visual que polui o Brasil

Transatlânticos de bandeira estrangeira viajam na costa brasileira:turistas a bordo e dinheiro no bolso da embarcação

Navios cada vez mais luxuosos comfacilidades de todo tipo a bordo,desde restaurantes e spas, até

paredes para alpinismo e campos de golf.A indústria dos cruzeiros marítimos é umaatividade que representa altalucratividade e está em plena expansãoem todo o mundo.

No caso do Brasil, porém, toda alucratividade proveniente do turismo emcruzeiros marítimos teve curta duração.Com a venda dos saudosos navios daLloyds, na década de 70, o Brasil deixoude lado a “cultura dos transatlânticos”,passando a se dedicar ao transporte decargas. Hoje, o que visualizamos é a en-trada, cada vez mais intensa, de embarca-ções de bandeira estrangeira que poucoou nada acrescentam para a economia denosso país.

Para se ter uma idéia, até o abasteci-mento para os navios de cruzeiros queparam nos portos brasileiros é problemá-tico. O que ocorre é um verdadeiro “con-trabando” entre fornecedor e armador,sem interferência do agente portuário.Assim, a maioria dos suprimentos queabastecem os transatlânticos é trazida defora, devido aos padrões internacionaisdos produtos, estabelecido pela ISSA(International Ship SuppliersAssociation).

Um navio do padrão do Splendour ofthe Seas (ver quadro), maior transatlânti-co a navegar na costa brasileira até omomento, consome cerca de cinco

contêiners de coca-cola. Toda ela trazidade fora! Neste caso particular, o problemaé a questão tributária do Brasil. O arma-dor prefere trazer um contêiner de seu paísa consumir o brasileiro, devido à alta car-ga de impostos que incide sobre o produ-to nacional. O Splendour, com capacida-de para 1.804 passageiros e 723 tripulan-tes, consome cerca de três toneladas decomida por dia. 90% deste total é trazidode fora.

De acordo com as companhias maríti-mas, um dos grandes problemas nos pro-dutos brasileiros é a incompatibilidade coma tradição gastronômica predominante naembarcação. Os navios, para manterem ospassageiros desfrutando das regalias abordo, preservam os pratos típicos dos pa-íses nas refeições. Tudo a gosto do fre-guês. Difícil acreditar que eles queiram re-almente fazer um “lanchinho” no porto.

LegislaçãoDesde a primeira legislação, em 1891,

o Brasil encontrava dificuldades com omercado de cruzeiros devido à proibiçãoda navegação de cabotagem no litoral dopaís para embarcações de turismo. Com aEmenda Constitucional nº 7, a situaçãofoi contornada, mas o país está longe deter instalações adequadas aos turistasque, chegando em suas mansões flutu-antes, permanecem nos portos apenas poralgumas horas.

Outro impasse na legislação diz res-peito aos tributos. De acordo com a lei,os navios de cruzeiros de navegação emcabotagem devem recolher todos os tri-butos relativos à compra de produtosdentro e fora do Brasil. As embarcaçõesde bandeira estrangeira, em viagem inter-nacional, por outro lado, consomem osprodutos nacionais como item importa-do. Ou seja, isentos de impostos. Os pro-dutos trazidos de fora, por sua vez, sãodeclarados como mercadoria em trânsito,também não incidindo em lucro para oBrasil.

Mesmo com todo os problemas, esti-ma-se que em torno de 59.000 passagei-ros, entre brasileiros e estrangeiros, em-barcaram em navios de passeio internaci-onais nos portos de Rio, Santos, Fortale-za e Salvador. Ao contrário de desfruta-rem os prazeres do extenso litoral brasi-leiro, com mais de 7000 km de baías e en-seadas e clima ameno, os viajantes seaventuram em outro tipo de turismo: aque-le que está dentro da embarcação.

O Splendour of the Seas oferece aseus passageiros acomodações que in-cluem banheira de hidromassagem, pianode cauda e sala de jantar. Isso sem contarcom os atrativos da embarcação que in-cluem um cassino “a la Las Vegas”,shopping center, piscina, teatro, jacuzzi,campo de golfe, entre outras regalias. Otransatlântico, que não está nem entre os30 maiores do mundo, garante o confortoe oferece tudo o que o passageiro precisaa bordo do navio.

CONTTMAF

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Comprimento: 264mLargura: 32mCalado: 7,5mTonelagem Bruta: 70.000Capacidade de passageiros: 1804 em ca-bines duplasTripulação: 723Velocidade do Cruzeiro: 24 nós11elevadores902 cabines

Inaugurado em 1996 e de propri-edade da Royal Caribbean, oSplendour of the Seas é o maior emais moderno navio que realizou cru-zeiros nas costas brasileiras. Conhe-cido como o palácio de vidro flutu-ante, o Splendour foi construído com8.000 metros quadrados de vidro.Para se ter uma idéia, as melhores ca-bines, a “Royal Suite” e as “Owner’sSuites”, são dignas do mais sofisti-cado viajante, pois além de acomo-dações extraordinariamente grandespossuem piano de cauda, banheiracom hidromassagem e sala de jantar.

De suas 902 cabines, 40% pos-suem terraços, além de espaçosascom áreas entre 13 e 18 m2, o navioda oferece ainda 7 bares distintos,restaurante, cassino, shoppingcenter, teatro com capacidade para800 pessoas confortavelmente aco-modadas, piscinas com água cristali-na, sendo uma delas com teto de vi-dro retrátil, que ora cobre a piscina,ora o mini campo de golfe construídocom características dos mais afama-dos campos do mundo. Ao lado daspiscinas existem pequenas piscinascom jacuzzi para o necessário rela-xamento após a ginástica aeróbicapraticada em salas especiais, ou deoutros tipos de ginásticas de seuamplo SPA. Além destes espaçospara exercícios físicos, o Splendourof the Seas possui uma ampla pistade “jogging”.

The World: custo estimado de mais de US$ 400 milhões

Transatlânticos: intensaatividade turística a bordo

A indústria de turismo em cruzeiros marítimos pode ser proveitosa para opaís e um fator de criação de empregos, desde que:• Haja uma política voltada para obrigar a contratação de profissionais brasilei-

ros, em volume proporcional ao tempo de permanência em águas juridicionaisbrasileira. Por exemplo, após a permanência da embarcação por trinta ou maisdias em águas brasileiras, ser obrigatoriedade ter entre seus profissionaisembarcados, um terço de brasileiros. Metade, após sessenta dias e dois terçosde brasileiros, após noventa dias em águas nacionais. Com isso, estimamosque pelo menos 8 mil empregos seriam criados, por estação.

• Exista uma política que estimule o surgimento e crescimento de empresas bra-sileiras de navegação, dedicadas à indústria de turismo em cruzeiros maríti-mos, com suporte financeiro para financiamentos, pelo menos em parte,advindos das arrecadações com adicionais sobre operações de embarcaçõesestrangeiras de cruzeiros marítimos.

• Haja uma política de fiscalização sanitária e proteção ao meio marinho, compunições financeiras compatíveis com o volume de recursos capitados pelaembarcação.

CONTTMAF

A indústria dos transatlân-ticos não para de crescer. Onavios gêmeos, Voyager ofthe Seas e Explorer of the Seas,ambos de propriedade da em-presa Royal Caribbean, são osmaiores transatlânticos jáconstruídos e em funciona-mento em todo o mundo. Esti-ma-se que o custo da cons-trução de cada um ultrapasseos 400 milhões de dólares. Aexemplo do Splendour of the Seas, o na-vio conta com várias atrações. Capelaspara casamentos, laboratório oceanográ-fico, parede para alpinismo, pista de pa-tinação no gelo, quadra de esportes, grá-fica para impressão de um jornal diário,distribuído aos viajantes, além de inú-meras outras atrações que exemplificamo luxo e conforto oferecidos a bordo.

Morando no mar

E se conforto virar mesmo mania deviver no mar, pode-se apelar para o para onavio “The World”, de propriedade daempresa norueguesa, Residence of theSeas, por um custo estimado de US$6,8milhões cada camarote. A embarcação de43 mil toneladas, inaugurada no último dia20 de fevereiro, é equipada com, entre ou-tras coisas, quatro restaurantes, um su-

permercado, uma pista de golfe eduas piscinas.

“Viaje o mundo sem deixarsua casa”, afirma o grupoResidenSea em sua propagandasobre a embarcação, convidan-do os ricos de todo o planeta acomprarem um apartamento aoinvés de apenas alugarem cabi-nes em cruzeiros. De um jeito oude outro, o lucro fica a bordo.

O que pensa o seu sindicato

Splendour of the SeasO palácio de vidro flutuante

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Uma sofrida paisagemTransatlântico comete crime ambiental e polui a Baía de Guanabara

Esgoto, lixo e efluentes industriaisnão são os únicos poluentes queameaçam um dos mais belos car-

tões postais do Rio de Janeiro, a Baía deGuanabara. O local voltou a ser castiga-do no último dia 23 de fevereiro, em umaárea próxima ao Pier de Mauá.

O acidente aconteceu com o transa-tlântico internacional, o navio Caronia, depropriedade da companhia de navegaçãobritânica, Cunard Line. O derramamentode mais de 30 mil litros de óleo combustí-vel atingiu toda a extensão do Porto doRio e foi provocado durante odeslastreamento (retirada de água dosporões do navio) – operação considera-da ilegal nas baías.

A empresa Expresso Mercantil Agên-cia Marítima, que representa no Brasil acompanhia de navegação britânicaCunard, foi multada pela Secretaria Esta-dual do Meio Ambiente do RJ em R$ 1milhão, no dia 26 de fevereiro. Se for pago,o valor da multa irá para a conta do Fun-do Estadual de Conservação Ambiental.Um dos problemas, segundo a Secreta-ria, é a demora na arrecadação da multa,que muitas vezes leva cinco anos.

Após o derramamento, o Caronia foidetido pela Capitania dos Portos e inspe-

cionado pela Fundação de Engenharia deMeio Ambiente (Feema). Além da equipedo Serviço de Poluição Acidental (SPA)da Feema, a operação para evitar que amancha se espalhasse contou com ajudada Capitania dos Portos.

O transatlântico Caronia voltou a na-vegar às 14h30 do dia 25 do porto do Rioem direção a Salvador. Inicialmente, a par-tida estava prevista para a madrugada dodia 24. A embarcação veio de Montevidéue, em sua volta pelo mundo, estava de pas-sagem pelo território nacional. O navio,construído em 1973, mede 191 metros e temcapacidade para 730 passageiros.

Navio Caronia, de propriedade daCunard, derramou mais de 30 mil litros

de combustível na Baía

Esgoto, lixo e efluentes industriais nãosão os únicos poluentes que ameaçam umdos mais belos cartões postais do Rio de

Janeiro, a Baía de Guanabara.

A Baía de Guanabara, palco de gran-des vazamentos de óleo nas décadasde 60 e 70, sofreu em 2000 um derrama-mento de 1,3 milhão de litros de óleo. Odesastre ocorreu no duto que liga o ter-minal da Ilha D’Água à Refinaria deDuque de Caxias (Reduc). Para se teridéia da dimensão do desastre, o óleoatingiu 23 praias, entre Ilha do Gover-nador, Paquetá, Magé e São Gonçalo. Oacidente foi o maior desastre ecológicona Baía desde 1975.

Em novembro de 2001, a baía tam-bém não foi poupada. Um vazamentode cerca de 100 mil litros de óleo brutoprovocou uma mancha de dois quilô-metros de diâmetro no local. Desta vez,o acidente foi causado por uma racha-dura no oleoduto da Refinaria deManguinhos. Na ocasião do desastre,

especialistas lamentaram que a quanti-dade de óleo era apenas “pequena fra-ção das sete toneladas despejadas dia-riamente na Baía de Guanabara, acom-panhadas por outras dez toneladas delixo levadas pelos rios, que também con-duzem esgoto à sofrida paisagem”.

Uma história de desastres

CONTTMAF

Óleo ao MarSempre que uma embarcação

derrama óleo no mar o dano é gi-gantesco. Algumas formas de vidamarinha já foram extintas apenasdevido a isso. Quando o óleo atin-ge a água do mar ele espalha-se pelasuperfície e forma uma camada com-pacta que leva anos para ser absor-vida. Isso impede a oxigenação daágua, matando a fauna e a flora ma-rinhas e alterando o ecossistema.

De acordo com especialistas, apoluição oceânica está danifican-do a membrana ultra fina da super-fície, chamada neuston, que desem-penha um papel crucial na capturae estabilização do suprimento dealimentos para o menor organismomarinho existente, o fitoplâncton,que constitui a base da cadeia ali-mentar marinha. Estima-se que se-jam despejadas anualmente nosoceanos cerca de um milhão de to-neladas de óleo, provenientes devazamentos de poços, terminaisportuários e limpeza dos tanques.

Na rota do tráficoO mais recente e curioso episó-

dio ocorrido no com transatlânticosde luxo no Brasil, foi o do último dia10 de março. Agentes da Polícia Fe-deral do Rio de Janeiro prenderamum casal argentino que embarcavano transatlântico de bandeira italia-na Costa Tropicale. Mário VictorFerraro, 48 anos, e Romina Lorena,25, tentaram embarcar levando 27quilos de cocaína, escondidos emfundos falsos de malas. A apreen-são foi feita durante uma inspeçãono pier da Praça Mauá.

No dia anterior (9), YolandaHeisel Rojas, 38 anos, também ten-tou embarcar no mesmo transatlân-tico, levando 95 quilos de cocaína,acondicionados em quatro malas.Desta vez, a apreensão foi feita noPorto de Santos.

De acordo com as autoridadesmarítimas e a Polícia Federal, otráfico internacional vem usandotransatlânticos de luxo paratransportar drogas para a Europa.

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ARTIGO

Jandira Feghali*

O trabalho da mulher no mar e a maternidade

A literatura não reservou, sempre que se referiu a qualquer atividade marinheira, grande espaço para a presença feminina.Não só isso. A literatura sempre estimulou no imaginário do leitor, um cenário pouco propício para a presença feminina.

Nos dias atuais, especialmente na atividade mercante, a rotina de bordo é diuturnamente acompanhada através de modernosequipamentos, retirando os empecilhos que possam justificar a ausência da mulher a bordo.

Sem adentrarmos na questão da igualdade de direitos e oportunidades para ambos os sexos, seria adequado observarmosque a participação da mulher num ambiente altamente competitivo e tenso pode dar uma contribuição significativa àhumanização do trabalho nos navios mercantes. Pode ser mais ainda. Pode ser o elo indispensável para tornar o ambiente abordo o mais próximo daquele convívio social que habitualmente o marítimo participa quando desembarcado.

É fato que não são muitos os países que se dedicam a preparar mulheres para a Marinha Mercante e no Brasil, pelo menosentre os Oficiais, só muito recentemente abriu-se o trabalho no mar para nós mulheres.

É fácil observar pelas notícias do setor que elas têm encontrado importante apoio da organização sindical marítima, dosresponsáveis pelo ensino profissional e também de diversas companhias de navegação.

É hora portanto de iniciarmos o enfrentamento daquele aspecto tão peculiar ao sexo feminino:a proteção à maternidade.

Cedo ou tarde as mulheres marinheiras terão diante de si o desejo de se tornarem mães. Não é justo que a maternidade excluaa mulher de seu trabalho no mar, interrompendo-o ou mesmo inviabilizando-o.

É óbvio que a legislação atual não está adaptada às exigências da maternidade, deforma a garantir para a mulher grávida ou mãe recente a adequada atenção ao seu

bebê. O trabalho a bordo é incompatível com um final de gravidez e a dedicação ecuidados para com o bebê, sem falar na necessidade de realizar um pré-nataladequado.

Diante disto, os países com tradição marinheira prevêem legislação específicapara nós mulheres. Na Noruega, certamente possuidora de uma das mais avan-

çadas legislações para este caso, vai muito além das 17 semanas previstas nalegislação brasileira. Lá a gestante marinheira e futura mamãe terá 59 semanas com

pagamento integral pelo Estado ou, se preferir, 62 semanas com 80% de sua remuneração.Vai mais longe ainda, possibilita que a mulher transfira para seu marido, quando tambémmarinheiro, parte deste tempo para possibilitar maior estreitamento do pai com seu filho.

Claro que estamos a muitas milhas desta realidade. Aqui ainda tentamoscom muita dificuldade garantir para os marítimos sua aposentadoria

antecipada, com base no confinamento que sofre em sua atividadeprofissional. Ser mãe marinheira pode parecer ser uma realidademuito distante, mas, sem dúvida, é uma bela batalha a ser trava-da pela bancada feminina do Congresso Nacional.

Bela e indispensável.

Tanto quanto a maternidade.

* Jandira Feghali é Deputada Federal pelo PC do B/RJ.

Na foto, a deputada com seu filho Thomaz, nascido em 12de janeiro de 2002: “A maternidade não pode serincompatível com a paixão pelo trabalho no mar”

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SINDMAR

O navio MetaltanqueIII, de propriedade

da empresa de navegaçãoMetalnave S.A., tevesuas atividades paralisa-das por um movimentovoluntário da tripulação.O navio parou das 0:45hdo dia 26 de fevereiro, vol-tando a navegar na manhãdo dia 28 de fevereiroapós acordo com a empre-sa. Diversos dirigentessindicais, entre eles o pre-sidente da CONTTMAFe do SINDMAR, SeverinoAlmeida, o segundo pre-sidente do SINDMAR, José Válido, o dire-tor-procurador do SINDMAR, Enilson Pi-res e o presidente da FNTTAA, RicardoPonzi, pernoitaram a bordo. A paralisaçãocontou com adesão e efetiva participaçãoda tripulação do navio, que, juntamente comos dirigentes, obtiveram resultados positi-vos para os trabalhadores junto àMetalnave.

Após exaustiva negociação com osdirigentes sindicais, a Metalnave S.A. as-

Metaltanque III: Vitória do trabalhoconjunto da tripulação com sindicatos

sinou com a CONTTMAF e FNTTAA –esta última representando os sindicatosafiliados – na manhã do dia 28 de feverei-ro, um “Protocolo de compromisso para acelebração de acordo coletivo de trabalho”.

Com o protocolo, a Metalnave secompromete a proceder negociações co-letivas para a assinatura de acordo cole-tivo no prazo máximo de 60 dias, combase retroativa a 01 de fevereiro. O do-cumento garante ainda o emprego para

os grevistas por um pe-ríodo de 60 dias mais 90dias após a assinaturado ACT.

O aumento na remu-neração, já negociadocom a empresa, totalizoua média de 23%, chegan-do a 37% para as cate-gorias mais defasadas.A nova tabela retroagea 01 de janeiro e a dife-rença nos salários deve-rá ser paga até o dia 01de março de 2002. Na as-sinatura do acordo co-letivo de trabalho, a data

base será o dia 01 de fevereiro.De acordo com Severino Almeida, a

atitude da empresa demonstrou a forçado trabalho organizado da tripulação, como auxílio dos sindicalistas. “Mas, certa-mente esta é uma vitória também daMetalnave, que demonstrou sensibilida-de e maturidade para iniciar o processode negociação, rumo à normatização dasrelações de trabalho com seus marítimos,”completou o presidente.

Tripulantes e sindicalistas demonstram disposição para luta

Um dia de muitas homenagensO Rio de Janeiro e a mulher foram os assuntos de uma animada reunião dos aposentados no SINDMAR

Na última Reunião do Departamentodos Aposentados do SINDMAR, ocorri-da no dia 13 de março, não faltaram home-nagens especiais. No auditório do Sindi-cato, os veteranos homenagearam os 437anos da cidade maravilhosa e lembraramdo Dia Internacional da Mulher.

A animada reunião contou com a pre-sença de mais 30 convidados. O desta-que ficou por conta da homenagemprestada à “nossa namorada” – comocarinhosamente é chamada Maria Hele-na Corrêa Ferraz pelos marítimos apo-sentados. Dª Helena acompanha o Sin-dicato há mais de 40 anos e não conte-ve a emoção ao receber a placa das mãosdo presidente do SINDMAR, Severino Severino entrega placa de agradecimento à Maria Helena

Almeida: “Meu coração vive nosindicato, minha felicidade é es-tar aqui”, afirmou Maria Helena.“Recebo homenagens, como ade hoje, a cada sorriso que vejoe no olhar das pessoas que tra-balham aqui comigo”.

Severino Almeida aproveitoua ocasião para exaltar a participa-ção dos aposentados no proces-so de unificação do sindicato.“Os novos que aqui estão nãovivenciaram tudo o que vocêsvivenciaram. Hoje somos vence-dores. O sindicato é resultado docomportamento dos seus associ-ados”, afirmou o presidente.

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peus; são transportados via aérea ehospedados em hotéis em Macaé, de ondesão levados, via helicóptero, para embar-cações. Os navios, tripulados pelos es-trangeiros, também são comandados poroficiais não brasileiros.

CONTTMAF

A IMO emitiu circular para todosos autoridades marítimas recomendan-do que, após um período de seis me-ses a partir do dia 1 de fevereiro de2002, as embarcações, cujos oficiaisnão estejam com suas licenças ade-quadas ao STCW 95 na nova lei, nãodevem ser detidas, apenas advertidas.

A decisão da IMO veio após aconstatação de que muitos marítimosainda não obtiveram as certificaçõesexigidas pela convenção e encontramproblemas com a adequação a todasas exigências do STCW 95.

Para evitar possíveis atrasos, a cir-cular da IMO recomenda que as auto-

Novo prazo para o STCW 95ridades marítimas comu-niquem aos marítimos eàs empresas sobre apossível inadequaçãoao STCW 95 para quesejam providenciadasas pendências até onovo “deadline.”

Muitas delega-ções presentes à 33ª reu-nião do subcomitê, que decidiu a novadata, ficaram desapontadas com a medi-da, mas houve um consenso de que oSTCW 95 introduziu uma série de mudan-ças radicais que contribuíram para a mu-dança do prazo.

O diretor conselheiro daCONTTMAF e diretor finan-ceiro do SINDMAR, JailsonBispo e o diretor secretárioda CONTTMAF e doSINDMAR, Odilon Braga,juntamente com os represen-tantes da FNTTAA, RobertoNegrão e Luciano Ponce,estiveram, no último dia 7 demarço, na sede do Ministé-rio Público do Trabalho paradeporem contra a empresanorueguesa DSND Subsea,representada no Brasil pelaDSND Consub S.A.

A companhia, que opera na presta-ção de serviços de apoio logístico a pla-taformas na Bacia de Campos, vem prati-cando contratações de estrangeiros paratripularem suas embarcações no Brasil,alegando que os mesmos têm qualifica-ção diferenciada, não podendo ser subs-tituídos por marítimos brasileiros. Deacordo com Odilon Braga, a realidade éoutra: “todo oficial é treinado para co-mandar uma embarcação, pois os certifi-cados marítimos (STCW) são reconheci-dos internacionalmente de acordo compadronização regida pela IMO”.

Jailson Bispo informou que os estran-geiros, em sua maioria trazidos da Norue-ga, Dinamarca, entre outros países euro-

Lochnagar, uma das embarcações daempresa que opera na Bacia de Camposcom bandeira e tripulantes estrangeiros

Salgueiro: tripulação brasileira, porémcom contratos regidos pela legislação

internacional

Dirigentes da CONTTMAF FNTTAA emaudiência com os promotores

Sindicalistas denunciam contrato detrabalho ilegal no offshore

Trabalhadores brasileirosA situação dos empregados brasilei-

ros, contratados pela DSND, também me-rece observações, no mínimo, interessan-tes. Para se ter uma idéia, os marítimos daDSN Consub S.A., alegando receberemsalários inferiores aos dos estrangeiros,foram “demitidos” e admitidos pela DSNDSubsea. Desta forma, os contratos dosmarítimos nacionais agora também são re-gidos por leis internacionais.

De acordo com os Procuradores doTrabalho, Dr. Maria Julieta e Dr. João Ba-tista Berthier; que participaram da audiên-cia, as irregularidades na contratação deestrangeiros para tripularem embarcaçõesde offshore na Bacia de Campos e a situa-ção dos empregados brasileiros épreocupante e demanda uma investigaçãominuciosa, especialmente na cidade deMacaé, para onde são levados os tripu-lantes internacionais trazidos pela DSN.

Revalide seucertificado(STCW 78) !!!

Será exigido para todos osoficiais, a partir de 1 deagosto de 2002, oSTCW95. Para evitartranstornos, a revalidaçãodos certificados (STCW78)deverá ser feita até estadata. Procure seu sindicatopara mais informações:[email protected]

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CONTTMAF

Falsificação de licençasno Panamá: a fraude continua

Obter umcertificadode qualifi-

cação (licença marí-tima) significa empe-nho e esforço du-rante anos. No Pana-má, porém, a realida-de é adversa. O exem-plo do secretário-ge-ral da InternationalTransport Workers’Federation (ITF),David Cockroft, ilus-tra bem o problemaque atinge o país.Para provar ao mun-do a facilidade queé fraudar licençasno Panamá. Ao contrário de cursar o co-légio náutico, fazer os exames e cumpriras exigências da marinha, Cockroft ob-teve sua licença mais “facilmente”. Elepreencheu um cadastro com seus dadospessoais e desembolsou a quantia deUS$ 4,5 mil. Assim, por meio de um “in-termediário”, tornou-se um Oficial Marí-timo panamenho.

A história do secretário ilustra umareportagem, publicada em 2000, pela ITF.Cockroft conseguiu a licença e compro-vou ao país e às entidades panamenhas,que inexperiência não é problema noPanamá. Basta apenas dinheiro e um “es-quema”. Para se ter uma idéia do risco,atualmente existem cerca de seis mil em-barcações navegando sob a bandeira doPanamá. Muitas delas, carregando pro-dutos químicos ou trafegando na mes-ma rota de um superpetroleiro.

A história se repeteA fiscal anti-corrupção do Panamá,

Cecília Lopez, ordenou, no último dia 08de janeiro de 2002, a prisão de duas pes-soas e formulou uma petição de extradi-ção para outra que se encontrava resi-dindo em Miami. As pessoas estão sen-do investigadas por falsificação de li-

cenças marítimas nas Filipinas. Lopez ex-plicou que os acusados seriam forma-dos pela Autoridade Marítima do Pana-má (AMP) e estariam envolvidos em ope-rações de emissão fraudulenta de licen-ças para empresas particulares.

A solicitação da extradição do resi-dente em Miami, segundo Lopez, foi fei-ta com base na presunção de que o mes-mo teria participação direta na tramitaçãode documentos irregulares, que eramvendidos aos marítimos.

As investigações da fiscal anti-corrupção tiveram início logo após a exe-cução de uma inspeção ocular na AMPe a obtenção de um informe sobre o me-canismo utilizado pela instituição paraoutorgar as licenças marítimas.

Lopez revelou que espera obter as-sistência judicial da Inglaterra para de-terminar quantas licenças foram tramita-das de forma irregular e quais os funcio-nários que estiveram diretamente ligadosàs atividades. Segundo a fiscal, a inves-tigação será remetida aos tribunais naspróximas semanas para ser qualificada.

O Ministério Público do Panamá ini-ciou a investigação depois da publica-ção, em importantes meios de comunica-ção internacionais, de notícias sobre

venda de licençasmarítimas falsifi-cadas nas Filipi-nas. À época, aAssociação de Di-reito Marít imo,além de algunspartidos políticos,solicitaram aos ór-gãos executivosuma investigaçãosobre a expediçãodas licenças alte-radas.

OtimismoO Diretor dos

T r a b a l h a d o r e sMarítmos da AMP,

Luis Salamero, afirmou que um dos obje-tivos da sua instituição é melhorar a qua-lidade dos certificados e licenças paramarítimos, evitando os episódios de frau-des, detectados nos últimos dois anosno Panamá.

Salamero garantiu que está adotan-do medidas para estabelecer um sistemainviolável, mas afirmou que 100% de se-gurança não será possível, pois “sem-pre existirão atos de falsificação,” afir-mou.

Autoridades panamenhas analisam aimplementação de um sistema para im-pedir este tipo de fraude, ao mesmo tem-po em que estudam a implementação deum sistema de qualidade, a exemplo dasinspetorias em portos. A AMP já estáanalisando as medidas de segurança e,com o adiamento do STCW para agosto,expedirá um documento semelhante a umpassaporte.

A AMP adiantou ainda que, no fimde março de 2002, fará uma licitação in-ternacional para a confecção das licen-ças e de todo o sistema que vai impedir afalsificação das licenças. O diretor daAMP, Jerry Salazar, acredita que o futu-ro do Panamá, como uma pequena Lon-dres, Nova Iorque ou Tóquio, pode es-

Cópia de licença marítima de Cockroft: secretário da ITF pagou US$ 4,5 mil

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?

CONTTMAFtar dando os primeiros passos para man-ter a imagem que o país ganhou na in-dústria marítima mundial. O país terá oseu espaço no âmbito latino-americanoe os grandes navios construídos em es-taleiros internacionais poderão ter ban-deira panamenha.

Realidade mundialA Universidade de Cardif, da Ingla-

terra, e o Centro Internacional de Pes-quisa Marítima (SIRC), realizou um estu-do em 2001, revelando que número decasos de fraudes em licenças marítimastem aumentado de forma significativa,não apenas no Panamá.

O trabalho das entidades envolveuentrevistas com 1.105 marítimos e 35empregadores de seis países do Sul eSudeste da Ásia e da Europa Oriental.De um total de 40, 5 mil certificados ana-lisados, 12.635 eram fraudados – o querepresenta um percentual de 32,5% dototal. Foram encontrados ainda várioscasos de uso de documentos falsos paraobter qualificações legais de autorida-des que não conferiram os originais.

Os resultados obtidos pelo SIRCmostram que em 39% das administraçõesmarítimas foram descobertos certificadosforjados. Nove por cento dos marítimosentrevistados admitiram estar usandocertificados fraudulentos. E cerca de 85%dos empregadores haviam descobertofraudes nos últimos anos. O relatório doCentro de Pesquisa afirmou, em seu rela-tório de conclusão, que uma das solu-ções para o problema seria o investimen-to em treinamentos e formação dos pro-fissionais marítimos. Certificações anti-fraude: impressas com tecnologia de ponta

Com o aumento na falsificaçãode certificações da Marinha Mercan-te em várias partes do mundo, osEUA tomaram nova medida de pre-venção. Para evitar fraudes e aumen-tar a segurança na documentaçãodos marítimos, a Guarda Costeirados Estados Unidos iniciou a emis-são de um novo tipo de certificação.A nova tecnologia inclui um sistemacomputadorizado de alta segurança,além de uma central de armazena-mento de dados.

O novo documento mantém vári-as características do antigo, porémserá totalmente impresso, inclusiveos campos reservados para assina-tura e data de emissão – antes pre-enchidos de forma manuscrita. To-das as informações e impressões de

Exemplo Tio Samcertificados serão de responsabilida-de do Sistema de Documentação daMarinha Mercante. A impressão dascertificações, produzida pelo U. S.Bureau of Engraving and Printing,utiliza tecnologia de ponta contraemissões fraudulentas.

A preocupação da Guarda Cos-teira Americana com a falsificação dedocumentos já é antiga. Em 2000, porexemplo, dois homens foram presosem Porto Rico por emissão decertificações americanas falsas daprópria Guarda Costeira. A descobertaveio com o desaparecimento de umaimpressora de documentos da Mari-nha Mercante e 650 certificações embranco do escritório de San Juan.Muitos dos documentos falsificadosainda não foram recuperados.

Aulas de Francês no CentroEducacional do SINDMAR

Início: 05 de AbrilTérmino: 28 de JunhoHorário: Sextas de 18 às 20h

Sábado das 9 às 12hInstrutor: Obame Essono Eric-Lucien � Aluno

do 4º ano de Náutica da EFOMM

Parlez-vousFrançais? Faça já sua inscrição! As vagas são limitadas!

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CONTTMAF

Petrobras e Transpetro assinam novo ACTApós negociação de 4 meses, empresas assinam novo acordo coletivo de

trabalho com entidades de classe dos marítimos

Depois de longanegociação, quese estendeu por

cerca de 4 meses, aPetrobras e a Transpetroassinaram com o Sindica-to Nacional dos Oficiais daMarinha Mercante –SINDMAR, no dia 6 demarço, mais um AcordoColetivo de Trabalho ePLRs – Participação emLucros e Rendimentos.

A negociação entre asempresas, o SINDMAR eentidades representantesdos trabalhadores incluí-ram uma Assembléia Ge-ral Extraordinária, realizada no dia 06 defevereiro, na sede da FNTTAA, além dediversas reuniões com representantes dasduas empresas.

A solenidade de assinatura do novoACT foi realizada no auditório da Fronapecom a presença do presidente daPetrobras, Francisco Gros e do presiden-te da Transpetro, Mauro Campos. PelaCONTTMAF e SINDMAR estavam pre-sentes o presidente das duas entidadesSeverino Almeida, o segundo presidentedo SINDMAR, José Válido, além de re-presentantes de entidades e outros sin-dicatos marítimos.

Em seu discurso, o presidente da

CONTTMAF e SINDMAR, SeverinoAlmeida, destacou a importância da re-novação da frota mercante brasileira,como forma de consolidação de uma situ-ação favorável para os trabalhadores ma-rítimos: “Precisamos reduzir o número denavios afretados. Devemos refletir sobrecomo equacionar o problema doafretamento, ampliando a frota própria daPetrobras,” afirmou. Ainda em seu dis-curso, o presidente agradeceu a iniciati-va da empresa, iniciada na gestão deReichtsul, quanto à parceira firmada paraa discussão dos assuntos relativos à Or-ganização Marítima Internacional (IMO).“Os trabalhadores, em parceria com suas

entidades repre-sentativas e em-presas, podemcontribuir de for-ma efetiva para adefesa dos reaisinteresses denosso país juntoa IMO,” afirmouSeverino.

Entre os be-nefícios obtidosno novo acordoestão o aumentode um nível, au-tomaticamente,

Severino Assina ACT, acompanhado dos presidentes da Transpetro e Petrobras

para os funcionáriosPetrobras (que não estãono último nível) e paraaqueles que já estão noúltimo nível da função, 1,5(uma e meia) soldada-bá-sica, paga de uma só vez.Com relação ao repouso,a empresa aceitou baixaro limite dos dias deacúmulo de débito nega-tivo, de 30 (trinta) diaspara 20 (vinte) dias, ouseja: o máximo que podeexistir de débito negativode dias de folga é de 20dias. Outro ponto que so-freu revisão foi o desem-

barque para a transferência de navios,que antes tinha um período de até 05(cinco) dias de isenção de crédito ne-gativo. O repouso foi dilatado para até07 (sete) dias, ou seja: uma semana deisenção. Quanto ao aumento da grati-ficação de FPSO, FSO e Capitão de Ma-nobra, ficou instituído o valor de para400 Reais.

A PLR no novo ACT também foi mo-dificada, passando para R$ 2.400(Petrobras) e R$ 2.100 (Transpetro) ouduas soldadas básicas, a que for maior.Segundo a empresa, os valores serão pa-gos em 05 dias, após a assinatura doacordo.

Com o novo acordo, ficou instituídatambém a criação de uma ComissãoBipartite (empresa e empregados) paraanálise e discussão de aspectos relacio-nados às atividades dos empregados ma-rítimos, lotados na E & P (exploração eprodução). O objetivo do SINDMAR éabrigar o maior número possível de marí-timos do Sistema Petrobras na comissão.

Quanto aos aposentados da Petrobrase integrantes do sistema Transpetro, oreajuste acordado com as empresas foide 6,4%, retroativo a novembro de 2001.

O novo ACT tem vigência até 31 deoutubro de 2002 e seus efeitos retroagema 1º de novembro de 2001.Dirigentes sindicais assinam novo ACT

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Em reunião com os diri-gentes da Associação Brasi-leira das Empresas de ApoioMarítimo (Abeam), no últimodia 26 de fevereiro, na sededo Syndarma, o SINDMAR,Federação e Sindicatos Ma-rítimos iniciaram as negocia-ções para renovação doAcordo Coletivo de Traba-lho das empresas vinculadasà ABEAM.

Os primeiros contatos doSINDMAR com a ABEAMmostraram que as perspecti-vas de negociação não sãofavoráveis aos trabalhadores

SINDMAR

ABEAM: Climadesfavorável à negociação

O Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mer-cante – SINDMAR reuniu, no último dia 07 de fevereiro,em sua sede no Rio de Janeiro, os representantes daMaersk Brasil (BRASMAR) Ltda.

O gerente operacional da empresa, Cmte. João FerreiraPinto e o chefe de departamento pessoal, José NiltonPereira; articularam com o diretor do SINDMAR, JailsonBispo, as diretrizes para a assinatura do novo acordocoletivo de trabalho para o ano de 2002/2003. A iniciati-va da empresa mostra o interesse na continuidade dasnegociações com o sindicato.

Jailson Bispo: “Perspectiva de negociação não é boa”.

marítimos. Diante da posiçãodas empresas, o diretorJailson Bispo, presente àreunião, promete intensificaras visitas aos rebocadores afim de mobilizar a categoria:“entendemos que mais umavez a ABEAM deseja empur-rar com a barriga as negocia-ções do acordo coletivo,”afirma o diretor.

O SINDMAR não temdúvida que, diante dessa si-tuação, só uma demonstra-ção de vontade de lutar farácom que a ABEAM leve asério a negociação.

SINDMAR inicia novasnegociações com a Maersk

Representantes da Maersk discutem novo ACT com odiretor do SINDMAR, Jailson Bispo

Em visita à Vitória, no último dia 29 dejaneiro, o diretor da CONTTMAF e doSINDMAR, Jailson Bispo; juntamentecom representantes do sindicato dos tra-balhadores aquaviários do estado do Es-pírito Santo, discutiram a empregabilidadedos trabalhadores aquaviários em embar-cações de “offshore” e “bunker” de ban-deira estrangeira.

A Confederação, juntamente com ossindicatos e a DRT, prometem pressionaras empresas marítimas quanto ao cumpri-mento da normativa nº 31 do Conselho Na-cional de Imigração, que versa sobre acontratação de brasileiros em embarcaçõesestrangeiras que permaneçam em portosnacionais por prazo superior a 90 dias.

Diretoria Fiscaliza Cumprimentoda Normativa nº31 do CNI

Jailson Bispo, diretor da CONTTMAF e doSINDMAR, acompanhado dos representantesdo sindicato dos trabalhadores aquaviários

do estado do Espírito Santo

SINDMAR negocia comAugusta Offshore

O Sindicato Nacionaldos Oficiais da MarinhaMercante – SINDMAR, re-presentado pelo diretorJailson Bispo, esteve no úl-

timo dia 12 de março, na sede da empre-sa Augusta Offshore. Na ocasião o di-retor negociou com o presidente daAugusta, Antonio Artur Lima, as dire-trizes para assinatura de um possívelacordo coletivo de trabalho.

A reunião teve alguns avanços e novoencontro será agendado em breve.Se assinado, o ACT será o primeiro acor-do da Augusta Offshore com o SINDMAR.

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Cerca de dez carteiras de identidade dejuiz arbitral já preenchidas, outras dezenas em

branco, uma ata de posse e mais de 300 pastas com documentosforam apenas alguns dos materiais apreendidos na sede do II Tribu-nal de Justiça Arbitral do Rio de Janeiro, por ordem da juíza HelenaBelc Klausner, da 5ª Vara da Fazenda Pública, no mês de fevereirode 2002.

De acordo com o Corregedor-Geral da Justiça, DesembargadorPaulo Gomes da Silva Filho, este tipo de fraude já está se espalhandoaté em municípios do interior, como Niterói, Cabo Frio, Rio dasOstras, Araruama, Macaé, Petrópolis e Campos.

Outros estados, como Minas Gerais, também já estão acompa-nhando o surgimento dos falsos juízes: “Esse já é um problema naci-onal, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro mais uma vez saiuna frente na apuração e denúncia dos casos”, ressaltou oDesembargador Paulo Gomes. Ele afirmou que o objetivo é não per-mitir que a população seja encanada e que o Poder Judiciário caia emdescrédito.

O II Tribunal de Justiça foi obrigado a entregar uma lista de quemjá recebeu os documentos, foi proibido de usar de usar brasões ouqualquer outro tipo de desenho que possa gerar confusão com a justiçaestadual; de utilizar as denominações ‘Juiz Desembargador’ ou ‘Tribu-nal de Justiça’, de emitir carteiras que possam gerar confusão entre afigura do árbitro e do Juiz-membro do Poder Judiciário; e de, em seusanúncios, criar a impressão de pertencer à justiça estatal. O pedido foifeito pela Procuradoria Geral do Estado, em ação civil pública.

A Corregedoria Geral também já apreendeu a sua segunda carteirade juiz arbitral. Ela estava sendo usada por um advogado para tentarxerocar um processo no Tribunal de Justiça. Em setembro do anopassado, uma carteira de tribunal arbitral já tinha sido encontrada empoder de outro advogado, que estava com outras duas em branco.Todo o material foi encaminhado para o Ministério Público estadualpara investigação.

Juízes: Identidades Falsas Vêm à TonaManchete em grandes jornais, a falsificação de identidades de juiz arbitral é uma realidade nacional

Ministro quer punir responsáveisPara o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Paulo

Costa Leite, os responsáveis pela venda de carteiras falsas de juízesdevem ser identificados e punidos. Segundo ele, a questão é grave epode levar inclusive ao descrédito o juízo arbitral que “poderia seconstituir numa importante solução alternativa para resolução de con-flitos no País”. Para o ministro, a questão é um crime que leva à falsida-de ideológica.

O ministro alertou que o problema da compra de carteirasfalsificadas deve ser investigado e providências tomadas imediatamen-te. Para Costa Leite, as instituições de arbitragem, a exemplo do Pri-meiro Tribunal Arbitral da Justiça Ambiental (RJ), desvinculadas doPoder Judiciário, são também uma ameaça: “Esses organismos estãoquerendo se passar por órgão público, como tribunais integrantes doPoder Judiciário, e não o são”, alertou o presidente do STJ.

Costa Leite disse ainda estar preocupado com o comprometimentodo sistema de arbitragem em vigência, cujas normas foram recentemen-te aprovadas pelo Congresso Nacional como alternativa de solução aoslitígios judiciais. De acordo com ele, os tribunais precisam de umainvestigação rigorosa.

TJ/RJ Promete Combate à FraudeCom os “incidentes”, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de

Janeiro, desembargador Marcus Faver, promete intensificar o combateà emissão de carteiras de juízes falsificadas. O desembargador anun-ciou, durante sessão do Órgão Especial, que os presidentes de todos osTribunais de Justiça do Brasil vão tomar providências para combater aproliferação indevida dos chamados Tribunais de Justiça Arbitral.

De acordo com o desembargador, o procurador-Geral do Estado,Francesco Conte, já ingressou uma ação civil pública e a ProcuradoriaGeral da Justiça está investigando os órgãos nos Estados do Rio deJaneiro, Minas Gerais e em algumas cidades do Estado de São Paulo.

DIREITO & JUSTIÇA

O Ministério Público do Trabalho comprovou ser verídica de-núncia do Sindicato de Trabalhadores em Offshore do Brasil –Sinditob (atualmente extinto, conforme sentença de mérito do pro-cesso 12727/95, da 1ª Vara Cível de Macaé) de que, após rompercontrato com a Petrobrás, a Marítima Petróleo e EngenhariaLtda, em Macaé/RJ, está coagindo seus empregados a pediremdemissão. Como forma de pressão, a empresa obriga os emprega-dos a permanecerem o dia todo dentro de um container, sem traba-lho, e não mais fornece moradia a cerca de 25 funcionários oriundosde outros municípios.

Alguns trabalhadores optaram por pedir o afastamento (abrirammão das verbas rescisórias) e continuam prestando o mesmo serviço(perfuração) para a Petrobrás, mas subordinados à Pride InternationalInc. Os empregados que ficaram têm de comparecer todos os dias à

Você lembra dos 74%??? Confira, napróxima edição do Unificar, um dossiê e análise

completos do Departamento Jurídico do SINDMARsobre o dissídio coletivo de trabalho de 1992.

Marítima, apesar de não receberem delegação de tarefas. O local usa-do como moradia não tem qualquer infra-estrutura e foi providencia-do em caráter emergencial pelo sindicato da categoria, pondo em risoa saúde e a segurança dos trabalhadores.

A partir da constatação das irregularidades, a Procuradoria Regi-onal do Trabalho no Rio de Janeiro ajuizou ação cautelar para obrigara empresa a garantir moradia aos trabalhadores. A liminar foi deferidapela Vara do Trabalho de Macaé, mas suspensa pelo Tribunal Regio-nal do Trabalho. Encontra-se em trâmite ação civil pública do MPTcom o objetivo de condenar a Marítima quanto às verbas rescisórias,com responsabilidade solidária da PRIDE e, subsidiária, da Petrobrás.O MPT também pede que a empresa responda por dano genérico,além de assumir o compromisso de não mais adotar comportamentosemelhante.

MPT comprova: Empresa pressiona marítimos a pedirem demissão

Já está encerrada a ação do SINDMAR x Norsul eLloyds, inerente à causa trabalhista da diferençade etapa de 1990. Mais informações, consulte o

Departamento Jurídico do SINDMAR

(Matéria baseada na coletânea de reportagens realizada pelo Jornal do Commercio.)

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,,

,,A voz do marítimo

O SINDMAR destaca e agradece a participação efetiva das tripulações dasempresas que estão negociando a renovação e revisão dos acordos coletivos de trabalho.

Abaixo, transcrevemos algumas das reivindicações dos marítimos, enviadas de bordo. Estaspalavras traduzem o fiel sentimento do trabalhador marítimo com o seu dia-a-dia.

SINDMAR

Elcano“Exigimos gratificação para os trabalhos extras,

realizados a bordo, tais como: limpeza de caixão de ar,lavagem do MCP, limpeza dos porões, tanques, etc.

Valor a ser rateado entre os tripulantes que participa-rem do trabalho”

“Reivindicamos reembolso dos valores despendidospara a feitura de cursos relacionados à melhoriaprofissional, realizados pelos tripulantes as suas

próprias custas.”

“Temos necessidade de um plano de incentivo à carreiraque nos possibilite uma melhoria ou promoção, basea-

dos no tempo de embarque na empresa.”

“Solicitamos passagem aérea para o domicílio dostripulantes de todas as categorias, tanto na ocasião do

embarque como do desembarque.”

“Sou comandante com larga experiência e tenhovergonha de dizer aos meus amigos e colegas de outra

empresa o quanto ganho.”

“Queremos relação de embarque e desembarque de 6meses a bordo e 2 meses de repouso/férias, não podendo

a empresa alegar falta de pessoal para rendição”

Flumar“Queremos a extensão do plano odontológico para ostripulantes do Rio de Janeiro e a carteirinha do plano

de saúde que possibilite o nosso atendimento nos portosfora do Rio.”

“Exigimos que a remuneração quando estejamos desem-barcados seja igual a de quando estamos embarcados.”

“Merecemos pagamento de uma gratificação departicipação nos lucros e resultados.”

“O valor da etapa deve ser corrigido, pois o atual(de pouco mais de 30 reais) é vergonhoso”.

“O valor da verba destinado para transporte deveser reajustado, pois o atual nos deixa por vezes

presos a bordo.”

Global“Só aceitamos negociar por meio dos sindicatos, que

são nossos legítimos representantes. Não queremos serludibriados”.

“O reajuste salarial deverá ser tal que acabe com adesigualdade de aproximadamente 35% em relação a

nossa concorrente,”

“Exigimos uma adequação dos valores pagos a títulode pró-labore e limpeza de porões por valores reais

que traduzam, pelo menos, cerca de 50% do que é pagopara as oficinas e prestadores de serviços. O valor

pago atualmente não atinge nem 10% do que é cobra-do pelo mercado. Mesmo assim, alguns serviços são

destinados às oficinas de reparo e não sabemos a queinteresses beneficiam,”

“Por que o pessoal de bordo, que trabalha na ativi-dade fim da empresa, não recebe o 14º salário assim

como o pessoal de terra? Queremos igualdade dedireitos.”

“O valor da etapa deve ser corrigido, pois é humilhante.”

“Se não formos atendidos em nossas reivindicações,estamos dispostos à luta para obter melhores condições

de trabalho.”

Metalnave“A empresa deve fornecer melhor alimentação para os

tripulantes.”

“Exigimos que a empresa cumpra o protocolo assinadocom as entidades sindicais no prazo estipulado. Caso

contrário, voltaremos à greve.”

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Quando uma empresa aparente-mente lucrativa quebra de repente, hálições a aprender. Quando é a maisadmirada dos EUA, elogiada pelosteóricos dos negócios como acorporação mais representativa doséculo 21, pode-se pensar se ela se-ria a ponta do iceberg. E quantos te-ríamos, sem saber, passagens noTitanic?

Levará um tempo, e muitos pro-cessos judiciais serão necessáriosantes que toda a história do colapsoda Enron seja revelada. Mas uma coi-sa já é clara: o caso demonstra atéque ponto os executivos são eficien-tes na transferência de riscos paralonge de si e em direção aos funcio-nários. Os líderes da Enron saíram dodesastre abalados, mas ricos. Mui-tos dos empregados _entre os quaisalguns dos leais trabalhadores queme enviavam cartas furiosas quandoeu criticava a Enron_ perderam aseconomias de suas vidas.

Por trás desse desastre para ostrabalhadores temos uma mudançaradical, mas não muito divulgada, dosistema norte-americano de aposen-tadorias. Vinte anos atrás, a maiorparte dos funcionários tinha planosde pensão com “benefícios defini-dos”, ou seja, seus empregadoreslhes prometiam uma aposentadoriafixa. Hoje, a maior parte tem planosde “contribuição definida”, ou seja,investem nas aposentadorias e acei-tam o risco. As contribuições costu-mam ser subsidiadas pelo emprega-dor e têm tratamento tributário espe-cial, mas isso não adianta muito se,como no caso da Enron, os ativosperderem a maior parte de seu valor.

Vale a Pena Ler de Novo

A imagem do porvir

Paul Krugman, The New York Times

É fácil defender um argumento teórico emfavor da contribuição definida. Ela aumen-ta as opções dos trabalhadores, que po-dem escolher quanto poupar e de quemaneira investir. E mais opções quasesempre são uma boa idéia.

Mas o destino da Enron mostra a di-ferença entre teoria e prática. Como es-creveu Gretchen Morgenson, do “NewYork Times”, os trabalhadores do paísforam coagidos ou seduzidos a investirmuito da poupança em ações das empre-sas onde trabalham. A naturezaexploratória desse incesto foi enfatizadapelo “ferrolho” da Enron, sob o qual, porcoincidência, segundo os executivos daempresa, novas regras forçavam os fun-cionários investir na empresa, no exatomomento em que ela iniciava a espiralque a levou à morte. Grande liberdade deescolha.

E mesmo quando os trabalhadores ti-nham escolhas reais, fica-se a imaginar seeles compreendiam o risco. O abandonodo sistema de aposentadoria coincidiucom uma enorme alta nas Bolsas; muitostrabalhadores que jamais viram ações emqueda desde que se tornaram investido-res subestimaram o risco de perdas.Espera-se que as quebras não virem ocor-rência cotidiana. Mas é provável que mi-lhões de trabalhadores tenham experiên-cias semelhantes às da Enron, descobrin-do que enormes porções de suas pou-panças desapareceram. Serão dependen-tes do único programa de benefícios defi-nidos de grande porte que resta: o Segu-ro Social. Se ele continuar existindo.A comissão de reforma do Seguro Socialcriada pelo governo Bush lançou um re-latório na semana passada, no momentoem que a Enron iniciava seus estertores.A maior parte das críticas à comissão,

entre elas as minhas, se concentravamem, claro, práticas de contabilidade pa-recidas com as da Enron: itens pareci-am ser incluídos e excluídos nos ba-lanços segundo as conveniências dacomissão. Assim, quando o sistemade Seguro Social recebe mais dinheirodo que gasta, isso não tem importân-cia: o Orçamento é unificado, de modoque não quer dizer nada quando umaparte tem superávit. Mas em 2016,quando o Seguro Social começar apagar mais do que arrecada, haveráuma crise, porque então ele terá de sevirar por conta própria.

Mas a comissão recorre a tru-ques baratos de contabilidade paradefender a tese que é seu objetivo:transformar o Seguro Social de umsistema definido por benefícios, quegarante a aposentados uma rendabásica, em sistema definido por con-tribuições, sob o qual os não-sen-satos ou os azarados teriam uma ve-lhice pobre.

Alguns analistas acreditam que oSeguro Social será convertido em sis-tema de contribuições definidas. Nãoque seja boa idéia, mas o setor finan-ceiro _que tem grande poder em umsistema político movido por dinhei-ro_ ganha com a conversão. Esperoque estejam errados. Senão, o desti-no dos funcionários da Enron, víti-mas da diretoria, que acreditavamestar a seu lado, pode mesmo repre-sentar a imagem do porvir.

Funcionários, forçados a investir em açõesda empresa, perdem com colapso

* Paul Krugman é professor daUniversidade de Princeton

(Artigo publicado no jornal New York Timese adaptado pelo Estado de São Paulo)

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Convênios

Universidade Estácio de Sá (SESES)

O SINDMAR continua recadastrando os as-sociados interessados em usufruir dos novos benefíciosdo convênio com a Universidade Estácio de Sá. O descon-tos variam de 30 a 70%. A Universidade Estácio de Sá pos-sui um total de 32 campus no estado do Rio de Janeiro,oferecendo mais de 30 cursos nas áreas de humanas/soci-ais, saúde e tecnologia.

Universidade Veiga de Almeida

A Universidade Veiga de Almeida está empenhada em suaparceria com o SINDMAR para garantir um expressivo núme-ro de beneficiados. O convênio com a UVA oferece descon-tos de 20 e 40%, além de isenção da taxa de matrícula. Commais de 15 cursos à disposição dos associados do SINDMARe dependentes, a UVA possui campus na Tijuca, Barra daTijuca e Cabo Frio.

Centro Educacional Santa Mônica

O Centro Educacional Santa Mônica investe cada vez maisno convênio com o SINDMAR, oferecendo descontos vari-ados nos campus da Barra da Tijuca, Campo Grande, SantaCruz, Bento Ribeiro, Cascadura, Madureira e Nova UnidadeMaricá.Confira a tabela em vigor:20% de desconto nas mensalidades para o turno da Manhã30% de desconto nas mensalidades para o turno da Tarde40% de desconto nas mensalidades para o turno da Noite30% de desconto no transporte escolar para os dependentes

Instituto de Ciências Náuticas (ICN)

A comunidade aquaviária, associada ao SINDMAR, tema sua disposição mais de 15 cursos em diversas áreas,ministradas pelo Instituto de Ciências Náuticas (ICN).O convênio do ICN com o sindicato garante aos associ-ados descontos de 20% no valor do curso. A relaçãodos cursos oferecidos pelo ICN pode ser obtida no en-dereço: www.cienciasnauticas.org.br ou pelo e-mail –[email protected].

Odonto Empresa

O SINDMAR assinou convênio odontológico,em âmbito nacional, com a Odonto Empresa. Obenefício garante a todos os associados e seusfamiliares um preço especial para toda a coberturaodontológica, incluindo os serviços de ortodontia (apare-lho fixo e móvel) grátis para os associados. O convênioagrega ainda cobertura de diagnósticos, obturações, pre-venções, periodontia, endotontia, odontopediatria, cirurgia,radiologia, entre outros. Os dependentes menores de 4 anosnão pagam. Mais informações com Cláudia Maciel, pelostelefones: (21) 9835-3296 e (21) 3681-3332.

Cepe-Barra

A grande opção de lazer, oferecida pelo SINDMAR a seusassociados, é o convênio firmado com o Clube de Emprega-dos da Petrobrás – CEPE-BARRA. Os associados e depen-dentes, que não são funcionários da Petrobras e têm interes-se em se tornarem sócios do clube, pagam apenas uma taxamensal de R$ 36,00 reais para toda a família.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Uma das grandes vitórias da Diretoria deEducação do SINDMAR foi o convêniofirmado com a Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ). Com o benefício, asso-ciados e dependentes, regularizados com oSINDMAR, podem participar do processo seletivo parao Curso de Pós-graduação em Engenharia de Segurançado Trabalho. O sindicato possui 6 bolsas integrais ga-rantidas para os associados que forem aprovados. Oscandidatos interessados devem ter formação superior emEngenharia ou Arquitetura. O processo de seleção incluiainda análise de curriculum, testes e uma entrevista pes-soal com a coordenadora do curso, Cláudia Morgado. OCurso de Pós-graduação em Engenharia de Segurançado Trabalho tem duração de 12 meses, perfazendo 600horas/aula e será ministrado nas dependências do Cen-tro Educacional SINDMAR, localizado à Avenida RioBranco, 20 / 11º andar – RJ – Centro.

Universidade Gama FilhoMBA Portos e Logística

Já foram selecionados os associados doSINDMAR que serão agraciados pela Diretoria de Portos eCostas (DPC) com bolsas de estudos integrais para partici-parem do MBA de Portos e Logística. O SINDMAR enviou29 currículos e, após análise do DPC e aplicação de duasfases de provas, os candidatos aprovados foram: EnilsonPires dos Santos e Juarez Lopes Távora. O início do MBAfoi marcado por uma aula inaugural, seguida de um coque-tel, realizados na unidade da Candelária da UGF e contoucom a presença de diversas autoridades, entre elas o Dire-tor de Portos e Costas, Almirante Euclides Janot.

Happiness Decorações e Eventos

O novo convênio assinado entre o SINDMAR e a HappinessDecorações e Produções de Eventos garante descontos de até20% para os associados do sindicato. Entre os serviços ofere-cidos pela empresa estão: cerimonial, recepcionistas, decora-ção em toalhas, fantasminhas, cortinas e tapetes, aluguel detoalhas, decoração com bolas, decoração floral, entre outras.A Happiness atende também casamentos, festas de 15 anos,bodas, festas infantis, eventos de empresas, entre outros. Maisinformações com Kathy Guimarães, pelo telefone: 21-2595-3593, 2599-8069, 9166-7196 ou [email protected]

Mais informações sobre os convênios podem ser obtidas com a Diretoria de Educação e Formação Profissionaldo SINDMAR pelo telefone (21)2518-2164 ou e-mail: [email protected]

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