edição 222- jan/fev 2002

15
www.acm.org.br Nº 222 • Janeiro/Fevereiro 2002 Jornal da ACM Associação Catarinense de Medicina Filiada à Associação Médica Brasileira Primeiro Congresso do Novo Milênio Nos dias 25, 26 e 27 de abril acontecerá o XV Congresso Catarinense de Medicina, em Florianópolis. O evento hoje constitui-se no principal fórum de debate científico da classe médica no estado. Para o primeiro Congresso do novo milênio, o tema de discussão escolhido foi “Infecção”. Páginas 07, 08 e 09 CORREIOS IMPRESSO ESPECIAL Nº. 68001020/20001 DR/SC ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE MEDICINA

Upload: acm-associacao-catarinense-de-medicina

Post on 08-Mar-2016

234 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

XV Congresso catarinense de Medicina

TRANSCRIPT

Page 1: Edição 222- Jan/Fev 2002

www.acm.org.br Nº 222 • Janeiro/Fevereiro 2002

Jornal da ACMA s s o c i a ç ã o C a t a r i n e n s e d e M e d i c i n a

Filiada à Associação Médica Brasileira

Primeiro Congressodo Novo Milênio

Nos dias 25, 26 e 27 de abril acontecerá o XV Congresso Catarinense de Medicina, em Florianópolis. O evento hoje constitui-se no principal fórum de debate científico

da classe médica no estado. Para o primeiro Congresso do novo milênio, o tema de discussão escolhido foi “Infecção”.

Páginas 07, 08 e 09

CORREIOS

IMPRESSO ESPECIALNº. 68001020/20001

DR/SCASSOCIAÇÃO CATARINENSE

DE MEDICINA

Page 2: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM2

EXPEDIENTEInformativo da Associação

Catarinense de Medicina - ACMRodovia SC-401, Km 4,

Bairro Saco Grande - Florianópolis/SCFone/Fax: (48) 231-0300

DIRETORIAPresidente

Dr. Carlos Gilberto CrippaVice-Presidente

Dr. Viriato João Leal da CunhaSecretário Geral

Dr. Jorge Anastácio Kotzias FilhoDiretor de Patrimônio

Dr. João José Luz SchaeferDiretor de Publicações

Dr. André Sobierajsk dos SantosDiretor Científico

Dra. Regina Célia S. ValinDiretor de Esporte

Dr. Gilberto D. da VeigaDiretor de Defesa de ClasseDra. Nilzete L. Bresolin

Diretor Sócio-CulturalDra. Sandra M. W. Rinaldi

Diretor AdministrativoDr. Irineu M. Brodbeck

Diretor de PrevidênciaDr. Waldemar de Souza Júnior

Diretor FinanceiroDr. Dorival Vitorello

Diretor de RegionaisDr.Tarcísio Crocomo

VICE-DISTRITAISSul � Dr. Júlio Márcio Rocha

Planalto � Dr. Fernando Luiz PagliosaNorte � Dr. Marcos F. F. Subtil

Vale do Itajaí � Dr. Péricles HenriqueZarske de Mello

Centro-Oeste � Dr. Élcio Luiz BonamigoExtremo-Oeste � Dr. Airton José Macarini

DELEGADOS JUNTO À AMBDr. Remaclo Fischer Júnior

Dr. Jorge Abi Saab NetoDr. Almir GentilDr. Théo Bub

Dr. Luiz Carlos EspíndolaDr. Roberto Benvenutti

Dr. Milton Ernesto ScopellDr. Altair Carlos PereiraDr. Manoel Bardini Alves

Dr. Oscar Antônio Defonso

EdiçãoTexto Final - Assessoria de Comunicação

JornalistasLena Obst Reg. 6048 MT/RS

Denise Christians Reg. 5698 MT/RS

FotografiaRenato Gama

Diagramaçãoe

ImpressãoGráfica e Editora Agnus Ltda.

Tiragem7.000 exemplares

EDITORIAL

COMPROMISSO COM A MEDICINA

Estamos bem próximos da realização domais importante evento científico da nossaclasse: o XV Congresso Catarinense de Me-dicina, que acontecerá em abril em nossasede, em Florianópolis. Para que a progra-mação alcance os resultados desejados, umaequipe dedicada de médicos e funcionáriosvem trabalhando arduamente junto à ACM,consciente da responsabilidade e da impor-tância em reunir profissionais de todo esta-do em busca da atualização, da troca de ex-periências e da confra-ternização.

Surpreendente-mente, em meio àsinúmeras tarefas naorganização de umevento desse porte,surge uma preocupa-ção a mais: a dificulda-de em obtermos oapoio dos laboratóriosfarmacêuticos, sejacomo colaboradores doCongresso ou comoparticipantes da Feiraque se realizará para-lelamente à programa-ção científica. Uma si-tuação que nos causainquietação e não podemais ficar sem o nossoposicionamento.

É incompreensívelque os mesmos laboratórios que levam seusrepresentantes todos os dias aos nossos con-sultórios, solicitando espaço para demonstrarseus produtos e ocupando nosso precioso tem-po de atender aos pacientes, ignorem agora oreal momento de demonstrar a parceria indis-pensável com a medicina catarinense.

É inadmissível a falta de compromisso demuitas dessas empresas com o aprimoramen-to médico.

Temos consciência de que parceria exigeuma via de mão dupla e que, a partir de ago-ra, saberemos diferenciar os reais aliados da

classe, aqueles que de maneira concreta auxi-liam o profissional a ampliar seus conheci-mentos e, a partir daí, oferecer uma assistên-cia de maior qualidade à população.

Certamente a ACM saberá reconhecer efazer justiça àqueles que já colaboram com asnossas Sociedades de Especialidades em suasjornadas e eventos especiais. No entanto,também com a mesma certeza, a entidadeassociativa dos médicos catarinenses saberáidentificar os laboratórios que vêem o pro-

fissional da medicinaapenas como um pro-duto comercial.

Na verdade, o cres-cimento da prática mé-dica em Santa Catarinaé a razão maior do nossoevento, que durantetrês dias vai reunir cole-gas de todas as especia-lidades das mais dife-rentes Regionais, numintercâmbio ímpar, deinestimável valor.

Para coroar aindamais o momento, du-rante a realização doCongresso será come-morado o aniversáriode 65 anos da ACM,num jantar especial decongraçamento e reen-contro, em homena-

gem à trajetória de nossa entidade.Todos somos parte da história do presen-

te e do futuro da ACM.Todos somos responsáveis pelo sucesso

do XV Congresso Catarinense de Medicina.Participe. Demonstre também o seu com-

prometimento com a sua classe, com o cresci-mento e aperfeiçoamento da profissão.

Você é nosso convidado especial !

Carlos Gilberto CrippaPresidente ACM

Presidente XV Congresso Catarinense de Medicina

�COM CERTEZA AENTIDADE ASSOCIATIVA

DOS MÉDICOS

CATARINENSES SABERÁ

DIFERENCIAR OS

LABORATÓRIOS

COMPROMISSADOS COM OAPRIMORAMENTO MÉDICO

DAQUELES QUE VÊEM OPROFISSIONAL DA

MEDICINA APENAS COMO

UM PRODUTO COMERCIAL�

Page 3: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 3

AMB COMEMORA 50 ANOSDE LUTA PELA CLASSE MÉDICA

A festa de comemoração dos 50 anos daAssociação Médica Brasileira, realizada dia 14de dezembro, em São Paulo, contou com aparticipação de lideranças políticas e da áreamédica. Entre as autoridades presentes, oMinistro de Saúde, José Serra, o Governadordo Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin e odeputado Rafael Guerra, em nome do Presi-dente da Câmara dos Deputados, Aécio Ne-ves. Representando a Associação Catarinensede Medicina esteve o Vice-Presidente da enti-dade, Dr. Viriato Leal da Cunha, e os Delega-dos do estado junto à AMB, Drs. Luiz CarlosEspíndola e Milton Ernesto Scopel.

Durante a cerimônia, a AMB homenageouos ex-presidentes da entidade e um médicode cada estado brasileiro. De Santa Catarina,receberam a Medalha Jairo Ramos o cirurgiãopediátrico Murillo Ronald Capella, e o médicoAntônio Moniz de Aragão, que foi Presidenteda AMB entre os anos de 1959 a 1961.

O atual Presidente da AMB, Dr. EleusesPaiva, aproveitou o momento para reafirmar adefesa da medicina e dos profissionais que nelaatuam como componentes essenciais para atransformação do governo de assistência à saú-de e da reformulação do ensino médico no país.

SOLENIDADE TEVE A PRESENÇA DO DR. VIRIATO LEAL DA CUNHA (VICE-PRESIDENTE DA ACM), DO DR.ELEUSES PAIVA (PRESIDENTE DA AMB), MINISTRO DA SAÚDE JOSÉ SERRA, DO DR. MURILLO CAPELLA(HOMENAGEADO CATARINENSE), E DO DR. REMACLO FISCHER JUNIOR (VICE-PRESIDENTE DA AMB-SUL)

�É um orgulho representar um contingentede cerca de 250 mil médicos brasileiros, na cer-teza que caminharemos em conjunto com asdemais entidades médicas na busca de um fu-turo melhor para todos, motivo de nossas pre-ocupações e ações�.

Segundo o Ministro da Saúde, José Serra, a

parceria entre o Ministério e entidades médi-cas como AMB e CFM é fundamental para arealização de projetos importantes para a áreada assistência médico-hospitalar. �O Ministé-rio agradece a todos que estão lutando paraque tenhamos um sistema de saúde mais dig-no para a população brasileira�.

A Associação Médica Brasileira (AMB)repudia a Medida Provisória do GovernoFederal que corrige a tabela do Impostode Renda da Pessoa Física (IRPF) eaumenta a Contribuição Social sobre oLucro Líquido de empresas prestadorasde serviço. Os médicos brasileiros serãoduramente atingidos pela MP, pois porimposição das operadoras de planos desaúde, vêm sendo pressionados a

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA REPUDIA MEDIDAPROVISÓRIA DO IMPOSTO DE RENDA

abrirem empresas. A contribuição dosmédicos terá o inaceitável reajuste de 166%.

A AMB compreende que, em primeirolugar, o realinhamento de 17,5% na tabela éinsuficiente, pois a mesma encontra-secongelada desde 1995. O aumento da cargade tributos, por sua vez, pune, além deoutros profissionais liberais, a classe médica,que nos últimos anos vem tendo até seushonorários reduzidos pelos planos de saúde.

Além de inconstitucional, conformeparecer da própria Ordem dosAdvogados do Brasil, a AMB considera aMedida Provisória uma afronta aosmédicos, em particular, e a todasociedade brasileira. Portanto, apoiará asmedidas legais da OAB e realizará umasérie de gestões políticas parasensibilizar os parlamentares aderrubarem a Medida Provisória.

Page 4: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM4

POSSE DA NOVA PRESIDÊNCIADO CREMESC

No dia 28 de fevereiro a Presi-dência do CREMESC passa dasmãos do cirurgião pediátrico Ede-vard José de Araujo para o cirur-gião cardiovascular Newton JoséMartins Mota, de Blumenau, quejá atuava na Vice-Presidência doórgão. A eleição da nova Diretoria,por aclamação, aconteceu no últi-mo dia 31 de janeiro, quando onovo Presidente reafirmou as me-tas da entidade: defesa do COSE-MESC (Conselho das EntidadesMédicas de Santa Catarina), dasaúde e das condições de trabalhodos médicos catarinenses, nãoapenas através da regulamentaçãoe da fiscalização do exercício éticoda medicina, mas também na con-

NOVO PRESIDENTE DOCREMESC: CIRURGIÃO

CARDIOVASCULARNEWTON MOTA

Presidente: Dr. Newton José Martins MotaVice-Presidente: Dra. Marta Rinaldi Müller1º Secretário: Dr. Wilmar Athayde Gerent2º Secretário: Dr. Gilberto Digiácomo da VeigaTesoureira: Dra. Winnie Maria Soares de Souza LimaCorregedor: Dr. Marco Antônio Curi Al Cici

COMPOSIÇÃO DA NOVA DIRETORIA

BLUMENAU TERÁ MBAEM SISTEMAS DE SAÚDE

solidação de parcerias e na promo-ção de debates sobre as melhoriasnecessárias na assistência médico-hospitalar no estado.

O Presidente eleito pelos mem-bros do Corpo de Conselheiros doCREMESC assume a gestão daentidade durante os próximos 20meses. Dr. Newton Mota já foi Se-cretário Municipal da Saúde de Blu-menau, cidade onde foi merecedordo Título Honorífico da Câmara deVereadores pelos relevantes traba-lhos prestados à comunidade cata-rinense. O médico já foi Diretor Clí-nico e Técnico do Hospital SantaIsabel e também já foi responsávelpela disciplina de Ética do cursode medicina da FURB.

PÓS-GRADUAÇÃO EMHOMEOPATIA

A Fundação Getúlio Vargas realizará em Blu-menau o curso �MBA em Gestão de Organiza-ções Hospitalares e Sistemas de Saúde�, cominício previsto para o mês de março/2002.

Informações: Fone (47) 222-2735Inscrições: [email protected] � no valorde R$ 80,00Investimento:n Até 05 alunos: Matrícula de R$ 419,00 e 24parcelas fixas de R$ 425,00n Acima de 05 alunos: Matrícula de R$ 419,00 e24 parcelas fixas de R$ 419,00Interessados terão acesso ao conteúdo deta-lhado de cada disciplina do curso.

A Associação Médica Homeopática de SantaCatarina, em convênio com a Fundação Ho-meopática Benoit-Mure, iniciará nova turmado Curso de Pós-Graduação em HomeopatiaLato Sensu. O curso tem duração de três anos,sendo ministrado no 3º final de semana decada mês, salvo feriados.Interessados devem entrar em contato com:Dra Haydê Haviaras da Silva (48) 223-4144Dra. Paloma Meirelles Escouto Arias(47) 348-6952Dra. Ana Rita (47) 366-4844E-mail: [email protected]: [email protected] curso é para médicos e veterinários.

A ACM comunica aos médicos catarinensesque estão abertas as inscrições para o18º Cur-so de Pós-Graduação a nível de Especializaçãoem Medicina do Trabalho, em convênio com aUniversidade Federal de Santa Catarina(UFSC), homologado pela Resolução nº 051/CPG/2001, da Câmara de Pós-Graduação.Período: 01/03/2002 a 24/05/2003Carga Horária: 540 horas/aulaInscrições: ACMFone: (48) 231-0300 ou (48) 9980-1231, comMaria IvoneteHorário: das 11 às 19 horas

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EMMEDICINA DO TRABALHO

Page 5: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 5

n Ações e projetos defendidos quedestaca como político de uma manei-ra geral:

O projeto que considero mais importante,entre os que apresentei, é a proposta de cria-ção de um Estatuto para o Idoso, aos moldesdo existente no país para a criança e o adoles-cente. O que se pretende é disciplinar os di-reitos dos idosos na forma de uma lei abran-gente, regulamentando a Constituição de 1988(a primeira que tratou explicitamente da ques-tão da velhice). O rápido envelhecimento dapopulação, acompanhado de um processo dediscriminação e exclusão social apontam para anecessidade de um instrumento desta ordem.

n Ações e projetos defendidos na áreade saúde e da medicina que destacacomo político:

A relatoria do projeto que disciplina a repro-dução assistida no Brasil. Outro ponto a ser des-tacado é a luta na Frente Parlamentar de Saúdepara a aprovação da Emenda Constitucional nº29 que fixou percentuais para a aplicação, nosorçamentos públicos, de valores para a saúde. AFrente Parlamentar tem trabalhado também parareajustar os valores pagos pelo SUS.

n Como vê a área da saúde na viradade século (desafios e prioridades)?

Apesar dos avanços conseguidos, o grandedesafio ainda é o financiamento para o setor. Atecnologia e a ciência avançam, mas os preçosaumentam na mesma intensidade. Grandeparcela da população brasileira, formada porpobres e miseráveis, não tem acesso a maioriadesses procedimentos. O grande desafio con-tinua sendo saúde de qualidade para todos.

n Como vê a prática da medicina navirada de século (desafios e prioridades)?

Entendo que o grande desafio da práticamédica, nesta virada de século, não é científi-co. O grande desafio é uma prática médica quepossa ser a mais universal possível.

MÉDICOS CATARINENSES QUE ESCOLHERAM

A POLÍTICA COMO ESPECIALIDADE

O Jornal da ACM dá continuidade à série de entrevistas junto aos médicos de SantaCatarina que aceitaram o desafio da política e hoje representam a população doestado no Senado, na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa. O objetivo da

Associação Catarinense de Medicina é promover o debate sobre a representatividade daclasse médica, tendo em vista as eleições de 2002.

DR. CARLOS FERNANDO AUGUSTINI � DEPUTADO

FERNANDO CORUJA, NASCEU EM LAGES EM 04/

12/1954 E FORMOU-SE EM MEDICINA NA UFSC

EM 1977, EM DIREITO NA UNIPLAC EM 1993, E

ESTÁ CONCLUINDO O CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS.

FEZ ESPECIALIZAÇÃO EM ENDOCRINOLOGIA,

INSTITUIÇÕES JURÍDICO-POLÍTICAS, ADMINISTRAÇÃO

HOSPITALAR E DIREITO PROCESSUAL. É MÉDICO

CONCURSADO DO INAMPS DESDE 1983, MÉDICO

LEGISTA CONCURSADO DESDE 1986; FOI DIRETOR

DO DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA DA

PREFEITURA MUNICIPAL DE LAGES (1983-1988),

DIRETOR DO HOSPITAL GERAL E MATERNIDADE

TERESA RAMOS (1991-1992), E RESPONSÁVEL

PELA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE AÇÕES

INTEGRADAS DE SAÚDE � PAIS � DESENVOLVIDO

PELO SUS � EXPERIÊNCIA PIONEIRA NO PAÍS, EM

LAGES, NO ANO DE 1983. TAMBÉM FOI VEREADOR

(89/92) E PREFEITO DE LAGES (1993/97),

QUANDO IMPLANTOU O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

E O PROJETO EDUCAÇÃO. NA ÁREA ASSOCIATIVA

MÉDICA FOI DIRETOR DO DEPARTAMENTO

CIENTÍFICO DA ACM DA REGIONAL MÉDICA DA

SERRA, ENTRE 1981 E 1988.

Prioridade absoluta: uma prática médicaque permita diminuir �as desigualdades desaúde�.

n Como vê a ampliação do debate po-lítico na classe médica?

O médico continua com uma grande influ-ência na sociedade, tem poder. Ao mesmo tem-po, vê a sua profissão ser de certa forma avilta-da pela influência de grupos econômicos e dosistema financeiro, que retiram recursos da áreae que poderiam nela ser reinvestidos. Estepoder e esta influência precisam ser usadostanto para melhorar a nossa sociedade comopara não permitir o aviltamento da profissão.Um caminho importante, talvez o mais impor-tante, é a política. Em boa hora, o debate polí-tico está se ampliando na classe médica.

n Faça uma avaliação da relação dosmédicos políticos com as entidadesmédicas:

Percebe-se uma tentativa de aproximaçãodas entidades com os políticos com mandato evice-versa. Faz-se necessário, entretanto, es-treitar esta relação. Isso vai ser bom para a clas-se médica, de maneira geral, mas também parao sistema de saúde e, conseqüentemente, paraa população.

n Qual é o diferencial do médico polí-tico frente aos outros parlamentaresem atividade no país?

Os médicos, por influência de sua formaçãoe atividade, conhecem a área social. Costumam,entretanto, ser muito voltados para a atividadecientífica. Como regra, na atividade parlamen-tar, precisam ter uma visão mais plural. Acreditoque aprendem rápido e seus conhecimentossociais ajudam. Santa Catarina tem, hoje, algunsmédicos entre os seus parlamentares. Vejo meuscolegas extremamente inseridos na atividadepolítica e preocupados com a situação da classee com a saúde da população. Os médicos costu-mam ser bons parlamentares.

Page 6: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM6

ANÚNCIOCLUBE MÉDICO

Page 7: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 7

XV CONGRESSO CATARINENSE DE MEDICINADe 25 a 27 de abril de 2002

Associação Catarinense de Medicina

Jornal da ACM 7

P R O G R A M A G E R A L

Além da programação científica de cada área básica envolvida no XV Congresso Catarinense de Medicina (Clínica Médica, ClínicaCirúrgica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia) será realizada uma Programação Geral, com debates de temas da maior

importância para a classe médica na atualidade: defesa profissional e Programa de Saúde da Família.

Categoria até 25/03/02 Após 25/03/02e no local

Sócio Efetivo (em dia) 120,00 150,00Sócio Efetivo (em débito)Não Sócios 190,00 230,00Sócio Residente (em dia) 50,00 60,00Sócio Residente (em débito)Outros Profissionais 80,00 100,00Sócio Estudante (em dia) 30,00 35,00Sócio Estudante (em débito)Estudante (Não Sócio) 50,00 65,00

Tabela de Preço /Inscrição

Data : 25 a 27 de abril de 2002Cursos1.Clínica Médica e Cirúrgica - Antibioticoterapia2. Ginecologia e Obstetrícia - Climatério eMortalidade Materna3. PSF � Programa de Saúde da Família

25,00

4. Pediatria - Reanimação NeonatalNúmero de vagas � 32Inscrições prévias até 25/03Cada inscrito receberá o MANUAL DEREANIMAÇÃO NEONATAL, que deverá serestudado previamente. Será aplicado um testepré-curso e outro pós-curso

60,00

DIA 25/04/02 � QUINTA-FEIRA

20:00n Abertura Solene

20:30n Conferência de Abertura: Remuneração Médi-ca - Dr. Eleuses Vieira de Paiva - Presidente AMB

21:30n Coquetel de Abertura

CURSO PARALELO � PROGRA-MA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

08:00/08:15n ABERTURA

08:15/10:15n Pré-natal - Coordenador: Dr. Dorival Anto-nio Vitorello

10:30/12:30n Atenção integral às doenças prevalentes na

infância - A.I.D.P.I.Coordenador: Dr. Roberto Souza Morais

13:30/15:30n Atenção Básica ao Paciente Hipertenso e ouDiabético e Pessoas de RiscoPalestrante: Dra. Sandra Regina Sandri

15:45/17:45n Cirurgia Ambulatorial: Conduta nos ferimen-tos de partes moles , pequenos tumores e le-sões cutâneas: Dr. Wilmar de Athayde Gerentn Caracterização da Urgência no primeiro aten-dimento ao Paciente com Dor Abdominal (Ab-dome Agudo ?):

- No Adulto - Dr. Ricardo Fantazzini Russi- Na Criança � Dr. José Antonio de Souza

n Queimaduras: Conduta no AtendimentoInicial � Dr. Zulmar Antonio Accioli de Vas-concelosn Alerta Clínico para o Diagnóstico de Câncer:- Da Mama e do Útero � Dr. Carlos Gilberto

Crippa

- Do Tubo Digestivo � Dra. Maria CristinaGomes Vieira

- Da Cabeça e Pescoço � Dr. NewtonCapella

- Da próstata , rins e vias urinárias � Dr. Ro-gério Paulo Moritz

17:45/18:00ENCERRAMENTO

DIA 26/04/02 � SEXTA-FEIRA

15:45/17:00n Debate: �ASPECTOS ÉTICO-PROFIS-SIONAIS EM MEDICINA� - CREMESC

DIA 27/04/2002 � SÁBADO

20:30n Jantar Dançante por adesão

23:00n Baile de Aniversário da ACM

Patrocínio:

Page 8: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM8

XV CONGRESSO CATAR

SUCESSO DO EVENTO DEPENDE �O XV Congresso Catarinense de Medicina vai ser o primeiro evento científico estadual da ACM

neste século. Reunirá a classe médica efetivamente compromissada com o aperfeiçoamento damedicina em Santa Catarina, que estará integrada para se reciclar, congregar conhecimentos e idéias,fomentar o saber e disseminar a qualidade da assistência que prestamos à comunidade. Não obstante,será ainda momento de comemorar os 65 anos da nossa ACM, que sempre esteve à frente das lutasmédicas, destacando-se a causa científica, carro-chefe das ações da entidade. É uma oportunidadeimportante para todos os profissionais do setor, que certamente saberão dar a sua resposta ao chamadoe aproveitar os debates com a atenção merecida, conquistando, mais uma vez, o sucesso do evento,que tem um local consolidado na agenda da classe e no coração dos médicos catarinenses�.

Dr. Carlos Gilberto Crippa � Presidente da ACM e Presidente do XV Congresso Catarinense de Medicina

�A nossa expectativa para o XV Congresso Catarinense deMedicina é de que ele seja muito produtivo para a classe, pois ostemas são bem abrangentes. No primeiro dia do evento, cada umadas quatro especialidades básicas da medicina � Clínica Cirúrgica,Clínica Médica, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria � abordará o temaInfecção. Também serão oferecidos cursos paralelos, entre eles o dePrograma de Saúde da Família � PSF � que merecerá uma atençãoespecial de todas as especialidades que participam do evento. Outranovidade será na exposição de temas livres em forma de posters, emque os melhores trabalhos, escolhidos por uma comissão julgadoraformada por médicos, serão apresentados através de palestras. Porfim, é fundamental destacar que o nosso maior evento científico, acada ano que passa, vem crescendo e contando com a participaçãocada vez maior de médicos de outros estados, além de SantaCatarina. Isso demonstra a sua importância, principalmente pela suaabrangência nas discussões propostas�.

Dra. Regina Célia Santos Valim � Diretora Científica da ACM ePresidente da Comissão Científica do Congresso

�O Congresso Catarinense de Medicina já tem seu lugar firmado na Clínica Médica,fazendo parte do calendário da especialidade. Este ano, a abordagem em nossa área estábastante ligada à prática médica. Para tanto, o evento contará com a presença deexperientes e renomados clínicos de Santa Catarina e de outros estados brasileiros.Além das conferências e mesas-redondas contempladas na programação geral doCongresso, estaremos oferecendo cursos especiais sobre antibióticos e Programa deSaúde Familiar. Por tudo isso e muito mais, eu penso que é fundamental a participaçãode todos os colegas que atuam em clínica médica, pela grande oportunidade deobtenção de maiores conhecimentos através da experiência de outros profissionais,numa legítima troca de idéias. O evento é também possibilidade de se fazer novosamigos e de confraternização. Estamos esperando um grande número de clínicos que,sem dúvida, não perderão uma oportunidade como esta�.

Dra. Helena Elisa Piazza � Coordenadora da Programação de Clínica Médica do Congresso

Page 9: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 9

ARINENSE DE MEDICINA

DA PARTICIPAÇÃO DOS MÉDICOS�O tema central do Congresso � Infecção - será tratado pela Pediatria com uma abordagemespecial em sua forma de prevenção. Também vão merecer destaque entre os debates na

especialidade as palestras sobre acidentes domésticos com as crianças e as características peculiaresda consulta pediátrica, desde o pré-natal à adolescência, incluindo a importância do diagnóstico

precoce de enfermidades da pediatria. O programa elaborado visa basicamente informar e reciclar osconhecimentos do pediatra geral, de forma que o profissional possa prestar um atendimento cada

vez melhor à criança em sua prática diária. Para isso, contamos com a participação de conferencistasde renome no Estado de Santa Catarina e no País. Nossa expectativa é que este programa possa

atrair um grande número de pediatras, pois o sucesso do XV Congresso Catarinense de Medicinadepende significativamente da participação dos mesmos�.

Dra. Sônia Maria de Faria � Coordenadora da Programação de Pediatria do Congresso

�O XV Congresso Catarinense de Medicina será um momentonão só de renovação profissional, mas também de confraternização

dos médicos de Santa Catarina. O principal objetivo do encontro é atroca de experiências entre colegas do estado, buscando abranger os

assuntos mais relevantes de nossa prática diária. Nesse sentido, naárea de Ginecologia e Obstetrícia elegemos como temas básicos aquestão da mortalidade materna e gestação de alto risco, tópicosreferentes a infecções na especialidade e novidades nas áreas declimatério, anticoncepção, mastologia e patologia do trato genital

inferior, que serão abordados por profissionais daqui de nossoestado. É importante que os colegas se programem e participem dosdebates, aproveitando a oportunidade de reciclagem e de discussão

das novas tendências da área�.Dr. Dorival Antonio Vitorello � Coordenador da Programação de

Ginecologia/Obstetrícia do Congresso

�No XV Congresso Catarinense de Medicina, o Departamento de Cirurgia da ACMpromoverá atualização nos temas em maior evidência na especialidade nos dias atuais. Além

do tema principal do Congresso, a Infecção, abordado amplamente também em outrasespecialidades, os debates na área terão como principais focos a videocirurgia no aparelho

digestivo e a cirurgia da obesidade mórbida. Para isso contaremos com a participação degrandes nomes, destacados professores e colegas de reconhecimento nacional, como o Dr.

Artur Garrido (SP), Dr. Paulo Savassi (MG), Dr. Francisco Callejas (SP), Dr. LutegardeFreitas (RJ), Dr. Daoud Nasser (PR) e Dr. Paulo Andriguetto (PR), além de ilustres

profissionais de Santa Catarina, liderados pelo Prof. Ernesto Damerau. Espero que seja degrande proveito e que os médicos catarinenses prestigiem este evento, que foi elaborado

pensando no melhor para todos, e no contexto e possibilidades atuais�.Dr. Celso Empinotti � Coordenador da Programação de Clínica Cirúrgica do Congresso

Page 10: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM10

Homeopatia, Manipulação em geral, Fitoterápicos, Florais: Bach e Califórnia

Centro: Av. Othon Gama D’Eça, 569 - (048) 224-2770Estreito: Rua Cel. Pedro Demoro, 2104 - (048) 244-7900

Florianópolis - SC

O COMITÊ PRÓ SAÚDE DE SANTA CATARI-NA repudia o teor das matérias veiculadas por emissorade televisão que generalizam práticas irregulares emclínicas particulares em atividade no estado, embasa-das em denúncias que antes de irem ao ar deveriam tersido apuradas devidamente ou julgadas pelos órgãospertinentes.

Diante disso, as entidades que compõem o Comitêe assinam este manifesto esclarecem a população catari-nense:n As clínicas credenciadas pelo SUS constituem-se

em verdadeiros instrumentos para a garantia dasaúde de milhares de catarinenses que procuramseus serviços, oferecidos com atendimento de qua-lidade, equipamentos e tecnologia de ponta paradiagnósticos de precisão e com a dignidade quetodo o cidadão merece. Infelizmente, as matériasveiculadas ocultaram o importante papel socialexercido pelos estabelecimentos de saúde, assimcomo os milhares de testemunhos dos pacientesdo SUS que muitas vezes salvaram as suas vidaatravés dos serviços prestados pelas clínicas.

n As clínicas credenciadas pelo SUS só podem aten-der aos pacientes até o limite do teto financeiro

ENTIDADES CRIAM COMITÊ PRÓ-SAÚDEEntidades médicas e representantes do se-

tor hospitalar, das clínicas e laboratórios catari-nenses reúnem-se numa nova ação em defesado setor: o Comitê Pró-Saúde, que vem sendoestruturado para atuar efetivamente a partirdeste ano. A idéia é reunir forças para as lutasque garantam as melhorias necessárias na as-sistência médico-hospitalar em todo o estado,mantendo a autonomia e a independência decada uma das entidades integrantes ao grupo.As lideranças e dirigentes que participam doprojeto já vêm discutindo a proposta e acer-tando algumas questões para a elaboração doEstatuto Social.

Participam do Comitê a Associação Catari-nense de Medicina (ACM), a Associação deHospitais do Estado de Santa Catarina

NOTA DE ESCLARECIMENTO

estabelecido pela Secretaria de Estado da Saúde eSecretarias Municipais de Saúde, que determi-nam o número das guias a serem autorizadas àpopulação.

n Os pacientes enfocados nas entrevistas veiculadasnão estavam com requisição do SUS autorizada, oque determina que mesmo as clínicas credencia-das ao sistema público não poderiam executar oserviço, contrariando as declarações absurdas doSecretário Adjunto da Saúde de que os estabele-cimentos estivessem �atraindo� pacientes do SUSpara o atendimento diferenciado.

n A requisição não autorizada de serviços do SUS,mesmo ficando em mãos das clínicas, não tem con-dição de ser cobrada do sistema, o que descaracte-riza qualquer tipo de tentativa de fraudar o SUS,como alegou nas entrevistas o Diretor de Controlee Avaliação da Secretaria de Estado da Saúde.

n As clínicas NÃO credenciadas não têm obrigaçãode atender aos pacientes do SUS.

n Se os pacientes do SUS hoje procuram os serviçosprestados pelas clínicas particulares é porque nãoencontram na rede pública a assistência garantidade maneira gratuita e igualitária pela Constituição

e de responsabilidade dos governantes estaduaise municipais.

n Por fim, as entidades que compõem este Comitêrepudiam qualquer prática irregular e reafirmam asua defesa pela ética nos serviços prestados nasclínicas e em todas as demais atividades na área dasaúde, assim como a apuração devida de todas asdenúncias e a efetiva fiscalização pela Secretaria deEstado da Saúde, que deve definitivamente assu-mir todos os seus papéis e não pode mais atribuirao setor privado as mazelas da assistência que ofe-rece à população.

Florianópolis, 07 de Fevereiro de 2002.

ACM � Associação Catarinense de MedicinaAHESC � Associação de Hospitais do Estado de SCASESC � Associação dos Estabelecimentos de Saúdeno Estado de SCFEHOESC � Federação dos Hospitais e Estabeleci-mentos de Serviço de Saúde de SCSIMESC � Sindicato dos Médicos do Estado de SCSindilab � Sindicato dos Laboratórios de Análises Clí-nicas e Anátomo-Patologia de SC

(AHESC), a Associação dos Estabelecimen-tos de Saúde no Estado de Santa Catarina(ASESC), a Federação dos Hospitais e Esta-belecimentos de Serviços de Saúde do Esta-do de Santa Catarina (FEHOESC), o Sindica-to dos Médicos do Estado de Santa Catarina(SIMESC) e o Sindicato dos Laboratórios deAnálises Clínicas e Anátomo-Patologia de SantaCatarina (Sindilab).

A primeira ação do Comitê Pró-Saúde foi adivulgação de �Nota de Esclarecimento� nacapa da edição de 07 de fevereiro do jornal ANotícia, sobre denúncias veiculadas por emis-sora de televisão, gerando dúvidas e preocu-pação junto à população, generalizando práti-cas supostamente irregulares, sem o julgamen-to adequado.

Page 11: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 11

Destaques CatarinensesO Jornal ACM oferece um espaço para os médicos de

Santa Catarina que ocupam ou já ocuparam a Presidênciade Sociedades Científicas Nacionais de Especialidades.

O cirurgião pediátrico MurilloRonald Capella tem em sua histó-ria um currículo de destaque naprática da medicina, de dedicaçãoà classe e também de atuação polí-tica, sendo o atual Vice-Prefeito deFlorianópolis. Sua trajetória juntoà ACM começou em 1965, quan-do foi eleito bibliotecário da dire-toria da entidade. Em 1967, assu-miu como 1º tesoureiro e, em1969, aos 33 anos de idade, foi elei-to Presidente da ACM. �Na mi-nha gestão, dentre outros, a ACMteve dois momentos de relevân-cia: a criação do Capítulo de SantaCatarina do Colégio Brasileiro deCirurgiões, em 1970, e a criação daUNIMED, em 1971. Fui respon-sável pela vinda da cooperativamédica para Santa Catarina, parti-cipando da criação das singularesde Florianópolis, Joinville e Blu-menau. Em Florianópolis, presidia comissão provisória de criação einstalação da nossa cooperativa. Foiuma época muito marcante da mi-nha vida�.

Depois disso, Dr. Murillo Ca-pella foi eleito Vice-Presidente daAMB para a Região Sul e presidiua Sociedade Brasileira de CirurgiaPediátrica (CIPE) de 1980 a 1982.Na sua gestão ele destaca a criação

DR. MURILLO RONALDCAPELLA

de Jornadas Regionais e da Re-vista Brasileira de Cirurgia Pediá-trica, como também a inclusão dosprocedimentos da cirurgia pediá-trica na Tabela da Previdência So-cial, que são válidos até hoje.

Ao longo de sua carreira, o mé-dico conquistou reconhecimen-to pela qualidade do trabalho quedesenvolve. Foi Professor Titu-lar Doutor de Cirurgia Pediátricada UFSC, onde trabalhou duran-te 30 anos, sendo atualmente Pro-fessor do Mestrado em CiênciasMédicas da UFSC. Nestas con-dições, participou de 56 bancasexaminadoras, sendo 22 na UFSCe 34 em outras universidades bra-sileiras. Pronunciou palestras econferências em 301 eventos ci-entíficos no país e no exterior. FoiDiretor do Hospital Infantil deFlorianópolis (1975-1981), Supe-rintendente da Fundação Hospi-talar de Santa Catarina (1981-1985) e Secretário Municipal deSaúde (1991-1992). Atualmente,é Professor Titular de Clínica Ci-rúrgica, Cirurgia Pediátrica e Éti-ca Médica do Curso de Medicinada UNIVALI.

Ele recorda que foi eleito Mes-tre do Colégio Brasileiro de Cirur-giões � Capítulo de Santa Catari-

na � período de 1998-2000. Nestaépoca realizou a 1ª e a 2ª JornadaCatarinense de Cirurgia, nas cida-des de Florianópolis e Fraiburgo,respectivamente, e criou o Infor-mativo CBC, que circulava a cadaquatro meses. O médico tambémlembra com satisfação o períodoem que coordenou a ComissãoNacional de Trauma da Socieda-de Brasileira de Cirurgia Pediá-trica (1992-1998): �Nosso objeti-vo foi estabelecer critérios para oatendimentos a crianças vítimasde trauma no país�. Ainda pelaCIPE, foi editor, pelo Brasil, daRevista de Cirugia Infantil (1992-2000), publicação das Associaçõesde Cirurgia Pediátrica dos Paísesdo Conesul.

Desde março de 2000, Dr. Mu-rillo Capella vem presidindo a Aca-demia Catarinense de Medicina,criada em fevereiro de 1996. Fren-te à ACAMED destaca que �como propósito de registrar e divulgara sua existência, escrevi a Históriada Academia, período de 1996 a2000, que foi distribuída aos aca-dêmicos e às entidades médicas�.

O médico foi Conselheiro Ti-tular do CREMESC, de 1993 a2000, e é Membro Titular da Aca-demia Nacional de Cirurgia Pe-

diátrica desde 1999. Foi alvo de17 homenagens por parte dos alu-nos do Curso de Medicina daUFSC, 10 de órgãos governamen-tais e 14 de entidades associati-vas. Recentemente, foi indicadopela ACM para receber a Meda-lha Jairo Ramos, outorgada a 26médicos brasileiros alusiva aos50 anos da AMB.

Já a veia literária do médicoaflorou em 1986, quando escre-veu o livro científico Alarme Ci-rúrgico do Recém-Nascido. Em 1995escreveu Medo de Injeção, umasérie de contos que tem comopersonagens amigos médicos e,em 2000, lançou a obra Ponto deEncontro, editado pela Unicredde Florianópolis. Além disso, éautor de mais de 80 crônicas eartigos publicados em jornais lei-gos, 91 trabalhos em revistasmédicas e 25 capítulos de livros.

�O que mais me gratificoucomo médico e chefe de serviçofoi ter conseguido formar um gru-po de cirurgiões pediátricos noHospital Infantil Joana de Gus-mão, constituído por Peter Gold-berg, Euclides Quaresma, Ede-vard de Araújo, José Antônio deSouza e Maurício Pereima e, comele (o grupo), ter podido me de-senvolver científica, associativa,administrativa e politicamente.Crescemos juntos, criamos umserviço de cirurgia pediátrica deexcelência no país e dividimos co-nhecimento em benefício da cri-ança catarinense e da classe médi-ca. Esta é a minha maior satisfaçãoe recompensa. Um grupo muitosólido de amigos, trabalhandocomo irmãos, com uma identida-de pessoal muito forte�, conclui odestaque catarinense.

Jornal da ACM

Page 12: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM12

O queestou lendo ALÉM DO CONSULTÓRIO ...O queestou lendo

Entre os últimos livros lidospelo cirurgião pediátrico PeterGoldberg está a �História das Co-pas do Mundo�, de Teixeira Hi-enzen, um retrospecto da partici-pação do Brasil nas Copas Mundi-ais de 1930 a 1994. �É uma leituraagradável, que serviu para me di-vertir e reavivar a minha memória,especialmente neste ano, em quea seleção brasileira de futebol en-frenta mais uma disputa mundi-al�. Dr. Goldberg também cita aobra �O Médico como Paciente�,da psiquiatra Alexandrina Maria daSilva Meleiro. �Na introdução, aautora relata vários aspectos danossa profissão e, em seguida, co-loca o médico como paciente, comsuas irritações e muitas vezes como pensamento de que sabe maisdo que os outros colegas. É umlivro bem interessante�.

Apesar da correria do dia-a-diaresultar na diminuição do ritmoda leitura, o médico não abre mãodo hábito, seu companheiro des-de cedo, seguindo o exemplo dosseus pais. Entre as suas indica-ções, ele destaca os livros de Da-vid Cooperfield, que recomendaaos jovens para estimular a leitu-ra. �Este é um hábito extrema-mente importante em todos osramos de atividade e todas as fai-xas etárias. Ler ensina a pessoa ase expressar melhor e a escreverde forma correta�.

Por fim, o cirurgião pediátricotambém lembra que recentemen-te leu �Caixa Preta�, que trata deuma investigação minuciosa detrês acidentes aéreos envolvendopassageiros brasileiros. �É bem in-teressante. Eu recomendo�.

EMOÇÃO VINDA DO MAR

�Desde que li �O Limite doCrescimento�, um relatório doClube de Roma, publicado em1970, encaminhado a todos os lí-deres mundiais como forma dealertar para as questões ambien-tais e a exploração desenfreada,venho trabalhando pelas ques-tões em defesa de nosso meioambiente�, conta o neurocirur-gião Cezar Zillig. �Infelizmenteo relatório não teve a repercus-são que deveria ter e continua-mos a crescer de forma irrespon-sável, destruindo o ecossistema.Este livro mexeu muito comigoe hoje a minha ação como ativis-ta ecológico é escrever artigospara jornais�, relata o médico,que é sócio e ex-Presidente daAssociação Catarinense de Pre-servação da Natureza � ACA-PRENA. �Através da entidade

ECOLOGISTA �DE CARTEIRINHA�fazemos passeios com o objeti-vo de apreciar o que está pre-servado e tomar consciência dadegradação. Fazemos campa-nhas educativas, protestos ebuscamos colaborar com os ór-gãos públicos na fiscalização. Souum ecologista de carteirinha,como costumam dizer�.

O médico já escreveu dois li-vros sobre o cientista Fritz Mül-ler e está escrevendo o terceiro.O primeiro, publicado em 1997,centenário da morte de cientista,chama-se �Dear Mr. Darwin�.São cartas que Müller trocava comCharles Darwin, comentadas porZillig. O segundo, já pronto e es-perando um patrocínio para serpublicado, �Fritz Müller, Meu Ir-mão�, conta a estadia do zoólogoalemão Wilhelm Müller no Valedo Itajaí.

Uma paixão antiga pelo mar,cultivada desde os tempos de cri-ança, transformou o radiologistaSérgio Marcondes Brincas numvelejador de barco aos 15 anos deidade. O mesmo amor fez comque há oito anos ele voltasse suasatenções para algo mais radical: aprática do Windsurf, na busca pormais emoção, adrenalina, aliadosao puro prazer de estar na água.�O windsurf desenvolve maiorvelocidade, com um equipamen-to menor, possibilitando algumasmanobras e sendo praticado empraias boas para o surf�, explica omédico, enfatizando que por nãodispor de tempo para treinar elese arrisca a realizar poucas mano-bras.

Segundo o radiologista, bastavelejar por uma hora ou apenas30 minutos para se sentir reno-vado, pronto para uma jornada es-tressante de trabalho, que dura

em média de 10 a 14 horas diári-as. �Relaxa por inteiro. É umoutro meio, completamente dife-rente do que se vive no cotidia-no, no trabalho, no meio social.Porque no mar as pessoas se pre-ocupam com coisas simples, maissaudáveis, naturais. Funcionaainda como um filtro dos proble-mas. Afinal, é uma atividade queexige muito treino e concentra-ção e a gente acaba aprendendoa vencer obstáculos, a suplantaro medo. Tudo acontece muito ra-pidamente quando se está vele-jando, não dá para pensar em ou-tra coisa. É maravilhoso�.

Diante do mar Dr. Brincas dizque percebe nitidamente a ver-dadeira dimensão do ser huma-no no universo. Ele lamenta nãopoder dedicar-se mais ao wind-surf; geralmente o faz nos fins desemana e às vezes foge, para rela-xar, no intervalo do almoço. �É

Ativo e criativo, o médico nãopára por aqui. Já escreveu e pu-blicou um livro de poesias, �DeVentos e Brisas�, e �Dose o Stress� Tempere a Vida�, que fala dosmecanismos que provocam o es-tresse e de como pode se plane-jar o dia-a-dia aprendendo a vi-ver de forma mais saudável.

muito importante praticar umaatividade física e sair do ambien-te de trabalho para combater o es-tresse. Eu recomendo os espor-tes náuticos para pessoas de qual-quer idade, dos 7 anos aos 80 ou90 anos. Assim é possível desco-brir como é fácil, e até barato, des-frutar a vida nesta ilha, de formamais descomplicada�.

Page 13: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 131313

Família de MédicoA família do médico catarinense

também merece um carinho especial eum espaço reservado no Jornal da ACM.

A habilidade em desenhar que Leda Mar-torano apresentava na escola, pôde ser desen-volvida quando seus quatro filhos, já cresci-dos, saíram de casa, em 1992. �Foi um mo-mento de mudança em minha vida e senti ne-cessidade de expressar o meu talento�, contaa esposa do clínico geral Egídio MartoranoNeto. Suas primeiras aulas de pintura foramcom pastel, no Porarte, onde estudou durantetrês anos. Depois, uma visita à Europa, em1998, a incentivou a desenvolver ainda maisseu trabalho. Na volta, teve aulas com DigoTerschitsch, que a auxiliou a aprimorar sua téc-nica no estilo acadêmico e nas transparências.

Buscando sempre estudar e desenvolver-sena prática da pintura, em 2000, Leda Martoranofoi à Espanha cursar Arte Contemporânea, comPaco Soto Mesa. �Apesar do estilo acadêmicodo artista, ele tem pinceladas soltas, lembrando

o impressionismo�, informa a artista. Com a novainfluência, a pintora, que fazia seu trabalho emóleo, passou a utilizar também o acrílico. Suaobra é composta de retratos, flores, naturezasmortas e paisagens, que recentemente pude-ram ser apreciadas na agência Beira Mar do Besc.�Neste ano de 2002 quero fazer uma exposiçãomaior. Ainda não defini o tema, mas logo devocomeçar a trabalhar para transformar este proje-to em realidade�.

A artista continua seu aperfeiçoamento atra-vés de aulas de pintura, que realiza paralelo aoseu trabalho de micropigmentação, que exe-cuta na clínica de cirurgia plástica de seu filho,Egídio Martorano Filho, que, como seu pai,também abraçou a medicina. �A arte está emtudo que faço, faz parte da minha vida e merelaxa totalmente. É uma coisa muito boa, quefaz bem até para a saúde da gente�.

LEDA MARTORANO NO ESTÚDIO DOARTISTA PACO SOTO MESA, EM MADRI

No dia 3 de fevereiro foram defi-nidos os campeões da primeira eta-pa do Circuito Unimed de Tênis,realizada nas quadras do ItamirimClube de Campo, em Itajaí. A com-petição contou com a presença de256 tenistas de nove estados.

Na categoria 18 anos feminino,a paranaense Camila Calliari sa-grou-se campeã vencendo a pau-lista Marcela Montanha por doissets a um, parciais de 6/4, 4/6 e 6/4. A partida foi a mais demoradada série final. Pelo masculino, Ale-xandre Bonatto do Paraná confir-mou a boa fase que atravessa evenceu o também paranaense Da-niel Caiado por dois sets a zero,parciais de 6/2 e 6/3. Bonatto nãoperdeu um set sequer durante aetapa do circuito.

Na 16 anos masculino, o catarinense Die-go Toledo venceu o paulista Renzo Barioniem outro jogo emocionante. Diego venceu oprimeiro set por 6/2 mas relaxou no segundoe permitiu o empate de Renzo com 6/3 levan-do o jogo para o desempate. Diego então vol-tou ao seu melhor jogo e fechou em 10/7. Nofeminino Bruna Cunha de São Paulo foi cam-peã vencendo a catarinense Manuela Santospor dois a zero com parciais de 6/4 e 6/0,

Definidos os campeões daDefinidos os campeões daDefinidos os campeões daDefinidos os campeões daDefinidos os campeões da1ª etapa do Cir1ª etapa do Cir1ª etapa do Cir1ª etapa do Cir1ª etapa do Circuito Unimed de Têniscuito Unimed de Têniscuito Unimed de Têniscuito Unimed de Têniscuito Unimed de Tênis

Manuela começou o jogo equilibrado mas des-concentrou-se após a derrota no primeiro set.

Na 14 anos feminino, a carioca Ana ClaraDuarte foi campeã vencendo a catarinense Fer-nanda Hemenergildo por dois sets a zero. Nomasculino o paulista Nicolas Santos foi o cam-peão vencendo o paranaense Gustavo Costapor dois a um, parciais de 6/4, 1/6 e 10/2 notie break.

Na 12 anos masculino, Lucas Abella deSanta Catarina venceu o também catarinense

Rodrigo Traldi, por dois sets azero, com parciais de 6/1 e 6/2.No feminino, a gaúcha BrunaMartins venceu a paranaense Ga-briela Veiga, por dois sets a zero,parciais de 6/2 e 6/0.

Em paralelo foi realizado ocampeonato para médicos queteve a participação de coopera-dos da Unimed. A segunda etapado Circuito Unimed de Tênis foiprorrogada para 25 a 31 de mar-ço e acontece em Joinville. Umadas principais novidades é que,neste ano, a competição aconte-ce em dez etapas, três a mais queem 2001. Estão confirmadastambém, as etapas de Blumenau,Chapecó, Tubarão e Florianópo-lis.

O presidente da Federação Catarinense deTênis, Jorge Lacerda da Rosa, acredita que oCircuito Unimed de Tênis deve repetir o su-cesso das edições anteriores. "Já é possívelperceber algumas melhorias no aspecto dedivulgação e maior qualidade dos atletas, tan-to na categoria infanto-juvenil quanto na dis-puta entre os médicos", enfatiza. Ele come-mora o sucesso da primeira. "Em pleno mêsde janeiro registramos 256 inscrições, comvários tenistas top ten", destaca.

Page 14: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM14

CRIANÇAS E PAIS CORUJAS �INVADIRAM� O SALÃO PARAMOSTRAR QUE CARNAVAL NÃO TEM IDADE

7º BAILE INFANTIL DE CARNAVAL DAASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE MEDICINA

Médicos catarinenses não resistiram ao �ví-rus� do Carnaval e caíram na folia numa verda-deira TARDE CARNAVALESCA, no últimodia 12 de fevereiro, na sede da Associação Ca-tarinense de Medicina, em Florianópolis. En-quanto no salão da sede acontecia o 7º BaileInfantil da ACM, para filhos e familiares dosassociados, os adultos fizeram a festa nas chur-rasqueiras, onde foi servido chopp à vontade,acompanhado por um clima de muita descon-tração e de confraternização entre a classe. OBaile iniciou às 16 horas, ao som da dupla �Ma-zola e Nídia�, repetindo o sucesso das ediçõesanteriores do evento, sempre com destacadaparticipação dos associados.

Já a criançada presente na folia desfilou asmais variadas fantasias, com direito a muito con-fete, serpentina e spray de espuma, que com-plementaram as cores que decoravam o salãoda sede social. No Carnaval das �odaliscas� edas �Emílias�, não faltaram também as eter-nas bruxinhas, os piratas, as fadas, os super-heróis e os palhaços, todos fartamente fotogra-fados e filmados pelo exército de pais e avóscorujas que lotaram o espaço.

Page 15: Edição 222- Jan/Fev 2002

Jornal da ACM 15

Camargo saiu do apartamento às 21h20. Nagaragem, entrou no Mazda e ligou o CD, libe-rando a voz de Emílio Santiago, seu cantor pre-ferido. Em doze minutos, deixando o carro comum manobrista, dirigiu-se à mesa reservada nomelhor restaurante de Centerville, em localpara não fumantes. Há dois meses separadojudicialmente, aquela sexta era a primeira comânimo para sair. Deprimido pela ausência dosdois filhos, aos 48 anos precisava refazer suavida. Saboreava o primeiro uísque, quando,desviando o olhar para a porta, ficou boquia-berto com a beleza da morena que acabara deentrar, acompanhada de outra jovem, loira,aparentando a mesma idade. Sentaram-se àmesa, à sua frente. A morena, cabelos pretoscaídos sobre os ombros, olhos verdes, lábioscarnudos, sensuais, trajava vestido preto dealcinhas, curto, expondo parte das belíssimaspernas. Camargo estava extasiado ante tama-nha beleza. Conversando animadamente, elassorriam com alguma malícia, sorvendo um mar-tini gelado. Camargo não desviava o olhar da-quela mulher belíssima que lhe tocara o cora-ção. Depois do terceiro uísque, foi ao banheiro.Na volta , resvalou de propósito no braço de suanova paixão, desculpando-se. Sentou-se e vol-tou a fixar o olhar na morena que, às vezes, cor-respondia. Encorajado pela quarta dose, levan-tou-se e foi à mesa das moças, levando o copo.Cumprimentou-as , pediu licença e, audacioso,foi sentando ao lado da morena, perguntandose esperavam alguém. Como não houve reaçãonegativa, sentiu-se à vontade. Apresentou-secomo médico , dando o local de trabalho. Ficousurpreso quando Édna, a morena, disse conhe-cê-lo de nome e de fotos no jornal, o que massa-geou seu ego. Ela e a amiga, Júlia, ambas apa-rentando 25 anos, eram odontólogas na vizinhaCampina do Sul, sua cidade natal. Decidiramjantar naquele restaurante por recomendaçãode uma amiga. Agora mais próximo, Camargodeixava-as falar, impregnando sua retina com abeleza de Édna. Durante o papo, disse estaraliviando o trauma da separação, não revelandoa existência dos dois filhos.

Após o jantar, sugeriu uma esticada à boateHarém, aceito logo por Júlia que desejava co-nhecer a melhor boate da cidade. Naqueleambiente escuro e esfumaçado, sentaram-semais próximos. Em certos momentos, levan-tavam-se para dançar. Depois, sentavam-se epapeavam. Édna contou fatos interessantes desua vida, principalmente os relativos à univer-sidade. Revelou ter tido um relacionamentocom um colega, que durara três anos, e que aseparação tinha sido traumática. Somente ago-ra voltara a sair de casa. Camargo a animavacom palavras doces. Contou-lhe sobre umaviagem feita a França, quando, ao carregar asmalas, ficara com a coluna paralisada...ficaraentrevado...Édna desculpou-se por rir e pe-diu detalhes. De repente, Júlia fez-lhe um si-nal com a mão, decidindo que deveriam voltar

CRÔNICA MÉDICA

POSIÇÃO DIFÍCILDR. MURILLO RONALD CAPELLA

para casa. Édna concordou, a contragosto. Ca-margo insistiu para que ficassem em Center-ville. Júlia recusou, afirmando ter prometidoaos pais que voltaria aquela noite. Camargoacompanhou-as até o estacionamento. Com amão no ombro de Édna, subitamente, sentiuquando ela se virou, dando um abraço aperta-do e um beijo carinhoso. Depois, livrou-se doabraço, puxou Júlia pela mão, entrou no Vectrae partiu, deixando seu cartão.

Camargo mostrava-se alucinado pelos mo-mentos passados ao lado daquela mulher debeleza estonteante. Passou a noite acordado,pensando em Édna e na oportunidade de revê-la. No dia seguinte, sábado, teve ímpetos de ira Campina do Sul, procurá-la, mas conteve-se.Não conseguiu localizá-la até às 19h quando,finalmente, Édna atendeu a um de seus cha-mados. Recordando os acontecimentos daque-la noite inesquecível, insistiu que precisavavê-la; queria conversar , dançar, abraçá-la no-vamente. Édna concordou com um novo en-contro na sexta-feira seguinte.

- Você jantaria no meu apartamento?- Não vejo nenhum problema . Até sexta.

Um beijo!Durante sua vida de casado, Leandro Ca-

margo e a mulher Lílian fizeram muitos ami-gos, dentre eles o casal Alex e Maria Sônia Por-tela Videira, Soninha para os íntimos. Janta-vam juntos quase todos os fins-de-semana eviajaram para o exterior diversas vezes. Mes-mo após a separação, a amizade de Camargo eo casal continuara, visitando-se sempre quepossível. Naquela noite de domingo, Camar-go procurou os amigos. Na espaçosa bibliotecada mansão dos Videira, abriu seu coração, mos-trando-se entusiasmado com sua nova conquis-ta. Contou detalhes do encontro e pediu aju-da para organizar o jantar da sexta seguinte.Soninha organizou o cardápio, assegurando quese encarregaria de ornamentar seu apartamen-to com orquídeas, as prediletas de Édna, con-forme ela confessara . Sugeriu-lhe comprarnovos CDs para criar o clima.

Voltando ao apartamento, no espelho do ba-nheiro, Camargo ficara decepcionado com o as-pecto macilento, o rosto cheio de rugas em redordos olhos, os cabelos mais brancos. Imaginou queà noite provavelmente conseguira enganar a ida-de, mas, no apartamento, seria diferente. Precisa-ria manter o ambiente à meia luz , principalmentena sala e no quarto, para onde pretendia levar suapaixão. Telefonou para Soninha, pedindo relaçãode cremes e produtos para escurecer os cabelos.À noite começou a usá-los.

A semana demorou quase um século parapassar. Na sexta, no banho matinal, começou acortar os cabelos brancos do peito e das so-brancelhas, orgulhando-se do novo penteadoque lhe dava uma aparência mais jovem. Tra-balhou só pela manhã. Passou a tarde no apar-tamento, recebeu as flores que Soninha provi-denciara, preparou a salada e os demais ingre-dientes para o jantar. Depois do banho, pas-sou gel nos cabelos, vestiu calça jeans e umacamiseta azul. Deixou todo o apartamento àmeia luz, deu toque nas flores e checou osnovos CDs.

A chegada de Édna foi acompanhada de umasalva de taquicardia, transformando Camargonum adolescente ao enfrentar o primeiro en-contro. Abriu a porta e beijou-a na face. Édnaestava lindíssima. Um vestido preto, desta vezmais justo, desenhava as formas de seu corpoescultural. Os cabelos presos e os passos cur-tos, mexendo os quadris, impregnavam o ambi-ente de sensualidade. Deixando a bolsa no con-sole, sentou-se num espaçoso sofá, elogiou adecoração e aceitou uma taça de champagne.Bebendo aos poucos, ouvia os elogios de Ca-margo e sorria com alguns fatos ocorridos comele durante a semana. O som de músicas ro-mânticas ocupava a sala, convidando-os a dan-çar, o que fizeram durante momentos já ines-quecíveis para Camargo. Quando o clima estavano auge, Edna se afastou e falou baixinho:

- Amor, o CD acabou...repete...No sábado, Aloísio e Soninha telefonaram

para conhecer detalhes daquele que teria sidoum dos grandes momentos da vida do amigo.Ficaram surpresos ao sentir Camargo deprimi-do. Parecia não ter ânimo para falar, o que oslevou ao apartamento. Encontraram o amigoenfiado num roupão preto, com um copo deuísque na mão, cabisbaixo. Sentaram-se no es-paçoso sofá, situado defronte ao móvel que su-portava uma televisão de 34 polegadas em cimae um aparelho de CD em baixo. Curiosos, massem forçar, pediram para o amigo relatar os fatosda noite anterior. Sentindo-se amparado, maissolto, Camargo passou a detalhar os aconteci-mentos, entusiasmando os dois ouvintes.

- Até aí, tudo bem! - disse - dando mais umgole no Johnny. O pior veio depois. Você sabe,Soninha, que a idade mais avançada pode noscriar armadilhas e nos deixar em má situação.Que saudades da juventude...

- Como, amigo? - quis saber, curiosa, imagi-nando ter faltado naquele encontro uma pita-da de Viagra.

- Nem tudo no organismo funciona bem.Quando Edna me pediu para repetir o disco,soltei-a de meus braços e me dirigi para esseaparelho desgraçado aí na frente...aí em baixo.E o que aconteceu foi uma desgraça. Fiqueide costas para ela e quando me abaixei...

Soninha , - esperta, aparteou:- Já sei...ficaste entrevado !- Não. Peidei !!!