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EDITORIAL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA|Presidente: Altair Rodrigues de Paula (REJUR/Londrina)|Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha (JURIR/Belo Horizonte)|1º Tesoureiro: JoséCarlos Pinotti Filho (REJUR/Londrina)|2º Tesoureiro: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (REJUR/Londrina)|1º Secretário: Marisa Alves Dias Menezes (JURIR/SãoPaulo)|2º Secretário: Henrique Chagas (REJUR/Presidente Prudente)|Diretor Regional Norte: Liana Cunha Mousinho Coelho (JURIR/Belém)|Diretor Regional Nordes-te: Maria dos Prazeres de Oliveira (JURIR/Recife)|Diretor Regional Sudeste: Sonia Lucia dos Santos Lopes (JURIR/Rio de Janeiro)|Diretor Regional Centro-Oeste:Gustavo Adolfo Maia Junior (JURIR/Brasília)|Diretor Regional Sul: Mariano Moreira Júnior (JURIR/Florianópolis)

REPRESENTANTES JURÍDICOS 2006/2007|JURIR/AJ: Paula Giron Margalho; JURIR/BU: Henrique Chagas; JURIR/BE: Renato Lobato de Moraes; JURIR/BH: Simone Solangede Castro Rachid; JURIR/BR: Luciano Caixeta Amâncio; JURIR/CP: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer; JURIR/CG: Cleonice José da Silva Herculano; JURIR/CB: Gustavo Eduardo Reis de Siqueira; JURIR/CT: Jayme de Azevedo Lima; JURIR/FL: Marcelo Oscar Silva Santos; JURIR/FO: Adonias Melo de Cordeiro; JURIR/GO: IvanSérgio Vaz Porto; JURIR/JP: Fábio Romero de Souza Rangel; JURIR/ME: Carlos André Canuto de Araújo; JURIR/MN: Alcefredo Pereira de Souza; JURIR/NA: Carlos Robertode Araújo; JURIR/PO: Jaques Bernardi; JURIR/PV: Cláudia Elisa de Medeiros Teixeira; JURIR/RE: Paulo Melo de Almeida Barros; JURIR/RJ: Leonardo Martuscelli Kury;JURIR/SA: Jair Oliveira Figueredo Mendes; JURIR/SL: Samarone José Lima Meireles; JURIR/SP: Marisa Alves Dias Menezes; JURIR/TE: Renato Cavalcante de Farias;JURIR/VT: Rodrigo Sales dos Santos; GEAJU: Elisia Souza Xavier; REJUR/CV: Roseli Aparecida Bettes; REJUR/JF: Josiane Mendes Gomes Dias Pinto; REJUR/JM: CarlosEduardo Leite Saboya; REJUR/LD: Daniela Pazinatto; REJUR/MR: José Irajá de Almeida; REJUR/NH: Clarissa Pires da Costa; REJUR/NT: Daniel Burkle Ward; REJUR/PF:Clovis Frank Kellermann Junior; REJUR/RP: Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti; REJUR/SM: João Carlos Matas Luz; REJUR/SR: Cleusa Maria de Jesus Arado Venâncio;REJUR/UB: Luciola Parreira Vasconcelos; REJUR/VR: Aldir Gomes Selles.

CONSELHO DELIBERATIVO|Membros Efetivos: Darli Bertazzoni Barbosa (Londrina), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba), Isabella Gomes Machado (Brasília), LuisFernando Miguel (Porto Alegre) e Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)|Membros Suplentes: Luciano Paiva Nogueira (Belo Horizonte), Marcelo DutraVictor (Belo Horizonte) e Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia).

CONSELHO FISCAL|Membros Efetivos: Paulo Roberto Soares (Brasília), Rogério Rubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Julio Cézar Hofman (Maceió)|MembrosSuplentes: Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia) e Éber Saraiva de Souza (Cuiabá).

CONSELHO EDITORIAL|Altair Rodrigues de Paula e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) – E-mail: [email protected] Gráfico: Marcelo Torrecillas|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.200exemplares Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: mensal

Endereço em Brasília/DF: SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205|Edifício Empire Center|CEP 70070-904|Fone (61) 3224-3020|E-mail: [email protected]ária: Priscila Christiane da Silva.

Endereço em Londrina/PR: Rua Santa Catarina, 50 / sala 602|CEP 86.010-470|Fone (43) 3323-5899|E-mail: [email protected]|Secretárias: Tatiane StabileDantas Buzinaro e Ivete Augusta Pereira|Auxiliar Administrativa: Thaís Bender.

0800 400 8899 O Boletim da Advocef é distribuído aos advogadosda CAIXA e a entidades associativas.www.advocef.org.br | Discagem Gratuita

2 Fevereiro | 2008

A Comunicação e o Direito

Esta edição do nosso Boletim guardaum (ou vários) tesouros de grande va-

lor. Atentos à constante modernização dosmeios de comunicação, fomos buscar nosconhecidos blogs mais uma fonte de inspi-ração para o desfrute de nossos leitores.

Com um corpo de profissionaiscrescentemente jovem, falar em blog paraos advogados da CAIXA não significa no-vidade para a grande maioria deles. Parauma geração que cresceu cercada de per-manentes pequenas grandes revoluçõestecnológicas, eis aí uma ferramenta por cer-to íntima de muitos de nós.

Onde, então, pode estar a atratividadedeste tema para estes tantos que respiramtecnologia desde o nascimento: exatamen-te na surpresa da interface crescente comoutros tantos profissionais que, mesmonão tendo convivido com a gênese da fer-ramenta, estão encontrando nela umanova forma de ampliar seus horizontes,fazendo aumentar o número de pessoascom quem convivem ou apenas amplian-do o universo dos que podem ler e trocarsuas impressões.

Crônica, encarte, tópicos

de interesse específico dos

associados, assuntos

diversos, tantas

informações valiosas que

mereceriam estar no seu,

no nosso, no blog de

qualquer um de nós

Relatos importantes de jornalistas,operadores do Direito em geral e advo-gados nossos colegas em especial, emol-duram de forma leve e informativa estamatéria. Por seu formato e entonação, estenúmero do Boletim merece acompanharos poucos dias de férias ou, quiçá, de fol-gas compulsórias que boa parte dos bra-sileiros aproveita no verão.

Outros temas de destaque deste nú-mero passam por notas acerca da grevedos advogados públicos - carreira envol-vida em tema de vivo interesse de nossacategoria - até comoventes relatos sobrequem nos deixou.

Crônica, encarte, tópicos de interesseespecífico dos associados, assuntos diver-sos, tantas informações valiosas que, as-sim como estão neste meio de comunica-ção impressa, periódica, associativa e gra-tuita, mereceriam estar no seu, no nosso,no blog de qualquer um de todos nós.

Uma boa leitura veronil!

Diretoria Executiva da ADVOCEF

Fevereiro | 2008 3

Advogados da União, procuradoresda Fazenda Nacional, procurado-

res federais, procuradores do BancoCentral e defensores públicos da Uniãoentraram em greve em 17/1/2008 rei-vindicando o reajuste salarial previstono acordo assinado com o governo em1º/11/2007. A senha para deflagrar omovimento em todo o país foi o anún-cio do ministro do Planejamento, Or-çamento e Gestão, Paulo Bernardo, deque os reajustes salariais para os servi-dores públicos estavam suspensos devidoao fim da CPMF, que arrecadaria R$ 40bilhões.

"O acordo não condicionava o aumen-to do salário à aprovação da CPMF", re-bate João Carlos Souto, presidente doFórum Nacional da Advocacia Pública Fe-deral, que reúne oito entidades dos advo-gados (5,5 mil ativos e 5 mil inativos). Umargumento virou slogan da campanha:"Com que moral vamos exigir da socie-dade o cumprimento de suas responsabi-lidades legais, se o governo não honra oacordo conosco, que somos os operado-res do Direito em defesa da União?"

Se a advocacia pública pára, não avan-ça o PAC (Programa de Aceleração doCrescimento), interrompendo a defesa deobras impugnadas judicialmente. Diminuia arrecadação da União com execuçõesna Justiça, que em 2006 somou R$ 13 bi-lhões. São atingidos também os que de-pendem da Defensoria Pública.

Segundo Souto, os procuradores da Fa-zenda Nacional, apesar das dificuldadespela "absurda falta de estrutura e núme-ro elevadíssimo de processos", arrecada-ram em juízo valor superior a R$ 10 bi-lhões. "Só o estoque da Dívida Ativa daUnião (conjunto de tributos devidos e nãopagos) é superior a R$ 600 bilhões. Comestrutura adequada o valor arrecadadoanualmente poderia significar mais do queuma CPMF."

Questão de honra

A Constituição Federal estabelece aparidade remuneratória das carreiras jurí-dicas, mas a remuneração inicial no Mi-nistério Público Federal é de R$ 21 mil,enquanto na AGU é de cerca de R$ 10mil. Este valor passaria para R$ 14 mil em2009.

A AGU alega que a Lei Complementar101/00 exige a demonstração da origemdos recursos para o custeio do aumento, oque não é possível no momento.

Exemplo de coragemEm 22/1, o Conselho Federal da OAB

entrou com reclamação no Supremo Tri-bunal Federal contra decisão da 16ª Varado Distrito Federal, que considerou a pa-ralisação ilegal. De acordo com a OAB,houve ofensa à autoridade de decisão doSupremo que, ao julgar os Mandados deInjunção 670, 708 e 712, declarou que aregulamentação do direito de greve seaplica a todo o serviço público.

Para a OAB, é indiscutível que "o exer-cício do direito fundamental à greve noserviço público civil tornou-se viável me-diante a aplicação analógica do dispostona Lei 7.783/89 [lei de greve vigente nosetor privado]". O cancelamento do rea-juste, pondera a OAB na ação, "vem pro-vocando danos diários aos advogados pú-blicos que, com base no acordo assina-do, contraíram obrigações financeiras di-versas".

Em 25/1, o Tribunal Regional Federalda 4ª Região concedeu liminar que impe-de o governo e a AGU de tomarem qual-quer medida contra os advogados em gre-ve. Segundo o desembargador CarlosEduardo Thompson Flores Lenz, a grevepode ser considerada legal depois que oSTF entendeu, em outubro do ano passa-do, que deve ser aplicada provisoriamen-te a Lei de Greve da iniciativa privada parao funcionalismo público.

Lenz sustenta que o Tribunal de PortoAlegre tem competência porque foi ondeaconteceu o primeiro despacho para a no-tificação prévia da União, a primeira cita-ção válida e onde o contraditório foi esta-belecido. Na 16ª Vara Federal do DistritoFederal, disse Lenz, as partes interessadasnão foram ouvidas.

A greve "tende a ser exemplar, no mausentido", criticou em editorial a Folha de S.Paulo, antevendo o caminho que pode seraberto para outras categorias do funciona-lismo. Para o presidente da ADVOCEF, AltairRodrigues de Paula, o movimento tem ou-tro sentido. "É uma amostra de coragem edeterminação de uma categoria com a fi-nalidade de valorizar sua competência ereclamar seus justos direitos", definiu.

O advogado públicoA UNAFE (União Nacional dos Advo-

gados Públicos Federais do Brasil) explicouem nota a importância do trabalho da ca-tegoria e as razões para o movimento. Leiatrechos a seguir.

"A despeito de toda a falta de estrutu-ra e de condições mínimas de trabalho, osprofissionais que formam os quadros daAdvocacia Pública Federal são profissionaisque diariamente garantem a defesa nãosó do interesse da sociedade, mas tam-bém fiscalizam os atos dos governantes eda recuperação dos bilhões de reais queescorrem pelo ralo da corrupção todos osanos no País.

"A desculpa para tal descumprimento[do acordo] sempre foi a de que não háverba disponível, porém, nenhuma delasinforma para onde vão as dezenas de mi-lhares de reais pagos ao governo federalem forma de honorários advocatícios nascausas ganhas e que não são repassadasà Advocacia de Estado. Somente essa ar-recadação já garantiria boa parte das des-pesas.

"Muito mais do que um aumento, osservidores da AGU buscam com a parali-sação diminuir o 'abismo' entre os saláriosda categoria com as demais funções es-senciais à Justiça, como magistratura e mi-nistério público. Tal medida é essencial paraimpedir o êxodo de profissionais qualifica-dos para outras carreiras públicas e para aadvocacia privada."

Advogados públicos fazem a primeira greve após o fim da CPMF

Valores do acordo

Tabela salarial conforme termo de compromisso assinado em 1º/11/2007 entre o governo e osadvogados públicos.

CATEGORIA Atual Novembro Abril Novembro Abrilde 2007 de 2008 de 2008 de 2009

ESPECIAL 12.900,42 14.954,90 18.053,57 19.053,57 19.699,82PRIMEIRA 11.746,95 13.983,83 16.006,29 17.006,29 17.498,40SEGUNDA 10.497,56 12.980,40 14.049,53 14.549,53 14.970,60

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4 Fevereiro | 2008

A revolução dosOperadores do Direito migram para a internet blogs

A criação de um blog foi a saída encon-trada pelo advogado da CAIXA André

Falcão (afalcao.blogspot.com) parapublicar suas crônicas e contos com maiorassiduidade. O repórter político FredericoVasconcelos também criou o seu(blogdofred.folha.blog.uol.com.br), paraum contato "mais rápido e direto comos leitores". Mauro Antônio Rocha(rochamauro.blogspot.com), também advo-gado da CAIXA, teve a idéia no início de2007, com o propósito inicial de "deposi-tar" os seus arquivos em um único local.

No jornal Gazeta de Alagoas, AndréFalcão dividia seu espaço com váriosautores, divulgando menos do que pro-duzia. "Não me satisfaz apenas o pra-zer da escrita", diz André. Ele neces-sita ser lido.

Na Folha de S. Paulo, FredericoVasconcelos realiza o mesmo tra-balho que transfere agora aoblog, divulgando fatos do Judici-ário, Ministério Público, advoca-cia, polícia e servidores públicos.A diferença é que, no meio virtu-al, Frederico pode inserir textosde todo tamanho a qualquermomento, flexibilidadeinexistente no jornalismoimpresso.

No computador deMauro Rocha, que écoordenador jurídicode contratos habita-cionais da CAIXA,já não cabiam tan-tas anotações, cita-ções e matérias delegislação coletadas, e eradifícil a localização do conteúdo. A idéiado blog casou com a necessidade de es-pecialização dos temas e o desejo de darà publicação um "aspecto visual limpo ecativante".

Histórias como essas explicam o su-cesso dos blogs, que atraem profissionaisde todas as áreas e completam 10 anoscom estimados nove milhões de leitores.Há um detalhe importante, apontadopelo advogado Guilherme Dieckmann, doJURIR/Porto Alegre: "Qualquer pessoacom acesso à internet tem aptidão para

manter um blog e nele escrever o quebem entender".

Guilherme mantém o seu (erga-omnes.blogspot.com) desde 2003, escre-vendo resenhas de discos e shows em

Porto Alegre, jogos do Grêmio, corridasde Fórmula 1 e, eventualmente, sobrequestões jurídicas.

Já Mauro Rocha criou em seu bloguma "Central de facilidades", que per-mite a localização de qualquer cartóriojudicial ou extrajudicial no Brasil, a re-quisição online de certidões, pesquisa deprotestos de títulos, emissão de atesta-dos de antecedentes criminais na SSP/SP, entre outros. Mantém ainda um "Ín-dice de legislação imobiliária e de crédi-to imobiliário", linkado aos bancos ofici-ais de consulta legislativa.

Um segundo blog (cartilhadofgts.blogspot.com), lançado no início desteano, é resultado do material produzidopara uma série de palestras que Maurotem proferido a pedido do CRECI/SP, so-bre a utilização do FGTS na aquisiçãoda casa própria. Acabou se transforman-do em "um fabuloso meio de captaçãodas dúvidas dos corretores de imóveis edo público em geral", diz o advogado.Um terceiro blog, de acesso restrito, ser-ve para arquivar os documentos nãoaproveitados nos dois primeiros.

Leitores são 46%Não por acaso, os blogs bem sucedi-

dos são em geral manejados por profissi-onais, que substituíram os adolescentesprecursores. Em vez dos diários juvenisdo início, de interesse restrito ao próprioumbigo, os espaços virtuais se transfor-maram em opções eficientes e ágeis deinformação e opinião.

Ao saudar o surgimento do Blogdo Fred, o leitor "Cidadão Indigna-

do" definiu o significado do fato:"Temos que usar as armas

que temos e os blogs+jornalismo investigativo

são poderosissimas".Um dos mais bem

sucedidos na novamídia, Ricardo Noblatusa a experiência de 40

anos de jornalismo e re-cebe em troca a audiência

de 25 mil leitores por dia. Ex-diretor de redação do jornal A Tar-

de, da Bahia, e ex-colunista de O Dia,Noblat transitou com seu blog pelos por-tais IG e Estadão, até fixar-se no GloboOnline. Considerando que na internet hápúblico para todos os gostos, Noblat re-comenda escolher um nicho e, a partirdaí, preencher o espaço com qualidade.Em sua página (oglobo.globo.com), for-nece uma lista extensa de blogs que aseu ver merecem uma visita.

Quando entram na internet, 46% dosbrasileiros já lêem blogs, informa o Estu-do Anual de Confiança da Edelman, pu-blicado recentemente. Nesse passo, épossível que se chegue à realização ple-

Fevereiro | 2008 5

Acesse tambémVeja outros blogs relacionados com o Direito.A Ponte (a-ponte-aponte.blogspot.com/). "Para quem

gosta de Direito, mas não apenas." Tem também literaturae, especialmente, poesia. De Mauro Almeida Noleto,professor de Direito Eleitoral no UniCEUB.

Blog Damasio (blog.damasio.com.br).Do professor Damásio de Jesus, presi-dente e professor do ComplexoJurídico Damásio de Jesus.

Blog do Advogado(www.entrelinhas.net). De JarbasAndrade Machioni, advogadocomercialista em São Paulo.

Blog do Igor(blog.infostf.com). Indicado paraquem estuda Direito e pretende prestarconcurso. Jurisprudência dos tribunaissuperiores e sugestões de livros jurídicos.

Diário de um Juiz (diariodeumjuiz.com). Do juizCarlos Zamith Junior. Ele avisa que a Lei Orgânica da

Guilherme: todos podemmanter um blog

Magistratura não permite a manifestação sobre processopendente de julgamento ou juízo depreciativo sobre deci-sões de órgãos judiciais. "É a única limitação. O resto vale,como diria o Tim Maia."

Jura??? (tzanoni.blog.uol.com.br) Do juizTadeu Zanoni.

Leis e Tribunais (blog.redel.com.br/leisetribunais). Do advogado

Cristiano Imhof.Blog do Promotor

(blogdopromotor.zip.net/). Espaçopara acompanhar a atuação doMinistério Público.

Promotor de Justiça(promotordejustica.blogspot.com). As

questões jurídicas, principalmente asreferentes ao Ministério Público.

Traduzindo o Juridiquês (oglobo.globo.com/blogs/juridiques). Notícias com abordagem jurídica, pelo advoga-do e professor universitário Renato Pacca.

na e universal do direito à informação,como imagina o jornalista, doutor emCiência da Computação e novo blogueiroCarlos Chaparro (oxisdaquestao.com.br).Isso, lembra ele, compreende tanto o di-reito de saber quanto o direito de dizer,previsto no artigo 19 da Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos.

Chaparro nota que o blog oferece umespaço novo para o jornalismo. Observa quenão há mais aquele intervalo entre o fatoe a sua publicação, quando os jornalistasexerciam o seu poder sobre a notícia.

"A experiência é fascinante e, aomesmo tempo, um grande desafio", dis-se ao Boletim da ADVOCEF FredericoVasconcelos, com 63 anos de idade e 40de profissão. "O primeiro impacto datransposição é o contato imediato comum grande número de leitores, o que nãoacontece no jornalismo impresso."

Mesmo assim, Vasconcelos acha queo jornalismo tradicional ainda será por mui-to tempo a base do interesse e da influ-ência no noticiário. "A leitura no papel éum hábito."

Dirigido "principalmente a um públicomuito específico", o Blog do Fred registramais de 250 mil acessos em quase trêsmeses, com mais de mil comentários."Creio que é um bom índice. Minha pre-ocupação maior é estimular o debateamplo sobre a coisa pública, envolvendotemas relevantes no Judiciário e de inte-resse de todos os operadores do Direito."

Ao chegar à blogosfera, Frederico seimpressionou com a diversidade. "Váriosmagistrados mantêm blogs, o que paramim foi uma surpresa", conta.

O bom e o ruimUm dia, um amigo e leitor perguntou

a André Falcão por que ele não escreviamais para a Gazeta. "Não poderia terrecebido pergunta pior", diz André, cons-tatando o dano da periodicidade irregu-lar. Foi desse amigo a sugestão para cri-ar um blog, idéia que amadureceu coma participação involuntária do Boletim daADVOCEF, na época em que enviou acrônica "O Saci e a Bicicleta".

Em seu blog há crônicas, contos e co-mentários escritos a partir de fevereiro de2006. A receptividade dos leitores é amelhor recompensa, diz André. "O perfilé o mais variado possível: há desde donasde casa, idosos, passando por adolescen-tes, acadêmicos, jornalistas, amigos pes-soais, professores, torcedores do meu que-rido CRB - Clube de Regatas Brasil e, cla-ro, amigos advogados." Graças ao blog,André tem pensado em cursar Jornalismoou alguma pós-graduação na área.

"Blogs estão, definitivamente, maisimportantes, mais falados. É um momen-to muito parecido com aquele, lá pelosidos de 2002, quando a imprensa os des-cobriu pela primeira vez", comentouPedro Doria (pedrodoria.com.br/), um dosblogueiros mais lidos. Ele é fã dos blogs:

"São eficientes e práticos para quem es-creve, geram discussão imediata numacomunidade de pessoas interessadas quesempre têm o que contribuir."

Mas há ainda alguma desconfiança,conforme explica a estagiária de Direitoda REJUR/Novo Hamburgo Magali Rena-ta da Silva. "Como as informações nãoprecisam ser absolutamente verdadeiraspara estarem em um blog, existem vári-as informações distorcidas que circulamfacilmente nesse meio", aponta. RobertaCeschini, do Apoio da REJUR, vê o mes-mo defeito. "O escritor pode escrever o

6 Fevereiro | 2008

No período de seis meses, o advoga-do Marcelo Fisch Teixeira e Silva, re-

cém desligado da REJUR/Santa Maria,viveu duas realidades profissionais distin-tas. Na CAIXA, onde foi admitido em11/6/2007, "o volume de trabalho punhaem risco a minha capacidade de executá-lo com boa qualidade." Na CEEE (Com-panhia Estadual de Energia Elétrica), paraonde se transferiu em 8/1/2008, as pers-pectivas de exercer "um trabalho de qua-lidade e com tranqüilidade, na minha ci-dade de origem [Porto Alegre], numaempresa que é responsável por um servi-ço público de vital importância",correspondeu plenamente.

O motivo da satisfação não passapelo dinheiro. Na estatal gaúcha, comum salário inicial bruto de R$ 3.400,00,seus ganhos se reduziram quase pelametade. A vantagem são as condiçõesde trabalho. Marcelo diz que na CEEEhá a preocupação de treinar o profissio-nal para uma atuação segura e consis-tente. "Bem diferente da CAIXA, ondetive que, desde logo, sair apagando

incêncio, acumulando atividades consul-tivas com processuais, com um númerode processos exagerado e praticamentenada de treinamento."

Segundo Marcelo, essas dificulda-des aumentaram com a transferênciapara Santa Cruz e, depois, com a voltapara Santa Maria.

Problemas nos JurídicosO advogado acredita que todos os

Jurídicos enfrentam dificuldades, mas noRio Grande do Sul "a situação é bemmais caótica", principalmente nas uni-dades mais afastadas da capital. "NaREJUR de Santa Maria não é difícil en-contrar advogados trabalhando às 21hou mesmo mais tarde. Seria interessan-te que a ADVOCEF atentasse para isso,para que providências fossem tomadas."

Antes de se formar em Direito, Mar-celo foi agente de pesquisa do IBGE, ban-cário da CAIXA e assistente administra-tivo do BRDE, admitido em todas as ati-vidades por concurso público. Antes daCAIXA, foi advogado concursado do

Visões do trabalhoAdvogado compara duas experiências profissionais

Conselho Regional de Farmácia do RS etambém advogou na iniciativa privada.

Apesar das reclamações, Marcelodiz guardar "ótimas recordações" daCAIXA. "Foi um grande aprendizado tra-balhar com colegas de tamanha capa-cidade." Espera que nunca percam obom humor e o companheirismo, impor-tantes para enfrentar a rotina. "Aliás,isso é característica marcante nas duaslocalidades em que trabalhei", conclui.

Marcelo: a vantagem são ascondições de trabalho

que quiser, sem o leitor saber se é verda-de ou não", diz.

A grande virtude dos blogs, segundoa advogada Eliane Crusciol, da REJUR/São José do Rio Preto, é levar ao leitor

várias opiniões, ampliando o debate, maisdifícil de ocorrer na revista ou no jornal.Tanto que, segundo Eliane, às vezes oblogueiro até muda de opinião, em fun-ção das ponderações dos leitores.

No entanto, a virtude, em excesso,pode se transformar em defeito, adverteEliane. É assim que, ao permitir uma col-cha de retalhos de posicionamentos, oblog se torna uma fonte pouco objetivade informações.

Ela aproveita para lembrar que na CAI-XA o acesso à internet foi drasticamentereduzido, inclusive para sites jurídicos, oque tem dificultado as pesquisas de dou-trinas para trabalhos mais elaborados.

Fenda abertaA blogosfera é uma fenda aberta de

onde brotam informações de todo tipo,inclusive irrelevantes, define o advogadoHenrique Chagas, da REJUR/PresidentePrudente. Nesse "espaço totalmenteanárquico, à beira do caos", no entanto,é possível formar opiniões sobre qualquercoisa. Ele sustenta que os blogs não sur-giram para substituir nada, são simples-

mente uma nova mídia que conquistacada vez mais adeptos.

Para ele, as principais virtudes são aamplitude das opiniões, a rapidez e ainteratividade. O principal defeito é jus-tamente a inconfiabilidade. "Trata-se deuma verdade fugaz, 'liquida', no concei-to do sociólogo polonês Bauman, quepode se evaporar instantes depois."Henrique assina "feeds readers" de vári-os blogs, principalmente sobre cultura epolítica. "Feeds readers" são programasque facilitam o acesso a conteúdos dosblogs. Henrique mantém há oito anos osite e o blog cultural Verdes Trigos(verdestrigos.org), onde recebe cerca decinco mil visitantes por dia.

O blog é a forma mais moderna, rá-pida e barata para divulgar idéias, dizMauro Rocha. O principal defeito, res-salta, é a limitação imposta pelo mode-lo (template) fornecido pelo provedorque, de certa forma, impede a criação."Mas já está sendo suplantado porblogueiros que estão descobrindo ma-neiras de melhorar e dar maior elastici-dade à forma."

André: o Boletim da ADVOCEFcolaborou na criação do blog

Fevereiro | 2008 7TRIBUTO

Homenagem póstuma

"Verinha (como muitos dos colegas a chamavam certamente pela reciprocidadeao carinho que ela dedicava a todos) era mais do que uma colega zelosa,competente e dedicada, era uma amiga, uma irmã mais velha e, certamentepara muitos dos estagiários que com ela trabalharam, uma segunda mãe, quededicava a eles o mesmo amor imensurável que dedicava aos próprios filhos.Tive a oportunidade de estar com ela em seus últimos dias e me restou acerteza de que ela sabia que a sua missão aqui estava cumprida, embora, coma mesma alegria e bom humor de sempre, fizesse planos para reunir os amigosem mais um churrasco. Resta-nos um vazio imenso e uma saudade enorme,mas, acima de tudo, a felicidade de um dia termos usufruído da amizade dealguém tão especial."Volnir Cardoso Aragão

Vera (com a camiseta da CAIXA) e os colegas Cláudio Brandão, AlineRiccardi (hoje no TCU) e Gilberto Panizzi Filho

Arte premiadaO advogado Luiz Arthur Marques

Soares, do JURIR/Fortaleza, tirou oterceiro lugar no concurso Óleo e AcrílicoFENAE, recebendo 50 mil pontos a seremresgatados no programa PAR, além de tro-féu e certificado. A obra premiada é "OPagador de Promessas", em estilo moder-nista, que evidencia as formas geométri-cas inspiradas nos romeiros franciscanosde Canindé e nos devotos do PadreCícero, de Juazeiro do Norte, ambas ascidades localizadas no Ceará.

Luiz Arthur entende que se deve teralguma atividade que permita parar

para a meditação e o autoconhecimento."A pintura, a leitura, o esporte, etc, tudonos leva ao engrandecimento da alma edo nosso caráter e tem por conseqüên-cia uma vida mais saudável e equilibra-da", argumenta ele.

O concurso integra o Circuito Cultu-ral, promovido pela FENAE em parceriacom as APCEFs. Arthur já foi premiadona edição 2006 do concurso AquarelaFENAE.

"O Pagador de Promessas": premiadono Circuito Cultural

A advogada Vera Regina de Araújo Ramos, coorde-nadora substituta da Área de Recuperação de Cré-

ditos do JURIR/Porto Alegre, onde trabalhava há maisde 25 anos, faleceu em 24/12/2007, vítima de câncer.Vera atuou também nas áreas trabalhista e do SFH,"sempre com muita dedicação, profissionalismo e en-tusiasmo", segundo o colega Cláudio Gehrke Brandão.

A alegria e o profissionalismo de Vera encantavamseus colegas. Brandão e mais dois companheiros darotina diária fizeram questão de prestar uma homena-gem. Leia os depoimentos.

"Mesmo enfrentando graves problemas de saúde, trabalhouaté que o INSS promovesse a sua aposentadoria compulsóriaem razão da gravidade de sua enfermidade. Deixa um grandeexemplo de vida e uma grande lacuna, não apenas no aspectoprofissional, mas também pela alegria, solidariedade,dedicação e amizade diariamente compartilhadas com todosos seus colegas e seus familiares."Cláudio Brandão

"Enquanto temos o hábito de reclamar das pequenascoisas do dia-a-dia, a Vera sempre se mostrou disposta,mesmo diante do pior dos quadros. Era o que maissurpreendia as pessoas. Aposentou-se contrariada, e foi aúnica vez que a vi chateada. Contava os dias para voltar enão para se aposentar. Percebíamos que sentia visívelprazer em abrir a sua casa para um churrasco ou para umapizza de tele-entrega e fazia todos os esforços para estarconosco, antes e depois da doença se agravar. A sua risadagostosa e contagiante ainda ecoa nos nossos ouvidos."Elenise Peruzzo dos Santos

8 Fevereiro | 2008

TTTTTererererermo de ademo de ademo de ademo de ademo de adesão e litigância de má-fésão e litigância de má-fésão e litigância de má-fésão e litigância de má-fésão e litigância de má-fé

Sentença do Juizado Especial Federal de Ribeirão Preto condenou fundistaem litigância de má-fé por intentar, mesmo já tendo assinado termo de adesãoem outro momento, ação cobrando expurgos inflacionários de planoseconômicos. No caso, o juiz entendeu que a lide era temerária pois tinha objetoidêntico ao termo de adesão já assinado resultando em falta de interesse deagir e sobrecarregava o Judiciário. Esclareceu o juízo que a gratuidade da justiça,deferida, não afasta a obrigação da parte no pagamento da multa: "...comrelação ao pedido de atualização monetária do saldo das contas vinculadas aoFGTS pelos índices inflacionários expurgados relativos aos períodos mencionadosna inicial, tendo em vista a notória ausência de interesse da parte autora napresente demanda, extingo o processo sem resolução do mérito, nos termos doart. 267, VI, do Código de Processo Civil... Defiro a gratuidade da justiça para aparte autora. Sem prejuízo, aplico, na oportunidade, a litigância de má-fé,combase no art. 17, inciso I, c.c. art. 18, ambos do CPC, tendo em vista que a parteaderiu ao acordo junto à CEF. Ora, se anuiu, se concordou e assim pactuou coma CEF, está-se diante de fato incontroverso. Por isso, reputo temerária a condutada parte em, após ter aderido a tal acordo, ajuizar ação com o objeto idênticoao do acordo em questão - a sobrecarregar em demasia o Judiciário, em açãode manifesta falta de interesse de agir. Por isso, comino ao(à) autor(a) multa de1% sobre o valor dado a causa, além de indenização num total de 10%, tambémsobre o valor dado a causa. Considero, ainda, que o fato da parte ser beneficiáriada Justiça Gratuita não a exime da aplicação de tal penalidade, vez que sãosituações distintas. Isto é, mesmo ao beneficiário da Justiça não é dado o direitode atuar temerariamente no processo ou mesmo deduzir pretensão contra fatoincontroverso (acordo pactuado com a CEF). Caso assim aja, seja ele beneficiárioda Justiça Gratuita ou não, sujeitar-se-á às penalidades decorrentes da litigânciade má-fé - que são garantias públicas do uso adequado e ético do direito deação...". (Proc. 2007.63.02.010069-3 - D.O.E 17/12/2007)

FaltFaltFaltFaltFalta de ra de ra de ra de ra de razazazazazoabil idade naoabil idade naoabil idade naoabil idade naoabil idade naexecução de vexecução de vexecução de vexecução de vexecução de valalalalaloreoreoreoreores ínfimoss ínfimoss ínfimoss ínfimoss ínfimos

Não tem interesse de agir a parte que pretendea execução de valor ínfimo, resultante da diferençade cálculos apresentados pela ré e cujo valor jáhavia sido depositado. No caso, a CAIXA haviaapresentado cálculo de correção monetária e juros,em ação de poupança, e depositado o valor devido.O autor encontrara diferença de centavos, razãopela qual executou o valor e multa supostamentedevida. A pretensão foi afastada pelo JuizadoEspecial Federal de Botucatu, tendo o juiz aplicadono caso o princípio da insiginficância, em sentençade 11/12/2007 (Proc. 2006.63.07.001347-7):"...autor pretende que a Caixa Econômica Federalseja intimada a pagar a ínfima diferença de R$ 0,33(trinta e três centavos), encontrada pelo autor noscálculos de liquidação, além de multa no valor deR$ 9,92 (nove reais e noventa e dois centavos),com fundamento no art. 475-J do CPC. Não hárazoabilidade no pedido. (...) Impressiona que oaparelho judiciário seja acionado para cobrar quantiatão insignificante, mesquinha até. (...) O pretor nãodeve cuidar de coisas mínimas. O princípio dainsignificância deve ser aplicado não apenas noDireito Penal (cum grano salis, é claro), mas tambémno Direito Civil, quando o custo da movimentaçãoda máquina judiciária é, como no caso, muitosuperior à própria expressão econômica do pedido(...)Ante o exposto, homologo os valoresapresentados e depositados pela CEF, e indefiro ocumprimento da sentença do valor remanescente,pelas razões acima alinhadas".

A Nova Etapa da Reforma do Código de Processo Civil,volumes 1 e 2.Autor: Cássio Scarpinella Bueno.Editora Saraiva, 2006. Volume 1, 345 páginas. Volume 2, 173 páginas.

Enquanto no volume 1 o autor aborda as novas regras impostas aosagravos retido e de instrumento e à execução, no volume 2 trata da novasistemática dos recursos, bem como da rejeição liminar da petição iniciale dos atos processuais. Chama atenção em tais obras a forma didática deexpor - analisa cada artigo alterado do Código de Processo Civil -, quetorna a leitura fácil e agradável, e nos permite realizar consultas e localizarassuntos sem dificuldades.

Elaboração

Jefferson Douglas Soares – JURIR/[email protected]

Sugestões dos colegassão bem-vindas.

Giuliano D'Andrea – REJUR/[email protected]

Colaboraram nesta edição:Fernanda Ongaratto – REJUR/PP

Reinaldo Cordeiro Neto – JURIR/CT

Fevereiro | 2008 9

A Lei 1.533/51 (mandado de segurança)determina que a sentença que concede asegurança está sujeita ao duplo grau de jurisdição(art. 12, parágrafo único). O §2º do art. 475 doCPC, por sua vez, exclui do duplo grau de jurisdiçãoa sentença proferida contra a União, Estados eMunicípios e suas autarquias, nos casos em que acondenação, ou o direito controvertido, for de valorcerto não excedente a 60 salários mínimos.

Vislumbra-se, num primeiro momento, que odispositivo do art. 475, §2º, não se aplica aomandado de segurança, pois: a) a sujeição dasentença que concede a segurança ao duplo graude jurisdição está expressa na Lei 1.533/51 -princípio da especialidade; b) o §2º do art. 475 falaem valor de condenação ou direito controvertido e,

VVVVValalalalalor da causa no mandador da causa no mandador da causa no mandador da causa no mandador da causa no mandado de seguro de seguro de seguro de seguro de segurança e reexame neceança e reexame neceança e reexame neceança e reexame neceança e reexame necessssssársársársársárioioioioio

no mais das vezes, o mandado de segurança tratade questões de "valor inestimável", razão pela qualse atribui valor na causa para cumprimento dosrequisitos do art. 282, do CPC e para efeitos fiscais.Nesse sentido: "é inaplicável ao mandado desegurança o § 2º do art.475 do CPC, inserido pelaLei 10.352/01, pois a regra especial, contida no art.12, parágrafo único, da Lei 1.533/51, prevalece sobrea disciplina genérica do Código de Processo Civil(art. 2º, § 2º, da LICC)." (STJ - REsp 788.847/MT,Primeira Seção, DJ de 05/06/2006).

Contudo, julgados recentes têm rejeitado oreexame necessário em mandados de segurançacom valor da causa não excedente a 60 saláriosmínimos, sob a alegação de que não haveriajustificativa para inaplicação do art. 475, do CPC,

com nova redação dada pela Lei 10.352/01, poisversa o dispositivo justamente em causas queenvolvem a Fazenda Pública. Nesse sentido: "Anão-aplicação do novo texto ao mandado desegurança significa um retrocesso, pois aremessa oficial, tanto no Código de ProcessoCivil quanto na Lei Mandamental, visa resguardaro mesmo bem, qual seja, o interesse público. Emassim sendo, a regra do art. 12 da Lei 1533/51deve ser interpretada em consonância com anova redação do art. 475 do CPC, que dispensa oreexame necessário nos casos em que acondenação não for superior a 60 saláriosmínimos". (STJ - REsp 687.216/SP, Rel. MinistroJOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em17.02.2005, DJ 18.04.2005 p. 234).

Novação e revisão de contrato extinto• "SFH. NOVAÇÃO. REVISÃO DE CONTRATO EXTINTO.

IMPOSSIBILIDADE.- Com a novação da dívida, passa avigorar o novo contrato, desaparecendo da esfera jurídicaa avença primitiva. Não se podendo, portanto, procederà revisão de cláusulas de contrato já extinto. Apelaçãoimprovida".(TRIBUNAL - QUINTA REGIAO. Classe: AC -Apelação Civel - 330882. Processo: 200284000055851.UF: RN Órgão Julgador: Primeira Turma. Data da decisão:07/10/2004. Documento: TRF500087321. DJ - Data::10/11/2004. - Página: 1049. Relator: Desembargador FederalFrancisco Wildo)

FGTS x Honorários• "(...) Revela-se indevida a condenação da CAIXA ao pagamento da verba honorária

nas ações relativas ao FGTS ajuizadas após o advento da MP 2.164/2001. Aplicaçãoao caso da decisão proferida pela Corte Especial deste Tribunal no Incidente deInconstitucionalidade 2001.33.00.014660-1, Rel. Desembargador Federal João BatistaMoreira, julgado em 29/06/2006. 2. Embargos infringentes a que se negaprovimento".(TRF1 - 2003.34.00.043169-9/DF, Rel. Desembargador Federal FagundesDe Deus, Terceira Seção, DJ de 14/12/2007, p.13)

Contrato de FIES e renegociação• "(...) Segundo exegese do art. 2°, § 5°, da Lei 10.260/2001, conclui-se que o

refinanciamento de débito decorrente de contrato de crédito educativo tem caráterdiscricionário, ou seja, a instituição financeira pode aceitar ou não proposta derenegociação segundo seu juízo de conveniência e oportunidade, desde que respeitadasas condições previstas nos incisos I e II do mencionado dispositivo de lei. Não háqualquer previsão legal que obrigue a Caixa Econômica Federal a aceitar proposta derenegociação formulada unilateralmente pelo devedor. (...) (STJ - REsp 949.955/SC, Rel.Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/11/2007, DJ 10/12/2007)SH. Saldo remanescente após execução extrajudicial.

Possibilidade de cobrança• "I. Inaplicável o rito da Lei n. 5.741/71 à execução de mútuo

vinculado ao Sistema Hipotecário. II. Destarte, arrematado oimóvel pela credora, e verificada, ainda, a presença de saldoa seu favor, a execução segue seu curso, até a satisfação daobrigação, em conformidade com a lei instrumental civil. III.Recurso conhecido e provido." (REsp 788571/PR, Rel. MinistroALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em13/02/2007, DJ 26/03/2007 p. 250)

Execução hipotecária e princípio da especialidade• Os embargos à execução de crédito hipotecário somente têm efeito suspensivo se

cumpridas as exigências dos incisos I e II do art. 5º da Lei n. 5.741/1971 (Art. 5º Oexecutado poderá opor embargos no prazo de dez dias contados da penhora e queserão recebidos com efeito suspensivo, desde que alegue e prove: I - que depositoupor inteiro a importância reclamada na inicial; II - que resgatou a dívida, oferecendodesde logo a prova da quitação.), porquanto este diploma legal, por ser especial,prevalece sobre a regra geral do art. 739, § 1º, do CPC. (REsp 754.736)

10 Fevereiro | 2008

Pauta do STF1.

2.

A voz dos clientesA Ouvidoria da CAIXA, pioneira nomeio bancário, atingiu a marca deum milhão de atendimentos. Opróximo passo, informa a empresa,é melhorar a qualidade dasrespostas dadas aos clientes,conforme o desafio estratégico nº 4.O advogado Paulo Roberto dosSantos, ouvidor da CAIXA, diz queos clientes têm fornecido vastomaterial para ajudar a melhorar osprocessos.

Sustentação oralA Emenda Regimental nº 20, aprovada peloSTF em outubro de 2006, estipula um prazomáximo de 30 minutos para a sustentaçãooral de cada uma das partes numa sessão,

independente do número de processos e deadvogados. Com isso, destaca a Folha de S.Paulo, é possível o julgamento em bloco de

milhares de casos. Até então, cadaadvogado tinha direito a 15 minutos deargüição, “o que na prática limitava as

sessões ao julgamento de três ou quatroprocessos”. Em apenas três julgamentos, em2007, o STF resolveu 10.316 ações repetidas,representando 8,5% das causas recebidas no

ano passado.

O exame da OABO exame da OAB é necessário, garantiu o

presidente da entidade, Cezar Britto. Docontrário, alertou, em pouco tempo haverá

mais de quatro milhões de advogados nopaís. Detalhe: existem 2,1 milhões em todo o

mundo. Britto comentava a decisão liminarda juíza Maria Amélia Senos de Carvalho, da23ª Vara Federal/RJ, que permitiu a inscrição

na Ordem de seis bacharéis reprovados.

Como a pauta do Supremo pode contribuir para uma Justiça mais ágil,rápida e eficiente? A meta é fácil, diz o professor Joaquim Falcão, professor deDireito Constitucional e membro do Conselho Nacional de Justiça. Ele sugere“incluir como prioridade da pauta os julgamentos que, provavelmente, possamreduzir os incidentes processuais, diminuir inumeráveis recursos e encurtar aduração dos processos”.

Falcão diz que são três os mecanismos à disposição do Supremo. O primeirosão as súmulas vinculantes. Mas é preciso produzir outras, além das três já

criadas, focando em questões de direito processual. O segundo é o direito aoprazo razoável do processo. Falta ainda “uma vigorosa cultura judicial edoutrinária de implementação”. E, por último, segundo Falcão, é preciso

priorizar os casos de litigância de má-fé e lide temerária, “dois institutosfundamentais e subutilizados pela magistratura”.

Contra o cigarroA Souza Cruz venceu a mais antiga açãoindenizatória movida no Brasil contra a indústria decigarros. O gaúcho José Martins, em ação de 1996,pedia R$ 200 mil por ter sido induzido a fumar pelapropaganda. Ele morreu durante o processo, dedoenças pulmonares. A Souza Cruz responde aoutras 508 ações, segundo informa a Veja.

Democracia citadinaEntre 13 e 16 de fevereiro, PortoAlegre vai sediar a Conferência

Mundial sobre oDesenvolvimento de Cidades -

Inovação Democrática eTransformação Social para

Cidades Inclusivas do Século 21.Mais de 500 personalidades de 30

países vão discorrer sobre suasexperiências de democracia einclusão social. Promovem o

evento as prefeituras de PortoAlegre e de Roma, o Ministério

das Cidades, a ConfederaçãoNacional dos Municípios, oGoverno do Estado do RS

e a CAIXA.

Receita do JudiciárioA intenção da presidente do STF, Ellen Gracie, é que os cortes por causa do

fim da CPMF não prejudiquem a melhoria na prestação de serviços nem aampliação do acesso à Justiça. Ellen argumenta que o Judiciário promove uma

arrecadação, por ano, maior do que o seu custo. Em 2006, por exemplo, foramarrecadados, por meio de execuções fiscais da Justiça Federal e outras fontes,

um total de pouco mais de R$ 13 bilhões, contra despesas de R$ 12,8 bilhões.

Fevereiro | 2008 11

Bacenjud avança2.1.

Faltou advogadoO STF arquivou ação em que um bacharel em Direito pediu para serinscrito na OAB sem fazer o exame. Motivo: o mandado de segurançafoi assinado pelo próprio autor, que não tem capacidade postulatória.

Justiça com cedilhaO Conselho Nacional deJustiça aprovou a Resoluçãonº 45, que padroniza osendereços eletrônicos doJudiciário. Já estavaminstituídos opadrão dosidentificadores e odomínio primário".jus". Há umainovação, agora, que permitea utilização de hífen e cedilha nagrafia dos endereços eletrônicos. Assim, otermo "justiça" pode ser escrito corretamente.Os tribunais terão 90 dias, a partir da data depublicação no DJ, para cumprir a medida.

Com 2,773 milhões de acessos, o sistema Bacenjud registrou em2007 um aumento de 100,62% em relação ao ano anterior. Boa

parte da explicação está no lançamento, no final de 2006, daversão 2.0, que permite desbloqueios de contas bancárias online.

Esta era uma reclamação de juízes preocupados com a demorapara reverter bloqueios equivocados.

Em fevereiro, será implantada mais uma etapa da versão 2.0.Com ela, o magistrado poderá também verificar quantas contas odevedor possui e quanto está depositado em cada uma delas.Conhecendo as disponibilidades financeiras do devedor antes dedeterminar o bloqueio, o magistrado pode evitar a interdiçãodesnecessária de valores em várias contas do mesmo devedor.

Pelé e as LoteriasPelé será o novo garoto-propaganda dasLoterias da CAIXA. Ele vai estrelar, também,a campanha da Timemania, modalidade queenvolve os clubes de futebol. De acordo coma revista Veja, a escolha foi definida háalguns anos, quando o jogador moveu um

processo contra a CAIXA por usoindevido de imagem. Segundo ojornalista Lauro Jardim, “antes dojulgamento final, a CAIXA propôsum acordo, que envolvia justamentesua participação em campanhas depublicidade”.

Toffoli no STFO advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, écandidato à primeira vaga que surgir no Supremo

Tribunal Federal, provavelmente à cadeira do ministroEros Grau, que pensa em se aposentar em 2009. A

informação é do jornalista Elio Gaspari, da Folha de S.Paulo. Toffoli iria para o Supremo aos 42 anos de idade.

“Biograficamente, seria o primeiro dos indicados porLula cuja carreira misturou-se com a história do PT.

Primeiro como seu advogado, depois como braço jurídicodo comissário José Dirceu na Casa Civil.”

Gustavo é o autorO texto “O mérito da Revista”,

publicado na contracapa da edição59 do Boletim da ADVOCEF, é de

autoria de Gustavo Maia, advogadoda CAIXA em Brasília. O nome“Augusto Maia”, impresso por

equívoco, também apareceindevidamente na matéria “Lançadanova Revista de Direito”, da página

5, em relação ao mesmo autor.

O e-STFDesde 9 de janeiro, funciona na 4ª Região o sistema e-STF, que

permite o envio dos recursos contra decisões dos JuizadosEspeciais Federais por meio totalmente eletrônico. Antes, era

necessário imprimir todo o processo para encaminhar o recurso.

O e-petA partir de 1º/2, o peticionamento eletrônico noSTJ se estenderá a todos os tipos de processos. Autilização do e-pet atende à demanda,aguardando a informatização total do processopara breve, de acordo com a Lei n. 11.419, de 19/12/2006.

Ano VII | Nº 060Fevereiro | 2008

FeneceuLeopoldo Viana Batista Júnior (*)

Você que agora está lendo esta crônica, eu quea escrevi e o Boletim em que será ela

publicada talvez nunca tenham existido, sequerexistam neste instante.

Por mais incrível que seja para alguns, há umnúmero significante de pensadores que acreditamque, depois desta, não há outra, nem melhor nempior. Simplesmente, não há.

Ora, se assim for considerado, certamente que após anossa morte simplesmente não saberemos que existimos. Nãoexistindo nada, porque nunca saberemos que existimos, estasnotas não foram escritas, não foram lidas, muito menospublicadas, apesar de, por algum espaço de tempo, quem as leuaté as considere como existentes, até sua própria morte.

Essa probabilidade é pensável. Fora da fé, que explica situa-ções não explicáveis e confirma o não comprovado, nada há,exceto a esperança que não passa de explicação para emprestar"sentido para a vida" de alguns.

Assim, o contrário da fé na inexistência - porque, ressalte-se,também não deixa de ser fé - chama-se, também, de fé. Fé numser superior; fé no sobrenatural, fé em que um dia seu pensa-mento em espírito obterá a vida eterna.

Sei não. Muitos indivíduos crêem que pela fé no seu Deus,independentemente da religião que sigam, ultrapassarão abarreira da morte física, pois viverão em seus espíritos. Emnome da fé de que possuem uma alma, e na certeza que se-rão julgados posteriormente por um ser misericordioso, prati-cam toda sorte de abusos e maldades contra seus semelhan-tes, descumprem princípios naturais ínsitos à criatura huma-na, disputam espaços a ferro e a fogo, passam suas vidas emcontínuo sofrimento, alguns "sob a espada de Dâmocles",outros, descem, enfim, aos mais negros porões por eles pró-prios escavados.

CRÔNICA

Pois bem, levando em consideração a primeira hipóte-se, aliás, bem provável, que tal nós pensantes, pelo me-nos, vivermos - mesmo na hipótese de que jamais saiba-mos disso - em colaboração, em harmonia, em paz, espe-cialmente com nossa própria e passageira consciência. Oser humano, enquanto animal que pensa existir, é natu-ralmente bom, principalmente quando foge de discus-sões religiosas rasteiras e ensinamentos vãos.

Atitudes positivas e compromissos com o bem comumindependem de inscrição em qualquer cadastro sobrena-tural.

Quem pensar diferente, já feneceu? FÉ NÉ CÉU!!??Sei não... Sei não.

(*) Advogado da CAIXAem Maceió/AL

A greve dosadvogados públicos

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Colegas prestamhomenagem póstuma

pág. 7

Advogado comparaduas experiências

pág. 6