economia, classes sociais epolítica - igepp · 6.1.1 marx: a história humana é a história da...

86
Economia, Classes Sociais ePolítica

Upload: phamthien

Post on 07-Feb-2019

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Economia, Classes Sociais ePolítica

Page 2: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

MARXISMO CLÁSSICO

É uma teoria explicativa da história É uma concepção filosófica

focaliza as relações de dominação econômica e política com base na propriedade privada dos meios de produção.

propõe um projeto de devir ou utopia: sociedade sem propriedade privada, portanto sem classes (comunismo)

propõe uma estratégia de mudança a revolução do proletariado

atribui um papel menor ao Estado é um epifenômeno, dependente da estrutura econômica.

Page 3: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O Pensamento Marxista Clássico

Conceitos-chave

a) Modo-de-produção: é o conjunto das forças

produtivas e das relações de produção que definem a organização econômica, social e política de uma época.

b) Relações de produção: são, essencialmente, as relações de propriedade e a forma com que a renda é distribuída entre os membros da sociedade.

Page 4: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O Pensamento Marxista Clássico

Conceitos-chave

c) Infra-estrutura: é a base

material da sociedade

(relações de produção

e as forças produtivas)

d)Superestrutura: é o

conjunto das

instituições políticas,

jurídicas e ideológicas,

dentre as quais se

inclui o ESTADO

e) Materialismo Histórico

• A base material da

sociedade determina,

em última instância, a

superestrutura (Política,

Direito, Ideologia)

• Obs: Até mesmo Marx e

Engels relativizaram o

determinismo

subjacente ao conceito

Page 5: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O Pensamento Marxista Clássico

Conceitos-chave

a) Luta de Classes: É o que move a história. Confronto derivado da exploração característica das

relações de produção, nas quais uma classe, detentora

dos meios de produção, usurpa o produto do trabalho

da classe que não detém os meios de produção, por

meio da mais valia.

b) Mais Valia: consiste no valor do trabalho não pago

ao trabalhador (exploração). É a base do lucro privado,

chave da luta de classes e da derrocada do

capitalismo. A competição capitalista pressiona a mais

valia.

Page 6: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O Pensamento Marxista Clássico O Estado do Manifesto Comunista

Entendido como instrumento da classe

dominante, cuja função é coordenar seus interesses, funcionando como mero “comitê da burguesia”.

• Estado=conjunto de instituições políticas que concentram o máximo da força impositiva e disponível em uma sociedade (violência concentrada e organizada). Representa o prolongamento do estado de natureza.

• Estado = serve com instrumento de classe. Com

o fim das classes não haverá razão para sua existência

Page 7: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O Pensamento Marxista Clássico • Sobre o Estado: uma visão mais sofisticada na obra

“O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte (1852)

• Estado seria capaz de dominar a sociedade civil e de restringir o poder da burguesia.

• O Estado é visto de um lado, como relativamente autônomo e; de outro, como um instrumento servindo interesses das classes dominantes.

• Concepção de Estado que leva em conta a sua dinâmica institucional interna, envolvendo uma interpretação sobre processos decisórios, centros de poder, burocracia, etc.

Page 8: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

IDÉIAS CENTRAIS DO PENSAMENTO MARXISTA

• R. ARON (1995) apresenta cinco idéias centrais do pensamento marxista fundadas na interpretação econômica da história:

• (i) As necessidades materiais de sobrevivência fazem com que homens entrem em relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade. Por isso, o movimento da história deve ser analisado a partir dessa estrutura material da sociedade (forças de produção, relações de produção), e não a partir do modo de pensar dos homens;

• (ii) Em toda a sociedade, pode-se distinguir a base econômica, ou infra-estrutura, e a superestrutura. A primeira é constituída pelas forças e relações de produção. A segunda, pelas instituições jurídicas e políticas, bem como os modos de pensar, as ideologias, as religiões e as filosofias;

Page 9: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

IDÉIAS CENTRAIS DO PENSAMENTO MARXISTA

Cont.

• (iii) O motor do desenvolvimento da história é a

contradição entre as forças e as relações de

produção (relações de classe);

• (iv) Emerge dessa contradição, a luta de classes,

uma vez que, nos períodos revolucionários, é

possível identificar uma classe associada às antigas

relações de produção e outra mais progressista,

ansiosa por novas relações de produção;

• (v) Há uma teoria das revoluções subjacente à

dialética das forças e das relações de produção;

Page 10: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

6. Teoria da História: materialismo histórico 6.1 Refuta a concepção idealista da História (Hegel, 1770-1831) a história humana é a história da mente humana, do espírito humano 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também o materialismo filosófico (Feuerbach, 1804-1872) 6.2.1 materialismo filosófico: (a) a atividade material é determinante da existência humana (b) toda a vida não material é subproduto da atividade material 6.2.2 Marx: o homem não é nem abstrato, nem anterior à sociedade. Nem a sociedade é abstrata. Existe uma relação dialética entre o sujeito (homem, sociedade) e o objeto (mundo material) esta relação é dinâmica: há um jogo ativo entre sujeito e objeto

Page 11: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

7. Materialismo Histórico 7.1 produção : é um ato históricopela atividade produtiva a ordem social é criada, reproduzida e continuamente recriada 7.2 necessidades humanas: não são exclusivamente biológicas, LOGO: não são fixas, nem imutáveis admitem subjetividade, sensibilidade homem as satisfaz, cria e recria 7.2.1 neste processo: desenvolve se intercâmbio criativo entre homem e natureza + homens entre si = PRAXIS SOCIAL 7.3 consciência humana: baseada na praxis social não é a consciência do homem que define o seu ser, mas sim o seu ser social que define a sua consciência 7.3.3 LOGO: a consciência humana é governada pela atividade humana: na sociedade e em interação com a sociedade

Page 12: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

7.4-sociedade: tem a sua base na infra estrutura: 7.4.1 modo de produção específico constituído pela totalidade (a) da forças de produção e (b) das relações de produção 7.5 a partir dessa base desenvolve se a superestrutura: sistema de relações sociais que abrange as esferas jurídica, política, filosófica, religiosa, etc 7.5.2 superestrutura: relaciona se com a infra estrutura através da mediação da estrutura de classes sociaisordena e legitima o sistema de dominação de classes da sociedade 7.5.4 superestrutura: idéias dominantes são idéias da classe dominante: a classe que é capaz de apropriar se tanto dos meios de produção material (econômica) quanto dos meios de produção intelectual

Page 13: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

7.5.5 superestrutura: admite idéias não dominantes, mas elas não se generalizam se não estiverem articuladas com as idéias dominantes 7.6 materialismo histórico: estágios de desenvolvimento da sociedade baseados em modos de produção específicos, com formas correspondentes para a superestrutura e para a estrutura de classes 7.6.1 modo de produção antigo 7.6.2 modo de produção feudal ....modo de produção asiático 7.6.3 modo de produção capitalista resultado de um processo multissecular de evolução histórica 7.6.6 o fator dinâmico é a contradição, em cada momento histórico, entre as forças de produção e as relações de produção

Page 14: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

7.6.7 contradição: se expressa historicamente pelo antagonismo de classes sociais: a luta de classes é o motor da história 7.7 Estado e politica: esfera da superestrutura política: expressão do conflito de classes 7.7.1 sociedade de classes: sociedade conflituosa, porque baseada na contradição e na alienação 7.7.2 Estado em sociedade de classesEstado de Classeaparato coercitivo da classe dominante 7.7.3 A coerção é o elemento essencial porque sem coerção o conflito se tornaria incontrolável 7.7.4 Mas a dominação não se limita à coerção: requer Consentimento Dominação com consentimento: hegemonia 7.7.5 Ideologia: elemento essencial para o consentimento e a hegemonia

Page 15: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo de Marx e Engels(1820-1895)

• Apesar dos antagonismos de classes serem mais evidentes na superestrutura (sociedade civil, Estado e demais relações), o que realmente importa é a base material, as relações materiais de existência, o resto é conseqüência disso;

• Revolução (ou período revolucionário): período de crise em que se chocam as relações e as forças de produção, provocando rupturas e transformações de alcance global na sociedade.

• A revolução: deve ser feita pela tomada do poder estatal (constituição de um novo Estado) e pela transformação de todas as instituições burguesas em proletárias, para tanto, é necessária a ditadura do proletariado (inicialmente não fazia parte do vernáculo marxista);

Page 16: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo de Marx e Engels • Características da ditadura do proletariado:

1. Governo representativo (voto universal) com

funções executivas e legislativas unificadas;

2. Exército popular;

3. Juízes e funcionários públicos eleitos,

altamente responsáveis;

4. Descentralização;

5. A ditadura do proletariado é transitória, apenas

uma passagem para a sociedade sem classes, o

comunismo. A função da ditadura é levar a

revolução a este estágio.

Page 17: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

V.I.LENIN (1870-1924) (Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo, 1917)

O Capitalismo Financeiro é a fase mais avançada do Capitalismo. A tendência seriam guerras

audestrutivas pelos novos mercados:

• Razão:

Rápida Concentração da Produção e Monopólios

e Cartéis;

Ampliação do Sistema Financeiro, concentrada

em poucas mega-instituições, que controlarão as

empresas e as matérias-primas

Page 18: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Lenin

Centra-se na Estratégia Revolucionária;

• Rejeita a ideia do Proletariado (ou da Classe Operária) como Classe Líder da Revolução;

• Propõe o Conceito de Vanguarda Revolucionária;

• A Revolução é Inevitável e deve ser violenta;

• A Burguesia reagirá com todas as forças (inclusive as Forças Armadas) à Revolução;

• Haverá um Ditadura do Proletariado;

• Esta requererá um Novo Estado Revolucionário.

Page 19: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

• O Estado Revolucionário será Responsável

pela Ditadura do Proletariado.

• Razões:

• 1. O Aparelho de Estado em uma Sociedade

Capitalista é um aparelho capitalista;

• 2. Será preciso um novo Estado

(Revolucionário ou Socialista) para lutar

contra a Burguesia;

• O resultado seria uma Democracia Operária

• Ditadura no sentido clássicoperíodo de

duração previamente estabelecida no qual

são usados poderes excepcionais para

alcançar objetivos dados.

Page 20: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Antonio

Gramsci – 1891/1937, Italia Contribuições Fundamentais

• Contribuição principal na concepção da sociedade civil como esfera vinculada à superestrutura da sociedade

• Estado significa muito mais do que o aparelho repressivo da burguesia; o Estado inclui a hegemonia burguesa na superestrutura (CARNOY, 1994)

• Ênfase na autonomia da política e do Estado em relação à base material, capaz, inclusive, de superar o elemento econômico.

Page 21: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O Estado Ampliado: Sociedade Política e

Sociedade Civil

Gramsci distingue na superestrutura duas esferas:

1. A sociedade política: definida como o “conjunto de aparelhos através dos quais a classe dominante detém e exerce o monopólio legal ou de fato da violência”, trata-se de “aparelhos coercitivos do Estado” em convergência com as análises de Marx.

2. A sociedade civil: designa um momento ou esfera da superestrutura definida como o conjunto das instituições responsáveis pela representação dos interesses dos grupos sociais e pela difusão de valores simbólicos e ideológicos.

A combinação entre sociedade política e civil é a combinação entre coerção e hegemonia.

Page 22: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci

• SOCIEDADE POLÍTICA

• Estado em sentido estrito. Estado-coerção.

• Conjunto de aparelhos coercitivos do Estado (burocracia executiva e policial-militar) por meio dos quais a classe dominante detém e exerce o monopólio legal ou de fato da violência, em convergência com as análises de Marx.

• Predomínio da Coerção

• SOCIEDADE CIVIL

• Designa um momento ou esfera da superestrutura formada pelo conjunto das organizações responsáveis pela elaboração e difusão das ideologias, composta pelo sistema escolar, Igreja, sindicatos, partidos políticos, organizações profissionais, organizações culturais (revistas, jornais, meios de

• comunicação de massa, etc).

• Predomínio da Hegemonia

Page 23: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

BLOCO HEGEMÔNICO o poder das classes

dominantes sobre todas as classes dominadas dentro

do modo de produção capitalista, é garantido

fundamentalmente pela "hegemonia"cultural que as

classes dominantes conseguem exercer sobre as

dominadas, através do controle do aparato ideológico

formado pelo sistema educacional, pelas instituições

religiosas e pelos meios de comunicação.

Com isso as classes dominantes "educam" os

dominados para que estes não apenas se subordinem

“naturalmente” à classe dominante, mas desenvolvam

um sentimento de identificação com elas, a favor de um

suposto "destino nacional".

O "bloco hegemônico“ consiste nesse amálgama de

todas as classes sociais em torno de um projeto

burguês.

Page 24: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Bloco Históricocomplexo de relações ordenadas entre estrutura e superestrutura (teoria e prática, matéria e idéias) configuração de um Bloco de Poder em um dado momento da História, exercendo sua hegemonia

As relações de força estão ligados à maneira como a sociedade é estruturada, ou seja, como é a base econômica, quais são as características desta, e como é formada a superestrutura, quais são e como são os elementos que a compõe – hegemonia, autoconsciência de classe e organização – e de que modo se estabelecem e operam as correlações de forças entre as classes.

Page 25: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci

• Hegemonia significa que a dominação de classe se baseia não apenas na coerção, mas também na imposição cultural e ideológica de uma classe sobre outra. Política é força e consenso.

• Conceito central em Gramsci, demonstrando que a luta de classes acontece em nível ideológico, político e cultural e que a revolução deve ser buscada gradualmente, explorando todos esses níveis para que se forme um consenso e uma hegemonia da classe trabalhadora.

Page 26: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci

Hegemonia (cont.)

• Instrumentação hegemônica da burguesia

capitalista avançada: parlamentarismo, partidos

liberal-democráticos, opinião pública com os

grandes órgãos de informação, apoio estrutural

do mercado e da organização fabril.

• Instrumentação hegemônica do proletariado:

conselhos operários, sindicatos, partido

revolucionário

Page 27: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci • Hegemonia (cont.)

• Crise de hegemonia: ocorre quando as

classes sociais se separam de seus partidos

políticos em razão de atos impopulares das

classes dirigentes ou do intensificado

ativismo político de massas anteriormente

passivas. Crise de autoridade por perda de

consenso em torno da classe dirigente.

• Surge o Bonapartismo ou o Populismo

Page 28: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci O PAPEL DO INTELECTUAL ORGÂNICO:

Tem vínculo de classe;

Contribui para a construção da hegemonia (é o processo pelo qual um grupo exerce o controle através de sua liderança moral e intelectual, sobre as outras frações da sociedade);

É necessário que a classe revolucionária desenvolva seus próprios intelectuais para poder construir uma contra-hegemonia.

• “a força verdadeira do sistema não reside na violência da classe dominante ou no poder coercitivo do seu aparelho de Estado, mas na aceitação por parte dos dominados de uma concepção de mundo que pertence aos dominadores. A filosofia de uma classe dominante atravessa todo o tecido de vulgarizações complexas para aparecer como ‘senso comum’: isto é, a filosofia das massas que aceitam a moral, os costumes e o comportamento institucionalizado da sociedade em que vivem”

O novo partido precisa de intelectuais novos.

Page 29: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

• Revolução Passiva designa a constante

reorganização do poder do Estado e sua

relação com as classes dominadas para

preservar a hegemonia da classe dominante e

excluir as massas de exercerem influência

sobre as instituições econômicas e políticas

Inovação introduzida pela burguesia para retardar

a Revolução Socialista;

Reformas para fingir mudanças: Antecipação de

Conquistas (Vargas,Bismarck)

Cooptação de Adversários (Circulação das Elites);

Marxismo Ocidental: Gramsci

Page 30: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci • 2.5 Outras categorias e conceitos

• Guerra de Movimentos: proposta clássica de enfrentamento armado direto e combativo para conquistar o Estado; Ataque Direto ou Revolução (Golpe)

• Guerra de Posições (4 elementos principais):

(i) ênfase nas especificidades locais;

(ii) contra-hegemonia;

(iii)consciência política coletiva;

(iv)partido de massa capaz de fornecer intelectuais orgânicos

Page 31: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci O MODERNO PRÍNCIPE

• Partidos políticos: importantes agentes políticos, pois possuem como tarefa primordial a criação de dirigentes capazes de dirigir um grupo social. Representam grupos sociais , defendem os interesses desses grupos, seja pelo equilíbrio com interesses alheios, seja pelo desenvolvimento do próprio grupo com o consentimento de outros.

• O partido é o "Príncipe Moderno" e é, antes de tudo, uma representação de classes com ação política. Tem caráter educativo, de agente internalizador de valores.

Há duas categorias de partidos: os constituídos pelos homens da elite ("homens de cultura"), cuja função é dirigir os demais partidos, e os formados pela não-elite – as massas – que servem unicamente como peça logística, totalmente manipulável pela elite.

Page 32: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Marxismo Ocidental: Gramsci O MODERNO PRÍNCIPE

• Os partidos, no exercício de sua função de polícia, podem ser progressistas – funcionam democraticamente – ou reacionários – agem burocraticamente, caso em que se tornam apenas executores de ações.

• Um partido, para existir, necessita de três elementos fundamentais:

o elemento difuso, formado pelos homens comuns, que são, por si só, apáticos, necessitando de liderança para terem ação política;

o elemento de coesão principal, composto por aqueles que exercem uma "força coesiva, centralizadora e disciplinadora"; e

o elemento médio, responsável pela articulação entre os dois primeiros elementos.

Page 33: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Para Gramsci, a sociedade civil estava na super-

estrutura; Marx a colocava na Infra-estrutura

Gramsci Sociedade Civil como o fator positivo e

decisivo no desenvolvimento histórico;

Estado tem papel fundamental na superação do

capitalismo, pois exerce a função fundamental

de Hegemonia;

Estado não é um mero aparato repressivo como

propunha Marx;

É preciso, portanto, compreender como o Estado

exerce sua função de Hegemonia

Page 34: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

MARXISMO CONTEMPORÂNEO

focaliza as relações de dominação econômica e política com base na propriedade privada dos meios de produção.

procura explicar a persistência do modo de produção capitalista

enfatiza o papel do Estado na reprodução das relações de exploração capitalista

a “autonomia” do Estado frente às determinações econômicas é um dos eixos centrais do debate

Page 35: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

O estruturalismo

O estruturalismo é uma corrente metodológica contemporânea cujo núcleo teórico está definido pelo conceito de estrutura “um todo que só pode ser compreendido a partir da análise de seus componentes e da função que estes cumprem dentro do todo.

A estrutura tem o caráter de uma totalidade na qual qualquer modificação de alguma das suas relações afeta o conjunto, já que a estrutura mesma está definida por suas relações, sua auto-regulação e suas possíveis transformações.

O conceito de estrutura parte da noção elaborada pela lingüística de F. de Saussure e é baseada no estudo da linguagem como sistema de signos. Daí estendeu-se a outras ciências sociais.

Como consequência de sua posição anti-historicista e anti-subjetivista e da própria concepção de estrutura, o estruturalismo é uma forma de anti-humanismo metodológico.

Page 36: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

L. ALTHUSSEUR, 1918/1990

• Defendeu a importância da superestrutura nenhum modo de

produção será capaz de sobreviver se não criar mecanismos de

reprodução das relações de produção

• Dois tipos de mecanismos assumem importância destacada: os

aparelhos repressivos do Estado (ARE) e os aparelhos

ideológicos do Estado (AIE);

• O papel do ARE está em garantir, por meio da força, as

condições políticas para a reprodução dessas relações de

exploração. Além disso, o ARE assegura pela repressão as

condições políticas do exercício dos AIE. Nesse sentido, é a

ideologia dominante que garante a harmonia entre o aparelho

repressivo e os aparelhos ideológicos do Estado.

• A unidade do ARE está assegurada por sua organização

centralizada, enquanto a unidade entre os diferentes AIE está

assegurada pela ideologia dominante, da classe dominante.

Page 37: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Aparelhos ideológicos do Estado (AIE): são instituições

distintas e especializadas, responsáveis por contribuir para a

manutenção do modo de produção capitalista, legitimando-o.

A maioria dos Aparelhos Ideológicos do Estado remete ao

domínio privado (igrejas, escolas, família, partidos, sindicatos,

imprensa, o sistema jurídico e cultural). Todos os aparelhos

ideológicos do Estado possuem o mesmo fim: reproduzir as

relações de exploração capitalista.

Nenhuma classe controla o poder do Estado sem fazer uso dos

aparelhos ideológicos do Estado para exercer sua hegemonia.

Por isso, os AIE são os meios e o lugar da luta de classes.

• A classe dominante monopoliza os ARE e é ativa nos AIE. A

violência e da ideologia estão presentes nos dois tipos de

aparelho. A diferença é a dosagem aplicada.

L. ALTHUSSEUR, 1918/1990

Page 38: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

N. POULANTZAS: 1936/1979,

Atenas/Paris Contribuições Fundamentais :

Em contraste com a visão funcionalista, POULANTZAS desenvolve uma teoria política do Estado Capitalista.

Identifica duas diferentes visões do Estado dentro da Teoria Marxista, uma que toma o Estado como um “sujeito” e a outra que o toma como uma “coisa”.

Parte da concepção de autonomia relativa do Estado, rejeitando ao mesmo tempo a visão do Estado-Coisa (concepção instrumentalista ) e a do Estado-Sujeito (autonomia absoluta).

Nestas duas visões as classes são concebidas como agindo de fora do Estado.

Page 39: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

N. POULANTZAS: 1936/1979,

Atenas/Paris Contribuições Fundamentais

POULANTZAS o Estado é na verdade uma “relação” com contradições internas. As contradições da luta de classes expressam-se nas contradições internas do Estado.

Onde o pluralismo vê uma realidade POULANTZAS vê uma das variações aa luta de classes: o “Estado, sua política, suas formas, suas estruturas, traduzem portanto os interesses da classe dominante não de modo mecânico, mas através de uma relação de forças que faz dele uma expressão condensada da luta de classes em desenvolvimento”.

Page 40: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

N. POULANTZAS: 1936/1979, Atenas/Paris Contribuições Fundamentais:

O aspecto burocrático, relativamente autônomo do Estado, consiste em deliberações, com barganhas em vários níveis entre grupos de pressão representativos de diversos interesses.

A autonomia relativa seria evidenciada pelas diversas medidas contraditórias, em termos de políticas estatais, resultantes dos interesses diversos das classes e frações hegemônicas no poder.

A derrota política da classe dominante não implica sua derrota enquanto classe própria desorganização da classe dominante implica um esforço por parte do Estado em reorganizá-la.

Page 41: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

N. POULANTZAS: 1936/1979,

Atenas/Paris Contribuições Fundamentais :

Identificação do Estado capitalista como parte das relações de classe na produção:

a)De um lado, no processo de produção capitalista promove a socialização das forças produtivas e a concentração do capital.

b)De outro, o Estado redefine os trabalhadores e os capitalistas, politicamente, como “sujeitos individuais” (e não coletivos), dificultando a emergência dA consciência de classe.

A especialização e centralização em um estado capitalista e seu caráter eletivo envolvem uma atomização do corpo político no que se conhece por “indivíduos”. As relações capitalistas de produção e o processo de trabalho criam um “quadro material de referência” no qual organizações e indivíduos devem funcionar.

Page 42: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

N. POULANTZAS: 1936/1979,

Atenas/Paris Elementos do Estado capitalista:

(i) relativa autonomia do Estado: caráter verdadeiramente político, composto por estruturas objetivas específicas, autônomas em relação à estrutura econômica, muito embora a autonomia seja relativa;

(ii) distinção entre sociedade civil e Estado

(iii) valores universalizados: autonomia é constituída pelo caráter de universalidade assumido por um conjunto de valores centrados na idéia de liberdade e igualdade formais.

Page 43: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

POULANTZAS: o papel do Estado

O Estado se insere nas e se define pelas relações de classe, ao mesmo tempo em que é um fator de coesão e regulamentação do sistema social no qual funciona (CARNOY, p.129).

O Estado constitui a unidade política das classes dominantes, mas também possui autonomia relativa em relação a tal ou qual fração e componente do bloco e em relação a certos interesses particulares.

Sua autonomia (relativa) se destina a assegurar a organização do interesse geral da burguesia. O Estado deve representar o interesse político, de longo prazo, do conjunto da burguesia.

Page 44: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

POULANTZAS:o papel do Estado

O Estado tem um papel de organização da burguesia ou da classe dominante e representa o interesse político do bloco no poder.

Bloco no poder: agrega as diferentes frações da

classe dominante em torno de uma ideologia que

legitime seu domínio.

Bloco no poder é a expressão política das

diferentes frações da classe dominante, que traduz

a ideologia dominante em ação concreta, como

práticas materiais, costumes e valores que agem

como cimento das relações sociais, políticas e

econômicas.

Page 45: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

POULANTZAS: as Massas

O Estado não é um bloco monolítico, mas um

campo estratégico. O fato de a esquerda assumir o

poder não significa que controla alguns aparelhos

do Estado e nem que controla os que detêm papel

dominante no Estado.

O papel do Estado frente às classes

dominadas Os aparelhos do Estado organizam e

unificam o bloco no poder e, ao mesmo tempo,

desorganizam e dividem as classes dominadas.

Page 46: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Entre a década de 1960 e a década de 1990, a

teoria marxista contemporânea passou a

focalizar a crise do Estado capitalista.

Page 47: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

FASES DO CAPITALISMO E O

“CAPITALISMO TARDIO”

1a. fase: capitalismo de mercado, entre 1700 e 1850,

quando o crescimento do capital industrial acontece no

âmbito dos mercados domésticos.

2a. fase: capitalismo monopolista, até aproximadamente

1960, quando se dá o esgotamento do 'boom' de

reconstrução pós-guerra, é marcada pelo desenvolvimento

imperialista dos mercados internacionais e pela

exploração dos territórios coloniais.

3a. fase: capitalismo tardio, que teria como elementos

distintivos a expansão das grandes corporações

multinacionais, a globalização dos mercados e do

trabalho, o consumo de massa e a intensificação dos

fluxos internacionais do capital.

Page 48: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

FASES DO CAPITALISMO E O

“CAPITALISMO TARDIO”

O “capitalismo tardio” teria entre suas principais características:

(a)uma enorme expansão da capacidade produtiva, baseada no

desenvolvimento tecnológico, resultando em superprodução;

(b) redução do emprego industrial (fenômeno por vezes

confundido com "desindustrialização") mediante transferência de

postos de trabalho para o setor terciário ("terceirização" das

atividades de apoio, não diretamente ligadas à produção

industrial);

(c) precarização do emprego, deslocando-se o centro de gravidade

da produção social da indústria para os serviços ("terciarização"

da economia).

O “capitalismo tardio” seria mais propriamente uma crise de

reprodução do capital do que um estágio de desenvolvimento,

uma vez que o crescimento do consumo (e portanto, da produção)

tornar-se-ia insustentável pela exaustão dos recursos naturais.

Page 49: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

ADAM PRZEWORSKI, 1940-

Adam Przeworski procura conciliar a abordagem marxista com o individualismo metodológico e considera as ações dos indivíduos como dotadas de sentido racional: as práticas dos sujeitos não são determinadas por forças estruturantes (economia, ideologia, classe social, etc.), mas resultam de escolhas entre alternativas disponíveis em contextos específicos (escolha racional).

Page 50: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

ADAM PRZEWORSKI, 1940- Características do Estado em qualquer

sociedade capitalista (1995, p. 97-98):

a) O Estado, normalmente, não atua como produtor direto de bens e serviços, mas, quando o faz, age como os atores privados

b) O Estado extrai seus recursos de uma economia cujas decisões se orientam segundo uma racionalidade privada;

c) Estado é obrigado a se preocupar com a acumulação, uma vez que ela é fonte de seus próprios recursos;

d) não possuindo fontes de poder por si próprios, os governos devem se preocupar com a garantia da legitimidade e, num regime democrático, devem buscar apoio popular, expresso eleitoralmente.

Page 51: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

ADAM PRZEWORSKI, 1940- (cont.)

A acumulação e a legitimação são os problemas

funcionais centrais de qualquer Estado em uma

sociedade capitalista. Logo, todas as políticas

públicas são entendidas como uma resposta às

necessidades de acumulação e legitimação.

OBJETIVO DO ESTADO NO CAPITALISMO

TARDIO: Maximizar a acumulação sem

prejudicar a preservação da legitimidade.

Page 52: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

CLAUS OFFE, 1940

A Crise do Estado Capitalista

Componentes do Estado

a) aparelhos institucionais

b) organizações burocráticas

c) normas e códigos formais e informais

constitutivos e regulamentadores das

esferas públicas e privadas da sociedade

Page 53: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Claus OFFE, 1940- Problemas Estruturais do Estado Capitalista (1974)

Contribuições Fundamentais:

O Estado é um sujeito político no sentido de que organiza a acumulação do capital e é também o local das primeiras crises do capitalismo avançado.

A política está essencialmente dentro do Estado Em regimes capitalistas democráticos, os governos promovem a melhoria das condições materiais dos trabalhadores, por meio de políticas públicas e regulações do mercado, dificultando o surgimento de uma verdadeira consciência da exploração capitalista entre os trabalhadores.

Page 54: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Claus OFFE, 1940- Contribuições Fundamentais:

Funcionamento do Estado nas sociedades capitalistas marcado por contradições:

a) crescente socialização da produção, mediante a incorporação do trabalho à produção, na forma de trabalho assalariado;

b) a continuidade da apropriação privada, mediante a extração do excedente pelos capitalistas

Page 55: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Crise do Estado Capitalista: OFFE Funcionamento do Estado nas sociedades capitalistas

Estado atua como um mediador das crises capitalistas, criando dois dilemas fundamentais:

1-“Qual é a relação do Estado com a classe dominante capitalista?

OU SEJA: como se garante que o Estado representará o interesse social do capital – a reprodução das relações sociais capitalistas de produção – enquanto, ao mesmo tempo, aparenta ser um árbitro neutro da concorrência entre os capitais e do conflito entre o capital e o trabalho?

2-Quais os limites que essa natureza impõe à sua capacidade de intervenção?

O Estado não pode parecer um representante do capital, em detrimento de sua base de apoio de massa.

Page 56: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Crise do Estado Capitalista: OFFE

Funcionamento do Estado nas sociedades capitalistas

Por que indivíduos que, em circunstâncias concretas, ocupam cargos no interior das instituições estatais implementam iniciativas orientadas para resolver as necessidades da reprodução capitalista?

1. Os governantes são compelidos a promover a acumulação e a assegurar a legitimação no seu próprio interesse institucional;

2. O Estado é organizado institucionalmente, no capitalismo, de um modo que o impede de tomar iniciativas que transformariam a natureza da economia.

Page 57: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Crise do Estado Capitalista: OFFE

Funcionamento do Estado nas sociedades capitalistas

O mercado não é uma instituição que se auto-reproduza perpetuamente, devido à sua vulnerabilidade à monopolização e à desmercantilização.

Por isso, o Estado deve substituir o mercado na função de alocar recursos para usos produtivos e de distribuir renda.

A função do Estado é reproduzir o capitalismo e esse é o objetivo das políticas públicas.

Page 58: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

A Natureza de Classe do ESTADO: OFFE

OFFE rejeita as teorias instrumentalistas (comitê executivo da burguesia, controle direto do Estado pelas classes capitalistas, via influência das corporações nas instituições governamentais e mediante a ameaça de greve de investimento)

OFFE rejeita também as teorias do constrangimento, que sustentam a impossibilidade de o Estado atuar como instrumento de qualquer interesse não capitalista.

É muito mais provável o Estado servir a algum interesse particular num dado momento específico, do que servir aos interesses da classe dominante no seu conjunto.

O interesse comum da classe dominante é melhor expresso nas estratégias do aparelho do Estado que não são iniciadas por interesses externos, mas sim, pelas próprias rotinas e estruturas formais da organização estatal. (CARNOY, 1994).

Page 59: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

OFFE: Limites à Autonomia do Estado

Derivam do problema de reconciliar os requisitos da acumulação

capitalista, de um lado, e da legitimação, por outro.

Por um lado o Estado deve assegurar que a força de trabalho seja empregável e empregada no mercado e que as unidades individuais do capital considerem lucrativo o emprego dessa força de trabalho.

Por outro, a taxa de lucro deve ser suficientemente alta para promover o investimento e a expansão econômica crescente.

OFFE o poder da classe capitalista não reside naquilo que seus membros fazem politicamente (interferir no processo decisório), mas reside no que seus membros podem se recusar a fazer economicamente (empregar e investir).

Page 60: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

OFFE: Limites à Autonomia do Estado

O conceito explicativo-chave é o do auto-interesse

institucional dos agentes do aparelho do Estado.

O Estado deve equilibrar acumulação e

legitimação, mas não pode dirigir ou suplantar a

acumulação privada devido aos seus limites

estruturais. Por isso, adota:

- Estratégias alocativas: Estado taxa, gasta, faz leis

e garante o cumprimento delas.

- Estratégias produtivas: Estado faz algum

ingresso físico na produção, onde o capitalista

falha em captar o valor total do produto.

Page 61: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

JAMES O’CONNOR, 1930-

A Crise Fiscal do Estado Capitalista, 1973

Contribuições fundamentais

Acrescenta à análise marxista a percepção de que a crise fiscal do Estado é uma forma da contradição geral entre o caráter social da produção e a propriedade privada e acaba por deslocar a luta de classes para a superestrutura e por mudar a sua natureza.

Enfatiza que a crise fiscal é parte da lógica do desenvolvimento capitalista: é o capital monopolista que necessita do Estado para cobrir os custos sociais da produção privada.

As dimensões da crise serão condicionadas pela produção e relações entre: (i) o capital das corporações,

(ii)o capital local e regional,

(iii) os empregados e dependentes do Estado,

(iv) os contribuintes das classes trabalhadoras.

Page 62: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

JAMES O’CONNOR, 1930-

Contribuições fundamentais

Ao contrário de OFFE, ele não se preocupa com as contradições internas dos aparelhos administrativos do Estado.

Mas enfatiza:

(i) contradições inerentes à extração de impostos para subsidiar a acumulação do capital e legitimar o desenvolvimento capitalista;

(i) as contradições funcionais do processo de trabalho no seio dos aparelhos do Estado.

Page 63: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

JAMES O’CONNOR, 1930-

Contribuições fundamentais Defende a idéia de que a fusão da base econômica com a superestrutura política no mundo atual estendeu a luta de classes da esfera da produção direta para a esfera da administração do Estado, transformando as formas de luta. O Estado não é mais capaz de conter essas lutas em relações formalizadas entre os sindicatos de trabalhadores, os operários, os clientes e as agências estatais. O Estado intervém a fim de burocratizar, enclausurar e administrar o conflito de classes, regulando as relações entre o capital e o trabalho.

Page 64: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

JAMES O’CONNOR, 1930-

Contribuição específica de O’Connor:

• Nem sempre são conciliáveis a legitimação e a

acumulação A legitimação é cara e seu custo

se expressa (pesa) na acumulação.

• A crise fiscal é intrínseca ao Estado

Capitalista o autor argumenta que, sob todos

os aspectos – estabilidade tributária,

administrativa, e acumulação de capital - , a

acumulação de capital social e despesas

sociais são ações irracionais.

Page 65: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

Agora faça os exercícios sobre

o tema. Bom estudo!

Page 66: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

1- (ESAF\Gestor\2008) Q. 54- Uma das mais importantes matrizes da ciência política tem como foco de sua atenção as relações entre a economia, as classes sociais e a política. Selecione entre os enunciados a seguir o único que está INCORRETO, de acordo com os postulados dessa vertente.

a) O Estado é o complexo das atividades práticas e teóricas com o qual a classe dominante não apenas justifica e mantém a dominação, como procura conquistar o consentimento ativo daqueles sobre os quais ela governa.

b) Na ordem capitalista, a individualização e a privatização da sociedade dependem do exercício do poder das grandes corporações, que separam as pessoas de suas classes sociais baseadas na produção, e as isolam, como estratégia de luta para manter a hegemonia e o controle do Estado.

Page 67: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

c) No Estado capitalista, ocorre uma constante reorganização do poder do Estado e da sua relação com as classes dominadas, para preservar a hegemonia da classe dominante e excluir as massas de exercerem influência sobre as instituições econômicas e políticas.

d) A unidade do poder do Estado é estabelecida por meio de uma cadeia de subordinação de certos aparelhos a outros e da dominação de um aparelho ou ramo do Estado, o qual cristaliza os interesses da fração hegemônica sobre os outros ramos ou aparelhos, centros de resistência de outras frações do bloco no poder.

e) A persistência das relações de classes capitalistas não é determinada pelo controle direto da classe capitalista sobre os mecanismos reprodutivos do Estado ou pelas atividades do Estado autônomo.

Page 68: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

2- (ESAF\Gestor\2003) Q.42- Entre as opções a seguir, qual não pode ser considerada como pertencente à tradição de análise que tem como foco as relações entre economia, classes sociais e política.

a) Uma ordem na qual um certo modo de vida e de pensamento é dominante, na qual um conceito de realidade é difundido por toda a sociedade, em todas as suas manifestações e todas as relações sociais, particularmente em suas conotações morais e intelectuais.

b) Um dos grandes níveis superestruturais, a sociedade civil, consiste no conjunto dos organismos privados e engloba o conjunto do intercâmbio material dos indivíduos, no interior de um estágio determinado de desenvolvimento das forças produtivas.

c) O Estado é o complexo das atividades práticas e teóricas com o qual a classe dominante, além de justificar e manter a dominação, procura conquistar o consentimento ativo daqueles sobre os quais ela governa.

d) O poder deveria ser incapaz de toda violência; e quanto à riqueza, nenhum homem deveria ser tão opulento para poder comprar outrem e nem tão pobre para ser constrangido a vender a si próprio.

e) Transformações podem advir porque a situação de bem-estar está ameaçada pelo egoísmo estreito de uma classe rival, ou porque a miséria se tornou intolerável e não há força visível na velha sociedade capaz de restabelecer a normalidade por meios legais.

Page 69: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

3- (ESAF\APO\2003) Q.05- Uma longa e profícua tradição teórica na Ciência Política tem como foco as relações entre economia, classes sociais e política. Examine os postulados abaixo, apresentados por autores que se tornaram clássicos nessa tradição, e indique o único INCORRETO.

a) As crises econômicas poderiam criar as condições para a crise da hegemonia pelo fato de colocarem a burguesia, através do Estado, na posição de cometer sérios equívocos na maneira de lidar com os problemas econômicos e ao executar reformas.

b) No capitalismo avançado o Estado se torna tão intimamente envolvido com o processo de acumulação que a acumulação privada torna-se uma função da atividade burocrática do Estado e do conflito político organizado.

c) Embora o processo de produção capitalista, na sociedade civil, defina a formação de classes, o Estado atua redefinindo trabalhadores e capitalistas politicamente, enquanto sujeitos individuais, isolando-os, e depois recoletivizando-os sob a égide do Estado-Nação.

Page 70: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

d) A fusão da base econômica com a superestrutura política

na era atual estendeu a luta de classes da esfera da

produção direta para a esfera da administração do Estado, e

padronizou as formas de lutas, de modo que o Estado fosse

capaz de controlá-las e contê-las em relações formalizadas.

e) Especialmente através da escola, o Estado desempenha

uma posição esmagadoramente importante quanto aos

efeitos na reprodução do próprio sistema de produção e

suas instituições “privadas”, tanto na reprodução da força

de trabalho como na das relações de produção.

Page 71: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

4- (ESAF\STN\2002) Q. 43- Antonio Gramsci foi um dos pensadores contemporâneos que trouxe mais relevantes contribuições ao pensamento marxista. Entre as idéias desse autor, NÃO SE INCLUI a seguinte formulação:

a) A política deve ser entendida como uma atividade autônoma em relação à infra-estrutura econômica.

b) A sociedade civil não se situa na esfera da infra-estrutura, mas da superestrutura, ao lado da sociedade política ou Estado.

c) A destruição do Estado burguês é essencial para qualquer transformação revolucionária e essa destruição só tem como acontecer via confronto armado, já que o Estado é o braço armado da burguesia.

d) O êxito da revolução socialista depende da sua capacidade para conquistar os fatoresque compõem a chamada “superestrutura”, especialmente o conjunto de valores e normas da sociedade.

e) O conceito crucial é o de hegemonia, compreendido como dominação consentida, ou seja, o predomínio da classe dominante sobre a classe subalterna na sociedade civil.

Page 72: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

5- (ESAF\Gestor\2002) Q. 46- Indique a OPÇÃO CORRETA em relação ao pensamento Marxiano.

a) A superestrutura e a infra-estrutura exercem igual poder de determinação sobre o conflito de classes sociais e sobre a dinâmica do processo de transformação da estrutura produtiva.

b) Os elementos da infra-estrutura, como o sistema de classes sociais, as forças produtivas e o governo, determinam a superestrutura (modo de produção).

c) As instituições jurídicas, políticas, familiares e educacionais integram a infra-estrutura da sociedade, mediante a qual se estabelecem e se consolidam os valores que regem a vida coletiva.

d) Para que haja revolução é preciso que ocorram as condições objetivas, ou seja, a tomada de consciência pelo proletariado, também definida como “consciência para si”.

e) Para que a revolução de classe possa ocorrer é indispensável que as condições objetivas e subjetivas se manifestem simultaneamente.

Page 73: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

6- (ESAF\Gestor\2002) Q. 48- Não é um elemento

central na estratégia definida por Gramsci como

“Guerra de Posições”:

a) Bloco Histórico

b) Ênfase nas especificidades locais

c) Contra-hegemonia

d) Consciência Política Coletiva

e) Partido de Massa capaz de formar intelectuais

orgânicos

Page 74: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

7- (ESAF\Gestor\2002) Q. 49- Indique, entre os

elementos abaixo, aquele que POULANTZAS NÃO

CONSIDERA característico do modo de produção

capitalista:

a) Dependência do capitalismo em relação ao

Estado para se reproduzir.

b) Autonomia relativa do Estado, visando o

interesse do capitalismo.

c) Ausência de legitimidade do Estado.

d) A estrutura econômica é determinante da

estrutura política.

e) A classe trabalhadora é o sujeito da História,

sendo a luta de classes a mola propulsora desta.

Page 75: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

8- (ESAF\Gestor\2002) Q. 50- Indique qual das

proposições abaixo NÃO PODE SER CONSIDERADA

CONSISTENTE COM O PENSAMENTO DE LENIN.

a) A existência do Estado prova que os antagonismos

de classe são insustentáveis.

b) Após a revolução socialista, o Estado desaparecerá

naturalmente, pois as classes deixarão de existir.

c) Numa sociedade sem classes o Estado torna-se

desnecessário e impossível.

d) Após a ditadura do proletariado haverá a instalação

do comunismo.

e) No comunismo, prevalecerá a máxima: a cada um

segundo suas aptidões, a cada um segundo suas

necessidades.

Page 76: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

9- (ESAF\Gestor\2002) Q. 51- Claus Offe NÃO

CONSIDERA FUNDAMENTAL no Estado

contemporâneo:

a) Aparelhos institucionais

b) Organizações burocráticas

c) Normas formais e informais

d) Regulação democrática

e) Atividade produtiva

Page 77: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

10- (ESAF\Gestor\2002) Q. 52- Assinale a opção que NÃO É UMA DAS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO em uma sociedade capitalista segundo O’Connor.

a) O Estado não se engaja diretamente na produção mas, quando o faz, age como os atores privados.

b) As empresas privadas, assim como o Estado, têm uma função social, que deve ser colocada em prática sempre que possível.

c) O Estado extrai seus recursos de uma economia cujas decisões se orientam segundo uma racionalidade privada.

d) O Estado é obrigado a se preocupar com a acumulação do capital, uma vez que essa é a fonte única de seus próprios recursos.

e) Não possuindo fontes de poder por si próprios, os governos devem se preocupar com a garantia de legitimidade e, num regime democrático, devem buscar apoio popular, expresso eleitoralmente.

Page 78: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

11 (ESAF\STN\2002) Q. 47- Considerando as contribuições de Nicos Poulantzas, Claus Offe e O’Connor ao pensamento marxista, assinale a OPÇÃO INCORRETA.

a) Uma das principais inovações de Poulantzas é a identificação do Estado capitalista como parte das relações de classe na produção. Enquanto o processo de produção capitalista promoveria a socialização das forças produtivas (trabalho) e a concentração do capital, o Estado redefiniria os trabalhadores e os capitalistas, politicamente, como sujeitos individuais, dificultando, assim, a emergência de uma verdadeira consciência de classe capaz de mobilizá-los para a revolução.

b) Poulantzas questionou a concepção marxista tradicional sobre o Estado capitalista, de acordo com a qual este era o “comitêexecutivo” da classe dominante (burguesia). Para este autor seria possível identificar a existência de conflitos de interesse no seio da classe dominante, entre o que ele chamou de “frações de classe”. Na medida em que o Estado capitalista atuaria para manter a dominação burguesa, este necessariamente disporia de uma “autonomia relativa” frente acada uma das diferentes frações da classe dominante.

Page 79: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

c) Offe inovou em relação ao pensamento marxista tradicional ao propor que o proletariado, quando tomasse o poder, adotasse medidas socialistas. A ditadura do proletariado, porém, deveria ser uma ditadura de classe, não de partido ou grupo, o que significaria uma ditadura baseada “na participação ilimitada e ativa da maioria do povo, na democracia ilimitada”.

d) O’Connor acrescenta à análise marxista a percepção de que a crise fiscal do Estado é uma forma da contradição geral entre o caráter social da produção e a propriedade privada e acaba por deslocar a luta de classes para a superestrutura e por mudar a sua natureza. Enfatiza que a crise fiscal é parte da lógica do desenvolvimento capitalista: é o capital monopolista que necessita do Estado para cobrir os custos sociais da produção privada.

e) Offe percebeu que em regimes capitalistas democráticos os governos freqüentemente promoviam a melhoria das condições materiais dos trabalhadores, por meio de políticas públicas e regulações do mercado, o que dificultava o surgimento de uma verdadeira consciência da exploração capitalista entre os trabalhadores.

Page 80: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

12- (ESAF\Gestor\2000) Q. 25- A moderna teoria marxista distingue as seguintes funções fundamentais desempenhadas pelo Estado contemporâneo, EXCETO:

a)A abolição das leis que possam interferir com a produção capitalista.

b)A criação das condições materiais genéricas da produção (infra-estrutura)

c)A determinação e salvaguarda do sistema geral de leis que compreendem as relações dos sujeitos jurídicos na sociedade capitalista

d) A regulamentação do conflito entre trabalho assalariado e capital.

e) A segurança e expansão do capital nacional total no mercado capitalista mundial.

Page 81: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

13- (ESAF\Gestor\2000) Q. 26- Identifique, entre as

afirmativas abaixo, aquela que NÃO SE REFERE AO

PENSAMENTO DE LÊNIN.

a)A história de todos os países prova que a classe

operária, contando unicamente com suas forças,

consegue chegar somente a uma consciência de

que é necessário se unir em sindicatos.

b)Lênin se destaca ao propor um conjunto de

instrumentos ideológico-organizacionais para

transformar a realidade, como o partido político,

atuando através de sua vanguarda revolucionária,

utilizando-se do centralismo democrático.

Page 82: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

c)No programa econômico leninista enfatiza-se a

conquista do poder a fim de promover um rápido

desenvolvimento da industrialização sob o controle

do Estado.

d)Segundo Lênin, a fase da industrialização e do

capitalismo poderia ser evitada pela Ditadura do

Proletariado, dirigida pelo Partido Comunista, que

antecederia o fim do Estado e a instauração do

comunismo.

e)Para Lênin, a guerra para a divisão de mercados

seria o inevitável desfecho da objetiva

impossibilidade do capitalismo de expandir o

próprio mercado interno até torná-lo capaz de

absorver uma produção sempre crescente.

Page 83: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

14-(ESAF\Gestor\2000) Q. 28- Uma das principais contribuições de Gramsci para a teoria política foi:

a)A idéia de que as condições sociais objetivas não são suficientes para que ocorra uma revolução.

b)A concepção de que a super-estrutura está completamente subordinada à infra-estrutura.

c)A valorização de aspectos relacionados à super-estrutura, a partir da disseminação de valores e do convencimento, capazes de modificar o substrato cultural existente e de influir na ação política.

d)A hipótese de que o substrato cultural não é suficiente para permanecer ao longo do tempo.

e)A proposição de que o papel do moderno Príncipe é unificar as forças políticas com vistas a refundar o Estado de Direito.

Page 84: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

15- (ESAF\Gestor\2000) Q. 29- Para O’Connor, a crise de legitimação do Estado é essencialmente uma crise fiscal. Em relação a esse conceito, marque a única opção INCORRETA.

a)Existe uma incapacidade da autoridade política para enfrentar a situação contraditória dos interesses do grande capital e da força de trabalho marginal, existentes dentro do corpo social.

b)As despesas públicas não conseguem prover a distribuição de recursos que satisfaça as aspirações de uma parcela cada vez maior de indivíduos.

c)A crise fiscal, junto com a crise de legitimação, revela-se como uma crise social e, em particular, como uma crise do Estado de segurança social.

d)A ênfase de O’Connor recai sobre as despesas públicas e sobre a forma como estas articulam a sociedade e o Estado.

e)A análise de O’Connor privilegia as estruturas institucionais do Estado dentro das quais se toma a decisão sobre o nível adequado das despesas públicas

Page 85: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

16- (ESAF\Gestor\2000) Q. 30- Para Offe, as funções do Estado com relação à estrutura econômica revelam subordinação da autoridade política à lógica dos processos produtivos. Acerca do pensamento de Offe, NÃO SE PODE FAZER A SEGUINTE AFIRMATIVA:

a)O Estado cria um clima favorável às condições materiais de reprodução (proteção do trabalho e segurança social).

b)As atividades do sistema político com relação às necessidades de reprodução da força de trabalho confirmam a lógica do mercado.

c)O Estado estimula a criação de motivações consentâneas com o processo de trabalho (estabilização da família).

d)O Estado assegura a regulamentação da oferta da força-trabalho.

e)A intervenção do Estado é complementar à permutabilidade da força-trabalho como mercadoria.

Page 86: Economia, Classes Sociais ePolítica - IGEPP · 6.1.1 Marx: a história humana é a história da autocriação do homem: é resultado da sua atividade produtiva 6.2 Refuta também

GABARITO:

1-B 13-D

2-D 14-C

3-D 15-E

4-C 16-B

5-E

6-A

7-C

8-B

9-D

10-B

11-C

12-A