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A defesa não as refuta porque são evidentes Setor de serviços cai 3,4% nos últimos 12 meses Pág. 2 Trump ganha o repúdio na ONU de todos os 54 países da África Trabalhadores preparam greve dia 19/2 em defesa da Previdência Há mais provas de que Lula roubou do que peixes no mar Embaixadores de todos os países africanos na ONU condenaram os comentários “escandalosos, racistas e xe- nófobos” do presidente dos EUA Donald Trump – que insultou o Haiti e nações africanas como “buracos de merda” durante uma reunião na Casa Branca - e exigiram uma retratação e pedido de desculpas. Os em- baixadores se solidarizaram ainda com o Haiti e outros países agredidos. Em nome da União Africana, o porta-voz Ebba Kalondo classificou os impropérios de “francamente racistas” e disse que “não são apenas alarmantes para a União Africana por sua natu- reza racista, mas porque diante da verdade histórica do grande número de africanos que che- garam aos EUA como escravos, afronta todos os comportamen- tos e práticas hoje aceitos”, completou Kalondo. P. 7 Manifestação nos EUA condenou Trump ter chamado África e América Latina de “buracos de merda” 17 e 18 de Janeiro de 2018 ANO XXVIII - Nº 3.600 Morre Victor Ampílov, líder do Movimento Rússia dos Trabalhadores As centrais sindicais CGTB e CSP Conlutas, e entidades de servidores públicos estão convocando os trabalhadores de todo o país para irem às ruas contra o assalto à Previdência. “O governo e o Congresso Nacional, cheios de corruptos, estão querendo votar no dia 19 de fevereiro o desmonte da Previdência social. Querem acabar com a sua aposentado- ria. Não aceitamos esse crime. Portanto convocamos a todos os companheiros de todo o território nacional; Greve Geral dia 19 de fevereiro! Se botar para votar, o Brasil vai parar”, conclama o presidente da CGTB, Ubiraci Oliveira. P. 5 O juiz federal Leonardo Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói, negou, na segun- da-feira, mais um recurso pedido pela Advocacia Geral da União (AGU) para que ele reconsiderasse sua decisão anterior. Em outra derrota do governo, o juiz federal Vladi- mir Vitovsky do TRF-2 tam- bém negou liminar a outro recurso da AGU. Página 3 Temer perde 2 vezes e Justiça mantém filha de Jefferson de fora A Petrobrás anunciou na segunda-feira a conclusão da entrega de fatias nas áreas de Lapa e Iara, no pré-sal da Bacia de Santos, para a Total, no valor de US$ 1,95 bilhão. Agora, já somam 20 tenebrosas transações fir- madas com a empresa fran- cesa, do cartel internacional do petróleo. Página 2 Repetindo Dilma, governo Temer passa 2 campos do pré-sal a múlti Ciro: país quer um ficha-limpa na presidência “Nesse momento no Brasil quase todos os políticos cen- trais estão enrolados, quase todos e eu não”, afirmou o ex- governador Ciro Gomes. “E a campanha está pedindo alguém ficha limpa, experiente, com história política que possa ser examinada”, acrescentou. P. 3 Nas bancas toda quarta e sexta-feira 1 REAL BRASIL Banco Mundial frauda números para interferir na política chilena Paul Romer, economista- chefe do Banco Mundial re- conheceu que banco fraudou os dados do Chile no relatório “Fazendo Negócios” por “mo- tivações políticas” . Página 7 Na democracia, a lei é para todos. Se o ex-presidente for inocentado, roubar passa a ser direito de todos preciso ser muito cínico, sem nenhum apego à ver- dade – e, portanto, sem nenhum respeito pelos outros – para dizer que “não há provas contra Lula” ou que o juiz Moro o condenou “sem quaisquer provas”. No entanto, é a esse grau de mentira que os lu- listas desceram, a uma semana do julgamento de Lula no TRF- 4. Se existe algo que não falta, nas 260 páginas da sentença de Moro sobre Lula, são provas. Os lulistas sabem disso. Tanto assim que nem ao menos ten- taram contestar uma só prova exposta por Moro. Preferem dizer que as provas não existem do que tentar refutá-las. Como se isso as fizesse desaparecer. Naturalmente, fazem isso por- que não querem se emendar, reivindicando para seu chefe um privilégio inédito na legislação brasileira: o direito de roubar. Mais especificamente: o mono- pólio da impunidade no roubo ao dinheiro público. Página 3 O líder revolucionário Victor Ampilov esteve na linha de frente da luta contra a traição de Gorba- chov e Yeltsin que levou à dissolução do regime socia- lista e desmembramento da União Soviética. De- nunciou as privatizações e a entrega das riquezas aos oligarcas russos. Página 6 Reprodução AFP

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Page 1: A defesa não as refuta porque são evidentes Há mais provas ......A defesa não as refuta porque são evidentes Setor de serviços cai 3,4% nos últimos 12 meses Pág. 2 Trump ganha

A defesa não as refuta porque são evidentes

Setor de serviços cai 3,4% nos últimos 12 mesesPág. 2

Trump ganha o repúdio na ONU de todos os 54 países da África

Trabalhadores preparam grevedia 19/2 em defesa da Previdência

Há mais provas de que Lula roubou do que peixes no mar

Embaixadores de todos os países africanos na ONU condenaram os comentários “escandalosos, racistas e xe-nófobos” do presidente dos EUA Donald Trump – que insultou o Haiti e nações

africanas como “buracos de merda” durante uma reunião na Casa Branca - e exigiram uma retratação e pedido de desculpas. Os em-baixadores se solidarizaram ainda com o Haiti e outros

países agredidos. Em nome da União Africana, o porta-voz Ebba Kalondo classificou os impropérios de “francamente racistas” e disse que “não são apenas alarmantes para a União Africana por sua natu-

reza racista, mas porque diante da verdade histórica do grande número de africanos que che-garam aos EUA como escravos, afronta todos os comportamen-tos e práticas hoje aceitos”, completou Kalondo. P. 7

Manifestação nos EUA condenou Trump ter chamado África e América Latina de “buracos de merda”

17 e 18 de Janeiro de 2018ANO XXVIII - Nº 3.600

Morre Victor Ampílov, líder do Movimento Rússia dos

Trabalhadores

As centrais sindicais CGTB e CSP Conlutas, e entidades de servidores públicos estão convocando os trabalhadores de todo o país para irem às ruas contra o assalto à Previdência. “O governo e o Congresso Nacional, cheios de corruptos, estão querendo votar no dia 19 de fevereiro o desmonte da Previdência social. Querem acabar com a sua aposentado-ria. Não aceitamos esse crime. Portanto convocamos a todos os companheiros de todo o território nacional; Greve Geral dia 19 de fevereiro! Se botar para votar, o Brasil vai parar”, conclama o presidente da CGTB, Ubiraci Oliveira. P. 5

O juiz federal Leonardo Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói, negou, na segun-da-feira, mais um recurso pedido pela Advocacia Geral da União (AGU) para que ele reconsiderasse sua decisão anterior. Em outra derrota do governo, o juiz federal Vladi-mir Vitovsky do TRF-2 tam-bém negou liminar a outro recurso da AGU. Página 3

Temer perde 2vezes e Justiçamantém filha deJefferson de fora

A Petrobrás anunciou na segunda-feira a conclusão da entrega de fatias nas áreas de Lapa e Iara, no pré-sal da Bacia de Santos, para a Total, no valor de US$ 1,95 bilhão. Agora, já somam 20 tenebrosas transações fir-madas com a empresa fran-cesa, do cartel internacional do petróleo. Página 2

Repetindo Dilma, governo Temer passa 2 campos do pré-sal a múlti

Ciro: país quer um ficha-limpa na presidência

“Nesse momento no Brasil quase todos os políticos cen-trais estão enrolados, quase todos e eu não”, afirmou o ex-governador Ciro Gomes. “E a campanha está pedindo alguém ficha limpa, experiente, com história política que possa ser examinada”, acrescentou. P. 3

Nas bancas toda quarta e sexta-feira

1REAL

BRASIL

Banco Mundial frauda números para interferir na política chilena

Paul Romer, economista-chefe do Banco Mundial re-conheceu que banco fraudou os dados do Chile no relatório “Fazendo Negócios” por “mo-tivações políticas” . Página 7

Na democracia, a lei é para todos. Se o ex-presidente for inocentado, roubar passa a ser direito de todos

preciso ser muito cínico, sem nenhum apego à ver-dade – e, portanto, sem nenhum respeito pelos outros – para dizer que “não há provas contra Lula” ou que o juiz Moro o condenou “sem quaisquer provas”. No entanto, é a

esse grau de mentira que os lu-

listas desceram, a uma semana do julgamento de Lula no TRF-4. Se existe algo que não falta, nas 260 páginas da sentença de Moro sobre Lula, são provas. Os lulistas sabem disso. Tanto assim que nem ao menos ten-taram contestar uma só prova exposta por Moro. Preferem dizer que as provas não existem

do que tentar refutá-las. Como se isso as fizesse desaparecer. Naturalmente, fazem isso por-que não querem se emendar, reivindicando para seu chefe um privilégio inédito na legislação brasileira: o direito de roubar. Mais especificamente: o mono-pólio da impunidade no roubo ao dinheiro público. Página 3

O líder revolucionário Victor Ampilov esteve na linha de frente da luta contra a traição de Gorba-chov e Yeltsin que levou à dissolução do regime socia-lista e desmembramento da União Soviética. De-nunciou as privatizações e a entrega das riquezas aos oligarcas russos. Página 6

Reprodução

AFP

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2 POLÍTICA/ECONOMIA 17 E 18 DE JANEIRO DE 2018HP

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Após leilão de Libra, Total avança sobre pré-sal levando Lapa e Iara

Em doze meses, setor de serviços cai 3,4%, diz IBGE

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Nilson Araújo repele ataques do Banco Mundial contra a universidade pública

Atividade econômica continua no fundo do poço, segundo BC

CNC: aumenta o número de famílias endividadas em 2017

Temer e Parente entregaram não só 35% de participação no campo de Lapa, mas também a operação para a mútl francesa

Ha-Joon Chang

Campo de Iara na Bacia de Santos, Total leva 22,5% da Petrobrás

A Petrobrás anun-ciou na segunda-feira (15) a conclu-são da entrega de

fatias nas áreas de Lapa e Iara, no pré-sal da Bacia de Santos, para a Total, no valor de US$ 1,95 bi-lhão. Agora, já somam 20 tenebrosas transações firmadas com a empresa francesa, do cartel inter-nacional do petróleo.

No campo de Lapa, Temer e Parente vão entregar não só 35% de participação, mas tam-bém a operação, ficando a Petrobrás com míseros 10% da área. A anglo-ho-landesa Shell, também do cartel internacional do petróleo, permanece com 30% e a sino-espanhola Repsol-Sinopec, com 25%. A produção neste campo teve início em dezembro de 2016, com capacidade de 100 mil barris por dia.

Já na área de Iara - que contém os campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu -, a Petrobrás vendeu 22,5% de sua par-ticipação, permanecendo como operadora. A nova composição do consórcio passou a ser a seguinte: Petrobrás (42,5%), Shell (25%), Total (22,5%) e Petrogal (10%). A previsão de início de produção é para o segundo semestre deste ano, em Sururu/Berbigão, com 150 mil barris diários, e em 2019 em Atapu.

Os campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu estão sujeitos a acordos de unitização com a área denominada Entorno de Iara, sob regime de ces-são onerosa, na qual a Petrobrás detinha 100% de participação.

“Com a concretização da aliança estratégica com a Petrobrás, que acontece após a recente decisão de investimento para o de-senvolvimento em larga escala do campo gigante de Libra, operado pela Petrobrás e no qual a Total é parceira, a Total consolida sua presença no Brasil, em uma das bacias

mais prolíferas do mundo, tendo como diferencial a sua expertise em águas profundas. Estamos par-ticularmente satisfeitos por sermos a primeira major a operar um campo em produção no pré-sal brasileiro”, comemorou Patrick Pouyanné, prin-cipal executivo da Total.

Além da venda de ati-vos por US$ 1,95 bilhão, o “acordo” inclui uma linha de crédito de US$ 400 milhões.

Em sua política de “de-sinvestimento”, a Petro-brás já vendeu para a Total uma participação de 50% na Termobahia, incluindo as térmicas Rô-mulo de Almeida e Celso Furtado.

No pré-sal, além de Lapa e Iara, a Petrobrás já vendeu o campo de Car-cará para a norueguesa Statoil, seguindo a política de privatização pelas bei-radas, iniciada com Dilma, quando do leilão do campo de Libra, o maior do mun-do, com reservas estima-das entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo bruto. Nele entraram a Total e a Shell, com o mesmo peso da Petrobrás (40%).

A política de “desinves-timento” da Petrobrás pre-tende arrecadar US$ 19,5 bilhões entre 2017 e 2018.

A “aliança estratégica” com a Total anunciada em março de 2017 é similar à aliança firmada com a norte-americana Exxon-Mobil. A Petrobrás é a empresa que tem maior expertise em produção no pré-sal. Não ganha nada se aliando com transna-cionais, que fazem parte de um cartel privado. En-quanto a Petrobrás é es-sencial ao desenvolvimen-to do Brasil, Exxon e Total representam o contrário, ou seja, são um entrave ao nosso desenvolvimen-to. Portanto, a política de Temer/Parente de aliança com essas empresas não passa de entreguismo e submissão ao capital es-trangeiro.

VALDO ALBUQUERQUE

O professor e econo-mista Nilson Araújo des-montou os argumentos do Banco Mundial sobre a educação pública uni-versitária no Brasil em entrevista concedida à Rá-dio Independência Brasil.

Ao final do ano passa-do, a instituição divulgou um relatório em que reco-mendava expressamente a contenção dos gastos públicos e o enxugamen-to do Estado. E propôs que os drásticos cortes começassem pelo ensino superior público.

“O relatório do Banco Mundial reproduz um mito muito difundido aqui no Brasil e que se manifesta nas três afir-mações centrais do rela-tório: a primeira, de que o setor público gasta de-mais nas universidades; a segunda, que se gasta mal, ou seja, é ineficiente; o terceiro, que o sistema público de educação é injusto, pois privilegia os ricos em detrimento dos pobres”, introduziu o professor.

Respondendo à primei-ra afirmação do relatório, Nilson fez um comparati-vo com o gasto anual por aluno em diversos países do mundo.

“Aqui no Brasil, gas-

tamos 3.400 dólares por aluno em um ano. No Chile, apesar da expan-são da rede privada, o investimento é de 4.300 dólares por estudante. Na França, esse valor cresce para 10 mil dólares e na Alemanha, para 12 mil dólares”. Para ele, isso apenas prova que o Brasil está “longe de gastar de-mais”, pois o gasto é, em média, inferior até mesmo a países com menor grau de desenvolvimento.

“Em resumo: no Bra-sil, se gasta com as uni-versidades públicas ape-nas 38% do que é gasto em média nos países do OCDE. 28 nações com maior, igual e menor de-senvolvimento”.

O argumento do Banco Mundial de que o Brasil gasta mal com as universi-dades públicas se dá atra-vés da comparação com os gastos nas universidades privadas.

“Ora, o ensino público é melhor que o particular. A começar pela dedicação dos professores, que é 85% integral nas públicas, en-quanto nas privadas é de apenas 25%. Enquanto nas privadas apenas 20% do corpo é formado por professores-doutores, nas públicas essa percenta-

gem é em média de 40%, chegando a 80% nas mais tradicionais”, diz o eco-nomista.

“Nas universidades públicas se investe em pesquisa – em torno de 90% da pesquisa científica no Brasil é oriunda das universidades públicas. Se gasta mais para manter uma universidade pública que uma privada, mas é porque está se investindo em pesquisa. Os hospitais universitários são exem-plos disso: Qualifica-se melhor o médico em for-mação e atende-se à comu-nidade gratuitamente”.

Por último, a questão de “justiça” para o Banco Mundial, que se justifica com o dado de que 65% dos estudantes das pú-blicas provêm de famílias ricas – e por isso, seria justo a cobrança de men-salidades.

“Isso não é verdade. Dados das próprias uni-versidades dizem que 51% dos estudantes em média proveem de famílias com renda per capta até 3 sa-lários mínimos. A univer-sidade precisa ter acesso democratizado, claro, mas esse dado não é verdadeiro e essas famílias não têm condição de pagar mensa-lidades”, afirmou Nilson.

O Banco Central divul-gou na segunda-feira(15) o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de novembro em relação a outubro, com uma va-riação de apenas 0,49%, praticamente ZERO. No acumulado de janeiro a novembro, a economia continua no fundo do poço, com uma variação de 0,97%. O índice do BC é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) apurado pelo IBGE.

Esses resultados vêm na sequência de três anos de retração da economia. Em 2014, o Produto In-terno Bruto variou +0,5%, em 2015 teve uma queda brutal de 3,5%, repetindo o desastre em 2016 com 3,6% de encolhimento. Confirmando-se a estima-tiva do governo do PIB de 2017 em 1,1%, estaremos acumulando, ainda, mais de 6,0% de retração no período.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzi-dos no país. Já o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de servi-ços, além dos impostos, di-ferente do índice divulgado pelo IBGE, ainda que seja considerado uma “prévia” do PIB.

A economia brasileira em vários momentos no

Em novembro, o setor de serviços teve uma variação de 1,0% em relação a outubro, na série com ajuste sazonal, após recuar -0,8% em outubro e -0,1% em setembro. Na comparação com novembro de 2016, série sem ajuste sazonal, o volume de serviços ficou negativo em -0,7%. Em doze meses, o setor de serviços no país caiu -3,4%.

A Pesquisa Mensal de Serviços produz indicadores que permitem acompanhar o setor de serviços no país, nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação.

Os serviços prestados no país prova-velmente fecharam 2017 em queda, diz Roberto Saldanha, analista da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, ao divulgar o resultado do setor na sexta-feira (12). Será o terceiro ano seguido de quedas. O setor já havia recuado 3,6% em 2015 e 5% em 2016.

Em doze meses, com exceção de serviços de transportes e correio, todos os itens re-gistraram queda, como Serviços prestados às famílias (-0,9%), que inclui alojamentos e alimentação; Serviços de informação e comunicação (-2,8%) e Serviços profissio-nais, administrativos e complementares (-7,4%), além de Outros Serviços (-8,2%).

A crise e o desem-prego fizeram com que o percentual de famílias endividadas no Bra-sil alcançasse 60,8%, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados na segunda-feira (15).

Apesar de esse per-centual ter crescido 0,6% em 2017, Temer e equipe continuam afirmando que o país superou a crise inicia-da no governo petista. Segundo apurado não muito precisamente pelo IBGE, cerca de 24 milhões de pessoas

vivem hoje no Brasil em situação de desem-prego e subemprego e estão impedidas de arcar com as suas dí-vidas.

A parcela de famí-lias que declarou não ter condições de pagar suas contas em atra-so aumentou no ano passado em relação a 2016 1,1%, chegando a 10,2% do total.

Reféns dos abutres do sistema bancário, a inadimplência com o cartão de crédito foi a de maior freqüência, como sempre, no ano passado: sendo citada por 76,7% das famílias.

O economista Ha-Joon Chang, professor de eco-nomia da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, autor do livro Chutando a Escada: A Estratégia do Desenvolvimento em Pers-pectiva Histórica (Editora Unesp) e 23 Coisas que não nos Contaram sobre o Capitalismo – Como Recons-truir a Economia Mundial (Editora Cultrix), esteve no Brasil e comentou os erros da política econômica do atual governo e do governo Dilma Rousseff. Para ele “o Brasil está experimentando uma das maiores desindus-trializações da história da economia”.

Em entrevista à jorna-lista Regiane Oliveira, do jornal El Pais, ele criticou a hipocrisia dos países ricos. “Quando olhamos para os países ricos, em sua maio-ria, eles praticam o livre comércio. Por isso, é comum pensarmos que foi com esta receita que eles se desen-volveram. Mas, na realida-de, eles se tornaram ricos usando o protecionismo e as empresas estatais. Foi só quando eles enriqueceram é que adotaram o livre comér-cio para si e também como uma imposição a outros Estados”, denunciou.

“O nome do meu livro, Chutando a escada, faz re-ferência a um livro de um economista alemão do sé-culo XIX, Friedrich List, que foi exilado político nos Estados Unidos em 1820.

Ele critica a Inglaterra por querer impor aos EUA e à Alemanha o livre comércio. Afinal, quando você olha para a história inglesa, eles usaram todo o tipo de prote-cionismo para se tornar uma nação rica. A Inglaterra di-zendo que países não podem usar o protecionismo é como alguém que após subir no topo de uma escada, chuta a escada para que outros não possam usá-la novamente”, acrescentou.

“As pessoas têm que en-tender como é séria a redu-ção da indústria de transfor-mação no Brasil. Nos anos 80 e 90, no ponto mais alto da industrialização, esse setor representou 35% da produção nacional. Hoje não é nem 12% e está caindo. O Brasil está experimentando uma das maiores desindus-trializações da história, em um período muito curto. O país tem que se preocupar. E eu não estou dizendo nada novo. Muitos econo-mistas latino-americanos já levantavam o problema da dependência de commodi-ties primárias na década de 1950 e 1960. Quando você é dependente de commodities primárias há uma tendência de que o preço dos produtos caia no longo prazo em com-paração com os produtos manufaturados. Além disso, os países dependentes de commodities não conseguem controlar seu destino”, pros-segue o autor.

“O Governo de Dilma ca-

nalizou vários subsídios em alguns setores em particular. Mas isso só foi necessário por conta da política de alta taxa de juros, uma vez que as companhias brasileiras não conseguem competir no mercado global de outra forma. Não sei todos os de-talhes. Mas sei que houve erros, corrupção. As metas governamentais também foram determinadas de for-ma equivocada…sempre privilegiando a estabilidade macroeconômica. Já o de-clínio da indústria não foi considerado um problema. Focou em ações como Bolsa Família, mas sem prestar atenção em dar um upgrade na economia”, disse.

Para economista coreano, Brasil vive a maior desindustrialização de sua história

passado, conseguiu sair de PIBs, até muito baixos, e recuperar de um ano para outro percentuais superio-res a 5% de crescimento, até por anos seguidos.

O que fica provado é que Dilma e Temer fizeram uma opção de atender aos bancos, arrochando toda economia para manter os juros nas alturas. Os estragos mais evidentes resultantes desses PIBs são os mais de doze mi-lhões de desempregados,o abandono dos serviços de saúde, educação e segu-rança, o endividamento das famílias, com um es-garçamento nunca visto do tecido social.

Para piorar, a indústria, que é o carro chefe do desenvolvimento de qual-quer economia sadia, foi o setor atingido com maior violência nesse processo, com quedas muito acima das registradas pelo PIB. A recessão iniciada em 2014 no governo Dilma levou a produção indus-trial brasileira no ano se-guinte ao maior recuo em 12 anos, uma retração de 8,3% em 2015 e em 2016, a uma queda de 6,6%. E em 2017, continuou no fundo do poço. É uma farsa ou mediocridade o governo querer comemorar algu-ma coisa com esses resul-tados.

Div

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ação

A Polícia Federal indiciou o ex-prefei-to de São Paulo, Fer-nando Haddad, pelo crime de caixa dois na campanha eleitoral de 2012. O inquérito é um desdobramen-to da Operação Lava Jato, que teve início após a homologação do acordo de colaboração premiada de Ricardo Pessoa, sócio da UTC, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O empreiteiro, um dos envolvidos no es-quema armado pelo PT, PMDB e PP para roubar a Petrobrás, contou à força-tarefa que, após as eleições de 2012, foi procurado por João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT, que pediu a ele que pa-gasse uma despesa de R$ 3 milhões com uma gráfica de um homem

chamado de Chicão. O valor final ficou em R$ 2,6 milhões.

Os colaboradores não souberam dizer quem era Chicão, mas a PF descobriu que ele era Francisco Carlos de Souza, ex-deputado estadual pelo PT.

Segundo o inquéri-to, a UTC fez contratos de fachada ou superfa-turados e “criou uma engenharia criminosa para fabricar dinheiro ilícito”, para “poder pagar os valores ajus-tados junto a atores do cenário político”.

Além do ex-prefeito, a PF também indiciou Vaccari Neto, o coorde-nador de campanha de Haddad Chico Macena, Francisco Carlos de Souza e mais três pes-soas ligadas à gráfica que prestou serviços para a campanha.

PF indicia ex-prefeito, Vaccari e ex-deputado

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3POLÍTICA/ECONOMIA17 E 18 DE JANEIRO DE 2018 HP

Provas existem muitas; são oslulistas que tentam escondê-las

Ao mesmo tempo reclamam que com Temer e Aécio é diferente, que existem muitas provasCiro Gomes: “vender um

país é canalhice mesmo, é corrupção de alto coturno”

Gleisi falou para uma plateia muito pequena no Parque Farroupilha

Ato em Porto Alegre por Lula foi um fiasco

Claiton Dorneles/JCPré-candidato à Presidência pelo PDT

Pinel: Gleisi confunde ‘Luca’ com Lula

PF abre inquéritos contra ex-ministros peemedebistase petistas de Lula e Dilma

Brasileiras protestam contra Gilmar Mendes em Lisboa

Reprodução/JC

Bolsonaro insulta repórter, o país e a família

O ato público reali-zado sábado (13) pelo PT em Porto Alegre em defesa de Lula, que será julgado pelo Tribunal Re-gional Federal da 4ª Re-gião (TRF-4) no próximo dia 24, não teve boa acei-tação. Chamado de “Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato”, o evento no Parque Farroupilha teve a presença da presiden-te do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

Apesar de ter sido cha-

mado de “o centro das atenções” entre os atos promovidos em alguns Estados, a manifestação na capital gaúcha estava esva-ziado, com poucas palmas e respostas do público aos gritos de “eleição sem Lula é o quê?” vindos do palco entre um discurso e outro.

O partido buscava se aproveitar do movimento diante do Monumento ao Expedicionário, bas-tante intenso nos finais de semana em função do Brique da Redenção, feira tradicional, no entanto, os

transeuntes preferiram se afastar e nem a militância partidária compareceu.

Os políticos presen-tes no evento, como os deputados federais Pepe Vargas e Maria do Rosá-rio, ambos do PT gaúcho, e a vice-presidente do PCdoB, Abgail Pereira, esbanjaram ataques ao Judiciário. Condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro no processo do tri-plex, Lula terá sua ape-lação julgada pelo TRF4, sediado em Porto Alegre.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), divul-gou no twitter, no sába-do (13), que Lula havia sido homenageado pela torcida do clube alemão Bayern de Munique. A senadora publicou a ima-gem de uma faixa, que mostraria a homenagem. No entanto, na faixa em que ela havia lido “Forza

Lula”, estava escrito, na verdade, “Forza Luca”.

Luca Fanesi é um tor-cedor italiano que se en-contra em coma após se ferir durante confusão entre torcidas de dois ti-mes italianos, em novem-bro do ano passado. Ele tem sido homenageado em estádios ao redor do mundo desde então.

G l e i s i p u b l i c o u

“SHOW DE TORCIDA!! Um apaixonado por fute-bol como @LulapeloBrasil merece mesmo o carinho e a homenagem de tor-cedores no mundo todo. Recebi esta imagem, que mostra uma faixa “FOR-ZA LULA” na torcida do Bayern de Munique, ontem, na partida contra o Bayer Leverkusen, pela Liga Alemã”.

Temer sofre duas derrotas na Justiça num dia e posse de Cristiane continua suspensa

O governo Temer foi a nocaute em duas ten-tativas na Justiça para emplacar a posse de Cris-tiane Brasil no Ministério do Trabalho.

O juiz federal Leonar-do Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói, que havia negado a posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho, negou, na segunda-feira (15), mais um recurso pe-dido pela Advocacia Geral da União (AGU) para que ele reconsiderasse sua decisão anterior. A indicação de Temer para atender Roberto Jeffer-son, ex-condenado pelo mensalão do PT, já havia sido impedida por decisão do juiz Couceiro. A posse continua suspensa.

Em outra derrota do governo, o juiz federal Vla-dimir Vitovsky do TRF-2 negou em liminar mais uma tentativa da AGU, desta vez um pedido para que os processos sobre o

caso fossem julgados pela 1ª Vara Federal de Magé (RJ). Ele não só negou o pedido como determinou que todos os processos sobre o caso ajuizados em Magé, Terezópolis, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Campos e Macaé sejam transferidos para Niterói.

Os processos foram apresentados após reve-lação de que a deputada tinha sido condenada em processo trabalhista por não assinar carteira de trabalho e não pagar di-reitos trabalhistas a dois motoristas contratados por ela. O chefe da tropa de choque de Eduardo Cunha e atual ministro de Temer, Carlos Marun, tinha afirmado que ela se-ria nomeada de qualquer jeito. Parece que Marun deu com os burros n’água.

Cristiane ainda foi alvo de uma terceira ação tra-balhista, da empregada doméstica Sebastiana Benjamim, de 2003, que

trabalhou na casa da de-putada na Praia do Fla-mengo, na zona sul do Rio. Era faxineira, arrumava a casa, passava roupas e cozinhava. Segundo a ação, Cristiane não fazia o recolhimento de suas contribuições previden-ciárias. Em 2005, houve uma audiência de concilia-ção entre a empregada e Cristiane, que reconheceu os direitos de Sebastiana e combinou um pagamento de R$ 500 para que o processo fosse arquivado.

O PTB esteve na base aliada de Dilma e conti-nuou no governo Temer. Jefferson foi aliado do PT, tendo sido preso depois de confessar que recebeu R$ 4 milhões para apoiar o governo Lula. Agora, o PTB de Jefferson quer o Ministério do Trabalho em troca dos votos que faltam para o governo tentar aprovar sua pro-posta contra a Previdên-cia Social pública.

“Nesse momento no Brasil quase todos os políticos centrais estão enrolados, quase todos e eu não”, afirmou o ex-governador Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre. “E a campanha está pedindo alguém ficha limpa, experiente, com história política que possa ser examinada”, acrescentou o pedetista.

Sobre a situação de Lula, Ciro comentou que torce para que ele seja absolvido. E, so-bre a improvável candidatura do petista ao Planalto, o ex-governador acrescentou que “a candidatura dele - e digo isso com muito carinho e respeito -, é um desserviço a ele e ao Brasil. A ele, porque jamais vai replicar o extraordinário governo que fez. Ao País, porque, se ele for candidato, não se tem mais debate sobre o futuro da nação. É ódio e paixão em relação ao Lula, e projetará por não sei quantos anos esse negócio que está arrebentando com o País. Isso é o que eu penso, e dói em mim”.

Ciro Gomes criticou as privatizações que, segundo ele, são roubos. “Esse negócio de vender um país não é neoliberalismo. Isso é canalhice pura e simples”, alertou. “Quan-do a gente pega três hidrelétricas de Minas Gerais, e vende para o capital estrangeiro, o que acontece é que você entrega o regime de águas do país para o capital estrangeiro. Não é algo ideológico, é corrupção mesmo, de alto coturno”, argumentou. “Se tem uma quadrilha no poder no Brasil, isso eu sei bem quem são. Michel Temer (PMDB), Eliseu Padilha (PMDB), Geddel Vieira Lima (PMDB), Moreira Franco (PMDB), isso é tudo quadrilheiro. É bandido”, acrescentou.

“O País comigo vai tomar a deliberação de crescer, e o Banco Central perseguirá menor inflação a pleno emprego”, assinalou. “Onde estamos que o presidente da República pode ser qualquer um, mas o do BC não pode ter interferência? Evidente que não haverá interferência politiqueira e demagógica, mas vou buscar que os preços se comportem em favor da produção, da parcimônia e do trabalho, e não do consumismo populista. O câmbio tem de estimular a produção, e a taxa de juros será estressada para ficar abaixo da rentabilidade média dos negócios. Inflação boa é inflação zero”, disse Ciro.

“Vocês estão falando com o próximo pre-sidente do Brasil, esperem para ver. Eleição majoritária é resolvida de véspera”, frisou.

(Ler mais na página do HP (www.hora-dopovo.org.br)

A entrevista de Jair Bolsonaro a jornal “Fo-lha de S. Paulo” esta se-mana, revelou de forma cristalina que o depu-tado não passa mesmo de um espantalho nes-sas eleições. Não tem o menor desconfiômetro e nem respeito pelos cidadãos e cidadãs brasi-leiras. Muito menos pela repórter que o entrevis-tou. Perguntado sobre o uso do auxílio moradia - mesmo tendo aparta-mento em Brasília - ele respondeu que usava o dinheiro para “comer gente”. “Como eu es-tava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio moradia eu usava pra comer gente”, expeliu o deputado.

Não satisfeito com a baixaria e o desrespeito com a repórter, o covar-dão repetiu a justifica-tiva, que Lula e demais petistas frequentemen-te têm dado para seus ilícitos. Argumentou

que a irregularidade re-presentava muito pouco dinheiro. Na visão dessa gente, roubar pouco pode. “O Brasil, com 14 milhões de desem-pregados, roubalheira bilionária, a Petrobras afundada, vocês vêm me encher o saco por causa de um auxílio-moradia de R$ 3 mil”, argumen-tou o picareta.

E aí, ele acrescenta outra pérola muito fre-quente no Brasil dos últimos anos: “todo mundo faz isso”. Por que eu não posso fazer também? Esse argu-mento toda hora é usa-do pelos safados que, como ele, fazem parte da atual e apodrecida elite política brasileira, boa parte dela inves-tigada e denunciada pela Lava Jato. O de-putado acha normal usar auxílio moradia mesmo tendo imóvel em Brasília. Isso tem nome. Chama-se pouca

vergonha. A mesma coisa em

relação aos impostos. Os assalariados têm seus impostos descon-tados em folha, não es-capam do leão. Já Bol-sonaro, um fanfarrão que, por desequilíbrio, foi afastado das FFAA, confessa, sem a menor cerimônia que sone-ga “tudo o que pode”. “Quando eu falei que sonegava... quem hoje em dia e no passado nunca se indignou com a sua carga tributária? Quem quer ter seguran-ça tem que fazer o quê? Segurança particular, quem quer ter saúde, tem que colocar o filho em escola particular...educação. Quem quer ter saúde, precisa ter um plano”, confessou. “Hoje o povo, como um todo, só não sonega o que não pode, e é uma verdade isso daí. Eu, represen-tando o povo”, finalizou.

SÉRGIO CRUZ

“A gente pede pra Deus levar o senhor pro inferno”, disparou uma das brasileiras em Lisboa, Portugal, contra o mais impopu-lar ministro do Supre-mo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

Gilmar tentou igno-rar as mulheres com um sorriso amarelo e desconcertado, sem res-ponder nada. As mulhe-res não saem do pé de Gilmar e filmam a cena.

E continuam: “O se-nhor é de uma injustiça imensurável”; “O se-

nhor não tem vergonha do que o senhor faz pelo o País?”.

O vídeo começou a circular pela internet no sábado (13). No Brasil, Gilmar Mendes solta bandidos ricos e mafiosos. Entre eles os picaretas Eike Batista e Daniel Dantas e Jacob Barata Filho, da máfia dos ônibus do Rio de Ja-neiro, solto por Gilmar Mendes por três vezes.

E nas ruas ele é re-cebido com tomataços e vários protestos da população.

A Polícia Federal abriu novos inquéri-tos em Curitiba con-tra três ex-ministros com base na cola-boração premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Os inves-tigados são Henri-que Eduardo Alves (PMDB), ex-ministro de Dilma Rousseff e Michel Temer; Ide-li Salvatti (PT), ex--ministra de Dilma; Edson Santos (PT), ex-ministro de Lula; e os ex-deputados pe-tistas Cândido Vac-carezza (SP) e Jorge Bittar (RJ).

Eles eram investi-gados pelo Supremo Tribunal Federal e perderam o foro pri-vilegiado. Vacarezza é o único que já é inves-tigado em Curitiba. Henrique Alves está preso em Natal em um desdobramento da Operação Lava Jato.

Os novos inquéri-tos, que caminham separados do que já apura fraudes na sub-sidiária da Petrobrás, apuram repasses fei-tos por empreiteiras a políticos, por meio de doações oficiais ou caixa 2, em troca de vantagens indevidas com a Transpetro.

Sérgio Machado afirmou que ajudou no repasse de dinhei-ro para as campa-nhas desses políticos. Ele contou que du-rante sua gestão na estatal repassou ao então PMDB “pouco mais de R$ 100 mi-lhões, cuja origem eram vantagens ilí-citas pagas por meio de empresas contra-tadas pela Trans-petro”. Desse total, R$ 1,55 milhão teria sido repassado para o então deputado Hen-rique Eduardo Alves, ao longo de seis anos.

No último fim de semana, o PT – com a presença de sua presidente, a lavajatista Gleisi Hoff-

mann – promoveu manifestação em Porto Alegre, onde Lula será julgado no próximo dia 24, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Escolheram o Parque Far-roupilha para o lançamento da campanha “em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato”, em frente ao Monumento ao Expedicionário, local de intenso movimento, nos finais de semana, devido à proximidade do Brique da Redenção, feira tradicional da capital gaúcha.

A manifestação foi um fra-casso. Até as fotos que o PT colocou em seu site registraram que nem os seus filiados com-pareceram ao ato.

NOÇÕESQuanto às outras cidades

– era “dia nacional de mo-bilização” dos lulistas – as manifestações foram ridículas ou imperceptíveis (às vezes, as duas coisas). Em Maringá, no Paraná, cidade-natal do juiz Sérgio Moro, os lulistas reuni-ram duas centenas de pessoas; e provocaram outra manifesta-ção, cinco mil pessoas, em apoio a Moro e à Operação Lava Jato.

Esse é o resultado – e tudo indica que vai piorar para Lula – da campanha do “não existem provas” contra Lula. Parece coisa de nazista - e, leitores, não estamos exagerando: antes dos lulistas, somente os hitle-ristas achavam que era possível enganar a milhões, repetindo uma mentira.

Nesse caso, os lulistas re-petem uma mentira que todos sabem que é mentira.

Será que essa gente perdeu até a última gota de decência?

Será que esse pessoal tem tanto desrespeito pelos ou-tros - pela inteligência e sen-sibilidade dos outros – que se tornaram, eles, supinamente estúpidos e insensíveis?

Será que perderam até no-ções elementares, como as de que roubar e mentir é algo errado? Ou será que nunca as possuíram?

E aqueles que aceitam o de-primente papel de corifeus dos lulistas, onde está a vergonha de apoiar a impunidade de um ladrão, que, para receber pro-pinas da Odebrecht, JBS, OAS, etc., armou o pior esquema de corrupção contra o povo que já houve no país?

Além desse processo, Lula responde a outros cinco – to-dos com sobejas provas de recebimento de propina. Mas, atendo-nos agora ao triplex – o processo que será julgado no dia 24 e pelo qual Lula foi condenado a nove anos e meio de cadeia pelo juiz Sérgio Moro:

Apenas o fato de que a OAS gastou R$ 380 mil na cozinha do triplex, na mesma loja em que também comprou a cozinha do sítio de Atibaia, já seria um escândalo.

Somente o fato de que Lula vi-sitou o local – e foi fotografado no ato – é mais que um escândalo.

A OAS gastou R$ 1.104.702,00 (a preços de 2014) aparelhando esse triplex, a única unidade do condomínio que não foi posta à venda. Para que (ou, melhor, para quem?) a OAS gas-tou esse dinheiro - e reservou o apartamento?

Se existissem dúvidas – e não existem - as mensagens de celular, entre os diretores da OAS, apreendidas pela PF, falam em “cozinha do chefe”, ou, há trechos como: “... o Fernando Bittar aprovou junto a Dama os projetos tanto de Guarujá como do sítio”, etc.

Além de Léo Pinheiro, pre-sidente da OAS, e do diretor Paulo Gordilho, funcionários da OAS confirmaram que, na empresa, era pacífico que o triplex era de Lula (v. depoi-mentos de Ricardo Imbassay, Carmine de Siervi, Mariuza Marques, Igor Pontes, Genésio Paraíso, Roberto Ferreira e Agenor Medeiros).

Em 2010, um ano após Vac-cari ter passado o condomínio de Guarujá para a OAS - e cinco anos antes de estourar o escân-dalo - “O Globo” publicou que

“o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, são donos de uma co-bertura na praia das Astúrias, no Guarujá (…). Procurada, a Presidência confirmou que Lula continua proprietário do imóvel” (v. Tatiana Farah, “Caso Bancoop: triplex do casal Lula está atrasado”, O Globo, 10/03/2010, grifos nossos).

Por que Lula não protes-tou? Por que, ao contrário, a Presidência “confirmou que Lula continua proprietário do imóvel”?

A única defesa de Lula é que “o apartamento não está em meu nome”, como se o seu crime, não implicasse, nas pa-lavras do juiz Moro, em “con-dutas de ocultação e dissimu-lação”. O fato do apartamento não estar em seu nome, consi-derando os outros elementos da investigação, é, portanto, uma prova de culpa de Lula, não uma prova de inocência.

Além do que, só faltava ele dizer que não assinou recibo pela propina...

A sentença do juiz Moro tem 260 páginas. Até agora a defesa de Lula foi incapaz de contestar – muito menos refutar - uma única das provas expostas pelo juiz.

No entanto, segundo Lula e sequazes, o juiz Moro conde-nou-o “sem quaisquer provas”.

Alguns, que dizem isso, são os mesmos que reclamam que “Aécio Neves e Michel Temer, flagrados em áudios que evi-denciam diferentes crimes, beneficiam-se da impunidade que protege os ricos”.

Qual a diferença de Lula – e das provas contra ele – para Aécio e Temer, que escaparam do juiz Sérgio Moro e colegas de-vido ao famigerado foro privile-giado (e à Câmara e ao Senado, cuja deteriorada composição é aquela que o PT articulou – e comprou - para reeleger Dilma)?

Em que Aécio e Temer são mais bandidos do que Lula?

Por que essa gente acha que Lula pode roubar, mas Aécio e Temer não podem? Que di-ferença moral há entre uns e outros?

Até a origem da propina é igual nos três. Aliás, até a política é, essencialmente, a mesma - que o diga o sôfrego Meirelles, herói (cáspite!) de Lula e Temer.

Não existem, é verdade, gra-vações de Lula como aquelas que existem de Temer e Aécio.

Mas existe, apreendido na residência de Lula, o “termo de adesão e compromisso de aquisição” do famoso triplex (apartamento 174, depois re-numerado para 164-A, no Resi-dencial Mar Cantábrico, depois renomeado para Condomínio Solaris, em Guarujá).

TRIPLEXExiste, também apreendi-

do pela PF na residência de Lula, uma cópia da “Proposta de adesão”, assinada por Dª Marisa Letícia Lula da Silva, com a data de 12/04/2005. O original foi apreendido na sede da Bancoop (a “coo-perativa” do sr. Vaccari, que era dona do condomínio de Guarujá, antes de passá-lo para a OAS), com o número do apar-tamento rasurado – e mais uma outra rasura, do lado esquerdo do documento.

Submetido o documento à perícia, pela PF (Laudo Pe-ricial 1576/2016), e à outra perícia a pedido da defesa de Lula, a conclusão foi que a proposta foi preenchi-da originalmente com o número ‘174’ (o número original do triplex) no es-paço reservado para o apar-tamento; depois, houve uma falsificação, que sobrepôs no mesmo lugar o número ‘141’ - o número de um apartamento simples que Dª Marisa tinha começado a pagar.

Quanto à rasura do lado esquerdo do documento, cons-tatou-se que, nela, antes de rasurada, encontrava-se a palavra “TRIPLEX”.

E tem mais leitores, muito mais (v. em nosso site, “O triplex não é meu” ou as provas que Lula garante que não existem e “Lula agiu com culpabilidade extrema-da”, afirma juiz Moro).

CARLOS LOPES

Page 4: A defesa não as refuta porque são evidentes Há mais provas ......A defesa não as refuta porque são evidentes Setor de serviços cai 3,4% nos últimos 12 meses Pág. 2 Trump ganha

4 POLÍTICA/ECONOMIA HP 17 E 18 DE JANEIRO DE 2018

Governo recorre ao STF para liberar entrega da EletrobrásNa última segunda-feira

(15) o governo federal fez uma reclamação ao Su-premo Tribunal Federal

(STF) contra a decisão da Justiça Federal em Pernambuco que sus-pendeu o trecho de uma medida provisória (MP) que autorizou a União a seguir com o processo de privatização da Eletrobras. A decisão sobre o pedido de liminar deve ser julgado pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que despacha em regime de plantão.

O juiz Carlos Kitner, da Justiça Federal em Pernambuco, conce-deu uma liminar que suspendeu o Artigo 3º da MP 814, editada por Temer em 29 de dezembro do ano passado, que retirava de uma das leis do setor elétrico a proibição de privatização da Eletrobras e de suas subsidiárias.

Na decisão, Kitner afirma que o governo federal não justificou a urgência de editar uma MP, “no apagar das luzes” do ano passado, “para alterar de forma substancial a configuração do setor elétrico nacional”. Ele argumentou que as leis sobre o setor elétrico não poderiam ser modificadas sem a “imprescindível” participação do Congresso Nacional.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, que ingressou com a ação popular destacou que Temer tinha a “intenção clara de fazer caixa a qualquer custo por meio da desestatização e postergar as obrigações da União Federal perante a Eletrobrás em prejuízo da mesma”.

De fato, o governo está ten-tando de diversas maneiras se desfazer da Eletrobrás em nome da meta fiscal e do equilíbrio das contas. Tem penalizado a estatal de diversas maneiras, restringindo seu investimento, postergando o pagamento de créditos devidos, organizando planos para fatiar suas distribuidoras e entregar a preços simbólicos, organizando massivos planos de demissão, etc.

Cabral afirmou que espera ainda a deliberação judicial sobre o pedido de liminar para o pagamen-to imediato de R$ 3,5 bilhões de-vidos pela União à Eletrobras por despesas com o abastecimento de energia da Região Norte. “Esses recursos deveriam ter sido pagos no fim do ano passado, mas a MP 814 estabeleceu novo prazo – até 2018, sujeito à disponibilidade orçamentária”.

Para ele, “a decisão judicial se soma a um conjunto de manifes-tações contrárias à venda do setor elétrico. A sociedade, através de pesquisas, majoritariamente é contra a privatização. No Con-gresso, temos as cinco frentes que reúnem mais da metade dos parlamentares da Casa em defesa das subsidiarias da Eletrobras e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já disseram que não colocariam a matéria em pauta”.

BANANAOutro ponto importante levan-

tado por Danilo Cabral é o preço de banana pelo qual o governo pretende privatizar a estatal. “A Eletrobrás é a maior empresa de energia elétrica da América Latina, com valor de mercado estimado em R$ 370 bilhões, dos quais R$ 81 bilhões são relativos somente à Chesf, segundo estudo apresentado pelo Conselho Regio-nal de Engenharia e Agronomia de Pernambuco. Como estimar a venda por pouco mais de R$ 10 bilhões?”, destaca.

Isso sem falar nas distribuido-ras, que representantes do gover-no chegaram a dizer que seriam vendidas “por pouco mais de um real”, o que de fato cumpriram

porque cobrar R$ 50 mil por cada uma das seis distribuidoras que no conjunto são avaliadas em R$ 10,2 bilhões, é entregar de mão beijada.

O governo defende o preço baseado nas dívidas líquidas das empresas que totalizam R$ 20,8 bilhões. O que não se justifica já que na resolução de venda das empresas, a Eletrobrás deverá assumir as dividas destas distri-buidoras e também os direitos e obrigações de responsabilidade das distribuidoras, referentes à Conta de Consumo de Combustí-veis e à Conta de Desenvolvimento Energético, incluídos os créditos e débitos que venham a ser poste-riormente reconhecidos.

DESMONTEAlém disso, o Plano Diretor de

Negócios e Gestão de 2018 a 2022 da Eletrobras prevê um corte de 44,7% nos investimentos em re-lação plano ao anterior. Assim, o governo e a direção da Eletrobras pretendem forçar ainda mais a privatização da companhia, já o documento deixa como única possibilidade, para o aumento no investimento, a receita das priva-tizações das hidrelétricas.

O Plano basicamente desmon-ta a Eletrobrás, e prevê investi-mentos de R$ 19,7 bilhões entre 2018 e 2022, frente aos R$ 35,766 bilhões previstos no plano 2017 a 2021. A justificativa da Eletro-bras para esta redução é que não há investimentos adicionais em distribuição de energia por conta da expectativa de venda das con-cessionárias.

CONTAEsta lógica de entregar o pa-

trimônio público em troca de uma imaginária estabilidade financeira nunca funcionou no Brasil nem em lugar nenhum do mundo. A privatização da Eletrobrás só le-vará a uma maior dependência do país, porque além de tudo energia é um setor estratégico para qual-quer nação, e quem vai pagar a conta é o povo.

Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a suspensão da política de cotas terá como consequência imediata um reajuste na conta de luz que pode variar de 7% a 17%. É bom lembrar que a energia elétrica tem grande impacto na composi-ção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que significa que o aumento da tarifa onera todas as cadeias produtivas, afetando mais forte-mente os mais pobres.

“AVANÇAR”O governo federal tem feito

muita propaganda de seu pro-grama “Avançar Parcerias”, em que afirma que vai terminar até o fim do ano sete mil obras que estavam paradas. Segundo o governo, o programa foi “criado para fazer a coordenação dos investimentos em infraestrutu-ra por meio de parcerias entre o poder público e a iniciativa privada” que visa o “equilíbrio das contas e da economia”, mas, apesar de toda essa enrolação, a verdade é que este é um grande programa de privatização.

Somente em 2018, eles preten-dem privatizar 75 patrimônios, que incluem a Eletrobras, a Casa da Moeda, a Infraero, 13 aero-portos, 10 portos, oito rodovias, direitos de mineração, além da realização de 12 leilões de gás natural e petróleo, entre outros.

A privatização da Eletrobras está no centro do pacote, já que é a maior empresa de energia elétrica da América Latina e a 16ª maior do mundo. O governo já editou três Medidas Provisórias para facilitar a entrega, mas tem en-frentando muita resistência social, de parlamentares e da Justiça.

CAMILA SEVERO

[email protected]

CARTAS

As provasCaras pálidas, as provas estão nos

autos! Que tanta sandice de mentecaptos lunáticos, defensores do ex-presidente Lula! O Robin Hood ao avesso roubou dos pobres através de manobras solertes junto a empreiteiras (Odebrecht e OAS), encala-cradas na Lava-Jato, as quais desviavam dinheiro do Erário para Lula por sofisti-cado esquema, que deveria ser aplicado no social. Perdidos na escuridão e vendo chegar melancolicamente o fim de carreira do falso demiurgo, protetor de incautos e enganados descamisados brasileiros, a claque petista resolveu contestar da forma mais inculta, convocando até o MST, ao vo-ciferar o mantra ridículo de que Lula está sendo condenado sem provas. As provas, e bastantes, caras pálidas petistas, estão to-das nos autos. O processo não foi estudado e analisado por qualquer rábula petista, mas sim pelo competente juiz de Direito Sérgio Moro e sua equipe. Caras pálidas, Léo Pinheiro/OAS declarou ao juiz Sérgio Moro que Lula era o proprietário oculto do tríplex no Guarujá e que reformou o imó-vel a pedido dele e de sua falecida esposa. Mas Lula, na maior cara de pau, disse ao juiz Sérgio Moro que não sabia da reforma no tríplex. Lula não está acima da lei e não é mais importante do que ninguém. Trata-se de um impostor e parlapatão. Político honesto não enriquece na política. Lula teve bloqueado cerca de 9 milhões de reais, aplicados no BrasilPrev, fruto de dinheiro ilícito, como suspeita a Justiça. Lula é um fanfarrão que não esperava ser descoberto com a botija cheia. Da mesma maneira que no processo do mensalão dizia desconhecer os atos irregulares do partido, agora, na Lava-Jato, repetiu desconhecer a corrupção na Petrobras, terceirizando responsabilidades por eventuais crimes co-metidos. O falso inocente sempre afirmou não saber de nada. E a galera empedernida e recalcitrante petista ainda acredita nas lábias de Lula, já condenado a nove anos e meio de prisão?

Júlio Cesar Cardoso - Balneário Cam-boriú, SC

Mal vitalícioHoje todos os brasileiros querem justiça

ao malfeito, não importa a quem. O minis-tro Gilmar Mendes parece que se ungiu de salvador e defensor do “malfeito”, e faz uso à revelia de sua caneta de ministro para salvar seus pares. Mais uma discrepância que nós brasileiros exigimos mudar, além de cadeia para criminosos do colarinho branco: cargo de ministro do STF não pode e não deve ser vitalício. Que concorram ao cargo, eleitos por juristas para apenas 4 anos de mandato e não escolhidos pelo presidente, que só ficará no cargo 4 anos. Não dá para aguentarmos no cargo tantos “Gilmares Mendes” até completarem 75 anos.

Beatriz Campos - São Paulo, SP

NegóciosO Ministro do Trabalho, Ronaldo

Nogueira (PTB – RS), pediu demissão para se dedicar à campanha da reeleição em 2018. Porém, o que chama a atenção foi o fato do ex-ministro ter acionado a Advocacia – Geral da União (AGU) para impedir a publicação de uma auditoria da Controladoria – Geral da União (CGU) que detectou irregularidades num con-trato de R$ 76,7 milhões com a empresa Business to Technology (B2T). Pelo visto a expressão “quem não deve não teme” não poderá ser aplicada pelo ex-ministro Ronaldo quando comandou o Ministério do Trabalho.

Edgard Gobbi – por correio eletrônico

Paulistanos passam até 9 horas na fila para se vacinar

KC-390 aeronave de transporte desenvolvido e fabricado pela Embraer

Febre Amarela: Governo tergiversa e surto se expande 180 UPAS prontas, mas não em funcionamento

Divulgação

Governo pretende usar dinheiro da venda da estatal para cobrir déficit fiscal

A crise econômica que os municípios en-frentam devido à falta de repasses do governo federal, está piorando um problema que já existe há anos: 180 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão prontas para funcionar, porém com as portas fechadas, devido à falta de verbas para o custeio.

A falta de dinheiro nas prefeituras inviabi-liza a contratação de médicos e funcionários, além da compra de equipamentos e itens básicos para o funcionamento das unidades.

O Ministério da Saúde, admite que são cerca de 180 UPAs prontas, mas sem funcionamento. Algumas delas já estão construídas há cinco anos. Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o problema não é falta de dinheiro, mas sim uma “falta de planejamento”, que permitiu a construção das unidades sem que houvesse a verba de custeio.

Além das UPAs, mais de mil unidades de saúde construídas com verba da União nos últimos anos estão fechadas pelo mesmo mo-tivo, a falta de dinheiro nos municípios para comprar equipamentos e contratar médicos.

Os gestores municipais reclamam da falta do apoio do governo federal para a manuten-ção das unidades. O custo para a construção de uma UPA equivale a apenas um ano da manutenção dela. Ou seja, sem o apoio fede-ral, não há como manter uma unidade em funcionamento.

No Rio Grande do Sul a situação é bem grave. Nove UPAs, que deveriam estar abertas 24 horas por dia, permanecem de portas fechadas no Estado. Outras seis das 13 em fase de construção estão com obras completamente paradas. Das 49 unidades no estado, apenas 27 estão funcionando. Reflexo disto, o Sindicato dos Médicos de Florianópolis denunciou em nota oficial que está faltando médicos para cobrir os plantões nas únicas

Mesmo com as evidên-cias de um aumento dos casos de febre amarela desde o ano passado, o governo federal deixou de tomar as medidas ne-cessárias e permitiu que a doença se expandisse. O resultado: 38 mortes de seres humanos já foram registradas no país.

O sudeste é a região foco da enfermidade com 36 mortes (21 em São Paulo, 11 em Minas Gerais, quatro no Rio de Janeiro). Bahia e Distrito Federal já registra-ram uma morte cada.

A prova da falta de ação do governo é que, apenas quatro meses após o Mi-nistério da Saúde declarar o fim do surto de febre amarela urbana no Rio de Janeiro, o número de casos explodiu.

Agora, tentam reme-diar a situação e vacinar a população de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A maioria dos moradores destes estados receberá uma dose “fracionada” com ¼ da vacina, que deverá ser aplicada nova-mente daqui a oito anos.

Diante do número de mortos já confirmados, a população passou a procu-rar as unidades de saúde para se imunizar. Entre-tanto, esta não está sendo uma tarefa fácil, já que em muitos postos as pessoas

Trabalhadores da Embraer se mobilizam contra a tentativa de venda para a Boing

“Não vamos aceitar a entrega da Embraer para a Boeing. A Embraer é nossa”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Herbert Claros contra a ven-da da empresa, em encontro que definiu o lançamento ainda esta semana de uma campanha conjunta dos Sin-dicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos (onde fica a sede da empre-sa), Araraquara e Botuca-tu em defesa da Embraer. Os três sindicatos juntos representam 16.000 traba-lhadores da estatal.

O sindicalista destacou que a venda da empresa é danosa para o interesse nacional “A venda para a Boeing ameaçará empre-gos, a soberania no setor e a própria permanência da Embraer no Brasil”, disse Herbert Claros.

Na última sexta-feira (12), o ministro da Defesa de Temer, Raul Jungmann, participou de um encontro com executivos da Boing. Segundo ele, a reunião tratou de futuras parcerias com a multinacional. Após o en-contro, Jungmann afirmou que o controle acionário da brasileira é uma questão de soberania nacional e não será transferido, nem irá à mesa de negociação entre as empresas.

Mas a verdade é que em 19 de julho de 2017, houve

uma consulta encaminhada ao Tribunal de Contas da União pelo Ministério da Fazenda sobre a possibilidade do go-verno abrir mão das ações de classe especial (golden share) da Embraer, Vale e IRB-Brasil Resseguros. Sem essas ações, o governo perde o poder de veto sobre decisões dessas empresas. No caso da Embraer, a golden share dá poder de veto em ques-tões como venda, programas militares e acesso à tecnologia.

Estiveram na reunião re-presentando a Boeing o pre-sidente para América Latina, Donna Hrinak, os executivos Greg Smith, vice-presidente financeiro, Travis Sullivan, vice-presidente de cooperação estratégica, e Ray Conner, diretor comercial. O governo brasileiro levou para a reunião com o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), o bri-gadeiro Nivaldo Luiz Rossato, o secretário de produtos de de-fesa, Flávio Basílio, o secretário de economia e finanças da FAB, José Magno Araújo, e o diretor de economia e finanças da FAB, Heraldo Luiz Rodrigues.

Uma negociata entre o go-verno Temer e a multinacional norte-americana causou apre-ensão no comando da Força Aérea Brasileira (FAB). Na última quinta-feira, membros da FAB se reuniram com dire-tores da empresa sueca SAAB. Segundo a coluna “Expresso”, da revista Época, o clima na FAB e na companhia europeia

é de irritação com a empresa americana, que passaria a ter atuação no andamento do projeto FX-2, que prevê a produção de 36 caças sue-cos Gripen junto à empresa brasileira.

Ainda no dia 11, um novo “especialista de mercado” foi anunciado para a Embraer. Tratasse do ex-CIO (Chief Information Officer – Diretor de Tecnologia da Informação).

Andre De Souza Doro. O executivo trabalhava ante-riormente na Arezzo, marca de sapatos do Rio Grande do Sul.

A lógica mercantilista na Embraer não é exatamente uma novidade. Em 1994, houve a abertura de capital da Embraer que passou a ter acionistas estrangeiros, que nunca tiveram a menor preocupação em preservar empregos dos trabalhado-res, ou manter a empresa vinculada a uma estratégia nacional. O resultado disso está no processo de desna-cionalização da estatal como ocorreu com os jatos Phenom, que hoje são produzidos nos Estados Unidos. Até mesmo o cargueiro militar KC-390, que custou R$ 6 bilhões ao governo brasileiro, tem peças sendo produzidas no exterior.

Já durante os 13 anos de PT, nenhuma medida para reverter esta situação, ou aumentar o controle nacional na empresa foi tomada.

Temer quer que AGU entre com ação para derrubar liminar da Justiça de Pernambuco que suspendeu a MP, que libera a privatização da estatal de energia

chegam a esperar por ho-ras para receber a vacina.

Já o ministro da Saú-de, Ricardo Barros, um engenheiro civil que não possui nenhum histórico de atuação na área, afirma que não há uma falta de vacinas. Estranhamente, Barros declarou que as seringas para o fraciona-mento da vacina já haviam sido compradas, mas não explicou porque a imuni-zação só começou após o surto sair de controle.

“Não há risco de de-sabastecimento. Temos vacinas em quantidade. Tínhamos 20 milhões de seringas para fraciona-mento que compramos no

ano passado e não precisa-mos usar. Vamos fazer uso este ano. Vamos utilizar 15 milhões nessa operação Rio-Bahia-São Paulo. E temos ainda 5 milhões em estoque. Se houver novas áreas de circulação do ví-rus, estamos prontos para fazer a vacinação e evitar ao máximo a transmissão da febre amarela pelo mos-quito silvestre”, disse.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda que possui um nível de letalidade muito alto, de 15 a 30% nos casos mais graves. De difícil diagnóstico, a confirmação da doença pode demorar até 10 dias.

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5GERAL17 E 18 DE JANEIRO DE 2018 HP

Governo pretente colocar PEC do roubo à Previdência em votação no dia 19/02

Temer caracterizado de vampiro durante greve geral realizada ano passado

Com a decisão do governo de não rea-justar a Tabela do Imposto de Renda este ano, conforme a previsão orçamentária de 2018, a defasagem da tabela chega a 88%, denunciou o Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal).

De acordo com o Sindicato, se a tabela tivesse sido reajustada, considerando as correções desde 1996, quando inicia o período estudado pela entidade, a faixa de isenção - ou seja, aqueles que não precisam pagar o IR por terem salários menores – atingiria todo assalariado que ganha até R$ 3.556,56. Hoje, a faixa de isenção chega aos contribuintes que ganham apenas até R$ 1.903,98.

A última correção aconteceu em 2015, porém não foi feita de acordo com a infla-ção, assim como as correções anteriores, e por isso a defasagem é tão alta. Segundo Cláudio Damasceno, presidente do Sindi-fisco Nacional, a última vez que a tabela foi corrigida acima da inflação foi durante o último ano do governo FHC, 2002, quando a correção foi de 17,5%, frente a um IPCA de 12,53%. Esta é mais uma forma que o governo utiliza – há anos – para aumentar impostos sem precisar de “anúncio” oficial ou alterações em leis.

“Quando o governo usa esse tipo de artimanha para arrecadar fácil está pe-nalizando uma faixa da população consi-derável. São recursos que, se esse grupo pudesse contar, em vez de pagar imposto, certamente seriam canalizados para con-sumo, fazendo a roda da economia girar. O governo não deveria jamais contar com esse recurso”, analisa o dirigente.

Além dos mais pobres, que vão chegan-do perto da faixa de salários nas quais é necessário pagar impostos, sem que, no entanto, isso represente um aumento real na renda, a defasagem também afeta as demais faixas de renda, superiores, pois obriga o contribuinte a pagar mais imposto de renda do que deveria. Os descontos no IR vão diminuindo: o desconto por depen-dente, por exemplo, de R$ 189,59/mês (R$ 2.275,08 anual), deveria ser R$ 357,19/mês (R$ 4.286,28 anual), se fosse corrigido. Com educação, se corrigido chegaria a R$ 6.709,90, mas, pela tabela de 2017, o teto foi de R$ 3.561,50.

“Ao se apossar daquilo que não tem direito, o governo achata a renda do tra-balhador. Obriga-o a pagar mais imposto, dinheiro que poderia ser mais bem aplica-do – na poupança, no aprimoramento da formação educacional, no consumo etc”, complementou Damasceno.

Tabela do IR: sem reajuste, cai a renda do trabalhador Trabalhadores covocam greve

contra votação da Previdência

Cobap organiza caminhada à Aparecida em protesto contra os ataques às aposentadorias

HP ESPORTESVALDO ALBUQUERQUE

As centrais sindicais CGTB e CSP Con-lutas, o Fórum das Entidades Nacionais

dos Servidores Públicos Fe-derais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) estão convocando os trabalhadores de todo o país para irem às ruas contra o assalto à Previdência.

Desde o ano passado o governo vem tentando co-locar o projeto em pauta. Utilizou-se de propaganda milionária - e mentirosa, a ponto de ser suspensa pela Justiça - e despendeu bilhões em emendas par-lamentares e “investimen-tos” para obras em redutos eleitorais em troca de apoio ao roubo da Previdência. Ainda assim não conseguiu o apoio necessário para colo-car em votação. Isso porque os deputados sabem que apoiar uma reforma como essa significaria um suicídio político. “Se votar a reforma não volta!” foi a palavra de ordem que tomou conta do país nos últimos meses. Greve Geral e diversas ma-nifestações em Brasília e nos estados deixaram claro qual é a posição da popula-ção quando a esse projeto.

Agora, o governo volta a insistir em votar a PEC e novamente os trabalhadores vão às ruas, a Brasília, pres-sionar cada deputado para dizer “Não à reforma”. “O governo e o Congresso Na-cional, levados de corruptos, estão querendo votar no dia 19 de fevereiro o desmonte da previdência social. Querem acabar com a sua aposenta-

doria. Não aceitamos esse crime. Portanto convocamos a todos os companheiros de todo o território nacional; Greve Geral dia 19 de feve-reiro! Se botar para votar, o Brasil vai parar”, conclama o presidente da CGTB, Ubi-raci Oliveira.

Também a CSP-Con-lutas está em processo de mobilização. A entidade organizou um vídeo infor-mativo para ser divulgado nas redes, explicando as tramóias do governo e aler-ta que “Temer começou o ano a todo vapor nas nego-ciatas para obter os votos a favor da reforma, mas até agora as centrais não estão fazendo nada”. Para a entidade, “desviar o foco da luta contra a reforma, priorizando saídas eleito-rais, só ajuda o governo e a aprovação deste grave ataque aos trabalhadores”.

De acordo com Bira, esse momento é crucial. “Dia 24 vai ter um julgamento dos crimes cometidos pelo ex-presidente Lula; que a Justiça seja feita! Cadeia para os ladrões de tudo quanto é lado! Sem concilia-ção, tem que pagar! Dia 19 é parar tudo! Convocamos todos os trabalhadores de todo o país a pressionarem aqueles que estão tentando fazer acordo com o governo e não querendo vir para a luta”, conclama.

“Somos mais de 26 mi-lhões de desempregados e subempregados, indústrias falindo. Estão roubando a Petrobrás, tirando dinheiro da saúde, da educação, pa-rar botar para os corruptos

livrarem outros corruptos da cadeia, Basta! Esses corrup-tos estão tentando destruir a lava-jato e a ficha-limpa, querem zerar os seus crimes e responsabilidade jurídicas para começar a roubar tudo de novo. Não! Ninguém está acima da lei! Roubou, tem de ir para a cadeia. Não podem só prender quem rouba uma galinha, um pedaço de pão, tem que prender aqueles que estão roubando o Brasil”, denuncia a CGTB, em seu chamado à Greve Geral.

Em relação ao serviço público, o presidente do Fo-nacate, Rudinei Marques, lembrou que há um ano as entidades representativas dos servidores tentam dia-logar com o governo e vêm sendo “solenemente ignora-dos”. Ele ainda repudiou a propaganda que chama aos servidores de “privilegiados”, enquanto tentam empurrar a reforma sem discussão. “A proposta como um todo está muito ruim. A PEC 287 não deve ser aprovada a toque de caixa. É preciso debater

pontos ali que retiram direi-tos dos servidores públicos e também dos trabalhadores da iniciativa privada, do campo e das cidades.”

O Fonacate e o Fonasefe farão uma reunião conjunta ampliada entre os dias 3 e 4 de fevereiro para discutir as pautas das categorias públi-cas e organizar a mobilização contra a reforma. Giovanni Frizzo, 2º secretário do AN-DES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Institui-ções de Ensino Superior) e membro da coordenação do setor de Ifes do Fonasefe, aponta que “a reunião am-pliada vai dar continuidade às lutas dos servidores fe-derais, em especial contra a reforma da Previdência, uma vez que, em fevereiro, está anunciado que a PEC 287 deve voltar à pauta de discussões e votação do Con-gresso Nacional”.

ATAQUES

Os ataques aos aposen-tados e beneficiários da Previdência começou ainda

no final de 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff começou a editar uma série de medidas pro-visórias que restringiam o acesso a benefícios. Uti-lizando os mesmos argu-mentos propagados hoje, o de déficit na Previdência, o governo de Dilma criou medidas que reduziam a pensão por mortes, o auxi-lio doença, e já pensava no aumento da idade mínima, concretizado agora no pro-jeto de Temer.

“O Brasil vai ter que encarar a questão da Previ-dência. Você tem várias for-mas para encarar a questão da Previdência. Os países desenvolvidos, e não falo os emergentes, que os gran-des emergentes não têm nem assim nenhuma polí-tica clara de aposentadoria comparável com a nossa, mas todos eles buscaram aumentar a idade de acesso, a idade mínima para acessar a aposentadoria. Tem esse caminho.”, declarou a então presidente.

“Todos os anos no domingo próximo ao Dia Nacional dos Aposentados (comemorado 24 de janeiro), milhares de apo-sentados de todo país lotam a Basílica de Aparecida num ato de fé, esperança e luta. Este ano reforçamos a importância da participação de todos, visto que a ameaça aos direitos dos trabalhadores e aposentados é iminente com a votação da re-forma da Previdência”, afirmou

o presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP), Warley Martins.

A entidade conclama todos os aposentados a estarem presente na atividade, e reforma “ a im-portância da participação de toda a sociedade, especialmente neste ano em que os trabalhadores e aposentados correm sério risco de perder direitos adquiridos duran-te décadas, através de muita luta”.

A Romaria dos Aposentados, realizada todo ano na Basílica de Aparecida (SP), terá início às 8 horas do dia 28 de janeiro, com a tradicional missa em ho-menagem à categoria, e a partir de 9 horas será realizada grande plenária nacional no subsolo da Basílica, com a participação de diversas lideranças do mo-vimento e a consolidação das pautas unificadas na luta contra a reforma da Previdência.

Os servidores federais e enti-dades sindicais estão denunciando que o decreto (9262/18) publicado na semana passada, dia 9, no Diá-rio Oficial da União, com o objeti-vo de extinguir 60,9 mil cargos na administração pública federal - é mais uma manobra do governo Temer de ampliar o processo de terceirização no setor público.

A Confederação dos Trabalha-dores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadse) alerta que “o governo lança cortina de fumaça, faz parecer que economiza e equi-libra contas, enquanto precariza o serviço público e transfere para empresas privadas investimento que é obrigação do Estado”, afir-mou a entidade em seu site.

Segundo a entidade, parte das funções e cargos contidos no decreto já foram ou estão em processo de extinção. “Isso não significa que o Estado e, portan-to, nós brasileiros, deixaram de pagar por eles”, disse a confede-ração que avalia barrar o decreto na Justiça, pois ao seu entender a medida apenas abre margem para que o governo amplie o processo de terceirização no setor público. “Muitas funções vão continuar sendo exercidas, como já acontece hoje em muitos casos, por empre-sas contratadas para fornecer e prestar aquele serviço” destaca a Condsef/Fenadsef.

O Sindicato Nacional dos Do-centes das Instituições de Ensino

Superior (ANDES-SN) denuncia que são mais de mais de 4 mil cargos extintos relacionados à Educação, como Professor de 1º e 2º Grau – do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico; e técnicos administrativos dos Institutos Federais de Ensino. De acordo com a presidente da entidade, Eblin Farage, “a extinção dos cargos significa a diminuição dos serviços que vão ser ofertados a toda a clas-se trabalhadora. Logo, esse decreto tem que ser entendido não apenas como um ataque aos servidores, mas, principalmente, como um ataque à população que depende dos serviços públicos, porque sem servidor público, não existe política pública”, afirmou Eblin.

Governo extingue cargos públicos para ampliar terceirização, denunciam servidores federais

Copinha chega às quartas de final sem nenhuma surpresa

Até o fechamento desta edição, Santos, Interna-cional, São Paulo e Vitória já haviam se classificado para as quartas de final da Copa São Paulo de Futebol Junior. A eles vão se somar os vencedores dos duelos entre Corinthians e Avaí, Flamengo e Audax, Vasco e Palmeiras e Goiás e Portuguesa.

Na segunda-feira (15), em Franca, o Santos venceu o Atlético-PR por 2 a 0, gols de Gabriel Calabres e Walison Maia. Aos 40min da primeira etapa, Gabriel Calabres chutou do meio da rua e, contando com a ajuda do “morrinho artilheiro”, abriu o placar. Na segunda etapa, o Furacão jogou melhor, mas quem marcou foi o Santos, com Wali-son Madalena selando o placar. Na próxima fase, o Peixe vai encarar o Internacional.

Com gols de Brenner (2), Richard e Eduardo, o Internacional goleou a Desportiva-PA e também foi à frente na Copinha.

Em Ribeirão Preto, o São Paulo venceu o Cru-zeiro por 1 a 0, tento anotado por Igor Gomes. Nas quartas de final, vai jogar contra o Vitória.

O Vitória superou o Londrina por 2 a 1, em Capivari, gols de Luan e Eron no primeiro tempo. Na segunda etapa, Anderson, de pênalti, descontou

para a equipe paranaense.Palmeiras – Finalmente chegou ao fim a novela

Gustavo Scarpa. Pretendido por São Paulo e Co-rinthians, ele assinou contrato de cinco anos com o Palestra, após conseguir na Justiça liberação do Fluminense.

Corinthians – O Timão acertou a volta, até ju-nho, do atacante Emerson Sheik, herói da conquis-ta da Libertadores de 2012. O jogador de 39 anos, que atuou a última temporada pela Ponte Preta, disse que pretende encerrar a carreira no Timão.

Flamengo – Após contratar Marlos Moreno, o Mengão está próximo de acertar com o volante Wallace ex-Grêmio e atualmente no Hamburgo, da Alemanha. O Rubro-Negro negocia também o ata-cante Vagner Love, que já teve passagem no clube.

França – Na partida entre Paris Saint Germain e Nantes, o árbitro Tony Chapron protagonizou um dos lances mais bizarros dos últimos tempos. Ele simplesmente tentou dar uma rasteira no jo-gador brasileiro Diego Carlos, do Nantes, e ainda o expulsou. O Comitê Disciplinar do Campeonato Francês anulou o cartão vermelho e suspendeu “até nova ordem” o juiz.

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INTERNACIONAL 17 E 18 DE JUNHO DE 2018HP

Grudinin: vamos recuperar Rússia do desastre de Gorbachov e Yeltsin

Grudinin: “Temos que enfrentar a pobreza e a debilidade de nossa indústria”

Victor Ampilov líder no combate contra a traição à pátria soviética e pelas conquistas do socialismo

Grécia: trabalhadores entram em choque com a polícia contra arrocho e para defender o direito de greve

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Candidatura do diretor do Sovkhoz (cooperativa) Lenin é registrada junto à Comissão Eleitoral Central com vistas às eleições presidenciais russas

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Caballero: peça-chave para encobrir crimes contra camponeses de Curuguaty

Paraguai: gravações comprovam uso do Ministério do Interior para roubar

Em Moscou, na segunda-feira, 15, parou o coração do revolucionário russo Victor Ivanovich Ampilov. No sába-do passado quando se dirigia ao encontro do candidato à presidência Pavel Grudinin sofreu um AVC agudo e, depois de dois dias em coma, faleceu.

Victor foi o primeiro a reagir à traição que Mi-khail Gorbatchov e Yelt-sin cometeram contra o povo, provocando no final de 1991 a dissolução da União Soviética. Claudio Campos, secretário-geral do Movimento revolucionário 8 de Outubro, descreve com precisão aqueles momentos na sua introdução ao livro de autoria de Ampilov, “Os Diálogos de Lefortovo”, lançado no Brasil em 1997: “Victor Ampilov é um herói do povo soviético. Dizem que há sociedades que já não precisam de heróis, mas isso é apenas arrogância. Não há um só povo que agora e ain-da por muito tempo possa passar sem eles, e a Rússia de hoje certamente não é uma exceção. Quando o es-tancamento e a corrosão do pensamento revolucionário na URSS, após a morte de Stalin, culminou na deses-tabilização do poder sovi-ético, foi Ampilov, à frente de centenas de milhares de trabalhadores e intelectuais, quem manteve acesa a cha-ma sagrada da resistência, iluminando e aquecendo a esperança de milhões, na Rússia e em todo o mundo, de um futuro de paz, harmo-nia e prosperidade”.

“Quando a nobre bandei-ra da democracia foi mais uma vez enlameada para encobrir o fascismo, o ban-ditismo e os mais solertes apetites, foi Ampilov quem liderou os heróis e mártires que, com pouco mais que o próprio corpo, enfrentaram os tanques, que disparavam contra o que restava da de-mocracia real, o Congresso soviético. Mais tarde, du-rante o simulacro de eleições que manteve no poder o bufão Yeltsin, foi Ampilov quem avalizou a aliança progressista que humilhou a camarilha vende-pátria, apesar do rígido controle da TV, do rádio e dos jornais”, detalha Claudio e conclui afirmando que “por tudo isso, é impagável a dívida dos amantes da liberdade e da justiça em todo mundo para com este humilde, valoroso e culto filho de

camponeses russos”. Ampilov veio ao Brasil

em 1992 e visitou as ins-talações do jornal Hora do Povo.

Foi também por ini-ciativa dele que o artigo de Cláudio Campos, “A fantasia reacionária do socialismo de mercado”, foi publicado no site do Movimento Rússia dos Trabalhadores.

Nos anos seguintes à dissolução da URSS, Vic-tor Ivanovich organizou o Movimento Rússia dos Trabalhadores e dia após dia denunciou nas portas de fábrica, nas universida-des, nas praças e ruas os crimes cometidos pelos que privatizaram e entregaram as riquezas da URSS. Re-centemente, engrossou a ampla frente que lançou a candidatura do diretor do Sovkhoz Lenin, Pavel Gru-dinin, à Presidência do país e passou seus últimos dias divulgando as propostas que têm como objetivo a volta do socialismo ao país.

Centenas de camaradas, amigos, admiradores de sua obra acompanharam a evolução de seu quadro clínico e milhares mani-festam pesar pelo seu fa-lecimento.

“Era o nosso Che Gue-vara russo. Ampilov tinha

72 anos de idade, mas sua saúde tinha sido debilitada nas barricadas da Casa do Governo, nas câmaras de tortura de Lefortovo, na luta contra os que ocuparam o partido. Para mim, foi um mentor político, porque foi na "Rússia dos Trabalhado-res" que me iniciei em 1997. Memória eterna e glória eterna!”, afirmou Serguey Udaltsov, líder da Frente de Esquerda, amplo movimen-to de oposição.

Em nota, o Partido Comu-nista Unido [da Rússia], fri-sou: “O primordial princípio político e moral de Ampilov foi o princípio da confiança nas massas, nas pessoas simples, no grande exército dos humi-lhados e oprimidos. Daqueles que não se integraram às novas imposições do mercado, não traíram nem descartaram a bandeira do socialismo. Com eles, Ampilov desenvolveu todas as suas ações”.

“Nascido em 1945, Ampi-lov sempre enfatizou que ele é contemporâneo da Grande Vitória. Depois de ter sofrido espancamento, prisão, os-tracismo da mídia corrupta, Victor Ampilov até o fim de seus dias acreditava em uma nova Vitória do socialismo. Foi temperado na luta por ela. Hoje nós continuamos essa luta”, acrescenta a nota.

SUSANA SANTOS

A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia registrou ofi-cialmente na sexta-

feira, 12, a candidatura de Pavel Nikolayevich Grudinin para as eleições presidenciais que acontecerão em 18 de março. Diretor do Sovkhoz [cooperativa] Lenin, que manteve seu funcionamento de acordo com as regras da época soviética e é a coopera-tiva agrícola mais produtiva do país, Grudinin tem aglu-tinado amplos setores. Sua campanha conta com o apoio do Partido Comunista da Fe-deração Russa, (PCFR), que aprovou a candidatura em seu 17º Congresso, realizado em Moscou nos dias 22 e 23 de dezembro; do movimento Frente de Esquerda, das For-ças Patrióticas Nacionais da Rússia, frente que congrega dezenas de entidades sociais, e de muitas personalidades políticas, sociais e culturais.

Já declarara apoio a Gru-dinin, o presidente do Movi-mento Rússia dos Trabalha-dores, Victor Ampilov, herói da luta pelo socialismo em seu país, que veio a falecer no dia 15, (ver matéria ao lado).

Pavel Nikolayevich ob-servou que sua campanha busca mostrar que todos os moradores do país podem viver como vivem hoje os trabalhadores do Sovkhoz Lenin. "Isso é possível se aplicarmos e praticarmos em nossas vidas o programa que nós propomos e repre-sentamos", disse. “Acho que este não é o programa ape-nas de Grudinin, é o nosso programa, de todos aqueles que se preocupam com a forma como a Rússia viverá amanhã e depois de amanhã, que não ignoram os proble-mas que o nosso povo vive, a pobreza, os baixos salários, a debilidade de nossa indús-tria”, acrescentou.

Deslanchada a campa-nha, no sábado 13, em Mos-cou, na Casa Central dos Escritores, foi realizado o encontro do candidato com intelectuais, parlamentares e personalidades da cultura e com grupos de apoio. O encontro atraiu a presença de mais de 500 pessoas. Antes do início do ato foi exibido um filme sobre do trabalho do Sovkhoz. Pavel Grudinin interveio informando sobre o con-junto de atividades que estão acontecendo e estão programadas e mostrando o seu amplo crescimento.

“O principal resulta-

do do último ano na esfe-ra social e econômica é o crescimento de uma crise em larga escala, que vem de longe e se manifestou claramente já em 2014, e desde então não se enfra-queceu, contrariamente às afirmações das autoridades. Os rendimentos reais dos cidadãos continuaram a diminuir pelo quarto ano consecutivo. A estratifi-cação social flagrante na sociedade russa tornou-se ainda mais forte. Houve um declínio na produção industrial em praticamente todas as áreas e uma que-da simultânea dos lucros das empresas russas. Este processo foi acompanhado por uma nova redução no investimento na economia nacional, uma diminuição da atividade de pesquisa, um aumento do colapso tec-nológico na indústria e no setor de habitação e serviços públicos”, assinalou Gen-nady Ziuganov, presidente do PCFR e coordenador da campanha eleitoral.

O representante da Frente de Esquerda, Maksim Shev-chenko, avaliou que a defesa das idéias socialistas garantirá um apoio cada vez mais deci-dido dos trabalhadores e do conjunto do povo.

Os partidos Rússia Unida e Rússia Justa, anunciaram que respaldarão a candidatura do atual presidente Vladimir Putin, que busca a reeleição como candidato independente.

Nessa condição, pela legis-lação russa o chefe do Kremlin necessita reunir um mínimo de 300.000 assinaturas para registrar sua candidatura. O porta-voz da campanha de Putin, Andrei Kondrashov, informou que já tem as assi-naturas suficientes.

Os aspirantes à Presidên-cia, promovidos por forma-ções políticas sem represen-tação parlamentar, como é o caso, entre outros, do líder do partido liberal Yabloko, Grigori Yavlinsky, necessitam apresentar às autoridades eleitorais pelo menos 100.000 assinaturas que avalizem suas candidaturas.

O programa de governo de Grudinin é composto de 20 pontos que visam iniciar a retomada das conquistas populares ob-tidas durante o regime so-cialista e a prioridade para a industrialização do país e a nacionalização de sua economia. O conjunto das propostas será publicado na próxima edição.

Claudio Campos: “Ao manter a chama da resistência, Ampilov aqueceu a esperança de milhões na Rússia e em todo o mundo pela paz, harmonia e prosperidade”

Uldurico, sec. Finanças do PPL, e Márcio, sec. de Rel. Internacionais, em Moscou, com Ampilov (ao centro)

Escandaloso tráfico de influências, acertos extrajudiciais e manipulação da Justiça em favor de interesses políticos e econômicos de grupos privados sintonizados com Horacio Cartes, presidente do Paraguai. Estes são al-guns dos crimes praticados contra o interesse da nação guarani, comprovados por recentes gravações que ecoam a servidão e a completa falta de caráter do ex-ministro do Interior golpista, advogado Carmelo Caballero.

Numa das muitas “causas” grotescas em que Caballero se viu envolvido, ele entrou em campo, com o apoio do senador colorado Óscar González Daher, secretário do Jurado do Enjuizamento de Magistrados (JEM, órgão máximo do judiciário), e seu assessor Raúl Fernández Lippmann, para postergar indefinidamente um conflito com o reverendo Moon. A ideia era sabotar qualquer definição da Justiça – embolsando rios de dinheiro com a chantageam -, preservando os interesses da seita, acusada pela produção e uso de docu-mentos públicos falsos e associação crimino-sa, por meio dos quais Moon adquiriu uma propriedade de 480 mil hectares no Chaco paraguaio.

Um dos áudios revela a intimidade de Caballero com González Daher, o próprio presidente e o empresário José Ortiz, gerente da Tabesa (companhia de tabaco do Grupo Cartes) e mão direita do atual mandatário. Em seu diálogo, Lippmann y Carmelo Caballero revelam a aberta ingerência de Cartes e Daher para tentar incriminar - a qualquer custo - inocentes no caso dos protestos populares que levaram ao incêndio do Congresso em 31 de março (31-M).

Caballero, advogado de Ortiz, mão direita de Cartes, conta como ele e sua equipe, inclu-ído o gerente, estão “trabalhando a milhão” em favor de Javier Díaz Verón para a Promo-toria Geral do Estado. Na escuta, Caballero afirma que Ortiz disse: “queremos que todos (os oposicionistas acusados pelos protestos) do Congresso estejam presos” e Díaz Verón “está nos ajudando muitíssimo”. Na oportunidade, Lippmann também confessou a Caballero que José Ortiz pôs dinheiro para “comprar impu-tações” falsas contra os implicados no “31-M”.

“Todos eles deveriam estar processados. Quero escutar a defesa de uma conspiração de terrorismo de Estado. Que renuncia coisa nenhuma! Perda do mandato e denúncia penal contra todos os envolvidos. É isso o que cor-responde”, defendeu a senadora Desiré Mazi.

“Finalmente temos a prova material do que todos os advogados sabíamos: do festival de roubo, prevaricação, de perseguição de gente inocente por dinheiro”, declarou Guil-lermo Ferreiro, advogado dos camponeses de Curuguaty. Ele recordou que, como ministro, Caballero foi o principal responsável para en-cobrir a investigação sobre o “enfrentamento” que deixou 17 mortos em 15 de junho de 2012, impossibilitando que fossem encontrados os responsáveis. O sangrento episódio desembo-cou no julgamento político express que levou à destituição do presidente Fernando Lugo uma semana depois. Conforme o advogado, o processo ficou completamente viciado pela contaminação da estrutura política, “susten-tada por juízes e promotores, em comunhão com o poder judiciário e o silêncio do Colégio de Advogados e do JEM”.

Sobre o teor do que está gravado, Ferreiro lembra que tudo é suficientemente claro para que os camponeses – condenados a até 35 anos de prisão - já estivessem livres. "Quan-do ocorreu o massacre e Lugo era ainda o presidente, Humberto Rubin entrevistou o comissário Roque Freitas, que era o chefe da divisão aérea e naval, chefe dos helicópteros, e lhe preguntou se o massacre estava grava-do. O comissário faz uma pausa e diz que há muito material que será entregue à Justiça”, ressaltou o advogado. E assim que Carmelo Caballero assume o Ministério do Interior, su-blinhou, “não moveu um dedo” para facilitar a investigação dos fatos pelo Ministério Público.

“A Promotoria não havia pedido sequer esta gravação do helicóptero, a prova mãe. Nós, por escrito, dissemos ao promotor que peça isso, que é uma prova importante. O promotor informa que pediu e que tudo se perdeu. Então eu apresento uma solicitação ao Ministério Público, onde peço ao Ministério do Interior que faça uma perícia. Carmelo não fez nada para proteger essas provas. Pedi que se fizesse um resumo por escrito. Não moveu um dedo. Nem a Promotoria nem o Ministério do Interior quiseram nos entregar a evidência”, relembrou o advogado.

Guillermo Ferreiro enfatizou que durante o governo de Lugo se assegurou que havia uma gravação do massacre e que logo, ao assumir seu vice, o golpista Federico Franco, “lhes convinha uma certa história e, provavelmen-te, nessa gravação havia algo que punha em dúvida sua teoria”. “Então destruíram essas provas”, frisou.

Para o repórter investigativo e escritor Miguel H. López, professor da Universidade de Assunção e prêmio nacional de jornalismo, o caso das escutas telefônicas equivale a um “terremoto”. O fato, avalia, é que “abre todas as comportas de dúvidas sobre causas emble-máticas como o massacre de Curuguaty, juízo prostituído, negligente, ilegal e arbitrário, ques-tionado até por organismos das Nações Unidas, e que tem a 11 compatriotas condenados à prisão, sem provas”. Com base nas gravações e no tráfico de influência, assinala Miguel López, “os coletivos que acompanham os camponeses defendem a tese de que foi Caballero quem orde-nou e – talvez – apagou a gravação tomada pela câmara frontal do helicóptero que sobrevoou antes, durante e depois o epicentro dos tiroteios, a repressão e as mortes”.

LEONARDO SEVERO

Manifestantes contra o ra-cismo invadiram diversas lojas de rede H&M em resposta a um anúncio de blusa de mole-ton com conteúdo racista. No anúncio uma criança negra usa moleton onde está escrito: “O macaco mais legal da selva”.

Manifestantes atenderam ao chamado do partido Com-batentes pela Liberdade Eco-nômica (EFF, sigla em inglês) e invadiram lojas em diversos shoppings, destruindo vitrines e manequins.

A direção da rede pediu a seus clientes desculpas pelo anúncio e disse que aquela blusa

África do Sul: rede de confecções H&M é rechaçada por divulgar anúncio racista

não estava mais à venda. O dirigente da organização

EFF, Julius Malema declarou que “os racistas estão agora en-frentando as consequências de seu racismo. Todas as pessoas razoáveis devem concordadr que essa rede não deveria ter mais permissão para continuar operando na África do Sul”.

Em um dos shoppings, o East Rand Mall, o grupo de manifestantes foi disperso com balas de borracha atiradas por um contingente policial.

A rede confirmou os ata-ques a seus estabelecimentos e acrescentou que ninguém

dos empregados ou clientes foi agredido no protesto.

Em fevereiro de 2016 um incêndio consumiu uma das fábricas que produzia para a H&M em Bangladesh. O de-sastre só não tirou vidas, como ocorreu no incêndio da fábrica Rana Plaza, em 2013, porque o incêndio aconteceu fora do horário de trabalho.

Empresas como a H&M terceirizam sua produção a fábricas em Bangladesh onde trabalhadores, na maioria mu-lheres, trabalham sob condições desumanas com salários de miséria.

Mais de 20 mil trabalha-dores gregos se reuniram em frente ao Parlamento do país contra a proibição das greves de trabalhadores e a regulamentação dos leilões de imóveis que passarão a ser feitos online. Além das duas medidas, foram aprovados dia 15, 400 novos artigos para arrochar ainda mais o povo, todos acertados entre o go-verno do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e a Troika (FMI, Banco Central Euro-peu e Comissão Europeia).

As manifestações contra o pacote de maldades de Tsipras tiveram inicio na semana passada, organizadas pelos trabalhadores da Confedera-ção Geral dos Trabalhadores da Grécia (GSEE) em parceria com a PAME (Frente Militan-te de todos os Trabalhadores). “O direito a greve foi recon-quistado com suor e sangue há mais de três décadas”, disse Odysseus Trivalas, presidente do sindicato do setor público ao jornal The Guardian du-rante o protesto de segunda. Para o sindicalista grego, proi-bir as greves é uma proposta dos “banqueiros e investido-res estrangeiros. Porém, não vamos facilitar. Nós iremos às ruas” porque trata-se de uma “medida para impossibilitar que os trabalhadores sejam ouvidos”.

Os protestos de segunda resultaram na paralisação

durante 24 horas dos trans-portes públicos, controla-dores de voo, professores e outros funcionários públicos. Ao chegarem ao Parlamento para dizer não à votação, os manifestantes, até ali pací-ficos, foram barrados pela tropa de choque de Tsipras, que não economizou na uti-lização de gás lacrimogêneo e cacetadas contra os mani-festantes.

Para o comandante de navios aposentado, George Papaspyropoulos, o artigo relativo aos leilões de casas tem o objetivo de impedir qualquer protesto nos locais dos leilões. Sobre a proibição das greves, o aposentado afirmou que a medida “ba-sicamente aboliu o direito de greve. Tais coisas acon-teceram apenas durante a ditadura dos coronéis. Este governo é de esquerda so-mente em nome. De fato, é igual a uma ditadura”.

A agência EuroNews, o estudante Iasonas Andria-nos afirmou que “se para o Governo os programas de ajuste são a opção, para nós a única alternativa é lutar, protestar e trabalhar para um futuro melhor. Este é o maior desafio para a minha geração. Esta situação é insuportável. Cerca de 500 mil jovens gregos formados deixaram o país para encon-trar um emprego”.

Page 7: A defesa não as refuta porque são evidentes Há mais provas ......A defesa não as refuta porque são evidentes Setor de serviços cai 3,4% nos últimos 12 meses Pág. 2 Trump ganha

INTERNACIONAL17 E 18 DE JANEIRO DE 2018 HP

Continente africano repele ofensas racistas de Trump

ANTONIO PIMENTA

Homenagem a King e repúdio ao racista Trump

Luther King acena à multidão antes de iniciar o discurso “Eu tenho um sonho”

Protesto em Nova Iorque conclama: “vamos esmagar o racismo de Trump!”

Coreia Popular enviará Orquestra para Olimpíada de Inverno no Sul

Dia de Luther King mobiliza multidão em Nova Iorque

Os 54 países da África condenaram na ONU os comentários “escandalosos, racistas e xenófobos” do presidente norte-americano que os insultou chamando-os de “buracos de merda”

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Milícias privadas, fortemente armadas, perseguemimigrantes na fronteira americana com o México

Banco Mundial falsifica dados econômicos do Chile

Isolado, Trump recua da decisãode sair do acordo nuclear com Irã

Manifestação gigante pró-governo no Irã

Sede do Banco na capital Washington

Paul Romer, economista-chefe do Banco Mundial reconheceu que o organismo fraudou os dados econômicos do Chile em seu relató-rio “Fazendo Negócios” (Doing Business). A instituição foi fundada em 1944 em Bretton Woods e é atrelada aos interesses do establish-ment norte-americano.

De acordo com Romer, as alterações tiveram “motivações políticas” e fizeram com que a posição ocupada pelo Chile ca-ísse constantemente durante o mandato de Michelle Bachelet (2006-2010), subindo durante o mandato de Sebastián Piñera (2010-2014), voltando a cair durante os anos de 2014-2018, com Bachelet novamen-te na Presidência. Com isso, no período, o Chile flutuou entre o posto de 25º e o 57º no ranking que avalia a “competitividade” dos países “no ambiente de negócios”.

Em publicação do The Wall Street Jour-nal, no sábado (13), Romer chegou a pedir desculpas pela falsificação na tentativa de minimizar os impactos da descoberta. “Que-ro pedir desculpas pessoalmente ao Chile e a qualquer outro país ao qual possamos ter transmitido uma impressão errada”. Ele também garantiu que as manipulações serão corrigidas e recalculadas.

O economista-chefe do Banco Mundial disse que nos últimos quatro anos a queda dos índices chilenos foi provocada basica-mente pela alteração da metodologia de análise – não teve nenhuma relação com o “ambiente de negócios do país”. “Com base nas coisas que estávamos medindo antes, as condições comerciais não pioraram no Chile”. Se a posição do Chile apresentou “volatilidade nesses anos”, essa variação foi “potencialmente contaminada por motiva-ções políticas no Banco Mundial”, assumiu.

A presidente Bachelet, que deixará o cargo em março, afirmou que “alteração prejudica a credibilidade de uma institui-ção e, dada a gravidade do ocorrido, como Governo pediremos formalmente ao Banco Mundial uma completa investigação”.

O escândalo veio a publico algumas sema-nas após a realização das eleições presiden-ciais do Chile, na qual Piñera foi eleito para o período 2018-2022. A derrota do candidato de Bachelet, entre outras coisas, se deve ba-sicamente pelo estelionato eleitoral, já que depois de eleita renegou suas promessas de pôr fim à privatização do ensino e da previ-dência, implantada por Pinochet.

Embaixadores de 54 países africanos na ONU condena-ram os comentários

“escandalosos, racistas e xenófobos” do presidente dos EUA Donald Trump – que classificou o Haiti e nações africanas como “paí-ses de merda” durante uma reunião na Casa Branca - e exigiram uma retratação e pedido de desculpas. Tam-bém a União Africana, a organização que representa o continente africano, recha-çou os insultos de Trump.

“Por que precisamos de mais haitianos, por que te-mos todas essas pessoas de países que são um buraco de merda vindo aqui? Por que queremos toda essa gente da África aqui?”, declarou Trump na reu-nião na Casa Branca com congressistas na semana passada para discutir o endurecimento das leis de imigração em curso no país, conforme os jor-nais Washington Post, Los Angeles Times e agência France Presse. Antes, ele havia dito preferir imi-grantes noruegueses.

No comunicado divul-gado no sábado (13), após reunião de emergência na noite da véspera, os 54 em-baixadores africanos na ONU se declaram “extrema-mente consternados” com os comentários de Trump. Eles denunciaram ainda a “contínua e crescente ten-dência dentro do governo dos EUA em relação à África e aos afrodescendentes, de-negrindo o continente e as pessoas de cor”. Também manifestaram sua “solida-riedade” ao Haiti e outros países atacados.

Em nome da União Africana, o porta-voz Ebba Kalondo classificou os im-propérios de “francamente racistas” . “Não são apenas alarmantes para a União Africana por sua natureza racista, mas porque diante da verdade histórica do gran-de número de africanos que chegaram aos EUA como escravos, vai contra todos os comportamentos e práticas hoje aceitos”, afirmou.

A repulsa dos países africanos vem se somar à onda de repúdio mundial desencadeada pelas ofensas de Trump, que ampliam o isolamento internacional de seu governo. “Não há outra palavra a não ser racista para classificar isso. Não se pode chamar países ou continentes inteiros de ‘buracos de merda’, vetan-do às suas populações, que não são brancas, o ingresso nos EUA”, afirmou o porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville.

Dois senadores presen-tes na reunião confirma-ram as palavras de baixo calão de Trump, e mesmo congressistas republicanos admitiram que a cobertura do que foi dito na reunião é “basicamente acurada”. Como não podia simples-

mente dizer que nada fa-lou, Trump veio a público asseverar que tinha sido “duro”, mas a expressão que usara não era “país buraco de merda”. Confor-me a mídia, nas conversas privadas ele defende o que disse, alegando que é “o que muitos pensam, mas não falam”.

Cinicamente, em ou-tra mensagem nas redes sociais, Trump asseverou jamais ter dito qualquer coisa “depreciativa” sobre os haitianos além do fato de que o Haiti é, “obviamen-te”, um país muito pobre e turbulento. Ele também jurou ter uma “relação maravilhosa com os haitia-nos”. Difícil é alguém acre-ditar, depois de ter passado a campanha presidencial chamando de “estupra-dores” e “bandidos” aos imigrantes empurrados para os EUA pelas guerras e golpes a partir de Washin-gton e pela pilhagem sob ordens do FMI.

Mas como sua cara de pau não tem limite, em declaração à MSNBC no do-mingo à noite no seu clube de golfe na Flórida, Trump asseverou ao repórter ser “a pessoa menos racista que este já entrevistara”. Na sexta-feira, dezenas de haitianos marcharam em Miami para repelir as declarações ofensivas de Trump. Na capital Washin-gton, ativistas projetaram a frase “buraco de merda” na fachada do Trump Interna-tional Hotel, no centro. A entrada do hotel também foi brindada com projeção de emoticons de fezes.

MURO Na verdade, o motivo da

reunião na Casa Branca pelo lado de Trump era arrancar financiamento para seu muro na fron-teira com o México – uma das principais promessas de campanha -, através de chantagens como o en-cerramento do programa DACA que legaliza parcial-mente a situação de 800 mil imigrantes que chega-ram aos EUA na infância e o anúncio da expulsão de 200 mil salvadorenhos (que têm 195 mil filhos nascidos nos EUA) até 2019, no país sob o programa Status de Proteção Temporária (SPT) desde 2001, após dois terremotos no país. 46 mil Haitianos e milhares de nicaraguenses também já estão na fila para expulsão ou improvável legalização.

Pelas redes sociais, uma cidadã da Noruega agrade-ceu a deferência de Trump: “Eu moro na Noruega e nunca me mudaria para os Estados Unidos. Nós temos sistema de saúde e educação superior gratuitos, cinco se-manas de férias e oito horas de trabalho diárias. Não, Trump, obrigado”, afirmou a usuária do Twitter, men-sagem que foi compartilha-da centenas de vezes.

O feriado nacional em homenagem a Martin Luther King, na segunda-feira (15), mobilizou este ano milhares em repúdio ao racismo na Sétima Avenida, em Nova Iorque. Durante a manifes-tação foram rechaçadas as recentes declarações do presi-dente Donald Trump, que ao falar dos países africanos, do Haiti e El Salvador indagou o “por que temos todas essas pessoas de países que são um buraco de merda vindo aqui?”

Luther King liderou e venceu a heroica luta du-rante os anos 1960 contra o regime de segregação racial nos Estados Unidos que impedia os negros de votar e de frequentar as escolas e universidades dos bran-cos, além do apartheid nos transportes públicos. Em 1964 ele recebeu o Nobel da Paz; foi perseguido e es-pionado permanentemente pelo FBI, do qual recebeu uma carta sugerindo que cometesse o suicídio.

Luther King foi assassi-nado em 4 de abril de 1968 na cidade de Memphis, Ten-nessee. Na época ele fazia oposição à guerra de agres-são dos EUA no Vietnã.

Em 1986 foi estabelecido o feriado nacional nos Esta-dos Unidos para homena-gear Martin Luther King, sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao seu aniversário. Só a partir de 1993 o feriado

foi cumprido em todos os estados do país.

Este ano, o protesto foi realizado durante a tarde e sob título de “Mar-cha contra o Racismo” (Rally Against Racism). A multidão se estendeu por mais de dois quarteirões, onde os manifestantes empunhavam dezenas de bandeiras haitianas e de outros países em oposição a insultuosa afirmação de Trump.

“Nós precisamos fa-lar a verdade hoje. Ele é racista. É isso mesmo”, afirmou Corey Johnson, presidente do conselho da cidade, ao falar sobre Trump. “Toda vez que ele afirma esse tipo de coisa é para nos abater. Mas veja quantas pessoas estão aqui enfrentando o frio nessa manifestação”.

“É absolutamente impor-tante nossa manifestação nesse dia de Martin Luther King, especialmente depois

do que o Trump disse”, afir-mou o haitiano Yves Georges (51), que há 30 anos reside no bairro Queens Village. “Pre-cisamos combater racistas como Donald Trump”.

Os imigrantes do Haiti e das nações africanas “merecem respeito do pre-sidente”, disse o conse-lheiro municipal, Mathieu Eugene, que é haitiano. Ao saldar a multidão, Eugene afirmou que “é importante nos juntarmos em mani-festação para condenar as palavras do presidente”.

Também participaram da manifestação diversos congressistas eleitos, como os deputados Jerrold Nadler e Hakeem Jeffries, ou a vice-governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul que também se pronunciaram contra as ofensas de Trump. Durante sua intervenção, o prefeito, Bill de Blasio, agradeceu a população imigrante por “tornar os EUA mais fortes e melhores”. GABRIEL CRUZ Trump recuou da

posição de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, como havia ame-açado fazer em várias ocasiões.

Como o acordo é revalidado por Wa-shington a cada 90 dias, na sexta-feira (12) Trump manteve a posição das vezes anteriores, num claro recuo de sua posição alardeada aos quatros ventos há meses.

A mudança da Casa Branca ocorreu pouco tempo depois da derrota do açoda-mento de Trump para derrubar o governo do Irã usando como pretexto as manifes-tações ocorridas na-quele país durante vários dias, período em que Washington prometeu apoio e amor eterno aos que topassem derrubar o governo eleito. Logo em seguida, marchas de milhões de irania-nos tomaram as ruas em uma dezena de ci-dades para responder e pulverizar os atos anti-governamentais bafejados pela mídia - em especial a norte

-americana. A partir daí, as ameaças de mais sanções para fortalecer a ‘democra-cia iraniana’ também foram postergadas.

O governo do Irã, além de denunciar a ingerência norte-ame-ricana em seus assun-tos internos, apontou a participação da CIA no incentivo aos atos vio-lentos contra delega-cias, que acarretaram mortes de policiais e “manifestantes” du-rantes essas investidas.

Para disfarçar o recuo que foi obrigado a realizar - tanto pelo esvaziamento das ma-nifestações apoiada de fora por inimigos do Irã como pela con-trariedade à ruptura por parte dos países que participam do Acordo, notadamen-te França e Rússia – Trump diz agora que dará mais “120 dias para que os eu-ropeus consertem as desastrosas brechas do acordo”, sem dizer quais são as tais “bre-chas”. Bem, com isso o falastrão ganhou mais quatro meses para se manter quieto sobre esse tema.

Na fronteira entre os EUA e o México, grupos de voluntários estaduni-denses organizam milícias fortemente armadas para combater os imigrantes mexicanos que busquem cruzar a fronteira norte-americana e em alguns casos também afirmam supostamente patrulhar as fronteiras contra os cartéis de drogas que operam na região fronteiriça.

A prática que se asseme-lha a uma caçada humana foi noticiada recentemente pela RT News, que entre-vistou o líder de um desses grupos, o “Grupo de Reco-nhecimento Fronteiriço”, liderado por Tim Folley, um ex-soldado americano que saiu de uma cidade grande para morar no deserto do Arizona, e que em 2011 fundou sua milícia que hoje é composta por 250

“voluntários”.Segundo Folley, seu

grupo foi fundado para patrulhar as fronteiras do Arizona em busca de imigrantes ilegais e traficantes de droga. “ Q u a n d o v e m o s u m grupo de ilegais, geral-mente somos quatro ou cinco pessoas armadas, com armas grandes. Não apontamos nossas armas para os ilegais, mas as empunhamos de forma preventiva. Pergunta-mos se carregam alguma arma e os prendemos e registramos”.

A ação de grupos como o de Folley é criticada não só por associações de direitos humanos mas também por autoridades policiais, que afirmam que tais milícias além de serem motivadas por sentimentos xenófobos

não têm poder legal para prender imigrantes.

“Há milhares de pessoas responsáveis pela patru-lha de fronteira, incluindo oficiais dos três níveis de governo. Mesmo assim, temos diversos desafios. Imagine uma pessoa sem treinamento adequado. É perigoso, não vão obter êxito, ao contrário, terão problemas”, assegurou o xerife do condado de San-ta Cruz, Tony Estrada, ao mencionar os abusos con-tra imigrantes ou os riscos envolvendo a possibilidade de se deparar com mem-bros do cartel de drogas.

As patrulhas de voluntá-rios chegam a permanecer dias fazendo tocaia, moni-torando a região fronteiriça à espera de encontrar al-gum imigrante ilegal. Uma pergunta fica no ar: quem financia essa gente toda?

A Coreia Popular enviará uma orquestra de 140 mem-bros para os Jogos Olímpi-cos de Inverno de 2018 na Coreia do Sul. A decisão foi acertada após reunião entre Seul e Pyongyang nesta segunda-feira (15).

O grupo irá fazer duas apresentações, uma em Seul e outra em Gangneung.

Os norte-coreanos tam-bém estão negociando com Seul e a formação de um time conjunto de hóquei feminino no gelo. A medi-da, entretanto, precisa da aprovação do Comitê Olím-pico Internacional (COI). Nunca houve na história das Olimpíadas uma equipe

conjunta das Coreias. A delegação das Coreias

terá uma reunião com o COI em sua sede, na Suíça, para discutir o possível time conjunto.

Essa reaproximação en-tre Seul e Pyongyang causa preocupação a Washington que prefere que predomine a cizânia entre os dois lados para facilitar a manutenção do Sul sob ocupação das tro-pas ianques.

A política de reunifica-ção pacífica da nação core-ana foi formulada por Kim Il Sung, que comandou a guerra para expulsar o invasor japonês e foi o fun-dador do Estado socialista .

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