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Curso Completo de Economia Profa. Amanda Aires Teoria e Questões Comentadas Olá pessoal, tudo bem? Muitos de vocês, pelo Brasil afora, que iniciaram as preparações para os concursos públicos, já ouviram falar a meu respeito. Mas, eu aproveito esse nosso encontro para fazer uma rápida apresentação: Meu nome é Amanda Aires. Sou economista pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com extensão universitária na Universität Zürich, na Suiça, Mestra em Economia pela UFPE e, agora, estou no terceiro ano do doutorado na mesma área, tendo estudado economia na Université Laval, em Quebec, no Canadá. Além de estudar economia, também sou professora em alguns cursos preparatórios presenciais para concursos públicos e, assim, já trabalhei na preparação de alunos para as provas do Banco Central do Brasil, Polícia Federal e Secretarias da Fazenda estaduais. Na parte online, sou professora de Micro, macro, economia brasileira e econometria pelo www.euvoupassarcom.br . Além de ser professora universitária de várias universidades e faculdades no Recife, ministrando aulas nas disciplinas de teoria econômica, matemática financeira, estatística e econometria em outras universidades e faculdades. O ponto comum dessas disciplinas é que elas são voltadas para alunos que não são estudantes de economia, ou seja, contadores, administradores, engenheiros, pedagogos, médicos. Acredito que esse seja um bom diferencial das aulas, pois agora estou acostumada a olhar o mundo como não-economista, o que facilita a comunicação entre mim e você, aluno. Por fim, ainda na área de concursos voltados para a área fiscal, escrevo livros de economia para não economistas, em parceria com colegas do doutorado, voltados para concursos públicos. Bem, terminada essa minha breve apresentação (acredito que agora você me conheça um pouco mais), vamos falar sobre o que faremos, juntos, no IGEPP: Com a publicação do Concurso, esse curso busca orientar você, concursando, a compreender melhor as questões de Profa. Amanda Aires Página 1 de 238

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Economia 1

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Curso Completo de Economia Profa. Amanda Aires

Teoria e Questões Comentadas Olá pessoal, tudo bem? Muitos de vocês, pelo Brasil afora, que iniciaram as preparações para os concursos públicos, já ouviram falar a meu respeito. Mas, eu aproveito esse nosso encontro para fazer uma rápida apresentação: Meu nome é Amanda Aires. Sou economista pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com extensão universitária na Universität Zürich, na Suiça, Mestra em Economia pela UFPE e, agora, estou no terceiro ano do doutorado na mesma área, tendo estudado economia na Université Laval, em Quebec, no Canadá. Além de estudar economia, também sou professora em alguns cursos preparatórios presenciais para concursos públicos e, assim, já trabalhei na preparação de alunos para as provas do Banco Central do Brasil, Polícia Federal e Secretarias da Fazenda estaduais. Na parte online, sou professora de Micro, macro, economia brasileira e econometria pelo www.euvoupassarcom.br. Além de ser professora universitária de várias universidades e faculdades no Recife, ministrando aulas nas disciplinas de teoria econômica, matemática financeira, estatística e econometria em outras universidades e faculdades. O ponto comum dessas disciplinas é que elas são voltadas para alunos que não são estudantes de economia, ou seja, contadores, administradores, engenheiros, pedagogos, médicos. Acredito que esse seja um bom diferencial das aulas, pois agora estou acostumada a olhar o mundo como não-economista, o que facilita a comunicação entre mim e você, aluno. Por fim, ainda na área de concursos voltados para a área fiscal, escrevo livros de economia para não economistas, em parceria com colegas do doutorado, voltados para concursos públicos. Bem, terminada essa minha breve apresentação (acredito que agora você me conheça um pouco mais), vamos falar sobre o que faremos, juntos, no IGEPP: Com a publicação do Concurso, esse curso busca orientar você, concursando, a compreender melhor as questões de economia que têm maior probabilidade de cair na prova. A ideia é fazer você fechar as questões que estarão no seu certame! Mas vamos ao que interessa, não é? Como faremos esse estudo para dissecar as provas? Fazendo diversos exercícios semelhantes da banca! Ao estudar grupos de questões análogas, observaremos que a Banca tem um perfil bastante similar entre as questões e, assim, poderemos verificar o que há de comum entre elas. Observando, por fim, o padrão de repetição e respostas. Um ponto interessante aqui e que você entenderá melhor posteriormente, é que em economia, pode mudar a “historinha”, mas a mecânica de solução será sempre a mesma! À medida que o tempo for passando com as aulas, você poderá verificar isso com uma clareza solar!

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Teoria e Questões Comentadas Espero que, com os nossos encontros, você possa observar que a economia é sim uma matéria interessante e que pode ser vista de uma forma muito mais descomplicada. Além disso, pode ser um determinante na sua aprovação. Hoje, nessa aula demonstrativa, começaremos fazendo uma análise ampliada do que será o curso. Será uma aula para que você possa compreender que a disciplina não é complicada e pode até ser bastante interessante. O curso integral terá cerca de 400 páginas entre teoria e exercícios. Não procurarei fazer você pensar como economista, mas me dedicarei a levar a economia para a sua realidade, para que ela fique palatável e para que, assim, você tenha um grande êxito na sua prova. As aulas serão ministradas PERIODICAMENTE sem interrupções. Abaixo, você verá o cronograma da nossa disciplina:

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AULA Conteúdo Previsto

AULA 00 Fundamentos de Economia. Conceitos básicos de micro e macroeconomia.

Aula 01(05.10.2015)

Evolução das funções do Estado. Papel do Estado na economia: estabilização econômica, promoção do desenvolvimento e redistribuição de renda. A função do BemEstar. Políticas alocativas, distributivas e de estabilização.

AULA 02(06.10.2015)

Falhas de Mercado: poder de mercado, bens públicos, semipúblicos, bens privados, externalidades, informação assimétrica.

AULA 03(07.10.2015)

Agregados Macroeconômicos: as identidades macroeconômicas básicas, o sistema de Contas Nacionais. Política fiscal. Conceitos de dívida e déficit público. Financiamento das políticas públicas. Estratégias de desenvolvimento em perspectiva histórica.Instituições e desenvolvimento econômico.

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Teoria e Questões Comentadas

AULA 04(08.10.2015)

O Processo de Industrialização da Economia Brasileira: do processo de expansão capitalista do fim do século XIX às crises dos anos 1920; da industrialização Brasileira dos anos 1930 ao fim dos anos 1950; os anos do governo JK. Os Anos 1960 e 1970.Desaceleração do Crescimento: inflação e reformas; o retorno ao crescimento e suas distorções; choques externos; os programas e os planos de desenvolvimento. A década de 1980: inflação; restrições externas; planos de estabilização. A década de 1990: Consenso de Washington e abertura da economia; os Planos Collor I e II; o Plano Real; o Regime de metas de inflação; limites da política monetária e cambial e a fragilidade a choques externos. A década de 2000: política econômica anticíclica; aumento dos investimentos; crescimento do mercado interno; política de valorização do salário mínimo, ampliação do crédito ao consumidor e crescimento das políticas de

transferência de renda.

AULA 05(09.10.2015)

A desregulamentação financeira e a crise internacional de 2008. Medidas contra crises adotadas pelo Brasil. Situação atual da economia brasileira: flexibilização do regime de política econômica; política industrial; a variação da taxa básica de juros e suas consequências. Indicadores econômicos atuais: PIB; dívida; juros; tributação; câmbio; inflação; exportações; importações; balanço de pagamentos; reservas internacionais; produção; emprego; renda; salário-mínimo; crédito.

Tutto posto?

Por fim, espero que esse curso seja muito útil a você na hora mais importante de toda essa preparação: a hora de resolver a sua prova. Estou

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Teoria e Questões Comentadas montando esse curso para que ele possa te dar um apoio definitivo na sua compreensão sobre os fundamentos da economia.

Aula DEMO

Sumário –PARTE 1

1. Definições e Leis da Economia 6

1.1. O que é economia? 6

1.2. As áreas de economia 7

1.3. Alguns conceitos básicos importantes 9

1.4. Leis Econômicas 13

1.5. A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitados

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1.6. A tríade dos problemas centrais e seuinterrelacionamento

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1.7. A noção de custo de oportunidade 20

2. Entendendo o funcionamento de uma economia 30

2.1. O fluxo circular da riqueza 30

2.2. A Curva de Possibilidade de Produção 41

Exercícios 57

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Teoria e Questões Comentadas

Gabarito 62

1. Definições e leis da economia Para estudar as decisões econômicas de famílias, empresas e governos, é necessário, inicialmente, entender do que trata a economia. Apesar de ser uma palavra largamente utilizada como sinônimo de previdência, o significado de economia não é, muitas vezes, plenamente compreendido. Essa seção busca esclarecer esse aspecto, respondendo a seguinte questão: “o que é economia?”

1.1. O que é economia?

Um ponto inicial para compreender o conceito de economia diz respeito à análise etimológica dessa palavra. O termo economia se origina do grego, oikonomia: oikos (casa), nomos (costume, lei, ou também, administrar, gerir) e ια (sufixo relativo a assuntos como ciência, doutrina e profissão). Assim, oikonomia poderia ser traduzida como a “ciência da administração da casa”. Na administração de um domicílio, um chefe de família precisa decidir com relação a diversos assuntos, tais como: o quanto adquirir de alimentos e energia elétrica; se deve comprar uma nova geladeira a prazo ou esperar até ser possível comprar à vista; se deve investir em uma reforma ou trocar de residência; se deve contratar alguém ou realizar os trabalhos domésticos por conta própria; se deve aceitar a promoção em seu emprego (e trabalhar mais horas) ou recusá-la (e ter mais tempo disponível para o lazer). A tarefa de administrar envolve escolhas, não somente na casas, como também nas empresas e órgãos públicos. As decisões estão relacionadas a objetivos que podem ser alcançados de maneiras diferentes, cada uma delas dependente de diferentes métodos e condições para a utilização dos recursos disponíveis. Assim, a economia é uma ciência social que estuda como os agentes econômicos decidem empregar recursos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.

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Teoria e Questões Comentadas Essa noção mais fundamental de economia acabou sendo alterada ao longo dos anos. Mais recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noção do conceito de economia de uma forma diferente. Dentre as formas possíveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de Introdução à Economia do A. Gremaud et alli que diz o seguinte:

Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforçar a idéia da escolha! Na verdade, toda vez que se falar em economia, vai se falar no processo de escolher algo. E por que eu preciso escolher? Por uma razão simples: embora eu queira, eu não posso ter tudo! Se você pensar dessa forma, nunca mais vai esquecer do conceito de economia!

Toda vez que se falar em economia, você vai sempre lembrar de ESCOLHA!Essa informação nos será útil mais na frente!

Um vídeo que eu gosto demais é apresentado no youtube para que você possa dar uma olhadinha em como o conceito de escolha fica bastante nítido! Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA Por que esse vídeo fala sobre economia? Por uma razão simples: As crianças precisam ESCOLHER se desejam consumir agora ou no futuro. A idéia de previdência não é nem a parte principal do vídeo. O que eu quero que você compreenda é a necessidade de escolher, tópico fundamental quando se fala em economia. Logicamente, saber o que é economia não é o suficiente. Assim, na seção seguinte conversaremos um pouco sobre alguns dos principais conceitos básicos de economia.

1.2. As áreas da Economia

A teoria econômica é dividida em três grandes ramos: A microeconomia, a macroeconomia e o desenvolvimento econômico. A etimologia das duas primeira palavras já ajuda a perceber a diferença básica a diferença básica

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Teoria e Questões Comentadas entre as suas áreas de atuação: enquanto a microeconomia estuda as partes, a macroeconomia estuda o TODO.

Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia não analisa em profundidade o comportamento das unidades econômicas individuais, tais como famílias e firmas, a fixação de preços nos mercados específicos, os efeitos de oligopólios em mercados individuais, etc. Essas são preocupações da microeconomia. A macroeconomia é aplicada no estudo das relações entre os grandes agregados econômicos. Ela se ocupa com a economia como um todo, buscando respostas para a determinação de cada uma dessas variáveis globais. Por exemplo, no mercado de bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um agregado de mercados agrícolas, industriais e de serviços; no mercado de trabalho, a macroeconomia preocupa-se com oferta e demanda de mão-de-obra e com a determinação dos salários e do nível de emprego, mas não considera diferenças de qualificação, gênero, idade, origem da força de trabalho, etc. Quando considera apenas o nível da taxa de juros, não são destacadas devidamente as diferenças entre os vários tipos de aplicações financeiras. O custo dessa abstração é que os pormenores omitidos são muitas vezes importantes. A abstração, porém, tem a vantagem de permitir estabelecer relações entre grandes agregados e proporcionar melhor compreensão de algumas das interações mais relevantes da economia, que se estabelecem entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e de ativos financeiros e não financeiros, assim como as intervenções do governo. Dessa forma, não existe confilito entre a teoria macro e a teoria microeconômica. A diferença fundamental seria uma questão de foco. Ao analisar os preços em determinado mercado, a microeconomia considera que os preços dos demais mercados não são alterados, seguindo a hipótese do coeteris paribus (que você deve ter visto quando estudo para o edital passado). Na macroeconomia, analisa-se o nível geral de preços, ignorando-se as mudanças de preços relativos de bens dos diferentes mercados (como veremos quando formos estudar inflação e desemprego!). Assim, a teoria macroeconômica preocupa-se tanto com questões conjunturais – ou de curto prazo – quanto com questões estruturais – ou de longo prazo. Entre as questões conjunturais, destacam-se a análise do desemprego e da inflação (vistas na aula 02). As questões estruturais estão associadas a problemas como o desenvolvimento econômico, distribuição de renda, crescimento econômico, globalização ou progresso tecnológico.

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Teoria e Questões Comentadas 1.3. Alguns conceitos básicos importantes

Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem não ser de conhecimento comum, ou que possuem sentidos diferentes em outros ramos do conhecimento como, por exemplo: necessidades, agentes econômicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego desses termos na ciência econômica, definiremos, também, alguns conceitos adicionais, que serão amplamente utilizados no decorrer do nosso estudo.

• Necessidade : sensação de desejar algo. O conceito de necessidade pode ser dividido em duas partes: a necessidade primária e a secundária. Vamos dar uma olhada nesses conceitos?

o Necessidade primária : a satisfação é imperiosa (obrigatória), como se alimentar.

o Necessidade secundária : a satisfação não é fundamental, como adquirir um carro novo.

• Bens e serviços : os meios através dos quais as necessidades são satisfeitas.

o Bens livres : abundantes, postos a disposição pela natureza (não produzidos pelo homem). Exemplo: ar, água.

o Bens econômicos : bens escassos, geralmente produzidos pelo homem. São classificamos como bens de consumo ou de produção.

Bens de consumo: voltados para o consumo final (podem ser duráveis ou não). Exemplo: peças do vestuário, televisão, carros.

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Teoria e Questões Comentadas

Bens de produção: destinados à produção de outros bens. Podem ser bens de capital ou bens intermediários.

• Bens de capital : bens de produção que podem ser utilizados várias vezes. Exemplo: máquinas, computadores de alta tecnologia, fornos industriais.

• Bens intermediários : bens de produção que são utilizados uma única vez (são transformados durante o

processo produtivo). Exemplo: alguns artigos agrícolas, como o trigo e a soja.

• Fatores de produção (ou insumos produtivos) : recursos básicos na produção de bens e serviços. Comumente são divididos em: terra, trabalho, capital e tecnologia.

o Terra : fator de produção relacionado aos recursos naturais.

o Trabalho : insumo produtivo relacionado à mão-de-obra. o Capital : fator de produção relacionado aos equipamentos

utilizados na produção. o Tecnologia: insumo relacionado ao conhecimento quanto

à forma de produzir algo (o “modus operanis”).

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Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produção não se incluem as matérias primas (bens intermediários)! A diferença entre o que é um fator de produção e o que é uma matéria prima, é visto no quadro abaixo.

A diferença entre fator produtivo e matéria prima está ligada à reutilização durante o processo de produção. Os fatores produtivos podem ser reutilizados após a produção de um bem, enquanto a matéria prima, não! Ou seja, eu posso reutilizar um trabalhador para fazer 600 carros, mas a chapa de aço que vai em um carro, não pode ser utilizada para fabricar o segundo carro!

• Agentes econômicos: entidades que atuam contribuindo e influenciando o funcionamento do sistema econômico. São as famílias, as firmas, o governo e o resto do mundo.

o Famílias : indivíduos e unidades familiares da economia. Desempenham o papel de consumidores e de proprietários de alguns dos fatores de produção. (a essa altura, você já sabe de cor os fatores de produção, não é?)

o Firmas : unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar os bens e serviços. Também são compradoras dos fatores produtivos que são de posse das famílias.

o Governo : todas as organizações que, direta ou

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Teoria e Questões Comentadas

indiretamente, estão sob o controle do Estado, em todas as suas esferas (federal, estadual, municipal). É possível que o Estado também atue na produção de algum bem, através de empresas estatais, mas nós, por simplificação do entendimento, não vamos entrar nesse mérito, ok?

o Resto do mundo : indivídos, firmas ou governos que não estão localizados dentro de determinada área geográfica, mas que influenciam a economia local.

• Racionalidade : em economia, entende-se pela busca do melhor para si por parte de um agente: o consumidor racional escolhe os produtos que o deixam mais satisfeito possível, e as firmas racionais buscam o maior lucro possível.

Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivíduos que não agem de forma racional, a exemplo dos dependentes químicos ou dos compradores compulsivos. Embora esses agentes façam parte da sociedade, eles não são ponto de estudo para a economia, dado que não sempre eles buscarão o que é melhor para si. Dessa forma, só consideraremos como fonte de análise em economia, os agentes racionais.

• Mercado : Local físico ou não onde é estabelecida a interação entre compradores (demanda) e produtores (oferta) de um determinado bem ou serviço.

• Economia : Eventualmente, esse termo pode ser utilizado como um substituto para sistema econômico de uma determinada região. Então, quando se fala em economia brasileira, na verdade está se falando no sistema econômico brasileiro. É a mesma coisa, ok?

• Otimização : em matemática, otimizar uma função significa determinar qual o seu valor máximo (maximização) e/ou seu valor mínimo (minimizar) dadas as restrições existentes.

Para que eu preciso do conceito de otimização, professora? Porque, dado que os agentes são racionais e buscam o que é melhor para si, eles irão buscar, continuamente, maximizar satisfação (para os consumidores) e luros (para as empresas) ou minimizarem despesas (para os consumidores) e custos (para as empresas). Assim, no fundo, no fundo, os agentes econômicos estão otimizando suas funções subjetivas!1 Agora que nós compreendemos o que é economia e alguns dos conceitos básicos, precisamos compreender como a economia funciona. Para isso, 1 Nós não entraremos no detalhe da análise, dado que o nosso curso é de noções fundamentais, mas só para que você compreenda, consumidores e empresas buscam sempre otimizar funções matemáticas sujeitas a restrições de mesma ordem.

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Teoria e Questões Comentadas vamos ter que compreender, antes algumas leis econômicas, nosso próximo tópico.

1.4. Leis Econômicas Um dos objetivos da ciência econômica é encontrar as leis que possam reger o comportamento dos agentes e o efeito de suas decisões no restante do sistema econômico. Para tanto, os economistas observam como os diversos agentes atuam com relação a situações aparentemente semelhantes, de forma a identificar a existência de algum tipo de padrão. Contudo, uma dificuldade no trabalho dos economistas está associada ao fato de que essas situações são apenas semelhantes. Para entender o porquê, pode-se tomar como exemplo o trabalho de um físico, como Galileu, por exemplo. Para que discorresse sobre a gravidade, Galileu teve de repetir experimentos em ambientes exatamente iguais para, apenas assim, ser possível a ele afirmar a existência de uma força que sempre atrai todos os corpos para a terra. No caso dos economistas, estudar situações exatamente iguais é difícil, principalmente porque repetir as condições não depende dos pesquisadores. Imagine que um economista é contratado para analisar a procura dos consumidores por um determinado bem. A decisão de cada indivíduo a respeito de comprar ou não o bem pode ser influenciada por diversos fatores, e o comportamento de um mesmo indivíduo também pode ser diferente a depender das circunstâncias que ele enfrente no momento. Por exemplo, basta pensar no valor que você dá a uma sombrinha em um dia de sol e em um dia de chuva! No entanto, apesar das dificuldades, o estudo econômico evoluiu bastante e os economistas conseguiram identificar um padrão no comportamento dos agentes em diversas situações. Assim, pode-se considerar a existência de leis econômicas de dois tipos:

• Leis gerais: válidas para qualquer estágio de evolução da sociedade;

• Leis específicas: próprias de cada modo de produção ou de cada formação sócio-econômica.

As leis econômicas servem para fins práticos e transformam-se em regras quando utilizadas na busca por objetivos. Um exemplo das leis econômicas aparece no estudo dos mercados de bens e serviços. As leis da oferta e da demanda (ou procura), analisadas com maior rigor no decorrer das aulas, explicam o funcionamento do mercado e como ele reage a mudanças nos comportamentos tanto de consumidores, quanto de produtores. A análise de um determinado fato que altera a procura (ou a

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Teoria e Questões Comentadas oferta) sob a luz dessas duas leis permite que sejam estabelecidos os seus possíveis efeitos sobre a economia. Outro exemplo é a lei da mão invisível, primeiramente formulada por Adam Smith (considerado por muitos o pai da ciência econômica). Segundo essa lei, quando firmas e indivíduos atuam racionalmente, ou seja, cada um buscando o melhor para si mesmo, o sistema econômico opera de modo mais eficiente.

Problemas Econômicos Como analisado anteriormente, observamos que os agentes econômicos precisam escolher como usar os recursos ou fatores produtivos2 que dispõem de modo a atender suas necessidades. A partir dessa idéia, ratificamos que a economia é o campo das ciências sociais que estuda as escolhas. As decisões dos indivíduos, das firmas e dos governos são quase sempre difíceis de serem tomadas devido à complexidade das questões envolvidas. A partir de agora, passamos a analistar as singularidades que norteiam as decisões econômicas.

1.5. A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitadas

Como visto, a economia é definida como a ciência da escolha quando os recursos são escassos, ou seja, insuficientes para satisfazer necessidades e desejos ilimitados dos indivíduos. O conceituado economista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questões importantes:

1. Os recursos são escassos; 2. As necessidades são ilimitadas e se renovam.

Considerando essas duas importantes questões, o economista N. Gregory Mankiw define ainda a economia como o estudo de como uma sociedade administra seus recursos escassos. Assim, nem sempre é possível atender TODAS as necessidades e desejos de modo simultâneo, caracterizando um problema econômico muito relevante e de difícil solução. A sociedade é obrigada a escolher entre modos de produção e alternativas de distribuição dos resultados das atividades produtivas entre os vários grupos da sociedade. A teoria econômica

2 Os fatores de produção são necessários no processo de fabricar bens e serviços. Em economia, esses fatores são agrupados em três grupos: Terra – recursos naturais;Capital – máquinas e equipamentos; Trabalho – Mão de obra qualificada e não qualificada.

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Teoria e Questões Comentadas procura fornecer uma alternativa eficiente3 para a alocação dos recursos de modo a maximizar a satisfação das necessidades e dos desejos. Essa dita alternativa eficiente, por sua vez, deve responder aos três principais problemas em economia. Quais são esses problemas é o que veremos agora:

1.6. A tríade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento A sociedade precisa escolher entre formas alternativas de utilização dos recursos disponíveis de maneira a operar eficientemente. Para isso, a economia procura responder a três questões:

1. O que produzir e em que quantidade? Quais os produtos e serviços deverão ser produzidos para satisfazer da melhor forma possível as necessidades da sociedade?

2. Como os bens devem ser produzidos? Que tecnologias e métodos de produção utilizar? Que matérias primas deverão ser utilizadas para produzir determinado produto? Como maximizar a produção tendo em conta os recursos disponíveis?

3. Para quem os bens são produzidos? Como repartir os rendimentos disponíveis entre os diferentes agentes econômicos? Quem deverá ganhar mais e quem deverá ganhar menos?

A depender da forma como as sociedades respondem as estas três questões, temos diferentes sistemas de organização econômica como resultado. Os dois extremos dessas formas seriam: economias centralizadas e economias de mercado. Nas economias centralizadas, as principais decisões relacionadas à produção dos bens são tomadas pelo governo. Já nas economias de mercado, é o próprio mercado (interação entre oferta e demanda, que veremos na aula que vem) que responde às três questões.

3 A eficiência é uma propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível a partir de seus recursos escassos.

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Teoria e Questões Comentadas

Contudo, na prática, não existem atualmente sociedades que se encaixem em nenhum dos dois casos extremos expostos. De fato, todas as sociedades atuais estão organizadas em economias mistas na medida em que contém características das economias de mercado e das economias de direção central. Na economia brasileira, por exemplo, o mercado determina o quê, como e para quem produzir, mas o governo desempenha papéis importantes como a supervisão e regulamentação das atividades econômicas, a oferta de serviços públicos ou a repartição dos recursos pelos agentes econômicos. Fatos que certamente analisaremos ao longo do curso. Apesar de bem simples, essa diferença entre economia planificada (ou centralizada) e economia de mercado (ou descentralizada) cai na prova.

1) (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado.

Você observa que ela pergunta sobre o funcionamento de uma economia descentralizada, não é isso? Nesse caso, qual a maior preocupação dos agentes econômicos? Para responder essa pergunta, cito uma afirmação que eu gosto muito do Adam Smith, que li no livro Introdução à Economia do Wonnacott & Wonnacott quando era primeiro período em economia:

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Teoria e Questões Comentadas

“Não é da bondade do açogueiro ou do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, e sim de seu interesse. Nós nos dirigimos não ao seu espírito humanitáio, mas ao seu interesse e nunca lhes falamos de nossas necessidades, e sim de suas vantagens”

Adam Smith, caso você não o conheça, é o pai da economia clássica, uma escola do pensamento econômico que desconsidera, por total, a presença do governo na economia. É ele o precursor do sistema econômico que considera a economia descentralizada! Analisando esse segmento do texto de Smith, é possível observar que os interesses dos agentes econômicos, em uma economia descentralizada, não estão associados ao bom desempenho da economia, mas sim, à satisfação dos seus interesses. Ou seja, famílias desejam maximizar sua satisfação em termos de consumo de bens e serviços e as empresas buscam maximizar os lucros. Nesse sentido, nós não estamos preocupados em garantir o bom funcionamento da economia, mas em buscar uma forma de satisfazer nossos objetivos. Dessa forma, segundo Smith, com a busca dos interesses próprios, era possível alcançar o equilíbrio de uma economia. Considerando todos esses pontos, observa-se que a alternativa está incorreta. GABARITO: FALSO Antes de continuar, contudo, vale aqui um ponto adicional: quem se preocupa com o funcionamento do sistema de preços é a economia centralizada ou planificada, que são bem retratadas pelos sistemas socialistas ou comunistas. Nesse caso, existe, sim, uma forte preocupação com o funcionamento da economia em termos de preços e tudo fica controlado pelo Planejador Social, retratado pelo agente econômico governo. É ele quem controla todos os salários e os demais preços da economia. Dessa forma, se a questão falasse sobre a economia centralizda, o item estaria correto.

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Teoria e Questões Comentadas

Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocações eficientes no sentido de Pareto. Alocação eficiente de Pareto! Eis aí um conceito extremamente importante em economia! Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem estar. Assim, algumas noções, antes de responder a questão são necessárias: 1. Uma alocação ou situação é eficiente no sentido de Pareto se não há uma forma de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a situação de outra. Sobre isso, vamos ver um exemplo: Digamos que existam apenas duas pessoas na economia, o Sr. e a Sra. Silva.

Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia soma R$ 1.000,00 que são distribuídos da seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$ 1,00 para a Sra. Silva. Nesse caso, nós observamos que a nossa economia está longe de ser justa, certo? Mas, será que ela é eficiente no sentido de Pareto?

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Teoria e Questões Comentadas Veja, existe alguma forma de melhorar a situação da Sra. Silva sem piorar a situação do Sr. Silva? Por exemplo, se a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ela ficaria em uma situação melhor? Sim, certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr. Silva teria que ficar em uma situação “menos boa”, pois, para que a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse caso, não há como melhorar a situação de um agente econômico sem piorar a situação do outro. Essa situação é o que Pareto chamou de eficiência. Mas, existem situações ou alocações ineficientes no sentido de Pareto? Sim, para ver isso, vamos fazer um outro exemplo:

Imagine agora que o Sr. Silva possua R$ 900,00 e a Sra. Silva continue com o seu rico R$ 1,00. Continuamos dizendo que existem R$ 1.000,00 nessa economia, certo? Nessa situação agora, é possível melhorar o estado da Sra. Silva sem piorar a do Sr. Silva? Nesse caso, sim! Veja que, por exemplo, o governo pode dar a Sra. Silva R$ 50,00, sem que isso implique em uma retirada do Sr. Silva. Como essa situação permite a melhora de um agente sem a piora do outro, ela é chamada como uma alocação ineficiente no sentido de Pareto. Quando uma alocação é ineficiente no sentido de Pareto nós dizemos que exite a possibilidade de uma melhora de Pareto, ou seja, há uma forma de deixar um agente melhor sem deixar outro necessariamente pior! Uma pergunta que se faz é: como responder, de forma eficiente a essas três perguntas? se os recursos são escassos, como o agente econômico deve realizar suas escolhas? Em um mundo onde há escassez, qualquer escolha

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Teoria e Questões Comentadas que se faça implica, necessariamente, na renúncia de diversas alternativas disponíveis. Esta renúncia representa um custo, que é um dos conceitos mais importantes da economia: o Custo de Oportunidade.

1.7. A noção de custo de oportunidade A definição de Custo de Oportunidade é apresentada a seguir:

O custo de Oportunidade pode ainda ser definido como:

É importante que você note que as definições são, via de regra, a mesma coisa. Para compreender melhor essa importante definição da economia, vamos observar o seguinte exemplo: Imagine que Sr. José foi o ganhador da última edição do Big Brother Brasil e não sabe o que fazer com o dinheiro. Ele tem duas opções: (1) Virar sócio de uma empresa já estabilizada ou (2) aplicar o dinheiro em um fundo de investimentos.

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Teoria e Questões Comentadas Observemos a figura abaixo:

Vamos compreender o problema com o qual o Sr. José se defronta: Ele possui duas opções. A primeira delas é virar sócio da ACME Corporation e ganhar R$ 10.000,00 em um dado período. A segunda opção é aplicar em um fundo de investimentos que renderá R$ 9.000,00. Como é possível observar, o Sr. José optará por virar sócio da ACME Corporation, pois esse investimento traz um retorno maior do que a segunda opção. Eu também faria o mesmo, e você? Bem, mas a pergunta que se faz é: qual o custo de oportunidade de virar sócio da ACME Corporation? O custo é de não aplicar no fundo de investimento! Ou seja, ao aplicar na empresa, o Sr. José DEIXOU de aplicar no fundo de ações. Note que ele não perdeu por aplicar na ACME. Ele apenas deixou de ganhar! Observe ainda que, mesmo que existisse uma terceira opção melhor que o fundo de investimentos, mas pior que virar sócio da ACME, ainda assim a sociedade seria escolhida! Digamos, por exemplo que virar sócio da Maracutaia Corporation gerasse um retorno de R$ 9.500,00. Nesse caso, o Sr. José ainda investiria na ACME. Mas, qual seria o custo de oportunidade agora? R$ 9.000,00 (do fundo de investimentos)+ R$ 9.500,00 (do rendimento da Maracutaia S.A.)? Nesse caso, não! É importante lembrar que o custo de oportunidade não é a soma dos benefícios das alternativas perdidas, mas apenas o benefício da melhor das alternativas abandonadas. No exemplo que considera a Maracutaia Corporation, ela seria a melhor opção abandonada por Sr. José, assim, o custo de oportunidade dele passa a ser de R$ 9.500,00.

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O custo de oportunidade não é a soma dos benefícios das alternativas perdidas, mas apenas o benefício da melhor das alternativas abandonadas.

Um outro vídeo que eu gosto muito que analisa esse conceito é o comercial do shampoo e condicionador Head & Shoulders (como assim, professora?). Vamos dar uma olhada nele? Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tE Sabe o que eu gosto nesse comercial? É o erro de conceito econômico que ele traz! Lógico, para a parte do marketing, escolher entre um anti caspas ou um cabelo sedoso não é necessário e, para ser sincera, o comercial ficou realmente muito interessante! Mas, em economia, escolher é abrir mão, sim! Nesse caso, se eu quisesse ter um cabelo sem caspas, eu precisaria abrir mão de um cabelo bonito e vice versa! Fica aí o vídeo para ilustrar que o nosso conhecimento em economia está em todos os lugares!

2) (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004, CESPE) O binômio referente à escassez e à escolha sintetiza o problema central da ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado à decisão de realizar um curso de pós-graduação, em tempo integral, em uma universidade americana, inclui as despesas com mensalidade e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentação.

Alguma sugestão para resolver esse item? Aqui, já na solução dessa questão, vale uma dica importante:

As provas de economia se resumem a conceitos! A historinha vai mudar, mas o conceito envolvido e a mecânica de solução (quando for o caso) serão os mesmos!

Agora que você já sabe como resolve, vamos ver esse item da prova do Cearáportos: veja que a questão fala sobre o custo de oportunidade! Mas...

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Teoria e Questões Comentadas no caso da questão, ele analisa o custo financeiro também! Vamos resolver juntos! Antes de resolver, contudo, vamos pensar em uma historinha: enquanto você está lendo esse material, eu estou aqui no nada caloroso inverno do Canadá (hoje está menos 15, eu acho), morando em um dormitório nada atraente para poder estudar (coitada de mim! )!! Qual o custo de oportunidade de fazer isso? Bem, com o dinheiro que eu gasto no curso de francês (é.. além de estudar economia, tem que estudar francês também!), por exemplo, eu poderia ir a um restaurante no Brasil e tomar um bom vinho. Logo, como eu tenho uma opção além do que eu estou fazendo hoje com o dinheiro do curso, o custo de oportunidade dele é, por exemplo, deixar de tomar um vinhozinho (tinto e seco, por favor! ). Logo, sempre que se falar em custo de oportunidade, pode-se considerar os benefícios não realizados ou ainda um uso alternativo para determinado recurso financeiro! Além do gasto com o francês, eu também pago pelo meu dormitório e pela minha alimentação, certo? O que eu poderia fazer com esse dinheiro, além de pagar essas despesas? Bem, digamos que no Brasil eu poderia morar melhor e pagar menos (será?!), mas, certamente, uma parte do meu dinheiro iria para o aluguel, não é? Nesse caso, embora exista um custo de oportunidade em pagar o aluguel aqui, eu não posso dizer que toooodoo o meu gasto com aluguel será o meu custo de oportunidade, tendo em vista que, inevitavelmente, eu pagaria algum dinheiro nessa despesa no Brasil. Ok, ok, você mora com os seus pais? Não tem problemas! O raciocínio não vale para o aluguel, mas vale para os seus gastos com alimentação! E não venha me dizer que você não gasta NADA de alimentação fora que eu vou dizer que é mentira, ok? Todos nós gastamos algum dinheiro com alimentação, mesmo que seja naquele churros delicioso do meio da rua! Nesse caso, fica a dica:

O custo de oportunidade está associado aos gastos alternativos que você poderia ter com determinado recurso financeiro. Isso não quer dizer que a totalidade desses recursos será o seu custo de oportunidade. Uma parte desses poderá estar ligada ao mesmo gasto (em uma outra situação), ficando a “sobra” como o seu custo de oportunidade.

Então, só para deixar ainda mais claro, nem todo o gasto financeiro que nós temos faz parte do nosso custo de oportunidade. Em alguns casos, inevitavelmente teremos determinados tipos de gasto (saúde, alimentação,

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Teoria e Questões Comentadas moradia, etc). Assim, apenas a parte excedente desses gastos é que pode ser incluída como nosso custo de oportunidade. Depois dessa historinha toda, vamos resolver a questão? Como é uma questão da CESPE, vale aqui mais uma dica:

Para o caso das provas da CESPE, o ideal, em economia, é dividir a questão por partes e analisar separadamente. SE, eu disse SE, as partes estiverem corretas, vale a pena verificar se o todo tem ligação. Não raro, as partes estarão corretas, mas o todo não possui qualquer ligação! Em breve veremos como isso é possível.

Agora, sim, vamos a questão: Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado à decisão de realizar um curso de pós-graduação, em tempo integral, em uma universidade americana, inclui as despesas com mensalidades e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentação. Primeira parte: Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado à decisão de realizar um curso de pósgraduação, em tempo integral, em uma universidade americana... Até aqui, nenhum problema, apenas a parte da “historinha”, que eu havia falado. Segunda parte: inclui as despesas com mensalidades e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentação. Aqui vamos analisar com mais calma. De fato, as despesas com mensalidades e livros fazem parte do custo de oportunidade, como o meu curso de francês, ok? Então, por hora, a questão está correta. O erro da questão está justamente na última parte: a totalidade dos custos de moradia e alimentação. É exatamente o que eu conversei com você anteriormente! O erro está na palavra TOTALIDADE! Não podemos incluir a totalidade dos gastos com moradia e alimentação por causa dos churros que eu falei acima! Assim, a questão está falsa!

Veja que todo o resto da questão está correto! Aliás, o único erro está no fato de se considerar a TOTALIDADE. Se essa palavra fosse suprimida do texto da questão, a questão estaria correta! GABARITO: FALSO

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Teoria e Questões Comentadas

3) (Basa, Técnico Científico, 2004, CESPE) Utilizando os conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

O custo de oportunidade de determinada atividade, por ser independente dos usos alternativos do tempo necessário para desenvolvê-la, é, usualmente, o mesmo para todas as pessoas nela envolvidas.

Nessa questão, o texto diz que o custo de oportunidade não depende dos usos alternativos. Como assim? Deixa eu te fazer uma pergunta: O custo de oportunidade de ler esse texto é o mesmo na sexta às 22h50 e na terça, no mesmo horário? Claro que não, né? Sexta bombando e todo mundo na rua! O custo de oportunidade nesse caso é mais alto porque você está abrindo mão de sair com o(a) namorado(a), conversar com os amigos, etc. Já na gloriosa terçafeira à noite, o que você poderia estar fazendo? Bem, digamos que não assistir o paredão BBB não traga um grande custo de oportunidade, ok? Nesse sentido, a questão está falsa porque dependendo sim do que você pode fazer o custo de oportunidade é diferente! Assim, ele não será igual não apenas para cada pessoa (cada um de nós tem um custo de oportunidade diferente), mas também para uma mesma pessoa em momentos diferentes do dia! GABARITO: FALSO

4) (Basa, Técnico Científico, 2007) Quando há escassez, a escolha e as diferentes formas de organização das economias são quetões relevantes para a análise econômica. A esse respeito, julgue os itens subsequentes.

O custo de oportunidade da decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é superior àquele que é pago na ocupação anterior, inclui tanto o valor da remuneração atual como o aumento do tempo de transporte necessário para se chegar ao novo local de trabalho.

Veja só, quando nós consideramos a possibilidade de trocar de emprego, pensamos na diferença de remuneração, certo? Esse é, na maior parte dos casos, o vetor que nos faz querer trocar de emprego. Mas, não é apenas esse fator que nos faz pensar se vale ou não a pena trocar de emprego. Imagine o seguinte: Você é convidado a ir para uma empresa que fica a 200 km da sua atual moradia, ganhando, digamos, 50% a mais. Nesse caso, não

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Teoria e Questões Comentadas é apenas o salário que conta, mas também, toda a parte de deslocamento entre a sua casa e o seu novo trabalho. No caso acima, por exemplo, pode ser que não seja vantajoso pegar esse novo emprego uma vez que você terá aumento de salário, mas também terá aumento de despesas como, digamos, um valor maior a ser pago de aluguel, um gasto adicional com combustível para visitar a família. Todo esse montante financeiro pode ser considerado como seus custos de oportunidade, certo? Já que você poderia utilizar esse dinheiro de outra forma se o novo emprego fosse mais perto de sua casa. Vamos adiante. Digamos agora que você não quer morar no lugar do novo trabalho. Você prefere ir e vir todos os dias. Digamos ainda que a empresa onde você trabalha sabe disso e paga para um motorista para levar e trazer você diariamente (que empresa boazinha, hein?). Nesse caso, não teríamos mais custo de oportunidade? Será? E o tempo que você passa dentro do carro? Por hipótese, 2 horas e meia para ir e vir. Será que não tem nenhum custo de oportunidade nisso? CLARO QUE SIM! Nesse caso, você poderia utilizar esse tempo para, por exemplo, ficar com seus filhos ou pais. Ou ainda, você poderia passar esse tempo assistindo TV ou estudando para um concurso melhor! Nesse caso, a questão apresentada está correta, uma vez que, na mudança de emprego, você considera não apenas a diferença salarial, mas também a distância entre a sua residência e o novo local de trabalho.

GABARITO: CERTA!

5) (FUMARC, Prefeitura de Governador Valadares, Economista, 2010 e CEMIG, Analista de Planejamento Econômico Financeiro, 2010) Sabendo-se que os recursos são escassos, o conceito econômico de custo relevante é o custo:

a) contábil.b) Oportunidade.c) Ambiental.

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Teoria e Questões Comentadas d) Histórico.Toda vez que se falar em recursos escassos, nós vamos lembrar de dois pontos, vamos ver:

1. Conceito de economia 2. Conceito de custo de oportunidade

Dessa forma, toda vez que se falar em escassez ou em recursos escassos, nós vamos fazer uma conexão direta com esses dois conceitos. Nesse sentido, eu não preciso nem dizer qual a alternativa correta. A alternativa correta é a letra (B), que traz o custo de oportunidade. Na verdade, é custo de oportunidade por uma questão simples. Como há escassez, eu preciso escolher! E como eu tenho que fazer essa escolha, eu tenho que ver o custo dela. O custo de uma escolha está diretamente ligado ao custo de oportunidade, já que ele reflete tudo que eu abri mão quando optei por determinada ação! De toda forma, não nos custa analisar as demais alternativas: A alternativa (A) fala sobre o custo contábil. O custo contábil nada mais é do que a soma de todos os custos envolvidos em um processo produtivo, tanto os fixos (que não variam com a alteração do nível de produção) e os variáveis (que são alterados à medida que a produção varia). Nesse caso, não existe nenhuma relação com o conceito de escassez! O custo contábil apenas soma os custos fixo e variável. Dessa forma, a alternativa (A) é falsa. Apenas salientando, a noção de custos será vista quando analisarmos o agente econômico empresa ou firma, na aula 3. A letra (C), por sua vez, fala sobre o custo ambiental. Esse, por sua vez, está ligado, como o próprio nome diz, aos prejuízos causados ao meio ambiente. Ou seja, quando determinada empresa lança desejos nos rios, temos um caso de custo ambiental. Normalmente, os custos ambientais são vistos na parte de externalidades, que veremos, na aula 05, como uma falha de mercado. Como o conceito de custo ambiental não tem ligações com escassez, logo, a alternativa é falsa. Por fim, a assertiva (D) fala sobre o custo histórico. Bem, para ser sincera, nunca ouvi falar nesse tipo de custo. Procurei também na literatura básica de economia, e até na mais avançada, e ninguém falou sobre esse danado desse custo histórico. Então, acredito que ele nem exista! A banca colocou na prova apenas para apresentar uma “pegadinha” e deixar você com dúvidas. Finalmente, a alternativa correta é a letra (B) GABARITO: (B)

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6) (Economia, STM, 2011, Analista Judiciário, CESPE) A respeito dos conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas se dispõem a pagar mais caro por bens e serviços entregues em domicílio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa-se um comportamento que reflete o fato de que esses indivíduos se confrontam com um custo de oportunidade do tempo mais baixo.

Para responder essa pergunta, ou ainda, antes de responder essa questão, eu te faço uma pergunta: Você acha que a Madonna faz faxina na casa dela? Você possivelmente respondeu: Não, porque ela é rica! De fato, ela é rica (acredito que ninguém duvida disso), mas não é essa a justificativa econômica que eu estou procurando. Veja, o que explica a razão da Madonna não fazer faxina ou quaisquer serviços do lar não é o fato de ser rica ou não, mas, apenas, o custo de oportunidade! Ora, o tempo que ela gasta fazendo faxina, ela poderia, por exemplo, estar dando uma entrevista e ganhando muito mais do que ela economizaria não pagando a diarista. Vamos a um exemplo: Imagine que, ela pague, por uma hora de limpeza doméstica, aproximadamente US$ 50,00. Imagine ainda que com essa mesma hora ela possa ela possa dar uma entrevista e faturar US$ 50.000,00. Nesse caso, o custo de oportunidade da Madonna quando ela decide organizar a casa é de US$ 50.000! Ou seja, ela deixou de ganhar 50.000 pilas (já diriam os amigos gaúchos), para economizar US$ 50,00! Não parece nada razoável, não é? Nesse caso, quanto maior for o valor da hora de uma determinada pessoa quando ela faz aquilo que tem maior conhecimento, maior é o custo de oportunidade dessa pessoa quando ela opta por fazer outras atividades! Vamos conversar ainda um pouco mais sobre o mundo das celebridades: Recentemente, fizeram uma pesquisa para saber se caso Bill Gates encontrasse uma nota de US$ 100,00 no chão, se valeria ou não a pena pegar esse dinheiro! Sabe o que se observou com essa pesquisa? Que se o Bill Gates se abaixar e pegar essa grana, ele vai deixar de ganhar muito mais do que o que ele acabou de recolher na rua! Ou seja, para o Bill, é preferível que ele continue caminhando a pegar o dinheiro!

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Teoria e Questões Comentadas Custo de oportunidade, meus queridos! Depois dessas estorinhas ficou fácil responder a questão, não é? Para responder essa questão, é simples: Quanto mais qualificada for a pessoa, maior será o seu custo de oportunidade. Na questão, é afirmado exatamente o contrário! Então, pode marcar aí, ela é falsa! GABARITO: FALSO

7) (BASA, Economista STM, 2010, CESPE) Considere que o estado do Pará pode produzir, em um ano, 200 milhões de sacas de castanhado-pará ou 600 milhões de sacas de açaí, ou uma combinação desses dois produtos. O estado do Maranhão pode produzir 200 milhões de sacas de castanha-do-pará ou 200 milhões de sacas de açaí , ou uma combinação desses dois produtos. A partir dessas informações, julgue os itens que se seguem.

Os custos de oportunidade da produção de uma saca de castanhado-pará para os estados do Pará e Maranhão serão, respectivamente, iguais a 1/3 de saca de açaí.

Essa questão é, possivelmente, a mais complicadinha. Mas, não criemos pânico! Vamos por partes, primeiro, vamos compreender os custos de oportunidade marcados acima através de uma tabela para facilitar as nossas vidas!

ProdutoQuantidade (milhões de saca)

Pará Maranhão

Castanha-do-Pará 200 200

Açaí 600 200

Compreendidas as informações, vamos à assertiva:

Ela pede os custos de oportunidade para os dois estados quando da produção da castanha-do-Pará!

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Teoria e Questões Comentadas Vamos ver, primeiro, para o estado do Pará. Para essa UF, cada vez que se produz uma saca de castanha-do-Pará, deixam de ser produzidas 3 sacas de açaí. Assim, fazendo uma razão, temos o seguinte:

1 saca de castanha / 3 sacas de açaí. Nesse caso, de fato, a razão é de 1/3.

Para o caso do Maranhão, contudo, podemos ver que essa razão não é válida, já que para cada saca produzida de castanha, deixa-se de produzir 1 saca de açaí. Nesse caso, a razão é de 1! Ou seja, a alternativa está incorreta! Na verdade, como acabamos de ver, as razões que medem o custo de oportunidade serão de 1/3 e 1 para os estados do Pará e Maranhão, respectivamente. GABARITO: FALSA

2. Entendendo o funcionamento de uma economia

2.1. O fluxo circular da riqueza É necessário compreender as interações entre os agentes econômicos a fim de melhor compreender as intervenções governamentais. Embora não seja pedida diretamente a compreensão gráfica do que ocorre em uma economia, uma vez entendida a direção e o que ocorre em cada mercado, você não terá problemas para verificar o que acontece em toda a economia e poderá analisar, com tranquilidade, se determinada assertiva da questão está correta. Por isso, essa parte da nossa aula será destinada a sua compreensão mais geral do que estudaremos ao longo das nossas cinco aulas. Uma vez compreendido esse mapa da mina, farei menção diversas vezes ao longo de todas as nossas aulas para que fique bem reforçado e para que você possa ter uma visão ampliada. Para compreender a macroeconomia, precisamos, inicialmente, saber o que é um modelo: um modelo é como um mapa; ele ilustra a relação entre as coisas. Assim como um mapa não mostra todos os detalhes da paisagem, omitindo árvores, e pontos menos relevantes, o modelo simples não poderá mostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econômico4. Contudo, assim como o mapa nos leva ao local onde desejamos chegar, o modelo simples desenvolvido nessa parte permitirá ter uma compreensão melhor das relações econômicas. 4 Sistemas Econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes.

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Teoria e Questões Comentadas Para saber o que acontece em um sistema econômico, é preciso, antes de qualquer coisa, compreender quais são os agentes econômicos que atuam nesse sistema. Um agente econômico, como já vimos, é uma pessoa ou entidade que toma decisões econômicas. Em uma economia simplificada, dizemos que existem quatro agentes econômicos: as famílias (que buscam maximizar o nível de satisfação através de um processo de otimização), as firmas ou empresas (que buscam maximizar os lucros também através de um processo de otimização), o governo (que busca maximizar o bem-estar social) e o resto do mundo (uma representação dos três agentes citados que não estão dentro do território em análise). Esses quatro agentes interagem em espaços chamados mercados. Assim, apenas reforçando, um mercado é um local, físico ou não, no qual agentes econômicos procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Em uma economia, existirão três mercados-chave: bens e serviços (onde são comercializados os bens destinados ao consumo final), Fatores Produtivos (onde são comercializados fatores necessários à produção, como trabalho, terra e capital) e ativos financeiros.

Em uma economia, os quatro agentes (famílias, empresas, governos e resto do mundo) interagem em três mercados: bens e serviços, fatores produtivos e ativos financeiros.

Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando uma economia mais simplificada. Uma situação em que só existem dois agentes: famílias e empresas (economia fechada – não há comunicação com o resto do mundo – e sem governo); e apenas dois mercados: bens e serviços e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo, denominada de fluxo circular da riqueza.

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Teoria e Questões Comentadas

Figura 1: Fluxo econômico para o caso de uma economia fechada e sem governo.

De forma simplificada, nesse fluxo circular da riqueza, as famílias são proprietárias de fatores de produção (terra, capital e trabalho) e os fornecem às firmas, através do mercado dos fatores de produção. As firmas combinam os fatores de produção e produzem bens e serviços, que são fornecidos às famílias por meio do mercado de bens e serviços. Essas são as transações formam os fluxos reais, descrito na figura em cor de rosa. Assim, as firmas produzem bens e serviços e os ofertam no mercado de bens e serviços. Esses produtos serão adquiridos pelas famílias que, para poder pagar por esses bens, precisam ofertar seus fatores às empresas. Assim, a terra, o capital e o trabalho, que são de propriedade das famílias, serão utilizados pelas empresas para produzir bens e serviços que serão consumidos pelas famílias. Seguindo um fluxo indefinido que se retroalimenta. Para cada elo do fluxo real, descrito acima, existe um fluxo monetário. Os fluxos reais possuem uma contrapartida monetária, ou seja, são efetuados

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Teoria e Questões Comentadas pagamentos na moeda corrente: as firmas remuneram as famílias quando adquirem os fatores de produção, e as famílias pagam as firmas pelo consumo dos bens e serviços produzidos. Essas operações compõem o fluxo monetário. Percebe-se que toda renda dos agentes se deve a alguma contribuição sua no processo produtivo. Por isso, o fluxo econômico também é denominado de fluxo circular da renda. Esse fluxo monetário é representado em azul na figura. Logicamente, você percebe que esse modelo não condiz com a nossa complexa realidade, mas ele cai na prova, viu (veremos como, nos exercícios)?! Não é comum encontrarmos economias fechadas, sem o contato com o resto do mundo, e é ainda mais improvável encontrar uma economia sem governo. Por isso, embora bastante simplificado, o fluxo acima descrito não se reporta a uma realidade factível. Observando isso, começaremos a tornar o nosso modelinho mais completo. Começando, adicionaremos o agente GOVERNO na análise. Nessa economia, conforme você observa na figura 2, o governo não se comunica diretamente com as empresas. O único contato que o agente governo estabelece é com o outro agente, família. Esse fato deve ser levado em consideração, pois, o governo deseja maximizar, entre outras coisas, o bem estar social. Para atingir a esse objetivo, o governo deve tirar recursos das famílias ricas (através dos impostos) e destinar às pobres (através das transferências governamentais), sendo desnecessário o contato direto com as empresas.

Além de tributar e transferir recursos, o governo atua ainda na economia através das compras governamentais de bens e serviços realizadas no mercado de bens e serviços. Note que, nessa economia, o governo não atua no mercado de fatores (veremos como isso acontece na aula 01). Uma coisa que você poderá notar posteriormente, é que a única forma que o governo tem de se “comunicar” com as empresas é através do mercado de bens e serviços. Como, nessa economia hipotética, o governo não atua no mercado de fatores, poderá fazer essa ligação com as firmas através da imposição de impostos sobre os bens (não sobre os rendimentos auferidos pelas empresas) ou ainda impondo preços máximos ou mínimos, além de tarifas e subsídios. Um último ponto que se pode considera a respeito da existência do governo e de seu contato com as empresas, diz respeito às compras governamentais, pois o governo também compra! Ele adquire os bens e serviços providos pelas empresas quando deseja realizar uma obra pública, por exemplo. Tudo isso pode ser visto na figura abaixo:

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Figura 2: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo Agora, a nossa economia começa a ficar um pouco mais alinhada com o que acontece nos sistemas econômicos mais complexos. Veja que, só com esses pontos iniciais, nós já começamos a compreender melhor o Estado e suas funções econômicas governamentais (redução da desigualdade de renda) assim como a atuação do governo na economia (através de impostos, transferências e compras governamentais). Logicamente, como foi dito anteriormente, essa é uma versão bastante introdutória, nada muito complexo. Na aula que vem, vamos entrar fundo nesses conceitos. Dando continuidade, precisamos verificar o surgimento do agente resto do mundo na nossa economia, até porque a maioria esmagadora dos países se comunica com outros países. E como o resto do mundo se comunica com a nossa economia? Através do mercado de bens e serviços, comprando produtos nacionais e vendendo produtos de outras nacionalidades. Assim, quando o resto do mundo adquire nossas mercadorias no mercado de bens e serviços, estamos exportando e quando o resto do mundo vende bens no nosso mercado de bens e serviços, estamos importando. A figura 3 mostra o surgimento do resto do mundo na economia.

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Figura 3: Fluxo circular da riqueza de uma economia aberta

Até agora, observamos que os quatro agentes se encontram, simultaneamente, apenas no mercado de bens e serviços. Cabendo ao mercado de fatores a interação entre empresas e famílias, apenas. O modelo até aqui formulado é bastante complexo, mas não mostra a totalidade das relações existentes entre os agentes. Isso porque até agora desconsideramos a existência de um mercado vital no sistema econômico: o mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como no mercado

5 O Mercado Financeiro é formado por quatro segmentos de mercado:

1. Mercado de Crédito: destinado, prioritariamente a fornecer recursos financeiros para as famílias;

2. Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, a emissão de crédito para capital de giro das empresas;

3. Mercado Monetário: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer política monetária; 4. Mercado Cambial: utilizado para a conversão entre a moeda nacional e as demais moedas

estrangeiras.

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Teoria e Questões Comentadas de bens e serviços, o mercado financeiro também conta com a presença simultânea dos quatro agentes econômicos: as famílias atuam nesse mercado enviando a parte da renda não consumida (a poupança privada), as empresas operam no mercado através da tomada de empréstimos para investimentos e a posterior emissão de títulos da dívida e emissão de ações, enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem tanto tomar quando conceder empréstimos ao sistema financeiro nacional. O fluxo circular da riqueza expandido é mostrado na figura 4.

Figura 4: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo

O fluxo circular da riqueza conecta os quatro setores da economia: famílias, firmas, governos e resto do mundo, através dos três tipos de mercados: os fundos fluem das firmas para as famílias na forma de salários (remuneração do fator produtivo trabalho), juros (remuneração do fator produtivo capital), e aluguéis (remuneração do fator produtivo terra), através do mercado de fatores. Depois de pagar os impostos ao governo e receber do governo as transferências, a família aloca a renda restante, ou seja, a renda disponível, entre poupança privada e gastos com o consumo. Através dos mercados financeiros, a poupança privada e os fundos do resto do mundo são canalizados para gastos de investimentos das firmas, tomada de empréstimo pelo governo, tomada e concessão de crédito de estrangeiros e transações de estrangeiros com ações. Além disso, os fundos fluem do governo e das famílias para as firmas, para pagar pela compra de bens e serviços.

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Teoria e Questões Comentadas Finalmente, exportações para o resto do mundo geram um fluxo de fundos que entra na economia e as importações levam a um fluxo de fundos que sai da economia. Assim, quando se soma os gastos de consumo com bens e serviços, os gastos de investimentos pelas firmas, as compras governamentais de bens e serviços e as exportações e, em seguida subtrai-se o valor das importações, o fluxo total de riqueza representado por esse gasto é o gasto total com bens e serviços produzidos em um país, uma variável muito importante para uma economia, conforme veremos adiante. De modo equivalente, esse é o valor de todos os bens e serviços produzidos no país, isto é, o Produto Interno Bruto (PIB) da economia. É claro que isso aqui está, de fato, extremamente simplicado, mas, como eu já tinha dito, isso faz parte da noção de modelo enquanto simplificação. Mas, disso tudo o que é que, de fato, nos interessa em um primeiro estágio? É interessante que você saiba que, no mercado de bens e serviços não existe apenas um tipo de mercado, mas ALGUMAS estruturas. São elas: Concorrência Perfeita, Concorrência Monopolística, Oligopólio e Monopólio. Existem ainda outras, como o oligopsônio e o monopsônio, mas elas nunca caem na prova. Há, ainda, o mercado contestável, mas nós vamos falar sobre essa estrutura quando nos reportarmos ao mercado em concorrência perfeita. Além disso, é interessante que você compreenda como os consumidores e empresas atuam no mercado de bens e serviços e como o governo pode influenciar esse mercado. Por fim, é importante que você note que esses mercados podem ter falhas e que, quando essas falhas acontecem, cabe ao governo fazer intervenções através de um processo regulatório! Viu como está tudo conectado desde o início? 8) (Analista Judiciário – Economia - STM, 2010) A respeito dos conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

No fluxo circular de bens e serviços, as firmas demandam fatores de produção que são ofertados pelas famílias e, nesse processo, os fluxos monetários vão das empresas para as famílias.

Para responder a questão, basta dar uma olhada no fluxo circular da riqueza original.

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Agora, vamos analisar ponto a ponto o que a questão afirma: primeiro ela chama de fluxo circular de bens e serviços, o que nós chamamos previamente de fluxo circular da riqueza Embora a nomenclatura seja diferente, elas dizem respeito a mesma coisa. Continuando, a questão afirma que as firmas demandam fatores de produção que são ofertados pelas famílias. Pelo gráfico acima, nós podemos perceber que isso é verdade.

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Pelo corte feito no fluxo, é possível ver que existem as setinhas vermelhas, que representam o fluxo real de fatores, saindo das famílias e entrando nas empresas. Ou seja, as famílias estão ofertando esses fatores e as empresas estão demandando (procurando) esses mesmos fatores. A explicação para isso, como já vimos, é que as empresas precisam desses fatores para que seja possível realizar a produção dos bens e serviços que serão ofertados às famílias. As famílias, por sua vez, precisam ofertar esses fatores para que seja possível adquirir os bens e serviços que serão oferecidos pelas empresas.

Um ponto importante aqui é que você não precisará, necessariamente, fornecer o fator para a empresa que você deseja comprar algo. Por exemplo, não é porque eu vou jantar na pizza hut que eu preciso, depois de jantar, lavar os pratos! Na verdade, eu presto meu trabalho

para outra(s) empresa(s) e, com o fluxo monetário recebido pelo(s) meu(s) fator(es), posso adquirir bens e serviços em quaisquer outros lugares! Esse formato de fluxo acabou por facilitar muito o processo de trocas. Ou seja, as pessoas não ficam mais amarradas às empresas que trabalham!

Concluindo, a questão finalmente afirma que e, nesse processo, os fluxos monetários vão das empresas para as famílias. Como você pode perceber, a questão está toda correta! Para notar isso, basta ver o sentido das setinhas azuis, saindo das empresas e entrando nas famílias! GABARITO: CERTA

9) (ECONOMIA E ESTATÍSTICA – IJSN/ES, 2010)

O modelo do fluxo circular de renda possibilita mensurar o produto da economia pelas despesas ou pela renda. Na visão das famílias e considerando o fluxo circular da renda, a despesa para a aquisição

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de bens e serviços é equivalente ao valor recebido pela venda dos bens e serviços. Assim, produto = renda = despesa.

A assertiva afirma que O modelo do fluxo circular de renda possibilita mensurar o produto da economia pelas despesas ou pela renda. Até aqui, é verdade. Só para que você compreenda, eu posso medir o PIB, Produto Interno Bruto de uma economia, utilizando três óticas diferentes: a produção propriamente dita, a despesa agregada e os rendimentos. Ou seja, de acordo com essa identidade, tudo que é produzido será comprado pelos agentes econômicos (as famílias realizam consumo, as empresas fazem investimentos, o governo faz compras ou gastos governamentais e o resto do mundo compra as nossas exportações) e, para que seja possível existir o processo de compras, é preciso que os agentes econômicos possuam renda, seja ela proveniente de trabalho (salário), do fator terra (aluguéis) ou ainda do fator capital (juros). Considerando isso, podemos dizer que toda produção será igual ao somatório das despesas que, por sua vez, será igual aos rendimentos. Então, aqui, tanto faz, por onde você vai medir o PIB, nesse caso, todos os caminhos levam a Roma! Dessa forma, ATÉ AQUI, nada errado! Mas a questão continua...Na visão das famílias e considerando o fluxo circular da renda, a despesa para a aquisição de bens e serviços é equivalente ao valor recebido pela venda dos bens e serviços. E eis que achamos o erro! Vamos ler, novamente, com cuidado? Veja que a alternativa diz que, para as famílias, a despesa para aquisição de bens (o consumo das famílias) será equivalente ao valor recebido pela venda de bens e serviços. Mas as famílias não vendem bens e serviços!!! Aliás, é importante que você note que quem vende bens e serviços é o agente econômico empresas, não família! Nesse caso, a alternativa está falsa, já que as famílias vendem (ou ofertam, com queiram) fatores produtivos! E aí, por causa desse detalhe que passaria perfeitamente desapercebido, a questão é incorreta! Finalmente, para terminar, a assertiva diz que: Assim, produto = renda = despesa. O que é verdadeiro, conforme vimos anteriormente! GABARITO: FALSO A pergunta que você pode estar se fazendo agora é: quanto, no máximo, uma economia pode produzir? Para analisar isso, precisamos ter o

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Teoria e Questões Comentadas conhecimento de uma fronteira muito importante na economia: a Curva de possibilidade de produção6.

2.2. Curva de possibilidade de produção A curva ou fronteira de possibilidades de produção ilustra como a questão da 6 A Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção é um gráfico que mostra as combinações de produto que a economia tem possibilidade de produzir dados os fatores de produção e a tecnologia de produção disponíveis. escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade. Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo. Esse é estabelecido quando todos os recursos disponíveis estão plenamente empregados. A curva ou fronteira de possibilidae de produção mostra, o quanto, no máximo, será possível produzir nessa situação. Imagine uma economia que produza, apenas computadores e automóveis. Considere também que se todos os recursos forem utilizados na produção de computadores, 3.000 unidades podem ser fabricadas, enquanto que se forem integralmente utilizados na produção de automóveis serão capazes de produzir 1.000 unidades. A figura abaixo mostra a produção máxima que esse determinado país imaginário pode fabricar. A produção de 3.000 unidades de computadores é marcada, no gráfico, pelo ponto A, enquanto que a produção de 1.000 unidades de automóveis é marcada pelo ponto B.

Logicamente, um de determinado país não precisa produzir só computadores ou só automóveis, ele pode, por exemplo, escolher uma combinação

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Teoria e Questões Comentadas intermediária entre esses dois extremos. Essa situação pode ser vista, por exemplo, no ponto C, em que essa determinada economia produz 2.200 unidades de computadores e 600 unidades de automóveis.

É importante que você note que a seguinte combinação está situada na curva de possibilidades de produção essa economia. Isso significa que, se a sociedade escolhe produzir 2.200 unidades de computadores, os recursos que ficarão disponíveis serão capazes de produzir no máximo 600 unidades de automóveis, e vice-versa. Nesse caso, o ponto C estará sobre a curva de possibilidade de produção, indicando que, assim como os pontos A e B, essa situação também é eficiente, logo qualquer ponto ao longo da curva ou fronteira de possibilidade de produção é eficiente. Uma situação semelhante ao ponto C pode ser vista quando essa economia produz 2.000 computadores e 700 automóveis. Um ponto importante que você observe diz respeito a posição, ao longo da curva, que determinada economia estará. Por exemplo, essa economia produzirá 2.200 ou 2.000 computadores? Nesse caso, a produção dependerá dos objetivos de determinada economia. Imagine, por exemplo, uma outra economia que possa produzir armas e alimentos. Se essa economia estiver em guerra, possivelmente estará em um ponto em que produza mais armas e menos alimentos. Já se estiver em uma situação de paz, produzirá mais alimentos e menos armas. Assim, apenas reforçando, o que determina em que ponto a economia estará está ligado aos objetivos estratégicos dessa economia. Vejamos uma combinação que se encontra além dos limites impostos pela curva, digamos 2.200 unidades de computadores e 1.000 unidades de automóveis, como mostrado no ponto D, abaixo. Nesse caso, não há recursos disponíveis nessa economia que torne possível a produção dessas quantidades. Essa situação, que é graficamente mostrada por qualquer

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Teoria e Questões Comentadas ponto que esteja fora da curva de possibilidade de produção é chamada de tecnologicamente inviável, ou seja, através de avanços tecnológicos, é possível alcançar esse nível de produção. Isso é representado, graficamente, pelo deslocamento da curva de possibilidade de produção, saindo da curva preta e indo para a curva verde.

Por outro lado, imagine que, por alguma razão, essa economia não opere de forma eficiente, deixando de utilizar algum recuso que estava disponível. Essa situação é mostrada através do ponto E na figura. Nessa situação, como existem recursos ociosos, é possível observar que essa economia seria capaz produzir mais de ambos os bens, se empregasse, de forma eficiente, os seus fatores produtivos. As setas indicam de que forma a economia poderia ser eficiente a partir do ponto E.

A figura 5, abaixo apresenta todos os conceitos ligados à eficiência da curva ou fronteira de possibilidade de produção.

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Figura 5: Fronteira ou curva de possibilidade de produção

A curva de possibilidade de produção mostra o quanto, no máximo, poderá ser produzido se todos os fatores disponíveis na economia forem utilizados. Um conceito importante, relacionado à curva de possibilidade de produção, é o de taxa marginal de transformação (TMT)5. A TMT mede a taxa pela qual devemos abrir mão da produção de um dos bens para produzir mais de outro bem, ou ainda, se deixarmos de produzir uma unidade de um determinado bem x, o quanto a mais poderíamos produzir de outro bem y, com os recursos disponibilizados pela produção de menos unidades de x. Seguindo esse raciocínio, teríamos então a TMT é dada pela seguinte expressão:

onde ΔQx é a variação ocorrida nas unidades produzidas de x, e ∆Qy é a variação ocorrida nas unidades produzidas de y. Observe que, ao produzir sobre a fronteira de produção, uma unidade adicional de um bem (variação positiva) só pode ser obtida se unidades de outro bem deixarem de ser produzidas (variação negativa), ou seja, a TMT assume um valor negativo. Voltando ao exemplo anterior, para aumentar a produção de computadores em 200 unidades (de 2000 para 2200) seria necessário reduzir a de

5 A Taxa Marginal de Transformação mede a taxa pela qual deve-se abrir mão da produção de um dos bens para que seja possível produzir mais de outro bem.

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Teoria e Questões Comentadas automóveis em 100 unidades (700 para 600), então, teríamos que a TMT seria igual a -2. Um ponto importante que você note é que, normalmente, a inclinação da CPP é diferente ao longo dos diversos pontos da curva, por isso a curva tem esse formato. Considerando isso, teremos que a TMT –que mede a inclinação da CPP, também é variável ao longo da curva. Em casos extremos, podemos ter uma CPP com inclinação constante. Nesse caso, diremos que ela é uma linha reta! Uma questão será analisada com mais profundidade, mas, adianto a você que, nesse caso, a TMT é uma constante! É importante que você compreenda que a Curva de Possibilidade de Produção é uma simplificação da realidade. Contudo, ela é bastante útil para que possamos compreender se um país está alocando corretamente os seus fatores ou não. Dado que os desejos são ilimitados e os recursos escassos, a alocação eficiente é importante porque possibilita a produção máxima de bens em uma economia.

10) (Economia, STM, 2011, Analista Judiciário, CESPE) A respeito dos conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

A redução dos impostos sobre a cadernetea de poupança e os fundos de investimentos concorre para deslocar, para cima e para a direita, a fronteira de possibilidades de produção da economia.

Como assim poupança? Veja só, imagine que todo mundo consuma, certo? Para a economia, no curto prazo, isso é ótimo: mais consumo, mais emprego, mais renda para os trabalhadores, que vão efetuar ainda mais consumo... isso é o que se chama de círculo virtuoso.

O problema é o seguinte: consumo gera avanço tecnológico? Não, consumo não gera qualquer tipo de avanço tecnológico. Para que seja possível existir avanço tecnológico, é preciso que existam investimentos por parte das

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Teoria e Questões Comentadas empresas, ou seja, é preciso que as empresas gastem em pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, para que seja possível produzir mais, com a mesma quantidade de recursos, por exemplo. Nesse caso, de onde vem o dinheiro para as empresas investirem? Vem das famílias!

Pois é, somos nós, famílias, que financiamos as empresas! Como? Através das nossas poupanças! Nossas ricas poupancinhas vão seguir, através dos bancos para as empresas, para que essas possam realizar investimentos! Assim, as empresas podem realizar diversos investimentos e levar nossa economia para uma curva de possibilidade de produção mais alta. Dessa forma, voltando à questão, a redução dos impostos sobre a caderneta de poupança e os fundos de investimentos concorre para deslocar, para cima e para a direita, a fronteira de possibilidades de produção da economia, já que com a redução dos impostos haverá um aumento no volume de poupanças e esse volume virará investimentos, levando a curva de possibilidade de produção, de fato, para um nível mais alto, mais para a direita!

GABARITO: CERTA

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Teoria e Questões Comentadas A essa altura você deve perguntar: mas apenas avanço tecnológico leva a um deslocamento da CPP? Não, um aumento no número de trabalhadores, seja por imigração, seja por aumento da taxa de fecundidade também faria que com existisse esse deslocamento, mas esses casos são mais complicados e mais lentos para acontecer. Por isso, nós não os consideramos na análise.

11) (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico - Economia, 2004) O binômio referente à escassez e à escolha sintetiza o problema central da ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Políticas de salário mínimo, que levem à fixação das remunerações substancialmente acima daquelas que prevaleceriam no livre mercado, conduzem a economia para um ponto situado no interior da curva de possibilidade de produção.

Ainda em curva de possibilidade de produção... Vamos analisar um pouco essa. A princípio, essa será classificada como difícil! Depois da nossa aula sobre teoria dos preços, ela ficará mais fácil de ser compreendida!

Veja, o que foi que aconteceu agora há pouco no Brasil? Dilma aumentou o salário mínimo de R$ 545,00 para R$ 622,00, certo? Pois bem, quando isso acontece, qual será o resultado? Com o aumento desses salários, algumas empresas não poderão manter os funcionários, por exemplo. Lógico, isso seria um caso mais extremo, mas, ainda assim, possível. Nesse caso, com esse aumento, existirão demissões, não é? E o que significam essas demissões? Significam que teremos mais gente procurando emprego, ou, de uma outra forma, teremos mais recursos de mão de obra ociosos. E se tem fator produtivo ocioso, onde eu estou dentro da curva de possibilidade de produção? Eu estou em algum ponto no interior da curva, já que, agora, não todos os recursos estão sendo utilizados! Dessa forma, só para sintetizar, todas as vezes que o governo realiza intervenções na economia no sentido de aumentar salários ou quaisquer outros preços

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Teoria e Questões Comentadas dos fatores produtivos, isso levará, inevitavelmente, a um ponto situado (mais) no interior da curva de possibilidade de produção.

GABARITO: CERTA

12) (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

C Se a curva de possibilidades de produção for uma linha reta, o custo de oportunidade de se produzir determinado bem será constante.

Essa é muito boa! Boa porque questiona a você dois conceitos vistos na aula de hoje: Curva de Possibilidade de Produção e o de custo de oportunidade! Vamos lá. Ele argumenta o seguinte: Se a curva de possibilidade de produção for uma linha reta, logo, o formato não seria como o visto anteriormente, ou seja, um formato côncavo. Seria algo como mostrado pela linha verde, na figura:

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A CESPE, infelizmente, não coloca os gráficos na prova, mas sempre (é sempre mesmo!) pede análises do gráfico. Assim, sempre que possível, colocarei o gráfico para que você visualize a situação para que, a partir daí, possamos resolver a questão juntos, ok?

E aí, a questão continua dizendo que: o custo de oportunidade de se produzir determinado bem será constante. Como eu consigo medir o custo de oportunidade na curva de possibilidade de produção? Simples! Analisando a TMT! A taxa marginal de Transformação diz o quanto eu abro mão da produção de um determinado bem para poder produzir mais de outro. Como visto, a TMT é mostrada pela seguinte fórmula:

No caso de um CPP que possui o formato de linha reta, a TMT será constante, já que à medida que eu produzo mais do bem X, vou sempre, abrir mão da mesma quantidade do bem Y! Nesse caso, a alternativa está correta! É importante que você note que, a TMT também é a inclinação da CPP! Com essa noção na mente, fica mais simples a compreensão! GABARITO: CERTA 13) (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

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D Na guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos da América (EUA), o custo de oportunidade da produção de material bélico equivale ao valor dos bens e serviços a que se deve renunciar para produzir esse tipo de material.

A alternativa, antes de mais nada, está correta! Lembra o seguinte, o ponto, ao longo da Curva de Possibilidade de Produção em que a economia estará dependerá dos seus objetivos políticos. E cada vez que a economia decide produzir mais de qualquer bem, estará decidindo, também, necessariamente, produzir menor de outros! É exatamente o que diz a questão acima! Quando os EUA optam por produzir material bélico, estão deixando de produzir outros bens. Logo, o custo de oportunidade de produzir esse material bélico é justamente o que ele deixou de produzir em termos de outros bens e serviços! GABARITO: CERTA

14) (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

E Políticas discriminatórias, com base na raça, gênero ou idade, por exemplo, impedem o uso eficiente dos recursos e fazem que a economia opere em um ponto interno da curva de possibilidade de produção.

Na verdade, essa questão é exatamente igual a questão que falava sobre o salário mínimo, que vimos anteriormente. Veja só, quando o enunciado fala em políticas discriminatórias, está falando, necessariamente, em deixar alguns recursos (nesse caso, o fator trabalho) ociosos! Dessa forma, o que acontecerá? De novo, assim como na questão do salário mínimo, haverá uma mudança para algum ponto no interior da curva de possibilidade de produção (caso a economia estivesse operando em seu nível de eficiência) ou para um ponto mais interior na curva de possibilidade de produção (caso a economia já não fosse eficiente).

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Lembre que para que uma determinada economia opere de forma eficiente, é necessário que ela esteja empregando todos os seus fatores produtivos e demais recursos disponíveis! GABARITO: CERTA

15) (Basa, Técnico Científico, 2004) Utilizando os conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

O estabelecimento de regras competitivas mediante a eliminação das fontes de monopólio desloca a curva de possibilidades de produção para cima e para a direita.

Essa aqui é interessante, vamos ao trabalho! Veja só, a questão fala de regras competitivas e fontes de monopólio. Vamos analisar, cada uma dessas afirmações. Antes, contudo, é preciso que você compreenda o que é um monopólio. Por simplicidade, o monopólio é uma estrutura de mercado em que apenas uma empresa opera. Mais detalhes sobre essa estrutura serão vistos na aula pertinente. Por outro lado, e também, por simplicidade, regras competitivas implicam na existência de muitas empresas operando na oferta de determinado bem. Logicamente, uma diferença entre essas estruturas diz respeito à margem de lucro realizada por cada empresa. No caso do monopólio, essa margem é bem alta e, no caso da concorrência, essa margem é, por sua vez, nula6.

Mas e o que isso afeta a CPP? Simples! Nós vimos anteriormente que para que seja possível deslocar a curva para a direita e para cima, era

6 A explicação para a margem de lucro nula será vista na aula que falará sobre estruturas de mercado, ok?

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Teoria e Questões Comentadas preciso que as empresas realizassem investimentos, digamos, em Pesquisa e Desenvolvimento, certo? Vimos ainda que, para que esse investimento seja possível, as empresas precisam das poupanças das famílias para poder realizar esses tipos de investimentos. Contudo, as poupanças das famílias não são as únicas fontes de recursos para investimentos das empresas! Elas também podem utilizar os lucros acumulados para fazer isso! Nesse caso, é no monopólio e não na concorrência que podemos deslocar as curvas para a direita, já que, com o acúmulo dos lucros, teremos investimentos e esses gerarão avanços tecnológicos! Nesse caso, a alternativa é falsa! GABARITO: FALSO Só para que você compreenda melhor: para deslocar a curva de possibilidade de produção, a economia precisa, entre outras coisas, gerar avanços tecnológicos. Nesse sentido, ela pode utilizar a poupança das famílias ou ainda os lucros retidos pelas empresas! Simples assim!

16) (Basa, Técnico Científico, 2007) Quando há escassez, a escolha e as diferentes formas de organização das economias são questões relevantes para a análise econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Ao provocarem mortes e desabamentos e destruírem parte da infraestrutura regional, os temporais que atingiram as regiões Sul e Sudeste no início de 2007 elevaram o custo de oportunidade dos recursos produtivos, o que aumentou a inclinação da curva de possibilidade de produção das economias dessas regiões.

Novamente, uma questão que fala sobre custo de oportunidade e curva de possibilidade de produção feita pela CESPE! Vamos à análise: A questão fala que existiram desabamentos e que parte da infraestrutura regional foi destruída nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Nesse caso, o que acontecerá? Eu posso dizer, com certeza, que haverá um aumento do custo de oportunidade? Sim. Toda vez que existe uma redução da quantidade de fatores produtivos, haverá, também um aumento do seu custo de oportunidade.

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Teoria e Questões Comentadas O raciocínio é simples: Quanto mais escasso for um determinado recurso, maior será o benefício que ele traria caso fosse utilizado. Nesse caso, maior será o seu custo de oportunidade! Até aí, a alternativa está correta. Mas, a alternativa continua afirmando que haverá um aumento na inclinação da curva de possibilidade de produção das economias dessa região. Será? Nesse caso, a alternativa fica incorreta, pois eu não posso afirmar nada sobre a inclinação da curva de possibilidade de produção. A única afirmação que eu posso fazer a esse respeito diz respeito a um deslocamento da curva para a esquerda e para baixo. Como houve uma destruição de parte dos recursos, eu deixo de ter esses fatores, então a curva sofrerá esse tipo de deslocamento. É como se houvesse um retrocesso tecnológico, entende? Assim, considerando esses dois pontos, podemos afirmar que a alternativa acima não é verdadeira. GABARITO: FALSO

17) (INMETRO, Técnico em Meteorologia e Qualidade, 2009, CESPE) A respeito dos fundamentos da teoria econômica, julgue os itens a seguir.

A lei da escassez, definida como a ausência de recursos suficiente para suprir todas as necessidades e desejos da coletividade, só tem validade quando não se considera, no modelo econômioc, a variável de evolução tecnológica.

Essa aqui, diferentemente das anteriores, não considera, já de cara, a questão da curva de possibilidade de produção, mas leva em conta a questão da escassez, então vamos responder ela nessa parte da aula também! Vamos olhar a questão e resolver por partes. Segue a primeira: “A lei da escassez, definida como a ausência de recursos suficientes para suprir todas as necessidades e desejos da coletividade,” Até aqui? Correto, ok? Veja que escassez é isso mesmo! É quando os recursos não são suficientes para atender a todos os anseios da economia! “só tem validade quando não se considera, no modelo econômico, a variável de evolução tecnológica.” Eis, aqui, o erro! Na verdade, o conceito de escassez terá sempre validade! Sempre, eu disse sempre, desejaremos ter mais do que possuímos em economia! Ou seja,

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ECONOMIA = ESCASSEZ! Ou seja, o estudo da economia não tem sentido se eu considerar que os agentes, por alguma razão, estão saciados. O que acontece no caso do avanço ou evolução da tecnologia é que nós podemos reduzir o processo de escassez, mas não o eliminamos, já que isso fará com que haja um deslocamento da curva de possibilidade de produção, o que implicará, finalmente, em um, em uma maior produção e, assim, consumo de bens. GABARITO: FALSO

18) (Sebrae/AC, Analista Geral, 2007, CESPE) Utilizando os conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

O uso do biodiesel como combustível e outros avanços deslocam a fronteira de possibilidades de produção, para cima e para a direita.

Falou em avanço tecnológico eu vou lembrar de deslocamentos da curva ou fronteira de possibilidade de produção para a direita e para cima!

19) (DPF, Agente da Polícia Federal, 2004, CESPE) A questão da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as interações entre governo e mercados privados e os problemas

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macroeconômicos são temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O binômio escassez/escolha, que permeia o problema econômico correlato, ocorre somente quando, dentro do processo produtivo, não existe possibilidade de substituição entre insumos.

Veja só o que a questão diz: Só existe escassez/escolha APENAS quando não há possibilidade de substituição entre os insumos (fatores produtivos)?

Claro que não, né? Sempre, eu disse sempre, existirá a questão da escolha no problema de escassez e isso não implica APENAS a questão da substituição ou não de insumos! Nesse caso, de forma semelhante ao que foi visto na questão 17, a alternativa é FALSA GABARITO: FALSO

20) (DPF, Escrivão da Polícia Federal, 2004, CESPE) O problema da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as interações entre governo e mercados privados e os problemas macroeconômicos são temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir:

Quando os custos de oportunidade para os recursos produtivos são crescentes – a curva de possibilidades de produção é uma linha reta – um aumento dos gastos públicos não conduz à redução das despesas dos agentes privados.

Essa é um pouco mais complicadinha que a anterior! Veja que a questão fala sobre custos de oportunidade crescentes e logo em seguida ele fala em curva de possibilidade de produção em linha reta! Veja, em uma das questões que fizemos acima, verificamos que, quando a CPP é uma linha reta, o custo de oportunidade é constante, lembram?

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Teoria e Questões Comentadas Logo, já a partir daí, vemos que a questão está incorreta! Custos de oportunidade crescentes estarão associados a CPP côncava!

A questão continua... um aumento nos gastos públicos, não conduz à redução das despesas dos agentes privados. O que também está falso! Ora, dado que os recursos são escassos, se o governo passar a comprar mais, os agentes privados (empresas e famílias) passarão a gastar menos, GABARITO: FALSO

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Teoria e Questões Comentadas Exercícios Resolvidos – Parte 1 1. (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado.

2. (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004, CESPE) O binômio referente à escassez e à escolha sintetiza o problema central da ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado à decisão de realizar um curso de pós-graduação, em tempo integral, em uma universidade americana, inclui as despesas com mensalidade e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentação.

3. (Basa, Técnico Científico, 2004, CESPE) Utilizando os conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

O custo de oportunidade de determinada atividade, por ser independente dos usos alternativos do tempo necessário para desenvolvê-la, é, usualmente, o mesmo para todas as pessoas nela envolvidas.

4. (Basa, Técnico Científico, 2007) Quando há escassez, a escolha e as diferentes formas de organização das economias são quetões relevantes para a análise econômica. A esse respeito, julgue os itens subsequentes.

O custo de oportunidade da decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é superior àquele que é pago na ocupação anterior,

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Teoria e Questões Comentadas inclui tanto o valor da remuneração atual como o aumento do tempo de transporte necessário para se chegar ao novo local de trabalho.

5. (FUMARC, Prefeitura de Governador Valadares, Economista, 2010 e CEMIG, Analista de Planejamento Econômico Financeiro, 2010) Sabendo-se que os recursos são escassos, o conceito econômico de custo relevante é o custo:

e) contábil. f) Oportunidade. g) Ambiental. h) Histórico. 6. (Economia, STM, 2011, Analista Judiciário, CESPE) A respeito dos

conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas se dispõem a pagar mais caro por bens e serviços entregues em domicílio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa-se um comportamento que reflete o fato de que esses indivíduos se confrontam com um custo de oportunidade do tempo mais baixo. 7. (BASA, Economista STM, 2010, CESPE) Considere que o estado do

Pará pode produzir, em um ano, 200 milhões de sacas de castanhado-pará ou 600 milhões de sacas de açaí, ou uma combinação desses dois produtos. O estado do Maranhão pode produzir 200 milhões de sacas de castanha-do-pará ou 200 milhões de sacas de açaí , ou uma combinação desses dois produtos. A partir dessas informações, julgue os itens que se seguem.

Os custos de oportunidade da produção de uma saca de castanhado-pará para os estados do Pará e Maranhão serão, respectivamente, iguais a 1/3 de saca de açaí.

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Teoria e Questões Comentadas 8. (Analista Judiciário – Economia - STM, 2010) A respeito dos

conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

No fluxo circular de bens e serviços, as firmas demandam fatores de produção que são ofertados pelas famílias e, nesse processo, os fluxos monetários vão das empresas para as famílias. 9. (ECONOMIA E ESTATÍSTICA – IJSN/ES, 2010)

O modelo do fluxo circular de renda possibilita mensurar o produto da economia pelas despesas ou pela renda. Na visão das famílias e considerando o fluxo circular da renda, a despesa para a aquisição de bens e serviços é equivalente ao valor recebido pela venda dos bens e serviços. Assim, produto = renda = despesa. 10. (Economia, STM, 2011, Analista Judiciário, CESPE) A respeito dos conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

A redução dos impostos sobre a cadernetea de poupança e os fundos de investimentos concorre para deslocar, para cima e para a direita, a fronteira de possibilidades de produção da economia. 11. (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico - Economia, 2004) O binômio referente à escassez e à escolha sintetiza o problema central da ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Políticas de salário mínimo, que levem à fixação das remunerações substancialmente acima daquelas que prevaleceriam no livre mercado, conduzem a economia para um ponto situado no interior da curva de possibilidade de produção. 12. (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

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Teoria e Questões Comentadas C Se a curva de possibilidades de produção for uma linha reta, o custo de oportunidade de se produzir determinado bem será constante. 13. (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

D Na guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos da América (EUA), o custo de oportunidade da produção de material bélico equivale ao valor dos bens e serviços a que se deve renunciar para produzir esse tipo de material. 14. (Senado Federal, Consultor Legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O problema econômico básico, cuja solução depende da forma como as economias estão organizadas, gira em torno do binômio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

E Políticas discriminatórias, com base na raça, gênero ou idade, por exemplo, impedem o uso eficiente dos recursos e fazem que a economia opere em um ponto interno da curva de possibilidade de produção. 15. (Basa, Técnico Científico, 2004) Utilizando os conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

O estabelecimento de regras competitivas mediante a eliminação das fontes de monopólio desloca a curva de possibilidades de produção para cima e para a direita. 16. (Basa, Técnico Científico, 2007) Quando há escassez, a escolha e as diferentes formas de organização das economias são questões relevantes para a análise econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Ao provocarem mortes e desabamentos e destruírem parte da infraestrutura regional, os temporais que atingiram as regiões Sul e Sudeste no início de 2007 elevaram o custo de oportunidade dos

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Teoria e Questões Comentadas recursos produtivos, o que aumentou a inclinação da curva de possibilidade de produção das economias dessas regiões. 17. (INMETRO, Técnico em Meteorologia e Qualidade, 2009, CESPE) A respeito dos fundamentos da teoria econômica, julgue os itens a seguir.

A lei da escassez, definida como a ausência de recursos suficiente para suprir todas as necessidades e desejos da coletividade, só tem validade quando não se considera, no modelo econômioc, a variável de evolução tecnológica. 18. (Sebrae/AC, Analista Geral, 2007, CESPE) Utilizando os conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

O uso do biodisel como combustível e outros avanços deslocam a fronteira de possibilidades de produção, para cima e para a direita. 19. (DPF, Agente da Polícia Federal, 2004, CESPE) A questão da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as interações entre governo e mercados privados e os problemas macroeconômicos são temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O binômio escassez/escolha, que permeia o problema econômico correlato, ocorre somente quando, dentro do processo produtivo, não existe possibilidade de substituição entre insumos. 20. (DPF, Escrivão da Polícia Federal, 2004, CESPE) O problema da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as interações entre governo e mercados privados e os problemas macroeconômicos são temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir:

Quando os custos de oportunidade para os recursos produtivos são crescentes – a curva de possibilidades de produção é uma linha reta – um aumento dos gastos públicos não conduz à redução das despesas dos agentes privados.

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Teoria e Questões Comentadas

Gabarito

1 F 11 V

2 F 12 V

3 F 13 V

4 V 14 V

5 B 15 F

6 F 16 F

7 F 17 F

8 V 18 V

9 F 19 F

10 V 20 F

Parte 2: Demanda e Oferta

Sumário Página

3. Teoria dos Preços 63

Conceito de Microeconomia 64

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Teoria e Questões Comentadas

3.1. Lei da demanda 65

3.2. Deslocamento da curva de demanda 74

3.3.Lei da Oferta 110

3.4. Deslocamento da curva de oferta 113

3.5. Ponto de Equilíbrio 124

3.6. Dinâmica de mercado 128

Exercícios 145

3. Teoria dos preços Durante muito tempo, os economistas buscaram descobrir o que determina o valor das coisas. O que faz, por exemplo, o carro ter um valor tão alto e o sal um valor tão baixo. Dessa procura, surgiram duas teorias: a teoria objetiva, que afirma que o valor de um bem depende do esforço e do trabalho para sua obtenção e a teoria subjetiva, que associa que o valor do bem depende da sua utilidade e do seu nível de escassez.

Posteriormente, essas suas teorias foram reunidas e o valor do bem, agora, é determinado como o resultado do seu custo de produção (associado ao esforço e ao trabalho) e da sua preferência (associada à necessidade ou ao desejo).

De fato, os bens oferecidos no mercado têm preços. O preço é definido como o valor do bem expresso em moeda. Segundo a teoria econômica, os preços são resultado da interação entre dois agentes: os consumidores (que se preocupam com a utilidade dos bens) e as empresas (que representam o esforço ou os custos de produção).

O preço de um bem é definido como valor desse bem expresso em moeda. Ele é resultdo da interação entre os consumidores e as empresas.

Hoje, buscamos analisar, com detalhes, como acontece a formação de preços em uma economia e alguns dos problemas econômicos mais importantes, além de estudar os fatores que influenciam na escolha da quantidade que será demandada e que será ofertada de um determinado bem, assim como definir o equilíbrio de mercado. Para começar, vamos compreender o conceito de microeconomia?

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Conceito de microeconomia Diferentemente da macroeconomia que estuda o agregado (como visto no fluxo circular da riqueza analisado na aula passada), a microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento dos agentes econômicos, ou seja, qualquer indivíduo ou entidade que desempenha um papel na economia. A microeconomia estuda como e por que consumidores, empresas, governo, trabalhadores, investidores, entre outros, tomam decisões econômicas, ou fazem escolhas.

É de interesse de estudo da microeconomia, ainda, a forma pela qual os agentes econômicos interagem de modo a formar unidades maiores, os mercados. Sendo assim, a microeconomia explica, entre outras questões, como a formação dos preços, a quantidade ofertada ou demandada e o quanto será investido. Assim, poderemos inferir porque os mercados dos bens são diferentes, e como são influenciados por políticas econômicas e mudanças no ambiente internacional. Para começar a compreender o mercado, analisaremos, inicialmente porque as famílias ou consumidores consomem. Toda a análise do consumo é vista, na microeconomia, através da demanda.

Mas, antes disso, eu te pergunto: se o preço da gasolina aumentar (como temos visto nos últimos tempos), você consumirá mais gasolina ou menos gasolina?

3.1. Lei da demanda. Antes de definir a lei da demanda, queria saber o que você respondeu na questão acima! Você comprará mais, menos ou a mesma quantidade? Possivelmente, você respondeu que comprará menos gasolina quando o preço aumentar, não foi isso?

Essa relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade que um consumidor planeja comprar (ou a quantidade demandada desse bem) é conhecida por Lei da Demanda. Ela estabelece uma relação negativa entre a quantidade consumida e o preço do bem em questão.

Agora, eu te pergunto o seguinte? Sob as condições dadas anteriormente, você comprará menos SEMPRE? Olhe, pense bem, eu estou perguntando se você comprará SEMPRE uma quantidade menor?

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Teoria e Questões Comentadas Do jeito que a questão foi posta, você não pode dizer que SEMPRE comprará menos. Por quê? Por uma simples razão: imagine que você ganhe o prêmio do Big Brother Brasil. Você vai comprar menos gasolina mesmo possuindo uma renda maior? Possivelmente não, né?!

Ou ainda, imagine que o preço do álcool combustível chegue a R$ 100,00/l. Ainda assim você comprará menos gasolina?

Dessa forma, do jeito que está posta a lei, ela acaba sendo aplicada em pouquíssimos casos e termina sendo violada em muitos outros. Pensando nisso, os economistas adicionaram uma hipótese bastante importante e que tornará a lei válida para a maioria esmagadora dos casos. Essa hipótese é denominada de Hipótese de Ceteris Paribus.

A expressão em latim ceteris paribus significa algo como “todos os demais fatores relevantes pernamecem inalterados”, ou seja, agora com a adição dessa hipótese, a lei da demanda se torna válida, e afirma que à medida que o preço de um bem aumenta, os consumidores estarão dispostos a consumi-lo em menor quantidade, considerando que todas as demais variáveis que podem influenciar o seu comportamento se mantêm constantes, ou seja, na hipótese de Ceteris Paribus. A relação negativa entre quantidade e preço para o consumidor ocorre porque, em alguns casos, a renda dos indivíduos se torna insuficiente para adquirir o produto e, em outros, os indivíduos optam por algum substituto próximo mais barato.

A Lei da Demanda afirma que, com tudo o mais mantido constante, a quantidade demandada de um bem diminui quando o preço dele aumenta.

Como exemplo desse fato, imagine que os preços dos rodízios de sushi aumentem. Com essa elevação, você levará em conta a possibilidade de ir, por exemplo, a um rodízio de carnes ou massas. Nesse caso, você reduzirá a quantidade demandada de sushi porque estará trocando esse produto por carnes, um substituto que ficou, relativamente, mais barato (observe que o uso do “relativamente” é importante porque o preço do rodízio de carnes, de fato, não diminuiu).

Outra possibilidade é que com o aumento do preço do rodízio do sushi, você não poderá ir tantas vezes ao restaurante, pois, já que o seu salário não aumentou igualmente com o preço do rodízio, o seu poder de compra ficou reduzido.

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Teoria e Questões Comentadas Em termos matemáticos, a Lei da demanda vira uma função, a função demanda, que informa a quantidade de um bem que será procurada para cada nível de preço. Analiticamente:

Função demanda: Q D PD = ( ) A função demanda pode ser representada, graficamente, através da curva de demanda, também conhecida unicamente como demanda. No gráfico cartesiano temos que o preço se encontra no eixo vertical e a quantidade demandada no eixo horizontal.7

Para compreender como o gráfico funciona, vamos analisar a sua construção. Ainda analisando a gasolina que ficou mais cara, vamos colocar no gráfico, a situação inicial. Nesse caso, você consumia a quantidade Q1 ao preço P1.

Ainda seguindo a análise anterior, imagine agora que o preço aumente. O que acontecerá? Você reduzirá a quantidade demandada! Analiticamente:

7 Observe aqui que, diferentemente do que ocorre em um gráfico na matemática em que a variável dependente (no nosso caso, quantidade) fica no eixo vertical e a variável independente (no caso, preço) fica no eixo horizontal, na economia, ocorre o inverso. Isso é feito apenas para simplificar o raciocínio.

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Assim, depois dos ajustes, teremos a seguinte estrutura:

Finalmente, para desenhar a curva de demanda, basta ligar os pontos no plano cartesiano. E Voilà:

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Figura 6: Curva de Demanda

A curva de demanda representa a relação entre preço de um bem e a quantidade demandada desse bem.

A curva de demanda representa o comportamento do agente econômico chamado consumidor. Para preços mais altos, as pessoas consumirão menos do bem, pois os bens substitutos ficarão relativamente mais baratos, levando o consumidor a adquirir mais desses bens. O aumento dos preços também reduz a renda real (poder de compra) do consumidor, o que gera uma retração no consumo do bem.

Antes de continuar, gostaria de fazer três observações:

(i) O termo “relativamente” muitas vezes acaba sendo utilizado de forma incorreta. Nesse caso, o “relativamente” pode ser melhor compreendido com um exemplo: imagine que você compra sempre a mesma marca de, digamos, margarina. Um belo dia você chega no supermercado e observa que a margarina aumentou de preço! Não é que ela ficou, necessariamente, mais cara que a melhor margarina que existe no mercado, mas ela ficou, simplesmente, mais cara. Em uma situação como essa, você pode pensar: “Ah, por esse preço, eu vou levar a margarina de marca Y. Ela é mais cara, mas para pagar mais pela margarina que eu vinha consumindo, não vale a pena.” Já aconteceu isso com você? Se sim, Quando esse fato ocorre, é justamente o funcionamento mental da nossa curva de demanda! Legal, né?

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(ii) Embora a curva de demanda pareça muito mais uma reta, na verdade ela possuirá um formato que nós economistas chamamos de convexo. Contudo, as bancas, para simplificar, consideram como uma reta. Como, para fins mais simples, a curva e a reta estabelecem a relação negativa entre quantidade de preço, vamos utilizar a reta por ser mais simples de desenhar, ok?

(iii) Por fim, quando falamos em variação do preço, os efeitos dessa variação incidirão sobre a quantidade demandada (por exemplo, Q1 e Q2), não sobre a demanda ou curva de demanda. Ou seja, quando o preço varia, nós teremos um movimento ao longo da curva de demanda (como mostrado pela setinha vermelha no gráfico acima) e não da curva de demanda. A compreensão disso é fundamental e nós vamos voltar a esse ponto mais algumas vezes!

A curva de demanda pode representar as escolhas de apenas um dos consumidores de uma economia, ou de todos de uma forma agregada. No primeiro caso temos a demanda individual, que graficamente representase pela curva de demanda individual, e no segundo caso tem-se a curva de demanda de mercado, representada na figura abaixo.

Pode-se, facilmente, obter a curva de demanda de mercado somando-se todas as quantidades demandadas por cada consumidor para cada preço. Na figura abaixo, a demanda agregada de um bem foi calculada para apenas três consumidores. Quando o preço de mercado for igual a $4, o consumidor A não adquire o bem (note que a quantidade é zero para a DA quando o preço é $ 4,00), e os consumidores B e C compram, digamos, 6 e 10 unidades, respectivamente.

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Figura 7: Curva de Demanda de Mercado

A demanda de mercado é representada como a soma das demandas individuais dos consumidores.

Assim, a curva de demanda de mercado representa o somatório das demandas individuais. Para o preço de $ 4,00, o consumidor A não demandará desse bem. Como os consumidores B e C demandarão, respectivamente, 6 e 10 unidades, teremos que, ao preço de $ 4,00, a demanda de mercado será de 16 unidades.

A demanda de mercado é a curva que relaciona cada um dos preços possíveis à quantidade demandada por todos os consumidores.

Para ver a importância de definição da lei da demanda e da curva de demanda de mercado vamos resolver a primeira questão da aula?

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Exercício 1

(CESGRANRIO, Casa da Moeda, Analista de Finanças, 2005) A curva de demanda do mercado é dada pela:

a) soma das demandas individuais multiplicada pelos preços dos bens.

b) soma das demandas individuais dos bens superiores.

c) soma das demandas individuais.

d) soma das demandas individuais dos bens inferiores e subtração das demandas individuais dos bens superiores.

e) subtração das demandas individuais dos bens inferiores e soma das demandas individuais dos bens superiores.

Alguma sugestão de como resolver? Veja que a questão pede, expressamente, a definição de demanda de mercado. Vamos analisar item por item. A letra (A) afirma que é a soma das demandas individuais multiplicada pelos preços dos bens. Está certo isso? Não, não está correto porque nós não vamos multiplicar pelos preços dos bens! Como dito anteriormente, a demanda de mercado é unicamente dada pela soma das demandas individuais dos consumidores.

A alternativa (B), por sua vez, afirma que a demanda de mercado é dada pela soma das demandas individuais dos bens superiores.

Rapidamente, só para que você entenda esse item, os bens superiores são vistos como bens em que quando a renda (e não o preço) aumenta, a demanda (e não a quantidade demandada) aumentará de forma bastante sensível. Por exemplo, o sal não seria um bem superior, mas necessário.

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Teoria e Questões Comentadas Quando formos analisar elasticidade, próximo assunto depois de teoria dos preços, veremos essa definição com mais calma. De toda forma, ele fala que a demanda de mercado diz respeito ao somatório dos bens superiores.

Não teremos demanda de mercado dos demais bens? Claro que teremos! Logo, a alternativa (B) é, também, incorreta!

Vamos mais?

A assertiva (C) afirma que a curva de demanda é dada pela soma das demandas individuais! Simples assim! Nesse caso, não temos nem o que pensar, a alternativa (C) é a alternativa correta!

Mas vamos analisar porque as demais estão erradas?

A letra (D) diz que a demanda de mercado é a soma das demandas individuais dos bens inferiores e subtração das demandas individuais dos bens superiores. Se a alternativa (B) mereceu um “Como assim”, essa aqui merece dois!!

Veja, esse tipo de questão é apenas para testar se você está realmente confiante! Porque tanto a letra (D) quando a letra (E), que afirma que a demanda de mercado é dada subtração das demandas individuais dos

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Teoria e Questões Comentadas bens inferiores e soma das demandas individuais dos bens superiores, não possuem nada de verdadeiro. A banca faz isso para pegar aqueles que não sabem!

Na verdade, as duas alternativas nem possuem uma definição econômica! Nesse caso,

GABARITO: (C)

Antes de prosseguirmos, contudo, vale aqui duas explicações importantes:

1. Toda vez, eu disse TODA, que houver uma variação no preço do bem em análise, haverá um deslocamento ao longo da curva de demanda! Sempre, sempre, sempre! Mais na frente, nós vamos ver que outros fatores irão deslocar a demanda, mas ainda não chegamos neles.

2. A segunda vai levar um pouco mais de tempo para explicar:

Em economia, a maior parte dos bens obedece a lei da demanda, ou seja, para esses bens, quando o preço aumenta, a quantidade diminui e viceversa. Há uma simples e notória relação entre quantidade e preços sob a hipótese de ceteris paribus. Contudo, essa relação, não é válida para todos os bens. Existe um tipo de bem, que analisaremos agora que, que não obedece a lei da demanda. Esse bem se chama de Bem de Giffen.

Embora seja bem difícil encontrar um bem de Giffen em uma economia, as bancas e, em especial, a CESPE, adoram esse bem justamente porque ele é uma exceção da regra básica. Antes de definir o que ele seja, vou te contar uma historinha, ok? Aliás, essa historinha é bastante recorrente em todos os livros de economia.

Os bens de Giffen foram encontrados inicialmente na Inglaterra da revolução industrial. Durante esse tempo, a batata inglesa era um dos bens que fazia parte do menu básico do proletariado. O economista Giffen, analisando o comportamento da classe trabalhadora, observou que os consumidores não se comportavam da forma esperada quando havia uma variação no preço desse bem.

Assim, todas as vezes que os preços caiam, as pessoas passavam a demandar (ou procurar) menos o bem e quando o preço aumentava, os consumidores passavam a demandar mais do bem.

Nesse caso, diferentemente do que acontece com um bem ordinário, a curva de demanda de um bem de Giffen possui inclinação positiva! É isso mesmo,

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Teoria e Questões Comentadas tudo o que vale para a maioria quase absoluta dos bens não vale para o bem de Giffen!

Ainda bem, esses bens não são solicitados em termos gráficos, porque isso tornaria a nossa análise bastante complicada, sendo solicitado apenas em questões mais teóricas.

Infelizmente, por outro lado, não existem muitos outros exemplos sobre tipos de bens de Giffen para que eu possa explicar a você. A maioria esmagadora dos livros traz apenas a noção da batata inglesa na Inglaterra na época da revolução industrial. Assim, hoje, por exemplo, as batatas não são mais considerados bens de Giffen.

Entendido?

Nós vamos voltar ainda algumas vezes a noção de bem de Giffen hoje. À medida que a aula for progredindo, passaremos a analisar ainda mais esse bem, ok?

Mas vamos continuar o nosso trabalho. Nós vimos como a curva de demanda é construída e vimos ainda como acontecem os movimentos ao longo da curva. A partir de agora, vamos compreender quais fatores levam a variações da curva de demanda.

Vamos lá?

3.2. Deslocamento da curva de demanda A curva de demanda relaciona a procura por um determinado bem a seu preço. De forma mais específica, mostra que a demanda é menor para preços maiores. Assim, nós vimos que é possível mostrar que a quantidade demandada de um produto depende do preço que será cobrado por ele. Mas, o preço não é o único fator que determina a quantidade demandada de um bem. A única coisa que faz você comer sushi é o preço? Será que o preço da carne não afetaria, em nenhuma hipótese, o seu consumo?

Pois é, fatores como a existência de substitutos próximos e o preço que é cobrado por eles também influenciam a demanda de um bem. Por exemplo, a manteiga é uma substituta próxima para a margarina, sendo assim, um aumento no preço da manteiga pode induzir a troca desse bem por margarina, o que aumenta o consumo desse último bem.

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Teoria e Questões Comentadas Os fatores listados anteriormente modificam a quantidade consumida, sem que haja uma mudança nos preços. Em outras palavras, a quantidade demandada é maior ou menor para um mesmo preço anterior. Vamos analisar isso, intuitivamente?

Imagine que a curva de demanda abaixo represente a sua demanda por cinema:

Inicialmente, você está no ponto (A). Digamos, por hipótese, que você vai ao cinema duas vezes por mês (Q1 = 2) e paga R$ 17,00 (P1 = 17). Imagine agora que você ganhou a última edição do Big Brother Brasil. Com essa nova renda, você irá mais vezes ou menos vezes ao cinema? Possivelmente, mais vezes, não é? Nesse caso, eu posso dizer que você irá mais vezes ao cinema pagando o mesmo preço pelo ticket (o que é mostrado pela setinha vermelha na figura abaixo) ou que, para a mesma quantidade de vezes que você vai ao cinema, você poderia pagar mais por saída (o que é mostrado pela setinha verde na figura abaixo).

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A A A A A A A A A

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Teoria e Questões Comentadas

Nos dois casos, é possível notar que haverá um movimento para fora da curva de demanda original. Quando isso acontece, dizemos que há um deslocamento paralelo da curva. Esse deslocamento é mostrado na figura abaixo (onde D1 é a demanda original e D2 é a demanda final):

Ora, eu não falei em variação de preço, mas de uma outra variável que não preço. No caso acima, eu falei de uma variação na renda do consumidor!

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Teoria e Questões Comentadas Logicamente, outras variáveis farão com que ocorra o mesmo movimento, são elas: Gostos ou preferências; Expectativas;

Preço de bens relacionados.

Grosso modo a renda e essas três variáveis são as mais frequentes de serem pedidas nas provas como determinantes de alteração na curva de demanda. Lógico, podem existir outras, mas essas aí seriam foram os quatro maiores grupos.

Para que fique simples a compreensão, como a demanda representa o consumidor, tudo que alterar a vida desse agente econômico, alterará a curva de demanda dele! Simples assim!

Antes de seguirmos adiante, vamos esclarecer os três outros fatores e detalhar como a renda afeta a vida do consumidor. Inicialmente, vamos analisar os gostos os as preferências. Comecemos com uma pergunta bastante reflexiva: Nós nos vestimos hoje da mesma forma que nos vestíamos há 10 anos? Possivelmente, não. Não, porque não cabe, não porque a moda já passou, não porque você se mudou para um lugar mais frio como o Canadá! Então, o nosso padrão de consumo é alterado não apenas porque o preço mudou, mas também porque nossas necessidades e desejos também mudaram! Assim, alterações nos gostos e nas preferências modificam por demais o nosso padrão de consumo.

Um segundo fator que altera a demanda de um determinado consumidor são as suas expectativas sobre o futuro. Por exemplo, imagine agora que você sabe que amanhã vai chover (no meu caso, nevar), será que você não mudará o seu consumo de guarda-chuvas hoje? Possivelmente, sim. Nesse caso, a sua demanda mudou (ela será deslocada) não porque está chovendo agora, mas porque a sua crença é que chova no dia seguinte. A nossa crença sobre o futuro é o que os economistas chamam de expectativas.

Vamos continuar analisando:

Existe uma outra variável que afeta o padrão de consumo de uma pessoa. Esse fator se chama preço dos bens relacionados. Vamos compreender melhor. Vamos analisar a demanda de uma pessoa por açúcar quando o preço de dois bens relacionados a ele são alterados separadamente.

Imagine, inicialmente, que o preço do café aumente. Imagine ainda que essa pessoa só compre açúcar para tomar café e só toma café adoçado. Nesse caso, como o preço do café aumentou, essa pessoa comprará menos café,

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Teoria e Questões Comentadas certo? Assim, como ela só toma café com açúcar, comprará menos açúcar também, não é isso? Logo, o aumento do preço do café levará a uma redução na demanda pelo açúcar! Mais uma vez, veja que eu não falei em variação do preço do açúcar, hein?

Vamos mais: imagine agora que não foi o preço do café, mas o preço do adoçante que aumentou. Agora, com o aumento do preço do adoçante, você passará a comprar mais açúcar, para poder compensar a falta do adoçante.

Nesse ponto, vale uma consideração: veja que nós faremos movimentos de forma separada, ou seja, um fator variando de cada vez. Nada de variar tudo na mesma hora, porque vira uma coisa incompreensível! Em economia, nós trabalhamos com o que se denomina de estática comparativa. Nela, cada variável é alterada de forma isolada.

No caso acima, você deve ter notado uma coisa bem interessante: quando o preço do café aumentou, a demanda por açúcar diminuiu enquanto que quando o preço do adoçante aumentou, a demanda por açúcar também aumentou! Alguma explicação para isso??

Sim, e ela é bem simples! O café e o açúcar, assim como o feijão com arroz ou o queijo e a goiabada são consumidos de forma conjunta, é o que se chama de bens complementares. Já para o caso do açúcar e do adoçante, nós vamos consumir aquele que foi mais barato. Nesse caso, os bens são denominados de bens substitutos! Essa classificação é absolutamente importante que você compreenda.

Então, se falou em variação do preço dos bens relacionados, eu só sei para onde vai a demanda se eu souber qual a relação que existe entre os bens em análise: se de substitutibilidade ou de complementaridade!

Compreendido?

Para finalizar a lista de itens que deslocam a demanda por alterar o comportamento do consumidor, vamos falar com mais detalhe sobre uma variação da renda, iniciado no início dessa parte da aula.

Pergunta simples:

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Teoria e Questões Comentadas Se você tirasse na loteria, você consumiria mais de tudo?

Possivelmente, você pensou que sim, mas eu te direi que não! E a explicação para isso é bem objetiva:

Se você tirasse na loteria, você certamente viajaria mais vezes pela Europa ou compraria um carro melhor ou ainda iria a restaurantes mais caros. Contudo, com o aumento da sua renda, você vai tomar menos ônibus ou comer menos carne de conserva! Logo, o aumento da renda induz ao aumento no consumo de alguns bens e redução no consumo de outros.

Assim, quando consumo e renda variam no mesmo sentido, dizemos que o bem é chamado de bem normal. São os bens que quando a renda aumenta, o consumo aumenta e quando a renda diminui o consumo também diminui. Por outro lado, quando a renda e o consumo variam em sentidos contrários, o bem é chamado de bem inferior.

Compreendido?

Graficamente, mudanças que promovem um crescimento da demanda para um mesmo preço deslocam a curva de demanda para DIREITA. Dentre essas mudanças estão: aumento nos preços de bens substitutos, redução do preço de bens complementares, crescimento da renda, alterações das preferências que promovem o consumo. Por outro lado, fatores que reduzem a demanda para um mesmo preço deslocam a curva para ESQUERDA, por exemplo: uma redução dos preços de bens substitutos, redução da renda, ou alterações nas preferências que reduzem o consumo.

Logicamente é muita informação, eu sei, eu sei, mas eu não quero que você decore! Você já tem muitas outras disciplinas em que é preciso decorar conceitos. No meu caso, eu quero que você compreenda. A princípio parece complicado, mas à medida que nós formos fazendo os exercícios juntos, prometo que a coisa vai ficar mais clara.

A figura abaixo mostra exemplos de deslocamento da curva de demanda. Considerando a curva do meio (D2) como inicial, um aumento da demanda leva a curva para uma posição como a ocupada pela linha mais clara (D3) e uma redução da demanda leva a curva a ocupar uma posição como a curva mais escura (D1).

Para compreender esse raciocínio é bastante simples: para um preço de R$ 1,00, se a minha renda aumentar, eu consumirei mais, para qualquer nível de preços, ou seja, ao invés de consumir Q2, vou passar a consumir Q3, dado

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Teoria e Questões Comentadas que o bem é normal. Raciocínio inverso vale para a linha mais escura e a quantidade de Q1.

Figura 3 – Deslocamentos da Curva de Demanda

Uma mudança na quantidade demandada, a qualquer preço dado, é representada graficamente pelo movimento da curva de demanda original para uma nova posição.

Vamos para mais uns exercícios, começando pela CESGRANRIO?

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Teoria e Questões Comentadas

Vamos começar! Apenas lembrando, resolveremos as questões da Cesgranrio primeiro para que você compreenda a movimentação gráfica, ok? Posteriormente, vamos resolver as questões da Cespe também!

Primeiramente, vamos entender o que diz a questão:

Ela está analisando a demanda por maçãs, correto? Além disso, é importante que você compreenda que houve uma variação na vida do consumidor: nesse caso, foi o preço da pêra, um bem relacionado, que aumentou. Além do mais, a pêra é um bem substituto da maçã.

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e) não altera a posição da curva de demanda por maçãs.

d) altera apenas a curva de oferta de maçãs.

como A D. por maçãs para uma posição c) altera a curva de demanda

como C D. b) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

como A B. a) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição

aumento de preço da pêra: maçãs. Sendo as pêras um bem substituto para as maçãs, um No gráfico acima aparece em traço cheio a curva de demanda por

(CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

Exercício 2

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Teoria e Questões Comentadas Assim, o raciocínio para resolver é o seguinte: o preço da pêra aumentou, logo eu vou consumir menos pêra, confirma? Como a pêra é um substituto da maçã, eu vou consumir menos maçã! Além disso, como não houve uma alteração do preço da maçã, não vou fazer com que haja um deslocamento ao longo da curva, mas, da curva!

Por fim, como haverá um deslocamento da curva de demanda de maçã no sentido de aumento do consumo, essa curva irá para a direita, ok?

Já que compreendemos todos os passos da questão, vamos verificar item a item?

Para fazer diferente, vamos resolver da última para a primeira, ok?

Vejamos:

A alternativa (E) afirma que não altera a posição da curva de demanda por maçãs. Veja, essa alternativa estaria correta se estivéssemos falando do impacto da variação do preço da gasolina na demanda por maçãs. Aí sim, essa altenativa estaria correta. Mas a questão deixa bem claro que há sim uma relação entre maçã e pêra! Esses bens são substitutos! Assim, mesmo que você não soubesse para onde vai a curva de demanda, você sabe que ela, de alguma forma, será a lterada!

Logo, a alternativa (E) é falsa!

E vamos subindo!

A letra (D), por sua vez, afirma que altera apenas a curva de oferta de maçãs. Nesse caso, você tenderia a pensar que é verdadeiro, mas olhe que é uma alteração na OFERTA e não na demanda! Nós ainda não vimos o caso da oferta (vamos ver isso jájá) e, só antecipando, ela não é alterada quando há variações no comportamento do consumidor, mas no comportamento da empresa! Nesse caso, como a questão fala no comportamento do consumidor (maçã e pêra são bens substitutos para o consumidor), a letra (D) também é falsa.

A assertiva (C) diz que a variação no preço da pêra altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como AD. Vamos olhar no gráfico mostrado acima?

Embora não tenha sido desenhada a curva, se você ligar os pontos A e D, verificará que haverá uma mudança na inclinação da curva de demanda. Pelo que nós vimos, sempre que houver a alteração de um fator que altera a

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Teoria e Questões Comentadas demanda, haverá um deslocamento paralelo da curva, logo a alternativa está falsa! Compreendido?

A alternativa (B), por sua vez, afirma que alterações na no preço da pêra altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como CD. Observe que, diferentemente do que foi visto na assertiva anterior, a alternativa (B) mostra um deslocamento paralelo, o que de fato é ocasionado quando há variações em outros fatores que alteram a demanda, que não o preço. Contudo, a alternativa (B) não é verdadeira porque mostra um deslocamento paralelo para a esquerda! Como maçãs e pêras são bens substitutos, uma vez que o preço da pêra aumenta, como vimos, haverá um deslocamento da demanda para a direita, já que o consumidor tenderá a consumir mais maçãs frente a pêras.

Finalmente, a alternativa correta é a letra (A), ela afirma que altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como AB. No gráfico é possível observar com a setinha vermelha que a alternativa (A) é correta! Um aumento no preço das pêras levará a um aumento da demanda por maçãs, tendo em vista que esses bens são substitutos para o consumidor.

GABARITO: (A)

Viu como as questões da Cesgranrio ajudam? Por mostrar os gráficos, elas nos indicam como deve ser o movimento. Mais tarde você observará a importância disso quando for ver as questões da Cespe! É logo menos!

Mais uma da Cesgranrio!

Exercício 3

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Teoria e Questões Comentadas (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Dos itens abaixo, a curva de demanda só NÃO afeta e desloca: a) a renda.

b) os gostos.

c) o preço dos insumos.

d) o preço dos bens.

e) o número de compradores.

Diferentemente da anterior, nessa questão nós não vamos encontrar gráficos! Mas essa aqui é especial porque ela pede os conceitos fundamentais. Vamos ver juntos?

A alternativa (A) diz que a renda não desloca a curva de demanda! Será?

De acordo com o que vimos acima, a renda desloca a curva de demanda sim! Podendo mover para a direita ou para a esquerda! O movimento da curva de demanda dependerá, entre outras coisas, do tipo de bem em questão. Se normal ou inferior. Logo, a letra (A) está errada pois a renda afeta, sim, a curva de demanda.

Vamos mais:

A assertiva (B) diz que os gostos não alteram a curva de demanda! Ora, nós vimos logo acima que os gostos ou as preferências alteram sim a curva de demanda do consumidor. Dessa forma, a alternativa (B) também não responde a alternativa. Basta lembrar de que quando chove, suas preferências por uma sombrinha mundam!

Em seguida, a letra (C) afirma que os preços dos insumos não alteram a curva de demanda. Nesse caso, essas sim é a alternativa que responde a questão. De fato, se você lembrar o conceito de insumos: bens utilizados na produção de outros bens, observará que isso não gera um deslocamento da demanda dos consumidores, já que afetará, como veremos posteriormente, a oferta das empresas!

Continuando, a alternativa (D) diz que os preços dos bens não alteram a curva de demanda! Como você pode ver pela questão acima, esse fato não é verdade. Os preços dos outros bens podem deslocar a demanda sim! Nesse caso, o movimento dependerá da relação que existe entre os bens: se de complementaridade ou se de substitutibilidade!

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Teoria e Questões Comentadas Por fim, a letra (E) diz que o número de consumidores não desloca a curva de demanda. Nesse caso, podemos considerar a alternativa de duas formas: inicialmente, a questão não fala se a curva de demanda em análise é a curva de demanda individual ou se é a curva de demanda de mercado. Se considerar a curva de demanda de mercado, como ela é dada pela soma das demandas individuais, um aumento no número de consumidores, deslocará, sim, a curva de demanda de mercado. Por outro lado, quando se considera a demanda individual, você tem que pensar o seguinte: para alguns bens, o fato de mais consumidores estarem comprando desse bem faz com que as pessoas se sintam mais interessadas em consumi-lo. Um exemplo recente disso é o facebook. Por que as pessoas ingressam no FB? Simples, porque elas sabem que cada vez mais pessoas entram na comunidade. Por outro lado, o que faz com que as pessoas tenham reduzido o seu consumo de orkut? O fato inverso! As pessoas consomem menos orkut porque cada vez menos há interessados em ingressar nessa comunidade! Compreendido? Logo, o número de compradores ou consumidores afetará, sim, a curva de demanda individual e de mercado!

GABARITO: (C)

Vamos agora pegar pesado nas questões da Cespe? Começando pelas facinhas...

Exercício 4

(TJ/CE, Analista Judiciário, 2008) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por isso, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A preocupação crescente com o meio ambiente tem conduzido ao uso de energias cada vez mais limpas e à redução da demanda de petróleo, o que provoca um deslocamento ao longo da curva de demanda por esse combustível.

Vamos lá.

Primeira coisa que deve ser compreendida quando se fala em questões da Cespe: você não terá desenhos dos gráficos, por isso, é preciso abstrair as informações. Essa foi a justificativa para utilizar, primeiro, as questões da Cesgranrio, já que elas trazem os desenhos que facilitam o entendimento.

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Teoria e Questões Comentadas Enfim, vejamos.

A questão fala sobre as energias limpas e o petróleo. veja que a questão analisa o que acontece com a curva de demanda do petróleo, certo?

Nesse caso, a primeira pergunta que você deve fazer a si mesmo é:

“O preço do bem em questão foi alterado?” em caso afirmativo, se o preço do bem analisado foi alterado, você já sabe que haverá um deslocamento ao longo da curva de demanda! Se isso não for verdade, ou seja, se não houver variação no preço do bem em questão, a próxima pergunta que você deve fazer é: “qual dos elementos do grande grupo de variáveis foi alterado?” Gostos ou preferências? Preços dos bens relacionados? Renda?

Expectativas?

Nesse caso, se um desses fatores for alterado, haverá um deslocamento da curva de demanda!

Note que na questão, não se considera que houve uma variação no preço do petróleo, logo, você já sabe que não haverá um deslocamento ao longo da curva de demanda desse combustível! Só por isso, você já saberia que a questão está incorreta!

Mas vamos compreender onde está o erro dela.

Observe que não houve uma alteração no preço da energia limpa. Tampouco, houve alteração na renda ou nas expectativas para o futuro do consumidor. Na questão, os gostos ou expectativas foram alterados! Veja que, segundo a questão, A preocupação crescente com o meio ambiente tem conduzido ao uso de energias cada vez mais limpas veja que a preocupação das pessoas faz parte das preferêncais delas! Assim, haverá um deslocamento da curva de demanda por petróleo para a esquerda porque as pessoas passarão a consumir menos do combustível!

Graficamente, chamando D2 de demanda inicial e Q2 de quantidade inicial de petróleo, teremos:

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Teoria e Questões Comentadas

GABARITO: FALSO

Vamos para mais uma questão igualzinha da Cespe?

Exercício 5

(Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A descoberta de que o consumo de azeite de oliva contribui para elevar os níveis do bom colesterol desloca a curva de demanda por esse tipo de azeite para cima e para a direita.

E não é que é a mesma questão com uma historinha diferente??

Lembra dessa corujinha da aula passada?

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Teoria e Questões Comentadas

As provas de economia se resumem a conceitos! A historinha vai mudar, mas o conceito envolvido e a mecânica de solução (quando for o caso) serão os mesmos!

Pois é, ela ficará bem clara com a resolução da questão acima.

Vamos lá!

Pergunta número 1:

“Houve alteração do preço do bem em questão?” pela questão acima, você observa que não houve alteração no preço do bem analisado, certo?

Na verdade, está bem claro o fator alterado: assim como na questão anterior, nessa questão, a variável modificada foi a variável gostos ou preferências! Basta analisar a primeira parte da alternativa: A descoberta de que o consumo de azeite de oliva contribui para elevar os níveis do bom colesterol. Veja que, em nenhum momento se falou em renda ou em perspectivas para o futuro ou ainda em preço do bem relacionado. Nesse caso, como nós sabemos que determinado bem faz bem a saúde, iremos consumir mais. Assim, de acordo com o que a questão afirma, haverá um deslocamento da curva de demanda para a direita e para cima.

Para a direita e para cima??

Sim, para a direita e para cima! Para compreender isso basta lembrar da análise que fizemos acima, quando há uma variação na renda do consumidor! No caso da questão, basta pensar que, para um mesmo preço, as pessoas passarão a consumir mais do azeite de oliva e uma mesma quantidade será consumida por um preço maior, já que o benefício trazido, agora, também será maior!

Vamos ver no gráfico agora? Nesse caso, consideremos que a demanda inicial é a curva D1 e a quantidade incial é a quantidade Q1.

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GABARITO: VERDADEIRA

Mais uma no mesmo estilo?

Exercício 6

(Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65.

A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como truta, atum ou salmão, no mínimo uma vez por semana, contribui para a prevenção de doenças coronárias e ataques cardíacos eleva a demanda desse tipo de peixes, deslocando, assim, a curva de demanda de mercado desses pescados para cima e para a direita.

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Teoria e Questões Comentadas Veja que a questão 6 é EXATAMENTE IGUAL a questão 5! Sem tirar nem por!

Para não dizer que é 100% idêntica, a única coisa que se altera é a gloriosa historinha!

Mas, nesse caso, assim como na questão anterior, A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como truta, atum ou salmão, no mínimo uma vez por semana, contribui para a prevenção de doenças coronárias e ataques cardíacos levará a uma alteração nos gostos dos consumidores. Dessa forma, como as pessoas preferem consumir mais do bem, haverá um deslocamento da curva de demanda para a direita e para cima!

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 7

(CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A política recente das companhias aéreas de conceder descontos substanciais nos vôos noturnos leva à redução da demanda de passagens rodoviárias.

Vamos ver essa agora? Já fez a primeira pergunta mental?

“Houve alteração no preço do bem em questão?”

A primeira vista, você observa que houve uma alteração de preço, mas essa alteração é no preço do bem em questão? Veja o seguinte, qual é a curva de demanda que está sendo analisada? A das passagens aéreas ou das passagens rodoviárias? A questão pede para ver uma alteração na curva de demanda das passagens rodoviárias, não das passagens aéreas, não é isso?

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Teoria e Questões Comentadas Nesse caso, não haverá um deslocamento ao longo da curva de demanda das passagens rodoviárias já que não houve uma alteração do preços das mesmas, certo? Além disso, existe um efeito na curva de demanda de passagens rodoviárias que é oriunda de uma alteração na política das companhias aéreas. Como as companhias reduziram os preços das passagens aéreas e tendo em vista que as passagens aéreas e rodoviárias são bens substitutos, haverá um aumento da quantidade demandada das passagens aéreas em detrimento as passagens rodoviárias. Assim, haverá um deslocamento da curva de demanda das passagens rodoviárias para a esquerda, mostrando uma redução da demanda!

Simples?

Só para concluir, a curva de demanda das passagens aéreas será deslocada para a esquerda por haver uma redução no preço de um bem substituto! Assim, as pessoas procurarão sempre consumir aquele bem que ficou relativamente mais barato!

GABARITO: VERDADEIRA

Tranquilo?

Próxima questão, mesmo raciocínio!

(Cespe... eles adoram uma repetição!)

Exercício 8

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

Os avanços tecnológicos que culminaram na expansão da comunicação em tempo real, por via eletrônica (chats), deslocam a curva de demanda dos serviços de telefonia fixa e

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Teoria e Questões Comentadas celular para baixo e para a esquerda, atestando, assim, que esses serviços são bens complementares.

Questão idêntica a anterior.

Em uma análise bem direta. Se você fala com uma pessoa pelo chat do facebook você precisa ligar para essa pessoa para dizer a mesma coisa? Não, né? Então, de fato, um incremento na tecnologia fará com que você utilize menos serviços de telefonia fixa e celular, deslocando a curva de demanda desses serviços para a esquerda!

Graficamente:

chamando D2 de demanda inicial e Q2 de quantidade inicial de petróleo, teremos:

Até aqui, a questão está toda certinha. Para finalizar, a questão afirma que: “atestando, assim, que esses serviços são bens complementares.”. E eis aí, o erro! Os chats e os serviços de telefonia não são bens complementares, mas substitutos! Nesse caso, a alternativa é falsa!

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Teoria e Questões Comentadas GABARITO: FALSA

Pensando em bens substitutos e bens complementares, vamos ver a próxima questão??

Essa, só para adiantar:

Exercício 9

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

O gráfico que relaciona a demanda de determinado bem com o preço de outro bem, que seja substituto ou concorrente do primeiro, apresenta uma inclinação crescente.

Essa é uma das questões mais interessantes que eu já vi a Cespe postar. Para resolvê-la, vamos precisar de um pouco mais de criatividade. Vamos analisar?

Primeira coisa, ele pede para que você analise a demanda de um bem com o preço do seu substituto.

Ora, quando o preço da gasolina aumenta, por exemplo, haverá um aumento da quantidade demanda de álcool. Não é isso? Para ficar mais fácil, vamos ver graficamente:

Observe que em uma primeira situação nós temos que para um preço P1 da gasolina, as pessoas estarão demandando, Q1 unidades de álcool, como é visto pelo ponto A, mostrado abaixo.

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Teoria e Questões Comentadas

Imagine agora que haja um aumento no preço da gasolina, ou seja, ao invés de P1, nós teremos um valor mais elevado, P2. Nesse caso, haverá um aumento da quantidade demandada de álcool, já que os dois bens são substitutos. Assim, a quantidade demandada de álcool será uma quantidade Q2, maior que a quantidade original, Q1. Esses dois aumentos são mostrados no gráfico abaixo:

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A A A A A A A A A

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Teoria e Questões Comentadas

Agora, é tarefinha de criança! Basta apenas ligar os pontos, o que é mostrado no último gráfico da questão:

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Teoria e Questões Comentadas Logo, a alternativa apresentada, está correta, já que a curva possui, de fato, uma inclinação positiva!

Vale notar um ponto aqui: o que a questão pede é muito mais um exercício matemático do que qualquer outra coisa. Economicamente, não existe nenhum tipo de interpretação para o ponto solicitado!

GABARITO: VERDADEIRA

Entendido até aqui?

Antes de passarmos a analisar a questão da empresa e da curva de oferta, gostaria de explicar um ponto bastante frequente nas provas: os efeitos renda e substituição, oriundos da variação do preço, também denominado de efeito preço. Esse ponto é bem importante porque nos permite compreender melhor o bem de Giffen, que nós começamos a compreender no início da aula. Vamos ver?

Você lembra que quando o preço aumenta a quantidade demanda diminui, não é? Explicando de forma mais técnica, existe uma relação entre um aumento do preço do bem, a troca por um substituto que ficou relativamente mais barato e a perda do poder de compra pelo consumidor. Assim, podemos dizer que o comportamento do consumidor com relação ao preço decorre da atuação conjunta de dois efeitos: o efeito-renda e o efeito-substituição. Vejamos como compreender esses efeitos: com o aumento do preço, uma parte da redução da minha demanda por determinado bem quando o seu preço aumenta pode ser explicada pelo fato de que haverá um estímulo para que eu busque outras alternativas para satisfazer minha necessidade pelo bem que teve o aumento de preço, por exemplo. Assim, passarei a olhar de outra maneira os bens substitutos. Basta lembrar do caso do Sushi, mostrado inicialmente na aula. Com o aumento do preço dos rodízios de sushi, você procurará ir mais vezes ao rodízio de carnes ou massas, por exemplo. Nesse caso, para o consumidor, as carnes e massas são substitutos do sushi. Dizemos que rodízios de sushi, carnes e massas são substitutos no consumo.

Uma forma bem simples de verificar o efeito-substituição é a seguinte: você está no supermercado e observa que aquele bem que você costumava

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Teoria e Questões Comentadas comprar mais barato está, agora, mais caro. Você olha o produto e pensa: “Por esse preço aqui, esse bem está muito caro para o que ele me traz. Prefiro comprar esse produto B, que é mais caro, mas pelos menos é melhor e a diferença nem é tão grande assim, mesmo...”. Já aconteceu isso com você? Porque comigo, já.

O outro efeito que explica a redução do consumo de um bem é o efeitorenda. Esse efeito decorre da perda de poder aquisitivo causada pelo aumento de preço de um bem que faz parte da cesta de compras do consumidor.

Para compreender melhor o efeito-renda, vale aqui um exemplozinho matemático. Digamos que eu gaste, semanalmente, R$ 63,00 em rodízios de sushi (eu vou três vezes na semana e pago, em cada uma delas, R$ 21,00). Agora, considere que a minha renda semanal é de R$ 200,00. Digamos agora que o preço do rodízio de sushi dobre, passando a ser R$ 42,00. Ao novo preço do rodízio de sushi, se eu, como consumidor, quisesse adquirir a mesma quantidade de sushi que eu demandava antes do aumento, eu teria que gastar o dobro de antes, ou seja, R$ 126,00, restando agora R$ 74,00 para os outros bens e não R$ 137,00 como anteriormente, o que, consequentemente, me forçará a deixar de comprar vários itens. Dessa forma, o aumento do preço do sushi faz com que haja um efeito de “empobrecimento” do consumidor. Ficou claro?

Um fato complicador ainda no que diz respeito ao efeito renda é que ele depende de cada tipo de bem: normal, inferior ou de Giffen. O quadro abaixo apresenta uma explicação para como você precisará compreender o efeito renda, e assim, o efeito preço, para cada tipo de bem. Vamos analisar?

Antes de começar, algumas explicações básicas:

O efeito preço, como o próprio nome diz, fala sobre a variação de preços. No nosso caso, vamos considerar sempre um aumento de preços para poder ver a diferença entre os bens, certo? fica como tarefa de casa ver as reduções!

Depois, vou colocar os sinais de (+) ou (-) nos efeitos renda e substituição para que você compreenda se houve um aumento ou uma diminuição da quantidade demandada, certo?

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Teoria e Questões Comentadas

Ponto importante: a compreensão desse quadro é super chata, eu sei, mas é extremamente importante no caso das provas da Cespe, ok?

Vamos lá, sem decorar!

1. Imagine, primeiramente, que o preço das laranjas aumente. Nesse caso, você vai trocar laranja por um bem que ficou relativamente mais barato, digamos, a maçã (veja que o preço da maçã aqui pouco importa). Assim, o efeito substituição será negativo, já que você reduzirá a quantidade demanda de laranja. Isso é mostrado no quadro abaixo.

Imagine agora o seguinte: com um aumento do preço da laranja, você ficou mais rico ou mais pobre? Veja, com um aumento de preço, seu poder de compra diminuiu já que você agora precisa de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens. Logo, para simplificar, diremos que você ficou mais pobre, ok?

Continuando, agora que você ficou mais pobre você vai comprar mais ou menos laranja? Como a laranja é, para a maioria das pessoas, um bem normal, nesse caso, você comprará menos laranja, correto? Assim, colocaremos um (-) no efeito renda para a laranja, ok?

Efeito preço Efeito substituição

Efeito renda Tipo de bem

Aumento no (-) (-) Normal preço daslaranjas (+)

O que podemos dizer sobre os efeitos renda e substituição para o caso do bem normal? Podemos dizer que esses efeitos se reforçam! É exatamente assim que a Cespe analisa esse tipo de questão! Se falou em bem normal, eu já sei que os dois efeitos atuam na mesma direção, ou seja quando o preço aumenta, por exemplo, haverá uma

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Teoria e Questões Comentadas

redução da quantidade demandada do bem normal porque houve uma redução por parte do efeito substituição e outra por parte do efeito renda!

Vamos continuar: Imagine agora o que acontece com a sardinha enlatada.

2. Digamos que o preço da sardinha enlatada aumente. Assim como no caso anterior, você demandará menos sardinha porque comprará, por exemplo, carne em conserva! Assim, podemos dizer que também para esse bem, o efeito substituição também será negativo, já que um aumento do preço induz as pessoas a demandarem menos de determinado bem, substituindo-o.

Agora vamos pensar no poder de compra do consumidor: assim como no caso da laranja, com um aumento do preço, haverá uma redução do poder de comprar do consumidor, certo?

Mas em que a sardinha enlatada é diferente da laranja? Em uma simples explicação: para a maior parte das pessoas, a sardinha enlatada é um bem inferior! Ou seja, quando a renda diminui, as pessoas usualmente consomem mais do bem!

Pois é, eu disse a você que não seria simples...

Veja, estamos falando do poder de compra dos consumidores! Logo, como o consumidor está mais pobre, ele tenderá a consumir mais de determinado bem, logo o efeito renda será positivo, como mostrado no quadro abaixo:

Efeito preço Efeito substituição

Efeito renda Tipo de bem

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Aumento no preço da

(-) (+) Inferior

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sardinha enlatada (+)

Nesse caso, para os bens inferiores usuais, embora a demanda aumente por causa do efeito renda, o efeito substituição se sobrepõe ao efeito renda, logo, quando o preço de determinado bem aumenta, a demanda é reduzida! (embora diminua menos que para o caso dos bens normais!)

RESUMINDO: Para o caso dos bens inferiores, diremos que os efeitos renda e substituição não se reforçam, eles vão caminho no sentido contrário, prevalecendo o efeito substituição!

Por fim, vamos lembrar do glorioso caso das Batatas inglesas na Inglaterra da revolução industrial: os bens de Giffen

3. Imagine agora que houve um aumento de preços para as nossas batatas inglesas. Nesse caso, assim como nos dois casos anteriores, as pessoas trocarão o bem que ficou relativamente mais caro por outros que ficaram relativamente mais baratos, correto? Desta forma, assim como nos casos anteriores, o efeito substituição das batatas inglesas possuirá um sinal contrário ao efeito preço.

Continuando... de forma exatamente igual ao que acontece com os bens inferiores, com o aumento dos preços, haverá uma redução do poder de compra dos consumidores. Assim, como o bem de Giffen é um tipo de bem inferior, haverá um aumento da quantidade demandada das batatas. Dessa forma, o efeito renda dos bens de Giffen também será positivo.

Ora, então, em que os bens de Giffen se diferem dos bens inferiores?

A diferença está na intensidade dos efeitos renda e substituição. Para o caso dos bens inferiores, prevalecerá o efeito substituição. Já no caso dos bens de Giffen, prevalece o efeito renda. Assim, quando o preço aumenta, a quantidade demandada também aumentará! O quadro abaixo mostra esse efeito.

Efeito preço Efeito substituição

Efeito renda Tipo de bem

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Aumento no preço das batatas inglesas na Inglaterra durante arevolução industrial (+)

(-) (+) Bem de Giffen

Viu que o Bem de Giffen é chatinho? Pois é, é justamente por isso que a Cespe e as demais bancas adoram esse bem, infelizmente.

O quadro abaixo mostra um resumo dos três tipos de bens!

Efeito preço Efeito substituição Efeito renda Tipo de bem

Aumento no preço daslaranjas (+)

(-) (-) Normal

Aumento no preço dasardinha enlatada (+)

(-) (+) Inferior

Aumento no preço das batatas inglesas na Inglaterra durante arevolução industrial (+)

(-) (+) Bem de Giffen

Para que não restem dúvidas, vamos ver um exemplo numérico para diferenciar bem os bens inferiores e de Giffen?

Continuando com a sardinha enlatada e as batatas inglessas...

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Teoria e Questões Comentadas Imagine que o preço da sardinha enlatada aumente. Nesse caso, do lado do efeito substituição, haverá uma redução de, digamos 5 na quantidade demandada. Por outro lado, haverá um aumento de 3 devido ao efeito renda positivo. Assim, o efeito líquido será de -2. Logo, um aumento no preço leva a uma redução na quantidade demandada do bem! Compreendido agora?

Vamos ver agora o caso das batatas: um aumento de preços levará a uma redução na quantidade demandada devido ao efeito substituição. Assim, digamos que a redução seja de 3. O efeito renda, por sua vez, foi positivo e de 5. Logo, para o caso dos bens de Giffen, com uma variação positiva do preço do bem, haverá, também, uma variação positiva na quantidade demandada. Dessa forma, o bem de Giffen será o único tipo de bem a não respeitar a lei da demanda, já que possui uma inclinação positiva! Mais fácil agora?

Uma coisa que você deve observar sempre no que diz respeito ao efeito preço e ao efeito substituição é que eles SEMPRE possuirão sinais contrários, para quaisquer tipos de bens! O sinal do efeito renda dependerá do tipo de bem. Para os bens normais, ele será o mesmo do efeito substituição. Para os bens inferiores, ele será contrário, mas menor. No caso dos bens de Giffen, ele também será contrário e ainda maior que o efeito substituição.

Resumindo:

“quando se verifica um aumento no preço de um bem ou serviço, isto tem como conseqüência uma redução na quantidade demandada, que corresponde ao efeito total. Este efeito total resulta da soma do efeito-substituição e do efeito-renda”

Vamos praticar para ser feliz?

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Exercício 10

(CESGRANRIO, MPE/RO, Economista 2005) Um bem normal ou superior é aquele cujo efeito-renda é:

a) indeterminado.

b) negativo.

c) inferior ao efeito-substituição.

d) positivo.

e) nulo.

E lá vamos nós com a Cesgranrio para começar!

Primeira coisa, vamos compreender o que é um bem superior: Ele é o tipo de bem que quando o preço aumenta, a quantidade demandada diminui “muito” ou quando o preço diminui a quantidade demandada aumenta “muito”. Por enquanto, esse “muito” ainda não está claro, pois você precisará entender elasticidade primeiro antes de precisar esse valor, ok?

Para ser mais sintética ainda, vou dizer que o bem superior é um tipo de bem normal. Um caso especial desse tipo de bem.

Analisando a questão, ela procura saber qual o efeito-renda para o caso dos bens normais e dos bens superiores. Ora, como já vimos logo acima, o bem normal possui o efeito renda negativo quando o preço aumentava e, você deve ter observado que, quando o preço diminui, o efeito renda é positivo, levando assim a questão a um ponto de confruência!

Mas, não se engane, a questão não está incorreta e eu vou explicar a razão disso quando formos responder item a item!

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Teoria e Questões Comentadas A alternativa (A) afima que o efeito renda é inderteminado! Como já vimos, quando o bem é normal, é possível, sim, precisar qual será o valor do efeito renda. Logo, a alternativa (A) é incorreta.

A letra (B), por sua vez, diz que o efeito renda é negativo. Aqui, vale uma explicadinha antes de prosseguirmos:

Veja que a variação da quantidade demandada oriunda do efeito renda para o caso dos bens normais sempre de acordo com com o sentido da renda (ou o poder de compra). Por exemplo, se o poder de compra diminui, o consumo diminui, se o poder de compra aumenta, o consumo aumenta. Logo, nesse caso, diremos que os bens normais possuem efeito renda positivo, já que ele sempre seguirá o caminho da variação da renda.

Considerando tal fato, a letra (B) é falsa, ficando correta, por antecipação, a assertiva (D).

Em seguida a alternativa (C) afirma que o efeito renda será inferior ao efeito substituição para o caso dos bens normais. Como vimos anteriormente, não é possível afirmar isso já que os dois efeitos vão no mesmo sentido. Tal alternativa poderia ser considerada positiva se estivéssemos analisando o caso dos bens inferiores. Aí sim, seria possível afirmar isso.

Por fim, a letra (E) afirma que o efeito será nulo. Essa alternativa não é correta nem para os bens normais, nem para os bens inferiores ou de Giffen. Esse “poderia” ser o caso dos bens EXTREMAMENTE necessários, como os remédios. Mas eu disse: poderia, não há nada que indique, verdadeiramente que isso acontecerá, certo?

GABARITO: (C)

Exercício 11

(CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004, CESPE) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

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Teoria e Questões Comentadas Se um bem inferior for também um bem de Giffen, então um aumento do seu preço elevará, também, a quantidade demandada desse produto.

Eis aí o nosso querido Bem de Giffen!

Tem o que dizer sobre essa alternativa? Não né? Agora que você já está careca de saber, o Bem de Giffen se caracteriza justamente por ser uma exceção à lei da demanda, ou seja, para esse tipo de bem, a curva de demanda será positivamente inclinada, ou seja, um aumento do preço leva a um aumento da quantidade demandada, exatamente como está posto na questão!

Ainda para reforçar o conteúdo, lembra que quando se falar em Bem de Giffen, esse comportamento é observado porque quando o preço aumenta, o efeito substituição será sobreposto pelo efeito renda com sinal positivo, logo a quantidade demandada aumentará!

Tranquilo? Eis aí a compreensão do bem de Giffen sendo solicitada nas provas!

GABARITO: FALSO

Exercício 12

(Anatel, Especialista em Regulação, 2004) Ainda acerca dos aspectos apontados no texto, julgue os seguintes itens, relativos a microeconomia.

O paradoxo de Giffen, que constitui uma exceção à regra geral da demanda, é consistente com a existência de uma curva de demanda positivamente inclinada para determinados bens.

Perguntas sobre?

A questão foi exatamente respondida no item anterior!

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Teoria e Questões Comentadas Apenas lembrando, as questões sobre bens de Giffen se resumirão (ainda bem) a explicações sobre a curva de demanda. Nunca se questionará, por exemplo, sobre equilíbrio de mercado que envolva esse bem. Mais tarde, você compreenderá a razão disso.

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 13

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito substituição negativo é dominado pelo efeito renda positivo caso haja aumento de preço de um bem de Giffen.

E mais sobre o nosso bem mais querido! E olha só, exatamente o que nós vimos anteriormente e batemos na compreensão! É exatamente assim que as bancas analisam! Como elas (felizmente) compreendem a complexidade do tipo do bem, sempre colocarão questões relativamente simples!

No caso da questão acima, foi exatamente o que nós vimos anteriormente no exemplo: quando o preço aumenta, as pessoas passarão a demandar menos por causa do efeito substituição. Por outro lado, passarão a demandar mais devido ao efeito renda. Para o caso do bem de Giffen, como analisamos, haverá uma sobreposição do efeito renda sobre o efeito substituição, logo, a alternativa está rendondinha e verdadeira!

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 14

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

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Teoria e Questões Comentadas O efeito renda altera os preços relativos dos bens, ocasionando, porém, a manutenção do poder aquisitivo do consumidor.

E a coisa vai complicando!

Vamos lá.

A questão pergunta sobre o efeito renda e diz que ele altera os preços relativos. Lembra quando a gente estava estudando efeito preço, desmembrando em efeito renda e efeito substituição?

Pois é, eu falei que um deles alterava a demanda porque deixava um bem relativamente mais caro que outro. Que efeito foi esse?

Foi o efeito substituição!

Só para fixar: falou-se em efeito substituição, vamos lembrar da alteração dos preços relativos!

Falou-se em efeito renda, vamos lembrar de alteração no poder de compra.

Com isso em mente, e você resolve uma série de questões desse tipo!

No caso da questão acima, ela estaria perfeitamente correta se falasse sobre o efeito substituição já que, quando nós falamos em variação de preço relativo, não falamos em nenhum momento em variação do poder de compra, logo, ele seria mantido para fins de análise. No caso do efeito renda, deverá existir, necessariamente, uma alteração no poder aquisitivo do consumidor. Além disso, no caso do efeito renda, não se considera a alteração dos preços relativos!

Logo, a alternativa está, falsa!

GABARITO: FALSO

Exercício 15

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Teoria e Questões Comentadas (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Aumento no preço de um bem normal implica que os efeitos renda e substituição têm sinais opostos.

Eu li sinais? Olha aí a importância de compreender como eles funcionam aqui! Ta vendo aí?

O que foi que nós vimos sobre os sinais?

Vamos relembrar com o quadro abaixo? Para facilitar a compreensão, deixei a parte dos bens normais destacada!

Efeito preço Efeito substituição Efeito renda Tipo de bem

Aumento no preço daslaranjas (+)

(-) (-) Normal

Aumento no preço dasardinha enlatada (+)

(-) (+) Inferior

Aumento no preço das batatas inglesas na Inglaterra durante arevolução industrial (+)

(-) (+) Bem de Giffen

E o que nós temos aqui? Olha só! Para o caso dos bens normais, os sinais dos efeitos renda e substituição são exatamente IGUAIS! Logo, a alternativa é falsa! Aqui, vale notar que ela estaria correta SE falasse dos bens inferiores ou ainda dos bens de Giffen! Como ela falou sobre os bens normais, vamos ter que lembrar sempre que eles atuam no sentido de se intensificarem, não no sentido de se anularem, ok?

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GABARITO: FALSO

E vamos para a última de demanda para finalmente começar a conversa sobre a curva de oferta? só para que você fique situado(a), até aqui, já respondemos 31 itens, entre alternativas da Cesgranrio e itens propriamente ditos da Cespe! Vamos agora ao 32º!

Exercício 16

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Para bens complementares, não existe efeito renda, e, para bens substitutos perfeitos, não existe efeito substituição.

Vamos analisar a nossa última questão a respeito da curva de demanda e dos efeitos renda e substituição.

Veja só, a questão fala sobre bens complementares e bens substitutos. Vamos ver. O item afirma que não existe efeito renda para os bens complementares, ou seja, de acordo com a questão, se o preço do arroz aumentar, por exemplo, e considerando que o arroz é um bem normal, não haverá uma redução do consumo, já que o arroz é complementar do feijão e o feijão nada sofreu. Fica complicado pensar assim né? Porque praticamente todos os bens possuirão algum complementar: escova de dente e creme dental, queijo e goiabada, café com açúcar, calça e cinto e por aí vai.

Logo, já de agora é possível dizer que a questão está incorreta.

Continuando, a questão afirmou que para os substitutos perfeitos, não existe efeito substituição. Nesse caso, mesmo que você não soubesse sobre os bens complementares, é claro que você sabe sobre os bens substitutos. Ainda mais, a questão diz que eles são substitutos PERFEITOS, ou seja, você trocaria de bem sem perder nenhum grau de bem estar. Exemplos disso são caneta preta ou caneta azul (caso você não tenha nenhuma preferência exata, etc.)

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Teoria e Questões Comentadas Assim, quando se falar em substitutos perfeitos, nós teremos, sim, um forte efeito substituição! Logo, a questão é falsa!

GABARITO: FALSO

Agora que compreendemos tudo sobre o consumidor, está na hora de pensar no outro lado da economia. Vamos falar sobre as empresas. Essas e as suas respectivas curvas de oferta é o que veremos a seguir!

3.3. Lei da Oferta

Da mesma forma que a lei da demanda estabelece um padrão de comportamento do consumidor perante o preço de um bem, a lei da oferta também analisa o comportamento, agora da empresa, quando se depara com um diferente nível de preço. De acordo com a Lei da Oferta, um crescimento no preço de um bem aumenta o incentivo para os produtores ofertá-lo no mercado, se tudo o mais que interfere no comportamento da empresa se mantém constante (sob a hipótese de Ceteris Paribus). Para se observar a veracidade desse fato, basta considerar o que ocorreu na economia brasileira no início do século XX, quando o país era o maior produtor mundial de café: com o aumento dos preços dessa mercadoria, os cafeicultores da época possuíam incentivos para produzir ainda mais, elevando o número de hectares destinados a produção dessa cultura.

Assim como a lei da demanda estabelece a função de demanda, a lei da oferta, também define a função oferta que informa que quantidade será produzida para cada preço:

Função Oferta: Q S PS = ( ) A curva de oferta representa essa relação positiva entre preço e quantidade ofertada.

Para compreender a formulação da curva de oferta, faremos um exercício similar ao realizado para construir a curva de demanda. Comecemos por uma historinha:

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Teoria e Questões Comentadas No Brasil, Pernambuco (meu querido estado) é o maior produtor de mangas (inclusive as sem caroço) do país. Essas mangas são diretamente enviadas para a Europa e lá concorrem com as mangas de Israel. Imagine que, por alguma razão, Israel entre em guerra com a Palestina. Como nós vimos pela curva de possibilidade de produção na aula demonstrativa, ele não poderá continuar produzindo a mesma quantidade de mangas eu usualmente fazia. Logo, haverá uma redução na quantidade de mangas que vai para a Europa. Com essa quantidade menor no mercado europeu, haverá um aumento de preços, correto? O que acontecerá em Pernambuco, os produtores aumentarão a sua produção! Logo, quando o preço (por alguma razão) aumenta, a quantidade ofertada também aumentará!

Graficamente, temos o seguinte:

O ponto A no gráfico mostra a quantidade inicialmente ofertada de mangas por Pernambuco no mercado europeu:

Em seguida, haverá um aumento no preço da manga no mercado Europeu (mostrado pela setinha verde). Isso levará Pernambuco a aumentar a sua produção (setinha vermelha):

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A A A A A A A A A

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Teoria e Questões Comentadas

Agora, novamente, é tarefinha de criança! Basta apenas ligar os pontos, o que é mostrado no último gráfico e Voilà! Eis que temos a curva de oferta dessa economia! Simples assim!

Figura 5 – Curva de Oferta

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Teoria e Questões Comentadas A curva de oferta representa a relação entre preço de um bem e a quantidade ofertada desse bem.

A curva de oferta representa o comportamento das empresas. Assim, aumentos nos preços levarão às empresas a oferecer mais produtos no mercado, mostrando, desta forma, uma relação direta entre preços e quantidades. Vale reforçar aqui que, assim como no caso da demanda, aumentos nos preços do bem em questão vão levar a movimentos ao longo da curva de oferta. Felizmente, para o caso da oferta das empresas, nós não teremos exceções como o caso dos bens de Giffen para o consumidor \o/ Isso torna a análise de oferta bem mais simples que a análise de demanda inicialmente observada.

Assim como existem fatores que deslocam a curva de demanda, existirão fatores que deslocarão a curva de oferta. Esse fatores serão apresentados agora.

3.4. Deslocamento da curva de oferta no mercado Assim como para demanda, a quantidade ofertada de um determinado bem não depende exclusivamente do seu preço. Mas, assim como no caso da demanda, não é apenas o preço que altera a quantidade ofertada. Existirão outros fatores que alterarão a oferta das empresas. Por exemplo, uma questão essencial para uma empresa decidir a quantidade que ofertará no mercado está relacionada aos seus custos de produção. Assim, se uma empresa consegue reduzir seus custos de produção, ela pode disponibilizar no mercado uma mesma quantidade com um menor preço.

Contudo, não são apenas os custos que alteram a oferta das empresas. Outros fatores também gerarão o mesmo efeito. Abaixo, são mostrados os outros fatores que influenciam a oferta das empresas: Tecnologia;

Expectativas.

Assim, tecnologia, custos e expectativas são os três maiores grupos de fatores que influenciam a oferta. Graficamente, representa-se essa situação através do deslocamento da curva de oferta para baixo e para a direita, quando há um aumento da oferta (via redução de custos, ou avanços tecnológicos, por exemplo). Caso os custos de produção aumentem ou exista uma retração tecnológica, a curva de oferta se desloca para cima.

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Teoria e Questões Comentadas No que diz respeito aos custos de produção de uma empresa, esses podem crescer devido a um aumento no preço de um determinado insumo ou fator de produção, ou a um aumento nas taxas e impostos cobrados. Por outro lado, os custos podem se reduzir devido a uma diminuição no preço dos insumos ou fatores de produção, redução dos impostos e criação ou aumento de subsídios. É possível, ainda, que os custos se reduzam devido uma alteração na forma de se produzir o bem, em outras palavras, devido a uma evolução tecnológica.

Os deslocamentos da curva de oferta são apresentados na figura abaixo. Considerando a curva S2 como a curva de oferta inicial, a curva S3 representará um aumento na oferta, enquanto a curva S1 representará uma retração.

Figura 6 – Deslocamentos da Curva de Oferta Uma mudança na quantidade ofertada, a qualquer preço dado, é representada graficamente pelo movimento da curva de oferta original para uma nova posição.

Antes de prosseguirmos, uma dúvida que pode ter surgido na sua mente está ligada ao deslocamento da curva. Acima, eu disse que você deslocaria a curva de oferta para a direita e para baixo quando houvesse um aumento da quantidade ofertada, não foi isso? Para clarear e exterminar as suas dúvidas, faço uma explicação simples:

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Teoria e Questões Comentadas Suponha que haja um avanço tecnológico em uma determinada firma. Nesse caso, ela poderá produzir mais unidades a um mesmo nível de preço ou ainda produzir a mesma quantidade cobrando um preço bem menor. Graficamente, nós temos que o aumento da quantidade ao mesmo nível de preços é mostrado pela setinha vermelha no gráfico abaixo, enquanto que a mesma produção a um preço menor é mostrada pela setinha verde! Assim, não raro, você encontrará nas provas da Cespe que houve um deslocamento para baixo e para a direita quando há um aumento da oferta. Fato contrário vale quando se fala em redução da oferta, ok? Fica como tarefinha de casa!

Nesse ponto que chegamos, você deve ter notado que, uma vez compreendido todo o raciocínio sobre o comportamento do consumidor, fica muito mais fácil entender o comportamento do empresário, porque os comportamentos são contrários!

Quando a questão falar em aumento da demanda, você deverá lembrar que quando a demanda aumenta, ela vai para a direita e para cima! No caso de um aumento da oferta, a curva irá para a direita e para baixo!Para ficar mais simples ainda de compreender: falou-se em aumentos da demanda ou da oferta, as curvas irão para

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Teoria e Questões Comentadas

a DIREITA! As reduções implicarão em movimentos para a ESQUERDA! Se vai para cima ou para baixo, com o deslocamento paralelo, você observará isso!FICA A DICA!

Vamos para os exercícios?

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e) S0 mesmo d) S4 c) S3 b) S2 a) S1

como Se fosse obrigada a pagar, sua curva de oferta teria uma posição

conforme apresentado na figura abaixo. obrigada a pagar pelo dano, e a curva de oferta do que produz é S0 ao produzir, causa dano ambiental (polui um curso de água). Não é (CESGRANRIO, INEA, Economista, 2007) Uma empresa competitiva, Exercício 17

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Teoria e Questões Comentadas Eis aí a nossa primeira questão de deslocamentos! Seguindo a metodologia empregada para o caso da demanda, feremos o mesmo procedimento para o caso da oferta.

Vamos analisar juntos.

Veja, a questão diz que, inicialmente, a empresa não era obrigada a pagar pelo dano ambiental causado por ela. Essa situação é representada pela curva S0.

Posteriormente, a questão diz que a emrpesa precisará pagar por esse dano. Caso isso seja verdade, o qua acontecerá com a curva de oferta? Aliás, o que acontecerá com a empresa analisada? A questão falou em alteração no preço do bem? Não! Dessa forma, a primeira coisa que sabemos é que não haverá um movimento ao longo da curva de oferta, mas da curva. Nesse caso, o que foi alterado?

Tecnologia? Expectativas? Custos de produção?

Veja que não houve uma alteração no método de fabricação do produto. Logo, não haverá uma alteração na teconologia. De forma similar, não houve uma alteração na expectativa da firma sobre o futuro. Ela terá que pagar mais impostos agora e pronto! Logo, o fator que foi alterado foi a variável custos. Na situação em análise, houve um aumento dos custos! Assim, qual curva de oferta será movimentada em que direção?

Vamos analisar graficamente para ficar mais fácil?

A alternativa (A) diz que a curva de oferta tomará uma posição como S1, mais para a direita! Ora, essa posição não é possível, pois ela diz que a

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Teoria e Questões Comentadas empresa produzirá mais ao mesmo nível de preços ou ainda que a empresa produzirá a mesma quantidade a um preço menor. Com o aumento dos custos isso seria possível? Não né? Logo, a alternativa (A) é incorreta.

Vejamos agora a letra (B). Ela mostra um deslocamento para a esquerda e para cima da curva de oferta. No gráfico abaixo:

Nesse caso, como mostrado pelas setinhas, o deslocamento da curva S0 para a posição como S2 indica que a empresa produzirá a mesma quantidade por um preço maior ou ainda que a empresa produzirá uma quantidade menor ao mesmo preço. Essas duas análises estão corretas já que estamos falando de aumento de custos! Com os custos maiores, a empresa terá exatamente o comportamento descrito na curva S2. Logo, a assertiva (B) é a assertiva correta!

Vamos analisar as alternativas restantes para fechar a questão? A letra (C) está incorreta pois mostra um movimento da curva S0 para a curva S3. Nesse caso, como você pode observar, houve não apenas um deslocamento, mas uma alteração da inclinação da curva de oferta! Em nenhuma hipótese pelo que foi visto até agora essa situação é verdadeira. Apenas quando formos ver elasticidades (assunto da próxima aula, realocado para que você não fique com um volume imenso de material nessa aula) é que veremos que é possível haver modificação da inclinação. De toda forma, ela nunca será gerada por uma alteração nos custos.

Em seguida, a alternativa (D) mostra a nova curva de oferta com uma posição com S4! Como assim uma oferta negativamente inclinada? Em nenhuma hipótese teremos oferta negativamente inclinada (pelo menos por hora). Isso só é verificado em casos muito mais complexos que não serão vistos quando falarmos sobre bens de Giffen!

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Teoria e Questões Comentadas Finalmente, a letra (E) diz que não haverá um deslocamento da curva de oferta, o que nós vimos qu também não é verdadeiro. Essa alternativa só seria verdadeira se estivéssemos considerando variações em fatores que afetam a vida do consumidor. Nesse caso, de fato, não haveria deslocamentos da curva de oferta. Mas, como os custos afetam a vida das empresas, a alternativa é falsa!

GABARITO: (B)

Exercício 18 (ANCINE, Cargo 1, Caderno Chaplin, Economia, Administração e Contábeis, 2005.) A respeito dos conceitos microeconômicos e da economia da regulação, julgue os itens a seguir. Quando, em face de uma desvalorização do real, o preço dos equipamentos cinematográficos importados aumenta, a curva de oferta de películas se desloca para baixo e para a direita.

Vamos lá resolver uma questãozinha da Cespe...

Lendo a questão, você pode observar que ela fala sobre preços e deslocamentos da curva de oferta. Será isso possível? Vamos dar uma olhada com calma e verificar essa possibilidade.

Veja o seguinte, a questão está analisando a curva de oferta das películas (dos filmes) quando há uma variação no preço dos equipamentos importandos oriunda de uma variação cambial.

Primeira coisa, nós vamos andar ao longo da curva de oferta ou a curva de oferta inteira?

Como se trata de um preço que não é o das películas, haverá um deslocamento da curva de oferta como um todo, seja para a direita, seja para a esquerda. Logo, por enquanto, não podemos dizer se a questão está verdadeira ou falsa.

Relendo a questão, é possível notar que uma desvalorização do real aumentará o preço dos equipamentos importados. Será verdade isso? Para saber a veracidade desse fato, é preciso, inicialmente, que você entenda o que é uma desvalorização cambial. Nós temos desvalorização

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Teoria e Questões Comentadas cambial quando para comprar a mesma quantidade de moeda estrangeira, nós precisaremos de uma quantidade maior de reais. Um exemplo não tão distante aconteceu na época da eleição para o primeiro mandato do ex-presidente Lula. Nessa época, o dólar chegou a valer quase R$ 4,00! Logo, para comprar a mesma quantidade de dólares, nós precisaríamos de uma quantidade maior de reais!

Assim, de fato, uma desvalorização no real leva a um aumento dos preços dos equipamentos cinematográficos, o que implicará em um aumento dos custos das películas e gerará um deslocamento da curva de oferta para a esquerda e para cima!

Opa! Mas a questão fala em um deslocamento para baixo e para a direita? Então, a questão está falsa! Ela só seria verdadeira se estivéssemos considerando uma valorização do real (ou seja, precisaríamos de uma quantidade menor de moeda doméstica para comprar a mesma quantidade de moeda estrangeira!)

GABARITO: FALSO

Exercício 19 (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem. Na situação atual, se os sindicatos dos bancários conseguirem negociar aumentos salariais reais, a curva de oferta de serviços bancários se deslocará para cima e para a esquerda.

Eis aí o padrão de repetição da Cespe! Historinha diferente, mesma compreensão! Vamos lá?

A questão fala em aumentos salariais, correto? O que são os salários para as empresas? CUSTOS! Então, o raciocínio é exatamente idêntico ao visto na questão anterior! Nesse caso, com um aumento de salários, haverá

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Teoria e Questões Comentadas um aumento dos custos das empresas (nesse caso, bancos) o que gerará um deslocamento da curva de oferta para cima e para a esquerda! Exatamente como mostrado na questão!

Dúvidas?

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 20

(Senado Federal, Consultor legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O modelo básico da oferta e da demanda é utilizado para analisar os mais variados problemas econômicos. Com base nesse modelo, julgue os itens seguintes.

No Brasil, a redução do preço do petróleo e a recente valorização do real frente ao dólar deslocam a curva de oferta de gasolina para cima e para a esquerda.

E mais uma no padrão Cespe.

Vamos analisar: a questão pede para que você analise um deslocamento da curva de oferta da gasolina. Primeira pergunta: houve variação no preço no bem? Não! Em nenhum momento se falou em variações no preço da gasolina. Logo, a hipótese de deslocamento ao longo da curva fica rejeitada!

Além disso, a questão fala sobre variações no preço do petróleo e valorização cambial. Vamos ver ponto a ponto? O que implica, para a curva de oferta da gasolina uma redução no preço do petróleo? Ora, como o preço do petróleo entra como custo na produção da gasolina, uma redução no preço implicará em uma redução dos custos empresariais! Assim, se apenas esse fator fosse analisado, teríamos um deslocamento da curva de oferta para a direita! Só isso, já mostraria que a alternativa é falsa!

Mas vamos continuar analisando:

A questão diz ainda que houve uma valorização do real! Exatamente o contrário do que vimos na questão passada! Nesse caso, uma valorização do real frente ao dólar fará com que a empresa precise de menos reais para comprar a mesma quantidade de dólares, o que implicará, em

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Teoria e Questões Comentadas última instância em uma redução de custos também! Assim, pelas duas direções, teremos efeitos que levam a curva de oferta não para cima e para a esquerda como apontado no item, mas para a direita e para baixo!

Dessa forma,

GABARITO: FALSO

Exercício 21 (Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre vendedores e compradores em uma economia de mercado constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. A crescente onda de insegurança no Iraque conduz à elevação do preço do barril do petróleo cru no mercado internacional e aumenta o preço da gasolina, provocando, no Brasil, um deslocamento ao longo da curva de oferta desse combustível.

Mais uma no mesmo teor!

Vamos lá, historinha diferente, mesma conclusão!

Se o preço do barril de petróleo aumentar, o que acontecerá com a oferta da gasolina?

Ora, como vimos, o petróleo entra como um custo para a empresa produtora de gasolina. Nesse caso, não teremos um deslocamento ao longo da curva de oferta, como anunciado no texto da questão, mas um deslocamento de toda a curva! Assim, tendo em vista o que já foi analisado acima, a questão é falsa!

Lembra sempre: só teremos um deslocamento ao longo da curva de oferta se houver uma variação no preço do bem em análise, ok?

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Teoria e Questões Comentadas Quaisquer outros preços que variarem levarão a movimentos da curva de oferta!

GABARITO: FALSO

Exercício 22 (ANTAQ, Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários, 2009) Com relação à aplicação dos conceitos básicos de microeconomia, julgue os itens subsequentes. Um servidor recém-nomeado da ANTAQ foi testado pelo seu supervisor, que lhe pediu que desenhasse um gráfico da curva de oferta de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada decorrente do aumento de preço desse tipo de serviço. Nessa situação hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido servidor deve apresentar um gráfico com deslocamento da curva de oferta para a direita.

O tamanho dessa questão assusta, mas ela é super simples, vamos analisar?

Inicialmente, a historinha começa assim: Um servidor recémnomeado da ANTAQ foi testado pelo seu supervisor, que lhe pediu que desenhasse um gráfico da curva de oferta de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada decorrente do aumento de preço desse tipo de serviço. Até aqui, é possível dizer o que foi solicitado pelo supervisor? Qual curva esbelece a relação entre a quantidade ofertada dado que houve uma variação no preço DESSE TIPO DE SERVIÇO? A curva de oferta, não é? Então, na verdade, o que o supervisor está querendo é apenas que o seu funcionário desenhe uma curva de oferta! Simplesmente isso!

Aí, a questão continua... Nessa situação hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido servidor deve apresentar um gráfico com deslocamento da curva de oferta para a direita. Verdade isso? Não né? Como vimos, o que o

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Teoria e Questões Comentadas supervisor pede não é um deslocamento da curva, mas apenas o desenho dela! Sem nenhum tipo de deslocamento! Simples dessa forma!

Dessa forma, o item é falso! Ele só estaria verdadeiro se ao invés de demonstrar a relação entre preço e quantidade ofertada do bem, fosse solicitado o gráfico quando há uma redução nos custos ou um avanço tecnológico, por exemplo. Aí sim, a alternativa estaria correta! Como isso não foi solicitado, a questão é FALSA.

GABARITO: FALSO

Agora que já compreendemos o lado do consumo e o lado da produção (ou oferta), precisamos entender quando, como e onde esses dois agentes se encontram. E o mais impressionante: o que acontece nesse encontro! Vejamos o que é ponto de equilíbrio!

3.5. Ponto de Equilíbrio Como vimos na aula demonstrativa, o local físico ou não onde existe a interação de empresas e consumidores se chama mercado. Considera-se que um mercado está em equilíbrio quando a quantidade demandada de um produto se iguala à quantidade ofertada, ou seja, quando a economia encontra o seu ponto de equilíbrio. Como foi visto acima, pelas equações da demanda e da oferta, a quantidade demandada e a ofertada de um bem dependem de seu preço. Então, há um preço para o qual a quantidade de oferta se iguala a de demanda, esse é chamado de preço de equilíbrio, e a quantidade associada é a quantidade de equilíbrio.

Graficamente, nós temos um equilíbrio de mercado (ou o ponto de equilíbrio) quando há o cruzamento entre a curva de oferta e a curva de demanda de determinado bem.

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Teoria e Questões Comentadas

Figura 7 – Equilíbrio de Mercado O equilíbrio econômico de mercado é um resultado quando a quantidade ofertada é igual a quantidade demandada, considerando o número de produtores como dado.

O equilíbrio de mercado é uma situação onde, dado um determinado nível de preços, a quantidade demandada é idêntica a quantidade ofertada. Nessa situação, não existem sobras ou excessos de produtos. Além disso, o equilíbrio de mercado é estável, ou seja, se não existir mudanças no comportamento do consumidor e/ou do produtor, esse equilíbrio não será alterado.

O preço de equilíbrio é determinado igualando as funções demanda e oferta – ou seja, igualando as quantidades. Resolvendo essa equação, encontra-se o preço de equilíbrio. Por exemplo, digamos que a função demanda de um bem seja dada por:

QD =1000 50− P.

E que a função oferta seja dada por:

QS =200 30+ P.

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Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio

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Teoria e Questões Comentadas No equilíbrio a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada:

Q QS = D

200 30+ P=1000 50− P

30P+50P=1000 200−

80P=800

P= =10. Então, o preço de equilíbrio nesse mercado é igual a 10. Para determinarmos a quantidade de equilíbrio, basta substituirmos esse preço na função demanda ou na função oferta (lembre-se que o resultado deve ser igual para as duas, já que a quantidade deve ser a mesma):

QS = 200+30.10 = 200+300 =500

QD =1000−50.10 =1000−500 =500 A

quantidade de equilíbrio é igual a 500.

Caso o preço que vigora no mercado seja maior que o preço de equilíbrio, a quantidade ofertada superaria a quantidade demandada, pois com o aumento de preço existiria uma redução na quantidade demanda e um aumento da quantidade ofertada, assim, o mercado apresentaria um excesso de oferta (ou escassez de demanda). Essa situação é mostrada na figura abaixo. Caso contrário, se o preço de mercado for inferior ao preço de equilíbrio, então a quantidade demandada será superior àquela ofertada pelas firmas, caracterizando um excesso de demanda (ou escassez de oferta).

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Figura 9 – Excesso de Oferta

Figura 10 – Excesso de Demanda

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Teoria e Questões Comentadas Quando ocorre esse tipo de desequilíbrio, acredita-se que o próprio mercado tende a corrigi-lo. No caso de um excesso de demanda, os produtores perceberão que podem aumentar um pouco o preço e a quantidade produzida, e no caso de um excesso de oferta serão obrigados a fazer o oposto. Essa confiança no livre ajustamento do mercado recebe o nome de Lei da Mão Invisível (formulada inicialmente por Adam Smith).

Observe que, até aqui, consideramos que o ponto de equilíbrio não se altera. E isso é verdade, se nenhuma variável que afeta a vida da empresa ou a vida do consumidor for alterada, esse ponto tende a se perpetuar indefinidamente. A questão é que os fatores que afetam a vida do consumidor e/ou do produtor não são imutáveis. Para compreender o que acontece nesses casos, precisamos compreender a dinâmica do mercado, último item da aula de hoje.

3.6. Dinâmica de mercado Como vimos, alguns fatores podem modificar a quantidade demandada ou ofertada de um bem para um mesmo nível de preço. Caso isso ocorra, observa-se uma mudança no equilíbrio, havendo um ajustamento tanto na quantidade, como no nível de preços, isso porque o antigo equilíbrio passa a ser uma situação de excesso de demanda ou de oferta.

Para que você compreenda melhor, vamos analisar um exemplo: Considere que, no gráfico abaixo a economia está no seu equilíbrio inicial no ponto A, mostrado abaixo. Suponha que, por alguma razão (seja aumento da renda, seja alteração dos gostos, etc) a demanda aumente (deslocando a curva de demanda para direita, para uma posição como a curva tracejada), com tudo o mais constante, teremos uma demanda maior que oferta, como mostrado pelo ponto B. como é possível observar, haverá um excesso de demanda ou uma escassez de oferta. A pergunta que se faz é: Como atender a essa nova demanda? Ela só poderá ser satisfeita se houver um aumento dos preços! É como se a empresa estivesse dizendo: querem consumir mais, terão que pagar mais por isso! Como você sabe, à medida que o preço aumenta, os consumidores tendem a consumir menos. Isso é mostrado pela setinha subindo ao longo da nova curva de demanda e da curva de oferta. O novo ponto de equilíbrio é estabelecido no ponto C. Esse aumento de preços é necessário para que se incentive a produção de mais unidades por parte das firmas.

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Figura 11 – Aumento da Demanda. Nesse gráfico, ocorre um aumento da demanda, decorrente, por exemplo, do aumento na renda dos consumidores. Conforme analisamos anteriormente, para qualquer preço os consumidores demandarão quantidades maiores. A seta indica a direção da mudança. A oferta, por outro lado, permaneceu inalterada porque nenhum dos fatores que podem provocar seu deslocamento (tecnologia, custos ou expectativas) modificou-se. Assim, as conseqüências decorrentes do aumento da demanda são o aumento da quantidade e no preço de equilíbrio. Deste modo, se compararmos o Ponto de Equilíbrio Final (decorrente do aumento de demanda) com o Ponto de Equilíbrio Inicial (anterior à mudança) verificamos que a quantidade de equilíbrio final é maior que a quantidade de equilíbrio inicial e o preço de equilíbrio final também é maior que o Preço de Equilíbrio Inicial.

De forma contrária, caso ocorra uma redução da demanda, se o preço for mantido inalterado, haverá um excesso de oferta, e, nesse caso, as firmas desejariam vender mais do que a quantidade que a demanda desejaria comprar. Assim, para reequilibrar o mercado, haveria uma redução tanto na quantidade ofertada e nos preços.

No caso de um aumento na oferta (curva de oferta se deslocando para baixo), ou seja, se as firmas podem produzir mais a um mesmo preço, então o equilíbrio inicial também se transformaria em uma situação de excesso de oferta. A nova quantidade de equilíbrio seria maior, refletindo a maior possibilidade de produção das firmas, mas com menor preço – a demanda somente pode adquirir a quantidade adicional caso o preço se reduza. Nessa

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C

Excesso de demanda

B A

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Teoria e Questões Comentadas situação, é como se os consumidores dissessem: querem vender mais? Nós só compramos por um preço menor!

Por fim, se a oferta se contrai, ou seja, as firmas precisam cobrar mais para produzir uma mesma quantidade (ou, de modo equivalente, elas produzem menos a um mesmo preço), então o antigo equilíbrio se tornaria um excesso de demanda. Para que o novo equilíbrio seja alcançado, o preço deve aumentar e a quantidade se reduzir. A figuras abaixo mostra a dinâmica de mercado quando há um aumento da oferta.

Figura 12 – Aumento da oferta. Nesse gráfico, ocorre um aumento na oferta, decorrente, por exemplo, da descoberta de uma nova tecnologia de produção. Apenas para recordar, verifique que, nesse caso, para qualquer preço, os produtores produzirão quantidades maiores. A seta indica o sentido da mudança. A demanda, por outro lado, permaneceu inalterada porque nenhum dos fatores que podem provocar o seu deslocamento (como renda, preço de um bem relacionado, preferências ou expectativas) sofreu qualquer modificação. Veja como o aumento da oferta vai resultar em um deslocamento na quantidade de equilíbrio, que, no entanto, será acompanhado por uma queda no preço de equilíbrio. Deste modo, se compararmos o Ponto de Equilíbrio Final (decorrente do aumento da oferta) com o Ponto de Equilíbrio Inicial (anterior à mudança) verificamos que a quantidade de equilíbrio final é maior que a quantidade de equilíbrio inicial e o preço de equilíbrio final é menor que o preço de equilíbrio inicial.

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Teoria e Questões Comentadas Fica como trabalho de casa verificar, graficamente, o que ocorre quando a demanda ou a oferta sofrem uma redução, ok?

Nas provas, normalmente, as bancas não cobram a dinâmica de movimento, ou seja, não se dá importÂncia ao ponto B do gráfico que mostra o deslocamento da demanda. Assim, as bancas querem saber o que existia antes e o que passou a existir depois. É o que os economistas chamam de Estática Comparativa. Você tira uma “foto” da economia antes e outra depois e compara o que aconteceu.

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de Açaí, I, II e III, abaixo. Observe os Gráficos de Oferta e Demanda de Casquinhas de Sorvete CESGRANRIO, Prefeitura Municipal de Manaus, Economista, 2005) (

Exercício 23

Vamos ver exercícios?

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Teoria e Questões Comentadas Representa(m) uma situação de equilíbrio entre oferta e demanda, o ponto: a) a, somente. b) b, somente. c) c, somente. d) d, somente. e) e, somente.

De todas as questões de economia que eu já vi, essa é, disparada, uma das mais fáceis!

Como é que eu penso em ponto de equilíbrio? Como a intersecção entre as curvas de demanda e de oferta. O ponto em que, para um dado nível de preços, a quantidade ofertada é idêntica a quantidade demandada! Olhando para os gráficos, o que é possível perceber que a única letrinha que aponta para o equilíbrio é a primeira alternativa, a letra (A).

Logo, a alternativa correta é a alternativa (A).

Mas vamos analisar as outras assertivas.

As letras (B) e (C), analisam os pontos b e c. Contudo, sozinhos, esses pontos não indicam nada. Agora, se fizéssmos uma união entre os dois pontos, teríamos, no gráfico II a presença de um excesso de demanda.

Por fim, no gráfico III, as letras (D) e (E) estudam os pontos d e e. Assim como os pontos b e c, sozinhos, eles não representam absolutamente nada. Para o caso desses pontos, a união entre eles mostra um execesso de oferta. Assim, as letras (B) a (E) estão incorreta.

GABARITO: A

Exercício 24 (CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração, 2009) Considere o gráfico abaixo, que mostra as curvas de demanda d) e de oferta (S) no mercado de laranjas. Suponha que os consumidores considerem laranja um bem inferior e laranja e tangerina como bens substitutos.

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Teoria e Questões Comentadas

Primeira coisa, veja duas informações dadas que podem ser úteis primeiro, a questão afirma que a laranja é um bem inferior e, logo em seguida, afirma que laranja e tangerina são bens substitutos!

Logo em seguida, a questão afirma que houve um aumento no preço das tangerinas.

Ora, a primeira informação é que laranjas e tangerinas são bens substitutos. Se o preço da tangerina aumentou, os consumidores irão consumir menos tangerinas e mais laranjas, não é isso? Como está se falando em consumidores, haverá um deslocamento para a direita da curva de demanda do consumidor, como mostrado no gráfico abaixo:

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e) posição da curva de demanda d) não será alterada. d) posição da curva de oferta (S) será alterada. c) nova curva de demanda d) será como a tracejada no gráfico. b) nova quantidade negociada será menor que q1. a) novo preço será maior que p1.

laranjas apresentado acima, oa) Se o preço da tangerina aumentar, no gráfico do mercado de

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Teoria e Questões Comentadas

Vamos analisar agora item a item, começando pelo último?

A alternativa (E) afirma que não haverá o deslocamento da curva de demanda! Ora, como já vimos, a curva de demanda será alterada sim, indo para a posição tracejada mostrada no gráfico acima. Dessa forma, a alternativa está incorreta!

Em seguida e subindo, a letra (D) diz que posição da curva de oferta (S) será alterada. Como já vimos anteriormente, falou-se em consumidor, estaremos falando, necessariamente, de curva de demanda. A curva de oferta não será alterada nessas circunstâncias!

A assertiva (C), por sua vez, indica que nova curva de demanda d) será como a tracejada no gráfico. Esse fato também não será verdadeiro já que a curva tracejada mostra um deslocamento da curva de demanda para a esquerda. Esse fato só seria verdadeiro se estivéssemos falando sobre uma redução da demanda, por exemplo, se o preço da tangerina diminuísse.

A letra (B) afirma que nova quantidade negociada será menor que q1, o que também está errado já que com o aumento do preço da tangerina, mais pessoas procurarão consumir laranjas! Logo, a quantidade de equilíbrio tenderá a aumentar!

Dessa forma, a alternativa correta é a letra (A) que indica que o preço será maior que P1. Como as pessoas desejam consumir mais, isso só será possível de acontecer se o preço for maior do que o que prevalece atualmente. Dessa forma, a letra (A) é a afirmativa correta.

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Teoria e Questões Comentadas

GABARITO: A E vamos lá para a Cespe?

Exercício 25 (ANVISA, Analista Administrativo – economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. Um aumento no preço do aço, utilizado pela indústria automobilística, provoca um deslocamento ao longo da curva de oferta da indústria automobilística elevando, assim, o preço desses produtos. Vamos analisar pacientemente. Observe que, pelo que nós já vimos, um aumento no preço do aço não levará a um movimento ao longo da curva de oferta da indústria automobilística já que o preço do aço entra, para a industria automobilística como um custo. Logo, já a partir desse ponto, podemos dizer que a alternativa é falsa! Mas vamos em frente para achar mais erros! Veja que, em seguida, a questão afirma que um aumento no preço do aço levará a um aumento nos preços dos produtos da indústria automobilística. De fato, nesse ponto, temos uma informação correta. Analisemos: com o aumento do preço do aço, haverá um deslocamento da curva de oferta para a esquerda e para cima, conforme vemos no gráfico abaixo:

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Teoria e Questões Comentadas

Com o deslocamento da curva de oferta para a esquerda, de fato, o preço dos produtos da indústria automobilística tenderá a aumentar! Assim, o único erro da questão é apontar que haverá um deslocamento ao longo da curva de oferta e não da curva de oferta! GABARITO: FALSO

Exercício 26 (CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. O agravamento recente da crise no Oriente Médio criou expectativas de redução da produção mundial de petróleo, fato que desloca a curva de oferta de gasolina para baixo e para a direita, contribuindo, assim, para aumentar o preço de mercado desse produto. E vamos lá para mais uma! Veja que essa questão é bastante semelhante ao que foi visto anteriormente! Como eu digo sempre, a Cespe adora se repetir! Vamos lá! É possível observar que a questão fala em redução da produção mundial do petróleo! Logo, como consequência desse fato, pode-se esperar que haja um aumento no preço desse bem. O que esse fato altera? A demanda ou a

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Teoria e Questões Comentadas oferta? Nesse caso, teremos uma alteração da curva de oferta, já que estamos falando de como o petróleo afeta a gasolina e, agora, nós já sabemos que haverá uma alteração nos custos futuros da empresa! De toda forma, os custos não foram alterados agora, assim, é possível afirmar que não os custos, mas as expectativas foram alteradas! Nesse caso, como as empresas esperam que haja uma redução na produção do petróleo e um posterior aumento de preços, isso levará a um deslocamento para a esquerda e para cima da curva de oferta da gasolina hoje. Isso é mostrado graficamente abaixo.

Assim, com um deslocamento para a esquerda da curva de oferta, haverá uma redução da quantidade de equilíbrio e um aumento nos preços no mercado. Mas, como a questão afirma que a curva será deslocada para a direita e para baixo, a alternativa é falsa! GABARITO: FALSO

Exercício 27 (Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre vendedores e compradores em uma economia de mercado constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. O aumento da renda dos consumidores, ao contribuir para expandir a demanda por serviços hoteleiros, pode levar ao aumento dos preços e da quantidade demandada desses serviços.

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Teoria e Questões Comentadas Vamos para a última da Cespe de hoje! Logo, logo, voltaremos para ver as útimas três questões da Cesgranrio! Agora estamos falando na curva de demanda! Vamos ver! De acordo com a questão, a renda dos consumidores aumentou, certo? Dado que os serviços hoteleiros ou ainda serviços de turismo de uma maneira geral são bens normais, um aumento da renda tenderá a apontar para um aumento do consumo também, o que implicará em um deslocamento da curva de demanda para a direita e para cima, conforme vemos no gráfico abaixo:

Dessa forma, um aumento na demanda provocado por um aumento da renda tente a levar a um aumento da quantidade demanda e a um aumento dos preços também! Assim, a alternativa analisada é verdadeira!

GABARITO: VERDADEIRA

Facinho? Vamos terminar com mais 15 itens, ou três questões da cesgranrio para ver movimentação de gráfico no equilíbrio?

Exercício 28

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Teoria e Questões Comentadas (CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração, 2009) O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da demanda e da oferta no mercado de maçãs.

Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço da pêra aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de maçãs se alterar, pode-se afirmar que: a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB. b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD. c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para

posições como AB e CD. d) o preço da maçã tenderá a diminuir. e) não haverá alteração no mercado de maçãs.

Essa questão é bem semelhante a primeira que nós fizemos juntos a respeito dos deslocamentos da demanda e da oferta. A única diferença, aliás, é que podemos encontrar aqui também o deslocamento da oferta também!

Então, como vimos anteriormente, se o preço da pêra aumentar, as pessoas passarão a consumir menos pêras e mais maçãs! Logo a curva de demanda se alterará para a direita e para cima, como mostrado pela linha AB, o que nos leva a letra (A) como alternativa correta.

Vamos ver por que as demais estão incorretas?

A alternativa (B) diz que a curva de oferta será deslocada! Mas como a curva de oferta será deslocada se estamos falando em variações que afetam diretamente a vida do consumidor? Como vimos várias vezes, apenas tecnologia, custos e expectativas afetam a curva de oferta! Gostos, preços dos bens relacionados, renda e expectativas afetam a curva de demanda! Logo, a alternativa (B) não pode ser verdadeira.

Em seguida a alternativa (C) diz que as duas curvas serão deslocadas, o que também não é verdade porque a curva de oferta não pode ser deslocada quando as variáveis que afetam a demanda são alteradas!

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Teoria e Questões Comentadas A letra (D) diz que o preço da maçã tende a diminuir. Como nós vimos, o preço da maçã tenderá a aumentar já que mais pessoas procurarão consumir esse produto.

Finalmente, a assertiva (E) diz que não haverá alteração no mercado das maçãs, o que não é verdade já que as pêras possuem relação com as maçãs dadas pelo consumidor!

Logo, a lternativa correta é a letra (A)

GABARITO: A

Aqui, vale uma informação importante: Na letra (D) nós vimos que o aumento no preço da pêra vai levar a um aumento na demanda por maçãs, o que implicará, em última instância, em um aumento no preço das maçãs também, certo? Nessa altura, você poderia me perguntar: mas, com o aumento no preço das maçãs, as pessoas passarão a consumir mais pêras e isso se tornaria um movimento pendular, não é?

Eu respondo: é possível que sim, mas, isso não irá nos interessar! Sempre que se falar nos movimentos das curvas, nós vamos lembrar dos primeiros movimentos, daqueles que são diretamente causados por alterações nas variáveis. O resto dos movimentos, por ser incertos, não serão interesse de nosso estudo, tá?

Exercício 29 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) O gráfico acima representa uma curva de oferta e demanda que se encontra na posição:

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Teoria e Questões Comentadas

Vamos lá para a penúltima questão do dia!

O que está acontecendo no ponto em análise? Veja que, nesse ponto, ao preço de $ 1,5, as pessoas estão querendo consumir 10 unidades enquanto as empresas desejam produzir apenas 6. Nesse caso, haverá uma falta de produtos, o que nós denominamos, anteriormente, de excesso de demanda e que aqui eu gostaria também de adicionar como sendo uma escassez de oferta. Dessa forma, sem fazer muita ginástica, a alternativa correta é a letra (D).

A alternativa (A) é incorreta por afirmar que o mercado está em equilíbrio quando, na verdade, não está. A letra (B), por sua vez, diz que existe uma escassez de demanda. Como já vimos não existe uma escassez de demanda, mas um excesso!

A assertiva (C), em seguida, diz que haverá um excesso de oferta. Como acabamos de ver, não há um excesso de oferta, mas uma escassez dela. Por fim, a alternativa (E) diz que há escassez de oferta e de demanda, mas tal fato não é verdadeiro já que existe apenas escassez de oferta e não de demanda!

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e) com escassez de demanda e oferta. d) com excesso de demanda. c) com excesso de oferta. b) com escassez de demanda. a) em equilíbrio.

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Teoria e Questões Comentadas GABARITO: D

Compreendido?

Vamos para a última?

Exercício 30

Vamos lá para o último com os pés nas costas?

Veja que a banca pediu para dizer o que vai acontecer quando houve um aumento no preço dos fertilizantes agrícolas! Como já vimos, os preços dos fertilizantes agrícolas irão afetar os custos das empresas, aumentando-os. Logo, haverá um deslocamento da curva de oferta! Para a direita ou para a esquerda? Para a esquerda! Já que com o aumento dos custos eu só vou conseguir produzir se receber um preço maior por isso! Graficamente:

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e) aumento na oferta de farelo de soja. d) um deslocamento da curva de oferta de soja. c) um deslocamento da curva de demanda por soja. p0. b) um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio inicial quantidade de equilíbrio inicial q0.

equilíbrio final no mercado de soja superior à a) uma quantidade de agrícolas vai provocar: mercado competitivo de soja. Um aumento do preço de fertilizantes O gráfico acima mostra as curvas de demanda e de oferta no

(CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

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Teoria e Questões Comentadas

Vamos ver as alternativas agora?

A letra (A) afirma que uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à quantidade de equilíbrio inicial q0. Como vimos, no gráfico, a alternativa não é verdadeira já que haverá uma redução da quantidade de equilíbrio.

Da mesma forma, a letra (B) também não é verdadeira já que afirma que haverá um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio inicial p0. Com o aumento do preço dos insumos que fazem parte do custo das empresas, não haverá uma redução do preço, mas um aumento.

A letra (C) diz que haverá um deslocamento da curva de demanda por soja. Já vimos que isso não é verdade já que o preço dos insumos não afeta diretamente a vida do consumidor, mas apenas da empresa!

Em seguida, a letra (D) diz que haverá um deslocamento na curva de oferta das empresas e essa é a alternativa correta! Para ela ficar ainda melhor, poderíamos completar dizendo que o deslocamento é para a esquerda e para cima, levando a uma redução da quantidade de equilíbrio e a um aumento do preço.

Por fim (ufa), a alternativa (E) diz que haverá um aumento na oferta de farelo de soja! Veja, se haverá uma redução na oferta se soja, seria possível aumentar a produção do farelo de soja? Não, né, já que com o aumento do preço da soja, haverá um aumento nos custos de produção do farelo também, o que levará a uma redução da produção!

Compreendido??

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GABARITO: D

E, antes de terminar!!!

Você deve ter observado e ficado com dúvida também sobre o porquê diz respeito ao não efeito sobre da renda do consumidor sobre a oferta de bens, por exemplo. Nesse caso, eu vou explicar. Veja, quando há um aumento na renda, isso vai, como vimos várias vezes, afetar DIRETAMENTE a vida do consumidor, deslocando a curva de demanda. Isso não quer dizer que a empresa não seja afetada, mas o efeito sobre ela não será direto e ocorrerá via mercado! Logo, há, sim, uma relação entre renda e quantidade ofertada, mas essa relação é INDIRETA!

Exercícios Resolvidos Exercício 1 (CESGRANRIO, Casa da Moeda, Analista de Finanças, 2005) A curva de demanda do mercado é dada pela:

a) soma das demandas individuais multiplicada pelos preços dos bens.

b) soma das demandas individuais dos bens superiores.

c) soma das demandas individuais.

d) soma das demandas individuais dos bens inferiores e subtração das demandas individuais dos bens superiores.

e) subtração das demandas individuais dos bens inferiores e soma das demandas individuais dos bens superiores.

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Exercício 2 (CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

No gráfico acima aparece em traço cheio a curva de demanda por maçãs. Sendo as pêras um bem substituto para as maçãs, um aumento de preço da pêra:

a) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como A B.

b) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como C D.

c) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como A D.

d) altera apenas a curva de oferta de maçãs.

e) não altera a posição da curva de demanda por maçãs.

Exercício 3 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Dos itens abaixo, a curva de demanda só NÃO afeta e desloca: a) a renda.

b) os gostos.

c) o preço dos insumos.

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d) o preço dos bens.

e) o número de compradores.

Exercício 4 (TJ/CE, Analista Judiciário, 2008) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por isso, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A preocupação crescente com o meio ambiente tem conduzido ao uso de energias cada vez mais limpas e à redução da demanda de petróleo, o que provoca um deslocamento ao longo da curva de demanda por esse combustível. Exercício 5 (Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A descoberta de que o consumo de azeite de oliva contribui para elevar os níveis do bom colesterol desloca a curva de demanda por esse tipo de azeite para cima e para a direita.

Exercício 6 (Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65.

A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como truta, atum ou salmão, no mínimo uma vez por semana, contribui para a prevenção de doenças coronárias e ataques cardíacos eleva a demanda desse tipo de peixes, deslocando, assim, a

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Teoria e Questões Comentadas curva de demanda de mercado desses pescados para cima e para a direita.

Exercício 7 (CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A política recente das companhias aéreas de conceder descontos substanciais nos vôos noturnos leva à redução da demanda de passagens rodoviárias. Exercício 8 (Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

Os avanços tecnológicos que culminaram na expansão da comunicação em tempo real, por via eletrônica (chats), deslocam a curva de demanda dos serviços de telefonia fixa e celular para baixo e para a esquerda, atestando, assim, que esses serviços são bens complementares.

Exercício 9 (Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

O gráfico que relaciona a demanda de determinado bem com o preço de outro bem, que seja substituto ou concorrente do primeiro, apresenta uma inclinação crescente.

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Exercício 10 (CESGRANRIO, MPE/RO, Economista 2005) Um bem normal ou superior é aquele cujo efeito-renda é:

a) indeterminado.

b) negativo.

c) inferior ao efeito-substituição.

d) positivo.

e) nulo. Exercício 31 (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004, CESPE) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

Se um bem inferior for também um bem de Giffen, então um aumento do seu preço elevará, também, a quantidade demandada desse produto.

Exercício 32 (Anatel, Especialista em Regulação, 2004) Ainda acerca dos aspectos apontados no texto, julgue os seguintes itens, relativos a microeconomia.

O paradoxo de Giffen, que constitui uma exceção à regra geral da demanda, é consistente com a existência de uma curva de demanda positivamente inclinada para determinados bens.

Exercício 13

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Teoria e Questões Comentadas (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito substituição negativo é dominado pelo efeito renda positivo caso haja aumento de preço de um bem de Giffen.

Exercício 14 (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

O efeito renda altera os preços relativos dos bens, ocasionando, porém, a manutenção do poder aquisitivo do consumidor. Exercício 15 (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Aumento no preço de um bem normal implica que os efeitos renda e substituição têm sinais opostos.

Exercício 33 (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta a respeito dos efeitos preço, renda e substituição.

Para bens complementares, não existe efeito renda, e, para bens substitutos perfeitos, não existe efeito substituição.

Exercício 34 (CESGRANRIO, INEA, Economista, 2007) Uma empresa competitiva, ao produzir, causa dano ambiental (polui um curso de água). Não é obrigada a pagar pelo dano, e a curva de oferta do que produz é S0 conforme apresentado na figura abaixo.

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Se fosse obrigada a pagar, sua curva de oferta teria uma posição como a) S1 b) S2 c) S3 d) S4

e) S0 mesmo

Exercício 35 (ANCINE, Cargo 1, Caderno Chaplin, Economia, Administração e Contábeis, 2005.) A respeito dos conceitos microeconômicos e da economia da regulação, julgue os itens a seguir. Quando, em face de uma desvalorização do real, o preço dos equipamentos cinematográficos importados aumenta, a curva de oferta de películas se desloca para baixo e para a direita.

Exercício 19 (CEARÁPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logístico – Economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem. Na situação atual, se os sindicatos dos bancários conseguirem negociar aumentos salariais reais, a curva de

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Teoria e Questões Comentadas oferta de serviços bancários se deslocará para cima e para a esquerda.

Exercício 20 (Senado Federal, Consultor legislativo – Economia, Agricultura, 2002) O modelo básico da oferta e da demanda é utilizado para analisar os mais variados problemas econômicos. Com base nesse modelo, julgue os itens seguintes.

No Brasil, a redução do preço do petróleo e a recente valorização do real frente ao dólar deslocam a curva de oferta de gasolina para cima e para a esquerda.

Exercício 21 (Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre vendedores e compradores em uma economia de mercado constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. A crescente onda de insegurança no Iraque conduz à elevação do preço do barril do petróleo cru no mercado internacional e aumenta o preço da gasolina, provocando, no Brasil, um deslocamento ao longo da curva de oferta desse combustível.

Exercício 22 (ANTAQ, Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários, 2009) Com relação à aplicação dos conceitos básicos de microeconomia, julgue os itens subsequentes. Um servidor recém-nomeado da ANTAQ foi testado pelo seu supervisor, que lhe pediu que desenhasse um gráfico da curva de oferta de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada decorrente do aumento de preço desse tipo de serviço. Nessa situação

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Teoria e Questões Comentadas hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido servidor deve apresentar um gráfico com deslocamento da curva de oferta para a direita.

Exercício 23 (CESGRANRIO, Prefeitura Municipal de Manaus, Economista, 2005) Observe os Gráficos de Oferta e Demanda de Casquinhas de Sorvete de Açaí, I, II e III, abaixo.

Representa(m) uma situação de equilíbrio entre oferta e demanda, o ponto: a) a, somente. b) b, somente. c) c, somente. d) d, somente. e) e, somente.

Exercício 24 (CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração, 2009) Considere o gráfico abaixo, que mostra as curvas de demanda d) e de oferta (S) no mercado de laranjas. Suponha que os consumidores considerem laranja um bem inferior e laranja e tangerina como bens substitutos.

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Se o preço da tangerina aumentar, no gráfico do mercado de laranjas apresentado acima, oa) a) novo preço será maior que p1. b) nova quantidade negociada será menor que q1. c) nova curva de demanda d) será como a tracejada no gráfico. d) posição da curva de oferta (S) será alterada. e) posição da curva de demanda d) não será alterada.

Exercício 25 (ANVISA, Analista Administrativo – economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. Um aumento no preço do aço, utilizado pela indústria automobilística, provoca um deslocamento ao longo da curva de oferta da indústria automobilística elevando, assim, o preço desses produtos.

Exercício 26 (CNPq, Analista Pleno I, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. O agravamento recente da crise no Oriente Médio criou expectativas de redução da produção mundial de petróleo, fato

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Teoria e Questões Comentadas que desloca a curva de oferta de gasolina para baixo e para a direita, contribuindo, assim, para aumentar o preço de mercado desse produto.

Exercício 36 (Basa, Técnico Científico, 2004) Em uma economia descentralizada, a preocupação maior dos diferentes agentes econômicos é gerenciar o funcionamento do sistema de preços para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado. A análise das interações entre vendedores e compradores em uma economia de mercado constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. O aumento da renda dos consumidores, ao contribuir para expandir a demanda por serviços hoteleiros, pode levar ao aumento dos preços e da quantidade demandada desses serviços.

Exercício 37 (CESGRANRIO, BNDES, Profissional Basico: Administração, 2009) O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da demanda e da oferta no mercado de maçãs.

Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço da pêra aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de maçãs se alterar, pode-se afirmar que:

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Teoria e Questões Comentadas a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB. b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD. c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para

posições como AB e CD. d) o preço da maçã tenderá a diminuir. e) não haverá alteração no mercado de maçãs.

Exercício 38 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) O gráfico acima representa uma curva de oferta e demanda que se encontra na posição:

a) em equilíbrio. b) com escassez de demanda. c) com excesso de oferta. d) com excesso de demanda. e) com escassez de demanda e oferta.

Exercício 39 (CESGRANRIO, TCE/RO, Economista, 2007)

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O gráfico acima mostra as curvas de demanda e de oferta no mercado competitivo de soja. Um aumento do preço de fertilizantes agrícolas vai provocar: a) uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à

quantidade de equilíbrio inicial q0. b) um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio inicial

p0. c) um deslocamento da curva de demanda por soja. d) um deslocamento da curva de oferta de soja. e) aumento na oferta de farelo de soja. GABARITO

1 C 11 FALSO 21 FALSO

2 A 12 VERDADEIRA 22 FALSO

3 C 13 VERDADEIRA 23 A

4 FALSO 14 FALSO 24 A

5 VERDADEIRA 15 FALSO 25 FALSO

6 VERDADEIRA 16 FALSO 26 FALSO

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Teoria e Questões Comentadas

7 VERDADEIRA 17 B 27 VERDADEIRA

8 FALSO 18 FALSO 28 A

9 VERDADEIRA 19 VERDADEIRA 29 D

10 C 20 FALSO 30 D

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Parte 3: Elasticidades

Sumário Página

4. Elasticidades 158

4.1. Elasticidade-preço da demanda 159

4.2. Elasticidade-preço cruzada 176

4.3. Elasticidade Renda da Demanda 177

4.4. Elasticidade Renda da Oferta 181

4. Elasticidades Primeira pergunta, já para começar: “O que é um elástico?”

De acordo com o dicionário, elástico quer dizer: algo que é capaz de retornar a sua forma primitiva depois de ser comprimido ou de ser esticado. Flexível. E o que isso tem com o nosso assunto? Algo bastante simples:

Logicamente é importante saber que, segundo a lei da demanda, quando o preço aumenta, a quantidade demandada diminui. Mas, essa informação, por si só, não traz consigo realmente os impactos de uma variação de preços sobre todos os tipos de bem, por exemplo.

Explicando melhor: Eu sei que quando o preço da gasolina ou do sal aumenta, as pessoas comprarão uma menor quantidade desses bens. Contudo, é possível observar que a redução na quantidade demandada da gasolina será infinitamente maior do que a redução observada na demanda por sal, certo?

Por que isso? Porque esses bens possuem curvas de demanda com elasticidades distintas, ou seja, curvas de demanda possuem flexibilidade diferentes! Logo, podemos dizer que a elasticidade de uma curva está associada à resposta que o agente dá quando o preço de determinado bem aumenta ou diminui.

No caso analisado acima, é possível observar que a curva de demanda da gasolina é muito mais flexível que a curva de demanda do sal. A justificativa para isso não é difícil: uma vez que o preço da gasolina aumenta, eu posso,

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Teoria e Questões Comentadas facilmente, trocar gasolina por álcool. No caso do sal, a coisa não é tão simples assim já que se o preço do sal aumentar eu não tenho outro bem próximo para trocar. Quanto mais flexível a curva de demanda, mais elástica ela será!

Uma análise semelhante ao que é visto na curva de demanda, pode ser transpassada para o caso da oferta. Antes de falar da oferta, contudo, vamos concluir o estudo da demanda!

4.1. Elasticidade-preço da demanda Conforme analisado acima, uma questão importante para formuladores de políticas econômicas e produtores, é avaliar a sensibilidade da demanda de um bem com relação a mudanças nos seus preços, como forma de mensurar os seus efeitos.

Matematicamente, a medida utilizada para verificar o grau de flexibilidade da demanda é a elasticidade-preço da demanda, calculada da seguinte forma:

onde QD é a quantidade demandada, Pé o preço do bem, ΔQD é a variação da quantidade produzida e ΔPé a variação ocorrida no preço e P é o preço do bem em questão. Assim, a elasticidade-preço da demanda mostra qual o impacto proporcional na quantidade demandada que ocorre devido à variação de, por exemplo, 1% nos preços.

Vamos fazer um exemplo disso?

Digamos que para um determinado bem, a demanda de mercado era de 1000 unidades enquanto seu preço era igual a $10, e que devido a um aumento em $5 no seu preço, a demanda se reduza para 800. Nesse caso temos que a elasticidade desse bem será de:

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Teoria e Questões Comentadas Note que, a variação da quantidade demandada será de -200 (ΔQD = Qfinal – Qinicial =800 – 1000). A variação no preço do bem será igual a 5 (ΔP = Pfinal – Pinicial =15 – 10). Um outro ponto que você deve notar é sobre a razão 10/1000, circulada abaixo:

Veja que isso acontece porque nós consideramos, a elasticidade no ponto inicial, ou seja, quando para o preço de $10, as pessoas consumiam 1.000 unidades. Logicamente, seria possível utilizar o preço de $15 e a quantidade demandada de 800, sem problemas. O resultado será diferente porque ao longo da curva de demanda, teremos vários valores de elasticidades. Apenas por convenção, utilizamos os valores iniciais, ok?

Existe ainda outra forma de medir a elasticidade demanda. É o que nós, economistas, chamamos de elasticidade no arco ou no ponto médio.

A princípio, eu sei, a coisa parece feia, mas não é! A expressão que apenas mostrar que, ao invés de considerar quantidade e preços iniciais ou finais, considera-se a média deles! E vou dizer uma coisa, as bancas adoram essa notação por uma razão simples: Aqui, não importa sob que ângulo você olha o problema (se do ângulo da situação inicial ou final), o resultado será sempre o mesmo!

Compreendido?

Por fim, a elasticidade pode ser ainda vista em termos de variações percentuais. Assim, além da fórmula vista acima, a demanda também pode ser vista através de outra fórmula:

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Teoria e Questões Comentadas Que é exatamente o que nós vimos anteriormente. Então, uma forma alternativa de enunciar a elasticidade preço da demanda é dizer que ela mede a variação percentual na quantidade demandada dado que houve uma variação percentual no preço. Nesse caso, se a questão pede para verificar as variações percentuais, levante as mãos para os céus e agradeça! Essas questões são, normalmente, as mais simples de resolver!

Mas, finalmente, para que serve mesmo esse cálculo todo? Para dizer se determinada curva de demanda é muito ou pouco flexível a variações nos preços. De forma simples, podemos dizer que:

Elasticidade preço menor que -1, demanda elástica (sensível ou flexível);

Elasticidade preço igual a -1, demanda de elasticidade unitária;

Elasticidade preço maior que -1, demanda inelástica (insensível ou inflexível).

Ou seja, no caso anterior, como o resultado foi de -0,4, temos que a demanda é inelástica! Assim, variações no preço não levam a grandes variações na quantidade demandada. Um exemplo desse tipo de bem é o sal (visto anteriormente). Outros exemplos seriam: água, remédios controlados que não possuem genéricos, etc.

Note que também é bastante comum encontrar o valor da elasticidade-preço da demanda em módulo. Nesse caso, note que se considera uma demanda elástica quando o seu valor em módulo é maior que 1; unitária, quando o valor é igual a 1, e inelástica quando seu valor em módulo é menor que 1.

Em matemática, o módulo é expresso como o valor absoluto de umnúmero, ou seu valor sem sinal. Por exemplo, -5 e +5 possuem o mesmo valor em módulo, 5. Simbolicamente, o módulo é apresentado da seguinte forma: |x| = x. No caso do estudo de elasticidades, a maior parte das bancas considera os valores em módulos para facilitar a compreensão do efeito do sinal. Para ser sincera, é muito mais confuso analisar com os negativos!

Considerando os valores em módulo, temos que:

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Teoria e Questões Comentadas

Elasticidade preço maior que 1, demanda elástica (sensível ou flexível);

Elasticidade preço igual a 1, demanda de elasticidade unitária;

Elasticidade preço menor que 1, demanda inelástica (insensível ou inflexível).

Logo, ainda considerando o valor do exemplo anterior, -0,4, tomando o valor em módulo, temos que |-0,4| = 0,4. Assim, de acordo com o quadro acima, temos que a demanda é inelástica! Simples não é?

Existem ainda dois casos extremos que teremos que analisar no que diz respeito à elasticidade-preço da demanda. O primeiro caso é o que os economistas chamam de demanda infinitamente elástica! Nessa situação, uma pequena variação nos preços leva a uma imensa variação na quantidade demandada. O segundo ponto fala sobre a demanda infinitamente inelástica. Nesse caso, por mais que existam variações nos preços, a demanda se mantém inalterada.

Note que nesse caso, é difícil dizer o que é uma variação muito grande ou uma variação muito pequena. Por isso, normalmente, as bancas não pendem essas definições. Eu disse: normalmente.

A figura abaixo mostra os formatos das curvas de demanda quando essas são elásticas ou inelásticas. Observe que quanto mais elástica, mais horizontal será a curva e quanto mais inelástica, mais vertical será a curva.

Não é difícil observar que quanto mais inelástica for uma curva, independentemente da variação no preço, a quantidade demandada será exatamente a mesma. Já no caso da demanda elástica, mesmo uma variação muuuuiiito pequena de preços, levará a uma variação imensamente grande na quantidade demandada!

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Teoria e Questões Comentadas

Quando se fala em elasticidade da demanda, nós estaremos, o tempo todo, falando de

deslocamentos AO LONGO da curva de demanda, ok?

Através do gráfico acima, observa-se ainda que à medida que a demanda se torna mais inelástica, a curva tende a se tornar cada vez mais vertical, lembrando o formato de um “i” de inelástica! Segue um bizu para como verificar, através dos gráficos, a elasticidade das curvas:

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Teoria e Questões Comentadas Então, quanto mais horizontal for a curva, mais elástica ela será! Quanto mais vertical for, mais |nelástica será! Assim fica facinho de ver nas questões! Vamos ver um exemplo de como isso é visto em uma questão da Cesgranrio?

Exercício 40 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Observe os gráficos abaixo, que representam Curvas de Elasticidade da Demanda e da Oferta.

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Teoria e Questões Comentadas

Assinale a opção que descreve corretamente a elasticidade-preço das curvas.

M N O P

(A) Perfeitamente Elástica

Elasticidade Unitária

Elástica e maior do que 1

Perfeitamente Inelástica

(B) Perfeitamente Elástica

Elástica e maior do que 1 Elasticidade

UnitáriaPerfeitamente

Inelástica

(C)

(D)

Elasticidade Unitária

Perfeitamente Elástica

Inelástica e maior do que 1

Perfeitamente Inelástica

Elasticidade Unitária

Inelástica e maior do que 1 Perfeitamente

ElásticaPerfeitamente

Inelástica

(E) Perfeitamente Inelástica

Elasticidade Unitária

Elástica e maior do que 1

Perfeitamente Elástica

Dúvidas? É só lembrar que quanto mais Elástica for uma curva, mas horizontal ela será, ou seja, mais o seu formato lembrará o traço do meio da letra E. Por outro lado, quanto mais Inelástica for uma curva, mais vertical

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Teoria e Questões Comentadas ela será, ou seja, mais um I ela lembrará! Apenas sabendo disso, já podemos ver que a alternativa correta é a letra (E)! para isso, basta apenas observar que o gráfico (M) diz respeito a uma curva perfeitamente inelástica enquanto o gráfico (P) diz respeito a uma curva perfeitamente elástica!

Simples? Vamos continuar com a nossa amiga CESPE agora?

Exercício 41

(ANTAQ, Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários, 2009) Com relação à aplicação dos conceitos básicos de microeconomia, julgue os itens subsequentes.

Encontrada a elasticidade-preço da demanda de um produto em determinado nível de preço, é possível afirmar que a elasticidade aplica-se para todos os níveis de preço desse produto, uma vez que esse parâmetro é uma constante.

Essa aqui a gente já respondeu quando falou de foco no cálculo da elasticidade de demanda, lembra?

“Digamos que para um determinado bem, a demanda de mercado era de 1000 unidades enquanto seu preço era igual a $10, e que devido a um aumento em $5 no seu preço, a demanda se reduza para 800. Nesse caso temos que a elasticidade desse bem será de:

Note que, a variação da quantidade demandada será de -200 (ΔQD = Qfinal – Qinicial =800 – 1000). A variação no preço do bem será igual a 5 (ΔP = Pfinal – Pinicial =15 – 10). Um outro ponto que você deve notar é sobre a razão 10/1000, circulada abaixo:

Veja que isso acontece porque nós consideramos, a elasticidade no ponto inicial, ou seja, quando para o preço de $10, as pessoas consumiam 1.000

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Teoria e Questões Comentadas unidades. Logicamente, seria possível utilizar o preço de $15 e a quantidade demandada de 800, sem problemas. O resultado será diferente porque ao longo da curva de demanda, teremos vários valores de elasticidades. Apenas por convenção, utilizamos os valores iniciais, ok?”

Lembra disso? Logo, ao longo da curva de demanda, a elasticidade terá valores diferentes! Existirão casos em que a curva de demanda possuirá a mesma inclinação, como o caso da curva de demanda linear, mas, ainda assim possuirá elasticidade diferente, ok?

GABARITO: FALSO

Exercício 42

(ANCINE, Cargo 1, Caderno Chaplin, Economia, Administração e Contábeis, 2005.) A respeito dos conceitos microeconômicos e da economia da regulação, julgue os itens a seguir.

O fato de os ingressos, em alguns cinemas, serem mais baratos nos dias úteis da semana que nos feriados e fins de semana leva a aumentos tanto da demanda de sessões de cinema, no meio da semana, como da elasticidade preço da demanda desses serviços.

E vamos lá para a primeira de MUITAS.

Não sei no resto do Brasil, mas em Recife, eu lembro que o cinema é bem mais barato nas segundas (R$ 3,50 eu acho) e nas quartas (R$ 4,50). Essa política não é muito antiga. Acho que há uns anos o cinema era exatamente o mesmo preço todos os dias da semana.

O que acontece quando esse tipo de política é implementada? A princípio, podemos observar que mais pessoas passarão a ir aos cinemas nos dias de semana em que os preços são mais baratos, certo? Logo, quando a questão fala que isso leva a aumentos da demanda de sessões de cinema, no meio da semana, ela está correta.

Além disso a questão afirma que haverá também um aumento da elasticidade preço da demanda desses serviços, o que também é verdade já que agora, como as pessoas têm mais opções durante a semana, se o preço da entrada do cinema nos fins de semana aumentar, elas possuem outras possiblidades, logo, poderão reagir mais a variações

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Teoria e Questões Comentadas de preços, o que implica, em última instância que haverá um aumento na elasticidade-preço da demanda!

Antes de ir para a próxima questão, apenas para deixar uma coisa bem clara: o preço dos ingressos de cinema são mais caros nos fins de semana e feriados porque as pessoas que vão ao cinema nesses dias, não tem outros dias para ir. Por exemplo, quando eu estava no Brasil, trabalhava o dia todo na Agefepe e à noite dava aula nas Universidades e/ou cursinhos para concurso. Resultado: por mais caro que seja a entrada do cinema, eu não tinha muitas opções a não ser pagar =\

O dono do cinema sabe disso. Sabe que não só eu, mas muitas pessoas possuem o mesmo tipo de rotina, o que impossibilita idas ao cinema nos dias de semana. Dessa forma, ele aplica um preço mais alto nos fins de semana porque sabe que essas pessoas não tem outra alternativa. Nesse caso, o preço aplicado não tem nenhuma ligação com os custos da empresa, mas apenas com a elasticidade da demanda do consumidor! Até porque, cá entre nós, não há nenhuma diferença de custos entre passar um filme na segunda à noite e o mesmo filme no sábado seguinte!

Compreendido?

A elasticidade-preço da demanda dependerá, em grande parte da quantidade de substitutos que determinado bem possui. Quanto maior for a quantidade de substitutos, maior tende a ser a elasticidade-preço da demanda. Quanto menor a quantidade, menor a elasticidade!

Exercício 43

(Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O fato de que os ingressos de cinema costumam ser mais baratos no período vespertino é consistente com a idéia de que a elasticidade preço da demanda, nesse horário, é mais elevada quando comparada com as sessões noturnas após as 18 horas.

Outra questão sobre cinema?

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Teoria e Questões Comentadas

Pois é, como eu disse, a Cespe gosta muito de se repetir. Eis aí a prova disso. Mesmo raciocínio.

O que vale para a segunda e a quarta-feira no Recife, vale também para as sessões no fim de semana que começam antes das 15h (no caso de Recife).

Ora, vale aqui, o mesmo tipo de raciocínio: Eu não consigo chegar antes das 18 horas no cinema, como diz a questão, porque eu tenho que trabalhar ou fazer alguma outra obrigação, por exemplo. Logo, a minha demanda passa a ser menos flexível ou mais inelástica. Agora imagine que uma determinada pessoa possa ir ao cinema antes das 18h. Nesse caso, se o preço do ingresso do cinema aumentar muito para as sessões após às 18h, essa pessoa pode, simplesmente, chegar um pouco mais cedo e ver o filme em um horário mais barato!

Assim, quando a questão afirma que O fato de que os ingressos de cinema costumam ser mais baratos no período vespertino é consistente com a idéia de que a elasticidade preço da demanda, nesse horário, é mais elevada quando comparada com as sessões noturnas após as 18 horas, ela é verdadeira! GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 44

(MPE/TO, Analista Ministerial, 2006) A análise microeconômica é o estudo do comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui fundamento sólido para a análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os seguintes itens.

Tarifas telefônicas mais baixas durante o fim de semana e o período noturno são compatíveis com o fato de os consumidores domésticos desses serviços possuírem menor elasticidade-preço da demanda por esses serviços.

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Teoria e Questões Comentadas Para responder essa questão eu te faço uma pergunta: imagine que você está no meio de uma investigação muito séria na Polícia Federal e precise fazer uma ligação interurbana. Você vai esperar até 20h para poder fazer a ligação? Não, né?

Agora imagine uma outra situação: você está em casa e quer muito falar com um grande amigo que mora em uma outra cidade. Você sabe também que depois das 20h fica mais barato ligar para ele. Você liga agora ou espera mais um pouco? Possivelmente, você verá que não custa nada esperar mais um pouquinho para conversar com seu amigo pagando menos!

Nos dois casos, quem é mais sensível a variação de preços? O seu “eu” policial ou o seu “eu” amigo? Pelo que foi visto acima, o seu “eu” amigo é mais sensível a variações de preços ou possui uma maior elasticidadepreço da demanda!

A questão diz que as Tarifas telefônicas mais baixas durante o fim de semana e o período noturno são compatíveis com o fato de os consumidores domésticos desses serviços possuírem menor elasticidade-preço da demanda por esses serviços. Veja que a questão está errada pela mesma razão que a questão do cinema também estava. Na verdade, o preço das chamadas são mais baratas porque as pessoas são mais elásticas nesse período. Como vimos acima, se você estiver no meio de uma investigação, não importa qual seja o valor da ligação, você a efetuará de qualquer jeito!

Esse mesmo tipo de raciocínio sabe para os vôos comerciais. Se uma determinada empresa deseja fechar com você um contrato em uma cidade a 1.000km da sua, independentemente do valor que seja a passagem. Nesse caso, diremos que essas pessoas possuem demanda inelástica. Esse fato não é visto caso você queira ir para a mesma cidade passear!

Compreendido?

GABARITO: FALSO

Exercício 45

(Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa

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Teoria e Questões Comentadas razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

A diferenciação de preços das chamadas telefônicas, de acordo com a qual as tarifas são mais elevadas no horário comercial, justifica-se pelo fato de a elasticidade preço da demanda por serviços de telefonia das empresas ser mais elevada do que aquela referente à demanda residencial.

Eis aí o inverso da questão anterior! Por que as chamadas telefônicas são mais caras no horário comercial?

Porque as empresas não tem escolha! Ou ligam para fechar um contrato ou atender um cliente ou perdem dinheiro! Dessa forma, assim como vimos na questão anterior, as chamadas serão mais caras quanto menos elásticas forem as curvas de demanda dos consumidores!

No caso da questão acima, afirma-se que as tarifas são mais elevadas pelo fato de a elasticidade preço da demanda por serviços de telefonia das empresas ser mais elevada do que aquela referente à demanda residencial, o que nós já vimos que não é correto!

Logo, a alternativa é incorreta. Ela estaria correta se considerasse que a elasticidade-preço da demanda é menor para as empresas ou é maior para o caso das famílias!

Facinho?

GABARITO: FALSO

Exercício 46

(Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65.

O fato de as academias de ginástica geralmente cobrarem preços mais baixos para os horários em que há baixa freqüência de usuários explica-se porque a demanda, nesses horários, é mais inelástica.

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Teoria e Questões Comentadas E aí? Vale aqui o mesmo raciocínio!

O preço das academias é mais barato quando há uma menor frequência porque, nesses horários, os consumidores são mais elásticos com relação aos preços. Raciocínio idêntico ao que foi visto anteriormente! Não tem nem o que pensar, não é?

Como a questão diz que a demanda será mais inelástica, podemos dizer que ela é falsa! Ela só será inelástica nos horários em que há alta frequência, como, por exemplo, antes das 7h ou depois das 18h.

Compreendido?

GABARITO: FALSO

Exercício 47

(Basa, Técnico Científico, 2004) As elevadas exigências — quanto a qualificação técnica e habilidade — indispensáveis aos bons neurocirurgiões concorrem para reduzir a elasticidade da demanda pelos serviços desses profissionais em relação àquelas que caracterizam a demanda pelos serviços de médicos menos especializados. A teoria microeconômica estuda o processo de decisão dos agentes econômicos, incluindo-se aí consumidores e produtores. Com relação a esse tema, julgue os itens a seguir.

Lojas de conveniência que ficam abertas 24 horas cobram preços mais elevados por produtos que podem ser adquiridos por preços inferiores nos supermercados, em razão de se defrontarem com uma curva de demanda menos elástica em relação ao preço.

Já se perguntaram por que as lojas de conveniência são tão caras mesmo durante o dia? A resposta para essa pergunta não é difícil. Essas lojas não estão interessadas em vender durante o dia, quando existem milhares de concorrentes, mas durante a noite, em que elas operam praticamente sozinhas!

Por que isso? Pela mesma razão que a chamada telefônica durante o horário comercial é mais cara ou o vôo marcado na véspera. Porque eles se deparam com curvas de demanda mais inelásticas, exatamente como diz o enunciado da questão.

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Teoria e Questões Comentadas Então, apenas para finalizar a resolução, as lojas de conveniência venderão mais caro produtos encontrados em outros lugares por um valor mais barato porque essas empresas se defrontam com curvas de demanda mais inelásticas ou menos elásticas!

GABARITO: FALSO

Viram como a Cespe adora se repetir?

Vamos agora ver umas coisas diferentes, ainda na Cespe?

Exercício 48

(ANVISA, Analista Administrativo – economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Na alta estação, hotéis de praias badaladas, como Porto de Galinhas, aumentam, consideravelmente, seus preços. Assim, se nesse período, o aumento de 30% dos preços das diárias reduzir em 5% os gastos hoteleiros, pode-se afirmar que, nesse mercado, a curva de demanda é elástica em relação ao preço.

Finalmente uma coisinha diferente, hein, Cespe? E olha só, com um pouco de matemática também!

A princípio assusta, mas é bem fácil de resolver. Vamos analisar juntos?

Veja só, de fato, o aumento do preço dos hotéis não é um luxo verificado apenas para Porto de Galinhas, em Pernambuco. Em todo o Brasil, vários hotéis fazem exatamente a mesma coisa. Dessa forma, a questão diz o seguinte: se nesse período, o aumento de 30% dos preços das diárias reduzir em 5% os gastos hoteleiros...O que acontecerá?

Nesse caso, embora tenhamos variações percentuais, veja que não se fala em variação percentual da quantidade de do preço, mas do preço e dos gastos. O que são esses gastos, finalmente?

Quando eu falo que gasto, por exemplo, R$ 300,00 com combustível, isso quer dizer que eu utilizo 120 litros e pago R$ 2,50 por cada unidade

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Teoria e Questões Comentadas consumida. Então, para o consumidor, a função gasto possui a seguinte expressão:

Gasto = preço * quantidade

Veja que na questão a banca fala que quando há uma variação de 30% nos preços, os gastos caem 5%. Vamos analisar isso?

Imagine que inicialmente você compre 1 unidade de determinado bem e pague, por isso R$ 1,00. Logo, a sua função gasto pode ser representada pela seguinte expressão:

Gasto = preço * quantidade

Gasto = 1*1 Gasto = 1

Logicamente, essa é a nossa situação inicial. Agora, de acordo com a banca, teremos um aumento de 30% no preço do bem em análise, assim, o novo preço será de R$ 1,30. Ainda nessa situação, a banca afirma que os gastos serão reduzidos em 5%, ou seja, agora, você gastará, no total R$ 0,95.

Finalmente, a questão diz que nessa situação, o bem em análise é elástico. Para saber se determinado bem é elástico ou não, teremos que verificar o que acontece com a quantidade demandada dado que houve uma variação nos preços. Vejamos:

Gasto = preço * quantidade

0,95 = 1,30 * quantidade

Quantidade = 0,95 / 1,30

Quantidade = 0,73

Ou seja, para um preço de R$ 1,30 e um gasto de R$ 0,95, a quantidade demandada deverá ser de 0,73 unidades. Agora, sim, com essas informações podemos calcular a elasticidade-preço da demanda.

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Teoria e Questões Comentadas Nas nossas continhas anteriores, isso nos levaria a uma demanda inelástica, já que o módulo de -0,9 é 0,9 e como esse valor é menor que 1, nossa demanda é inelástica no ponto (1,1).

Masss a banca diz que a questão é verdadeira!!

Pois é, a Cespe dá essa questão como verdadeira no gabarito oficial! Nesse caso, conforme visto, ela não é verdadeira para todos os casos, logo, caberia aqui, facilmente, um recurso.

GABARITO OFICIAL: VERDADEIRA

Vamos para a última questão sobre elasticidade-preço da demanda?

Exercício 49

(Economia e Finanças, Banco do Brasil, Certificação Interna, 2010) Em relação a elasticidade, assinale a opção correta.

Bens necessários tendem a ter demanda preço elástica.

Esse aqui é, disparado, um dos itens mais simples que nós vimos! Mas, vá Por mim, há uma tendência enorme de errar esse tipo de questão!

Vamos ver?

Observe que, geralmente, os bens necessários tendem a possuir, de fato, curvas de demanda mais inelásticas! Mas eu disse: tendem! Por que tendem? Porque, como vimos anteriormente, a elasticidade está fortemente associada com o grau de substituição que determinado bem possui. Ou seja, quanto maior for a quantidade de bens substitutos, maior tenderá a ser a elasticidade-preço da demanda desse bem. Por exemplo, o feijão preto é um bem necessário para a dieta do brasileiro típico. Mas eu posso dizer que ele possui demanda inelástica? Nesse caso, possivelmente não. A razão para isso é que o feijão preto possui uma grande

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Teoria e Questões Comentadas quantidade de bens substitutos, como o feijão mulatinho (no bom pernambucanês ).

Compreendido?

Nesse caso, a questão não é verdadeira.

GABARITO: FALSO

Agora que já vimos muitos exercícios sobre elasticidade-preço da demanda, vamos ver os outros tipos de elasticidade que envolvem o consumidor?

4.2. Elasticidade-preço cruzada Assim como usamos a elasticidade preço para medir a sensibilidade ou flexibilidade da demanda com relação ao próprio preço, também podemos calcular essa sensibilidade com relação ao preço de outros bens, inclusive os substitutos. Essa sensibilidade do preço com relação ao preço de outros bens é denominada elasticidade preço cruzada, e é calculada de modo semelhante à elasticidade preço:

onde QDx é a quantidade demandada por um bem x, Py é o preço de um bem y, ΔQxé a variação da quantidade produzida e ΔPy é a variação ocorrida no preço.

Veja que pouco mudou com relação à elasticidade-preço da demanda. Com um tempo, você verificará que quando se falar em elasticidade estará se analisando, para a maior parte dos casos, a variação da quantidade demandada com relação à variação de alguma outra variável. No caso que vamos ver agora, será com relação ao preço do bem relacionado.

No caso da elasticidade-preço cruzada (é cruzada e não cruzado, porque é a elasticidade cruzada!), o que muda, em relação a elasticidade-preço da demanda é a interpretação! Aqui, ao invés de comparar com 1, nós analisaremos os valores com relação a zero!

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Teoria e Questões Comentadas Assim, se um aumento do preço do bem relacionado promove um crescimento da demanda, então teremos valores positivos para a elasticidade-preço cruzada. Nesse caso, diremos que os bens são bens substitutos. O raciocínio para isso é simples. Digamos que eu esteja olhando o preço da gasolina e os seus impactos sobre a demanda por álcool. Nesse caso, se o preço da gasolina aumentar (o que leva a uma variação positiva de ΔPy) isso provocará uma redução na demanda por gasolina. Como consequência, haverá um aumento da demanda por álcool. Finalmente, quando a elasticidade-preço cruzada é positiva, os bens são, como dito anteriormente, substitutos!

Deve-se avaliar o resultado da seguinte forma:

Elasticidade-preço cruzada positiva: bens substitutos;

Dessa forma, se eu quero dizer que dois bens são substitutos, posso dizer que eles possuem elasticidade-preço cruzada positiva! (isso aqui é bem importante para as bancas!)

Quando o valor da elasticidade-preço cruzada é negativo, diremos que os bens não são substitutos, mas complementares. Esses bens precisam ser consumidos em conjunto com outros, como, por exemplo, o consumo de café depende do consumo de açúcar. Se o preço do açúcar crescer, o consumo de café tende a diminuir. Ou seja, o consumo de um bem se reduz caso ocorra um aumento no preço de um bem que precisa ser consumido conjuntamente.

Nesse caso, a avaliação da elasticidade preço cruzada para um bem complementar deve ser: Elasticidade-preço cruzada negativa: bens complementares.

Simples de observar?

4.3. Elasticidade Renda da Demanda Como vimos na aula 01, outro fator que influencia o consumo dos indivíduos é a renda, pois determina a capacidade de compra. Com uma renda maior, os indivíduos podem consumir mais unidades dos produtos, mas quando a renda se reduz, os indivíduos têm escolhas mais limitadas.

A sensibilidade da demanda com relação a mudanças na renda é medida pela elasticidade renda da demanda, que, de forma semelhante ao que foi visto anteriormente, é calculada da seguinte forma:

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Teoria e Questões Comentadas

onde Q é a quantidade demandada, Ré o preço do bem, ΔQé a variação da quantidade produzida e ΔR é a variação ocorrida na renda. Assim como a elasticidade-preço cruzada, a elasticidade renda também tem como base para comparação o valor 0. Dessa forma, a interpretação para a elasticidade-renda é a seguinte:

Elasticidade renda positiva: bem normal;

Elasticidade renda negativa: bem inferior;

Como nós vimos, um bem normal é aquele que o consumo aumenta com o aumento da renda. Já o bem inferior é aquele que quando a renda aumenta, o consumo diminui. Um exemplo de bem inferior é a carne de segunda.

Elasticidade Valor de referência Classificação do bem

Elasticidade-preço da demanda 1

Infinitamente elástico, inelástico, elasticidade unitária e

infinitamente inelásticoElasticidade-preço

cruzada 0 Substituto ou complementar

Elasticidade-renda 0 Normal ou inferior

Sempre que se falar em elasticidade-preço da demanda, o valor de referência será 1, e o bem é classificado como infinitamente elástico, inelástico, elasticidade unitária e infinitamente inelástico. Quando se falar em elasticidadepreço cruzada ou em elasticidade-renda, o valor de referência é 0 e o bem será classificado como substituto ou complementar (para o caso da elasticidade-preço cruzada) ou como normal ou inferior (para o caso da elasticidade-renda).

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Teoria e Questões Comentadas

Exercício 50

(Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. De acordo com um estudo recente, a elasticidade renda da demanda de leite em pó, no Brasil, é negativa para todas as faixas de renda. Supondo-se que essa elasticidade esteja corretamente estimada, é possível afirmar que, para esse produto, o efeito renda reforça o efeito substituição.

Eis aí o que eu chamo de uma questão completa. Por que completa? Porque ela traz a noção de elasticidade a e noção dos efeitos renda e substituição juntos.

Vamos dar uma olhada por partes.

Na primeira parte, a questão diz que a elasticidade renda da demanda de leite em pó, no Brasil, é negativa para todas as faixas de renda. Até aqui, o que nós podemos concluir? Quando a elasticidade-renda da demanda é negativa, temos um caso de um bem inferior, aquele em que quando a renda aumenta o consumo diminui! Então, a questão falará, até o final do que ocorre com um bem inferior. Em seguida, ela afirma que supondo-se que essa elasticidade esteja corretamente estimada, é possível afirmar que, para esse produto, o efeito renda reforça o efeito substituição. Agora, depois que a questão conclui sua caracterização sobre o bem, diz que, para esse bem, os efeitos renda e substituição (vistos na aula passada) se reforçam.

Veja, você deve lembrar que os efeitos renda e substituição só se reforçam para o caso dos bens normais. Para os bens inferiores e de Giffen, nós vimos

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Teoria e Questões Comentadas que os dois efeitos tendem a se anular, prevalecendo o efeito substituição para o caso dos bens inferiores ordinários e o de renda, para o caso dos bens de Giffen.

Assim, a questão está falsa, pois considera inicialmente que o leite em pó é um bem inferior e depois afirma que os efeitos renda e substituição tendem a se reforçar!

GABARITO: FALSO

Exercício 51

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta em relação a elasticidade da procura. Um bem de luxo é um bem normal com elasticidade renda da demanda inferior a 1.

Eis aí uma definição que ainda não tínhamos visto:

BEM DE LUXO.

Por definição, chamamos um bem de bem de luxo quando a elasticidaderenda da demanda é superior a 1!

Eis aí a definição simples! Falou-se em bens de luxo, falaremos, necessariamente nesse valor de elasticiade.

Mas veja, a questão diz que a elasticidade-renda demanda é inferior a 1! Nesse caso, a alternativa é incorreta! Apenas pela definição dá para verificar isso, ok?

GABARITO: FALSO

Exercício 52

(Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta em relação a elasticidade da procura.

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Teoria e Questões Comentadas A elasticidade renda da demanda por um bem inferior é menor que 1.

Por fim, veja que a questão é super simples de resolver, mas ela sempre pega a gente no detalhe e na atenção. Veja que se você fizer essa questão na pressa, vai marcar que ela está verdadeira. O raciocínio é simples: bem inferior, elasticidade menor do que o valor dado como parâmetro. Como para o caso da elasticidade-preço da demanda, o valor de referência é 1, você tenderá a fazer isso para o caso da elasticidade-preço também!

Mas... como nós já vimos, esse tipo de análise não é correto porque, para o caso da elasticidade-renda, o valor de referência não é 1, mas 0. Logo, quando um bem possui elasticidade renda positivo (mesmo que seja +0,00001) esse bem é dito normal! Ele só será inferior se possuir elasticidade renda menor que zero, ok?

Finalmente, para complementar, o bem será dito normal e de luxo se tiver uma elasticidade renda maior que 1. Compreendido?

GABARITO: FALSO

Com essa questão, nós finalizamos a análise sobre o consumidor e todos os seus tipos de elasticidade: preço da demanda, renda e preço cruzada. Para concluir a parte de elasticidades e entrar, finalmente, no assunto da aula de hoje, precisaremos ver a elasticidade das empresas!

4.4. Elasticidade preço da Oferta De modo análogo à análise da demanda, podemos encontrar a curva de oferta de mercado a partir da soma das ofertas de cada firma para cada preço, e podemos calcular a sensibilidade da oferta com relação a mudanças nos preços. A elasticidade preço da oferta é dada por:

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Teoria e Questões Comentadas O que é exatamente igual ao que foi visto para o caso da demanda! Assim, se, por exemplo, a elasticidade preço da oferta é igual a 2, então se o preço de mercado aumenta em 1%, a quantidade produzida crescerá em 2%.

É possível perceber que, diferentemente da demanda, a elasticidade preço da oferta é um valor positivo, assim não será necessário utilizar o módulo. A quantidade ofertada cresce se o preço do produto sobe (Lei da Oferta).

Finalmente, a classificação dos bens seguirá exatamente o mesmo formato do que foi visto para o caso da demanda. Ou seja, a oferta é elástica com relação ao preço se a elasticidade produção é maior que 1, é inelástica se a elasticidade é menor que 1, e tem elasticidade unitária, quando a elasticidade é igual a 1, exatamente da mesma forma que foi visto para o caso da demanda.

Exercício 53

(CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Se a quantidade oferecida de um bem reage substancialmente a uma variação nos preços, temos um caso de: a) oferta elástica com elasticidade menor do que 1. b) elasticidade - preço da demanda. c) oferta inelástica com elasticidade entre 0 e 1. d) oferta elástica com elasticidade maior do que 1. e) oferta infinitamente elástica.

Essa aqui é importante! Vamos analisar. A questão pede para classificar determinado bem sabendo-se que a quantidade

Veja que ele diz na questão que a quantidade ofertada reage substancialmente a uma variação nos preços. Só com essa onformações podemos “matar” uma série de itens. Vamos ver juntos?

A letra (B) diz que isso se trata da elasticidade-preço da demanda! Como assim? Veja que ele fala que a quantidade ofertada varia em relação ao preço, não a quantidade demandada! Logo, é fácil ver que a questão é absolutamente incorreta.

Vamos ver outro aqui que de cara está errado!

Vejamos...

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Teoria e Questões Comentadas A letra (A) fala que quando a quantidade varia sensivelmente com relação aos preços teremos um caso de oferta elástica com elasticidade menor que 1. Aqui, eu nem preciso saber do que a questão fala! Basta saber que oferta elástica só é possível com valor maior que 1 que nós já saberemos que a questão é incorreta! É um erro conceitual.

Restaram as alternativas (C), (D) e (E).

A assertiva (C) afirma que se a oferta variar substancialmente a uma variação de preços, ela será dita inelástica. Como nós já vimos, a oferta inelástica está ligada a uma pequena variação da quantidade dado que houve uma variação nos preços. Logo, a alternativa não é correta também. Nesse caso, apenas para complementar, a oferta será inelástica quando seu valor foi menor que 1 ou entre 0 e 1, conforme dito na alternativa.

Sobrou para escolhermos as letras (D) e (E). Aqui, vale uma notificação importante. Uma coisa infinitamente elástica não deve ser, por definição, algo maior que 1? Assim, as duas letras respondem fundamentalmente a mesma coisa!

Contudo, a banca deu como resposta correta, a letra (E). Logicamente, essa seria a mais óbvia de se responder, mas o problema é que a letra (D) não pode ser considerada totalmente falsa! Logo, apesar de concordar que a letra (E) seria a mais adequada. Colocaria que aqui caberia, fácil, um recurso!

GABARITO: (E)

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MICROECONOMIA COMPLETO Teoria e Questões Comentadas Profa. Amanda Aires – Aula 00

Outra quente?

Exercício 54

(DPF, Escrivão da Polícia Federal, 2009, CESPE) Julgue os itens que se seguem, a respeito de tributos, tarifas e subsídios, e tendo como foco a eficiência econômica e a distribuição da renda. [62] Um dos principais fatores determinantes da elasticidadepreço da oferta de produtos agrícolas é a disponibilidade de crédito subsidiado para custeio e investimento. Restrições ou escassez de crédito ou encargos elevados tornam menos elástica a capacidade de oferta mesmo com aumentos nas cotações dos produtos

Digamos que você possui uma fazendinha que produz manga no Vale do São Francisco (Região entre Pernambuco e Bahia). Digamos ainda que Israel está em guerra com a Palestina. Logo, você estará todo(a) interessado(a) em aproveitar essa leva de preços altos! Mas, para plantar você precisa de reais, certo? E se você não tiver reais em caixa? Seria possível aumentar a produção? Nesse caso, o seu aumento de produção em decorrência de um aumento de preços dependerá do acesso que você tem ao crédito bancário! Assim, quanto maior o volume de crédito disponível, maior será a sua elasticidade-preço da oferta, o que torna a questão perfeitamente correta!

Apenas completando nas palavras da alternativa: Restrições ou escassez de crédito ou encargos elevados tornam menos elástica a capacidade de oferta mesmo com aumentos nas cotações dos produtos.

GABARITO: VERDADEIRA

Exercício 55

(Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65

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MICROECONOMIA COMPLETO Teoria e Questões Comentadas Profa. Amanda Aires – Aula 00

As flutuações de preço que caracterizam os mercados agrícolas serão tanto maiores quanto mais elástica for a curva de oferta dos produtos transacionados nesses mercados.

Vamos analisar juntos?

Essa questão aqui tem uma pegadinha! Veja só, ela fala que o preço variará muito quanto mais elástica for a curva de oferta! Aqui vale um raciocínio simples para resolver: veja que uma curva elástica implica que uma pequena variação nos preços levará a uma forte variação na quantidade! Assim, não será a flutuação de preços que será grande, mas a flutuação da quantidade ofertada! Compreende isso?

Pequenas variações no preço levaraão a imensas variações na quantidade!

Agora imagine que a oferta fosse inelástica. Nesse caso, par que seja possível gerar qualquer variação na quantidade, os preços terão que variar muito. Nesse caso, sim, as flutuações de preço serão maiores!

Compreendido?

GABARITO: FALSO Diferentemente do que acontece com o consumidor, a empresa possuirá apenas um tipo de elasticidade que irá nos interessar: a elasticidade-preço de oferta.

Exercícios Resolvidos

Exercício 56 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Observe os gráficos abaixo, que representam Curvas de Elasticidade da Demanda e da Oferta.

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Assinale a opção que descreve corretamente a elasticidade-preço das curvas.

M N O P

(A) Perfeitamente Elástica

Elasticidade Unitária

Elástica e maior do que 1

Perfeitamente Inelástica

(B) Perfeitamente Elástica

Elástica e maior do que 1 Elasticidade

UnitáriaPerfeitamente

Inelástica

(C) Elasticidade Unitária

Perfeitamente Elástica

Inelástica e maior do que 1

Perfeitamente Inelástica

(D) Elasticidade Unitária

Inelástica e maior do que

Perfeitamente Elástica

Perfeitamente Inelástica

1

(E) Perfeitamente Inelástica

Elasticidade Unitária

Elástica e maior do que 1

Perfeitamente Elástica

Exercício 57 (ANTAQ, Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários, 2009) Com relação à aplicação dos conceitos básicos de microeconomia, julgue os itens subsequentes. Profa. Amanda Aires Página 187 de 192

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Encontrada a elasticidade-preço da demanda de um produto em determinado nível de preço, é possível afirmar que a elasticidade aplica-se para todos os níveis de preço desse produto, uma vez que esse parâmetro é uma constante.

Exercício 58 (ANCINE, Cargo 1, Caderno Chaplin, Economia, Administração e Contábeis, 2005.) A respeito dos conceitos microeconômicos e da economia da regulação, julgue os itens a seguir.

O fato de os ingressos, em alguns cinemas, serem mais baratos nos dias úteis da semana que nos feriados e fins de semana leva a aumentos tanto da demanda de sessões de cinema, no meio da semana, como da elasticidade preço da demanda desses serviços.

Exercício 59 (Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O fato de que os ingressos de cinema costumam ser mais baratos no período vespertino é consistente com a idéia de que a elasticidade preço da demanda, nesse horário, é mais elevada quando comparada com as sessões noturnas após as 18 horas.

Exercício 60 (MPE/TO, Analista Ministerial, 2006) A análise microeconômica é o estudo do comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui fundamento sólido para a análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os seguintes itens.

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Tarifas telefônicas mais baixas durante o fim de semana e o período noturno são compatíveis com o fato de os consumidores domésticos desses serviços possuírem menor elasticidade-preço da demanda por esses serviços.

Exercício 61 (Anatel, Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações, 2004) A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes.

A diferenciação de preços das chamadas telefônicas, de acordo com a qual as tarifas são mais elevadas no horário comercial, justifica-se pelo fato de a elasticidade preço da demanda por serviços de telefonia das empresas ser mais elevada do que aquela referente à demanda residencial.

Exercício 62 (Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65.

O fato de as academias de ginástica geralmente cobrarem preços mais baixos para os horários em que há baixa freqüência de usuários explica-se porque a demanda, nesses horários, é mais inelástica.

Exercício 63 (Basa, Técnico Científico, 2004) As elevadas exigências — quanto a qualificação técnica e habilidade — indispensáveis aos bons neurocirurgiões concorrem para reduzir a elasticidade da demanda pelos serviços desses profissionais em relação àquelas que caracterizam a demanda pelos serviços de médicos menos especializados. A teoria microeconômica estuda o processo de

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decisão dos agentes econômicos, incluindo-se aí consumidores e produtores. Com relação a esse tema, julgue os itens a seguir.

Lojas de conveniência que ficam abertas 24 horas cobram preços mais elevados por produtos que podem ser adquiridos por preços inferiores nos supermercados, em razão de se defrontarem com uma curva de demanda menos elástica em relação ao preço.

Exercício 64 (ANVISA, Analista Administrativo – economia, 2004) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à analise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Na alta estação, hotéis de praias badaladas, como Porto de Galinhas, aumentam, consideravelmente, seus preços. Assim, se nesse período, o aumento de 30% dos preços das diárias reduzir em 5% os gastos hoteleiros, pode-se afirmar que, nesse mercado, a curva de demanda é elástica em relação ao preço. Exercício 65 (Economia e Finanças, Banco do Brasil, Certificação Interna, 2010) Em relação a elasticidade, assinale a opção correta. Bens necessários tendem a ter demanda preço elástica.

Exercício 66 (Pref. Vitória/ES, Controlador de Recursos Municipais, 2008) A análise microeconômica estuda o comportamento individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um fundamento sólido à análise dos grandes agregados econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. De acordo com um estudo recente, a elasticidade renda da demanda de leite em pó, no Brasil, é negativa para todas as faixas de renda. Supondo-se que essa elasticidade esteja

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corretamente estimada, é possível afirmar que, para esse produto, o efeito renda reforça o efeito substituição.

Exercício 67 (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta em relação a elasticidade da procura. Um bem de luxo é um bem normal com elasticidade renda da demanda inferior a 1.

Exercício 68 (Economia, DPU, Cespe, 2010) Assinale a opção correta em relação a elasticidade da procura. A elasticidade renda da demanda por um bem inferior é menor que 1. Exercício 69 (CESGRANRIO, SECAD/TO, Economista, 2005) Se a quantidade oferecida de um bem reage substancialmente a uma variação nos preços, temos um caso de: a) oferta elástica com elasticidade menor do que 1. b) elasticidade - preço da demanda. c) oferta inelástica com elasticidade entre 0 e 1. d) oferta elástica com elasticidade maior do que 1. e) oferta infinitamente elástica.

Exercício 70 (DPF, Escrivão da Polícia Federal, 2009, CESPE) Julgue os itens que se seguem, a respeito de tributos, tarifas e subsídios, e tendo como foco a eficiência econômica e a distribuição da renda. [62] Um dos principais fatores determinantes da elasticidadepreço da oferta de produtos agrícolas é a Profa. Amanda Aires Página 191 de 192

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disponibilidade de crédito subsidiado para custeio e investimento. Restrições ou escassez de crédito ou encargos elevados tornam menos elástica a capacidade de oferta mesmo com aumentos nas cotações dos produtos

Exercício 71

(Ministério da Saúde, Economia da Saúde, 2008) A microeconomia, que analisa o comportamento dos agentes econômicos individuais, constitui um instrumental importante na análise de questões ligadas à economia da saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens de 51 a 65

As flutuações de preço que caracterizam os mercados agrícolas serão tanto maiores quanto mais elástica for a curva de oferta dos produtos transacionados nesses mercados. GABARITO

1 E 9 VERDADEIRO

2 FALSO 10 FALSO

3 VERDADEIRO 11 FALSO

4 VERDADEIRO 12 FALSO

5 FALSO 13 FALSO

6 FALSO 14 E

7 FALSO 15 VERDADEIRO

8 FALSO 16 FALSO

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