economia 1

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ECONOMIA 1 Crescimento económico (Fenómeno quantitativo) Consiste no aumento regular da produção de bens e serviços, do rendimento, do investimento e do emprego numa determinada sociedade referenciada no espaço e no tempo. O crescimento económico: traduz-se na produção; inclui o progresso técnico; modifica as estruturas económicas; O crescimento económico não se preocupa com: o bem-estar das pessoas; o ambiente. Medido por indicadores económicos. Desenvolvimento económico (Fenómeno qualitativo) Capacidade de uma sociedade satisfazer as necessidades de uma população e lhe permitir alcançar um nível de vida adequado. Centra-se na melhoria das condições de vida das populações (melhorias nas condições de saúde, de alimentação, de habitação ou de educação,…). O desenvolvimento económico pressupõe: O acesso de toda a população a um grau mínimo de satisfação das necessidades básicas; Igualdade de oportunidades para toda a população independentemente do seu sexo, etnia, religião ou classe social; Independência do processo de desenvolvimento, não dependendo de modelos impostos do exterior. Implica também: crescimento económico; bem-estar das pessoas; garantia das liberdades e dos direitos humanos; respeito para com o ambiente e com as gerações futuras; desenvolvimento dos diferentes ramos de produção; planeamento territorial. Medido por indicadores económicos, sociais, culturais, políticos, etc.

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Page 1: economia 1

ECONOMIA 1

Crescimento económico (Fenómeno quantitativo)

Consiste no aumento regular da produção de bens e serviços, do rendimento, do investimento

e do emprego numa determinada sociedade referenciada no espaço e no tempo.

O crescimento económico:

traduz-se na produção;

inclui o progresso técnico;

modifica as estruturas económicas;

O crescimento económico não se preocupa com:

o bem-estar das pessoas;

o ambiente.

Medido por indicadores económicos.

Desenvolvimento económico (Fenómeno qualitativo)

Capacidade de uma sociedade satisfazer as necessidades de uma população e lhe permitir

alcançar um nível de vida adequado.

Centra-se na melhoria das condições de vida das populações (melhorias nas condições de

saúde, de alimentação, de habitação ou de educação,…).

O desenvolvimento económico pressupõe:

O acesso de toda a população a um grau mínimo de satisfação das necessidades

básicas;

Igualdade de oportunidades para toda a população independentemente do seu sexo,

etnia, religião ou classe social;

Independência do processo de desenvolvimento, não dependendo de modelos

impostos do exterior.

Implica também:

crescimento económico;

bem-estar das pessoas;

garantia das liberdades e dos direitos humanos;

respeito para com o ambiente e com as gerações futuras;

desenvolvimento dos diferentes ramos de produção;

planeamento territorial.

Medido por indicadores económicos, sociais, culturais, políticos, etc.

Page 2: economia 1

Reflexão 1

O desenvolvimento humano é o fim – o crescimento económico um meio

O crescimento não é um fim em si, mas um índice de ritmo de desenvolvimento;

O crescimento é o meio para atingir o desenvolvimento;

O desenvolvimento é o crescimento mais a mudança, a mudança em questão é social e

cultural, e tanto qualitativa como quantitativa;

O desenvolvimento é um processo essencialmente humano.

Reflexão 2

Crescimento económico não é sinónimo de desenvolvimento económico

Há países onde se verifica crescimento económico no entanto a riqueza produzida não é

utilizada na melhoria das condições de vida da população tais como na construção de

hospitais, na investigação e desenvolvimento de novos produtos, na melhoria na educação

(leis que obrigam a escolaridade obrigatória, por exemplo), construção de infraestruturas

(vias de comunicação) …

Page 3: economia 1

Indicadores de desenvolvimento

São instrumentos estatísticos utilizados na medição do desenvolvimento.

Para medir o desenvolvimento torna-se necessário o recurso a um conjunto diversificado

de indicadores quantitativos e qualitativos.

Nenhum indicador, por si só, é suficiente para conhecer a realidade, pois apenas nos

mostra uma pequena parte do todo social.

Para que servem?

Aferir os níveis de desenvolvimento dos países, regiões, empresas, fazendo-se

comparações entre eles;

Compreender, informar e prever o comportamento da economia;

Para ajuizar a política económica do Governo.

Indicadores simples:

Económicos

– PIB per capita

– Desigualdade na repartição do rendimento

– Repartição sectorial da população ativa

– Estrutura do produto

– Taxa de inflação

– Indicadores de comércio externo

Demográficos

– Taxa natalidade

– Taxa mortalidade

– Emigração

Socio culturais

– Nº alunos/professor

– Nº habitantes/médico

– Taxa de analfabetismo

– Consumo de jornais por habitante

– Nº de casos de escolaridade obrigatória

Político-sociais

– Estabilidade das instituições

– Democracia política

– Descentralização

– Cumprimento dos direitos humanos

– Equidade entre géneros

Page 4: economia 1

Limitações:

Oculta as diferenças em termos de:

Desigualdades económicas e sociais

Necessidade de utilizar vários documentos

Insuficiente contabilização de certos acontecimentos como:

Atividades ilegais

Autoconsumo

Indicadores compostos:

IDH (índice de desenvolvimento humano);

IDG ou IEG (índice de desenvolvimento ajustado ou índice de equidade de género);

IPH (índice de pobreza humana).

PIB

Soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa

determinada região, durante um período determinado de tempo. O PIB é um dos

indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a

atividade económica de uma região.

Limitações:

O PIB não tem em consideração diferenças na distribuição de rendimentos entre

pobres e ricos;

Não contabiliza o setor informal (atividades licitas e ilícitas) da economia;

Não contabiliza as externalidades (positivas ou negativas), logo, não revela situações

que podem indiciar desenvolvimento ou mau desenvolvimento;

Não é um indicador de longo prazo. Dá-nos variações que podem vir de oscilações

económicas momentâneas, como ataques especulativos, bolhas de crescimento,

descoberta de jazidas de recursos naturais. Nada garante que o crescimento será

mantido ou distribuído pela sociedade.

IDH

Resultado de três variáveis:

PIB por habitante, que se traduz no rendimento por habitante;

Taxa de alfabetização, que informa sobre o nível de instrução;

Esperança média de vida, que traduz uma vida longa e saudável.

Page 5: economia 1

Limitações:

As médias apresentadas pelo IDH podem ocultar grandes disparidades existentes nos

países;

O IDH não revela desigualdades internas;

Utiliza um número limitado de indicadores simples, não traduzindo a complexidade do

desenvolvimento humano;

Utilização da taxa de alfabetização de adultos;

Esconde desigualdades entre grupos sociais quer entre sexos, regiões ou etnias.

Dada a complexidade do fenómeno desenvolvimento, deveremos recorrer a um

conjunto alargado de indicadores para podermos ter uma perspetiva mais completa da

situação económica e social dos diferentes países.

É necessário utilizar alguns indicadores para corrigir o IDH.

Fontes de crescimento económico

Aumento da dimensão dos mercados através de:

Aumento do nº de habitantes ou maior poder de compra;

Aumento da procura efetuada pelo resto do mundo com produtos nacionais mais

competitivos;

Investimento em capital físico e humano

Capital físico

Aumento da quantidade de bens de produção à disposição dos processos produtivos

nas empresas.

Aplicação de recursos na aquisição de equipamentos, viaturas, melhoria do processo

de fabrico e de infraestruturas, como os armazéns na produção de bens e/ou na

prestação de serviços (capital físico).

Conduz ao aumento da capacidade de produção das empresas ou do

país. Esta aquisição não poderá ser contínua, pois haverá

RENDIMENTOS DECRESCENTES.

Capital humano

Aplicação de recursos na melhoria dos conhecimentos e qualificações que os

trabalhadores adquirem mediante a educação e a experiencia profissional.

O crescimento da população de um país pode contribuir para acelerar o crescimento

económico, mas só por si não é suficiente, é necessário o investimento na qualificação

dos trabalhadores.

Page 6: economia 1

Progresso técnico

Representa a capacidade de inovação das sociedades e ocorre através das alterações

no processo de produção e/ou através da introdução de novos bens e de novos

serviços na sociedade.

Só o progresso tecnológico é capaz de provocar o crescimento económico

contínuo/sustentado.

Contribui para melhorar as condições de vida e é desencadeado

através da criação de condições que levam ao aparecimento de

mudanças no espírito empresarial.

Condições favoráveis ao progresso técnico:

– Melhoria da qualificação dos indivíduos;

– Criação de institutos de investigação para obtenção de conhecimentos científicos

básicos que serão mais-valias para outras áreas;

– Criação de bolsas de investigação ou criação de patentes.

Reflexão 3

UM PAÍS COM MAIOR CRESCIMENTO POPULACIONAL NÃO TERÁ FORÇOSAMENTE MAIS

CRESCIMENTO ECONÓMICO. Porquê?

Porque pode existir falta de empresários empreendedores, falta de investimento e reduzido

poder de compra.

Caraterísticas do crescimento moderno

Inovação tecnológica;

Aumento da produção e produtividade; aumento produção

Diversificação de produtos;

Alteração da estrutura da atividade económica;

Modificação do modo de organização económica;

Melhoria do nível de vida

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Alteração da estrutura da atividade económica

1- Alteração da composição setorial da atividade económicas

O processo do crescimento económico provocou o desaparecimento da economia agrícola

e substituiu-a pela industrial e serviços (TERCIARIZAÇÃO).

Estas alterações resultam de:

Incremento da inovação e sua aplicação nos setores primários e secundários;

Aumento do rendimento médio do indivíduo ( aumento do poder de compra e

alterações dos padrões de consumo; Lei de Engel).

2- Alteração do modo de utilizar e de repartir os resultados da produção

A repartição dos rendimentos pode ser feita de duas formas:

– Repartição funcional

mostra-nos como são remunerados os diferentes intervenientes no processo

produtivo, tendo em atenção as funções por eles desempenhadas

(Trabalhadores - salários; Capital - juros, lucros e rendas)

– Repartição pessoal

permite-nos analisar como é que os rendimentos se distribuem pelos

agregados familiares de uma dada comunidade. Através da análise podemos

apreciar o grau de desigualdade dessa distribuição, as desigualdades salariais.

Em relação à repartição funcional do rendimento, o crescimento económico provocou um

aumento dos salários nos países desenvolvidos resultante das qualificações dos trabalhadores.

Em relação à repartição pessoal, o crescimento provocou um aumento das desigualdades e

alastro da pobreza, devido à concentração na posse do capital e às diferenças salariais.

Modificação do modo de organização económica

O moderno crescimento económico provocou alterações que se manifestam:

Dimensão das empresas

Aparecimento de empresas de pequena e média dimensão; economias de escala

proporcionadas pela globalização; criação de mercados mais amplos devido à liberdade de

circulação de bens