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___________________________________________________________________ 1 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br IMUNIZAÇÃO – CONCEITOS E TÉCNICAS DE VACINAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Siga as instruções abaixo para navegar no ambiente virtual do Ead e obter êxito no curso. Após a inscrição, o usuário tem 30 dias para concluir o curso e emitir o certificado. Para fazer a avaliação digite seu e-mail e senha, na área do usuário (IDENTIFICAÇÃO), clique em ENTRAR, depois clique em MINHA CONTA, depois em MINHAS INSCRIÇÕES e, por fim, clique no ícone AVALIAÇÃO. O usuário deverá responder a avaliação existente na última página do material do curso e transcrever as respostas para o gabarito existente no site. Uma vez confirmada às respostas, a avaliação não será mais disponibilizada. Em seguida, você pode emitir o Certificado. Para emitir o certificado, em outro momento, digite seu e-mail e senha, na área do usuário, clique em ENTRAR, depois clique em MINHA CONTA, depois em MINHAS INSCRIÇÕES e, por fim, clique no ícone CERTIFICADO. O arquivo será visualizado no formato PDF, para que você possa salvar ou imprimir. Observação: No ato da avaliação o usuário recebe um e-mail informando o seu percentual de acerto. Para emitir o certificado, o usuário precisa obter pontuação igual ou superior a 6,00 na avaliação. Boa sorte! As vacinas são consideradas como um dos mais importantes avanços da Medicina, pois reduziram a incidência de doenças infecciosas poupando milhões de vidas. Antes de aprendermos sobre cada vacina, seus componentes e funções, devemos conhecer o PNI. Mas afinal, o que é o PNI? 1. PLANO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI) O Programa Nacional de Imunizações (PNI) surgiu em 1973, por determinação do Ministério da Saúde, como parte de um conjunto de medidas que se destinavam a fiscalizar e redirecionar a atuação governamental do setor. Entre elas, coordenar ações que se desenvolviam com descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. Essas ações conduzidas dentro de programas especiais (erradicação da varíola, controle da tuberculose) e como atividades desenvolvidas por iniciativa de governos estaduais, necessitavam de uma coordenação central que lhes proporcionassem sincronia e racionalização. (BRASIL, 2006) Criado através da Lei 6259 de 30/10/75 e Decreto 78231 de 30/12/76, o PNI visa estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes no país. O PNI coordena as atividades de imunização desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços de saúde. As ações de vacinação constituem-se nos procedimentos de melhor relação custo e efetividade no setor saúde, uma vez que o índice de morbimortalidade por doenças imunopreveníveis nas décadas recentes, em nosso país e no mundo, reduzem cada vez mais. O avançado declínio nos indicadores é decorrente do grande avanço tecnológico na produção de vacinas, associadas a um sistema de conservação desses imunobiológicos e o cumprimento de amplas coberturas vacinais. A meta operacional básica é a vacinação de 100% das crianças menores de 1 ano, com

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IMUNIZAÇÃO – CONCEITOS E TÉCNICAS DE VACINAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Siga as instruções abaixo para navegar no ambiente virtual do Ead e obter êxito no curso. Após a inscrição, o usuário tem 30 dias para concluir o curso e emitir o certificado. Para fazer a avaliação digite seu e-mail e senha, na área do usuário (IDENTIFICAÇÃO), clique em ENTRAR, depois clique em MINHA CONTA, depois em MINHAS INSCRIÇÕES e, por fim, clique no ícone AVALIAÇÃO. O usuário deverá responder a avaliação existente na última página do material do curso e transcrever as respostas para o gabarito existente no site. Uma vez confirmada às respostas, a avaliação não será mais disponibilizada. Em seguida, você pode emitir o Certificado. Para emitir o certificado, em outro momento, digite seu e-mail e senha, na área do usuário, clique em ENTRAR, depois clique em MINHA CONTA, depois em MINHAS INSCRIÇÕES e, por fim, clique no ícone CERTIFICADO. O arquivo será visualizado no formato PDF, para que você possa salvar ou imprimir. Observação: No ato da avaliação o usuário recebe um e-mail informando o seu percentual de acerto. Para emitir o certificado, o usuário precisa obter pontuação igual ou superior a 6,00 na avaliação. Boa sorte! As vacinas são consideradas como um dos mais importantes avanços da Medicina, pois reduziram a incidência de doenças infecciosas poupando milhões de vidas. Antes de aprendermos sobre cada vacina, seus componentes e funções, devemos conhecer o PNI.

Mas afinal, o que é o PNI?

1. PLANO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI)

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) surgiu em 1973, por determinação do Ministério da Saúde, como parte de um conjunto de medidas que se destinavam a fiscalizar e redirecionar a atuação governamental do setor. Entre elas, coordenar ações que se desenvolviam com descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. Essas ações conduzidas dentro de programas especiais (erradicação da varíola, controle da tuberculose) e como atividades desenvolvidas por iniciativa de governos estaduais, necessitavam de uma coordenação central que lhes proporcionassem sincronia e racionalização. (BRASIL, 2006)

Criado através da Lei 6259 de 30/10/75 e Decreto 78231 de 30/12/76, o PNI visa estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes no país.

O PNI coordena as atividades de imunização desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços de saúde. As ações de vacinação constituem-se nos procedimentos de melhor relação custo e efetividade no setor saúde, uma vez que o índice de morbimortalidade por doenças imunopreveníveis nas décadas recentes, em nosso país e no mundo, reduzem cada vez mais. O avançado declínio nos indicadores é decorrente do grande avanço tecnológico na produção de vacinas, associadas a um sistema de conservação desses imunobiológicos e o cumprimento de amplas coberturas vacinais. A meta operacional básica é a vacinação de 100% das crianças menores de 1 ano, com

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todas as vacinas indicadas no Esquema de Vacinação. Acompanhando as transformações demográficas e epidemiológicas, o PNI incorpora mais um desafio: ampliar as ações de vacinação para a população de 60 anos e mais e 100% das populações indígenas brasileiras, com objetivo de conscientizar esta população da importância da vacinação, utilizando as vacinas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para esta faixa etária: dT (difteria e tétano), contra influenza (contra gripe) e pneumococo. (BRASIL, 2001). O PNI tem como objetivo contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças imunopreveníveis, utilizando estratégias básicas de vacinação de rotina e campanhas anuais, desenvolvidas de forma hierarquizada e descentralizada, conforme Instrução Normativa nº 1 de 19/08/04. (BRASIL, 2006).

Agora que entendemos do que se trata o PNI e para que ele foi criado, vamos entender alguns termos muito utilizados na administração de vacinas. São eles:

ADJUVANTES: Ingrediente secundário numa preparação farmacêutica. São essenciais na composição de vacinas inativadas, pois irão dificultar o processamento do antígeno pelas células apresentadoras de antígeno. Assim, aumentam o período em que o antígeno estará em contato com o sistema imune aumentando assim a resposta imunológica. ANTÍGENO: Também chamado de imunógeno, é toda espécie molecular de origem biologia isolada ou constituída por uma célula, vírus, liquido biológicos ou sintética que quando introduzida no hospedeiro ou receptor, é capaz de produzir uma reação imune (ou Tolerância).

CONSERVANTES, ESTABILIZADORES E ANTIBIÓTICOS: pequenas quantidades de substâncias antibióticas ou germicidas são incluídas na composição de vacinas para evitar o crescimento de contaminantes (bactérias e fungos); estabilizadores (nutrientes) são adicionados a vacinas constituídas por agentes infecciosos vivos atenuados. Reações alérgicas podem ocorrer se a pessoa vacinada for sensível a algum desses componentes; HOSPEDEIRO: é um organismo que abriga outro em seu interior ou o carrega. IMUNIZAÇÃO: conjunto de métodos terapêuticos destinados a conferir ao organismo um estado de resistência, de imunidade, contra determinadas enfermidades infecciosas. IMUNOBIOLÓGICOS: Produtos capazes de estimular a imunidade. IMUNOGLOBULINA: Produtos constituídos de anticorpos obtidos a partir do plasma de humanos previamente imunizados. IMUNOSSUPRESSÃO: Ato de reduzir a atividade ou eficiência do sistema imunológico, geralmente com a utilização de medicamentos, para que o corpo não rejeite, por exemplo, um novo órgão, através do seu sistema imune. Com o sistema imunológico praticamente desativado, o indivíduo imunossuprimido é vulnerável a infecções oportunistas. MEMÓRIA IMUNOLÓGICA: Estado alterado da responsividade imunológica, resultante do contato inicial com o antígeno, que habilita o organismo a produzir mais anticorpos e mais rapidamente, em resposta a um estímulo antigênico secundário. PROFILAXIA: Conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e consequências.

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SISTEMA IMUNOLÓGICO: É responsável pela prevenção e tratamento de infecções às quais estamos expostos no dia a dia. SORO: produto farmacêutico constituído de anticorpos obtidos a partir de animais hiperimunizados. TOLERÂNCIA: Também chamada de Reação Imune, acontece quando o sistema imunológico não ataca o antígeno. VACINA: Substância de origem em microorganismos (mortos ou de virulência branda) que se introduz no organismo a fim de produzir anticorpos que o defendam contra determinada doença. VACINA ASSOCIADA: Misturam-se as vacinas no momento da aplicação. Ex: DTP + Hib VACINA COMBINADA: Dois ou mais agentes são administrados numa mesma preparação. Ex: Tríplice Bacteriana e Viral. VACINAÇÃO SIMULTÂNEA: Duas ou mais vacinas são administradas em diferentes locais ou por diferentes vias num mesmo atendimento. Ex: a vacina tríplice DTP por via IM, a vacina contra o sarampo por via SC, o BCG por via ID e a vacina contra a poliomielite por VO. Mas de que forma conseguimos essa imunidade? O nosso corpo é capaz de nos proteger sozinho. A imunização é uma das estratégias de prevenção mais significativas, uma vez que é definida como a aquisição de proteção contra uma doença infecciosa, que tem o objetivo aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções específicas.

Entretanto, nem sempre o nosso corpo trabalha sozinho. Algumas vezes necessitamos “receber” uma imunidade para que ela trabalhe em conjunto com o nosso organismo. Essa imunidade pode ser administrada por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro de anticorpos.

2. TIPOS DE IMUNIDADE

A imunidade ou imunização pode ser classificada em dois tipos: a imunização ativa e a imunização passiva. (FARHAT, et, 2007). A imunização ativa (quando há gasto de energia pelo organismo) é a produção de anticorpos pelo indivíduo que recebeu antígenos. Essa imunização pode ser natural e artificial.

Imunização ativa natural acontece quando o antígeno penetra de forma natural no organismo. Ex: casos infecciosos provocados por vírus e bactérias (sarampo)

A imunização ativa artificial é quando

ocorre a inoculação proposital de antígenos no organismo. Ex.: A vacina é composta por agente infeccioso enfraquecido ou por toxinas por ele produzidas contendo antígenos específicos, sendo, portanto um processo que visa à profilaxia.

Quando um microorganismo penetra em pessoas vacinadas, já encontra anticorpos específicos que inativam os antígenos por ele produzidos.

A imunização passiva (sem gasto de energia do organismo) é quando ocorre a inoculação de anticorpos no organismo, produzidos por outro organismo contra o correspondente agente

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infeccioso. Constitui um processo de soros terapêuticos. A soroterapia é utilizada durante a fase aguda de uma infecção. Protege apenas por um tempo relativamente curto, sendo logo destruído e eliminado.

A imunização é muito importante, pois evita a disseminação de doenças e contribui para o controle de determinadas patologias, evitando possíveis epidemias e/ou pandemias.

Abaixo, relacionamos os tipos de imunidade de acordo com sua classificação:

IMUNIDAE ESPECÍFIA

ATIVAMETE ADQUIRIDA

PASSIVAMEN-TE ADQUIRIDA

NATURAL

INFECÇÕES CLÍNICAS; INFECÇÕES INAPARENTES

CONGÊNITA; COLOSTRO; LEITE MATERNO

ARTIFICIAL

VACINAS

SOROS; IMUNOGLOBU LINAS

3. ORIGEM DAS VACINAS

Atualmente as vacinas são conhecidas por todos nós. Fazem parte da nossa rotina preventiva. Mas você sabe como surgiu a vacina? Em estudos, o primeiro indício de vacina surgiu no início do século XVIII, quando a Varíola era uma doença que causava a morte de muitos e, por causa dela, muitas crianças nem chegavam a atingir a fase adulta. Foi nessa época que um médico inglês, Edward Jenner, percebeu que pessoas que conviviam com vacas, inclusive as adoecidas pela varíola, apresentavam ferimentos tais como esses animais, porém não eram contagiados. Apartir

dessa observação injetou o pus dessas vacas em uma criança saudável e, tempos depois, apesar das reações adversas, foi inoculado com a varíola humana, não apresentando sinais de contaminação. Em seguida, Jenner continuou esse procedimento em várias pessoas, retirando o pus dos adoecidos e transferindo para as pessoas, como forma de prevenção. Após alguns anos, inoculou na mesma criança que participou de seu primeiro experimento e em mais duas pessoas, que continuaram imunes. (SCLIAR, 1996). A partir desses resultados, publicou um estudo de nome “vacina”. O sucesso da descoberta de Jenner, em 1805, impulsionou Napoleão Bonaparte a obrigar que todos os seus soldados fossem vacinados, gerando assim, alguns conflitos. (ALBERGARIA, 2010). No Brasil, 1904, ocorreu um episódio parecido, quando o então presidente Rodrigues Alves, com intuito de combater as pestes que prejudicavam o turismo e o comércio nacional, juntou-se a Oswaldo Cruz para executar uma grande empreitada sanitária, retirando as pessoas das ruas, lançando guerra a mosquitos, ratos e outros animais “pestilentos” e obrigando toda a população a vacinar-se contra a varíola. Mesmo aliado à Lei da Vacina Obrigatória, a população demonstrou grande resistência, com pedradas, protestos, incêndios, iniciando, assim, a Revolta da Vacina. (SEVCENKO, 1993). Aos dias atuais, consideramos a varíola, doença erradicada.

Assim como a Varíola, também existem outros tipos de doenças que já sumiram das estatísticas de mortalidade mundial. Desde a descoberta de Edward Jenner, diversas vacinas foram criadas e adaptadas para atender a necessidade do indivíduo. (RIBEIRO, 2006).

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4. FABRICAÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS VACINAS

As vacinas são fabricadas por laboratórios, a partir de cepas e meios de cultura inicialmente padronizados e provenientes de instituições de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS). (BRASIL, 2007). O Programa de Auto-Suficiência Nacional em Imunobiológicos foi lançado em 1984 para atender à demanda do nosso país por esses produtos e tentar eliminar a necessidade de importação. Com esse programa e auxílio do Ministério da Saúde, foram realizados investimentos em instalações e equipamentos para os laboratórios. No Brasil, temos dois grandes laboratórios, Manguinhos e Butantã. No Instituto Butantan, além do investimento na produção, percebeu-se a importância do investimento em pesquisas e foi criado o Centro de Biotecnologia, para o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de soros e vacinas e de novos produtos. Atualmente, o Instituto Butantan produz cerca de 80% dos soros e vacinas utilizados no País. Toda essa produção de imunobiológicos é enviada ao Ministério da Saúde, e por ele redistribuída às secretarias de Saúde dos Estados. (BRASIL 4, 2006). O laboratório Bio-Manguinhos, possui vínculo federal, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz. Está responsável por mais de 50% dos imunizantes. (BRASIL, 2006). O processo de criação, produção e teste de uma vacina, pode levar anos, por tratar-se de um processo altamente complexo. Antes que os cientistas iniciem a formulação de uma vacina, os pesquisadores estudam o vírus ou bactérias em particular.

Esses microorganismos têm que ser isolados para que seja descoberto à forma como ele provoca a doença. Apartir de então, desenvolvem a vacina como atenuada ou inativada. Em seguida, os pesquisadores estudam a melhor maneira de proteção, calculando a melhor dosagem, a quantidade de aplicações e o tempo de duração de cada uma delas. (GADELHA; AZEVEDO, 2003). A maioria das pesquisas recentes são realizadas em laboratórios em ambiente acadêmico e são pagas por uma fundação ou pelo governo. O processo de teste é realizado em quatro etapas, que podem durar anos. Essa fase é patrocinada por empresas farmacêuticas e tem um custo muito alto. (RIBEIRO, 2006).

1ª Fase: As vacinas são testadas em centenas de adultos saudáveis com baixo risco de complicações. Se essa fase não tiver sucesso, a vacina volta para fase de desenvolvimento ou é abandonada. 2ª Fase: Realizada após o sucesso da primeira fase. Nessa etapa, a vacina é testada no grupo alvo que deverá receber a vacina pronta. Ex: a vacina de catapora foi testada em crianças. É testada em centenas de indivíduos, por garantia de segurança. 3ª Fase: A fase mais longa. Testes são realizados em vários locais com milhares e até dezenas de milhares de pessoas com estilos de vida variados e de diferentes localidades geográficas. Nessa etapa, é buscada a certeza de que a vacina funciona em pessoas de diferentes tipos e vários ambientes. 4ª Fase: Mesmo após a sua distribuição, é necessário mais algum tempo de

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estudo para assegurar que nenhum efeito colateral não previsto possa ocorrer.

O controle de qualidade deve seguir critérios do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Após lançadas, os imunobiológicos (vacinas, imunoglobulinas e soros) devem ser conservados em geladeiras específicas, fora do congelador, em uma temperatura entre +2 e +80C. O diluente deve estar na mesma temperatura da vacina. Esfriar o diluente colocá-lo no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição. Lembrando sempre que, as vacinas não podem ser congeladas. (BRASIL, 2007).

5. TIPOS DE VACINAS

Existem dois tipos principais de vacinas: vacinas de vírus vivos atenuados e vacinas de vírus inativados. (FARHAT et al, 2007).

Vacinas de Vírus Vivos Atenuados: a vacina é feita com vírus vivos, mas que causam uma forma muito fraca da doença. Esses vírus se reproduzem cerca de 20 vezes dentro do corpo. Ao ser fabricada, os vírus ou bactérias são atenuados em laboratório até o ponto em que continuam vivos e capazes de se reproduzirem, mas que não possam causar doenças graves. Sua presença é suficiente para fazer com que o sistema imunológico produza anticorpos para combater a doença no futuro.

Vacinas de Vírus Inativados: quando as vacinas inativadas são criadas, os vírus ou bactérias são completamente mortos por processos químicos. Partes mortas (inativadas) desses microorganismos causadores de doença (geralmente bactérias) são colocadas nas vacinas. Como os antígenos estão mortos, a força dessas vacinas tende a se desgastar com o

tempo, resultando em imunidade com menor duração. Por essa razão, várias doses de vacinas inativadas são geralmente necessárias para oferecer uma melhor proteção. Reações alérgicas são menos prováveis.

6. VACINAS DISPONÍVEIS NO CALENDÁRIO BÁSICO

BCG – Indicada para proteção de crianças menores de 5 anos das formas graves de tuberculose. Também indicada para profissionais de saúde e comunicantes de casos de hanseníase. Hepatite B - Vacina contra a Hepatite causada pelo vírus B, produzida através de engenharia genética. É indicada a aplicação de preferência logo após o nascimento, nas primeiras 12 horas de vida. Caso não seja possível, iniciar o mais precocemente possível. VOP - VACINA ORAL CONTRA POLIOMIELITE. Indicada para a proteção contra a doença poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. A vacina protege contra os três tipos de poliovírus (I II e III). VIP – VACINA INATIVADA CONTRA A POLIOMIELITE. Introduzida no Calendário Básico desde junho de 2012. As crianças que nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil, irão tomar a 1ª dose aos 2 meses e a 2ª aos 4 meses, com a vacina poliomielite inativada, de forma injetável. Já a 3ª (aos 6 meses), e o reforço (aos 15 meses) continuam com a VOP, ou seja, as 2 gotinhas. ROTAVIRUS – Vacina Oral contra o Rotavírus, que é o vírus responsável pelos quadros mais graves de diarréia, vômitos e desidratação, e que está associado aos quadros que necessitam de internação por desidratação grave, podendo levar a óbito. Introduzida no Calendário Básico

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desde 2006. A vacina está indicada para crianças com 6 semanas a 5 meses e meio de idade. DTP - Vacina contra DIFTERIA, TÉTANO E COQUELUCHE. Também conhecida como Tríplice Bacteriana. É indicada a partir dos 2 meses de vida. DT e dT - Vacina contra DIFTERIA e TÉTANO. Encontra-se em dois tipos: a vacina dupla infantil (DT) e a vacina dupla adulto (dT). Essa última contém uma menor quantidade de toxóide diftérico. A dT é indicada a partir dos 7 anos de idade. Hib - O Haemophylus influenzae B é uma bactéria que acomete principalmente crianças até 5 anos de idade e pode causar 3 infecções graves: Meningite, Pneumonia e Epiglotite. É indicada a partir dos dois meses de vida. PENTAVALENTE – Introduzida no Calendário Básico a partir do 2º semestre de 2012, a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada) para imunização das crianças menores de 1 ano de idade. A introdução da vacina pentavalente junto com a VIP engloba todos os antígenos recomendados, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS), entre o 1º e 6º mês de vida. Além disso, a OMS recomenda que as vacinas combinadas sejam usadas sempre que possível, para reduzir os custos logísticos de distribuição de vacinas. A Pentavalente é segura e bem tolerada, com elevada imunogenicidade contra os antígenos componentes. É usada na vacinação primária de lactentes que já receberam a primeira dose de hepatite B ao nascimento. VACINA MENINGOCÓCICA C (CONJUGADA) - Vacina contra a Neisseria meningitidis tipo C (Meningococo C), principal bactéria causadora de meningite. Introduzida no Calendário Básico

de Vacinas em 2010. A Meningite é uma doença grave, causada por infecção das meninges (membranas que envolvem o cérebro) e que pode levar a óbito ou a sequelas neurológicas importantes como retardo mental, hidrocefalia, surdez, cegueira e estrabismo. É indicada para crianças menores de 2 anos, a partir dos 3 meses de vida. VACINA PNEUMOCÓCICA 10-VALENTE. Essa vacina passou a integrar o calendário básico de vacinação para crianças menores de 2 anos. A inclusão visa proteger esse público contra infecções respiratórias e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F. VACINA CONTRA INFLUENZA (GRIPE) - A gripe é considerada pela Organização Mundial da Saúde, a mais importante doença de transmissão respiratória depois da tuberculose. A vacina protege todos os indivíduos, principalmente os idosos e os com baixa resistência e previne as complicações respiratórias. É indicada a partir dos 6 meses de vida. VACINA TRÍPLICE VIRAL (SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA): Introduzida no Calendário Básico desde 2002. É composta por três vírus vivos atenuados: o vírus do sarampo, caxumba e da rubéola. A vacina tríplice viral, quando administrada em mulheres em idade fértil (12 a 49 anos), tem se mostrado bastante eficaz no controle destas doenças, e também na prevenção da Síndrome de Rubéola Congênita. É indicada a partir dos 12 meses de vida. Até 2016, será incluída a VACINA POLIOMIELITE INATIVADA e MENINGITE C CONJUGADA na vacina pentavalente, transformando-se na HEPTAVALENTE. Existem outras vacinas disponíveis e que estão sendo estudado o custo-benefício para

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poderem assim, integrar o Calendário Básico de Vacinação. São elas: Hepatite A - Vacina contra a Hepatite causada pelo vírus A. As hepatites virais são infecções que acometem o fígado e o paciente leva de 15 a 20 dias para se recuperar. É indicada a partir dos 12 meses de vida. HPV - A vacina está indicada para mulheres entre 9 e 26 anos e deve ser aplicada no esquema de 3 doses. A vacina protege contra o papilomavírus humano (HPV), que é responsável por mais de 90% das verrugas genitais e 70% dos casos de câncer de colo de útero, o terceiro tipo de câncer mais comum no país, atrás apenas do câncer de mama e do câncer de pele e que mata 290.000 mulheres por ano no mundo, 4000 destas no Brasil. (BRASIL, 2012). Varicela - Vacina contra o vírus da Varicela (Catapora), que é uma doença altamente contagiosa. Causa lesões disseminadas na pele que levam a muito desconforto. A principal preocupação em relação à Varicela é a possibilidade de ocorrerem complicações, como infecções bacterianas secundárias, pneumonia ou encefalite. É indicada a partir dos 12 meses de vida.

7. TIPOS DE SOROS

Os soros são utilizados no tratamento de intoxicações por venenos de animais peçonhentos ou toxinas de agentes infecciosos (causadores da difteria, botulismo e tétano). Também são produzidos também soros que reduzem a possibilidade de rejeição de certos órgãos transplantados, chamados de Anti-timocitários. (GADELHA; AZEVEDO, 2003) A primeira etapa da produção de soros antipeçonhentos é a extração do veneno (também chamado de peçonha) de serpentes,

escorpiões, aranhas e taturanas. Após a extração, a peçonha é liofilizada, onde é desidratada e cristalizada. A produção do soro obedece às seguintes etapas:

1. O veneno liofilizado (antígeno) é diluído

e injetado no cavalo, em doses adequadas. Esse processo leva 40 dias e é chamado hiperimunizacão.

2. Após a hiperimunizacão, é realizada uma sangria exploratória, retirando uma amostra de sangue para medir o teor de anticorpos produzidos em resposta às injeções do antígeno;

3. Quando o teor de anticorpos atinge o nível desejado, é realizada a sangria final, retirando-se cerca de quinze litros de sangue de um cavalo de 500 Kg em três etapas, com um intervalo de 48 horas.

4. No plasma (parte líquida do sangue) são encontrados os anticorpos. O soro é obtido a partir da purificação e concentração desse plasma.

5. As hemácias (que formam a parte vermelha do sangue) são devolvidas ao animal, através de uma técnica desenvolvida no Instituto Butantan, chamada plasmaferese. Essa técnica de reposição reduz os efeitos colaterais provocados pela sangria do animal.

No final do processo, o soro obtido é submetido a testes de controle de qualidade. A hiperimunização para a obtenção do soro é realizada em cavalos desde o começo do século porque são animais de grande porte. Dessa forma, produzem uma volumosa quantidade de

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plasma com anticorpos para o processamento industrial de soro para atender à demanda nacional, sem que os animais sejam prejudicados no processo. O processamento do plasma para obtenção do soro é realizado em um sistema fechado, inteiramente desenvolvido pelo Instituto Butantan, instalado para atingir a produção de 600 mil ampolas de soro por ano, atendendo às exigências de controle de qualidade e biossegurança da Organização Mundial de Saúde. (FARHAT et al, 2007). Quando uma pessoa é picada por um animal peçonhento, o soro antiofídico é o único tratamento eficaz. Para cada tipo de veneno há um soro específico, por isso é importante identificar o animal agressor e se possível levá-lo, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico. Os soros produzidos pelo Instituto Butantan são:

Antibotrópico: para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara.

Anticrotálico: para acidentes com cascavel.

Antilaquético: para acidentes com surucucu.

Antielapídico: para acidentes com coral. Antibotrópico-laquético: para acidentes

com jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara ou surucucu.

Antiaracnídico: para acidentes com aranhas do gênero Phoneutria (armadeira), Loxosceles (aranha marrom) e escorpiões brasileiros do gênero Tityus.

Antiescorpiônico: para acidentes com escorpiões brasileiros do gênero Tityus.

Antilonomia: para acidentes com taturanas do gênero Lonomia.

Além dos soros antipeçonhentos, o Instituto Butantan também produz soros para o

tratamento de infecções e prevenção de rejeição de órgãos. A maior parte desses soros é obtida pelo mesmo processo dos soros antipeçonhentos. A única diferença está no tipo de substância injetada no animal para induzir a formação de anticorpos. (RIBEIRO, 2006) Para soros contra difteria, botulismo e tétano são usados o toxóide preparado com materiais das próprias bactérias. Para a produção do anti-rábico, é usado o vírus rábico inativado. (RIBEIRO, 2006).

7.1. OUTROS SOROS

Antitetânico: para o tratamento do tétano.

Anti rábico: para o tratamento da raiva. Antidiftérico: para tratamento da

difteria. Antibotulínico - "A": para tratamento

do botulismo do tipo A. Antibotulínico - "B": para tratamento

do botulismo do tipo B. Antibotulínico - "ABE": para tratamento

de botulismo dos tipos A, B e E. Anti timocitário: o soro anti timocitário

é usado para reduzir as possibilidades de rejeição de certos órgãos transplantados. O Instituto Butantan produz dois tipos desse soro: o de origem equina e o monoclonal. O primeiro tipo é obtido através da hiperimunizacão de cavalos com células obtidas do timo humano (glândula localizada no pescoço) e, em seguida, são purificados. O segundo tipo é produzido a partir de células obtidas em equipamentos especiais chamados bioreatores.

Como resultado de estudos na área, estão sendo desenvolvidas novas formas de utilização dos soros, aumentando o seu potencial de utilização, seja através da obtenção de graus mais elevados

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de purificação, da redução de custos ou do aumento do prazo de armazenamento, como os produtos liofilizados. Soros Antipeçonhentos Liofílizados estarão sendo disponibilizados brevemente. Uma pequena parcela de indivíduos tratados com os soros de origem equina torna-se hipersensível a certos componentes desses soros. Para esses casos, o Butantan vem estudando a possibilidade de produção de alguns soros a partir de sangue humano, como o anti-rábico e o antitetânico, que também pode ser obtido a partir de mães que foram vacinadas contra o tétano, já que elas concentram os anticorpos na própria placenta. (BRASIL, 2012)

7.2. CONTRA-INDICAÇÕES GERAIS

As vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados não devem ser administradas a princípio, a pessoas:

Com imunodeficiência congênita ou adquirida;

Acometidas por neoplasia maligna; Em tratamento com corticosteróides em

esquemas imunodepressores (2mg/kg/dia por mais de uma semana em crianças, ou 20mg/dia ou mais em adultos);

Submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia), transfusão de sangue ou plasma;

Gravidez de risco teórico de danos ao feto, salvo em situações de alto risco de exposição a algumas doenças virais imunopreveníveis, como a febre amarela;

Doenças agudas febris graves.

Durante a evolução de doenças agudas e febris, as pessoas não devem ser vacinadas devendo ser aguardado o final do processo infeccioso, principalmente para que seus sinais e sintomas

não sejam atribuídos ou confundidos com possíveis efeitos adversos relacionados à vacinação.

O adiamento da vacinação é recomendado em situações muito específicas. Ex: tratamento com imunodepressores ou com corticóides em dose imunossupressora. Neste caso agendar a vacinação para três meses depois do final do tratamento. Essa recomendação justifica:

Para as vacinas de vírus vivos há um

possível risco de disseminação do vírus vacinal;

Para as vacinas de componentes mortos ou inativados há a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica. Nesse caso, quando de qualquer forma, a vacina for administrada agendar a revacinação;

7.3. MITOS (FALSAS CONTRA-INDICAÇÕES)

Doenças benignas comuns: afecções

recorrentes infecciosas ou alérgicas das vias respiratórias superiores (tosse/ou coriza);

Diarréia leve ou moderada; Doenças da pele (impetigo, escabiose,

etc.); Desnutrição; Doença neurológica estável (síndrome

convulsiva controlada) ou pregressa, com sequela presente;

Antecedente familiar de convulsão; Tratamento sistêmico com

corticosteróide durante curto período (inferior a duas semanas), ou tratamento prolongado diário ou em dias alternados com doses baixas ou moderadas;

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Alergias, exceto as reações alérgicas sistêmicas e graves, relacionadas a componentes de determinadas vacinas;

Prematuridade ou baixo peso no nascimento (exceto a BCG, que deve ser aplicado somente em crianças com > 2 kg).

Internação hospitalar (crianças hospitalizadas podem ser vacinadas antes da alta e, em alguns casos, imediatamente depois da admissão, particularmente para prevenir a infecção pelo vírus do sarampo ou da varicela durante o período de permanência no hospital).

História ou diagnóstico clínico pregresso de Coqueluche, Difteria, Poliomielite, Sarampo, Tétano e Tuberculose não constituem contra-indicação ao uso das respectivas vacinas.

7.4. PRINCIPAIS RISCOS

Apesar da eficácia e segurança que as vacinas oferecem a imunização não está isenta de riscos. (SCHMITZ et al, 1989). Os principais riscos são:

Infecção no local da inoculação; Transmissão de doenças por meio do

produto injetado e contaminação do material empregado na administração;

Complicação devido a outros compostos dos produtos imunizantes;

Encefalite pós-vacinal, quando da utilização de antígenos vivos;

Agravamentos de enfermidades crônicas cardíacas, renais, do sistema nervoso central, entre outras;

Reações locais gerais: nódulos, edemas, dor ou mal-estar, lipotimia, entre outras;

Reações de hipersensibilidade;

Complicações específicas secundárias à natureza e tipos de antígenos ou substâncias fontes de anticorpos.

7.5. PRINCIPAIS EVENTOS ADVERSOS

Como já sabemos, as vacinas são constituídas por agentes infecciosos. Sejam eles atenuados ou inativados, por algum de seus produtos ou componentes que apesar da modernização de processos utilizados na produção e purificação, podendo induzir a reações indesejáveis. Algumas dessas reações, também chamadas de eventos adversos, são observadas com uma frequência relativamente alta. Entretanto, as manifestações que surgem, são geralmente benignas e transitórias, tais como febre e dor local, que eventualmente surgem na administração da DTP, uma possível contaminação, qualidade inadequada de determinados componentes, ou de falhas na técnica de aplicação. Complicações podem ocorrer em pacientes com deficiência imunológica primária, ou seja, com deficiências congênitas da imunidade, que são doenças raras, ou secundárias, decorrentes de doenças ou tratamentos que comprometem a imunidade. Ex: Leucemia, linfoma, etc. O risco de complicações se manifesta nas vacinas vivas, como a anti-sarampo, caxumba e rubéola, antipoliomielite oral, BCG, etc. No caso das vacinas mortas, como a tríplice bacteriana, contra difteria, tétano e coqueluche, o risco é da resposta imunitária não se processar adequadamente, continuando o receptor da vacina suscetível às doenças contra as quais se vacinou. Os aventos adversos específicos de cada vacina serão revisados junto as seus respectivos imunobiológicos.

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8. QUAIS AS RECOMENDAÇÕES NECESSÁRIAS A SEREM DADAS AO CLIENTE QUE RECEBERÁ A VACINA?

1. Converse com o cliente sobre os

benefícios da vacina a ser administrada 2. Compartilhe a segurança de que não

existe nenhuma contra-indicação para a vacinação naquele momento.

3. Informe sobre os eventos adversos mais comuns ou esperados das vacinas a serem aplicadas.

4. Oriente o cliente ou responsável para retornar à unidade de saúde, caso observe que os eventos adversos comuns ou esperados se apresentem com maior intensidade, demorem muito a passar e se, além destes, surgirem outros sinais e sintomas.

5. Explique que vacinas de bactérias e vírus vivos atenuados injetáveis podem ser aplicadas no mesmo dia. Caso não seja possível, deve ser dado um intervalo de 30 dias, no mínimo 15 dias, entre a aplicação de vacinas que tenham esta composição, tais como BCG, tríplice viral, entre outras.

6. Considere as doses já recebidas de cada vacina, para completar o respectivo esquema vacinal.

7. Oriente para que não se coloquem pomadas no local de aplicação das vacinas.

8. Registre no cartão do cliente e no cartão espelho, a vacina administrada com seu respectivo lote. Na vacina contra a febre amarela, o registro é uma recomendação internacional.

9. TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

As vacinas devem ser administradas de acordo com as normas recomendadas pelos fabricantes. Antes de aprendermos quais as vias de administração mais indicada para cada vacina,

vamos revisar as principais vias de administração.

O que é uma via de administração?

Via de Administração é o caminho que a droga percorre para entrar em contato com o organismo. Ela transporta a substância à parte do corpo onde deseja-se que ocorra sua ação. As vias de administração de fármacos podem ser a grosso modo divididas em 3: Tópica, Enteral e Parenteral. A Via Tópica tem efeito local. Nessa técnica, a substância é aplicada diretamente onde se deseja sua ação. Classifica-se em:

Epidérmica: aplicação sobre a pele

(testes de alergia, anestesia local tópica).

Inalável através das vias aéreas. Enema administrados através do reto. Colírios: sobre a conjuntiva; Gotas otológicas: na via auricular

(antibióticos e corticóides para otite externa);

Intranasal (spray descongestionante nasal).

A Via Enteral tem efeito sistêmico. Por essa via, a substância tem como porta, o trato digestivo.

Pode entrar através de:

Via Oral (Boca). A maioria em forma de tabletes, cápsulas ou gotas.

Tubo gástrico, tubo de alimentação duodenal ou gastrostomia;

Via Retal. (supositórios ou enemas).

A Via Parenteral é a mais utilizada na administração de vacinas. Essa via tem efeito

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sistêmico. Recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato digestivo. As principais vias parenterais são:

Intravenosa (IV): Através da veia Intramuscular (IM): Através dos

músculos Subcutânea (SC): Entre os músculos e a

pele. Intradérmica (ID): Sob a pele

Em LACTENTES: administrar as de uso Intramuscular (IM) no músculo vastolateral da coxa.

10. IDADE IDEAL PARA IMUNIZAÇÃO A idade em que as vacinas devem ser administradas varia de acordo com a faixa etária de maior risco para a doença, idade específica em que o imunobiológico é capaz de estimular a resposta imunológica, potencial interferência de anticorpos adquiridos por via transplacentária e risco de complicações da vacina em determinada idade. (SUCUPIRA, et al, 2000) Dessa forma, é importante lembrar que algumas vacinas não devem ser administradas no período neonatal, para evitar o fenômeno de tolerância imunológica, e que aquelas que contêm agentes vivos podem ser inativadas pelos anticorpos maternos da classe IgG, que cruzam livremente a barreira placentária.

11. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS BÁSICOS

Bancada ou mesa para preparo dos imunobiológicos;

Refrigerador para conservação dos imunobiológicos. O refrigerador, de compartimento único, deve ter capacidade mínima para 280 litros, aproximadamente.

Quando necessário, utilizar dois refrigeradores: um para os imunobiológicos em estoque e outro para os produtos que serão usados no dia de trabalho.

De modo geral, utiliza-se a caixa térmica para conservar os imunobiológicos que serão usados no dia de trabalho.

Bandeja de aço inoxidável.

12. CUIDADOS GERAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS

O vacinador, antes de administrar a vacina, deve:

Lavar as mãos e organizar todo o material;

Retirar a vacina da caixa térmica ou do refrigerador, verificando o nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina;

Preparar a vacina de acordo com recomendações específicas.

Ao aspirar o volume a ser administrado, verificar se a graduação da seringa se a dosagem estão corretas;

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco. Fazer um movimento rotativo com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Os procedimentos básicos para remoção e reconstituição de soluções são os mesmos.

Recolocar o frasco na caixa térmica ou no refrigerador até a aspiração de outra dose.

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Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável, fazendo a limpeza do local da administração, se necessário.

No caso de vacinas injetáveis, administrar o líquido lentamente. Administrar com cautela em indivíduos com trombocitopenia ou qualquer outro distúrbio de coagulação, uma vez que pode ocorrer sangramento após a administração intramuscular nesses pacientes.

Desprezar a seringa e a agulha, conforme orientações de Biossegurança;

Atentar para reações imediatas. Orientar a pessoa vacinada ou seu

acompanhante para usar compressa fria no caso de dor ou vermelhidão no local da administração. Nunca usar compressa quente no local da vacina.

Após a administração, lavar as mãos; Registrar o nº do lote e a validade;

Orientar sobre o retorno, quando for o caso, para a complementação do esquema básico de vacinação.

Não é mais orientada a manutenção de uma agulha no frasco; a borracha utilizada atualmente apresenta melhor resistência às múltiplas perfurações, em consequência do constante aperfeiçoamento dos materiais. Entretanto, a agulha utilizada para aspirar não deve ser a mesma para a administração da vacina.

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por fim, clique no ícone .

1) Além da cobertura vacinal em crianças, adolescentes e adultos de risco, o PNI incorpora mais um desafio:

a) Aumento do preço das vacinas b) Ampliar a cobertura vacinal em todas as

gestantes e pessoas com deficiência. c) Ampliar as ações de vacinação para a

população de 60 anos e mais e 100% das populações indígenas brasileiras;

d) Aumento do número de vacinas contra a poliomielite

2) A imunização é muito importante, pois

além de evitar a disseminação de doenças:

a) Contribui para o controle de

determinadas patologias; b) Mantém o usuário sempre presente na

unidade básica de saúde;

c) Não é tão cara para o bolso do brasileiro, principalmente para a população mais carente;

d) Aumenta o apetite em pessoas desnutridas.

3) Existem dois tipos de imunidade. São

elas: a) Passiva e comercial b) Ativa e passiva c) Natural e comercial d) Ativa e comercial

4) O ano de 2011, na área da imunização

foi marcado pela inserção de duas novas vacinas no calendário vacinal de rotina de crianças. São elas:

a) Febre Amarela e Pneumocócica 10 b) Pneumocócica 23 e Febre Amarela c) Febre Amarela e Meningocócica C d) Pneumocócica 10 e Meningocócica C

5) Classifica-se como uma FALSA contra-

indicação para a vacinação em pessoas:

a) Submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras, transfusão de sangue ou plasma;

b) Doenças agudas febris graves. c) Diarréia leve ou moderada. d) Em tratamento com corticosteróides em

esquemas imunodepressores por tempo prolongado;

6) Existem dois tipos principais de vacinas,

as vacinas de vírus vivos atenuados e as de vírus inativados.

a) As Vacinas de Vírus Vivos Atenuados são

feitas com vírus vivos e que causam uma forma muito forte da doença, agravando os efeitos colaterais

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b) As Vacinas de Vírus Inativados são feitas com vírus vivos, mas que causam uma forma muito fraca da doença.

c) As Vacinas de Vírus Vivos Atenuados são feitas com vírus vivos, mas que causam uma forma muito fraca da doença.

d) As Vacinas de Vírus Vivos Atenuados são compostas por vírus ou bactérias completamente mortos por processos químicos.

7) A vacina PENTAVALENTE foi introduzida

no Calendário Básico a partir do segundo semestre de 2012. A penta refere-se a:

a) Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada);

b) Vacina difteria, sarampo, tétano, hepatite B e Haemophilus influenzae b;

c) Vacina adsorvida rubéola, tétano, hepatite C (combinada) e Haemophilus influenzae b (reconjugada);

d) Vacina adsorvida difteria, rubéola, hepatite A (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada).

8) A Vacina Oral contra o Rotavírus é o

vírus responsável pelos quadros mais graves de diarréia, vômitos e desidratação, e que está associado aos quadros que necessitam de internação por desidratação grave, podendo levar a óbito. Foi introduzida no Calendário Básico desde o ano de:

a) 2000 b) 2006 c) 2004 d) 2002.

9) A Via Tópica tem efeito local. Nessa

técnica, a substância é aplicada

diretamente onde se deseja sua ação. São tipos de Via Tópica:

a) Epidérmica - Inalável - Enema – Colírios - Gotas otológicas - Intranasal.

b) Subcutânea - Intradermica - Enema – Intranasal.

c) Intramuscular - Inalável – Subcutânea – Colírios - Gotas otológicas - Intranasal.

d) Inalável - Enema – Intradérmica - Intramuscular - Intranasal.

10) A Via Parenteral é a mais utilizada na administração de vacinas. Essa via tem efeito sistêmico. Recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato digestivo.

a) Intravenosa – Enema – Intramuscular –

Intranasal; b) Intramuscular – Colírios – Gotas

otológicas – Inalável; c) Intradérmica – Injetável – Colírios – via

oral; d) Subcutânea – Intradérmica –

Intravenosa – Intramuscular.

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Nacional de Saúde. Manual do Normas de Vacinação. 3 ed Brasília - DF, 2001.

3- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS nº 1602, de 17 de julho de 2006. Institui em todo território nacional os calendários de vacinação da criança, adolescente, adulto e idoso. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília – DF, 18 jul. 2006.

4- BRASIL. Ministério da Saúde. Manual do

Centros de Referência para Imunológicos Especiais. 3 ed Brasília - DF, 2006.

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6- Brasil, Campanha para Atualização da Caderneta de Vacinação. Brasília - agosto de 2012.

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10- RIBEIRO, MCS. Programa de Imunizações. In: AGUIAR, ZN; RIBEIRO, MCS (org.). Vigilância e controle das doenças transmissíveis. 2. Ed. São Paulo: Martinari, 2006.

11- SCHMITZ, E.M.R. et al Imunização Básica

na Infância. São Paulo: Atheneu, 1989.

12- SCLIAR, M. Oswaldo Cruz: entre micróbios e barricadas. Rio de Janeiro: Perfis do Rio, 1996.

13- SEVCENKO, N. A Revolta da Vacina:

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14- SUCUPIRA, ACSL; BRICKS, LF; KOBINGER,

MEBA; SAITO, MI; ZUCCOLOTTO, SMC (colaboradores). Pediatria em Consultório. 4 ed. São Paulo: Sarvier, 2000.