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Imunologia das Vacinas
Objetivos
O termo imunidade é derivado do Latim immunitas que se refere
às isenções de taxas oferecidas aos senadores romanos.
Historicamente, imunidade representa proteção a doenças, mais
especificamente doenças infecciosas. A imunologia é o estudo da
imunidade, ou seja, os eventos moleculares e celulares que ocorrem
quando o organismo entra em contato com micro-organismos ou
macromoléculas estranhas presentes no ambiente.
A imunologia surgiu como ramo da microbiologia, desenvolvendo-se
a partir dos estudos das doenças infecciosas e das respostas do
organismo a estas doenças.
IMUNIDADE
• Capacidade do organismo de reconhecer substancias que “considera” estranha
Reconhecimento
Metabolização
Neutralização
Eliminação
DEFESA DO ORGANISMO
Os conceitos de contágio e a teoria dos germes como
causadores de doenças são atribuídos a Girolamo
Fracastoro, um colega de Copernicus, na Universidade
de Pádua por volta de 1546.
É importante ressaltar que a imunologia, como ciência
teve início com os trabalhos desenvolvidos por Edward
Jenner, em 1798.
• Vacinação contra varíolaJENNER 1796
• microrganismosKOCH sec. XIX
• Vacina antirábicaPASTEUR 1880
• FagocitoseMETCHNIKOFF
1887
• AnticorposVON BEHRING
1890
Edward Jenner
(1749-1823 Inglaterra)
Edward Jenner - Médico - fez vários experimentos relativos à varíola.
A princípio, com as experiências não obteve reconhecimento
Em 1778 publica “An Inquiry into the Causes and Effects of the Variolae
Vaccinae, a Disease Known by the Name of Cow Pox".
O reconhecimento em seu país só foi alcançado após médicos de outros
países adotarem a vacinação e obterem resultados positivos. A partir de
então, Edward Jenner ficou famoso por ter inventado a vacina. A
varíola só seria erradicada na década de 1980, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde.
Edward Jenner
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A história da vacinação se inicia muito antes de Jenner com a anti-variólica,
mais de mil anos atrás os chineses já induziam um quadro leve infeccioso através
do uso de secreção de feridas de pacientes com varíola
Inglaterra no século XVII varíola matava 45 mil pessoas por ano
Lady Mary Wortley Montagu (1689-1762 Inglaterra), esposa do embaixador inglês em
Constantinopla atual Istambul na Turquia imunizou em 1721 na própria filha e a
princesa do Pais de Gales imunização, as duas foram arranhadas no braço e a saliva de
um doente foi introduzida,
Nos Estados Unidos, ela foi introduzida pelo Reverendo Cotton Mather, que aprendeu a
técnica com escravos africanos.
Foi através do conhecimento prévio da variolação que Jenner desenvolveu a
vacinação com material retirado de vacas leiteiras, após observar que ordenhadeiras do
condado de Gloucester eram resistentes à varíola.
A varíola só seria erradicada na década de 1980, de acordo com a Organização
Mundial de Saúde.
História das Vacinas
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IMUNIDADE
IMUNOLOGIA
Estudo da imunidade
IMUNOPATOLOGIA
Estudo das alterações da
imunidade
AlergiasDoenças auto
imunesimunodeficiências
O sistema imunológico de um indivíduo começa a se formar na fase intrauterina,
quando também recebe anticorpos da mãe via placenta.
Após o nascimento, durante os primeiros meses de vida, o leite materno passa a ser a
principal fonte de anticorpos da criança, até que a mesma produza seus próprios
anticorpos em resposta à administração de vacinas ou mesmo após entrar em
contato com agentes infecciosos.
Sistema Imune
Sistema Imunológico dos recém nascidos
Sistema ImunológicoSistema
Imunológico
Sistema
FAGOCITICO MONONUCLEAR
Vigilância
Fagocitose
Produção de citosinas
Apresentação antigênica (célula apresentadora)
Sistema
LINFOCITO-MACROFAGO
Vigilância
Defesa específica (mecanismos complexos)
Produção de citosinas
Memória
Funções: defesa e imunidade
Classificação da resposta Imunológica
Primária Secundária
Ativa Passiva
Inata Adaptativa
Humoral Celular
Resposta Primária
É a resposta imunológica que ocorre quando o organismo entra em contato pela primeira vez
com o antígeno
Ativação do sistema macrofágico
Ativação do sistema linfoide (formação de células de memória T e Células B) e formação de
imunoglobulinas IgM
Resposta Secundária
É a resposta imunológica em que já houve contato prévio com o antígeno
Ativação do sistema macrofágico
Ativação do sistema linfoide (já presentes células de memória T e Células B IgG)
Resposta mais rápida e mais intensa
(proposta das VACINAS)
A imunidade ativa é também
subdividida em natural ou artificial, sendo a
natural adquirida a partir do contato com
um patógeno e a artificial pela vacinação.
A vacina gera uma memória imunológica, a
qual é traduzida por uma proteção de longa
duração. VACINAÇÕES OU
IMUNIZAÇÕES
EX. Toxóides, microrganismos mortos ou vírus atenuados
RESPOSTA ATIVA
Recebe antígenos
Haverá resposta
imunológica
A passiva pode ser natural ou artificial, sendo
a natural obtida pelo aleitamento materno
(anticorpos transplacentarios IgG e anticorpos
no colostro (gA) enquanto a passiva artificial
pela soroterapia (transferencia de anticorpos)
A imunização passiva artificial é obtida pela
transferência ao indivíduo de anticorpos
produzidos por um animal ou outro homem.
Esse tipo de imunidade produz uma rápida e
eficiente proteção, que, contudo, é
temporária, durando em média poucas
semanas ou meses Ex. antitoxinas antitêticas,
Gamaglobulinas humana no caso de endemias
de sarampo e Hepatite A para populações com
deficiencia de IgG
Recém nascido recebe anticorpos por passagem
placentária de IgG materna e IgA pelo lactação
RESPOSTA PASSIVA
Recebe produtos de linfócitos B ou T para melhoria da defesa
Imunização Passiva
1. Obtida por injeções de imunoglobulinas (anticorpos pre produzidos obtidos do soro
humano (ou ocasionalmente de animais)
2. Fornece proteção imediata aos indivíduos expostos a um organismo infecciosos e
que não possuem imunidade ativa contra tal patógeno
3. Não ativa o sistema imunológico do individuo
4. Não gera resposta de memória imunológica
5. Não é permanente (dura apenas semanas ou meses)
6. Ex. Hepatite A com Ig humana – após exposição, profilaxia de risco a exposição em
áreas endêmicas
Imunização Ativa
1. Obtida por injeção de patógenos ou produtos purificados do patógeno
2. Prepara o sistema imune para responder como se o organismo estivesse sendo
atacado pelo patógeno
3. Pode levar vários dias ou meses para tornar-se efetiva
4. Produz imunidade prolongada
O sistema imunológico é constituído por barreiras físicas, células
e moléculas.
A função básica do sistema imunológico é responder contra substâncias estranhas
que venham a penetrar no organismo humano, para tanto, o mesmo é capaz de reconhecer o
que é estranho e o que é próprio.
O sistema imunológico tem funções no combate a agentes estranhos, assim como na
eliminação de células lesadas ou já envelhecidas, e na destruição de células anormais ou
mutantes que aparecem no organismo.
Os mecanismos de defesa podem ser divididos em três partes
Barreiras Naturais Imunidade Inata (inespecífica) Imunidade adaptativa (específica)
Constituídas pela integridade da
pele, mucosas, por substâncias
antimicrobianas presentes nestes
locais, pH das secreções do trato
digestivo e urogenital, enzimas
antimicrobianas presentes na lágrima,
entre outros, naturalmente servem
de barreira impedindo a entrada
de micro-organismos em
nosso organismo.
O organismo responde sempre da mesma
forma, independente do antígeno (varia só
a quantidade)
Componentes da resposta inespecífica:
1. Barreira mecânica
2. Fagócitos: fagocitose e quimiotaxia
3. Sistema complemento
4. Células NK
O organismo reage de diferentes
formas, dependendo do antígeno (varia
a qualidade)
Características
1. Memoria
2. Especificidade
3. Heterogeneidade
Componentes:
1. Reposta Humoral (linfócitos B)
2. Resposta celular (linfocitos T)
Ao ultrapassar as barreiras naturais
impostas por essa primeira linha de
defesa, o próximo mecanismo de
defesa do organismo humano é a
imunidade inata.
Composta basicamente por células que
realizam fagocitose e por substâncias
como as proteínas do sistema
complemento, que são responsáveis
por destruir a membrana de agentes
infecciosos, auxiliar no processo de
fagocitose e também intensificar o
processo inflamatório.
Após algumas horas da infecção,
começa a se estabelecer a terceira
categoria de mecanismos de proteção anti-
infecção, a imunidade específica.
Caracterizada pelo envolvimento de
células chamadas linfócitos T e B, pela
produção de anticorpos e pelo
desenvolvimento da memória
imunológica.
Responsável por gerar uma reação
rápida, intensa e específica num
próximo contato com o mesmo micro-
organismo.
A partir da década de 60, caracterizaram-se as classes das imunoglobulinas.
Na década de 70 tornaram-se conhecidos os linfócitos T e B e, finalmente, na
década de 80, a criação de animais geneticamente modificados (especialmente o
camundongo transgênico) trouxe notáveis avanços no conhecimento do sistema
imune e das suas funções.
Novos estudos na Imunologia
Existem duas maneiras de estudar a função de um determinado gene com a técnica de
transgenia: o pesquisador aumenta a expressão do gene e, portanto, seu efeito
fisiológico/fisiopatológico; ou bloqueia totalmente sua expressão. No primeiro caso, o
modelo transgênico é chamado de "adição gênica", e o animal apresenta várias cópias do
gene de interesse em seu genoma, como é o caso do camundongo Vítor, o primeiro
camundongo transgênico brasileiro criado para estudo de doenças cardíacas.
O segundo modelo, no qual o gene é retirado do genoma do animal, é denominado
knock-out (nocaute). Este é o caso do camundongo Christian, o primeiro criado com a
mutação genética que provoca a síndrome de Marfan, doença que afeta o sistema ocular
e cardiovascular,
Embora possa se dividir a imunidade em
- inata (natural / inespecífica)
- específica (adquirida / adaptativa)
existe uma sobreposição entre as mesmas.
A imunidade inata tem como função principal de controlar as infecções, de maneira inespecífica,
antes que a imunidade adquirida se desenvolva, em outras palavras, refere-se a qualquer
resistência naturalmente presente quando um patógeno se apresenta pela primeira vez; não
requer nenhuma exposição anterior e não se modifica significativamente por meio de
exposições repetidas ao patógeno durante a vida do indivíduo.
Agentes atuantes da imunidade natural: células fagocitárias, celulas “natural killers”
e sistema complemento
Já a imunidade adquirida é caracterizada por especificidade e memória.
É mediada por linfócitos B e T e seus produtos (anticorpos e citocinas, respectivamente). Estas
células, ao entrarem em contato com um dado antígeno, produzem uma resposta específica
(direcionada ao agente indutor). O contato repetitivo (reforço) com o mesmo antígeno induz
uma resposta cada vez mais vigorosa, quantitativamente (ex. nível elevado de anticorpos) e
qualitativamente (velocidade da resposta, tipo de anticorpo produzido, etc.).
Agentes atuantes: células da imunidade inata, Linfócitos T e Linfócitos B, sistema de
complemento e Anticorpos
Sistema Imunológico
O sistema linfoide é um sistema multicelular complexo que serve como mecanismo de
defesa do organismo contra a invasão por agentes estranhos como bacterias, fungos e
parasitas.
A ativação do sistema linfoide pelo antígeno resulta em dois tipos de reposta imune:
1. resposta humoral mediada por anticorpos
2. resposta celular mediada por células
A resposta imune, seja ela humoral ou mediada por células, depende diretamente das
células e de seus respectivos produtos pertencentes aos sistema imune.
Células do sistema imune
Praticamente todas as células de
defesa especializadas possuem dois
aspectos em comum:
1. todas passam pelo menos parte
de suas vidas na corrente
sanguínea e
2. todas se originam de células
produzidas na medula óssea.
A hematopoiese, é o processo
pela qual as células sanguíneas
crescem, dividem-se e se
diferenciam na medula óssea, onde
está presente um conjunto de células-
tronco hematopoiéticas pluripotentes
que origina várias classes de
células, dentre elas, as hemácias, as
plaquetas, leucócitos e linfócitos.
Célula principal (medula óssea)
Linhagem linfoide
Linfócitos
Linhagem Mieloide
Neutrófilos
Monócitos
Macrófagos
Mastócitos
Basófilos
Eosinófilos
Plaquetas
ANTICORPOS
Os anticorpos são glicoproteínas (proteínas que
apresentam oligossacarídeos ligados) conhecidas como
imunoglobulinas (Ig). Essas proteínas, bastante
específicas, apresentam a capacidade de interagir com
o antígeno que desencadeou sua formação. A secreção
dos anticorpos é feita pelos plasmócitos, células que
surgem a partir da diferenciação do linfócito B, uma célula
do nosso sistema imunológico.
Estrutura básica simétrica
quatro cadeias – ligadas com pontes
dissulfetos
2 cadeias pesadas e 2 leves
regiões vaiáveis e constantes (aminoácidos)
Regiões Fab e Fc
5 Tipos de cadeias pesada: IgG, IgA, IgM, IgD
e IgE
Das cinco classes principais de anticorpos ou
imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE, o tipo mais
abundante é o IgG, que atua, principalmente, ativando a
fagocitose e neutralizando os antígenos.
ANTICORPOS
Das cinco classes principais de anticorpos ou imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE, o tipo
mais abundante é o IgG, que atua, principalmente, ativando a fagocitose e neutralizando os
antígenos.
IgG
predomina no sangue e linfa
atravessam a barreira placentária e transferem imunidade para ao feto
indicam infecção passadas
Relacionadas com processo de opsonização, neutralização do antígeno e ativação do
complemento
IgM
infecções agudas
associadas a pentâmeros, funcionando com receptores
IgA
Mucosas e secreções, salivas, muco, leite materno, lagrimas
Proteção do sistema respiratório e trato gastrointestinal
Dímeros
IgD
Proteína associada a membrana do e funciona com receptor de antígenos das moléculas B
igM
Monômeros, relacionada ao combate as reações de hipersensiblidade
ANTIGENOS
Antígenos são as moléculas capazes de reagir com um anticorpo. Essa reação pode provocar ou não uma resposta
do nosso sistema imune. Caso provoque uma reação imune, o antígeno é conhecido como imunógeno. Como
exemplo de antígenos, podemos citar os vírus, as bactérias e até mesmo partículas desencadeadoras de alergias
ANTICORPOS
Os anticorpos são proteínas solúveis presentes no plasma, saliva, secreções do trato
digestivo, respiratório, urogenital, que são produzidos pelos linfócitos B. Nos seres
humanos existem cinco tipos diferentes de anticorpos, cada qual com uma característica
diferente, sendo todos responsáveis pela neutralização de micro-organismos e por auxiliarem
na destruição dos mesmos:
• IgG: anticorpo mais abundante do plasma, o único capaz de atravessar a placenta.
• IgA: presente na lágrima, na saliva, nas secreções do trato digestivo, respiratório e
urogenital, assim como no leite materno.
• IgM: é o primeiro anticorpo a ser produzido, sendo muito importante na neutralização
de agentes infecciosos.
• IgE: participa da defesa contra parasitas, especialmente contra helmintos, sendo
responsável também pelo desencadeamento de alergias.
• IgD: anticorpo menos abundante do plasma, tem suas funções pouco conhecidas.
Tipos de reposta imune às vacinas
Vacinas de patógenos mortos
ou de componentes antigênicos
Linfócitos B
Imunidade Humoral
(produção de anticorpos)
Anticorpos são efeitos para
microrganismos extracelulares
Vacinas de patógenos vivos
atenuadosFagócitos
Imunidade celular (mediada
por células T)
Conceituação de antígeno, anticorpo, soro, vacina e as terminologia
Soro e vacina são dois agentes que atuam como imunizadores, entretanto, são usados em ocasiões diferentes,
apesar de terem um objetivo comum que é proteger nosso corpo contra substâncias estranhas. Os dois produtos
são fabricados a partir de organismos vivos, sendo, portanto, chamados de imunobiológicos.
VACINAS
Vacina vem do termo VACCINIA (agente infeccioso da varíola bovina) que quando inoculado em serem humanos
proporcionava imunidade à varíola.
As vacinas são usadas como uma forma de proteção que estimula nosso organismo a produzir anticorpos contra
determinada doença. Em razão dessa característica, dizemos que a vacina é uma forma de imunização ativa.
Dessa forma, elas são produzidas a partir de antígenos inativados ou atenuados, que, ao serem colocados no
nosso corpo, estimulam a produção de anticorpos e células de memória pelo nosso sistema imunológico.
Assim, quando nosso corpo for invadido novamente pelo mesmo antígeno, o organismo já terá formas de eliminá-
lo rapidamente, antes de surgirem os sintomas da doença. As vacinas são usadas na prevenção de viroses e
doenças bacterianas.
Características de uma Vacina ideal
1. Conter antígenos específicos que sejam alvos do sistema imunológico
2. A vacina deve gerar imunidade efetiva
3. Vacinas devem produzir imunidade protetora
4. Bom nível de proteção sem a necessidade de várias doses de reforço
5. Seguras: vacina não pode causar doença ou morte
6. Baixo custo por dose
7. Fácil de administrar
8. Estável biologicamente
9. Poucos ou idealmente sem efeitos colaterais (como vômitos, febre, irritabilidade, sonolência,
anorexia e outros)
SOROS
Os soros, por sua vez, não promovem uma imunização ativa, uma vez que, nesses casos, são inoculados
anticorpos previamente produzidos em outro organismo. No caso dos soros, dizemos que ocorre uma
imunização passiva. Os soros são usados em casos em que há necessidade de tratamento rápido, ou seja,
quando não é possível esperar a produção de anticorpos pelo nosso corpo. O soro, diferentemente da vacina,
não possui função preventiva, sendo usado apenas como forma de cura.
Programa
Soros & vacinas são produtos de origem biológica (chamados imunobiológicos) usados na prevenção e
tratamento de doenças.
A diferença entre esses dois produtos está no fato dos soros já conterem os anticorpos necessários para
combater uma determinada doença ou intoxicação, enquanto que as vacinas contêm agentes infecciosos
incapazes de provocar a doença (a vacina é inócua), mas que induzem o sistema imunológico da pessoa a
produzir anticorpos, evitando a contração da doença.
Portanto, o soro é curativo, enquanto a vacina é, essencialmente, preventiva.
Fonte: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Soro e vacina"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/soro-vacina.htm>. Acesso
em 24 de julho de 2017.
VACINAS SOROS
Usado na prevenção Usado na cura
Contem antígeno inativado ou
atenuado
Contém anticorpos previamente
produzidos em outro organismo
Imunização ativa Imunização passiva
Instituto desenvolve remédio inédito contra veneno de abelha
Postado em 3 julho 2017 às 12:30 Por Agência Brasil
Há um ano, o soro antiapílico vem sendo testado em dez pacientes que tiveram múltiplas picadas de abelha
O Instituto Vital Brazil (IVB), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, está
desenvolvendo um medicamento inédito contra veneno de abelhas, em parceria com o Centro de Estudos e
Venenos de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Cevap/Unesp), cuja
tecnologia de produção e o próprio soro poderão ser exportados para outras nações. Países asiáticos já têm
manifestado interesse nesse sentido, disse ontem (1º) à Agência Brasil o médico veterinário Luís Eduardo
Cunha, assessor da diretoria científica do IVB e doutorando em medicina tropical pela Fundação Instituto
Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Há um ano, o soro antiapílico vem sendo testado em dez pacientes que tiveram múltiplas picadas de abelha. Os
resultados foram muito bons, disse Cunha. “Nesta fase de testes, a gente vê segurança. Nesses dez
pacientes em que foi aplicado o soro, correu tudo bem, na medida do esperado.”
No mês de julho, o Instituto solicita à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a extensão, por
mais um ano, da atual fase de testes, chamados estudos clínicos, com o objetivo de testar o soro em
mais 10 pacientes, antes que o medicamento seja registrado e possa ser disponibilizado para todo o país.
“Até julho do ano que vem, a gente tem que totalizar 20 pacientes, que é o número que estabelecemos para
esse estudo. Como a gente não pode inocular o veneno nas pessoas e depois o soro para testar, e tem
que esperar acontecer os casos, isso dificulta um pouco o processo. A gente necessita que os casos
aconteçam naturalmente e que sejam perto de onde a gente tem soro”, indicou o assessor da diretoria científica
do IVB.
Registro contra veneno de abelha
As duas unidades de pesquisa clínica credenciadas e autorizadas pela Anvisa para fazer esse teste
estão nas cidades de Botucatu (SP) e Tubarão (SC).
Em julho de 2018, alcançando o total de até 20 pacientes, o IVB fechará o relatório de segurança, que
será enviado à Anvisa, para que possa liberar o registro.
O Instituto passará então a produzir o medicamento para fornecer ao Sistema Único de Saúde
(SUS), do Ministério da Saúde, que vai disponibilizar para o Brasil inteiro. A expectativa é que o
medicamento possa ser liberado para consumo no segundo semestre de 2019.
Para participar dos estudos clínicos, as pessoas têm que ter entre 18 e 60 anos, não estar grávidas,
no caso de mulheres, e ter sofrido acima de cinco picadas de abelha. “O paciente tem que concordar em
participar do estudo. É uma participação voluntária. Mesmo ele acidentado ou tendo algum risco de
envenenamento, ele tem que optar ou, caso ele esteja inconsciente, um parente junto com o médico
pode autorizar o uso do soro. Mas a gente prefere que ele mesmo autorize”, destacou Luís Eduardo
Cunha.
O tratamento consiste na utilização de duas a dez ampolas de soro, dependendo da carga de
veneno que as pessoas acidentadas receberam. Duas ampolas são suficientes para combater 200
picadas de abelha.
Acidentes
Os últimos dados disponíveis no Ministério da Saúde, embora ainda provisórios, segundo observou Cunha, mostram que
em 2014 ocorreram 14.062 casos de picadas de abelha no Brasil; em 2015, o número recuou para 13.708
registros, caindo ainda mais em 2016 (11.991 casos).
Nos últimos três anos, a incidência por 100 mil habitantes revela sete óbitos por veneno de abelha em 2014, 12 em
2015 e 25 em 2016. A média é 30 mortes por ano para 10 mil a 12 mil acidentes, disse o assessor do IVB. A maior
prevalência é entre crianças e idosos. Cunha salientou que, proporcionalmente, o resultado é muito parecido ao que
acontece com os casos de mortes com picadas de serpentes, em que são registrados atualmente 110 óbitos para cerca
de 30 mil envenenamentos.
Luís Eduardo Cunha recordou ainda que o Brasil tem uma tradição na produção de soros contra venenos de animais há
cerca de 120 anos. O IVB, por exemplo, completará 100 anos em 2019. Além disso, essa é uma atividade do governo,
manifestou. “O governo banca essa pesquisa e distribui para o Brasil inteiro”. A produção de soros é destinada a
venenos de aranhas, escorpiões, serpentes e abelhas. “É um programa admirado no mundo inteiro. Não tem
semelhança em nenhum lugar do mundo”, explicou.
O IVB é um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de
animais peçonhentos, e produtor de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.
Cientistas produzem anticorpos humanos específicos em
laboratórioPostado em 31 julho 2017 às 8:00
• Vacina: o método atual de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno
(Karoly Arvai / Reuters/Reuters)
• A descoberta pode acelerar a produção de anticorpos para tratar um amplo espectro de doenças e facilitar o
desenvolvimento de novas vacinas
Washington – Um grupo de cientistas descobriu um método para desenvolver rapidamente anticorpos humanos específicos em
laboratório que pode ajudar a combater doenças infecciosas e até o câncer, segundo um artigo divulgado nesta segunda-feira na revista
“Journal of Experimental Medique”.
“Em particular, deveria permitir a produção desses anticorpos em um período de tempo mais curto in vitro e sem a necessidade de
vacinação ou doação de sangue de pessoas recentemente infectadas”, indicou Batista no artigo.
Atualmente, o método de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno, mediante ao crescimento
dos vírus em células primárias, o que representa conseguir essas mostras de doadores infectados e isolar depois o antígeno das células usadas
para criá-lo.
Os pesquisadores liderados por Batista conseguiram replicar esse processo no laboratório ao produzir anticorpos específicos dessas
células isoladas das amostras de sangue.
No entanto, além do encontro com um antígeno concreto, as células precisam de um segundo sinal para começar a desenvolver esses
anticorpos. Isso pode ser obtido por pequenos fragmentos de DNA, chamados CpG oligonucletídeos, que ativam a proteína TLR9.
Para isso, os cientistas conseguiram produzir anticorpos específicos graças ao tratamento de células infectadas com nanopartículas
com CpG oligonucletídeo e o antígeno apropriado em poucos dias no laboratório. Como consequência, o procedimento não depende que
os doadores tenham sido expostos a esses antígenos previamente.
Os pesquisadores conseguiram, por exemplo, gerar anticorpos contra o HIV em células isoladas de pacientes sem HIV.
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