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Imunologia das Vacinas Objetivos O termo imunidade é derivado do Latim immunitas que se refere às isenções de taxas oferecidas aos senadores romanos. Historicamente, imunidade representa proteção a doenças, mais especificamente doenças infecciosas. A imunologia é o estudo da imunidade, ou seja, os eventos moleculares e celulares que ocorrem quando o organismo entra em contato com micro-organismos ou macromoléculas estranhas presentes no ambiente. A imunologia surgiu como ramo da microbiologia, desenvolvendo-se a partir dos estudos das doenças infecciosas e das respostas do organismo a estas doenças.

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Imunologia das Vacinas

Objetivos

O termo imunidade é derivado do Latim immunitas que se refere

às isenções de taxas oferecidas aos senadores romanos.

Historicamente, imunidade representa proteção a doenças, mais

especificamente doenças infecciosas. A imunologia é o estudo da

imunidade, ou seja, os eventos moleculares e celulares que ocorrem

quando o organismo entra em contato com micro-organismos ou

macromoléculas estranhas presentes no ambiente.

A imunologia surgiu como ramo da microbiologia, desenvolvendo-se

a partir dos estudos das doenças infecciosas e das respostas do

organismo a estas doenças.

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IMUNIDADE

• Capacidade do organismo de reconhecer substancias que “considera” estranha

Reconhecimento

Metabolização

Neutralização

Eliminação

DEFESA DO ORGANISMO

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Os conceitos de contágio e a teoria dos germes como

causadores de doenças são atribuídos a Girolamo

Fracastoro, um colega de Copernicus, na Universidade

de Pádua por volta de 1546.

É importante ressaltar que a imunologia, como ciência

teve início com os trabalhos desenvolvidos por Edward

Jenner, em 1798.

• Vacinação contra varíolaJENNER 1796

• microrganismosKOCH sec. XIX

• Vacina antirábicaPASTEUR 1880

• FagocitoseMETCHNIKOFF

1887

• AnticorposVON BEHRING

1890

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Edward Jenner

(1749-1823 Inglaterra)

Edward Jenner - Médico - fez vários experimentos relativos à varíola.

A princípio, com as experiências não obteve reconhecimento

Em 1778 publica “An Inquiry into the Causes and Effects of the Variolae

Vaccinae, a Disease Known by the Name of Cow Pox".

O reconhecimento em seu país só foi alcançado após médicos de outros

países adotarem a vacinação e obterem resultados positivos. A partir de

então, Edward Jenner ficou famoso por ter inventado a vacina. A

varíola só seria erradicada na década de 1980, de acordo com a

Organização Mundial de Saúde.

Edward Jenner

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A história da vacinação se inicia muito antes de Jenner com a anti-variólica,

mais de mil anos atrás os chineses já induziam um quadro leve infeccioso através

do uso de secreção de feridas de pacientes com varíola

Inglaterra no século XVII varíola matava 45 mil pessoas por ano

Lady Mary Wortley Montagu (1689-1762 Inglaterra), esposa do embaixador inglês em

Constantinopla atual Istambul na Turquia imunizou em 1721 na própria filha e a

princesa do Pais de Gales imunização, as duas foram arranhadas no braço e a saliva de

um doente foi introduzida,

Nos Estados Unidos, ela foi introduzida pelo Reverendo Cotton Mather, que aprendeu a

técnica com escravos africanos.

Foi através do conhecimento prévio da variolação que Jenner desenvolveu a

vacinação com material retirado de vacas leiteiras, após observar que ordenhadeiras do

condado de Gloucester eram resistentes à varíola.

A varíola só seria erradicada na década de 1980, de acordo com a Organização

Mundial de Saúde.

História das Vacinas

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IMUNIDADE

IMUNOLOGIA

Estudo da imunidade

IMUNOPATOLOGIA

Estudo das alterações da

imunidade

AlergiasDoenças auto

imunesimunodeficiências

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O sistema imunológico de um indivíduo começa a se formar na fase intrauterina,

quando também recebe anticorpos da mãe via placenta.

Após o nascimento, durante os primeiros meses de vida, o leite materno passa a ser a

principal fonte de anticorpos da criança, até que a mesma produza seus próprios

anticorpos em resposta à administração de vacinas ou mesmo após entrar em

contato com agentes infecciosos.

Sistema Imune

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Sistema Imunológico dos recém nascidos

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Sistema ImunológicoSistema

Imunológico

Sistema

FAGOCITICO MONONUCLEAR

Vigilância

Fagocitose

Produção de citosinas

Apresentação antigênica (célula apresentadora)

Sistema

LINFOCITO-MACROFAGO

Vigilância

Defesa específica (mecanismos complexos)

Produção de citosinas

Memória

Funções: defesa e imunidade

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Classificação da resposta Imunológica

Primária Secundária

Ativa Passiva

Inata Adaptativa

Humoral Celular

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Resposta Primária

É a resposta imunológica que ocorre quando o organismo entra em contato pela primeira vez

com o antígeno

Ativação do sistema macrofágico

Ativação do sistema linfoide (formação de células de memória T e Células B) e formação de

imunoglobulinas IgM

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Resposta Secundária

É a resposta imunológica em que já houve contato prévio com o antígeno

Ativação do sistema macrofágico

Ativação do sistema linfoide (já presentes células de memória T e Células B IgG)

Resposta mais rápida e mais intensa

(proposta das VACINAS)

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A imunidade ativa é também

subdividida em natural ou artificial, sendo a

natural adquirida a partir do contato com

um patógeno e a artificial pela vacinação.

A vacina gera uma memória imunológica, a

qual é traduzida por uma proteção de longa

duração. VACINAÇÕES OU

IMUNIZAÇÕES

EX. Toxóides, microrganismos mortos ou vírus atenuados

RESPOSTA ATIVA

Recebe antígenos

Haverá resposta

imunológica

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A passiva pode ser natural ou artificial, sendo

a natural obtida pelo aleitamento materno

(anticorpos transplacentarios IgG e anticorpos

no colostro (gA) enquanto a passiva artificial

pela soroterapia (transferencia de anticorpos)

A imunização passiva artificial é obtida pela

transferência ao indivíduo de anticorpos

produzidos por um animal ou outro homem.

Esse tipo de imunidade produz uma rápida e

eficiente proteção, que, contudo, é

temporária, durando em média poucas

semanas ou meses Ex. antitoxinas antitêticas,

Gamaglobulinas humana no caso de endemias

de sarampo e Hepatite A para populações com

deficiencia de IgG

Recém nascido recebe anticorpos por passagem

placentária de IgG materna e IgA pelo lactação

RESPOSTA PASSIVA

Recebe produtos de linfócitos B ou T para melhoria da defesa

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Imunização Passiva

1. Obtida por injeções de imunoglobulinas (anticorpos pre produzidos obtidos do soro

humano (ou ocasionalmente de animais)

2. Fornece proteção imediata aos indivíduos expostos a um organismo infecciosos e

que não possuem imunidade ativa contra tal patógeno

3. Não ativa o sistema imunológico do individuo

4. Não gera resposta de memória imunológica

5. Não é permanente (dura apenas semanas ou meses)

6. Ex. Hepatite A com Ig humana – após exposição, profilaxia de risco a exposição em

áreas endêmicas

Imunização Ativa

1. Obtida por injeção de patógenos ou produtos purificados do patógeno

2. Prepara o sistema imune para responder como se o organismo estivesse sendo

atacado pelo patógeno

3. Pode levar vários dias ou meses para tornar-se efetiva

4. Produz imunidade prolongada

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O sistema imunológico é constituído por barreiras físicas, células

e moléculas.

A função básica do sistema imunológico é responder contra substâncias estranhas

que venham a penetrar no organismo humano, para tanto, o mesmo é capaz de reconhecer o

que é estranho e o que é próprio.

O sistema imunológico tem funções no combate a agentes estranhos, assim como na

eliminação de células lesadas ou já envelhecidas, e na destruição de células anormais ou

mutantes que aparecem no organismo.

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Os mecanismos de defesa podem ser divididos em três partes

Barreiras Naturais Imunidade Inata (inespecífica) Imunidade adaptativa (específica)

Constituídas pela integridade da

pele, mucosas, por substâncias

antimicrobianas presentes nestes

locais, pH das secreções do trato

digestivo e urogenital, enzimas

antimicrobianas presentes na lágrima,

entre outros, naturalmente servem

de barreira impedindo a entrada

de micro-organismos em

nosso organismo.

O organismo responde sempre da mesma

forma, independente do antígeno (varia só

a quantidade)

Componentes da resposta inespecífica:

1. Barreira mecânica

2. Fagócitos: fagocitose e quimiotaxia

3. Sistema complemento

4. Células NK

O organismo reage de diferentes

formas, dependendo do antígeno (varia

a qualidade)

Características

1. Memoria

2. Especificidade

3. Heterogeneidade

Componentes:

1. Reposta Humoral (linfócitos B)

2. Resposta celular (linfocitos T)

Ao ultrapassar as barreiras naturais

impostas por essa primeira linha de

defesa, o próximo mecanismo de

defesa do organismo humano é a

imunidade inata.

Composta basicamente por células que

realizam fagocitose e por substâncias

como as proteínas do sistema

complemento, que são responsáveis

por destruir a membrana de agentes

infecciosos, auxiliar no processo de

fagocitose e também intensificar o

processo inflamatório.

Após algumas horas da infecção,

começa a se estabelecer a terceira

categoria de mecanismos de proteção anti-

infecção, a imunidade específica.

Caracterizada pelo envolvimento de

células chamadas linfócitos T e B, pela

produção de anticorpos e pelo

desenvolvimento da memória

imunológica.

Responsável por gerar uma reação

rápida, intensa e específica num

próximo contato com o mesmo micro-

organismo.

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A partir da década de 60, caracterizaram-se as classes das imunoglobulinas.

Na década de 70 tornaram-se conhecidos os linfócitos T e B e, finalmente, na

década de 80, a criação de animais geneticamente modificados (especialmente o

camundongo transgênico) trouxe notáveis avanços no conhecimento do sistema

imune e das suas funções.

Novos estudos na Imunologia

Existem duas maneiras de estudar a função de um determinado gene com a técnica de

transgenia: o pesquisador aumenta a expressão do gene e, portanto, seu efeito

fisiológico/fisiopatológico; ou bloqueia totalmente sua expressão. No primeiro caso, o

modelo transgênico é chamado de "adição gênica", e o animal apresenta várias cópias do

gene de interesse em seu genoma, como é o caso do camundongo Vítor, o primeiro

camundongo transgênico brasileiro criado para estudo de doenças cardíacas.

O segundo modelo, no qual o gene é retirado do genoma do animal, é denominado

knock-out (nocaute). Este é o caso do camundongo Christian, o primeiro criado com a

mutação genética que provoca a síndrome de Marfan, doença que afeta o sistema ocular

e cardiovascular,

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Embora possa se dividir a imunidade em

- inata (natural / inespecífica)

- específica (adquirida / adaptativa)

existe uma sobreposição entre as mesmas.

A imunidade inata tem como função principal de controlar as infecções, de maneira inespecífica,

antes que a imunidade adquirida se desenvolva, em outras palavras, refere-se a qualquer

resistência naturalmente presente quando um patógeno se apresenta pela primeira vez; não

requer nenhuma exposição anterior e não se modifica significativamente por meio de

exposições repetidas ao patógeno durante a vida do indivíduo.

Agentes atuantes da imunidade natural: células fagocitárias, celulas “natural killers”

e sistema complemento

Já a imunidade adquirida é caracterizada por especificidade e memória.

É mediada por linfócitos B e T e seus produtos (anticorpos e citocinas, respectivamente). Estas

células, ao entrarem em contato com um dado antígeno, produzem uma resposta específica

(direcionada ao agente indutor). O contato repetitivo (reforço) com o mesmo antígeno induz

uma resposta cada vez mais vigorosa, quantitativamente (ex. nível elevado de anticorpos) e

qualitativamente (velocidade da resposta, tipo de anticorpo produzido, etc.).

Agentes atuantes: células da imunidade inata, Linfócitos T e Linfócitos B, sistema de

complemento e Anticorpos

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Sistema Imunológico

O sistema linfoide é um sistema multicelular complexo que serve como mecanismo de

defesa do organismo contra a invasão por agentes estranhos como bacterias, fungos e

parasitas.

A ativação do sistema linfoide pelo antígeno resulta em dois tipos de reposta imune:

1. resposta humoral mediada por anticorpos

2. resposta celular mediada por células

A resposta imune, seja ela humoral ou mediada por células, depende diretamente das

células e de seus respectivos produtos pertencentes aos sistema imune.

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Células do sistema imune

Praticamente todas as células de

defesa especializadas possuem dois

aspectos em comum:

1. todas passam pelo menos parte

de suas vidas na corrente

sanguínea e

2. todas se originam de células

produzidas na medula óssea.

A hematopoiese, é o processo

pela qual as células sanguíneas

crescem, dividem-se e se

diferenciam na medula óssea, onde

está presente um conjunto de células-

tronco hematopoiéticas pluripotentes

que origina várias classes de

células, dentre elas, as hemácias, as

plaquetas, leucócitos e linfócitos.

Célula principal (medula óssea)

Linhagem linfoide

Linfócitos

Linhagem Mieloide

Neutrófilos

Monócitos

Macrófagos

Mastócitos

Basófilos

Eosinófilos

Plaquetas

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ANTICORPOS

Os anticorpos são glicoproteínas (proteínas que

apresentam oligossacarídeos ligados) conhecidas como

imunoglobulinas (Ig). Essas proteínas, bastante

específicas, apresentam a capacidade de interagir com

o antígeno que desencadeou sua formação. A secreção

dos anticorpos é feita pelos plasmócitos, células que

surgem a partir da diferenciação do linfócito B, uma célula

do nosso sistema imunológico.

Estrutura básica simétrica

quatro cadeias – ligadas com pontes

dissulfetos

2 cadeias pesadas e 2 leves

regiões vaiáveis e constantes (aminoácidos)

Regiões Fab e Fc

5 Tipos de cadeias pesada: IgG, IgA, IgM, IgD

e IgE

Das cinco classes principais de anticorpos ou

imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE, o tipo mais

abundante é o IgG, que atua, principalmente, ativando a

fagocitose e neutralizando os antígenos.

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ANTICORPOS

Das cinco classes principais de anticorpos ou imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE, o tipo

mais abundante é o IgG, que atua, principalmente, ativando a fagocitose e neutralizando os

antígenos.

IgG

predomina no sangue e linfa

atravessam a barreira placentária e transferem imunidade para ao feto

indicam infecção passadas

Relacionadas com processo de opsonização, neutralização do antígeno e ativação do

complemento

IgM

infecções agudas

associadas a pentâmeros, funcionando com receptores

IgA

Mucosas e secreções, salivas, muco, leite materno, lagrimas

Proteção do sistema respiratório e trato gastrointestinal

Dímeros

IgD

Proteína associada a membrana do e funciona com receptor de antígenos das moléculas B

igM

Monômeros, relacionada ao combate as reações de hipersensiblidade

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ANTIGENOS

Antígenos são as moléculas capazes de reagir com um anticorpo. Essa reação pode provocar ou não uma resposta

do nosso sistema imune. Caso provoque uma reação imune, o antígeno é conhecido como imunógeno. Como

exemplo de antígenos, podemos citar os vírus, as bactérias e até mesmo partículas desencadeadoras de alergias

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ANTICORPOS

Os anticorpos são proteínas solúveis presentes no plasma, saliva, secreções do trato

digestivo, respiratório, urogenital, que são produzidos pelos linfócitos B. Nos seres

humanos existem cinco tipos diferentes de anticorpos, cada qual com uma característica

diferente, sendo todos responsáveis pela neutralização de micro-organismos e por auxiliarem

na destruição dos mesmos:

• IgG: anticorpo mais abundante do plasma, o único capaz de atravessar a placenta.

• IgA: presente na lágrima, na saliva, nas secreções do trato digestivo, respiratório e

urogenital, assim como no leite materno.

• IgM: é o primeiro anticorpo a ser produzido, sendo muito importante na neutralização

de agentes infecciosos.

• IgE: participa da defesa contra parasitas, especialmente contra helmintos, sendo

responsável também pelo desencadeamento de alergias.

• IgD: anticorpo menos abundante do plasma, tem suas funções pouco conhecidas.

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Tipos de reposta imune às vacinas

Vacinas de patógenos mortos

ou de componentes antigênicos

Linfócitos B

Imunidade Humoral

(produção de anticorpos)

Anticorpos são efeitos para

microrganismos extracelulares

Vacinas de patógenos vivos

atenuadosFagócitos

Imunidade celular (mediada

por células T)

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Conceituação de antígeno, anticorpo, soro, vacina e as terminologia

Soro e vacina são dois agentes que atuam como imunizadores, entretanto, são usados em ocasiões diferentes,

apesar de terem um objetivo comum que é proteger nosso corpo contra substâncias estranhas. Os dois produtos

são fabricados a partir de organismos vivos, sendo, portanto, chamados de imunobiológicos.

VACINAS

Vacina vem do termo VACCINIA (agente infeccioso da varíola bovina) que quando inoculado em serem humanos

proporcionava imunidade à varíola.

As vacinas são usadas como uma forma de proteção que estimula nosso organismo a produzir anticorpos contra

determinada doença. Em razão dessa característica, dizemos que a vacina é uma forma de imunização ativa.

Dessa forma, elas são produzidas a partir de antígenos inativados ou atenuados, que, ao serem colocados no

nosso corpo, estimulam a produção de anticorpos e células de memória pelo nosso sistema imunológico.

Assim, quando nosso corpo for invadido novamente pelo mesmo antígeno, o organismo já terá formas de eliminá-

lo rapidamente, antes de surgirem os sintomas da doença. As vacinas são usadas na prevenção de viroses e

doenças bacterianas.

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Características de uma Vacina ideal

1. Conter antígenos específicos que sejam alvos do sistema imunológico

2. A vacina deve gerar imunidade efetiva

3. Vacinas devem produzir imunidade protetora

4. Bom nível de proteção sem a necessidade de várias doses de reforço

5. Seguras: vacina não pode causar doença ou morte

6. Baixo custo por dose

7. Fácil de administrar

8. Estável biologicamente

9. Poucos ou idealmente sem efeitos colaterais (como vômitos, febre, irritabilidade, sonolência,

anorexia e outros)

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SOROS

Os soros, por sua vez, não promovem uma imunização ativa, uma vez que, nesses casos, são inoculados

anticorpos previamente produzidos em outro organismo. No caso dos soros, dizemos que ocorre uma

imunização passiva. Os soros são usados em casos em que há necessidade de tratamento rápido, ou seja,

quando não é possível esperar a produção de anticorpos pelo nosso corpo. O soro, diferentemente da vacina,

não possui função preventiva, sendo usado apenas como forma de cura.

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Programa

Soros & vacinas são produtos de origem biológica (chamados imunobiológicos) usados na prevenção e

tratamento de doenças.

A diferença entre esses dois produtos está no fato dos soros já conterem os anticorpos necessários para

combater uma determinada doença ou intoxicação, enquanto que as vacinas contêm agentes infecciosos

incapazes de provocar a doença (a vacina é inócua), mas que induzem o sistema imunológico da pessoa a

produzir anticorpos, evitando a contração da doença.

Portanto, o soro é curativo, enquanto a vacina é, essencialmente, preventiva.

Fonte: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Soro e vacina"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/soro-vacina.htm>. Acesso

em 24 de julho de 2017.

VACINAS SOROS

Usado na prevenção Usado na cura

Contem antígeno inativado ou

atenuado

Contém anticorpos previamente

produzidos em outro organismo

Imunização ativa Imunização passiva

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Instituto desenvolve remédio inédito contra veneno de abelha

Postado em 3 julho 2017 às 12:30 Por Agência Brasil

Há um ano, o soro antiapílico vem sendo testado em dez pacientes que tiveram múltiplas picadas de abelha

O Instituto Vital Brazil (IVB), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, está

desenvolvendo um medicamento inédito contra veneno de abelhas, em parceria com o Centro de Estudos e

Venenos de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Cevap/Unesp), cuja

tecnologia de produção e o próprio soro poderão ser exportados para outras nações. Países asiáticos já têm

manifestado interesse nesse sentido, disse ontem (1º) à Agência Brasil o médico veterinário Luís Eduardo

Cunha, assessor da diretoria científica do IVB e doutorando em medicina tropical pela Fundação Instituto

Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Há um ano, o soro antiapílico vem sendo testado em dez pacientes que tiveram múltiplas picadas de abelha. Os

resultados foram muito bons, disse Cunha. “Nesta fase de testes, a gente vê segurança. Nesses dez

pacientes em que foi aplicado o soro, correu tudo bem, na medida do esperado.”

No mês de julho, o Instituto solicita à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a extensão, por

mais um ano, da atual fase de testes, chamados estudos clínicos, com o objetivo de testar o soro em

mais 10 pacientes, antes que o medicamento seja registrado e possa ser disponibilizado para todo o país.

“Até julho do ano que vem, a gente tem que totalizar 20 pacientes, que é o número que estabelecemos para

esse estudo. Como a gente não pode inocular o veneno nas pessoas e depois o soro para testar, e tem

que esperar acontecer os casos, isso dificulta um pouco o processo. A gente necessita que os casos

aconteçam naturalmente e que sejam perto de onde a gente tem soro”, indicou o assessor da diretoria científica

do IVB.

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Registro contra veneno de abelha

As duas unidades de pesquisa clínica credenciadas e autorizadas pela Anvisa para fazer esse teste

estão nas cidades de Botucatu (SP) e Tubarão (SC).

Em julho de 2018, alcançando o total de até 20 pacientes, o IVB fechará o relatório de segurança, que

será enviado à Anvisa, para que possa liberar o registro.

O Instituto passará então a produzir o medicamento para fornecer ao Sistema Único de Saúde

(SUS), do Ministério da Saúde, que vai disponibilizar para o Brasil inteiro. A expectativa é que o

medicamento possa ser liberado para consumo no segundo semestre de 2019.

Para participar dos estudos clínicos, as pessoas têm que ter entre 18 e 60 anos, não estar grávidas,

no caso de mulheres, e ter sofrido acima de cinco picadas de abelha. “O paciente tem que concordar em

participar do estudo. É uma participação voluntária. Mesmo ele acidentado ou tendo algum risco de

envenenamento, ele tem que optar ou, caso ele esteja inconsciente, um parente junto com o médico

pode autorizar o uso do soro. Mas a gente prefere que ele mesmo autorize”, destacou Luís Eduardo

Cunha.

O tratamento consiste na utilização de duas a dez ampolas de soro, dependendo da carga de

veneno que as pessoas acidentadas receberam. Duas ampolas são suficientes para combater 200

picadas de abelha.

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Acidentes

Os últimos dados disponíveis no Ministério da Saúde, embora ainda provisórios, segundo observou Cunha, mostram que

em 2014 ocorreram 14.062 casos de picadas de abelha no Brasil; em 2015, o número recuou para 13.708

registros, caindo ainda mais em 2016 (11.991 casos).

Nos últimos três anos, a incidência por 100 mil habitantes revela sete óbitos por veneno de abelha em 2014, 12 em

2015 e 25 em 2016. A média é 30 mortes por ano para 10 mil a 12 mil acidentes, disse o assessor do IVB. A maior

prevalência é entre crianças e idosos. Cunha salientou que, proporcionalmente, o resultado é muito parecido ao que

acontece com os casos de mortes com picadas de serpentes, em que são registrados atualmente 110 óbitos para cerca

de 30 mil envenenamentos.

Luís Eduardo Cunha recordou ainda que o Brasil tem uma tradição na produção de soros contra venenos de animais há

cerca de 120 anos. O IVB, por exemplo, completará 100 anos em 2019. Além disso, essa é uma atividade do governo,

manifestou. “O governo banca essa pesquisa e distribui para o Brasil inteiro”. A produção de soros é destinada a

venenos de aranhas, escorpiões, serpentes e abelhas. “É um programa admirado no mundo inteiro. Não tem

semelhança em nenhum lugar do mundo”, explicou.

O IVB é um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de

animais peçonhentos, e produtor de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.

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Cientistas produzem anticorpos humanos específicos em

laboratórioPostado em 31 julho 2017 às 8:00

• Vacina: o método atual de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno

(Karoly Arvai / Reuters/Reuters)

• A descoberta pode acelerar a produção de anticorpos para tratar um amplo espectro de doenças e facilitar o

desenvolvimento de novas vacinas

Washington – Um grupo de cientistas descobriu um método para desenvolver rapidamente anticorpos humanos específicos em

laboratório que pode ajudar a combater doenças infecciosas e até o câncer, segundo um artigo divulgado nesta segunda-feira na revista

“Journal of Experimental Medique”.

“Em particular, deveria permitir a produção desses anticorpos em um período de tempo mais curto in vitro e sem a necessidade de

vacinação ou doação de sangue de pessoas recentemente infectadas”, indicou Batista no artigo.

Atualmente, o método de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno, mediante ao crescimento

dos vírus em células primárias, o que representa conseguir essas mostras de doadores infectados e isolar depois o antígeno das células usadas

para criá-lo.

Os pesquisadores liderados por Batista conseguiram replicar esse processo no laboratório ao produzir anticorpos específicos dessas

células isoladas das amostras de sangue.

No entanto, além do encontro com um antígeno concreto, as células precisam de um segundo sinal para começar a desenvolver esses

anticorpos. Isso pode ser obtido por pequenos fragmentos de DNA, chamados CpG oligonucletídeos, que ativam a proteína TLR9.

Para isso, os cientistas conseguiram produzir anticorpos específicos graças ao tratamento de células infectadas com nanopartículas

com CpG oligonucletídeo e o antígeno apropriado em poucos dias no laboratório. Como consequência, o procedimento não depende que

os doadores tenham sido expostos a esses antígenos previamente.

Os pesquisadores conseguiram, por exemplo, gerar anticorpos contra o HIV em células isoladas de pacientes sem HIV.

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