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agosto 2017 E fez-se História, no maior acampamento de sempre! ÓRGÃO OFICIAL DO CORPO NACIONAL DE ESCUTAS • ESCUTISMO CATÓLICO PORTUGUÊS • DIRETOR: NUNO CASTELA CANILHO. ANO XCII / EDIÇÃO ESPECIAL • AGOSTO 2017 Especial Acanac

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E fez-se História, no maior acampamento de sempre!

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Intro2x (E, Aadd9, C#m, Badd11, E, Aadd9, Badd11)2x (Ré, Sol, Si m, Lá, Ré, Sol, Lá)

E RéAgora és tu,A add9 SolEmbarca nesta aventuraE RéDe esperançaC#m Si m B add11 LáNuma geração futura:A add9 SolCaminheiros,B add11 Lá E RéCompanheiros rumo a um novo amanhãA add9 Sol B add11 Lá

Tu, Lobito,Vives da melhor vontadeExplorador, moço,És a chave da verdadePioneiro,Marinheiro entre ventos e marés

C#m Si m B add11 LáFiz tudo para te encontrar aquiC#m Si m B add11 LáNa mochila trago o que aprendiA add9 Sol E RéMas a mais bela liçãoB add11 Lá C#m Si mEstá nos olhos de um irmãoA add9 Sol B add11 LáConfia e dá-lhe a tua mão

E Ré C#m Si mAcredita em ti, abraça o futuroA add9 Sol B add11 LáDeixa que o mundo te inspire a sonharE Ré C#m Si mNeste Acanac, celebra a amizadeA add9 Sol B add11 LáA felicidade podes encontrarE Ré A add9 Sol B add11 LáEncontrar

Esta Terra,Precisa de todos nósTanta vida,Que precisa de uma voz…És o Fogo,que une todos os povos como irmãos

Mergulha fundo,na Água, fonte de vida,e renasce,és o ponto de partida,Vai no Vento,Pelo Ar podes o planeta mudar

Fiz tudo para te encontrar aquiNa mochila trago o que aprendiMas a mais bela liçãoEstá nos olhos de um irmãoConfia e dá-lhe a tua mão

- Refrão -

A add9 Sol E Ré B add11 Lá C#m Si mHá muito a construir na Casa ComumA add9 Sol E Ré B add11 LáTemos de ser um por todos, e todos por umA add9 Sol E Ré B add11 Lá C#m Si mSei que quero avançar e tocar a luzA add9 Sol B add11 LáViver a palavra que nos deixou Jesus

- Refrão -

E Ré C#m Si mAcredita em ti, abraça o futuroA add9 Sol B add11 LáDeixa que o mundo te inspire a sonhar

E Ré F#7 add11 MiNeste Acanac, celebra a amizadeA add9 Sol B add11 LáA felicidade podes encontrar

FinalE, Aadd9, C#m, Badd11, E,Aadd9, Badd11, Aadd9, ERé, Sol, Si m, Lá, Ré,Sol, Lá, Sol, Ré

Ouve a música em: www.acanac2017.pt

HINO “Abraça o Futuro”

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encerra tu este Acanac!

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Apoio do: Membro: Parceiro:

www.flordelis.ptwww.facebook.com/flordelis.pt

Ivo FariaChefe de Campo

Abraçamos o Futuro juntos!

Caríssimos lobitos, Exploradores e Moços e moços, pioneiros e

marinheiros, caminheiros e companheiros do CNE,

Caros escoteiros e guias de outras as-sociações portuguesas e estrangeiras,

No guião de campo e na abertura deste acampamento, desafiei-vos a abrir os braços para abraçar todos os que vos rodeiam neste Acanac 2017. Para pensardes primeiro no vosso bando, patrulha ou tripulação, equipa ou equipagem, tribo ou companha. A seguir, para pensardes no vosso agrupamento, na vossa comunidade local, no CNE e no vosso país, respondendo à pergunta:

O que podemos fazer, para sermos mais responsáveis com o ambiente que nos rodeia, quer do ponto de vista social, económico, político, religioso e cívico?

Sabes, temos um poder tão grande, que por vezes nem nos damos conta! Temos à nossa disposição “uma cena” que bate tudo: uma vontade inabalável de ser um contributo positivo para ajudar a criar um mundo melhor.

Dito assim, parece uma coisa grandiosa e complicada. E é, pelo menos em parte: é “uma cena” grandiosa. Complicada, não Basta um pequeno passo, um pequeno gesto, uma boa ação com a nossa patrulha e vais ver, o mundo começa a mudar.

Igualmente importante, é termos todos a noção de que cada um de nós, individualmente, é capaz de mudar os seus próprios comportamentos. E ao mudarmos, nós somos esse futuro que queremos abraçar, e que já começou!

Mais do que desejar que tenhas um futuro brilhante à tua frente, desejo que tu sejas esse mesmo futuro! Abraça-te! Constrói-o tu, com esse novo ser transformado de que és refeito todos os dias. Constrói-te! E neste processo prepara-te para seres também construtor na comunidade para que, em conjunto, possamos ser co-construtores

desta “nossa Casa Comum”.Sugeri dois símbolos para te ajudar neste

desafio: o teu nó escutista - para te ligares aos outros e te comprometeres com outras causas - e o cubo mágico - símbolo de um universo de possibilidades que tu podes descobrir - quando pensas no que podes fazer para seres a diferença que sonhaste para o mundo.

Já escolheste o teu nó? Já aprendeste a fazê-lo e já o foste praticando para que ele te ajude a lembrar do desafio que vais abraçar?

Fica atento às novidades! A Junta Central aprovou, com o envolvimento dos escuteiros do CNE, um conjunto de medidas muito práticas de como, nos agrupamentos, núcleos e regiões, podemos ser mais sustentáveis e mais responsáveis. E este é um desafio que não termina mais e que se renova todos os dias. Contamos contigo para nos ajudares a criar ainda mais desafios, mais ações, mais abraços ao futuro.

Espero que te tenhas divertido a valer, que tenhas aprendido coisas novas, que tenhas feito novos amigos.

E quero que voltes a tua casa sabendo que o Acanac não ficou lá atrás, em Idanha-a-Nova, mas continuará a perdurar em ti, em nós, através desta ação de Criação, Transformação, Inovação e Cooperação, que continuaremos a realizar nas nossas comunidades locais.

Deixo um agradecimento sentido a todos os dirigentes e candidatos a dirigente que tornaram possível este acampamento, quer acompanhando-te, quer preparando e trabalhando nas mais variadas áreas dos serviços ao acampamento, tornando-o real!

Este estar Alerta para servir é, já de si, um imenso abraço que demos. Dá também ao teu chefe um abraço agradecido pelas novas aventuras que agora levas na mochila.

Vemo-nos no próximo Acanac, que será o do nosso centenário!

Até já!

Especial Acanac 2017 | Agosto de 2017Ano XCIIPublicação mensalPublica-se desde fevereiro de 1925

Conselho de Administração: Ivo Renato Moreira de Faria Oliveira, Joaquim Agostinho Castro de Freitas, Ricardo Jorge Amado de Matos, Ana Raquel Pires Kritinas, Susana Cristina Silvestre Fonseca e Athayde de Carvalhosa, José Manuel Duarte Rodrigues, Sandra Paula Gonçalves Martins.

Diretor: Nuno Castela [email protected]

Administrador: José Alexandre de Araújo Novais [email protected]

Chefe de Redação: Susana Micaela Santos [email protected]

Grafismo e Paginação: António Laranjeira

Ilustração:António Laranjeira Capa: Nuno Perestrelo

Colaboraram neste número: Ana Isabel Silva, Ricardo Perna, João Matos, Diogo Marcelo, Sandro Bernardo, Gonçalo Vieira, Diogo Marcelo, Joana Moreira, Nuno Perestrelo, Inês Baptista, Henrique Matos, Ana Marcelo, Bruna Coelho, Ana Mano e Daniel Ribeiro.

Estatuto Editorial disponível em www.flordelis.pt

Registo de empresa jornalística n.º 204616

Registo de publicação periódica n.º 104617

Depósito legal n.º 4930/86 – ISSN 0872-7872

Propriedade: Corpo Nacional de Escutas, Pessoa Coletiva n.º 500972052. (Instituição de Utilidade Pública)

Contacto:Rua D. Luís I, 34 – 1200-152 LisboaTel: 218427022 – Fax: [email protected]

Impresso por: EurodoisRua de Santo António, Nº 30A-dos-Ralhados2710-006 SintraTelf: 214704900 - Fax: 214704909

Tiragem: 20 000 exemplares

editorial

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O que este Acanac teve de novo?1. O maior número de participantes de sempre

- perto de 22 mil

2. Nova Capela de campo - a Capela foi dedicada a Nossa Senhora de Fátima, tem a forma de uma tenda, espaço aberto sobre a criação circundante, presença dos elementos essenciais da criação e da liturgia – madeira, pedra, água, silêncio.

3. Dois supermercados em campo - os participantes tiveram de

administrar um cartão que lhes permitiu fazer as compras para confecionar as refeições.

4 . Hospital de campo - construindo de raiz e definitiva em campo.

5. Restaurante dos dirigentes Nova construção definitiva.

6. Espaço Éden - espaço dedicado aos dirigentes, aberto 24 horas com animação diária.

7. Torre de Escalada - construção definitiva em campo

8. Pista de obstáculos

9. O maior número de canoas de sempre - 320 canoas

10. Grande dimensão e produção nas cerimónias de abertura e encerramento.

11. Imagem Virgem PeregrinaPela primeira vez a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima veio até um acampamento nacional do CNE.

Números marcantes deste Acanac:4.000 tendas 

32.000 estacas

400 autocarros fizeram transporte de todo o país para Idanha a Nova

80 autocarros servirão o Acanac

com permanentes transferes 

320 canoas

5.000 coletes de salvação

2 Supermercados de 600m2

2 Restaurantes com serviço para 3.000 e 3.500 pessoas diariamente

1 arena para 25000 pessoas

120 Workshops

Quilómetros de sisal e toneladas de madeira para a realização de construções e aplicação de nós.

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desafiante e que foi fácil de trabalhar, o segundo é um pouco mais complexo, mas que também se resolve.

Tendo em conta o imaginário deste Acanac, a proposta passou por pro-teger o planeta, ajudando a salvar e proteger a Casa Comum, como o Papa Francisco nos desafiou. Considera que este Acanac proporcionou experiên-cias e vivências que potenciam jovens melhor preparados na construção de um futuro melhor?

Neste Acanac temos uma área que chamámos de Génesis, que funciona como um mostruário de várias opções, são cerca de 120 ateliês em que os jovens têm contacto com outras realidades e isso é como estar a semear, a semear no sentido de estar a ajuda a criar pessoas que tenham consciência sobre a susten-tabilidade, o bom tratamento do planeta terra. Isso foi previsto e desenvolvido no próprio programa do acampamento.

Que balanço faz deste 23.º Acanac?No momento em que estamos a fazer

esta entrevista tenho confiança que este acampamento seja um êxito, e que de fac-to os participantes saiam daqui mais feli-zes, e, sendo mais felizes, também contri-buem para a felicidade dos outros, como dizia o nosso fundador Baden-Powell. As dinâmicas que fui observando, no Porto de Abrigo, no Génesis, nas saídas para o raide, existem uma série de sinais que me levam a dizer que este acampamento vai ser um sucesso.

Como gostaria que o 23.º Acanac fos-se recordado?

Gostaria que fosse recordado como um Acanac onde se viveu com alegria o espí-rito do escutismo, onde se proporcionou a estes milhares de jovens plataformas pessoais de conhecimento, porque uma coisa é ter muitos amigos no facebook, mas lidar com eles no dia a dia é outra coisa. Aqui têm a possibilidade de fazer dezenas de amigos que estão aqui entre eles. Portanto, um acampamento de ale-gria, de amizade em que se cumpriu o que é o objetivo destas atividades, ajudar a crescer os jovens. Depois, lateralmente foi a primeira vez que o Acanac passou a barreira dos 20 mil numa atividade a ní-vel nacional. É um marco!

“Gostaria que fosse recordado como um Acanac onde se viveu com alegria o espírito do escutismo...”

Susana Micaela Santos | Chefe de redação Fotos: Ricardo Perna

Manuel Augusto foi o Chefe de Acampamento da maior atividade escutista

de sempre em Portugal. Foi com alegria que assumiu esta responsabilidade e com espírito de serviço que a enfrentou.Fica o balanço deste 23.º Acanac, um marco histórico na vida do CNE.

Qual é a sensação de ter sido o Chefe de Acampamento do maior Acanac reali-zado em Portugal até agora?

É um misto de sensações, por um lado ter uma equipa de gente boa, e com espí-rito de serviço a trabalhar neste projeto, e também ter a alegria de ter esta respon-sabilidade. A sensação é igualmente de preocupação pelo número de participan-tes, há muita parte da logística envolvida, existem imprevistos, mas tentamos resol-ver tudo. De qualquer forma é uma alegria quando se está a servir, é essa a sensação.

Numa das suas entrevistas afirmou que “os jovens que participam num Acanac ficam mais tempo no Escutis-mo”. O porquê desta convicção?

Não é bem uma convicção, não me lem-bro onde li sobre este assunto, mas acho que foi feito um estudo para as ativida-des internacionais, que identificava que os jovens que tinham uma experiência internacional ficavam mais tempo no escutismo. Também o que observo é que muitos dos que aqui estão já cá estive-ram em 2012, ou seja, são jovens que têm pelo menos cinco anos de permanência no escutismo, quando sabemos que o tempo médio de permanência no escu-tismo, do efetivo do CNE ronda os três anos e alguns meses. Isto porquê, porque participar numa atividade com esta di-mensão é aquilo que se pode chamar um momento significativo de crescimento e de aprendizagem, e isso prende para o fu-turo, cada vez mais o jovem tem de viver o escutismo, de estar com os outros, de perceber que o escutismo é mais do que a sua paróquia, a sua região, que existem muitos mais envolvidos neste ideal e isso acho que reforça a convicção de eles se manterem no movimento.

Na sua opinião quais são os fatores fundamentais para a realização de uma atividade desta envergadura?

Há dois fatores fundamentais, um é o programa, o imaginário, aquilo que eles vão viver em campo e o que vai ficar quando o Acanac termina. Outro fator tem a ver com as coisas de suporte, como a alimentação, a parte logística, que dado o número de participantes levanta uma maior complexidade. Penso que sejam estes os dois fatores fundamentais. O primeiro está assegurado porque de fac-to o tema "Abraça o Futuro" é um tema

entrevista

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou, logo no dia da abertura, o maior acampamento de escuteiros alguma vez realizado em Portugal e, em nome de Portugal, agradeceu o Serviço do CNE ao país e ao mundo.Já de lenço ao pescoço, o Chefe de Estado mostrou-se impressionado com o número de escuteiros reunidos neste Acanac, e demonstrou interesse em visitar de perto todos os espaços e estar em contacto com o maior número possível de jovens.

Durante o percurso, que fez questão de fazer a pé, sempre disponível e bem disposto, esteve nos diferentes campos, dos lobitos aos caminheiros, a distribuir afetos e tirando muitas - mesmo muitas - selfies, tão bem conhecidas neste nosso Presidente.No final do dia jantou em campo, com os guias das patrulhas de Exploradores e Moços, do Agrupamento 452, de Vila Nova de Anha e 787 de Vitorino de Piães. Na cerimónia de abertura do Acanac, dirigiu-se a todos os escuteiros de forma muito elogiosa deixando palavras de agradecimento.Convidamos-te a recordares os momentos mais marcantes da visita do Presidente Marcelo ao 23.º Acanac...

A visita do Presidente Marcelo ao 23.º Acanac

Chegada do Presidente a campo Da vista privilegiada do Monte Trigo pôde deslumbrar pela primeira vez a dimensão deste Acampamento Nacional

Contacto sempre próximo e afetuoso de todos os participantes

Provou os cozinhados de campo, onde jantou com os Exploradores e Moços

Marcelo Rebelo de Sousa visitou a capela de campo, obra que admirou com curiosidade pela espantosa união arquitetónica da vertente criativa com a espiritual, como disse o próprio.

No seu discurso na cerimónia de abertura realçou o papel do Escutismo no nosso país “Como Presidente da República de Portugal, falando em nome de todas as portuguesas e portugueses, nós agradecemos ao CNE, a vocês, aquilo que têm dado a Portugal e ao movimento escutista mundial”.

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Cerimónia de abertura do maior acampamento escutista

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Cerimónia de abertura do maior acampamento escutistaA Arena do Futuro recebeu a cerimónia de abertura do 23.º Acanac, o maior acampamento

nacional de sempre.Pela primeira vez estiveram reunidos na

arena os 21.500 participantes.

As regiões participantes foram apresen-tadas através de uma visita guiada a Portugal em vídeo, assim como, os 185 escuteiros estrangeiros, oriundos de 8 países que participaram neste Acanac.

Lisboa é a região da qual provêm mais participantes (3.541), seguida pelo Porto (3.390) e por Braga (3.036).

O espetáculo de abertura foi desenvolvi-do em volta do tema “Abraça o Futuro”. A história da criação e um espetáculo de contorcionismo aéreo, onde todos estes elementos do Planeta Terra subiram a palco.

As mascotes deste imaginário (Ana Terra, Kiko Fogueira, Pedro Águas e Maria Brisa) apresentaram-se ao público.

A cerimónia terminou com a apre-sentação da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que ficou em campo durante todo o acampamento.

Ao som de “Consagração a Nossa Senhora uma procissão com a imagem da Virgem Peregrina e um pequeno cortejo foi até à capela de campo. Lá ficará a imagem até ao final do acampamento, sendo a primeira vez que uma Imagem Peregrina está presente durante um Acanac.

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Lobitos, os Eco-Heróis do AcanacPreservar o planeta, tornando-se Eco-heróis, foi o desafio lançado aos lobitos neste Acanac. Pela alegria e empenho que vimos: desafio proposto, objetivo alcançado!

Neste 23.º Acanac, os lobitos aprenderam a preservar o nosso planeta e os seus recursos nas

suas boas ações do dia-a-dia. Lobitos tornaram-se Eco-lobitos, com o sonho de se transformarem em Eco-heróis. Os temas abordados nestes dias foram a ecologia, a preservação do planeta, a

Texto: Ana Marcelo

conservação das espécies, a reciclagem, a reutilização de materiais e a utilização de recursos renováveis. O Mestre Maior deixou às crianças muito para cuidar e foi com a vontade de salvar o planeta e de fazer a diferença que os Eco-lobitos viveram o Acampamento Nacional. Os mais pequenos tinham

como companheiros nesta jornada Pedro Águas, Maria Brisa, Ana Terra e Kiko Fogueira representando cada um dos quatro elementos. Em cada dia haviam uma atividade diferente designada de acordo o seu sub-campo. No Porto de Abrigo, para além do indispensável mergulho na barragem , a oportunidade

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João Gama Agr. 608 - PerafitaRegião do Porto

O mais importante nos escuteiros é “ajudar os outros e ter uma vida melhor”. Neste Acanac, aprendi “que devemos ajudar os outros a terem uma vida melhor”. Para mim, ser um eco-lobito “é ser uma pessoa boa e ajudar os outros”. A minha personagem favorita é “o Kiko Fogueira porque tem fogo e dá para assar marshmallows, para aquecer”.

ParticiparamLobitos – 3.293

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de brincar num insuflável e do contacto com embarcações, foram vários os jogos que desafiavam os lobitos. Um dos objetivos das atividades neste local era promover o “contacto com embarcações à vela e canoagem, porque existem muitos lobitos que não têm mar ou um rio a que tenham acesso”, explicou-nos Verónica Cruz, responsável pedagógica das atividades náuticas da 1.ª Secção. Foi também com a missão de aprender sobre a utilização de recursos naturais como o vento, a preservação de espécies marinhas e como evitar a poluição dos oceanos, que os lobitos se encontraram com Pedro Águas na barragem Marechal Carmona. Rafael Oliveira, do Agrupamento 971 – Sátão, dá-nos a sua opinião sobre as atividades náuticas. “A barragem este ano tem sido muito divertida, tem coisas especiais e diferentes do que nós fazemos lá no Sátão. Muito fixe!” Acrescenta ainda que aprendeu “a fazer canoagem, a velejar barcos e que devemos proteger [o ambiente], porque senão as gerações seguintes não conseguem ter o Mundo maravilhoso que nós temos”. No dia em Idanha-a-Nova existiam quatro atividades distintas: a caça ao tesouro, a área de jogos tradicionais, o teatro de marionetas no Centro Cultural Raiano e uma visita às Piscinas Municipais para se poderem refrescar. A caça ao tesouro tinha o objetivo de sensibilizar os lobitos para as questões da preservação da Casa Comum, como nos foi explicado por Pedro Pereira, coordenador do campo Água. “A terra é o nosso espaço, temos que a preservar e viver em simbiose. Podem existir vários tesouros escondidos por este mundo, mas não precisamos de estragar nada para os descobrir”, sublinhou. Já o teatro transmitia uma mensagem de preocupação com o planeta. Esta peça motivava os lobitos a proteger o meio ambiente, a reciclar e a reutilizar. Neste sentido, as marionetas utilizadas eram material de campo perdido ou danificado. João Bastos, do Agrupamento 221 – Anadia, confirma que a mensagem subjacente a este espetáculo foi transmitida. “Aprendi que temos de cuidar do planeta, pois está muito mal e temos de cuidar bem dele”, acrescentando que “devemos usar veículos que não façam muito fumo e que sejam mais práticos para o meio ambiente, como bicicletas e skates”. O espaço Génesis era uma atividade geral para todas as secções. Aqui, cerca de 120 oficinas divididas pelos quatro elementos e a área do espírito proporcionavam diferentes experiências aos lobitos. Numa das oficinas da área

da Terra, Eva Gaspar, do Agrupamento 467 - Charneca de Caparica, explicou-nos que experimentou andar cadeiras de rodas e afirma que “a cadeira de rodas é muito difícil de andar e tem muitas dificuldades”, mostrando-se sensibilizada para a questão da tolerância. O Eco Fun Park foi um autêntico parque de diversões escutistas montado no CNAE (Centro Nacional de Atividades Escutistas). Construídos em madeira por dirigentes da organização do campo da 1.ª Secção, o parque possuía uma roda gigante e um carrossel que

levaram os maiores sorrisos à face dos lobitos quando tiveram a oportunidade de subir às diversões. Para além destes, houve corridas de cavalos insufláveis, um grande escorrega e um percurso de arborismo adaptado ao tamanho dos mais novos. A eco-Lobita Mariana Martins, do Agrupamento 655 – Redondo, avalia da

Lara Cardoso Agr. 108 Fermentões Região de Braga

Neste Acanac “gostei de andar de barco na barragem, de aprender a remar na canoa e de aprender a não poluir os rios e os mares”. Quando conheço um novo escuteiro “pergunto nome, agrupamento e digo que quero ser amiga deles e começamos a brincar”. Para mim, abraçar o Futuro é “fazer com que o nosso futuro seja melhor”. Ser um Eco-Lobito é “bom por que eu sinto-me bem a não poluir”.

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melhor maneira a atividade. “Está a ser o acampamento mais fixe que eu já fui”, disse. Houve também espaço para os lobitos terem diversão noturna. O fogo de conselho denominado de Flor Vermelha e a Festa Amarela, uma festa glow para os mais novos. Para este Acanac 2017, a equipa da organização trabalhou com um objetivo em mente. “Queremos que os lobitos, ao serem homens de amanhã, estejam mais preparados para a ecologia e para pouparem o nosso Mundo e nosso ambiente”, sublinhou Pedro Pereira. E assim terminámos com cerca de 2000 pequenos Eco-Heróis, que nunca se esquecerão do que aprenderam e vivenciaram neste Acanac, com a certeza de que abraçarão o Futuro enquanto adultos e tornarão o nosso Mundo um pouco melhor, uma boa ação de cada vez.

Sara Marques Agr. 1142 - Olival

Região de Leiria

O mais importante nos escuteiros é “aprender sempre mais e a ser um eco-herói”. Neste Acanac aprendi “a ser amiga dos outros, a pensar primeiro nos outros e a estar mais em conjunto para nos conhecermos melhor”. Ser um Eco-lobito “é uma honra. É fantástico!” A minha personagem favorita é “Maria Brisa porque é o ar que nós respiramos”.

Leonor Ramos Agr. 326 Idanha-a-Nova Região Portalegre e Castelo Branco

Neste Acanac “gostei de brincar, do escorrega de água, da roda gigante, do carrossel”. Aprendi neste Acanac “a lidar com alguns animais que tenho medo e a desenrascar-me“. Para mim, abraçar o Futuro é “tratar do mundo agora, para o futuro não ser mau”. Ser um Eco-Lobito “é não deitar o lixo para o chão, tratar bem do ambiente”.

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O abraço à diferença e a um futuro melhorQuem disse que um Acanac não tem muito para ensinar? Nas atividades dos Exploradores e Moços, conhecimento e diversão foram as palavras de ordem. Enquanto conviviam com mais pessoas do que esperavam conhecer, os participantes foram, também, desafiados a “abraçar o futuro”. Cuidar da nossa “Casa Comum” foi a sua missão. Texto: Bruna Coelho

O Santuário da Nossa Senhora do Almortão não existiu esta semana como os habitantes

o conhecem. Ali, funcionava uma Unidade de Sobrevivência Básica,

onde os jovens aprendizes aprendiam sobre sustentabilidade, técnicas de sobrevivência e utilização racional de recursos. A estes saberes, era acrescentado um desafio mais radical, em atividades

como a escalada e slide.Construir uma girândola para a fazer girar com o vento, fabricar um filtro para tornar a água potável e criar fogo com a fricção de duas canas foram alguns dos conhecimentos

Sara MartinsAgr. 100 Tavira Região do Algarve

“Eu tenho aprendido muitas coi-sas sobre os países, a natureza, os animais, as plantas. No meu futuro posso ensinar mais aos meus amigos, familiares, aos meus filhos.”

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apreendidos. Olhando em redor, os Exploradores e Moços questionavam-se sobre como teriam de fazer caso a água fosse, um dia, muito escassa e, também, sobre a diferença entre combustíveis fósseis e energias renováveis.

O caminho dos sentidos em Idanha-a-Nova foi responsável por novos conhecimentos inscritos nos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). Foi abordada a integração e respeito pela diferença. Afinal de contas, não há duas pessoas iguais no mundo e todas elas merecem ser respeitadas, sem olhar à

sua cor, raça, género ou crenças. Para transmitir as dificuldades que pessoas com deficiências físicas têm no dia-a-dia, os Exploradores e Moços realizaram, em equipa, um puzzle de olhos vendados e refletiram na importância de integrar estas pessoas na sociedade para que não se sintam excluídas.

Autonomia nas nossas escolhas foi outro aspeto analisado. Os Exploradores e Moços estão na idade em que começam a despontar as suas crenças, ideias e escolhas próprias. É importante saber tomar decisões por si. Por esta razão, ao redor da igreja matriz de Idanha-a-

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José Leão Agr. 502 Roriz Região do Porto

“O Acanac superou as expetativas que eu tinha. Tem mais pessoas do que eu pensava, mais diversão, convívio, atividades. Podemos trocar as nossas vivências de cada zona do país e os sotaques. Aprendi a fazer sabão, a cozinhar, a lavar louça, a comer atum enlatado que eu não gostava, a desenrascar, a conviver mais, a saber aceitar os outros.”

Diogo FerreiraAgr. 704 Mira Sintra Região de Lisboa

“Gostei de fazer o raid e as construções. Aprendi a fazer nós, a fazer muitas coisas que antes não sabia, que se não andasse nos escuteiros também não sabia fazer. Como fazer um arco e flecha e tirar resíduos da água”

ParticiparamExploradorese Moços– 6.786

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Nova eram eles próprios que decidiam, ou não, visitar a igreja. No interior, era apresentado um vídeo que incidia sobre as escolhas, nomeadamente, a escolha por Cristo.

Valorização da educação foi outro tema de abordagem. O acesso de todas as crianças ao ensino básico e secundário é um dos 17 objetivos da ONU. Afinal, ainda hoje existem muitas crianças sem saber ler e escrever.

A responsabilidade que cada um tem de ajudar foi talvez, o conhecimento melhor apreendido. Ao realizarem pelo seu pé os quilómetros que separam o CNAE do centro da vila, a entreajuda esteve sempre presente. Uns incentivavam os outros a continuar o caminho quando o calor apertava, outros partilhavam um pouco da sua água e relembravam o uso dos chapéus.

Os dias quentes levaram os Exploradores e Moços a procurar o “Porto Seguro” na Barragem Marechal Carmona. Aqui, no campo náutico, a preservação dos oceanos era o tema central. A mensagem a transmitir passava pela limpeza das águas, a pesca em moderação para a preservação da biodiversidade dos seres marinhos, a identificação de espécies, a acidez dos oceanos, o degelo e a instabilidade da vida dos animais. Na água, para dar corpo a estes temas, havia dinâmicas nos insufláveis, barcos e numa pista de arborismo flutuante, a primeira que se realiza em Portugal.

Em campo, no espaço Genesis, os Exploradores e Moços puderam realizar atividades em 120 oficinas, das quais algumas foram dinamizadas por entidades externas, como as Forças Armadas, Instituto de Socorros a Náufragos e a Associação Bandeira Azul. Estas oficinas estavam subordinadas ao tema do imaginário e por isso englobavam os 4 elementos (Terra, Ar, Água e Fogo) e o Espírito, a associação de todos eles. Ao percorrer o campo, foi fácil encontrar atividades de aeromodelismo, corridas de barcos telecomandados e oficinas ligadas aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Este Acanac foi uma missão para apreender, levar para casa e partilhar. A Casa Comum não é só dos participantes deste acampamento, mas de todos os que habitam o Planeta, pelo que a difusão desta mensagem de cuidado e respeito é de extrema importância.

MatildeAgr. 1328 Foz do Sousa Região de Porto

“Está a ser muito divertido, para além do cansaço. O mais importante no Acanac é fazer amizades incríveis, apesar de saber que vai ser um bocado difícil voltarmo-nos a encontrar.”

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Pioneirar é Inovar no Campo i9Durante o grande Acanac 2017, junto dos seus amigos Ana Teresa, Kiko Fogueira, Pedro Águas e Maria Brisa, cerca de 6.800 Pioneiros e Marinheiros procuraram inovar dando o seu melhor para proteger o nosso precioso planeta. Os subcampos Ar, Terra, Fogo e Água foram a cada dia desafiados pelos vários elementos da natureza.Texto: Ana Mano

Todos passaram pelo Porto de Abrigo junto à Barragem Marechal Carmona. No campo

AKUAR e com o Pedro Águas foram montadas 16 experiências aquáticas muito divertidas e importantes para a consciencialização ambiental dos escu-teiros participantes.

Procurando soluções para problemas como o degelo, a poluição dos mares ou o uso de materiais poluentes, a 3.ª secção deixou-se refrescar com jogos desde

o voleibol aquático ao stand up padle, da pista aquática aos matraquilhos humanos, do frisbee ao caiaque polo, entre muitos outros.

Pelo trabalho em equipa exigido, a construção da jangada foi das atividades mais desafiantes e, pela adrenalina, o grande escorrega foi uma das atrações mais cobiçadas.

Ana Terra regressou do futuro e, obser-vando o estado atual do planeta terra, mostrou-se preocupada. Desafiou então

a 3.ª secção a partir para raide ainda de madrugada com a missão de recolher informação valiosa sobre a forma como, no nosso dia-a-dia, contribuímos para a degradação do nosso planeta.

Às 4h da manhã, a Srª. do Almortão foi o ponto de partida do Trylho para a Sustentabilidade. Cada equipa come-çou logo a pôr em prática os seus conhe-cimentos de orientação. De seguida, chega a hora de tomar decisões: definir estrategicamente o caminho a percorrer de acordo com os postos pelos quais, em conjunto, decidiram passar.

Pelos desafios propostos ao longo do caminho, além da aprendizagem e consciencialização ambiental, o Trylhar mostrou-se uma oportunidade para as equipas conviverem de perto com a natureza e desenvolverem outro tipo de capacidades como a gestão de equipa, a liderança, a gestão de esforço e a capacidade de observação.

A igreja de Nossa Senhora do Loreto marcava o fim de pista deste raide Pioneiros e Marinheiros deixavam

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David Paulos Agr. 68 – Salvaterra de Magos Região de Santarém

Se eu não estivesse esta semana no Acanac, estava no Instagram sempre a ver as histórias do Escutismo e estava a pensar “Devia lá estar!”

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transparecer o cansaço da caminhada, mas também o contentamento gerado pelo alcançar da meta pretendida.

Os Pioneiros seguiram ainda o percurso traçado pelo Kiko Fogueira e pelo Ti Manel e foram conhecer as aldeias históricas de Monsanto, Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Zebreira, Penamacor e Rosmaninhal. Viajaram no tempo até 1810 para observar como se vivia nessa época e levar alguma sabedoria já esquecida para os tempos modernos. Talvez assim Pioneiros e Marinheiros consigam pôr em prática e ensinar aos seus amigos algo que os ajude, em conjunto, a salvar a nossa terra.

No seio de paisagens deslumbrantes, tiveram tarefas a realizar sempre com o propósito de lhes dar a conhecer a forma de viver destas aldeias tão antigas: desde desenhar o pelourinho, símbolo da justiça de outros tempos, a experimentar o tradicional jogo das pedrinhas, modo de entretenimento da época. Por fim, todos deram a sua pincelada numa tela, retratando a paisagem da aldeia visitada… para que aprendam que, mesmo sem tecnologia, o passado pode ser sempre recordado no futuro!

No Radikar, campo dedicado a atividades desportivas e radicais, as capacidades físicas e intelectuais, escutistas e de pioneirismo foram postas à prova pela Maria Brisa! A nossa fã do desporto viajou até ao ano de 2250, ficando impressionada e preocupada com

Mafalda Anaia Agr. 774 – Queijas Região de Lisboa

Está a ser brutal porque conhecemos pessoas novas, damo-nos com gente de vários sítios longe de nós e isso é sempre bom. Acho que vai ficar para sempre na nossa memória!

João Simões Agr. 923 - São Simão de Litém Região de Leiria

Têm sido dias um bocado complicados devido ao sol e ao calor, mas como nós temos uma boa equipa e estamos todos para o mesmo, aguentamos e temos feito o nosso melhor para a atividade correr da melhor maneira.

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a destruição que o ser humano provocou na nossa Casa Comum. Com diversos desafios que exigiram coordenação de equipa e muita coragem, procurou-se transmitir essa mensagem aos Pioneiros e Marinheiros, fazendo-os repensar os seus comportamentos ambientais na atualidade e as repercussões que poderão ter no futuro. Ao mesmo tempo, muita adrenalina, alegria e diversão encheram o campo Radikar estes dias!

Maria Andrade Agr. 604 – Canas de Senhorim Região de Viseu

Espero levar comigo deste Acanac amigos, experiência e coisas novas e diferentes para fazer na nossa terra.

Participaram Pioneirose Marineiros 7253

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Madrugada dentro, mais de dois mil escuteiros, com idades compreendidas entre os 18 e

os 22 anos, que integram a 4.ª secção do Corpo Nacional de Escutas, partiram do Centro Nacional de Atividades Escutistas em Idanha-a-Nova, para uma missão de três dias nas aldeias de vários Concelhos.

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Vaga vermelha leva vida a aldeias históricas#Liga_te... a hashtag enquadrava a principal atividade dos Caminheiros e Companheiros no 23.º Acanac.Texto: Henrique Matos

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Os lenços vermelhos partiram para a região do país onde a contração demográfica é mais pronunciada. O desafio era conhecer gentes, culturas e lugares.

A Proença-a-Velha, já noite dentro, chegaram jovens de Setúbal, Abrantes e outros agrupamentos...

“Fomos muito bem-recebidos, nós chegámos tardíssimo e tínhamos uma sopa quente à nossa espera”, diz Carolina Simões no momento em que, diante de um grande tacho, mexia uma iguaria de Proença-a-Velha. Chama-se papas

arrozadas e era uma sobremesa típica nos dias frios da apanha da azeitona. Agora, a receita foi partilhada e uma caminheira do Agrupamento 72 assumia a tarefa de as confecionar.

Um exemplo da interação com a população local, que, nesta localidade, desafiava ainda os caminheiros a construir adufes, um instrumento tradicional e único nesta região do país.

Mais à frente, no concelho de Penamacor, caía a noite em Aldeia do Bispo. No ar, a música de festa misturava-se com o odor convidativo dos grelhados.

Rodrigo Pinto Agr. 415 - Santa Maria da Graça Região de Setúbal

“Ser caminheiro é algo difícil de se dizer. É uma coisa que se vive. O Escutismo é a minha vida e esta é uma Secção espetacular... já vivi aqui coisas que nunca viveria fora do escutismo. Estou convicto de que, se não fosse escuteiro e caminheiro, não seria uma pessoa tão prestável tão proativa, tão dada ao próximo... porque é isto que define o caminheiro e é isto que eu procuro construir e viver”.

Participaram Caminheirose Companheiros – 2353

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Águas, Aldeia de João Pires e Aldeia do Bispo juntavam-se num Arraial comunitário que devolveu vida e alegria ao lugar. “Só é pena é que não seja sempre assim”, referia, conformada, Ana Maria, sentada no banco do jardim a assistir ao baile improvisado dos caminheiros.

Já reformada e regressada de França, estava admirada com o trabalho que estes jovens já tinham feito em favor da aldeia. O mesmo sentimento era partilhado pela amiga. “Limparam a igreja, fizeram pão e ainda foram ao Centro de Dia... coitadinhos, fartaram-se de trabalhar, mas é uma alegria ver juventude assim”, comentava Celeste Duarte.

“É fantástico ver a alegria deles e o entusiasmo com que partilham connosco aquilo que sabem e as tradições do lugar”, salientava a Francisca, caminheira do Agrupamento 5 – Ronfe.

Dois mil e trezentos caminheiros em 48 aldeias de quatro concelhos. Foi neste universo de autenticidade etnográfica e humana que os escuteiros mergulharam, por estes dias, para uma experiência que os ajuda a entender melhor o que se espera de quem traz o lenço vermelho ao pescoço.

Carolina SimõesAgr. 72 - Abrantes Região de Portalegre

“Já fizemos tudo para crescer por fora. Agora, o desafio é crescer por dentro... é este o itinerário do caminheiro. Agora é aprender a ser adulto, a ser uma pessoa melhor, mais madura e atenta à realidade que nos envolve. Esta é uma escola de vida e algo que não podemos apagar. Está inscrito em nós e assim vai permanecer definitivamente... é inexplicável”.

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Diogo PenedaAgr. 543 – Cova da Piedade Região de Setúbal

“Servir, procurar o Homem Novo e seguir o exemplo de Jesus Cristo... é assim que quero ser caminheiro, numa atitude atenta ao próximo e à comunidade. Na vida do dia a dia, devo seguir o exemplo de Jesus porque Ele é o exemplo do Homem Novo”.

Fabiana FernandesAgr. 1288 Camacha Região da Madeira

“Em tudo o que faço, procuro melhorar sempre. Para mim é isto ser caminheira, embora ache que esta questão é transversal a todas as secções no escutismo. Este movimento leva-me a estar sempre preparada para os próximos desafios. Quando olhamos o futuro, vemos muita incerteza, o que é um desafio a fazermos algo. Caso contrário, podemos perder muitos dos valores que hoje organizam a nossa vida”.

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Espaços comuns de diversão e aprendizagem

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GénesisNeste espaço desenvolveram-se mais de cem workshops com uma única diretiva:

aprender brincando e fazendo.As secções foram convidadas a aprender com os quatro elementos - Água, Fogo,-

Terra e Ar - através de jogos simples ou mais complexos como ateliers de aeronáutica e biodiversidade. Os participantes foram convidados a passar pelo campo de todos os elementos de forma a aprender com cada um deles. Todos os que por ali passaram receberam um símbolo de união, uma pulseira onde foram colocando botões com a indicação dos quatro elementos.

7SentesUm campo a caminho de todos e para todos. Os dias foram sempre diferentes, com

pessoas e coisas diferentes para oferecer e fazer.Um local onde se podia simplesmente admirar o que estava à volta, contrastan-

do com o burburinho normal de uma grande atividade. Porque no maior Acanac de sempre também foi necessário parar e porque esta também foi uma boa forma para apreciar tudo o que estava programado para os participantes. Música, teatro, dança e muita animação e atividades diversificadas deram sentido aos sentidos e ao des-contrair do corpo e da mente.

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Diferentes formas de viver o AcanacGrande parte dos escuteiros indicam que pelo menos uma vez durante o seu percurso escutista gostariam de participar num acampamento nacional. Há quem participe pela primeira vez como explorador, outros como dirigentes, mas também há quem já conte no seu "currículo" escutista com 14º Acanac. Fomos conhecer algumas destas histórias, diferentes formas de viver uma atividade de grandes dimensões mas partilhando sempre do mesmo ideal.

Miguel Pires é explorador, no agrupamento 690 do Barreiro, região de Setúbal este foi o seu

primeiro Acanac, as primeiras referências foram para a organização que considerou muito boa. As motivações que o levaram a participar foram: conhecer pessoas novas, este ser o seu último ano de explorador e ainda viver esta aventura, aventura que gostaria de repetir.

Mas também há quem tenha vivido esta experiência pela primeira vez já como dirigente. Paulo Santos é do agru-pamento 523, de São Tomás de Aquino, região de Lisboa e veio para Acanac da mesma forma que veio para o escutismo, com espírito de serviço.

Este Acanac foi repleto de momentos fortes e daqueles que permanecem na memória de qualquer escuteiro, relem-

brou a chegada a campo dos partici-pantes que considerou profundamente emotiva "logo neste primeiro momento fiquei com a sensação que valeu a pena" recordou Paulo Santos.

Quem passa por uma atividade como esta saí necessariamente mais enrique-cido, sendo igualmente um excelente ex-ercício de humildade conclui.

E viver o seu 14.ª Acanac? Essas foram as histórias que Francisco Maia, escutei-ro há 64 anos, da região de Lisboa partil-hou connosco.

O seu primeiro Acanac foi o de Av-intes, no Porto decorria o ano de 1956, na altura era explorador. Eram tempos em que participar num acampamento nacional tinha regras mais apertadas, como ter de ir a uma inspeção médica, tínhamos de estar aptos para participar

relembrou Francisco Maia.Lembra-se de toda a preparação antes

de seguir para o acampamento "fazíamos muitas provas para podermos ter um bom desempenho em campo".

Chegaram a Avintes de comboio e fo-ram transportados num camião de caixa aberta para campo.

O que o mais impressiona nestas grandes atividades são as amizades que se criam, são amizades para a vida re-força.

Diz com toda a convicção que ter par-ticipado em Avintes foi sempre um im-pulso para estar presente nos Acanac que se seguiram. Para Francisco Maia pelo menos uma vez na vida todos os escutei-ros devem passar por esta experiência.

E tu? O que levas deste 23.ª Acanac?

Miguel Pires Paulo Santos Francisco Maia

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Um "Abraça o Futuro" vindo de além fronteiras

186 escuteiros estrangeiros marcaram presença no 23.º Acanac, em Idanha-a-Nova. Oriundos de França, Espanha, Suécia, Rei-no Unido, Luxemburgo, Israel, São Tomé e Príncipe e Irlanda. Estiveram integrados nos campos da 3.ª e 4.ª secção e durante os dias de atividades interagiram com todos os outros partici-pantes.

Assim, neste Acanac o cuidado e a preservação da "Casa Co-mum" contou também com o apoio destes escuteiros vindos além fronteiras. Sabias que Israel foi o maior contingente es-trangeiro em campo?

Secretário Internacional da federação Escutista de Israel visitou o Acanac!

Secretário Internacional da Federação Escutista de Israel, a propósito da participação de 50 escuteiros de Israel na ativi-dade, fez questão de marcar presença nos primeiros dias do 23.º Acanac.

Offer Blumenstein em conversa sobre o futuro da relação en-tre os dois países sublinhou vontade de, no futuro, realizar ativ-idade em conjunto entre Israel e Portugal. “Num futuro próxi-mo estamos a pensar em enviar pequenos grupos Israelitas para acampamentos de verão com as regiões em Portugal. Vamos começar de uma forma pequena construindo uma relação en-tre ambos e, provavelmente, dentro de um ou dois anos os escu-teiros de Portugal irão participar num acampamento de verão em Israel. Vamos construir a ponte entre os nossos dois países através do escutismo porque o escutismo é uma ferramenta para ser usada ao serviço do próprio e ao serviço da comuni-dade”, reiterou Blumenstein.

No espírito da fraternidade mundial, Offer Blumenstein falou também da relação com os escuteiros da Palestina e do quão é importante que estes façam parte da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME). “Todos acham que nós somos inimigos e quando dissemos que a Associação Escutista da Palestina deveria voltar a ser membro da OMME todos ficaram surpreendidos. Se os escuteiros de Israel dizem para a para a Palestina voltar a ser membro porque é que os outros deveri-am ter problemas com a integração da Palestina na OMME?”. Blumenstein destacou ainda o desejo de realizar uma atividade histórica com escuteiros da Palestina e envolvendo Portugal no processo.“Eu gostava muito que os escuteiros de Israel e da Palestina fizessem um acampamento de verão em conjunto. Provavelmente não em Israel, nem na Palestina mas, por exem-plo, na Grécia, no Chipre ou, quem sabe, em Portugal”, detalhou.

Ainda relativamente à passagem por Portugal, “assim que aterrei em Portugal a primeira coisa que senti foi amor! Nin-guém aqui me conhecia mas todos me abraçaram e fizeram-me sentir em casa! Isto só acontece porque nos escuteiros somos uma grande família. É por isso que considero os encontros entre escuteiros são tão importantes“.

O Secretário Internacional da Federação Escutista Israelita deixou Idanha-a-Nova impressionado pela grandiosidade do Acampamento Nacional e certo da vontade de desenvolver pro-jetos futuros com o CNE.

internacional

Suécia2187.02 km

São Tomé4611.03km

Reino Unido1263.41km

Luxemburgo1396.82 km

Israel3823.49km

Irlanda1254.35km

Espanha24.41km

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Encerra tu este Acanac!

A reportagem da cerimónia de encerramento feita por ti. Põe a tua criatividade à prova.Envia-nos o resultado final utilizando#escutismo #euabraceiofuturo

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