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1 2ª Edição II Trimestre 2016 CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA BOLETIM INFOMARTIVO DA

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BICPA | 2ª Edição

2ª Edição II Trimestre 2016

CONTRATAÇÃO

PÚBLICA

ANGOLANABOLETIM INFOMARTIVO DA

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BICPA | 2ª Edição

BOLETIM INFORMATIVO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANABICPA

AIAARAP

BADBICPAENAD

EPCFDUCAN

GPINAPEM

LCPLIDE

MACVPMCME

MPMEOGEPACPCP

PEPEMVSIGFESNCPUFSA

UO

Associação Industrial de AngolaAutoridade Reguladora das Aquisições Pública de Cabo VerdeBanco Africano de DesenvolvimentoBoletim Informativo da Contratação PúblicaEscola Nacional de Administração Entidade Pública ContratanteFaculdade de Direito da Universidade Agostinho NetoGoverno ProvincialInstituto Nacional Lei dos Contratos PúblicosGrupo de Lideres Empresariais de AngolaMinistério dos Antigos Combatentes e Veteranos da PátriaMicro EmpresaMédia EmpresaMicro, Pequenas e Médias EmpresasOrçamento Geral do EstadoPlano Anual de ContrataçãoProcedimentos de Contratação PúblicaPequena EmpresaProposta economicamente mais vantajosaSistema Integrado de Gestão Financeira do EstadoServiço Nacional da Contratação Pública Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições de MoçambiqueUnidade Orçamental

ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

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BICPA | 2ª Edição

CONTEÚDO04 05

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09EDITORIAL NOTÍCIAS

Tribunal de Contas Comemora 15.º Aniversá-rio - Protocolos de Cooperação poderão reforçar a

profissionalização na contratação pública| 6- SNCP aposta na capacitação de quadros em

matéria de Contratação Pública | 7- Fornecedores do Estado preocupados com a

contratação pública | 8- SNCP realiza encontro com BAD | 9

ALERTAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

EXPLICADOR DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA

AGENDA

BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICA“O que Auditar?” | 9 - Implementação e Monitorização dos Apoios

Institucionais nas MPME | 11

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BICPA | 2ª Edição

Editorial

A aprovação e publicação da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos (LCP) constitui mais um marco no con-texto de reformas e modernização das finanças públicas, com particular ênfase para o sistema da contratação pública, apre-sentando instrumentos procedimentais que permitem aos gestores públicos a melhor rentabilização dos recursos públi-

cos, por meio de uma gestão eficiente e racional. Acrescenta-se, entretanto, que a melhor concretização destas reformas só é possível através de um aumento de profissionais não só especializados em matéria de contratação pública mas também íntegros e competentes, para responder aos desafios que se colocam nesta área.Assim sendo, nesta edição do Boletim Informativo da Contratação Pública (BICPA) reafirma-se o compromisso de reportar factos relevantes ocorridos durante o período, bem como difundir conceitos cuja prática contribuem para a contínua produção de ganhos de eficiência na contratação pública. Por fim, quer-se, destacar no âmbito das “Boas Práticas” a questão da par-ticipação das Micro Pequenas e Médias Empresas na contratação pública, enquanto via impreterível de fomento do empresariado nacional e como fonte geradora de emprego, estabilidade de preços e competitividade da economia.

Boa Leitura!

Caros Leitor,

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BICPA | 2ª Edição

Notícias

Tribunal de Contas Comemora 15.º Aniversário

O Tribunal de Contas celebrou no passado dia 12 de Abril o seu 15º aniversário. Para comemo-rar, foram realizadas três conferências, com incidência para duas áreas, nomeadamente a Fiscalização das Empresas Públicas e a melho-

ria da coordenação entre os diferentes órgãos que tute-lam as empresas do Sector Empresarial Público.“A missão do Tribunal de Contas não tem sido fácil. Temos a grata sensação de, do percurso feito, haver muitas realiza-ções, em termos de melhoria da gestão do erário público”, disse Julião António, Presidente daquele órgão. Acrescen-tou, ainda, o facto de o Tribunal de Contas estar a fun-cionar em pleno e a desempenhar efectivamente todas as suas funções orgânicas de fiscalização e controlo e de efectivação de responsabilidades, através dos processos respectivos de visto, de prestação de contas, de audito-rias e inquéritos, de acompanhamento da execução do OGE, de fixação de débitos aos responsáveis, de multas e de responsabilidade financeira reintegratória, bem como a emissão do parecer sobre a Conta Geral do Estado.Julião António reconheceu que o nível de desempenho do Tribunal de Contas é resultado dos esforços conjun-tos de muitos organismos do Estado, das organizações

internacionais de que o Tribunal é membro e de pessoas singulares de boa-fé. Neste particular, destacou o em-penho do Presidente da República, que tem prestado o seu apoio desde o início da actividade fiscalizadora do Tribunal.Por sua vez, o ministro da Economia, Abrahão Gourgel, apontou ainda o asseguramento do bom funcionamento e independência dos órgãos de controlo e fiscalização, a implementação de políticas de melhoria da governa-ção das Empresas Públicas, tendo assumido, estar ciente dos riscos existentes a todos os níveis (Estado, órgãos de controlo e fiscalização, gestão de empresas públicas), bem como o asseguramento dos factores críticos de su-cesso para a fiscalização a todos os níveis. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do Instituto para o Sector Empresarial Público, Henda Inglês, conside-rou importante o reforço na coordenação entre os dife-rentes órgãos que tutelam as empresas do Sector Em-presarial Público, no sentido em que se deve perspectivar melhores acções de fiscalização das empresas públicas, com vista ao seu maior desempenho”.

“A missão do Tribunal de Contas não tem sido fácil. Temos a gra-ta sensação de, do percurso fei-to, haver muitas realizações, em termos de melhoria da gestão do erário público”

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BICPA | 2ª Edição

Protocolos de Cooperação poderão reforçar a profissionalização na contratação pública

No âmbito das atribuições de regulamen-tação, fiscalização e supervisão do sis-tema de contratação pública, o Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) celebrou no passado mês de Junho 2 acordos de cooperação para formação em matéria de Contratação Pública com as entidades formadoras da Faculdade

de Direito da Universidade Católica de Angola (FDUCAN) e a Escola Nacional de Administração (ENAD). A iniciati-va surge como resultado da necessidade de fomentar e desenvolver a cooperação e colaboração no ensino, no estudo e na investigação nos domínios da regulação da Contratação Pública e na prossecução de parcerias de projectos de formação avançada.Os presentes protocolos têm como objectivo definir as bases de uma relação institucional entre o SNCP e as re-feridas entidades, com vista a uma perspectiva de com-plementaridade de vocação e experiências, convergência de interesses, aperfeiçoando e dinamizando áreas consi-

deradas prioritárias e de interesse comum, incidindo prio-ritariamente no domínio da Contratação Pública.Segundo a Directora Geral do Serviço Nacional da Con-tratação Pública, Rosária Filipe, o aumento de peritos em matéria de contratação pública representa um mecanis-mo eficaz que permite a divulgação de práticas aceitáveis em matéria de contratação pública. Acresceu ainda que, os protocolos celebrados permitem o aumento de espe-cialistas aptos a responder os desafios que se colocam nesta área, tendo em conta o reduzido número de técni-cos especializados. Fruto dos protocolos, surge a primeira formação dirigida aos formadores da ENAD, com início no mês de Junho do corrente ano.

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SNCP aposta na capacitação de quadros em matéria de Contratação Pública

No âmbito das suas atribuições, o SNCP contribui, através de acções de forma-ção, ao desenvolvimento sustentável do sector de aquisições públicas ajus-tado à realidade do país. Nesta óptica, o SNCP realizou, de 15 a 16 de Junho, na província do Namibe, uma acção de Formação Inicial em Contratação Públi-

ca, dirigida aos Gestores Públicos do Governo local.O acto contou com o apoio da Delegação Provincial de Finanças do Namibe e teve como objectivo dotar os res-ponsáveis de conhecimentos genéricos sobre o processo de realização das aquisições públicas mediante a con-tratação pública. Segundo o formador João José, Técnico do SNCP, trata-se de uma iniciativa que acrescenta va-lor ao desempenho diário dos instruendos. “Há de facto um verdadeiro interesse por parte dos participantes em aplicar as regras de contratação pública previstas na Lei, tratando-se de um instrumento de gestão cuja utilização permite a racionalização e a maximização dos recursos financeiros públicos postos a disposição dos gestores Pú-blicos.Durante a formação que contou com a participação de Inspectores, Directores, Delegados Provinciais, Assesso-res e Administradores Municipais, foram debatidos temas como a Contratação Pública, mediante análise de aspec-

tos previstos da Lei n. 20/10, de 7 de Setembro - Lei da Contratação Pública, o Contexto legal da Contratação Pú-blica, Elementos essências para a formação dos contratos públicos, o Funcionamento das Comissões de Avaliação, os Critérios Legais de escolha do tipo de procedimento, a Celebração e Confirmação de Contratos, bem como a Execução de Contratos Públicos sujeitos à Lei da Contra-tação Pública.De referir que, as acções de formação visam sobretu-do contribuir para o aperfeiçoamento das competências profissionais requeridas aos gestores/funcionários envol-vidos nos processos de aquisições, das administrações pública central ou local, para além de fornecer uma visão do universo legal do sistema e compras na administração pública e expandir o cenário informativo dos assuntos re-lacionados à área de compras públicas, integrando todas as etapas do processo de contratação pública.A aposta na capacitação dos recursos humanos afectos à contratação pública continua a constituir uma das prin-cipais acções para se atingirem maiores índices de trans-parência, competitividade e racionalização na formação dos contratos públicos.

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Fornecedores do Estado preocupados com a contratação pública

No âmbito das suas atribuições de obser-vatório no mercado da contratação pú-blica, o Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP), procedeu no dia 26 de Abril do corrente ano à auscultação dos fornecedores do Estado, dado o seu re-levante papel nesse importante proces-so, com vista a acolher e promover a

adopção de boas práticas, no que concerne aos procedi-mentos de contratação pública. De facto, tendo em con-ta o curial desempenho dos fornecedores nas aquisições públicas, é incontornável ouvir esse segmento, porquan-to, impõe-se uma constatação da realidade factual no país, tendo em conta a sua visão. A iniciativa tem como objectivo inserir formas mais dinâmicas de participação do empresariado nacional e estrangeiro na contratação pública.No referido encontro os fornecedores reconheceram a validade da exigência da Nota de Cabimentação antes da assinatura de qualquer contrato. Sublinharam de igual modo que é indispensável evitar a intervenção de con-

siderações subjectivas na escolha das empresas para a celebração de contratos públicos. Entre os participantes, destacam-se representantes de associações como a AIA, a Associação Empresarial de Luanda, o LIDE e de empresas como SISTEC, Grupo Valo-este, MOTAENGIL, Grupo 7 Cunha, Bartolomeu Dias, entre outros.

SNCP realiza encontro com BADO SNCP reuniu no passado mês de Junho do corrente ano, com uma delegação do Banco de Desenvolvimento Afri-cano (BAD), com o objectivo de avaliar o grau de satisfa-ção e cumprimento das reformas na contratação pública.Segundo Rosária Filipe, Directora do SNCP, “O financia-mento do programa do BAD vai, assim, permitir ao Exe-cutivo Angolano continuar a responder a vários com-promissos assumidos com parceiros, no que respeita à reforma das aquisições públicas nacionais como um ele-mento essencial na modernização da gestão das finanças públicas”, acrescenta a mesma fonte.

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BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICA

O actual cenário económico-financeiro exige uma atitude diferente de todos os gestores, em que os entes públicos são chamados a melhor selecionar os co-contratantes e, os privados, a aumentarem os níveis de rigor na execução dos contratos públicos. Daí que

somos todos convidados a “aprender a fazer melhor com menos”.Por conseguinte, à necessidade de auditar está ligada a incerteza em relação ao “o que auditar” em contratação pública. A auditoria circunscrever-se-á à fase procedi-mental (contratação pública propriamente dita) ou, de igual modo, à fase contratual, ou seja, a execução dos contratos? Sem desprimor de todo o debate doutrinário em volta daquilo que distingue a contratação pública dos contra-tos públicos, gostaríamos de fazer uma pequena nota sobre esta distinção. Assim, a contratação pública carac-teriza-se pelos actos e formalidades tendentes a escolha do adjudicatário, isto é, os actos prévios à constituição, modificação e extinção dos contratos públicos e, os con-tratos públicos pelos actos da administração pública para concretizar a vontade manifestada na fase procedimen-

tal em relação à proposta adjudicada.Contudo, baseando-se nesta distinção a contratação pú-blica seria um ramo autónomo do direito dos contratos públicos pelo facto de ser anterior e o seu surgimento ter sido motivado pelas arbitrariedades na escolha do co--contratante pelo Estado. Feita essa distinção, atrevemo-nos a delimitar a audito-ria em contratação pública, realizada pelo SNCP, à fase pré-contratual ou procedimental, pelo facto de a sua competência em matéria de auditoria abranger os ac-tos e formalidades pré-contratuais1, desde ao momento em que se manifesta a decisão de contratar até ao acto de adjudicação. Do ponto de vista legal e doutrinário, a auditoria à contratação pública estaria totalmente alheia aos contratos públicos. Porém, ao compararmos o campo de actuação de organismos de outros países com competências similares as do SNCP no que diz respeito à auditoria, chamou-nos particular atenção, de entre as eleitas2, a Autoridade Re-guladora das Aquisições Públicas de Cabo Verde (ARAP) e a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições de Moçambique (UFSA). As atribuições e responsabilidades da ARAP não se confinam apenas à contratação pública

“O que Auditar?”Por [Aldmiro Matoso - Técnico SNCP]

A tarefa de auditar a contratação pública, en-quanto uma das atribuições do Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP), deve assumir um papel primordial em matéria de controlo das despesas públicas.

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como também à fase contratual propriamente dita mas limitadas aos contratos de empreitadas e as concessões de obras e serviços públicos. Por seu turno, a UFSA tem competências tanto na fase procedimental como na fase de execução, garantindo a execução pontual e integral do contrato.Regressando à questão inicial: “o que auditar?”, pensamos ter elementos suficientes para esgrimir uma opinião mais precisa sobre o campo de auditoria do SNCP.Se a nossa abordagem estivesse focada no estipulado na alínea c) do artigo 7.º do Decreto Presidencial n.º 162/15, ao referir que, quanto às atribuições de auditoria, o SNCP deve realizá-las “aos procedimentos de contratação pú-blica lançados pelas entidades contratantes” não haveria qualquer margem de dúvidas de que as suas competên-cias confinar-se-iam aos procedimentos de contratação pública, ou seja, à preparação, condução e conclusão dos procedimentos de contratação pública. No entanto, se a fase procedimental termina com a ad-judicação, verifica-se que, por um lado, entre esta e a execução do contrato existe uma multiplicidade de for-malidades de cariz subjectivo e objectivo que ainda não foram concretizadas, ficando tanto fora da fase procedi-mental como da execução. Por outro lado, visto que as

relações jurídicas não se mantêm intactas deste a cons-tituição à extinção, poder-se-á na fase de execução alte-rar-se elementos procedimentais tidos como alicerces da adjudicação. Portanto, acreditamos que de igual modo dever-se-á au-ditar tanto os actos da fase intermédia (entre a adjudi-cação e a execução do contrato) como da fase de exe-cução do contrato, enquanto concretização da vontade manifestada nas peças do procedimento e da proposta adjudicada, contando que se constatem inconformidades dos pressupostos ou aspectos fundamentais que esti-veram na base da adjudicação ou, ainda, violações aos princípios contratação pública, como sejam o princípio da legalidade e o da concorrência.

1 Cfr. alínea c) do Artigo 7.º do Decreto Presidencial n.º 162/15, de 19 de Agosto, que aprova o Estatuto Orgânico do Serviço Nacional da Contratação Pública. 2 Para o estudo comparado foram escolhidas a Autoridade Reguladora das Aquisi-ções Públicas de Cabo Verde, a Direcção de Compras e Contratação Pública do Chile, a Auto-ridade de Supervisão da Contratação Pública do Quénia e a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições de Moçambique pela grande preocupação que estes países têm no desenvolvi-mento de políticas de gestão e controlo das despesas públicas.

Implementação e Monitorização dos Apoios Institucionais nas MPME

A influência das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) vai além do campo económico e da geração de empregos, dada a sua capacidade de inovação, apoio ao desenvolvimento regional e a possibi-lidade de democratização do seu capital.Em contrapartida aos efeitos positivos

que oferecem, as MPME defrontam altas cargas tributá-rias, burocracia excessiva e reduzido acesso a crédito, o que limita as suas chances quando concorrem com as grandes corporações. Estas além de possuírem acesso facilitado ao crédito e a todo tipo de informação essencial ao exercício da função empresarial, têm a vantagem de actuar em larga escala. Assim, não se pode concluir que há uma situação de igualdade entre as grandes corpora-ções e as pequenas empresas. É certo que a concorrência entre essas actividades é desequilibrada e constitui ape-nas um dos muitos embates enfrentados pelos pequenos empreendimentos no exercício de suas atividades.Por conseguinte, dando cumprimento do disposto nos artigos 10.º e 11.º do Decreto Executivo Conjunto n.º 157/14, de 4 de Junho, que aprova o Regulamento dos Procedimentos de Implementação e Monitorização dos Apoios Institucionais (DEC) criados pela Lei n.º 30/11, de 13 de Setembro – Lei das Micro, Pequenas e Médias Em-

presas (MPME), o Serviço Nacional da Contratação Públi-ca (SNCP) tem trabalhado no sentido de supervisionar as Entidades Públicas Contratantes (EPC) quanto à subcon-tratação de MPME pelas Empresas de Grande Dimensão (EGD), com as quais exista um vínculo contratual. O SNCP tem como objectivo fulcral garantir a implementação e a monitorização dos apoios institucionais do tipo B. Para o efeito, foram enviados ofícios à 20 (vinte) Fornece-dores do Estado durante o mês de Maio do ano em curso, solicitando informações sobre as subcontratações a favor das MPME decorrentes dos contratos celebrados durante o exercício económico de 2015 até ao 1.º semestre de 2016. Dos 20 (vinte) ofícios remetidos apenas 3 Empre-sas forneceram dados, que após consolidação pode--se apurar que, de um total de AKZ 146.232.938.201,16 (Cento e Quarenta e Seis bilhões, Duzentos e Trinta e

Dois milhões, Novecen tos e Trinta e Oito mil, Duzentos e Um Kwanzas e Dezasseis cêntimos), somente 7,33% foram alocados à subcontratação de MPME.

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Após uma análise minuciosa à informação remetida pe-los fornecedores supracitados, bem como do cruzamento da mesma com o ficheiro extraído da base de dados do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias

Empresas (INAPEM), verificou-se que, num universo de 418 (Quatrocentos e Dezoito), apenas 19 (Dezanove) MPME subcontratadas encontra-se certificadas.

Através dos dados obtidos, podemos verificar que a con-tribuição das MPME na contratação pública é fraca. Nesta senda, o SNCP continuará a interagir com as EGD adjudi-cadas em procedimentos de contratação pública, no sen-tido de colmatar a dificuldade de obtenção de informação junto das EPC, no que toca a subcontratação de MPME. Importar realçar que, as empresas privadas de grande dimensão têm a obrigatoriedade de reservar a percen-

tagem mínima de 10% do valor dos contratos de forne-cimento de bens e serviços ao Estado que as mesmas tenham obtido por via de concurso para adjudicação às MPME. Ora, no caso específico de concursos para adjudi-cação de empreitadas de obras públicas será obrigatório a reserva da percentagem mínima de 25% às MPME, em regime de concurso público a ser fiscalizado pelo adjudi-catário.

Empresa de Grande Dimensão (EGD)

Empresa de Grande Dimensão (EGD)

ODEBRECHT

ODEBRECHT

52

130 599 959 137,70

35

15 544 862 360,00

331

88 161 703,46

418

146 232 983 201,16

12

7,98%10 427 673 285,15

7

1,80%279 741 434,36

0

11,30%9 958 038,34

19

7,33%10 717 372 757,85

40

28

331

399

ANGOLACA

ANGOLACA

MONTAEGIL

MONTAEGIL

Total

Total

Total de MPMPESubcontratadas

Valor dos Contratos(KZ)

Total de MPMPECertificadas

Peso Valor de Subcon-tratação/Valor Contrato

Valores dasSubcontratações (KZ)

Total de MPMPENão Certificadas

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ALERTAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Diante do actual contexto de abranda-mento económico e da permanente ne-cessidade de reformas estruturais nos variados sectores, torna-se cada vez mais importante melhorar a gestão dos recursos públicos.Assim, destacam-se abaixo algumas ini-ciativas constantes na agenda do SNCP a

desenvolver no 3º trimestre de 2016:

Divulgação da Lei dos Contratos públicosCom a aprovação e publicação da Lei n.º 19/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos, está em carteira a implementação do Plano de Divulgação da referida Lei, que comporta, entre outras, a realização de seminários, palestras e formações contínuas.

Portal Da Contratação PúblicaEstá prevista a inclusão de funcionalidades mais actra-tivas para o Portal da Contratação Pública, durante o 3.º Trimestre de 2016, com objectivo de fomentar a sua con-sulta pelas EPC e outras entidades interessadas, como meio preferencial de ajuda para a condução dos procedi-

mentos de contratação pública (PCP). Auditorias e InspecçõesO SNCP continuar a realizar as acções de auditorias à con-tratação pública. Até ao 2.º Trimestre, das 8 acções de auditorias previstas no Plano Anual de Auditorias, foram já realizadas 6 acções, estando em curso 2 acções, sendo que a restante será realizada durante o 3.º Trimestre.

Plano Anual de ContrataçãoEstá disponível no Portal da Contratação Pública (pelo seguinte link www.contratacaopublica.minfin.gv.ao) o modelo de Plano Anual de Contratação que deve ser pre-enchido, durante o 3.º Trimestre, com despesas à Lei da Contratação Pública, no âmbito da preparação da propos-ta de Orçamento Geral do Estado para ano económico de 2017.

Neste contexto, o SNCP, apela a todas EPC o envio do respectivo Plano Anual de Contratação para a publicação no Portal da Contração Pública, garantindo maior publici-dade aos mercados das agendas de contratação de cada organismo público.

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2016AGENDA

Actividade

Palestra dirigida às MPME sob o tema “Participa-ção das MPME na Contratação Pública”

Seminário Nacional de Divulgação da Lei dos Contratos Públicos

Seminário do Kwanza Norte

Acção de Formação no MACVP

Seminário Regional de Divulgação da Lei nº 9/16 – Lei dos Contratos Públicos, na província da Huíla (Região Sul), congregando as províncias da Huíla, Benguela, Bié, Huambo, Cuando Cubango, Cunene e Namibe - no Auditório do Governo Provincial

Data

18/Agosto

Setembro

15/Setembro

29/Agosto2/Setembro

08 de Setembro

Local

INFORFIP

Palácio da Justiça

N’Dalatando

Ministério dos AntigosCombatentes e Veteranos

da Pátria

Auditório do Governo Provincial da Huíla

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BICPA | 2ª Edição

EXPLICADOR DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Pergunta: O que é o Portal da Contratação Pública? Quem pode ter acesso ao Portal da Contratação Pública? Para que serve o Portal da Contratação Pública?

Resposta: É um espaço virtual onde são publicitados ele-mentos referentes à formação e execução dos contratos públicos, permitindo o seu acompanhamento, monitori-zação e comunicação entre o Serviço Nacional da Con-tratação Pública (SNCP), as Entidades Públicas Contratan-tes (EPC), os Fornecedores, os demais intervenientes e o público em geral, sendo a principal fonte de informação em matéria de contratação pública no país. O acesso ao Portal pode ser efectuado através do endereço www.con-tratacaopublica.minfin.gv.ao. Qualquer interessado pode solicitar acesso ao Portal da Contratação Pública através de um registo de informação elementar da conta de uti-lizador. De acordo com o tipo de acesso solicitado, o uti-lizador receberá, do gestor do Portal, por e-mail, as cre-denciais de acesso.O Portal da Contratação Pública serve para: • Centralizar e divulgar informações de natureza legal, administrativa e operacional sobre a contratação pública angolana, tornando-as acessíveis ao público em geral; Divulgar os anúncios de procedimentos concur-sais e adjudicações de contratos; Aumentar a transparência e conformidade com os requisitos legais da Contratação Pública, em harmonia com os padrões universalmente consagrados; Uniformizar as políticas, processos e procedimen-tos de contratação pública;

Promover a comunicação e cooperação entre os principais intervenientes no Sistema da Contratação Pú-blica; Difundir informação relevante sobre o funciona-mento, organização e sustentabilidade do Sistema da Contratação Pública; Fornecer ferramentas para auxiliar na actuação quotidiana dos utilizadores do Portal; Ampliar a concorrência, tornando-a justa e efecti-va entre os fornecedores.

Por conseguinte, espera-se que com o portal se consiga melhorar o planeamento das EPC nesta matéria, maior divulgação dos procedimentos da contratação pública ao mercado, permitir aos órgãos do controlo, maior acesso aos processos realizados pelas entidades adjudicantes; e também um adequado registro dos contratos celebrados entre o Estado e os fornecedores; facilitando a criação de uma base de dados.

Pergunta: O que entende por MPME e como é efectuada a sua classificação? Como funcionam os apoios institucio-nais às MPME?

Resposta: MPME significa Micro, Pequenas e Médias Em-presas. É uma sigla frequentemente utilizada para classi-ficar o porte de uma empresa em função do número de trabalhadores efectivos e do rendimento anual auferido (facturação total anual). Esse tipo de empresas ocupam um lugar importante na economia dos países através da geração de emprego.

14 BICPA | 2ª Edição

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As classificações do porte das empresas segundo a Lei n.º 30/11, de 13 de Setembro – Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), variam de acordo com o setor de atuação no mercado. As classificações atribuídas são as seguintes: 1. Micro Empresas (MC), as empresas que em-preguem até 10 trabalhadores inclusivé e/ou tenham uma facturação anual bruta não superior a 250 mil USD (no valor equivalente em Kz); 2. Pequenas Empresas (PE), as empresas que empreguem mais de 10 e até 100 trabalhadores inclu-sivé, e/ou tenham uma facturação anual bruta superior a 250 mil USD e igual ou inferior a 3 milhões de USD (no valor equivalente em Kz); 3. Médias Empresas (ME), as empresas que em-preguem mais de 100 e até 200 trabalhadores inclusivé e/ou detenham uma facturação anual bruta superior a 3 milhões de USD e igual ou inferior a 10 milhões de USD (no valor equivalente em Kz).

A nível de medidas de apoio institucional, destacamos a obrigatoriedade de implementação, por parte do Estado, de um sistema simplificado de formalidades, quer para o processo de constituição de MPME quer para o processo de licenciamento das respectivas actividades. Assim sendo, o Estado e demais entidades públicas terão que destinar obrigatoriamente a percentagem mínima de 25% do seu orçamento para a aquisição de bens e serviços às empresas reconhecidas como MPME – Apoio institucional do tipo A.

As empresas privadas de grande dimensão deverão re-servar a percentagem mínima de 10% do valor dos con-tratos de fornecimento de bens e serviços ao Estado que as mesmas tenham obtido por via de concurso para ad-judicação às MPME, o que será realizado por consulta à praça e em regime de concurso público, com supervisão do adjudicatário – Apoio Institucional do tipo B. No caso específico de concursos para adjudicação de em-preitadas de obras públicas será obrigatória a reserva da percentagem mínima de 25% às MPME, em regime de concurso público a ser fiscalizado pelo adjudicatário. Nos concursos públicos e em subcontratação será obrigatoria-mente dada preferência legal às MPME em qualquer caso de empate entre uma MPME e outras entidades. – Apoio Institucional do tipo B.Portanto, para o devido cumprimento destas normas, existe uma base de dados nacional de MPME, elaborada pelo INAPEM para a classificação nacional de empresas.

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BICPA | 2ª Edição

Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA) – 2º Trimestre de 2016Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) Gabinete de Comunicação Institucional (GCI)Rosária Dias dos Santos Filipe, Directora Geral do SNCPJoão Boa Quipipa, Secretário de Estado do TesouroArmando Manuel, Ministro das Finanças

Rua Kwamne N´krumah, 217 – 221, Edifício Metrópolis, 3º Andar, Maianga-Luanda, Caixa Postal n.º 6869(+) 244 917 269 025 / 942 642 [email protected]

Título:Edição:Paginação e Concepção Gráfica:Coordenação:Supervisão/SNCP:Direcção Institucional:

Morada:

Telefone:Email:Site:

Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (MINFIN)

FICHA TÉCNICA