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    TRI BUNAL SUPERI OR ELEI TORAL ( TSE)DI REI TO PROCESSUAL CI VI L - TEORI A E EXERC CI OS

    ANALI STA JUDI CI RI O REA JUDI CI RI AAULA 1

    PROF: RICARDO GOMES

    Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

    O homem no outra coisa seno seu projeto, e s existe medida que se realiza. - Jean Paul Sartre

    1

    TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)

    Prezados Concu rse i r os e fu t ur os Anal is t as do TSE!

    Bem v indos a este 1 Encont ro de D i re i t o Processua l Civ i l !

    Boa Au la a todos !

    R icardo Gom es

    Por sua aprovao!

    Disponibilizarei para o Concurso do TSE os seguintes Cursos:

    1 . DI REI TO ELEI TORAL P/ O TSE AJAJ (TEORI A E

    EXERC CI OS) ;

    2 . DI REI TO PROCESSUAL CI VI L P/ AJAJ ( TEORI A EEXERC CI OS)

    3 . DI REI TO PROCESSUAL CI VI L P/ AJAJ ( EXERC CI OS)

    4 . REGI MENTO I NTERNO DO TSE A JAJ ( TEORI A E

    EXERC CI OS) .

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    5. REGI MENTO I NTERNO DO TSE AJAJ ( EXERC CI OS) .No percam esta oportunidade de praticarem e aperfeioaremainda mais seus conhecimentos!

    QUADRO SI NPTI CO DA AULA:

    1 .Ao.

    a.Conce i to e na t u r eza j u r d i ca

    b .Condies

    c. Classi f icao

    2 .Capacidad e Processual .

    1. Da Ao.

    Conce i to e Nat ur eza Jur d ica da Ao.

    Inicialmente, cabe delinear, em linhas gerais, que o direito de Ao o direito de pedir a jurisdio, de solicitar o exerccio da atividadejurisdicional. Este direito surgiu em decorrncia do monop l io es ta ta l daj u r isd io (que o poder do Estado de dizer o direito, solucionando as lides).Assim, em virtude deste dever estatal surgiu o direito subjetivo aos sujeitos dedireito de acionarem o Poder Judicirio para solucionarem, de forma definitiva,seus conflitos de interesse.

    Com efeito, se o conceito de Ao fosse assim definido seria muito

    bom, mas a doutrina mundial, ao longo do tempo, digladiou-se em vrias

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    espcies de conceituao. Com isso, a discurso doutrinria a respeito doconceito de Ao estendeu-se por longa data at a atualidade. No DireitoProcessual Brasileiro formou-se 3 (trs) correntes distintas na tentativa dedefinir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ao, asquais destacaremos abaixo:

    1. Ao como D i re i to Au tnomo e Conc re to para estacorrente a Ao um direito autnomo em relao ao direitomaterial protegido, mas ele somente seria reconhecido se a

    deciso judicial fosse favorvel ao autor. Apenas se aps adeciso judicial o direito material abrangido restasseconfigurado que seria reconhecido o ao autor o direito deAo. Assim, o direito de Ao seria posteriormentedependente da efetiva existncia do direito material. Por issoque a Ao seria um Direito Autnomo inicialmente, masConcreto (dependncia posterior da concretude do direitomaterial).

    2. Ao como D i re i to A u t n o m o e A b s t ra to a Ao autnoma e independente do direito material protegido,sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outrarelao jurdica. Assim, o autor tem direito de ao mesmona hiptese de sua pretenso posta em juzo no seracolhida. Exemplo: autor ajuza ao solicitandoreconhecimento de um direito de posse de determinado bem;o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, oautor no ter o direito material levado a juzo, mas mantm

    inclume seu direito de ao, direito de levar a juzo suapretenso).

    Para esta teoria, existem 2 relaes jurdicas diversasenvolvidas no processo:

    1. Dire i t o de Ao relao processual entre o Autore o Estado-Juiz;

    2. Di re i to Ma te r ia l relao jurdica material entre aspartes do processo (Autor e Ru ), que esto em

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    conflito.

    3. Teor ia Ec l t ica do Dire i to de Ao para esta teoria, odireito de Ao no totalmente concreto e nem totalmente abstrato ( uma mistura das duas teoriasanteriores). O direito de Ao inegavelmente abstrato,inclusive reconhecido pela prpria CF-88 (art. 5, XXXV), masdeve preencher os requisitos necessrios para seu exerccio(direito concreto): as chamadas Condies da Ao . Estas

    condies conferem ao direito de Ao um aspecto maisconcreto, pois a sua ausncia gerar, segundo o CPC, emcarncia de Ao. Esta a teoria adotada pelo Cdigo deProcesso Civil, em decorrncia da influncia de Liebman nadoutrina brasileira, sendo evidenciada em vrios dispositivosdo CPC.

    CF-88

    Art. 5

    XXXV - a l e i no exc lu i r da aprec iao do Poder Jud ic i r io

    leso ou am eaa a d i re i t o ;

    A Teoria Ecltica vem sofrendo severas crticas pela doutrinamais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceitacomo a dominante para qualquer efeito.

    Aps a definio das Teorias do Conceito do direito de Ao, valefrisar suas principais carac te r s t icas, para fins de memorizao:

    Dire i to Pb l ico Sub je t ivo direito de agir, provocando aatuao da tutela jurisdicional (relao entre A u to r eEstado-Ju iz relao processual);

    D ire i t o A u t n o m o a natureza do direito de Ao (relaoprocessual) distinta da natureza do direito material (relaomaterial: Autor e Ru) afirmado em juzo pela parte;

    Di re i to Abs t ra to a existncia do direito de Aoi ndepende da e fe t i va ex i s tnc ia do d i re i to ma te r ia l . O

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    sujeito de direito poder interpor Ao, mesmo na hiptesede no restar resguardado o seu direito pleiteado na Justia.

    Em outros termos, a Ao o direto de provocar a atuao datutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzidoem juzo, que pode ser pleiteado em qualquer hiptese, mesmo no caso deimprocedncia do pedido.

    Elem ent os da Ao.As Aes possuem elementos objetivos e subjetivos, que

    caracterizam cada uma delas, evitando-se possvel repropositura de novasdemandas, sob pena de proferimento de decises contraditrias, emdecorrncia de possveis propostas simultneas de duas ou mais aes (casode litispendncia) ou de casos j definitivamente julgados (coisa julgada).

    So 3 ( t rs) os ELEMENTOS bsicos das Aes (sigla PCP):

    1 . PARTES Autor e Ru. So os que efetivamente

    participam da relao jurdica processual, triangularizadacom a figura do Juiz, mediante o contraditrio.

    As partes do processo podem ser nicas em cada polo, ou2 ou mais (caso de L i t i sconsrc io pluralidade de partes assunto especfico de Direito Processual Civil).

    Ademais, possvel que as partes do processo no sejamexatamente as partes envolvidas na lide (relao jurdicade direito material), hiptese na qual ser substituda porLeg i t imado Ex t rao rd in r io , que defende em nomeprprio direito alheio outro assunto especfico.

    2 . CAUSA DE PEDI R constitui-se dos f a t o s e dosf undamen tos ju r d i cos do pedido do autor ao Juiz. Nadamais do que a descrio dos fatos envolvidos, bem comodos respectivos efeitos jurdicos deles decorrentes. ACausa de Pedir dividida pela doutrina em duas (aplicaoda Teoria da Substanciao):

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    i . Causa de Ped i r Rem ot a ( F t ica ) relaciona-secom o f a t o , sendo apenas a descrio ftica dalide, com indicao da efetiva e concreta leso ouameaa de leso ao direito do autor. O fato terrepercusses jurdicas, por isso precisa serdelimitado e descrito.

    i i . Causa de Ped i r Prx ima (Jur d ica) adescrio das consequncias jurdicas

    decorrentes do fato alegado. No necessria adescrio do fundamento legal preciso que dsustentculo ao pedido, basta a enunciao dasprprias consequncias jurdicas (isto , noprecisa mencionar em que lei, artigo, dispositivode norma, etc, encontra-se o direito requerido).No h esta necessidade porque o Juiz conhece odireito (Princpio do iura novit cria) . O queimporta o autor mencionar qual a consequnciajurdica do fato.

    Exemplo 1 : pessoa sem pai conhecido descobrea existncia do seu pai; fato: relao depaternidade; fundamento jurdico: nasce direitode reconhecimento formal da paternidade.Observem que neste caso no h qualquernecessidade do autor informar o dispositivo legalque lhe assegura o direito paternidade, basta

    afirmao desta consequncia jurdica.

    Exemplo 2 : pessoa bate no veculo de outra egera prejuzo. Pede-se em juzo umaindenizao: o acidente que gerou prejuzodanoso e culposo o fato jurdico; o direito deser indenizado o fundamento jurdico.

    Exemplo 3 : celebrao de um contrato comerro. Pede-se em juzo o a anulao: a

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    celebrao do contrato em erro o fato jurdico;o direito de anular o fundamento jurdico.

    Exemplo 4: negativao indevida do nome noSERASA. Pede-se em juzo a retirada imediata docadastro: a inscrio indevida do nome naSERASA o fato jurdico; o direito de tirar o seunome o fundamento jurdico.

    Teor ia da Subst anc iao da Causa de Pedir .

    O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria,ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurdicoscomo elementos da causa de pedir e nosomente a fundamentao legal (definio exatada norma aplicvel: lei, dispositivo, etc). Paraesta Teoria, o mais importante a descrioftica correta, pois esta que limita oconhecimento do Juiz quando for decidir a ao.Isto porque, a fundamentao legal definida peloautor no vinculante ao Juiz, que pode daroutra interpretao e aplicao jurdica para osmesmos fatos. Exemplo: o autor que alega emjuzo a aplicao do Cdigo de Defesa doConsumidor ao caso apresentado nos autos; oJuiz, diante do caso concreto, poder afastar sua

    aplicao, pelo Princpio do iura novit cria, edefinido a norma jurdica adequada ao caso (combase nos fatos alegados).

    A Teoria da Substanciao contrape-se Teoriada I n d i v i d u a o, que preleciona a necessidadede apresentao, pelo autor, apenas dosfundamentos jurdicos do pedido, no havendonecessidade de apresentao dos fatos. Esta

    ltima Teoria rechaada pela doutrina ptria,

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    sem aplicao no Direito Brasileiro.

    3. PEDI DO ( OBJETO) a parte final da Ao, consistentena solicitao ao Estado-Juiz da prestao da tutelajurisdicional, obrigando ao ru o respeito pretenso doautor.

    Para a doutrina, o pedido divide-se em 2:

    P e d i d o Im e d i a to exigncia formulada contra oEstado-Juiz de prestao da tutela jurisdicional; ouseja, a providncia jurisdicional ou espcie tutelajurisdicional solicitada pelo autor. Exemplo: tutelac o n d e n a t r i a , c o n s t i t u t i v a o u m e ra m e n tedecla ra t r ia ; execu t i va ou cau t e lar .

    Ped ido Med ia t o o pedido do autor para que o rusubmeta-se pretenso de direito material do autor,

    isto , trata-se do bem jurdico pretendido. Exemplo: oautor, locador de imvel no qual o locatrio estinadimplente, solicita que o Estado-Juiz condene o ru(Pedido I m e d i a t o: condenatrio) ao pagamento dovalor devido (Pedido Med ia to: que o ru atenda determinao judicial de conferir o bem jurdicodesrespeitado/lesado).

    A distino entre as duas espcies de pedido tem

    repercusso na possiblidade de definio de litispendncia,coisa julgada, conexo e continncia entre duas ou maisaes do mesmo autor. Estes assuntos sero tratados deforma separada.

    Con dies da Ao.

    Para que o direito de Ao seja efetivamente reconhecido nombito judicial (consoante Teoria Ecltica e CPC), ser necessrio o

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    preenchimento das Cond ies da Ao.

    importante que se explique desde j que quando o autor interpequalquer Ao, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os requisitoslegais para seu processamento, entre eles, as Condies da Ao ,juntamente com os pressupostos processuais (os dois so requisitosnecessrios para a Sentena de Mrito). Somente aps a superao de taisrequisitos legais que o Juiz analisar o m r i t o d a q u e s t o (pretensomaterial do autor da demanda).

    Isto , a anlise de mrito do caso, que ser pela procedncia ouimprocedncia da demanda, ser um passo frente da anlise dopreenchimento dos requisitos legais para o processamento da ao.

    Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretenso processualdo autor. Se no preenchidas as Con dies da Ao, o processo iniciado peloautor ser ex t in to SEM reso luo do mr i to . Esta a chamada peladoutrina de Carnc ia de Ao . Se preenchidos, inclusive os pressupostosprocessuais, ser iniciada a anlise de mrito do processo.

    Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, sorequisitos necessrios validade e eficcia da relao processual, enquantoque as condies da ao so requisitos que legitimam o autor a pleitear atutela jurisdicional.

    CPC

    Art. 267. Ext ingu e-se o p rocesso , sem reso luo de mr i t o :

    I V - quando se verificar a ausnc ia de p ressupos tos de

    cons t i tu i o e de desenvo lv imen to v l i do e regu la r do processo;

    Vl - quando no concor re r qua lquer das cond ies da ao,como a possibilidade j urdica, a legit im idade das partes e o

    interesse processual;

    Mas quais e quantas so as Cond ies da Ao?

    1. POSSI BI LI DADE JUR DI CA DO PEDI DO o pedido doautor no pode ser vedado pelo ordenamento jurdico

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    brasileiro. Qualquer pedido do autor que seja contrrio lei, ser reputado como juridicamente impossvel desequer ser apreciado pelo Poder Judicirio. preciso que opedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido sejajuridicamente vivel.

    Exemp lo 1 : pedido de casamento entre parentes de 2grau, consanguneos ou afins (vedao s npciasincestuosas) art. 1521 do Cdigo Civil.

    Exem p lo 2 : pedido de terra na lua.

    Exem p lo 3 : pedido de herana dos bens de pessoa aindaviva.

    Exem p lo 4 : pedido de cobrana de dvida de jogo.

    2. I NTERESSE DE AGI R o interesse de agir depende dedois aspectos relevantes:

    a.Necessidade/ Ut i l idade da Ao o processo deveser o meio necessrio, alm de qualquer outro, paraque o autor possa ter por satisfeita a sua pretenso.Isto , o rgo judicirio no pode ser utilizado comomais uma forma do autor resolver seu problema,devendo ser o nico caminho existente para soluo doconflito. O Judicirio no rgo de simples consultapelo autor, devendo atuar apenas e to somente

    quando no houver outra forma de dirimir a lide. Oprocesso deve ser o meio necessrio e til para a parteter o seu conflito resolvido.

    b.Adequao da Ao a ao proposta pelo autordeve ser a adequada para o caso apresentado (oprocedimento iniciado pela Ao deve ser o correto,adequado e previsto na norma processual). No hcomo o cidado interpor uma Ao Popular quando for

    caso de Mandado de Segurana.

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    Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sidoo prevalecente em provas e para a doutrinamajoritria.

    CPC

    Art . 3o Para propor ou contestar ao necessrio ter i n te resse

    e leg i t im idade .

    3. LEGI TI MI DADE PARA A CAUSA ( AD CAUSAM) arelao que o titular do direito material tem com o direitoprocessual, que s poder ser aferida no caso concreto doprocesso, nunca em abstrato ( a pertinncia subjetiva doautor com o direito material controvertido). O autor deveser o titular da pretenso proposta em juzo, bem como, oru deve ser aquele que efetivamente se sujeitar eventual sentena de procedncia da ao (Leg i t im idade

    do Aut or e do Ru Leg i t im ao At iva e Passiva ).No confundir Capacidade de Estar em Juzo(L e g i t i m i d a d e ad pr ocessum para o p rocesso) coma Leg i t im idade Ad Causam, que uma das Condiesda Ao. Enquanto que o juzo acerca da l eg i t im idade adprocessum (referente capac idade processual dosujeito) realizado em abstrato (basta ter capacidadepara estar em juzo para ter preenchido o requisito dalegitimao para o processo), a l e g i t i m i d a d e ad causam aferida pelo Juiz quando do exame das condies daao, se a parte tem real relao com o direito materialposto em juzo. A ausncia de capacidade de estar emjuzo (Legitimidade Ad Processum para o processo) geraa nulidade do processo, posto a parte no ter acapacidade prpria para atuar no processo (ex: processoinstaurado por criana de 10 ANOS sem a assistncia dosPais). De outro lado, a falta de Legitimidade Ad Causam

    (para a causa) gera a extino do processo sem resoluo

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    de mrito, por carncia de ao.

    Leg i t im idade Ad Processum Pressupostoprocessual (ausncia gera nulidade do processo)

    Leg i t im idade Ad Causam Condio da Ao(ausncia gera a extino do processo semresoluo de mrito, por carncia de ao).

    A Leg i t im idade Ad Causam poder ser:a) Leg i t im idade Ord in r ia quando os prprios

    titulares do direito pleiteado so os autores dademanda. Na legitimao ordinria h coincidnciaentre o legitimado e o sujeito da relao jurdicadiscutida em juzo. Significa que se algum vai ajuzo e titular do interesse prprio, ento ele olegitimado ordinrio. Essa a regra.

    b)Leg i t im idade Ex t rao rd in r ia (Subs t i tu ioProcessual) quando a lei autoriza t e rce i ros aatuarem em juzo em nome prprio, mas na defesade interesse alheio (interesse do titular do direito),em substituio do legitimado ordinrio. Nalegitimao extraordinria h uma nocoincidnciaentre o legitimado e o titular do da relao discutida

    em juzo. Ou seja, o legitimado no coincide com otitular da relao discutida. Algum est em juzoem nome prprio defendendo interesse alheio (estno processo discutindo um interesse que no dele). Sempre que algum estiver em juzodefendendo interesse de outrem em nome prprioser um legitimado extraordinrio.

    Exemp lo 1 : o Ministrio Pblico legitimado

    extraordinrio para pedir alimentos para um menor.

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    Todos os legitimados das aes coletivas solegitimados extraordinrios.

    Exemp lo 2 : o condmino que atua em juzo emnome do condomnio defende interesse prprio, maso interesse no s dele, ou seja, o interesse delee tambm de outros (legitimao ordinria eextraordinria simultnea). Ele co-titular, no dono exclusivo.

    Exem p lo 3 : legitimados coletivos previstos no CDCpara defesa dos consumidores por meio de aescoletivas (Defensoria Pblica, PROCON, associaesde consumidores, etc).

    Carac te r st icas da Leg i t im idade Ex t raor d inr ia:

    Prev iso Legal - decorre da lei em sentidoamplo, no sendo permitido por simplesacordo das partes (exemplo: contratos ouquaisquer negcios jurdicos). Ou seja,somente com autorizao legal (previsoexpressa na lei) que ser possvel alegitimao extraordinria (substituioprocessual).

    O legitimado extraordinrio no pode d ispordo d i re i to d i scu t ido em j u zo , pois o direitono dele.

    O legitimado extraordinrio a parte doprocesso. Apesar do direito discutido ser dotitular, o legitimado extraordinrio quem vaipagar as custas, quem pode ser condenadopor litigncia de m-f, em relao a ele quese vai verificar a competncia em relao da

    pessoa.

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    A falta de legitimao extraordinria implicacarncia de ao, no examinando o mrito dacausa. Se o Juiz decide que no h legitimaoextraordinria, ele nem discutir sobre omrito da causa.

    A legitimao extraordinria (substituioprocessual) no se confunde com Sucessoprocessua l. Esta a troca de sujeitos

    titulares no processo. Sai uma parte entraoutra. Exemplo: o ru de uma ao decobrana falece e, em seu lugar, entra o seuesplio (houve uma sucesso processual deum titular antigo para o novo). A substituioprocessual ou legitimao extraordinria no a troca. Ela ocorre quando algum est emjuzo defendendo interesse de outrem emnome prprio.

    A legitimao extraordinria (substituioprocessual) no se confunde comRepresent ao pr ocessua l. O representantevai a juzo em nome alheio defendendointeresse alheio. O representante no partedo processo, no o sujeito de direito. A partedo processo o prprio representado.Exemplo: o menor que pede alimentos para o

    pai; a representante sua me, que no parte (ela apenas a representante doincapaz). J o substituto processual(legitimado extraordinrio) age em nomeprprio, sendo, portanto, parte.

    CPC

    Art. 6o Ningum poder pleitear, e m n o m e p r p r i o , d i re i t o

    a lhe io , salvo quando au t o r i zado po r l e i .

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    Vale frisar que se admite que o autor entre com ao dec la ra t r iaquando seja possvel a propositura de uma ao condenatr ia. Por isso, queo CPC prev que admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido aviolao do direito. Ou seja, poder apresentar ao condenatria, que parareconhecer e efetivar o direito violado, como tambm, mesmo nessa situao,o autor poder entrar no Judicirio somente para reconhecer o direito, semdesejar efetiv-lo.

    CPC

    Art. 4o Oi n t e resse do au to r pode limitar-se declarao:

    I - da existncia ou da inexistncia de relao jurdica;

    I I - da autenticidade ou falsidade de docum ento.

    Pargrafo nico. admiss ve l a ao dec la ra t r ia , ainda quetenha ocorrido a violaodo direito.

    Smula 181 STJ

    admiss ve l ao dec la ra t r ia , visando a ob te r ce r teza quan t o exa ta in te r p re tao de clusu la con t ra t ua l .

    No processo existem questes principais (mrito do processo) epodem existir questes prejudiciais (acessrias, das quais depende o examedas principais). Estas questes prejudiciais so decididas, em regra, no bojo doprprio processo principal. No entanto, o CPC autoriza que tais questesprejudiciais podem ser decididas em processo prprio, chamado deI nc iden t es Processua is apensos ao Processo Principal, no qual proferida

    sentena apta formao da coisa julgada.Esta a previso da chamada Ao Decla ra t r ia I nc iden t a l, que

    se prope para o reconhecimento ou no reconhecimento de determinadarelao jurdica de que depende o julgamento da lide. Exemplo: ao dealimentos e investigao de paternidade; o vnculo de parentesco umaquesto prejudicial ao de alimentos; este vnculo de parentesco poder serprovado no prprio processo de alimentos ou por meio de Ao DeclaratriaIncidental. Este ponto tem repercusses na coisa julgada, mas deve serestudada em assunto especfico.

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    CPC

    Art . 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relao

    j urdica de cuja ex istncia ou inex istncia depender o j u lg am en t o da l id e, qualquer das partes poder requerer que o

    j uiz adec la re por sen t ena .

    Art . 470 . Faz, t odavia, coisa j ulgada a reso luo da ques to p re jud ic ia l , se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for

    competente em razo da matria e constituir pressuposto

    necessrio para o julgamento da lide.

    Teor ia da Assero e da Expos io na anl ise das condies

    da Ao.

    Segundo a Teoria da Assero (Teoria da Afirmao; Teoria daVerificao das Condies da Ao, Teoria in Status Assertionis), a anlise dascondies da ao deve ser feita apenas a partir do que foi a f i rmado pe lasp a r t e s (assertivas ou afirmaes da parte). Basta ao Juiz verificar o que aspartes disseram (afirmaram). Se corresponderem s condies da ao, estasdevem ser aceitas como preenchidas, sem necessidade de produo de provado quanto asseverado. Exemplo: filho entra com ao pedindo alimentos.Pouco importa se aps o trmite do processo restar configurado que o ru noera o pai do autor. Neste caso a ao ser, ao final, julgada improcedente, no

    sendo indeferida por carncia de ao (falta de legitimidade). Esta teoria aque prevalece na doutrina brasileira.

    J a Teor ia da Expos io (Teoria da Comprovao) defende queas condies da Ao devem ser comprovadas pelo autor por meio deproduo de provas. uma teoria minoritria, portanto, no aplicvel para finsde concurso pblico, salvo em provas subjetivas que a cobrem expressamente.

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    Classif icao da Ao.

    A Ao pode ser classificada de acordo com diversos critrios.Delinearemos abaixo as principais classificaes da Ao.

    Quanto ao p ro v i m e n to j u r i s d i c i o n a l solicitado pelo autor noprocesso, as Aes podem ser:

    a) Aes de CONHECI MENTO ( Cog ni o) tm porfinalidade solicitar ao Poder Judicirio a certificao do

    direito, o reconhecimento de um direito. As Aes deConhecimento so subdivididas em outras 3 (trs)classificaes:

    1 . Ao Meram en te Dec lara t r ia a Aocitada anteriormente, que tem por objeto adeclarao da existncia ou inexistncia ou domodo de ser de uma situao jurdica, bem comoa declarao de autenticidade ou falsidade de umdocumento. Nesta Ao o autor no desejacompelir o ru a praticar ou deixar de praticarato, mas apenas tem por finalidade a declaraojudicial, sem a necessidade de posterior execuoda deciso. Exemplo: Ao de Investigao dePaternidade; Ao de nulidade de casamento;Ao de Usucapio. As Aes Declaratrias tmefeito e x - t u n c , retroagindo data do fatodeclarado.

    2 . Ao Cons t i tu t i va ou Descons t i tu t i va visam modificao, criao ou extino de umarelao jurdica material preexistente. Para omanejo de uma Ao Constitutiva, o autor deveostentar um dos Direitos Potestativos, que soaqueles que conferem ao seu titular o poder dejurdico de impor a outro sujeito a modificao,criao ou extino de relaes jurdicas.

    Exemplo: anulao de ato jurdico; resciso de

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    um contrato, ao rescisria, ao de separao,ao de extino do condomnio, resoluo docontrato. A parte tem direito anulao ou resciso por fora de um direito potestativoprevisto na lei ou contrato. Como a constituioou a desconstituio de um direito realizada noato da deciso judicial, os efeitos desta Ao soe x -n u n c , para o futuro, a partir da sentena.

    3 . Ao Condenatr ia o pedido do autorser pela declarao da existncia ou inexistnciade relao jurdica (reconhecimento do direitomaterial) e pela fixao de obrigao(condenao) ao ru de dar , fazer , no fazero u p a g a r q u a n t i a e m d i n h e i r o(reconhecimento + condenao), que, se nocumpridas, confere ao ru o direito de exigir doPoder Judicirio que execu te sua prpriadeciso.

    Portanto, mediante a Ao Condenatria, o autorno apenas ter o direito de ter certificado seudireito, mas ter, a um s tempo, a condenaodo ru prestao de uma obrigao.

    Enquanto a Ao Cons t i tu t iva vincula-se ad i re i tos po tes ta t i vos, a Ao Condenatr ia

    versa sobre os d i re i tos a uma p res tao (dar,fazer, no fazer e pagar quantia).

    As Aes Condenatrias tm e fe i t o e x - t u n c(para trs - retroativo), pois tambm certificamdireitos/relaes jurdicas preteritamenteconstitudas.

    b)Aes de EXECUO solicita ao Poder Judicirio aefetivao de um direito j reconhecido. uma ao de

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    ca r te r sa t i s fa t i vo do direito do credor, mediante atoscoativos do Judicirio de impelir o ru ao adimplemento daobrigao que deveria ter cumprido voluntariamente. Noprocesso de execuo, a atividade jurisdicional ser restrita aatos necessrios satisfao do direito do credor e acompelir o devedor a adimplir a obrigao, pagando aquantia devida, entregando a coisa, fazendo ou no fazendoalgo.

    c) Aes CAUTELARES solicita ao Poder Judicirio a proteode um direito (tem natureza acautelatria). Por meio daAo cautelar, o autor visa assegurar a eficcia de outra Ao(ao de conhecimento ou de execuo). A Ao cautelar um instrumento de garantia das demais aes, justificando-se pela demora na atuao e satisfao do direito por meiodo processo de conhecimento at a sua execuo. Aconcesso da Cautela (deferimento da Ao Cautelar)ocorrer se ficar comprovada a probabilidade do direito dorequerente (fumaa do bom direito) e a possiblidade deocorrncia de dano de difcil reparao (perigo da demora).

    Apesar destas classificaes acima, hoje em dia tais aes tendema ser misturadas. Isto , os tipos de tutela hoje no so mais estanques comoeram antigamente. Com a reformulao do Processo Civil, por meio da Lei n12.232/2205, no h mais Processos diversos (Processo de Conhecimento,

    Processo de Execuo, Processo Cautelar), mas FASES do Pro cesso .Este fenmeno chamado pela Doutrina de Sinc re t i smo

    Processual (Processo Sincrtico), porque no mesmo processo deconhecimento possvel executar. A execuo do processo tornou-se apenasuma mera fase do processo de conhecimento e no um novo processo quenecessitava ser deflagrado pelo autor.

    Quanto na tu reza da re lao ju r d i ca/causa de ped i r

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    p r x i m a:

    1. Aes Reais ao que trata de um direito Real . Exemplo:ao que versa sobre direito de propriedade mobiliria ouimobiliria.

    2. Aes Pessoais ao que trata de um direito Pessoal.Exemplo: ao que versa sobre um contrato de prestao deservios.

    Quanto ao objeto do ped ido Med ia to:

    1. Aes Mob i l i r ias quando o pedido for m v e l.2. Aes I m ob i l i r i as quando o pedido for I m v e l;

    Cuidado ! Uma Ao Real e uma Ao Pessoal podem versar sobremveis e imveis!

    Exem p lo 1 : Ao de despejo pessoal e imobiliria (versa sobre

    um contrato de locao e trata de um imvel alugado). Poderia se pensar queseria real e imobiliria, mas no !

    Exemp lo 2 : Ao de reivindicao de automvel por parte deBanco financiador uma ao rea l e m o b i l i r i a (trata do direito depropriedade e de um bem mvel).

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    2. Das Par t es e dos Pr ocur ador es.

    a. Capacid ade Processual .

    Em linguagem simples, o processo judicial tem por finalidadedecidir um determinado conflito de interesses entre sujeitos da vida social

    (sujeitos de direito), isto , por fim a uma lide, uma briga, uma discursoentre dois ou mais sujeitos (composio de litgios, mediante a aplicao dodireito ao caso concreto). Alm disso, o processo visa pacificao social e realizao da justia como fim maior.

    Em um litgio dever haver sujeitos litigando, degladiando-se,no verdade? No Processo eles so chamados de PARTES Processuais. Emregra, so o AUTOR e o RU, podendo envolver mais de 1 Autor e mais de 1Ru.

    Para decidir o conflito mostra-se imprescindvel uma mo-forte,entre as Partes, que a figura do MAGI STRADO, o JUIZ, outro Sujeitoprincipal do processo. Com isso, o processo desenvolve-se em uma re laop rocessua l t r i angu la r , pois as 2 Pa r tes mais o Juiz formam um Tringulono seguinte sentido:

    Registro trs peculiaridades da Relao Jurdica Triangular entre oJuiz e as Partes:

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    O Juiz fica ent re as Par tes, como autoridade pblicacompetente para dirimir o conflito, demonstrando odistanciamento e como a figura independente que separa osdois polos da relao processual.

    O Juiz fica equ id i s tan te do Au t o r e do Ru , demonstrandoa Imparc ia l i dade do Mag is t rado (Princpio ProcessualConstitucional da Imparcialidade), sem o vnculo direto comas partes, em igualdade de distanciamento.

    Muitos tambm conceituam esta relao como ANGULAR,pois no Tringulo h um ngulo exatamente na figura doJUIZ.

    Quem so as PARTES do Processo?

    As Partes so os su je i t os PARCI AI S do Processo, so os pedemou os que sofrem os referidos pedidos, sendo os legitimamente interessadosno deslinde da questo posta em juzo. As Partes resumem-se ao AUTOR e ao

    RU, que so os legitimamente interessados na relao jurdico-processual. OAutor o requerente e o Ru o requerido. As Partes podem assumir diversasdenominaes a depender dos diversos tipos de processos (impetrante eimpetrado, credor e devedor, denunciante e denunciado, etc).

    Por outro lado, no processo existe a figura imparcial que decide oconflito: o JUIZ.

    Assim, o processo agrega os seguintes sujeitos:

    Sujeitos PARCI AI S: as PARTES do Processo (Autor e Ru) Sujeito I MPARCI AL: o JUIZ

    Para o sujeito ser autor e ru em um Processo Judicial (ser sujeitoprocessual) necessrio o preenchimento dos requisitos processuais mnimosa seguir listados:

    1. Capacidade de Ser PARTE ter capacidade de serparte no processo todo aquele que for um Su je i to de

    D i re i to . O conceito de Sujeito de Direito confunde-

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    se, em regra, com a definio de personalidade civil(ser sujeito de direitos e obrigaes na rbita doDireito). Assim, todo Su je i to de D i re i to em sentidoamplo tem capacidade de ser parte em algumprocesso. Mas quem so, de fato, os Sujeitos deDireito? Resposta: toda pessoa na tu ra l(fsica/humana) ou j u r d ica , bem como os en tesdespersona l izados (esplio, herana jacente e

    vacante, massa falida, condomnio, sociedades sempersonalidade jurdica, rgos pblicos, etc) e onasc i tu ro (embrio pendente de nascimento). Todosesses tm, em tese, capacidade de ser Parte noProcesso Judicial, tm aptido para adquirir direitos econtrair obrigaes na vida civil.

    2. Capacidade de Estar em Juzo (CapacidadeProcessua l ou Leg i t im idade ad processum) acapacidade de exercitar os direitos em juzo, isto , acapacidade de fato de estar em juzo. S pensar que,apesar de todos os sujeitos de direito ostentaremstatus suficiente para adquirem direitos, nem todospodem pleitear por conta prpria seus direitos naesfera judicial. Exemplo: uma criana de 5 ANOS nopode interpor uma Ao Judicial sem a representaode seus genitores ou responsveis (representanteslegais). A criana possui capacidade ser parte ( sujeito

    de direito e possui direitos), mas no tem capacidadede estar em juzo por conta prpria.

    Observao: no confundir Capacidade de Estar em Juzo comCapac idade Pos tu la t r ia , que consiste na habilitao tcnica pararepresentao em juzo, ou seja, na aptido para procurar em juzo (restritaaos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Pblicos e Membros doMinistrio Pblico). Estudaremos linhas frente acerca da CapacidadePostulatria.

    O art. 7 do Cdigo de Processo Civil (CPC) tem uma redao

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    pouco tcnica, ao prev que toda pessoa que se acha no exerccio dos seusdireitos tem capacidade de estar em juzo. Na realidade, todos os sujeitos dedireito (mais amplo que toda pessoa) tm capacidade de ser parte, mas nemtodas tm capacidade de estar em juzo por conta prpria.

    CPC

    Art. 7o Toda pessoa que se acha no exerccio dos seus direitos

    tem capacidade para es ta r em j u zo .

    Os INCAPAZES civilmente para a prtica dos atos da vida civil soclassificados em A b s o l u ta m e n te ou Re la t i vamen te Incapazes (arts. 3 e 4 doCdigo Civil de 2002 CC-02). No mbito do Direito Civil, o CC-02 definequem so cada um:

    A b s o l u ta m e n te incapazes:

    1. os menores de 16 ANOS;2. os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o

    necessrio discernimento para a prtica desses atos;

    3. os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimirsua vontade.

    Re la t i vamen te incapazes:

    1. os m aio res de 16 e m enores de 18 ANOS;2. os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por

    deficincia mental, tenham o discernimento reduz ido;

    3.os excepcionais, sem desenvolvimento mental c o m p l e to;

    4. os prd igos .Os incapazes civilmente so tambm incapazes para estar em

    juzo. Esta incapacidade poder ser suprida pela Representao ou Assistnciados Pais, Tutores ou Curadores. Os A b s o l u ta m e n te incapazes soRepresentados, j os Re la t i vamen te incapazes so apenas Ass is t idos.Desse modo, o menor de 14 ANOS Representado pelos seus Pais em Juzo, jo menor de 17 ANOS apenas Assistido pelos Pais.

    O representante ou assistente no assume a posio de PARTE

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    no processo, to somente comparece para suprir a incapacidade dorepresentado ou assistido.

    CPC

    Art. 8o Os incapazes sero representados ou assistidos por seus

    pa is, tu t o res ou cu rado res , na form a da lei civil.

    Leg i t im idade Ad Processum X Leg i t im idade Ad Causam.

    Observao: No confundir Capacidade de Estar em Juzo(L e g i t i m i d a d e ad pr ocessum par a o p rocesso) com a Leg i t im idade AdCausam, que uma das Condies da Ao.

    Enquanto que a ausncia de capacidade de estar em juzo(Legitimidade Ad Processum para o processo) gera a nulidade do processo,posto a parte no ter a capacidade prpria para atuar no processo (ex:processo instaurado por criana de 10 ANOS sem a assistncia dos Pais), afalta de Legitimidade Ad Causam (para a causa) gera a extino do processosem resoluo de mrito, por carncia de ao.

    Leg i t im idade Ad Processum Pressuposto processual(ausncia gera nulidade do processo)

    Leg i t im idade Ad Causam Condio da Ao (ausnciagera a extino do processo sem resoluo de mrito, porcarncia de ao).

    A Legitimidade Ad Causam, como uma das condies da ao, a

    relao que o titular do direito material tem com o direito processual, que spoder ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato. O juzoacerca da l e g i t i m i d a d e ad processum realizado em abstrato (basta tercapacidade para estar em juzo para ter preenchido o requisito da legitimaopara o processo), a l e g i t i m i d a d e ad causam aferida pelo Juiz quando doexame das condies da ao, se a parte tem real relao com o direitomaterial posto em juzo.

    Fiquem tranquilos, pois o exame das Condies da Ao no

    objeto desta especfica aula.

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    Cur ador Espec ia l .

    A Lei impe a necessidade de nomeao de Curador Especial aosseguintes sujeitos, em virtude do interesse pblico envolvido e pelanecessidade de observncia do contraditrio e da ampla defesa (art. 9 doCPC):

    o ao I NCAPAZ, se n o tiver representante legal, ou se osinteresses do incapaz colidirem com os do representante;

    o ao RU PRESO e ao RU REVEL (que no compareceu emjuzo) citado por ed i ta l ou com hora cer t a .

    A Lei impe que nas comarcas onde houver Representante Judicialde incapazes ou de ausentes previamente definido, a este competir a funode curador especia l.

    Capacidad e Processual dos Cnj ug es ( Pessoas Casadas) .

    A regra que os cnjuges tm independncia para defenderem-see atuarem judicialmente no interesse de seus direitos. No entanto, o CPCestabelece algumas restries, tanto para interporem aes quanto para seremrus em determinados processos.

    o L imi tao para Propor Ao (restrio CapacidadeProcessual Ativa/Autor): para propor ao que verse sobred i re i t o s r e a i s IM O B IL I R IO S o cnjuge precisa do

    consentimento do outro. Exemplo: um dos cnjuges desejaentrar com uma Ao Reivindicatria de um determinadobem IMVEL, para tanto, necessita do consentimento dooutro.

    Observaes:

    a)esta restrio apenas para proposio desta aosobre direitos reais IMOBILIRIOS. Qualquer outraao que verse sobre outro direito no necessita de

    autorizao ou consentimento.

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    b)Ateno que direito real I m o b i l i r i o (sobre Imveis)e no Mobilirio (bens mveis).

    c)No se trata de Litisconsrcio Necessrio Ativo, que noexiste, isto , a Lei no est obrigando ao cnjugeentrar uma Ao/Demanda em juzo necessariamentecom o outro. Apenas se exige o seuconsentimento/autorizao.

    d)Aes que versam sobre direito real i m o b i l i r i o:desapropriao indireta; execuo de hipoteca;usucapio e divisria de imvel, etc.

    e)Se os cnjuges forem casados no regime daSeparao Abso lu ta de Bens no se aplica estaobrigatoriedade de consentimento (art. 1647 do CC-02); faz sentido, no verdade?

    o L imi t ao par a ser RU (restrio Capacidade ProcessualPassiva/Ru): ser necessria a citao de ambos oscn juges (marido e mulher) nas aes que versarem sobre:

    1.que versem sobre d i re i tos rea is I MOBI L I RI OS;2.resultantes de fatos que digam respeito a ambos os

    cnjuges ou de atos praticados por eles. Exemplo:descumprimento de contrato de aluguel (direitopessoal).

    3. fundadas em dvidas contradas pelo marido a b em d afam l i a, mas cuja execuo tenha de recair sobre oproduto do trabalho da mulher ou os seus bensreservados;

    4.que tenham por objeto o reconhecimento, aconstituio ou a extino de nus sobre imveis deum ou de ambos os cnjuges.

    Caso especfico de Aes Possessr ias. Regra: no caso de aes

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    possessrias, que envolvam a posse de determinado bem imvel, o cnjugeno precisa do consentimento do outro. Exceo: ser necessria aparticipao do outro cnjuge na hiptese de composse ou de a to po ram bos p ra t i cados.

    admissvel suprimento judicial do consentimento do cnjugequando a recusa no fo r dev idamen te jus t i f i cada ou no se ja poss ve lo b t - l a. Se o consentimento do cnjuge no for conferido ou no for supridopor via judicial, o processo ser invalidado (causa de nulidade processual).

    Represent ao Jud ic ia l dos su je i t os de d i re i t o .

    O CPC elenca os representantes judiciais (tanto no polo ativoquanto no passivo) dos seguintes sujeitos de direito:

    o a Unio , os Es tados , o D is t r i t o Federa l e os Ter r i t r ios ,por seus PROCURADORES;

    o o M U N I C P I O, por seu *Pre fe i to * ou Procurador osanteriores so representados apenas pelos Procuradores, j oMunicpio pode ser representado pelo prprio Prefeito!

    o a Massa fa l ida , pelo SNDICO dica: o Edifcio Faliu,chama o Sndico para resolver! rsrs;

    o a Herana jacen te ou vacan te, por seu CURADOR aHerana jacente aquela em no foram identificadosherdeiros, enquanto que a Herana vacante aquela emnenhum herdeiro existente habilitou-se para receber aherana. No confundir Herana com Inventariante! Slembrar que VACA doente precisa de CURADOR, rsrs, entoHerana Jacente e VACAnte so representados porCURADOR.

    o o ESPLI O, pelo i n v e n ta r i a n te o esplio conjunto debens e direitos deixado pelo falecido (de cujos), que precisade um administrador provisrio at o trmino da sucesso. OCPC determina que se o i nven ta r ian te fo r Da t i vo

    (designado pelo Juiz temporariamente), todos os

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    herdeiros e sucessores do falecido sero considerados comoautores ou rus nas Aes do esplio.

    o as Pessoas Jurdicas, por quem os respectivos e s ta tu to sdes ignarem , ou, no os designando, por seus Di re to res;

    o as Sociedades SEM personal idade jur d ica , pela pessoa aquem couber a admin is t rao dos seus bens hsociedades que no foram devidamente registradas, por issoso sem personalidade jurdica. A sua representao

    realizada pelo A d m i n i s t r a d o r dos seus bens. EstasSociedades sem personalidade jurdica no podem oporperante os possveis autores sua irregularidade deconstituio. Assim, uma sociedade irregular no pode alegarsua irregularidade como fundamento para no responder aoprocesso e as respectivas obrigaes dele decorrentes.

    o a Pessoa Jur d ica es t range i ra , pelo geren te ,rep resen tan te ou a d m i n i s t r a d o r de sua filial, agncia ou

    sucursal aberta ou instalada no Brasil. O gerente da PessoaJurdica Estrangeira tem presuno legal de autorizao parareceber citao de qualquer espcie de processo em nome darepresentada.

    o o Condomn io , pelo A d m i n i s t r a d o r ou pelo Sndico .

    Sanao da incapac idad e processual .

    Se o Juiz verificar que a parte no tem a capacidade processualexigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para sua sanao.Exemplo: se um menor interpe ao em nome prprio sem o representantelegal ou assistente; nesse caso o Juiz suspende o processo e marca prazo paraque se apresente com seus pais, tutores ou curadores.

    Caso no seja sanado a tempo o vcio quanto incapacidadeprocessual, restar ao Juiz adotar as seguintes medidas:

    o I ncapac idade do AUTOR - o juiz decretar a nu l idade do

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    processo ;

    o I ncapac idade do RU - reputar-se- REVEL;o I ncapac idad e de TERCEI RO - ser exc lu do do p rocesso .

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    EXERC CI OS COMENTAD OS

    QUESTO 16 : TRE - MA - An al is t a Judic ir io Judic ir ia [ CESPE] -2 1 / 0 6 / 2 0 0 9 ( AD APTA DA) .

    A respeito da jurisdio, da ao, da competncia, do processo e dospressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo:

    a) O meio de se provocar a jurisdio a exceo processual, direito pblicosubjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litgio.

    b) A teoria ecltica da ao - que no adotada pelo CPC - proclama que ajurisdio s pode ser acionada se houver o direito material postulado.

    c) Pressupostos processuais em sentido lato so requisitos que legitimam oautor a pleitear a tutela do Estado.

    COMENTRI OS:

    Item A errado. A provocao da jurisdio realizada por meio da Ao , queum Di re i to Pb l i co Sub je t i vo direito de agir, provocando a atuao datutela jurisdicional (relao entre Aut or e Es tado-Ju iz relao processual).

    Item B errado. Teor ia Ec l t ica do D i re i to de Ao para esta teoria, odireito de Ao no totalmente concreto e nem totalmente abstrato ( uma

    mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ao inegavelmente abstrato, inclusive reconhecido pela prpria CF-88 (art. 5, XXXV), mas devepreencher os requisitos necessrios para seu exerccio (direito concreto): aschamadas Condies da Ao . Estas condies conferem ao direito de Aoum aspecto mais concreto, pois a sua ausncia gerar, segundo o CPC, emcarncia de Ao. Esta a teoria adotada pelo Cdigo de Processo Civil, emdecorrncia da influncia de Liebmanna doutrina brasileira, sendo evidenciadaem vrios dispositivos do CPC.

    CF-88

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    Art. 5

    XXXV - a l e i no exc lu i r da aprec iao do Poder Jud ic i r io

    leso ou am eaa a d i re i t o ;

    A Teoria Ecltica vem sofrendo severas crticas pela doutrina mais atual, noentanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquerefeito.

    Item C errado. O que legitima ao autor a pleitear a tutela jurisdicional so as

    Cond ies da Ao e no os pressupostos processuais.Para que o direito de Ao seja efetivamente reconhecido no

    mbito judicial (consoante Teoria Ecltica e CPC), ser necessrio opreenchimento das Cond ies da Ao.

    Quando o autor interpe qualquer Ao, o Juiz deve verificar seforam preenchidos todos os requisitos legais para seu processamento, entreeles, as Condies da Ao , juntamente com os pressupostos processuais(os dois so requisitos necessrios para a Sentena de Mrito). Somente aps

    a superao de tais requisitos legais que o Juiz analisar o m r i t o d aques to (pretenso material do autor da demanda).

    Isto , a anlise de mrito do caso, que ser pela procedncia ouimprocedncia da demanda, ser um passo frente da anlise dopreenchimento dos requisitos legais para o processamento da ao.

    Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretenso processualdo autor. Se no preenchidas as Con dies da Ao, o processo iniciado peloautor ser ex t in to SEM reso luo do mr i to . Esta a chamada pela

    doutrina de Carnc ia de Ao . Se preenchidos, inclusive os pressupostosprocessuais, ser iniciada a anlise de mrito do processo.

    Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, sorequisitos necessrios validade e eficcia da relao processual, enquantoque as condies da ao so requisitos que l eg i t i m a m o a u to r a p l e i t e ara tu t e la j u r i sd i ciona l.

    CPC

    Art. 267. Ext ingue-se o p rocesso , sem reso luo de

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    m r i t o :

    I V - quando se verificar a ausnc ia de p ressupos tos decons t i tu i o e de desenvo lv imen to v l i do e regu la r do

    processo;

    Vl - quando no concor re r qua lquer das cond ies da ao,

    como a possibilidade j urdica, a legit im idade das partes e ointeresse processual;

    RESPOSTA CERTA: EEE

    QUESTO 17: MPS - Anl ise de Comprovantes de Repasse ePa rce l am e n to [ CESPE] - 2 6 / 0 9 / 2 0 1 0 .

    Pode ser manejada ao que vise apenas declarar a certeza da inexistncia derelao jurdica.

    COMENTRI OS:

    O i n te resse do au to r poder ser l i m i t a d o apenas simplesexistncia ou inexistncia de relao jurdica (exemplo: declarao da relaode paternidade, sem outras consequncias possivelmente dela decorrentes),bem como autenticidade ou falsidade documental. Esta a Aom e ra m e n te d e cl a rat r i a , que tem por objeto a declarao da existncia ouinexistncia ou do modo de ser de uma situao jurdica. A ao declaratria

    uma ao para declarar situaes jurdicas e no para declarar fatos, salvo aao de declarao de autenticidade ou falsidade de um documento.

    CPC

    Art. 4o Oi n t e resse do au to r pode limitar-se declarao:

    I - daex is tn c ia ou da inex is tnc ia de re lao j u r d ica;

    I I - da autenticidade ou falsidade de docum ento.

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    RESPOSTA CERTA: C

    QUESTO 18: MPS - Anl ise de Comprovantes de Repasse ePa rce l am e n to [ CESPE] 2 6 / 0 9 / 2 0 1 0 .

    A ao um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte.

    COMENTRI OS:

    No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (trs) correntesdistintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e anatureza da Ao, as quais destacaremos abaixo:

    1. Ao como D i re i to Au tnomo e Conc re to para estacorrente a Ao um direito autnomo em relao ao direitomaterial protegido, mas ele somente seria reconhecido se adeciso judicial fosse favorvel ao autor. Apenas se aps adeciso judicial o direito material abrangido restasseconfigurado que seria reconhecido o ao autor o direito deAo. Assim, o direito de Ao seria posteriormentedependente da efetiva existncia do direito material. Por issoque a Ao seria um Direito Autnomo inicialmente, masConcreto (dependncia posterior da concretude do direitomaterial).

    2. Ao como D i re i to A u t n o m o e A b s t ra to a Ao autnoma e independente do direito material protegido,sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outrarelao jurdica. Assim, o autor tem direito de ao mesmona hiptese de sua pretenso posta em juzo no seracolhida. Exemplo: autor ajuza ao solicitandoreconhecimento de um direito de posse de determinado bem;o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, oautor no ter o direito material levado a juzo, mas mantminclume seu direito de ao, direito de levar a juzo sua

    pretenso).

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    Para esta teoria, existem 2 relaes jurdicas diversasenvolvidas no processo:

    1. Dire i t o de Ao relao processual entre o Autore o Estado-Juiz;

    2. Di re i to Ma te r ia l relao jurdica material entre aspartes do processo (Autor e Ru ), que esto emconflito.

    3. Teor ia Ec l t ica do Dire i to de Ao para esta teoria, odireito de Ao no totalmente concreto e nem totalmente abstrato ( uma mistura das duas teoriasanteriores). O direito de Ao inegavelmente abstrato,inclusive reconhecido pela prpria CF-88 (art. 5, XXXV), masdeve preencher os requisitos necessrios para seu exerccio(direito concreto): as chamadas Condies da Ao . Estascondies conferem ao direito de Ao um aspecto maisconcreto, pois a sua ausncia gerar, segundo o CPC, em

    carncia de Ao. Esta a teoria adotada pelo Cdigo deProcesso Civil, em decorrncia da influncia de Liebman nadoutrina brasileira, sendo evidenciada em vrios dispositivosdo CPC.

    CF-88

    Art. 5

    XXXV - a l e i no exc lu i r da aprec iao do Poder Jud ic i r io

    leso ou am eaa a d i re i t o ;

    A Teoria Ecltica vem sofrendo severas crticas pela doutrinamais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceitacomo a dominante para qualquer efeito.

    Aps a definio das Teorias do Conceito do direito de Ao, valefrisar suas principais carac te r s t icas, para fins de memorizao:

    Dire i to Pb l ico Sub je t ivo direito de agir, provocando aatuao da tutela jurisdicional (relao entre A u to r e

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    Estado-Ju iz relao processual);

    D ire i t o A u t n o m o a natureza do direito de Ao (relaoprocessual) distinta da natureza do direito material (relaomaterial: Autor e Ru) afirmado em juzo pela parte;

    Di re i to Abs t ra to a existncia do direito de Aoi ndepende da e fe t i va ex i s tnc ia do d i re i to ma te r ia l . Osujeito de direito poder interpor Ao, mesmo na hiptesede no restar resguardado o seu direito pleiteado na Justia.

    Em outros termos, a Ao o direto de provocar a atuao datutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzidoem juzo, que pode ser pleiteado em qualquer hiptese, mesmo no caso deimprocedncia do pedido.

    A questo est errada porque afirmar ser o direito de Ao umdireito subjetivo vinculado ao direito material. Vimos a regra que o direito deAo seja a u t n o m o , independente do direito material.

    RESPOSTA CERTA: E

    QUESTO 19 : DPU - Agen te Adm in is t ra t i vo [ CESPE] - 30 / 05 / 2010 .

    O interesse de agir

    a) aspecto processual de natureza subjetiva que impede a anlise pelo juiz.

    b) significa que ser legitimado a atuar em juzo apenas o titular do interesselevado a juzo pela demanda.

    c) consiste na adequao do provimento jurisdicional e na necessidade datutela pretendida pelo demandante.

    d) estar presente quando no houver, pelo ordenamento jurdico, vedao aopedido deduzido na inicial.

    e) apenas ficar configurado se o resultado final do processo for favorvel aoautor.

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    COMENTRI OS:

    O I NTERESSE DE AGI R uma das Condies da Ao, que depende de doisaspectos relevantes:

    a.Necessidade/ Ut i l idade da Ao o processo deveser o meio necessrio, alm de qualquer outro, paraque o autor possa ter por satisfeita a sua pretenso.

    Isto , o rgo judicirio no pode ser utilizado comomais uma forma do autor resolver seu problema,devendo ser o nico caminho existente para soluo doconflito. O Judicirio no rgo de simples consultapelo autor, devendo atuar apenas e to somentequando no houver outra forma de dirimir a lide. Oprocesso deve ser o meio necessrio e til para a partever seu conflito resolvido.

    b.Adequao da Ao a ao proposta pelo autordeve ser a adequada para o caso apresentado (oprocedimento iniciado pela Ao deve ser o correto,adequado e previsto na norma processual). No hcomo o cidado interpor uma Ao Popular quando forcaso de Mandado de Segurana.

    Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sidoo prevalecente em provas e para a doutrinamajoritria.

    CPC

    Art . 3o Para propor ou contestar ao necessrio ter i n te resse

    e leg i t im idade .

    RESPOSTA CERTA: C

    QUESTO 20 : AGU - ADV - Ad vog ado da Unio [ CESPE] -

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    0 1/ 0 2/ 2 00 9.

    Conforme raciocnio possvel a partir da teoria ecltica da ao, adotada peloCPC, no caso de ao de conhecimento ajuizada com o fim de obter acondenao de algum ao pagamento de quantia j expressa em ttuloexecutivo extrajudicial vlido e vencido, existe carncia de ao por ausnciado interesse de agir, e no improcedncia do pedido por falta de direito tutela requerida.

    COMENTRI OS:

    Sim, h carncia de ao porque no h interesse de agir na hiptese.Vejamos.

    A parte j dispe de um titulo executivo vlido e vencido, pronto para serexecutado. No h necessidade ou u t i l i dade de en t ra r com u m p rocessopa ra te r ce r t i f i cado o mesmo d i re i to . O Juiz, sabendo da existncia dessettulo, deve julgar extinto o processo sem resoluo de mrito por carncia de

    ao (falta de interesse de agir, tendo em vista a desnecessidade doprocesso).

    Gente, a atividade jurisdicional coisa sria, no est para brincadeira!

    RESPOSTA CERTA: C

    QUESTO 21: AGU - ADV - Advog ado da Un io [ CESPE] - 01 / 02 / 20 09.

    Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciao do pedido em detrimentoda teoria da individuao significa dizer que, para a correta identificao dopedido, necessrio que constem da inicial os fundamentos de fato e dedireito, tambm identificados como causa de pedir prxima e remota.

    COMENTRI OS:

    CAUSA DE PEDI R com o e lem ent o da Ao constitui-se dos f a t o s e dos

    f u n d a m e n to s j u r d icos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais do que a

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    descrio dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurdicosdeles decorrentes. A Causa de Pedir dividida pela doutrina em duas(aplicao da Teoria da Substanc iao ):

    i . Causa de Ped i r Remota (F t ica ) relaciona-se com of a t o , sendo apenas a descrio ftica da lide, com indicaoda efetiva e concreta leso ou ameaa de leso ao direito doautor. O fato ter repercusses jurdicas, por isso precisaser delimitado e descrito.

    ) a descrio dasi i . Causa de Ped i r Prx ima (Jur d icaconsequncias jurdicas decorrentes do fato alegado. No necessria a descrio do fundamento legal preciso que dsustentculo ao pedido, basta a enunciao das prpriasconsequncias jurdicas (isto , no precisa mencionar emque lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se odireito requerido). No h esta necessidade porque o Juizconhece o direito (Princpio do iura novit cria) . O que

    importa o autor mencionar qual a consequncia jurdica dofato.

    Exemp lo 1 : pessoa sem pai conhecido descobre aexistncia do seu pai; fato: relao de paternidade;fundamento jurdico: nasce direito de reconhecimentoformal da paternidade. Observem que neste caso no hqualquer necessidade do autor informar o dispositivo legalque lhe assegura o direito paternidade, basta a afirmao

    desta consequncia jurdica.Exemp lo 2 : pessoa bate no veculo de outra e geraprejuzo. Pede-se em juzo uma indenizao: o acidente quegerou prejuzo danoso e culposo o fato jurdico; o direitode ser indenizado o fundamento jurdico.

    Exem p lo 3 : celebrao de um contrato com erro. Pede-seem juzo o a anulao: a celebrao do contrato em erro ofato jurdico; o direito de anular o fundamento jurdico.

    Exemplo 4: negativao indevida do nome no SERASA.

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    Pede-se em juzo a retirada imediata do cadastro: ainscrio indevida do nome na SERASA o fato jurdico; odireito de tirar o seu nome o fundamento jurdico.

    Teor ia da Subst anc iao da Causa de Pedir .

    O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir osFatos e os Fundamentos jurdicos como elementos da causa de pedir e nosomente a fundamentao legal (definio exata da norma aplicvel: lei,dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante a descrio ftica

    correta, pois esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir aao. Isto porque, a fundamentao legal definida pelo autor no vinculanteao Juiz, que pode dar outra interpretao e aplicao jurdica para os mesmosfatos. Exemplo: o autor que alega em juzo a aplicao do Cdigo de Defesa doConsumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto,poder afastar sua aplicao, pelo Princpio do iura novit cria, e definido anorma jurdica adequada ao caso (com base nos fatos alegados).

    A Teoria da Substanciao contrape-se Teoria da

    I n d i v i d u a o, que preleciona a necessidade de apresentao, pelo autor,apenas dos fundamentos jurdicos do pedido, no havendo necessidade deapresentao dos fatos. Esta ltima Teoria rechaada pela doutrina ptria,sem aplicao no Direito Brasileiro.

    RESPOSTA CERTA: C

    QUESTO 22 : TRT 9 - An al is t a Jud ic ir i o Jud ic ir i a [ CESPE] -1 1/ 1 1/ 2 00 8.

    As condies da ao tornam possvel o surgimento de uma relao jurdica evlido e regular seu desenvolvimento.

    A ausncia de qualquer uma dessas condies acarreta a nulidade do processono todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petio inicial.

    COMENTRI OS:

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    Se no preenchidas as Condies da Ao , o processo iniciadopelo autor ser ex t in to SEM reso luo do mr i to . Esta a chamada peladoutrina de Carnc ia de Ao . Se preenchidos, inclusive, os pressupostosprocessuais, ser iniciada a anlise de mrito do processo.

    Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, sorequisitos necessrios validade e eficcia da relao processual, enquantoque as condies da ao so requisitos que legitimam o autor a pleitear atutela jurisdicional.

    CPC

    Art. 267. Ext ingu e-se o p rocesso , sem reso luo de mr i t o :

    I V - quando se verificar a ausnc ia de p ressupos tos de

    cons t i tu i o e de desenvo lv imen to v l i do e regu la r do processo;

    Vl - quando no concor re r qua lquer das cond ies da ao,

    como a possibilidade j urdica, a legit im idade das partes e o

    interesse processual;

    RESPOSTA CERTA: E

    QUESTO 23 : OAB - Exam e de Ordem 2008 -1 [ CESPE] 18 / 05 / 2008 .

    A respeito da jurisdio e da ao, assinale a opo correta.

    a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdio contenciosa, este deveseguir at a sentena final no procedimento escolhido pelo autor, no sendopossvel transformar o contencioso em voluntrio por ato subseqente ou pormanifestao de vontade de qualquer das partes.

    b) As condies da ao devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho derecebimento da petio inicial at a prolao da sentena, pois a falta de umadelas durante o processo caracteriza a carncia superveniente, que enseja aextino do processo sem resoluo do mrito.

    c) Duas aes so consideradas idnticas quando ocorrer identidade de partes,

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    objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duasaes, a invocao de norma jurdica diversa em cada uma delas, haverpluralidade de causas de pedir.

    d) Na chamada jurisdio voluntria, a composio dos litgios obtida pelainterveno do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio deuma sentena de mrito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei.

    COMENTRI OS: Item A errado. Ao contrrio. Se as partes resolverem conciliar no meio doprocesso, o ato judicial que homologa o acordo ser considerado de JurisdioVoluntria, posto que no decidiu qualquer lide (apenas atestou a vontade daspartes).

    Item B correto. A ausncia de qualquer das condies da ao pode seratestada desde a anlise da petio inicial at o fim do processo, com aprolao da Sentena de Mrito, no precluindo a sua anlise em qualquer fase

    do processo.CPC

    Art. 295. A pet io in ic ial ser indeferida:

    I I - quando a parte form a n i f es ta m e n te i l e g t i m a ;

    I I I - quando o autorcarecer de in t e resse p rocessual;

    Art. 267. Ext ingue-se o p rocesso , sem reso luo de mr i to :

    (Redao dada pela Lei n 11.232, de 2005)

    Vl - quando no conco r re r qua lque r das condies da ao,

    como a poss ib i l idade ju r d ica , a leg i t im idade das par tes e o

    in t e resse p rocessua l ;

    Item C errado. Sim, a identidade de Aes ocorre quando h identidade dostrs elementos da Ao: Partes, Causa de Pedir e Pedido (Objeto). No entanto,a simples invocao de normas jurdicas diversas no configuranecessariamente diversas causas de pedir.

    Vimos que a Causa de Pedir no a alegao de norma jurdica, mas das

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    consequnc ias ju r d icas do fa t o .

    CAUSA DE PEDI R constitui-se dos f a t o s e dos f undamen tos ju r d i cos dopedido do autor ao Juiz. Nada mais do que a descrio dos fatos envolvidos,bem como dos respectivos efeitos jurdicos deles decorrentes. A Causa de Pedir dividida pela doutrina em duas (aplicao da Teoria da Substanciao):

    i . Causa de Ped i r Remota (F t ica ) relaciona-se com o f a t o ,sendo apenas a descrio ftica da lide, com indicao da efetivae concreta leso ou ameaa de leso ao direito do autor. O fato

    ter repercusses jurdicas, por isso precisa ser delimitado edescrito.

    i i . Causa de Ped i r Prx ima (Jur d ica) a descrio dasconsequncias jurdicas decorrentes do fato alegado. No necessria a descrio do fundamento legal preciso que dsustentculo ao pedido, basta a enunciao das prpriasconsequncias jurdicas (isto , no precisa mencionar em quelei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito

    requerido). No h esta necessidade porque o Juiz conhece odireito (Princpio do iura novit cria) . O que importa o autormencionar qual a consequncia jurdica do fato.

    Item D errado. Este o conceito de Jurisdio Contenciosa e no deJurisdio Voluntria. A Jurisdio pode ser classificada em 2 (duas) principaisespcies:

    o Jur isd io Contenc iosa a jurisdio propriamente dita,sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judicirio,consistente no poder de dizer o direito no caso concreto,solucionando as lides em substituio aos interesses daspartes.

    o Jur isd io Vo lun t r ia consiste na i n teg rao ef isca l izao de negcios firmados entre particulares. Hmuita discurso na doutrina acerca da natureza da JurisdioVoluntria, se tambm seria ou no propriamente umaJurisdio (se no seria uma mera Administrao Pblica de

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    interesses privados).

    RESPOSTA CERTA: B

    QUESTO 24 : OAB - SP - 13 4 Exam e de Ordem [ CESPE]

    2 7/ 0 1/ 2 00 8.

    O interesse de agir

    a) faculdade da ao.

    b) elemento da ao.

    c) condio da ao.

    d) pretenso.

    COMENTRI OS:

    So 3 as Cond ies da Ao:

    1. POSSI BI LI DADE JUR DI CA DO PEDI DO;2. I NTERESSE DE AGI R; 3. LEGI TI MI DADE PARA A CAUSA( AD CAUSAM) .

    RESPOSTA CERTA: C

    QUESTO 25: TRT - 7 Reg io - Ana l is ta Jud ic i r io Admin is t ra t iva

    [ FCC] 1 1 / 1 0 / 2 0 0 9 ( A DA PTA DA ) .

    No que concerne jurisdio e ao, INCORRETO afirmar:

    a) nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou ointeressado a requerer, nos casos e forma legais.

    b) ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando

    autorizado por lei.

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    c) o interesse do autor pode limitar-se declarao da existncia ou dainexistncia de relao jurdica.

    d) ocorrendo violao do direito no admissvel a ao declaratria.

    COMENTRI OS:

    Item A correto. Este o Princpio da INRCIA de Jurisdio.

    Item B correto. Leg i t im idade Ex t rao rd in r ia (Subs t i t u io Processua l) quando a lei autoriza t e rce i ros a atuarem em juzo em nome prprio, masna defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituiodo legitimado ordinrio. Na legitimao extraordinria h uma nocoincidncia entre o legitimado e o titular do da relao discutida em juzo. Ouseja, o legitimado no coincide com o titular da relao discutida. Algum estem juzo em nome prprio defendendo interesse alheio (est no processodiscutindo um interesse que no dele). Sempre que algum estiver em juzodefendendo interesse de outrem em nome prprio ser um legitimado

    extraordinrio. Carac te r s t ica p r inc ipa l da Leg i t im idade Ex t raord inr ia:Prev iso Legal - decorre da lei em sentido amplo, no sendo permitido porsimples acordo das partes (exemplo: contratos ou quaisquer negciosjurdicos). Ou seja, somente com autorizao legal (previso expressa na lei) que ser possvel a legitimao extraordinria (substituio processual).

    CPC

    Art. 6o Ningum poder pleitear, e m n o m e p r p r i o , d i re i t o

    a lhe io , salvo quando au t o r i zado po r l e i .

    Item C correto. O i n te resse do au to r poder ser l i m i t a d o apenas simples existncia ou inexistncia de relaojurdica (exemplo: declarao darelao de paternidade, sem outras consequncias possivelmente deladecorrentes), bem como autenticidade ou falsidade documental. Esta aAo meramen te dec la ra t r ia , que tem por objeto a declarao daexistncia ou inexistncia ou do modo de ser de uma situao jurdica. A aodeclaratria uma ao para declarar situaes jurdicas e no para declararfatos, salvo a ao de declarao de autenticidade ou falsidade de um

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    documento.

    CPC

    Art. 4o Oi n t e resse do au to r pode limitar-se declarao:

    I - daex is tn c ia ou da inex is tnc ia de re lao j u r d ica;

    I I - da autenticidade ou falsidade de docum ento.

    Item D errado. Admite-se que o autor entre com ao dec la ra t r ia quandoseja possvel a propositura de uma ao condenatr ia . Por isso, que o CPCprev que admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido aviolao do direito. Ou seja, poder apresentar ao condenatria, que parareconhecer e efetivar o direito violado, como tambm, mesmo nessa situao,o autor poder entrar no Judicirio somente para reconhecer o direito, semdesejar efetiv-lo.

    CPC

    Art. 4o

    Pargrafo nico. admiss ve l a ao dec la ra t r ia , ainda quetenha ocorrido a violao do direito.

    RESPOSTA CERTA: D

    QUESTO 26 : OAB - SP - 136 Exam e de Ordem [ CESPE] 14 / 09 / 2009

    (ADAPTADA).

    Assinale a opo correta acerca da jurisdio, da ao e do processo.

    a) Uma das caractersticas da jurisdio a aptido para a coisa julgada; porconseguinte, somente haver jurisdio se houver coisa julgada material.

    b) O princpio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestao da tutelajurisdicional por juiz independente e imparcial.

    c) A capacidade de estar em juzo, o interesse de agir e a possibilidade jurdicado pedido so considerados elementos da ao.

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    COMENTRI OS:

    Item A errado. Somente a Jurisdio tem a caracterstica da Def in i t i v idade,que a aptido para formao da co isa ju lgada. A jurisdio tem o condode tornar suas decises imutveis.

    Item B correto. Princpio do Ju iz Natu ra l ou I m parc ial i dade O Princpiodo Ju zo Natura l extrado do Devido Processo Legal e de dois especficos

    dispositivos do art. 5 da Constituio Federal (incisos XXXVII e LIII). O JuizNatural aquele investido regularmente na jurisdio (investidura) e comcompetncia constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos. aquele previsto antecedentemente, com competncia abstrata e geral, parajulgar matria especfica prevista em lei.

    Item C errado. a l e g i t i m i d a d e ad causam e no a capacidade de estarem juzo (legitimidade ad processum) que compe mais uma das condies daao.

    RESPOSTA CERTA: B

    QUESTO 27: TCE - AP - Procurador de Cont as [ FCC] 17 / 10 / 20 10.

    So elementos da ao:

    a) autor, ru e juiz.

    b) juiz, provas e sentenas.

    c) partes, causa de pedir e pedido.

    d) legitimidade, interesse e possibilidade jurdica do pedido.

    e) jurisdio, demanda e defesa.

    COMENTRI OS:

    So 3 ( t rs) os ELEMENTOS bsicos das Aes (sigla PCP):

    1 . PARTES Autor e Ru. So os que efetivamente

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    participam da relao jurdica processual, triangularizadacom a figura do Juiz, mediante o contraditrio.

    2 . CAUSA DE PEDI R constitui-se dos f a t o s e dosf undamen tos ju r d i cos do pedido do autor ao Juiz. Nadamais do que a descrio dos fatos envolvidos, bem comodos respectivos efeitos jurdicos deles decorrentes.

    3. PEDI DO ( OBJETO) a parte final da Ao, consistentena solicitao ao Estado-Juiz da prestao da tutela

    jurisdicional, obrigando ao ru o respeito pretenso doautor.

    RESPOSTA CERTA: C

    QUESTO 28 : TRT 12 - Tc. Jud ic ir io Adm in i s t r a t iva FCC]

    1 0/ 1 0/ 2 01 0.

    A legitimidade das partes e a possibilidade jurdica do pedido so condies da

    a) jurisdio e da ao, respectivamente.

    b) jurisdio.

    c) ao e da jurisdio, respectivamente.

    d) ao.

    e) competncia funcional.

    COMENTRI OS:

    No h condies da jurisdio, apenas condies da ao, que so 3:

    1. POSSI BI LI DADE JUR DI CA DO PEDI DO;2. I NTERESSE DE AGI R; 3. LEGI TI MI DADE PARA A CAUSA( AD CAUSAM) .

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