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  DPC SEMESTRAL Processo Penal Guilherme Madeira Data: 03/06/2013 Aula 16 DPC SEMESTRAL  2013 Anotador(a): Tiago Ferreira Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1) Medidas Cautelares Pessoais no Processo Penal. MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS  (Arts. 282 a 350 do CPP) TEORIA GERAL (Arts. 282 a 300 do CPP): Essa teoria geral aplica-se a todas as medidas cautelares pessoais. 1) Critérios para a aplicação da s medidas cautelares pessoais: São os critérios: 1.1) O primeiro critério está no Art. 282, incisos I e II, quais sejam: a) Adequação; b) Necessidade. 1.2) O segundo critério está no Art. 282, §6º: -Prisão preventiva como última hipóte se. 1.3) O terceiro critério está no Art. 283, §1º: -Se o crime não tiver pe na privati va de liberdade, não se impõe cautelar (Ex: Art. 28 da L 11.343/06 - ainda que não se comprometa a comparecer em juízo - aqui não aplica nenhuma cautelar). 2) Contraditório Prévio (Art. 282, §3º): a) Regra: A parte deve ser intimada do pedido. b) Exceções: Nos casos de: -urgência; ou -de perigo de ineficácia da medida (Juiz não intima parte contrária). c) 3ª exceção: Preso em flagrante, o juiz analisa as hipóteses de imposição de outras cautelares, sem que haja a oitiva do preso ou pedido do Ministério Público. Atenção: O CNJ está para votar uma resolução determinando que o preso em flagrante seja apresentado ao  juiz (FICAR ATENTO). 3) Atuação do Juiz (Art. 282, §2º): a) Inquérito Policial: No IP o juiz não pode aplicar nenhuma cautelar de ofício, SALVO o Art. 310 ( Atenção: Não se aplica para a L 11.340/06  prisão preventiva de ofício no IP, conforme Art.20).

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  DPC SEMESTRALProcesso Penal

Guilherme MadeiraData: 03/06/2013

Aula 16

DPC SEMESTRAL  – 2013Anotador(a): Tiago Ferreira

Complexo Educacional Damásio de Jesus

RESUMO

SUMÁRIO

1)  Medidas Cautelares Pessoais no Processo Penal.

MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS (Arts. 282 a 350 do CPP)

TEORIA GERAL (Arts. 282 a 300 do CPP):

Essa teoria geral aplica-se a todas as medidas cautelares pessoais.

1)  Critérios para a aplicação das medidas cautelares pessoais:

São os critérios:

1.1) O primeiro critério está no Art. 282, incisos I e II, quais sejam: a) Adequação;b) Necessidade.

1.2) O segundo critério está no Art. 282, §6º: -Prisão preventiva como última hipótese.

1.3) O terceiro critério está no Art. 283, §1º: -Se o crime não tiver pena privativa de liberdade, não se impõecautelar (Ex: Art. 28 da L 11.343/06 - ainda que não secomprometa a comparecer em juízo - aqui não aplica nenhumacautelar).

2)  Contraditório Prévio (Art. 282, §3º):

a) Regra: A parte deve ser intimada do pedido.

b) Exceções: Nos casos de: -urgência; ou

-de perigo de ineficácia da medida (Juiz não intima parte contrária).

c) 3ª exceção: Preso em flagrante, o juiz analisa as hipóteses de imposição de outras cautelares, sem que hajaa oitiva do preso ou pedido do Ministério Público.

Atenção: O CNJ está para votar uma resolução determinando que o preso em flagrante seja apresentado ao juiz (FICAR ATENTO).

3)  Atuação do Juiz (Art. 282, §2º):

a) Inquérito Policial: No IP o juiz não pode aplicar nenhuma cautelar de ofício, SALVO o Art. 310 (Atenção: Nãose aplica para a L 11.340/06 – prisão preventiva de ofício no IP, conforme Art.20).

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b) Processo Penal: Durante o processo o juiz pode atuar de ofício.

4)  Cumulatividade das medidas cautelares (Art. 282, §1º):

O juiz pode aplicar as cautelares de maneira isolada ou cumulativa (Tudo dependerá do critério disposto noitem 1.1 supramencionado – adequação e necessidade).

5)  Rol das cautelares:

Prisão - medida substitutiva

Medidas alternativas

Liberdade

Atenção: Tem prevalecido a ideia de que o juiz não pode cumular medidas alternativas com a prisãopreventiva, isso por força do Art. 282, §6º do CPP.

6)  Medida Substitutiva - Prisão Domiciliar (Art. 318):

A medida substitutiva é a prisão domiciliar, a qual pressupõe o decreto de prisão preventiva.

CPP - Art. 318 LEP - Art. 117

Maior de 80 anos Maior de 70 anos

Pessoa extremamente debilitada por motivode doença grave.

Basta que esteja acometido  por doençagrave.

Imprescindível aos cuidados de pessoa menorde 06 anos OU com deficiência

Basta que tenha filho menor  OU  comdeficiência*.

Gestante a partir do 7º  mês OU  gravidez derisco.

Basta que seja gestante 

*O Art. 117 da LEP utiliza a expressão condenadA com filho menor - Atentar como é indagado no certame.

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PRISÃO EM FLAGRANTE (Arts. 301 a 310 do CPP):

1)  Noção / Natureza Jurídica:

Trata-se de medida de autodefesa social, caracterizada pela privação da liberdade de locomoção sem ordem judicial.

Quanto à natureza jurídica, deve-se notar que todas as medidas cautelares devem ter  fumus comissi delicti  e periculum libertatis.

A prisão em flagrante não tem  periculum libertatis  e necessariamente deverá ser convertida em algo, nostermos do art. 310 do CPP. Daí por que a doutrina mais moderna diz que a prisão em flagrante é uma medidapré-cauletar.

2)  Fases da prisão em flagrante:

Doutrina e jurisprudência dividem em 05 fases:

1 - Captura;2 - Condução coercitiva;3 - Lavratura do auto de prisão em flagrante;4 - Recolhimento ao cárcere;5 - Comunicações.

3)  Sujeitos do flagrante:

3.1) Sujeito Ativo:

a) Flagrante Facultativo: Qualquer do povo pode prender em flagrante (Art. 301, 1ª parte).

b) Flagrante Obrigatório: Autoridade policial e seus agentes devem prender em flagrante (Art. 301, 2ª parte).

3.2) Sujeito Passivo:

a) Regra: Qualquer pessoa pode ser presa.

b) Exceções: É a chamada “Imunidade Prisional”: 

  Presidente da República (Art. 86, §§ 3º e 4º);

  Imunidades Diplomáticas (Chefes de Estado etc);

  Magistrados e Membros do MP, SALVO no caso de crimes inafiançáveis;

  Membros do Congresso Nacional, SALVO no caso de crimes inafiançáveis.

Atenção: Nas hipóteses acima não pode sequer realizar a condução coercitiva (Diferentemente do caso do Art.

28 da L 11.343/06). Aqui se lavra o boletim de ocorrência e encaminha para a autoridade superiorcompetente.

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4)  Modalidades da Prisão em Flagrante:

4.1) Flagrantes do CPP (Art. 302):

a) Flagrante Próprio / Real / Verdadeiro / Perfeito (Art. 302, incisos I e II):

I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; 

b) Flagrante Impróprio / Irreal / Quase flagrante (Art. 302, inciso III): Perseguido “logo após”. 

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça

presumir ser autor da infração;

Atenção: No caso do Art. 302, III, enquanto durar a perseguição, ainda que perca de vista, o sujeito está emflagrante. O que não pode haver é a “solução de continuidade” (interrupção) da perseguição.

c) Flagrante ficto / Presumido / Assimilado (Art. 302, inciso IV): Encontrado “logo depois”. 

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autorda infração. 

Atenção: Não há definição do conteúdo da expressão “logo depois”, no entanto, o que todos afirmam é que o“logo depois” tem maior duração do que o “logo após”.

Para Lembrar: O Madeira é gay? Presumo que sim, pois foi encontrado logo depois da aula beijando oprofessor Flávio.

OBS: Embora haja vozes em contrário, mostra-se mais adequado para o certame de Delegado sustentar que aapresentação espontânea não impede a prisão em flagrante, desde que ocorrida dentro do parâmetrotemporal do “logo depois”. 

Defesa dos que são contra: Só encontra quem procura, então não poderia prender no Art. 302, IV quem seapresenta espontaneamente à autoridade policial (Prof. Madeira entende que essa premissa é equivocada).

4.2) Flagrantes da Doutrina:

Flagrante PREPARADO Flagrante ESPERADO

Há intervenção na vontade Não há intervenção na vontade

Não é válido É válido

Súm. 145 do STF (crime impossível)

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4.3) Casos Especiais:

a) Crime permanente (Art. 303):

Enquanto durar a permanência, o sujeito está em flagrante.

b) Crimes Habituais:

Embora a maioria da doutrina entenda que não cabe, a melhor posição para o certame de Delegado é a deMirabete, ou seja, uma vez comprovada a habitualidade por meio de campana, por exemplo, poderá haverprisão em flagrante (No exemplo da casa de exploração de prostituição - Art. 229 do CP).

c) Quadrilha ou bando:

O STJ entende que quadrilha ou bando é crime permanente (HC 185711/AL - Rel. Jorge Mussi - J 28.08.12).

5)  Formalidades da Prisão em Flagrante (Arts. 304 a 309):

5.1) Autoridade:

O flagrante será lavrado pela autoridade do local de captura do agente. Se não houver autoridade no local,será encaminhado o agente para o local mais próximo que tenha autoridade.

5.2) Condutor e Testemunhas:

O condutor é o responsável pela apresentação do preso à autoridade.

Deve haver no mínimo 02 testemunhas para se lavrar o flagrante, e o condutor conta como testemunha.

A falta de testemunhas da infração não impede a lavratura do flagrante. Nesse caso, deve haver 02testemunhas da apresentação do preso à autoridade (“Testemunhas Fedatárias / Instrumentais”), conforme

§2º do Art. 304.

5.3) Advogado:

Não há necessidade de advogado para se lavrar o auto de prisão em flagrante.

5.4) Fracionamento do Auto de Prisão em Flagrante:

O auto de prisão em flagrante é fracionado, ou seja, na medida em que as pessoas vão sendo ouvidas, seusdepoimentos são impressos, elas assinam os termos e são liberadas.

5.5) Comunicações:

O preso recebe a nota de culpa.

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O juiz e o promotor recebem cópia do auto de prisão em flagrante.

A defensoria pública recebe cópia do auto de prisão em flagrante SE  o preso não declinar o nome de seuadvogado.

**Todas as comunicações acima mencionadas devem ser feitas no prazo de 24 horas.

6)  Julgamentos Interessantes:

a) Falta de assinatura da autoridade policial no auto de prisão em flagrante: HC 188332/RJ - Rel. Min. OgFernandes - J 20.09.11.

A ausência de assinatura do Delegado constitui ilegalidade que macula o auto de prisão em flagrante

(culminando, portanto, com o relaxamento da prisão ilegal).

b) Troca dos nomes dos indiciados no auto de prisão em flagrante: HC 168585/PA - Rel. Felix Fisher - J09.08.10.

A simples troca dos nomes dos indiciados no auto de prisão em flagrante não gera qualquer nulidade.

c) Falta de comunicação à defensoria pública por inexistência desta. Ausência de nulidade: HC 186456/MG -Rel Min. Jorge Mussi - J 11.10.11.

Não há nulidade nesse caso.

d) A ultrapassagem do prazo de 24 horas para lavrar o flagrante, em havendo motivo razoável, não geraqualquer nulidade: HC 149875/SP - Rel. Min. Felix Fisher - J 04.05.10.