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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página
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19 de junho de 2002 Ano XLII • Nº 22 email: [email protected] WWW.AVOZDEPORTUGAL.COM 02 DE Junho de 2004
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MACAUTERRA DE GRANDEBELEZA
* A. Barqueiro
A bonita e moderna península deMacau vive muito especialmente dasreceitas do jogo, complementadaspelas do comercio, que fazem parteintegrante da estrutura económicada cidade. Com fina ironia, diz-se queMacau e a cidade do mundo commaior zona verde, não a dos parquespúblicos, mas sim a área das mesas dejogo do território.
Quando em 31 de Maço de 1993 aAssembleia Popular Nacional daChina, promulgou a lei básica para oterritório, sabia-se que Macau pas-saria a ser governada por uma Co-missão, denominada Região Admi-nistrativa Especial da Republica Popu-lar da China (RAEM), portantosoberania chinesa. Este estatuto es-pecial vai ser respeitado durante 50anos desde 1999, data da trans-ferência de Portugal para a China.
A estrutura orgânica da RAEMnão difere muito da estrutura de umpais, não havendo, contudo, minis-tros, mas sim executivos que gover-nam o território, sob a alçada politicada Republica Popular da China.
Tudo funciona bem, o povo parecesatisfeito com o nível de vida deMacau e não se nota, a vista, qual-quer indício de miséria. Uma vez queMacau foi possessão portuguesa du-rante vários séculos, pensar-se-ia quea língua portuguesa fosse ali faladacorrentemente. Nada mais erróneo,porquanto os idiomas utilizados são ocontones e o mandarim, o que difi-culta a movimentação dos portu-gueses na cidade.
A Torre, de 338 metros e 61 anda-res, foi inaugurada em 2001 num dosextremos da cidade, passou a ser umdos símbolos da cidade, marcando agrandeza do território onde grandescapitalistas investem forte, com aideia de retorno compensador. O reido negocio de casinos, Stanley Ho,
O dinâmico empresárioCarlos Ferreira, proprie-tário do conceituado Fer-reira –Café Trattoria na ruaPeel, inaugurou esta sema-na uma nova casa, destafeita, um Bistro destinadosobretudo à clientela maisapressada na hora do almo-ço.
Tem o nome de um gi-gante: Vasco da Gama.
E estamos certos que orestaurante será do mesmonível.
Lusa-quebequense é finalistaUma lusa descendente é finalista num Concurso organizado pela Zone3 em
colaboração com Rona e outros comanditários. Um caso a apoiar.
Realizaram-se no último fim de semana ascomemorações do 25º aniversário das festivi-dades do Divino Espírito Santo.
25º ano do Império de PentecostesFoi de prata luzidia como o ouro!
No final mais um ano de trabalhoFesta rija no mesmo Atlântico
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BISTRO VASCO DA GAMA
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Dépôt legal à la Bibliothèque nationale du Québecet à la Bibliothèque nationale du Canada
DIRECTEUR: Armando BarqueiroÉDITEUR: Eduíno MartinsRÉDACTEUR EN CHEF: Sylvio MartinsRÉDACTEUR ADJOINT: Kevin MartinsCOLLABORATEUR SPÉCIAL: Raúl MesquitaCOLLABORATEURS:Au Québec: José de Sousa, PedroMello e Castro, Helder Dias, CarlosDe Sousa, Benjamim Silva, AntónioVallacorba, Adelaide Vilela, MariaConceição Correia, Vítor Gonçalves,Cristina Proença Mayo, DaphnèSantos-Vieira, José Manuel Costa,Natércia Rodrigues Maria Calisto,Pe. José Maria Cardoso et RaúlMesquitaEn Ontario: Fernando Cruz Gomes,Manuel Alves Louro, Fátima Toste(Toronto) et Augusto Cerqueira(Otava).Au Portugal: Augusto Machado, JoelNeto et Lagoas da Silva.INFOGRAPHISTE: Sylvio Martins.PHOTOGRAPHE: Manuel Ribeiro.SERVICE À LA CLIENTÈLE: Kevin MartinsPUBLICITÉ: Kevin Martins, Eddy Silva,Carlos de Sousa, Martin Carpentieret Silvina Ferreira.PUBLICITÉ À L’EXTÉRIEUR DU QUÉBEC: Lin-gua Ads Service 9 Belmont, Toronto,Ontario M5R 1P9 Phone: (416) 922-5258; DELEGATION A U PORTUGAL:PortMundo Promoção Cultural ePublicidade Ldª, Calçada do Tojal,38 - 5º, 1500 LISBOA (Portugal),Tel.: (21) 764-9992.
Os textos (e ilustrações) de Opiniãopublicados nesta edição são dainteira responsabilidade dos seusautores, não vinculando, directa ouindirectamente, o cariz editorial einformativo deste jornal.
Hebdomadaire fondé le 25 avril 1961
Publié par A Voz de Portugal
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4231, Boul. St-LaurentMontréal (Québec) H2W 1Z4
Tél.: (514) 284-18131-866-684-1813
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La Voix du PortugalThe Voice of Portugal
Arménia TeixeiraAdvogada
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MACAUTERRA DE GRANDE BELEZA
Cont. da pág.1
A Voz de Portugalna Internet
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esta presente na cidade cominúmeros interesses, designa-damente hotéis e locais dejogo.
As maiores estruturas da
cidade foram deixadas pelaadministração portuguesa emuito pouco foi acrescido nes-tes curtos cinco anos de domí-nio chinês. O ambiente políti-co/social e calmo e sereno,mercê da plataforma de comu-nicação regular entre as duaspartes, no processo de transi-ção. A Justiça e da responsabili-dade da RAEM, tendo sidoassegurado o preenchimentode lugares da magistraturaindependentes.
A grande fonte de fundos daparte portuguesa e providen-ciada pelo Instituto do Oriente,uma instituição muito beminstalada no centro da cidade,possuidora de bons recursosfinanceiros.
Sendo Macau uma penínsu-la, ligada a terra a China, só debarco se pode viajar de HongKong. O Rio das Pérolas envol-ve o território, mas devido a suareduzida profundidade, não
permite a entrada de navios de
grande porte.A imagem que nos fica desta
zona e de extrema beleza. Situa-da a uma grande distancia daEuropa, faz-nos meditar na
coragem e destemor dos portu-gueses da época que, com em-barcações a vela rudimenta-
res, chegaram a Macau, quan-do nos leva hoje quinze horasem avião a jacto de Lisboa, nopercurso longo de milhares dequilómetros.
No centro da zona histórica
esta situado o Hotel Lisboa, um
enorme edifício com váriosrestaurantes e zona de jogo,onde circulam centenas delindas jovens, dedicadas aprofissão de massagens e ou-tros “trabalhos” periféricos.
O Clube Militar, um edifíciocolonial português com deco-ração que combina elementoschineses e portugueses, e ummarco da grandeza portugue-sa. O Jardim de Gruta de Ca-mões, são locais onde a popula-cho procura o ar fresco emhoras de calor, enquanto pas-seiam os seus passarinhos emgaiolas ricamente ornadas, talcomo os ocidentais passeiam oscães de estimação pelas ruasdas cidades portuguesas. Obusto de Camões esta rodeadopor diversas lapides com versosdo épico, recordando a suapassagem pelo território nosanos 500.
O Grande Premio de Macauda Formula 1 e um dos eventosanuais que mais divulga a reali-dade macaense, através do
mundo. Existe um Museu on-de vários modelos de carros decorrida estão patentes, expos-tos de modo artístico e interes-sante. Muito perto, encontra-seo Museu do Vinho, com umacolecção de vinhos portugue-ses de marca, acessível aoscompradores interessados.
O transito na cidade e intensoe complicado. Já porque secircula pela faixa esquerda dasvias, já porque o número demotorizadas atinge centenasde milhares, fenómeno nuncavisto no Ocidente.
Macau merece uma visita.Para quem gostar de belezasexóticas e tiver a coragem devencer as doze horas de dife-rença de fuso horário, entre azona este do Canada (Mon-treal) e aquele território orien-tal, outrora português.
Missão Santa CruzO Grupo coral de Santa Cruz, a equipa das festas populares e
catequese, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas quede uma forma ou de outra colaboraram no jantar de angariaçãode fundos para a renovação das janelas do centro comunitário.
Queremos agradecer às seguintes casas comerciais; Soares eFilhos, Padaria Notre Maison e Pharmaprix Mont-Royal. Umobrigado também a todas as pessoas que deram os seus donativos,
Bazar organizado pelaspessoas de idade do CASCM
O grupo da 3ª idade do Centro de Acção Sócio-Comunitária deMontreal informa a comunidade em geral que nos dias 10 e 11 deJunho haverá um bazar entre as 8 e as 5 da tarde, no 32 do boul.Saint-Joseph Ouest.
Este bazar terá lugar no exterior, ou seja, no parque deestacionamento. Os artigos expostos serão muitos e variados.Haverá artigos de decoração, artigos para a cozinha, músicavariada, vestuário, etc. Haverá ainda uma secção de artesanatofeito pelas mãos das senhoras que semanalmente participam nasactividades da 3ª idade oferecidas pelo CASCM.
Venha visitar o simpático grupo da 3ª idade em plena actividadedurante o bazar. Venha e traga uma amigo. Teremos boaanimação e um cafézinho à sua espera.
Estamos situados no 32 do boul. Saint-Joseph Ouest, esquinacom a rua Clark. Para mais informações poderão contactar como CASCM através do número de telefone 842-8045.
( Aceitam-se artigos para este bazar até ao dia 8 de Junho.).
às pessoas que se implicaram navenda das rifas, e aquelas queas compraram.
Graças à vossa colaboraçãoentregamos à Missão de SantaCruz a quantia de 17,323.00 $.Bem hajam, e que Deus atodos recompense.
Um abraço amigo da equipaorganizadora.
Antigo Vice-cônsul em MontrealFaleceu o Dr. Francisco Fernandes
Sabíamo-lo doente. Mas anotícia é sempre rude. Seca.Internado há algum tempo jános serviços paliativos do Hos-pital Notre-Dame de Montreal,o Doutor Francisco Fernandes,figura carismática que a Co-munidade Portuguesa de Mon-treal conheceu bem, comoVice-cônsul de Portugal entre1968 e 1989, extinguiu-se cal-mamente no dia 24 passado,rodeado pelos seus mais direc-tos familiares.
O Doutor Francisco Fernan-des, casado em segundas núp-
cias com a Senhora MoniqueLaberge, tinha dois filhos e doisnetos, para além de vários so-brinhos e sobrinhas.
Homem de grande postura eagradável convívio, a sua pre-sença por entre a populaçãoportuguesa em Montreal, nãodeixava ninguém indiferente.Alegre, “bon vivant”, sempreatencioso e disponível, nuncaquis ser nomeado Cônsul-geral,a fim de poder manter uma vidafamiliar estável, sem os in-convenientes de colocaçõesem diferentes postos consu-
lares através do mundo.Mesmo após a sua reforma,
era frequente vê-lo em activi-dades culturais ou desportivas,com o seu eterno sorriso e sóli-do aperto de mão.
A família faz celebrar umamissa no dia 17 de Junho às 11horas da manhã, no Complexofunerário Mont-Royal, 1297chemin de la Forêt, Outre-mont, seguindo-se uma recep-ção, à qual todos serão bem-vindos.
Doutor Francisco Fernan-des, grato pelos bons e inesque-cíveis bons momentos com queprivilegiou a gente portuguesade Montreal e repose em Paz nofinal da caminhada terrena.
Sport Montreal e BenficaComunica este simpático clube que realizará domingo, dia 6 de
Junho, uma sessão de tiro oas pratos. No dia 9, quarta-feira, pelas20h30, na nossa sede, a presença do Rancho Folclórico deAlmeirim, vindo de Portugal e outras surpresas.
Entrada livreMais se informa que decorrerão nos dias 10, 17, 24 e 31 de Julho
e 7 e 14 de Agosto, treinos de futebol, para jovens de idades entreos 6 e os 16 anos. As inscrições custarão 25$, sendo o campo adesignar. Os interessados poderão contactar o SMB com ossenhores Carlos Fernandes ou Júlio Loureiro.
Por outro lado recorda-se que durante o mês de Junho e Julhoserão transmitidos na sede do Sport Montreal e Benfica, emdirecto de Portugal, os jogos do Euro 2004.
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Casa de autonomia prontaProjecto visa reintegrar osdoentes mentais na sociedade
A residência de vida pro-tegida da Casa de Saúde Câ-mara Pestana, destinada a rein-tegrar os utentes na sociedade,vai começar a funcionar emOutubro, disse Ricardo Go-mes, à margem da tomada deposse dos órgãos sociais daAssociação “Ancora”.
O director da instituiçãoprevê que, se tudo correr comoesperado, dentro de algunsmeses, cinco utentes, acom-panhados por uma equipa mul-tidisciplinar, poderão iniciar,nas instalações actualmenteem construção em Santa Lu-zia, uma nova fase do processode cura.
A obra está a ser suportadafinanceiramente por uma par-ceria entre a Secretaria Re-gional dos Assuntos Sociais e aCasa de Saúde.
Carlos Mendes é o presidenteda direcção da recém-criadaÂncora. A Associação de Fami-liares e Amigos dos Doentes daCasa de Saúde Câmara Pes-tana vai procurar combater o
abandono e a exclusão socialdas pessoas que têm pertur-bações do foro psiquiátrico epromover o desenvolvimento ea reabilitação dos doentes.
Carlos Mendes adiantou quevão realizar actividades paraocupação dos tempos livres einiciativas para recolher fundoscom vista a dar-lhes melhorescondições.
O responsável frisou que«não são os doentes que têm denos compreender, nós é quetemos de nos fazer entenderpor essas pessoas» e nessalinha vão formar as pessoas quecolaboram com a instituição desaúde
Teodoro é Bispo do Funchal há 22 anosQuerem barulhomas não dão palmas
Há 22 anos que D. Teodoro de Faria tomou posse como Bispo doFunchal. Em entrevista ao JORNAL da MADEIRA, disse que nãopretende «relevar grandes acções», mas que toda a prioridade deve serdada à acção pastoral da Igreja: «Não se pode atender aos problemashumanos, alguns dos quais competem ao Estado, em detrimento daevangelização. Padres empresários, não; padres empenhados e demãos sujas ao serviço dos últimos, sim, e sempre».
“Na vida de um bispo, 22anos é um tempo longo numadiocese, tanto mais que trêsdos meus antecessores só esti-veram cerca de sete anos cadaum, o que é, na realidade, pou-co. Deus permitiu que eu fosseo bispo que preparou a tran-sição do século XX para o ter-ceiro milénio. O motor da reno-vação na Diocese foi o ConcílioVaticano II, aplicado, não sob aspressões dos primeiros anos,mas num tempo de serenidadee reflexão amadurecida.
Poucos cristãos recordam aIgreja pré-conciliar, com tantasvirtualidades, mas necessitadade um novo impulso que o PapaJoão XXIII, sem pensar nasdificuldades, iniciou convo-cando toda a Igreja para umconcílio.
Como é diferente hoje o lu-gar concedido aos leigos naIgreja, após a feliz experiênciada Acção Católica e Cursos deCristandade. Pensai na reno-vação da catequese, participa-ção activa na liturgia, nos mi-nistros extraordinários da Eu-caristia, na acção sociocari-tativa, ecumenismo, atençãoaos emigrantes (qual foi a co-munidade madeirense no es-trangeiro que não foi visitadapelo seu Bispo e padres dio-cesanos?)
Foi neste período que a Uni-versidade Católica chegou àMadeira, preparando leigos nasdisciplinas humanas e teoló-gicas. Abriu-se a Diocese àsperegrinações bem preparadasà Terra Santa e mundo da Bí-blia, à espiritualidade bizantinacom visitas aos mosteiros rus-sos, gregos, turcos, egípcios. E“last but not the least”, a aten-ção às vocações sacerdotais.Quantos sacerdotes foram or-denados neste período, tantopara a Diocese como para asCongregações religiosas?Quantos foram enviados para
as Universidades de Roma,Paris e Lyon, para uma forma-ção actualizada e para dar res-postas aos problemas do ho-mem contemporâneo? Hoje,felizmente, grande parte dapastoral da Diocese está nasmãos destes jovens padres,assim como o Seminário e quasetodo o Conselho Presbiteral.
A Diocese tem missionários emissionárias em quase todos oscontinentes, nascidos numaterra pequena, isolada da Euro-
pa, desconhecida de Portugalque, se não hostiliza, ridicula-riza. Se não somos superiores,também não somos inferiores:somos diferentes, ilhéus com osabor ao iodo do mar e à terraamassada com suor, que fize-ram da barreira do mar salga-do uma estrada para nave-garem até às extremidades daTerra.
Tenho muito conforto, após20 anos de vivência na grandeRoma e de visitas pastorais emtodos os continentes, em serhumilde Pastor nesta diocese,unido ao Grande Pastor dasovelhas, Jesus Cristo.
Não pretendo relevar gran-des acções, indico apenas assetas estradais que foram colo-cadas para a construção deuma Igreja actuante, aberta,sob a acção do Espírito deDeus, para caminhar ao ritmodo II Concílio do Vaticano”.
Moeda falsa em S. MiguelA Polícia Judiciária, através
do Departamento de Investi-gação Criminal de Ponta Delga-da, pro-cedeu, na cidade dePonta Delgada, à identificaçãoe detenção de dois indivíduosdo sexo masculino, com asidades de 28 e 32 anos, emrelação aos quais foram reco-lhidos fortes indícios da práticado crime de contrafacção demoeda e passagem de moedafalsa.
Estes crimes foram essen-
cialmente praticados durante operíodo de festas que decor-reram nesta cidade, tendo sidoapreendidos objectos relacio-nados com a contrafacção eainda notas falsas que os deti-dos se preparavam para colocarem circulação.
Os detidos foram ontem pre-sentes à autoridade judiciáriacompetente para primeiro inter-rogatório judicial e aplicação deadequadas medidas de coac-ção.
Governo empenhado no reforço doensino da formação profissional àdistância
O director regional da Juven-tude, Emprego e FormaçãoProfissional, Rui Bettencourt,presidiu, em Ponta Delgada, àsessão de abertura do II Semi-nário da Formação Profissionalà Distância que está integradono programa do II Fórum Re-gional da Formação Profis-sional.Na ocasião, o director re-gional relevou a importância doensino à distância numa Re-gião com a característica geo-gráfica como a dos Açores,onde a descontinuidade territo-rial representa uma grandefragilidade. Por essa razão,acentuou Rui Bettencourt,importa reforçar o ensino daformação profissional à distân-cia para que ele chegue a todosos açorianos em todas as ilhas.
Recorda-se que está a decor-rer em Ponta Delgada o II Fó-rum Regional da FormaçãoProfissional que integra a reali-zação de vários eventos impor-tantes, no domínio dos recursoshumanos e da formação profis-sional, nomeadamente, o Con-curso Regional da FormaçãoProfissional, uma Mostra dasEscolas de Formação Profis-sional existentes nos Açores, oII Seminário da Formação Pro-fissional à Distância e a apre-sentação dos trabalhos do Ob-servatório do Emprego e For-mação Profissional.
No referido seminário serãoproferidas diversas interven-
ções por peritos regionais e na-cionais na matéria, distribuídospor dois painéis, um destinadoa abordar os rumos e as pers-pectivas da formação profis-sional à distância e o outro,dedicado às plataformas e tec-nologias de E-Learning.
Governo levantaos muros do Corvo
E as obras não param nosAçores. Agora, o Governo Re-gional lançou a concurso aempreitada para a recuperaçãode diversos muros de suportena estrada regional da ilha doCorvo, através da SecretariaRegional da Habitação e Equi-pamentos.
Na estrada do Leste, ao quiló-metro 0,25, está prevista a de-molição de um muro de pedra
solta com cerca de 54 metrosde comprimento e a sua re-construção em betão ciclópico.
A empreitada, com um custode 85 mil euros e 120 dias deprazo de execução, compreen-de igualmente a construção deum muro de suporte, numaextensão de cerca de 246 me-tros, também em betão ciclópi-co.
Sete novas casas deaprestos inauguradas nas Velas
Carlos César presidiu à ceri-mónia de entrega de sete novascasas de aprestos a outros tan-tos pescadores do porto dasVelas, na vila das Velas, em S.Jorge. A obra, da responsabi-lidade da Secretaria Regionalda Agricultura e Pescas, repre-sentou um investimento de 102mil euros, tendo beneficiado deapoios do IFOP (75%) e doPIDDAC (25%). Na ocasião, osecretário regional da Agricul-tura e Pescas, Vasco Cordeiro,disse que estas novas casas deapresto, a que se somam outras16 já anteriormente entregues,vão proporcionar seguramen-te melhores condições de traba-lho aos pescadores que utilizamo porto das Velas. Vasco Cordei-ro lembrou, a propósito, asobras já levadas a cabo noporto das Velas, com destaque
para a remodelação da Lota,melhoria da rampa de varageme construção de 23 casas deaprestos. O titular da Secreta-ria Regional da Agricultura ePescas adiantou, todavia, que aaposta do Governo no sectorinclui muitas outras medidasde política, como sejam a forma-ção profissional, a criação deum fundo de garantia ou, quan-do foi caso disso, a defesa in-transigente dos interesses dosAçores e dos seus pescadoresna salvaguarda da ZEE açoria-na. O presidente e restantesmembros do Governo visita-ram também no porto das Ve-las as obras de remodelação ede reparação do edifício daLota. A obra, que beneficiouigualmente de apoios do IFOPe do PIDDAC, foi adjudicadapelo valor de 122 mil euros.
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Missão Nossa Senhora de FátimaPrograma das Festas
Sexta-feira dia 4 às 18h00Celebração da EucaristiaAbertura dos Impérios com “Folia do E.S.LavalActuação do Rancho Folclórico “Ilhas do Encanto”Actuação do Rancho Folclórico “Cantares e Bailares dos Açores”Animação pela Discoteca “J.G.Night Productions”
Sábado dia 5 às 18h00Celebração da EucaristiaSaída do cortejo pelas ruas, Favreau, Goyer, Gatineau, Gérard,Gaboury e FavreauApresentação dos carros alegóricosArraial com a Filarmónica Portuguesa de LavalActuação do Rancho Folclórico “Velha Guarde-Almeirim”Actuação do “8 Count Dance Center”Animação pelos populares artistas: Jorge Pereira, dos EUA eConjunto musical Exagone
Domingo dia 610h00Bodo de leite
11h00Saída da coroação pelas seguintes ruas: Favreau, Gaboury,Girard, Goyer, Fafard e Favreau12h30Eucaristia soleneAs tradicionais sopas do Divino Espírito SantoArraial no recinto com a Filarmónica do Divino Espírito SantoAnimação Magia para crianças pelo “Kid Mercury”Actuação do “8 Count Danse CenterActuação do Rancho Folclórico “Velha Guarda-Almeirim”Actuação do Rancho Folclórico “Estrelas do Atlântico”Animação pelos populares artistas: Maurício Morais dos EUA eConjunto Musical “Renovação”
INCÊNDIOSFigueiredo Lopes mostra-sedisposto a defender bombeiros
O ministro da AdministraçãoInterna afirmou que será dosprimeiros a defender os bom-beiros, caso estes sejam alvos decríticas face a uma eventualvaga de incêndios florestais noVerão de 2005.
Em Viseu, a propósito do DiaNacional dos Bombeiros, Fi-gueiredo Lopes garantiu queestará «sempre na primeiralinha a defender o valor e aabnegação desses homens,que com o risco da própria vidaestão ali para combater uminimigo por vezes imbatível eesse é que é o grande drama».
O ministro apelou a que «se
trabalhe muito na área daprevenção. Isso é uma respon-sabilidade de todos, não é só doGoverno, não é só dos bom-beiros, é também dos proprie-tários, dos autarcas, de toda agente».
Por seu lado, o presidente daLiga dos Bombeiros Portu-gueses, Duarte Caldeira, criti-cou o facto de haver pessoasque tenham procurado passar«a mensagem de que são preci-sos uns tantos justiceiros parapôr os bombeiros portuguesese as suas estruturas em or-dem.”
Homem chega mortoao Aeroporto de Lisboa
Um homem, de 49 anos, che-gou, morto ao Aeroporto deLisboa, no regresso de umaviagem a Zurique, na Suíça,revelou fonte da Polícia deSegurança Pública. O homem,um professor de Português, eranatural de Lisboa e residenteem Viana do Castelo, tendo-sedeslocado a Zurique possivel-
mente para fazer um trata-mento médico. O regresso aLisboa fazia-se a bordo de umvoo da TAP - e foi ao chegar aoaeroporto, perto das 15.00, queo encontraram morto, aparen-tando estar a dormir. As causasda morte são ainda desco-nhecidas
Os arguidosCARLOS CRUZ, Apresen-
tador de televisãoDetido a 31 de Janeiro de
2003, o apresentador é acusadoda prática de oito crimes deabuso sexual de crianças e doisde acto homossexual comadolescente. Preso preventiva-mente durante 15 meses, en-contra-se em prisão domici-liária.
PAULO PEDROSO - Ex-de-putado do PS
O ex-porta-voz do PS é acu-sado de 23 crimes de abusosexual de menores. O juiz RuiTeixeira levou ao Parlamentoum pedido de levantamento daimunidade parlamentar. Re-gressaria seis meses depois,provocando um autêntica con-fusão.
HERMAN JOSÉ - Humorista«Globos de Ouro às dez!» Foi
esta a frase dita e repetida pelohumorisra quando saiu doDIAP, onde foi constituídoarguido no processo. É acusadode um crime de acto homos-sexual com adolescente. Man-teve sempre silêncio absoluto.
JORGE RITTO - EmbaixadorDesde, pelo menos, 1982 que
é referenciado como estandoligado a pedofilia. Acusado de25 crimes de abuso sexual demenores, o embaixador viurecentemente alterada a medi-da de coação a que estavasujeito (prisão preventiva).
JOÃO FERREIRA DINIZ -Médico
O médico do Ferrari, comoera conhecido nos colégios daCasa Pia, é acusado de 25 cri-mes de abuso sexual de crian-ças. Esteve em prisão preven-tiva, mas Rui Teixeira acabariapor alterar essa medida, colo-cando-o em casa sob vigilância.
HUGO MARÇAL - Advogado«Entrou» no processo como
advogado de Carlos Silvino(Bibi), mas viria a ser detido porsuspeitas de abuso sexual demenores numa vivenda emElvas. O MP acusa-o da práticade 64 crimes, abuso sexual demenores e lenocínio.
MANUEL ABRANTES - Ex-provedor adjunto
É o segundo arguido commais crimes imputados. Aotodo, o MP acusa o ex-provedoradjunto de 95 crimes. Além deabuso sexual de menores éacusado de crimes financeirosrelacionados com a gestão daCasa Pia.
GERTRUDES NUNES - Ex-ama da Segurança Social
A proprietária da vivenda emElvas, onde terão acontecido osabusos sexuais, é acusada de 40crimes de lenocínio. Foi reco-nhecida pelas testemunhas naPolícia Judiciária em Lisboa euma testemunha terá trocadopalavras com ela em Elvas.
FRANCISCO ALVES - Ar-queólogo
A acusação refere que a suacasa foi utilizada para a práticade abusos sexuais de alunos daCasa Pia. O arquólogo (acu-sado de 34 crimes de lenocínioe um de porte de arma ilegal)nega conhecer qualquer dosrestantes arguidos do pro-cesso.
CARLOS SILVINO (BIBI) -Ex-funcionário da Casa Pia
Considerado como a «peçachave» de todo o processo, Bibitem adoptado um comporta-mento ambíguo: ora conheceos outros arguidos, ora nãoconhece. Sobre si recai a acusa-ção de 1164 crimes (abusosexual de crianças e lenocínio).
«Inocência em perigo»A representante portuguesa
da organização não-governa-mental «Inocência em Perigo»visitou Carlos Cruz na sua casaem Cascais. A visita ocorreudias após a libertação do apre-sentador do EstabelecimentoPrisional de Lisboa e, segundoCláudia Neves, teve como finali-dade «perceber melhor os con-tornos do processo e recolherinformação para levar a cabouma investigação sobre redesinternacionais». A dirigentedesta organização de combateà pedofilia adiantou ainda que,durante a conversa que man-teve com o apresentador, «oprocesso da Casa Pia foi o tema
menos abordado». CláudiaNeves afirmou ainda que fazparte do seu trabalho na «Ino-cência em Perigo» « falar comalegadas vítimas de abuso, talcomo presumíveis suspeitos».Além de Carlos Cruz, a dirigen-te da ONG pretende encontra-se com outros arguidos doprocesso da Casa Pia. Para já,apenas abordou João Pedroso,irmão e advogado do ex-depu-tado Paulo Pedroso, mas nãoadiantou qual foi a recepti-vidade. Cláudia Neves diz queestá a desenvolver uma inves-tigação própria sobre os abusosde crianças na Casa Pia.
PAULO PORTASSousa Franco é «pai, mãe, avô,avó, gato e periquito do défice»
Paulo Portas acusou sábadoà noite Sousa Franco de ser «opai, a mãe, o avô, a avó, o gato eo periquito do défice», numjantar em Gaia onde deu àpolítica interna um perfil de«filme de terror».
Reagindo às declarações deSousa Franco, que se mostrouofendido pelo líder do CDS/PPlhe ter chamado «pai dodéfice», Portas afirmou quecorrigia a afirmação: «não éapenas o pai do défice. É o pai,a mãe, o avô, a avó, o gato e o
periquito do défice».«E a família do défice está
para as finanças públicas comoa família Adams está para osfilmes de terror», acrescentou,depois de Telmo Correia, líderparlamentar dos centristas,frente a centenas de pessoas nojantar organizado pelo PP/Porto, ter falado da «extremaesquerda mais radical, aquelepequeno grupo de gentedivertida para quem Portugal éum autêntico filme de terror».
Maioria dos portuguesesdesconhece que 13 deJunho é a data das eleições
Mais de metade dos portu-gueses (58%) admite desco-nhecer a data das eleições doParlamento Europeu (PE), a 13de Junho, e apenas 35% doseleitores afirmam ir votar. Da-dos que constam do Euroba-rómetro, no qual é reveladoque apenas 33% indicam a datacorrecta e 9% (dos 42 % queadmitem saber) erram na res-posta.
Esses resultados não sãomuito diferentes dos obtidos noconjunto da União Europeia(UE), onde uma média de 51%dos eleitores desconhecem adata das eleições e apenas 37%respondem correctamente o
dia do escrutínio do seu país,uma vez que se realiza entre osdias 10 e 13. Os dinamarquesessão os que mais dizem des-conhecer a data (87%), en-quanto, em Malta, apenas 16%reconhecem que não sabemem que dia decorrerá a vota-ção.
Falta de informaçãoEntre os portugueses, a falta
de informação é um dos ar-gumentos (52%) para não vo-tarem, embora a razão commais adeptos (58%) seja a denão se sentirem “suficiente-mente representados” peloseurodeputados.
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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página 5
OpiniãoAugusto Machado
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Corrupção nas autarquias
Afinal, o saco-azul não existiaapenas na Câmara de Felgueiras.A investigação policial tambémdetectou na Câmara de Águedairregularidades ao descobrir queo dinheiro alegadamente des-viado da referida embalagemmunicipal, terá servido para fi-nanciar campanhas eleitorais dossocial-democratas. Tudo isto,com os respectivos pormenores,pôde ler-se nos jornais da semanapassada. Para não maçarmos osleitores poupemos os pormenorese fiquemo-nos pelo essencial. Serátalvez injusto badalar sobre esteepisódio e as trapalhadas de um
saco-azul – que por acaso é laranja – sobre as trapalhadas comoutros sacos não menos azuis mas que podem ser cor-de-rosa, ouvermelhos. Felgueiras, Gondomar, Salvaterra, não menos, emtermos de sacaria, que Águeda ou Amadora.
Os portugueses já se habituaram àquilo que, infelizmente,consideram normal: a corrupção endémica. E quando assim sepensa é difícil curar a doença. Não é por acaso que Portugal émencionado nos relatórios de organizações internacionais, o 15.ºpaís mais corrupto do mundo. Pior ainda é a impunidade. Quantaspessoas são condenadas por ano nos tribunais portugueses porcorrupção, tráfico de influências ou simples financiamentos ilegaisa partidos ou a políticos? Meia dúzia? Dois? Um infeliz qualquer sópara as estatísticas? Nenhum? O nosso comissário europeu, poracaso, cor-de-rosa, não declarou sisa na compra de umapropriedade no Alentejo. Foi “penar” para Bruxelas, agora poderegressar – está perdoado. Os custos da Expo ultrapassaram todosos orçamentos, os dos estádios do Euro 2004 idem, tal como os dasauto-estradas, das obras públicas, das obras camarárias. Oexemplo mais recente é a nova ponte sobre o Mondego emCoimbra, inaugurada há dias, levou o dobro do tempo a serconstruída do prazo marcado e custou aos contribuintes mais dodobro do seu orçamento original. Não há fontanário em Portugalque tenha custado o orçado e onde a opinião pública não desconfieque autarcas e construtores não tenham ido beber ao saco-azul.
Eleições para o Parlamento EuropeuPassada a euforia da final da Liga dos Campeões, Rock in Rio
Lisboa, o Super Bock Super Rock e o pontapé de saída do Euro2004 a 12 de Junho, eis que temos também as eleições para oParlamento Europeu (PE) a 13 de Junho.
Segundo as sondagens, são poucos os portugueses que seinteressam ou sabem que no domingo, dia 13, é dia de eleiçõespara o PE. Apenas 15 por cento dos eleitores lusos é que sabem doevento e entre estes fica por saber se o acham sequer digno da suadeslocação a uma urna de voto.
A apatia nacional perante as eleições europeias não é nova nemfenómeno único em Portugal. Por toda a União – sobretudo entreos 15 países membros mais antigos que já passou a ser um hábito– a abstenção ganha cada vez mais terreno. Entre os portugueses,nas duas últimas eleições para o PE, a indiferença ficou marcadacom a ausência dos eleitores a ultrapassar os 60 por cento. E, nopróximo dia 13 de Junho o mais certo é bater novo recorde.
Para a maioria dos portugueses, que actualmente se preocupamais se o seu jogador favorito vai ou não fazer parte dos onzeescolhidos por Scolari, parece ser mais importante do que aseleições europeias. Infelizmente o futebol, neste país, para muitos,é uma doença incurável. Quanto a escolher quem melhor nosrepresente em Bruxelas é- lhes absolutamente indiferente – tantofaz, cor de laranja, azul, cor-de-rosa, vermelho ou outra corqualquer. Há quem sugere que os partidos e as instituiçõeseuropeias têm que mudar de estratégia de comunicações ou estesactos eleitorais continuarão a servir apenas como um exercício depura demagogia partidária.
A caminho da Terra NovaP. José Maria Cardoso
“Estou prestes a ir para a TerraNova - disse ele deitado naquelacama de hospital - e preciso deuma carta de reco-mendação”.
Conhecio quase logo quecheguei aqui. Era um homemalegre, respeitoso e imponente.Mas a altura em que falámosmais tinha sido também num hos-pital. Ambos ali estávamos diantede um amigo que também sedespedia para ir para outra terra,e que partiria muito pouco tempo
depois.Hoje fui chamado de urgên-cia ao hospital. Anotei o nome do
doente e o numero do quarto e não fiz associações. E saí com todosos preparos para ir visitar mais um doente.
Entrei no hospital que, naquele fim de manhã quente, estava jáa temperaturas insuportáveis. De papel na mão à procura doquarto, via, do corredor, o olhar parado dos doentes ao som de unsventiladores que mexiam o ar sem o refrescarem. Finalmenteestava diante do quarto. Entrei e fiquei admirado. Era ele. Era omesmo homem que pouco tempo antes parecia vender saúde eenchia o quarto do seu amigo doente de boa disposição. Ali estava,também refrescado por um ventilador e também de olhar parado.Quando me viu pôs a mão na cabeça sem saber ainda que atitudetomar, mas... riu-se.
- Olá Padre Zé Maria- Olá – respondi com o cora-ção apertado.Lá me contou que tudo se tinha passado num prazo de oito
semanas. Sentiu-se mal; exames da praxe e o veredicto fatal:cancro em fase terminal. Nada a fazer. Estava inchado, gravidodaquele mal que gera , quase sempre, uma outra vida. Mas estavacom a habitual boa disposição. Sabia que estava a despedir-se, masbem disposto.
- Mandei-o chamar – disse ele numa voz pausada - porque estouprestes a embarcar para a Terra Nova e preciso que você merecomende.
Rimo-nos. Eu estava impressionado com aquele homem. Se asvisitas ao hospital me custam sempre muito, esta estava a serparticularmente penosa.
Foi uma hora. Ele quis projectar diante de mim o filme da vida.A fita desenrolava-se à velocidade que o momento exigia. Era avida no seu melhor e no seu pior. Os altos e os baixos, como todasas vidas. Depois de uma hora o homem imponente tinhadesaparecido. Diante de mim estava agora um menino, indefeso,carente como um pródigo à espera do abraço apertado do pai.
- Adeus padre Zé Maria – E virou a cara para que eu não visseuma lágrima que insistia em mostrar-se no canto dos olhos.
- AdeusDepois, voltado já para mim, apertou-me a mão com mais força
e disse a sorrir:- Adeus, e se não for antes, vemo-nos na Terra Nova.Poucas horas depois, partia. Ao vê-lo descer no cais, na hora do
embarque, disse-lhe baixinho:- Adeus. Vemo-nos na Terra Nova!
Eleições 2004PM — como “porta-moedas”…
Apenas uma semana passadanesta campanha eleitoral e já oPrimeiro-ministro Paul Martinabriu desmedidamente o porta-moedas. Ao ritmo de biliões para asaúde e de biliões para as muni-cipalidades, bem difícil será após o28 de Junho, de contabilizar todasas promessas que nunca verão odia. Estranhamente, faz recordaros chavões de Jean Chrétien — aque ele próprio aderiu como Mi-nistro das Finanças, que afir-mavam abolir a TPS. Sabemos oresultado. Não só a promessa não
foi cumprida como, por cima de tudo, trataram os cidadãos deimbecis, alegando não os terem compreendido. E, naturalmente,a TPS ficou e ficará em serviço, não sendo de modo algum temanesta eleição.
Paul Martin iniciou a campanha em leão e, dia após dia,transforma-se em cordeirinho. Os seus dois grandes projectos, quese assemelham mais como uma tentativa de lançarem areia nosolhos dos eleitores, nunca poderão ser aplicados sem o con-sentimento das províncias. E Paul Martin sabe isso muito bem. Oraas suas intenções são visíveis a “olho nu”. Por um lado, tentargalvanizar um eleitorado que se lhe escapa por entre os dedos,aliciando-o com miragens de solução aos problemas da saúdepública. Por outro, impondo condições sub-reptícias, sabendo deantemão que as províncias não permitirão a imiscuidade do Fe-deral nos seus campos de acção, sobretudo naqueles em quepossuem uma maior peritagem do que Monsieur Martin. Destemodo, condenadas ao fracasso as proposições e volumosas prendasmonetárias que as acompanham, o PM lavará as mãos como PoncePilatos, imputando a responsabilidade às províncias. Convém aindasalientar de que gente eminentemente ligada aos serviços desaúde, sendo um deles o instigador do sistema de seguro-saúdedo Québec, Claude Castonguay, afirmam que o volumoso “porta-moedas” de Paul Martin, com os seus 9 biliões de dólares depromessas, não resolvem o problema vital. Antes será um pensonuma ferida que só se cicatrizará com uma transformação radicaldo sistema. E de nada serve injectar novos fundos. Será como pôrtelhado novo num edifício que se desmorona.
A segunda proposição é mais manhosa, mais malévola. Aintenção de financiamento às municipalidades, para além domesmo irreverente desrespeito dos governos provinciais, únicosintervenientes autorizados nesse domínio, revela um outro aspectodo seu carácter. O “autofutismo”, o desprezo pela população. Comojá não bastasse o preço exagerado da gasolina, Paul Martin propõeum aumento de cinco cêntimos em cada litro, a fim de darprendinhas às edilidades. Ora, sabemos que também não se faráassim, pois que o provincial não permitirá intromissões nos seuscírculos de responsabilidades, porém, qual é a lógica do seuraciocínio? Se a gasolina aumenta, é o público que pagará. E todosos custos inerentes aos produtores de todos os bens de consumoserão transferidos, mais uma vez, nas facturas que a população —sempre ela, terá de pagar. O produtor limitar-se-ia então a enviaras facturas das elevadas despesas de transporte, ao consumidor.Mais um imposto disfarçado, mascarado de boas intenções. Difícilcompreender como tantos antigos tenores liberais se fazeminvisíveis e se deixam manipular pelo “patrão”. Como o disse há diasMarc-Yvon Côté, grande estratega liberal e antigo ministro pro-vincial “Sempre fui liberal e defenderei sempre os valores liberais. Omeu problema é que já não existe um Partido Liberal em Otava, háapenas, o partido de Paul Martin”. Sem peias, Marc-Yvon Côtéaponta e critica a “gang” de Martin, grupo elitista que segue ochefe de olhos fechados e que tem dividido os militantes dopartido. Mesmo em Outremont, liberais de longa data que estavampróximo de Martin Cauchon, foram afastados pelo grupo do “pára-quedista” Jean Lapierre, que de resto não vêem com bons olhos,visto ter sido uma decisão tomada na cúpula e para a qual nenhummilitante foi consultado. Devido às guerras implacáveis que setravaram mais ou menos em surdina, muitos experientesmilitantes ficaram em casa e consideram que Paul Martin vai tera pontuação que merece.
Mas o país merece melhor.Melhor que um simples “porta-moedas”.
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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página 6
VáriaUm site web... uma realidade
A semana passada à Casa deMacau de Toronto contactou-me para informar do novo siteweb desta associação. Fiqueisurpreendido por uma exce-lente iniciativa e fiquei a co-nhecer uma casa muito aco-lhedora.
Com o lançamento do siteweb em Português e Inglês daassociação, esta em posição deoferecer aos leitores, não sómais uma forma de informação,mas também a habilidade deproporcionar um serviço maiscorrente e informar não só anossa associação mas tambémo que se passa em Macau. Com
Sylvio Martins
NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIALGrupo Totta lança novo pro-
duto em Dólares CanadianosOs Bancos Totta & Açores,
Crédito Predial Português eBanco Santander Portugallançam a partir desta segunda-feira 24 de Maio um novo pro-duto em Dólares Canadianos(CAD’s).
Denominado VALOR CRES-CENTE CAD. Esta nova aplica-ção visa sobretudo fomentar apoupança em Dólares Cana-dianos a uma taxa de juro muitoatractiva.
Segundo os responsáveispela Direcção Internacional doGrupo Totta em Portugal
“O lançamento do ValorCrescente CAD reflecte a es-tratégia comercial do Grupo,orientada para a diversificação
da nossa oferta de aplicaçõesfinanceiras.
Trata-se neste caso de umproduto concebido especial-mente para responder às neces-sidades específicas dos nossosclientes residentes no Canadá,oferecendo um conjunto decaracterísticas inovadoras.
Com um valor mínimo deconstituição relativamentebaixo, o cliente beneficia logo àpartida de uma taxa de juroatractiva. Essa taxa será depoisacrescida de vários prémios depermanência semestrais, per-mitindo ao cliente beneficiar deuma elevada remuneração to-tal, especialmente se compa-rada com os depósitos tradi-cionais.
Estamos plenamente convic-
tos de que os nossos clientes - enão só - habituados a aplicar assuas poupanças em depósitos aprazo, encontrarão aqui umaalternativa segura e clara-mente mais apelativa em ter-mos de remuneração.»
Este novo produto em Dóla-res Canadianos está disponívelaté 15 de Julho de 2004 e cons-titui uma forte aposta dos ban-cos do Grupo Totta junto dosclientes residentes no Canadá.
Todas as informações rela-tivas a este novo produto po-derão ser obtidas junto dosEscritórios de Representaçãoem Toronto (1-800 – 563 3585)e em Montreal (1-800 – 6064666), ou directamente nosbalcões do Grupo em Portugal.
a história da associação, oseventos, o boletim de infor-
mação, galeria de fotos e linksrelacionado a pátria de Macau.O endereco é http://www.casademacau.ca.
Saber animarÉ tão agradável e simpático
poder sentir uma opinião favo-rável que nos anima a pros-seguir o esforço seja ele qualfor. Isso multiplica as possi-bilidades e aumenta extraordi-nariamente as probabilidadesde êxito.
Quando se pensa nisso, é tão
fácil ajudar com uma palavracompreensiva, ou de alento,dita na ocasião oportuna e nãoobstante, pode ser origem degrandes coisas.
Quantos sábios, quantos in-ventores foram ajudados pode-rosamente pela simpatia queencontraram! E também,quantos que nunca chegaramà sua plenitude fracassaram
nos seus esforços por teremencontrado a indiferença, e porvezes o sarcasmo.
Não sejamos daqueles quesabem dizer, com fria tran-quilidade, que apaga todo oentusiasmo: “Mas, não fizestemais do que o teu dever”! sobre-tudo se é uma criança a quemnos dirigimos.
Então, é tão cómodo fazer oque se deve, cumprir com odever em tudo? E somos nósmesmas tão perfeitas que ocumprimos rigorosa e integral-mente em todas as ocasiões?
Por outra parte, não é só acriança a única a quem impres-siona o elogio. Podemos nósdizer que ficamos insensíveis?
Saber animar, é saber ob-servar e realçar no momentooportuno, um ligeiro esforço,um pequeno progresso quesublinhados, podem ser causade um novo impulso.
Saber animar, é descobrir,no borrão imperfeito ou noembrião que se nos apresenta,a possibilidade duma bela obra,ou o germe duma criação notá-vel.
Saber animar, não é dizer:“Não poderás conseguir”, aoque, precisamente, busca comtodas as suas forças superar aspróprias possibilidades.
Lua em LeãoUma exposição de pinturas por Marcio Melo no 17 de Junho ao
18 de Julho de 2004 à Galeria Montcalm 25, rua Louro, Gatineau(Hull), Quebeque.
A Voz de PortugalNovos números
de telefones(514) 284-1813
Fax: (514) 284-6150
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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página 7
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Os festejos locais em louvordo Divino Espírito Santo, rea-lizados no passado fim-de-sema-na na Missão Portuguesa SantaCruz, não podiam ter sido ro-deados de maior brilhantismono que lhes dá essência: muitadevoção, alegria e partilha.
E foi bom que assim tivesseacontecido, na medida em quese comemorou a passagem dos25 anos da sua ocorrência nestaparóquia, uma efeméride mui-
to importante na vidacomunitária e assaz honrosapara os mordomos desta cor-rente edição festiva, a direcçãodo Convívio dos Naturais doConcelho da Ribeira Grande,nas pessoas de Ildeberto e Gra-ça Silva; Viriato e Connie Frei-re; Luis e Julieta Melo; Antónioe Fátima Tavares; Moisés eNatália Machado; João e Cesal-tina da Silva; Mário e OdíliaMorieta; José e Angie Raposo; eJosé e Odália Cabral.
As mui solenes sessões daoração do terço, seguidas deconvívios bastante animados,com cantoria, e repletos decomes-e-bebes; o longo e visto-so cortejo da coroação, a nobi-líssima eucaristia e os exube-rantes momentos de partilhaforam alguns dos inesquecíveisaspectos deste popular império.
Um império, aliás, e também,tendo tido o enobrecimentocultural que merecia, graças àsmini-conferências proferidaspelo padre José V. Arruda, pa-dre Carlos Dias, padre José M.Cardoso e padre LaurensiusRuba, da terça à sexta-feira,antes do terço, no salão nobredo Centro Comunitário, pe-rante assembleias com umamédia de assistência diáriaultrapassando as 250 pessoas.
Esse foi, sem dúvida, um dosaspectos mais enriquecedoresdas festividades, porquantopermitiu explicar às grandesmassas as origens da festa doEspírito Santo, os seus sím-bolos, o seu significado nacomunidade de hoje e na Igrejade sempre.
“O Espírito Santo está pas-sando por aqui./. Quando elepassa, tudo se renova/: a tris-teza vai, a alegria vem/. Vemp’ra ti, p’ra mim também”.
“Sala do Divino Espírito San-
to”, é o sugestivo nome dado aoantigo salão nobre do CentroComunitário, agora com umavistosa vitrina, da autoria domestre Eduardo Anastásio,contendo os símbolos do Divinoe um brasão da Ribeira Grande,em basalto, a par duma notaexplicativa da heráldica da-quele concelho. A inauguraçãooficial decorreu na sexta-feira,logo após a conferência do pa-dre Laurensius e o terço. Naaltura, o padre Cardoso, que sedisse “espantado” ante a gran-de afluência de pessoas que aolongo da semana compareceunaquele local, sugeriu aosfuturos mordomos dos festejoso uso daquela sala.
Na animação musical du-rante a semana, estiveram Cri-sália Couto e o seu conjunto,“Estrelas da Noite” e Jorge e
Silvina Pimentel, a par das re-gulares cantorias por MoisésMachado, Odália Cabral, Moi-sés Machado e Lourdes Medei-ros
A primeira grande refeiçãoda caridade desta festa, verifi-cou-se, evidentemente, no sá-bado, no subsolo da igreja,onde foi distribuídos, por váriasvezes a centenas de convivas,carne guisada com batata, pão,vinho, sumos e massa sovada,seguindo-se baile animado peloconjunto “Renovação” e Fáti-ma Miguel, enquanto, no exte-rior, Luis Silva e o “Center-Fold”, dos Estados Unidos,abrilhantavam o arraial, com o
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ComunidadeNo final mais um ano de trabalhoFesta rija no mesmo Atlântico
A Escola Português do Atlân-tico, que agora poderia cha-mar-se BCP ou Millennium,nome actual do grupo de ban-cos que sucedeu à modesta
instituição fundada no Porto, a14 de Maio de 1919 por ArturCupertino de Miranda, sob onome comercial de Casa Ban-cária Cupertino de Miranda &Irmão, encerrou mais um anolectivo com o tradicional jantardos finalistas a que assistirampara cima de 500 pessoas, numagradável convívio que temsido apanágio deste prestigiosoe prestigiável organismo esco-lar, ao longo das últimas trêsdezenas de anos.
Nem sempre os adjectivosescolhidos num texto de re-portagem correspondem comexactidão, aos objectivos vi-sados. Isso não acontece porémno caso da Escola Português doAtlântico porque desde sem-pre, com o notável apoio doBanco que lhe serve de patro-nímico, tem desenvolvido im-portante actividade no campoda educação nacional, sobre-tudo junto dos jovens de origemportuguesa e portanto, semcontradição, elevado o nome da
instituição bancária cada vezque à Escola se faz referência.
Vários milhares de jovensque desde há trinta e dois anosa esta parte mantêm viva aLíngua Portuguesa, devem oque sabem à Escola Portuguêsdo Atlântico que, a par de ou-tras instituições do mesmogénero, vai defendendo estoi-camente a perenidade dos Va-lores Portugueses, nestas ban-das do mesmo Atlântico que aPátria Mãe.
E tudo se faz com singeleza,porque o português é, por natu-reza, modesto e avesso a gran-des publicidades. E disso seaproveitam os governos detodos os partidos com assento
na Assembleia, que vêem comdesprendimento a aprendiza-gem do Português na Américado Norte. Por isso é extrema-mente importante o patrocíniodo Millenium, razão de ser daEscola, e dele dependente pelocarinho dos seus mais directosapoiantes, nas pessoas do Se-nhor Dr. António Mota e An-tónio Vasco Marques.
Na ausência destes dois altosdignitários da instituição ban-cária por motivos profissionais,
a mesa de honra contou compersonalidades portuguesas eestrangeiras, destacando-se nocampo português os SenhoresDavid Pereira e esposa, chan-celer e representante do Se-nhor Cônsul-geral de Portugalem Montreal, Dr. Silvério Espí-nola, jurista da OIAC e figurade proa na Comunidade Portu-guesa de Montreal, Dr. JoãoConstâncio e esposa, — aDirectora Pedagógica daEscola, Maria de Lurdes Dias,Celestino de Andrade e esposa,
— Natália de Andrade, LuísTavares Bello e esposa, — Mir-ton Tavares Bello, Arlindo Ve-losa e cônjuge Micheline Ve-losa, Senhora Maria do CarmoGraça, e dos anfitriões SenhorGraciano Valente e sua esposaD. Graciosa Valente. No campocanadiano, contavam-se, osSenhores Jean Lapierre e Pier-re Thifault, do Partido Liberaldo Canadá e Pierre Dussault eesposa, da Comissão Escolar deMontreal. Vários outros convi-dados de marca ocupavammesas na periferia da mesa prin-cipal.
Rosa Velosa, Directora eapresentadora do programa devariedades que preencheu anoite, durante e após o jantarpreparado pela Comissão dePais, deu as boas-vindas e foianunciando as interpretaçõesdos jovens que se sucederamno palco ou na pista, em decla-
mações, danças e cânticos.Dois jovens, nos quais a rapa-riga é uma antiga aluna daEscola, dançaram a lambada,bastante bem, sendo tambémbastante aplaudidos.
Encontrando-se de visita aMontreal a “Neptuna” — TunaAcadémica da Escola Superiorde Enfermagem de Angra doHeroísmo, que viajou com 22dos seus elementos, interpre-tou vários números do seuvasto reportório, encantando aassistência, que lhe corres-pondeu com vibrantes ovações.Foi um momento excelente ealto em significado pois que,aquela juventude que compõea Tuna, representa o novo Por-tugal, o Portugal decidida-mente europeu, sem no en-tanto, ter completamente vol-tado as costas ao mar. Lem-bremos Pessoa que escreveu:Ó mar salgado, quanto do teusal/são lágrimas de Portugal.
E as ondas desse mar sal-gado, desse Atlântico em per-manente movimento, unemterritórios, enquanto que aLíngua Portuguesa, neste casoaprendida e preservada graçasao carinho e ao elevado sentidode responsabilidade social enacional dos Senhores, Dr.António Mota e António VascoMarques, do Millennium —anteriormente Atlântico, uneaquilo que o mar separa. Aportugalidade. O amor pátrio ea manutenção dos Valores Por-tugueses.
A obra e os esforços des-pendidos em prol da EscolaPortuguês do Atlântico e, porconsequência, junto das re-centes gerações portuguesasda diáspora montrealense porestes dois ilustres dirigentesbancários, é demasiado impor-
tante para que não possamosimpedir este sublinhado.
Sabemos que há anos atrásfoi o Senhor António VascoMarques que, apoiando a Es-cola, suportou o seu desen-volvimento. A ele deve a EPApossivelmente a sua presença
ainda no concerto das escolasde utilidade pública, como é oseu caso. Visionário, o SenhorAntónio Vasco Marques, alia auma simpatia natural, o desejode ver progredir as comuni-dades portuguesas espalhadaspelo mundo e, daí, o seu empe-
nho, a sua dedicação, o seucarinho pela EPA. Igualmente,a entrada no Círculo da Emi-gração da empresa bancáriado Atlântico, — agora Millén-nium, — do Senhor Dr. AntónioMota, mais veio reforçar expec-tativas e concretizações. OSenhor Administrador Gra-
Raul Mesquita
ciano Valente, bem como todoo pessoal docente e familiaresdos alunos, reconhecem e elo-giam o trabalho destas perso-nalidades de relevo e a ajudaprimordial do banco.
Assim, a leitura da mensa-gem do Senhor António Vasco
Marques por Rosa Velosa, foicomo uma apoteose na sala doencontro. Eis o texto integralda missiva:
“Razões de ordem profis-sionalnão me permitem, fisica-mente,partilhar convosco oencerramento/balanço de mais
um ano de trabalho.Em espírito, não só no pró-
ximo sábado, mas sempre, esta-rei convosco partilhando dosvossos sucessos e dificuldades.
Aos alunos, Professores, Pais,Comissão de Pais e Adminis-tração da ‘Escola Português doAtlântico’, expresso o meu
profundo apreço pelo trabalho ededicação em torno desteprojecto que a todos envolve eque no fundamental visa:
-A defesa da Língua e Cul-turaPortuguesa e a
-Educação e Instrução deJovens que queremos que
mantenham sempre vivo oorgulho das suas raízes – Portu-gal.
Um abraço de muita amizade,Vasco Marques.
É bastante expressiva estamensagem. Nela transparecetodo o carinho dedicado à obra
do Banco e da Escola Portu-guês do Atlântico. É carta deamigo. Que a Escola agradece.
Seguiu-se depois o Chan-celer David Pereira que emnome do Cônsul-geral leu tam-bém uma significativa mensa-gem onde, relevando o esforçodestas iniciativas privadas em
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Comunidade
prol da aprendizagem do Portu-guês pela juventude, continua-va dizendo: “Isto não quer dizerque está bem assim e que Portu-gal não deva fazer mais por estasinstituições. Entendo que sim.Há que fazer uma repartiçãomais justa dos recursos que sãodespendidos no ensino portuguêsdo estrangeiro. Posso afirmar,como o fez Sexa Secretário deEstado das Comunidades, que setrabalha actualmente no sentidode se alterar esta situação. Parao vosso bem e para o de Portugal,espero sinceramente que issoaconteça rapidamente.”
O Senhor Graciano Valente,Administrador da Escola, pro-nunciou depois um curto im-proviso onde, felicitando alu-nos, professores, Comissão dePais e restantes familiares, enal-teceu a excelência da partici-pação do Banco, do Grupo Mil-lennium, fez o elogio dos dois
principais dirigentes bancáriosa quem a Escola tanto deve—Digníssimos Senhores Dr. An-tónio Mota e António VascoMarques — nunca será de-mais frisá-lo, e manifestou aesperança de que esta profícuacooperação se mantenha, parabem dos alunos, da Língua eValores Portugueses e, final-mente, para o país e a posição dePortugal no mundo.
E a festa continuou e pro-longou-se na madrugada, comalegria e animação, ao som damúsica do conjunto Reflex e damagia dos acordes do acor-deão de Rui Mateus.
Mais um aniversário, que omesmo é dizer, mais um su-cesso da Escola Português doAtlântico.
Foi assim, uma festa rija nomesmo Atlântico : o oceano e obanco.
Produtos de qualidade em Montreal
Tivemos o gosto de trocarimpressões em Montreal com oSenhor Filipe de AlbuquerqueRoboredo Madeira, proprie-tário desta casa agrícola doAlto Douro. Foi um encontroinesperado e improvisado quese transformou em pequenaentrevista e da qual deixamosalguns elementos aos nossosleitores, prometendo mais tar-de fazer reportagem mais ela-borada.
A CARM é uma empresa fa-
miliar que existe desde 1999 eque produz azeites de quali-dade superior que ganhou jávários prémios internacionais epresentemente, explora umaoutra vertente produtiva devinhos brancos e tintos, cujaaceitação pelos entendidos foiagradavelmente positiva. Afamília Roboredo Madeira éproprietária das sete quintasque formam este grupo e cujaspotencialidades agrícolas seencontravam inexploradas.
Com a reforma profissional dochefe da família, iniciou-seentão o seu desenvolvimento,tendo como preocupação prin-cipal oferecer aos mercadosnacionais e internacionais,apenas produtos de alta qua-lidade.
Tivemos assim ocasião desaber que se encontram já nasprateleiras de vários super-mercados portugueses e ita-lianos de Montreal, produtosCARM, para o paladar de gente
de bom gosto. Como o disse oSenhor Roboredo Madeira, sãoprodutos ligeiramente maiscaros porém a qualidade, é delonge muito superior ao quehabitualmente se encontra nomercado. É-nos grato salientarde que Carlos Ferreira, o dinâ-mico proprietário do Café Fer-reira-Trattória e agora do Bis-tro Vasco da Gama, é o re-presentante da CARM-CasaAgrícola Roboredo Madeira.
Raul MesquitaHá 90 anosÚltima viagem do Empress of Ireland
Raul Mesquita
A 28 de Maio de 1914, oR.M.S. (Abreviatura de “RoyalMail Steamer) Empress of Ire-land encontrava-se no cais deQuébec, onde recebeu 1100toneladas de diversas merca-dorias, 252 barras de prata purae 2600 toneladas de carvão,necessárias para a efectivaçãoda travessia entre Québec eLiverpool, na Inglaterra.
A seu bordo, viajavam 1477pessoas, das quais 420 erammembros da equipagem, con-tando-se 53 marinheiros e seisoficiais, sob o comando do capi-tão Henry George Kendall.Mesmo se homem do mar degrande experiência, o capitãoKendall comandava pela pri-meira vez o Empress of Irelande, como nunca tinha descido oSt.Laurent, foi ajudado na ma-nobra pelo piloto Adelard Ber-nier, que à 1h20 da manhãdeixa o Empress e embarca norebocador Eureka a uma mi-lha defronte de Pointe-au-Père.
Tendo partido do cais às16h30 em rumo à Inglaterra, opaquete tinha a seu bordo 87passageiros na luxuosa pri-meira classe, 253 na segunda,dos quais cerca de 170 erammembros da “Armée du Salut”,que com uma orquestra de 39músicos, iam participar numcongresso em Londres, e 717
pessoas viajavam na terceiraclasse.
O transatlântico navegava apleno vapor quando um vigiaassinalou a presença de umbarco que subia o St.Laurent ese encontrava a cerca de 8
milhas a estibordo. Depois, naespessa bruma que subita-mente cobriu as águas na noiteescura, foi uma constante agita-ção na ponte de comando doEmpress, com troca de repe-tidos sinais luminosos e acús-ticos, assinalando a suapresença e interpretando naescuridão, os sinais prove-nientes do outro barco. Este, oStorstad, um carvoeiro car-regado com 10400 toneladasde carvão destinadas a Mon-treal, foi construído na Ingla-terra mas pertencia a um arma-dor norueguês, e era coman-dado por Thomas Andersen.
À 1h55 da manhã de 29 deMaio, ao largo de Rimouski, oviolento choque inevitável en-tre os dois barcos levou para ofundo o Empress of Ireland que,atingido em cheio, naufragouem 14 minutos, levando com ele1022 pessoas por entre as quaisse contavam 134 crianças, das138 que tinham embarcado noQuébec.
Nunca se esclareceram ascausas do acidente, parecendoter havido grande confusão nainterpretação dos sinais lumi-nosos sinais de navegação decor verde ou branca, que colo-cados a estibordo ou bom-bordo em qualquer navio oumesmo, nos aviões nos tempos
de hoje, indicam o sentido dedeslocação e a posição da em-barcação ou aparelho.
O naufrágio do Empress ofIreland foi, até à data, o maiordesastre marítimo canadiano.
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Comunidade
Lusa-quebequense é finalistaConcurso: A minha casa RONA
Marie Josée Vieira é umajovem mamã de 22 anos. Fuiencontrá-la no café restauranteque é propriedade do pai, JoséVieira, um micaelense há váriosanos estabelecido em Montreal,com uma passagem pela Repú-blica Dominicana. O local éagradável, arejado, num novocomplexo de condomínios narua St.Patrick, paralela ao ca-nal de Lachine. Foi o ManuelRibeiro, o fotógrafo “globe-trotteur”, que me confiou anotícia. Uma jovem de origemportuguesa é finalista por entremais de 1000 candidatas, doConcurso Ma Maison Ronaque a TVA apresenta todas assegundas-feiras até 28 de Ju-nho próximo, às 20 horas.
Fui ao encontro sem saberconcretamente de que se tra-tava.
Sorridente, cativante, MarieJosée não tardou em pôr-me aocorrente. Os comércios derenovação Rona, bem conhe-cidos de todos, patrocinam umConcurso organizado pelaCompanhia de produção tele-visiva Zona3, destinado a jo-vens famílias que não possuamcasa própria. Para isso, eranecessário preencher um for-mulário disponível nos esta-belecimentos da firma e re-sponder a vários critérios pré-estabelecidos. Passadas váriasetapas de selecção, ficaram 60famílias aprovadas. Destas, epassadas mais umas quantasselecções, restaram seis, paraalgum tempo depois passar aduas, as famílias finalistas ofi-ciais do Concurso.O processoque se seguiu é novidade.
A Companhia adquiriu duascasas em Chatêuguay que deu
a cada família finalista. Por suavez, Rona, ofereceu 50 mildólares a cada uma para asrenovações interiores e ex-teriores, a executar num pe-ríodo de tempo estabelecido e arespeitar. Outras ofertas sejuntaram. Deste modo, ChezFly, deu 25 mil dólares para acompra de mobiliário e deco-ração. Corbeil Eléctric deu12.500$ para a compra de elec-trodomésticos. Tiveram ainda 5mil dólares em dinheiro para aaquisição de aparelhos elec-trónicos, e 15 mil dólares para
pagamento de mão-de-obraespecializada a empregar nasobras de renovação.
As regras do Concurso esti-pulam que a família vencedorano dia 28 de Junho, ganhatudo. A segunda qualificada,ganhará todo o recheio, masnão a casa. Neste caso, essafamília, receberá 25 mil dólaresdo Movimento Desjardins, paradar de entrada na compra dacasa cujo valor é de 150 mil. Éevidente que é bom também.Porém o ideal será que a MarieJosée possa ganhar o “gros lot”.
Depois de muitos dias e noi-
tes de trabalho, a casa de Ma-rie Josée Vieira está pronta aser utilizada. Assim, ela, Sébas-tien, Dylan e Lucas, ou seja,mamã, papá e os adoráveispequerruchos que a foto ilus-tra, estão em vias de ganharuma casa e recheio, comple-tamente remodelada a seugosto. Para isso é necessárioque a população colabore vo-tando pelo telefone tantas vezesquantas entender, para o núme-ro 1-900-630-7662 e escolher aequipa nº 2 “Bleus”, custandoapenas 50 cêntimos cada cha-mada. Deve salientar-se que,por entre todos os votantesserá feito um sorteio onde oprémio serão os dois camiõesnovos, utilizados nos trans-
portes de materiais e mobi-liários para as duas moradiasdo Concurso.
Por isso e para além do prazerde colaborar numa causa no-bre, toda a gente estará habi-litada a ganhar também. Pe-gue então no telefone e com-ponha já o número acima indi-cado. Escolha a equipa númerodois e sinta-se feliz se a MarieJosée ganhar a casa completa.
E veja na TV todas as sema-nas até ao 28, a situação decada equipa. Encorajemos oque é português. Ou descen-dente.
tempo muito fresco e ventoso,levando a que as pessoas serecolhessem no referido sub-solo e em antecipação do gui-sado que estava para ser servi-do apenas às 22h00, mas, porprioridades organizativas, foi-lhes pedido que, até lá, fossempara o arraial.
Previamente nessa tarde, arecitação do terço foi efectuadana igreja, seguida de missa,após a qual um cortejo saiu dotemplo em direcção ao parque,agora com uma estrutura do
império, onde os mordomosdistribuíram pensões a pessoasnecessitadas.
Dia simplesmente maravi-lhoso, o do domingo, para ograndioso cortejo da vintena decoroas a cintilar ao sol. Acom-
panhado pela Filarmónica Por-tuguesa de Montreal (FPM),Filarmónica do Divino EspíritoSanto de Laval (FDESL) eBanda de Nossa Senhora dosMilagres, nele se incorporaramcolectividades, os presentes eantigos mordomos, clero, gru-pos afectos à Missão; o Dr. Nu-no Bello, cônsul português;Francisca Marques, do pro-grama televisivo Luso-Mon-tréal, Eduino Martins, da Al-fred Dallaire | MEMORIA, etc.
Isto foi pelo meio-dia. De re-
gresso à igreja para a missafestiva, foi esta um dos pontosmais altos destes festejos, com aeucaristia a ser concelebradapelo padre José M. Cardoso epadre Laurensius Ruba, coad-juvados pelo diácono António
Ramos, tendo tido no acom-panhamento o muito homo-géneo grupo Coral do SenhorSanto Cristo dos Milagres, soba regência de Filomena Amo-rim. (Na eucaristia do sábado,refira-se, esse papel coube aooutro simpático coral, o deSanta Cruz, dirigido por InêsGomes).
Para o padre Cardoso, pro-fundamente reconhecido pelaexuberância festiva destes dias,o “Pentecostes é um sonho deDeus; um sonho de amor, comtodos os seus frutos e dons”.
Passando-se ao subsolo dotemplo, lá estava a dedicadaequipa de colaboradores paraservir à imensa multidão que aliacorreu, as tradicionais sopas,cozido, rosbife, etc., tudo muito
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25º ano do Império de PentecostesFoi de prata luzidia como o ouro!
saboroso e da confecção deJosé L. Oliveira e António Reis;o excelente vinho, os refres-cantes sumos e doçaria naforma de massa sovada, arrozdoce, etc. e, claro, a boa música,novamente, de Fátima Miguele conjunto “Renovação”.
Se fome não faltou, a refeição,servida continuamente atéhaver quem a quisesse, deu ecresceu, tal fora a sua abun-dância!
Uma abundância, aliás, queaté se verificou durante a belatarde e o agradável serão doarraial, com os membros daComissão das Festas e os mor-domos a distribuírem massasovada e vinho, enquanto se
assistia aos concertos da FPM eFDESL.
“Já temos mordomo para oano!” – eis como, na altura dotirar das sortes, José de Sousa,presidente da Comissão deFestas, anunciou o próximomordomo – um grupo de fun-dadores do império de 198l -,encerrando-se da melhor ma-neira esta última noite festiva.
Estes foram, enfim, dias degrande movimentação festiva,que começara, uma semanaantes, no Matadouro ClémentPoissant, para a tradicional foliado abate do gado, com muitospetiscos, música e cantoria,sem esquecer o ritual da distri-buição das generosas pensõesde pão, massa sovada, vinho ecarne.
Parabéns aos mordomos, àMissão, à Comissão de Festas ea todos os infatigáveis cola-boradores desta extraordináriafesta.
E vivam os novos mordomos!
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ComunidadeFestival de música brasileiraDistribui jóias raras pelos palcos
Se a riqueza da música brasi-leira já foi descoberta há tem-pos, alguns tesouros continuampouco conhecidos pelo públicomontrealense. Se não fosse porum grupo de prospectores in-trépidos, cuja missão tem sidode trazer talentos brasileirospara Montreal, nomes comoGilberto Gil, Caetano Veloso,João Bosco, Boca Livre e ElzaSoares ainda seriam um se-gredo muito bem guardado.Pensando em trazer para Mon-treal la crème de la crème damúsica brasileira, o músicoJean-Pierre Zanella e a artistaplástica Mima Souza, que cria-ram a Peteka Productions noQuebeque, aliaram-se a produ-tores como a Mais e Melhores,no Brasil. O resultado dessetrabalho que já data de há maisde uma década é uma lista deespectáculos memoráveis, tra-zendo nomes consagrados enovos talentos para mostrar,em Montreal, o melhor da músi-ca brasileira. Tanto nas parce-rias com o Festival Interna-
cional de Jazz como emespectáculos especialmenteorganizados para acolher osartistas brasileiros, a equipaquebequense-brasileira sem-pre fez bem.
E tanto fez que agora lançaum festival só de música doBrasil, trazendo pela primeiravez a Montreal dois tesouros damúsica popular brasileira : ElzaSoares, um diamante de incon-táveis quilates, e Cláudio Birra,uma pérola que acabou de sairda concha e que não tardará abrilhar junto com outros can-tores reconhecidos dentro efora do seu país. « Queremospresentear o público daqui comtalentos brasileiros que Mon-treal ainda não teve a ocasião dereceber », explica Mima Souza,uma brasileira cuja paixão pelamúsica vale um currículo in-vejável de espectáculos deartistas brasileiros produzidosem Montreal.
Dessa vez, o encontro oficialda cidade com a música bra-zuca acontece durante o Festi-val de Música Brasileira deMontréal (FMBM), que co-meça em grande estilo tra-zendo Elza Soares para o teatroCorona, 4 e 5 de junho. Filãodescoberto há mais de cin-quenta anos, Elza Soares aindaé novidade para uma boa partedo público de Montreal. Paraquem já conhece Elza de longadata, assisti-la ao vivo em
Montreal será uma ocasião rarapara escutar sucessos conhe-cidos e muitas novidades queacabaram de ser gravadas.« Pensando bem, é até bom queuma parte da nossa riqueza cul-tural ainda não seja muito co-nhecida », brinca Elza Soares,lembrando que no Brasil tam-bém há petróleo... Com a che-gada do FMBM a música brasi-leira já não poderá esconder oouro. Mas nem por isso haveráguerra ou invasão : o TeatroCorona comunica que aindarestam ingressos a venda e ospreços são realmente democrá-ticos .
Fala o diamante negroJá faz mais de 40 anos que
Louis Armstrong encontrouElza Soares, uma cantora brasi-leira cuja voz inconfundível épuro deleite para quem escutae durísimo desafio semânticopara quem tenta explicá-la.Para falar dela, há quem tentecomparações – quase sempreinfelizes – com outros cantoresou quem use e abuse de metá-
foras, descrevendo-a comouma voz rouca, rasgada, gar-garejada…
Até agora a melhor defini-ção talvez continue sendo mes-mo a de Armstrong, que cha-mou Elza Soares de filha, aoencontrá-la quando cada umrepresentava o seu país naCopa do mundo de futebol de62, no México. Nada mais natu-ral para o jazzman cuja vozrouca também ficou para ahistória. Armstrong disse àjovem cantora brasileira quevozes como a dela, Deus esco-lhia com conta-gotas. Nessamesma ocasião, Elza Soaresencontrou seu futuro marido,Mané Garrincha, o jogador defutebol que incarnou a faseáurea do futebol-arte do Brasile que morreu no ostracismo,levando com ele um estilo queos deuses também deveriamter escolhido com parcimônia eque as novas gerações já nãoveriam mais. Esse é apenas umdos tantos episódios da vidacheia de altos e baixos dessamulher, cuja trajetória é conta-da na biografia « Cantandopara não enlouquecer ». Otítulo sintomático descrevebem o que tem sido a vida deElza Soares, cuja história pes-soal se confunde com a da mú-sica popular brasileira.
Elza Soares dificilmente ad-mite em público que o seu lega-do à música do Brasil e do
mundo é um tesouro inesti-mável. Coerente com a escolhade viver o aqui e agora, elaprefere não se acomodar com oque já construiu, emboraquem a conhece saiba muitobem que nem mesmo seus pré-mios mais prestigiosos nãobastam como reconhecimentode tanto talento e tanto traba-lho. « Não deixei nada; estou emconstante construção », teima amenina nascida em 1937 numafavela do Rio de Janeiro, mãeaos treze anos de idade, « can-tora desde sempre » e teste-munha muito viva de uma his-tória entremeada de encontrosreveladores, perdas dolorosas,glórias, pobreza, fome, guina-das e uma constante : força,perspicácia e alegria de viver.Tudo isso transparece na sua
voz firme e sensual, que sabeoscilar entre a suavidade, amalícia e a agressividade dequem não se recusou a lidar demuito perto com a vida e com amorte, com muita naturali-dade.
Com essa mesma naturali-dade, Elza Soares canta samba,rock, hip hop, rap, reaggae,salsa, chorinho, funk, drum’n’bass e qualquer outro estilo quelhe dê a ocasião de exercitar asua intensidade. « Sou meio ro-queira », define a cantora quede senhora só tem 67 anos devida para lá de intensa. Deresto, Elza Soares é a juventudeem pessoa e, conservando osseus valores mais profundos, fazquestão de aprender novaslínguas, explorar novas tecno-logias e instrumentos musicais,
gravar com novos cantores,fazer ginástica, enfim, abrir-separa o novo. Será esse o segredodo seu corpo de modelo? Ofacto é que Elza é respeitada eadmirada tanto pelos avósquanto pelos netos. Se dizemque sua voz é como um fio deágua cristalina que atravessa agarganta, vale também dizerque o seu jeito de cantar, comoa água, assume qualquer formamusical, sem nunca perder asua essência.
O essencial de Elza Soarescabe em qualquer fase de suacarreira, que começou comsambas tradicionais e hojeincorpora novos ritmos, músicaelectrónica e letras que descre-vem a maneira como a socie-dade se tem transformado. Acantora, que sempre procurou
abordar questões sociais emsua música, dedica-se agora aum novo projecto: um novo CDcom músicas da sua autoria ede Lugão, seu marido. « Nummundo onde nascer já é um actopolítico », diz ela, « o artistadeve saber articular-se e cons-cientizar-se quanto à sua rea-lidade social ». Para quementende português, as letrascantadas por Elza Soares confir-mam o que o seu canto diz porsi só. É escutar para vê-la. E vê-la no teatro Corona será umprivilégio raro, ocasião esco-lhida a conta-gotas nessa tor-rente de talentos que produ-tores como a Peteka Produçõese a Mais e Melhores trazempara a cidade de Montreal.
Teatro Corona, 4 e 5 de ju-nho, às 20h Ingresso individual
de 36,50$ a 44,25$.
Pérola à vistaPara gravar o seu primeiro
CD, Cláudio Birra escolheu
sambas como quem colhe flo-res. Com um cuidado especial,ele quis homenagear grandesclássicos da velha guarda evestir canções antigas com umnova voz talhada por váriosanos de estudo e um trabalhoartístico esmerado. Sem falarno investimento pessoal dessecantor do Rio de Janeiro quetambém tem ganho a sua vidacomo funcionário de uma com-panhia de aviação. « Muitosmúsicos têm dois ou mais em-pregos, pois o meio artístico égeralmente um trabalho incertoem termos de remuneração »,lembra. Ironia do acaso ou
Débora Pinheiro
† †
coincidência bem tramada, foigraças ao seu emprego que eleconheceu, em pleno céu, JoãoBosco, um outro cantor que seapresentará em Montreal, no
Festival Internacional de Jazz.Nesse encontro, que aconte-ceu durante uma viagem deavião em que Cláudio Birratrabalhava, João Bosco deucarta branca para o jovem can-tor interpretar músicas de suaautoria. O resultado está numCD que prima pela variedadedas músicas, a qualidade dosarranjos e uma voz agradável,legitimamente brasileira, alémde uma divertida participaçãode Elza Soares. Cláudio Birrapromete mais e vale a penaescutá-lo de perto no Bobards.Bobards, 6 de junho e o Ingres-so : 10 dólares.
Clube Portugal MontrealNovos corpos gerentes do Clube
Assembleia Geral -Presidente:Antero Rodrigues/Vice-Presidente:António Moreira/Secretário:Emídio Santos.
Conselho Fiscal-Presidente:Osvaldo Cruz/Vice-Presiden-te:António Gameiro/Secretário:Carlos Vicente.
Direcção-Presidente:Francisco Silvestre/Vice-Presiden-te:Fernando Santos/Tesoureiro:Daniel Rodrigues/Secretá-rio:Luís Rodrigues/Relacções Públicas:Anabela Rodrigues.
Vogais:António Santos,António Granadeiro, Ana Rosário,Carlos Serrano, Fernanda Silva, João Santos, José Cerqueira,José Caniço, Manuel Dias, Manuel Mateus, Mário Silvestre,Manuel Rodrigues, Otília Santos e Raul Filipe.
Aproveita também a nova Direcção para informar os seusassociados, simpatizantes e Comunidade em geral em geral, deque a partir do sábado 5 de Junho servirá almoços na sede doClube.
Genuveva do Rego1927 – 2004
Adelino Froes1932 – 2004Com 72 anos de idade, faleceu
em Montreal, no dia 29 de Maiode 2004, o Sr. Adelino Froes, natu-ral da Gorriana, São Miguel,Açores.
Deixa na dor sua esposa, a Sra.Maria dos Anjos Carvalho, natu-ral da Maia, suas irmãs Maria eConceição, seu irmão Gil (Maria Ines Batista), sobrinhos (as)assim como outros familiares e amigos.
O funeral teve lugar ontem, dia 1 de Junho de 2004, apósmissa de corpo presente, pelas 10h00, na Igreja de Santa Cruz,seguindo depois o cortejo fúnebre para o cemitério Notre-Damedes Neiges, onde foi a sepultar.
Os serviços fúnebres estiveram a cargo de
Alfred Dallaire | MEMORIA1120 Jean-TalonTel. 514. 277.7778Eduíno Martinswww.memoria.ca
A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pes-soalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas quese associaram à sua dor e lhes manifestaram o seu pesar atravésda sua presença, palavras ou gestos de amizade. A todos umsincero Obrigado e Bem-Hajam.
Faleceu em Laval, no dia 29 deMaio de 2004, com a idade de 77anos, a Sra. Genuveva do Rego,natural de Santo António Nordes-tinho, São Miguel, Açores.
Esposa do já falecido AntónioMedeiros, deixa na dor sua filhaRosa Maria (José Valério), seu filhoAntónio (Maria do Carmo Machado), seus netos Patricia(Tony), Tania, Wilson, Kevin e Milton, sua bisneta Alison, suasirmãs Maria da Encarnação e Esmeria e seu irmão Jacinto, assimcomo outros familiares e amigos.
Os serviços fúnebres estiveram a cargo de:Alfred Dallaire | MEMORIA2159, Bl. St-Martin EsteTel. 514. 277.7778Eduíno Martinswww.memoria.ca
O funeral teve lugar ontem, dia 1 de Junho de 2004, apósmissa de corpo presente, pelas 10h00, na Igreja St-Elzear,seguindo depois o cortejo fúnebre para o cemitério St-Elzear,onde foi a sepultar.
A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pes-soalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que,com a sua presença, palavras e gestos de amizade, os recon-fortaram nestes momentos tão difíceis da sua vida.
A todos um sincero Obrigado e Bem Hajam!
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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página 12
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ASSOCIAÇÕES E CLUBESAss. Angolana de Montreal 273-1425Associação N. S. de Fátima(Chomedey, Laval) 681-0612Associação Portuguesado Canadá 844-2269Associação Portuguesado Espírito Santo 254-4647Associação Portuguesade Lasalle 366-6305Associação Portuguesade Ste-Thérèse 435-0301Caixa de Economiados Portugueses 842-8077Casa dos Açores do Quebeque 388-4129Centro de Ajuda à Família 982-0804Centro Portuguêsde Referência 842-8045Centro Comunitáriodo Espírito Santo 353-1550Clube OrientalPortuguês de Montreal 342-4373Clube Portugalde Montreal 844-1406Grupo Folclórico Campinosdo Ribatejo 353-3577Rancho Folclórico Verde Minho 768-7634Ass.Port.West Island 684-0857Português de Montreal 739-9322Sporting Clube de Montreal 499-9420Sport Montreal e Benfica 273-4389
IGREJASIgreja Baptista Portuguesa 484-3795Igreja Católica de Santa Cruz 844-1011Igreja N. S. de Fátima de Laval 687-4035Assembleia de Deus 583-0031Centro Cristão da Família 376-3210Igreja Nova Unção 593-9950Igreja Cristã Vitoriosa 525-9575
RÁDIO E TELEVISÃORádio Centre-Ville 495-2597Rádio CFMB 483-2362Radio Clube Portugal 849-9901
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GARAGENSALBERT STATION SERVICE4209 De Bullion 845-5804
IGREJASIGREJA CRISTÃ VITORIOSA4270 Papineau, Mensagem 525-9575www3.sympatico.ca/igreja.vitoriosa
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Clube Portugal MontrealA Direcção do Clube Portugal Montreal informa que no próximo
dia 10 de Junho, Dia de Portugal, festejará a efeméride na suasede com a presença do Grupo Folclórico da Casa do Povo deAlmeirim, vindo de Portugal e encontrando-se em visita àComunidade, estando também prevista a actuação do RanchoFolclórico Praias de Portugal e muitas mais surpresas, a partir das18 horas.
Fortunato Melo Garcia1937 – 2004
Faleceu em Montreal, no dia 27 deMaio de 2004, com 66 anos de idade, oSr. Fortunato Melo Garcia, natural daRibeira Grande, São Miguel, Açores.
Deixa na dor sua esposa, a Sra. Mariada Conceição Faria, seus filhos Mario Jorge (Maryse Loyer) eRosario (Maryse Joyal), suas netas Magalie e Alexia, sua irmãDelvina, seu irmão José Manuel (Filomena), seus cunhados (as),seus sobrinhos (as), assim como outros familiares e amigos.
O funeral teve lugar no dia 29 de Maio de 2004, após missa decorpo presente, pelas 11h30, na Igreja Sainte-Colette, seguindodepois o cortejo fúnebre para o Mausoléu St-Martin, em Laval,onde foi a sepultar, em cripta.
Os serviços fúnebres estiveram a cargo de:
Alfred Dallaire | MEMORIA2159, Bl. St-Martin EsteTel. 514.277.7778Eduíno Martinswww.memoria.ca
A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pessoal-mente, vem por este meio agradecer a todos os que com a suapresença, palavras e gestos de amizade os reconfortaram nestesmomentos tão difíceis da sua vida. A todos o nosso sinceroObrigado e Bem-Hajam.
Eduardo Pimentel1944 - 2004
No passado dia 22 de Maio de 2004,
faleceu em Montreal, com a idade de 60anos, o Sr. Eduardo Pimentel, viuvo daSra. Maria Tavares, naturais da freguesiado Porto Formoso, São Miguel.
Deixa na dor seu filho Nelson, sua nora Ivana Santullo; seusirmãos(ãs), cunhados(as) José Pimentel (Maria dos Anjos),Irene Janeiro, Beatrix Pimentel (António Raposo), José, MariaGerivasio, Angelina Pimentel e Mariana Pimentel; assim comomuitos outros familiares e amigos.
Uma missa de corpo presente teve lugar na Igreja SantaCruz, presidida pelo Rev.do Padre Laurensius Ruba e animadaem cânticos pela Sra. Filomena Amorim; seguindo depois ocortejo fúnebre em direcção ao cemitério Notre-Dame desNeiges, onde foi a sepultar, ao lado da sua esposa, descansandoos dois para a eternidade.
A família vem por este meio agradecer a todos os que comsua presença, palavras e gestos de amizade os reconfortaramnestes momentos difíceis da sua vida.
A todos o nosso sincero Obrigado e Bem-Hajam.
Os serviços funerários estiveram a cargo do ComplexoFunerário:
MAGNUS POIRIER inc.7388 boul. Viau, St-LeonardTel.: 514-727-2847Director: José Teixeira
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A volta de honraUm Amor Infinito é o nome do disco e da novadigressão da mais internacional banda portuguesa
Um agradecimento à fide-lidade do público, é assim queos Madredeus definem a suapróxima digressão, que se faz àestrada no final do ano. Navéspera da saída do novo disco,
Pedro Ayes Magalhães expli-cou porque é que, 18 anos de-pois, os Madredeus continuama ser um caso único no pa-norama musical internacional.«Desde o início que o conceitodo grupo foi pensado de modo areinventar a ideia de espec-táculo ao vivo. Nunca repe-timos o repertório da digressão
anterior. Há sempre umas can-ções que ficam mais populares doque outras e se não temos cui-dado tocamos sempre o mesmopara o reste da vida - o que, paraum artista, é frustrante.»
O músico recorda o choqueque foi, em meados da décadade 80, o aparecimento dosMadredeus, «um grupo quecantava a língua e a paisagemportuguesas», com uma equipareduzida, sem bateria, e que sóaceitava tocar em determi-nados lugares. «Os poucos con-certos que demos no princípio
não se deviam à falta de con-vites, mas sim ao facto de exis-tirem muito poucos locais quepreenchessem os nossos re-quisitos, como, por exemplo,haver lugares sentados para o
público.»Este período corresponde
àquilo que Ayres Magalhãesconsidera a primeira fase dogrupo: «Um período muitolongo, entre 1987 e 1992, em quenos assumíamos quase comoamadores. Foi só quandocomeçámos a tocar lá fora e afrequentar certos circuitos em
Espanha e França que repa-rámos que poderíamos tocarmais, planeando as digressões alongo prazo. Pôs-se, então, aquestão do profissionalismo. Serprofissional implicava estar emJaneiro a planear concertos paraDezembro, com a certeza de queestaríamos livres no, dia com-binado. Não era fácil porqueestávamos envolvidos noutrosprojectos, como a Resis-tência oua Sétima Legião.»
Movimentos perpétuos
Decidiram, mesmo assim,avançar e, entre 1992 e 1994,correram o mundo. Foi em 1993,quando regressavam de umadigressão ao Japão, que nasceuo actual conceito de concertostemáticos: «Não podíamos ser sóconhecidos porque a Teresa temuma voz bonita. Pretendíamosque os nossos concertos tivessemum tema literário, que fosse a suamarca e ao mesmo tempo evi-tasse transformar as nossas via-gens numa espécie de companhiade circo bizarra, que canta numalíngua estranha.»
Na mesma altura, o reali-zador alemão Wim Wenderspediu autorização à banda parautilizar a sua música num filmesobre Lisboa. «Em vez de usar aantiga decidimos fazer novascomposições. Fomos para estú-dio e gravámos, de uma vez, oálbum O Espirito da Paz e ostemas que viriam, mais tarde, aentrar no, filme Lisbon Story.Foi assim que nasceu esta nossatese do concerto desligado dosálbuns.»
A participação no, filmeTransforma-se num caso sériode popularidade mundial: «Saí-mos daqui em 1994, para oBrasil – há aliás uma cena, no
filme, em que a Teresa apanhaum táxi e diz que vai para oBrasil, o que era verdade - e sóregressámos dois anos depois. Éentão que nos assumimos comoum grupo itinerante, dedicado atocar ao vivo. Lembro-me que emItália chegamos a dar 40 concer-tos seguidos, o que era uma coisade doidos, mas ao mesmo tempoera aquilo com que sempre tí-nhamos sonhado. Andávamos deauto-carro, de terra em terra, atocar em pequenos teatros.»
A única mudança operadadurante a digressão de Mo-vimento (de 2001 até iníciodeste ano) foi o tempo que abanda passa na estrada, istoporque tanto Teresa Salgueirocomo Fernando Júdice tiveramfilhos nesta altura. «Decidimostocar só metade do mês e, pelaprimeira vez, marcamos férias.Temos tempo para estar com afamília, para trabalhar noutros
projectos. Isto equilibrou muitoo grupo.»
O sistema resultou e vai seradoptado na tournée Um AmorInfinito. «Agora vamos pensarcom calma a digressão.» UmTrabalho que, para Pedro Ay-res Magalhães, é tao estimu-lante como compor: «Saberonde começamos, onde termi-namos, a ordem dos países, tudo,isto é uma espécie de arranjomusical. Planear uma digressãoé, para mim, tão criativo comocriar uma música.»
Os Madredeus já derammais de 800 concertos inter-nacionais e venderam cercade três milhões de discos. Oscinco países onde mais ven-dem:
1- PORTUGAL2- ESPANHA3- FRANÇA4- ITÁLIA5- JAPÃO
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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página 15
Desporto
Vitória de 4 à 1 para o XTREME de Montreal Início Xtremamente prometedor!
Mais de 1600 espectadoresassistiram no domingo 23 deMaio ao primeiro jogo e pri-meira vitória deste novo clubede futebol feminino o XTREMEde Montreal.
O treinador, Alexandre DaRocha, ganhou por 4 à 1 contrao Inferno de Toronto no Soc-cerplexe de Catalogna em La-chine. O capitão, Amy Walshabriu a marca numa penali-dade ao 3º minuto de jogo.
O médio Véronique Marandamarcou com um jogo orga-nizado por Isabelle Morneau eJosée Bélanger no 36º minuto.
Na segunda parte do jogo,Bélanger continuou o exce-lente trabalho ofensivo regis-
tando dois golos.Nos tiros, o XTREME domi-
nou completamente o jogo com21 tiros, contra apenas cincopara o Inferno. O guarda-redesKarina Leblanc, pilar da equipanacional, registou uma pri-meira vitória na liga W mesmose ela deixou passar um frangode Kate Bazos ao 76º minuto.
“Conhecemos um bom en-contro” declarou Da Rocha. Ofacto de ter marcado cedo nojogo fez muito mal ao Inferno.Contudo, podíamos marcarmais porque as raparigas brin-caram colectivamente, mas éum problema positivo para a
equipa.David Craig, presidente do
XTREME, tem orgulho dasjogadoras “Não se podia de-sejarum melhor cenário e estoumuito contente da resposta dosamadores. Vamos tentar de darum espectáculo como este du-rante toda esta época”.
Morneau apreciouIsabelle Morneau, veterano
da equipa nacional apreciou asua primeira experiência noXtreme. “Demos um bom es-pectáculo e provamos que anossa equipa será uma surpresanesta época”.
Mónaco 0 - F.C. Porto 3Portugal tem razões para
estar feliz. Sorri, chora, pula desatisfação. O Futebol Clube doPorto é campeão europeu pelasegunda vez na sua história e afesta todos a merecem à 17anos menos um dia depois davalsa de Viena, o dragão impôsum triunfo por números que
não deixam dúvidas sobrequem foi, afinal, a equipa maisforte no velho continente esteano.
Esqueçam-se as amargurasda vida, os problemas em casa,no trabalho ou com o Go-verno.As lamentações de um paíspequeno. Somos grandes e nãotemos de o esconder. Pe-quenos na dimensão, mas inul-trapassáveis no feito e na ati-tude. Foi de escudo ao peito ecom apreciável atenção a todosos pormenores, que a equipapartiu para um jogo que ficagravado a letras de ouro noálbum de recordações do fute-bol. O exemplo está dado, agoraresta-nos continuar a acreditarno talento nacional e esperarfestejar mais um grande títulonos primeiros dias de Julho.
Mas esta vitória é, em pri-meiro lugar, de todos os por-tistas. Começando por José
Mourinho, o elemento maisimportante e toda uma cadeiade sucesso, que passa obvia-mente pelo talento de certosjogadores, como Carlos Al-berto, Deco e Alenitchev, pro-digiosos criativos que jamaissairão da galeria de ilustres doclube, pelo facto de terem sidoeles a marcar os três golos davitória. O segredo está aí, e nacoesão de um grupo forte,extremamente bem prepara-do, não só tacticamente, mastambém mental e fisicamente.Tudo bateu certo e teria mesmode bater, pois seria difícil enga-nar um destino traçado hácerca de dois anos e meio,quando pela porta do depar-tamento de futebol do Estádiodas Antas caminhou um se-nhor chamado Mourinho. Ociclo terá terminado, é certo,mas haverá melhor maneira dedizer adeus senão com a Taçados Campeões Europeus nasmãos?
«Feijão», o herói
A história começou a dese-nhar-se com sinais de nervo-sismo. Morientes isolou-se logoaos dois minutos, mas VítorBaía provou ser brilhante, sain-do da baliza sem qualquertemor, chutando a bola paralonge. O espírito estava lá, massó foi totalmente conquistado
quando Carlos Alberto fez ma-gia, com a finta que já o carac-teriza. Ibarra ficou a olhar etinha muitos motivos para isso.O Porto começava a acreditar enunca mais iria parar. A equipaque não precisa de milhõespara convencer o mundo que ofutebol é o jogo mais belo, par-tiu em direcção a uma magní-fica exibição, confirmandotodas as credenciais de favoritana final.
A superioridade foi até aomínimo detalhe. Os tais queDeschamps falava. É certo queMorientes ganhou as primei-ras bolas de cabeça, PauloFerreira falhou os primeirospasses e Pedro Mendes direc-cionou mal algumas bolas; masforam apenas sinais engana-dores do que viria a acontecerrealmente após os primeirosquinze minutos. Superioridadetotal.
O máximo que os monegas-cos conseguiram fazer foi as-sustar nesses primeiros minu-tos e em alguns cruzamentosténues. A partir da meia-hora
de jogo o Porto começou a criarperigo, primeiro com uma gran-de jogada entre Deco e Derlei,só anulada por Givé; três mi-nutos depois com Paulo Fer-reira a combinar com PedroMendes e quase a encontrarDeco; finalmente no magníficocruzamento de Paulo Ferreirapara a inteligência de CarlosAlberto, que colocou a bolaonde Roma nunca conseguiriair. «Feijão», como também éconhecido o menino de 19 anos,estava transformado num he-rói.
O campeão europeu passou agerir o jogo à sua maneira,trocando a bola, chamando oMónaco para uma ratoeira queDeschamps não conseguiuevitar. A segunda parte apenasserviu para confirmar a im-ponência do triunfo, com Ale-nitchev como chave para osucesso, tal como em Sevilha.
Seis meses depois Portugal volta a vencer um jogoA Selecção Nacional voltou a
vencer um jogo seis mesesdepois, graças ao triunfo obtidoeste sábado frente ao Luxem-burgo por 3-0. Depois de umprimeiro tempo com bons por-menores, Portugal decaiu bas-tante na segunda parte, nãoconseguindo marcar mais ne-nhum golo.
Como era de esperar, Portu-gal dominou em toda a linha aprimeira parte do encontro,uma vez que o adversário nãoteve capacidade para incomo-dar as redes de Quim. Duranteos primeiros 45 minutos, o Lu-xemburgo poucas vezes passoudo seu meio campo, tendo ape-nas por duas ocasiões rema-tado (21 e 45) à baliza portu-guesa. O primeiro aviso de Por-tugal aconteceu, aos sete minu-tos, com um remate de RuiCosta. O inevitável golo surgiu,aos 13, através de um livredirecto, cobrado por Luís Figo.O médio-ofensivo Rui Costa(18) voltou a obrigar o guarda-
redes do Luxemburgo a fazeruma defesa apertada, sendoimitado por Nuno Gomes aos
24, após um excelente trabalhode Figo. Rui Costa, que foi umdos mais activos durante oprimeiro tempo, assistiu de
forma primorosa o avançado doBenfica aos 28 minutos para osegundo tento do encontro. O
jogador do AC Milan viria acoroar a boa primeira partecom um belo remate fora daárea (36), ampliando assim o
Festa do Porto em Montrealfoto de Edgar Silveira
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placar para 3-0. Dois minutosdepois foi a vez de Simão Sabro-sa quase marcar, no entanto, oesférico saiu perto do poste. ASelecção Nacional até come-çou bem o segundo tempo, poiso recém entrado Hélder Posti-ga (substituiu ao intervaloNuno Gomes) rematou ao pos-te no primeiro minuto. DepoisPortugal começou a jogar deforma desorganizada, permi-tindo ao modesto adversáriotrês remates (53, 59 e 60) emsete minutos. Referência para osegundo remate que obrigouQuim a uma defesa um poucocomplicada. A equipa orientadapor Luiz Felipe Scolari era umasombra em relação àquilo quetinha feito durante a primeiraparte e só criou verdadeiroperigo até final por três vezes.Primeiro através de um cabe-ceamento de Cristiano Ronal-do (65) e depois com dois rema-tes (um de livre directo) deDeco (82 e 87). O segundotempo de Portugal foi para aesquecer, devendo mereceralguns reparos de Felipão.
Dobradinha para o IMPACTBATE OS LYNX 4-1 EM MONTREALE GANHA 2-0 EM TORONTO
Os golos de John Bailey,Mauricio Vincello e Fred Com-modore na segunda parte dojogo deram a vitória ao IM-PACT de Montreal frente aosLYNX de Toronto 4-1, Sexta-feira, em frente de 6831 espec-tadores no Complexo despor-tivo Claude-Robillard. O IM-PACT assim ficou sem derrotanesta época (4-0-1). As duas
equipas têm 13 pontos, mas abanda do instrutor Nick De-Santis disputou um jogo a me-nos. “Estou evidentemente con-tente da vitória e orgulhoso doesforço dos meus jogadores”,comentou DeSantis. “Vamosdever aumentar a qualidade dasnossas passes porque vi que te-mos alguns problemas neste caso.Quatro golos, é bom para o moralda nossa equipa”, declarou omédio Patrick Leduc. “Não sedominou no plano técnico, massoube aproveitar”.
O IMPACT IMPÕE-SE 2-0EM TORONTO
Fred Commodore enfiou osquarto e quinto golo da época eo guarda-redes Greg Suttonassinou um quinto jogo semgolo para permitir ao IMPACTde Montreal vencer os Lynx deToronto 2-0 o Centennial ParkStadium. O onze de Montrealcontinuam a ser invencido emseis jogos nesta época (5-0-1). O
recorde de equipa é de setejogos sem derrota. Foi esta-belecido em 1993. A vitóriatambém permitiu a equipa desegurar-se em primeira naclassificação da Associação deLeste, com 16 pontos.
“Conhecemos uma boa par-tida e Fred Commodore marcoudois golos” notou DeSantis. “Fizcinco substituições, então todosos jogadores contribuíram”.
O IMPACT esterá de regres-so ao Complexo desportivoClaude-Robillard no domingo6 de Junho e onde vai enfrentaros Kickers Richmond às 16h.
Sylvio Martins
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A VOZ DE PORTUGAL, 02 de Junho de 2004 - Página 16
DesportoFormula1Michael Schumacher venceFerrari um e dois no G.P. da Europa
Hélder DiasMichael Schumacher ‘’Fer-
rari’’ venceu brilhantementeeste fim de semana o GrandePrémio da Europa, totalizandoassim com 76, o número devitórias conseguidas pelo extra-ordinário piloto alemão. O seucompanheiro de equipa, Ru-bens Barrichello ‘’Ferrari’’, foio segundo, mas o brasileiropassou a meta final cerca de 18seg. do vencedor da prova.Jenson Button ‘’Bar’’ foi o últi-
mo piloto a subir ao pódio, e istoaconteceu depois de se teraproveitado da má sorte do seucompanheiro Takuma Sato,uma vez mais vitimado pelaexplosão do motor Honda. Satoque esteve muito rápido todo ofim de semana, quer nos trei-nos livres como nas própriasclassificativas, não foi, no en-tanto, feliz na corrida. Os outroslugares pontuáveis couberama Jarno Trulli ‘’Renault’’, Fer-nando Alonso ‘’Renault’’, Gian-carlo Fisichella ‘’Sauber’’,Mark Webber ‘’Jaguar’’ e JuanPablo Montoya,’’Williams’’. Asesperanças que todos depo-sitamos, no sábado passado, emKimi Raikkonen e na Merce-des ao conseguir um lugar
privilegiado na partida, - nãoacontecendo o mesmo ao seucompanheiro de equipa, DavidCoulthard, que teve que recor-rer ao monolugar de reserva,
não participando nas qualifs ,rapidamente partiram em fu-mo no domingo, pois os doismotores Mercedes explodiramno decorrer da prova, humi-lhando assim, mais uma vez, opróprio motorista Mercedes,este a correr em casa. Mas,para quando a nova evoluçãodo motor? Segundo AdrienNewei, director técnico daMercedes, o MP14 ‘’B’’ repre-senta um grande passo emfrente, mas... a fiabilidade doseu motor será ela durável esegura? Em contrapartida,Norbert Haug, director daMercedes, adiantou que onovo motor da nova equipaMercedes (ainda para 2004),não se chamará Mercedes!..( écerto, nós só tivemos uma equi-pa Mercedes F1, a outra equipae o outro motor terão o nomede um outro partenariado)dizia Haug. Esperemos paraver!... A Williams conheceumais uma vez um fim de sema-na catastrófico, e começaremospor assinalar a travagem exage-rada e tardia de Montoya, viti-mando o seu próprio compa-nheiro, Ralf Schumacher, en-viando-o para a gravela, emcompanhia de Cristiano daMatta ‘’Toyota’’. Montoya ain-da conseguiu escapar, mas teveque recorrer aos stands, para
trocar o nariz do seu mono-lugar, terminando a prova emoitavo lugar e a uma volta dovencedor. A Renault estevebem, esperávamos mais, masTrulli e Alonso defenderam-seimpecavelmente. Os pneusBridgestone estiveram à alturado difícil e duro circuito deNurburgring, garantindo àFerrari mais uma dobradinhana corrida, a quarta esta época.Giancarlo Fisichella ‘’Sauber’’,que largou da cauda do pelo-tão, esteve impressionante,fazendo uma excelente recu-peração na corrida, vindo aterminar na sexta posição, masna mesma volta do vencedor.
Um ponto de honra para aequipa Bar, que embora poucofiável a nível do seu motor,demonstra ao mesmo tempo,um notável progresso nos últi-mos tempos. O final da corridae a subida ao pódio de MichaelSchumacher como vencedorda prova não foram assinaladoscom o mesmo entusiasmo quehabitualmente o piloto alemãonos brinda, tendo como razão,a morte do Sr. Umberto Agnelli,presidente da Fiat “Quero-lhededicar esta vitoria, foi na ver-dade uma pessoa que muitocontou para nos” dizia MichaelSchumacher.
Grande Prémio da Europa1. Michael Schumacher, Ale (Ferrari)2. Rubens Barrichello, Bra (Ferrari)3. Jenson Button, GB (BAR-Honda)4. Jarno Trulli, Ita (Renault)5. Fernando Alonso, Esp (Renault)
Próximo encontro a 13 de Junho, no Grande Prémio do Canadá,mais precisamente no circuito Gilles Villeneuve. A Voz de Portu-gal estará mais uma vez presente no Circuito Gilles Villeneuve,para dentro do possível, lhe poder oferecer tudo um todo destemaravilhoso mundo da F1.Se for ao Grande Prémio do Canadá,recomendamo-lhe... não esqueça: um Boné de palha, creme deprotecção solar, beba muita água (caso faça calor) e traga consigoo seu velho radio portátil, pois estará garantido de obter todas asinformações dentro do circuito...
E siga o velho conselho amigo: se conduzir, por favor, não beba.Bom Grande Prémio a todos e...que o melhor GANHE!
Bistro Vasco da GamaLindamente decorado com motivos marítimos que recordam a
epopeia portuguesa, os Descobrimentos, abriu na rua Peel, umrestaurante para gente mais apressada na hora do almoço. Trata-se do Bistro Vasco da Gama que é propriedade do homem denegócios bem conhecido, Carlos Ferreira. No encontro rápido quetivemos com o gerente, Jorge Ferreira, irmão do proprietário,fomos informados de que o Vasco da Gama é destinadoprincipalmente para o serviço de pequenos almoços e almoços,num tipo de cozinha prática, onde se encontram sandes e saladasde diversos tipos e para todos os gostos, a preços muito acessíveis.O curioso é que este Bistro se encontra a “fazer” uma sandes aoconhecido restaurante Alexandre que se encontra entre o Bistroe o Café Ferreira Trattoria. Bistro Vasco da Gama merece umavisita. É lindo e bem apetrechado. Bom serviço. Visite.
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