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Leite Integral Revista Técnica da Bovinocultura de Leite - Número 31 - Ano 6 | Março/Abril 2011 Por que estão ocorrendo mais partos gemelares? REPRODUÇÃO “Check list” para controle de mastite SANIDADE NOSSA HISTÓRIA Conheça a FAZENDA SÃO PEDRO, o maior sistema de produção de leite em pasto do Estado de São Paulo IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELA ECT

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LeiteIntegralRevista Técnica da Bovinocultura de Leite - Número 31 - Ano 6 | Março/Abril 2011

Por que estão ocorrendo mais partos gemelares?

REPRODUÇÃO

“Check list” para controle de mastite

SANIDADE

NOSSA HISTÓRIA

Conheça a FAZENDA SÃO PEDRO, o maior sistema de produção de leite em

pasto do Estado de São Paulo

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Editora ChefeFlávia Adriana Pereira Vieira FontesDSc. Ciência Animal - CRMV-MG [email protected]

Editora TécnicaNadja Gomes AlvesProfa. Adjunta do Departamento de Zootecnia,Universidade Federal de Lavras

Jornalista ResponsávelAlessandra Alves - MTB 14.298/MG

Consultora Técnico/ComercialPaula [email protected]

Consultoria TécnicaAdriana de Souza Coutinho - UFLAÁlan Maia Borges - UFMGAna Luíza da Costa Cruz Borges - UFMGAngela Maria Quintão Lana - UFMGAntônio Último de Carvalho - UFMGElias Jorge Facury Filho - UFMGJosé Luiz Moraes- UNESP/BotucatuMarcos Neves Pereira - UFLAMônica M. O. Pinho Cerqueira - UFMG

Norberto Mário Rodriguez - UFMGRonaldo Braga Reis - UFMG

DiagramaçãoAlessandra Alves

Assinatura Anual (11 edições)Brasil - R$ 95,00www.revistaleiteintegral.com.br

Capa: Fazenda São Pedro, Fernandópolis/SP

edito

rial

expediente

Administração / RedaçãoAv. Getúlio Vargas, 874 - sala 607 | Funcionários 30112-020 | Belo Horizonte/MGHorário de atendimento: 9h às 17h30 | Telefax: (31) 3281-5862

SIGA-NOS

twitter.com/LEITE_INTEGRAL

milkpoint.com.br/mypoint/revistaleiteintegralAs idéias contidas nos artigos assinados não

expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Cinco anos de vida. Cinco anos de grandes

reportagens, entrevistas instigantes, cader-

nos especiais com assuntos de extrema rele-

vância. Cinco anos de artigos assinados pelos

mais respeitados técnicos da pecuária leiteira

do Brasil e do mundo. Cinco anos de Revista

Leite Integral!

Poucas publicações nacionais podem apre-

sentar um portfólio como esse. Menos ainda

quando respaldado por uma circulação que já

extrapola os limites do papel e adentra pesado

no mundo digital. Sempre de forma inovadora

e pioneira. Cinco anos de muito trabalho e, no

entanto, parece que foi ontem.

Ontem, foi o ano de 2006, quando decidi-

mos que a pecuária leiteira precisava de uma

publicação com maior cunho técnico, uma

publicação diferenciada, que atendesse às ne-

cessidades de informação de técnicos e produ-

tores de leite progressistas. Hoje, é abril de

2011, e escrevo esse editorial às vésperas da

realização de outro grande projeto, de outro

grande sonho – o I Simpósio Internacional Leite

Integral.

Foram mais de 12 meses de trabalho ár-

duo e de superação de obstáculos que, nos

últimos dias, se ma-

terializaram sob

as formas mais

diversas. Mas,

tudo isso fica

pequeno perto

da grandiosidade

desse projeto, perto

do apoio imprescindível e incondicional dos

nossos patrocinadores e apoiadores, perto das

dezenas de inscrições que chegam todos os

dias ao nosso site, perto da alegria que toma

conta do coração de nossa equipe.

Sabemos que na vida tudo é transitório,

tudo passa, e diante dessa verdade incômo-

da somos impelidos a questionar: o que fica

então? O que fica é a história. Tudo aquilo que

fomos e fizemos, de bom ou ruim, ao longo de

nossas vidas. Todos os dias, damos aquilo que

temos de melhor para construir a história da

Revista Leite Integral, para imprimir a mar-

ca do sucesso em todos os nossos produtos e

ações. É essa mesma marca que queremos dar

ao I Simpósio Internacional Leite Integral. E

isso vai ficar.

Bom simpósio e boa leitura!

Flávia FontesEditora-chefe

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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

9

FAZENDA SÃO PEDROMaior sistema de produção de leite em pasto do Estado de São Paulo

Para quem não acredita mais em sucessão eficiente no agronegócio, a família Blanco Machado está aí para provar o con-trário. Tradicionais produtores de laranja e cana, Valmi Blanco Machado e os filhos Felipe Dib Machado e Rafael Dib Machado, entraram a apenas cinco anos na pecuária leiteira e mostram que profissionalismo é a chave do sucesso na atividade.

Em meio às preocupações com a ensilagem, mui-

to atrasada por causa do excesso de chuva, quem

nos recebe para a visita à Fazenda São Pedro é Fe-

lipe, filho do proprietário e um dos administradores

da propriedade que, de cara, nos impressiona pela

pouca idade para alguém com tantas responsabili-

dades. Estamos em Fernandópolis, São Paulo, para

conhecer o maior sistema de produção de leite em

pasto do Estado de São Paulo, e o sexto do país,

segundo levantamento Top 100 do MilkPoint. A fa-

zenda é também, de acordo com o mesmo levan-

tamento, a 24a maior produtora de leite do Brasil,

com 4.900.000 litros em 2010.

A primeira pergunta que nos vem à cabeça, sa-

bendo que a família entrou a tão pouco tempo na

atividade é: por que o leite? Felipe explica, com

bastante sinceridade, que a entrada na pecuária

leiteira deveu-se à oportunidade de compra da fa-

zenda e do rebanho leiteiro, que antes pertencia

ao Grupo CFM. Com a mesma sinceridade, ele nos

conta que, no início, não sabiam nada sobre o leite,

o que foi um grande desafio. Vendo os números,

principalmente de produtividade, percebe-se que a

família aprendeu bem depressa.

Um pouco de história

Falando sobre o pai, com um misto de respeito

e orgulho, Felipe nos conta que ele começou a vida

de maneira muito simples, na mesma pequena ci-

dade de Monte Azul Paulista/SP, onde a família vive

até hoje.

Com uma inegável capacidade comercial e visão

de oportunidades, o Sr. Valmi Blanco Machado,

começou a comprar e vender terras, terrenos, casas

e, com bastante esforço, adquiriu um pequeno sítio

de aproximadamente 3 ha onde começou a plantar

laranja aproximadamente 40 anos atrás.

Sistema de produção

Em função das condições ambientais, principal-

mente as altas temperaturas da região, a seleção

genética do rebanho, que vem sendo feita ao lon

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go de 40 anos, foi direcionada

à produção de animais Girolando

(F1, ¾ e 7/8, 1/2). Todas as vacas

são exclusivamente produtos da

fazenda, que hoje conta também

com 200 cabeças de Jersolando,

resultado do cruzamento das ra-

ças Jersey e Holandês.

Para suprir toda a necessidade

de reposição, grandes investi-

mentos em instalação e nutrição

são feitos durante as fases de cria

e recria. A fazenda avalia todo o

colostro utilizado por meio de

colostrômetro e possui um banco

para situações de emergência.

As bezerras recebem 6 litros de

leite/dia, divididos em 2 aleita-

mentos diários.

Nos meses de verão a produção

de leite é essencialmente a pas-

to. A fazenda conta com 450

piquetes de capins Colonião e

Mombaça, manejados em pastejo

rotacionado que, no início do mês

de abril, ainda estavam muito

verdes e com grande

disponibilidade de mas-

sa. A lotação nos pastos

onde circula o rebanho

em lactação chega a

mais de 14 vacas por

hectare em alguns ro-

tacionados. A adubação

do pasto, feita sempre

após a saída dos animais

do piquete, é exclusiva-

mente nitrogenada e as

correções de solo são

feitas anualmente com

calcário e gesso, base-

adas sempre na reco-

mendação do agrônomo respon-

sável. No verão, todos os animais

recebem concentrado durante

a ordenha e, aqueles de maior

produção, que hoje são cerca de

200 vacas, recebem o chamado

“lanche”, composto de silagem

de cana e concentrado.

No inverno, os animais são con-

finados em piquetes e recebem,

de acordo com a produção de

leite, dieta completa, composta

basicamente de concentrado,

silagens de milho, sorgo, cana e

milheto. Um diferencial da pro-

priedade é a alta inclusão de pol-

pa cítrica, que em alguns lotes

chega a 4 kg/cbç/dia.

A ordenha é feita, duas ou

três vezes ao dia, de acordo

com a produção, em uma sala du

Nos

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10

Vacas em pastejo rotacionado no verão

Fornecimento de concentrado durante a ordenha

Page 11: Download Issue 33040

plo 24, onde trabalham quatro

funcionários. “Estamos produ-

zindo leite com 3,78% de gordura

e 3,31% de proteína e atribuo

grande parte desses índices de

qualidade ao constante investi-

mento em genética e nutrição”,

explica Felipe.

Índices zootécnicos

A área destinada ao leite é de

300ha, para aproximadamente

2000 animais, sendo 800 vacas

em lactação.

A produção média/vaca/dia é

de 16 litros no verão e 25 litros

no inverno. No último inverno,

um grupo de 140 vacas produziu

uma média de 40 litros/dia. Se-

guem abaixo alguns outros índices

de produtividade e reprodução:

Visão empresarial

É fato notório que, no Brasil,

alguns dos produtores de leite

mais bem sucedidos na ativi-

dade são também produtores de

alimentos em outras cadeias do

agronegócio. Provavelmente, a

visão empresarial de outras cul-

turas, trazida para a pecuária

leiteira, é a chave do sucesso

desses sistemas de produção.

No caso da Fazenda São Pe-

dro, essa visão fica muito eviden-

te em uma frase de Felipe: “Eu

não estou na atividade para viver

do leite, estou para

ganhar dinheiro”. E

é essa a lógica que

conduz todas as to-

madas de decisão na

propriedade. Dife-

rente de grande par-

te dos produtores de

leite a pasto do Bra-

sil, Felipe acredita que a escala

de produção é fundamental para

o sucesso de qualquer sistema de

produção de leite. Segundo ele,

só assim é possível diluir custos

fixos e ter maior poder de nego-

ciação, tanto na compra de insu-

mos, quanto na política de preços

junto à indústria.

A busca constante por infor-

mações e tecnologias que possam

melhorar a eficiência dos pro-

cessos produtivos, aliada a uma

grande capacidade de discerni-

mento, são outros pontos fortes

e, muito positivos, que percebe-

mos ao conversar com Felipe. Se-

gundo Paulo Gallo, nutricionista

da fazenda, um grande diferen-

cial da família, trazido das outras

atividades agrícolas que desen-

volvem, é a eficiência na compra

de insumos, alcançada por meio

de constante estudo de mercado

das commodities.

Desafios

Quando questionado sobre

os desafios da atividade, Felipe

aponta as políticas de pagamen

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

11

Padrão racial das vacas Jersolando

• Produção por hectare: 16.300 litros

• Produção total em 2010: 4.900.000 litros

• Idade média ao Primeiro parto (meses): 31

• Intervalo entre Partos (dias): 401

• Doses/semen/concepção (vacas): 2,80

• Doses/semen/concepção (novilhas): 2

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to da indústria como os maio-

res gargalos da pecuária leiteira.

Segundo ele, é preciso um amad-

urecimento do mercado e uma

maior conscientização sobre a

forma de pagamento e formação

do preço do leite. “É inconce-

bível entregar um produto e não

saber exatamente quanto será

pago pelo mesmo”, comenta. So-

bre o pagamento por sólidos, ele

acredita que a indústria precisa

dar uma contra-partida maior aos

produtores, na forma de preço,

mas também de fomento à ativi-

dade.

Ainda sobre mercado, ele

acredita que a informalidade

precisa ser combatida com maior

empenho, pois compromete o de-

senvolvimento e credibilidade da

cadeia produtiva do leite como

um todo.

Outro ponto de estrangula-

mento da atividade, segundo

Felipe, é a baixa qualificação e

disponibilidade da mão-de-obra.

“A fazenda investe pesado no

treinamento de funcionários e

acredita que uma equipe de tra-

balho coesa é ponto vital em um

sistema de produção”, explica.

Sobre a comparação do leite

com as outras atividades agrí-

colas que a família desenvolve,

Felipe diz que os resultados

econômicos por área costumam

ser parecidos com os dos citrus,

mas que o trabalho exigido pelo

leite é muito maior, devido às i-

númeras variáveis que devem ser

controladas na atividade.

O futuro

Em apenas cinco anos a Fa-

zenda São Pedro passou por mu-

danças profundas em parâmetros

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Vacas Girolando Sala de ordenha

Aleitamento das bezerras Criação de bezerras

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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

11

de produtividade e otimiza-

ção da mão-de-obra. Mesmo com

uma redução na área utilizada

pelo leite e no tamanho do re-

banho, a produção aumentou sig-

nificativamente. Nesse período,

a produção por funcionário/dia

saltou de 146,6 para 335,56 li-

tros.

Vendo esses números, é im-

possível não perguntar sobre as

perspectivas futuras. Segundo

Felipe, o maior objetivo agora

é aumentar ainda mais a produ-

tividade (litros/ha), para diluir os

custos fixos. Palavra de econo-

mista!

Leilão

Em função da sua tradição

na produção de animais bem

adaptados a altas temperatu-

ras, com porte razoável, rústi-

cos e com excelentes índices

produtivos e reprodutivos, a

Fazenda São Pedro realiza anual-

mente um leilão, no qual são co-

mercializados aproximadamente

200 animais. O próximo será no

dia 22/05.

Para maiores informações,

acesse o site:

www.agromachado.com.br •

Felipe, André e Paulo Gallo

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Rep

rodu

ção

14

POR QUE ESTÃO OCORRENDO MAIS PARTOS GEMELARES?

A incidência de ovulações e gestações múltiplas tem aumentado muito nas últi-mas décadas, acompanhando o aumento na produção de leite por vaca. Estudos fei-tos no início dos anos 70 relatavam taxas de dupla ovulação variando entre 5 e 13%, e taxas de gestações gemelares entre 1 e 5%. Estudos recentes, com vacas de alta produção, têm relatado taxas de dupla ovu-

lação de 18 a 25%, e taxas de gestações ge-melares da ordem de 5 a 15%. Trata-se de um tema interessante, pois a grande maio-ria dos nascimentos múltiplos em bovinos são provenientes de ovulações múltiplas. Nesse artigo, apresentaremos uma série de perguntas e respostas relacionadas a este assunto obtidas em um experimento con-duzido na Universidade de Wisconsin.

Dr. Hernando LopezDiretor Contas Chave América Latina ABS [email protected]

Como foi o estudo?

O estudo avaliou 267 vacas da raça Holandesa

mantidas em sistema ‘free stall’ e alimentadas com

uma ração balanceada de mistura total. As vacas

foram ordenhadas duas vezes ao dia e a quantidade

de leite produzida (em kg) foi registrada a cada or-

denha. Coletas de sangue e exames de ultrassono-

grafia foram realizados semanalmente após o parto.

As ultrassonografias tiveram o objetivo de deter-

minar quando ocorreu a primeira ovulação após o

parto e se esta foi simples ou dupla (de um ou dois

folículos). No total, foram avaliadas 504 ovulações

espontâneas (sem tratamento hormonal). Além dis-

so, foi realizada a detecção de cio 24 horas por dia,

utilizando um sistema de radiotelemetria comer-

cialmente conhecido como HeatWatch® (Figura 1).

Qual foi a relação entre o nível de produção de

leite e de ovulações múltiplas?

Segundo a avaliação dos níveis de progesterona

e das ultrassonografias foi observado que, aos 71

Figura 1

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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

15

dias em leite (DEL), 28,5% das

vacas ainda não estavam ciclando

(anovulares), enquanto 71,5% já

apresentavam atividade cíclica.

No grupo de vacas cíclicas, a in-

cidência geral de dupla ovulação

foi de 22,4%, e foi diretamente

relacionada ao nível de produção

de leite.

A Figura 2 mostra que a in-

cidência de dupla ovulação foi

baixa (menos de 7%) para as va-

cas que produziram menos de

40 kg de leite por dia. Quando a

produção de leite foi maior que

40 kg por dia, a incidência de du-

pla ovulação aumentou para 25%,

sendo que para as vacas que pro-

duziram mais de 50 kg por dia, o

índice ultrapassou os 50%.

Houve diferença entre o

número de partos?

A Figura 3 mostra os resulta-

dos de uma análise detalhada, na

qual foram avaliados os fatores

que podem estar relacionados a

uma dupla ovulação, incluindo o

número de dias pós-parto e o DEL.

Em geral, as chances para que

uma vaca tenha dupla ovulação

irá aumentar à medida em que

se aumenta a produção de leite,

tanto para as vacas de primeira

lactação como para multíparas.

Aparentemente, as vacas mais

velhas parecem ter uma taxa de

dupla ovulação ligeiramente mais

alta.

Qual foi a incidência de partos

gemelares?

Nem todas as vacas que ti-

veram dupla ovulação apresenta-

ram partos gemelares. Embora a

taxa de dupla ovulação tenha sido

superior a 20%, a taxa de gêmeos

foi de apenas 7%. Novos estudos

devem ser realizados para en-

tender se isso ocorreu devido a

uma diferença de fertilização (de

somente um dos oócitos), e para

elucidar outras questões impor-

tantes, como o fato de que al-

gumas vacas com gestação múlti-

pla perderam um dos embriões e

pariram apenas um bezerro.

Como foi a expressão de cio?

As vacas que tiveram dupla

ovulação expressaram cios mais

curtos do que aquelas com ovu-

lação única. A duração do cio (a

partir do primeiro até o último

evento de monta) de vacas com

ovulação única foi de 9,8 horas,

enquanto aquelas com dupla

ovulação manifestaram cio por

apenas 4 horas. Essa observação

deveu-se ao fato de que as altas

produtoras (que tiveram mais du-

plas ovulações) mostraram cios

mais curtos, devido a uma rela-

ção negativa entre a produção

de leite e a duração do cio. Em

nosso estudo, as vacas com ovu-

lação simples apresentaram uma

menor produção de leite (<40 kg)

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que aquelas com dupla ovula-

ção (>40 kg) (Tabela 1).

Qual é a relação entre o nível

de produção de leite e de dupla

ovulação?

A razão pela qual as vacas

apresentam duas ovulações é que

dois folículos crescem até um ta-

manho de “folículo dominante”.

Os níveis circulantes de proges-

terona parecem ser decisivos

para determinar se uma vaca irá

desenvolver um ou dois folículos

dominantes.

Geralmente, baixos níveis de

progesterona promovem o desen-

volvimento de mais de um folí-

culo dominante ou, neste caso,

co-dominante. Assim, a produção

diária de leite torna-se um im-

portante fator que determinará

se as vacas terão ovulação sim-

ples ou dupla, pois quanto maior

a produção de leite, menor será o

nível circulante de progesterona,

e maior a probabilidade da vaca

desenvolver dois folículos ovu-

latórios.

Por que vacas em primeira

lactação são menos propensas

a terem gêmeos?

A razão mais importante é que

durante a primeira lactação, em

média, as vacas produzem menos

leite que nas lactações subse-

quentes. É interessante obser-

var que vacas mais jovens e com

produção mais alta de leite têm

taxas de gestação dupla muito

semelhantes às de vacas multípa-

ras, o que mostra mais uma vez

o efeito do nível de produção de

leite sobre a incidência de ovu-

lações múltiplas, independente-

mente do número de lactações

(Figura 3).

O que se pode fazer?

Se a produção de leite está

aumentando, então é provável

que as taxas de dupla ovulação

também

e s t e -

j a m .

A s s i m ,

m a i s

c e d o

ou mais

t a r d e ,

também

aumentarão a quantidade de par-

tos gemelares.

A seguir apresentaremos al-

gumas práticas que podem ser

incorporadas ao manejo dos re-

banhos, visando à redução de

problemas decorrentes dos par-

tos gemelares:

• Rotineiramente, avalie

a existência de gestações geme-

lares durante a revisão do médico

veterinário. De forma alterna-

tiva, identifique as vacas mais

produtivas e avalie a existência

de gestações gemelares nessas

vacas. As vacas que têm gêmeos

apresentam um risco maior de

distocia do que aquelas que pa-

rem só um bezerro, devido a

problemas óbvios de acomoda-

ção. Portanto, um diagnóstico

prévio de prenhez gemelar é

valioso no sentido de alertar os

produtores sobre as vacas que

são mais propensas a enfrentar

problemas durante o parto.

• Ajuste as rações das va-

cas gestantes de gêmeos antes do

parto, porque esses animais têm

requisitos de energia mais eleva-

dos ao final da gestação.

• Crie um sistema de mo-

nitoramento para tratar as vacas

que pariram gêmeos a fim reduzir

os problemas causados por nasci-

mentos de dois bezerros. •

Rep

rodu

ção

16

Tabela 1. Características do cio, estruturas ovarianas, concentrações de estra-diol e produção de leite para vacas que ovularam um ou dois folículos

Ovulação simples

Ovulação dupla

P

Duração do cio, h. 4.0 ± 1.0 9.8 ± 0.9 0.004

Vol. folicular, mm3 4136 ± 123 3085 ± 110 <0.01

Estradiol, pg/ml 5.5 ± 0.3 7.8 ± 0.4 0.005

Prod. Leite, Kg/d 49.9 ± 0.8 39.9 ± 1.0 <0.01

Dias pós-parto, d 90 ± 8 97 ± 3 0.40

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Nut

rição

18

FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA E PROTEÍNA PARA BOVINOS LEITEIROS

Flávio Augusto Portela SantosProfessor do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ

Junio Cesar MartinezDoutor em Ciência Animal e Pastagens pelo Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ

Dando continuidade ao assunto iniciado na e-

dição passada, nesse número, apresentaremos mais

três sub-produtos que podem ser utilizados como

fontes alternativas de energia ou proteína para

bovinos leiteiros, visando à redução nos custos da

dieta. Vale salientar novamente que a avaliação

de custo x benefício, bem como a análise da com-

posição bromatológica das fontes a serem utiliza-

das, é fundamental para garantir a lucratividade e

assegurar a saúde dos animais.

Casca de Soja

Características do produto

A produção nacional de soja vem crescendo

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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

19

de forma expressiva nos úl-

timos anos. As expectativas são

que o país se torne, em breve, o

maior produtor mundial de soja.

Do processamento da soja,

para extração do óleo, geram-se

dois subprodutos de grande im-

portância na alimentação de bo-

vinos: o farelo de soja e a casca

de soja. A casca passa por um

processo de tostagem, para inati-

var a enzima uréase, e posterior

moagem, para aumentar a densi-

dade do material. Cada tonelada

de soja moída para a extração do

óleo gera, em média, 183 kg de

óleo, 733 kg de farelo (48%) e 50

kg de casca (5%).

No Brasil, produz-se, princi-

palmente, o farelo de soja 46, e

não o 48%. Isso resulta em maior

adição de casca ao farelo e menor

disponibilidade de casca no mer-

cado. Mesmo assim, a estimativa

atual é que a disponibilidade de

casca no mercado gire em torno

de 1,6 milhões de toneladas, o

que coloca esse subproduto como

uma importante opção aos produ-

tores de leite.

A casca de soja é composta,

principalmente, de fibra, que

tem pouco valor na alimenta-

ção humana e no uso industrial.

No entanto,

suas caracte-

rísticas físi-

co-químicas,

a facilidade

de aquisição

em algumas

regiões e seu

preço compe-

titivo fazem

da casca de

soja um alimento interessante

para o gado leiteiro. Além do

que, pode contribuir para um

ambiente ruminal mais favorável

para a digestão de fibra e menor

risco de acidose. Alternativa-

mente, a casca de soja pode ser

usada como uma fonte de fibra,

em substituição parcial ao volu-

moso.

Em parte, o valor nutricional

da casca de soja para ruminantes

é determinado pela natureza

química da casca. Como para

muitos outros subprodutos, a

composição química da casca de

soja varia muito entre as indús-

trias processadoras.

A fração fibrosa da casca de

NutrienteConcentração (% da matéria seca)

1 2 CV DP

Matéria Seca 90,9

Proteína Bruta 13,9 11,8 9,8 1,1

Extrato Etéreo 2,7 2,5 35,7 0,9

Matéria Mineral 4,8 5,33 10,0 0,54

FDN 60,3 64,4 5,9 3,8

FDA 44,6 46,6 6,2 2,9

Carboidratos não estruturais6 5,3 16,1 19,5 3,1

NDT7 67,3 62,4 7,1 4,5

Energia Líquida de Lactação8 1,46 1,43 8,2 0,05

Energia Líquida de Manutenção 1,58 1,41 11,0 0,07

Energia Líquida de Ganho 0,98 0,84 17,1 0,06

Lignina 2,5 3,7 46,5 1,7

Proteína não degradável (% PB) 39,9 11,0 12,7 0,2

Proteína solúvel (% PB) 22,5 17,8 3,5 0,71 - NRC (2001); 2 – Hinders (2000);

Tabela 1. Composição bromatológica da casca de soja, segundo várias fontes

Casca de soja

Page 20: Download Issue 33040

soja, que contém relativa-

mente grande quantidade de ce-

lulose (aproximadamente 43% da

MS) e hemicelulose (aproximada-

mente 18% da MS), é muito pouco

lignificada (1,4 a 4,3%). O teor de

amido tem variado de 0 a 9,4%,

com valores médios de 3,6%, e os

teores médios de pectina têm se

situado em torno de 12,8% da MS.

Outras características podem ser

observadas na Tabela 1.

O valor nutricional da casca

de soja é afetado pela taxa com

que é digerida no rúmen e pela

taxa com que ela passa do rúmen

para os outros com-

partimentos do trato

gastrintestinal. Dados

de experimentos in

situ e in vitro mostram

que os microrganismos

ruminais são capazes

de fermentar exten-

sivamente a casca de

soja. Em sete de cinco

estudos, a fração fibra

em detergente neutro

(FDN) da casca de soja

foi fermentada com

uma taxa média de

5,6%/h, e, em quatro

estudos, o desapareci-

mento de FDN foi em

torno de 90%, após 96

horas de incubação.

Desempenho de vacas leiteiras

alimentadas com casca de soja

Avaliando-se o desempenho

de vacas leiteiras e a substitu-

ição do milho pela casca de soja,

em 13 de 15 estudos, não houve

diferença no consumo de animais

alimentados com dietas controle,

comparados àqueles que rece-

beram casca de soja. A correla-

ção entre produção de leite e a

porcentagem de casca de soja na

dieta, em 10 estudos, foi baixa e

não significativa. O teor de gor-

dura do leite não se correlacio-

nou com a concentração de casca

de soja na dieta, ou com o teor

de FDN proveniente da casca de

soja, em 10 dos estudos revisa-

dos.

A substituição de grão de

cereais por casca de soja diminu-

iu o teor de proteína do leite.

Essa resposta pode parcialmente

ser explicada pelo baixo teor de

carboidratos não estruturais em

dietas que contém altos níveis de

casca de soja, podendo limitar a

síntese de proteína microbiana

no rúmen.

Embora a substituição parcial

Nut

rição

20

TratamentosEPM

Pr>F

CS0 CS10 CS20 linear desvio

Leite (kg/d) 28,21 28,28 28,51 0,2602 0,414 0,812

LCG 3,5 (kg/d) 28,20 28,40 28,85 0,2707 0,097 0,692

IMS (kg/an./d) 23,53 21,76 23,22 2,0560 0,924 0,588

Composição do Leite

Gordura (%) 3,53 3,51 3,57 0,0333 0,466 0,265

Gordura (kg/d) 0,98 0,99 1,02 0,0117 0,047 0,538

Proteína (%) 3,09 3,09 3,07 0,0101 0,188 0,781

Proteína (kg/d) 0,86 0,86 0,86 0,0090 0,737 0,855

Lactose (%) 4,32 4,33 4,33 0,0094 0,554 0,472

Lactose (kg/d) 1.22 1.23 1.23 0.0120 0.458 0.963

Sólidos totais (%) 11,79 11,83 11,87 0,0406 0,183 0,998

Sólidos totais (kg/d) 3,32 3,33 3,37 0,0318 0,221 0,821

NUL (mg/dL) 16,67 15,95 15,83 0.1311 0,0001 0,067

CS 0= 20% milho moído finoCS 10= 10% milho moído fino + 10% casca de sojaCS 20 = 20% casca de sojaPr>F= probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos (análise de contrastes)EPM= erro padrão da médiaLCG 3,5= leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%IMS= ingestão de matéria secaNUL= nitrogênio uréico no leite

Tabela 2. Substituição de milho moído fino por casca de soja

Fonte: Pedroso et al. (2004)

Page 21: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

21

TratamentosEPM

P = F

MFPC MGPC MFCS MGCS GR FN GR x FN

Leite (kg/d) 24,61 24,62 25,45 24,89 0,40 0,91 0,98 0,42

LCG 3,5 (kg/d) 24,22 25,32 25,82 24,91 0,60 0,57 0,77 0,28

IMS (kg/an./d) 19,14 18,40 18,16 19,71 0,70 0,57 0,82 0,43

Composição do Leite

Gordura (%) 3,42 3,62 3,61 3,55 0,10 0,35 0,21 0,55

Gordura (kg/d) 0,84 0,90 0,91 0,87 0,03 0,51 0,67 0,33

Proteína (%) 3,00 3,02 3,06 3,00 0,02 0,49 0,31 0,33

Proteína (kg/d) 0,73 0,74 0,76 0,73 0,74 0,95 0,82 0,24

Lactose (%) 4,45 4,46 4,46 4,46 0,04 0,75 0,36 0,99

Lactose (kg/d) 1,09 1,11 1,14 1,11 0,02 0,81 0,83 0,51

Sólidos totais (%) 11,80 12,04 12,06 11,94 0,13 0,43 0,44 0,49

Sólidos totais (kg/d) 2,88 2,98 3,05 2,94 0,05 0,70 0,91 0,24

NUL (mg/dL) 17,24 15,96 16,93 16,41 0,41 0,11 0,67 0,14

Parâmetros sanguíneos

NUP (mg/dL) 16,70 16,01 16,17 16,64 0,72 0,87 0,94 0,86

Glicose (mg/dL) 53,40 53,82 53,40 53,50 0,66 0,79 0,77 0,01

MFPC= milho moído fino + polpa cítrica; MGPC= milho moído grosso + polpa cítrica; MFCS= milho moído fino + casca de soja; MGCS= milho moído grosso + casca de soja; P=F= probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos; EPM= erro padrão da média; GR= efeito de granulometria (milho moído fino vs. moído grosso); FN= efeito de fonte (polpa cítrica vs. casca de soja); GRxFN= efeito da interação granulometria x fonte; LCG 3,5= leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%; IMS= ingestão de matéria seca; NUL= nitrogênio uréico no leite; NUP= nitrogênio uréico no plasma.

Fonte: Carmo et al., 2004.

Tabela 3. Graus de moagem do milho e fonte de subproduto para vacas leiteiras

ou total do milho moído fino

por casca de soja possa não afetar

o consumo e a produção de leite,

estudos têm demonstrado que a

eficiência alimentar (LCG 3,5%/

CMS) foi maior nas dietas con-

tendo casca de soja, conforme

apresentado na Tabela 2. Esses

dados mostram a possibilidade

de redução nos custos de alimen-

tação de vacas de bom potencial

de produção, com a substituição

parcial ou total do milho por cas-

ca de soja, em dietas contendo

silagem de milho como volumoso

e polpa cítrica como concentrado

energético.

A casca de soja, quando in-

cluída em dietas contendo sila-

gem de milho como volumoso,

em substituição à polpa cítrica

peletizada, apresentou valor nu-

tricional similar ao da polpa cítri-

ca, conforme pode ser observado

na Tabela 3.

Farelo de Glúten de Milho-21

(Refinasil ou Promill)

Características do produto

O FGM-21 é um subproduto da

indústria, à base de milho, ba-

sicamente, amido e adoçantes,

conhecido pelos nomes comerci-

ais de Refinazil® ou Promill®. É

obtido pela separação e secagem

das fibras dos grãos de milho du-

rante o processo de moagem

Page 22: Download Issue 33040

Nut

rição

22

Nutriente Milho FMG úmido* FGM seco*

MS, % 88 42-44 90-92

Proteína Bruta (PB), % 10,1 14-22 21-22

ELM, Mcal/Kg 2,25 2,11-2,18 1,92

ELG, Mcal/Kg 1,54 1,43 1,25

NDT, % 90 90 78

Gordura, % 4,2 3-5 2-3,3

FDN, % 10,8 - -

Amido, % 72 26 18

Cinzas, % 1,4 7,2-9 7-7,2

Cálcio, % 0,02 0,10 0,10-0,20

Fósforo, % 0,35 0,45-1 0,80-1

Potássio, % 0,37 0,90-1,60 1,30-1,50

Magnésio, % 0,13 0,15-0,50 0,42-0,50

Sódio, % 0,02 0,20 0,12

Enxofre, % 0,14 0,35-0,40 0,16-0,30

Cobalto, ppm 0,04 - 0,09

Cobre, ppm 4 6 6-9,9

Ferro, ppm 26 41-165 165-304

Manganês, ppm 6 12-26 22-26

Zinco, ppm 16 45-114 88-114

Fonte: *Blasi, et al. (2001); *NRC(1996)

Tabela 4. Comparação nutricional entre milho e refinasil

úmida do cereal. Tecnica-

mente, é o que sobra do grão

de milho, após a extração da

maior parte do amido, glúten e

germe, pelos processos de moa-

gem e separação, empregados na

produção de amido e xarope de

milho, sendo 2/3 de conteúdo fi-

broso e 1/3 de licor concentrado

de maceração. O rendimento na

produção de FGM-21 é estimado

em 11% do material original que

chega na indústria.

Nos EUA e Europa, o FGM-21 é

comercializado na forma úmida,

apresentando cerca de 42% de

matéria seca (MS), ou na forma

seca, com 90-92% de MS. O FGM-

21 úmido tem sua utilização res-

trita às proximidades das fontes

produtoras, devido ao custo do

frete. No Brasil, comercializa-

se, principalmente, o FGM-21

na forma seca, entretanto, esse

subproduto passou a ser co-

mercializado também na forma

úmida, no país, recentemente.

A produção anual de FGM-21 gira

em torno de 230 mil toneladas.

A Tabela 4 apresenta uma com-

paração entre as composições nu-

tricionais do milho com o FGM-21,

úmido e seco. A composição final

do subproduto pode variar em

função das condições de cada in-

dústria, de forma que sempre se

recomenda a análise dos teores

Refinasil

Page 23: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

11

nutricionais do FGM-21 antes

de sua utilização.

O FGM-21 pode ser utilizado

tanto como fonte de energia,

como de proteína. Normalmente,

quando incluído na dieta de va-

cas leiteiras, o FGM-21 substitui

parte do cereal, na maior parte

dos casos, o milho, e também

permite reduzir a dose de suple-

mentos protéicos, como farelo de

soja, farelo de algodão e uréia.

A proteína do FGM-21 é bastante

degradável no rúmen. A fração de

proteína não degradável no rú-

men é pequena e deficiente em

lisina.

Em função de suas carac-

terísticas – pobre em gordura e

amido e bastante rico em fibra

altamente digestível –, o FGM-21

constitui-se em uma ótima alter-

nativa para inclusão em dietas

baseadas em grãos e silagem de

milho. Por apresentar concen-

trações mais elevadas de FDA e

FDN do que os grãos de cereais,

a utilização do FGM-21 pode le-

vantar questões sobre a concen-

tração energética e limitações ao

consumo das dietas. Contudo, os

teores reduzidos de amido e e-

levados de fibra digestível podem

ajudar a manter o pH ruminal em

patamares mais desejáveis, oti-

mizando a digestão da fibra, o

que pode compensar possíveis

diferenças na digestibilidade to-

tal das dietas.

Desempenho de vacas leiteiras

alimentadas com Refinasil

Cinco estudos foram encon-

trados em que o FGM-21 (úmido

Page 24: Download Issue 33040

TratamentoEPM

Pr>F

Milho FGM50 FGM100 linear desvio

CMS (kg/d) 21.03 22.32 20.22 0.820 0.558 0.2336

Leite (kg/d) 25.17 24.91 24.55 0.030 0.149 0.8900

LCG 3,5 (kg/d) 25.23 25.31 25.47 0.410 0.668 0.9430

Composição do Leite

Gordura (%) 3.52 3.60 3.74 0.076 0.074 0.6780

Gordura (kg/d) 0.88 0.88 0.91 0.022 0.486 0.4490

Proteína (%) 3.05 2.99 3.00 0,012 0,004 0,0170

Proteína (kg/d) 0.76 0.73 0.73 0.008 0,026 0,2030

Lactose (%) 4.40 4.34 4.35 0.011 0,002 0,0190

Lactose (kg/d) 1.11 1.09 1.08 0.014 0.225 0.6200

Sólidos totais (%) 11.85 11.82 11.92 0.075 0.704 0.4430

Sólidos totais (kg/d) 2.98 2.94 2.92 0.040 0.328 0.8410

FGM50 – substituição de 50% do milho; FGM100 – substituição de 100 do milho moído fino.

Tabela 5. Substituição do milho por FGM para vacas leiteiras confinadas

Font

e: P

edro

so e

t al

, 20

03

VariáveisTratamentos

Média EPM1 P2

T0 T25 T50 T75

Produção de leite (kg) 12,41 12,64 12,36 12,20 12,41 0,23 0,58

Prod. leite 3,5% (kg) 12,28 12,51 12,17 12,26 12,30 0,23 0,73

Gordura (%) 3,50 3,50 3,47 3,60 3,52 0,07 0,67

Gordura (kg) 0,425 0,434 0,420 0,430 0,427 0,09 0,72

Proteína (%) 3,30 3,31 3,31 3,35 3,32 0,27 0,55

Proteína (kg) 0,396 0,407 0,395 0,398 0,400 0,08 0,70

Lactose (%) 4,26 4,22 4,25 4,20 4,23 0,02 0,13

Lactose (kg) 0,530 0,537 0,526 0,516 0,527 0,01 0,51

Sólidos totais (%) 11,94 11,86 11,88 11,96 11,91 0,07 0,78

Sólidos totais (kg) 1,463 1,490 1,450 1,448 1,462 0,27 0,68

Extrato seco desengord. (%) 7,56 7,53 7,56 7,55 7,55 0,29 0,85

Extrato seco desengord. (kg) 0,927 0,845 0,922 0,914 0,902 0,02 0,65

Relação gordura/proteína 1,07 1,06 1,05 1,07 1,06 0,02 0,88

Cont. de cel. somát. (x1000) 269,1 345,7 265,0 271,8 278,9 37,5 0,34

Uréia (%) 14,34 13,92 14,20 14,00 14,11 0,22 0,52

Relação leite/concentrado 1,97 2,00 1,96 1,93 1,96 0,03 0,58

Relação LCG/concentrado 1,95 1,98 1,93 1,94 1,97 0,03 0,73

1 – Erro padrão da média; 2 – Probabilidade.

Tabela 6. Substituição do milho por FGM-21 para vacas leiteiras mantidas em pastagens

Font

e: M

arti

nez

et a

l.,

(dad

os n

ão p

ublic

ados

)

Nut

rição

24

Page 25: Download Issue 33040

11

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

25

ou seco) substituiu apenas o

concentrado, sendo incluído nas

do-ses entre 10 a 40% da MS das

dietas. O consumo não foi afetado

pelo FGM-21 em três estudos, foi

aumentado em um e reduzido em

um. A produção de leite corrigido

para gordura não foi alterada em

dois dos estudos, aumentou em

dois e diminuiu em um deles.

No estudo em que houve efeito

negativo na produção de leite,

este ocorreu apenas na compara-

ção na qual o FGM-21 foi incluído

em dose alta na dieta (40% da

MS). Nesse caso, também houve

redução no CMS.

Por outro lado, foram encon-

trados 6 estudos em que o FGM-

21 substituiu parte do volumoso e

parte do concentrado, sem efeito

no consumo e na produção de

leite corrigido para gordura em 5

dos estudos. Em apenas um estu-

do, houve aumento no consumo e

produção de leite corrigido para

gordura.

Estudos conduzidos recente-

mente no Departamento de Zoo-

tecnia da ESALQ, com vacas ali-

mentadas com silagem de milho

(Tabela 5), ou mantidas em pas-

tagens de capim elefante, mane-

jadas intensivamente (Tabela 6),

resultaram em dados concor-

dantes com os acima citados.

Nota-se que o consumo, a

produção de leite e de leite cor-

rigido para gordura não foram

alterados pelos tratamentos. A

substituição do milho por FGM-

21 resultou em aumento linear

no teor de gordura e redução no

teor de proteína do leite. O au-

mento no teor de gordura do leite

pode ser explicado por um efeito

conjunto de redução no teor de

amido e aumento no teor de fi-

bra da dieta. Da mesma maneira,

a redução no teor de amido da

dieta pode explicar em parte a

redução no teor de proteína do

leite. Pela Tabela 5, podemos

concluir que vacas leiteiras, com

produção ao redor de 25 kg de

leite/d, quando alimentadas com

silagem de milho, podem rece-

ber concentrado contendo polpa

cítrica e FGM-21 em partes iguais

e sem milho, sem que haja queda

no consumo e produção de leite.

Essa prática permite reduzir os

custos de alimentação das va-

cas, especialmente durante a

entresafra do milho, quando o

custo do grão é elevado e dos

subprodutos é baixo.

Pode-se concluir, então, que

o FGM-21, tanto na forma úmida,

como seca, quando utilizado em

substituição parcial ao concen-

trado ou ao concentrado e volu-

moso, não tem grande efeito no

desempenho de vacas leiteiras

e pode se constituir em uma al-

ternativa de custo vantajoso em

relação à mistura milho mais

farelo de soja.

Farelo de Trigo

Características do produto

Da produção da farinha de tri-

go para consumo humano resul-

tam vários subprodutos, dentre

eles o farelo, o gérmen e frações

de aleurona do grão. Todos esses

subprodutos são adequados para

a alimentação animal, porém

apenas o farelo de trigo tem im-

portância comercial no Brasil. De

cada tonelada de trigo processa-

do, 70 a 75% são convertidos em

farinha, e o restante, 25 a 30%,

é transformado em subproduto,

com uso potencial na alimenta-

ção animal.

Como o objetivo do processa-

mento industrial é obter a farinha

– esta basicamente constituída

por amido –, o farelo de trigo

concentra quase a totalidade

dos minerais e vitaminas dos

grãos, com teores relativamente

constantes.

A Tabela 7 apresenta a com-

posição bromatológica do farelo

de trigo. Sua proteína apresenta

alta degradabilidade, e o alimen-

to, como um todo, apresenta alta

Page 26: Download Issue 33040

degradabilidade inicial, quan-

do comparado com outros sub-

produtos. Sua fibra apresenta

efetividade mediana, quando

comparada com as forragens,

porém mais alta que a maioria

das fibras dos alimentos concen-

trados.

Desempenho de vacas

leiteiras alimentadas

com farelo de trigo

A literatura é carente em da-

dos de comparação do farelo de

trigo com outras fontes energé-

ticas, especialmente o milho.

Apesar de ser grandemente

usado na alimentação de gado

de corte, a quantidade de farelo

de trigo que pode ser usada nas

rações de vacas leiteiras ainda

não está totalmente definida.

Freqüentemente, a quantidade

usada é limitada a ¼ do con-

centrado, por questões ligadas à

palatabilidade e ao desempenho

animal. Com relação à palatabili-

dade, a peletização ameniza esse

problema em misturas com altas

quantidades de farelo de trigo.

Por causa da alta digestibili-

dade, o farelo de trigo tem sido

usado, principalmente, para

substituir grãos de cereais. É co-

mumente utilizado como fonte

de energia e proteína em concen-

trados comerciais para vacas em

lactação. A energia contida no

farelo de trigo é similar à contida

nos grãos, entretanto, a energia

está na forma de fibra digestível,

e não na forma de amido. A pro-

teína bruta do farelo de trigo é

extensivamente degradada rú-

men e promove poucos aminoáci-

dos para o abomaso em relação a

outras fontes de subprodutos de

alta energia. Entretanto, a apa-

rente baixa energia contida no

farelo de trigo, comparado com o

milho, era contrabalançada pela

variação benéfica na ingestão de

Nutriente NRC (2001) Blasi et al (1998)

Matéria seca 89,3 88,3

Proteína bruta 18,5 18,13

Proteína não degradável (% PB) 20,7 -

Proteína degradável (% PB) 79,3 -

Extrato Etéreo 4,5 3,7

FDN 36,7 39,7

FDA 12,1 13,54

Celulose (FDA – Lignina) 7,9 -

Hemicelulose (FDN – FDA) 24,6 -

Lignina 4,2 -

Carboidratos não estruturais5 35,6 -

Amido - 25,65

NDT6 73,3 73,0

Energia Líquida de Lactação7 1,67 -

Energia Líquida de Manutenção 1,80 -

Energia Líquida de Ganho 1,18 -

Matéria Mineral 5,0 5,18

Ca 0,16 0,131

P 1,02 1,07

Mg 0,42 0,50

K 1,38 1,34

Cl 0,10 -

Na 0,03 0,035

S 0,18 0,21

Cu (mg/kg) 10 12,95

Fe (mg/kg) 158 140

Mn (mg/kg) 125 158

Se (mg/kg) 0,46 9

Zn (mg/kg) 91 83

Tabela 7. Composição bromatológica média do farelo de trigo

Nut

rição

26

Page 27: Download Issue 33040

Tabela 8. Desempenho de vacas leiteiras recebendo farelo de trigo na dieta

TratamentosEPM

Pr>F

TRG0 TRG10 TRG20 linear desvio

Leite (kg/d) 31.88 32.19 30.87 0.2615 0.0088 0.0152

LCG 3,5 (kg/d) 27.91 27.89 26.52 0.4015 0.0185 0.1803

IMS (kg/an./d) 21.23 23.03 22.34 0.2850 0.1101 0.0697

Composição do Leite

Gordura (%) 2.70 2.75 2.60 0.0410 0.0906 0.0655

Gordura (kg/d) 0.86 0.88 0.81 0.0181 0.0460 0.0449

Proteína (%) 3.07 3.09 3.06 0.0199 0.8680 0.2927

Proteína (kg/d) 0.98 0.97 0.94 0.0114 0.0126 0.2748

Lactose (%) 4.47 4.45 4.44 0.0165 0.1510 0.7710

Lactose (kg/d) 1.43 1.44 1.37 0.0140 0.0063 0.0431

Sólidos totais (%) 11.21 11.24 11.10 0.0734 0.2852 0.3336

Sólidos totais (kg/d) 3.60 3.58 3.42 0.0437 0.0045 0.1899

NUL (mg/dL) 14.57 15.02 15.34 0.2020 0.0097 0.7901 Font

e: P

edro

so e

t al

. (2

005)

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

27

forragem e/ou digestibilidade.

O consumo de vacas alimen-

tadas com farelo de trigo, em

substituição ao milho, em até

60%, tende a ser igual ao obser-

vado nas dietas controle, for-

muladas com base em farelo de

soja, milho moído e silagem de

milho. Por outro lado, em relação

ao refinasil e à casca de soja, o

consumo tendeu a ser diferente.

Entretanto, quando o farelo de

trigo substituiu substancialmente

a forragem (15%), houve aumento

no consumo.

Vacas que recebem dieta com

farelo de trigo podem apresentar

maior concentração ruminal de

TRG 0= 20% milho moído finoTRG 10= 10% milho moído fino + 10% farelo de trigoTRG 20 = 20% farelo de trigoPr>F= probabilidade de haver efeito significativo entre os tratamentos

EPM= erro padrão da médiaLCG 3,5= leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%IMS= ingestão de matéria secaNUL= nitrogênio uréico no leite

Farelo de trigo

Page 28: Download Issue 33040

amônia do que aquelas ali-

mentadas com dieta alta em for-

ragem. A concentração foi sem-

pre acima de 11 mg/dL, sendo

adequado para síntese de pro-

teína microbiana e digestão do

alimento. Também, a digestibili-

dade do nitrogênio aumentou de

55 para 61,9%, quando o farelo de

trigo esteve presente na dieta.

Em substituição ao milho, a

produção de leite se manteve

inalterada com a utilização de

farelo de trigo, em até 45% do

concentrado. Quando a inclusão

foi entre 45 e 60%, a produção

de leite reduziu. Em combina-

ção com refinasil e casca de soja,

com dois níveis de farelo de trigo

na dieta, a produção de leite foi

mantida, embora o teor de gor-

dura houvesse diminuído.

O teor e a produção de gor-

dura do leite aumentaram linear-

mente, à medida que se aumen-

tou a proporção dos subprodutos

farelo de trigo, grãos destilados

e caroço de algodão, associa-

dos a diferentes níveis de milho

de alta umidade. Entretanto, a

maior percentagem de gordura

do leite foi observada quando se

forneceu dieta sem subprodutos

e com baixo teor de milho de

alta umidade. Por outro lado,

outros estudos não observaram

efeito sobre a produção e com-

posição do leite, em dieta con-

tendo 22,38% de farelo de trigo,

com igual quantidade de casca de

soja, farelo de glúten de milho ou

34,5% de milho moído. Alguns es-

tudos demonstraram tendência

para maior teor de gordura para

vacas consumindo casca de soja,

em relação ao farelo de trigo. A

lactose e os sólidos totais desen-

gordurados tendem a ser maiores

para a dieta com farelo de trigo.

Em estudo recentemente con-

duzido na ESALQ, observou-se que

a substituição dos grãos de milho

pelo farelo de trigo, em dietas de

vacas leiteiras em confinamento,

produzindo em torno de 30 kg/

leite/dia, com o nível mais alto

de inclusão, foi desvantajosa. No

entanto, no nível intermediário

de substituição, observou-se

aumento na produção de leite,

sem alteração nos parâmetros de

composição do leite. Nesse caso,

quando o custo de aquisição do

subproduto for competitivo em

relação ao milho, sua utilização

pode ser uma alternativa interes-

sante em sistemas de produção

de leite.

Quando a palatabilidade não

é problema, o farelo de trigo

pode ser incorporado facilmente

nas dietas de ruminantes, desde

que seja viável economicamente.

Porém, quando utilizado em

grandes quantidades na dieta, o

desempenho dos animais diminui.

Portanto, as vacas alimentadas

com dietas contendo grandes

quantidades de farelo de trigo

poderão ser beneficiadas de adi-

cional proteína não degradável

no rúmen, especialmente du-

rante o início da lactação. De

maneira geral, o farelo de trigo

pode constituir até 45% do con-

centrado, ou 25% da dieta, sem

afetar a produção e a composição

do leite. •

Nut

rição

24

Page 30: Download Issue 33040

San

idad

e

30

“CHECK-LIST” PARA CONTROLE DE MASTITE

“Check lists” ou listas de conferências podem

ser ferramentas extremamente interessantes de ge-

renciamento em uma fazenda de produção de leite.

O objetivo é revisar procedimentos ou itens impor-

tantes de processos ou programas que, muitas ve-

zes, passam despercebidos na rotina de atividades.

Infecções da glândula mamária (mastite) são

ocorrências bastante comuns em fazendas leiteiras,

e os prejuízos podem ser bem grandes quando o

problema é exacerbado. Menor produção, maior

descarte de leite, menor vida útil das vacas no re-

banho, aumento na despesa com medicamentos,

pior qualidade do leite produzido e penalizações

são exemplos de prejuízos que a mastite pode cau-

sar, quando não controlada.

O National Mastitis Council (NMC), institu-

ição global para controle de mastite e qualidade

do leite, publicou, recentemente, em seu site

www.nmconline.org uma lista completa de con-

ferência ou “check-list” para um programa de

controle de mastite. Segue abaixo o programa de

controle de mastite recomendado pelo NMC, tra-

duzido e adaptado para as condições brasileiras.

1. Estabelecimento de metas para saúde

do úbere

• Estabeleça metas realísticas para contagem

de células somáticas (CCS) e taxa de mastite

clínica do rebanho.

• Reveja as metas periodicamente, com auxílio

de pessoas capacitadas (veterinário, gerente,

técnicos de ordenha e consultores).

• Priorize mudanças de manejo para atingir as

metas.

2. Manutenção de um ambiente limpo,

seco e confortável

• Garanta o adequado uso das camas de free-

stall, assegurando o correto dimensionamento

e design, e forneça espaço adequado para o

número de vacas nos piquetes.

• Mantenha baias e piquetes limpos, secos e con-

fortáveis.

• Mantenhas as áreas de tráfego das vacas limpas

e secas.

• Certifique-se de que o sistema de ventilação

está funcionando adequadamente.

Euler RabeloMédico veterinárioPhD em Nutrição AnimalCoordenador da pós-graduação em Pecuária leiteira do ReHAgro

Page 31: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

31

• Certifique-se de que vacas a

pasto tenham áreas de des-

canso sem excesso de con-

taminação.

• Controle influências ambi-

entais prejudiciais (estresse

calórico, fuga de corrente

elétrica, etc...)

• Certifique-se de que as vacas

permaneçam em pé depois

da ordenha (forneça alimen-

to fresco e água).

3. Procedimentos adequados de

ordenha

• Examine os primeiros jatos

de leite para a detecção pre-

coce de mastite clínica e a

descida apropriada do leite.

• Certifique-se de que as tetas

estão limpas e secas antes da

ordenha.

• Aplique um desinfetante

pré-ordenha (pré-dipping),

cobrindo completamente a

pele do teto e deixe que o

mesmo permaneça por, pelo

menos, 30 segundos.

• Seque as tetas utili-

zando um papel toalha

ou um pano adequada-

mente lavado e desin-

fetado para uso único e

exclusivo de cada vaca.

• Use luvas limpas e des-

cartáveis durante a

ordenha para limitar a

propagação de mastite

contagiosa.

• Coloque o conjunto de

ordenha em até 90 se-

gundos após o início

da preparação e nivele

o conjunto de ordenha em

relação ao úbere.

• Ajuste o conjunto durante

a ordenha para prevenir en-

trada de ar e o deslizamento

de teteiras.

• Na remoção manual do con-

junto de ordenha, evite que

ocorra gotejamento de leite

pela teteira e desligue o vá-

cuo do conjunto de ordenha

antes de removê-lo.

• Aplique o desinfetante de

tetos (pós-dipping) imedi-

atamente após a remoção do

conjunto de ordenha e ga-

ranta a cobertura total dos

tetos.

• Os desinfetantes de tetos

devem ser selecionados com

base em dados de eficácia

documentada, que podem

Page 32: Download Issue 33040

• ser encontrados no site da

NMC (www.nmconline.org).

• Ordenhe por último vacas

com infecções intramamárias

contagiosas confirmadas.

4. Manutenção e uso adequado

do equipamento de ordenha

• Instale ou atualize o equipa-

mento de ordenha de acordo

com as normas ISO 5707

(“Instalações para máquina

de ordenha – Construção e

desempenho) ou de acordo

com as normas do CBQL

(Colégio Brasileiro de Quali-

dade do Leite).

• Avalie e faça a manutenção

periódica do equipamento de

ordenha, de acordo com as

recomendações do fabrican-

te e utilizando métodos de

avaliação dinâmicos e formu-

lários de registro adequados.

• Troque insufladores e outras

peças de plástico e borra-

cha regularmente, de acordo

com as recomendações do

fabricante.

• Troque imediatamente insu-

fladores e mangueiras que-

bradas ou rachadas.

• Lave e promova uma sani-

tização adequada do equi-

pamento depois de cada or-

denha.

5. Anotação e análise de dados

e eventos

• Para cada caso de mastite

clínica, anote o número da

vaca, a data da detecção,

os dias em lactação, o(s)

quarto(s) afetado(s), o núme-

ro e tipo de tratamentos, o

resultado dos tratamentos

(ex. retorno da secreção nor-

mal de leite, tempo para des-

carte de leite) e o patógeno

responsável, caso seja feita

a cultura microbiológica de

amostras de leite.

• Use um sistema manual ou in-

formatizado de análise para

gerenciar dados referentes a

CCS individual, prevalência

e incidência de mastite sub-

clínica.

6. Manejo adequado de mastite

clínica durante a lactação

• Desenvolva e programe pro-

tocolos de tratamento de

mastite clínica com a ajuda

de consultores.

• Considere, de maneira cui-

dadosa, as ramificações

econômicas de decisões rela-

cionadas a tratamentos.

• Colete uma amostra de leite,

assepticamente e pré-trata-

mento, para cultura microbi-

ológica.

• Aplique um programa te-

rapêutico apropriado: use

medicamentos de acordo

com o protocolo ou de acor-

do com a recomendação de

um veterinário.

• Antes da infusão de medica-

mentos na glândula mamária,

desinfete o teto com germi-

cida e esfregue a extremi-

dade com algodão e álcool.

• Utilize antibióticos de dose

única para infusão intrama-

mária, com inserção parcial

da cânula.

• Não trate infecções crônicas

que não respondem a trata-

mentos.

• Observe o correto período de

descarte de leite para o anti-

biótico usado, de acordo com

a bula.

• Siga as recomendações de

armazenagem de medica-

mentos e observe a data de

vencimento dos mesmos.

• Identifique, de maneira bem

visível, todas as vacas trata

San

idad

e

32

Page 33: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

11

• das, e anote todos os trata-

mentos.

• Quando necessário, faça tes-

tes do leite para substâncias

inibitórias antes da comer-

cialização.

7. Manejo adequado de

vacas secas

• Seque as vacas abrupta-

mente e aplique o tratamen-

to de vaca seca imediata-

mente após a última or

Page 34: Download Issue 33040

denha.

• Antes da aplicação da infusão

intramamária, desinfete os

tetos e esfregue a extremi-

dade dos mesmos com al-

godão e álcool.

• Trate todos os quartos de

todas as vacas com um an-

tibiótico comercial (longa

duração) específico para o

período seco e/ou um se-

lante interno.

• Use o método de inserção

parcial da cânula nos trata-

mentos de vacas secas.

• Desinfete os tetos imediata-

mente após a infusão usando

um produto para pós-dipping

efetivo.

•Promova ali-

mentação a-

dequada das vacas

secas e fortaleça

o seu sistema

imune.

•Mantenha um

ambiente limpo,

seco e confortável

para vacas secas.

O manejo do am-

biente é impor-

tante para mini-

mizar a exposição

a patógenos.

•Em situações de

exposição muito

acentuada a pató-

genos, use um se-

lante de tetos, in-

terno ou externo, para vacas

secas, além do tratamento

com antibióticos no momen-

to da secagem.

• Em rebanhos com problemas

de mastite por coliformes,

utilize vacinas com antígeno

“core”, seguindo as reco-

mendações do fabricante.

• Apare o excesso de pelos do

úbere e flancos. O chamusca-

mento do úbere pode ser útil

para garantir a retirada dos

pelos.

8. Manutenção da biosegurança

para patógenos contagiosos e

descarte de vacas com

infecções crônicas

• Avalie dados de CCS indivi-

duais e de tanque. Antes da

compra de vacas deve ser re-

alizado um exame completo

para identificar casos de

mastite subclínica.

• Se possível, antes da compra

de animais, colete asseptica-

mente amostras de leite para

cultura microbiológica.

• Separe vacas com CCS alta,

persistente por muitos me-

ses, e observe a resposta ao

tratamento de vaca seca ou

outra terapia recomendada.

• Descarte ou segregue de ma-

neira permanente vacas in-

fectadas por Stahylococcus

aureus ou outros agentes que

não respondem a tratamen-

tos (Mycoplasma, Nocardia,

Pseudomonas ou Arcanobac-

terum pyogenes).

• Avalie a saúde do úbere de

primíparas ou novilhas pre-

nhes, pois as mesmas podem

afetar a biosegurança do re-

banho.

9. Monitoramento periódico da

saúde do úbere.

• Participe de um programa de

avaliação individual de CCS

San

idad

e

34

Page 35: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

• de vacas ou use outra ferra-

menta de monitoramento de

infecções subclínicas.

• Utilize um monitor de in-

flamação, como o CMT ou

WMT, em vacas suspeitas ou

em períodos de alto risco

(ex. início de lactação).

• Monitore a distribuição de

vacas com alta CCS e as ta-

xas de mudança para alta

CCS (incidência de novos ca-

sos).

• Faça regularmente a cul-

tura microbiológica de casos

clínicos e de vacas com alta

CCS.

• Monitore a saúde de úbere do

rebanho utilizando relatórios

de softwares ou de centros

de qualidade do leite.

• Calcule periodicamente as

taxas de mastite clínica e

distribuição, com atenção

especial às infecções em

primíparas.

• Use os dados de CCS e mas-

tite clínica para avaliar pro-

tocolos e para a tomada de

decisões em relação a trata-

mentos e descartes.

10 . Revisão Periódica do

Programa de Controle de

Mastite

• Busque avaliações objetivas

de consultores em relação ao

seu programa de controle de

mastite.

• Utilize todo o time de consul-

tores de saúde de úbere dis-

ponível (veterinário, produ-

tor, gerente, ordenhadores),

para avaliar e monitorar o

programa de controle. •

Page 36: Download Issue 33040

Mer

cado

36

ÍNDICE DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE LEITE EMBRAPA GADO DE LEITE

ICPLEITE/EMBRAPA) - FEVEREIRO DE 2011

Alziro Vasconcelos CarneiroAnalista da Embrapa Gado de Leite

Lorildo Aldo StockAnalista da Embrapa Gado de Leite

Carine Leite PéresEstudante de Ciências Econômicas – UFJF

O ICPLeite/Embrapa, índice que mede a varia-

ção no custo de produção do leite, apresentou au-

mento de 2,68% em fevereiro, em comparação com

janeiro de 2011. Na figura 1 é ilustrada a evolução

do Índice nos últimos 12 meses. A base, igual a 100,

refere-se ao mês de abril de 2006. No mês de feve-

reiro, o ICPLeite/Embrapa foi 158,04. Após declínio

no primeiro semestre de 2010, o ICPLeite/Embrapa

acumulado nos últimos 12 meses contabiliza au-

mento de 4,29%.

Na Tabela 1 é apresentada a estrutura de pon-

deração para o cálculo do Índice; as variações per-

centuais calculadas para o mês de fevereiro/10 e

para os últimos doze meses. A metodologia com-

pleta está disponível na edição 21 do Panorama do

Leite em http://www.cileite.com.br/panorama/

edicao21.html.

Variações do ICPLeite/Embrapa em fevereiro

de 2011

Em fevereiro o ICPLeite/Embra-

pa foi 158,04 ante 153,92 em janei-

ro de 2011, uma variação positiva

de 2,68%. Na Figura 2 é possível no-

tar que os insumos que compõem os

grupos relacionados à alimentação

do rebanho foram os itens que mais

contribuíram para o aumento do

custo. Os aumentos no preço médio

dos insumos do grupo Concentrado

foram de 4,1%, seguido do grupo Sal

mineral, com 2,6%. Vale res

Figura 1. Evolução do Índice de custo de produção de leite -ICPLeite/Embrapa- no

período de fevereiro/2010 a fevereiro/2011. Base: abr./2006 = 100.

Fonte: Embrapa Gado de Leite

Page 37: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

37

saltar que esses dois grupos

tem elevada participação no pro-

cesso de ponderação do ICPLeite/

Embrapa.

No grupo Concentrado a alta

foi influenciada pelo aumento nos

preços da ração para vacas lei-

teiras, do fubá de milho e da pou-

pa cítrica. No grupo Sal mineral

foi devido à alta no preço do sal

comum. Em Produção e compra

de volumosos a alta foi devido,

principalmente, ao aumento nos

preços de insumos necessários

para produção silagem e ma-

nutenção de canaviais. No grupo

Energia e combustível a alta foi

influenciada pelo aumento nos

preços do álcool, que geralmente

ocorre no fim e no início de cada

ano, uma vez que a safra deste

combustível, geralmente, vai de

março até agosto.

Nos dois grupos que apresen-

taram deflação, em Reprodução a

queda foi influenciada por varia-

ções nos preços do sêmen e em

Sanidade, devido a ligeira varia-

ção nos preços de carrapaticidas

e bernicidas.

O grupo de insumos Qualidade

do leite não sofreu alteração em

seus preços.

Variação do ICPLeite/Embrapa

nos dois primeiros meses de

2011

O ICPLeite/Embrapa acumu-

lado nos dois primeiros meses de

2011 apresentou variação posi-

tiva de 4,3%. Como pode ser visu-

alizado na Figura 3, cinco grupos

apresentaram alta: Concentrado,

com taxa de 6,3%; Sal

Tabela 1.Estrutura de ponderação do índice do ICPLeite/Embrapa e variações percentuais de fevereiro/2011 em relação a

janeiro/2011, o acumulado no ano e o acumulado em 12 meses.

Índice geral e grupos Pesos fev/2011 Acumulado no ano

Acumulado em 12 meses

ICPLeite/Embrapa 100,0 2,68 4,29 9,10

Mão de obra 8,49 0,03 0,64 3,09

Produção e compra de volumosos 21,03 1,48 2,67 12,84

Concentrado 57,54 4,11 6,30 9,05

Sal Mineral 2,24 2,64 5,08 32,45

Sanidade 4,40 -0,26 -0,72 6,18

Qualidade do Leite 1,21 0,00 0,00 -1,12

Reprodução 1,50 -3,97 -3,53 -2,53

Energia e Combustível 3,57 0,34 0,68 -1,29

Figura 2. Variações percentuais do índice de custo de produção de leite, geral e por

grupos, no mês de fevereiro de 2011 em relação a janeiro de 2011.

Page 38: Download Issue 33040

mineral, 5,1%; Produção e

compra de volumosos,2,7%; En-

ergia e combustível, 0,7% e Mão

de obra, 0,6%, e dois grupos apre-

sentaram deflação: Reprodução,

com 3,5%, e Sanidade, com 0,7%.

O grupo de insumos Qualidade

do leite manteve-se estável,

não apresentando variações nos

preços.

Variação do ICPLeite/Embrapa

nos últimos 12 meses

No período dos últimos 12 me-

ses o ICPLeite/Embrapa acumula

aumento de 9,1%. É possível no-

tar na Figura 4 que o conjunto de

itens relativos a alimentação do

rebanho foram os que apresenta-

ram as maiores variações: o grupo

Sal mineral com mais de 32,5%;

Produção e compra de volumo-

sos, 12,8%; e Concentrado, 9,1%.

A alta verificada nos insumos

que formam o grupo Sal mineral

ocorreu principalmente nos in-

gredientes utilizados como fonte

de fósforo. No grupo Produção e

compra de volumosos a alta foi

devido ao aumento nos preços de

adubos e insumos utilizados para

produção silagem e manutenção

de canaviais e pastagens. No

grupo Concentrado foi devido ao

aumento nos preços dos ingre-

dientes da ração bovina, princi-

palmente milho e soja. No grupo

Sanidade, em conseqüência de

variações nos preços de medica-

mentos e vacinas de uso vete-

rinário.

Três grupos apresentaram

deflação: o grupo Reprodução,

devido a variação nos preços de

sêmen, e o grupo Energia e com-

bustível devido ao realinhamento

nos preços dos combustíveis. O

grupo Qualidade do leite man-

teve os preços dos insumos prati-

camente estáveis, com pequena

deflação nos detergentes utiliza-

dos para limpeza dos tanques de

armazenamento e equipamentos

de ordenha.•

Mer

cado

38

Figura 4. Variações percentuais do índice de custo de produção de leite, geral e por grupos,

acumulado nos últimos 12 meses (março/2010 a fevereiro/2011).

Figura 3. Variações percentuais do índice de custo de produção de leite, geral e por grupos,

acumulado em 2011 (em relação a dezembro de 2010).

Fonte: Panorama do Leite, ano 5, Nº 52, Março de 2011, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite/Embrapa Gado de Leite.

Page 39: Download Issue 33040

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Page 40: Download Issue 33040

Mer

cado

40

Fonte: Panorama do Leite, ano 5, Nº 52, Março de 2011, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite/Embrapa Gado de Leite.

PODER DE COMPRA DO LEITE

Alziro Vasconcelos [email protected]

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Litros de leite necessários para comprar insumos e serviços utilizados na pecuária de leite.

Insumos/ServiçosPreço do Leite*

Dezembro/10R$ 0,72

Janeiro/11R$0,72

Fevereiro/11R$0,72

Vaca em lactação (+12 litros) 3404 3392 3403

Diarista 41 41 49

Ração para vaca em lactação (saco 50kg) 56 58 60

Farelo de algodão (saco 50kg) 54 55 55

Sal comum (saco 25 kg) 16 15 16

Neguvon 49 53 52

Tintura de iodo a 10% (litro) 36 34 36

Remédio mastite (mastilac) 7,4 7,2 7,6

Vacina Aftosa (dose) 1,9 2,0 2,0

Uréia pecuária 52 53 57

Sulfato de amônia (saco 50 kg) 54 60 59

Detergente alcalino (limpeza ordenhadeira) 35 39 38

Óleo diesel (litro) 2,7 2,7 2,7

* Preço médio do leite tipo C pago ao produtor

Page 42: Download Issue 33040

Res

olva

, se

pude

r

42

RESPOSTA DO CASO APRESENTADO NA ÚLTIMA EDIÇÃO

Agradecemos a todos que colaboraram com as suas respostas, especialmente:

• Hugo Barth, Zootecnista, Agropecuária Barth, Castro - PR

• Francyane V. Morais, Técnica em Agropecuária e estudante de Medicina Veterinária, Uberlândia/MG

• Candida Azevedo, Sítio do Urso, Carambeí – PR

Após uma palestra sobre criação de bezerras,

em Pompéu/MG, fui procurada por um proprietário

que estava apavorado com o índice de 25% de mor-

talidade de bezerras em sua propriedade, causada

Esse quadro será respondido pela Dra. Flávia Fontes, editora da Revista Leite Integral, pois trata-se de um case real. Segue a descrição do mesmo:

NOVO CASO CLÍNICO

Page 43: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

45

principalmente por diarréias.

Em visita à fazenda, me impressionou a limpeza

do bezerreiro, dos utensílios e o zelo com que o

funcionário responsável cuidava das bezerras. Tudo

parecia funcionar perfeitamente, e eu me vi diante

de um grande desafio.

Algumas observações feitas durante a visita:

- A fazenda fazia uso de colostrômetro e banco

de colostro, sendo que apenas o colostro de alta

qualidade (verde) era congelado.

- As bezerras recebiam 2 litros de colostro no

primeiro dia de vida, sendo que as bezerras nasci-

das à noite recebiam o colostro no aleitamento da

manhã, e as que nasciam de manhã ou à tarde, no

aleitamento da tarde.

- O piso do bezerreiro era de areia de rio.

- Grande parte das bezerras iniciava com qua-

dros de diarréia nos primeiros 3 a 5 dias de vida,

e aquelas que sobreviviam apresentavam outros

episódios durante a permanência no bezerreiro.

- Foram observados também alguns quadros res-

piratórios condizentes com laringite e pneumonia.

Solução do problema:

Depois de muito pensar, minha decisão foi pas-

sar 2 dias inteiros na fazenda, observando todo o

manejo das bezerras, a fim de detectar onde estava

o “mistério” desse caso.

Vendo que tudo funcionava exatamente como

descrito pelo funcionário, observando rígidos crité-

rios de higiene, decidi desistir de procurar uma

Page 44: Download Issue 33040

causa única para o problema

e investir na ativação do sistema

imunológico das bezerras, para

que elas pudessem se “defender”

dos desafios ambientais de uma

forma geral.

É importante ter em mente

que, a fase inicial da vida das be-

zerras, em qualquer sistema de

criação, mesmo nos bem mane-

jados, é cercada de desafios. No

caso específico da Fazenda Mato

Grosso, acredito que a areia

utilizada como cama do bezer-

reiro, por ser de rio, apresente

uma alta carga de contamina-

ção microbiana, principalmente

por coliformes, que são respon-

sáveis pelos quadros de diarréia

nos primeiros dias de vida das

bezerras. Mas, acredito também,

que mudar toda a concepção da

instalação, retirando a areia,

provavelmente não soluciona-

ria completamente o problema,

além de causar grandes transtor-

nos e prejuízos financeiros à pro-

priedade.

Tendo como objetivo a esti-

mulação do sistema imunológico

e da sua capacidade de resposta,

a primeira mudança sugerida na

propriedade foi o fornecimento

dos dois primeiros litros de co-

lostro o mais rápido possível após

o nascimento, de preferência na

primeira hora. Foi recomendado

também um aumento na quanti-

dade total de colostro fornecida,

passando de dois para seis litros

nas primeiras 24 horas de vida

das bezerras, divididos em três

ou quatro fornecimentos. Para

aquelas que não conseguissem

ingerir todo o volume, foi reco-

mendada a ingestão forçada, por

meio de sonda naso-gástrica. Foi

sugerido também o fornecimento

de mais quatro litros de colostro

no 2º e 3º dias de vida das bezer-

ras, como forma de melhorar a

imunidade local da mucosa intes-

tinal.

Como forma de avaliar a colos-

tragem e identificar animais mal

colostrados e, por isso, mais sus-

ceptíveis a problemas de saúde,

foi sugerida a utilização do teste

do refratômetro, cuja descrição

encontra-se nessa matéria.

O fornecimento de leite, que

era de quatro litros por dia até o

desaleitamento, foi complemen-

tado com um produto comercial

que, além de aumentar a quan-

tidade de nutrientes para valores

iguais aos encontrados em seis

litros de leite, fornece ainda pro-

bióticos e prebióticos capazes de

melhorar enormemente a saúde

intestinal e estimular o sistema

imune.

No manejo das bezerras

doentes, foi recomendado, ao

primeiro sinal de apatia, redução

de apetite ou outros sintomas de

doença, o fornecimento 2 litros

de solução hidroeletrolítica para

hidratação oral, na mamadeira,

2 horas após o fornecimento de

leite. Foi sugerida a manutenção

dessa solução até o completo res-

tabelecimento da bezerra, e a

Res

olva

, se

pude

r

44

Page 45: Download Issue 33040

Avaliação da colostragem por meio do refratômetro

• Coletar o sangue da bezerra depois de 1 dia de nascida (desde que já tenha ingerido os 6 litros de colostro) até, no máximo, 3 dias• Anotar o número da bezerra e data da coleta.• Deixar dessorar, no suporte de isopor, por aproximadamente 7 horas• Calibrar o refratômetro com água destilada (zerar)• Secar a objetiva com papel higiênico• Pipetar o soro do tubo (cuidado para não misturar com sangue)• Colocar 1 gota na objetiva• Fazer a leitura• Fazer a anotação na planilha própria• Limpara a objetiva

Leitura

Maior que 5,5g/dl – colostragem efetivaEntre 5,4 e 5,0g/dl – colostragem moderadaAbaixo de 5,0g/dl – colostragem ineficiente

O novo caso clínico dessa edição será apresentado em nosso site.

Acesse www.revistaleiteintegral.com.br e envie sua resposta para [email protected]

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

53

ingestão forçada, por meio de son-

da, quando o consumo voluntário não

for possível.

Com essas mudanças, relativamente

simples, em pouco mais de quinze dias

a realidade da fazenda já era outra. Os

quadros de doença tornaram-se menos

severos e a mortalidade caiu para va-

lores próximos de zero. O período chu-

voso, que seria a “prova de fogo” para

avaliar se as mudanças seriam real-

mente efetivas, passou sem maiores

percalços e hoje, oito meses após a im-

plantação dos novos procedimentos, a

mortalidade é de apenas 0,2%, em um

sistema que chega, nos meses de pico,

a mais de 70 partos. •

Page 46: Download Issue 33040

Aco

ntec

eu

46

1º WORKSHOP SOBRE STRESS TÉRMICO EM VACAS LEITEIRAS

O estresse térmico ocorre quando as vacas lei-

teiras são expostas a condições ambientais de altas

temperaturas e umidade.

A Zona “Termo Neutra” ou de Conforto de uma

vaca, situa-se entre 5 e 25º C. Entretanto, o con-

forto térmico é determinado não apenas pela tem-

peratura, mas também pela umidade relativa, mo-

vimentação do ar e radiação solar.

Quando a vaca sai da zona de conforto, seus re-

cursos normais para dissipação do calor tornam-se

menos efetivos e, na tentativa de resfriar o corpo,

ela passa a salivar e suar com maior intensidade,

mas nem sempre esses mecanismos são efetivos em

evitar um aumento da temperatura corporal. O es-

tresse térmico ocorre quando a produção de calor

da vaca, somada ao calor ambiental, se tornam

maiores que a habilidade em perder calor.

O stress térmico representa uma importante

causa de prejuízos em sistemas de produção

de leite, em conseqüência, principalmente, de

Page 47: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

queda na ingestão de matéria

seca e, conseqüentemente, na

produção, acidose ruminal, de-

pressão da produção de gordura

do leite, falhas reprodutivas, pro-

blemas de casco, depressão do

sistema imunológico, mastite,

retenção de placenta, desloca-

mento de abomaso, redução do

escore de condição corporal,

dentre outras. Nos EUA estimam-

se prejuízos da ordem de US$ 897

milhões por ano em decorrência

do stress térmico.

Realizado em parceria entre

as empresas Elanco, FrontAgro

e QGN, no dia 16 de março, em

Uberlândia/MG, o 1º Workshop

sobre stress térmico em vacas

leiteiras apresentou o que há de

mais atual e relevante sobre esse

tema, reunindo grandes especia-

listas, mundialmente reconheci-

dos por seus trabalhos na área.

A Revista Leite Integral es-

teve presente no 1º Workshop

sobre stress térmico em vacas

leiteiras, realizando uma cober-

tura, em tempo real, via Twitter

(http://twitter.com//Leite_Inte-

gral). Veja abaixo alguns dados e

recomendações apresentados em

cada uma das palestras:

Consequências do stress

térmico na eficiência produtiva

e reprodutiva de vacas leiteiras

(Dr. Andrew Holloway, consultor

técnico da Elanco Animal Health

na região nordeste dos EUA)

• 8 em cada 10 vacas em

lactação apresentam tempera-

tura retal maior que 39,2º C, em

climas tropicais.

• Em estresse calórico as

taxas de respiração são superi-

ores a 80 movimentos por minu-

to, o que representa um gasto

expressivo de energia para dissi-

pação de calor, afetando negati-

vamente a produção de leite.

• O estresse calórico tam-

bém pode levar a reduções de

até 10% no consumo de matéria

seca, com conseqüente redução

na produção de leite.

• Observa-se uma redução

na expressão do cio (4,5 X 8,6

montas no verão e inverno,

respectivamente) em conseqüên-

cia do calor.

• A hipertermia pode levar

ainda à distocia fetal, aumento

na incidência de retenção de pla-

centa e qualidade reduzida do

colostro

• A evaporação (aumento

da freqüência respiratória e suor)

é, fisiologicamente, o método

mais importante de perda de ca-

lor. Entretanto, existe um grande

gasto de energia associado à

evaporação.

• Os método não-evapora-

tivos de perda de calor são: ra-

diação, condução e convecção.

• O fornecimento de som

Page 48: Download Issue 33040

Aco

ntec

eu

48

bra para os animais é uma for-

ma muito eficiente de reduzir a

temperatura ambiente e impedir

o ganho de calor por radiação.

• Ao contrário da radiação,

a condução necessita de contato

físico para que haja perda de

calor. Ex: cama de areia limpa e

fresca

• Outra forma de perda de

calor por condução e radiação é

molhar as vacas.

• A convecção é a remoção

de calor pela movimentação do

ar, devido à diferença entre a

temperatura da pele e do ar. Ex:

ventiladores

Mecanismos de resfriamento e

seus efeitos sobre a eficiência

produtiva e reprodutiva de va-

cas leiteiras (Dr. Israel Flamen-

baum, PhD, consultor internacio-

nal, especialista em manejo de

gado leiteiro em climas quentes)

• O calor é hoje o fator de

maior peso na perda de produção

de leite no mundo, superando in-

clusive as mastites.

• Vacas resfriadas nos últi-

mos 60 dias da gestação produzi-

ram 500 litros a mais de leite na

lactação subseqüente.

• O custo médio anual para

resfriamento de vacas em Israel é

de 50US$.

• Aumentos de apenas 5%

na produção e na eficiência nu-

tricional, em função do resfria-

mento, representam um ganho

de 145US$/vaca/ano.

Manejo reprodutivo de

vacas leiteiras de alta produção

(11.000 kg/lactação) em Israel

(Daniel Hojman, Ms.Sc.Agr.,

especialista em gado leiteiro na

SAE Afikim)

• A ineficiência reprodu-

tiva é um problema multifatorial,

com influências genéticas, bi-

ológicas, ambientais e de mane-

jo.

• A condição corporal da

vaca no momento da insemina-

ção tem influência significativa

na taxa de prenhez.

• Um correto manejo exige

que o ECC seja avaliado ao parto,

no pico de lactação, aos 200 dias

de lactação e na secagem.

• O estresse calórico re-

duz circulação em aparelho di-

gestório, útero e úbere, redu-

zindo a absorção de nutrientes e

a produção de leite.

Stress calórico em vacas

leiteiras e medidas nutricio-

nais de controle (Dr. André

Ostrensky, professor da Puc do

Paraná)

• A água é o nutriente

mais importante para vacas lei-

teiras, principalmente, quando

em stress calórico.

• Muita atenção com sila-

gem de grão úmido: dar prefe-

rência a fontes de amido de di-

gestão mais lenta para vacas em

stress calórico.

• Explorar o uso de

lipídeos, concentrar a energia,

utilizar monensina, propilenogli-

col e antioxidantes em períodos

de stress calórico.

• Atenção ao ba-

lanceamento de microminerais e

vitaminas A, D, E.

• Utilizar fontes de selênio

orgânico.

• Garantir ingestão de bi-

carbonato de sódio: 1% da IMS

para vacas em estresse calórico.

• O uso de leveduras tam-

bém pode ser considerado no

manejo para controle dos efeitos

do estresse calórico.

• Medidas de manejo para

reduzir os efeitos do stress tér-

mico sobre a ingestão de alimen-

tos: fornecimento de alimentos

frescos, aumento do número de

tratos, limpeza dos cochos, reti-

rada de sobras, conforto da área

de cocho. •

Page 49: Download Issue 33040

49

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

CONFIRA O RESULTADO DO 1º LEILÃO ANUAL TRUE TYPE – FAZENDA SÃO JOÃO

No dia 19 de março, aconteceu, em Inhaúma/

MG, o 1º Leilão Anual True Type - Fazenda São João.

Participaram como convidados a Fazenda Santa

Luzia, do Grupo Cabo Verde, a Fazenda Santa Maria

do Brejo Alegre, de Pedro Luis Nunes, e a Tropical

Genética.

Foram comercializadas 109 bezerras, 96 novi-

lhas prenhes e 23 vacas. O evento teve comprado-

res dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e

Pernambuco. O maior comprador do leilão foi Edu-

ardo Jorge Leucena da Silveira, do estado de Per-

nambuco.

O sucesso do Leilão pode ser avaliado pelo

faturamento total de R$ 1.307.559,00, com 100%

dos animais vendidos. O preço médio de venda foi

de R$ 5.735,00, sendo as bezerras vendidas ao preço

médio de R$ 3.942,00, as novilhas a R$ 6.690,00 e

as vacas a R$ 10.239,00.

A True Type e a Fazenda Santa Maria do Brejo

Alegre adquiriram da Tropical Genética 50% da vaca

Lindóia Fancy Paul Fundão; doadora consagrada, já

testada e comprovada na produção de embriões e

na produção de belas bezerras; que fará parte do

projeto de produção de embriões entre as três em-

presas. Trata-se de uma vaca livro fechado, com

lactação de 8.717,38 Kg em 312 dias.

A True Type – Fazenda São João já marcou o

leilão de 2012, novamente no mês de março, com

muitas novidades e surpresas, além de animais cada

vez mais apurados geneticamente. •

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50

Info

rme

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rio

SELÊNIO ORGÂNICO NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES:

podemos esperar benefícios além da saúde animal?

Novas evidências de melhoria na qualidade do leite e da carne

Por Matthieu Baulez & Laurent DussertLallemand Animal Nutrition (Blagnac, França)

Pontos-chave• Devido aos baixos níveis de selênio (Se) observados na maioria dos solos, nutricionistas e demais

pequisadores indicam a suplementação deste elemento para ruminantes.• O selênio orgânico (levedura selenizada) é mais biodisponível que sua forma mineral (selenito ou

selenato) para suplementação dietética, além de ser mais eficiente em promover maior nível de Se nos tecidos ou sistemas do organismo dos animais.

• A suplementação com levedura selenizada para ruminantes promove maior concentração de antioxi-dantes nos animais, melhores índices reprodutivos, maior transferência de Se para as crias e melho-ria na saúde (decréscimos na contagem de células somáticas no leite e menores riscos de mastite)

• Decobertas recentes demonstram que animais de corte que foram suplementados com Se orgânico melhoraram a capacidade antioxidante da carne, melhor aproveitamento (menor perda por goteja-mento) e melhoria na qualidade organoléptica da mesma.

• A suplementação com levedura selenizada para vacas leiteiras aumentou o Se no leite e sua capaci-dade antioxidante, resultando em benefício à saúde humana (alimento funcional).

A suplementação com selênio (Se) é bastante di-

fundida para vacas leiteiras, gado de corte e peque-

nos ruminantes. A pesquisa científica demonstra

que há, com isso, melhoria na capacidade antioxi-

dante, na imunidade (em vacas leiteiras isso é tra-

duzido em menos casos de mastite) e na fertilidade.

A suplementação de vacas ainda melhora a trans-

ferência da imunidade passiva para os bezerros(as).

Dentre as várias fontes de Se disponíveis, a leve-

dura selenizada aparece com a melhor delas para

qualquer que seja a espécie animal, devido à sua

biodisponibilidade superior. Ela é a fonte mais efe-

tiva em melhorar o nível de selênio no sangue, no

músculo e no leite de animais suplementados.

Além da revisão dos benefícios do Se orgânico

na saúde de ruminantes, relataremos os dados mais

recentes do efeito da suplementação com levedura

selenizada nos produtos de origem animal, desta-

cando o fato de que além da saúde e desempe-

nho dos animais, o Se orgânico repercute no leite

e carne, melhorando a capacidade antioxidante e

qualidade destes e promovendo benefícios adicio-

nais para o produtor e, ainda mais importante, para

o consumidor.

Page 51: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

51

Como aumentar o suprimento

de selênio?

Pesquisadores consideram

que, na maior parte do globo

terrestre, a ingestão de selênio

dietético, tanto para humanos,

quanto para animais, está abaixo

do nível para promover proteção

antioxidante. Em função do Se

entrar na cadeia alimentar so-

mente por meio de consumo de

plantas que convertam sua for-

ma inorgânica ou mineral em Se

orgânico e dos baixos níveis de

Se que são encontrados na maio-

ria dos solos da Terra (Oldfield,

2002), quantidades insuficientes

deste mineral essencial são en-

contrados em forragens e cereais.

Por isso, a maioria dos nutri-

cionistas recomenda sua suple-

mentação dietética. Duas formas

de Se suplementar estão dis-

poníveis:

• Forma mineral, como se-

lenito ou selenato de só-

dio;

• Forma orgânica, como

levedura enriquecida com

selênio, que contém o Se

ligado a aminoácidos (sele-

nometionina, selenocisteí-

na). Ao contrário da forma

mineral, a forma orgânica

é aquela encontrada em

vegetais e é prontamente

disponível para os animais

(sobre levedura seleni-

zada, veja o texto ao final

deste documento).

Inúmeros estudos demonstram

que, quando providas quanti-

dades equivalentes de selênio na

forma inorgânica ou orgânica, a

última promove maiores níveis

sanguíneos, teciduais e no leite,

provando a biodisponibilidade su-

perior da forma orgânica (Figuras

1-A e 1-B).

Qual a quantidade de selênio

que os ruminantes precisam?

Há diferenças no requerimen-

to dos animais, que foram men-

surados em experimentos e cujas

quantidades são necessárias para

que o animal atinja o desempe-

nho em condições reais, incluindo

a margem de segurança para con-

siderar a variação na ingestão de

alimento, composição do mesmo

e nível de produção que se busca.

Em 2001, o NRC (National Re-

search Council) aumentou o nível

recomendado de Se para vacas

leiteiras para 0,3 mg/kg MS in-

gerida.

Por exemplo, com base nesta

recomendação, as seguintes in-

clusões - apresentadas na tabela

Figura 1. Efeito da forma de Se suplementar (inorgânica vs. levedura selenizada) no nível de Se do animal.

B: leite – 0,3 mg/kg MS de Se suplementar por 90 dias (Weiss & Hogan, 2005).

A: músculo – 0,3 mg/kg MS de Se suplementar por 210 dias (Universidade de Padova, 2010).

Page 52: Download Issue 33040

a seguir - são indicadas quan-

do utilizado o Alkosel® R397

como fonte de selênio (Alkosel®

R397 contém > 2000 ppm de Se

orgânico – essencialmente como

selenometionina).

A suplementação de Vitamina

E e de selênio são normalmente

combinadas, uma vez que ambas

têm ações antioxidativas comple-

mentares: Vitamina E tem papel

de proteção das paredes celula-

res, enquanto o Se, via sistema

glutationa peroxidase, atual in-

tracelularmente.

Quais os benefícios na saúde de

vacas leiteiras e bezerros(as)?

O selênio tem papel crucial e

sistêmico no organismo animal.

Os benefícios na saúde dos ani-

mais suplementados com Se são

bastante reconhecidos:

…Melhoria da função e

resposta imune…

Em vacas em lactação, a su-

plementação com Se e vitamina

E reflete diretamente na redução

da contagem de células somáti-

cas (CCS) no leite e prevenção

da mastite subclínica. A mastite

é usualmente descrita como sen-

do a doença de maior custo na

produção leiteira (Weiss et al.,

1990).

A suplementação de vacas

leiteiras com levedura seleniza-

da pode ajudar a reduzir a CCS

no leite de maneira mais efici-

ente que o selenito, como de-

monstrado no estudo de Malbe et

al. (1995), na Figura 2.

Smith et al. (1997) correla-

cionaram o efeito do Se à capaci-

dade antioxidante do neutrófilo,

a célula imunológica circulante

que atua na resposta primária

contra patógenos. Quando esta

capacidade antioxidante é li-

mitada, o tempo de vida destas

células imunes é reduzido e a in-

fecção se estabelece ou a severi-

dade da mesma pode aumentar.

…Melhoria da função

reprodutiva…

52

Info

rme

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rio

Vacas leiteiras Bezerros(as)/Novilhos(as) Gado de corte

Estágio de crescimento ou lactação

De 6 a 8 semanas pós-parto até os 100 dias

de lactaçãoCria e recria Engorda

Inclusão (g de Alkosel/t de ração

100 - 200 g/t*(0,2 - 0,4 ppm de Se)

100 - 200 g/t*(0,2 - 0,4 ppm de Se)

50 - 150 g/t*(0,1 - 0,3 ppm de Se)

Benefícios reconhecidos da levedura selenizada

Animal: • Redução no risco

de mastite e CCS do leite;

• Redução nos casos de retenção de placenta;

• Melhor fertilidade.

Consumidor:• Aumento do Se no

leite e capacidade antioxidante.

Animal:• Melhoria na resposta

imune;• Maior desenvolvimento

muscular;• Risco reduzido de ocor-

rência de deficiências musculares (doença do músculo branco, miopatias, ...).

Animal: • Maior resistência ao

estresse.

Consumidor: • Melhoria da capaci-

dade oxidativa e qual-idade organoléptica dos cortes cárneos (coloração e maciez);

• Redução da perda por gotejamento.

Page 53: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

53

o Selênio reduz a incidên-

cia de retenção de placenta: A

retenção de placenta ocorre em

9-20% dos partos nos EUA, custan-

do milhões para a indústria do

leite. Antigamente considerada

como multifatorial, a relação

entre retenção de placenta e a

deficiência de selênio e vitamina

E foi estabelecida em 1969. Até

hoje, cerca de 20 revisões bibli-

ográficas avaliaram o benefício

do selênio, vitamina E ou ambos

na diminuição da incidência de

retenção de placenta. A suple-

mentação de selênio e vitamina

E foi positiva em 2/3 dos casos.

o Selênio melhora a fer-

tilidade: Inúmeras publicações

científicas concluíram que a defi-

ciência de selênio e/ou vitamina

E tem impacto negativo na saúde

reprodutiva e desempenho de va-

cas leiteiras.

…Melhoria do nível de selênio em

bezerros(as)…

Em 2005, um estudo condu-

zido pele equipe do Dr. Bill Weiss,

da Ohio State University, EUA,

avaliou o efeito da suplemen-

tação com levedura selenizada

(Alkosel® R397) sobre o nível de

selênio no leite das vacas e no

sangue de suas crias (0,3 ppm de

Se como selenato de sódio vs. 0,3

ppm de Se como

Alkosel®).

Quando com-

parada à fonte

inorgânica de

selênio, a leve-

dura selenizada

Alkosel® R397

aumentou signi-

ficativamente o

nível de selênio

no soro sanguí-

neo das vacas,

bem como no

leite e colostro.

Também houve

efeito positivo

em transferir o

Se aos bezer-

ros, tanto na

gestação, como

também pelo alei-

tamento, com con

Figura 2. Levedura selenizada é mais efetiva que o selênio inorgânico para elevar o nível sanguíneo deste elemento e tem a capacidade de reduzir a CCS no leite (Malbe et al., 1995).

Figura 3. A levedura selenizada aumentou significativa-mente os níveis de selênio no leite e no colostro (A). A fonte orgânica de selênio ofereceu melhor transferência deste elemento para as crias, primeiro por meio da pla-centa e depois pelo colostro (B). Fonte: Weiss & Hogan, 2005.

Page 54: Download Issue 33040

sequente vantagem para a

saúde dos mesmos.

Além da saúde animal,

podemos esperar benefícios na

qualidade do leite e da carne?

Já vimos que a suplementa-

ção com selênio é importante

para a saúde e fertilidade, es-

pecialmente em animais de alta

produção que estão mais sujeitos

ao estresse oxidativo. Os mesmos

benefícios podem ser observados

com maior qualidade para o con-

sumidor. De fato, inúmeros estu-

dos científicos demonstram que

a suplementação com levedura

selenizada leva ao aumento nos

níveis de Se, consequentemente,

aumento da capacidade anti-

oxidante dos produtos de origem

animal: leite e carne.

Considerando que os pesqui-

sadores creem que o Se de nossa

alimentação está em níveis subó-

timos na maior parte dos países

do Mundo (em 2001, Combs Jr.

estimou que entre 500 milhões

e 1 bilhão de pessoas da Terra

têm deficiência deste mineral!),

o suprimento de Se pelo leite e

pela carne poderia ajudar bas-

tante este problema nutricional

ao prover produtos enriquecidos

com selênio.

…Melhoria na qualidade

da carne…

Novas descobertas baseadas

em recente estudo conduzido na

Universidade de Padova (Itália)

em 2010 demonstraram que a

levedura selenizada melhorou a

qualidade no processamento das

carnes e suas propriedades or-

ganolépticas, quando comparada

à fonte de Se inorgânico.

Este estudo foi conduzido em

um confinamento comercial com

animais da raça Charolês, duran-

te 210 dias. A qualidade da carne

sendo testada após 5 ou 10 dias

de maturação.

Primeiramente, este estudo

demonstrou que, comparada

à fonte inorgânica, o Alkosel®

aumentou significativamente o

nível de Se no animal (maiores

concentrações de Se no sangue

e tecido animal), confirmando a

maior biodisponibilidade desta

forma orgânica de selênio (Figura

1-A).

Ainda mais interessantes

foram os resultados de melhoria

na qualidade da carne (Figura 4):

• A levedura selenizada re-

duziu a perda por goteja-

mento durante a matura-

ção, promovendo maior

rendimento para a indús-

tria (Figura 4-A).

• A levedura selenizada

aumentou aspectos de-

sejáveis na carne (cor e

brilho), um importante

critério para decisão de

compra do consumidor e

parte da qualidade orga-

noléptica deste alimento

(Figura 4-C).

• A levedura selenizada au

54

Info

rme

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licitá

rio

Figura 4 – A suplementação com levedura selenizada aumentou consideravelmente a qualidade da carne se compara à fonte de selênio mineral. Fonte: Universidade de Padova, 2010.

Page 55: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

55

• mentou a maciez da carne

(inversamente proporcio-

nal à força de cisalhamen-

to), outra qualidade orga-

noléptica chave, descrita

como sendo o primeiro cri-

tério de escolha do con-

sumidor (Figura 4-B).

…Melhoria no poder antioxidante

do leite…

Para elevar a concentração

de selênio no leite é muito im-

portante a fonte de Se suplemen-

tar: enquanto o Se inorgânico

aumenta o Se sanguíneo, sem

se traduzir em aumento na con-

centração do mineral no leite, o

selênio orgânico apresenta uma

excelente curva de dose e res-

posta (Figura 5).

Devido à elevada biodisponi-

bilidade, a levedura selenizada

é uma boa fonte de selênio para

aumentar o nível deste elemento

no leite: por exemplo, em estudo

desenvolvido em 2005, Weiss &

Hogan demonstraram o dobro de

aumento do Se no leite com Alko-

sel®, comparada à fonte mineral

(Figura 1-B).

Do ponto de vista de saúde hu-

mana, considera-se que a média

de consumo de selênio é de 30-35

µg/dia, enquanto a recomenda-

ção diária seria de 55 µg/dia na

Europa (70 µg/dia nos EUA). O

aumento no conteúdo de

Por que a maior capacidade antioxidante pode afetar a qualidade da carne?

O tecido com boa proteção contra oxigênio e bactérias:

• A luz é refletida eficientemente por uma pequena parte do tecido.

• Os pigmentos não são afetados.• Alguns pigmentos são visíveis, o músculo é

brilhante e com coloração vermelha intensa.

Boa qualidade da carne

Substâncias oxidantes afetam a integridade tecidual, induzindo a perda de água da gordura e de células musculares:

• Oxigênio e bactérias podem penetrar com facilidade no músculo, os pigmentos e outros components são alterados.

• A luz é refletida de forma deficiente pelo músculo.

• Quantidade importante de pigmentos oxidados são visíveis. A carne apresenta-se com colora-ção marrom.

Carne de qualidade ruim

Page 56: Download Issue 33040

56

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Se no leite de 19 para 30 µg/L,

poderia proporcionar incremento

de 6 µg/dia, ou seja, cerca de

20% da atual deficiência.

Conclusão

A suplementação com selênio

é essencial para os ruminantes

aumentarem sua capacidade an-

tioxidante, imunidade, saúde e

transferência de Se da mãe para

a cria. Se a levedura selenizada

é reconhecida por sua ótima

biodisponibilidade (em 2008, o

painel da EFSA reconheceu que

a levedura selenizada pode pro-

porcionar o dobro do nível de Se

da forma mineral proporciona

para o consumo humano) com

efeitos na imunidade, na fertili-

dade, no desempenho e na saúde

dos animais, os dados apresenta-

dos demonstram que esta forma

orgânica pode trazer também

benefícios adicionais ao produ-

tor, à indústria processadora

de alimentos e ao consumidor.

A suplementação com levedura

selenizada permite elevar o con-

teúdo de Se no produto animal e

aumentar a capacidade antioxi-

dante, diminuindo problemas de

saúde, mas também melhorando

a qualidade da carne, numa boa

exemplificação de benefício ‘do

campo à mesa’ de um aditivo nu-

tricional natural.

Sobre a levedura selenizada

Como as plantas, também

as leveduras (Saccharomyces

cerevisiae) têm a habilidade de

converter o selênio sob a forma

mineral na sua forma orgânica

(selenometionina, selenocisteí-

na) durante sua fermentação.

Com base nisto e com o conhe-

cimento da empresa em fermen-

tação de leveduras, a Lallemand

Animal Nutrition desenvolveu o

Alkosel® R397, um produto da

levedura rico em selênio ligado

organicamente, produzido com

os mais altos padrões de quali-

dade.

O Alkosel® R397 é oriundo de

uma cepa específica de levedura,

S. cerevisiae R397, selecionada

especialmente por sua habilidade

de incorporar grande quantidade

de selênio. Esta cepa de leve-

dura cresce na presença de quan-

tidades específicas de selênio

inorgânico, por meio de um pro-

cesso muito bem controlado.

Este processo de produção

específico garante alto nível de

selênio orgânico (mais de 98% do

Se é incorporado a certos ami-

noácidos, a maior parte é sele-

nometionina), para ótima biodis-

ponibilidade e eficácia. Alkosel®

R397 está disponível para todas

as espécies de animais. •

Referências Bibliográficas

COMBS JR, G.F. 2001. Br. J. Nutr. 85(5):517-547.MALBE, M.; KLAASSEN, M.; FANG, W.; MYLLYS, V.; VIKERPUUR, M.; NYHOLM, K.; SANKARI, S.; SUORANTA, K.; SAND-HOLM, M. 1995. J. Vet. Med. (Ser. A). 42(2):111-121.OLDFIELD, J.E. 2002. Selenium World Atlas. ORTMAN, K.; PEHRSON, B. 1999. J. Anim. Sci. 77(12):3365-3370Scientific Opinion of the Panel on Food Additives, Flavourings, Processing Aids and Materials in Contact with Food (AFC) on a Request from the Commission on Selenium-enriched Yeast as Source for Selenium. 2008. The EFSA Journal. 766:1-43.SMITH, K.L.; HOGAN, J.S.; WEISS, W.P. 1997. J. Anim Sci. 75(6):1659-1665.WEISS, W.P.; HOGAN, J.S. 2005. J. Dairy Sci. 88(12):4366-4374WEISS, W.P.; HOGAN, J.S.; SMITH, K.L.; HOBLET, K.H. 1990. J. Dairy Sci.

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Page 57: Download Issue 33040

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Page 58: Download Issue 33040

ALTA GENETICS INICIA COMERCIALIZAÇÃO DE EMBRIÕES NO BRASIL

A partir de março de 2011 a Alta Genetics passou

a comercializar embriões no Brasil. Com o nome de

Alta Embryo, o projeto une touros e matrizes com

qualidade genética superior e a tecnologia dos me-

lhores laboratórios de fertilização in vitro do Brasil.

Com o produto, os criadores terão acesso a

prenhezes comerciais, de matrizes rigorosamente

selecionadas e acasaladas com os melhores touros

das raças de corte e leite, com o objetivo de pro-

mover uma aceleração no desenvolvimento gené-

tico dos rebanhos.

A parceria para a disponibilização do produto foi

estabelecida com a Fazenda São João True Type,

a Tropical Genética e a Agropecuária Naviraí, em-

presas que detém matrizes e reprodutores de alto

padrão genético, e com os laboratórios Vitrogen,

Invitro, Biovitro e Bio – Biotecnologia Animal.

Para Heverardo Carvalho, diretor da empresa, o

lançamento do Alta Embryo cria um marco no mer-

cado do melhoramento genético “A Alta passa a re-

unir o que existe de melhor em matrizes, reprodu-

tores e tecnologia para disponibilizar aos criadores

um produto de qualidade genética excepcional. Isso

mostra o compromisso da Alta com o resultado de

seus clientes e com a evolução da atividade da in-

seminação no Brasil. Certamente esse produto mar-

cará uma nova fase no desenvolvimento genético

brasileiro”, avalia.

Informações sobre o Alta Embryo podem ser ob-

tidas no site www.altagenetics.com.br, pelo tele-

fone (34) 3318.7777 ou ainda no twitter:

www.twitter.com/altabrasil •

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Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

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RHOELANDT COMEMORA PROJETO GIROLANDO SHOW

A Rhoelandt, quatro Vezes Criador Supremo da

Raça Holandesa, Melhor Criador Nacional, Maior

Média Vaca Dia durante 3 anos seguidos (39,7 Kg

por vaca dia) comemora agora o sucesso de suas

parcerias para a construção do Girolando altamente

produtivo. Provenientes das matrizes holandesas

com pontuações acima de 85 pontos e lactações

acima de 15.000 kg, bem como dos melhore touros

Gir Leiteiro da bateria de reprodutores da Alta Ge-

netics, a Rhoelandt comemora o nascimento desses

produtos especiais.

Em parceria com fazendas ícones na produção

de animais diferenciados como a MA SHOU TAO e a

Terras de Kubera, a Rhoelandt já conta com mais de

100 animais nascidos nas fazendas desses parceiros.

“Dá-nos um grande prazer quando analisamos

nossos 50 anos de melhoramento genético na raça

Holandês, com grandes matrizes com o mais alto

valor genético, para produzir um Girolando mo-

derno e altamente produtivo. A Rhoelandt está sa-

tisfeita de contribuir com a raça Girolando”, co-

menta Ronald Rabbers, proprietário da Rhoelandt.

“Estando diretamente ligado nas fazendas dessa

parceria, conferimos os animais nascidos, o que nos

alegra bastante por ver animais com muita homoge-

neidade, fenotipicamente maravilhosos e com um

valor genético surpreendente. São animais diferen-

ciados”, finaliza Davi Oliveira (BOI). •

Para maiores informações sobre o projeto Rhoelandt Girolando entre em contato com Ronald Rabbers – [email protected]

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Conheça os palestrantes

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL

LeiteIntegral

James K. Drackley

Professor do Departamento de Ciência

Animal da University of Illinois. Seu princi-

pal foco de trabalho é a nutrição animal,

especialmente de bezerros pré-rumi-

nantes e vacas em período de transição.

Só no Journal of Dairy Science possui 286

trabalhos publicados, sendo 34 apenas no

ano de 2010.

Linhas de Pesquisa

- Requisitos nutricionais de bezerros pré-

ruminantes

- Nutrição de ruminantes

- Metabolismo de lipídeos em vacas leiteiras,

especialmente no período de transição

- Fatores que afetam a composição do leite,

incluindo CLA

Page 61: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

61

Alguns trabalhos publicados

• Effects of feeding polyphenols

from pomegranate extract on

health, growth, nutrient diges-

tion, and immunocompetence of

calves. R.A. Oliveira, C.D. Narciso,

R.S. Bisinotto, M.C. Perdomo, M.A.

Ballou, M. Dreher, J.E.P. Santos.

Journal of Dairy Science. Septem-

ber 2010 (Vol. 93, Issue 9, Pages

4280-4291)

• The effects of feeding medium-

chain triglycerides on the growth,

insulin responsiveness, and body

composition of Holstein calves

from birth to 85 kg of body weight.

J.K. Mills, D.A. Ross, M.E. Van Am-

burgh. Journal of Dairy Science,

September 2010 (Vol. 93, Issue 9,

Pages 4262-4273)

• Cannon, S. J., G. C. Fahey, Jr., M.

R. Murphy, C. L. Dikeman , B. L.

Miller, and J. K. Drackley. 2010. In-

clusion of psyllium in milk replacer

for neonatal calves. 1. Effects on

growth, digesta viscosity, rate of

passage, nutrient digestibilities,

and metabolites in blood. Journal

of Dairy Science 93, 10, 4744-4758.

• Localization of Mycobacterium

avium subspecies paratuberculo-

sis in artificially inoculated milk

and colostrum by fractionation.

L. Van Brandt, K. Coudijzer, G.

Vlaemynck, M. Hendrickx, C. Mi-

chiels, W. Messens, L. Herman, J.

De Block Journal of Dairy Science

October 2010 (Vol. 93, Issue 10,

Pages 4722-4729)

• Effect of saturated fatty acid

supplementation on production

and metabolism indices in heat-

stressed mid-lactation dairy cows.

J.P. Wang, D.P. Bu, J.Q. Wang, X.K.

Huo, T.J. Guo, H.Y. Wei, L.Y. Zhou,

R.R. Rastani, L.H. Baumgard, F.D.

Li. Journal of Dairy Science. Sep-

tember 2010 (Vol. 93, Issue 9, Pa-

ges 4121-4127)

• Litherland, N. B., M. Bionaz, R.

L. Wallace, J. J. Loor, and J. K.

Drackley. 2010. Effects of the

peroxisome proliferator-activated

receptor-alpha agonists clofi-

brate and fish oil on hepatic fatty

acid metabolism in weaned dairy

calves. Journal of Dairy Science

93, 6, 2404-2418.

• Janovick, N. A., and J. K. Dra-

ckley. 2010. Prepartum dietary

ma-nagement of energy intake af-

fects postpartum intake and lacta-

tion performance by primiparous

and multiparous Holstein cows.

Journal of Dairy Science 93:(in

press).

• Mukesh, M., M. Bionaz, D. E.

Graugnard, J. K. Drackley, and J.

J. Loor. 2009. Adipose tissue de-

pots of Holstein cows are immune

responsive: inflammatory gene ex-

pression in vitro. Domestic Animal

Endocrinology [Nov. 16, 2009, E-

pub ahead of print].

• Drackley, J. K. 2008. Calf nutrition

from birth to breeding. Veterinary

Clinics of North Amerida - Food

Animal Practice 24:55-86. (Invited

review).

• Douglas, G. N, T. R. Overton, H. G.

Bateman, II, H. M. Dann, and J. K.

Drackley. 2006. Prepartal plane of

nutrition, regardless of dietary e-

nergy source, affects periparturi-

ent metabolism and dry matter

intake in Holstein cows. Journal of

Dairy Science 89:2141-2157

• Drackley, J. K., R. M. Blome, K. S.

Bartlett, and K. L. Bailey. 2006.

Supplementation of 1% L-gluta-

mine to milk replacer does not

overcome the growth depression

in calves caused by soy protein

concentrate. Journal of Dairy Sci-

ence 89:1688-1693.

• Drackley, J. K., S. S. Donkin,

and C. K. Reynolds. 2006. Major

advances in fundamental dairy

cattle nutrition. Journal of Dairy

Science 89:1324-1336. (Invited re-

view – JDS Centennial edition).

• Bartlett, K. S., F. K. McKeith, M. J.

VandeHaar, G. E. Dahl, and J. K.

Drackley. 2006. Growth and body

composition of dairy calves fed

milk replacers containing different

amounts of protein at two feeding

rates. Journal of Animal Science

84:1454-1467.

Page 62: Download Issue 33040

Jim Quigley

Professor do Departamento

de Ciência Animal da Iowa State

University, vice-presidente e di-

retor de operações da área de

bezerros da APC Ind. (Functio-

nal Proteins for Animal Health

and Nutrition). Seu trabalho

concentra-se principalmente na

transferência de imunidade pas-

siva e qualidade do colostro. É

o responsável pelas Calf Notes

(www.calfnotes.com).

Linhas de pesquisa

- Imunologia neonatal

- Desenvolvimento do rúmen

- Nutrição e manejo de bezerras

e novilhas

Alguns trabalhos publicados

• Effects of Additional Milk Replacer

Feeding on Calf Health, Growth,

and Selected Blood Metabolites in

Calves. J.D. Quigley, T.A. Wolfe,

T.H. Elsasser. Journal of Dairy Sci-

ence, Vol. 89, Issue 1, Pages 207-

216, 2006

• Effect of Various Levels of Forage

and Form of Diet on Rumen Deve-

lopment and Growth in Calves.

J.A. Coverdale, H.D. Tyler, J.D.

Quigley, J.A. Brumm. Journal of

Dairy Science, Vol. 87, Issue 8,

Pages 2554-2562, 2004.

• Short Communication: Effect of pH

on Absorption of Immunoglobulin

G in Neonatal Calves. J.D. Qui-

gley, P. French, R.E. James. Jour-

nal of Dairy Science, Vol. 83, Issue

8, Pages 1853-1855, 2000.

• Absorption of Protein and IgG in

Calves Fed a Colostrum Supple-

ment or Replacer J.D. Quigley,

C.J. Kost, T.M. Wolfe. Journal of

Dairy Science, Vol. 85, Issue 5,

Pages 1243-1248, 2002.

• Evaluation of a Colostrum Supple-

ment, With or Without Trypsin

Inhibitor, and an Egg Protein Milk

Replacer for Dairy Calves. H.M.

Santoro, P.S. Erickson, N.L. White-

house, A.M. McLaughlin, C.G.

Schwab, J.D. Quigley. Journal of

Dairy Science, Vol. 87, Issue 6,

Pages 1739-1746, 2004.

• Formulation of Colostrum Supple-

ments, Colostrum Replacers and

Acquisition of Passive Immunity

in Neonatal Calves. J.D. Quigley,

R.E. Strohbehn, C.J. Kost, M.M.

O’Brien. Journal of Dairy Science,

Vol. 84, Issue 9, Pages 2059-2065,

2001.

• Influence of Weaning Method

on Growth, Intake, and Selec-

ted Blood Metabolites in Jersey

Calves. J.D. Quigley. Journal of

Dairy Science, Vol. 79, Issue 12,

Pages 2255-2260, 1996.

Jud Heinrichs

Professor de bovinocultura

de leite e ciência animal na

Penn State University, com foco

nas áreas de criação de bezer-

ras e novilhas, e forragicultura.

É responsável pela revisão das

tabelas de crescimento e ganho

de peso de gado Holandês uti-

lizadas atualmente em todo o

mundo. Foi um dos inventores

do separador de partículas de

TMR e forragem da Penn State.

Já foi membro do USDA, sendo

responsável pelo National Dairy

Heifer Evaluation Project. Tem

mais de 200 trabalhos publica-

dos no Journal of Dairy Science,

sendo 29 só no ano de 2010.

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Page 63: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

Linhas de pesquisa

- Manejo e nutrição de bezerras

e novilhas

- Forragicultura

Alguns artigos publicados

• Short communication: Analysis

of milk yield and composition for

dairy heifers limit-fed lower fo-

rage diets during the rearing pe-

riod. G.I. Zanton, A.J. Heinrichs,

Journal of Dairy Science Vol. 93,

Issue 10, Pages 4730-4734, 2010

• Feeding heat-treated colostrum or

unheated colostrum with two dif-

ferent bacterial concentrations to

neonatal dairy calves. J.A. Elizon-

do-Salazar, A.J. Heinrichs. Journal

of Dairy Science, Vol. 92, Issue 9,

Pages 4565-4571, 2009.

• Effect of limit feeding high- and

low-concentrate diets with Sac-

charomyces cerevisiae on diges-

tibility and on dairy heifer growth

and first-lactation performance.

G.J. Lascano, G.I. Zanton, F.X. Su-

arez-Mena, A.J. Heinrichs. Journal

of Dairy Science, Vol. 92, Issue 10,

Pages 5100-5110, 2009.

• Digestion and nitrogen utilization

in dairy heifers limit-fed a low or

high forage ration at four levels of

nitrogen intake. G.I. Zanton, A.J.

Heinrichs, Journal of Dairy Sci-

ence, Vol. 92, Issue 5, Pages 2078-

2094, 2009.

• Effects of Nucleotide Supplemen-

tation in Milk Replacer on Small

Intestinal Absorptive Capacity in

Dairy Calves. S.I. Kehoe, A.J. Hein-

richs, C.R. Baumrucker, D.L. Gre-

ger. Journal of Dairy Science, Vol.

91, Issue 7, Pages 2759-2770, 2008

• Is there a best growth rate for

Page 64: Download Issue 33040

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64

• heifers? Zanton, G., and A.J. Hein-

richs. 2006. Hoard’s Dairyman.

151:82, 2006.

• Rearing decisions can have long-

term effects: Part 2. Zanton, G.

I., and A. J. Heinrichs. Feedstuffs.

78(Feb 10), 2006.

• A Prospective Study of Calf Factors

Affecting Age, Body Size, and Body

Condition Score at First Calving of

Holstein Dairy Heifers. A.J. Hein-

richs, B.S. Heinrichs, O. Harel,

G.W. Rogers, N.T. Place. Journal

of Dairy Science, Vol. 88, Issue 8,

Pages 2828-2835, 2005

• What about waste milk for calves?

Jones, C., and J. Heinrichs.

Hoard’s Dairyman. 149:184-185,

2004.

• Dietary Protein to Metabolizable

Energy Ratios on Feed Efficiency

and Structural Growth of Prepu-

bertal Holstein Heifers. M.T. Ga-

bler, A.J. Heinrichs. Journal of

Dairy Science, Vol. 86, Issue 1,

Pages 268-274, 2003

• A Study of the Use of Milk Repla-

cers for Dairy Calves in the United

States. A.J. Heinrichs, S.J. Wells,

W.C. Losinger, Journal of Dairy

Science, Vol. 78, Issue 12, Pages

2831-2837,1995.

• Predicting Body Weight and Wither

Height in Holstein Heifers Using

Body Measurements.A.J. Hein-

richs, G.W. Rogers, J.B. Cooper,

Journal of Dairy Science, Vol. 75,

Issue 12, Pages 3576-3581, 1992.

Capítulos de livros

• Heinrichs, A. J. 1999. Dairy Calf and

Heifer Management in Herd Health 3rd

edition. O. M. Radostits editor. W. B.

Saunders. Co.

• Heinrichs, A. J., and L. E. Doepel.

2000. Milk Replacers in Large Animal In-

ternal Medicine 3rd edition. B. P. Smith

editor. Mosby Co.

• Heinrichs, A. J., L. Doepel, and R.

Corbett. 2001. Milk Replacers in Large

Animal Internal Medicine. Harcourt Co.

pp.382-386.

• Heinrichs, A. J., and O. M. Radostits.

2001. Health and Management of dairy

calves and replacement heifers in Heard

Health 3rd edition. W. B. Saunders Co.

pp. 333-396.

• Kehoe, S. I. and A. J. Heinrichs. 2004.

Gastrointestinal development in dairy

calves. In: Nutritional Biotechnology in

the Feed and Food Industries. Notting-

ham University Press. Pp 195-203.

• Heinrichs, A. J., and K. E. Lesmeister.

2005. Rumen development in the dairy

calf. In: Calf and Heifer Rearing. Not-

tingham University Press. Pp. 53-67.

• Zanton, G. I., M. L. Moody, and A. J.

Heinrichs. 2006. Improving animal feed

efficiency with alternative dairy heifer

feeding scenarios. In: Nutritional Bio-

technology in the Feed and Food Indus-

tries. Nottingham University Press. Pp.

353-358.

Kristy M. Daniels

Professora do Departamento

de Ciência Animal da Ohio State

University, seu principal foco de

trabalho é a elucidação da bio-

logia da glândula mamária como

ferramenta para aumentar a

eficiência de produção de vacas

leiteiras. É revisora ad hoc do

Journal of Dairy Science.

Linhas de pesquisa

- Estudo do crescimento e desen-

volvimento da glândula mamária

em bezerras e novilhas

- Efeitos da nutrição no desen-

volvimento funcional da glândula

mamária

- Fisiologia da lactação

Alguns trabalhos publicados

• A method for BrdU immunostaining

of bovine mammary cryosections

that retains RNA integrity. Chou-

dhary, R. K., K.M. Daniels, C. Clo-

ver and A.V. Capuco.J. Dairy Sci.,

93:2574-2579, 2010.

• Functional and gene network anal-

ysis of pre-weaned bovine mam-

mary parenchyma and fat pad shed

light on potential cross-

Page 65: Download Issue 33040

PROGRAMAÇÃO*28/04 – Quinta-feira

07:00 às 08:00 – Credenciamento e entrega de

material

08:00 às 08:30 – Abertura

08:30 às 09:45 – Influência do manejo pré-parto

na qualidade do colostro e saúde das bezerras -

Dr. Jim Quigley (University of Tennessee, EUA)

09:45 às 10:15 – Milk Break

10:15 às 11:30 – Influência da nutrição e dos

métodos de aleitamento e desaleitamento na

saúde, desenvolvimento do rúmen e desempe-

nho das bezerras - Dr. James Drackley (University

of Illinois, EUA)

11:30 às 12:45 – Avaliação do comportamento

das bezerras como indicativos de estresse e

doenças - Dr. Jeffrey Rushen (Pacific Agri-Food Re-

search Centre, Agriculture and Agri-Food Canada

- University of British Columbia, Canadá)

12:45 às 14:00 – Almoço

14:00 às 15:15 – Como o manejo, a sanidade e

a nutrição da bezerra podem afetar parâmetros

como idade e ECC ao 1º parto e produção de leite

- Jud Heinrichs (Penn State University, EUA)

15:15 às 15:30 – Espaço empresarial Itambé

15:30 às 16:00 - Sistema de criação de bezerras

da Fazenda Santa Luzia - Maurício Silveira Coelho

(Fazenda Santa Luzia - Passos/MG, Brasil)

16:00 às 16:30 – Milk Break

16:30 às 17:00 - Sistema de criação de bezerras

da Fazenda Santa Maria - Menge Gado Holandês -

Armando Menge (Pouso Alegre/MG, Brasil)

17:00 às 17:30 – Sistema de criação de bezerras

da Fazenda Boa Vista - Soraia (Educampo e Faz.

Boa Vista – São José do Rio Pardo/SP)

17:30 às 18:00 – Espaço empresarial Nutron

29/04 – Sexta-feira

08:00 às 09:15 – Desempenho de bezerros

manejados em alimentadores automáticos - Dr.

Jeffrey Rushen (Pacific Agri-Food Research Centre,

Agriculture and Agri-Food Canada - University of

British Columbia, Canadá)

09:15 às 09:30 – Espaço empresarial Itambé

09:30 às 10:45 – Requisitos nutricionais de bezer-

ras e novilhas - Mark Hill (Provimi – EUA)

10:45 às 11:15 – Milk Break

11:15 às 12:30 - Causas, controle e prevenção da

mastite em novilha - Sarne De Vliegher (Faculty of

Veterinary Medicine, Gent University, Belgica)

12:30 às 14:00 - Almoço

14:00 às 15:15 - Efeitos da nutrição e ganho de

peso no desenvolvimento funcional da glândula

mamária - Kristy Daniels (The Ohio State Univer-

sity - EUA)

15:15 às 15:30 – Espaço empresarial Milk Point

15:30 às 16:15 – Recria a pasto - Ronaldo Braga

Reis (Escola de Veterinária da UFMG, Fazenda

Vargem Grande, Monsenhor Paulo/MG)

16:15 às 16:45 – Milk Break

16:45 às 17:15 – Sistema de criação de bezerras

da Fazenda FINI - Hans Jan Groenwold (Fazenda

FINI, Castro/PR)

17:15 às 18:30 – Espaço empresarial Bayer -

Como reduzir a mortalidade por tristeza parasi-

tária no pós-desaleitamento

30/04 - Sábado

06:00 às 18:00 - Visita ao sistema de criação de

bezerras da Fazenda Santa Luzia e Leilão Giro-

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aos 4 meses. - Dr. Jim Drackley (University of

Illinois, EUA)

Dia 27/04/2011 das 08:00 às 18:00

Glândula Mamária - anatomia, desenvolvimento

funcional e impactos da nutrição nas diferentes

fases de crescimento. - Dra. Kristy Daniels (The

Ohio State University - EUA)

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66

• talk between the two developing

tissues. Piantoni, P., M. Bionaz,

D. Graugnard, K. M. Daniels, R. E.

Everts, S. L. Rodgrizuez-Zas, H. A.

Lewin, W. Hurley, R. M. Akers, and

J. J. Loor. Functional and Integra-

tive Genomics, 11:331, 2010

• A sentinel function for teat tissues

in dairy cows: Dominant innate im-

mune response elements define

early response to E. coli mastitis.

Rinaldi,M., R.W. Li, D.D. Banner-

man, K.M. Daniels, C. Evock-Clo-

ver, M.V.B.Silva, M.J. Paape, B.

Van Ryssen, C. Burvenich and A.V.

Capuco. Functional and Integra-

tive Genomics, 10:21-38, 2010.

• Effects of Milk Replacer Formu-

lation on Measures of Mammary

Growth and Composition in Hol-

stein Heifers. Daniels, K. M.,

A.V. Capuco, M.L. McGilliard, R.E.

James and R.M. Akers. J. Dairy Sci.

92:5937-5950, 2009.

• Effects of body weight and nu-

trition on histological mammary

development in Holstein heifers.

Daniels, K. M., M. L. McGilliard, M.

J. Meyer, M. E. Van Amburgh, A. V.

Capuco, and R. M. Akers. 2009. J.

Dairy Sci. 92: 499-505, 2009.

• Gene expression ratio stability

evaluation in prepubertal bovine

mammary tissue from calves fed

different milk replacers reveals

novel internal controls for quan-

titative polymerase chain reac-

tion. Piantoni, P., M. Bionaz, D.

E. Graugnard, K. M. Daniels, R.

M. Akers, and J. J. Loor. J. Nutr.

138:1158-1164, 2008.

• Developmental histology, segmen-

tal expression, and nutritional re-

gulation of somatotropic axis

genes in small intestine of pre-

weaned dairy heifers. Velayudhan,

B. T., K. M. Daniels, D. P. Horrell,

S. R. Hill, M. L. McGilliard, B. A.

Corl, H. Jiang, and R. M. Akers. J.

Dairy Sci. 91:3343-3352, 2008.

• Effects of feeding prepubertal

heifers a high-energy diet for

three, six, or twelve weeks on

mammary growth and composi-

tion. Davis Rincker, L. E., M. S.

Weber Nielsen, L. T. Chapin, J. S.

Liesman, K. M. Daniels, R. M. Ak-

ers, and M. J. VandeHaar J. Dairy

Sci. 91:1926-1935, 2008.

• Effects of body weight and nutri-

tion on mammary protein expres-

sion profiles in Holstein heifers.

Daniels, K. M., K. E. Webb, Jr.,

M. L. McGilliard, M. J. Meyer, M.

E. Van Amburgh, and R. M. Akers.

2006. J. Dairy Sci. 89:4276–4288,

2006.

Mark Hill

Ph.D. pelas Texas A&M Uni-

versity é atualmente integrante

do time de pesquisadores e nu-

tricionistas da Akey, uma em-

presa americana de nutrição

animal (www.akey.com), se

dedicando especialmente à nu-

trição de ruminantes. Ex-pro-

fessor da Colorado State Univer-

sity e da University of Maine.

Linhas de pesquisa

- Avaliação de sucedâneos do

leite para bezerros

- Nutrição de bezerras e novilhas

- Metabolismo de proteína e e-

nergia em bovinos leiteiros

Alguns trabalhos publicados

• Effect of milk replacer program

on digestion of nutrients in dairy

calves. T.M. Hill, H.G. Bateman,

J.M. Aldrich, R.L. Schlotterbeck.

Journal of Dairy Science. March

2010 (Vol. 93, Issue 3, Pg 1105-

Page 67: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

67

• 1115)

• Optimizing nutrient ratios in milk

replacers for calves less than five

weeks of age. T.M. Hill, H.G. Bate-

man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-

beck. Journal of Dairy Science.

July 2009 (Vol. 92, Issue 7, Pages

3281-3291)

• Effects of fat concentration of a

high-protein milk replacer on calf

performance. T.M. Hill, H.G. Bate-

man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-

beck. Journal of Dairy Science.

October 2009 (Vol. 92, Issue 10,

Pages 5147-5153)

• Effects of changing the essential

and functional fatty acid intake of

dairy calves. T.M. Hill, H.G. Bate-

man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-

beck. Journal of Dairy Science.

February 2009 (Vol. 92, Issue 2,

Pages 670-676)

• Effects of corn processing, par-

ticle size, and diet form on perfor-

mance of calves in bedded pens.

H.G. Bateman, T.M. Hill, J.M. Al-

drich, R.L. Schlotterbeck. Journal

of Dairy Science. February 2009

(Vol. 92, Issue 2, Pages 782-789)

• Effects of the Amount of Chopped

Hay or Cottonseed Hulls in a Tex-

tured Calf Starter on Young Calf

Performance. T.M. Hill, H.G. Bate-

man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-

beck. Journal of Dairy Science.

July 2008 (Vol. 91, Issue 7, Pages

2684-2693)

• Optimal Concentrations of Lysine,

Methionine, and Threonine in Milk

Replacers for Calves Less than Five

Weeks of Age. T.M. Hill, H.G. Bate-

man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-

beck, K.G. Tanan Journal of Dairy

Science. June 2008 (Vol. 91, Issue

6, Pages 2433-2442)

• Effects of Feeding Different Car-

bohydrate Sources and Amounts to

Young Calves. T.M. Hill, H.G. Bate-

man, J.M. Aldrich, R.L. Schlotter-

beck. Journal of Dairy Science. Au

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Page 68: Download Issue 33040

• gust 2008 (Vol. 91, Issue 8, Pages

3128-3137)

Ronaldo Braga Reis

Professor do Departamento

de Zootecnia, da Escola de Ve-

terinária da Universidade Fe-

deral de Minas Gerais, post doc-

tor pela University of Wisconsin

e USDA Dairy Forage Research

Center. Produtor de leite na Fa-

zenda Vargem Grande, em Mon-

senhor Paulo/MG. Seu principal

foco de trabalho relaciona-se

com a produção e nutrição de

bovinos leiteiros.

Linhas de pesquisa

- Sistemas de produção de leite

- Nutrição de bovinos leiteiros

- Metabolismo intermediário de

proteínas, carboidratos e lipídeos

Alguns trabalhos publicados

• MOURTHE, M. H. F. ; REIS, R. B. ;

LADEIRA, Marcio Machado ; SOU-

ZA, Rafahel Carvalho ; COELHO,

Sandra Gesteira ; SATURNINO, Hel-

ton Mattana . Suplemento múlti-

plo com ionóforos para novilhos

em pasto: desempenho. Arquivo

Brasileiro de Medicina Veterinária

e Zootecnia , v. 63, p. 124-128,

2011.

• GARCIA, Gabriel Alfonso Gar-

cia ; REIS, R. B. ; PEREIRA, A.

B. D. ; SATURNINO, Helton Mat-

tana ; COELHO, Sandra Gesteira .

Produção e composição de leite de

vacas em pastagem de capim-ele-

fante (Pennisetum purpureum) su-

plementado com diferentes fontes

de carboidratos. Arquivo Brasileiro

de Medicina Veterinária e Zootec-

nia , v. 62, p. 875-882, 2010.

• ARTUNDUAGA, Maria Alexandra

Torres ; COELHO, Sandra Ges-

teira ; BORGES, A. M. ; LANA, A.

M. Q. ; REIS, R. B. ; CAMPOS, B.

G. ; SATURNINO, Helton Mattana

; FORTES, Robson Vilela Sá ; DA

COSTA, H. N. . Primeira onda foli-

cular e ovulação de vacas primípa-

ras da raça Holandesa alimentadas

com diferentes fontes energéticas

durante o período de transição.

Arquivo Brasileiro de Medicina Ve-

terinária e Zootecnia , v. 62, p.

116-123, 2010.

• MOREIRA, P. C. ; REIS, R. B. ; WAS-

CHECK, R. C. ; Rezende ; MENDON-

ÇA ; RASSI . Degradabilidade in situ

das rações de vacas da raça Holan-

dês em lactação com substituição

do milho por polpa cítrica. Ciência

Animal Brasileira (UFG. Impresso) ,

v. 10, p. 406-412, 2009.

• MOREIRA, P. C. ; REIS, R. B. ;

Rezende ; MENDONÇA ; WASCHECK,

R. C. ; MARTINS . Produção de áci-

dos graxos voláteis, avaliada pela

técnica semiautomática in vitro,

na dieta de ruminantes com dife-

rentes fontes de carboidratos na

fração volumosa. Ciência Animal

Brasileira (UFG. Impresso) , v. 10,

p. 413-424, 2009.

• PEREIRA, F. R. ; SATURNINO, Hel-

ton Mattana ; SALIBA, E. O. S. ;

GONÇALVES, Lúcio Carlos ; REIS,

R. B. ; MIRANDA ; MOURAO, R. C. ;

SILVESTRE, D. T. ; CALDEIRA, P. N.

S. . Teores de proteína para vacas

lactantes em pastejo de capim-

elefante. Arquivo Brasileiro de Me-

dicina Veterinária e Zootecnia , v.

61, p. 1139-1147, 2009.

• C.G. Batista ; S.G. Coelho ; RABE-

LO, Euler ; A.M.Q. Lana ; A.U. Car-

valho ; REIS, R. B. ; SATURNINO,

Helton Mattana . Desempenho e

saúde de bezerras alimentadas

com leite sem resíduo de drogas

antimicrobianas ou leite de vacas

tratadas contra mastite adiciona-

do ou não de probiótico. Arquivo

Brasileiro de Medicina Veterinária

e Zootecnia , v. 60, p. 185-191,

2008.

• FORTES, Robson Vilela Sá ; ARTUN-

DUAGA, Maria Alexandra Torres ;

A.U. Carvalho ; S.G. Coelho ; REIS,

R. B. ; A.M.Q. Lana . Propileno gli

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Page 70: Download Issue 33040

• col ou monensina na dieta de vacas

leiteiras no período de transição:

saúde do úbere, produção e com-

posição do leite. Arquivo Brasileiro

de Medicina Veterinária e Zootec-

nia , v. 60, p. 179-184, 2008.

• FARIA, Bolivar Nóbrega de ; REIS,

R. B. ; MAURÍCIO, R. M. ; A.M.Q.

Lana ; LEITE, Leonardo Andrade

; SATURNINO, Helton Mattana ;

COELHO, Sandra Gesteira . Avalia-

ção da adição de monensina e pro-

pileno glicol à polpa cítrica sobre

a degradabilidade da matéria seca

e produção cumulativa de gases.

Arquivo Brasileiro de Medicina Ve-

terinária e Zootecnia , v. 60, p.

691-697, 2008.

Sarne De Vliegher

Professor do Departamento

de Reprodução, Obstetrícia e

Saúde Animal da Faculty of Ve-

terinary Medicine, em Ghent,

na Bélgica. Seu principal foco de

trabalho é o estudo das mastites

em novilhas.

Linhas de pesquisa

- Saúde da glândula mamária em

novilhas – aspectos microbiológi-

cos e epidemiológicos

- Mastites causadas por

Staphylococcus coagulase-nega-

tivo

- Mastites causadas por coli-

formes

- Tratamentos de mastites

Alguns trabalhos publicados

• Heifers infected with coagulase-

negative staphylococci in early

lactation have fewer cases of

clinical mastitis and higher milk

production in their first lactation

than noninfected heifers. S. Pie-

pers, G. Opsomer, H.W. Barkema,

A. de Kruif, S. De Vliegher. Journal

of Dairy Science, Vol. 93, Issue 5,

Pages 2014-2024, 2010

• Concentration of penicillin G in

mammary tissue and secretion of

end-term dairy heifers following

systemic prepartum administra-

tion of penethamate hydriodide.

Pieter Passchyn, Sofie Piepers,

Ellen Schmitt-Van de Leemput,

Christian Guidarini, Sarne De

Vliegher. Journal of Dairy Research

77, 33–36, 2010.

• Heifer and quarter characteristics

associated with periparturient

blood and milk neutrophil apopto-

sis in healthy heifers and in heifers

with subclinical mastitis.

• S. Piepers, G. Opsomer, E. Meyer,

K. Demeyere, H.W. Barkema, A.

de Kruif, S. De Vliegher, Journal

of Dairy Science, Vol. 92, Issue 9,

Pages 4330-4339, 2009.

• Effect of prepartum dry cow an-

tibiotic treatment in dairy heifers

on udder health and milk produc-

tion. O.C. Sampimon, S. De Vlie-

gher, H.W. Barkema, J. Sol,

T.J.G.M. Lam, Journal of Dairy Sci-

ence, Vol. 92, Issue 9, Pages 4395-

4403, 2009.

• Technical note: Use of trans-

fer RNA-intergenic spacer PCR

combined with capillary electro-

phoresis to identify coagulase-

negative Staphylococcus species

originating from bovine milk and

teat apices. K. Supré, S. De Vlie-

gher, O.C. Sampimon, R.N. Zadoks,

M. Vaneechoutte, M. Baele, E. De

Graef, S. Piepers, F. Haesebrouck,

Journal of Dairy Science, Vol. 92,

Issue 7, Pages 3204-3210, 2009.

• Impact of Early Lactation Somatic

Cell Count in Heifers on Milk Yield

Over the First Lactation. S. De

Vliegher, H.W. Barkema, H. Stryhn,

G. Opsomer, A. de Kruif

• Journal of Dairy Science, Vol. 88,

Issue 3, Pages 938-947, 2005.

• Association Between Somatic Cell

Count in Early Lactation and Cul-

ling of Dairy Heifers Using Cox

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Page 71: Download Issue 33040

Revista Leite Integral - Março/Abril 2011

61

• Frailty Models. S. De Vliegher,

H.W. Barkema, G. Opsomer, A.

de Kruif, L. Duchateau. Journal

of Dairy Science, Vol. 88, Issue 2,

Pages 560-568, 2005.

• Impact of Early Lactation Somatic

Cell Count in Heifers on Somatic

Cell Counts Over the First Lacta-

tion. S. De Vliegher, H.W. Barke-

ma, H. Stryhn, G. Opsomer, A. de

Kruif, Journal of Dairy Science,

Vol. 87, Issue 11, Pages 3672-3682,

2004.

• Management Practices and Heifer

Characteristics Associated with

Early Lactation Somatic Cell

Count of Belgian Dairy Heifers.

S. De Vliegher, H. Laevens, H.W.

Barkema, I.R. Dohoo, H. Stryhn,

G. Opsomer, A. de Kruif, Journal

of Dairy Science, Vol. 87, Issue 4,

Pages 937-947, 2004.

• Short-Term Effect of Transition

from Conventional to Automated

Milking on Teat Skin and Teat

End Condition. S. De Vliegher, H.

Laevens, H.W. Barkema, G. Op-

somer, T. Hemling, A. de Kruif,

Journal of Dairy Science, Vol. 86,

Issue 5, Pages 1646-1652, 2003. •

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