dor lombar no trabalho. - acm.org.br · lombalgia mecÂnica comum a exata causa não é conhecida,...
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–Histórico do emprego insatisfatório.
–Indicação de um ganho financeiro secundário
como resultado de um “status” incapacitante.
–Afastamento prolongado do trabalho (anos) e a
cada ano “piorando” apesar da investigação
clínica normal e da ausência no trabalho.
BARREIRAS QUE SE OPÕEM AO PROGRESSO CLÍNICO NO TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA
“O médico perito deve ser justo
para não negar o que é legítimo,
nem conceder graciosamente
o que não é devido e não é seu.”
(Manual do Médico Perito do INSS)
A dor lombar constitui uma grande causa de morbidade e
incapacidade, sendo sobrepujada apenas pela cefaleia,
na escala de distúrbios dolorosos que afetam o homem.
Segundo motivo de consulta médica. Perde apenas para os
distúrbios das vias aéreas superiores.
Primeira causa de aposentadoria previdenciária por invalidez.
Estima-se que a prevalência seja em torno de 80% na vida.
A caracterização etiológica da síndrome dolorosa lombar é um processo eminentemente clínico.
Os exames complementares estão indicados para
confirmação da hipótese diagnóstica.
“Quem não sabe o que procura
não sabe interpretar o que acha”.
Claude-Bernard, fisiologista francês.
Vale ressaltar que as radiografias simples
não fazem parte da avaliação inicial.
(na lombalgia aguda, < 6 semanas,
sem história de trauma)
Apesar da tentação de associar as alterações estruturais
detectadas nos exames radiográficos da coluna vertebral
à causa da dor do paciente, tal relação nunca foi comprovada.
Deslocamento anterior do disco intervertebral e do ligamento longitudinal anterior:
tração contínua levando a entesopatia proliferativa com formação de osso novo.
FORMAÇÃO DO OSTEOFITO NA COLUNA VERTEBRAL
Quebra no sitio da junção do anel fibroso com a margem da vertebra
A maioria dos exames diagnósticos solicitados não é necessária.
Em geral, mesmo os exames diagnósticos mais sofisticados não conseguem
validar objetivamente a maior parte da dor vertebral relatada pelos pacientes.
Uso dos exames de imagens: Ressonância magnética
Estudo População
(idade)
Hérnia de
disco (%)
Protrusão
discal (%)
Degeneração
(%)
Estenose
(%)
Ruptura do
ânulo (%)
Boden
et al
<60anos 22 54 46 1 nr
Jensen
et al
>60anos 36 79 93 21 nr
Weisha
upt et al
média
42 anos
28 52 nr 7 14
Stadnik
et al
média de
42 anos
33 81 72 nr 56
N Eng J Med 2001;344(5):363-370
hérnia de disco 4-5%
estenose de canal medular 4-5%
tumores
dor visceral referida 1%
fratura de vértebra
discite
dor lombar não específica 85% dos casos
A definição do problema ...
Lehrich T al. Up to date.com. versão 10.3
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS LOMBALGIAS
1. Lombalgia de origem mecânica (97%):
Lombalgia mecânica comum (70%)
Osteoartrite (10%)
Hérnia discal (4%)
Estenose do canal espinhal (4%)
Fratura osteoporótica por compressão (4%)
Espondilolistese (2%)
Fratura traumática (<1%)
Doença congênita (<1%)
2. Lombalgia de origem não mecânica (1%)
Neoplasia (0,7%)
Infecção (0,01%)
Espondiloartrites (Espondilite anquilosante e outras) (0,3%)
3. Doença visceral com dor referida para a região lombar (2%)
CARACTERÍSTICA MECÂNICA INFLAMATÓRIA PARTES MOLES INFILTRATIVA
Localização Difusa Difusa Difusa Focal
Simetria Unilateral Bilateral Generalizada Linha média
Início Variável Subagudo Subagudo Insidioso
Fatores
precipitantes
Trauma,
espondilose
HLA-B27 Insônia, Stres Infecção,
câncer
Rigidez matinal Menos de 30 m Acima de 1 h Variável Sem
Resposta a
atividade
Piora os
sintomas
Melhora os
sintomas
Variável Sintomas
persistentes
Resposta ao
repouso
Melhora os
sintomas
Piora os
sintomas
Variável Sintomas
persistentes
Dor noturna Leve Moderada Moderada Severa
Doença sistêmica Não Sim Não Possível
Exemplos Osteoartrose Espondilite anquilosante Fibromialgia Infecção, câncer
Classificação das Lombalgias
Por esforço muscular
Espondilolistese
Hérnia discal
Osteoartrite
Estenose do canal vertebral
Idade (anos) 20-40 20-30 30-50 >50 > 60
Padrão de Dor
Localização Inicial Lombar Lombar Lombar Lombar Pernas
Inicio Aguda Insidiosa Aguda Insidiosa Insidiosa
Em Pé + + - + +
Sentado - - + - -
Em Flexão +
+ - -
Em Extensão - + - + +
Elevação das Pernas - - + - + (stress)
Rx simples - + - + +
DOR LOMBAR DE ORIGEM MECÂNICA
LOMBALGIA MECÂNICA COMUM
Por esforço muscular, lombalgia
não específica, lombalgia mecânico-
postural, é a forma mais frequente de dor lombar baixa.
LOMBALGIA MECÂNICA COMUM
A exata causa não é conhecida,
mas é devida possivelmente a irritação do nervo
envolvendo músculo, fáscia, articulação facetaria,
periósteo ou ligamento da
região lombar.
Ao obter uma história de dor lombar,
deve-se ficar sabendo como
o paciente lesou a região lombar,
bem como onde ele sente dor
e quais os movimentos e as posições
que a agravam.
LOMBALGIA MECÂNICA COMUM
Dor se limita a região lombar e nádegas.
Raramente se irradia para as coxas.
O início tende ser agudo e usualmente após
algum tipo de exercício físico.
Pode aparecer subitamente pela manhã e
apresentar-se com escoliose antálgica.
Média 3 a 4 dias. Após isso, volta a normalidade.
O objetivo do tratamento é
acelerar a recuperação,
o retorno às atividades diárias
e a prevenção da cronicidade.
Frank J Spine 1996;21:2918-29
Dor crônica
A LOMBALGIA CRÔNICA DE LONGA DURAÇÃO FREQUENTEMENTE
TEM UM COMPONENTE PSICOLÓGICO SIGNIFICATIVO,
QUE PODE AFETAR A INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA,
O PROGNÓSTICO E O TRATAMENTO.
Na dor lombar crônica, a evolução dos
sintomas e a dor tinham relação estatisticamente
significativa com os ganhos secundários sociais e
econômicos.
Fatores psicossociais se mostram mais
relevantes (nível alto de evidência) para
premeditar a evolução do quadro.
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Analgésicos;
Antiinflamatórios não hormonais;
Corticóides;
Relaxantes musculares.
HÉRNIA DISCAL
Ocorre em pessoas na
idade de 35 a 45 anos,
sendo mais frequente em
homens do que mulheres.
O disco intervertebral é composto pelo
anel fibroso e pelo núcleo pulposo.
Quando existe uma ruptura do anel fibroso
com a saída do núcleo pulposo
para fora dos limites do disco
caracteriza a hérnia discal.
TIPOS DE HENIAÇÃO DO MATERIAL DISCAL
INFLUENCIANDO NAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
CENTRAL EXCÊNTRICA LATERAL
L4
L5
Raiz de L4
Raiz de L5
LOMBALGIA
X
LOMBOCIATALGIA
Deve-se diferenciar a dor só na região lombar
da dor na região lombar e na perna.
Ergonomia
PRESSÃO INTRADISCAL EM DIFERENTES POSIÇÕES
Pressão maior na posição sentada
Pressão menor em decúbito dorsal
1. Emergencial: síndrome de cauda equina (alteração de
esfíncter, potência sexual e paresia dos membros inferiores).
2. Com déficit neurológico grave agudo (menos de 3 semanas),
com ou sem dor.
3. Lombociatalgia hiperálgica e, nas outras de menor intensidade,
apenas para os pacientes que não melhoram após 90 dias de
adequado tratamento clínico.
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Indicações para tratamento cirúrgico de hérnia discal,
de acordo com o Consenso Brasileiro sobre
Lombalgias e Lombociatalgias:
ESTENOSE DE CANAL VERTEBRAL
Quadro clínico
• Exacerbação da dor com atitudes de extensão da
coluna
• Irradiação: musculatura paravertebral e nádegas.
Com a agravamento, ocorre irradiação para MMII
• Anormalidades dos reflexos em 50%, fraqueza motora
em 33% dos pacientes
CARACTERÍSTICA MECÂNICA INFLAMATÓRIA PARTES MOLES INFILTRATIVA
Localização Difusa Difusa Difusa Focal
Simetria Unilateral Bilateral Generalizada Linha média
Início Variável Subagudo Subagudo Insidioso
Fatores
precipitantes
Trauma,
espondilose
HLA-B27 Insônia, Stres Infecção,
câncer
Rigidez matinal Menos de 30 m Acima de 1 h Variável Sem
Resposta a
atividade
Piora os
sintomas
Melhora os
sintomas
Variável Sintomas
persistentes
Resposta ao
repouso
Melhora os
sintomas
Piora os
sintomas
Variável Sintomas
persistentes
Dor noturna Leve Moderada Moderada Severa
Doença sistêmica Não Sim Não Possível
Exemplos Osteoartrose Espondilite anquilosante Fibromialgia Infecção, câncer
Classificação das Lombalgias
CONSENSO BRASILEIRO DE ESPONDILOARTRITES: DIAGNÓSTICO
DOR LOMBAR INFLAMATÓRIA ( dois dos quatro critérios)
1.Dor lombar que melhora com o exercício,
mas não com o repouso.
2.Despertar noturno devido a dor lombar na
segunda metade da noite.
3.Dor em nádega, alternante.
4.Rigidez matinal > 30 minutos .
Sensibilidade de 70.3% e especificidade de 81.2%.
ESPONDILOARTRITES
1. Espondilite anquilosante
2. Artrite psoriásica
3. Artrite reativa (síndrome de Reiter)
4. Artrites enteropáticas (doença de Crohn
e retocolite ulcerativa)
5. Espondiloartrites indiferenciadas
CARACTERÍSTICA MECÂNICA INFLAMATÓRIA PARTES MOLES INFILTRATIVA
Localização Difusa Difusa Difusa Focal
Simetria Unilateral Bilateral Generalizada Linha média
Início Variável Subagudo Subagudo Insidioso
Fatores
precipitantes
Trauma,
espondilose
HLA-B27 Insônia, Stres Infecção,
câncer
Rigidez matinal Menos de 30 m Acima de 1 h Variável Sem
Resposta a
atividade
Piora os
sintomas
Melhora os
sintomas
Variável Sintomas
persistentes
Resposta ao
repouso
Melhora os
sintomas
Piora os
sintomas
Variável Sintomas
persistentes
Dor noturna Leve Moderada Moderada Severa
Doença sistêmica Não Sim Não Possível
Exemplos Osteoartrose Espondilite anquilosante Fibromialgia Infecção, câncer
Classificação das Lombalgias
Sinais de alerta, de perigo (exemplo: câncer, infecção,
lesão neurológica) na lombalgia:
Idade acima de 50 anos
Sinais e sintomas da síndrome da cauda equina (incontinência esfincteriana, anestesia em sela e déficit motor nos MMII)
Sintomas constantes e progressivos
Dor considerável à noite
Febre
Perda peso (emagrecimento) inexplicável
História prévia de câncer
Imunossupressão