doenças do estilo de vida

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DOENAS DO ESTILO DE VIDA(Doenas crnicas)

Dr. Jochen Hawlitschek, MPH

CONTEDOTema Pgina

Introduo................................................................................................................................... 3 1. O plano de salvao divino atravs dos sculos.............................................................. 5 2. Fatores de longevidade.................................................................................................. 14 3. Estilo de vida e sistema imunolgico............................................................................ 21 4. Recomendaes sobre alimentao............................................................................... 32 5. Diretrizes para lidar com o estresse .............................................................................. 42 6. O mistrio do lobo frontal ............................................................................................. 51 7. O que voc deve saber sobre a diabetes ........................................................................ 64 8. Doenas cardiovasculares ............................................................................................. 74 9. Cncer ........................................................................................................................... 77 10. A cura do carter .......................................................................................................... 85 Apndice: Medicina mstica ..................................................................................................... 91 Acerca do autor....................................................................................................................... 100

Em campos novos nenhuma obra to bem-sucedida como a obra mdico-missionria. Se nossos obreiros trabalhassem com fervor para obter preparo em setores mdico-missionrios, estariam muito melhor capacitados para fazer a obra que Cristo fez como mdico-missionrio. Mediante diligente estudo e prtica, podem tornar-se to bem familiarizados com os princpios da reforma de sade que, aonde quer que vo, sero uma grande bno para as pessoas que encontram. (Medicina e Salvao, p. 239)

Este livro est disponvel em ingls, alemo, portugus, espanhol e francs.. Dr. Jochen Hawlitschek Agosto 2008

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INTRODUOProvavelmente o leitor deste texto espera encontrar uma descrio das doenas crnicas mais comuns, seus sintomas, a maneira de fazer um diagnstico correto sem equipamento sofisticado e finalmente, como cur-las com remdios naturais a baixo custo. Se este o seu caso, preciso desapontar-lhe. Voc encontrar outros livros nesta direo no mercado. Durante as dcadas em que trabalhei como cirurgio e mais tarde como promotor de sade em vrios pases na Europa e Amrica Latina, cheguei concluso de que tanto ricos como pobres poderiam melhorar sua qualidade de vida atravs de um estilo de vida mais saudvel. O propsito deste livro de texto no ensinar a diagnosticar e tratar doenas especficas, mas compreender os grandes princpios fundamentais que governam os processos de sade e enfermidade no contexto da cincia e da revelao. Deus nos criou de modo maravilhoso e nos unimos ao salmista em suas palavras: Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e to maravilhoso fui feito; maravilhosas so as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. (Salmos 139:14) Este curso sobre doenas crnicas tem trs objetivos principais: 1. Mostrar que a reforma pr-sade uma parte integral do plano de redeno de Deus. 2. Mostrar que os princpios de sade mencionados por Ellen G. White no livro A Cincia do Bom Viver, pg. 127 e representados no programa NEWSTART1 so bem fundamentados cientificamente e biblicamente. 3. Mostrar que o corpo, a mente e a alma funcionam como uma unidade e se afetam mutuamente. O propsito principal dos centros de vida saudvel de ajudar as pessoas em melhorar, manter ou recuperar a sua sade mediante aprendizagem e prtica de hbitos de vida saudveis. Tais hbitos saudveis podem ajudar a prevenir, aliviar e muitas vezes curar as principais doenas crnicas que afligem nossa sociedade moderna. Estas so os cnceres, doenas cardiovasculares, diabetes, presso alta e obesidade. Deveramos tambm incluir a depresso e doenas autoimunes como veremos nos prximos captulos. Todas estas enfermidades tm fatores de risco comuns representados pelos hbitos do estilo de vida e muitas vezes aparecem em grupos. Em todo caso, se influenciam mutuamente. Por certo que existem predisposies genticas, mas usualmente a doena requer a influncia de um fator ambiental (estilo de vida) adicional para se desenvolver. Nosso corpo, mente e esprito funcionam como uma unidade de acordo com as leis de Deus na natureza leis fsicas, qumicas, biolgicas, fisiolgicas, psicolgicas e morais. Como disse Ellen G. White, Ensinando os princpios de sade, mantende diante do povo o grande objetivo da reforma que seu desgnio assegurar o mais alto desenvolvimento do corpo, da mente e da alma. Mostrai que as leis da natureza, sendo as Leis de Deus, so designadas para nosso bem; que a obedincia s mesmas promove a felicidade nesta vida, e contribui no preparo para a vida por vir. (A Cincia do Bom Viver, p. 146)

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O acrstico NEWSTART foi criado por um grupo de mdicos e professores do Instituto Weimar na California (www.newstart.org) e se refere aos 8 remdios naturais (em ingls) mencionados no livro A Cincia do Bom Viver, pg. 127: Nutrition, Exercise, Water, Sunshine, Temperance, Air, Rest, e Trust in God.-3-

Em caso de doena, convm verificar a causa. As condies insalubres devem ser mudadas, os maus hbitos corrigidos. Ento se auxilia a natureza em seu esforo para expelir as impurezas e restabelecer as condies normais no organismo. (A Cincia do Bom Viver, p. 127) Os princpios expressados neste livro de texto se apiam na concepo bblica do mundo, aceitando a Deus como o Criador; nos conselhos inspirados dados a Ellen G. White; e nas leis cientficas conhecidas. A verdadeira cincia no se contradiz com a Bblia e veremos que as trs fontes mencionadas harmonizam e se apiam mutuamente. O tema da redeno tema que os prprios anjos desejam penetrar; ser a cincia e o cntico dos remidos atravs dos sculos da eternidade. No ele digno de atenta considerao e estudo agora? (Caminho a Cristo, p. 88) A diviso em captulos somente para fins didticos. Cada captulo serve de complemento para os outros. As diferentes reas como o sistema imunolgico, controle do estresse, nutrio, exerccio fsico, espiritualidade, doenas crnicas esto todas conectadas entre si. Na realidade, existe um s propsito no plano de redeno de Deus a restaurao completa do estado original de sade fsica, mental, espiritual e social, que se perdeu devido ao pecado. Esta considerao est plenamente de acordo com a definio de sade da Organizao Mundial da Sade (OMS) que afirma que sade o estado de completo bem-estar fsico, mental e social e no meramente a ausncia de doena ou enfermidade. Dr. Jochen Hawlitschek Agosto, 2008

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CAPITULO 1 O PLANO DE SALVAO DIVINO ATRAVS DOS SCULOSAo palestrar sobre sade em diferentes lugares e pases observei que as pessoas em Plano de Salvao geral incluindo cristos dissociam a sade da religio. Alguns concordam que a religio pode promover um estilo de vida saudvel, mas no o consideram como uma parte essencial do plano de salvao. Na Bblia no encontramos tal separao. Todas as leis, naturais e morais, provm de Deus e a transgresso de qualquer 0 1656 2450 31 1844 2008 uma delas pecado e leva finalmente a doena e (1550 AC) morte. O plano de salvao oferece restaurao DILVIO XODO completa ao estado original justo, saudvel e santo. Este processo comea aqui na terra e concluir quando Jesus retorne e o pecado ser finalmente erradicado do universo. Esta compreenso bsica necessria para entender a importncia de obedecer s leis de sade como parte de uma religio racional. Rogo-vos, pois, irmos, pela compaixo de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional. (Romanos 12:1) E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso esprito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Tessalonicenses 5:23) Seguir um estilo de vida saudvel no um assunto de obras como no o guardar o sbado ou qualquer outro mandamento. Seguir um estilo de vida saudvel promove a felicidade nesta vida, e contribui no preparo para a vida por vir. (A Cincia do Bom Viver, p. 146). Melhora nossa condio fsica e mental, capacitando-nos a manejar melhor os desafios do dia a dia e de ter uma compreenso mais clara das verdades espirituais. Na realidade, o que a salvao? O que se perdeu devido entrada do pecado neste mundo e qual o plano de Deus para restabelecer a situao original? Estas so as perguntas que desejamos abordar. Realmente s podemos compreender a magnitude deste assunto ao examinar o plano inteiro de salvao desde a criao deste mundo at a completa restaurao na nova terra. Uma criao perfeita Quando a terra foi criada tudo era perfeito. A Bblia nos conta que Deus criou o homem (e a mulher) em Sua prpria imagem, com faculdades que refletiam Suas faculdades. O ser humano foi uma criao especial, manufaturada pelas mos de Deus, para refletir o carter de Deus e com o propsito de viver eternamente para a glria de Deus (Isaas 43:7). Os cus declaram a glria de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mos. (Salmos 19:1)

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Neste estado perfeito no havia doena. Portanto no havia necessidade para dar instrues concernentes a enfermidades. No entanto, Deus deu aos nossos primeiros pais instrues para manter uma vida saudvel. Eles precisavam ser ativos, fisicamente e mentalmente. E tomou o SENHOR Deus o homem, e o ps no jardim do den para o lavrar e o guardar. (Gnesis 2:15) Cuidar do Jardim do den requeria pensamento criativo e atividade fsica. Estes dois aspectos ainda so vlidos hoje. Sabemos que a atividade fsica e mental so fatores primordiais para conservar e restaurar a sade. O segundo fator para manter a vida uma alimentao s. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que d semente, que est sobre a face de toda a terra; e toda a rvore, em que h fruto que d semente, ser-vos- para mantimento. (Gnesis 1:29) Doena e morte conseqncias do pecado No entanto, havia uma restrio: Mas da rvore do conhecimento do bem e do mal, dela no comers; porque no dia em que dela comeres, certamente morrers. (Gnesis 2:17) Todos sabemos o que aconteceu: pecado e morte vieram a este mundo como seguras conseqncias da transgresso. Doena e morte so as conseqncias finais do pecado, ainda que no se possa sempre traar uma linha direta. Veja tambm S. Joo 9:1-3 e Lucas 13:1-5. Temos a tendncia de culpar a Eva pelo que ela fez, mas somos ns melhores hoje? Eva no comeu deliberadamente do fruto proibido. Ela primeiramente o examinou cuidadosamente. Somente quando a mulher viu que aquela rvore era boa para se comer, e agradvel aos olhos, e rvore desejvel para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu. (Gnesis 3:6) No havia nada venenoso no fruto da rvore do conhecimento em si mesmo, nada que poderia causar a morte ao consumi-lo. A rvore havia sido colocada no jardim para provar sua lealdade a Deus. (Signs of the Times, 13 de Fevereiro de 1896) Eva comeu e imaginou que sentia as sensaes de uma vida nova e mais exaltada. ... Ela no sentiu efeitos nocivos pelo fruto, nada que podia ser interpretado como significando morte, mas, somente como a serpente dissera, uma sensao agradvel que ela imaginava que assim se sentiam os anjos. (Testimonies, vol. 3, p. 72) Depois da sua transgresso, Ado a princpio imaginou-se a entrar para uma condio mais elevada de existncia. (Patriarcas e Profetas, p. 57) Hoje conhecemos bem as instrues que Deus deu nossa igreja concernente a uma alimentao saudvel. Como reagimos ns em relao a alguns alimentos no recomendados? Os levamos ao laboratrio para analisar sua composio. Quando o laboratrio nos diz que contm aminocidos essenciais, vitaminas, carboidratos e prov energia til, acaso no consideramos isto como boas razes para justificar nosso desejo? Ou podemos ir mesmo a um telogo moderno e perguntar-lhe se esta mensagem deva ser tomada literalmente, ou melhor, ser interpretada de acordo nossa cultura? Pense sobre isto... No importa quais desculpas nossos primeiros pais hajam apresentado, os resultados no puderam ser evadidos, Porque o salrio do pecado a morte. (Romanos 6:23) At este ponto no existe separao entre religio e medicina.

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Vida um dom misericordioso de DeusPorque o salrio do pecado a morte, Rom 6:23

...mas o dom gratuito de Deus a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. (Romanos 6:23) Deus no abandonou o seu plano original, mas imediatamente ps em ao seu plano de salvao para restaurar o que se havia perdido: sade, felicidade e vida. Jesus disse, Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundancia. (Joo 10:10) O plano de Deus de restaurar a vida completamente, no s a parte espiritual! No h separao entre as dimenses fsica, mental e espiritual da vida.

Degenerao da humanidade A fim de realizar Seu plano, Deus continuamente enviou Seus profetas para convidar a gente a aceitar Seu amor e retornar a Ele. No entanto, uns 1600 anos depois da criao, havia tanta maldade sobre a terra que Deus teve que intervir e destruir a humanidade usando um dilvio global. Aps isto Ele comeou de novo com a nica famlia sobrevivente de No. Em Gnesis captulos 5 e 11 est o registro das genealogias antes e depois do dilvio. Nota-se claramente o decrscimo rpido da idade do homem desde uma mdia de 912 anos antes do dilvio at Abrao, que viveu 175 anos. No se encurtou somente a longevidade, mas tambm o tamanho da raa Longevidade do Homem humana e seu poder intelectual diminuram proporcionalmente. Depois do dilvio o povo comeu vontade do alimento animal. Deus viu que os caminhos do homem eram corruptos, e que o mesmo estava disposto a exaltar-se orgulhosamente contra seu Criador, seguindo as inclinaes de seu corao. E permitiu Ele que aquela raa de gente longeva comesse DILVIO alimento animal, a fim de abreviar sua vida pecaminosa. Logo aps o dilvio o gnero humano comeou a decrescer rapidamente em tamanho, e na extenso dos anos. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 373)(Gnesis 5 e 11)1000 800

Antes do dilvio

600

Depois do dilvio - permitido comer carne -

400

200

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Desenvolvimento de doenas crnicas Depois de outros mil anos encontramos o povo de Deus trabalhando como escravos no Egito. O Egito era naquela poca uma das mais avanadas civilizaes como pode ver-se em suas esculturas e pirmides. No entanto, tinham um estilo de vida insalubre, comiam muita carne (xodo 16:3), tinham pouca atividade fsica porque os israelitas trabalhavam para eles e tinham uma vida moralmente depravada. A conseqncia foi a decadncia desta grande nao. Os cientistas estudaram as bem preservadas mmias para descobrir suas doenas. Fizeram radiografias para examinar seus ossos e artrias. Depois as mmias foram dissecadas para examinar seus rgos. Descobriram que os egpcios sofriam de

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vrias doenas crnicas aterosclerose, obesidade, cries dentais, cncer e artrose que so os resultados de um estilo de vida errado. Estas so as mesmas doenas crnicas que predominam hoje nos pases desenvolvidos. Deus apresenta a mensagem de sade O plano de Deus de ter uma nao santa, saudvel e feliz (xodo 19:5,6; Deuteronmio 26:18,19; 1 Pedro 2:9) no podia realizar-se sob tais circunstncias no Egito. Portanto Deus teve que intervir novamente com grande poder e levar Seu povo a um novo pas onde eles podiam ador-Lo livremente e praticar um estilo de vida sadio. No entanto, antes que eles pudessem entrar na terra prometida de Cana tinham que ser instrudos acerca de tudo o que era necessrio para ser uma nao santa e um modelo para todas as naes ao redor. Deus os levou a um lugar tranqilo o deserto onde nada podia distrair sua ateno. Tiveram que construir um santurio para aprender as lies do grande plano de salvao do pecado. O sacrifcio de um cordeiro apontava a Jesus que daria a Sua vida para redimir a humanidade. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor d a sua vida pelas ovelhas. (Joo 10:11) Tinham que ser instrudos que A doena um esforo da natureza para libertar o organismo de condies resultantes da violao das leis da sade. Os egpcios tinham idias muito diferentes sobre a origem das doenas. Tambm tinham que aprender que Em caso de doena, convm verificar a causa. As condies insalubres devem ser mudadas, os maus hbitos corrigidos. Ento se auxilia a natureza em seu esforo para expelir as impurezas e restabelecer as condies normais no organismo. (A Cincia do Bom Viver, p. 127) Nos ensinos dados por Deus a Israel, foi dispensada cuidadosa ateno conservao da sade. O povo que tinha sado da servido, com os hbitos desasseados e nocivos que ela facilita, foram sujeitos ao mais rigoroso preparo no deserto, antes de entrar em Cana. Foram-lhes ensinados princpios de sade e impostas leis sanitrias. (A Cincia do Bom Viver, 277) Para prevenir mal-entendidos futuros e devido capacidade diminuda de memria, as instrues foram escritas por Moiss. Deus mesmo escreveu os 10 Mandamentos em tbuas de pedra. Observe que devido presena de doenas, Deus teve que dar instrues mais detalhadas aos israelitas sobre sua preveno e tratamento do que as simples instrues dadas a Ado e Eva em seu estado de sade total. Os mesmos princpios de sade so vlidos hoje Os israelitas foram instrudos sobre a importncia da higiene de seu corpo e de lavar as suas roupas. E aquele que tocar a carne do que tem o fluxo, lavar as suas roupas, e se banhar em gua, e ser imundo at tarde. (Levtico 15:7) Disse tambm o SENHOR a Moiss: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanh, e lavem eles as suas roupas. (xodo 19:10) Estes princpios ainda so vlidos hoje. Muitas enfermidades em pases em desenvolvimento so devidas falta de gua limpa e higiene.-8-

Instrues explcitas foram dadas em relao eliminao de lixo. E entre as tuas armas ters uma p; e ser que, quando estiveres assentado, fora, ento com ela cavars e, virando-te, cobrirs o que defecaste. (Deuteronmio 23:13) Igualmente, a falta de latrinas e adequada eliminao de lixo outra causa de doenas infecciosas e epidemias em certos pases. Voc se perguntar, porque Deus colocou tanta nfase no cuidado do corpo e incluiu estas instrues na Bblia? porque no existe separao entre a sade fsica, mental e espiritual. O plano de salvao de Deus inclui todos os trs aspectos como pode notar-se claramente nas instrues dadas a seu povo por meio dos profetas. Agora chegamos a um ponto interessante. Estou seguro que os israelitas olhavam ansiosamente para o futuro quando chegariam terra onde fluiria leite e mel e onde estariam livres da escravido. Mas no centro dos 10 Mandamentos Deus repetiu a importncia do trabalho fsico: Seis dias trabalhars, e fars toda a tua obra. (xodo 20:9) Que surpresa! No entanto, a atividade fsica um dos fatores mais importantes para a sade fsica, mental e espiritual. Isto se enfatiza mais e mais na literatura mdica atual (veja Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, World Health Organization, 2003). claro que o descanso regular tambm necessrio. O centro de todas nossas atividades deveria ser a adorao e glorificao de nosso Criador. Portanto o mandamento diz, Lembra-te do dia do sbado, para o santificar. Mas o stimo dia o sbado do SENHOR teu Deus; no fars nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que est dentro das tuas portas. (xodo 20:8-10) Observe que este mandamento no somente para o benefcio dos israelitas, mas para todas as gentes. Deus se preocupa pelos estrangeiros e tambm pelos animais! Ele deseja o bem-estar de toda a Sua criao. Na Bblia se encontram muitos outros conselhos e recomendaes para a sade. Observe por exemplo a nfase dado abstinncia do lcool: No olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No fim, picar como a cobra, e como o basilisco morder. (Provrbios 23:31, 32) O alcoolismo o problema de sade pblica nmero 1 no mundo hoje.

VINHO

Por fim, em 2003, a Organizao Mundial da Sade fez uma declarao clara contra o uso de lcool: Mesmo sendo que o consumo regular baixo a moderado de lcool tenha efeito protetor contra a doena coronria, os outros riscos cardiovasculares e para a sade associados com o lcool no favorecem uma recomendao geral para o seu uso. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 2003, p. 90) o uso do lcool um assunto moral ou mdico? O lcool afeta tanto o corpo como a mente. Deus se interessa em nosso bem-estar total! Quo diferente seria o mundo se prestssemos ateno s recomendaes de Deus dadas na Bblia! Relao entre o corpo e a mente Chegamos agora a outro aspecto importante da vida, a importncia da sade mental. Foi somente durante as recentes dcadas que se compreende progressivamente o impacto de nossos pensamentos e emoes sobre o sistema imunolgico. A Bblia menciona isto j por milhares de anos ao afirmar que O corao alegre como o bom remdio. (Provrbios 17:22)-9-

A ansiedade no corao deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra. (Provrbios 12:25) A vontade de viver mantm a vida de um doente, mas, se ele desanima, no existe mais esperana. (Provrbios 18:14 BLH) Regozijai-vos sempre. ... Em tudo dai graas, porque esta a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1 Tessalonicenses 5:16, 18) Ellen G. White explica que Gratido, regozijo, benignidade, confiana no amor e no cuidado de Deus eis as maiores salvaguardas da sade. Elas deviam ser, para os israelitas, as notas predominantes da vida. ... E te alegrars por todo o bem que o Senhor, teu Deus, te tem dado a ti e a tua casa, tu, e o levita, e o estrangeiro que est no meio de ti. Deuteronmio 26:11 (A Cincia do Bom Viver, p. 281) Voc pode imaginar o impacto que faria nas pessoas ao redor de ns se pudessem ver quo agradecidos e felizes so os cristos? No gostariam eles de aprender mais acerca do segredo de tal vida feliz? Compreendamos que as leis da natureza, sendo as Leis de Deus, so designadas para nosso bem; que a obedincia s mesmas promove a felicidade nesta vida, e contribui no preparo para a vida por vir. (A Cincia do Bom Viver, p. 146) Promessas especiais de sade Aps dar todas estas instrues sobre uma vida saudvel, Deus assegura a Sua bno: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara. (xodo 15:26) Quo amoroso o nosso Deus! Jesus combina a cura fsica e espiritual Transcorreram outros mil e quinhentos anos e o povo de Deus esqueceu novamente o plano de salvao. A pesar de repetidas admoestaes pelos profetas o povo recaiu ao seu antigo estilo de vida. Desta vez Deus decidiu enviar Seu prprio filho pessoalmente. Durante Seu ministrio, Jesus dedicou mais tempo a curar os enfermos do que a pregar. Seus milagres testificavam da veracidade de Suas palavras, de que no veio a destruir, mas a salvar. (A Cincia do Bom Viver, p. 19) Porque dedicou Jesus tanto tempo em curar os doentes e no somente pregou o evangelho? Porque o evangelho inclui a pessoa inteira, corpo, mente e esprito. No existe um evangelho separado para o corpo e outro para a alma. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo aquele que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, no para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (Joo 3:16, 17) A vida que Deus da completa; no somente o esprito que vai flutuar ao redor como ensinam algumas religies. No caiamos no mesmo erro! A vida eterna somente possvel na ausncia de enfermidade. Mesmo aqui nesta terra velha a qualidade de vida e a capacidade de ser produtivo dependem do nvel de sade fsica, mental e espiritual.

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Esta a razo pela qual existem tantas recomendaes na Bblia, sem fazer distino entre o corpo e a alma. Temos a responsabilidade de cuidar de nosso corpo que o templo do Esprito Santo. Ou no sabeis que o vosso corpo o templo do Esprito Santo, que habita em vs, proveniente de Deus, e que no sois de vs mesmos? Porque fostes comprados por bom preo; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso esprito, os quais pertencem a Deus.(1 Corntios 6:19, 20) E todo aquele que luta de tudo se abstm; eles o fazem para alcanar uma coroa corruptvel; ns, porm, uma incorruptvel. (1 Corntios 9:25) Portanto, quer comais quer bebais, ou faais outra qualquer coisa, fazei tudo para glria de Deus. (1 Corntios 10:31) A condio de sade mundial hoje Focalizemos agora nossa poca no sculo 21. Est a condio geral do mundo melhorando desde que Jesus ascendeu ao cu? Na realidade, a sociedade moderna e ps-moderna apresentam muitas situaes novas e difceis em cada rea da vida: na vida familiar, no lugar de trabalho, na educao das crianas, no mundo econmico e na rea da sade. Podemos estar agradecidos a Deus por ter-nos dado orientaes adicionais atravs de Ellen G. White. somente h poucos anos que a cincia mdica est descobrindo as relaes importantes entre o estilo de vida e a sade fsica e mental. A Organizao Mundial da Sade enfatiza agora a importncia de uma alimentao vegetariana e atividade fsica para prevenir as enfermidades crnicas prevalentes hoje em dia. Os subgrupos de populao que consomem dietas ricas em alimentos de origem vegetal apresentam taxas mais baixas de cardiopatia coronria que a populao em geral. Por exemplo, os Adventistas do Stimo Dia da Noruega e Pases Baixos tm taxas de cardiopatia coronria equivalentes terceira parte ou metade das observadas na populao em geral. Os Adventistas do Stimo Dia de Califrnia que comem carne apresentam taxas mais altas que os que so vegetarianos (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 1990, p. 57) Se bem que o propsito primrio da Consulta foi de examinar e desenvolver recomendaes para a alimentao e nutrio na preveno das doenas crnicas, tambm foi discutida a necessidade de suficiente atividade fsica e, portanto se enfatiza neste informe. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 2003, p. 3) Promoo de sade o melhor mtodo evangelstico Ellen White insiste em que deveramos seguir o exemplo de Jesus e unir a mensagem de sade com a pregao. Nosso exemplo Cristo, o grande Mdico-Missionrio. ... Curava os enfermos e pregava o evangelho. Em Sua obra, a cura e o ensino estavam intimamente unidos. Eles no devem ser separados hoje. (Conselhos sobre Sade, p. 395) Quando devidamente conduzida, a obra de sade uma cunha de penetrao, abrindo caminho para que outras verdades alcancem o corao. (Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 73) Pregar o evangelho significa muito mais do que muitos pensam. um

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trabalho amplo, de vasto alcance. Os nossos sanatrios me tm sido apresentados como meio muito eficaz para promoo da mensagem do evangelho. (Conselhos sobre Sade, p. 540) Em campos novos nenhuma obra to bem-sucedida como a obra mdico-missionria. ... A obra mdico-missionria traz humanidade o evangelho de libertao do sofrimento. a obra pioneira do evangelho. o evangelho praticado, a compaixo de Cristo revelada. H grande necessidade desta obra, e o mundo est aberto para ela. (Medicina e Salvao, p. 239) A misso da mensagem de sade

Promover um estilo de vida saudvel para o melhor desempenho do corpo, mente e alma (1 Tessalonicenses 5:23) para a glria de Deus (1 Corntios 10:31). Restaurar a imagem moral de Deus no homem ao curar as feridas que o pecado produziu (General Conference Bulletin, Abril 24, 1901). Assistir na proclamao do evangelho assim como o brao direito assiste ao corpo (Testimonies vol. 6, p. 288).

Declarao da Igreja Adventista do Stimo Dia (IASD) em relao obra de sadeA Igreja Adventista do Stimo Dia cr que o homem foi criado originalmente imagem de Deus. A entrada do pecado no mundo desfigurou a imagem e acabou na separao do homem de seu Criador, para o seu detrimento fsico, mental e espiritual. A igreja cr que o ministrio da sade no alvio do sofrimento e no tratamento das enfermidades pode contribuir diretamente restaurao do homem inteiro. O ministrio da sade da igreja mediante educao, preceito e exemplo e ao fazer que as leis de vida saudvel sejam compreendidas e aceitas pode assistir ao gnero humano a evitar estas doenas causadas pela violao dos princpios de sade. Desta maneira o ministrio da sade pode contribuir restaurao da sade na terra, e reconciliao do homem com Deus, que uma preparao para a vida eterna posteriormente. (Declarao da Conferncia Geral no Conselho de Outono de 1969) Seguindo a indicao de Deus, a IASD health.euroafrica.org/ colocou grande nfase na promoo da reforma pr-sade. Hospitais, clnicas e dispensrios foram estabelecidos por todo o mundo. No entanto, h hoje uma diminuio no estabelecimento de novos hospitais devido ao seu custo elevado. Em vez disto, a igreja coloca agora grande nfase em promoo de sade mediante seminrios, EXPOs de sade, e programas NEWSTART. Estes demonstraram derrubar preconceitos e alcanar o corao de toda classe de pessoas, sem importar o seu nvel social ou religio. Um estilo de vida saudvel no somente prolonga a vida, mas tambm melhora a sua qualidade.

Promoo de sade

Concluso do plano de salvao restaurao completa da sadeInfelizmente, sofrimento e morte continuam sendo parte da experincia humana at que Jesus volte para erradicar completamente o pecado e suas conseqncias. Ento o plano de salvao estar concludo. Esta terra ser restaurada e o plano original de Deus estar realizado.

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Ento no haver mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque j as primeiras coisas so passadas. (Apocalipse 21:4) Que isto seja logo!

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CAPITULO 2 FATORES DE LONGEVIDADEFilho meu, no te esqueas da minha lei, e o teu corao guarde os meus mandamentos. Porque eles aumentaro os teus dias e te acrescentaro anos de vida e paz. (Provrbios 3:1, 2) A longevidade , em geral, um indicador de boa sade. , portanto, lgico assumir, que aqueles fatores que prolongam a vida tambm ajudaro a melhorar a sade em geral. O acima mencionado texto de Provrbios infere que uma vida em obedincia aos mandamentos de Deus resultar numa vida longa e prspera. Existem abundantes conselhos na Palavra de Deus, que se forem praticados nos protegero de incontveis males e sofrimentos na vida. Muitos estudos cientficos foram feitos e outros esto ainda em caminho para descobrir quais hbitos do estilo de vida esto vinculados com melhor sade e longevidade. Detalhes sobre o grande estudo de Mortalidade Adventista e sobre os estudos de Sade Adventista 1 e 2 realizados pela Universidade de Loma Linda na Califrnia podem ser encontrados na Internet na seguinte pgina www.llu.edu/llu/health . A maior parte dos programas de recondicionamento que se oferecem nos centros de vida saudvel adventistas em todo o mundo se baseiam no conceito NEWSTART1. O Departamento de Sade da Conferncia Geral criou um novo acrstico CELEBRATIONS que inclui alguns outros fatores importantes adicionais2. Nesta seo, no entanto, nos concentraremos num estudo bem conhecido que foi feito h trinta e cinco anos atrs por dois pesquisadores eminentes, Breslow e Belloc, nos Estados Unidos. 6.900 habitantes no distrito de Alameda, na Califrnia, completaram extensos questionrios sobre seu estilo de vida. Estas pessoas foram ento observadas durante 9 anos para ver quem vivia e quem morria. Como resultado, se encontraram sete hbitos de sade bsicos que se relacionavam com a longevidade: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Repouso adequado, 7-8 horas por dia Tomar desjejum diariamente Refeies regulares, no comer entre refeies Moderado uso de lcool ou abstinncia No fumar Manter o peso dentro dos limites normais Atividade fsica regular

Nota: O programa Health Age para computador que se usa geralmente nas EXPOs de sade (veja www.healthexpobanners.com) se baseia neste estudo de Breslow e Belloc.1

O acrstico NEWSTART foi criado por um grupo de mdicos e professores do Instituto Weimar na California (www.newstart.org) e se refere aos 8 remdios naturais (em ingls) mencionados no livro A Cincia do Bom Viver, pg. 127: Nutrition, Exercise, Water, Sunshine, Temperance, Air, Rest, e Trust in God.2

CELEBRATIONS significa Choice, Exercise, Liquids, Environment, Belief, Rest, Air, Temperance, Integrity, Optimism, Nutrition, Social Support.

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Examinemos agora cada um destes hbitos.

1. Repouso adequado, 7 - 8 horas por diaA falta de sono um grande estressor que afeta a sade fsica e mental. A fadiga produz: Mental dificulta a memria Emocional - a pessoa se ofende ou frustra facilmente Social dificulta as relaes interpessoais Produtividade - menos iniciativa e eficincia Segurana menos alerta, juzo impedido, mais acidentes Sade depresso do sistema imunolgico Indivduos com 7-8 horas de sono dirio tm menor taxa de mortalidade que aqueles com menos sono.

2. Tomar desjejum diariamenteO desjejum deveria ser a refeio mais importante do dia. Tem a seguintes vantagens: Prov nutrio ao corpo e mente quando precisam energia. Melhora a ateno e aprendizagem. Pessoas que tomam desjejum tm menos acidentes. Ajuda prevenir o burn-out do meio dia. Ajuda a no comer entre refeies. Neste estudo, pessoas que tomavam desjejum viveram mais que os que no tomavam. Vossa filha tem um temperamento nervoso, e seu regime alimentar deve ser cuidadosamente observado. ... Nunca deixeis que v de casa para a escola sem o desjejum. ... costume e norma da sociedade tomar um desjejum leve. Mas no essa a melhor maneira de tratar o estmago. Na ocasio do desjejum, o estmago est em melhores condies de cuidar de mais alimento do que na segunda ou terceira refeio do dia. O hbito de tomar um desjejum insuficiente e um lauto jantar errado. Fazei vosso desjejum corresponder mais aproximadamente refeio mais liberal do dia. (Orientao da Criana, p. 390)

3. Refeies regulares, no comer entre as refeiesPetiscos geralmente tm alto contedo em - gordura, sal, acar e calorias. Petiscos tm poucas - fibras, vitaminas e minerais. Petiscos freqentemente substituem alimentos mais nutritivos nas refeies. Comer entre as refeies contribui formao de cries dentais. Tomada a refeio regular, deve-se permitir ao estmago um descanso de cinco horas. Nenhuma partcula de alimento deve ser introduzida no estmago at a prxima refeio. Neste intervalo o estmago efetuar seu trabalho, estando ento em condies de receber mais alimento. de vital importncia a regularidade no comer. Deve haver tempo determinado para cada refeio. Nesta ocasio, coma cada um o que o organismo requer, e depois no tome nada mais at a prxima refeio. Muitas pessoas comem quando o organismo no sente necessidade de alimento, em intervalos irregulares e entre as refeies, porque no tm suficiente fora de

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vontade para resistir inclinao. Quando em viagem, alguns esto continuamente mordicando, se lhes chega ao alcance qualquer coisa de comer. Isto muito nocivo. Se os viajantes comessem regularmente, um alimento simples e nutritivo, no experimentariam to grande fadiga, nem sofreriam tanto enjo. (Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 179)

Comer entre refeies e cries

12 8Nmero de dentes cariados por criana

8.5 3.3 Zero 4.8 5.7

9.8

4 0

Nmero de petiscos dirios A regularidade nas refeies deve ser fielmente observada. Coisa alguma se deve comer entre elas, nada de doces, nozes, frutas, ou qualquer espcie de comida. A irregularidade na alimentao arruna a sade dos rgos digestivos, com detrimento da sade em geral, e da alegria. E quando as crianas chegam mesa, no apetecem os alimentos saudveis; desejam o que lhes prejudicial. (Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 180)Nizel, Nutrition in Preventive Dentistry

Um

Dois

Trs

Quatro+

4. Moderado uso de lcool ou abstinnciaEste aspecto merece mais ateno. Algumas pessoas vem aqui uma justificao para o uso moderado de lcool, especialmente devido s diferentes tradues dadas palavra egkrateia egkrateia em Glatas 5:23 e 2 Pedro 1:6. A definio de Strong : Domnio prprio (a virtude de quem domina seus desejos e paixes, especialmente seus apetites sensuais). Aqui esto alguns exemplos de tradues: Ingls, King James antiga temperance (= temperana) Ingls, King James nova self-control (= domnio prprio) Alemo, Luther Keuschheit (= castidade), Mssigkeit (= moderao) Alemo, Elberfelder Enthaltsamkeit (= abstinncia) Francs, Louis Segond temprance (= temperana) Portugus, Almeida temperana Espanhol, Reina-Valera dominio propio (= domnio prprio) Ellen G. White afirma que A verdadeira temperana nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que saudvel. (Orientao da Criana, p. 398; Patriarcas e Profetas, p. 562) Do ponto de vista mdico, somente a abstinncia total a atitude correta em relao ao lcool porque ele um veneno. Existem superabundantes evidncias a respeito de seus efeitos prejudiciais em muitos aspectos mdicos e sociais. O alcoolismo considerado o problema de sade pblica nmero 1. A despeito de evidncias to claras, o uso moderado de lcool, especialmente do vinho tinto, foi propagado por muitos anos pela mdia e tambm por mdicos baseado num estudo feito na Frana. Este estudo recebeu muita publicidade, mas tambm foi criticado. Hoje este debate se conhece pelo nome de paradoxo francs. Se refere observao de que as pessoas na Frana apresentam uma incidncia relativamente baixa de doena coronria apesar de ter uma alimentao relativamente rica em gorduras saturadas. Foi sugerido que o vinho tinto da Frana seja o fator primordial desta tendncia. O vinho tinto contm vrios polifenis, como resveratrol, quercetina e procyanidinas, que demonstraram ter um efeito positivo sobre o sistema cardiovascular. Estas substncias, tambm chamadas fitoqumicos, encontram-se em abundncia nas peles coloridas das uvas roxas, bagas, frutas, e tambm nas nozes, azeite (de azeitonas) e outras plantas.

VINHO

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Alguns pesquisadores atriburam o benefcio do vinho tinto ao lcool mesmo. Tomando tudo em considerao, no existe um consenso mdico sobre o mecanismo de associao entre o consumo moderado de lcool e a longevidade. obvio que o estilo de vida geral da populao do sul da Frana tambm influencia a sua longevidade, como por exemplo, o clima moderado, o comportamento e apoio social, alto consumo de frutas e vegetais, mais atividades fsicas ao ar livre durante o tempo de folga, etc. O fato que Breslow e Belloc encontraram uma associao positiva entre o uso moderado de lcool ou abstinncia e longevidade. Como mostramos acima, poderia haver diversas razes para esta associao. A questo importante a seguinte: Deveramos ns recomendar o uso moderado de vinho tinto ou outras bebidas alcolicas para prolongar a vida? A resposta um claro NO. Existem vrias razes para tal deciso: 1. Existem mais efeitos prejudiciais em beber lcool que benefcios. 2. Existem mtodos muito melhores para proteger o corao e prolongar a vida mediante um estilo de vida saudvel, como veremos mais adiante. 3. A Bblia recomenda claramente a absteno de vinho fermentado. No olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No fim, picar como a cobra, e como o basilisco morder. (Provrbios 23:31, 32) Finalmente deveramos considerar a recente concluso da Organizao Mundial da Sade (OMS): Mesmo sendo que o consumo regular baixo a moderado de lcool tenha efeito protetor contra a doena coronria, os outros riscos cardiovasculares e para a sade associados com o lcool no favorecem uma recomendao geral para o seu uso. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 2003, p. 90)

5. No fumarNo existe dvida de que fumar prejudica a sade de muitas maneiras. De acordo com o Ministro de Sade dos EUA, Fumar a maior causa de morte prematura prevenvel. Em 2002, 20% de todas as mortes nos EUA foram devidas ao fumo 430.000 mortes prematuras. O fumante perde um dia de vida por cada oito dias que fuma. Fumar aumenta o risco de enfarte cardaco, cncer, derrame cerebral, enfisema, presso alta, lceras, e resfriados. Durante a gravidez, fumar causa baixo peso do beb e defeitos congnitos (fsicos e mentais).

Componentes txicos do fumo do tabaco passam da me ao beb.

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6. Manter o peso dentro dos limites normais surpreendente ver quantos homens so orgulhosos de sua barriga proeminente! No entanto, existe uma margem de peso ideal. A obesidade um fator de risco conhecido para diversas enfermidades e finalmente afeta a longevidade. Aqui esto algumas recomendaes curtas e prticas para aqueles que desejam reduzir seu peso normalidade: 1. Evite dietas rpidas. Adote um estilo de vida saudvel por toda a vida. Recomenda-se no perder mais de 250 a 500 g por semana. 2. Escolha alimentos com pouca gordura, especialmente gorduras animais. 3. Reduza sobremesas, petiscos e alimentos com muito acar. 4. Coma mais frutas e verduras. Se recomenda 5 ou mais pores ao dia. 5. Prefira po e cereais integrais. 6. No elimine refeies; isto leva a comer demais depois. 7. Tome um bom desjejum, um almoo moderado, evite jantar muito tarde. 8. Faa atividade fsica 30-60 minutos diariamente. 9. Durma suficientemente e trate de controlar o estresse. 10. Pea ajuda famlia, amigos, e grupos de apoio.

7. Atividade fsica regular importante notar que de todos os bons hbitos de sade neste estudo, a atividade fsica foi o fator que melhor predizia a longevidade. A atividade fsica promove nossa sade em muitas maneiras, especialmente ao melhorar a circulao do sangue, mas tambm mediante influncia direta sobre o metabolismo celular. Aqui est uma lista resumida dos benefcios do exerccio:

Melhora o aspecto fsico e aumenta a fora muscular Fortalece o corao Melhora a circulao sangnea Aumenta o contedo mineral dos ossos Baixa a presso arterial Ajuda diminuir o peso nas pessoas obesas Aumenta o colesterol-HDL Facilita a regulao da glicemia nos diabticos Ajuda a controlar o estresse Fortalece o sistema imunolgico Produz uma sensao de bem-estar geral

O exerccio fsico tem tal impacto na preveno das doenas crnicas juntamente com a nutrio que a Organizao Mundial da Sade incluiu recomendaes sobre atividade fsica em seu informe sobre nutrio. Se bem que o propsito primrio da Consulta foi de examinar e desenvolver recomendaes para a alimentao e nutrio na preveno das doenas crnicas, tambm foi discutida a necessidade de suficiente atividade fsica e, portanto, se enfatiza neste informe. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 2003, p. 3) As pesquisas mostram que em mdia por cada hora de exerccio, se prolonga a vida por duas horas.

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Pessoas ativas adoecem menos freqentemente, tm mais energia, controlam melhor o seu peso, manejam melhor o estresse, e parecem ter melhor auto-estima. O exerccio fsico tem a vantagem de que pode ser adaptado a praticamente todas as pessoas capazes de mover o seu corpo e no requer equipamento especial. A pergunta usual : qual o melhor exerccio e quanto necessrio? A este respeito existem alguns princpios bsicos: 1. O tipo de exerccio deve ser seguro e no ser caro. Caminhar ao ar fresco ou trabalhar no jardim esto entre os melhores. No somente por causa do exerccio em si, mas tambm por causa do ar fresco e devido atividade mental relacionada com estas atividades. bom para a mente contemplar a criao de Deus, as flores coloridas e ouvir o canto dos pssaros. No se recomendam esportes competitivos. 2. O exerccio deve ser praticado regularmente, no possvel cada dia. Mesmo uma atividade fsica moderada tem efeitos decididos para a sade e longevidade quando praticado regularmente. As diversas atividades realizadas durante o dia tm efeito cumulativo. Cada adulto deveria ter 30 minutos ou mais de atividade fsica de intensidade moderada, se possvel, durante cada dia da semana. (Centros de Controle e Preveno de Doenas, e o Colgio Americano de Medicina do Esporte.) 3. O exerccio no deve ser esgotante, mas confortvel e ser incrementado progressivamente.

Atividade fsica e longevidade15 12 Taxa de mortalidade 9 durante 9 anos (%) 6 Homens 3 0Ativos Atividade moderada Inativos

Atividade fsica e longevidade12

12.4 9.8 5.9

Taxa de mortalidade durante 9 anos (%) Mulheres

9 9.0 6 5.2 3 2.9 0Ativas Atividade moderada Inativas

Good Health Practices Study

Good Health Practices Study

Concluses:Pessoas que seguiram 6-7 dos bons hbitos de sade viveram 10-12 anos mais do que aqueles que s praticaram 0-3 bons hbitos. Em mdia, uma pessoa poderia aumentar 5 ou mais anos sua vida se adotasse um estilo de vida mais saudvel. Aqueles que praticaram um estilo de vida saudvel desfrutaram um nvel de sade 20-30 anos mais jovem do que aqueles que no seguiram um estilo de vida saudvel. As taxas de mortalidade estavam diretamente relacionadas com o nmero de maus hbitos praticados (veja tabela anexas).

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Nmero de bons hbitos de sade e taxa de mortalidade20

Nmero de bons hbitos de sade e taxa de mortalidade19.7

15

Homens, taxa de 12 mortalidade em 9 anos 8 (%) 40 7

16

14.2 12.8 10.6

5.2

Mulheres, 12 taxa de 9 mortalidade em 9 anos 6 (%) 300-3

12.1 10.5 7.2 5.1 7.8

6

5

4

7

6

5

4

0-3

Nmero de bons hbitos de sadeBreslow, Belloc Estudo sobre prticas de sade

Nmero de bons hbitos de sadeBreslow, Belloc Estudo sobre prticas de sade

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CAPITULO 3 ESTILO DE VIDA E SISTEMA IMUNOLGICOO corpo humano est composto de milhes de clulas. O fgado, o corao, o crebro e os rins, todos esto compostos por muitas clulas individuais. Estas clulas podem ter formas e funes diferentes, mas todas elas tm cinco necessidades fundamentais: 1. 2. 3. 4. 5. Oxignio gua Alimentos Eliminao de resduos Proteo dos venenos

Somente quando estas necessidades so satisfeitas podem as clulas viver saudavelmente e cumprir as suas funes. o sangue que supre todas estas necessidades.

SANGUEProt CO2 Na+ ClGlicose O2 O2 Prot H2 O++ Ca

Glicose Na+ H2 O

TECIDOS

CO 2

O sangue mesmo est composto por diferentes tipos de clulas com diferentes funes. Os glbulos vermelhos (hemcias) transportam o oxignio dos pulmes a todas as clulas do corpo e devolvem o gs carbnico ao ar. O plasma transporta a gua e os nutrientes necessrios para a edificao, reparao e produo de energia nas clulas. Ao retornar carrega todos os resduos para serem eliminados pelos rgos respectivos. , pois, importante suprir a melhor qualidade de alimento e ar para ter bom sangue e proteg-lo de todas substncias nocivas. Qualquer substncia txica no sangue deve ser eliminada pelos rins, fgado, pulmes, pele e intestino. Os glbulos brancos (leuccitos) compem o sistema de defesa, tambm chamado sistema imunolgico. As plaquetas so responsveis pela coagulao em caso de alguma leso. Na realidade, o sangue um sistema lquido. Poderamos dizer que o sangue o sistema central da vida. Isto est de acordo com a Bblia porque lemos que a vida de toda a carne o seu sangue. (Levtico 17:14) Para termos boa sade, necessrio que tenhamos bom sangue; pois este a corrente da vida. Ele repara os desgastes e nutre o corpo. Quando provido dos devidos elementos de alimentao e purificado e vitalizado pelo contato com o ar puro, leva a cada parte do organismo vida e vigor. Quanto mais perfeita a circulao, tanto melhor se realizar esse trabalho. A cada pulsao do corao, o sangue deve fazer, rpida e facilmente, seu caminho a todas as partes do corpo. Sua circulao no deve ser estorvada por vesturios ou cintas apertadas, nem

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por deficiente agasalho dos membros. Seja o que for que prejudique a circulao, fora o sangue a voltar aos rgos vitais, congestionando-os. Dor de cabea, tosse, palpitao, ou indigesto, eis muitas vezes os resultados. (A Cincia do Bom Viver, p. 271)

Clulas do sistema imunolgicoExaminemos agora alguns glbulos brancos especficos. Os neutrfilos ou micrfagos so um tipo de soldados que matam e devoram todo tipo de germes e substncias estranhas que encontram. Eles engolem partculas pequenas e as digerem. Quando muitos deles morrem na batalha se forma uma massa espessa amarelenta que se denomina pus. Os moncitos, tambm chamados macrfagos, so maiores, mas basicamente fazem o mesmo. Algumas vezes se renem formando clulas gigantes caractersticas de algumas doenas.

B Tneutrfilo (micrfago)moncito (macrfago)

anticorpos

killer cells

linfcitos

Os linfcitos so os menores dos glbulos brancos e vivem por muitos anos. Eles tm uma espcie de memria quando substncias estranhas (antgenos) penetram no corpo. Estas so reconhecidas devido suas protenas diferentes. Basicamente existem dois tipos de linfcitos, chamados clulas B e clulas T. Por fora so semelhantes, mas as suas funes especficas so diferentes. Quando os linfcitos B saem dos vasos sanguneos e penetram nos tecidos recebem o nome de clulas plasmticas e produzem anticorpos contra substncias estranhas especficas (imunidade humoral). As clu las T recebem mensagens para atacar clulas estranhas (imunidade celular). Ento recebem o nome de clulas assassinas ou killer cells. Elas reconhecem mesmo clulas cancerosas e as destroem.Clulas T assasinas

Helper T cell(clula T ajudante)

tocam a

clula do cncere fazem buracos nela causando a saida de seu citoplasma.National Geographic, Junho 1986

perdeu seus fios de comunicao cortados pelo virus da imunodeficincia humana (HIV), coloreado de rouxo neste quadro.National Geographic, Junho 1986

Quando uma pessoa infectada com o vrus da imunodeficincia humana (HIV), os receptores dos linfcitos T so destrudos e as clulas perdem a capacidade de reconhecer clulas ou substncias estranhas. A pessoa perde, portanto, seu sistema imunolgico e pode morrer de qualquer tipo de doena infecciosa. Esta situao se denomina AIDS (SIDA). At agora no se encontrou cura para AIDS.

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Regulao do sistema psico-neuro-imunolgicoAs clulas do sistema imunolgico podem ser comparadas polcia ou exrcito de uma nao. Elas nadam pacificamente junto com os outros componentes do sangue a todos recantos do organismo. Esta uma das razes porque to importante manter uma boa circulao do sangue. Mas, como sabem estas clulas quando e onde devem entrar em ao? Todos os mecanismos metablicos so bastante complexos e interatuam entre si. A regulao se realiza atravs de mecanismos de retroalimentao e coordenao de pelo menos trs outros sistemas: o sistema nervoso, o sistema endcrino e nossas emoes. Comunicam-se mediante substncias qumicas chamadas neurotransmissores. Estas substncias estimulam ou deprimem a atividade das clulas imunolgicas. A cincia est descobrindo progressivamente a interao entre a mente e o corpo. Por este motivo o sistema imunolgico se denomina hoje de sistema psico-neuro-imunolgico.

Sistema Psico - Neuro - ImunolgicoMENTE NERVOS

neurotransmissores

SANGUEProt CO2 Na + ClGlicose O2 O2 Prot H2 O++ Ca

Glicose Na+ H2 O

TECIDOS

CO 2

Poderamos verdadeiramente dizer que o sistema imunolgico um milagre. A cincia est apenas comeando a compreender o maravilhoso mecanismo que Deus fez para preservar nossa sade em melhor estado. Ele funciona dia e noite sem fazer barulho. Podemos unir-nos ao salmista quando ele exclama, Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e to maravilhoso fui feito! (Salmos 139:14)

Fatores que influenciam o sistema imunolgicoOs mecanismos que acabamos de mencionar funcionam em todo tempo. O sangue est envolvido com a construo e remodelao durante o crescimento, com todos os mecanismos de adaptao e controle do estresse, e com a defesa e combate contra todo tipo de doenas. Sendo que todos os processos de manuteno em estado de sade e enfermidade dependem do desempenho timo do sistema imunolgico, coerente perguntar-nos, o que fortalece o sistema imunolgico e que o deprime? Vida e morte dependem disto.

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Faz alguns anos houve um congresso internacional sobre o Sistema Psico-NeuroImunolgico em Loma Linda, na Califrnia. Chegou-se seguinte concluso:

Influncias sobre o Sistema ImunolgicoFortalecem Enfraquecem

Exerccio moderado Alimentao equilibrada Otimismo Repouso adequado

Insuficiente ou demasiado exerccio Demasiada gordura, colesterol Falta de Fe, Cu, Co, Zn, Se, Mg, vit. E Depresso lcool, fumo, drogas

Os fatores mencionados neste quadro nos fazem recordar os remdios naturais representados no programa NEWSTART. Vejamos brevemente cada um deles.

RespiraoNo livro A Cincia do Bom Viver, de Ellen G. White, encontramos o seguinte conselho: Para possuir bom sangue, preciso respirar bem. Plena e profunda inspirao de ar puro, que encha os pulmes de oxignio, purifica o sangue. Isso comunica ao mesmo uma cor viva, enviando-o, qual corrente vitalizadora, a todas as partes do corpo. Uma boa respirao acalma os nervos, estimula o apetite e melhora a digesto, o que conduz a um sono profundo e restaurador. Deve-se conceder aos pulmes a maior liberdade possvel. Sua capacidade se desenvolve pela liberdade de ao; diminui, se eles so constrangidos e comprimidos. Da os maus efeitos do hbito to comum, especialmente em trabalhos sedentrios, de ficar todo dobrado sobre a tarefa em mo. Nessa postura impossvel respirar profundamente. A respirao superficial torna-se em breve um hbito, e os pulmes perdem a capacidade de expanso. Idntico efeito produzido por qualquer constrio. No se proporciona assim espao suficiente parte inferior do peito; os msculos abdominais, destinados a auxiliar na respirao, no desempenham plenamente seu papel, e os pulmes so restringidos em sua ao. Assim recebida uma deficiente proviso de oxignio. O sangue move-se lentamente. Os resduos, matria venenosa que devia ser expelida nas exalaes dos pulmes, so retidos, e o sangue se torna impuro. No somente os pulmes, mas o estmago, o fgado e o crebro so afetados. A pele torna-se plida, retardada a digesto; o corao fica deprimido; o crebro nublado; confusos os pensamentos; baixam sombras sobre o esprito; todo o organismo se torna deprimido e inativo, e especialmente suscetvel doena. Os pulmes esto de contnuo expelindo impurezas, e necessitam ser constantemente abastecidos de ar puro. O ar contaminado no proporciona a necessria proviso de oxignio, e o sangue passa ao crebro e aos outros rgos sem o elemento vitalizador. Da a necessidade de perfeita ventilao. Viver em aposentos fechados, mal arejados, onde o ar sem vida e viciado, enfraquece todo o organismo. Este se torna particularmente sensvel influncia do frio, e uma leve exposio leva doena. o viver muito fechadas, dentro de casa, que faz muitas mulheres plidas e fracas. Respiram o mesmo ar repetidamente, at que ele se carrega de venenosos elementos expelidos pelos pulmes e os poros; e assim as impurezas so novamente levadas ao sangue. (A Cincia do Bom Viver, p. 272-274)

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ExerccioQual o benefcio de ter bom sangue se este no circula adequadamente para nutrir todas as partes do organismo? Uma pessoa adulta tem aproximadamente cinco litros de sangue. Esta quantidade no est distribuda igualmente atravs do corpo. As artrias pequenas (arterolas) tm paredes musculares que regulam o fluxo sanguneo aos rgos respectivos. rgos ativos recebem mais sangue, de acordo s suas necessidades, e os rgos em descanso recebem menos. um sistema econmico. Por isso importante ativar a todas as diferentes partes do corpo regularmente para prover-lhes sangue fresco e remover os resduos. Exerccio regular e ar fresco so ambos fatores importantes para preservar boa sade. A principal razo, se no a nica por que muitos se tornam doentes que o sangue no circula livremente, e no ocorrem no fluido vital as mudanas necessrias vida e sade. Eles no tm exercitado o corpo nem alimentado os pulmes com o ar puro e fresco; por esse motivo, impossvel ao sangue ser vitalizado, e ele segue o seu curso vagarosamente atravs do organismo. Quanto mais exerccio fizermos, tanto melhor ser a circulao do sangue. Mais pessoas morrem por falta de exerccio do que por excesso de cansao; muitos mais se enferrujam do que se desgastam. Os que se acostumam a exerccios apropriados ao ar livre, geralmente tm uma circulao boa e vigorosa. Dependemos mais do ar que respiramos do que do alimento que ingerimos. Homens e mulheres, jovens e idosos que desejam sade, e que apreciariam a vida ativa, devem lembrar-se de que no podero obter isso sem uma boa circulao. Sejam quais forem as suas ocupaes e tendncias, devem eles preparar a mente para exerccio ao ar livre, tanto quanto possvel. Devem considerar um sagrado dever superar as condies de sade que os tm mantido confinados dentro de casa, privados do exerccio ao ar livre. (Conselhos sobre Sade, p. 173) Num dos principais jornais mdicos dos Estados Unidos lemos: No existe medicamento em uso atual ou prospectivo que possa prometer tanto para manter a sade, como um programa de exerccio fsico por toda a vida. (Bortz: Journal of American Medical Association: 1982:248, 1203)

Benefcios do exerccioO exerccio dos msculos longos dos braos e pernas produz endorfinas. Pensamentos e emoes alegres e positivos liberam endorfinas no crebro. Tambm se geram endorfinas nos pulmes e intestinos. As endorfinas fortalecem o sistema imunolgico e produzem uma sensao de bem-estar. Aqui est uma lista resumida dos benefcios do exerccio:

Melhora o aspecto fsico e aumenta a fora muscular Fortalece o corao Melhora a circulao sangunea Aumenta o contedo mineral dos ossos Baixa a presso arterial Ajuda diminuir o peso nas pessoas obesas Aumenta o colesterol-HDL Facilita a regulao da glicemia nos diabticos Ajuda a controlar o estresse Fortalece o sistema imunolgico Produz uma sensao de bem-estar geral

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Observe que tanto o excesso como a falta de exerccio debilitam o sistema imunolgico. Para beneficio da sade o melhor o exerccio moderado. O pulso deve acelerar-se, mas a pessoa no deve perder o flego. Para beneficiar a sade a durao mnima deve ser de pelo menos meia hora por dia. Isto no precisa ser feito tudo de uma s vez. Um exerccio intermitente tem efeitos similares quando acumulado. Especialmente as pessoas sem treinamento devem fazer pequenas pausas de relaxamento. A intensidade do exerccio pode ser adaptada s necessidades de cada indivduo. Se existe um problema cardaco ou qualquer dvida, consulte primeiramente o seu mdico. Um princpio importante de praticar a atividade fsica regularmente, se possvel cada dia, porque os efeitos fisiolgicos duram somente de 12 a 24 horas, dependendo da intensidade do exerccio. No possvel dizer de maneira absoluta, qual tipo de atividade seja a melhor. importante utilizar o maior nmero possvel de articulaes e msculos para manter a flexibilidade geral e promover a circulao a todos os rgos. A atividade escolhida deve ser prazenteira, segura, til e econmica. Caminhar ao ar fresco ou trabalhar no jardim so excelentes e podem ser recomendados a todos. Em todos os casos possveis, andar o melhor remdio para os fsicos enfermos, pois nesse exerccio todos os rgos do corpo so postos em uso. ... No h exerccio que possa substituir o andar. Por ele a circulao do sangue grandemente aumentada. (Conselhos sobre Sade, p. 200) O exerccio ao ar livre devia ser prescrito como necessidade vital. E para tal exerccio nada h melhor do que o cultivo do solo. Dai aos pacientes canteiros a cultivar, ou fazei-os trabalhar no pomar ou na horta. Levando-os assim a deixar seus quartos e a passar o tempo ao ar livre, a cultivar flores ou a fazer algum outro trabalho leve e agradvel, sua ateno ser afastada de si mesmos e de seus sofrimentos. (Cincia do Bom Viver, p. 265)

DescansoTodas as funes em nosso corpo necessitam uma alternncia regular de atividade e descanso. Durante as horas do sono o nosso corpo restaura as energias gastas. Como vimos no estudo sobre a longevidade, a falta de sono um estressor maior que afeta a sade fsica e mental. Uma pessoa adulta precisa em mdia de 7 a 8 horas de sono dirios. Para pessoas mais idosas 5 a 6 horas podem ser suficientes. O importante ter as horas de sono regularmente. Trabalhadores em fbricas ou hospitais com mudanas freqentes de horrio de turno tm dificuldade para ajustar o seu relgio interno (ciclo circadiano). Sabemos, por exemplo, que nas crianas e adolescentes o hormnio de crescimento segregado especialmente durante as horas antes de meia noite. Logicamente, a qualidade do sono tambm importante. Aqui esto alguns conselhos inspirados para melhorar a qualidade do sono: Sei, atravs dos testemunhos que me foram dados de vez em quando para trabalhadores intelectuais, que o sono antes de meia noite muito mais valioso que depois de meia noite. Duas horas de bom sono valem mais que quatro horas depois de meia noite. (7 Manuscript Releases, p. 224)- 26 -

Outro hbito prejudicial o de tomar alimento exatamente antes de dormir. Pode-se haver tomado as refeies regulares, mas, por sentir-se uma sensao de fraqueza, ingere-se mais alimento. Mediante a condescendncia, essa prtica errnea se torna um hbito, e tantas vezes to firmemente fixado que se julga impossvel dormir sem comer. Em resultado de tomar ceias tardias, o processo digestivo continuado atravs do perodo de repouso. Mas, embora o estmago trabalhe constantemente, sua funo no bem feita. O sono mais vezes perturbado por sonhos desagradveis, e pela manh a pessoa acorda sem se haver descansado, e com pouco apetite para a refeio matinal. Quando nos deitamos para repousar, o estmago j devia ter concludo a sua obra, a fim de, como os demais rgos do corpo, fruir repouso. Para as pessoas de hbitos sedentrios, as ceias tarde da noite so particularmente nocivas. Para essas, as desordens criadas so geralmente o comeo de doenas que findam na morte. (Cincia do Bom Viver, p. 303) Na maioria dos casos duas refeies ao dia so preferveis a trs. O jantar, quando muito cedo, incompatibiliza-se com a digesto da refeio prvia. Sendo mais tarde, no digerido antes da hora de deitar. Assim o estmago deixa de conseguir o devido repouso. O sono perturbado, cansam-se o crebro e os nervos, prejudicado o apetite para a refeio matutina, o organismo todo no se restaura, e no estar preparado para os deveres do dia. (Educao, p. 205)

AlimentaoO sangue necessita de nutrientes. Como mencionamos no comeo, uma alimentao equilibrada necessria para o funcionamento adequado do sistema imunolgico. Algumas pessoas pensam que uma dieta equilibrada significa comer um pouco de tudo. Isto certamente no o caso. No prximo captulo veremos mais detalhes sobre uma alimentao equilibrada baseado nas recomendaes da Organizao Mundial da Sade. Aqui esto somente alguns pensamentos bsicos para comear. Deus revelou a Ellen G. White que Os cereais, com frutas, nozes e verduras contm todas as propriedades nutritivas necessrias a formar um bom sangue. Estes elementos no so to bem, ou to plenamente supridos pelo regime crneo. (A Cincia do Bom Viver, p. 316) A afirmao acima ratificada por especialistas da Organizao Mundial da Sade que afirmam que As metas de nutrientes indicam que as necessidades de sade da populao se satisfazem melhor mediante uma dieta baixa em gorduras, com um contedo elevado de carboidratos, rica em alimentos amilceos (por exemplo, cereais, tubrculos e leguminosas) e que inclua uma ingesto considervel de hortalias e frutas. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, p. 158) Numerosos dados clnicos e epidemiolgicos indicam que uma ingesto elevada de alimentos de origem vegetal e carboidratos complexos se vincula com um menor risco de vrias doenas crnicas, especialmente a cardiopatia coronria, certos tipos de cncer, hipertenso e diabetes. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, p. 99) No lado negativo vimos anteriormente que demasiada gordura, especialmente colesterol deprime o sistema imunolgico. Tal alimentao se baseia tipicamente em produtos animais como carne, peixe, aves, ovos, manteiga, leite e queijo. O Dr. Colin T. Campbell, professor emrito de Bioqumica Nutricional na Universidade de Cornell, falando sobre as doenas autoimunes, afirma que das doenas estudadas em relao com a alimentao, o consumo de alimentos de origem animal especialmente o leite de vaca se associa com um maior risco de enfermidade. (The China Study, 2004, p. 199)- 27 -

Tambm no lado negativo est a falta de minerais como ferro, cobre, cobalto, zinco, selnio, magnsio e vitamina E. No entanto, devemos ser cuidadosos, para no considerar estes elementos como drogas milagrosas que estimulam o sistema imunolgico, como a mdia proclama muitas vezes para promover o uso de suplementos.

lcoolO efeito farmacolgico do lcool a depresso do sistema nervoso em todas as circunstncias. No utilizado como anestsico geral devido margem muito estreita entre a ao farmacolgica e a toxicidade. A OMS identificou beber lcool como um dos 10 principais riscos para a carga global de doenas. (WHO Press release, 28 de maro de 2007, www.iarc.fr/ENG/Press_Releases/pr175a.htm) No surpreende que a Bblia tem muitas admoestaes contra seu uso. No olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No fim, picar como a cobra, e como o basilisco morder. (Provrbios 23:31, 32) O vinho escarnecedor, a bebida forte alvoroadora; e todo aquele que neles errar nunca ser sbio. (Provrbios 20:1) Referente aos seus efeitos sobre o sistema imunolgico, O lcool deveria considerar-se como uma droga imunossupressora de efeitos a longo alcance. (MacGregor, RR, Alcohol and Immuno Defense, JAMA, Set 19, 1986, vol. 256, no. 11) No poderia haver uma afirmao mais forte para expressar seus efeitos negativos sobre a sade, alm de muitas outras desvantagens bem conhecidas. Concernente seus possveis benefcios para o corao a Organizao Mundial da Sade chegou finalmente seguinte concluso: Mesmo sendo que o consumo regular baixo a moderado de lcool tenha efeito protetor contra a doena coronria, os outros riscos cardiovasculares e para a sade associados com o lcool no favorecem uma recomendao geral para o seu uso. (Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 2003, p. 90)

Luz solarSe bem que todos sabem que a vida depende da luz solar, se fala muito pouco sobre a aplicao da luz solar como tratamento. mais comum ouvir acerca os perigos de queimaduras de sol e a possvel promoo de cncer de pele em indivduos de tez branca. Aqui, como em tudo o demais, importante encontrar a quantidade correta, nem demais nem de menos. Outro princpio fundamental em relao sade e doena que a sade (ou doena) depende geralmente de vrios fatores e mecanismos complexos que so todos inter-relacionados. Um destes mecanismos tem que ver com a produo de melatonina na glndula pineal. Glndula pineal

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A melatonina tem vrias funes importantes no corpo humano:

Regula ritmo circadiano Antioxidante Contra fadiga Melhora a eficincia do sono Ajuda recuperar do estresse Estimula o sistema imunolgico Reduz o colesterol

(Proof Positive, p. 193-207)

Outro papel importante da luz solar a produo de vitamina D na pele e sua transformao posterior em 1,25 D ativa nos rins. A falta de luz solar um fator importante na incidncia de vrias doenas autoimunes. No hemisfrio norte, as comunidades localizadas mais ao norte tendem a ter mais diabetes tipo 1, esclerose mltipla, artrite reumatide, osteoporose, cncer do seio, cncer de prstata, cncer de clon, vitiligo, alm de outras doenas. (T. C. Campbell, The China Study, 2004, p. 362-368) Uma regra simples no tomar banho de sol entre as 10 da manh e 3 ou 4 da tarde e comear com somente 10 a 15 minutos. Existem grandes variaes na sensibilidade da pele sendo preciso tomar cuidado individual. Aqui esto algumas instrues valiosas de Ellen G. White: As pessoas com sade fraca freqentemente se deprivam da luz do sol. Esta um dos agentes mais saudveis da natureza. Desfrutar dos raios do sol de Deus e embelezar nossos lares com sua presena um remdio muito simples que no est de moda. A moda trata de excluir a luz solar das salas e dormitrios colocando cortinas e persianas como se seus raios fossem prejudiciais vida e sade. No Deus que colocou sobre ns tanto sofrimento que acossa os mortais. Nossa prpria tolice nos levou a deprivar-nos de coisas que so preciosas, das bnos que Deus proveu e que, utilizadas devidamente, so de inestimvel valor para a recuperao da sade. Se vocs quiserem ter seus lares amveis e aconchegantes, faam-nos alegres com ar e luz do sol. Retirem as cortinas pesadas, abram as janelas e as persianas e desfrutem a abundante luz solar, mesmo custa das cores de seus carpetes. A preciosa luz do sol poder empalidecer seus carpetes, mas dar cores saudveis aos rostos de suas crianas. Se vocs tiverem a presena de Deus e corao sincero e amante, um lar humilde alegrado com ar e sol, e animado com hospitalidade desinteressada, ser um cu na terra sua famlia e ao viajante cansado. (Testimonies vol. 2, p. 527) Os que tm de atender a pessoas idosas devem lembrar que estas, especialmente, precisam de quartos quentes, confortveis. O vigor declina medida que avana a idade, deixando menos vitalidade para resistir s influncias insalubres; da a maior necessidade dos velhos, quanto a abundncia de luz solar e de ar renovado e puro. (Cincia do Bom Viver, p. 275)

Atitude mentalEmoes e pensamentos positivos promovem a sade e provem fora, resistncia, bem-estar e produtividade. Por outro lado, os sentimentos negativos promovem doenas como asma, lceras do estmago, presso alta, cncer, enxaqueca e ataques ao corao. Estas se conhecem como doenas psicossomticas. bem sabido que luto e aflio enfraquecem o sistema imunolgico e tornam as pessoas mais susceptveis a doenas infecciosas e cncer. A medicina psicossomtica se desenvolveu na dcada dos setenta. No entanto, Ellen G. White escreveu h mais de cem anos atrs algo que os cientistas nem suspeitavam naquela poca:

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A relao existente entre a mente e o corpo muito ntima. Quando um afetado, o outro se ressente. O estado da mente atua muito mais na sade do que muitos julgam. Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiana, todos tendem a consumir as foras vitais, e a convidar a decadncia e a morte. A doena muitas vezes produzida, e com freqncia grandemente agravada pela imaginao. O nimo, a esperana, a f, a simpatia e o amor promovem a sade e prolongam a vida. (A Cincia do Bom Viver, p. 241) Desde uns vinte anos atrs surge um nmero crescente de artigos e estudos cientficos mostrando que f em Deus e uma vida religiosa ativa melhoram a sade e prolongam a vida. O apoio social prprio de comunidades religiosas, cantar e louvar a Deus em adorao, a orao intercessria, perdo e outros fatores relacionados com um estilo de vida saudvel, todos eles fortalecem o sistema imunolgico. A Associao Americana de Mdicos de Famlia fez a seguinte afirmao em janeiro de 2001: Durante os ltimos anos se compreende progressivamente, que a espiritualidade outro fator importante, muitas vezes negligenciado, para a sade dos pacientes. (www.aafp.org/afp/20010101/81.html) Eles tambm sugerem que se deve incluir uma anamnese espiritual na prtica mdica regular. H muito tempo, Sebastio Kneipp (1821-1897), sacerdote alemo e um dos fundadores da medicina naturopata, confessou que Foi somente quando comecei a colocar ordem nas almas de meus pacientes, que comecei a ter sucesso completo. Se bem que Sebastio Kneipp geralmente associado com tratamentos de gua fria, ele foi o proponente de um sistema integral de cura que se apoiava em cinco doutrinas principais: hidroterapia, fitoterapia, exerccio, nutrio equilibrada, e espiritualidade. Ellen G. White, que viveu na mesma poca, declarou em 1872 que A religio da Bblia no prejudicial sade do corpo ou da mente. A influncia do Esprito de Deus o melhor remdio que pode ser recebido por um homem ou uma mulher doentes. (Medicina e Salvao, p. 12)

NEWSTARTJuntando todos os fatos podemos ver que o programa NEWSTART encaixa perfeitamente no sistema psico-neuro-imunolgico. O acrstico NEWSTART 1 foi criado por um grupo de mdicos e professores do Instituto Weimar na Califrnia (www.newstart.com) baseado nos oito fatores naturais para a sade mencionados por Ellen G. White: Ar puro, luz solar, abstinncia, repouso, exerccio, regime conveniente, uso de gua e confiana no poder divino eis os verdadeiros remdios. Toda a pessoa deve possuir conhecimentos dos meios teraputicos naturais, e da maneira de os aplicar. (A Cincia do Bom Viver, p. 127) Em resumo podemos ressaltar os seguintes pontos: 1. A vida regida por leis naturais. A desobedincia a elas resulta em doena. 2. As leis naturais, juntamente com as leis morais todas feitas por Deus tm o propsito de manter o homem completamente so, feliz e santo. 3. Os mecanismos fisiolgicos que regulam os processos da vida so representados pelo sistema psico-neuro-imunolgico. Isto significa que a mente, o corpo e a alma atuam juntos e se influenciam mutuamente. 4. O sangue o veculo central para o transporte de gua, nutrientes, hormnios e clulas imunolgicas. A sade depende da correta composio e circulao do sangue.1

Nutrition, Exercise, Water, Sunshine, Temperance, Air, Rest, Trust in God.- 30 -

5. Distrbios prolongados na composio e/ou circulao do sangue conduz a doenas crnicas (do estilo de vida), em contraste s doenas agudas (acidentes, infeces, envenenamentos, etc.). 6. O organismo tem muitas maneiras para compensar deficincias e incorrees. As doenas crnicas so usualmente o resultado de mais de um fator. Quanto mais fatores de risco se renem, maior a probabilidade de ficar doente. 7. A maior parte das predisposies genticas requerem a presena de um fator ambiental (estilo de vida) adicional para expressar-se, de acordo com o ditado os genes carregam a bala o estilo de vida tira o gatilho. 8. O programa NEWSTART rene todos os fatores principais do estilo de vida e cientificamente correto. 9. Os dois fatores onde se cometem mais erros e onde as correes mostram os melhores resultados so o exerccio e a alimentao. Juntamente com o alcoolismo e o fumar so responsveis pela maior parte do sofrimento neste mundo. 10. O autor final da sade no a natureza em si mesma nem foras vitais inerentes, mas Deus o Criador. Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara. (xodo 15:26) 11. A vida eterna possvel somente atravs de Jesus. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo aquele que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna. (Joo 3:16) -o-O-o-

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CAPITULO 4 RECOMENDAES SOBRE ALIMENTAODe todos os fatores envolvidos no desenvolvimento das doenas crnicas, a atividade fsica e a alimentao so os fatores onde se cometem mais erros e onde as correes podem realizar-se mais facilmente. Ningum objetar o fato de que precisamos mais atividade fsica, mas quando se chega questo da alimentao, muitas tradies culturais, crenas populares e interesses econmicos entraro em conflito com o conhecimento cientfico. As consideraes do captulo presente esto baseadas extensivamente num informe de um grupo de especialistas da Organizao Mundial da Sade sobre Dieta, Nutrio e a Preveno de Doenas Crnicas publicado em 1990 e um informe de seguimento de uma consulta unida de especialistas da OMS e FAO1 doze anos depois. Na sesso inaugural o Doutor Hu Ching-Li, representante da OMS, disse: A quantidade e o tipo de alimentos ingeridos so importantes fatores determinantes da sade do homem. Algumas pginas mais adiante lemos que uma quantidade de doenas crnicas podem ser prevenidas em grande maneira mediante mudanas no estilo de vida, entre as quais a alimentao joga um papel decisivo. (Diet, Nutrition, and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 1990, p. 39)

Alimentao e doenas crnicasAs causas principais de morte nos pases desenvolvidos so as doenas cardiovasculares e cncer. Ambas, juntas, compreendem aproximadamente trs quartos (75%) de todas as mortes. No existe muita diferena entre a Europa e a Amrica do Sul como se pode ver nos grficos anexos; e sendo que os fatores de risco destas doenas so basicamente os mesmos, podemos estud-las juntas.Taxa de Mortalidade EstandarizadaTaxa de Mortalidade Estandarizada

Por 100.000 Habitantes Standard (Europa) Informe Estatstico da OMS 1994Cardio-vascular Diabetes Infeces Acidentes Digestivo Respiratorio

Por 100.000 Habitantes Estandard (Europa) Informe Estatstico da OMS 1994Infeces Cardio-vascular Digestivo Respiratorio

Outras

Cncer

Outros

Cncer

ARGENTINA

PORTUGAL

1

Food and Agriculture Organization of the United Nations.- 32 -

Em primeiro lugar observou-se que Nos pases em desenvolvimento, j so evidentes as percepes inadequadas do pblico acerca do que constitui uma dieta melhor, ... com contedo elevado de gorduras, acar e sal. (Diet, Nutrition, and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 1990, p. 15) Ao mesmo tempo, os fatores de risco para doenas cardiovasculares e cncer esto precisamente relacionados com tal alimentao:

excesso de gorduras demasiado acar insuficientes carboidratos complexos fumar cigarros

(Diet, Nutrition, and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 1990, p. 11, 56) Eles tambm observaram que Essas enfermidades crnicas [doenas cardiovasculares, cncer, hipertenso, diabetes] so em parte manifestaes dos excessos e desequilbrios dos nutrientes na dieta prspera e, por conseguinte, so em princpio evitveis em grande medida. (Id, p. 14) Em contraposio, Numerosos dados clnicos e epidemiolgicos indicam que uma ingesto elevada de alimentos de origem vegetal e carboidratos complexos se vincula com um menor risco de vrias doenas crnicas, especialmente a cardiopatia coronria, certos tipos de cncer, hipertenso e diabetes. (Id, p. 99) Conseqentemente, Em vrios pases da Europa Ocidental e Amrica do Norte tm havido contnuas campanhas de educao que intencionam mudar os hbitos alimentares do pblico. ... Por desgraa, amide se emprega o argumento de que as opinies mdicas esto divididas e de que as polticas so ambguas para inibir a mudana, apesar da notvel consistncia dos conceitos expressados por grupos de especialistas durante vrios decnios. (Id, p. 129) lamentvel observar que muitas mulheres e mes no esto conscientes que a sade de seu esposo e de seus filhos depende em grande medida do alimento que elas preparam para suas famlias. Aqui esto alguns conselhos pertinentes: H muitas moas que se casaram e tm famlias, mas que tm apenas pouco conhecimento prtico sobre os deveres que recaem sobre uma esposa e me. Elas sabem ler e tocar algum instrumento musical; mas no sabem cozinhar. Elas no sabem fazer um bom po, que essencial para a sade da famlia. ... Cozinhar bem e apresentar alimento saudvel mesa de uma maneira atraente, requer inteligncia e experincia. A pessoa que prepara o alimento que ser colocado em nossos estmagos para ser convertido em sangue para nutrir o organismo, ocupa uma importantssima e elevada posio. A posio de secretria, costureira, ou professora de msica no pode igualar-se em importncia de cozinheira. (Testimony Studies on Diet and Foods, p. 94) um sagrado dever para os que cozinham o saber preparar alimento saudvel. Muitas almas se perdem em razo de um errneo modo de preparar os alimentos. Exige reflexo e cuidado o fazer um bom po; h, porm, mais religio num po bem feito do que muitos pensam. Na verdade h poucas boas cozinheiras. As jovens entendem ser coisa servil cozinhar e fazer outros servios domsticos; e, por isso, muitas jovens que se casam e tm cuidado de famlia pouca idia possuem dos deveres que pesam sobre a esposa e me. Cozinhar no cincia desprezvel, porm uma das mais essenciais na vida prtica. Toda mulher que se encontra frente de uma famlia e ainda no entende a arte da cozinha saudvel deve decidir aprender aquilo que to essencial ao bem-estar de sua casa. (A Cincia do Bom Viver, p. 302) O presente captulo no pretende ser um texto detalhado sobre nutrio, antes desejo enfatizar alguns aspectos importantes que freqentemente so mal compreendidos.

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Cncer e alimentaoExiste alguma relao entre cncer e alimentao? Pode-se reduzir o risco de cncer mediante alimentao? Para comear, esto aqui algumas afirmaes de autoridades em cincia. As hortalias e as frutas so uma rica fonte de uma quantidade de nutrientes. ... Parece existir certa consistncia nos dados que indicam que as hortalias e as frutas desempenham um papel protetor para prevenir o aparecimento do cncer. (Diet, Nutrition, and the Prevention of Chronic Diseases, OMS, 1990, p. 98) O diretor do Departamento de Preveno e Controle do Cncer do Instituto Nacional do Cncer dos EUA concluiu: Um nmero maior de estudos mostrou que uma dieta rica em frutas e verduras tem um efeito protetor contra o cncer. Pessoas com um alto consumo de frutas e verduras tm a metade do risco que as pessoas com baixo consumo. (Better Nutrition, Maio 1994, p. 20) Finalmente est aqui uma declarao inspirada importante de Ellen G. White que est plenamente de acordo com as afirmaes prvias: Cncer, tumores, e todas as doenas inflamatrias so em sua maior parte causadas por comer carne. Da luz que Deus me deu, a prevalncia de cnceres e tumores se deve ao forte consumo de carne. (Spalding and Magan Collection, p. 47) interessante notar que E. G. White menciona tambm as doenas inflamatrias. O Estudo Adventista de Sade revelou uma prevalncia 50% maior de artrite reumatide e outras formas de artrite entre no-vegetarianos comparado com os vegetarianos. ... Os mecanismos ainda no foram explicados. (Gary E. Fraser, Diet, Life Expectancy and Chronic Disease, 2003, p. 144-146)

Gorduras e colesterolPara a compreenso desta seo pressupomos um conhecimento bsico sobre gorduras. Limitaremos nossas explicaes a alguns fatos relacionados com doenas crnicas. Est bem documentado que nveis altos de colesterol no sangue so um fator de risco para a doena coronria. Os valores de 200 mg%, usualmente considerados como normais, so demasiado altos. Idealmente o nvel de colesterol srico deveria estar em 150 mg% ou menos. Isto pode soar assustador porque muito poucas pessoas em sociedades ocidentais tm valores to baixos.

RISCO DE ENFARTE CARDACOIncidentes por 1000 habitantes

Quando pesquisas mostraram que um alto < 200 200-219 220-239 240-259 260 > Nveis de colesterol no sangue (mg%) consumo de gorduras saturadas, maiormente de W. Kannel, "Cholesterol in the Prediction of Atherosclerotic Disease", Ann Intern Med 90 (1979):85 origem animal, tendiam a elevar os nveis de colesterol srico, iniciou-se um movimento em direo ao consumo de gorduras poliinsaturadas, como se encontram no leo de milho, girassol e outros porque estes tendem a diminuir o nvel de colesterol no sangue. No entanto, deve-se tomar cuidado porque os leos poliinsaturados, incluindo os cidos gordurosos mega-3, no so muito estveis. Logo apareceu a margarina para substituir a manteiga. Contudo, o assunto relacionado com as gorduras no to simples. Pessoas com nveis altos de colesterol deveriam antes de tudo evitar todas as gorduras animais (manteiga, carne, queijo) porque o colesterol encontra-se SOMENTE em produtos animais. Depois disto, deveriam reduzir o consumo total de gorduras. Na cozinha ocidental tpica o consumo total de gordura demasiado alto.- 34 -

Convm reduzir ao mnimo esquentar e fritar gorduras, especialmente leos poliinsaturados, porque o calor pode produzir gorduras trans e outras substncias prejudiciais. Esta uma razo pela qual os leos prensados extravirgens so melhores que os extrados com calor. mau sinal quando os azeites fazem fumaa ao aquecer. O leo de coco e de amendoim so os mais estveis ao calor. As cebolas ou pimento tambm podem ser fritos em gua. Os cidos graxos trans no existem na natureza, so o resultado de processamento artificial. Comidas rpidas, salgadinhos, biscoitos, e outros alimentos preparados comercialmente tm alto contedo de gorduras e podem conter at 50 por cento gorduras trans. De maneira geral, os consumidores esto comendo mais gorduras contendo gorduras trans que nunca antes e os esto comendo na forma de alimentos industrializados. (Sizer & Whitney, Nutrition - Concepts and Controversies, p. 166) As gorduras trans tendem a elevar o colesterol-LDL e diminuir o colesterol-HDL. Em vez de atuar como os cidos graxos cis naturais, os cidos graxos trans competem com eles e os bloqueiam. H consenso de que as gorduras trans aumentam o risco tanto de doenas cardiovasculares como de cncer. Hoje em dia, os rtulos tm que mostrar a quantidade de gorduras trans contidas em alimentos industrializados.

cidos graxos insaturadosCisO9 6 3 1

Cis12 15 18

Trans

HO

1

9

cido alfa-linolnico um cido graxo mega-3 cis poliinsaturado. Encontra-se em muitos leos vegetais comuns e importante para a nutrio.

cido oleico um cido cis contido em 55-80% no azeite de azeitonas. O ponto de fuso de 13.5 C.

cido elaidnico um cido trans contido no leite e tambm se encontra com freqncia em leos vegetais hidrogenados. O ponto de fuso de 46.5 C.(Wikipedia)

Nesta altura tambm devemos mencionar os cidos graxos mega-3 e mega-6. Estes cidos gordurosos essenciais no so novos. Esto presentes na linhaa, nozes, feijo soja, sementes e outros alimentos vegetais. Atualmente tem-se melhor conhecimento a respeito de seu mecanismo de ao na sade e doena. Os peixes obtm o cido -linolnico (ALA) das algas e o transformam em seu corpo em cido eicosapentaenoico (EPA) e cido docosahexaenoico (DHA) que so fisiologicamente mais ativos. Os pesquisadores crem que a ingesto ideal de mega-6 no deveria ser maior que 4-5 vezes a ingesto de mega-3. A mdia e a indstria aproveitaram estas novas descobertas e agora encorajam maior consumo de peixe ou de suplementos de leo

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de peixe. Contudo, os consumidores de leo de peixe deveriam estar conscientes da possvel presena de metais pesados, particularmente mercrio, chumbo, nquel, arsnico e cdmio, e contaminantes lipossolveis como os PCBs [bifenilos policlorinados] e dioxinas que podem acumular-se na cadeia alimentar. (www.fda.gov/bbs/topics/news/2004/NEW01115.html, US Food and Drug Administration) A suplementao dos alimentos com mega-3 uma tendncia recente na fortificao de alimentos. Companhias mundiais de alimentos esto lanando po, pizza, iogurte, suco de laranja, leite, doces e alimentos infantis fortificados com mega-3. (Wikipedia) No necessrio recorrer a peixes ou suplementos de leo de peixe para obter suficiente quantidade de cidos graxos essenciais na proporo correta. A semente de linhaa (Linum usitatissimum) e seus leos so talvez a fonte vegetal mais disponvel de mega-3. O leo de linhaa contm aprox. 55% cido -linolnico (ALA) na proporo de 3 vezes mais mega-3 que mega-6. Contudo, devemos estar conscientes de que o leo de linhaa fica ranoso rapidamente, devendo sempre ser preparado fresco e utilizado no transcurso de trs semanas. Talvez a maneira mais fcil e prtica consiste em moer as sementes de linhaa (1 colher de sopa) num pequeno moedor justamente antes de comer e espalhar este p sobre o cereal do desjejum ou sobre os alimentos no almoo. Existe abundante mega-3 nas nozes, feijo soja e verduras de folhas escuras. Para concluir esta seo vale a pena prestar ateno aos conselhos de Ellen G. White: Quando devidamente preparadas, as azeitonas, como as nozes, substituem a manteiga e as comidas de carne. O azeite, comido na oliva, muito prefervel gordura animal. Atua como laxativo. Seu uso se verificar benfico aos tuberculosos, sendo tambm medicinal para um estmago inflamado, irritado. (A Cincia do Bom Viver, p. 298) A comida deve ser preparada com simplicidade, todavia com tal primor que desperte o apetite. Deveis evitar a gordura. Ela prejudica qualquer espcie de prato que preparais. Comei abundncia de frutas e verduras. (Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 200) Vosso apetite doentio, e porque no apreciais um regime simples, natural, composto de farinha integral, verduras e frutas preparadas sem condimento ou gordura, estais continuamente transgredindo as leis que Deus estabeleceu em vosso organismo. Enquanto fizerdes isto, tereis de sofrer as penalidades; pois para cada transgresso est fixada uma pena. Admirai-vos, contudo, da continuada pobreza de vossa sade. (Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 123)

Clcio e osteoporoseQuase todas as pessoas adultas e idosas e no mundo ocidental esto hoje em dia preocupadas com a osteoporose. Qual o motivo? As revistas populares trazem grandes temas sobre a preveno da osteoporose e fazem propaganda para aumentar o consumo de suplementos de clcio e de leite. Apesar de tudo isto a osteoporose est aumentando em freqncia. Contudo, existem alguns fatos inequvocos que deveriam ser considerados. Quais so os fatores que contribuem para a osteoporose? Os especialistas da OMS mencionam vrios fatores envolvidos no metabolismo do clcio:

falta de estrognio imobilidade fumar lcool ingesto