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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O LÍDER: SUA FUNÇÃO, SEUS ESTILOS DE LIDERANÇA E
TEORIAS MOTIVACIONAIS.
Juliana Belizário Quintanilha
ORIENTADOR:
Prof. Vinicius Calegari
Niterói
2017
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Gestão de Pessoas.
Por: Juliana Belizário Quintanilha
O LÍDER: SUA FUNÇÃO, SEUS ESTILOS DE LIDERANÇA E
TEORIAS MOTIVACIONAIS.
Niterói
2017
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por está presente em todos os momentos
da minha vida, tornando possível a realização de
mais um projeto.
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DEDICATÓRIA
A minha mãe, Benilde e ao meu pai, Idirley, que
com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu alcançasse mais essa etapa de minha vida.
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo central, debater sobre os
impactos da liderança, seus estilos e perfil na motivação dos colaboradores nas
empresas contemporâneas. O pretexto para a escolha do tema paira sobre sua
atualidade, além da promessa de contribuir para o campo acadêmico. O
método de pesquisa segue natureza quantitativa, com pesquisa aplicada,
abordagem por meio de pesquisa bibliográfica. Dentre os principais achados,
foi possível concluir que dependendo do estilo de liderança adotado para
equipe e do posicionamento tomado por cada líder os impactos sobre a
organização como um todo e para seus liderados podem ser tanto positivos,
quanto negativos, tornando-se a postura adequada aquela de motivação e
condução de sua equipe para os rumos estratégicos da empresa, alcançando
os resultados desejados. Ao passo que a motivação também se apresenta
como uma parte importante, já que as ações motivacionais podem impactar na
forma como os colaboradores lidam com a rotina de trabalho. Quanto mais
motivados e liderados por um líder adequado e incentivador, certamente
melhor serão seus resultados e desempenho, além de melhorar todo o clima
organizacional, fazendo com que o conjunto da empresa seja positivo e de
desempenho elevado.
Palavras-chave: Liderança; Estilo de liderança; Motivação; Teorias
motivacionais.
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METODOLOGIA
Lakatos e Marconi (2015, p. 15) definem que “Pesquisar não é
apenas procurar a verdade; é encontrar respostas para questões propostas,
utilizando métodos científicos”, através desta ótica é possível notar que a
pesquisa é algo mais amplo do que se imagina em um primeiro momento. A
pesquisa não se identifica apenas como um processo de investigação, ou um
modelo simplório de inquirição, sua finalidade é possuir uma compreensão
mais profunda sobre o tema levantado e sobre a questão que direciona a
pesquisa.
Sobre o método de pesquisa, Fioreze (2002, p. 27) explica que é
necessário optar por um em qualquer pesquisa que se disponha a realizar, a
escolha do método acaba por validar o resultado final da pesquisa, sendo
assim, o autor define: “O método (metodologia) é o conjunto de processos
pelos quais se torna possível desenvolver procedimento que permitam alcançar
um determinado objetivo”.
Diehl (2006) explica a pesquisa qualitativa como aquela que objetiva
a descrição da complexidade que permeia determinado problema, tornando-se
preciso seu entendimento e a classificação dos processos de ordem dinâmica
que são vivenciados pelos grupos, contribuindo então no processo de
mudança, permitindo a compreensão das mais diversas especificidades dos
sujeitos. Por sua descrição, essa foi a metodologia eleita para essa pesquisa.
Como procedimento de pesquisa, foi eleita a pesquisa bibliográfica
que, segundo Oliveira (2002), apresenta como vantagem central a
possibilidade de o pesquisador em cobrir uma ampla gama de acontecimentos,
muito mais ampla do que poderia pesquisar de maneira direta. Sendo assim, a
bibliografia possibilita encontrar fontes primárias e secundárias, além de
materiais científicos e tecnológicos que são necessários para realizar o
trabalho científico ou técnico-científico.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Liderança: As Funções de um Líder 09
CAPÍTULO II
Estilos de Liderança 16
CAPÍTULO III
Motivação e Teorias Motivacionais 23
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
WEBGRAFIA 44
ÍNDICE 45
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INTRODUÇÃO
A presente pesquisa parte da hipótese de que o principal elemento
estratégico das organizações é o capital humano e para se alocar as pessoas e
as organizações nos rumos da produtividade, lucro e resultado, faz-se
necessário manter os colaboradores sempre motivados. Para tanto, a presença
de um profissional que lidere e inspire essa equipe a construir um bom
relacionamento entre si e com a organização, é fundamental a fim de alcançar
as metas e objetivos.
Além dessa, também considera-se a hipótese de que, a partir do
momento que os funcionários compreendem que são a força e presença mais
importante para o sucesso de uma organização, seu foco nas metas é muito
maior. Logo, entende-se que a ausência de um líder, ou mesmo uma liderança
inadequada, pode causar consequências prejudiciais à empresa e aos
colaboradores.
O objetivo central do trabalho, será debater de maneira conceitual
sobre os estilos de liderança, as funções e a importância do líder nas empresas
contemporâneas, bem como entender sua participação na motivação de
colaboradores. Com a finalidade de traçar um caminho coeso para o
desenvolvimento do tema, especificam-se como objetivos específicos:
Conceituar a importância das lideranças nas organizações; Abordar sobre os
estilos de liderança; Tratar sobre as teorias motivacionais; e, debater sobre a
importância, funções e papel do líder na motivação dos colaboradores nas
empresas contemporâneas.
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CAPÍTULO I
LIDERANÇA: AS FUNÇÕES DE UM LÍDER
Hesselbein (2000, p. 15) destaca que a “liderança é a influência
interpessoal exercida numa situação dirigida através do processo de
comunicação humana à consecução de um ou diversos objetivos específicos”.
Yukl (1998, p. 5), por sua vez, define a liderança como:
[...] um processo através do qual um membro de um grupo ou organização influencia a interpretação dos eventos pelos restantes membros, a escolha dos objetivos e estratégias, a organização das atividades de trabalho, a motivação das pessoas para alcançar os objetivos, a manutenção das relações de cooperação, o desenvolvimento das competências e confiança pelos membros, e a obtenção de apoio e cooperação de pessoas exteriores ao grupo ou organização.
Hunter (2004), por sua vez, conceitua liderança como “habilidade de
influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os
objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Peter Drucker (1975)
procurou esgotar a busca por um conceito quando proferiu a célebre frase: “A
única definição de líder é alguém que possui seguidores”. Mumford et al. (2000,
p. 24) complementam que “Os líderes não nascem nem são feitos; de fato, o
seu potencial inato é moldado pelas experiências que lhes permitem
desenvolver as capacidades necessárias à resolução de problemas sociais
significativas”.
Kouzes e Posner (2003), de certa forma, corrobora a máxima de
Drucker, mas conceitua liderança de uma maneira mais abrangente ao
defendê-la como “a capacidade de inspirar as pessoas em torno de uma visão
compartilhada” e ao afirmar que “não existem líderes sem seguidores”, e que
“as pessoas não seguirão o líder se não aceitarem as visões dessa pessoa
como se fossem suas”. Afirmam que os líderes não podem forçar as pessoas a
se comprometerem, podem apenas inspirá-las.
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1.1. A importância da liderança nas organizações
Para Goleman (2001), além de conhecer a emoção dos liderados o
líder deverá ter autocontrole, capacidade e confiança. Destaca algumas
competências emocionais como autocontrole, confiabilidade, adaptabilidade e
inovação, que contribuem para o estilo de liderança adotado. Líderes
disciplinados, determinados, coerentes e persistentes para expandir esse
“saber fazer” costumam ser sempre bem-sucedidos. Desta forma, a liderança é
algo indefinitivamente complexo em virtude de sua natureza, que visa nivelar
linhas de personalidade, atitudes e comportamentos adequados para situações
diversas, assim como o know-how – do que realmente necessita ser feito.
Vergara (2000) defende que existem três estilos de liderança: a
auto-organização, o democrático e o autocrático. O estilo auto-organização,
segundo ele, “é aquele conhecido na intimidade por ‘deixar rolar’”.
Independentemente da missão da empresa, os líderes querem fazer algo
significativo, conforme o que Kouzes e Posner postulam (2003, p. 125):
Independente do termo utilizado – propósito, missão, legado, sonho, meta, chamado ou agenda pessoal – a intenção é a mesma: os líderes querem fazer algo significativo, realizar algo que jamais ninguém conseguiu. O que é este algo – a noção de significado e propósito – tem que vir de dentro. Ninguém pode lhe impor uma visão automotivadora. Por isso, exatamente como dissemos a respeito dos valores, é preciso esclarecer suas visões do futuro antes de arregimentar os outros para uma visão compartilhada. Para criar um clima de significado, antes de tudo, você precisa acreditar em alguma coisa. Para inspirar os outros, você precisa estar inspirado.
Sem a conhecimento para designar uma visão compartilhada,
introduzir valores ou influenciar na idealização de uma cultura organizacional
estável, a liderança pode se definir ao simples exercício da gerência,
realizando as funções de planejar, organizar, controlar, tal qual são importantes
na administração de uma corporação, mas falho para descrever, de forma real,
uma liderança atuante. Nos dias atuais, a própria gerência não mais se
caracteriza pela emissão pura e simples de ordens e regras e pela
centralização.
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Esse estilo, gradativamente, está sendo substituído por um processo
de delegação, envolvendo aspectos como conhecimento, orientação,
participação, acompanhamento e avaliação, ou seja, mesmo as pessoas que
preferem somente gerenciar e não liderar procura instigar os profissionais à
criatividade, concedendo-lhe poderes para realizarem a tarefa, sem abdicar de
sua responsabilidade sobre esta. Sobre a importância de haver uma liderança
organizacional Harris e Ogbonna (2001, p. 156) defendem que:
O papel dos líderes é criar um ambiente em que as pessoas se sintam livres para experimentar, exprimir-se com franqueza, tentar novas coisas. Ainda mais importante, o seu papel é o de [...] construir o espaço, remover os obstáculos e permitir que os empregados façam o seu trabalho. Um dos objetivos primordiais dos líderes deveria ser o de libertar os talentos de cada pessoa para benefício delas próprias e da empresa como um todo.
Diório (2008) acredita que habilidades de liderança, relacionamento
humano, gestão de conflitos, conciliação e coordenação de grupos de trabalho,
são características centrais no fomento de um perfil ideal para conduzir as
atividades de uma empresa, podendo tais aspectos serem determinantes no
êxito ou fracasso de diversas organizações. O indivíduo com poucas
habilidades de relacionamento interpessoal, certamente não serão bons
líderes, já que os indivíduos que geralmente ocupam tais cargos de liderança,
devem ter um perfil de gestor de pessoas.
A autora ainda explica que instituições públicas e privadas na
contemporaneidade, demandam de líderes capazes de direcionar sua equipe
ao melhor caminho, inspirando, por meio de exemplos, atitudes e caráter,
desenvolvendo e mobilizando pessoas para alcançar à prosperidade. Assim, as
organizações e a sociedade de maneira geral ganham, por meio da atuação de
líderes proativos, fortes, autênticos, de princípios, comprometidos e
preocupados com a melhoria das condições de vida e trabalho de seus pares.
Para Diório (2008) os líderes que assumem tal perfil e munem-se –
naturalmente ou por meio de uma educação especializada – de tais
habilidades, passam a formar uma base de relacionamento, de
compartilhamento de ideias e realizações, ampliando a colaboração para além
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do ambiente organizacional, fazendo crer que os grandes sonhos são
tangíveis, já que as empresas, o mercado contemporâneo e a sociedade,
demanda de profissionais capazes de sustentar a esperança e resultado
significativos, cultivando valores internos capazes de gerar valores externos
preciosos.
1.2. A Gestão de Pessoas e o Líder na Organização
No decorrer do período Taylor e Fayol, a palavra liderança era pouco
mencionada. As expressões mais empregadas eram “chefia”, , poder,
hierarquia, subordinação. Hoje em dia com Gestão de pessoas focando a
importância do ser humano vem mudando a definição de liderança que ainda é
muito confundida com chefia.
“Liderança não é para qualquer um, pois exige, entre outras coisas, uma enorme integridade pessoal”. Integridade tem custo. Um custo que, é muitas vezes insuportável para pessoas “comuns”. É por isso que chefes são comuns, líderes são raros. É por isso que existem muitas empresas de sucesso, mas pouca gente feliz lá dentro. NOBREGA (2006, p. 18)
Ser um líder é ser um exemplo para os seus liderados e seus e
comportamentos diante deles influencia no comportamento de toda equipe.
HUNTER (2004, p. 25), diz que “Liderança é a habilidade de influenciar
pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos
identificados como sendo para o bem comum.”.
HOOVER (2006, p. 30) diz que:
"Liderança não deveria ser sinônimo de pagamento mais elevado, mais poder ou uma sala suntuosa. (...) Em vez de retratar a liderança como uma exceção para alguns poucos ungidos, ela deve ser reconhecida como a expectativa de cada um, independentemente de sua posição. Sua cultura organizacional deve dar apoio de forma consistente e inalterável a essa percepção".
Com o propósito de que o líder alcance um bom resultado, não
adianta só ele se dedicar, é preciso que seus colaboradores também se
dediquem para alcançar o objetivo pretendido. DAMETTO (2008),é ainda mais
categórico no momento em que declara : “A boa liderança requer também boa
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equipe. Não existem bons gestores que tirem “leite de pedra”, esse é um
conceito no mínimo infantil.”
1.3. Gestão de um líder moderno e um diferencial competitivo
Segundo Chiavenato (1997), motivação é uma indispensável
responsabilidade gerencial. A influência gerencial sobre seus colaboradores
exige uma liderança segura e uma contínua motivação da equipe, interferindo
assim no clima organizacional, para que o líder funcione como um dinamizador
e impulsionador do comportamento humano.
É extremamente importante que o líder moderno esteja instruído
praticar o incentivo profissional a fim de equilibrar conflitos internos, fazendo de
seus colaboradores pontos de aperfeiçoamento a fim de alavancar os
resultados dentro da organização em que atuam.
No passado as organizações acreditavam que somente pagar uma
gratificação motivava seus colaboradores, hoje em dia, as organizações
perceberam que o diferencial é ter uma boa liderança, impondo objetivos
individuais e alcançáveis a seus colaboradores, fazendo com que os mesmos
sejam reconhecidos pelo que fazem e não só materialmente. Isso implica em
um resultado dirigido à excelência profissional que cada um adquire quando é
incentivado.
Honestidade, proatividade, capacidade de inspirar e competência
são características segundo Kouzes e Posner (2008), assíduas e invariantes
como qualidade desejadas em seus líderes e devem ser permanentes. Não
adianta somente a inserção de benefícios corporativos se existe um mau
relacionamento entre líder e colaborador.
Claro que é difícil agradar a todos quando o assunto é motivação,
afinal de contas, cada indivíduo possui perfil e valores humanos diferentes;
porém, uma boa liderança é capaz de incentivar grande parte de colaboradores
e levar evolução a organização, não só temporária, mas sim, permanente.
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Fischer (1998, p.112), fala que “depois da globalização e disputa
com a concorrência [...] é impossível referir-se à gestão de recursos humanos
sem associá-la com a competitividade”. Desse modo o colaborador de
componente passivo para ativo dentro da organização, sendo assim, produto
para o feedback positivo.organização.
É necessário muito trabalho para que uma organização se mantenha
viva e com uma atuação forte no mercado, por isso é extremamente
considerável que o líder enxergue o colaborador como ferramenta para elevar o
nível de sua organização, além de ter produtos e serviços de qualidade, e uma
visão estratégica que permita que sua organização tenha um bom
aproveitamento das oportunidades que o mercado atual oferece.
Kouzes e Posner (2011) acreditam que os indivíduos que trabalham
com líderes que os estimulam e encorajam, tendem a apresentar melhores
resultados. Esses líderes libertam o espírito dos colaboradores dentro da
organização, assiduamente conduzindo-os a serem mais do que eles mesmos
esperavam, essa então deve ser a missão crucial de um líder moderno.
Robbins (2010) afirma que as organizações estão começando a
aprender que estímulos sinceros significam muito para seus colaboradores e
podem servir de inspiração para um desempenho profissional ideal. Afinal de
contas, nós colaboradores, somos como engrenagem de uma grande máquina
que necessita do nosso esforço mútuo para alcançar resultados positivos.
Moscovici (2000) aponta competências de liderança, que podem ser
satisfatórias ou não. Alguns líderes são somente “chefes” e outros podem
contribuir para o crescimento profissional dos colaboradores e até mesmo da
própria organização, somente com suas atitudes dentro do ambiente do qual é
responsável. Tais competências estão baseadas, por exemplo, em buscar
informações e transformá-las em conhecimento para ser compartilhado com o
grupo de trabalho, ou mesmo, em aperfeiçoar os recursos disponíveis e assim
intensificar seus resultados.
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A partir disso, pode-se afirmar que a motivação é um composto de
procedimentos combinados e constantes a uma liderança competente que
elevam a organização para um resultado altamente positivo, o que auxilia na
competitividade perante o mercado de trabalho.
Sendo assim, uma organização que trabalha com uma gestão que
preza pela motivação, estreitando os laços líder x colaborador, obtém uma
vantagem competitiva perante outras que ainda não se adaptaram a prática de
um modelo de gestão que possibilite a conciliação tanto das expectativas da
organização quanto de seus colaboradores.
Diferencial competitivo é o recurso que muitas organizações
necessitam para se manterem vivas diante dos avanços tecnológicos e
exigências do mercado de trabalho, ou seja, é o que torna uma organização
única perante o mercado moderno acirrado.
O principal diferencial competitivo das organizações modernas é o
capital humano, partindo do princípio de que os colaboradores estão
diretamente ligados aos objetivos organizacionais e seus resultados. Os
resultados de uma organização são muito melhores quando ela é formada por
uma equipe de colaboradores que além de visar o lucro para aumentar seu
capital monetário, visam também um patrimônio de atitudes associadas a
responsabilidade na sinergia do grupo, alcance de metas e profissionalismo.
É fundamental para uma organização moderna, planejar e executar
ações capazes de potencializar o capital intelectual de seus colaboradores,
intensificando o engajamento e o senso de pertencimento dos mesmos no
intuito de uma evolução positiva nos resultados obtidos.
De modo assertivo, os resultados obtidos são consequências de um
modelo de gestão inteligente promovida com motivação, reconhecimento e
recompensa. Além disso, essa estratégia de gestão, possibilita também a
otimização das rotinas do operacional e administrativo, além do aumento do
faturamento devido a redução de desperdícios, ou mesmo, a fidelização de
clientes.
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CAPÍTULO II
ESTILOS DE LIDERANÇA
São diversos os autores que tratam sobre estilos de liderança,
contudo, a teoria que se referência mais comumente no tratar do tema é a de
White e Lippitt (1939 apud BERGAMINI, 2009), que expõem que os três
principais estilos de liderança são: autoritária (autocrática), liberal e
democrática. Porém, para além destes três estilos básicos, neste tópico
abordar-se-ão também os demais estilos mais populares na bibliografia
contemporânea.
Isso porque, independente da existência de alguns requisitos que
formam o perfil de um líder ideal, essa ideia torna-se subjetiva, já que cada
empresa precisa encontrar o estilo de liderança que melhor se enquadre em
sua política de gestão de pessoas e, dentro desse estilo, determinar quais as
características necessárias ao líder que comandará tal equipe.
2.1. Liderança Autocrática.
Segundo Fachada (2003) a liderança autocrática é capaz de
determinar as diretrizes de operação da equipe de trabalho sem que a mesma
tome qualquer parte neste sentido. Para além de definir as técnicas de
execução de tarefas, o líder autocrático também será responsável por indicar
quais tarefas cada colaborador deve empenhar e quem será o companheiro de
trabalho um do outro. Esse tipo de líder possui uma postura excessivamente
diretiva, apresentando instruções sólidas, além de não abrir espaço algum para
que os liderados exercitem sua criatividade.
Seja por meio dos elogios ou as críticas que direciona, este líder
fala-o diretamente ao colaborador em questão, nomeando-o publicamente tanto
sobre seus acertos dignos de elogios, quanto em atos falhos dignos de
repreensão. Fachada (2003) ainda explica que como principais consequências
desta modalidade de liderança, se relacionam a ausência de espontaneidade e
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iniciativa por parte dos liderados, bem como os relacionamentos interpessoais
dentro da equipe podem inexistir. Isso ocorre porque neste tipo de liderança, o
trabalho somente é possível na presença do líder, uma vez que, quando este
se encontra ausente o grupo de liderados tende a produzir pouco e tornar-se
indisciplinado.
Além disso, o autor ainda acredita que é neste estilo de liderança
que se acumulam e produzem a maior quantidade de trabalho. Em suma, o
líder autocrático é aquele que determina as diretrizes, sem qualquer
envolvimento do grupo; determina as providências e as técnicas para a
execução das tarefas, conforme forem necessárias. Sem o conhecimento
prévio do grupo, decide qual a tarefa que cada um deve desempenhar e quem
o acompanhará. É um líder dominador e "pessoal" nos elogios e nas críticas ao
trabalho de cada membro.
2.2. Liderança Democrática.
De acordo com Fachada (2003) o líder tem condições de assistir e
instigar o debate por parte de todos os colaboradores. Este grupo de liderados
tende a apresentar maiores providências e técnicas a fim de alcançar os
objetivos comuns, bem como todos possuem participação ativa quanto às
decisões tomadas sobre o trabalho. O autor avança dizendo que neste estilo de
liderança, cada um dos componentes da equipe é quem decide com quem irá
trabalhar, assim como parte do próprio grupo a decisão sobre a divisão de
tarefas a desempenhar.
O líder, por sua vez, busca se posicionar como igual aos demais
liderados, com a distinção de não se atribuir de tarefas operacionais, ficando
apenas no gerenciamento da equipe. Fachada (2003) explica que seu modo de
agir é objetivo, sendo que quanto às críticas que profere, somente limita-se aos
fatos. Tal modalidade de liderança possui um alto potencial de formar um
relacionamento interpessoal favorável dentro da equipe de trabalho,
apresentando como resultados um ritmo de trabalho equilibrado, seguro e de
qualidade, ainda que o líder não esteja presente.
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Este líder ainda se comporta como um orientador e apoiador de seus
orientados, tornando a modalidade democrática, como a liderança com maiores
tendências de gerar trabalhos de qualidade. Neste estilo de liderança as
diretrizes são debatidas pelo grupo, que é estimulado e assistido pelo líder.
Assim, o grupo esboça as providências e as tarefas a serem realizadas.
2.3. Liderança Liberal.
Segundo Fachada (2003) este tipo de liderança também é
reconhecido como “Laissez-Faire”, é um tipo onde o líder não se impõe e,
consequentemente não é respeitado. Bem como os liderados passam a ter
liberdade completa para tomar decisões por si só, quase sem a necessidade de
consultar ao líder para tal. Segundo o autor, não existe um investimento nesta
função, com a participação diminuta e limitar do líder. Assim, o grupo é quem
toma as decisões acerca da divisão de tarefas e também sobre os parceiros de
trabalho.
Neste sentido, os elementos da equipe também demonstram uma
tendência a pensar que tem autonomia para agir livremente, bem como é
comum o desejo de deixar a equipe e passar a atuar individualmente. Fachada
(2003) explica que o líder não regula e tampouco avalia os membros da equipe,
bem como seus comentários acerca de desempenho ocorrem de maneira
irregular e arbitrária sobre as atividades, geralmente só pronunciados quando o
líder é questionado sobre o assunto.
Nesta modalidade de liderança a produção também tende a não ser
satisfatória, uma vez que existe muito tempo perdido em discussões e
resolução de questões pessoais, sendo o estilo de liderança considerado como
o pior deles, por parte do autor. Em suma, neste estilo de liderança, verifica-se
que há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com
participação mínima do líder que se limita apenas em fornecer as informações
solicitadas. A divisão das tarefas e a escolha dos companheiros ficam a cargo
do grupo. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso
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dos acontecimentos, somente faz comentários irregulares sobre as atividades
dos membros quando perguntado.
2.4. Liderança Transacional.
Saindo do tríplice inicial dos estilos de liderança, passar-se-á a
debater sobre os demais estilos considerados contemporâneos. O primeiro
deles, como explica Bass (1999) é o transacional, que tem como premissa o
processo relacionado ao reconhecimento dos desempenhos atingidos. As
necessidades e os desejos dos liderados são não somente satisfeitos, como
também reconhecidas se estes liderados desenvolverem o esforço necessário
para que uma tarefa seja realizada. Assim, o autor explica que: “A liderança
transacional refere-se à relação de troca entre o líder e os subordinados para
responder aos seus próprios interesses” (p. 10).
Neste bojo, Dumdum et al. (2002) explicam que os líderes
transformacionais não têm potencial de substituir um processo de liderança
transacional, porém, possuem oportunidade de elevar seus efeitos. O processo
transacional se encontra no esclarecimento do que é preciso fazer para obter-
se uma recompensa, não abstendo-se de ser visto como um componente
fundamental no modelo ampliado de liderança. Ambos os processos não
constituem-se de maneira antagônica, mas sim como complementares.
2.5. Liderança Transformacional.
Segundo Bass e Avolio (2004) explicam que o conceito de liderança
transformacional passou a ser discutida por algumas questões que envolvem
os líderes transformacionais e seus respectivos processos de influência de
caráter superior, especialmente quando comparados aos líderes transacionais.
Os líderes transformacionais não se restringem tão somente à reação aos
problemas tal como estes são recebidos, mas sim, passam a questionar-se
sobre de que modo poderiam contribuir para a concepção de um objetivo
coletivo a fim de solucioná-los.
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Bass (1999) explica que os líderes transformacionais passam a ser
vistos como sujeitos de pró-atividade, empenhados no sentido de otimizar o
desenvolvimento e inovação de cada indivíduo da equipe e também de todo o
grupo. Sua preocupação não paira somente no alcance do desempenho
esperado, mas influencia o liderado no sentido de elevar seus níveis de
desempenho, bem como os morais e éticos. A liderança transformacional
direciona para níveis elevados de identificação e compromisso com os
objetivos do líder e da organização.
2.6. Líder Carismático.
Segundo Gomes e Cruz (2007) a primeira estrutura de dados sobre
a liderança carismática integrados em um único modelo, foram obra de House,
na década de 1970. O autor passou a demonstrar seu interesse pelo tema por
meio da formulação de um conjunto de hipóteses acerca das características e
comportamentos dos líderes carismáticos, que serviam como subsídio para a
explicação de distintas situações, assim como da eficácia nas funções
exercidas sob essa liderança.
Os autores avançam falando que assim, foram então apresentados
não somente os comportamentos relacionados à liderança carismática, mas
também alguns dos traços de personalidade e as variáveis situacionais que
envolvem e explicam o surgimento dos sujeitos carismáticos nas organizações.
No que tange os fatores pessoais, a personalidade desses líderes apresentou
algumas características em comum, tais como: níveis elevados de
autoconfiança, tendência à dominância de relações interpessoais,
necessidades de influência sobre o pensamento de outrem e uma ampla
convicção acerca da virtude de suas próprias ideias e padrões morais.
Cury (2008) também destaca que o líder demonstra humildade e
empatia com seus subordinados, sabe motivar e exigir o melhor da equipe na
medida certa, se vê no lugar do outro e coloca suas regras e limites de modo
que todos acatem, respeitem e cumpram, formando assim uma equipe mais
eficiente, comprometida e focada, fator que tende a elevar seus resultados,
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aumentando o nível de responsabilidades, desafios e integração dos
colaboradores, a fim de agir em equipe.
2.7. Líder Estratégico.
A liderança estratégica pode ser denominada como uma maneira de
proceder dentro de uma administração, ou seja, a adoção de uma série de
medidas com o intuito de garantir o êxito administrativo de uma empresa, bem
como vêm se apresentando como um estilo de liderança adotado com maior
frequência nas organizações contemporâneas, por conta de seu alto potencial
estratégico (CHIAVENATO, 2009). Esse tipo de metodologia adotada pela
gestão prevê três momentos de atuação: o planejamento estratégico, a
execução e o controle.
De acordo com Costa (2012) a execução representa a segunda
etapa da gestão estratégica. Ela é denominada também como planejamento
tático, pois está relacionada às ações a serem tomadas em curto prazo dentro
da empresa. Este momento depende da qualidade dos funcionários e da
integração dos profissionais com um objetivo comum: o sucesso da empresa.
O papel do líder é também fundamental para o êxito dessa etapa, por meio de
estímulos motivacionais.
Por fim, em um terceiro nível, ainda conforme o autor, o controle
está relacionado à formalização das metodologias de desenvolvimento e
implantação estabelecidas. Ou seja, neste momento, a empresa deve manter o
foco em garantir o sucesso das ações realizadas ou reverter eventuais
problemas de execução. Nesse nível se encontram, basicamente, os planos de
ação ou planos operacionais.
Segundo Ireland e Hitt (1999) os líderes estratégicos possuem como
uma característica marcante de sua atuação a postura e comportamentos
éticos, o que pode ser analisado como raro na maioria das organizações que
se encontram no mercado. Estes sujeito passam a realizar a supervisão de
uma série de atividades operacionais cotidianas e estratégicas de longo prazo.
Os líderes estratégicos também precisam compreender, que tanto líderes
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visionários, quanto gerenciais, são importantes e agregam seu valor para a
organização, bem como aprender a extrair desses profissionais as habilidades
e conhecimentos para seu próprio crescimento.
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CAPÍTULO III
MOTIVAÇÃO E AS TEORIAS MOTIVACIONAIS
A motivação é um elemento fundamental para o ser humano. Pode
estar relacionada a fatores externos (relacionados às emoções e sentimentos),
ou a fatores externos ( globalização, crise econômica); se classificando assim
em extrínseca ou intrínseca.
A motivação intrínseca é caracterizada por reforços que vem do
próprio indivíduo e a motivação extrínseca é aquela que é mediada por
contribuições vindas de um agente externo (PUENTE, 1982 apud MARZINEK,
op. cit.).
Em outras palavras, a motivação intrínseca está relacionada à força
interior, mantendo o indivíduo forte e confiante em seu potencial diante de uma
situação na organização; e a motivação extrínseca é pertinente a situações do
ambiente externo que influenciam no pensamento e nas ações de um
indivíduo.
São diversos os fatores que motivam os indivíduos ao trabalho, entre
os quais se atinam peculiaridades ligadas a motivações extrínsecas e
intrínsecas. Aqueles que mais têm sido observados em grande parte das
organizações são os fatores motivacionais extrínsecos associados à
remuneração e condições de trabalho, na mesma proporção que os fatores de
ordem intrínseca, melhor dizendo, tudo que pode contribuir para o alcance da
realização do indivíduo no seu ambiente organizacional, são menos
considerados, porque é mais difícil de ser mensurado.
3.1. Teorias Motivacionais.
Gil (2001) explica que a automotivação no trabalho é um estado de
espírito mais positivo que possibilita ao sujeito que se sinta realizado, tanto
24
quanto à execução das tarefas que são associadas ao seu cargo, bem como o
desejo de progresso e desenvolvimento para sua própria satisfação pessoal.
Motivando o colaborador passa-se a ofertar razões e motivos para que um
indivíduo se desenvolva, se empenhe e tenha progresso.
O esforço e tenacidade que são exercidos pelo indivíduo a fim de
executar ou atingir alguma coisa, fazem parte do processo de motivação e,
portanto, é intrínseco, isto é, manifestado de dentro para fora. Dessa forma, o
que se pode fazer nas empresas, é ofertar mais estímulos para que os
colaboradores se sintam cada vez mais motivados, se estimulem cada vez
mais e comprometam-se com seu trabalho, apresentando então maior
produtividade.
O mundo cada vez mais competitivo dos negócios exige altos níveis de motivação das pessoas. Empregados motivados para realizar seu trabalho, tanto individualmente como em grupo, tendem a proporcionar melhores resultados. A motivação pode ser entendida como o principal combustível para a produtividade da empresa (GIL, 2001, p. 201).
Dessa forma, o autor prossegue dizendo que a motivação se
apresenta como uma das responsáveis pelo desempenho positivo das
empresas. Isso porque colaboradores que são motivados, são também mais
satisfeitos e projetam tal disposição ao seu redor, o que então desencadeia um
estímulo de todo o ambiente organizacional. Ainda que a motivação se
encontre no interior de cada pessoa, existem elementos que são altamente
influentes sobre ela, por meio de fontes externas capazes de aumentar a
satisfação profissional.
Um modo mais eficaz de fazer isso é alocar o profissional certo no
cargo e função certa, adequando as necessidades pessoais de cada
colaborador às atividades que executa. Sobre isso, Gil (2001) acredita que
existe uma fórmula que pode seguir dois caminhos: o primeiro é considerar que
Pessoas = Objetivos individuais + objetivos da empresa = motivação; o
segundo é considerar que Pessoas = Objetivos individuais ≠ objetivos da
empresa = desmotivação.
25
Bergamini (2009) considera que a motivação é, em grande escala,
um assunto de cunho pessoal e específico em cada sujeito. Isso porque surge
e é desencadeada no interior de cada pessoa, por meio da ideia de uma
necessidade não satisfeita que a induz a perseguir um objeto-meta que pode
oferecer essa sensação de satisfação, suprir essa necessidade. Assim sendo,
não é possível que outra pessoa motive alguém.
A autora explica que isso ocorre porque as pessoas já vão ao seu
local de trabalho motivadas ou não, de modo que a empresa pode oferecer
estímulos para gerar essa motivação, esperando que sejam eles o suficiente
para que as necessidades pessoais daquele sujeito sejam satisfeitas, bem
como eliminar as sensações de insatisfação e transformá-las em satisfação,
fazendo então com que o comportamento de motivação seja possível.
Empresários e gestores representam um importante papel nesse
processo motivacional, porém, a motivação é preciso ser considerada como
algo que se realiza com o colaborador, e não para ele. Tal ação demanda
então dos conhecimentos adequados sobre os tipos de necessidades que
orientam cada sujeito na busca de sua motivação, oferecendo a ele então, um
objeto-meta adequado à sua necessidade, a fim de desencadear o
comportamento motivado.
O processo de liderança normalmente envolve um relacionamento de influência e duplo sentido, orientado principalmente para o atendimento de objetivos mútuos, tais como aqueles de um grupo, organização ou sociedade. Portanto, a liderança não é apenas o cargo do líder mas também requer esforços de cooperação por parte de outras pessoas (BERGAMINI, 2009, p. 15).
A autora prossegue dizendo que o primeiro passo para a
automotivação é o autoconhecimento. Isso porque cada profissional necessita
saber a forma como se sente, pensa e age e, a partir daí, detectar possíveis
razões de dificuldades ou facilidades em suas relações. Assim, primeiramente
o sujeito precisa olhar para si, para que somente depois seja capaz de olhar
para os outros e começar a agir sobre eles. Nessa questão, passa-se então a
26
empreender no universo do trabalho, estudos e ações voltados ao
comportamento organizacional.
Segundo Amorim (2015) as principais teorias motivacionais
desenvolvidas, possuem conteúdo intrinsecamente organizacional, sendo elas:
teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, teoria dos motivos de
McClelland e teoria da motivação-higiene de Herzberg. Para além, o autor
comenta que existem então as teorias de processo, que contam com: a teoria
da equidade de Adams, a teoria da definição de objetivos de Locke e Latham, e
a teoria das expectativas de Vroom.
3.2. Teorias Motivacionais Organizacionais
Essas teorias, segundo Lobo (1975) envolvem as teorias gerais da
motivação, que se classificam entre teorias cognitivas e instintivas, de forma
que os aspectos mais interessantes dessas teorias consideradas “hedonísticas”
é a ideia óbvia relacionada ao comportamento humano que pode ser explicado
por meio de suas tendências à busca pelo prazer e ao evitamento da dor e do
desconforto.
O autor comenta que: “Os defensores dessa teoria creem que os
efeitos positivos ou negativos associados a um objetivo determinado são
finalmente aprendidos pelo indivíduo” (LOBO, 1975, p. 18). Dentro dessas
teorias hedonísticas, um enfoque teórico que o autor considera como ideal é o
que consegue captar variáveis de conteúdo, paralelamente à explicação do
processo pelo qual essas teorias impactam as condutas humanas, esse é o
objetivo das teorias motivacionais organizacionais ou de conteúdo que serão
explicadas a seguir.
3.3 Teorias da Hierarquia das Necessidades de Maslow
Com o intuito de conceituar motivação, Archer (1997, p. 24)
diferencia os fatores motivadores dos fatores de satisfação. Para ele:
Um motivador nada mais é que um motivo – uma necessidade, por outro lado um fator de motivação é alguma coisa que
27
satisfaz uma necessidade. Normalmente as pessoas confundem aquilo que satisfaz uma necessidade humana (fator de satisfação), com a própria necessidade (fator de motivação). Água, por exemplo, é um fator de satisfação de uma necessidade denominada sede; todavia, sempre que a sede é sentida, há a tendência de encarar a água como a necessidade, em lugar da sede, em si mesma.
De acordo com Bergamini (2006), “o termo motivação é comumente
empregado como sinônimo de forças psicológicas, desejos, impulsos, instintos,
necessidades, vontades, intenção”, isto é, tudo aquilo que um indivíduo
responde pelo seu dinamismo. Maslow (2000), por sua vez, a cumprimentos da
motivação, esclarece que:
[...] formulou um modelo da motivação das pessoas, segundo o qual existe uma “hierarquia das necessidades humanas”, dispostas em ordem de importância. Na base estão as necessidades básicas, também chamadas de fisiológicas. No topo, localizam-se as necessidades mais sofisticadas e intelectualizadas. As necessidades básicas prevalecem sobre as necessidades situadas no nível mais alto, sendo que estas são exatamente as que levam à efetivação do potencial dos seres humanos, à vida feliz e aos momentos de plenitude.
A Teoria das Necessidades, de Abraham Maslow (1971) é a mais
conhecida. Para o mesmo dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de
cinco necessidades, sendo essas: Necessidades Fisiológicas - Fome, sede,
abrigo, entre outras necessidades corporais; Auto realização - Crescimento,
autodesenvolvimento, entre outros.
Necessidades Sociais - Afeição, aceitação, amizade, pertencimento
a um grupo; Necessidades de Segurança - Segurança e proteção contra os
danos físicos e emocionais; Estima - Respeito próprio, autonomia, status,
reconhecimento, autoestima (fatores internos e externos). Considera-se que à
medida que as necessidades vão sendo supridas, a próxima necessidade
passa a ser o foco do indivíduo, o qual tende a se mover para o topo da
pirâmide.
28
Figura – Pirâmide das necessidades de Maslow
Fonte: Adaptado de Maslow (1971)
Maslow aponta ainda que a cada necessidade satisfeita, o indivíduo
extingue a motivação, daí a necessidade de saber em que nível da hierarquia a
pessoa se encontra, pois a satisfação deve ser focada nesse nível ou no
superior. Destarte, enquanto as pessoas não se sentirem satisfeitas com as
necessidades básicas, estas situadas na base da pirâmide, não irão alcançar
as aspirações que estão na parte superior.
Nesse sentido, Campos (1999) leciona que a motivação dar-se-á
com o crescimento de serviço gradativo do ser humano, por meio da utilização
da mente para alcançar esta evolução. Tendo em vista esse aspecto, enfatiza-
se a importância da criatividade dos colaboradores de uma organização.
O autor, a fim de exemplificar a evolução do crescimento
organizacional de um indivíduo, considerando o conceito de motivação,
apresenta as etapas de um operador: Somente opera; Inspeciona seu próprio
trabalho, quando ajudado pelo supervisor; Inspeciona seu próprio trabalho, mas
é necessário que o supervisor reavalie mais tarde; Inspeciona seu próprio
trabalho; e, Inspeciona seu próprio trabalho e ensina outros operadores.
De acordo com o exposto, o desempenho organizacional apenas
será alcançado por meio da motivação, sendo de responsabilidade da gestão
de recursos humanos pensar em estratégias capazes de estimular a equipe a
29
dar o seu melhor, de tal forma que favoreça tanto os interesses da organização
quanto os seus próprios. Em relação à motivação, Davis e Newstrom (1992)
comentam que “é essencial ao funcionamento organizacional. Não importa
quanta tecnologia e equipamentos uma organização tenha, essas coisas não
podem ser colocadas em uso a menos que sejam liberadas e guiadas por
pessoas que estejam motivadas”.
De acordo com Matos (1997), os fatores que influem, decisivamente,
sobre a motivação humana são: trabalho em grupo; reconhecimento,
segurança e integração ao grupo; necessidades fisiológicas; necessidade de
segurança material; necessidades sociais; necessidade do ego; e necessidade
de auto realização. Por conseguinte, caberá à empresa propor ferramentas
motivacionais para que seus colaboradores executem suas funções motivadas.
3.4 Teorias dos motivos de McClelland
David McClelland (1997) e sua equipe criaram a teoria dos motivos
que enfoca, basicamente três necessidades, sendo: a de realização –
compreende a luta pelo sucesso, por conquistas; a de poder – fazer com que
as pessoas se comportem de um modo diferente do esperado; e, as de
associação – necessidade de convívio interpessoal mais próximo e amigável.
Amorim (2015) explica que na concepção de McClelland, as
necessidades adquiridas pelas pessoas surgem conforme adquirem
experiência de vida, portanto, a motivação passa a envolver causas tanto
conscientes quanto inconscientes. Tal teoria parte da premissa das três
necessidades supra mencionadas e o autor comenta que, embora McClelland
tenha estabelecido uma correlação primitiva entre a motivação “pelo sucesso” e
a necessidade instigadora do comportamento humano, de forma gradual optou
pela ênfase nas necessidades de poder.
O autor prossegue dizendo que nesse sentido, é possível diferenciar
o poder negativo – que é quando se tentar dominar e submeter os outros – do
poder positivo – que é quando busca-se um comportamento persuasivo e
inspirador. Assim, todas as pessoas possuem essas necessidades, em níveis
30
diferentes, sendo que uma delas sempre será mais preponderante do que as
demais, tornando-se uma característica mais evidente do sujeito.
3.5 Teoria motivação-higiene de Herzberg
Na contemporaneidade uma das teorias da motivação que mais se
explora no mercado de trabalho advém da preocupação explicitada por
Frederick Herzberg (1959) que pesquisou de maneira direta o ambiente de
trabalho, bem como os principais aspectos que se encontram relacionados as
medidas que influenciam na produção e nas situações que definem a
satisfação com o trabalho.
Segundo Coradi (1985, p. 141) “Frederick Herzberg pertence ao
grupo de psicológicos e sociológicos que, nos anos 1950 e 1960 abriram,
enormemente o leque dos estudos sobre o comportamento humano”. Segundo
o autor, Herzberg era professor em psicologia, lecionando na Western Reserve
University, em Cleveland, ainda possui três obras de sua autoria que discorrem
sobre as atitudes dos indivíduos no trabalho. Ainda de acordo com Coradi
(1985, p. 142):
No primeiro livro, Herzberg faz uma revisão e sistematização dos últimos cinquenta anos sobre atitudes no trabalho; no segundo, descreve uma pesquisa original, que gera uma nova hipótese sobre motivação no trabalho; em Work and Nature of Man, o seu terceiro livro, Herzberg expande suas hipóteses para o que chama uma “Teoria Geral do Trabalho e da Natureza do Homem”. Esse terceiro estudo é fruto de participação e observação de um grande número de programas de gestão empresarial vividos nos Estados Unidos e Europa.
De acordo com Bergamini (2006) Herzberg utilizou-se de uma
entrevista como sua metodologia para coleta de dados, cuja temática central
configurava a identificação de uma situação onde o entrevistado se sentisse
muito bem ou muito mal acerca de seu trabalho, não exclusivamente o trabalho
atual, mas também todos os outros que exerceu em sua vida. A autora explica
ainda que a amostra de pesquisa foi de mais de setecentos sujeitos, entre os
quais estavam cientistas, supervisores, engenheiros, técnicos e montadoras
diaristas. Herzberg envolveu-se em todo o processo de observação,
31
permeando-se por todos os níveis da organização e obtendo resultados muitas
vezes curiosos.
Partindo de tais estudos, aponta Bergamini (2006) foram
constatados alguns fatores que, quando presentes no ambiente de trabalho,
possibilita um nível de satisfação elevado, contudo, a insatisfação que é
causada pela inexistência de tais elementos, não chega a ser relativamente
proporcional, os fatores que Herzberg denominou como ‘motivacionais’.
Em outra linha de pensamento, existem também alguns fatores que,
quando são inexistentes ofertam uma sensação elevada de insatisfação, como
determinou Herzberg, ao passo que os níveis de satisfação, quando os
elementos são presentes, não são proporcionais, denominados estes “fatores
higiênicos”. A autora considera que as descobertas de Herzberg neste sentido
foram muito relevantes, levando a afirmar que o contrário de satisfação não
deve ser entendido como insatisfação, mas sim caracterizando-se como
‘nenhuma satisfação’.
Do mesmo modo que, ao contrário de insatisfação não pode ser
compreendido como satisfação, mas sim como ‘nenhuma insatisfação’. A
autora desvela outro fator importante no que tange o interesse prático do
trabalho de Herzberg, o de conseguir distinguir os indivíduos em tipos ou
mesmo estilos motivacionais distintos. Para eles, existem pessoas direcionadas
especialmente pela busca da satisfação, de assumir responsabilidades, de
crescer, promover-se profissionalmente e ser reconhecido de maneira
merecida, sujeitos estes que são encarados como os tipos que “buscam
motivação”.
A tarefa, por si só, passa a se atribuir de um significado tamanho
para elas, assim como de outros aspectos ambientais pobres de conteúdo, isto
é, que não lhes apresentam grandes dificuldades, ao contrário, são indivíduos
altamente tolerantes para com estes fatores. Em oposto, existem diversos
sujeitos que se doutrinam por um referencial ambiental, capaz de se atribuir de
elevado relevado, centralizando atenção em aspectos como o pagamento, as
vantagens adicionais, a competência da supervisão, as condições do trabalho,
32
segurança, políticas de administração da empresa e o relacionamento
interpessoal com colegas de trabalho.
Sobre este tipo de indivíduo Herzberg determina-os como os que
“buscam manutenção”. Segundo Davis (1992) quando se refere em Herzberg,
determina que os aspectos motivacionais, bem como a realização e a
responsabilidade, se encontram intrinsecamente associadas ao trabalho como
um todo, ao passo que o desempenho do trabalhador, seu reconhecimento e
crescimento se encontram assegurados por ele. O autor prossegue dizendo
que aspectos motivacionais, em grande parte, se encontram centrados no
trabalho, se interligam a conteúdos advindos do trabalho.
Ao passo que, por outro lado, existem ainda aspectos de
manutenção que se encontram especialmente associados ao contexto do
trabalho, isto porque estão mais relacionados ao ambiente que permeia o
trabalho. Tal distinção demonstra que os sujeitos que estão primária e
intensamente motivados por conta do que realizam para si mesmos, no sentido
de assumir uma responsabilidade ou adquirir conhecimentos através do seu
comportamento, acreditam-se e encontram-se amplamente motivados.
Sendo assim, a teoria motivacional de Herzberg situa-se pelos
fatores motivacionais e higiênicos que são corroborados por diversos outros
pesquisadores contemporâneos, inclusive os que foram citados, sendo assim,
alguns destes fatores podem ser entendidos como:
Fatores de motivação ou motivacionais, intrínsecos ou
satisfacientes: Realização pessoal e profissional;
Reconhecimento; Responsabilidade; Desenvolvimento
profissional; Conteúdo do cargo; Autonomia; Criatividade e
inovação; e, Participação.
Fatores de higiene ou higiênicos, extrínsecos ou de manutenção:
Políticas organizacionais; Relacionamento
supervisor/subordinado; Condições físicas do trabalho; Salários e
33
benefícios; Relacionamento interpessoal com os colegas; Vida
pessoal; Status; Segurança; e, Comunicação.
Amorim (2015) comenta que, ainda que a maior contribuição da
teoria de Herzberg tenha sido a ascensão de uma nova visão gerencial sobre a
gestão de pessoas, há uma crítica sobre sua falta de objetividade no sentido
metodológico, tal como o fato de ser um estudo com foco, essencialmente no
nível de satisfação e não no desempenho, apontando que a satisfação e o
desempenho não são associados, o que ignora as variáveis situacionais.
3.6 Teorias motivacionais de processo
Conforme Lobo (1975) as teorias motivacionais de processo são
estabelecidas a partir da premissa de que, ainda que muitas teorias
motivacionais tenham sido propostas ao longo do tempo, somente duas são
capazes de reunir um caráter efetivamente compreensivo, sendo uma delas a
teoria da equidade. Essas teorias de processos visam, igualmente,
compreender os aspectos do desenvolvimento das ações de comprovação da
teoria e do comportamento do indivíduo, de forma paralela.
3.7 Teoria da equidade de Adams
Essa teoria foi desenvolvida pelo psicológico John Stacey Adams
(1965) e toma como base, essencialmente a percepção pessoal de cada sujeito
relativa à justiça do contexto organizacional em que se insere. Especialmente
no que tange às recompensas monetárias ou organizacionais, como
promoções ou transferências de unidade da empresa. O autor defende que a
satisfação se determina por meio do balanço que cada sujeito faz entre
elementos de desempenho (input) e de benefício (output), fazendo com que a
equidade seja notável, entre outros aspectos determinantes à satisfação.
Vala (1994) explica que a teoria da equidade aborda, logo, os
fenômenos de comparações sociais no âmbito do trabalho, além de permitir a
avaliação da equidade em relação aos sujeitos de empresas diferentes, quando
são comparadas em funções similares entre ambas as empresas. Quando são
34
realizadas comparações entre inputs e outputs de indivíduos diferentes, os
resultados podem levar a percepções de situações de equidade ou iniquidade
por excesso ou déficit.
Ainda conforme o autor, quando a equidade é notada, as relações
entre inputs e outputs são equivalentes entre ambos os indivíduos comparados,
quando a percepção leva à constatação da iniquidade, essa equivalência é
inexistente. A iniquidade, por sua vez, pode ser classificada em iniquidade por
excesso ou iniquidade por defeito.
Segundo Vala (1994) a iniquidade por excesso envolve uma sobre-
recompensa que leva, regularmente, a sentimento de culpa, uma vez que
acontece quando um sujeito sente que, em comparação com seus colegas,
desempenha igual ou menos, mas recebe mais. A iniquidade por defeito,
significa a sub-recompensa, quando o sujeito sente que recebeu menos que
seus colegas, mesmo apresentando desempenho igual ou superior.
Lobo (1975) acredita que a maior fragilidade da teoria da equidade
enquanto teoria motivacional, envolve a ausência de condições para predizer a
conduta em caso de existência de algum tipo de iniquidade. O autor informa
que Adams apresenta uma lista de alternativas que podem ser utilizadas a fim
de reduzir as percepções do sujeito sobre a iniquidade, os itens dessa lista são:
a) alterar seus investimentos; b) alterar seus resultados; c) distorcer cognitivamente seus investimentos e/ou resultados; d) distorcer cognitivamente os investimentos e/ou resultados da outra pessoa; e) tentar induzir a outra pessoa a mudar seus investimentos e/ou resultados; t) considerar a outra pessoa como índice de comparação; ou, finalmente, g) abandonar o campo de comparação. Nos casos c), d) ou t) e às vezes a), não ocorrerá uma mudança 6bvia na conduta do indivíduo (LOBO, 1975, p. 20).
O autor constata então que, como consequência dessa lista, mesmo
que a teoria da equidade seja facilmente compreensível enquanto teoria
motivacional, sua aplicação prática é limitada em relação à predição. Portanto,
é preciso fazer uma crítica final a essa teoria, que é o fato de que grande parte
das pesquisas sobre ela, envolvem estudos de equidade/iniquidade que foi
35
gerada por amostras limitadas de recursos monetários empreendidas em
experiências de laboratórios.
3.8 Teoria da definição de objetivos de Locke & Latham
Segundo D’Oliveira (1992) a teoria da definição de objetivos parte da
premissa de que estabelecer objetivos para determinada tarefa, afeta
claramente a forma como essa será desenvolvida, além de especificar os
aspectos de impactam os objetivos e suas relações com a ação e o
desempenho da tarefa. Essa premissa seria originária de diversas vertentes
teóricas, considerando seus defensores que o nível de evidências empíricas
que foi alcançado, forma uma das mais amplas vantagens dessa abordagem.
O autor comenta que a publicação mais recente dessa teoria, foi na
década de 1990, justamente por parte de Locke e Latham, que apresentaram
além de um histórico do desenvolvimento da mesma, mas expuseram ainda
uma revisão completa sobre as investigações anteriormente realizadas sobre
esse tema. Considera que:
Numa primeira fase pode-se considerar que o principal propósito dessas investigações visava a confirmação do pressuposto básico de que o estabelecimento de objetivos difíceis e específicos originava desempenhos superiores a qualquer outra combinação de dificuldade e especificidade ou, até mesmo, à sua inexistência (D’OLIVEIRA, 1992, p. 309).
O autor comenta que, ainda que exista uma defesa persistente da
ideia original, foram consideradas outras variáveis nessas investigações, como
foi o caso das recompensas monetárias, moderadores individuais, feedback,
compromisso, aceitação e participação na definição de objetivos, que em
diversos estudos realizados sobre a teoria, seriam preponderantes para sua
formação. Rodrigues et al. (2014) explicam que no modelo teórico de Locke e
Latham, o desempenho é diretamente impactado por três principais grupos de
fatores.
O primeiro deles é formado por fatores que atuam como
moderadores, são eles: comprometimento do empregado com a meta,
importância que os funcionários atribuem às metas, feedback recebido por
36
parte dos empregados sobre seu desempenho com as metas, o nível de
complexidade da tarefa e também a auto eficácia, isto é, a crença do
funcionário na própria capacidade de realização do trabalho e o alcance de
metas. Corroborando com a percepção do parágrafo anterior. Os autores
apontam que o segundo grupo, diz respeito às questões centrais à meta, seu
caráter de desempenho, aprendizado ou proximais – de curto ou longo prazo.
E o terceiro grupo é formado por demais ferramentas, tal como
escolha de tarefas, direção, esforços do funcionário na execução, persistência
e estratégia que foi utilizada. Esse modelo, conforme os autores, demonstra
que o desempenho e as recompensas podem acarretar satisfação nos
trabalhadores. Rodrigues et al. (2014, p. 258) concluem a percepção sobre a
teoria de Locke e Latham, apontando que: “A satisfação afeta a disposição dos
funcionários a se entregarem a novos desafios. Esse processo proporciona um
link de retroalimentação nos moderadores citados, conforme indicado no
modelo teórico”.
3.9 Teoria das expectativas de Vroom
Katz e Kahn (1970) explicam que o modelo teórico desenvolvido por
Victor Vroom é uma das teorias cognitivas da motivação mais conhecido no
âmbito da psicologia organizacional, pois é considerando mais complexo,
aceito e explorado em nível mundial. Assim, seu modelo é o multiplicativo da
teoria da expectância, um dos modelos mais amplamente aceitos e testados a
nível internacional, que não possui muitas pesquisas em relação à
aplicabilidade no contexto cultural brasileiro.
Szilagyi e Wallace (1990) explicam que o modelo multiplicativo de
Vroom considera três principais variáveis para a motivação do sujeito, sendo
elas: valência, instrumentalidade e expectância – além da capacidade
individual de diferenciar entre essas variáveis – que é uma característica
inerente ao cognitivismo. Os autores prosseguem dizendo que a valência é
relacionada à importância de determinado elemento na ótica pessoal do sujeito,
37
o valor que ele atribui a esse fator e que expõe a favorabilidade individual em
relação a esse elemento.
Portanto, será um tipo de recompensa única para cada sujeito,
associada às experiências e variável conforme o tempo, já que necessidades
anteriores são satisfeitas e outras surgem. Szilagyi e Wallace (1990) comentam
que a instrumentabilidade é relacionada à relação de desempenho, isto é, à
compensação, percepção sobre a possibilidade de conseguir recompensas
como resultado dos esforços empreendidos para alcançar os resultados. Ao
passo em que o desempenho evolui, as recompensas tendem também a
aumentar, logo, a instrumentalidade é relacionada à percepção individual dessa
relação de causa e efeito.
Os autores comentam que a expectância, por seu turno, é a
esperança no alcance de resultados, expressando a capacidade individual ou o
desempenho pessoal de cada indivíduo em um processo de auto avaliação. A
mensuração é feita por meio da probabilidade, pois se o sujeito não encontrar
chance em determinado esforço de chegar ao desempenho almejado, a
expectância será zero; ao passo que, se a confiança de que o esforço
empreendido alcançará a conclusão da tarefa a expectância chega a 1, que
equivale a 100%. Assim, na ideia de Vroom o produto das três variáveis
apresenta a força motivacional ou o índice motivacional do sujeito em relação a
um conjunto de elementos presentes no ambiente organizacional.
38
CONCLUSÃO
No decorrer de pesquisas executadas com a finalidade de compor o
presente trabalho, foi possível interpretar que o fator humano das empresas na
contemporaneidade, se atribuírem de singular importância para o andamento e
operações das empresas, de modo que estas organizações tendem a eleger
líderes, em detrimento de chefes, para que possam atuar na inspiração e
motivação destes colaboradores.
Manter uma equipe composta por seres humanos nem sempre é
tarefa fácil, já que o fator humano por si só oferece diversas características
particulares, diferenças de personalidade e mutações. Portanto, se faz
necessário que as empresas alinhem um pensamento estratégico com relação
a sua gestão de pessoas, buscando novos modelos gerenciais a fim de
aperfeiçoar seu relacionamento com a equipe.
Quando analisado o ambiente de trabalho nota-se que, quando se
trata do ser humano, outra questão que está ligada à motivação e vem se
fazendo presente nas organizações é a qualidade de vida no trabalho, que leva
em consideração os fatores e necessidades do ser humano e trabalha estas
informações de maneira eficaz, transformando-as em ações que melhoram as
rotinas de trabalho.
Outro fator é a questão das relações interpessoais e o que compõe
este item importante, bem como, suas maneiras mais eficazes de
funcionamento no ambiente profissional. Por fim, as teorias motivacionais, com
informações baseadas em estudiosos da área, são elementos que corroboram
a importância da motivação organizacional com base no clima organizacional.
Reunindo tais pesquisas fica claro que a motivação é um elemento
de extrema importância nas organizações que buscam sucesso e posições
mercadológicas de maior visibilidade. Estas devem focar suas atenções e
investir no relacionamento motivacional com sua equipe de trabalho,
bonificações, treinamentos, capacitações, participação nos lucros e segurança
39
profissional, são alguns dos fatores que demonstram a disponibilidade da
empresa para com seus colaboradores, tais ações valorizam o trabalhador,
tornando-o motivado e comprometido com as metas e políticas da empresa e
focando seus esforços mais amplamente a fim de alcançá-los.
Deste modo, como mediador destes programas motivacionais, a
liderança apresenta-se como essencial para a gestão estratégica de pessoas
com vistas à melhoria do clima organizacional. Assim, quando uma liderança é
bem executada, o líder vira um mediador entre os interesses da empresa e da
equipe de colaboradores, equilibrando este relacionamento para que renda
frutos positivos para ambos os lados.
Este fator passa então a atuar como motivador, agregado a outros
aspectos motivacionais que a empresa implementa por meio do líder. Quando
tudo ocorre bem, o líder e sua equipe possuem uma relação harmoniosa, os
gestores empreendem uma cultura de valorização das relações interpessoais,
a empresa tende a alcançar o clima organizacional positivo que elevará a
qualidade de seus serviços, funcionários e, consequentemente, de resultados.
Ter um cargo de liderança, não é um oficio fácil, pois necessita de
muita dedicação e conhecimento, para atingir um resultado, e para isso
necessita das pessoas que compõe sua equipe.
Portanto, liderar é algo que nasce com a pessoa, ou é elabora por
ela de acordo com suas necessidades. Pessoas que possuem essas
características são muito procuradas pelas organizações, porém, espera que
elas sejam uma espécie de “super-herói”, o que é um equivoco, não somente
porque super-heróis não existem, mas também porque se refere a seres
humanos lidando com outros seres humanos.
40
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45
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05
METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Liderança: As Funções de um Líder 09
1.1. A importância da liderança nas organizações 10
1.2. A Gestão de Pessoas e o Líder na organização 12
1.3. Líderes que motivam: um dom ou uma responsabilidade 13
CAPÍTULO II
Estilos de Liderança 16
2.1. Liderança Autocrática 16
2.2. Liderança Democrática 17
2.3. Liderança Liberal 18
2.4. Liderança Transacional 19
2.5. Liderança Transformacional 19
2.6. Líder Carismático 20
2.7. Líder Estratégico 21
CAPÍTULO III
Motivação e as Teorias Motivacionais 23
3.1. Teorias Motivacionais 23
3.2. Teorias Motivacionais Organizacionais 26
3.3. Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow 26
3.4. Teoria dos motivos de McClelland 29
3.5. Teoria Motivação-Higiene de Herzberg 30
3.6. Teorias Motivacionais do Processo 33
3.7. Teoria da Equidade de Adams 33 3.8. Teoria da Definição de Objetivos de Locke & Latham 35
3.9. Teorias das Expectativas de Vroom 36
46
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40 WEBGRAFIA 44