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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AS ARTES PLÁSTICAS E AS ARTES VISUAIS COMO MEIOS DIDÁTICOS COMPLEMENTARES ÀS DISCIPLINAS ESCOLARES. Por: Eugênio Nunes Silva Brito Orientador(a): Prof. Ms. Fabiane Muniz da Silva Janaúba Fevereiro/2007 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E

DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AS ARTES PLÁSTICAS E AS ARTES VISUAIS COMO

MEIOS DIDÁTICOS COMPLEMENTARES ÀS DISCIPLINAS

ESCOLARES.

Por: Eugênio Nunes Silva Brito

Orientador(a):

Prof. Ms. Fabiane Muniz da Silva

Janaúba

Fevereiro/2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E

DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AS ARTES PLÁSTICAS E AS ARTES VISUAIS COMO

MEIOS DIDÁTICOS COMPLEMENTARES ÀS DISCIPLINAS

ESCOLARES.

Por: Eugênio Nunes Silva Brito

Trabalho monográfico apresentado como requisito

parcial para obtenção do grau de Especialista em

Arteterapia em Educação

Janaúba

Fevereiro/2007

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, por todas as graças

que me concedeu ao longo dos meus estudos, aos meus

pais, pelo apoio psicológico, aos professores

entrevistados e às minhas amigas Mary, Luciene e

Silvânia que me ajudaram na obtenção dos livros

utilizados como referências bibliográficas.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a monografia ao meu pai Efigênio, minha mãe

Ivanete, aos colegas profissionais da área de educação,

aos alunos das escolas onde trabalhei e a todos que de

alguma forma, torcem por mim.

5

RESUMO

No modo de se educar hoje nas escolas verificam-se as limitações do

ensino tradicional em articular as diversas disciplinas, dificultando o processo

de construção do conhecimento e privando o aluno de uma visão mais ampla

da disciplina que aprende, constatando assim, que os métodos utilizados no

ensino tradicional pouco têm contribuído para alcançar os objetivos gerais da

educação encontrados no PCN o que vem a refletir e reforçar sobre o papel

importante e transformador que a arte exerce na sociedade e que poderá

exercer no campo educacional, na aprendizagem dos educandos, quando

envolvida na complementação didática das demais disciplinas como uma forma

não-verbal de se trabalhar o conteúdo didático.

. A orientação do trabalho interdisciplinar é fundamental para a

aprendizagem e desenvolvimento intelectual do aluno, desta forma a

abordagem utilizada sobre a relação entre as diversas possibilidades didáticas

oferecidas pelo campo das artes visuais e plásticas e as suas aplicações

conscientes e proveitosas no enriquecimento didático das demais disciplinas

escolares, mostra que um trabalho realizado a partir de suas conexões

influencia de forma positiva no processo de ensino/aprendizagem,

proporcionando ao aluno um ensino mais agradável, dinâmico e integral.

6

METODOLOGIA

De acordo com a Wikipedia (2008), um site de pesquisa na internet, a

pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros,

periódicos, textos legais, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas,

fotos, manuscritos etc. Todo material recolhido deve ser submetido a uma

triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de

uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e

fichamentos que, eventualmente, poderão servir à fundamentação teórica do

estudo. Por tudo isso, deve ser uma rotina tanto na vida profissional de

professores e pesquisadores, quanto na dos estudantes. Isso porque a

pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições

científicas disponíveis sobre determinado tema dando suporte a todas as fases

de qualquer tipo de pesquisa, auxiliando na definição do problema, na

determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da

justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final.

E, de acordo com Gil (1991), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a

partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de

trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir

de fontes bibliográficas que são em grande número e podem ser classificadas

em: fontes bibliográficas de leitura corrente; livros de referência (Informativa e

remissiva) que são:dicionários,enciclopédias,anuários,almanaques; há ainda

fontes bibliográficas em publicações periódicas (jornais e revistas) e impressos

diversos. Boa parte dos estudos explanatórios pode ser definida como

pesquisas bibliográficas,assim como pesquisas sobre ideologias, bem como

aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um

problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir

de fontes bibliográficas.

Diante dessas observações sobre o conceito de pesquisa bibliográfica,

autores consagrados no campo das Artes, História, Geografia, Português,

7

Matemática e demais disciplinas do currículo escolar, como a escritora e

educadora em Artes Ana Mae Tavares Barbosa, O historiador Giulio Carlo

Argan, as professoras especialistas e escritoras em educação Maria Felisminda

de Resende e Fusari e Heloísa Corrêa de Toledo Ferraz, a escritora Maria

José Guedes com seu livro sobre meios de ensino e as fases de aprendizagem

e desenvolvimento do aluno, Anamélia Bueno Buoro, Cristina Costa, Graça

Proença, dentre outros, além da revista Amae Educando, Nova Escola,internet,

a Enciclopédia Barsa, e autores de livros didáticos escolares foram fontes

bibliográficas utilizadas na fundamentação teórica.

Foi utilizado ainda, na fundamentação teórica, entrevistas com alguns

professores de diversas disciplinas do currículo escolar de algumas escolas

estaduais das cidades mineiras de Janaúba (Escola Estadual José Gorutuba,

Escola Estadual Rômulo Sales de Azevedo e Escola Estadual Maurício

Augusto de Azevedo), Verdelândia (Escola Estadual Maria Matos Silva) e São

João Del Rei (Escola Estadual Cônego Osvaldo Lustosa), sendo levantado e

discutido o assunto com todos os professores entrevistados a partir de um

questionamento principal: “O aproveitamento de elementos artísticos visuais e

plásticos, em conteúdos das disciplinas básicas escolares, no ensino regular,

contribui para um desempenho melhor na aprendizagem dos alunos?” Além

deste questionamento outras perguntas referentes foram utilizadas na

entrevista. Os resultados colhidos nas entrevistas serão de muita valia na

construção da monografia e busca pela confirmação da hipótese levantada no

projeto de pesquisa. (Perguntas da entrevista em anexo 01).

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - O Papel Transformador da Arte; 11

CAPÍTULO II - A Busca Pela Qualidade no Ensino: Ensino

Quantitativo ou Qualitativo?; 18

CAPÍTULO III–A Arte Como Linguagem Não-verbal a

Serviço do Ensino; 23

CAPÍTULO IV - Arte e Interdisciplinaridade; 32

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 01 40

ANEXOS 02 41

ANEXOS 03 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 47

ÍNDICE 49

9

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é analisar o papel da arte no ensino, a

interdisciplinaridade, relações entre a arte, suas habilidades e as demais

disciplinas escolares, a utilização consciente de atividades práticas-teóricas

das artes visuais e plásticas por outras disciplinas escolares, analisando as

possibilidades de sua utilização no processo educacional, como

complementação didática ao ensino e como facilitador da comunicação e da

aprendizagem.

Estudos e opiniões de autores sobre a arte e sua importância como

formadora de opinião, estão presentes na monografia, de forma a evidenciar a

importância didática da interação arte e demais disciplinas no contexto

educacional, e para uma melhor análise, entrevistas a professores das diversas

disciplinas escolares de escolas estaduais, em Janaúba, Verdelândia e São

João Del Rei foram feitas como forma de complementar a pesquisa com

opiniões dos educadores a respeito da questão: “O aproveitamento de

elementos artísticos visuais e plásticos, em conteúdos das disciplinas básicas

escolares, no ensino regular, contribui para um desempenho melhor na

aprendizagem dos alunos?”.

Tendo como tema: Ensino e Aprendizagem no contexto escolar,

enfocados pelo prisma da educação estética e artística, a monografia será

desenvolvida enfocando didaticamente o aproveitamento de elementos

artísticos visuais e plásticos, como complementação didática no ensino escolar

e como facilitador da aprendizagem e da comunicação, valorizando a arte

como meio formador de opinião, refletindo sobre o papel importante e

transformador que ela exerce na sociedade, sendo utilizada como forma não-

verbal de ensino, dentro do contexto estudado nas aulas das diversas

disciplinas, no ensino regular, através de atividades práticas-teóricas e leitura

de imagens, refletindo sobre as questões que envolvem sua leitura e sua

relação, como por exemplo, com o momento histórico estudado pelos alunos,

as teorias matemáticas, químicas e físicas, trabalhadas de forma lúdica, os

códigos e linguagens, a cultura mundial com sua diversidade étnica e

10

ambiental, assim, complementando a linguagem verbal dos textos utilizados

nas disciplinas durante as aulas. Esta maneira de trabalhar a arte,

interdisciplinarmente às outras disciplinas, não reduz a arte à mera coadjuvante

no meio escolar, mas reforça a sua importância e o papel transformador que

exerce na sociedade.

Serão abordados ao longo da monografia, tópicos relativos ao processo

de aprendizagem dos alunos, enfocando a possibilidade da

interdisciplinaridade das demais matérias escolares com a disciplina Artes,

levantando o seguinte problema: “O aproveitamento de elementos artísticos

visuais e plásticos, em conteúdos das disciplinas básicas escolares, no ensino

regular, contribui para um desempenho melhor na aprendizagem dos alunos?”

Onde a hipótese dirige-se à premissa: “A abordagem dos conteúdos das

disciplinas escolares serão mais bem compreendidas pelos alunos, de uma

forma dinâmica e estimulante, se relacionado à linguagem verbal tiver uso de

elementos das artes visuais e plásticas, relacionadas ao contexto do conteúdo

estudado nas disciplinas”, onde atividades das artes visuais e plásticas (crítica

artística, produção artística, atividades lúdicas, atividades práticas-teóricas,

leitura de imagens, etc.) serão usadas de forma complementar aos conteúdos

trabalhados pelas disciplinas do currículo escolar do ensino regular, usando

assim, de uma linguagem não-verbal, para o enriquecimento e dinamismo das

aulas, utilizando várias possibilidades artísticas, integrando atividades

importantes para o desenvolvimento crítico, perceptivo e cognitivo do aluno,

buscando a aprendizagem e comunicação, motivando-o a aprender,

qualificando seu aprendizado, tornando-o crítico, dinâmico, reflexivo e inserido

num contexto sociocultural.

11

CAPÍTULO I

O PAPEL TRANSFORMADOR DA ARTE.

“O principal sentido da obra de arte é, pois, a sua

capacidade de intervir no processo histórico da sociedade

e da própria arte, e, ao mesmo tempo, ser por ele

determinado, explicitando, assim, a dialética de sua

relação com o mundo”. (FUSARI, FERRAZ, 1993, p.105)

A arte surgiu no momento em que o homem sentiu necessidade de

registrar o seu sentimento e aspirações. E o meio utilizado para fazer esses

registros foi através da arte em desenhos nas cavernas, nas decorações de

utensílios domésticos e materiais de trabalho, danças e outras expressões da

arte, que ao longo dos anos, junto ao desenvolvimento da humanidade, foram

contribuindo para a formação da história. (RODRIGUE, 2002)

A sociedade evoluiu, criando regras, novos costumes e estilos, se

adaptando ao meio. Com necessidade de se expressar, o homem criou,

através da obra de arte, a mais pura e verdadeira maneira de exteriorizar seus

anseios, pensamentos, vontades e estado psicológico. Retratando a sua

realidade através de pinturas, esculturas, desenhos, músicas dentre outras

formas de arte, esta, passou a ser “uma fiel testemunha da história construída

pelo homem”.(revista Amae Educando,2000,p.7)

E segundo Souza (1980), referindo-se à arte utilitária como a

manifestação da arte onde, ao criar, o homem procura empregar à obra

produzida mais que um caráter de utilitária, e sim também, um caráter de

beleza estética. Esse autor caracteriza a arte como uma manifestação ligada

ao espírito humano desde o surgimento das civilizações, continuando durante a

sua evolução, onde o homem busca dar aos objetos que cria, além de uma

forma mais eficiente e útil, de acordo com a finalidade para o qual foi

construído, qualidades que independem da simples utilidade e que satisfaçam

uma necessidade de harmonia e de beleza, onde é muito freqüente que as

duas necessidades coincidam. A economia do material, a maior beleza, a maior

12

solidez de uma flecha, de um arco, de um vaso, de uma estrutura forjada pelo

homem, são fatores que conduzem à beleza, levando a uma primeira

concepção de que “o belo é a sublimação do útil.” (SOUZA, 1980).

A arte se situa, através de um conjunto de relações, num contexto

histórico,dele extraindo seu sustento, seja acompanhando, transformando,

fortalecendo ou como ponto de partida para uma determinada situação ou

movimento.A sua concretização, a obra de arte, exerce seu papel de

libertadora das emoções, conscientizadora das relações sociais e formadora de

opinião, assim como descreve o historiador e crítico de arte Argan (1998):

“Não se faz história sem críticas, e o julgamento crítico

não se estabelece a ”qualidade” artística de uma obra a

não ser na medida em que reconhece que ela se situa,

através de um conjunto de relações, numa determinada

situação histórica e, em última análise, no contexto da

história da arte em geral (...) cada obra não apenas

resulta de um conjunto de relações, mas determina por

sua vez todo um campo de relações que se estendem até

o nosso tempo e o superam, uma vez que, assim como

certos fatos salientes da arte exerceram uma influência

determinante mesmo à distância de séculos, também não

se pode excluir que sejam considerados como pontos de

referência num futuro próximo ou distante. (ARGAN,

1998, p.15).

Como formadora de opinião, a arte não poderia ser excluída dos estudos

humanos, já que fez e faz parte da história. O estudo da história das artes

demonstra a importância da arte no meio social como formadora de opinião, de

costumes e de novos conceitos. O seu estudo, como matéria didática nas

escolas, presta-se a desenvolver o lado psicológico do ser humano, buscando

sua essência pura, crítica, reflexiva, contestadora e perceptiva de seu lugar na

13

sociedade: “Toda linguagem artística é um modo singular de o homem refletir

seu estar no mundo.” (revista Amae Educando, 2000, p.7).

1.1-A ARTE NO ENSINO E SEU POTENCIAL COMUNICATIVO E EXPRESSIVO.

A arte vem acompanhando, ao longo da história, as transformações e

acontecimentos sociais, adquirindo importância e ganhando espaço junto às

outras ciências humanas. Partindo dessa importância na identidade social, a

arte e seu estudo, passaram a fazer parte do currículo escolar, passando por

reformulações ao longo de sua inclusão, adaptando-se ao currículo

educacional, no que tange a sua aplicabilidade na formação escolar,

quebrando preconceitos e outras barreiras a ela impostas, onde o professor de

artes desempenhava o papel de recreador e decorador na escola. (FUSARI,

FERRAZ, 1993)

A importância do estudo das artes¹ no currículo escolar, contribuindo na

formação do aluno, foi discutida por Ana Mãe Barbosa, no seu livro “A Imagem

no Ensino da Arte”:

(...) “Sempre que me encomendam textos ou palestras

com o título “A Importância da Arte na Escola”.Para os

que trabalham com arte é tão óbvia a importância da arte

na vida,e portanto, em qualquer forma de

institucionalização da vida, como a escola, que fico

tentada a dizer apenas: Se a arte não fosse importante

não existiria desde o tempo das cavernas, resistindo a

todas as tentativas de menosprezo”.(BARBOSA, 1991p.

27).

___________________

¹ Diferença entre Arte e arte segundo o PCN: Arte–“Quando se trata da área

curricular, grafa-se Arte, nos demais casos, arte.”(PCN- ARTE,1997, p.19).

14

A arte deve ser tida como proporcionadora e facilitadora de uma

aprendizagem completa, explorando as potencialidades intelectuais e criativas

do educando, o que significa: os alunos ”apropriarem-se de saberes culturais e

estéticos, inseridos nas práticas de produção e apreciação artísticas,

fundamentais para a formação e o desempenho do cidadão.” (PCN -

Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte/Ensino Médio, 1999, p.169). Além

disso, ainda segundo o PCN de Arte:

“Esta área também favorece ao aluno relacionar-se

criadoramente com as outras disciplinas do currículo. Por

exemplo, o aluno que conhece arte pode estabelecer

relações mais amplas quando estuda um determinado

período histórico. Um aluno que exercita continuamente

sua imaginação estará mais habilitado a construir um

texto, a desenvolver estratégias pessoais para resolver

um problema matemático.” (PCN - Arte/Ensino

Fundamental, 1997, p.19).

O estudo das artes visuais e plásticas, áreas que fazem parte do

imenso campo das artes, incluem sempre a construtividade das formas e suas

representações, trabalhadas num processo de análise e discussão, no âmbito

estético, artístico e cultural, presentes em suportes didáticos,utilizados

diretamente ou indiretamente, pelas demais disciplinas escolares, como por

exemplo: através dos meios audiovisuais, imagens fotográficas de lugares,

pessoas ou obras de arte presentes nos livros didáticos e revistas, trabalhos

plásticos como:cartazes, pinturas, decorações para uma peça teatral, para uma

feira literária ou festas na escola, apresentações de dança e teatro, além de

várias outras possibilidades. Porém, estas possibilidades de trabalho e

enriquecimento didático citadas, possibilitadas pelo campo das artes plásticas e

visuais, passam despercebidas pelos educadores, sem a preocupação destes

em fazer, antes e no momento que se desenvolve uma atividade em que

expressões das artes visuais e plásticas estejam presentes, uma análise da

15

contribuição e da importância destas expressões na aprendizagem integral do

educando, mesmo porque, na maioria das propostas pedagógicas não se

considera o envolvimento estético como uma parte do conhecimento da arte

integrado à cultura humana, o que não vem a comprometer o ensino do

conteúdo trabalhado nem o seu aprendizado, mas, de certa forma, perde-se

uma grande oportunidade de incluir nesse conteúdo trabalhado com os

educandos, formas dinâmicas, estimulantes,enriquecedoras e prazerosas de

ensinar e aprender, possibilitadas pelas artes, como propõe Zacharias (2007),

sugerindo formas diferentes de se trabalhar com os alunos para conseguir levar

a todos o conhecimento citando as teorias de Howard Gardner, psicólogo

americano que é autor da teoria das inteligências múltiplas e definiu 7

inteligências a partir do conceito que o ser humano possui um conjunto de

diferentes capacidades, tendo como destaque a área artística.

( As 7 inteligências múltiplas em anexo 02) :

“Então, na escola, o professor deve propor o estudo de

um tema de mais de uma maneira, facilitando a

construção do conhecimento por aqueles que têm mais

facilidade de construir utilizando-se de aspectos da

inteligência que não somente os lingüísticos e

matemáticos que normalmente são os enfocados e

valorizados nas escolas”. (ZACHARIAS, 2007)

A educação escolar deve entender que o aluno está sempre em contato,

através da visualidade, com o mundo contemporâneo e com a complexidade

das formas visuais e audiovisuais observadas, e que o programa de educação

escolar deve proporcionar aos alunos formas didáticas que possibilitem

diversificações e ampliações dos repertórios sensíveis – cognitivos (os modos

de aprender através do fazer e explorar) que privilegiem o modo de ver,

observar, expressar e comunicar, buscando assim, a qualificação do ensino.

De acordo com Guedes (1978):

16

“Comunicação visual é, então, o meio selecionado para

levar ao nosso público uma mensagem, que seja

percebida através da visão. Podem ser: materiais escritos,

impressos, projetáveis, não projetáveis (...).” (GUEDES,

1978, p.47).

Os conteúdos das disciplinas escolares, no ensino regular, interagindo

com expressões que fazem parte das artes visuais e plásticas, vêm enriquecer

o currículo escolar de forma a promover a aprendizagem cultural e artística,

através do uso de imagens, teorias e práticas artísticas, dentre outros recursos

didáticos próprios da disciplina Artes, numa linguagem não-verbal que

proporcione a aprendizagem do aluno através de uma comunicação visual.

A proposta de trabalho, interagindo artes visuais e plásticas com os

conteúdos teóricos das demais disciplinas escolares, fundamenta-se na

interdisciplinaridade que propõe a união didática entre as disciplinas para uma

aprendizagem integral do aluno, sem desprezar uma metodologia

proposta,para que não ocorra uma desvalorização da disciplina Arte,

submetendo-a a mero papel de coadjuvante na área escolar, limitando o ensino

da arte nas escolas, assim como receia a professora de Arte e mestre em

Educação, Arte e Cultura, Menezes (2007), ao considerar a possibilidade de a

arte servir como apoio a outros saberes no espaço escolar, onde se tem o

entendimento errôneo que a arte é puro fazer mecânico, que não agrega

conhecimento em si, portanto serve às demais disciplinas escolares, quase

como que para ilustrá-las em um nível de vivência concreto, correndo o risco

de servir de mão-de-obra para outras áreas de conhecimento que já se

encontram solidamente estruturadas, propondo que não haja uma

subordinação da Arte às disciplinas envolvidas no projeto curricular, entrando

em cena para isso, o professor de Arte como mediador entre expressões

favorecidas pela arte e as outras disciplinas, para, além de auxiliar os outros

professores interdisciplinarmente,defender a disciplina Arte como importante

área do saber, fortalecendo a idéia de que as especificidades de saberes em

17

arte vão além da percepção de técnicas e modos de fazer, firmando o papel de

importância didática promovido pela disciplina Artes.

O contato dos alunos com as artes visuais e plásticas dar-se não

somente com imagens em livros, programas de televisão, revistas, dentre

outros meios comunicativos, mas, se possível, buscando interagir o aluno

diretamente com a obra de arte, onde estas podem ser encontradas, como por

exemplo: em visitas a museus, estandes, galerias, conjuntos arquitetônicos

considerados obras de arte do passado e do presente nas cidades, e não

somente em imagens fotográficas contidas em livros, revistas ou internet,

propiciando assim a esse aluno um contato direto com a aprendizagem visual,

formando alunos sensíveis e críticos, contribuindo para sua formação

intelectual. (BUORO, 2002)

18

CAPÍTULO II

A BUSCA PELA QUALIDADE NO ENSINO: ENSINO QUANTITATIVO OU

QUALITATIVO?

“O desenvolvimento profissional e econômico atual exige

uma formação cada vez mais abrangente que privilegie

atividades críticas, interdisciplinares e tecnológicas”.

(PCN - Ensino Médio, 1999).

A escola passa hoje por mudanças constantes, acompanhando o

desenvolvimento da sociedade nos diversos níveis, seja culturais, físicos,

tecnológicos ou psicológicos, o que pressupõem que a escola deve estar

atenta a essas transformações, buscando adaptar-se a realidade social vivida

por seus alunos.

O modo tradicional de educar, nas escolas, privilegia a teoria sobre a

prática, excluindo possibilidades didáticas diversificadas que poderiam ser úteis

na complementação da aprendizagem do aluno, excluindo assim, qualquer

forma de interação entre as disciplinas:

“As escolas ainda tendem a manter uma organização de

estrutura física incompatível com as novas visões

pedagógicas assim como praticam uma postura partitativa

na prática de ensino e na cooperação profissional.

Nenhum trabalho será feito para o professor, tudo que se

produz na escola é com única função de enriquecer o

grau de conhecimento dos envolvidos.” (BARBOSA,

1991).

No ensino quantitativo privilegia-se a quantidade de matéria que deve

ser repassada ao aluno nas etapas durante o ano, matérias estas que são

preparadas, na maioria das vezes, sem levar em consideração a característica

19

dos receptores daquela matéria, esquecendo-se que cada aluno tem suas

particularidades, seu modo de aprender e seu tempo, e que talvez um método

de ensino que tenha sucesso na aprendizagem de um aluno pode não ser

eficiente com outro. Aí é onde está a diferença do ensino qualitativo,

possibilitando uma aprendizagem consistente e efetiva dos alunos, pois o

professor adapta o seu método de ensino para atingir integralmente a classe,

preocupando-se com a qualidade do seu modo de ensinar e com a real

aprendizagem desse aluno.

O professor, ao planejar suas aulas, deve ater-se não só a formação

quantitativa, mas privilegiar a formação integral e qualitativa dos alunos,

usando para isso meios de ensino diversificados, buscando um melhor

aprendizado e enriquecimento didático em suas aulas.

Na busca por meios de ensino que se ajustem a seu plano de aula e a

seus alunos, o professor deve ser cauteloso ao usá-los, pois, o importante para

a educação de qualidade não é somente a quantidade do que será trabalhado,

mas sim, a qualidade dos meios de ensino utilizados e a forma como serão

utilizados pelo professor.Um uso inadequado dos meios de ensino poderia

gerar um resultado contrário, e mesmo negativo daquilo que se esperava

quanto ao uso desse meio e sua utilidade na metodologia de trabalho

elaborada pelo professor.

Uma opinião que justifica o trecho citado acima é de Guedes (1978),

quando fala sobre meios de ensino, propondo que se justifique o uso deles em

prol da aprendizagem efetiva do aluno que deve ser o agente principal do

processo:

“Não são raras às vezes em que observamos professores

se utilizando de algum meio de ensino apenas para

“facilitar” a verbalização. A utilização do retro projetor

apenas para projetar esquema de aula, a fim de que os

alunos o copiem, infelizmente é a utilização mais

freqüente deste Meio de Ensino(...).É preciso que ao

utilizarmos um Meio de Ensino, estejamos justificando a

20

sua introdução em termos de atuação do aluno,como

agente principal desse processo educativo.A educação

verbalista (infelizmente ainda hoje a mais usada) não está

preocupada com as habilidades que o educando esteja

adquirindo, mas valoriza sobremaneira a quantidade de

informações”.(GUEDES,1978, p.101).

O professor contemporâneo tem várias possibilidades de

enriquecimento de suas aulas, seja teórica ou mesmo prática. Na busca por

procedimentos que favoreçam o desenvolvimento de habilidades e

competências para práticas educativas mais envolventes e dinâmicas, para

atrair a atenção dos alunos, o professor deve ser dinâmico, criativo e usar os

meios de ensino que estiverem a seu alcance, de forma responsável e

consciente, tendo em mente, que resultados espera ao apropriar-se desses

meios, buscando novas formas de educar, compartilhando experiências com os

colegas de trabalho de outras disciplinas, fortalecendo a interdisciplinaridade,

atendo-se às novidades tecnológicas educacionais, buscando a qualidade do

ensino escolar.

E, segundo o PCN/ensino médio (1999),

“Todas as ciências possuem a flexibilidade imprescindível

para cooperarem em qualquer área de conhecimento,

cabe às escolas entender o processo produtivo de forma

global para atender as novas visões pedagógicas de

forma envolvente”. (PCN/Ensino Médio, 1999).

E essa forma “envolvente” é o que pode fazer a diferença em uma aula,

onde se busca a qualificação do ensino, que possui como facilitador a condição

de, em uma escola de ensino regular, trabalhar as várias ciências: exatas,

humanas e naturais, de forma que, possuindo a flexibilidade, possam cooperar

na construção do ensino qualificado, na formação integral do aluno,

adequando-se às modificações sociais, como a evolução tecnológica e a

21

inclusão social, que estão presentes no cotidiano escolar e da sociedade,

favorecendo a difusão do conhecimento e do aprendizado tornando-o

prazeroso, conquistando e estimulando os alunos e motivando os professores a

se informarem mais e melhor, buscando sempre, como alvo principal para a

essência do aprendizado educacional, a qualificação do ensino como um todo,

como sugere Carréu(2007):

“Como o contexto muda, a arte muda. No fundo, também

é a cultura que muda e com esta mudança surgem, (...)

novas formas de apreciação estética sugeridas pelos

artistas visuais. Conseqüentemente, uma escola sensível

ao que se passa fora das suas paredes, deveria funcionar

de modo que algum espaço curricular incorporasse, nos

seus conteúdos e nas suas práticas, o que acontece “lá

fora” e “agora”. Á luz das sinergias que facilmente se

podem estabelecer entre algumas disciplinas e a “vida

quotidiana”, seria compreensível que nesse “espaço

curricular” se situasse a Educação Visual e todas as

disciplinas relacionadas com as artes visuais. Numa

cultura contemporânea em que a dimensão visual assume

particular e crescente relevância, seria neste espaço

curricular que uma boa parte da contemporaneidade

entraria no interior da escola.”

(CARRÉU 2007).

Apoiando-se nos PCN’s, o Professor terá uma grande ferramenta ao seu

dispor contribuindo no processo de qualificação de seu método de ensino e do

conteúdo trabalhado, mostrando-lhe as habilidades e potenciais desenvolvidos

a partir da arte, como sugere o PCN de Arte nesse processo de aprendizagem

qualitativa:

22

“A educação em arte propicia o desenvolvimento do

pensamento artístico e da percepção estética, que

caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à

experiência humana: o aluno desenvolve sua

sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar

formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer

as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela

natureza e nas diferentes culturas”. (PCN - Arte/Ensino

Fundamental, 1997, p.19).

Esse desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética

poderia ser resumido em uma única palavra e modo de expressão tão

valorizado hoje em dia, tanto no campo de trabalho quanto na vida cotidiana,

trata-se da criatividade, imprescindível aos artistas e intelectuais, e uma arma

poderosa para os alunos se sobressaírem e se relacionarem com as mais

variadas situações a que são expostos no dia a dia escolar e social.

23

CAPÍTULO III

A ARTE COMO LINGUAGEM NÃO-VERBAL A SERVIÇO DO ENSINO

A forma de comunicação não-verbal pode ser apresentada através de

uma imagem visual, que mesmo não contendo frases estruturadas, pode

transmitir um significado ao observador, pois, mesmo sendo uma pintura ou

escultura, por exemplo, foi feita com o intuito de transmitir uma informação, de

se comunicar por meio das cores, das linhas, das formas, do contexto histórico

ou de outra forma distinta de comunicação que as artes visuais possibilitam,

percebidas através de um olhar receptivo do observador, que, se educado,

aprimorado esse olhar, permite não uma visualização superficial da imagem

artística, mas vai além, aguçando a mente em interpretações variadas da

imagem artística, seja formal ou subjetivamente, como diz as autoras Fusari e

Ferraz ( 1993): “O ato de ver ao ser aprimorado permite-nos observar melhor o

mundo, o ambiente, a natureza.Um bom observador, investigando detalhes,

encontrará particularidades que poderão enriquecê-lo”. (FUSARI/FERRAZ,

1993, p. 75)

E esse “bom observador”, desenvolverá e aprimorará seu modo de ver,

com a participação de um mediador na educação analisando os benefícios que

a comunicação visual proporciona, enfocando atividades de leitura visual,

produção artística e história da arte: “Educar o nosso modo de ver e observar é

importante para transformar e ter consciência da nossa participação no meio

ambiente, na realidade cotidiana.” (FUSARI/FERRAZ, 1993, p.74), e

complementam ainda:

“(...) Se as atividades de leitura visual, produção artística

e história da arte forem trabalhadas também com o

objetivo de exercitar e analisar esses modos de ver, olhar

e observar, elas poderão auxiliar o domínio da visualidade

e da comunicação visual na vida cotidiana.” (FUSARI e

FERRAZ, 1993, p.77).

24

A escritora Guedes (1978), em seu livro sobre meios de ensino e as

fases da aprendizagem humana, faz uma consideração importante sobre o uso

excessivo da linguagem verbalista nas escolas, que muitas vezes não é

suficiente no ensino dos alunos: “A educação verbalista (infelizmente ainda

hoje a mais usada) não está preocupada com as possibilidades que o

educando esteja adquirindo, mas valoriza sobremaneira a quantidade de

informações.” (GUEDES, 1978) e sobrepondo a essa realidade exposta por

Guedes, os PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais) expõem:

“No mundo contemporâneo, marcado por um apelo

informativo imediato, a reflexão sobre a linguagem e seus

sistemas que se mostram articulados por múltiplos

códigos e sobre os processos e procedimentos

comunicativos, é mais do que uma necessidade, uma

garantia de participação ativa na vida social, a cidadania

desejada.” (PCN/Ensino Médio - Arte, 1999).

Essa renegação das transformações pelas quais a educação passou e

vem passando ao longo dos anos, só tende a prejudicar o ensino e a sua

qualidade, podando o crescimento dos educandos.

3.1-AS ARTES VISUAIS E SUA IMPORTÂNCIA COMO LINGUAGEM NÃO –

VERBAL.

Partindo da seguinte frase: “Toda linguagem artística é um modo

singular de o homem refletir seu estar no mundo” (Revista Amae Educando,

2000, p. 7), ao visualizar a história em imagens de obras artísticas, em livros

didáticos, ilustrações de textos, vídeos ou outras fontes didáticas escolares,

que podem ser exploradas pelo educador, os alunos têm a oportunidade de

vivenciar formas diferentes de aprendizagem, oposto ao aprendizado formal,

onde é utilizada apenas a linguagem verbal, com uso de textos, escritas no

25

quadro negro e explicações do professor, tornando a aula pouco atrativa que,

segundo Kanitz (2002), ao criticar a estrutura da sala de aula e o ensino pouco

motivador dos professores, faz a seguinte observação, numa reportagem à

revista Veja em Outubro de 2000:

“Nossos alunos, na maioria, estão desmotivados, cheios

das aulas. É só lhes perguntar, de vez em quando. Alguns

professores adoram ser o centro das atenções, mas

muitos estão infelizes com sua posição de ator obrigado a

entreter por 50 minutos um bando de desatentos.”

(KANITZ, 2000, p.23).

E essa desmotivação tende a piorar se a forma de ensinar não for

mudada, se não houver uma adequação às mudanças sociais e educacionais,

se não houver uma adequação às mudanças da mentalidade e comportamento

dos alunos. Aproveitando os vários elementos e possibilidades criativas e

inovadoras que a arte oferece, de forma consciente, interagindo com os outros

conteúdos, complementando-os, poderia abrandar um pouco essa situação ou

mesmo reverter esse quadro negativo.

Ver e interpretar uma imagem visual que compartilha com o observador

uma comunicação está muito além de uma análise biológica, de um simples

olhar que estabelece conexões biológicas somente explicadas por cientistas. O

ver, educado em uma sala de aula, proporciona ao aluno ver além do material,

do real, do que está exposto, proporciona-lhe analisar e estabelecer conexões

afetivas e subjetivas com as imagens observadas, proporcionando um novo

olhar, um olhar crítico e aguçado, capaz de captar com a maior facilidade as

informações ali contidas, contribuindo no seu aprendizado e na sua formação

intelectual.

“A nossa mensagem pode ser verbal (Palavras e sons) e

Visual (gráfica ou gestual). Podemos combinar vários

meios de transmitir uma mensagem. Ao transmitirmos

26

uma idéia por meio de visuais, estamos “falando

visualmente” e verbalmente, ou apenas visualmente, já

que às vezes, a comunicação visual basta por si só para

transmitir a mensagem”. (GUEDES, 1978, P.46)

Imagens de obras de arte ou de manifestações artísticas que podem ser

analisadas sob o ângulo da visão, podem ser encontradas em livros didáticos

das disciplinas História, Geografia, Português, Literatura, dentre outras, na sua

maioria ilustrando temas onde elementos da arte visual se fazem presentes,

como em conteúdos que tratam da história, da cultura e das tradições

mundiais, estilos de épocas, charges e tirinhas (com seus temas diversos sobre

acontecimentos sociais), dos espaços urbanos e naturais e dos movimentos

sociais dentre outros e de forma sutil, elementos das artes visuais, são

percebidos em estudos no campo das disciplinas Física e Química, quando

tratam assuntos como cores luz e cores pigmento, composições químicas e

misturas das tintas(elementos usados nas artes plásticas em pinturas,

fotografias, esculturas,etc.) e em estudos da Matemática e Geometria: volume,

perspectivas, massa, peso, linhas dentre outros elementos , vindo a refletir e

reforçar sobre o papel importante e transformador que a arte exerce, com certa

influência, nas diversas disciplinas escolares, assim como influencia a

sociedade.

Anamélia Bueno Buoro, doutora em comunicação e semiótica pela PUC

- SP, em seu livro: Olhos que Pintam:A Leitura da Imagem e o Ensino da Arte,

descreve sobre as imagens em livros didáticos que são ali colocadas com:

“(...) função intransitiva de mera decoração nos livros do

ensino fundamental e da educação infantil, surgem assim

como que parcialmente emudecidas e, portanto,

incapacitadas para fornecer significados a professores e

crianças e, mais ainda, para encaminhá-los no sentido de

sua apropriação como poderoso recurso a serviço da

prática pedagógica” (BUORO, 2002, p34).

27

E complementa afirmando a importância dessa interação dos alunos

com as imagens para que transformem esses sujeitos em interlocutores

competentes em constante relação de diálogos com o mundo, estimulados por

informações verbais e visuais interligadas (BUORO, 2002, p35).

Não só as imagens presentes em livros podem ser recursos didáticos

eficazes ao serem bem explorados. Atividades práticas na escola, que

envolvem as artes plásticas, como montagens de maquetes, feiras literárias,

exposições, feiras de ciências, gincanas, eventos e outros trabalhos propostos

pelo professor ou pela escola, podem ser explorados pela ótica das artes

visuais, que incluem o desenho, a pintura, a gravura, a escultura, o desenho

industrial, ampliando-se ao incluir outras manifestações artísticas que podem

ser analisadas sob o ângulo da visão, como a fotografia, as artes gráficas, os

quadrinhos, a eletrografia, o teatro, a dança, a publicidade, o cinema, a

televisão, o vídeo, a holografia, a computação, compondo-se de expressões e

representações da vida, materializadas em formas visivas que podem ser

estáticas e em movimento, bi e tridimensionais. (FUSARI/FERRAZ, 1993, p.73)

É importante destacar que as atividades práticas-teóricas em artes

visuais, não são apenas recursos didáticos ou ferramentas, mas conteúdos que

ao serem utilizados, criados e produzidos conduzem à necessidade do saber,

pois o aluno estará pensando na função e relação com o conteúdo, construindo

seu conhecimento, reconhecendo assim, o valor comunicativo da arte, assim

como descreve Braga (2006), no seu artigo sobre Diversidade Cultural e

Saberes Docentes:

“Na sociedade contemporânea, o papel da imagem tem

um poder central. As imagens geram uma quantidade

imensa de símbolos. Ela está intimamente vinculada ao

poder e nos oferece o estudo da cultura como uma forma

de ampliar nossa visão de mundo, a opinião pública,

sendo um importante espaço da luta social. (...) Educar

com base na percepção de imagens significa estabelecer

uma distinção entre as qualidades estéticas e outras

28

características que podem ser encontradas nos objetos

visuais e que não estão na representação. A cultura visual

deve ser tratada como um aparato pedagógico envolvido

na formação de diferentes subjetividades sociais e na

construção de identidades. Ela deve ter como finalidade

possibilitar que indivíduos entendam a cultura e a

sociedade em que vivem, dando-lhes condições para

evitar a manipulação da mídia e a produzir sua própria

identidade e resistência para que possam participar de

sua transformação cultural e social.” (BRAGA, 2006).

3.2 – A UTILIZAÇÃO DAS IMAGENS COMO SIMPLES MEIO DECORATIVO NOS

LIVROS DIDÁTICOS:

As imagens presentes em livros didáticos, como: charges, tirinhas, fotos

de obras de artes e artesanais, são pouco exploradas pelos educadores,

ocasionando grande desperdício de possibilidades que poderiam ser

desenvolvidas, integrando as imagens ao ensino através da leitura visual. Essa

pouca exploração se explica pela falta de contato entre os professores das

diferentes disciplinas escolares com a arte e também pelo pouco contato entre

estes professores e os professores da disciplina Arte, o que acarreta pouco

conhecimento e trocas de informações, gerando insegurança ao explorar e

aproveitar as imagens artísticas, assim como disseram alguns professores

entrevistados em escolas estaduais da cidade de Janaúba, Verdelândia e São

João Del Rei, que disseram ainda, que estão sempre atentos às possibilidades

de enriquecimento do seu planejamento didático e que dão preferência a livros

ilustrados com alguma expressão da área artística e que perceberam uma

contribuição na aprendizagem dos alunos ao trabalhar arte em seu conteúdo, o

que tornou a aula mais atrativa e estimulante, porém esses professores têm

pouco embasamento teórico sobre arte.

29

A estudiosa e escritora sobre arte, Buoro (2002), faz o seguinte

comentário sobre as imagens e suas aplicabilidades no processo educacional:

“Imagens impõem presenças que não podem persistir

ignoradas ou subestimadas em sua potencialidade

comunicativa por editores e educadores, mas que, ao

contrário, devem ser devidamente exploradas e lidas, o

que implicaria ganho evidente para o processo

educacional. A presença da imagem nos livros escolares

e o contato diário da criança e de nossos alunos em geral

com imagens de qualquer ordem devem ser fatores

levados em conta, tanto quanto a questões dos diferentes

tempos de sua leitura e dos modos de ver/observar essa

presença como algo que atua sobre a sensibilidade e os

afetos dos leitores.” (BUORO,2002,p35).

Os professores devem se atentar para as possibilidades de

melhoramento do seu plano didático e da aplicação deste plano nas aulas de

forma diferenciada e atrativa, não excluindo oportunidades de complementação

dos conteúdos trabalhados durante as aulas, valorizando e explorando as

imagens presentes nos livros que utiliza, buscando explorar os conteúdos de

suas disciplinas de diferentes formas, proporcionando uma aprendizagem

diferenciada, e que alcance o objetivo proposto.

3.3 – ANÁLISE ESTÉTICA DAS ARTES VISUAIS E SUA RELAÇÃO COM AS

DEMAIS DISCIPLINAS ESCOLARES:

Construir e por em prática um modelo de trabalho, onde a análise de

obras de arte se relacione com as demais disciplinas escolares, é uma das

inúmeras possibilidades que o campo das artes visuais oferece. O

aproveitamento de elementos didáticos, produções artísticas e trabalhos

práticos - teóricos próprios do estudo da disciplina Artes por outras disciplinas

30

escolares, se dá sem se desconsiderar o papel importante de formação e

transformação que a disciplina Arte exerce no âmbito escolar, pelo contrário,

tende a reforçar o seu caráter de importância fundamental na construção da

identidade cultural, estética e artística que a arte oferece através do seu estudo

e conhecimento.

No livro “A Imagem no Ensino da Arte”, a autora, Ana Mae Barbosa

(1991), dá uma amostra da possibilidade de se relacionar obras artísticas

visuais com os conteúdos das outras disciplinas através de uma análise

estética mostrando a estreita relação dessas obras visuais com a história e a

literatura. São duas obras artísticas plásticas de pintoras brasileiras

modernistas, Tarsila do Amaral (1973) e Anita Malfati (1964), que foram

exemplificadas pela autora e que podem servir de modelo para trabalhos

futuros de professores de outras disciplinas escolares, considerando o objetivo

que pretendem alcançar junto a seus alunos e a relação que farão com a

disciplina, citando nessa análise estética a necessidade da integração de

informações históricas às análises das obras de arte, as particularidades

implícitas no tema dos dois quadros, estudo da Semana da Arte Moderna de

1922, os poetas e escritores que compuseram a formação intelectual que dela

participaram. Essa relação dispõe da oportunidade de compartilhar com as

demais disciplinas escolares, de forma inovadora, criativa e dinâmica, áreas do

saber próprias da disciplina Artes, servindo de mediadora da aprendizagem.

(análises das obras em anexo 03).

3.4 - A IMPORTÂNCIA DO USO CONSCIENTE DA LINGUAGEM NÃO-VERBAL

DAS ATIVIDADES PRÁTICAS DAS ARTES VISUAIS E PLÁSTICAS POR

OUTRAS DISCIPLINAS ESCOLARES COMO COMPLEMENTAÇÃO DIDÁTICA.

A utilização inconsciente de elementos das artes visuais e plásticas por

outras disciplinas, apenas como mero recurso ou ferramenta didática, sem a

preocupação em conhecer profundamente sobre a real importância da arte,

acaba negando o potencial desta como formadora do saber e sua

compreensão como conhecimento humano sensível-cognitivo. Isso talvez, seria

31

fruto do descaso com que a arte foi tratada ao longo de sua introdução e

desenvolvimento nas escolas brasileiras no passado e a difícil reabilitação nos

dias atuais. (FUSARI, FERRAZ, 1993, p.20-40).

A arte é usada, muitas vezes no meio escolar, por professores de outras

disciplinas inconscientemente, de forma isolada ou como recurso final, um

fechamento para os trabalhos das suas disciplinas, realizados por eles ou por

seus alunos, sem se ater, no entanto, a real relação e importância que a arte

pode apresentar se relacionando com os conteúdos dos trabalhos propostos.

O professor de outra disciplina, ao trabalhar conscientemente a arte, as

produções artísticas e trabalhos prático-teóricos em artes visuais e plásticas,

juntamente com o conteúdo didático de sua disciplina, tem a possibilidade de

trabalhar com os variados recursos didáticos que o campo de expressões das

artes visuais e plásticas oferece,proporcionando ao alunado desenvolver a

criatividade e favorecendo a comunicação, através da exploração dos

materiais ,das técnicas das atividades práticas-teóricas e das possibilidades de

produção artística dessas artes nas suas mais variadas expressões(desenho,

pintura, gravura, escultura, fotografia, charges , vídeos, etc.)atividades estas,

produtivas, reflexivas e receptivas , que exploram a criatividade, a

inventividade, o conhecimento, a intelectualidade e o potencial criador.

São muitos os modos de organizar e integrar a arte na dinâmica das

outras disciplinas, desde que os alunos, possam de diversas maneiras,

conhecer melhor as práticas e teorias de produção, apreciação e reflexão das

culturas artísticas em suas interconexões e contextualizações socioculturais,

utilizando conscientemente as produções artísticas visuais e plásticas, sem

deixar perder para isso, a especificidade de cada disciplina que interaja com a

área do saber da disciplina Artes, transformando o conhecimento em

compreensões mais amplas, num prazer em aprender.

32

CAPÍTULO IV

ARTE E INTERDISCIPLINARIDADE

O modelo escolar privilegia o modelo de projeto curricular com módulos

disciplinares favorecendo a incomunicação profissional entre os diferentes

especialistas não havendo compartilhamento, entre os profissionais, de

parcelas temáticas ou objetivos educacionais que favoreçam um ensino

diversificado que alcance prontamente seus objetivos. (SANTOMÉ, 1998,

p.126).

As diferentes áreas do conhecimento e experiências devem entrelaçar-

se e reforçarem-se mutuamente contribuindo eficazmente para a construção e

reconstrução dos conhecimentos, habilidades, atitudes e tudo que favoreça a

aprendizagem significativa e qualitativa.

“As propostas integradoras favorecem tanto o

desenvolvimento de processos como o conhecimento dos

problemas mias graves da atualidade. Assim, facilitam o

crescimento psicológico do indivíduo, o desenvolvimento

das estruturas cognitivas de alunos e alunas, de suas

dimensões afetivas e de relação social, de seu

desenvolvimento físico, mas também permitem que sejam

adquiridos aqueles marcos teóricos e conceituais,

métodos de pesquisa, etc. que facultam para analisar,

revisar e contribuir para o avanço e o crescimento das

diferentes ciências e âmbitos do saber de uma sociedade

secreta. Desse modo, alunos e alunas preparam-se para

enfrentar os problemas cotidianos nos quais estão

envolvidos, bem como os que os aguardam em um futuro

próximo, porém sem estar pensando se necessitarão uma

informação ou destreza matemática, física ou lingüística.”

(SANTOMÉ, 1998, p.125).

33

O modelo de módulos disciplinares faz divisões entre as disciplinas, o

que já se caracterizou como uma tradição clássica e hierarquizadora, gerando,

de alguma forma, rivalidades entre as disciplinas, onde algumas matérias se

sobressaem como as mais importantes e imprescindíveis, acreditando que é

essencial para a formação intelectual e profissional do aluno. (SANTOMÉ,

1998,127).

Neste cenário fica difícil a integração das disciplinas agindo em conjunto

para a formação dos educandos.

A ruptura de fronteiras entre as disciplinas deve ser insistentemente

tentada pelos educadores e incentivada e apoiada pela área pedagógica,

trazendo assim, ganhos consideráveis para a área educacional e para quem

esteja envolvido nela, como confere Santomé (1998):

“A ruptura de fronteiras entre as disciplinas (corolário da

multiplicidade de áreas científicas e de modelos de

sociedades cada vez mais abertos, do desaparecimento

de barreiras na comunicação e de uma universalização da

informação) está levando à consideração de modelos de

análises muito mais potentes dos que caracterizavam

apenas uma especialização disciplinar. A complexidade

do mundo e da cultura atual leva a desentranhar os

problemas com múltiplas lentes, tantas como as áreas do

conhecimento existentes; do contrário, facilmente os

resultados seriam afetados pelas deformações impostas

pela seletividade das perspectivas de análise às quais se

recorre.” (SANTOMÉ, 1998, p.44).

A interdisciplinaridade assume um papel importante no contexto escolar

como apoio pedagógico entre as disciplinas, possibilitando a qualificação dos

conteúdos, onde estes interajam em sintonia, levando ao aluno uma aula

motivadora, dinâmica e enriquecida, adaptada às exigências de uma sociedade

em constante mudança, à qual os alunos estão condicionados, e que exige da

34

escola dinamismo e adaptação ao meio, possibilitando ao alunado, identificar e

se identificar com questões desafiadoras propostas. Assim propõe o PCN

(Parâmetros Curriculares Nacionais) como uma das leis norteadoras do ensino,

com a seguinte consideração no PCN do Ensino Médio, tratando da

interdisciplinaridade: “A aprendizagem significativa pressupõe a existência de

um referencial que permita aos alunos identificar e se identificarem com as

questões propostas.” (PCN, 1999, p.36), e explica ainda, a que se destina a

interdisciplinaridade no ensino médio, não deixando de abranger o ensino

regular como um todo:

“Na proposta de reforma curricular do ensino médio, a

interdisciplinaridade deve ser compreendida a partir de

uma abordagem relacional, em que se propõe que, por

meio da prática escolar, sejam estabelecidas

interconexões e passagens entre os conhecimentos

através de relações de complementaridade, convergência

ou divergência.” (PCN/Ensino Médio, 1999, p.36).

Essa proposta de parceria é fundamental para o projeto pedagógico da

escola porque, havendo a articulação entre as várias áreas disciplinares,

haverá uma sintonia no que se refere aos tratamentos metodológicos que são

desenvolvidos pela escola. As disciplinas podem desenvolver trabalhos de

modo que todas as áreas trabalhem o mesmo tema, levando assim o aluno a

desenvolver as habilidades gerais a serviço do desenvolvimento de cada um,

de forma clara e consciente.

Porém, a interdisciplinaridade só acontece se for planejada, pois é

realizada de forma coletiva, devendo ser estimulada e apoiada pela direção da

escola para que os professores realmente consigam promover competências

mais amplas em suas práticas de ensino-aprendizagem, e que o ensino de

cada disciplina se torne um processo formador na vida escolar do aluno.

Com tudo isso, a interdisciplinaridade com a disciplina Arte, traz várias

possibilidades didáticas às disciplinas escolares, contribuindo para a formação

de alunos criativos, participativos e críticos, protagonistas na sociedade em que

35

vivem. Assim, compartilham dessa opinião, as professoras especialistas em

arte Fusari e Ferraz (1993):

“No contexto da educação escolar, a disciplina Artes

compõe o currículo compartilhando com as demais

disciplinas num projeto de envolvimento individual e

coletivo. O professor de Arte, junto com os demais

docentes e através de um trabalho formativo e

informativo, tem a possibilidade de contribuir para a

preparação de indivíduos que percebam melhor o mundo

em que vivem, saibam compreendê-lo e nele possam

atuar.” (FUZARI,FERRAZ,1993,p20)

O aluno ao vivenciar uma aula, onde o professor busca a

interdisciplinaridade, relacionando o seu conteúdo didático com outras

disciplinas, no caso específico, com a Arte, é contemplado com um ensino

estimulante, dinâmico e motivador, que, se bem aproveitado e trabalhado por

todos, gera um aprendizado de qualidade para os alunos, de acordo com as

propostas do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais).

Antes de trabalhar a arte e sua prática teórica - artística, integrando-a às

outras disciplinas, é necessário que se tenha em mente que resultado se

espera, e outro ponto importante, é que não se julgue a arte como simples

proporcionadora de atividades para as disciplinas escolares e para a escola,

mas como auxiliar na aprendizagem e incentivadora de uma aprendizagem

cognitiva, perceptiva e afetiva.

Não se deve ter a preocupação com análises técnicas das atividades

artísticas trabalhadas, este deve ser o campo de estudo tão somente da

disciplina Artes. O que mais deve ser levado em conta ao relacionar artes

visuais e plásticas aos conteúdos das demais disciplinas do currículo escolar é

o enriquecimento dinâmico didático das aulas, onde o educador deve se

preocupar em buscar várias fontes de informação sobre arte, de preferência,

buscar auxílio didático com professores da disciplina Artes para aumentar seu

36

embasamento teórico e assim saber usar conscientemente elementos

didáticos, próprios da área de Arte, em seu conteúdo como ferramenta para

tornar sua aula mais dinâmica e atrativa para os educandos, proporcionando

uma nova forma de se educar, conscientemente.

Um exemplo que pode ser dado, sobre a relação entre artes e demais

disciplinas escolares, vida social e aprendizagem dos alunos é trabalhar

apreciação de obras artísticas, pois a obra passa por classificações de estilo

histórico-sociais,culturais e com a psicologia social da época em que foi

produzida, por isso, analisar uma obra , usando apenas termos técnicos, reduz

a obra a um significado de apenas um simples objeto qualquer, sem os valores

classificatórios que lhe foram conferidos anteriormente. A análise deve ser

feita, levando em conta, principalmente, a subjetividade do aluno/observador,

que tem a chance de entrar em contato com as obras de arte do passado,

tendo experiências diretas com a fonte de informações, a obra artística,

fazendo interpretações além da histórico-formal, fazendo mais que uma

análise, uma apreciação.E é nesse contato subjetivo que se formam os

questionamentos, a interação e a aprendizado dos alunos.

Mesmo havendo afinidades entre as disciplinas, e a proposta de

cooperação interdisciplinar de conteúdos das áreas do saber dessas

disciplinas, cada uma deve ser tratada sem se envolver com as

particularidades da outra, se detendo com aquilo que é necessário para seu

desenvolvimento e enriquecimento didático compartilhado entre as disciplinas.

“E assim, desenvolvendo conhecimentos estéticos e

artísticos dos alunos que a disciplina Artes comparece

como parceira das disciplinas trabalhadas na área de

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias² e nas demais

áreas de conhecimento presentes no Ensino Médio (...)”

(PCN- Ensino Médio - Arte, 1999).

___________________________

²A disciplina Arte, juntamente com as disciplinas Educação Física,Língua Portuguesa e

Língua Inglesa, além de Informática, compõem a área de Linguagens, Códigos e suas

Tecnologias.

37

O trecho citado anteriormente, dá uma idéia do papel exercido pela

disciplina Artes no currículo escolar, aqui, especificamente no ensino médio,

mas que pode e deve abranger o ensino fundamental, como matéria didática

essencial em si mesma e como “parceira” das outras disciplinas escolares.

No contexto escolar, arte e as demais disciplinas escolares podem se

relacionar, dispensando a análise formal da linguagem artística, como a crítica

de arte detalhada e análise de obras com uso de termos técnicos, utilizados por

profissionais da disciplina Arte; essas demais disciplinas devem deter-se a

interpretações das artes tão somente relacionadas ao contexto didático de suas

aulas, de forma a promover uma melhor compreensão do aluno e alcançar o

objetivo a que destina alcançar com essa relação, o aprendizado dos alunos.

38

CONCLUSÃO

Os educadores devem estar atentos às possibilidades de

enriquecimento do seu planejamento didático e perceberem que a escola, hoje,

deve adaptar-se às mudanças do meio, passando por uma evolução que tenha

por objetivo ser criativa e dinâmica para conseguir acompanhar a realidade e

preparar os alunos para esse novo cenário social, buscando novas fontes de

conhecimento e conteúdos que atraiam a atenção e interesse dos mesmos,

favorecendo assim, a interdisciplinaridade, adaptando-se às tecnologias,

adequando-se à realidade educacional e social. Os alunos são bombardeados por informações visuais através de várias

fontes de informação, como: revistas, internet, televisão, rádio e livros

escolares, sem deter sobre essas informações um olhar crítico e reflexivo,

estabelecendo com as imagens relações visuais pouco significativas, a ponto

de essas imagens tornarem-se meras ilustrações “coloridas e bonitinhas”,

criadas apenas com o intuito de decorar.

No campo pedagógico, as informações visuais podem ganhar relevância

significativa como recurso pedagógico, bastando para isso, colocar em prática

a interdisciplinaridade na escola, onde as disciplinas compartilhem com a

disciplina Artes as possibilidades de realizar um trabalho dinâmico e criativo,

que conquiste o educando através de atividades lúdicas, artísticas, história da

arte, análises de obras artísticas visuais, criações artística, tudo voltado para o

enriquecimento da aprendizagem do aluno, mediante informações básicas que

complementem o conteúdo didático de cada disciplina, sem se deter em

aprofundamentos de técnicas estéticas ligadas a disciplina Artes.

Apesar da discriminação que a arte enfrenta nas escolas, a proposta de

interdisciplinaridade não renega a arte a coadjuvante no espaço escolar, sendo

utilizada pelas demais disciplinas como complementação pedagógica apenas

para preencher o tempo ou ilustrar o conteúdo proposto, pois a arte tem o seu

papel relevante na sociedade, tanto no passado como no presente, seja como

transformadora ou criadora de opinião, e no campo escolar a

interdisciplinaridade se destina a criar laços de cooperação entre as disciplinas,

39

servindo assim para quebrar preconceitos, fortalecendo a educação em que se

privilegie a qualidade na formação integral (cultural, intelectual, motora, crítica,

perceptiva, etc.) do educando. Assim, a arte na disciplina escolar não se

prestaria a um papel diferente, não se prestaria e não se presta apenas a

decorar livros didáticos, criar atividades de passatempo, servir de pano de

fundo para atividades extra - escolares ou demais destinos contrários daqueles

a que a arte deve se destinar.

40

ANEXO 01

Entrevista a Professores do Ensino Regular

1) Você está sempre atento às possibilidades de enriquecimento do seu

planejamento didático? Sim( ) Não( ) Às vezes( ) 2) Você considera a interdisciplinaridade ao elaborar seus planos de aula? Sim( ) Não( ) Às vezes( ) 3) Você procura analisar com os alunos as imagens ilustradas no livro

didático, como complementação didática da matéria lecionada? Sim( ) Não( ) Às vezes( ) 4) Você dá preferência a livros didáticos a serem trabalhados em sala de

aula, ilustrados com imagens artísticas? Sim( ) Não( ) Às vezes( ) 5) Você percebe uma contribuição no aprendizado dos seus alunos quando

é feita uma relação entre arte e o conteúdo trabalhado, através de atividades práticas-teóricas, em sua disciplina?

Sim( ) Não( ) Às vezes( ) Não faço essa relação ( ) 6) Você procura utilizar variados recursos didáticos em suas aula?

Sim( ) Não( ) Às vezes( )

41

ANEXO 02

Howard Gardner, psicólogo americano é o autor da teoria das inteligências múltiplas. Howard definiu 7 inteligências a partir do conceito que o ser humano possui um conjunto de diferentes capacidades. São elas:

1. LÓGICO-MATEMÁTICA - está associada diretamente ao pensamento científico ao raciocínio lógico e dedutivo. Matemáticos e cientistas têm essa capacidade privilegiada

2. LINGÜISTICA - está associada à habilidade de se expressar por meio da linguagem verbal, escrita e oral. Advogados, escritores e locutores a exploram bem.

3. ESPACIAL - está associada ao sentimento de direção, à capacidade de formar um modelo mental e utilizá-lo para se orientar. É importante tanto para navegadores como para cirurgiões ou escultores.

4. CORPORAL-CINESTÉSICA - está associada aos movimentos do corpo que pode ser um instrumento de expressão . Dançarinos, atletas, cirurgiões e mecânicos se valem dela.

5. INTERPESSOAL - está associada à capacidade de se relacionar com as pessoas. De entender as intenções e os desejos dos outros e, conseqüentemente, de se relacionar bem com eles. É necessária para vendedores, líderes religiosos, políticos e, o mais importante, professores.

6. INTRAPESSOAL - está associada à capacidade de se estar bem consigo mesmo, de conseguir administrar os próprios sentimentos, de se conhecer e de usar essas informações para alcançar objetivos pessoais.

7. MUSICAL - está associada à capacidade de se expressar por meio da música, ou seja, dos sons organizando-os de forma criativa a partir dos tons e timbres.

Gardner atualmente estuda numa oitava inteligência, chamada NATURALISTA, que está associada à capacidade humana de reconhecer objetos nanatureza.

42

ANEXO 03

AMARAL, Tarsila do. A Negra,1923,óleo s/ tela – 100 x 81,3. Dç. Museu de Arte Moderna/SP. Col. Museu de Arte Contemporânea/USP.

MALFATI,Anita Catarina. O Torso/Ritmo, 1915, pastel e carvão – 61 x 46,6. Dç. Museu de Arte Moderna/SP. Col. Museu de Arte Contemporânea/USP

43

BLIOGRAFIA CONSULTADA

ALVARENGA, Jenner Procópio de. Ciências Naturais no dia-a-dia; 7ª série/

Jenner Procópio de Alvarenga, José Luiz Pedersoli, Moacir Assis d’Assunção

Filho, Wellington Caldeira Gomes,Curitiba:Positivo,2004.

ANDRINI, Álvaro. Novo Praticando Matemática/Álvaro Andrini, Maria José C.

de V. Zampirolo.São Paulo: Editora do Brasil,2002.Obra em 4 volumes para

alunos de 5ª a 8ª série.

ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 9ª Ed. São

Paulo: Papirus,1998-Coleção Papirus Educação.

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49

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - O Papel Transformador da Arte 11

1.1–A Arte no Ensino e Seu Potencial

Comunicativo e Expressivo; 13

CAPÍTULO II - A Busca Pela Qualidade no Ensino: Ensino

Quantitativo ou Qualitativo?; 18

CAPÍTULO III–A Arte Como Linguagem Não-verbal a

Serviço do Ensino; 23

3.1 – As Artes Visuais e Sua Importância

Como Linguagem Não-verbal; 24

3.2 - A Utilização das Imagens como Simples

Meio Decorativo nos Livros Didáticos; 28

3.3 – Análise Estética das Artes Visuais

e Sua Relação com as Demais Disciplinas

Escolares; 29

3.4 – A Importância do uso Consciente

Da Linguagem Não-verbal das Atividades

Práticas das Artes Visuais e Plásticas por Outras

Disciplinas Escolares como Complementação

Didática; 30

CAPÍTULO IV - Arte e Interdisciplinaridade; 32

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 01 40

ANEXOS 02 41

50

ANEXOS 03 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 47 ÍNDICE 49