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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
RISCOS DE MERCADO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO
(E-COMMERCE)
Henrique Pacheco de Figueiredo Dias
ORIENTADOR: ALEKSANDRA SLIWOWSKA
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Henrique Pacheco de Figueiredo Dias
RISCO DE MERCADO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO
(E-COMMERCE)
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores que construíram
minha base de conhecimento, aos meus gestores
pelo desenvolvimento profissional e a minha
família por todo apoio durante esta caminhada.
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DEDICATÓRIA
Dedico a minha esposa que está sempre ao meu
lado em todos os desafios.
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RESUMO
Principal ativo de um Comércio Eletrônico (E-Commerce), sua
imagem está suscetível a diversos tipos de riscos de mercado, pois no mundo
digital qualquer deslize se torna imediatamente público e o impacto financeiro
pode ser irreversível.
Entre os principais problemas estão os riscos operacionais
referentes à manutenção dos sites e os riscos legais causados por um mal
atendimento.
Cuidar dessas frentes faz toda a diferença entre ser uma empresa
rentável ou fadada ao colapso financeiro. Este projeto identifica os principais
riscos e define processos para minimizar suas ocorrências.
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METODOLOGIA
Mapear os principais problemas identificados pelos consumidores
através de sites e aplicação de pesquisa através de questionário. Com base
nas informações coletadas e em pesquisa bibliográfica em livros de gestão de
risco, definir os procedimentos necessários para eliminar os problemas e
proteger a empresa dos riscos em questão.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1
O Comércio Eletrônico 10
CAPÍTULO 2
Plano de Negócios 12
CAPÍTULO 3
Riscos de Mercado 18
CAPÍTULO 4
Gestão dos Riscos do Comércio Eletrônico 21
CONCLUSÃO 29
BIBLIOGRAFIA 30
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INTRODUÇÃO
Um Comércio Eletrônico (E-Commerce) é uma empresa que
interage com seus clientes através de plataformas eletrônicas, também
conhecidas como meios virtuais, onde os clientes visualizam seus produtos
através dos seus celulares, tablets, computadores ou qualquer outro aparelho
com acesso a Internet.
Atualmente a maioria dos seguimentos do mercado está investindo
neste ambiente, buscando eliminar os custos de construção e manutenção das
lojas físicas, alcançar clientes em qualquer parte do planeta, concentrar o
estoque em uma única instalação, entre outros. O problema é a contrapartida
desta estratégia, pois todos os riscos de mercado das lojas físicas também
estão presentes no Comércio Eletrônico e o fato destas pertencerem a um
ambiente extremamente público, como a Internet, acabam tendo os efeitos das
falhas potencializados e difíceis de contornar, podendo ficar com sua imagem
prejudicada perante todos os consumidores.
O sucesso dessas empresas parte sempre de um excelente
planejamento da sua logística, onde devem ser estudados minunciosamente os
produtos que serão comercializados, as políticas de preços e descontos, as
opções de pagamento, o controle antifraude, as formas de envio ao cliente e o
atendimento para solução de problemas. O sucesso da Empresa depende do
correto funcionamento de toda essa engrenagem, pois minimizam a
possibilidade dos riscos de mercado.
Existem diversos riscos de mercado que podem prejudicar o
planejamento de um comércio eletrônico, porém os riscos operacionais são os
mais comuns e os mais difíceis de serem evitados. É muito comum
observamos reclamações de problemas com descrições de produtos, prazos
de entrega, preços incorretos, produtos danificados, entre outros. Todos esses
problemas repercutem através da Internet entre os consumidores prejudicando
a imagem da empresa e diminuindo drasticamente suas vendas, podendo
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causar descasamento de fluxo de caixa e levar a empresa ao colapso
financeiro.
O Capítulo I detalha a evolução do Comercio Eletrônico desde sua
origem até os dias atuais, demonstrando sua importância atual e futura.
O Capítulo II abrange todos os pontos de atenção de um plano de
negócios de um comércio eletrônico rentável
O Capítulo III detalha os principais riscos de mercado existentes e
suas principais caracteríscas
O Capítulo IV explora os principais riscos financeiros presentes
neste segmento virtual, detalhando suas causas, efeitos financeiros e soluções.
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CAPÍTULO 1
O COMÉRCIO ELETRÔNICO
O Comércio Eletrônico (E-Commerce) é uma modalidade comercial
cujas transações são realizadas através de plataformas eletrônicas, como
computadores e até mesmo celulares, comercializados pelas denominadas
Lojas Virtuais. O volume de representatividade deste segmento dentro do
mercado aumenta drasticamente a cada ano e muitos especialistas indicam um
futuro promissor, justamente pelo avanço tecnológico da internet e pelo grande
número de consumidores adeptos a esta tecnologia. A utilização
descomplicada da internet, principalmente através de aplicativos específicos
para este ambiente, também são fatores determinantes para o sucesso desta
modalidade comercial.
Este segmento comercial surgiu nos Estados Unidos com o
pioneirismo da loja de livros Amazon, que aproveitou a penetração da internet
nos lares dos consumidores através dos computadores pessoais (PC) e a
facilidade de navegação oferecida pelo Windows, sistema operacional da
Microsoft, para lançar sua loja virtual.
No Brasil, o comércio eletrônico surgiu em 1995. Entre as empresas
pioneiras nas vendas online, destaca-se Livraria Cultura, Grupo Pão de Açúcar,
Lojas Americanas, Magazine Luiza e Booknet, que mais tarde seria chamada
de Submarino. Em 2006 a Americanas.com e Submarino.com.br se fundiram,
criando, segundo analistas de mercado, uma empresa com 60% do mercado
on-line brasileiro.
Atualmente o comércio eletrônico evoluiu para um novo cenário,
onde o usuário é o grande protagonista. Através das redes sociais passou a ser
um importante canal de informação e divulgação de opiniões sobre os produtos
que compra, e compartilha a seus amigos e redes sociais. O papel do
consumidor é ativo e presente na internet, que por sua vez torna cada vez mais
particular e única sua experiência de compra. A internet se tornou um canal
colaborativo, onde os consumidores são agentes que movem as notícias.
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As empresas também evoluíram e hoje buscam, através de
modernos sistemas, identificar os produtos de preferência do cliente e os
coloca em uma lista personalizada. Algumas empresas inclusive disponibilizam
em suas páginas estes produtos com os valores dos praticados pelos seus
concorrentes.
Especialistas no segmento avaliam que as empresas (de qualquer
segmento) cujo planejamento é ter maior participação de mercado, devem se
preparar para o futuro, que é a compra e venda de mercadorias e serviços de
forma não presencial, no modo online e no chamado Comércio Virtual.
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CAPÍTULO 2
PLANO DE NEGÓCIOS
Similarmente ao comércio em ambiente físico, é fundamental que se
realize um bom planejamento antes de criar um comércio eletrônico para que
os objetivos sejam alcançados com a minimização de custos e maximização de
resultados.
Alguns empreendedores julgam que para entrar no varejo eletrônico
basta montar uma loja virtual, colocar produtos e pronto, a empresa está
automaticamente inserida no cenário no comércio eletrônico. Porém, existem
muitos detalhes fundamentais para o sucesso.
A seguir serão destacados os pontos mais relevantes:
Segmento de mercado
Em um ambiente rico em oferta de produtos e serviços como a
Internet é fundamental que a empresa realize um grande estudo de mercado
para identificar como conseguirá um diferencial para que os consumidores
acessem seus produtos ou serviços.
Torna-se referencia é muito importante para qualquer empresa, mas
no mundo virtual é obrigatório, pois os consumidores estarão sempre a um click
dos seus concorrentes. Ser competitivo, prestar um serviço de qualidade e
diferenciado fortalece a Imagem do comércio eletrônico e é o primeiro passo
para o sucesso.
Trabalhar com produtos ou serviços específicos e com pouca oferta
facilita a empresa a se tornar um referencial para toda uma comunidade. Por
exemplo, a loja pode ser especialista em fornecer aparelhos de refrigeração e
realizar a instalação dos mesmos, pois a cada nova demanda ela já estará apta
para atender todos esses possíveis consumidores, com isso a cada inovação
mais pessoas conheceram e divulgação, por que um especialista todo mundo
recomenda.
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Investimento em Marketing
Diferentemente das lojas físicas que estão presentes no dia a dia
dos consumidores com suas lojas e vitrines, os comércios eletrônicos precisam
que os clientes busquem a página da empresa. Sem um Marketing bem feito a
empresa cairá no esquecimento do mercado.
No Brasil existem aproximadamente 60 mil empresas virtuais e para
alcançar os consumidores é fundamental traçar estratégias de marketing para
manter sua empresa atrativa aos consumidores e consequentemente
conhecida no mercado. Para isso é preciso:
• Criar canais de comunicação alinhados com o mesmo tom para
que haja uma rápida identificação da empresa com o seu público
alvo.
• Divulgar conteúdos com relevância para o seu público. É preciso
também monitorar em que meios e a que hora há um maior
retorno para que a sua marca tenha um resultado mais assertivo.
• Construir relacionamentos com influenciadores de opinião para
legitimar a marca e seus produtos. Montar uma lista de
influenciadores e mantê-los atualizados sobre seus produtos e
organizar eventos com distribuição de brindes pode render
muitos novos consumidores.
• Sucesso absoluto entre usuários de Internet, ter um blog (página
com registros de atividades da empresa) é um excelente canal
para expor os conteúdos e consolidar a empresa no meio virtual.
• Estar presente nas redes sociais, interagindo com os
consumidores, pode gerar uma maior fidelização.
As etapas acima garantem uma imagem forte para a empresa, mas
precisam de uma manutenção ativa, pois o mundo virtual é muito volátil e
sujeito a renovações de conceitos e preferências.
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Disponibilidade da Empresa
No comércio físico, os consumidores têm a limitação de horário, de
locomoção, entre outros fatores que podem impedi-los de realizarem sua
compra no momento da necessidade. Já o comércio eletrônico estará sempre à
disposição no momento que o consumidor tiver a intenção ou a simples
curiosidade sobre um produto.
Estar disponível quando houver demanda é fundamental neste meio,
pois passará aos clientes o sentimento de parceria nos momentos de
necessidade. Estar disponível significa:
• Investir em boas plataformas para hospedagem dos sites (paginas
virtuais dos comércios eletrônicos) para garantir a conexão e
acesso a todas as informações.
• Desenvolver ferramentas para facilitar ao consumidor encontrar
os produtos de interesse.
• Selecionar criteriosamente os fornecedores dos seus produtos
para garantir a disponibilidade dos mesmos.
• Controlar com precisão o estoque do comércio eletrônico, pois
não é viável oferecer aos consumidores algo que não poderá ser
entregue.
• Garantir que todas as etapas para efetivação de uma compra
sejam descomplicadas e eficazes, garantindo que as estas sejam
finalizadas com sucesso.
Muitos comércios eletrônicos investem em ferramentas de
monitoramento da navegação dos seus clientes para mapear as suas
preferências e disponibilizar áreas personalizadas com acesso rápido aos
respectivos produtos.
A disponibilidade de um comércio eletrônico está diretamente a
satisfação do cliente e a confiança do mercado na imagem da empresa.
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Logística operacional
A contrapartida aos benefícios de não ter uma loja física vem após a
finalização de uma compra, quando começa a logística para fazer o produto
chegar até o cliente dentro do prazo estimado.
Garantir o atingimento deste objetivo não é fácil e necessita que os
diversos setores da empresa trabalhem integrados e mantenham o fluxo
entrega ininterrupto e rastreável. Para isso é preciso desenvolver um controle
de rastreamento das seguintes ações:
• Recepção e conferência dos produtos – Ao receber os produtos
de um fornecedor, deve ocorrer uma conferência para garantir a
integridade dos mesmos.
• Estocagem dos produtos – Os produtos devem ser organizados
de forma a facilitar sua seleção no momento em que um pedido
for finalizado.
• Preparação do pedido – Os produtos devem ser separados,
devidamente embalados para envio e o controle de estoque
atualizado.
• Envio para a transportadora – Os produtos devem ser entregues
para as transportadoras, que devem ter fluxos de entrega muito
bem estabelecidos para evitar o não cumprimento dos prazos.
• Rastreamento de pedidos – As transportadoras devem fornecer
rastreabilidade dos pedidos para viabilizar o acompanhamento de
cada passo até a efetiva entrega do mesmo.
• Controle de entrega – É Importante acompanhar se os produtos
foram entregues corretamente e manter os clientes informados.
Garantir o correto funcionamento de toda esta logística é
fundamental para evitar problemas para os clientes e consequentemente a
assegurar a credibilidade da empresa.
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Atendimento ao Cliente
Quando a logística não funciona, e a empresa não consegue evitar
que a falha prejudique o cliente, é essencial ter um atendimento capacitado
para solucionar as pendências com o cliente. Dessa forma a empresa
demonstrará que se preocupa em atender o cliente com qualidade e que os
problemas são resolvidos brevemente e sem exigir sua interferência.
Apesar do atendimento aos clientes ser um processo que precisa
estar em constante evolução, à base para a eficiência precisa inevitavelmente
considerar os seguintes pontos:
• Preparar os funcionários para prestarem um atendimento cordial e
com foco em manter um excelente relacionamento com o cliente.
• Conseguir realizar um atendimento rápido e eficaz, ainda mais por
se tratar de um ambiente on-line, onde a troca de informações é
instantânea.
• Dentro do atendimento deve existir uma área para solucionar
problemas mais complexos, onde o cliente será transferido uma
única vez e terá sua questão resolvida.
• Evitar respostas automáticas é fundamental, pois o cliente confia
mais em um atendimento personalizado. Respostas automáticas
podem ser enviadas com prazos para o atendimento, mas este
prazo precisa ser honrado e curto.
• Escutar o cliente e entender o seu lado é fundamental pois gera
empatia para mantê-lo a longo prazo.
• As promessas e prazos para solução precisam ser cumpridos,
não há espaço para riscos, já que a credibilidade da empresa
está em jogo.
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• Os problemas internos não devem ser passados ao cliente, o foco
tem que ser na solução. Por estarem em ambiente como a
Internet, os problemas internos não podem ser expostos
publicamente.
Importante ressaltar que as informações positivas e negativas das
empresas estão disponíveis na Internet e que é muito comum que
consumidores pesquisem a confiabilidade das empresas antes das primeiras
compras. Empresas com muitas reclamações e problemas pendentes podem
ter suas imagens desgastas de forma irreversível. Cuidar com atenção dos
clientes é crucial, pois além de evitar um desgaste de imagem do comércio
eletrônico, um bom atendimento passará confiança para que o cliente volte a
realizar compras na empresa.
A realização de um contato Pós-venda também é importante, pois é
uma forma de avaliar a satisfação do cliente e corrigir alguma etapa da venda
com problema que tenha passado despercebido, além de criar uma
oportunidade de conhecer o cliente, suas preferências e expectativas para
utilizar este conhecimento na melhoria dos processos da empresa.
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CAPÍTULO 3
RISCOS DE MERCADO
No mundo corporativo Risco é a probabilidade de uma empresa ser
impactada por eventos que não podem ser controlados, mesmo que a empresa
tenha alto nível de gestão de qualidade nos seus processos. Risco é
tecnicamente definido como a volatilidade de resultados inesperados, estando
normalmente relacionados a perdas ou impactos negativos.
A seguir estão detalhados os principais riscos do mercado:
Risco de Crédito
Pode ocorrer por não receber um pagamento de uma contraparte em
um relacionamento de crédito, por incapacidade de este honrar suas dívidas.
Com isso, a empresa credora terá um aumento inesperado na sua necessidade
de capital de giro que pode acarretar um grande prejuízo.
Risco de Mercado
Pode ocorrer quando existir uma grande flutuação das taxas de juros
e de câmbio ou dos preços das ações ou de commodities. Dependendo dos
investimentos feitos pela empresa, esta pode ter grandes perdas financeiras e
até mesmo ir à falência.
Risco de Liquidez
Relacionado à obrigação de vender um ativo de baixa liquidez no
mercado por um preço muito abaixo do provisionado. A empresa pode contrair
um grande prejuízo se o valor investido para disponibilidade do produto for
maior que o da venda.
Risco Jurídico (Legal)
Ocorre normalmente quando um investidor perde dinheiro em uma
transação e decide acionar o banco para evitar o descumprimento de suas
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obrigações. Está relacionado à possibilidade de prejuízos com multas,
penalidades ou indenizações resultantes de ações de órgão de supervisão ou
de decisões em processos judiciais ou administrativos.
Risco de Gestão
Gerado por decisões equivocadas tomadas pela gestão da
instituição que normalmente ocorrem por falta de informações ou por
estratégicas mal formuladas. Frequentemente, sua ocorrência é relacionada à
ineficiência de sistemas (softwares) de gestão ou à modelos de gestão
centralizadores.
Risco de Conjuntura
Mudanças nas condições politicas, culturais, sociais, econômicas ou
financeiras do país, ou até mesmo de outros países, podem causar impactos
nas estratégias adotadas pela empresa, acarretando em prejuízo.
Risco Operacional
Esta diretamente relacionado a perdas por falhas de processos,
sistemas ou pessoas. A qualidade da mão de obra é o principal ofensor deste
risco, que é originado por erros humanos, fraudes ou roubos, tecnologia
ultrapassada, ineficiência dos processos internos, desgaste de equipamentos e
falta de adequação da empresa a novas regulamentações.
Risco de Imagem
Possibilidade de a empresa ter seu nome desgastado junto ao
mercado ou às autoridades, em relação à publicidade negativa, com fatos
verdadeiros ou até mesmo falsos. As origens podem estar relacionadas ao
relacionamento com os consumidores, exposição na mídia de falhas de
operação, entre outras questões. Uma empresa também pode ter sua imagem
prejudicada por uma grande valorização da imagem de uma concorrente, já
que os consumidores tenderão a realizar negociações com as empresas em
que mais confiam que são as que possuem mais sucesso publicitário.
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Relação entre os Riscos
A ocorrência de um evento que confirme um determinado risco pode
ser a origem de um novo evento que confirme outro risco e assim por diante,
levando a empresa a uma sucessão de problemas que podem inclusive leva-la
à falência.
Dessa forma, é fundamental ter uma área de gestão de riscos com a
responsabilidade de mapear todos os riscos, identificar suas consequências e
buscar formas de reagir em tempo de evitar o colapso financeiro da empresa.
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CAPÍTULO 4
GESTÃO DOS RISCOS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO
Existem infinitos riscos para as empresas e por isso é impossível
montar estratégias para todos, principalmente por ser economicamente inviável
assumir os custos para tal. É fundamental identificar quais são os riscos mais
relevantes para o perfil de cada empresa e focar neles para desenvolver
soluções de acompanhamento e construir um fluxo reativo para minimizar seus
impactos.
Tratando especificamente das empresas voltadas ao comércio
eletrônico, os riscos mais relevantes são os de imagem e operação, já que elas
dependem exclusivamente da imagem para existir e os erros operacionais são
os principais causadores do desgaste da imagem junto aos respectivos
consumidores.
Uma forma prática de identificar os principais problemas
identificados pelas empresas virtuais é acompanhar as páginas virtuais
dedicadas em centralizar as diversas reclamações dos clientes, pois estas
disponibilizam diversos relatórios estatísticos sobre os tipos de reclamações
dos clientes e as empresas não podem de forma alguma se omitir a um
problema relatado sobre sua corporação, pois a reclamação reverbera
rapidamente nas redes gerando impacto na sua imagem.
Porém, quando há resposta à reclamação e solução para os
problemas do cliente, esses sites também informam os usuários, gerando
melhoria na imagem da marca e de seu atendimento ao consumidor, sendo
então uma estratégia de inteligência defensiva, para que os usuários
compartilhem boas indicações a respeito da marca e continuem consumindo da
empresa apontada.
Então fica claro que é necessário ter uma área de gestão de risco
utilizando essas informações, com qualificação e quantificação, com o objetivo
de aplicar ações de melhorias e medir o impacto destas sobre o consumidor.
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Além de garantirem a satisfação do reclamante, a resposta rápida e efetiva às
denúncias feitas ajuda a empresa a restabelecer sua imagem e também o seu
relacionamento com os clientes.
Existem diversas reclamações relacionadas às empresas de
comércio eletrônico e seguindo a importância de focar nos principais, vamos
relatar abaixo os principais problemas atuais, suas influências nos riscos e
possíveis soluções:
Atrasos na entrega
A principal reclamação dos consumidores é referente aos prazos de
entrega, pois existem muitas empresas que não conseguem cumprir os prazos
estimados e em muitos casos não conseguem ao menos informar os clientes
sobre novos prazos.
Riscos Operacionais:
o Falta de integração sistêmica. É comum acontecer à venda
indevida de um produto indisponível por falta de
atualização dos controles de estoque nos sistemas de
venda.
o Problemas com a logística de estoque. A falta de estrutura
pode causar morosidade na seleção e disponibilização dos
produtos para envio.
o Transportadoras não confiáveis. Possuem fluxos de
entrega mal definidos, rotas sem planos alternativos para
contornar situações de inviabilidade na rota padrão e
ausência e rastreabilidade dos produtos, inviabilizando a
correta estimativa do prazo de entrega antes do envio e a
atualização do prazo de acordo com a evolução da
entrega, inclusive nos casos de extravio onde deve ser
providenciado um novo envio.
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Riscos de Imagem:
o O consumidor pode ter a percepção de descontrole da
empresa sobre o fluxo de entrega dos produtos e não
confiar mais para realizar novas negociações.
Soluções para os riscos:
o Investimento em tecnologia para controle de estoque de
forma integrada aos sistemas de venda da empresa,
garantido a informação mais atualizada possível quanto a
disponibilidade e quanto a localização física do mesmo.
o Seleção de transportadoras confiáveis, com índices
aceitáveis de sucesso nas entregas e com estrutura
tecnológica que permita rastrear o andamento da entrega.
Qualidade do Atendimento
Também com um grande volume de reclamações, a qualidade do
atendimento é um dos problemas mais frequente, pois rotineiramente são
demorados e ineficientes.
Riscos Operacionais:
o Sistemas ineficientes. Falta de informações ou informações
desatualizadas que impossibilitam a conclusão imediata
de um atendimento, gerando a necessidade de um novo
contato.
o Mão de Obra desqualificada. Os funcionários não são
preparados adequadamente para solucionar os
problemas, muitas vezes demoram a concluir o
atendimento e ainda aplicam soluções incorretas, gerando
novos problemas no futuro.
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o Atendimento mal dimensionado. O número de chamados
muito superior a quantidade de funcionário geram longa
espera e tornam a busca pelo atendimento inviável.
Riscos de Imagem:
o O consumidor pode ter a percepção de descaso da
empresa com o cliente e não se sujeitar a realizar novas
negociações.
Soluções para os riscos:
o Portal da empresa na Internet com opção de
autoatendimento, onde grande parte dos problemas
comuns possam ser resolvidos pelo próprio cliente,
agilizando a solução e diminuindo a necessidade de mão
de obra especializada.
o Qualificação dos profissionais e segmentação por nível de
expertise. O primeiro atendimento deve ser realizado por
profissionais preparados para os problemas rotineiros e
em caso de problemas complexos serem transferidos para
uma equipe altamente preparada para solucionar qualquer
questão.
o Controle do volume de chamados gerados por: dia de
semana, horário e lançamento de promoções/produtos.
Com essas informações será fácil dimensionar o quadro
de funcionários disponíveis durante cada combinação
destes eventos.
Funcionalidades do portal
Muitos comércios eletrônicos não se preocupam em acompanhar a
evolução tecnológica que envolve a internet e as suas mais variadas formas de
acesso. Com isso os consumidores enfrentam muitos problemas de navegação
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e por vezes as páginas não funcionam corretamente, impedindo a realização
de uma compra ou mesmo gerando uma compra incorreta.
Riscos Operacionais:
o Páginas não responsivas. Muitas páginas não respondem
corretamente a acessos feitos através de celulares,
televisores, entre outros. Com isso alguns dos
consumidores simplesmente não conseguem navegar
pelos produtos e realizar uma compra se esta não for
realizada através de um computador convencional.
o Erros de navegação. Algumas funcionalidades web podem
não funcionar corretamente em alguns navegadores por
falta de atualização da tecnologia utilizada na página ou
mesmo por erro de desenvolvimento, gerando ações
indesejadas e muitas vezes inviabilizando sua utilização.
Riscos de Imagem:
o Páginas com dificuldades de navegação e portais pouco
atraentes afastam os consumidores, principalmente pelo
fatos das empresas concorrentes estarem a apenas um
“clique” de distância.
o O consumidor pode se sentir inseguro em navegar pelo
portal e por isso não finalizar o pedido de compra. Este
fato é comum no comércio eletrônico, principalmente pela
empresa já estar apoiada em um ambiente pouco seguro
como a Internet.
Soluções para os riscos:
o Realizar atualização periódica da equipe responsável pelo
desenvolvimento da página em relação as novas
tecnologias de navegação. Independente da tecnologia
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utilizada pelo consumidor, a página deve ser capaz de
funcionar.
o Construir páginas responsivas, capazes de identificar o
aparelho utilizado para navegação na Internet e distribuir
corretamente os elementos da página, ou seja,
redimensionando todos os objetos, permitindo visualizar e
acessar todas as funcionalidades.
Detalhamento dos produtos
Apesar de funcionar de forma virtual, onde os consumidores não tem
acesso físico aos produtos, alguns comércios eletrônicos pecam ao descrever
os produtos e acabam gerando muitas reclamações, principalmente após a
entrega dos pedidos onde os consumidores são surpreendidos por
características não informadas no detalhamento dos produtos.
Riscos Operacionais:
o Produtos com cadastros incompletos ou incorretos. Há
muita reclamação dos consumidores sobre compras de
produtos com falta de qualidade no seu detalhamento e
este fato gera insegurança nos clientes ao selecionar os
seus produtos de interesse.
Riscos de Imagem:
o A falta de cuidado com as informações disponibilizadas no
portal pode vincular a imagem da empresa a um serviço
de baixa qualidade e não gerar confiança nos clientes para
estabelecerem uma relação comercial.
Soluções para os riscos:
o As descrições dos produtos devem seguir um modelo
padrão que tenha espaços pré-definidos com todas as
características básicas por tipo de produto. Este modelo
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deve ser revisado ao adicionar novos produtos, garantindo
que este contemple todas as características do tipo de
produto em questão.
o Por ser uma venda virtual, onde os consumidores não tem
acesso físico aos produtos, é fundamental investir em
fotos de qualidade que, além de tornar o produto atrativo,
pode esclarecer muitas questões referentes a
características específicas do produto.
o A facilidade na pesquisa dos produtos também é
importante, pois irá fidelizar os clientes que buscam
novidades, transformando-os em potenciais consumidores,
e fortalecerá a marca como referência em organização e
qualidade.
Infraestrutura do portal
O comércio eletrônico precisa de uma infraestrutura que suporte
momentos de grande demanda. É muito comum que ao realizar uma ação de
marketing os comércios eletrônicos tenham um grande aumento nos acessos e
os portais simplesmente parem de funcionar. Um bom exemplo é a famosa
“Black Friday”, onde na última sexta-feira de novembro a maioria das empresas
baixam seus preços, os consumidores acessam simultaneamente suas
empresas preferidas e muitas destas empresas sofrem com o
congestionamento de acessos, gerando inúmeras reclamações.
Riscos Operacionais:
o Portais sobrecarregados, além de comprometer a
navegação com enorme lentidão, podem gerar diversos
erros imprevisíveis, causando a desistência dos clientes
na respectiva compra. Alguns pedidos podem inclusive ser
finalizados com erro e assim inviabilizar o sucesso na
relação comercial com o consumidor.
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Riscos de Imagem:
o Os clientes podem vincular a empresa à baixa qualidade e
evitar novos acessos ao portal.
Soluções para os riscos:
o Antes de realizar qualquer ação de marketing, é preciso
dimensionar a necessidade de acessos simultâneos e
ajustar esta capacidade junto aos administradores dos
ambientes que suportam o portal. Em caso de sobrecarga,
deve haver uma fila de espera para acesso, impedindo
que uma sobrecarga atrapalhe as transações em
andamento.
o Por ser uma venda virtual, onde os consumidores não tem
acesso físico aos produtos, é fundamental investir em
fotos de qualidade que, além de tornar o produto atrativo,
pode esclarecer muitas questões referentes a
características específicas do produto.
o A facilidade na pesquisa dos produtos também é
importante, pois irá fidelizar os clientes que buscam
novidades, transformando-os em potenciais consumidores,
e fortalecerá a marca como referência em organização e
qualidade.
Visão geral dos riscos no comércio eletrônico
Apesar de todos os riscos citados terem sua origem na operação,
fica evidente que os impactos são na Imagem da empresa, pois todos os
problemas tem como consequência a desvalorização da Marca perante o
mercado. Como um comércio eletrônico depende de sua marca para existir, é
improvável que se obtenha sucesso nesta empreitada sem a correta gestão
destes problemas.
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CONCLUSÃO
A construção de uma área de Gestão de Riscos é um passo
fundamental para o sucesso de um comércio eletrônico, pois este está
suportado em um ambiente volátil como a Internet, onde os consumidores são
os protagonistas das notícias (avaliações), gerando um grande risco de
imagem. Dessa forma é obrigatório incluir no seu plano de negócios a criação
desta área com os seguintes objetivos:
• Cuidar da imagem da empresa, coordenando ações internas para
evitar os erros operacionais, buscando sempre aprimorar os
processos e qualificar a mão de obra. Uma estrutura bem
montada é a melhor forma de blindar a imagem da empresa.
• Trabalhar com produtos e fornecedores confiáveis, pois a
qualidade destes influenciará diretamente na visão do cliente a
respeito da imagem da empresa.
• Certificar da correta forma de divulgação de sua marca nos canais
virtuais utilizados pelos clientes potenciais, pois, diferentemente
de uma loja física, um cliente virtual só conhecerá a empresa
através da comunicação através da rede virtual.
Com a evolução tecnológica que expande diariamente o potencial da
Internet, o comércio eletrônico precisa estar em sincronia com estas novas
possibilidades e toda novidade pode vir acompanhada de novos riscos. Dessa
forma é crucial que a área Gestão de Riscos tenha o mesmo risco de evolução
nos seus processos.
A área de Gestão de Risco de Mercado do comércio eletrônico
precisa ser a protagonista do sucesso de uma empresa deste segmento ou
poderá ser surpreendida por um evento que prejudique sua imagem de forma
irreparável, levando a empresa à falência.
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BIBLIOGRAFIA
Ø Sebrae (www.sebrae.com.br);
Ø Empreendedores Web (www.empreendedoresweb.com.br);
Ø E-Commerce Brasil (www.ecommercebrasil.com.br);
Ø E-Commerce News (www.ecommercenews.com.br);
Ø E-Commerce Org (www.e-commerce.org.br);
Ø Mercado E-Commerce (www.mercadoecommerce.com.br);
Ø Mundo E-Commerce (www.mundoecommerce.com.br);
Ø Revista Pegn (www.revistapegn.globo.com);