divórcio - exeção de deus

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  • 7/23/2019 Divrcio - Exeo de Deus

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    Monergismo.com Ao Senhor pertence a salvao (Jonas 2:9)www.monergismo.com

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    DIVRCIO:EXCEO DE DEUSpor

    Rev. Fernando Almeida

    Em 1977 o Congresso brasileiro aprovou com 226 votos contra 159 a Lei do Divrcio no nossopas. Hoje, 25 anos depois mais de um milho de divrcios j foram promulgados pela justia.Segundo o IBGE em 1985, um em cada dez casamentos terminava em divrcio. Dez anos maistarde em 1995, este nmero subiu para um a cada quatro. Por mais incrvel que parea os pasescom maiores porcentagens de divrcios so os mais desenvolvidos e chamados beros do

    protestantismo. Os Estados Unidos lideram este lamentvel ranking com 60% dos casamentosterminando em divrcio. A Inglaterra segue de perto com 40%.

    Parece que o mundo de uma maneira geral aprovou o divrcio. Ser que ns cristos tambmpodemos aprov-lo assim to facilmente?

    I. O casamento indissolvel

    Nunca o divrcio foi abenoado por Deus. Desde os tempos de Moiss quando as leis civis emorais foram dadas por Deus isso j havia ficado bem claro nas pginas do Antigo Testamento (Dt24.1-4). O casamento s poderia ser desfeito por causa de cousa indecente (Dt 24.1), (lit. nudezde algo). O sentido exato desta expresso no bem claro mas com certeza est relacionado aquestes sexuais. Por essa questo no ser muito clara que alguns fariseus tentaram provar Jesus.1Conforme Mt 19.3-122, Jesus explicou esta permisso dada por Moiss: Por causa da dureza dovosso corao que Moiss vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, no foi assim desde o

    princpio. (Mt 19:8) Embora Jesus tivesse uma opinio formada e respeito, ele faz questo de

    primeiro condenar a prpria pergunta. Ao que parece, os fariseus queriam saber de que forma elespoderiam divorciar-se. Jesus explicita que deveria ser buscado no a separao mas a unio poisesta era a ordem divina desde o princpio (Gn 1.27; 2.24).

    O texto de Gnesis 2.24 bem contundente. Ado acabara de receber Eva das mos de Deus e acena ilustra uma verdadeira cerimnia de casamento. A noivo recebe a noiva e o juiz institui aunio. Este versculo revela as palavras de Deus como oficiante do mais importante pacto entre osseres humanos. Esta a grande chave para o entendimento da indissolubilidade do casamento:Pacto.

    Percebam que por toda a Bblia Deus compara seu relacionamento com seu povo atravs daanalogia de um casamento. No Novo Testamento os noivos se convertem para Cristo e sua Igreja.Vejamos alguns exemplos:

    1Na poca de Jesus, havia uma controvrsia entre as opinies de dois rabinos a respeito do que seria cousa indecente.O primeiro, chamado Shamai cria que se referia somente a adultrio. O segundo, cujo nome era Hillel defendia a idiade que esta expresso autorizava o marido a divorciar-se por qualquer coisa que a mulher fizesse que estivesse emdesagrado. Com essa pergunta (19.3) os fariseus pretendiam colocar Jesus em xeque. Faze-lo alvo de antipatia ou dosdiscpulos de Shamai (eram os mais moralistas alm de contar com o apoio de toda a comunidade feminina) ou dosdiscpulos de Hillel (estes eram a maioria entre os fariseus).2 Os fariseus e escribas tentaram mais uma vez pegar Jesus em alguma contradio e coloca-lo em uma situaoembaraosa entre duas faces dos mestres rabnicos. Veja mais detalhes sobre isso na nota de rodap da lio.Outro ponto a ser destacado nesse texto a cultura da poca de Cristo de que o adultrio era um artifcio que poderia serlanado mo a qualquer momento por qualquer coisa. A pergunta dos fariseus e a resposta de Jesus revelam estadiferena clara de nfase. como se perguntassem quando que eles podiam deixar suas esposas e Jesus insistisse emresponder afirmando a importncia em ficarem juntos.Jesus claro e radical em sua resposta. Tanto, que at seus discpulos se surpreenderam.

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    Ezequiel 16 Deus mostra a ingratido do seu povo que retribuiu com idolatrias as bnos

    recebidasJeremias 3.1 Deus usa de misericrdia e pede para seu povo voltar ao seu primeiro amor.Osias O casamento do profeta com uma prostituta usado como analogia para

    exprimir como Deus se sentia em relao ao seu povo.Efsios 5.22-32 Grande este mistrio mas eu me refiro a Cristo e igreja

    O casamento, assim como o plano de salvao, um pacto institudo por Deus e portantoindissolvel. Isso fica claro nas palavras do profeta Malaquias: E perguntais: Por qu? Porque oSENHOR foi testemunha da aliana entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal,sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliana. (Ml 2:14 grifos meus)3Por causa desta conotao de aliana divina que Deus ordena: ningum seja infiel para com amulher da tua mocidade. (Ml 2.15) Pois o Eterno, o Deus Todo-Poderoso de Israel, diz: -Eu odeioo divrcio; eu odeio o homem que faz uma coisa to cruel assim. Portanto, tenham cuidado, e queningum seja infiel sua mulher. (Ml 2.16 BLH) Jesus completa: o que Deus ajuntou no osepare o homem (Mt 19.6b)

    II. Excees bblicas para o divrcio

    J deve ter dado para notar que no h nenhum estmulo divino para o divrcio, muito pelocontrrio, todas as exortaes bblicas giram em torno da manuteno do casamento. Alis,lembremos que o primeiro milagre pblico de Jesus deu-se em uma festa de casamento (Jo 2.1-12).Mas, como disse Jesus, por causa da dureza do vosso corao (Mt 19.8) que dois casos soapresentados como passveis de divorcio. Vejamos:

    A.

    Adultrio (Mt 19.9)

    Eu, porm, vos digo: quem repudiar sua mulher, no sendo por causa de relaes sexuais ilcitas, ecasar com outra comete adultrio. (Mt 19:9) O adultrio sempre foi abominvel aos olhos de Deus.

    Nos Dez mandamentos entregue ao povo por intermdio de Moiss, Deus j ordenara sua lei moral:No adulterars (Ex 20.14; Dt 5.18). A lei civil do povo tratava o adultrio como crime cuja penaera morte por apedrejamento (Lv 20.10, compare com Dt 22.21-24).

    Na concepo de muitos cristos, parece que Jesus endureceu muito mais esta lei: Ouvistes que foidito: No adulterars. Eu, porm, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com inteno

    impura, no corao, j adulterou com ela. (Mt 5.27-28) Muito embora haja a conjuno adversativaporm neste texto que parece indicar uma mudana da lei do Antigo Testamento para as palavrasde Jesus, no esta a melhor compreenso. A clusula adversativa no contrape a Lei mosaicacom o mandamento de Cristo mas sim a interpretao que os judeus davam para o que havia sidorevelado no Antigo Testamento. Os judeus entendiam que suas mulheres eram suas posses assimcomo seus animais e que adultrio s poderia ser cometido pela mulher. O homem, segundo aconcepo deles, no adulterava ao ter relao com uma prostituta. O caso da mulher adulterailustra bem esta mentalidade (Jo 8.1-11). A mulher havia sido flagrada em adultrio (8.3-4) masnada se diz do paradeiro do homem que com ela estava.

    O verbo hebraico para exprimir a lei No matars uma forma extremamente rara no Antigo

    Testamento que denota no somente relao sexual ilcita mas toda uma tica matrimonial. Jesus

    3Para um estudo mais detalhado de como o casamento e a toda a instituio familiar como uma aliana divina, sugiro aleitura do excelente livro:A Famlia da Aliana, Ed. Cultura Crist.

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    ento explicou que o entendimento que os judeus tinham a respeito do assunto estava errado etrouxe a luz o verdadeiro esprito da lei divina, como ela sempre deveria ter sido interpretada. Jesusdeixa bem claro: qualquer que olhar. Ou seja, qualquer um, e no somente a mulher passvel deser enquadrado como adltero. Jesus resgatou a lei veterotestamentria: Se um homem adulterarcom a mulher do seu prximo, ser morto o adltero e a adltera. (Lv 20.10)

    Os prejuzos que o adultrio traz para o casamento so incontestveis: O que adultera com umamulher est fora de si; s mesmo quem quer arruinar-se que pratica tal coisa. (Pv 6.32)

    B. Abandono do lar (1Co 7.10-15)

    Esta segunda exceo para a continuidade do casamento est relacionada a casamentos em queapenas um dos cnjuges crente. Neste texto de 1Corntios 7.10-15, Paulo tenta responder arespeito das dificuldades de um casamento misto. O jugo desigual no desculpa para o divrcio: omarido cristo no deve abandonar a mulher incrdula (v.12) e a mulher crist no deve abandonar

    o marido incrdulo (13), pois a presena de apenas um crente dentro do lar exerce uma influnciasantificadora sobre todos (14).

    Mas os incrdulos no se sujeitam s leis de Deus e, portanto, podem querer se separar de seuscnjuges. Neste caso, explica Paulo, depois do cristo fazer tudo pela unio e mesmo assim a parteincrdula insistir em abandonar o lar, que se aparte; em tais casos, no fica sujeito servido nemo irmo, nem a irm; (1 Co 7.15) Isto , a parte abandonada estar livre para casar-se novamente.

    III. O dever de Perdoar

    A vida de casado no nada fcil. Juntar duas pessoas que tm cultura, temperamento e educaodiferentes no uma das tarefas mais pacficas. Somente Deus sendo a terceira dobra para ocasamento no se arrebentar (Ec 4.12).

    O divrcio no obrigatrio quando acontece o adultrio. Principalmente se tratando de um casalcristo. Em primeiro lugar ningum est isento da exposio s tentaes. Embora tenhamos asantidade como alvo absoluto, no podemos nos achar livres de qualquer queda. Pensar estar de p o primeiro passo para a queda (1Co 10.12). Em segundo lugar, dificilmente somente um doscnjuges responsvel pelo adultrio. claro que mais culpado aquele que praticou o ato masisso no isenta a outra parte de assumir sua parcela de culpa embora talvez pequena. Problemas

    como falta de dilogo, egocentrismo, falta de apetite sexual, impacincia e frigidez so as questesmais comuns que podem deixar um cnjuge enfraquecido diante da exposio a tentao de ter umrelacionamento extraconjugal (Mt 5.32).

    J ouvi muitos crentes dizerem frases como. Se meu cnjuge adulterar, no tem volta. Tal atitude estranha ao evangelho, pois no foi este o tipo de amor que Deus sempre demonstrou por seu

    povo. Mesmo diante da infidelidade de Israel, Deus o atraiu com seu amor eterno (Jr 31.3). NossoSenhor chamou pelo amor seu povo em adultrio (Jr 3.1) e ainda o faz ao nos perdoar de nossosconstantes pecados.

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    A atitude do marido ou da mulher tradadeve ser antes de tudo perdoar. Odivrcio no uma carta branca paraguardar mgoa, ira ou ressentimento.Independentemente da atitude a ser

    tomada, o cnjuge trado obrigado porDeus a perdoar (Mt 18.32-33).

    Devemos lembrar que esta luta pelapreservao do casamento estadiretamente ligada a disposio docnjuge adltero de mudar de atitude. Seno houver esta disposio econtinuamente houver adultrio dentro docasamento, a parte fiel no pode ficar

    passiva. Aquele que consente em dormir

    com um adltero impenitente torna-seigualmente adltero.

    Concluso

    Se essa a condio do homemrelativamente sua mulher, no convmcasar. (Mt 19.10) Esta foi a resposta dosdiscpulos ao ensinamento de Jesus sobrea inviolvel instituio do casamentoapontando o divrcio como umlamentvel e espordico recurso. Muitosem nosso dias diriam a mesma coisa oualgo parecido como: Se eu no puder meseparar mais tarde ento prefiro nocasar. As estatsticas comprovam querealmente o mundo pensa assim.

    Ns cristos no podemos nos deixar levar pelo curso deste mundo (Ef 2.2). O divrcio no avontade de Deus para ningum pois ele odeia o divrcio (Ml 2.16) e mesmo porque, superar a

    separao to ruim ou pior do que superar uma traio por exemplo.

    Aplicao Individual

    Onde h fumaa h fogo Tire um tempo a ss com seu cnjuge para procurar os sinais de fumaano casamento antes que o divrcio parea ser a nica alternativa possvel.

    Aplicao para o grupo

    Voc se lembra do que prometeu para seu cnjuge na cerimnia de casamento? Escreva em breves

    palavras e entregue-lhe.

    CAPTULO XXIVDO MATRIMNIO E DO DIVRCIO

    I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem no licito ter mais de urna mulher nem mulher mais de um marido, aomesmo tempo.

    Ref. Gen. 2:24; Mat. 19:4-6; Rom. 7:3.

    II. O matrimnio foi ordenado para o mtuo auxlio de marido emulher, para a propagao da raa humana por uma sucesso legtima eda Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza.

    Ref. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.

    III. A todos os que so capazes de dar um consentimento ajuizado, lcito casar; mas dever dos cristos casar somente no Senhor; portanto,os que professam a verdadeira religio reformada no devem casar-secom infiis, papistas ou outros idlatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que so notoriamentempios em suas vidas ou que mantm heresias perniciosas.

    Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.

    IV. No devem casar-se as pessoas entre as quais existem os grausde consaginidade ou afinidade proibidos na palavra de Deus, taiscasamentos incestuosos jamais podero tornar-se lcitos pelas leishumanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar comomarido e mulher.

    Ref. I Cor. 5:1; Mar. 6:18; Lev. 18:24, 28.

    V. O adultrio ou fornicao cometida depois de um contrato,sendo descoberto antes do casamento, d parte inocente justo motivo dedissolver o contrato; no caso de adultrio depois do casamento, parteinocente lcito propor divrcio, e depois de obter o divrcio casar comoutrem, como se a parte infiel fosse morta.

    Ref. Mat, 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9.

    VI. Posto que a corrupo do homem seja tal que o incline a

    procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deusuniu em matrimnio, contudo s causa suficiente para dissolver os laosdo matrimnio o adultrio ou uma desero to obstinada que no possaser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para adissoluo do matrimnio necessrio haver um processo pblico eregular. no se devendo deixar ao arbtrio e discreo das partes odecidirem seu prprio caso.Ref. Mat. 19:6-8; I Cor. 7:15; Deut. 24:1-4; Esdras 10:3.