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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM Rio de Janeiro 2003 Por: Sonia Ferreira Alves Orientador: Ms. Marco A. Larosa

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM

Rio de Janeiro

2003

Por:

Sonia Ferreira Alves

Orientador:

Ms. Marco A. Larosa

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2 Sonia Ferreira Alves

DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM

Rio de Janeiro

2003

Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau de

especialista em Psicopedagogia.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por permitir–me alcançar mais um

degrau da minha vida enquanto educadora.

Aos mestres que souberem explanar o

seu saber.

Em especial aos meus amigos Flávio,

Aline, Ramona , Hilda e meus sobrinhos

Alessandra e José Augusto, que somaram

seus conhecimentos e dividiram com igualdade

facilitando a minha vitória.

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DEDICATÓRIA

A minha mãe, Luzia, que sempre se mostrou

incansável, amiga, companheira e estimuladora para o

meu crescimento cultural.

Aos meus irmãos e irmãs, que de forma

direta ou indireta me acompanharam nesta caminhada.

Ao meu Marido, pela confiança e incentivo.

Aos meus filhos Lucas e Thaís, que são a

fonte de alegria para a minha vida.

A todas as pessoas interessadas em ver o

Brasil com uma Educação transformadora, capaz de

otimizar a nossa cultura.

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“ Tenham paciência comigo.

Tudo é tão difícil...

O mundo é tão grande e eu sou tão pequeno..

A tanta coisa que não entendo,

Tanta coisa que me assusta...

As vezes quero parecer forte:

Grito muito, brigo, atrapalho os outro...

Faço barulho demais porque tenho medo,

Muito medo de que se esqueçam de mim.

Quero ser bom. Ter afeição a todos

E nem sempre sei bem como se consegue isso.

É nessas ocasiões que mais preciso do seu amos,

De sua segurança, da sua tranquilidade.

Preciso ter certeza de que ocupo um lugar importante em nossa casa

E um lugar mais importante ainda

Em seu coração.

Mais não sei dizer tudo isso assim.

E acabo fazendo exatamente o contrário

Lutando pelo seu carinho

Quantas vezes os faço zangarem-se comigo.

Procurem compreender.

E ajudem-me a crescer em paz.”

( Autor desconhecido )

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6 RESUMO

Na investigação das causas de distúrbios de aprendizagem, além de

se verificar a capacidade auditiva, a avaliação das habilidades visuais, é

sempre necessário a avaliação psicológica ou de outros profissionais

competentes, pois as mesmas constituem uma valiosa ajuda, nestes casos e

também contribuem para esclarecer a existência de conflitos de ordens

emocionais, sociais e cognitivos.

Uma das manifestações pedagógicas destes conflitos é expressa na

impossibilidade de a criança, mesmo conhecendo o nome das letras, conseguir

associa-las na formação de sílabas e palavras. Por isso, a entrada na fase da

latência, quando o ego é bem sucedido no equilíbrio entre tarefas ambientais,

funções cognitivas e descarga das pulsões, facilita o aprendizado tanto da

leitura como de outras habilidades escolares.

A interferência de circunstâncias de vida da criança, geradoras de

maiores ansiedades, também podem resultar em obstáculos na aprendizagem

da leitura, sem necessariamente tratar-se de distúrbios de aprendizagem.

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METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foram utilizados livros para a coleta

de dados que pudessem dar subsídios teóricos que levassem a reflexão e

compreensão do assunto abordado.

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Sumário

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

PROCESSO DE APRENDIZAGEM

CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA NO APARECIMENTO DE PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA

APRENDIZAGEM

CAPÍTULO III

DISTÚBIOS ESCOLARES: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

CAPÍTULO IV

ADAPTAÇÕES EDUCACIONAIS PARA CRIANÇA COM DISTÚRBIOS DE

APRENDIZAGEM

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ANEXOS

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Muito se debate hoje em dia sobre os estudos fundamentados nos

distúrbios de aprendizagem. A expressão distúrbio de aprendizagem tem sido

utilizada em múltiplos sentidos, devido fundamentalmente aos diversos fatores

que intervêm no processo da aprendizagem, bem como a grande diversidade

de profissionais que se dedicam a este tema.

O objetivo da presente pesquisa é fazer uma abordagem ampla do tema

na tentativa de dar conta de importantes interfaces das questões relativa a

aprendizagem e aos seus distúrbios.

O termo “Distúrbio de Aprendizagem” refere-se a quem tem um distúrbio

em um ou mais processos psicológico básicos para compreensão ou a

utilização da linguagem falada ou escrita.

O distúrbio pode se manifestar em uma faculdade imperfeita para ouvir,

pensar, falar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos. Tais

distúrbios incluem condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral,

disfunção cerebral mínima, dislexia, afasia de desenvolvimento e outros fatores

que possam interferir para a aprendizagem.

É importante salientar os aspectos emocionais, sociais e familiares da

criança. Esses aspectos têm extrema importância para o seu pleno

desenvolvimento. Deve-se também procurar harmonizar a relação entre família

e escola, para que haja menos conflitos entre ambos facilitando assim a ter

uma maior adequação a sociedade e o melhor rendimento ao nível de

aprendizagem.

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A aprendizagem depende da motivação muitas vezes o que se chama

de dificuldade de aprendizagem é basicamente dificuldade de ensino. Sabe-se

que cada indivíduo aprende de uma forma diferente, de acordo com seu canal

perceptivo preferencial. Quando o que lhe é ensinado não o motiva o suficiente

ou lhe chega de forma diferente ao seu canal preferencial, então a

compreensão ou a aprendizagem não se completa. A massificação do ensino

tem contribuído muito ao aparecimento dos distúrbios de aprendizagem.

A questão desta pesquisa é analisar se o reconhecimento do problema

por um profissional adequado em colaboração com a família e a escola pode

favorecer a criança a superar suas dificuldades de aprendizagem.

Para que exista aprendizagem é necessário motiva-la, baseá-la nos

interesses do aluno, de modo obter, dele um esforço espontâneo. As

investigações psicopedagógicas têm se interessado muito pelos processos de

ensino. De fato não basta assinalar os erros, é preciso descobrir suas causas e

ver como cientificamente combate-las.

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CAPÍTULO I

PROCESSO DE APRENDIZAGEM

A aprendizagem é um processo que apresenta diferenças individuais

conservando as suas características essenciais. Essas diferenças resultam de

causas variadas como, capacidade intelectual, temperamento, clima,

sociedade, família e outros.

Nesse sentido, a aprendizagem é algo muito pessoal, mas que pode

ser influenciada com êxito, por pessoas habilitadas, por estímulos e

técnicas.Mediante a experiências e práticas ocorrem mudanças no indivíduo

levando-o a aprendizagem. Sendo a mesma, um processo dinâmico, vivo,

global, contínuo e individual, exige a condição básica do amadurecimento para

alcançar a referida modificação.

A aprendizagem é o meio pelo qual a criança se apropria ativamente

do conteúdo das experiências humanas, ou seja, de tudo aquilo que seu grupo

social conhece. É necessário para que a criança aprenda a interagir com outros

seres humanos em especial, com os adultos e outras crianças mais

experientes. Essas inúmeras interações que a criança vivencia desde o

nascimento, vai gradativamente, ampliando suas formas de lidar com o mundo,

vai construindo, significados para as suas ações e para as experiências que

vivem.

“Assim, para aprender conceitos, generalizações, conhecimentos, a

criança devem formar ações mentais adequadas. Isto pressupõe que essas

ações se organizam ativamente. Inicialmente, assumem a forma de ações

externas que os adultos formam na criança e só depois se transformam em

ações mentais internas”.

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Antigamente a aprendizagem era compreendida como aquisição de

informação, em um sentido predominantemente cognitivo. Hoje a

aprendizagem é compreendida como determinante de toda a modificação que

resulta da experiência, ou como determinante de um potencial de resposta

através do qual a predisposição para a modificação do comportamento.

1.1- Fatores Básicos Para a Aprendizagem

Os fatores físicos, mentais, sociais e emocionais determinam

condições básicas para aquisição da aprendizagem. Considerando a atenção

do professor para a importância desses fatores, como componentes de

condições gerais de aprendizagem.

· Fatores Físicos

A primeira condição de progresso do indivíduo se relaciona com seu

estado físico geral a criança desnutrida, cansada, portadoras de infecções ou

outras moléstias, não pode apresentar em face da aprendizagem a mesma

reação de uma criança saudável.

A criança doente é, geralmente, pouco assídua e apresenta

indisposição natural para participar eficientemente, das atividades que lhe são

propostas.

E relação a aprendizagem a aprendizagem é muito importante

considerar o funcionamento dos órgãos da visão e audição, do aparelho

fonador e do sistema neuro -muscular.

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· Fatores Mentais

Sabemos que o nível mental revelado nas funções adaptativas

refletem a influência do meio a qual a criança está inserida. Estas influências

são responsáveis pelo maior ou menor aproveitamento das potencialidades do

indivíduo.

É preciso que o professor considere o quociente intelectual da criança,

para que saiba o que pode exigir dela e qual a maneira de conduzi-la a

aprendizagem. Desta forma as crianças que apresentam uma capacidade

intelectual inferior a média, deverá ter as mesmas oportunidades que as outras,

para desenvolver-se integralmente. O professor deverá saber que é preciso ser

mais paciente com ela, porque sua aprendizagem é mais lenta.

Precisará repetir maior número de vezes, e de forma variada as

mesmas experiências, e que nem sempre poderá exigir delas o que consegue

de outras, principalmente no que depende da aplicação do raciocínio lógico e

do pensamento abstrato.

· Fatores Sociais

Sem dúvida os fatores sociais, estreitamente ligado aos emocionais

exercem uma enorme influencia na aprendizagem.É necessário que os

professores dêem a ele especial atenção porque uma grande porcentagem dos

casos de insucessos escolar é conseqüência de problema desta natureza.

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É fundamental que a criança acumule variadas experiências para que

se torne apta a vencer novas etapas no seu desenvolvimento. Desta maneira

se ela ingressa na escola sem ter tido vivências ricas, todo o seu processo de

maturação estará ressentido deste fato e as suas possibilidades de

aprendizagem limitadas.

Sara então preciso que o professor aumente a base de experiência da

criança proporcionando-lhe muitas atividades diferentes, através das quais ela

seja levada a usar diversos materiais , a adquirir novos conhecimentos,

ampliar o vocabulário, a desenvolver a linguagem oral e outras.

Pesquisas realizadas tem comprovado que a pobreza da linguagem

revelada na escassez do vocabulário, na incapacidade de exprimir o

pensamento em frases completas e concatenadas, etc... Bem como os defeitos

e incorreções da fala constitui barreiras seriíssimas a aprendizagem.

· Fatores emocionais

Estudos do desenvolvimento emocional, a começar de recém nascido,

demonstraram que no primeiros dias de vida apresenta apenas um excitamento

generalizado, que se diferenciava, depois, com o passar dos meses em prazer,

desprazer, medo, cólera, etc...

Estudos de Watson sobre as emoções que são adquiridas logo em que

as crianças nascem. Ele procurou verificar quais as emoções que a criança

apresenta desde o nascimento. Observou, desde o nascimento, grande

números de criancinhas em atitudes e reações que pareciam ser a expressão

de diversos estados emocionais.

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Watson apresentou ao recém nascido estímulos bastante variados

alguns dos quais não produziram o comportamento que normalmente se

classifica como emocional Watson sugeriu que, nos primeiros meses de vida a

criança apresenta respostas emocionais de três tipos apenas aos quais

denominou medo, cólera e amor. Watson descreveu as situações em que

colocava a criança e as respostas observadas: o medo, era uma reação aos

sonhos altos ou à retirada brusca do apoio corporal; a cólera,era causada pela

retenção dos movimentos espontâneos; o amor era a razão expansiva

provocada pelo contato suave, o acalentamento e o acariciamento de certas

zonas corporais.

No medo a criança retinha a respiração, tremia, fechava os olhos

aperta os lábios, gritava, chorava e fechava as mãos em forma de garras.Na

cólera, braços e pés eram movimentados com violência, a face se contraia e a

criança gritava violentamente. Ao contrario, na resposta amorosa observou-se

um relaxamento muscular com extensão dos braços e dos dedos e respiração

arrulhante.

Com o desenvolvimento, a criança vai modificando suas reações

emocionais. Podemos observar, a medida que o desenvolvimento infantil vai se

processando, uma diminuição da violência no modo de manifestar suas

emoções.

Na idade escolar, a criança controla ou mesmo disfarça as suas

reações de desgosto, cólera etc; seu choro é silencioso, sua cólera é expressa

em palavras, na ,maioria das vezes. É verdade que isso é mais fácil de notar

quando a criança está fora do seu ambiente; no lar a criança aparece mais

imatura reage de modo mais infantil, usando grito e movimentos muito bruscos.

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Há três causas principais que parecem contribuir para a diminuição da

violência nas expressões emocionais, são elas.

· Aquisição da linguagem _ à medida em que a criança aprende a

usar a linguagem, ela passa a expressar suas emoções por

palavras e não mais por atos. Os gritos e os movimentos violentos

vão sendo substituídos pelas palavras, na maioria das vezes

também violentas.

· Pressão do meio social _à medida que a criança vai convivendo

com os adultos, vai sentindo uma pressão para que seja

“boazinha”; vai percebendo que os adultos não aprovam seu

comportamento violento.Seu desejo de agradar aos mais velhos os

conselhos, as censuras e o exemplo destes levarão a criança a

moderar as expressões de cólera e de alegria, ou mesmo a

esconder as emoções.

· Desenvolvimento da inteligência _ à medida que se da o

desenvolvimento intelectual, a criança sabe prever as

conseqüências das suas reações, e compreende as desvantagens

do emprego da violência, a inutilidade de chorar e espernear

quando contrariada.

A princípio, a criança só reagira emocionalmente quando em situações

que alterem seu bem estar físico. Se estiver bem alimentada, repousada, limpa,

com saúde, mostrará prazer; ao contrario se estiver com fome, frio em posição

desconfortável, molhada ou com alguma dor mostrará aborrecimento.

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Durante o período da Educação Infantil já aparece emoções

relacionadas com as condições do ambiente social da criança nesta idade, ela

manifesta ciúme de seus pais ou de seus brinquedos, não suportando ter de

compartilha-los com outras crianças

No período em que a criança freqüenta os primeiros anos do ensino

fundamental, suas emoções estão muito relacionadas com a feição que a

professora lhe dispensa e com sua posição entre os colegas. Neste período, as

notas, as classificações e a atenção da professora são causas de emoções.

Na adolescência a suscetibilidade emocional já estará bastante

socializada, isto é apresentam emoções conforme seja satisfeito ou frustrado o

desejo de aprovação social, principalmente por parte de elementos de seu

grupo etário.

Ao atingir a maturidade, as emoções estarão grandemente

relacionadas com o seu bem estar ou mal estar do grupo social de que o adulto

faz parte.

A criança passa rapidamente de um estado emocional a outro muito

diferente. Os episódios emocionais da infância são muito rápidos e

freqüentemente vemos a criança passar das lagrimas ao sorriso ou vice-versa

com muita facilidade. A medida porem que vamos nos desenvolvendo, nossas

emoções vão tendo maior duração, apresentando o aspecto de preocupações.

A criança apresenta episódios emocionais enquanto a adulto apresenta

estados emocionais.

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É preciso que o professor se preocupe em verificar se a criança não

tem problemas que aflijam ou preocupes, sejam eles relacionados com a vida

familiar, com escola, ou inerentes a sua própria pessoa. A excitação, a

turbulência, a agressividade excessiva, a mentira, o furto, tanto quanto a

apatia, a timidez, o retraimento, a insegurança, são indícios da existência de

problemas afetivos que perturbam ou mesmo bloqueiam a aprendizagem.

1.2- Dificuldades na aprendizagem escolar

Em qualquer sala de aula existem alunos que por diferentes motivos, não

acompanham seus pares , independente do nível de complexidade dos

conteúdos ou da metodologia utilizada naquele contexto específico.

Distintos rótulos têm sido atribuídos a esses alunos : crianças problemas,

alunos com distúrbios de aprendizagem, indisciplinados , hiperativos, crianças

com disfunção cerebral mínima ou déficits de atenção , entre outros . Estes

rótulos muitas vezes lhes são atribuídos pela sociedade ou por profissionais

sem o conhecimento real de tais patologias, contribuindo assim com o

aparecimento ou aumento das dificuldades.

Grande parte das crianças com dificuldade de aprendizagem apresenta

impulsividade, desajeitamento, desatenção, falhas na integração perceptiva, na

memória, no pensamento e na linguagem, que sem dúvida, perturbam as

aquisições escolares . Tais comportamento podem tanto ser causa como

conseqüência de dificuldade na aprendizagem.

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A discrepância entre níveis de desempenho escolar e potencial intelectual

estimado conduz à hipótese de alterações da capacidade de utilização da

representação simbólica, tais como as que estão envolvidas na leitura, na

escrita, e no cálculo. Dentro dessa perspectiva, fica fácil compreender o

desinteresse, a frustração, a rebeldia ou a apatia com que essas crianças

enfrentam a vida escolar.

A investigação das causas do insucesso é bastante complexa, uma vez

que, nas dificuldades de aprendizagem, intervém uma multiplicidade de fatores

de diferentes ordens .Por muito tempo, fatores individuais, tais como problemas

neurológicos e / ou psicológicos, foram utilizados para explicar os índices

alarmantes de fracassos escolares.

Na atualidade parece já estar superada a fase em que, face a um

problema de aprendizagem, partia-se do pressuposto de que, invariavelmente,

tal dificuldade estava relacionada a uma insuficiência da aprendizagem e de

suas dificuldades.

Fatores como o desenvolvimento mental, as condições físicas, o equilíbrio

emocional, o desajustamento social a imaturidade geral, dislexia, disgrafia,

dislalia, disortografia, disartria, podem interferir na aprendizagem.

Quanto as condições físicas ;e de primordial importância que se verifique

se os alunos apresentam problemas de audição e visão, pois estes sentidos

exercem papel de destaque na aprendizagem, não esquecendo, entretanto, a

maturidade geral dos outros órgãos dos sentidos, do senso de direção e

controle motor. Se a criança não tiver boa saúde geral, alimentação adequada

e certas condições higiênicas, poderá apresentar dificuldades para aprender.

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Os fatores biológicos, foram, durante muitos anos, os únicos considerados

na análise de crianças com dificuldades de aprendizagem. Provavelmente isso

se deve ao fato de que os primeiros tratados sobre crianças com dificuldades

de aprendizagem decorreram de estudos práticos com crianças portadoras de

deficiência sensoriais e neurológicas.

É evidente que os fatores hereditários ou constitucionais condicionam o

desenvolvimento intelectual, existindo uma continuidade entre os processos

puramente biológicos e os de adaptação ao meio. Isso pode ser considerado

em dois sentidos biologicamente distintos : o primeiro refere-se a fatores de

ordem estrutural relativos à constituição do sistema nervoso e dos órgãos do

sentidos, e o segundo diz respeito ao funcionamento de organismo pelo fato de

existir um núcleo funcional da organização intelectual que se origina na

organização biológica.

No equilíbrio emocional, é preciso que o professor se preocupe em

verificar se a criança não tem problemas que aflijam ou preocupem, sejam elas

relacionadas com a vida familiar, com a escola, ou inerentes à sua própria

pessoa. A excitação, a turbulência, a agressividade excessiva, a mentira, o

furto, tanto como a apatia, a timidez, o retraimento os mesmos bloqueiam a

aprendizagem.

Fatores como qualidade da nutrição e estimulação, clima social,

emocional da família, influencias sócio-culturais e afetividade dos pais podem

favorecer ou reduzir a capacidade da criança aprender.

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21 A família pode representar, assim, importante fator de desajustamento e

de dificuldades escolares na medida em que deixa de ser uma proteção ao

desenvolvimento psicossocial da criança. Isso ocorre quando os pais, ou seus

substitutos, são instáveis e / ou insensíveis às necessidades afetivas das

crianças, não lhes oportunizando intercâmbio lingüístico adequado, situações

de brinquedo e de disciplina, autonomia, e independência e interação com

outras crianças e adultos.

Em particular o estresse psicossocial agudo e prolongado e a

desintegração familiar, resultante da rápida transformação do meio social e

físico na sociedade moderna, incidindo sobre a família, geram reações

depressivas que levam a criança a sentir-se progressivamente desprotegida e

abandonada . Essa situação pode determinar distúrbios de conduta, retardos

seletivos no desenvolvimento e dificuldades na aprendizagem escolar.

O prejuízo mais grave do estresse psicossocial é seu efeito sobre o clima

da família, na medida em que afeta as relações entre os pais, o grau de

coesão familiar e as interações pais e filhos.

Inúmeras pesquisas relativas à seletividade escolar vêm enfocando não

só as características físicas e organizacionais da escola como as

características humanas, e, particularmente, a qualidade de ensino ali

veiculada. A distância entre a cultura da criança e o universo cultural da escola,

em termos de padrões de comportamento, valores, material escolar, linguagem

e conteúdos funciona como fator de distanciamento e / ou de discriminação,

nos níveis sócio-econômicos favorecidos ou desfavorecidos, ainda que de

forma diferenciada.

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É necessário que haja boas relações entre pais e professores para a

compreensão dos problemas emocionais da criança. Devem ser oferecido a

criança, atividades e tarefas que proporcionem alegria, desenvolvimento da

autoconfiança, do espírito de iniciativa e cooperação para o ajustamento da

criança.

Os fatores sociais, estão estreitamente ligados aos emocionais,

exercendo enorme influência na aprendizagem. O meio é o fator integrante do

processo de maturação e nele exerce influência decisiva.

É fundamental, que a criança acumule variadas experiências para que se

torne apta a vencer novas etapas no seu desenvolvimento. Se a criança não

vivencia o processo de maturação estará ressentido dificultando o

desenvolvimento da sua aprendizagem.

O professor deverá aumentar a base de experiência da criança,

proporcionando atividades variadas, estimulando a adquirir novos

conhecimentos a ampliar o vocabulário, a desenvolver a linguagem oral, etc...

As crianças que sentem certa segurança no lar, a qual lhes é dada

sobretudo pela afeição dos pais, as que aprendem a resolver problemas sem

muita ajuda dos adultos, as que sabem enfrentar desapontamentos e

fracassos, mudando seus planos com boa atitude, estão mais propensas a

serem bem sucedidas em suas experiências preparatórias e a atingir um

melhor nível de aprendizagem.

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As diferentes formas que assumem as dificuldades de aprendizagem, em

geral, podem ser descritas em termos de defasagens em processos percepto-

motores e percepto- cognitivos, de nível simbólico, que dão origem a

diferentes dificuldades : de elaboração do esquema corporal, de organização

espaço-temporal, de linguagem receptiva, interna e expressiva, nas suas

formas oral e escrita ,no uso de símbolos numéricos, no raciocínio em geral.

As manifestações de dificuldades de aprendizagens mais comumente

relatas pelos professores e pais são: dislexia, disortografia, dilalia, disartria.

· Dislexia

A dislexia, fator que leva a interferir no sucesso da aprendizagem,

manifesta-se por uma dificuldade de aprendizagem de leitura, que depois terá

continuidade na escrita. A criança começa a trocar uma letra por outra, um som

por outro, e essa dificuldade é levada para a escrita.

O problema da dislexia não se resume apenas às trocas de letras, afeta o

contexto, o conteúdo e apresenta uma dificuldade mais séria : a criança lê

pausadamente, silabando, que ao término da frase, não sabe o que leu:. A

dislexia se apresenta na área de percepção visual ou da discriminação auditiva.

Para a superação dos problemas dos disléxicos, a compreensão dos pais é o

mais importante, quando uma vez informados, aceitam as limitações dos filhos

e procuram os especialistas indicados.

· Disortografia

Esse termo refere-se à dificuldade de transformação do som no símbolo

gráfico. Este termo é utilizado para indicar os transtornos da escrita, quanto ao

seu conteúdo, ou seja, a correta ortografia e aplicação das regras gramaticais.

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A disortografia está muito ligada a dislexia, pois todas as crianças

disléxicas são disortográficas, sendo que a recíproca nem sempre é

verdadeira. Sendo influenciada, por alguns fatores, tais como: problemas de

discriminação visual e auditiva, problemas de linguagem (maus hábitos de

articulação e pronúncias ), capacidade insuficiente de atenção e distúrbios

psicomotores.

· Disgrafia

É a dificuldade no ato motor de escrever que torna a grafia confusa e

praticamente indecifrável . É disgráfico a criança cuja a qualidade de escrita é

deficiente, mesmo se ter nenhum déficit intelectual ou neurológico que venha a

explicar esta deficiência .

Alguns fatores podem contribuir para o aparecimento da disgrafia como:

falta de maturidade para a escrita, dificuldade motora , problema de

organização espacial ( incluindo diferentes graus de incapacidade para

perceber adequadamente forma, tamanho ou direção de figuras e desenhos ) e

transtorno da estrutura temporal.

A disgrafia é então um fator que atribui para a dificuldade da

aprendizagem . A criança lê e compreende o texto, mas não consegue

escrever, alinha as letras ao acaso e chega a uma mistura de letras e palavras

irreconhecíveis.

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· Dislalia

É um problema de articulação, de pronúncia, em que a criança, ou até

mesmo adulto, troca, deforma ou omite fonemas na fala, sem nenhuma base

neurológica, por causa talvez emocional, ambiental, um vício de linguagem ou

até mesmo uma leve hipoaucusia, que conduz a ouvir mal, a discriminar mal

esses fonemas.

A criança consciente de sua dificuldade em pronunciar algum som, isola-

se. Uma correção de caracter lúdico, corrige a dislalia na maioria dos casos e

da a criança, oportunidade de escapar ao trauma psicológico que lhe pode

causar.

· Disartria

Designa os problemas de fala decorrentes de lesões neurológicas e pode

ocorrer em crianças ou adultos que apresentam uma paralisia cerebral,

problemas bulbares, ou parkinsonianos. É também um problema articulatório.

A disartria pode ser compensada com uma correção respiratória e

relaxamento do paciente, levando-o a uma modificação da emissão sonora, até

alcançar uma melhor articulação.

A relevância dos fatores escolares e culturais, junto a valorização das

possibilidades da ação educativa face às necessidades dos alunos, são fatores

básicos para se encontrar soluções positivas para as dificuldades de

aprendizagem, descartando assim o foco interpretativo nas insuficiências da

criança.

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26

Em determinadas situações, é necessário conhecer que dimensões

psicológicas, desempenham papel mais relevantes nos problemas de

aprendizagem do aluno, para decidir sobre alternativas terapêuticas que sejam

mais relevante nos problemas de aprendizagem .

A consideração de todos esses elementos e suas particulares inter-

relações não é uma tarefa fácil para o professor. Este responsável pela tarefa

pedagógica de muitos alunos em sala de aula, não consegue dar conta de tão

complexo fenômeno, que excede os limites da sua ação e capacitação e dos

recursos de que dispõe, necessitando nestes casos específicos o auxilio de

outros especialistas . De qualquer modo, a prática apresenta ao professor

questões para as quais ele não possui, nem poderia possuir, respostas

imediatas. Muitas situações requerem dele não somente uma integração de

diferentes teorias da aprendizagem como, também, habilidade de transpô-las

para a prática.

1.3-FATORES QUE PREJUDICAM A APRENDIZAGEM

O que mais pode prejudicar a aprendizagem livre e criativa é a própria

escola e o sistema social do qual a escola faz parte. O sistema social em que

vivemos produz uma escola inadequada ao desenvolvimento da criança, uma

escola que procura anular a criança para adapta-la à sociedade, uma escola

que reproduz na criança a desigualdade social. A escola, ao invés de adaptar-

se aos alunos, faz de tudo para que os alunos se adaptem a ela.

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27 Geralmente a escola não leva em consideração, a situação familiar de

cada aluno. Esta situação – o tipo de família, o número de irmãos e a educação

familiar – pode, muitas vezes, dificultar a aprendizagem escolar. Isso acontece,

sobretudo, na medida em que a escola desconhece essas situações

particulares e trata os alunos como se fossem todos iguais, com os mesmos

problemas, as mesmas aspirações, as mesmas situações familiares, etc.

A escola pode, ainda, prejudicar a aprendizagem ao não levar em

consideração as características do aluno: sua maturidade, seu ritmo pessoal,

seus interesses e aptidões específicos, seus problemas nervosos e orgânicos.

Muitos obstáculos à aprendizagem têm origem familiar e individual, mas seus

efeitos negativos sobre o trabalho do aluno podem ser minimizados ou

anulados, se o professor e a escola procurarem compreender e levar em

consideração esses obstáculos, buscando sua superação.

Dentro da escola existem, entre outros, quatro fatores que podem

afetar a aprendizagem : o professor, a relação entre os alunos, os métodos de

ensino e o ambiente escolar.

Certas qualidades do professor, como paciência, dedicação, vontade

de ajudar e atitude democrática, facilitam a aprendizagem. Ao contrário, o

autoritarismo, a inimizade e o desinteresse podem levar o aluno a

desinteressar-se e não aprender.

O autoritarismo e a inimizade geram antipatia por parte dos alunos. A

antipatia em relação ao professor faz com que os alunos associem a matéria

ao professor e reajam negativamente a ambos. Muitas vezes, está nesse fator

a origem de distúrbios da aprendizagem que se prolongam por toda a vida

escolar.

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28

É importante que o professor e o futuro professor pensem sobre sua

grande responsabilidade, principalmente em relação aos alunos dos primeiros

anos, sobre os quais, como se vê a influência do professor é maior. Apesar de

todas as dificuldades que tiver pela frente, cabe ao professor manter uma

atitude positiva: de confiança na capacidade dos alunos, de estímulo à

participação de todos, de entusiasmo em relação à matéria e de amizade para

com os alunos. Só assim estará exercendo sua missão de educador, que não

se confunde com opressão e controle autoritário.

O professor é um exemplo que influenciam o comportamento dos

alunos. Dessa forma, a relação entre os alunos será influenciada pela relação

que o professor estabelece com os alunos: um professor dominador e

autoritário estimula os alunos a assumirem comportamentos de dominação e

autoritarismo em relação aos seus colegas.

Cria-se um ambiente de desconfiança, de rejeição e, até mesmo, de

agressão em relação aos outros. Isto é, o aluno que sofre controle autoritário

reage a esse controle de forma ostensiva e violenta, quando pode, ou de forma

velada, por meio do desinteresse e da passividade, quando não tem outra

saída. Os alunos mais fortes transferem a dominação para os colegas mais

fracos.

Um tal clima de desigualdade, competição, luta e tensão produz efeitos

negativos sobre a aprendizagem. Para aprender, o aluno precisa de um clima

de confiança, respeito e colaboração com os colegas. Quando isso não

acontece, o aluno volta suas preocupações para a defesa diante da dominação

e da agressão dos colegas, frustrando-se em suas tentativas de concentrar-se

na matéria e aprender.

O professor encontrará dificuldade para fugir a esse esquema de

dominação e controle sobre os alunos, pois é dessa forma que acontecem as

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29 relações em nossa sociedade: os mais fortes procuram dominar e explorar os

mais fracos. Mas, tendo consciência do problema e sabendo que esse tipo de

relação social é muito prejudicial para a aprendizagem, o professor já terá meio

caminho andado no sentido de criar um clima de amizade e confiança na sala

de aula, favorecendo a aprendizagem livre e criativa.

Os métodos de ensino também podem prejudicar a aprendizagem. Se

o professor for autoritário e dominador, não permitirá que os alunos se

manifestem, participem, aprendam por si mesmos. Esse tipo de professor

considera-se dono do saber e procurará transmitir esse saber aos alunos, que

deverão permanecer passivos, receber o que o professor lhes dá e devolver na

prova. Sabe-se como essa situação é prejudicial a aprendizagem, como cria

passividade e dependência, não permitindo que os alunos se desenvolvam de

forma independente e criativa, que aprendam a decidir por sua própria conta, a

reconhecer os problemas e a contribuir espontaneamente para a sua solução.

Por outro lado, métodos didáticos que possibilitam a livre participação

do aluno, a discussão e a troca de idéias com os colegas e a elaboração

pessoal do conhecimento das diversas matérias, contribuem de forma decisiva

para a aprendizagem e desenvolvimento da personalidade dos educandos.

Para isso, o trabalho em grupo é de fundamental importância: contribui para a

aprendizagem da convivência social, do respeito a idéias divergentes, da

elaboração pessoal do conhecimento, etc.

A experiência mostra que a aprendizagem resultante de uma

discussão em grupo é muito mais eficiente e duradoura do que a aprendizagem

resultante de uma aula expositiva. O indivíduo está muito mais envolvido na

aprendizagem em grupo, é solicitado a participar, a confrontar suas idéias com

as dos outros. Como conseqüência, os resultados a que chegam são fruto de

elaboração pessoal e integram-se mais facilmente a seus conhecimentos e

experiências anteriores.

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30 Alguns professores alegam que os alunos não sabem trabalhar m

grupo, que perdem muito tempo e não chegam a uma conclusão. Entretanto,

ninguém nasceu sabendo: é preciso trabalhar em grupo para aprender a

trabalhar em grupo. O tempo que o professor acha que é perdido, é, muitas

vezes, um tempo útil ao aluno, tempo em que ele está estabelecendo relações

positivas com os colegas. O professor precisa ter claro que nem sempre é

possível e importante chegar a conclusões explícitas, que possam ser

passadas para o papel. Às vezes, as conclusões mais importantes são as que

o aluno guarda para si e que vão influir diretamente sobre seu comportamento,

mesmo que não sejam claramente manifestadas.

Finalmente, o ambiente escolar também exerce muita influência na

aprendizagem. O tipo de sala de aula, a disposição das carteiras e a posição

dos alunos, por exemplo, são aspectos importantes. Uma sala mal iluminada e

sem ventilação, em que os alunos permanecem sempre sentados na mesma

posição, cada um olhando as costas do que está na frente, certamente é um

ambiente que pode favorecer a submissão, a passividade e a dependência,

mas não o trabalho livre e criativo.

Outro aspecto a considerar, em relação ao ambiente escolar, refere-se

ao material de trabalho colocado à disposição dos alunos. Na idade

correspondente às primeiras séries do ensino fundamental, principalmente, os

alunos aprendem melhor fazendo, manipulando objetos, vivenciando situações

concretas e reais, do que simplesmente ouvindo palavras que, às vezes, não

sabem o que significam. Por isso é importante que os alunos possam mexer

em coisas, manipular objetos, pesquisar em ambientes naturais, etc. uma

horta, um jardim, uma oficina, ferramentas, trabalhos práticos, são todos

fatores que auxiliam na aprendizagem.

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31

É evidente que com salas abarrotadas de alunos o trabalho se torna

mais difícil. O número de alunos deve possibilitar ao professor um atendimento

individual, baseado num conhecimento profundo de todos eles.

A administração da escola – diretor e outros funcionários também pode

influenciar de forma negativa ou positiva a aprendizagem. Se os alunos forem

respeitados, valorizados e merecerem atenção por parte da administração, a

influência será positiva. Se ao contrário, predominar a prepotência, o descaso e

o desrespeito, a influência será negativa.

Nossa sociedade, caracterizada por situações de injustiça e

desigualdade, cria famílias que lutam com mil e uma dificuldades para

sobreviver. Esses problemas atingem as crianças, que enfrentam inúmeras

dificuldades para aprender. Compreender essas dificuldades é o ponto de

partida do trabalho do professor. Os problemas podem estar ligados à estrutura

familiar, ao número de irmãos e à posição do aluno entre eles e ao tipo de

educação dispensada pela família.

Quanto a estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias

com pai e mãe, com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente,

verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com

um deles; o aluno é órfão; o aluno vive num lar desunido; o aluno vive com

algum parente; etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à

aprendizagem, não oferecem à criança um mínimo de recursos materiais, de

carinho, compreensão, amor.

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32

Um lar em que todos os esforços são despendidos para uma

sobrevivência difícil, gera tensões e conflitos para a criança, jogada entre duas

realidades diferentes: de um lado, a família sem recursos; de outro, a escola

que exige ordem e organização. Pode-se dizer que a escola não está adaptada

à realidade da maioria de seus alunos que, por isso mesmo, não aprendem o

que lhes é ensinado.

Apesar de todos os problemas, o aluno quer aprender, vê na escola e

na aprendizagem um a possibilidade de mudar de vida. Entretanto, a forma

como é tratado pela escola leva-o a desistir, pois muitas vezes é reprovado,

julgado incapaz, e mesmo expulso pela escola que não foi feita para ele. São

poucos os que conseguem vencer o ambiente hostil: em cada cem crianças

que começam a primeira série do ensino fundamental, apenas dez conseguem

chegar ao ensino médio.

A posição da criança entre os irmãos também pode afetar o

rendimento escolar. Quando o número de irmãos é muito grande, torna-se

difícil dar a todos a atenção de que precisam. Por outro lado, crianças de

famílias numerosas costumam ter maior experiência de atitudes cooperativas e

serem mais independentes. Cabe ao professor tentar evitar que as carências

prejudiquem a aprendizagem e valorizar os aspectos positivos dessas crianças.

Há o caso do filho único, que, em casa, recebe todas as atenções dos

pais e tem satisfeita a todas as suas vontades. Certamente, na escola, quando

ela for apenas mais um entre outros trinta ou quarenta alunos, poderá

desenvolver bloqueios a aprendizagem, poderá desvalorizar a escola, querer

abandona-la, etc. Exige-se aqui todo um trabalho de adaptação à vivência em

grupo.

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O filho caçula pode viver as mesmas dificuldades do filho único,

quando também é alvo de todas as atenções familiares. Outra situação que

merece atenção especial é aquela em que, numa família de muitos filhos, o

aluno é o único de seu sexo: todos os outros são de sexo oposto.

O tipo de educação é outro fator ligado à família que afeta a

aprendizagem. A educação familiar adequada é feita com amor, paciência e

coerência, pois desenvolve nos filhos autoconfiança e espontaneidade, que

favorecem a disposição para aprender. Entretanto, é freqüente encontrar

adultos que “ensinam” às crianças exatamente o contrario do que fazem, isto é,

são incoerentes: ensinam uma coisa e fazem outra. Em geral, as crianças

aprendem o que os adultos fazem e querem ensinar.

Alguns tipos de educação familiar muito comuns em nossa sociedade

são bastantes inadequadas e trazem conseqüências negativas para a

aprendizagem.

A educação autoritária e opressora tende a provocar sentimentos

divididos, a incapacidade para o trabalho e o entrosamento social, quando

exercida por um dos pais; resignação e fuga para o mundo da fantasia, quando

é exercida por ambos os pais. Às vezes, a criança pode mostra-se agressiva e

teimosa; sempre, manifesta falta de ternura e amor.

Quando a criança é muito mimada, tende a se dedicar à aprendizagem

escolar, preferencialmente, quando esta constituir um meio para alcançar o

mimo, que costuma estar ter em casa. Uma das maneiras de diminuir os efeitos

negativos do mimo está no trabalho do professor com os pais, no sentido de

que estes substituam o excesso de mimo por uma educação mais equilibrada.

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A educação desigual ocorre quando o pai age de uma maneira e a

ame de outra, quando um professor ensina de um jeito e outro professor de

outro. Essa desigualdade pode produzir nervosismo e agressividade, que

impedem o aluno de aprender de forma eficiente. Uma certa criança pode

imaginar que seu comportamento agressivo levará o professor a satisfazer

seus desejos, como acontece em casa. Caso não consiga, seu interesse pela

atividade escolar diminui. Nesses casos é muito importante a colaboração entre

a família e a escola e o dialogo do professor com a criança.

A educação que valoriza a ambição, o ter, mais do que o ser. Nesse

caso, os pais esperam que seus filhos alcancem resultados fora do comum.A

criança pode desenvolver um falso sentimento de superioridade, que não se

baseia na realidade, e ao mesmo tempo sentir-se frustrada, pois não consegue

satisfazer as expectativas dos pais. Muitas vezes, são pais frustrados que

promovem tal educação, na esperança de realizar através dos filhos o que não

conseguiram por si mesmos.

A falta de amor pelos filhos é comum em muitas famílias. Crianças não

amadas e rejeitadas pelos pais manifestam muita necessidade de

reconhecimento, de atenção e carinho. Muitas vezes, essas crianças podem

sentir-se satisfeitas quando são punidas ou maltratadas, pois estão sendo alvo

de alguma espécie de atenção, o que é sempre melhor que a indiferença. O

professor deve ser amigável, valorizar as realidades dessas crianças,

especialmente nas áreas em que prevalecem suas capacidades e seus

interesses.

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35 Convém que o professor esteja atento ao nível de maturidade, ao ritmo

pessoal e às preferências dos alunos. Cabe ao professor adequar suas

atividades da sala de aula a essas características individuais. É errado supor

que todos os alunos de uma turma tenham iguais níveis de maturidade, iguais

ritmo de aprendizagem e iguais interesses e aptidões. Dessa forma, não

convém esperar de todos o mesmo desempenho e a realização das mesmas

atividades, da mesma maneira.

Fatores de origem nervosa podem fazer com que as crianças

apresentem comportamentos prejudiciais à aprendizagem A criança pode ter

dificuldade de aprender porque não consegue fica quieta em sua carteira: é

hiperativa, não é capaz de concentra sua atenção por muito tempo, sobre uma

certa tarefa. Inicialmente o professor pode solicitar a essa criança maior

número de atividades que exijam movimento e aumentar pouco a pouco os

períodos de concentração numa única tarefa.

A criança pode ter desenvolvido certos cacoetes ou hábitos de

comportamentos que a distraem das atividades escolares: coçar a cabeça,

chupar o dedo, roer as unhas, etc. Nesse caso, não é a repressão ou a

ridicularização que vão ajudar, mas a compreensão e a atenção.

Às vezes, a criança não aprende porque não dorme ou não come

direito. As causas desses comportamentos e dos anteriores podem estar na

insegurança com que os pais educam seus filhos ou em problemas graves que

a família enfrenta: o comportamento dos pais em relação aos filhos pode variar

do extremo amor à extrema negligência; a família pode ter dificuldades de obter

alimentação, moradia, ou recursos para que a criança possa ir à escola bem

vestida, como seus colegas.

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Essas situações podem levar ao desenvolvimento de certos

comportamentos, que podem ser uma fuga da realidade problemática: insônia

e falta de apetite.

No que se refere as características orgânicas: a criança muito gorda,

muito alta ou muito baixa, em relação à média das crianças de sua idade, pode

apresentar distúrbios na aprendizagem. Mais do que nos casos anteriores,

talvez, neste caso é fundamental a compreensão e a ajuda do professor e dos

colegas, para que a criança supere os efeitos psicológicos que podem resultar

dessas características, quais sejam, os complexos de inferioridade ou de

superioridade, o isolamento social, a inibição, etc.

Problemas orgânicos podem resultar da subnutrição alimentar,

condição comum à maior parte das crianças brasileiras, que traz como

conseqüência o atraso ou a interrupção no desenvolvimento físico ou mental.

Devemos ainda, pensar nas crianças com deficiências físicas, que

muitas vezes são discriminadas em casa, na escola, no trabalho e na

sociedade. Quando conseguem superar os preconceitos e chegar à escola, o

que dificilmente acontece, essas crianças enfrentam uma serie de barreiras

para estudar e aprender; não existem móveis adequados, materiais

apropriados, professores eficientes e compreensivos

No trabalho e na sociedade acontece à mesma coisa: as barreiras que

devem enfrentar para conseguir emprego, para deslocar-se de um ponto a

outro da cidade são muito grandes. A sociedade é dominada por pessoas

consideradas fisicamente “normais“. Essas pessoas planejam tudo como se

todos fossem iguais a elas: escadas, carros, meios de transportes, etc.

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Na escola é importante que essas crianças sejam valorizadas, que

tenham seus direitos de opinião e participação respeitados, para que se sintam

capazes e se desenvolvam normalmente. A escola precisa contar com técnicos

e materiais apropriados, para evitar a marginalização das crianças com

deficiências físicas. A marginalização dos portadores de deficiências físicas

assim como a marginalização de qualquer minoria, é um dos mais graves

desrespeitos aos direitos da pessoa humana, que o professor deve contribuir,

para superar, principalmente, com o próprio exemplo.

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CAPÍTULO III

INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO APARECIMENTO DE

PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA APRENDIZAGEM

2.1- A família e a educação

A função educativa da família não representa, por conseguinte, apenas

um dever e um direito da mesma. É também resultado vivo e espontâneo de

sua própria natureza psicológica e social. Entre os grupos sociais , a família

quando bem organizada - dispõe das melhores condições e dos recursos mais

eficazes para educar as novas gerações. Quando único e espiritualizado

pelos laços do amor, da confiança, da compreensão da solidariedade, o grupo

familiar é o grupo ideal para a educação da criança.

Hesse e Gleyre afirmam: “a família continua a ser, apesar de tudo, a

instituição mais qualificada para educar a criança”. A educação tem

necessidade de paciência, dedicação, indulgência e sacrifício. É mais natural

esperar estas qualidades dos pais do que de estranhos à família. Todavia, se

os recursos de que a família dispõe para “educar”, são suficientes e valiosos,

precárias e deficientes são as possibilidades que elas tem para “instruir” e

devido a complexidade crescente da tarefa da instrução e sua repercussão no

seio da família. A falta de habilitação, a dificuldade de transporte, a carência

de recursos econômicos, as exigências da vida dinâmica e enervante dos

nossos dias não oferecem condições favoráveis para que a família possa

cumprir, integralmente, sua tarefa educativa.

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39 A escola completa a família, e a ela substitui só no caso de insuficiência

ou desaparecimento dessa última. Sua figura é a de sua família que prescindiu

da função criadora da vida e só ficou com a função aperfeiçoadora. O espírito

de família deve predominar na escola. Aproximar-se às famílias é indispensável

à realização de suas finalidade. E a escola se dissocia da família quando uma

ou outra não cumpre a sua missão, porque a família está longe de ser infalível

em sua tarefa educativa.

· 2.2- Direitos educativos da família

O direito dos pais de educar seus filhos não e limitado e absoluto. Não

compete aos pais educar os filhos, quer contra seus direito de personalidade,

quer contra os seus direitos de personalidade , quer contra os direitos do bem

comum. Daí decorre o direito do estado em matéria de educação. A ele

compete a função de educar quando a família revelar-se inexistente ou incapaz

na tarefa educativa, ou quando essa fere os direitos da pessoa humana ou da

sociedade.

A função, porém, do estado é supletiva e auxiliar. É certo que os pais

possuem como que instituto natural para a educação. sem dúvida a escola

ideal ainda e a casa paterna. Entretanto, não basta esse instinto. A educação é

uma tarefa complexa, delicada e sutil exigir conhecimento, dedicação e amor. E

necessário, pois, que os pais abram a sua inteligência e o coração para função,

cada vez mais difícil, de educar. E sobretudo que as famílias não se esqueçam

de que educar dignamente os filhos é um dever sagrado e imperioso que não

deve ser deixado unicamente por conta da escola. Por isso faz-se mister que a

família reaja contra os fatores dissolvestes da vida moderna e se conserve

unida e harmônica numa atmosfera de afeição, de solidariedade e

compreensão. Isto não significa, porem opor-se a escola instrumento

suplementar da ação educativa da família, e a escola, longe de se oporem,

auxiliam-se e complementam-se.

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Devem manter um só convívio e uma estreita colaboração. A eficiência, a

elevação e a dignidade da educação das novas gerações muito dependem da

harmonia, união e identificação entre a família e a escola.

2.3- A função familiar e a função docente

E dever da família educar seus filhos . na escola o corpo docente assume

essa responsabilidade. O progresso cientifico, técnico e as necessidades

econômicas fizeram com que a dona de casa saísse para trabalhar fora.com

isso as obras educacionais exigem cada fez mas profissionais especializados

em contato quase que permanente com seus filhos.

A família propriamente dita baseia-se na autoridade paterna, esta deixou

de ser um direito estabelecido em favor e interesse de quem o exercia para

ser- um novo tipo familiar- um simples poder de proteção, um meio pelo qual o

pi cumpre seus deveres para com os filhos. Hoje, a autoridade familiar

diminuiu, devido às transformações que modificaram a natureza e a extensão

do liame entre pais e filhos, mas em compensação a aumentarem a feição e a

ternura. A educação tem necessidade de paciência, dedicação e sacrifício, a

escola e a família completam-se mutuamente.

2.4- Características da criança marginalizada pela

sociedade que podem influenciar na sua evolução de

aprendizagem

A marginalização da criança é devida vários fatores que influem

negativamente dentro da própria sociedade, e cuja solução parece insolúvel

especialmente para a criança e o ponto basilar desta sociedade são:

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- ausência do pai no desenvolvimento;

- nível cultural dos pais;

- formação religiosa;

- defeitos mentais e físicos;

- situação financeira que não permite condições favoráveis;

- falta de amor;

- discriminação racial;

- fator psicológico.

2.4.1-Ausência do pai no desenvolvimento

Ausência paterna, principalmente no período de dois a cinco anos traz

conseqüências graves. Pois é nesta faixa etária que a criança identifica-se com

o pai. A falta do mesmo no desenvolvimento da criança acarreta o problema de

identidade com a mãe, em que, por exemplo, o menino torna-se pouco

masculino. Em sua adolescência, vira o transtorno na sociedade.

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2.4.2-Nível cultural dos pais

O nível cultural dos pais também influencia a criança, pois, ela sempre

que imita-los. Tal imitação depende muito do nível em que ela vive. Havendo

uma imitação negativa, por exemplo falar errado , ou expressar-se de forma

diferente, trará como conseqüência a marginalização do indivíduo na

sociedade.

2.4.3-Formação religiosa

Pode-se observar que numa classe em que a maioria é de uma religião, e

existem crianças de religiões diferentes, há discriminação de um aluno ou

mesmo de muitos alunos por serem de diferentes religiões. Às vezes são

influenciados pelos próprios colegas para não se misturarem.

2.4.4-Defeitos físicos e mental

Crianças com acentuadas diferenças físicas ou psicológicas, ou que não

se ajustaram aos programas escolares elaborados para crianças normais, ou

ainda de baixo Q.I., são marginalizadas pela família, colegas e até mesmo

pelos professores.

2.4.5-Situação financeira

Crianças de classe baixas têm dificuldades quanto a socialização, devido

a problemas de ordem física e mental. A baixa renda influi diretamente na

educação. Seja pela má alimentação, seja pela conseqüente dificuldade de

assimilação de matéria, a criança perde a motivação pelo estudo, podendo

mesmo chegar a ser marginalizada quando adulta, se suas dificuldades não

forem supridas.

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2.4.6-A falta de amor

Amor e a necessidade afetiva do que todos nos precisamos. A falta de

amor acarreta sérias conseqüências que levarão a criança a marginalização .

quando rejeitada pelos pais, a criança procura, em outros aquilo que não pode

receber.

Essa procura, não sendo positiva, conduz a situações diferentes e

desagradáveis (homossexualismo, prostituição ou mesmo ao roubo).

2.4.7-Discriminação racial

A cor da pele sempre foi, é e será motivo de discussão para todos.

Esta discriminação está presente em toda parte.

2.4.8-Fator psicológico

As vezes as crianças sente-se marginalizada sem o ser, pois coloca isso

na cabeça por simples dedução. Os fatores citados estão ligados às

características da criança marginalizada pela sociedade. As características

dessas crianças são:

- menor rendimento escolar;

- as habilidades mais especificas como a verbalização e a escrita são

mais pobres em conteúdo (vocabulário);

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- a desnutrição acarreta menor desenvolvimento físico e mental;

- valentia

- medo;

- inibição;

- ansiedade;

- exibicionismo;

- falta de responsabilidade;

- agressividade;

- angústia:

- isolamento;

- afetividade exagerada.

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CAPÍTULO III

DISTÚRBIOS ESCOLARES: CAUSAS E

CONSEQUÊNCIAS

Quando discuti-se problemas referentes a criança que apresentam

dificuldades escolares, tem-se que lembrar que não se está discutindo um

grupo homogêneo de indivíduos, de tal forma que afirmações do tipo “eu trato

de crianças com dificuldades escolares” desta forma ou “tenho tido bons

resultados com esta ou aquela técnica” devem ser encaradas com cuidado.

Na verdade sobre o rótulo de crianças com dificuldades escolares pode-

se identificar problemas muito diversos, e quando não se faz um diagnóstico

diferencial cuidadoso, corre-se o risco de tratar de conseqüências ou de

aspectos periféricos e não causa básica, primária, das dificuldades. Dessa

forma, é fundamental que fique claro que o primeiro passo, e talvez o mais

importante, frente a criança que está fracassando na escola, é o de tentar, na

medida das possibilidades, identificar a causa básica das dificuldades.

Pode-se citar, algumas das razões freqüentes, pelas quais uma

determinada criança pode ir mal na escola. O défict ou prejuízo intelectual é

obviamente, uma delas e que deve ser identificada. Embora esta afirmação

deva parecer obvia, é comum que as crianças que estão sendo tratadas e

cuidadas no sentido de melhorar a um teste formal de inteligência. Uma razão

para isso é, evidentemente, o desgaste do conceito de QI e o uso inadequado

dos resultados dos testes.

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É claro que o valor de um teste de QI é relativo, que depende do

instrumento utilizado e da correta avaliação dos resultados, que uma análise

qualitativa é tão ou mais importante do que a quantitativa e que os resultados

obtidos valem para aquele momento, podendo se modificar. Por isso, insisti-se

na necessidade de um psicodiagnóstico completo como ferramenta

insubstituível para o diagnóstico diferencial das dificuldades escolares.

Portadores de quadros mais severos de retardos mental são identificados,

em geral, precocemente, porém indivíduos com deficiências leves e limítrofes

da capacidade intelectual poderão passar despercebidos até que, com o

aumento das exigências escolares, fiquem claras suas limitações.

Outra causa possível de dificuldades escolares prende-se à presença de

lesões ou disfunções cerebrais. Sabe-se que o aprendizado pressupõe um

sistema nervoso adequado para cumprir certas tarefas. Contudo a integridade

básica do sistema nervoso central não garante, por si só, um aprendizado

normal. De qualquer forma, como regra geral, podemos afirmar que indivíduos

com lesões cerebrais são mais sujeitos a dificuldade escolares, mesmo quando

com inteligência normal . Sabe-se, porém, não serem raros os casos de

indivíduos com extensas lesões ou disfunções cerebrais com inteligência e

aprendizado escolar normal. Contudo. Cumpre-se não descartar a presença de

uma lesão orgânica cerebral em indivíduos com dificuldades escolares .

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Pode-se ter, como exemplo, casos de desordens progressivas do sistema

nervoso, que podem se iniciar com queixas bastante discretas, tais como

dificuldades para escrita, leitura, memorização, etc. Por outro lado, são

bastante conhecidos também casos de indivíduos com deficiência mental ou

dificuldades escolares nos quais não se consegue demonstrar a existência de

lesões cerebrais, seja através de exames neurológicos, seja através de

exames paraclínicos.

Outro problema que tem que ser devidamente investigado é se a criança

em questão está recebendo algum tipo de medicação psicoativa, tal como

tranqüilizantes, anticonvulsivantes, estimulantes, etc. Deve-se lembrar que

algumas dessas drogas podem interferir, prejudicando o aprendizado. Nesse

caso, a conduta mais adequada seria discutir com o médico da criança a

possibilidade da substituição do referido medicamento por outro .

É bastante evidente que defeitos sensoriais envolvendo, principalmente,

visão e Audição podem dificultar o aprendizado escolar. Por mais que essa

afirmação pareça obvia é possível se surpreender com o número de crianças

que são encaminhadas com a queixa de problemas escolares ou motores e

que, na verdade, apresenta deficiências auditivas ou visuais.

A importância dos fatores pedagógicos prende-se menos à discussão

de qual método é superior ao outro do que ao fato de que, com freqüência

,submete-se um indivíduo a um tipo de ensino que não é o melhor se

considerar-se a suas estratégias peculiares de aprendizado.

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Parece que a exaustiva discussão a respeito de métodos de

alfabetização é menos importante do que a discussão de qual método para

qual criança. Fato que não se pode deixar de levar em consideração é o de

que, apesar do número muito grande de métodos, filosofias e materiais

didáticos que já foram e que continuam a ser utilizados, as crianças, na sua

maioria, continuam a aprender. Isso mostra que a criança normal, mesmo a

que tem oportunidades apenas mínimas para o aprendizado, aprende apesar

dos métodos, das escolas, dos médicos e dos pais.

Um problema enfrentado atualmente é o da exposição muito precoce das

crianças ao aprendizado formal da escrita e da leitura, pois à medida que a

Educação Infantil usurpou o papel da escola passou a ter exigências e

expectativas cada vez maiores com crianças cada vez menores. A filosofia

inicial que levou a idealização da Educação Infantil, e que se baseou bastante

no aparente sucesso dos métodos de intervenção ou estimulação precoce, deu

lugar à escolarização progressiva da Educação Infantil.

O fato de que algumas crianças queiram e possam se alfabetizar mais

cedo não significa que todas devam faze-lo. Privar do conhecimento uma

criança de 5 anos porque ela não tem ainda 7 ou exigir de todas as que tenham

7 o mesmo tipo de rendimento é deixar de levar em conta uma das coisas que

mais caracterizam o ser humano: sua peculiaridade em termos do

desenvolvimento.

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Outro lado que não tem sido discutido com a devida ênfase, já

mencionado anteriormente, é a pouca importância que tem sido dada à

formação do professor. Na verdade, o grande investimento deveria ser feito na

criança e no professor, os dois pólos mais importantes do processo do

aprendizado escolar. Ainda que no se refere à criança, um aspecto que não

pode deixar de ser levado em conta e o interesse e a modificação que ele

apresenta no que se refere ao aprendizado.

É comum atribuir-se o fracasso escolar a “problemas emocionais”. É

evidente que crianças com quadros emocionais severos não terão

disponibilidade para o aprendizado. Mas não me parece que este mecanismo

seja tal freqüente. O que se observa, com bastante freqüência, é que crianças

encaminhadas para um psicodiagóstico, após alguns anos de fracasso escolar,

apresentam baixa auto-estima, intolerância a frustrações, dificuldade para

competir, etc.

O que é preciso é não confundir causas com conseqüências, pois

nessas crianças na maior parte dos casos, os problemas emocionais são

secundários em relação às dificuldades escolares (primárias) . A importância

da identificação desses aspectos como secundários é que, desta forma, não

será sugerida uma terapia emocional , pois se, através de estratégias

pedagógicas, consegue-se a melhora no rendimento acadêmico, a melhora

emocional virá como decorrência natural. Outra ordem de problemas que não

pode deixar de ser mencionada é a de que a criança afetada por alguma

moléstia crônica debilitante terá reduzidas possibilidades de se desenvolver

bem na escola .

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Quando se faz um diagnóstico de distúrbio especifico do aprendizado,

de dislexia, etc.; pressupõe-se já ter-se realizado um diagnóstico amplo, no

qual as várias outras possibilidades tenham sido devidamente investigadas e

afastadas .

Cada vez fica mais evidente a necessidade de os profissionais

envolvidos com a área da saúde utiliza-se critérios diagnósticos de uso ou , ao

menos , de conhecimento mais ou menos universal . Desta forma pode-se

garantir que os termos que se utiliza serão compreendidos da melhor forma

possível pelos nossos interlocutores, evitando mal entendido .Por outro lado, o

uso de referenciais de diagnóstico únicos evitarão que profissionais referentes

utilizem terminologia diferentes para se referir ao mesmo quadro, fato que

acontece com freqüência e que acaba confundindo os pais dos nossos

pacientes

Como um dos quadros mais comuns encontrados em crianças com

dificuldades do aprendizado escolar diz respeito a dificuldades de leitura e

escrita. A principal característica dessa desordem especifica da leitura é um

prejuízo específico e importante no desenvolvimento da habilidade de leitura

que não pode ser explicado pela idade mental, prejuízos visuais ou

escolaridade inadequada. A compreensão do material lido e a realização de

tarefas que requerem, leituras poderão estar afetadas. Dificuldades para

soletrar estão freqüentemente associadas e, em geral, persistem até a

adolescência, mesmo nos casos em que algum progresso para a leitura tenha

sido obtido.

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As crianças com dificuldades específicas para a leitura freqüentemente

tem história de distúrbios específicos do desenvolvimento da fala e linguagem e

uma cuidadosa avaliação da linguagem pode demonstrar a presença, ainda de

dificuldades. Essa condição é encontrada em todas as línguas conhecidas,

porém não se sabe, ao certo, se a freqüência com que pode ser observada

varia com a natureza da linguagem e tipo descrita

Para o diagnóstico dessa condição, a eficiência da criança nas

habilidades de leitura deverá ser bem rebaixada com relação ao nível esperado

para a sua idade, inteligência geral e escolaridade. Deverá ser testada

individualmente com a utilização de testes padronizados pela leitura e

compreensão.

Sob o rótulo de desordem específica da leitura, inclui-se a dificuldade para

leitura, a dislexia de evolução, o retardo específico para leitura e as

dificuldades de soletrar associadas com a desordem de leitura. Estão excluídas

dessa denominação as dislexias e alexias adquiridas, as dificuldades

adquiridas para leitura secundária a problemas emocionais e as desordens do

soletrar não associadas a dificuldades para leitura.

Com certa freqüência, os distúrbios específicos do aprendizado se

associam a outros distúrbios do desenvolvimento, tais como alterações da

coordenação motora. Essas crianças apresentam dificuldades em algumas

áreas de habilidade motora e foram classificadas de várias formas: portadoras

de distúrbios psicomotores, portadoras da síndrome da criança desajeitada,

etc.

Embora essa associação seja relativamente freqüente ela não é

obrigatória de tal forma que algumas crianças com distúrbios específicos do

aprendizado não terão problemas motores, e crianças com distúrbios do

desenvolvimento motor poderão não apresentar dificuldades acadêmicas. De

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52 forma similar, a associação de distúrbios específicos do aprendizado com

déficit ou prejuízo de atenção poderá estar presente.

O quadro da hiperatividade ou, segundo a denominação mais recente, da

desordem do déficit de atenção com hiperatividade, poderá acompanhar

quadros de distúrbios específicos do aprendizado escolar ou do

desenvolvimento motor. Como essas modalidades de déficit ou prejuízos

podem estar presentes em graus variáveis de severidade pode-se perceber

que existem quadros variáveis quanto à sua expressão clínica.

Existem três áreas do desenvolvimento infantil relacionadas à área da

linguagem e que colocam, freqüentemente, algumas dificuldades no que se

refere a distinção clínica entre elas. As crianças com distúrbios evolutivos da

linguagem, crianças com retardo mental e crianças altistas, todas elas

apresentando graus importantes de déficit ou prejuízo na área da linguagem da

comunicação. Por vezes o diagnóstico diferencial não é problema muito difícil

quando se identifica um evidente prejuízo na interação social, que é

particularmente afetada no autismo infantil. De qualquer forma, esses grupos

de crianças podem trazer algumas dificuldades para sua correta identificação.

O estudo da linguagem do seu desenvolvimento normal e dos distúrbios

que podem se apresentar envolve algum conhecimento a respeito da

localização de certas funções no cérebro. Admitia-se que a função da

linguagem era localizada em regiões do cérebro e que os distúrbios da

linguagem decorriam de lesões focais que afetavam essas áreas.

Seria possível definir-se a localização de funções tais como linguagem

prudência modéstia, amor à guerra, instinto pela comida e outras em regiões

bem determinadas do cérebro.

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Os mapas frenológicos, admitiam ainda que pessoas que apresentavam

certas áreas muito desenvolvidas demonstrariam saliências ósseas que se

localizavam imediatamente acima das referidas áreas. Dessa forma, pelo

formato do crânio da pessoa e pela palpação, seria possível identificar uma

série de características comportamentais e psicológicas dos indivíduos. Sabe-

se hoje que, muito embora exista realmente uma certa especialização regional

para certas funções mais elementares (motoras simples, sensitivas, e etc.)

funções mais complexas como comportamento, linguagem e outros, dependem

do funcionamento harmônico e integrado de várias áreas dos hemisférios

cerebrais.

O conceito de “centro” é atualmente muito mais um conceito dinâmico, da

mesma forma que o conceito da “função” é muito mais complexo e abrangente

do que o admitido anteriormente. Dessa forma, mesmo admitindo-se a

existência de síndromes que podem sugerir a região cerebral ,mais

provavelmente afetada, sabe-se hoje que a possibilidade de se localizar, em

áreas restritas do córtex cerebral, são funções complexas e muito pouco

provável.

Outro aspecto importante a ressaltar é o grau de maturidade que as várias

áreas cerebrais vão apresentando e que varia de acordo com o tipo de função

para a qual aquela área é mais especializada. Amadurecem mais

precocemente áreas motoras e sensitivas, posteriormente as áreas de

associação do lobo parietal, que em última instância, são as responsáveis

maiores pelas associações evidentemente crucial para o desenvolvimento da

habilidade da leitura.

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54 Um grau adequado de maturidade neurológica é necessário para que a

alfabetização possa se processar, e essas áreas de associação apresentam

um grau apropriado de maturidade cerebral somente se completará por volta

do final da adolescência, em torno dos 20 a 25 anos de idade.

Pode-se exemplificar a complexidade envolvida nos processos intelectuais

analisando, de forma esquemática, os passos necessários para a nomeação de

um objeto apresentado visualmente a um indivíduo. Com passo inicial, teria-se

um primeiro nível de análise, que será efetuada pela área visual primária, no

lobo occiptal. A área visual secundária, localizada na vizinhança da primeira,

terá a seu encargo o reconhecimento desse objeto. Esse estímulo poderá,

então chegar as áreas da associação do lobo parietal, onde associações

visuais e auditivas, por exemplo, podem ocorrer as conexões com as áreas

mais relacionadas a linguagem possibilitarão que o nome do objeto seja

evocado.

A seguir, o estímulo será levado a área de Broca, no lobo frontal onde o

fonema adequado poderá ser articulado pelos órgãos fono-articulatório.

Funções complexas como leitura escrita e outras são efetuadas, no início, de

forma voluntárias, passo a passo. Com o passar do tempo e a crescente

habilidade, serão lentamente modificadas e realizadas de forma automáticas,

rápida e econômica.

Outro aspecto que deve ser ao menos mencionado, pela sua importância,

é o da concentração e atenção. A importância da concentração no processo de

aprendizado é bastante obvia e evidente. Frente a uma determinada tarefa

necessita de um mínimo de atenção concentrada para que aquele estímulo

possa ser apreendido.

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Indivíduos com dificuldades nos mecanismos de atenção têm grandes

possibilidades de terem dificuldades escolares. Esses indivíduos apresentam

uma dificuldade na discriminação figura-fundo para toda sorte de estímulos e

não conseguem concentrar-se numa só atividade porque, então por assim

dizer, à mercê dos estímulos. Prestam atenção a tudo ao mesmo tempo.

Uma vez feito o diagnóstico causal das dificuldades escolares, caberá

propor algum tipo de solução. Essa pode ser muito variável, dependendo de

cada caso. Em certos casos, será necessário transferir a criança para outro tipo

de escola, em outros, bastará sugerir que se aguarde um pouco mais antes de

insistir no processo de alfabetização, o que é indicado quando se trata de uma

criança imatura ou lenta.

Em outras situações, deve-se aconselhar que a criança seja colocada em

uma escola especial, tamanhas as dificuldades que enfrenta. Em crianças com

distúrbios específicos, o tratamento deve ser centralizado em métodos

pedagógicos que tentarão suprir as necessidades especiais e desenvolver

eventualmente, estratégias alternativas para o aprendizado. Caberá também ao

pedagogo optar, quando necessário, pelo uso de datilografia, computadores,

etc.

Frente a dificuldades crônicas como as que envolvem os problemas do

aprendizado, deve-se estar preparado para discutir com os pais, da forma mais

abrangente possível, as técnicas de tratamento disponíveis, é argumentar no

sentido de não se deixarem levar pelas promessas fáceis e soluções quase

que mágicas propostas por várias terapias alternativas. A utilização de métodos

de padronização.

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Naquelas crianças nas quais os distúrbios da atenção, concentração são

importantes e responsáveis, em grande medida, pelas dificuldades enfrentadas

pode ser utilizado algum tratamento farmacológico. Varias drogas já foram

empregadas, e as mais aceitas, no momento, são alguns psicofármacos que

tem ação estimuladora sobre o sistema nervoso central.

Embora o emprego de psicoestimulante em criança agitadas, inquietas e

hiperativas possam parecer paradoxal à primeira vista, na verdade esse tipo de

medicação pode ter um efeito tranqüilizador, calmante e positivo no que se

refere ao déficit ou prejuízo de atenção.

A droga mais utilizada com essa finalidade e o metifenidato (Ritalina),

sendo bastante empregadas também a imipramina (Tofranil), a desipramina

(Anafranil) e a cafeína. Pode-se frisar que, o tratamento medicamentoso não

deve ser a primeira escolha e quase nunca deve ser utilizada de forma isolada.

Pode ser empregado, eventualmente e em certas condições como coadjuvante

de outras formas de ajuda que foram expostas.

Para terminar, chama-se para o fato de que, mesmo reconhecendo os

distúrbios específicos de aprendizado escolar, essa não deve ser a hipótese

inicial a ser considerada quando frente a uma criança que é encaminhada com

o argumento de que apresenta dificuldades na escola.

Levando-se em conta inúmeros outros fatores que podem estar na raiz

das dificuldades, atribuir, de início o problema à criança, pode nos levar a

indicar testes, exames, procedimentos e, mesmo, tratamento diferencial mais

cuidadoso.

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57 O atendimento a esses casos pressupõe, com freqüência, um

atendimento multidisciplinar visando a uma avaliação, a mais abrangente

possível. Não se pode, portanto, propor um protocolo de investigação de rotina,

ou mínimo, uma vez que cada quadro deve merecer uma avaliação diversa.

A consideração de todos os fatores relativos ao sucesso ou fracasso

escolar, na análise de uma criança com dificuldade de aprendizagem, não é

uma tarefa fácil, pois envolve não apenas o conhecimento isolado de cada um

desses aspectos como a consideração em seu conjunto estabelecendo as

interações necessárias.

A multiplicidade de fatores que atua no desempenho escolar e a

possibilidade de aprofundar de cada um tornam complexas os tais fatores,

sejam eles considerados simultaneamente ou, sobretudo, no seu conjunto. Isso

porque o normal e o patológico na aprendizagem escolar, assim como no

equilíbrio psicoafetivo.

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CAPÍTULO IV

ADAPTAÇÕES EDUCACIONAIS PARA CRIANÇAS

COM DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

As crianças com distúrbios de aprendizagem compõem um grupo

bastante diverso. Não e surpreendente, portanto, que as estratégia e as

abordagens para ajuda-las também sejam bastante diferentes. E possível

reunir as varias abordagens em entre estratégias educacionais gerais:

treinamento de tarefas, em que a ênfase esta na seqüência da tarefa a se

aprendida; treinamento em capacidade ou processo, em que a ênfase esta na

recuperação de um distúrbio especifico de desenvolvimento; treinamento em,

tarefa e capacidade ou processo, em que as duas primeiras abordagens são

combinadas e integradas em um único programa de recuperação.

Treinamento em tarefa ou habilidade é uma das estratégias fundamentas

que o professor sempre tem utilizado com crianças com dificuldades para

aprender e modificar a natureza da tarefa a ser aprendida, na maioria dos

casos a modificação e a simplificação da tarefa, dividindo-a em sub-habilidades

unidades menores mais simples. A analise de tarefa permite que a criança os

elementos da tarefa e depois sintetize-os num nível mais complexo exigido pela

tarefa completa.

Nas disciplinas acadêmicas como leitura e divisão longa, a estratégia de

analise de tarefa consistiria em simplificar as tarefas complexas de modo que

os seus componentes pudessem ser dominados independentemente. O

professor pode dividir a tarefa complexa de leitura de um parágrafo em

aprendizagem de uma sentença, e reunião das habilidades ate o ponto da

eventual leitura do parágrafo.

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O treinamento em capacidade ou em processo é uma estratégia de

recuperação mais importante, o professor ou especialista em recuperação

identifica um determinado distúrbio de desenvolvimento em uma determinada

criança que, se não for corrigido, continuará a inibir os processos de

aprendizagem, independente do modo pelo qual o professor reconstrói a tarefa.

Nesse caso, a ênfase do ensino se concentra em tentativa de recuperação de

um determinado distúrbio que parece seta bloqueando o progresso.

Os procedimentos especiais de treinamento que tentam desenvolver ou

melhorar as deficiências psicológicas ou distúrbios de aprendizagem de

desenvolvimento nas crianças , como atenção linguagem, discriminação,

pensamento, memória, e assim por diante, são consideradas habilidades

fundamentais para aprendizagem futura. Na realidade, o currículo na escola

maternal e da educação infantil, destina-se a desenvolver esses processos

psicológicos. Se uma criança não presta atenção, o professor tenta criar um

ambiente que ajude a criança quanto a atenção seletiva. Se a criança não

houve ou não compreende instruções, o professor tenta melhorar sua

recepção auditiva. Se a criança tem dificuldades para resolver problemas de

raciocinar o falar, o professor tenta melhorar estes processos.

Já na abordagem tarefa em processos , acredita-se que para a criança

típica com problema que envolvem ensino falho ou falta de oportunidade a

abordagem em tarefa é adequada e eficaz.

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60 Pode-se rotular essa abordagem de treinamento em tarefa e em processo

ou interação da tarefa com aptidão. Isto significa que integramos o processo e

a tarefa na recuperação. Ao invés e se ensinar discriminação visual de

símbolos abstratos, sem sentido, treinaremos discriminação visual de letras e

palavras. A abordagem em tarefa e em processo integra a recuperação da

disfunção em processo co o desenvolvimento em tarefa, conforme foi

analisado. Essa abordagem e geralmente utilizada por aquelas que analisam

as capacidades e incapacidades das crianças e que fazem uma analise de

tarefa da seqüência das habilidades exigidas pela tarefa em si. Os que

praticam a abordagem em tarefa e em processo ou de interação da tarefa com

a aptidão são considerados professores prescritivos e de diagnósticos, pois

usam tanto a analise da criança quando a se tarefa e equiparam os matérias de

ensino ã capacidade de respostas da criança.

Deve-se notar que, em alguns casos, as distinções entre essas três

estratégias de recuperação não são bem claras. Todas as três abordagens de

recuperação não são bem claras. Tidas as três abordagens de recuperação

são adequadas em situações diferentes e com crianças diferentes. Cada uma

delas tem seu valor quando utilizada na situação adequada. O treinamento

direto em tarefa e suficiente para problemas acadêmicos menores e para a

maioria dos problemas acadêmicos corretivos. A abordagem de recuperação

em processo e adequada para o treinamento de capacidade em si,

especialmente a nível escolar. A abordagem em processo e em tarefa pode ser

necessária para os casos graves, que envolvem um problema duplo de um

distúrbio especifico de desenvolvimento e um distúrbio acadêmico. Tal

distúrbio requer a ajuda especializada de um profissional em distúrbios de

aprendizagem, que pode organizar um programa de recuperação que incluirá o

treinamento para remodelar o distúrbio de desenvolvimento e o distúrbio

acadêmico.

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A controvérsia sobre o treinamento difere em tarefa e o treinamento em

processo e em tarefa pode não ser justificada. Uma abordagem, o treinamento

em tarefa, é adequada para problemas menos sérios que não necessitam do

mesmo grau de recuperação que um distúrbio de aprendizagem relativo ao

desenvolvimento; a outra, o treinamento em processo e em tarefa, e um

método de recuperação preferido para uma criança que tenha um distúrbio

obvio de aprendizagem relativo ao desenvolvimento, que interferiu no

desenvolvimento do desempenho acadêmico. Cada professor deve aplicar ou

encontrar o método mais adequado para a criança e para suas necessidades

num determinado estado de desenvolvimento.

Programas de recuperação as crianças com distúrbio de aprendizagem

são distintas em duas categorias gerais, distúrbios acadêmicos e relativos ao

desenvolvimento. Os programas utilizados para crianças com distúrbios de

aprendizagem serão discutidos brevemente. Incluem programas de

recuperação para: distúrbios de aprendizagem relativos ao desenvolvimento,

incluindo os distúrbios de linguagem oral, e distúrbios de aprendizagem

acadêmica.

Os distúrbios de aprendizagem relativos ao desenvolvimento raramente

são recuperados isoladamente. Por exemplo, a memória é desenvolvida em

relação a uma tarefa. Quando se está ensinando soletração, elaboramos

estratégias de desenvolvimento da memória para as palavras, de modo que,

quando a criança reproduzir uma palavra, ela se lembre da sua aparência. Do

modo a atenção e desenvolvida em combinação com uma tarefa, pois o

comportamento de respostas precisa ser desenvolvido em relação a uma

tarefa.

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O pensamento, o raciocínio, a solução de problemas, e a categorização

são, da mesma forma, desenvolvidos pela leitura, linguagem, aritmética, e não

isoladamente. A estratégia de processo e tarefa discutida e necessária para a

recuperação de distúrbios de aprendizagem relativos ao desenvolvimento.

As deficiências perceptivo-motoras inicialmente, a abordagem perceptivo-

motoras para os distúrbios de aprendizagem surgiu do estudo concentrado de

crianças com lesão cerebral. O estudo principal foi que as crianças com lesões

cerebrais ocorridas antes, durante ou após o nascimento são sujeitas a

distúrbios sérios de percepção, pensamento e comportamento; e que esses

distúrbios afetam a capacidade de aprender a ler, escrever, soletrar ou

calcular. Os métodos educacionais consistem em procedimentos educacionais

e mudanças ambientais que corrigiram e melhorariam os distúrbios de

percepção, pensamento e comportamento.

Deficiência visuais-perceptivas a percepção visual é um correlativa

importante nas variáveis complexas relacionadas a realização em leitura.

Deficiências em linguagem oral, uma definição de linguagem poderia ser

qualquer forma de comunicação oral ou escrita. Esta discussão sobre a

recuperação dos distúrbios de linguagem restringir-se-á, entretanto, aos

distúrbios de auditivos-verbais ou auditivos-receptivos, que envolvem,

linguagem receptiva (compreensão de linguagem falada), pensamento

subvocal (processo interno do manipulação dos conceitos verbais),e linguagem

expressiva. A abordagem de análise de tarefas não supõe qualquer problema

especial a ela, além de falta de experiência e da pratica da tarefa.

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Ysseldyke e Salvia (1974) desenvolveram dois modelos teóricos para o

ensino de crianças com distúrbios de aprendizagem: análise das capacidades e

incapacidades da criança e analise da tarefa e treinamento direto do

comportamento final ou tarefa. Concluíram que a analise de tarefa ou

abordagem comportamental e a mais parcimoniosa . esse ponto de vista é

apoiado pelos analistas de comportamento aplicado que defendem: descobrir o

que a criança consegue ou não consegue fazer em uma determinada

habilidade, determinar-se a criança tem ou não os comportamentos

necessários para ser não bem sucedida na tarefa, definir os objetivos em

termos observáveis o e organizar um programa sistemático de recuperação

que utiliza técnicas de reforço.

Eles acreditam que sua abordagem, orientada em torno da tarefa e do que

e observável, é a abordagem mais direta e, segundo alguns, a única

abordagem necessária.

Esta é a abordagem muitas vezes usada pelo professor para recuperar

problemas de aprendizagem menos sérias nas crianças. A criança típica que

não tem nenhuma deficiência neurológica ou psicológica para aprender,

beneficiar-se dos procedimentos diretos do ensino de habilidades. Entretanto,

a abordagens pode não se aplicar as crianças com distúrbios graves de

aprendizagem, que também tem distúrbios de aprendizagem relativas ao

desenvolvimento.

Entre esses distúrbios incluem-se a reauditorização ou incapacidade

de se lembrar de palavras aprendidas; integração auditiva e motora, ou

incapacidade de imitar ou repetir palavras e deficiências de sintaxe.

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64 Os métodos de recuperação incluem, iniciar desde cedo o treinamento

de linguagem, ensinar a criança a compreender a linguagem oral antes do

treinamento da expressão oral, usar palavras simples e apresentar

simultaneamente uma experiência, selecionar o vocabulário a ser ensinado

com base na experiência da criança, ensinar conceitos e, começar pelas

preocupações imediatas da criança. O sistema começa com o treinamento da

recepção, depois da expressão e então da sintaxe, seguido da leitura e da

escrita.

Os distúrbios de aprendizagem acadêmica mais comuns, devido aos

quais os professores encaminham as crianças para diagnostico são leitura

soletração aritmética e escrita. Muitos distúrbios de aprendizagem não são

percebidos ate que a criança comece a falhar academicamente na escola.

Incapacidade para leitura, o fracasso em leitura é a indicação mais

comum e freqüente de distúrbio de aprendizagem em criança em idade escolar.

Mas na maioria das vezes quando são admitidas na primeira série. Quando as

crianças não conseguem aprender a ler na primeira ou segunda série são

muitas vezes encaminhadas pelos seus professores para uma avaliação a fim

de determinar o motivo pelo qual não estão aprendendo e por qual

procedimento poderão ser recuperadas.

Um grande número de métodos de recuperação em leitura tem sido

desenvolvido para crianças com distúrbio de aprendizagem.

4.1- Método Alfabético

Este método deu origem ao termo “alfabetizar”. Formou- se

universalmente aceito e foi empregado desde os tempos da Grécia e Roma

antigas até o fim da Idade Média.

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65 Neste processo, aprende- se antes de qualquer coisa o nome da

letra, depois sua forma, depois seu valor, logo as sílabas e suas modificações.

Assim os alunos aprendiam memorizando as letras do alfabeto e suas

possíveis combinações com duas ou três letras. Usava- se a soletração e se a

memória falhasse recorria-se à palmatória. O Ensino enfatizava muito mais o

reconhecimento dos sons da palavra, que a apreensão de seu significado.

Com o Processo Alfabético, a criança se via na necessidade de

fazer variados recursos para pronunciar cada sílaba, portanto a maior objeção

ao método alfabético reside no fato de que nem sempre os nomes das letras

correspondem ao som que deve ser emitido.

As crianças aprendiam a leitura das palavras e não o seu

significado, aceitavam um princípio lógico mas errôneo, quer do ponto de vista

psicológico, quer da fisiologia da leitura.

É um processo vagaroso, cansativo, pois não apresenta o mínimo

interesse para a criança. O procedimento espontâneo de ensinar as letras,

segundo a ordem imposta pelo alfabeto, era infundado, e, por isso mesmo de

difícil explicação.

.

O Processo Alfabético partia do abstrato, e exigia do aluno

constante memorização, sem haver relacionamento com coisas concretas.

Apesar de tudo, representou um passo no sentido de levar o aluno a aprender.

Por ser o pioneiro, muitas falhas apresentava, mas serviu como marco inicial

para que daí novos processos surgissem.

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66 Com a evolução do método surgiu o emprego de blocos e tábuas

com letras desenhadas para tornar mais “concreta” o aprendizado de suas

formas, porque acreditava- se que a criança aprenderia melhor através do

brinquedo.

Apesar da simplicidade e facilidade de sua aplicação, o método

foi, gradativamente sendo abolido e suplantados por outros mais efetivos e hoje

é raramente utilizado.

4.2- Método Fônico

Passou a ser adotado em lugar do alfabético na tentativa de

superar a grande dificuldade existentes naquele por causa da diferença entre o

nome e o som da letra e constitui-se no ensino da leitura partindo- se do som

da letra e não do seu nome, conforme propunha o Processo Alfabético. A

leitura, segundo o Processo Fônico, obedecerão às seguintes fases: som da

letra – representação gráfica – sílaba – palavra – frase.

Antes de ensinar as consoantes, o professor deve preparar a

turma ensinando – lhe primeiramente o som e a representação gráfica das

vogais e posteriormente a combinação das vogais entre si e a combinação com

consoantes.

Esse método foi “durante algum tempo”, muito criticado sob a

alegação de que baseava- se na repetição e memorização tornando o ensino

enfadonho, difícil e demorado. A acusão mais grave, porém era de que não

levava as crianças a compreenderem o significado do que liam, formando,

portanto, meros decifradores do código e não verdadeiros leitores.

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67

O Método Fônico sofreu uma acentuada evolução em

conseqüência do avanço da Psicologia e da lingüística. Hoje ele apresenta

características cada vez mais próximas de um processo “analítico sintético”, em

frontal oposição à metodologia empregada nos primórdios de sua aplicação.

4.3- Processo silábico

Difere dos sintéticos anteriores (Alfabéticos e Fônico) por ser a

sílaba a unidade fonética estabelecida para ponto de partida do ensino da

leitura. Basearam- se os introdutores deste método nos princípios lingüísticos,

de maior aceitação entre os estudiosos da fonética, de que como a consoante

só pode ser emitidas apoiada na vogal, só a sílaba e não as letras, serve como

unidade lingüística para o ensino da leitura. Chegou - se assim a conclusão

que aprende- se mais depressa, quando mostrava as sílabas escritas e ao

mesmo tempo as pronunciava, para poderem lê- las nos lábios.

A silabação foi considerada um grande passo no ensino da leitura

por ter a sílaba resistência real na linguagem falada. As sílabas constituíam

unidades sonoras que os ouvidos percebiam e discriminavam claramente. Esse

processo foi aprovado, notando- se que a criança aprende mais depressa

quando escreve a sílaba que é pronunciada pelo processo e repetida pelo

aluno.

Se as sílabas forem ensinadas, isoladamente, em muitas lições,

o aluno tende a perder o interesse pela leitura e sobrevém uma completa falta

de vontade para continuar a tentar aprender a ler. O sentimento de insucesso

parece ser muito acentuado e ser uma das mais prováveis causas de

abandono dos estudos no primeiro ano escolar.

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Se o ensino oferecer muitas dificuldades ou obstáculos ao avanço

rápido (sons ou formas semelhantes misturadas no mesmo grupo, quantidade

de sílabas, etc...) o aluno (que consegue vencer através de concentração de

esforço na percepção – todas estas dificuldades) tornar – se um leitor

mecânico. Qualquer insistência em prolongar esse tipo de trabalho, visando a

completar uma alfabetização “difícil”, deve ser abandonada por causa dos

efeitos negativos que daí resultam.

Com a evolução do método uma sílaba é introduzida de cada vez.

Mais tarde, várias são apresentadas, simultaneamente, isoladas ou em

palavras, já sem a referência e perfis (estruturas familiares) como no início. A

ordem em que são apresentadas as sílabas deve ser determinada pela

freqüência de uso da língua.

Este método está classificado como silábico porque quando as

palavras são confrontadas, a atenção é voltada diretamente – para a sílaba,

como base ou unidade no reconhecimento da palavra.

O processo da silabação ganhou o mundo muito rápido e passou

a ser ensinado pelos professores adiantados da época, enquanto os outros

continuavam com o Processo Alfabético. Até os nossos dias a silabação é o

processo mais usado, principalmente no Brasil. O importante é compreender

que cabe ao professor selecionar o que melhor se adapte ao seu processo de

alfabetização.

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69

4.4- Palavração

Este método nasceu da revolta contra os métodos formas que

prevaleceram nos primeiros anos. A favor deste método, grandes especialistas

apontaram algumas vantagens abordando que a palavra é simultaneamente

unidade da língua e do pensamento.

Neste método as palavras são apresentadas em agrupamentos e

os alunos aprendem a reconhecê-los através da visualização. Muitos outros

recursos são utilizados para facilitar este reconhecimento. Geralmente, no

início, as figuras acompanham as palavras. A repetição do seu reconhecimento

estabelece a memorização.

A ordem de apresentação da palavra, quando criteriosamente

planejada, auxilia, substancialmente, o estabelecimento de habilidades de

leitura inteligente. Ao mesmo tempo a atenção é dirigida aos detalhes da

palavra como sílabas, letras e sons. E estes, depois reunidos, auxiliam o aluno

a enfrentar palavras novas com autonomia de leitura.

O Método de Palavração é uma adaptação no qual as palavras

memorizadas contém todos os sons da língua onde os processos de análise –

síntese são empregados simultaneamente. Se o método de palavração não

tiver a análise incluída no seu processo de ensino – aprendizagem, ele não é

considerado método analítico.

Page 70: DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM - AVM - Pós-Graduação - … FERREIRA ALVES.pdf · A aprendizagem é um processo que apresenta diferenças individuais ... Os fatores físicos, mentais,

70 Algumas desvantagens são apontadas na aplicação deste método

por apresentar lentidão no processo de desenvolvimento da habilidade em

enfrentar palavras novas necessárias a autonomia do leitor e muitos insistem

em manter a simples visualização.

Passo a passo, foram sendo aprimorados e modificados

permitindo assim a evolução do método para superar a forma monótona e

cansativa de apresentação e memorização de palavras, uma série de materiais

e procedimentos foram sendo criados ao longo dos anos para melhor aceitação

do método.

4.5- Sentenciação

Vários foram os educadores que aconselharam a aplicação da

sentenciação como processo que melhor convém a formação das atitudes,

hábitos e habilidades peculiares ao ato de ler. Depois de muitas experiências,

notou- se que o ensino globalizado era o mais eficiente. Esse processo parte

do todo para as partes: (frase – palavra – sílaba – letra). O fundamento

essencial é a frase, e não a palavra.

É indispensável que as sentenças apresentadas tenham um

sentindo completo para despertar na criança o interesse na aprendizagem da

leitura, tenham significado, estejam relacionadas com interesse, com a vida e

experiências da criança, estejam escritas dentro do vocabulário de uso corrente

e familiar dos alunos, não sejam longas e sejam escritas em tipos grandes e

legíveis.

A Sentenciação se apresenta em três variantes que compõe o seu

processo; como a Sentenciação Livre, Sentenciação Dirigida e Sentenciação

com Incidências de certos fonemas.

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A Sentenciação Livre, consiste em dois períodos:

O período preparatório, que é o tempo que precede a

aprendizagem propriamente dita e varia em duração de acordo com o tipo de

turma, podendo ser usado variados recursos de motivação, como histórias,

jogos, dramatizações e figuras.

O período da aprendizagem da sentença se desenvolve nas fases

de apresentação da sentença, reconhecimento da sentença, reconhecimento

das palavras fora da sentença, reconhecimento das palavras fora da sentença,

reconhecimento das sílabas na palavra, discriminação das sílabas, composição

de novos vocábulos e sentenças e discriminação dos fonemas.

A Sentenciação Dirigida constituem em palavras que contêm a

mesma consoante. São frases com palavras formadas pelos mesmos fonemas.

Há preocupação com o som e não com o nome da letra. Este processo

também consiste em dois períodos.

O período preparatório, onde o professor trabalha no sentido de

socializar e integrar a criança na vida social da escola e com os colegas

motivando- a para aprendizagem da leitura e o período da aprendizagem,

onde o professor contará uma história como motivação, na qual devem estar

contidas palavras com os fonemas escolhidos.

A Sentenciação Dirigida é vista como um processo de fácil

motivação. O enriquecimento do vocabulário é feito gradativa e

progressivamente. Estimula a auto-aprendizagem.

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A predominância de uma consoante facilita a fixação e

reconhecimento da mesma. Para os alunos faltosos as dificuldades são

menores porque cada lição apresenta apenas um fonema novo, o que não

acontece com a Sentenciação Livre.

A Sentenciação com incidência de certos fonemas, facilita a

análise das palavras por eles formadas. Embora fazendo o aluno receber

porções de sentido mais completo das palavras, o processo ainda não é

satisfatório sob esse aspecto, pois a sentença isolada é parte de uma idéia,

que só a história apresenta de maneira completa. A memorização inicial das

frases pode levar o aluno a maus hábitos de leitura.

4.6- Método historiado

O Método Historiado, representa uma extensão (e não adaptação)

do método de sentenças e foi organizado no sentido de ampliar as vantagens

de desenvolvimento de hábitos e atitudes na leitura.Este método apresenta

seqüência de sentenças organizadas em forma de história, atendendo aos

princípios de interesses e apelo da criança.

Inicialmente neste método, o aluno entra com sentenças

organizadas em forma de pequenas histórias, fato que deverá aumentar seu

interesse pela leitura. Os passos seguintes serão os mesmos utilizados pelo

método da sentenciação. A história apresenta uma série de eventos, com

princípios, meio e fim, e desde que atenda aos interesses do aluno, torna-se

fácil despertar a curiosidade deste.

Page 73: DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM - AVM - Pós-Graduação - … FERREIRA ALVES.pdf · A aprendizagem é um processo que apresenta diferenças individuais ... Os fatores físicos, mentais,

73 O professor apresenta os personagens da história e a conta,

induzindo o aluno a reproduzi-la oralmente. Em uma etapa seguinte as partes

da história são apresentadas gradativamente levando a criança a memorizá-la..

Algumas desvantagens foram encontradas pois as sentenças são

decoradas, levando o aluno a desenvolver o hábito de adivinhar reduzindo a

possibilidade de desenvolver habilidades de enfrentar novos textos, sentenças,

palavras, etc..

4.7- Método natural

O Método Natural surge com a necessidade de reduzir ao máximo

as falhas comprovadas nos métodos existentes, mantendo as vantagens

obtidas no desenvolvimento de habilidades de compreensão. O nome pelo qual

o método ficou sendo conhecido deve – se, possivelmente, à transferência do

termo “processo natural de desenvolvimento e aprendizagem”, pois o

desenvolvimento pleno da criança é o seu maior objetivo e tudo aquilo que se

ante- puser, prejudicar ou desviar esse desenvolvimento terá que ser abolido

do processo.

.

O aluno entra em contato com um assunto de interesse da classe,

há discussão e a seguir as conversas são registradas em forma de “pré-livro”.

O registro pode ser feito de diferentes formas sendo que a mais comum é

aquele que contém uma pequena história escrita com um vocabulário que deve

conter praticamente todos os sons da língua.Partindo das experiências

vivenciadas na produção do “pré-livro”, e de forma espontânea, o educador

chega a um grupo de palavras.

Page 74: DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM - AVM - Pós-Graduação - … FERREIRA ALVES.pdf · A aprendizagem é um processo que apresenta diferenças individuais ... Os fatores físicos, mentais,

74 A possibilidade de escolha do material com que ela, a criança, vai

trabalhar; a permissão e incentivo para organizar a atividade à sua própria

maneira; o oferecimento de material de apoio como fonte de consulta, vem a

fundamentar as experiências da turma na exploração do mundo e das coisas

que rodeia, aproveitando as oportunidades sugeridas no dia - a - dia. Portanto

este método, fundamenta-se na linguagem expressiva e criativa.

As propostas de atividades no método natural, levam a criança a

organizar sua própria aprendizagem, os conteúdos deixam de ser

sistematizados, não existem fases ou etapas previamente definidas. Os

momentos de aprendizagem se sucedem e se interrelacionam, exatamente, da

mesma forma como ocorrem o desenvolvimento da linguagem e do

pensamento, como resultados de uma estimulação proveniente do meio,

obtidas através de várias combinações de materiais pelas atividades –

experiências e que, uma vez empregados, permanecem em utilização como

apoio – reforço – estímulo até o final do processo.

Grandes são as vantagens apresentadas pelo método natural

como: interesse aliado a esforço, formação de hábitos de consulta, ensino

individualizado, conteúdo baseado em situações sociais do grupo, estímulo à

resposta criativa, desenvolvimento da linguagem e do pensamento, entre

outras. Em contraponto existe a necessidade de formação especializada do

docente, custos mais elevados de matérias ou confecção artesanal dos

mesmos.

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4.8-Método eclético

É um método baseado em observações realizadas na Itália sobre

o ensino pelo Método Global e Natural e em leitura sobre a Psicologia

envolvida no ato de ler. Reúne contribuições de vários métodos, sendo por isso

chamado Eclético. É global, pois os elementos fonéticos são apresentados de

maneira significativa, por meio de história.

Neste método são apontados algumas vantagens que venham

oferecer ao professor material previamente preparado, assegurar o interesse

da criança, permitir a recuperação dos atrasados e faltosos, promover a

implantação do trabalho independente e evitar a fixação do erro na escrita.

Atualmente inúmeras cartilhas apresentam o método eclético, como fonte para

desenvolver um bom desempenho da leitura dos educandos.

4.9- Método misto abelhinha

Os recursos fonéticos são apresentados de maneira significativa,

por meio de uma história. “A história da Abelhinha”, visa objetivar resultados

eficazes com a maioria das crianças, e não apenas com as que apresentem

condições emocionais favoráveis, boa inteligência, interesse por ler,

capacidade de ação persistente, etc. Deve se fazer com que a criança procure

objetos, figuras, em casa, nos passeios que realiza, para utiliza-la em atitudes

na sala de aula. Não se aconselha o uso de exercícios mimeografados ou

impressos de tipo rotineiro, tendo em vista que o método oferece recurso para

atender as necessidades infantis assegurando maior interesse e participação

das crianças.

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A história da abelhinha:

A histórias deve ser lida com graça e expressão, confeccionar um

alfabeto ilustrado mural, que deve permanecer à vista para que a criança se

habitue a consultá-lo sempre que tiver duvidas levar a análise de sons iniciais

das palavras e a fixação das letras correspondentes a todos os fonemas, levar

a combinação de sons fundamentais, formando sílabas significativas e palavras

curtas, exercitando a atitude de síntese, não sistematizar as sílabas, usar letra

cursiva e não dizer o nome da letra e sim o som.

A apresentação da historia da Abelhinha é desenvolvida em 7

capítulos, com o objetivo do reconhecimento do som inicial das palavras. A

proporção que a professora lê cada capítulo, apresenta o cartaz dos elementos

da história. Ao destacá-lo não deve usar o artigo precedente, dirá sempre

“urso” e não “o urso”.

Os fonemas são distribuídos em capítulos. No primeiro capítulo,

são apresentadas as vogais: abelhinha, escova, índio, óculos e urso. No

segundo, apresenta-se os sons: vagalume, lobo, minhoca e dália. No terceiro

apresenta-se, pipa, gato, torre, rato. No quarto capítulo surge, bule sapo,

jacaré, neném. No quinto apresenta-se os sons, faca caracol, zebra e xaveco.

No sexto, surge a apresentação da harpa (h), nh, lh, ch e no sétimo e último

capítulo, aparece a introdução dos sons: oh!, ah!,eh!,ih!.

A duração para o reconhecimento satisfatório da leitura e escrita

das palavras, depende da leitura e escrita das palavras, depende do nível e do

grau de prontidão e maturidade da turma. O professor deve apresentar

inicialmente palavras de dois sons que tenham sentido, nunca sílabas isoladas,

sem conteúdo ideativo.

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Lemos para buscar um sentido, para compreender alguma coisa.

Todas as palavras devem ser compreendidas pela criança. Não se deve

chamar a criança para ler uma palavra difícil para ela. Isto lha trará desânimo e

desinteresse.

Terminada a história, o professor pode dizer lhes que agora já são

capazes de ler e escrever qualquer palavra, mostrando- lhes que já conhecem

todos os sons de que são formadas as palavras e as maneiras de representá-

las por escrito. Vendo a palavra escrita, serão também capazes de descobrir os

sons que a compõem e de lê-las. É momento de grande importância pois dele

dependera a leitura. Não basta identificar os sons, é preciso liga-los, isto é, unir

as consoantes as vogais, formando palavras, o que vem sendo preparado

desde o terceiro capítulo da história da abelhinha. É também nesta hora que os

alunos usam o alfabeto ilustrado individual formando novas palavras.

Deve- se observar que o “h” e os dígrafos (ch, nh, lh), são

apresentados no sexto capítulo da história, pela própria situação em que

aparecem, encontram-se acolhido facilmente pela imaginação infantil, sendo

assim imediata à fixação desses sons. O professor, quando conta a história da

harpa, representando o h, explica que somente tem som quando alguém a toca

e, por isso, o símbolo que a representa é mudo quando está sozinho. Esta

história como todas os outras, enriquece o pensamento da criança, permitindo

viver grandes imaginações facilitando assim o aprendizagem deste método.

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4.10- Método da casinha feliz

É um método de fonação condicionada e repetida tendo em vista

a função de globalização procura alfabetizar partindo de um interesse infantil

que é a história assim, o aluno se interessa, entende a mensagem que o

professor lhe envia, que é o valor da leitura e o saber ler.

Graças à história, trabalho, além de ser feito com máximo de

interesse, dispensa praticamente todo o espaço de memória, passando a

depender fundamentalmente de uma verdadeira ginástica da fala, servindo-se

de modo especial, de exercícios de audiofonação: escutar claramente os

diferentes sons para que eles sejam bem emitidos e afinal aglutinados,

resultando em monossílabos global fonético e logopédico.

Com a Casinha Feliz, as crianças se alfabetizam brincando. A

história é interessante, contada em capítulos, o que dá certo suspense, e se

consegue com muito mais facilidade e prontidão para o domínio da leitura e da

escrita, principalmente no caso da disgrafia, pois os fonemas foram levados a

eles sob forma de personagens significativos, de suas vivências, de percepção

fácil, bem individualizados e distintos uns dos outros.

As crianças aprendem algo, de maneira concreta, manuseiam o

material usado e se entusiasmam. Não exige do professor esforço especial

para preparo de material e atenção a crianças com dificuldades muito variadas,

permite resultados eficazes com a maioria das delas e não apenas com as que

apresentam condições emocionais favoráveis, interesse por ler, capacidade de

ação e persistência. (Considerações gerais sobre os métodos)

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A tarefa de alfabetizar é muito difícil. Diferentes métodos foram

implantados com o objetivo de aprimoramento do conhecimento da leitura e da

escrita , todos apresentando seus pontos positivos e negativos . Porém , qual

seria o melhor ? Muito se discute até hoje sobre como melhor conseguir

alfabetizar , missão esta de grande importância , de grande controvérsia e de

grande estudo para a sua evolução. Seja qual for o caminho que você escolher

, o método que eleger para trabalhar com seus alunos , lembre-se de

aprofundar seus conhecimentos.

O método que se preocupa mais com o reconhecimento é o

Sintético , o método que se preocupa mais com a compreensão é o Analítico.

Vários métodos promovem a aprendizagem da leitura por caminhos diferentes,

enquanto os Sintéticos valorizam essencialmente as palavras , os Analíticos

dão mais ênfase à compreensão , ao conteúdo . Cada qual tem suas

vantagens e desvantagens.

O professor pode combinar os métodos , sabendo de que maneira

vai combiná-los. A adoção de um único processo redundaria em maus hábitos

de leitura , pois os elementos não trabalhados constituíram defeitos com

tendências a se perpetuarem.

Quem adota o Método Sintético tem que formar novas palavras e

quem adota o Método Analítico deve formar novas frases. O melhor método é

aquele que usa a combinação de vários processo: Método Eclético. Esse

método baseia-se no interesse, na compreensão , na comunicação . É uma

tentativa de resolver que a criança tenha uma atitude favorável para a leitura e

a compreensão de conseguir a leitura em grandes unidade ao invés de leitura

de palavra por palavra.

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80 Logo que a criança adquira esta atitude fundamental , sejam

introduzidos , assim como as sílabas outros recursos de conhecimento e

fixação de palavras tais como: gravuras , análise estrutural . Várias pesquisas

mostraram a superioridade do emprego de múltiplos recurso sobre um

processo único. O método Eclético caminha junto com a mecanização e a

leitura expressiva. Já o ensino da leitura caminha junto com a escrita.

O reconhecimento de palavras e a compreensão são realçados

desde o início da aprendizagem. Enquanto ensina a ler, o professor se

preocupa com a compreensão , e com o ensino da leitura vêm os hábitos ,

atitudes e habilidades. Na formação dos hábitos sugere- se não falar enquanto

lê silenciosamente , para que se habitue é necessário que haja repetição . Na

atitude se revela a formação do indivíduo trabalhando a sua opinião, a sua

crítica e o seu desejo. E suas habilidades aparecem na capacidade para

desenvolver conhecimentos técnicos da leitura. Hábitos , atitudes e habilidades

, terão que ser simultaneamente desenvolvidos.

O professor deve lembrar-se que não é a leitura que está sendo e

deve ser ensinada , mas sim como a criança está aprendendo. O aluno só leva

da escola o que quer e o que pode. A leitura é um processo complexo e a

criança não a domina de uma hora para outra. Se a criança não aprender a ler

ou a escrever é porque nunca lhe ensinaram de verdade , ou fatores biopsico

sociais interferiram no seu aprendizado. O processo de alfabetização deve

sempre ser de análise e síntese , de síntese e análise.

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81 No plano mental analisam-se elementos de um todo para logo em

seguida reuni-los organizadamente, possibilitando uma compreensão baseada

em experiências anteriores. Partindo desse princípio pode- se afirmar que para

iniciar a criança eficientemente no processo de alfabetização , é indispensável

proporciona-lhe sempre situações globais de leitura, isto é , que estejam

presentes , a um só tempo , Mecanismo e Compreensão.

Analisando os diferentes Processos de Alfabetização –

Palavração, Sentenciação, Contos ou Historiado , Natural – conclui-se que o

reconhecimento rápido das palavras é habilidade básica para a alfabetização e

que as palavras só adquirem carga ideativa quando reunidas em frases.

O método misto assegura o máximo de oportunidade , resolvendo

por si só os problemas que aparecem na aprendizagem da leitura. Compor

palavras , como sabemos , envolve muito mais participação pessoal e

consequentemente mais possibilidades de assimilação do que decifrá-las .

Neste método (Eclético) dá- se maior ênfase à análise , até que a criança

possa obter certa segurança no mecanismo da leitura.

Os desenhos facilitam muito , não somente a fixação da forma

das letras , mas também a dos sons respectivos. É um dos métodos mais

empregados atualmente. De acordo com a criatividade do professor e de seu

amplo conhecimento , ele deverá renovar os métodos existentes de acordo

com a característica da sua turma , fazendo assim a conjunção de vários

métodos , para melhor obter o seu resultado, deve classificar o que cada um

traz de positividade e abstrair as suas vantagens , a fim de enriquecimento do

seu trabalho.

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CONCLUSÃO

É importante salientar a diferenciação entre um distúrbio específico de

aprendizagem e um simples atraso pedagógico com o qual muitas vezes é

confundido. O que caracteriza um diagnostico de distúrbio específico de

aprendizagem é principalmente a concomitância do aparecimento de outros

distúrbios.

Os distúrbios mais freqüentes são os referentes à fala a compreensão

da linguagem a orientação espacial e temporal a discriminação perceptiva

visual e auditiva, o emocional, social, ao esquema corporal, a lateralidade, a

incoordenacão motora e a atenção. Estes sintomas podem surgir agrupados

em diversas formas e em diferentes graus de gravidade.

Observa-se que a criança precisa estar em equilíbrio com seus fatores

biopsicossocial, para começar a desenvolver as suas habilidades e alcançar

com sucesso o seu grau de aprendizagem.

Se a criança consegue adquirir um conjunto de procedimentos e atitudes

que operem como instrumento para interpretação do mundo que o cerca estará

capacitando oportunidades de se tornar um grande cidadão, e estará

eliminando assim, os seus distúrbios.

A aprendizagem se dá quando chega a perceber que o “Ser” é capaz de

(notoriamente) apresentar uma mentalidade crítica, viva, construtiva e

sintonizada com o tempo presente.

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Deve-se salientar que nem todas as crianças, com uma discrepância

entre o seu potencial e a sua realização acadêmica tem distúrbio de

aprendizagem. O Distúrbio de aprendizagem deixa de ser o problema grave e

detonador na vida da criança, visto que inúmeros estudiosos cada vez mais,

estão desenvolvendo habilidades para superação da mesma.

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84 BIBLIOGRAFIA

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85 ANEXOS

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COLÉGIO GOMES PEREIRA PMN 004781-1 – CGC 28.514.123/0001-60 – REG. 509/81 SEEC

Av. Ruy Barbosa, 1250 – tel. 616-1605 – Largo da Batalha Pendotiba – Niterói- Estado do Rio de Janeiro

Declaro para os devidos fins que Sonia Ferreira Alves fez o estágio

junto a coordenação e orientação completando o total de 80 horas neste

Estabelecimento de Ensino.

Niterói, 18 de novembro de 2002.

_______________________________________

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89 ÍNDICE

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

PROCESSO DE APRENDIZAGEM 11

1.1- Fatores básicos para a aprendizagem 12

1.2- Dificuldades na aprendizagem escolar 18

1.3- Fatores que prejudicam a aprendizagem ......................................26

CAPÍTULO II

INFLUÊNCIA NO APARECIMENTO DE PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA

APRENDIZAGEM 38

2.1- A família e a educação 38

2.2- Direitos educativos da família 39

2.3- A função familiar e a função docente 40

2.4- Características da criança marginalizada pela sociedade que podem

influenciar na sua evolução da aprendizagem 40

2.4.1- A ausência do pai no desenvolvimento 41

2.4.2- Nível cultural dos pais 42

2.4.3- Formação religiosa 42

2.4.4- Defeitos físicos e mentais 42

2.4.5- Situação financeira 42

2.4.6- A falta de amor 43

2.4.7- Discriminação racial ................................... .................................43

2.4.8- Fator psicológico 43

CAPÍTULO III

DISTÚBIOS ESCOLARES: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS 45

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90 CAPÍTULO IV

ADAPTAÇÕES EDUCACIONAIS PARA CRIANÇA COM DISTÚRBIOS DE

APRENDIZAGEM 58

4.1- Método alfabético 64

4.2- Método fônico 66

4.3- Processo silábico 67

4.4- Palavração 69

4.5- Sentenciação 70

4.6- Método historiado 72

4.7- Método natural 73

4.8- Método eclético 75

4.9- Método misto abelhinha 75

4.10- Método da casinha feliz 78

CONCLUSÃO 82

BIBLIOGRAFIA 84

ANEXOS 85

ÍNDICE 89

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação “Latu Sensu”

Título da Monografia

DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM

Data da entrega: ._______________________________________.

Avaliado por: __________________________________ Grau _________

Rio de Janeiro _________ de _________________________ de 2003.