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Dissertação - Michel de S. N. Ferreira
CAPÍTULO 01
As intoxicações exógenas e os medicamentos utilizados em uso domiciliar
Neste capitulo, discute-se a parte introdutória do trabalho de pesquisa, bem como, enfoca
as medicações de uso habitual domiciliar como principal causa dos atendimentos gerados no
PAM. Conforme (ENSP, 2009) medicamentos é a principal causa de intoxicação por agentes
tóxicos no Brasil.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento das indústrias como um todo, vem favorecendo a síntese de novos
compostos para diversos fins (AMARAL; BARCIA, 2003). Nesse contexto, a indústria
farmacêutica desenvolveu-se rapidamente, com a proliferação de seu mercado em todas as
esferas, trazendo consigo um arsenal de novos produtos e mudanças importantes no perfil de
utilização de medicamentos em todo o mundo.
Existem três formas possíveis de se intoxicar por medicamentos: a primária, que
trabalha com as causas dos acidentes; a secundária, que visa intervenção no momento do
acidente; e a terciária, que atua sobre os efeitos do agravo com o objetivo de minimizar ou
reduzir seqüelas (LOVEJOY JR.; ROBERTSON; WOOLF, 1994). No entanto, para efetiva
redução das freqüências desses agravos, a forma mais importante é a primária.
Com relação às intoxicações, os medicamentos ocupam o primeiro lugar nos acidentes
resultantes da exposição a agentes tóxicos (ANDRADE FILHO; CAMPOLINA; DIAS, 2001;
BORTOLETTO, 1990; KLAASSEN, 2003; SCHVARTSMAN, 1991). No ano de 2002, as
intoxicações medicamentosas foram responsáveis pela ocorrência de 26,9% das intoxicações
registradas pela rede nacional brasileira de centros de controle de intoxicações (SINITOX,
2004). Mediante levantamento realizado, as intoxicações medicamentosas mais freqüentes
estavam associadas a acidentes individuais e tentativas de suicídio.
Como medida profilática cabe aos três diferentes componentes do sistema de saúde:
Estado, indústrias e profissionais de saúde (LOVEJOY JR.; ROBERTSON; WOOLF, 1994),
as responsabilidades de informar quanto aos riscos de intoxicações. Cabe ao Estado a criação
de leis e também, de instrumentos de controle para que torne obrigatório aos fabricantes a
criar mecanismos de prevenção de intoxicações.
Segundo (MARGONATO, Fabiana Burdini, 2005), as intoxicações por medicamento
constituem um problema de amplas dimensões, com características peculiares relacionadas às
diferentes fases da vida, onde também, a realização de pesquisas que aprofundem questões
relacionadas à temática das intoxicações medicamentosas possibilitaria a ampliação de
discussões voltadas a esse problema.
O direito à vida e ao tratamento médico adequado são um direito reconhecido pela
Constituição Federal, artigo 196. Sendo assim, é de interesse do município, estado e união a
criação de mecanismos que visem promover e prevenir os riscos a saúde da população, no que
se relaciona as intoxicações exógenas. Sejam as intoxicações intencionais ou não intencionais,
é dever dos serviços de saúde informar sobre os riscos e principalmente como evitar o ato de
se intoxicar.
Compreende-se que o medicamento tem ampla importância para a sociedade como um
todo, mesmo que por uma falha dos mecanismos de informações sobre suas reais
necessidades. Tais necessidades incluem o fato de saber quando, como e para que utilizá-lo.
Em tese, um medicamento é para resolver um problema de saúde, e não criar uma situação de
doença.
O termo intoxicação exógena de acordo com Chaves, significa o uso de quaisquer
drogas em quantidade ou combinação intoleráveis para o organismo.
Autores como Kapezinski(2001) e Botega(2002) demonstram que 60 a 90% das
tentativas de suicídios envolvem envenenamento ou intoxicação.
Os envenenamentos são, na sua maioria, acidentais, mas resultam também de
tentativas de suicídio e, mais raramente, de homicídio.
Os sintomas de envenenamento săo: sialorréia (salivaçăo abundante), vômitos, cólicas
abdominais, prostraçăo e morte.
Alguns autores, acreditam que o número de casos de intoxicações diminuiria somente
com a implementação de medidas de controle da saída e de uso de substancias químicas e
medicamentosas, bem como diminuiria as conseqüências nocivas inerentes a utilização
inadequada desses produtos (PEPE; CASTRO, 2000; ROZENFELD, 1998; SILVA et al.,
1997).
Quando realizado um trabalho que busque identificar o perfil das intoxicações
medicamentosas, torna-se possível subsidiar e implementar ações de saúde voltadas para a
prevenção dos agravos recorrentes as intoxicações, além de conscientizar os profissionais de
saúde sobre o seu papel nesta ação de promoção da saúde.
1.2. OBJETIVOS
1.2.1 GERAL:
Avaliar o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas em um Pronto Atendimento
Médico de Caratinga com vistas a documentar a secretaria da saúde de Caratinga
permitindo ações pontuais.
1.2.2 ESPECÍFICOS:
- Verificar, através das anotações nas fichas dos pacientes, se há algum padrão de
atendimento frente ao quadro de intoxicação exógena no município de Caratinga.
- Avaliar as principais substâncias envolvidas nas intoxicações exógenas no município de
Caratinga.
- Identificar a faixa etária, dentre os casos de intoxicação exógena no município de
Caratinga.
- Comparar as circunstâncias da exposição/contaminação (se intencional ou não).
- Avaliar se ainda existem sinais ou sintomas da intoxicação.
2. CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE DO
BRASIL
A Constituição Federal6 de 1988 e a Lei n. 8.080/ 90 (Diário Oficial da União 1990; 19
de setembro) lançaram as bases para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual
passou a reunir todos os serviços públicos (federal, estadual e municipal) e privados
(conveniados/contratados) de saúde, pregando o acesso universal e equânime ao sistema, bem
como enfatizando ações de promoção de saúde, prevenção, tratamento e reabilitação de
doenças.
Com a consolidação da implantação do SUS, houve a necessidade de uma melhor
estruturação dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), para que os mesmos seguissem a
lógica do acompanhamento integral pregada pelo novo sistema de saúde, assegurando a
avaliação permanente da situação de saúde da população e dos resultados das ações
executadas, fundamental para o acompanhamento, controle e repasse de recursos. Desta
forma, os municípios passaram a ser também responsáveis pela produção, organização e
coordenação das informações em saúde, devendo deixar de lado o mero papel de coletor e
repassador de dados. Contudo, sabe-se que grande parte dos SIS federais foi concebida antes
da implantação do SUS, não incorporando, desta maneira, as características exigidas pelo
novo sistema de saúde (por exemplo: a descentralização das informações).
Pode-se, assim, resumir as principais características dos Sistemas de informação em
saúde em funcionamento no Brasil, de acordo com (MORAES, 1994)7 e (TASCA; et al,
1995)8:
6 BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil. 39. São Paulo: Saraiva, 2006.
7 Moraes IHS. Informações em saúde: da prática fragmentada ao exercício da cidadania. São Paulo: Editora Hucitec; 1994.
• Centralizados/verticalizados/fragmentados: os dados obedecem ao fluxo municípios-
estado, ou seja, sempre na direção do nível local para o central, são fragmentados,
pertencendo aos vários feudos técnicos da saúde e sofrem processamento
fundamentalmente no nível central;
• Exclusão do nível local (municípios) no processo de decisão e planejamento em saúde;
• Ausência de mecanismos de avaliação e controle da qualidade dos dados produzidos;
• Ênfase na coleta de dados médicos ou de doenças, não permitindo a construção do
perfil de saúde da população;
• Incompatibilidade entre os diversos sistemas de informação utilizados;
• Falta/deficiência de infra-estrutura de informática nos municípios, o que dificulta ou
até mesmo inviabiliza a coleta adequada e o processamento dos dados;
• Ter como base dos dados apenas a população assistida, o que contribui para a
produção de informações não compatíveis com a realidade local;
• Ausência da participação popular na geração e uso das informações.
Baseando-se neste fundamento, pode perceber que tem ocorrido é apenas a
descentralização da digitação, processamento e acesso aos dados, ficando ainda às instâncias
centrais (estadual e federal) a definição das prioridades a serem seguidas.
8 Tasca R, Grego C, Villarosa FN. Sistemas de informação em saúde para distritos sanitários. In: Mendes EV, organizador. Distrito sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo: Editora Hucitec; 1995. p. 267-310.
2.1 O DATA_SUS9
O DATA-SUS é um sistema que informa e agrega conhecimento diante de todo o
sistema de saúde como um todo, para que assim, possa ser analisadas as questões sanitaristas,
que acometem a população baseando-se em evidências até o desenvolvimento de ações
efetivas de controles de agravos à saúde. A informação é fundamental para a democratização
da Saúde e o aprimoramento de sua gestão. É devido à informatização das atividades SUS,
que é possível está viabilizando e desenvolvendo recursos para atuar no controle e interação
de atividades pertinentes a saúde da população.
Para alcançar tais objetivos, foi atribuída ao Departamento de Informática do SUS –
DATA-SUS, órgão da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, a responsabilidade de
coletar, processar e disseminar informações sobre saúde.
Sendo um órgão de informática de âmbito nacional, representa papel importante como
centro tecnológico de suporte técnico e normativo para a montagem dos sistemas de
informática e informação da Saúde. Suas extensões estaduais constituem a linha de frente no
suporte técnico às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
Sua missão é: prover os órgãos do SUS de sistemas de informação e suporte de
informática, necessários ao processo de planejamento, operação e controle do Sistema Único
de Saúde. Através da manutenção de bases de dados nacionais, apoio e consultoria na
implantação de sistemas e coordenação das atividades de informática, inerentes ao
funcionamento integrado dos mesmos. Suas principais linhas de atuação são:
• Manutenção das bases nacionais do Sistema de Informações de Saúde;
• Disseminação de Informações em Saúde para a Gestão e o Controle Social do SUS
bem como para apoio à Pesquisa em Saúde;
9 O DATA-SUS. Disponível em: URL: http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php
• Desenvolvimento de sistemas de informação de saúde necessários ao SUS;
• Desenvolvimento, seleção e disseminação de tecnologias de informática para a saúde,
adequadas ao país;
• Consultoria para a elaboração de sistemas do planejamento, controle e operação do
SUS;
• Suporte técnico para informatização dos sistemas de interesse do SUS, em todos os
níveis;
• Normatização de procedimentos, softwares e de ambientes de informática para o SUS;
• Apoio à capacitação das secretarias estaduais e municipais de saúde para a absorção
dos sistemas de informações no seu nível de competência;
• Incentivo e apoio na formação da RNIS - Rede Nacional de Informações em Saúde na
Internet, e outros serviços complementares de interesse do SUS como redes físicas
(Info-SUS), BBS e vídeo-conferência.
CAPÍTULO 02
Intoxicações
Neste capitulo, é enfocada a conceituação e epidemiologia das intoxicações exógenas.
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS
3.1 – Conceito e Epidemiologia
Segundo Bevilacqua, et al 2004, intoxicações exógenas são agravos à saúde do
individuo proveniente da ação de substâncias química, de qualquer natureza, advindas do
meio externo. A ingestão acidental de uma substância tóxica por uma criança é o resultado de
uma interação complexa entre fatores relacionados:
- a criança – comportamento curioso, hiperatividade, impulsividade;
- à substância – facilidade de acesso, gosto ou cor atrativa;
- ao ambiente – situações de estresse, mudanças no ambiente.
Constitui importante problema de saúde pública. Embora casos de intoxicações letais
sejam raros na população pediátrica, estima-se que 5-7% dos atendimentos em serviços de
emergência infantil estejam implicados no atendimento de casos de intoxicações exógenas
aguda. A distribuição por faixa etária é bimodal, ocorrendo picos de incidência em:
- Crianças menores de cinco anos – em geral, acidentais, mas ocorrem casos intencionais
(abuso infantil). Respondem por 80-90% dos casos na população pediátrica. Agente
geralmente identificado é único.
- Adolescentes – a ingestão intencional é mais comum, assim como a utilização de mais
de um tóxico concomitantemente.
Os agentes que mais incidem em cada faixa etária são os seguintes:
Agentes Mais Comuns por Faixa Etária
Idade Tóxicos mais comuns
Lactentes menores de um ano medicamentos (mais de 60% dos casos)
Pré-escolares Medicamentos, domissanitários, produtos
químicos industriais
Escolares Medicamentos, acidentes com animais
peçonhentos, domisssanitários
Adolescentes Medicamentos, pesticidas agropecuários,
domissanitários
A letalidade ocorre preferencialmente em pré-escolares e adolescentes e as substancias
responsáveis pela maior taxa de óbitos são medicamentos seguidos por pesticidas
agropecuários e raticidas.
Estudo do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX)
alerta para o consumo indiscriminado dos agrotóxicos, que já são a terceira maior causa de
intoxicação no país, superados apenas pelos medicamentos e animais peçonhentos. Em 2003,
as ocorrências de intoxicação por agrotóxico no Brasil foram superiores a 14 mil e houve 238
óbitos.
LIMA, et al 2008, investigou o perfil das intoxicações exógena por agrotóxico em um
hospital de emergência em Fortaleza no Ceará e identificou que 50,5% da sua amostra era do
sexo feminino e a faixa etária predominante foi de 15 a 24 anos. O total da amostra
pesquisada foi de 388 vitimas de intoxicação exógena no ano de 2005.
O SINITOX é o Sistema Nacional de Informação Tóxico Farmacológicas do
Ministério da Saúde e possui dados de toda federação desde 1999. Apresentam alguns dados
de 2007, outro de 2008 como ultima atualização e serão descritos a seguir.
Existem 85.925 registros de intoxicações exógenas no Brasil no ano de 2008, de
acordo com a SINITOX (Ver tabela 01).
Tabela 01: Casos registrados de intoxicação humana por região. Brasil,2008. Agente Humana
N° % NORTE 1043 1,21 NORDESTE 18795 21,87 SUDESTE 35767 41,63 SUL 23249 27,06 CENTRO – OESTE 7071 8,23
Total 85925 100 Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX
Em relação ao óbito por intoxicações a região nordeste apresentou a maior letalidade
com 1,23% dos casos notificados evoluindo para óbito. A letalidade da região sudeste foi de
0,16%, em relação a média geral brasileira foi encontrado um percentual de 0,51%, conforme
demonstrado em tabela 2.
Tabela 02: Letalidade de Intoxicações Humana por região. Brasil, 2008.
Região Letalidade % NORTE 0,77 NORDESTE 1,23 SUDESTE 0,16 SUL 0,31 CENTRO – OESTE 0,99
Total 0,51 Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX
As tabelas 3 e 4 demonstram os casos registrados de acordo com o agente tóxico,
ficando bem claro que os medicamentos são a mais importante causa de intoxicação exógena,
respondendo em 2008, por 29,51% dos casos, seguida por domissanitários com 11,97%. Em
dados de Minas Gerais e Niterói da SINITOX, o quadro mudou, com os medicamentos
respondendo por 26,49% das intoxicações, seguido por animais não peçonhentos com 15,19%
das notificações. Em relação aos domissanitários, foram responsáveis por 7,46% dos casos.
Tabela 03: Casos Registrados de Intoxicação Humana por Agente Tóxico. Brasil, 2008.
Agente Humana Total N° %
Medicamentos 26384 29,51 Agrotóxicos/Uso Agrícola 4074 5,26 Agrotóxicos/Uso Doméstico 2820 3,66 Produtos Veterinários 1084 1,43 Raticidas 2936 3,57 Domissanitários 10554 11,97 Cosméticos 1286 1,43 Produtos Químicos Industriais 55,26 6,36 Metais 395 0,48 Drogas de Abuso 3855 4,25 Plantas 1303 1,72 Alimentos 738 0,86 Animais Peç./Serpentes 3189 3,69 Animais Peç./Aranhas 2937 3,60 Animais Peç./Escorpiões 6912 7,48 Outros Animais Peç./Venenosos 4549 5,29 Animais não Peçonhentos 3178 4,04 Desconhecido 1957 2,31 Outro 2248 3,11
Total 85925 100 Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX
Tabela 04: Casos Registrados de Intoxicação Humana por Agentes Tóxicos dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, 2008.
Agente B. Horizonte Niterói Total N° N° N° %
Medicamentos 1059 891 1950 26,49 Agrotóxicos/Uso Agrícola 198 128 326 4,43
Agrotóxicos/Uso Doméstico 68 135 203 2,76 Produtos Veterinários - 57 57 0,77
Raticidas 115 44 159 2,16 Domissanitários 185 364 549 7,46
Cosméticos 9 78 87 1,18 Produtos Químicos Industriais 172 217 389 5,28
Metais 5 32 37 0,50 Drogas de Abuso 424 25 449 6,10
Plantas 34 49 83 1,13 Alimentos 9 7 16 0,22
Animais Peç./Serpentes 47 55 102 1,39 Animais Peç./Aranhas 65 53 118 1,60
Animais Peç./Escorpiões 955 25 980 13,31 Outros Animais Peç./Venenosos 379 57 436 5,92
Animais não Peçonhentos 1096 22 1118 15,19
Desconhecido 129 15 144 1,96 Outro 63 95 158 2,15 Total 5012 2349 7361 100
% 68,09 31,91 100 Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX
A região sudeste responde por 41,6% dos casos. Belo Horizonte notificou
apenas 5012 casos, ou seja, 5,8% do total, conforme demonstrado na tabela 5.
Conforme dados do SINITOX, quando analisado os casos de intoxicação por
medicamentos segundo circunstâncias em 2007 no Brasil, a tentativa de suicídio foi
responsável por 41,8% dos casos notificados somente na região sudeste. Na região Norte a
principal circunstância envolvido à intoxicação por medicamentos foi o acidente individual.
Em relação aos acidentes por agrotóxicos a região sudeste foi responsável pela maioria
dos casos notificados com 45,47% de todos os casos no Brasil, conforme demonstrado na
tabela abaixo.
Tabela 06: Casos de Intoxicação por Agrotóxicos em Geral por Unidade Federada em 2007. Agente Total
N° % NORTE 320 2,08 NORDESTE 2529 16,45 SUDESTE 6992 45,47 SUL 4245 27,61 CENTRO – OESTE 1291 8,40
Total 15377 100 % 100
Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX
2.2 - Reconhecimento da Toxindrome e identificação do agente causal
De acordo com (KNOBEL, 2006), toxindrome ou síndrome tóxica pode ser definida
como um conjunto de sinais e sintomas produzido por doses tóxicas de substâncias químicas.
É necessário o reconhecimento precoce da síndrome para que o tratamento seja
instituído o mais rápido possível lançando mão da anamnese, exame físico e exames
complementares.
A seguir serão descritas as principais síndromes:
Síndrome anticolinérgica:
Sintomatologia: rubor de face, mucosas secas, hipertermia, taquicardia, midríase, retenção
urinária, agitação psicomotora, alucinações e delírios.
Principais agentes: atropina, derivados e análogos, anti histamínicos, antiparkinsonianos,
antidepressivos tricíclicos, antiespamodicos, midriaticos, plantas da família Solanaceae,
particularmente do gênero Datura.
Síndrome anticolinesterástica:
Sintomatologia: sudorese, lacrimejamento, salivação, aumento das secreções brônquicas,
diarréia, miose, bradicardia, fibrilações e fasciculações musculares;
Principais agentes: inseticidas organofosforados (incluindo gases militares, como sarin),
inseticidas carbamatos, fisostigmina, algumas espécies de cogumelos;
Síndrome narcótica:
Sintomatologia: depressões respiratórias e neurológicas, miose, bradicardia, hipotermia,
hipotensão, hiporreflexia;
Principais agentes: opiáceos, incluindo também elixir paregórico, difenoxilato, loperamida;
Síndrome depressiva:
Sintomatologia: depressão neurológica (sonolência, torpor, coma), depressão respiratória,
cianose, hiporreflexia, hipotensão;
Principais agentes: barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol;
Síndrome simpatomimética:
Sintomatologia: midríase, hiperreflexia, distúrbios psíquicos, hipertensão, taquicardia,
piloereção, hipertermia, sudorese;
Principais agentes: cocaína, anfetaminicos (derivados e análogos), descongestionantes nasais,
cafeína, teofilina;
Sindrome extrapiramidal:
Sintomatologia: distúrbios do equilíbrio, distúrbios da movimentação, hipertonia, distonia
orofacial, mioclonias, trismo, opistótono, parkinsonismo;
Principais agentes: fenotiazínicos, butirofenonas, fenciclidina, lítio;
Sindrome metemoglobinêmica:
Sintomatologia: cianose de pele e mucosas, de tonalidade e localização peculiar, palidez de
pele e mucosas, confusão mental, depressão neurológica;
Principais agentes: acetanilida, azul de metileno, dapsona, doxorrubicina, fenazopiridina,
furazolidona, nitratos, nitritos, nitrofurantoína, piridina, sulfametoxazol.
Abaixo, tabela com a sintomatologia das principais síndromes e seus principais agentes.
Síndromes Tóxicas
Síndrome Sintomatologia Principais Agentes
Acidose metabólica Acidose metabólica, distúrbios neurológicos e/ou
gastrintestinais
Metanol
Salicilatos
Anticolinérgica Midriase, taquicardia, rubor, mucosas e pele
secas, agitação psicomotora
Atropina e derivados
Beladonas, anti-histaminicos
Antidepressivos tricíclicos
Colinérgica Miose + bradicardia + excesso de secreções +
vômitos + diarréia + tremores musculares
Organofosforados
Carbamatos, acetilcolina
Nicotina, fisostigmina
Cogumelos
Convulsiva Convulsões tônico clônicas
Estricninia
Organoclorados
Isoniazida
Depressão do SNC Sonolência + torpor + coma + miose Alcool etílico
Barbituricos
Diazepinicos
Extrapiramidal tóxica Crise oculógira, distorção facial, espasmos
musculares parkinsonismo
Fenotiazinicos
Haloperidol
Metoclopramida
Hepatorrenal tóxica Disfunção hepática, renal, sintomas
gastrintestinais ou neurológicos
Paracetamol
Cogumelos, fósforo inorgânico
Tatracloreto de carbono
Metemoglobinemia tóxica Cianose cinza arroxeada Nitritos inorgânicos e orgânicos
Nitratos orgânicos (sulfas, anilina, pyridium,
primaquina)
Naftalina, nitrobenzol
Narcótica Miose + depressão respiratória e neurológica Ópio, elixir paregórico, morfina meperidina,
heroína, fentanil, difenoxilato, loperamida
Neuroléptica maligna Hipertermia, alteração da consciência, rigidez
muscular, distúrbios autonômicos
Clorpromazina
Haloperidol
Psicose tóxica Distúrbios psíquicos + cardiovasculares +
neurológicos
Cocaína, LSD, maconha, PCP, alucinógenos em
geral
Fonte: BEVILACQUA, 2004
Segundo (KNOBEL, 2006), a confirmação da intoxicação através de métodos
laboratoriais é de valor relativamente pequeno no atendimento de emergência, levando em
conta a própria escassez de métodos adequados de detecção e demora na obtenção dos
resultados.
2.3 – Agentes comumente responsáveis por intoxicações graves
2.3.1- Antidepressivos tricíclicos
(KNOBEL, 2006) Antidepressivos tricíclicos são medicamentos que possuem um núcleo
de três anéis, de estrutura química semelhante à dos fenotiazínicos. São exemplos:
amitriptilina, clomipramina, imipramina, maprotilina, mianserina, nortriptilina e trazodona.
2.3.2 – Barbitúricos
(KNOBEL, 2006) São geralmente classificados, de acordo com a duração de sua ação,
em barbitúricos de ações prolongada, intermediária, rápida e ultra-rápida. O tempo de ação
quase sempre coincide com a rapidez de seu inicio. Fenobarbital (ação prolongada) ainda é o
mais usado em tentativas de suicídio e o principal responsável por acidentes tóxicos pelo
grupo. Barbitúricos de ações rápida e ultra-rápida (secobarbital, pentobarbital, tiopental)
causam intoxicações geralmente como conseqüência de acidentes terapêuticos.
2.3.3 – Cianetos
(KNOBEL, 2006), Cianeto é encontrado nos gases liberados pela combustão de
diversos materiais, principalmente plásticos, tecidos de seda e madeiras. Alguns
medicamentos como, por exemplo, o nitroprussiato, pode produzir cianeto por conversão
metabólica, sendo assim quando seu uso for prolongado ou a infusão intravenosa for muito
rápida, poderá ocorrer intoxicação.
2.3.4 – Inseticidas Organofosforados e outros Agrotóxicos
(KNOBEL, 2006), Os inseticidas e organofosforados são muito utilizados em
agricultura e constituem um grande grupo de compostos químicos. Tais compostos químicos
são derivados do ácido fosforoso, mas são disponibilizados sob fórmulas químicas muito
diversificadas e sob diferentes apresentações. Os inseticidas organofosforados podem ser
absorvidos por via digestiva, respiratória ou dérmica. Os efeitos lesivos dos organofosforados
resultam da ação de inibição da colinesterase, devido suas propriedades colinérgicas indiretas.
Conforme LIMA, et al 2008, com o grande aumento da população mundial, verifica-se
impacto ambiental tanto na fauna quanto na flora. Isto contribui para o aparecimento de novas
pragas, exigindo a utilização de novos métodos de controle, entre eles os produtos químicos.
Tal situação parece tornar-se um ciclo vicioso, no qual a expansão populacional ocasiona
maior demanda na produção agrícola e maior uso de agrotóxicos para controle da lavoura.
De acordo com Saadeh(1996) as intoxicações por pesticidas representa um problema
de saúde pública pela elevada incidência. É estimado uma ocorrência anual de cerca de 3
milhões de intoxicações humanas por pesticidas em todo o mundo onde mais de 220.000
resultam em morte.
Para Primavesi, 1995, há no mundo um aumento do uso de agrotóxicos bem como,
aumento dos gastos com o emprego do mesmo. A América Latina perde somente para África
frente o uso de agrotóxicos, e ainda se tem uma perspectiva do aumento do consumo nos
próximos anos.
Para Baird, 2002 Os organofosforados apresentam um efeito tóxico mais agudo para
os seres humanos e outros mamíferos quando comparado aos organoclorados.
2.3.5 - Monóxido de Carbono
(KNOBEL, 2006), O Monóxido de Carbono, é um gás incolor, insípido, muito
difusível e um pouco mais leve que o ar. Quando em ambientes mal ventilados ou em
temperaturas elevadas, o gás carbônico formado é reduzido pelo carbono em monóxido de
carbono. Seus principais efeitos lesivos estão relacionados ao quadro de hipóxia celular que
ele determina. Como complicador cardiológico, a saturação da mioglobina pelo monóxido de
carbono é intensa e contribui para a depressão miocárdica.
1.3.6 – Opiáceos
(KNOBEL, 2006), Os opiaceos agem como agonistas, antagonistas ou agonistas
parciais em neurotransmissores como encefalinas e dinorfinas. Como principal componente
de interesse toxicológico, tem se o ópio que é extraído da Papaver somniferum, codeína,
morfina, apomorfina, heroína, meperidina, metadona, elixir paregórico, loperamida e
difeboxilato (antidiarreicos), propoxifeno e pentazocina.
1.3.7 – Parquat
(KNOBEL, 2006), É um produto usado predominantemente como herbicida, é um
composto bipiridílico quaternário de amônia. As apresentações comerciais contém
geralmente 20% do ingrediente ativo.
2.4 – Fatores de Risco para intoxicações
2.5- Manejo das Intoxicações
Segundo (KNOBEL, 2006), o atendimento ao paciente intoxicado deve seguir cinco
etapas básicas: Estabilização, Reconhecimento da toxindrome e identificação do agente
causal, descontaminação, eliminação e antídotos, que serão descritas a seguir:
A estabilização consiste em condutas semelhantes as utilizadas em qualquer outra
emergência. Tal conduta relaciona-se a: Controle das vias aéreas, controle da
ventilação/perfusão, controle da circulação, controle das condições neurológicas e controle da
depressão do sistema nervoso central e convulsões.
O reconhecimento da toxindrome deve levar em conta o conjunto de achados clínicos
sugestivo de cada síndrome conforme descrito anteriormente.
A descontaminação é o conjunto de medidas com objetivo de diminuir a exposição do
organismo ao tóxico. Depende do tipo de exposição, ou seja, da via pela qual o tóxico poderá
ser absorvido. As principais vias são trato gastrointestinal (ingestão), que é a forma mais
comum em pediatria; sistema respiratório (inalação ou aspiração); e transcutânea. As demais
vias, como a retal ou ocular, praticamente não tem significado.
A eliminação consiste em diversos tipos de medidas que tem por objetivo promover a
excreção mais rápida e/ou mais intensa, do tóxico já absorvido pelo organismo. As medidas
utilizadas são: diurese forçada, diurese alcalina, medidas deslizadoras como: diálise
peritoneal, hemodiálise, hemoperfusão, exsanguineo-transfusão e plasmaferese
Um importante tratamento das intoxicações é o uso de antídotos onde se pode
neutralizar o efeito dos agentes tóxicos.
Síndromes Tóxicas
Síndrome Principais Agentes Tratamento
Acidose metabólica Metanol
Salicilatos
Etanol
-
Anticolinérgica Atropina e derivados
Beladonas, anti-histaminicos
Antidepressivos tricíclicos
Fisostigmina
Fisostigmina
Fisostigmina
Colinérgica Organofosforados
Carbamatos, acetilcolina
Nicotina, fisostigmina
Cogumelos
Atropina + pralidoxina
Atropina
Atropina
Atropina
Convulsiva Estricninia
Organoclorados
Isoniazida
-
-
-
Depressão do SNC Alcool etílico
Barbituricos
Diazepinicos
-
-
Flumazenil
Extrapiramidal tóxica Fenotiazinicos
Haloperidol
Metoclopramida
Difenidramina ou Biperideno
Hepatorrenal tóxica Paracetamol
Cogumelos, fósforo inorgânico
Tatracloreto de carbono
N-acetilcisteina
-
-
Metemoglobinemia tóxica Nitritos inorgânicos e orgânicos
Nitratos orgânicos (sulfas, anilina, pyridium,
primaquina)
Naftalina, nitrobenzol
Azul de metileno
Azul de metileno
Azul de metileno
Narcótica Ópio, elixir paregórico, morfina meperidina,
heroína, fentanil, difenoxilato, loperamida
Naloxona ou Nalorfina
Neuroléptica maligna Clorpromazina
Haloperidol
-
-
Psicose tóxica Cocaina, LSD, maconha, PCP, alucinógenos em
geral
Diazepam
Haloperidol
Fonte: BEVILACQUA, 2004.
CAPITULO 03
SUICIDIO E OS TRANSTORNOS DO HUMOR
Neste capítulo, é discutida a conceituação de suicídio, bem como, os tipos de
transtornos do humor que acometem a população. O suicídio será discutido, pois, é
considerada a principal causa de intoxicação exógena em diversos estudos realizados.
SUICIDIO
Conceito
Para Sadock 2008, Suicídio deriva da palavra latina para “auto-assassínio”. Quando
bem sucedido, representado pelo próprio desejo de morrer, resulta em um ato fatal. A idéia de
suicídio pode acontecer de várias formas, desde uma simples idéia que não terá
prosseguimento, até o ato de tirar a própria vida em um impulso sem premeditação. A taxa de
suicídio no E.U.A foi cerca de 12,5 por 100 mil pessoas no século XX. Internacionalmente, as
taxas de suicídio variam de extremos de mais de 25 por 100 mil pessoas em países como a
Escandinávia, na Suíça, na Alemanha, na Áustria, nos países da Europa Oriental, e no Japão, a
menos de 10 por 100 mil na Espanha, na Itália, na Irlanda, no Egito e nos países baixos. Os
fatores de risco relacionados ao suicídio são:
- Sexo: homens 04 vezes mais do que as mulheres
- Idade: Entre os homens, o pico é após os 45 anos, entre as mulheres após os 55 anos, porém,
o suicídio esta crescendo rapidamente entre jovens, entre jovens, em particular entre homens
de 15 a 24 anos.
- Raça: Dois a cada três suicídios são de homens brancos.
- Religião: Historicamente, as taxas de suicídios têm sido mais baixas entre populações
católicas do que as taxas entre protestantes e judeus.
- Ocupação: É mais alto entre os desempregados do que entre pessoas empregadas. A taxa
aumenta durante recessões e depressões econômicas.
TRANSTORNOS DO HUMOR
Os termos depressão, angústia, luto, desesperança, tristeza, por exemplo, são citados
pelos pacientes, tanto para exprimir alterações normais do humor, quanto para especificar
transtornos definidos. Muito característico do ser humano é vivenciar sentimentos de tristeza,
de pesar, de infelicidade, marcados por fatos pessoais ou sociais de perdas, separações e
derrotas. São experiências normais, reacionais e passageiras, que impulsionam as pessoas e as
ensinam novos caminhos. Contudo, se há persistência do estado emocional e impossibilidade
de controle das emoções e sentimentos, sofrimento desproporcional ao fator causal ou de
motivo inexistente, se há comprometimento da vida psicossocial, interferindo nas relações
pessoais que antes eram estáveis, desestabilizando o cotidiano do paciente, é certo que o
médico estará diante de um transtorno do humor.
Segundo a (OMS, 1993) de interesse diagnóstico, a classificação de transtornos
mentais e de comportamento da CID-10, subdivide os transtornos de humor, de forma geral,
em episódio maníaco, transtorno afetivo bipolar, episódio depressivo, transtorno depressivo
recorrente e transtornos persistentes do humor.
De acordo com Associação Americana de Psiquiatria, 2002, o manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais do DSM-IV separa os transtornos do humor em transtornos
depressivos, transtornos bipolares, transtorno do humor devido a uma condição médica geral e
transtorno do humor induzido por substância. De fato, por razões didáticas e pela frequência
em que os transtornos de humor são observados, será dada ênfase a epidemiologia, ao quadro
clínico e diagnóstico, diagnóstico diferencial e ao manejo farmacoterápico do transtorno
depressivo maior e do transtorno afetivo bipolar.
DEPRESSÃO MAIOR
Epidemiologia
A prevalência de transtorno depressivo maior, durante a vida, pode atingir 25% das
mulheres, sendo duas vezes mais comum do que nos homens. Tem incidência de 10% entre os
pacientes da atenção primária. A idade média da depressão maior é de 40 anos, contudo,
trabalhos sugerem o aumento da incidência nas faixas etárias extremas. Acomete com maior
freqüência os indivíduos separados, divorciados e sem relacionamento interpessoal estável, e
da mesma forma, é mais comum nas áreas rurais do que nas urbanas (Kaplan, 2007).
Sob o aspecto religioso, verificou-se que homens internados em hospital geral,
apoiados por alguma religião, apresentavam menor freqüência de depressão comparados aos
pacientes sem foco religioso (Koenig HG et al, 1992).
Levantamento realizado em três capitais brasileiras mostraram prevalência global de
1,5% em Brasília, de 1,3% em São Paulo e 6,7% em Porto Alegre. As diferenças
socioculturais e de desenvolvimento em cada região explicavam a divergência na prevalência
encontrada (Almeida Filho N et al, 1997). Outro estudo populacional brasileiro, realizado na
cidade de São Paulo, avaliando prevalência e fatores de risco de transtornos mentais,
encontrou prevalência ao longo da vida de 16,8% para o transtorno depressivo (Andrade L et
al, 2002).
Problema que interfere nos dados epidemiológicos é o fato da depressão não ser
diagnosticada pelo médico não-psiquiatra no atendimento ambulatorial. Dados revelam que
30 a 50% dos casos de depressão não são diagnosticados nos serviços de cuidados primários e
outros serviços médicos gerais (Ronalds et al, 1997).
Quadro Clínico e Diagnóstico
O sistema classificatório adotado pela CID-10 está apresentado na tabela 1 (Fleck,
ET AL, 2009). Separado em sintomas fundamentais e sintomas acessórios, operacionaliza e
facilita o diagnóstico. Perguntas que podem facilitar o diagnóstico dos casos de depressão
estão listados na tabela 2 (Goldberg, et al, 1988).
O diagnóstico de episódio depressivo requer um período de duração dos sintomas de
pelo menos duas semanas, independente se de intensidade leve, moderada ou grave. O
episódio depressivo grave pode se manifestar com sintomas psicóticos, cuja apresentação
clínica envolve idéias de pecado, culpa, de pobreza e ruína. Alucinações auditivas de cunho
difamatório e alucinações olfativas de odor fétido podem fazer parte do quadro clínico (OMS,
1993).
Na distimia, observa-se um quadro evolutivo crônico e duradouro de alguns
sintomas depressivos, que não preenchem critério diagnóstico para episódio depressivo maior
e devem estar presentes por pelo menos dois anos. Na depressão atípica, os achados são de
aumento de apetite, hipersonia, reatividade do humor aumentada, aspecto histriônico,
aumento da sensibilidade e sensação de peso corporal (Dalgalarrondo, 2008).
A presença de sintomas como heteroagressividade, automutilações, impulsividade,
ansiedade e agitação está associada com a tentativa de suicídio e ideação suicida. A entrevista
bem realizada torna-se o elemento fundamental na averiguação dos pacientes potencialmente
suicidas (Quevedo, 2008).
Diagnóstico Diferencial
A depressão unipolar deve ser distinguida do transtorno do humor devido a uma
condição médica geral, encontrada quando o declínio do estado de humor é secundário a uma
conseqüência fisiológica de uma doença específica, como esclerose múltipla, hipotireoidismo,
acidente vascular encefálico. Importante lembrar que deve existir uma relação etiológica entre
o transtorno do humor e a condição médica. Não se pode excluir a possibilidade de um
transtorno do humor primário concomitante com uma doença orgânica. A perturbação do
humor induzida por substância deve ser afastada, assim como determinar se o déficit
cognitivo do paciente idoso é decorrente de um processo de demência ou de um episódio
depressivo maior. Observar os sintomas maníacos é fundamental para distinguir a depressão
unipolar do episódio maníaco com humor irritável. Sintomas de distraibilidade, comum no
episódio depressivo, podem ocorrer no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
(Associação Americana de Psiquiatria, 2002).
Tratamento
O tratamento do paciente portador de transtorno depressivo deve ser globalizado,
contextualizando o paciente em seu ambiente sociocultural e religioso e na sua dimensão
biopsicológica. Busca-se no modelo multidisciplinar da estratégia saúde da família, ajustes
nos mecanismos já existentes, adaptando para cada realidade individual, o acolhimento na
unidade básica, a participação em grupos de atividades, oficinas, mudanças no estilo de vida e
assistência domiciliar.
As intervenções psicoterápicas podem ser a psicoterapia de apoio, psicodinâmica
breve, terapia interpessoal, terapia comportamental, terapia cognitiva comportamental de
grupo, de casais e de família (Mari et al, 2005).
Características farmacológicas dos medicamentos, presença de determinados
sintomas depressivos, fatores clínicos e sociodemográficos são alguns dos pontos
determinantes para a escolha do medicamento antidepressivo. Os pacientes e familiares
devem ser alertados quanto aos efeitos colaterais e quanto ao período de latência entre o início
do uso e a sensação de melhora, que abrange em média duas a três semanas (Louza Neto MR,
Elkis H, 2007).
Os antidepressivos são efetivos no tratamento agudo das depressões moderadas e
graves, contudo não mostram benefício se comparado ao placebo nos episódios depressivos
leves (Fleck, ET AL, 2009).
O esquema cronológico predominante na literatura para o tratamento antidepressivo
engloba a fase aguda, de continuação e de manutenção, com objetivos específicos e
peculiaridades.
1) Fase aguda. Corresponde aos dois a três primeiros meses e tem como objetivo a diminuição
dos sintomas depressivos (resposta) ou idealmente a remissão completa com o retorno do
nível de funcionamento pré-mórbido.
2) Fase de continuação. Inclui os quatro a seis meses que seguem ao tratamento agudo e tem
como objetivo manter a melhoria obtida, evitando as recaídas. Ao final da fase de
continuação, o paciente que permanece com a melhora inicial é considerado recuperado.
3) Fase de manutenção. O objetivo é evitar que novos episódios ocorram recorrência (Fleck,
ET AL, 2009).
TRANSTORNO AFETIVO
Epidemiologia
O transtorno afetivo bipolar tem uma prevalência semelhante às taxas encontradas na
esquizofrenia, com cerca de 1% durante a vida. Portanto é menos prevalente do que o
transtorno depressivo maior. Nos homens, é mais comum o episódio maníaco, nas mulheres, o
episódio depressivo, porém o transtorno bipolar tipo I é igualmente prevalente entre homens e
mulheres (Kaplan, 2007).
Para Associação Americana de Psiquiatria, 2002, 0 primeiro episódio maníaco ocorre em
média, logo após os 20 anos, tipicamente com início súbito e com freqüência, após sobrecarga
de estresse psicossocial.
Quadro Clínico e Diagnóstico
O episódio maníaco é caracterizado por um humor anormal e elevado de forma
persistente, com expansibilidade ou irritabilidade. É necessário que a perturbação do humor
tenha uma duração de pelo menos uma semana e seja acompanhado de outros três sintomas
seguir, ou de quatro se o humor for irritável: auto-estima elevada, grandiosidade, logorréico
ou loquaz, fuga de idéias, distraibilidade, diminuição da necessidade de sono, aceleração
psicomotora, desinibição social ou sexual, gasto excessivo do dinheiro, aumento do
envolvimento com atividades prazerosas (Associação Americana de Psiquiatria, 2002).
Ainda para Associação Americana de Psiquiatria, 2002, os subtipos do transtorno
bipolar incluem o Tipo I, com presença de mais de um episódio maníaco/ misto ou depressivo
maior, mas necessariamente com pelo menos um episódio maníaco ou misto; o Tipo II, com
mais de um episódio hipomaníaco ou depressivo maior, exigindo pelo menos um
hipomaníaco. O ciclotímico sofre de uma perturbação flutuante do humor, com numerosos
períodos de sintomas hipomaníacos e depressivos.
Diagnóstico Diferencial
Deve ser diferenciado de um transtorno do humor devido a uma condição médica
geral, se a exaltação do humor advém diretamente de um quadro orgânico, como pode ocorrer
na síndrome de cushing, tumores de tireóide ou esclerose múltipla. Também o episódio
maníaco pode ser decorrente do uso de substâncias psicoativas. Importante distinguir do
episódio hipomaníaco, que deve durar pelo menos quatro dias, contudo os sintomas não
perturbam a vida profissional e social do paciente, não necessita de hospitalização e não
existem sintomas psicóticos, como ocorre nos quadros maníacos. Quando confrontado com a
esquizofrenia e o transtorno delirante persistente, lembrar que nestes, os sintomas psicóticos
acontecem não influenciados pela perturbação do humor. Ainda diferenciar do transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade, por este não apresentar humor eufórico, não ser
caracterizado por sintomas psicóticos e remissões, e por ter início normalmente antes dos sete
anos, com curso crônico em vez de episódico (Associação Americana de Psiquiatria, 2002).
São descritos os casos de mania improdutiva ou estupor maníaco, nos quais o
paciente não fala, e de mania acinética, quando não se move. Estudos de acompanhamento
sugerem que estes quadros, e os estados mistos e intermediários de Kraepelin, de fato, são de
pacientes portadores de esquizofrenia (Campbell, 2009).
Tratamento
Os estabilizadores do humor são o tratamento de escolha para o transtorno bipolar,
destacando-se entre estes medicamentos, o carbonato de lítio. O uso de anticonvulsivantes e,
recentemente, de antipsicóticos atípicos têm ganhado espaço na terapêutica, que objetiva
restabelecer o comportamento, amenizar os sintomas agudos e principalmente prevenir
recaídas. O tratamento requer cuidado, visto que o uso de antidepressivos na fase depressiva
do transtorno pode desencadear ciclagem para estados de mania/hipomania ou mistos (Louza
Neto MR, Elkis H, 2007).
Utilizar questionários de auto-avaliação e escalas de avaliação de mudanças
circadianas de humor e lançar mão de afetivo gramas são métodos auxiliares e úteis na prática
clínica. É fundamental averiguar a segurança do paciente e das pessoas próximas e familiares
para determinar o tipo de tratamento. Deve ser questionado sobre ideação, intenção,
planejamento ou tentativas de suicídio, para todos os pacientes, sem exceção. O risco de
suicídio é de 10% a 15% no bipolar tipo I (Moreno et al , 2005).
A psicoeducacão do paciente e do familiar ou cuidador fornece ao paciente e
familiar maior entendimento do processo terapêutico, quando aborda informações sobre os
sinais e sintomas da doença, o curso, o tratamento e o prognóstico. Este trabalho pode ser
realizado pelo médico ou por meio de encontros psicoeducionais, na comunidade. O
fornecimento de folhetos educativos, livros e sites na Internet são mais uma ferramenta que
pode auxiliar no entendimento sobre o transtorno. Estimular, a todo o momento, a adesão ao
tratamento, é primordial para o sucesso terapêutico (Moreno et al , 2005).
Orientar o paciente sobre a identificação dos estressores psicossociais e outros
fatores que levem à piora ou ao desencadeamento de crises, além de ficar atento no padrão
regular de atividades e de sono. Identificar precocemente os sinais e sintomas de recaída é
fundamental na prevenção (Moreno et al , 2005).
O tratamento proposto segue os passos do algoritmo da figura 2, iniciando para os
sintomas típicos de mania, monoterapia com um dos estabilizadores do humor. Normalmente,
associa-se a um benzodiazepínico ou antipsicótico. A dose pode ser aumentada caso não haja
resposta, até o limite do estabilizador de humor, ou mesmo incluído um segundo estabilizador
se a resposta for parcial (Cordioli AV e cols, 2008).
Os cuidados na administração do lítio incluem: solicitação de hemograma, sódio e
potássio, função renal e tireoidiana antes do uso, dosagem feita após 12 horas após a última
ingestão; nível sérico terapêutico situado entre 0,6 a 1,2 mEq/l, avaliado de 5 a 7 dias no
início do tratamento, depois 7 a 14 dias, e por fim de 2 a 3 meses nos primeiros 6 meses e
depois, a cada 4 a 6 meses, dosagem da função tireoidiana e renal a cada 6 a 12 meses (Mari
et al, 2005).
O lítio seria a droga de primeira escolha para o tratamento da depressão bipolar, por
não induzir virada maníaca e por seu efeito protetor contra recaídas (Cordioli AV e cols,
2008).
CAPITULO 04
METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo, é discutida a metodologia empregada na pesuisa.
METODOLOGIA
Este é um estudo do tipo exploratória dos atendimentos realizados em um Pronto
Atendimento Médico no município de Caratinga, no período de 07 de Abril de 2009 a 07 de
Abril de 2010. A pesquisa consiste no levantamento de dados e análise dos mesmos no que
tange a fonte de intoxicação, a faixa etária, o perfil geográfico (se reside no meio urbano ou
rural), bem como a relação entre os casos de intoxicações associados ao local de residência e
período de exposição. Verificando ainda, através das anotações nas fichas dos pacientes, se há
algum padrão de atendimento frente ao quadro de intoxicação exógena no município de
Caratinga.
O desenho é do tipo não-experimental, pois não há controle das variáveis estudadas.
No entanto, possui características que nos remetem a um estudo longitudinal, já que a análise
das variáveis contidas nas fichas de investigação de intoxicação exógena foram feitas no
decorrer dos meses em que cursou esta pesquisa.
População de estudo
População/pacientes atendidos em um pronto atendimento médico de Caratinga com
história e diagnóstico de intoxicação exógena.
Fontes de dados
As fontes de dados utilizadas nesta pesquisa são constituídas por análise de
notificações de intoxicação exógenas em um Pronto Atendimento Médico do município de
Caratinga, no período de 07 de Abril de 2009 a 07 de Abril de 2010 e o número de amostras
foi composto por 100 fichas de notificação.
Variáveis de Estudo e Categorização Variáveis Obtidas no Sistema de Informação de agravos de notificação - Ficha de investigação de Intoxicação exógena Variáveis Relacionadas aos Dados Gerais - Mês da exposição (data da notificação)
- Ano
Variáveis Relacionadas ao Intoxicado
• Sexo
- Masculino;
- Feminino;
- Ignorado.
• Idade - na ocasião da intoxicação, categorizada nas seguintes faixas etárias (em anos):
- 0 I- 1;
- 1 I- 5;
- 5 I- 10;
- 10 I- 15;
- 15 I- 20;
- 20 I- 30;
- 30 I- 40;
- 40 I- 50;
- 50 I- 60;
- 60 I- 70;
- 70 ou mais.
. Local de residência:
-rural
-urbana
.Ocupação:
Variáveis Relacionadas aos Dados de Residência - Município
- Bairro
Variáveis Relacionadas aos Dados Complementares do Caso - Ocupação
- Local de ocorrência da exposição
Variáveis Relacionadas ao Medicamento
• Quantidade de medicamentos envolvidos na intoxicação:
- 1;
- 2 ou 3;
- 4 ou mais.
• Classe farmacológica – Para categorização, os medicamentos foram agrupados de acordo
com a classificação Anatomical Therapeutic Classification (ATC/DDD) (WHO, 2005),
proposta pela Organização Mundial da Saúde. As categorias foram as seguintes:
- Agentes do trato alimentar e metabolismo: fármacos para distúrbios estomacais, de acidez,
distúrbios funcionais gastrintestinais, antieméticos, terapia hepática e biliar, laxativos,
antidiarreicos e antiinfecciosos intestinais, antiobesidade, enzimas digestivas, antidiabéticos,
vitaminas, suplementos minerais, tônicos, agentes anabólicos e estimulantes de apetite;
- Agentes relacionados ao sangue e hematopoese: anti-trombóticos, anti-hemorrágicos,
antianêmicos, substitutos e sangue e soluções de perfusão;
- Agentes cardiovasculares: anti-hipertensivos, diuréticos, vasodilatadores periféricos,
vasoprotetores, beta-bloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, agentes do sistema
reninaangiotensina e redutores dos lipídios séricos;
- Agentes dermatológicos: preparações dermatológicas antifúngicas, antibióticas e de
corticosteróides, emolientes e protetores, antipruginosos, antipsóricos, anti-sépticos e
desinfetantes, antiacne;
- Agentes do trato geniturinário e hormônios sexuais: antiinfecciosos ginecológicos,
hormônios sexuais, moduladores do sistema genital e agentes urológicos;
- Hormônios sistêmicos, exceto sexuais: hormônios pituitários e hipotalâmicos,
corticosteróides de uso sistêmico, terapia tireotrófica, hormônios pancreáticos e homeostase
do cálcio;
- Agentes antiinfecciosos gerais de uso sistêmico: antibacterianos, antivirais, antimicóticos de
uso sistêmico, antimicobacterianos, imunoglobulinas e vacinas;
- Agentes antineoplásicos e imunomoduladores: antineoplásicos, terapia endócrina,
imunoestimulantes e imunossupressores;
- Agentes do sistema músculo-esquelético: antiinflamatórios e antireumáticos, relaxantes
musculares, antigotosos, tratamento de doenças ósseas e produtos tópicos para dor muscular;
- Agentes do sistema nervoso central: anestésicos, analgésicos, antiepilépticos,
antiparkinsonianos, antipsicóticos, ansiolíticos, hipnóticos, sedativos, antidepressivos,
psicoestimulantes, fármacos antidemência;
- Agentes antiparasitários;
- Agentes do sistema respiratório: preparações nasais, laringológicas, desobstrução das vias
aéreas, antitussígenas, anti-histamínicos e fármacos para o resfriado comum;
- Agentes dos órgãos sensoriais: oftalmológicos, otológicos e combinações;
- Outros.
• Forma farmacêutica dos medicamentos envolvidos na intoxicação:
- Sólida (comprimidos, cápsulas, pós, drágeas, pastilhas, granulados);
- Líquida (xaropes, soluções, suspensões, emulsões, loções);
- Sólida e líquida;
- Semi-sólidas (pomadas, pastas, géis, cremes);
- Sem informação.
• Tipo de medicamento envolvido na intoxicação em relação ao controle na dispensação –
para a categorização nos casos em que havia mais de um medicamento, foi considerado o que
requer maior controle:
- Com retenção de receita médica;
- Sem retenção de receita médica;
- Sem Informação.
Variáveis Relacionadas a Dados da Exposição
- Circunstancias da exposição
01 – Uso Habitual
02 – Acidental
03 – Ambiental
04 – Uso Terapêutico
05 – Prescrição médica inadequada
06 – Erro de administração
07 – Automedicação
08 – Abuso
09 – Ingestão de alimento ou bebida
10 – Tentativa de suicídio
11 – Tentativa de aborto
12 – Violência/homicídio
13 – Outra
99 - Ignorado
Variáveis Relacionadas a Dados do Atendimento
- Tempo decorrido entre a exposição e o atendimento
01 – Hora
02 – Dia
03 – Mês
04 – Ano
05 - Ignorado
- Houve Hospitalização
01 – Sim
02 – Não
03 – Ignorado
Variáveis Relacionadas a Conclusão do Caso
- Evolução do Caso
01 – Cura sem seqüela
02 – Cura com seqüela
03 – Reação adversa
04 – Outro Diagnóstico
05 – Síndrome de abstinência
09 - Ignorado
CAPITULO 05
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO TRABALHO
Neste capítulo, é relatado e exposto os resultados obtidos na pesquisa. Também, é feita
a discussão a cerca dos resultados encontrados.
Resultados e Discussão
Gráfico 1. Gráfico gerado a partir dos dados levantados nas fichas de notificações de intoxicações exógenas dos pacientes atendidos no PAM segundo o mês e ano de atendimento.
Conforme observado no gráfico acima, observa-se que os maiores números de
intoxicações relacionadas por mês e ano de atendimento, têm-se significativo número entre os
meses de julho de 2009 que foi de 13%, novembro de 2010 que foi de 11%, dezembro de
2009 que foi de 14%, janeiro de 2010 que foi de 17% e fevereiro de 2010 que foi de 13%. Um
ponto e análise relevante destes dados, é que dentre os meses de maior quantitativo de
intoxicações, associa a período de férias escolares, bem como período de panha de café em
Caratinga e região.
Tabela 01: Relação de intoxicações mensais distribuídas por sexo no período abril a dezembro de 2009.
Mês/Ano Abr 2009
Mai 2009
Jun 2009
Jul 2009
Ago 2009
Set 2009
Out 2009
Nov 2009
Dez 2009
Masculino 01 01 01 05 - - 01 02 01 Feminino 02 05 04 08 - - 05 09 13 TOTAL 03 06 05 13 - - 06 11 14
Fonte: PAM - SINAN – Ficha de investigação de intoxicação exógena
A tabela acima (Tabela 1) mostra que dentre os sexos e o período do ano relacionado
a intoxicação, no período de 2009 o sexo feminino teve maior porcentagem de casos de
notificação, concentrados em grande parte nos meses de julho, novembro e dezembro de
2009.
Tabela 02: Relação de intoxicações mensais distribuídas por sexo no período de janeiro a abril de 2010.
Mês/Ano Jan 2010
Fev 2010
Mar 2010
Abr 2010
Masculino 05 01 02 01 Feminino 12 12 06 03 TOTAL 17 13 08 04
Fonte: PAM - SINAN – Ficha de investigação de intoxicação exógena
Na tabela acima (Tabela 2) mostra também, que dentre os sexos e o período do ano
relacionado a intoxicação, no período de 2010 o sexo feminino teve maior porcentagem de
casos de notificação novamente, concentrados em grande parte nos meses de janeiro e
fevereiro de 2010.
Gráfico 2. Gráfico gerado a partir dos dados levantados nas fichas de notificações de intoxicações exógenas dos pacientes atendidos no PAM segundo quantitativo de notificações por sexo.
Observa-se no gráfico acima, que dentre os sexos, o sexo feminino relaciona-se a 78%
dos casos de notificação de intoxicações exógenas no período analisado, enquanto no sexo
masculino teve 22% dos casos de intoxicação. A média de idade do trabalho que foi de
26,20±12,09 anos.