dissertacao juliana santos silva

162
JULIANA SANTOS SILVA O GÊNERO Croton L. (EUPHORBIACEAE) EM PERNAMBUCO, COM ÊNFASE NAS ESPÉCIES DA MICRORREGIÃO DO VALE DO IPANEMA RECIFE – PE 2009

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Page 1: Dissertacao Juliana Santos Silva

JULIANA SANTOS SILVA

O GÊNERO Croton L. (EUPHORBIACEAE) EM

PERNAMBUCO, COM ÊNFASE NAS ESPÉCIES DA

MICRORREGIÃO DO VALE DO IPANEMA

RECIFE – PE

2009

Page 2: Dissertacao Juliana Santos Silva

JULIANA SANTOS SILVA

O GÊNERO Croton L. (EUPHORBIACEAE) EM

PERNAMBUCO, COM ÊNFASE NAS ESPÉCIES DA

MICRORREGIÃO DO VALE DO IPANEMA

ORIENTADORA: PROFPROFPROFPROFaaaa DRDRDRDRaaaa MARGARETH FERREIRA DE SALESMARGARETH FERREIRA DE SALESMARGARETH FERREIRA DE SALESMARGARETH FERREIRA DE SALES

RECIFE RECIFE RECIFE RECIFE –––– PEPEPEPE

2009200920092009

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Botânica da Universidade

Federal Rural de Pernambuco – PPGB/UFRPE,

como requisito para obtenção do título de Mestre

em Botânica.

Page 3: Dissertacao Juliana Santos Silva

FICHA CATALOGRÁFICA

CDD 582

1. Crotonoideae 2. Nectários foliares 3. Caatinga 4. Sistemática I. Sales, Margareth Ferreira de II. Título

S586g Silva, Juliana Santos O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco, com ênfase nas espécies da microrregião do Vale do Ipanema / Juliana Santos Silva. -- 2009. 163 f. : il. Orientadora: Margareth Ferreira de Sales Dissertação (Mestrado em Botânica) -- Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Biologia Inclui anexo e bibliografia.

Page 4: Dissertacao Juliana Santos Silva

ii

O GÊNERO Croton L. (EUPHORBIACEAE) EM PERNAMBUCO, COM

ÊNFASE NAS ESPÉCIES DA MICRORREGIÃO DO VALE DO IPANEMA

JULIANA SANTOS SILVAJULIANA SANTOS SILVAJULIANA SANTOS SILVAJULIANA SANTOS SILVA

ORIENTADORA: ________________________________________

PROFPROFPROFPROFaaaa DRDRDRDRaaaa MARGARETH FERREIRA DE SALESMARGARETH FERREIRA DE SALESMARGARETH FERREIRA DE SALESMARGARETH FERREIRA DE SALES

(Universidade Federal Rural De Pernambuco – UFRPE, PE)

Dissertação defendida e aprovada pela banca examinadora:Dissertação defendida e aprovada pela banca examinadora:Dissertação defendida e aprovada pela banca examinadora:Dissertação defendida e aprovada pela banca examinadora:

PROF. DR. ANDRÉ LAURÊNIO DE MELO PROF. DR. ANDRÉ LAURÊNIO DE MELO PROF. DR. ANDRÉ LAURÊNIO DE MELO PROF. DR. ANDRÉ LAURÊNIO DE MELO (Unidade Acadêmica de Serra Talhada – UAST/UFRPE, PE)

PROF. Dr. ULISSES PAULINO DE ALBUQUERQUEPROF. Dr. ULISSES PAULINO DE ALBUQUERQUEPROF. Dr. ULISSES PAULINO DE ALBUQUERQUEPROF. Dr. ULISSES PAULINO DE ALBUQUERQUE

(Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, PE)

PROFPROFPROFPROFaaaa DRDRDRDRaaaa REJANE MAGALHÃES DE MENDONÇA PIMENTEL REJANE MAGALHÃES DE MENDONÇA PIMENTEL REJANE MAGALHÃES DE MENDONÇA PIMENTEL REJANE MAGALHÃES DE MENDONÇA PIMENTEL (Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, PE)

PROFPROFPROFPROFa.a.a.a. DRDRDRDRaaaa. CARMEN SÍLVIA ZICKEL . CARMEN SÍLVIA ZICKEL . CARMEN SÍLVIA ZICKEL . CARMEN SÍLVIA ZICKEL (Universidade Federal Rural de Peranambuco - UFRPE, PE)

RECIFE - PE

2002002002009999

Page 5: Dissertacao Juliana Santos Silva

iii

DedicoDedicoDedicoDedico

A toda minha família, composta por meus

verdadeiros mestres, modelos reais de

perseverança e dedicação.

Page 6: Dissertacao Juliana Santos Silva

iv

Humano Amor de DeusHumano Amor de DeusHumano Amor de DeusHumano Amor de Deus

Tens o dom de ver estradas

Onde eu vejo o fim

Me convences quando falas

Não é bem assim

Se me esqueço, me recordas

Se não sei, me ensinas

E se perco a direção

Vens me encontrar

Tens o dom de ouvir segredos

Mesmo se me calo

E se falo, me escutas

Queres compreender

Se pela força da distância

Tu te ausentas

Pelo poder que há na saudade

Voltarás

Quando a solidão doeu em mim

Quando meu passado não passou por mim

Quando eu não soube compreender a vida

Tu vieste compreender por mim

Quando os meus olhos não podiam ver

Tua mão segura me ajudou a andar

Quando eu não tinha mais amor no peito

Teu amor me ajudou a amar

Quando o meu sonho vi desmoronar

Me trouxeste outros pra recomeçar

Quando me esqueci que era alguém na vida

Teu amor veio me relembrar

Que Deus me ama, que não estou só

Que Deus cuida de mim

Quando fala pela tua voz

Que me diz: Coragem

Que Deus me ama, que não estou só

Que Deus cuida de mim

Quando fala pela tua voz

Que me diz: Coragem!

Pe Fábio de Melo

Page 7: Dissertacao Juliana Santos Silva

v

AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

Terminar a minha dissertação foi uma tarefa indescritível. Nesta altura do

campeonato é impossível lembrar de todos que contribuíram com este trabalho.

Entretanto, existem pessoas que passam pelas nossas vidas e nos marcam de uma

forma tão intensa que é impossível esquecê-las. Estas que me ensinaram, mostraram os

caminhos, me fizeram refletir, me repreenderam... É muito difícil agradecer por tudo isso,

faltam palavras, mas deixo aqui expresso meus sinceros agradecimentos às pessoas e

as instituições que direta e indiretamente permitiram realização deste trabalho.

Acima de tudo, a Deus pela dádiva da vida e por, em muitos momentos tristes, ter

me proporcionado a sua paz e a serenidade para enfrentar os obstáculos e superar os

desafios.

À minha família, em especial meus pais e irmãos, por todo apoio, amor e

confiança em mim depositada, o que tornou possível a realização deste trabalho.

À minha irmã Ana Cristina que, ao longo dos últimos anos, por várias vezes, me

substituiu nas mais diversas tarefas domésticas, ajudandando a ultrapassar

contratempos e, sobretudo, cuidando de mim e do Paulo.

Ao Paulo que, por vezes, deve ter detestado a mim e a esta dissertação, pois ele

sacrificou muitos momentos que poderíamos ter desfrutados juntos, mas sempre

incentivou, sempre apoiou e, o melhor de tudo, sempre me cobrou para que eu

continuasse e concluísse mais esta etapa de nossas vidas que vamos construindo

juntos. Te amo !

Ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Federal Rural de

Pernambuco, pelo apoio institucional para o desenvolvimento deste trabalho.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela

concessão da bolsa de estudo.

Ao corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Botânica, pelos saberes

que me foram transmitidos.

À profa. Dra. Margareth Ferreira de Sales, pelos importantes ensinamentos tanto

científicos quanto pessoais, pela amizade e apoio, e pelo conforto nas horas difícies.

Ao Prof. Dr. Francisco de Assis, a quem coube a co-orientação do terceiro

manuscrito, desejo manifestar os meus agradecimentos pela pronta disponibilidade,

sempre que precisei de ajuda e pelo encorajamento que naturalmente me foi

transmitido.

Page 8: Dissertacao Juliana Santos Silva

vi

À Daniela Carneiro-Torres que tantas vezes de longe se fez perto e me ajudou

muito mais do que imagina. Agradeço pelas trocas de pontos de vistas, os níveis de

exigências dos desafios que me lançou e análise rigorosa de cada artigo.

Ao Prof. Dr. André Laurênio e Profa. Dra. Ana Paula pelos conselhos, primeiros

ensinamentos na botânica, acolhimento nos meus tão difíceis momentos, os quais foram

fundamentais para que chegasse onde estou.

À Maria Carolina, Juliana Silva, Leidiana Lima, Luciana Oliveira e Sarah Souza, que

sempre torceram, incentivaram e participaram dos aperreios e vitórias, pois vivemos

praticamente 70% do tempo juntos no mesmo metro quadrado (LATAX).

A toda equipe do laboratório de micromorfologia vegetal, da Universidade

Estadual de Feira de Santana, especialmente à Jaílson Novais, pela paciência, dedicação

e colaboração no trabalho de morfologia dos nectários.

Ao Eduardo Almeida, Angela Miranda (HST), Profa. Maria Rita e a equipe do IPA,

por terem contribuído com as minhas coletas concedendo caronas nas suas viagens.

À bibliotecária Ana Catarina, pelo apoio constante no setor de comutação

bibliográfica.

Ao Frank Silva pelo apoio dispensado quando da confecção das ilustrações.

Ao José Luiz (APNE) pelo auxílio na elaboração dos mapas de distribuição

geográfica.

À Dona Margarida, pela extrema competência com a qual resolveu todas as

minhas questões burocráticas na PPGB/UFRPE.

Aos que galgaram comigo na graduação em busca do tão sonhado diploma de

Biólogo, especialmente a Zuleide Gomes, Fabiana Pereira (Bibi), Glaydson Ricardo,

Juliana Vital e Paulo Abrhão, pelos momentos de estudos, descontração, agradável

companhia e desabafos.

Aos meus colegas de mestrado e doutorado, pelo convívio diário nos estudos,

apoio e amizade demonstrada.

Aos meus amigos “não-botânicos”, mas mesmo assim perfeitos, Edleuza, Niedja,

Sandra, Pablo, Dâmocles, Leandro, Ana Paula, Adeildo, Emanuela, Regivaldo e Viviane,

que partilharam uma palavra amiga, uma graça, a alegria de um bom sorriso em

momentos de descontração, aproveito para dizer que podem sempre contar comigo!

À dona Zefinha e seu filho Genivaldo da Pousada e Restaurante Vale do Catimbau,

pela generosidade, simplicidade, apoio nas coletas e acolhida em Buíque.

Page 9: Dissertacao Juliana Santos Silva

vii

À Maria Tereza, pela forma carinhosa e prestativa que me recebeu em sua casa

durante minha estada em Feira de Santana (BA).

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste

trabalho,

MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS!

Page 10: Dissertacao Juliana Santos Silva

viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

RESUMO

ABSTRACT

Pág.

1. INTRODUÇÃO 20

2. REVISÃO DE LITERATURA 22

2.1. Histórico do gênero 22

2.2. Relações infragenéricas 23

2.3. Representatividade em Floras 25

2.4. Estudos morfológicos e biológicos 28

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32

4. MANUSCRITOS 43

Manuscrito a ser enviado à revista Acta Botânica Br asilica: Sinopse do

gênero Croton L. (Euphorbiaceae) no estado de Pernambuco, Brasil

45

Resumo 46

Abstract 46

Introdução 47

Material e Métodos 48

Resultados e Discussão 49

Chave para identificação das espécies de Croton L. ocorrentes no Estado

de Pernambuco

50

1. Croton adamantinus Müll. Arg. 54

2. Croton adenocalyx Baill. 54

3. Croton andrade-limae A. P. S. Gomes & M. F. Sales 55

4. Croton argenteus L. 55

5. Croton argyrophyllus Kunth 55

6. Croton blanchetianus Baill. 56

7. Croton campestris A. St.-Hil. 56

8. Croton echioides Baill. 56

9 Croton floribundus Spreng. 57

10. Croton fuscescens Spreng. 57

Page 11: Dissertacao Juliana Santos Silva

ix

11. Croton glandulosus L. 57

12. Croton grewioides Baill. 58

13. Croton heliotropiifolius Kunth 58

14. Croton hirtus L´ Hér. 59

15. Croton jacobinensis Baill. 59

16. Croton japirensis Müll. Arg. 60

17. Croton laceratoglandulosus Caruzo & Cordeiro 60

18. Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg. 60

19. Croton microcarpus Desv ex. Ham. 61

20. Croton nepetifolius Baill. 61

21. Croton nummularius Baill. 61

22. Croton polyandrus Spreng. 62

23. Croton rhamnifolioides Pax & K. Hoffm. 62

24. Croton rudolphianus Müll. Arg. 62

25. Croton salutaris Casar. 62

26. Croton sellowii Baill. 63

27. Croton sincorensis Mart. ex Müll. Arg. 63

28. Croton tetradenius Baill. 63

29. Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 64

30. Croton tridentatus Mart. ex Müll. Arg. 64

31. Croton trinitatis Millsp. 64

32. Croton triqueter Lam. 65

33. Croton urticifolius Lam. 65

34. Croton velutinus Baill. 65

35. Croton virgultosus Müll. Arg. 66

Referências Bibliográficas 66

Manuscrito a ser enviado à revista Acta Botânica Br asilica: O gênero

Croton L. (Euphorbiaceae) na microrregião do Vale do Ipane ma,

Pernambuco

74

Resumo 74

Abstract 74

Introdução 75

Material e Métodos 76

Resultados e Discussão 77

Page 12: Dissertacao Juliana Santos Silva

x

Chave para identificação das espécies de Croton L. ocorrentes na

microrregião do Vale do Ipanema

77

1. Croton adamantinus Müll. Arg. 79

2. Croton argyrophyllus Kunth 81

3. Croton blanchetianus Baill. 82

4. Croton echioides Baill. 83

5. Croton glandulosus L. 85

6. Croton grewioides Baill. 86

7. Croton heliotropiifolius Kunth 88

8. Croton hirtus L´ Hér. 89

9. Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg. 90

10. Croton microcarpus Desv ex. Ham. 92

11. Croton nummularius Baill. 93

12. Croton rudolphianus Müll. Arg. 94

13. Croton tetradenius Baill. 96

14. Croton urticifolius Lam. 97

15. Croton virgultosus Müll. Arg. 98

Agradecimentos 99

Referências Bibliográficas 100

Manuscrito a ser enviado à revista Flora: Nectários foliares em espécies

de Croton L. (Euphorbiaceae) do Nordeste do Brasil

110

Resumo 110

Introdução 111

Material e Métodos 112

Resultados 113

Discussão 118

Agradecimentos 123

Referências 123

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 131

6. ANEXOS 132

6.1. Aspectos morfológicos das espécies do Vale do Ipanema 133

6.2. Expedições de coleta realizadas durante o desenvolvimento do trabalho 145

6.3. Listas das instituições visitadas ou cujas exsicatas foram recebidas por

meio de empréstimo

146

Page 13: Dissertacao Juliana Santos Silva

xi

6.4. Normas para publicação na revista Acta Botânica Brasilica 147

6.5. Normas para publicação na revista Flora 150

6.6. Lista completa de materiais examinados 153

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

MANUSCRITO I

Figura 1. Mapa do Estado de Pernambuco contendo as zonas e subzonas da

classificação fitogeográfica de Andrade-Lima (1957).

70

Figura 2. Mapa de distribuição geográfica das espécies de Croton L. no

Estado de Pernambuco: Croton adamantinus, C. adenocalyx, C.

andrade-limae, C. argenteus, C. argyrophyllus, C. blanchetianus, C.

campestris, C. echioides, C. floribundus e C. fuscescens.

70

Figura 3 . Mapas de distribuição geográfica das espécies de Croton L. no

Estado de Pernambuco: A. Croton glandulosus, C. grewioides e C.

heliotropiifolius; B. C. hirtus, C. jacobinensis, C. japirensis, C.

laceratoglandulosus, C. lundianus e C. microcarpus.

71

Figura 4 . Mapas de distribuição geográfica das espécies de Croton L. no

Estado de Pernambuco: C. Croton nepetifolius, C. nummularius, C.

polyandrus, C. rhamnifolioides, C. rudolphianus, C. salutaris, C.

selowii, C. sincorensis, C. tetradenius e C. tricolor; D. C. tridentatus,

C. trinitatis, C. triqueter, C. urticifolius, C. velutinus e C. virgultosus.

72

MANUSCRITO II

Figura 1-7. Croton adamantinus Müll. Arg. (Silva et al. 270) – 1. Aspecto geral

do ramo. 2. Detalhe de nectário na indentação. 3. Detalhe dos

nectários basilaminares. 4. Inflorescência. 5. Bráctea. 6. Flor

pistilada. 7. Detalhe do disco da flor pistilada. 8-13. Croton

argyrophyllus Kunth (Andrade et al. 267) – 8. Aspecto geral do ramo.

9. Flor estaminada. 10. Flor pistilada. 11. Dealhe do disco da flor

pistilada encoberto por tricomas. 12. Fruto. 13. Estiletes. 14.

Tricoma. 15-20. Croton blanchetianus Baill. (Santos s/n UFP 39344)

– 15. Aspecto geral do ramo. 16. Estípula. 17. Flor estaminada. 18.

Page 14: Dissertacao Juliana Santos Silva

xii

Flor pistilada. 19. Ovário. 20. Fruto. 104

Figura 21-36. Croton echioides Baill. (Laurênio & Gomes 2007) – 21. Aspecto

geral do ramo. 22. Detalhe das glândulas basilaminares. 23. Flor

estaminada. 24. Flor pistilada. Croton glandulosus L. (Heringer et al.

119) – 25. Aspecto geral do ramo. 26. Detalhe dos nectários

acropeciolares. 27. Detalhe das glândulas nas brácteas. 28. Flor

estaminada. 29. Flor pistilada. 30. Fruto. 31-36. Croton grewioides

Baill. (Silva et al. 413) – 31. Aspecto geral do ramo. 32. Detalhe dos

nectários nas indentações. 33. Detalhe dos nectários acropeciolares.

34. Flor estaminada. 35. Flor pistilada. 36. Fruto.

105

Figura 37-40. Croton heliotropiifolius Kunth (Andrade et al. 306) – 37. Aspecto

geral do ramo. 38. Flor estaminada. 39. Flor pistilada. 40. Aspecto

geral do fruto. 41-45. Croton hirtus L’ Hér. (Carvalho 36) – 41.

Aspecto geral do ramo. 42. Detalhe dos nectários acropeciolares. 43.

Flor estaminada. 44. Flor pistilada. 45. Fruto. 46-50. Croton

lundianus (Didr.) Müll. (Sales et al. 497) – 46. Aspecto geral do ramo.

47. Detalhe dos nectários acropeciolares. 48. Flor estaminada. 49.

Flor pistilada. 50. Fruto.

106

Figura 51-58. Croton microcarpus Desv ex. Ham. (Laurênio & Gomes 123) –

51. Aspecto geral do ramo. 52. Inflorescência. 53. Flor estaminada.

54. Pétala estaminada. 55. Flor pistilada. 56. Detalhe do ovário

evidenciando os estiletes. 57. Detalhe do disco da flor pistilada. 58.

Fruto. 59-67. Croton nummularius Baill. (Silva et al. 404) – 59.

Aspecto geral do ramo. 60. Folha. 61. Detalhe da margem laminar.

62. Brácteas. 63. Flor estaminada. 64. Flor pistilada. 65. Detalhe do

disco da flor pistilada. 66. Ovário. 67. Fruto. 68-71. Croton

rudolphianus Müll. Arg. (Gomes & Laurênio 112) – 68. Aspecto geral

do ramo. 69. Flor estaminada. 70. Flor pistilada. 71. Fruto.

107

Figura 72-90. Croton tetradenius Baill. (Andrade-Lima 5624) – 72. Aspecto

geral do ramo. 73. Detalhe dos nectários acropeciolares. 74. Flor

estaminada. 75. Flor pistilada. 76. Detalhe do disco da flor pistilada.

77. Ovário. 78. Fruto. 79-84. Croton urticifolius Lam. (Costa 27) – 79.

Aspecto geral do ramo. 80. Detalhe da margem laminar. 81. Flor

estaminada. 82. Flor pistilada. 83. Ovário. 84. Fruto. 85-90. Croton

Page 15: Dissertacao Juliana Santos Silva

xiii

virgultosus Müll. Arg. (Silva et al. 383). – 85. Aspecto geral do ramo.

86. Detalhe dos nectários basilaminares. 87. Flor estaminada. 88.

Flor pistilada. 89. Disco da flor pistilada. 90. Ovário.

108

MANUSCRITO III

Tabela 1. Morfologia e distribuição dos nectários foliares (NFs) em 12 espécies

de Croton L. (Euphorbiaceae) do Nordeste brasileiro.

122

Figs. 1 -9. Nectários foliares de espécies de Croton (Euphorbiaceae),

fotomicrografias e eletromicrografias. (1) Croton adamantinus, NEF

basilaminar, estipitado, pateliforme; (2) C. adamantinus, NEF séssil,

globoso sobre o ápice do dente; (3) C. chaetocalyx, aspecto geral

dos NFs acropeciolares, estipitados, lenticulares; (4) C. chaetocalyx,

NF estipitado, lenticular sobre a indentação; (5) C. chaetocalyx, NF

séssil, globoso sobre o ápice do dente; (6) C. echioides, aspecto

geral dos NFs basilaminares, estipitados, lenticulares; (7) C.

echioides, detalhe do NF basilaminar; (8) C. echioides, NFs séssil,

globoso sobre o ápice do dente; (9) C. glandulosus, NF acropeciolar,

estipitado, discóide. Barras de escala: 20 µm (2,8); 100 µm

(1,4,5,7,9); 200 µm (3); 300 µm (6).

128

Figs. 10 -18. Nectários foliares de espécies de Croton (Euphorbiaceae),

fotomicrografias e eletromicrografias. (10) Croton glandulosus, NF

estipitado, discóides sobre a indentação; (11) C. glandulosus, vista

longitudinal do NF acropeciolar; (12) C. glandulosus, vista

longitudinal do NF séssil, cônico sobre o ápice do dente; (13) C.

grewioides, NF acropeciolar, estipitado, pateliforme; (14) C.

grewioides, estipitado, pateliforme sobre a indentação; (15) C.

grewioides, vista longitudinal do NF séssil, cônico sobre o ápice do

dente; (16) C. heliotropiifolius, NF acropeciolar, séssil, globoso; (17)

C. heliotropiifolius, vista transversal do NF séssil, piriforme sobre o

ápice do dente; (18) C. hirtus, NF acropeciolar, estipitado,

pateliforme. Barras de escala: 100 µm (10,13,16); 0,5 mm

(11,12,15,17); 30 µm (14); 200 µm (18).

129

Figs. 19 -26. Nectários extraflorais de espécies de Croton (Euphorbiaceae),

fotomicrografias e eletromicrografias. (19) Croton hirtus, vista

Page 16: Dissertacao Juliana Santos Silva

xiv

transversal do NF acropeciolar; (20) C. hirtus, NF estipitado,

pateliforme sobre a indentação; (21) C. hirtus, vista longitudinal do

NF séssil, globoso sobre o ápice do dente; (22) C. lundianus, NF

acropeciolar, estipitado, discóide; (23) C. lundianus, vista longitudinal

do NF acropeciolar; (24) C. lundianus, vista longitudinal do NF séssil,

cilíndrico sobre o ápice do dente; (25) C. tetradenius, NF

acropeciolar, estipitado, cilíndrico; (26) C. tetradenius, vista

transversal do NF acropeciolar. Barras de escala: 100 µm

(10,13,16,22); 1 mm (19); 0,5 mm (21,23,24,26); 200 µm (18); 30 µm

(25).

130

Figs. 27 -33. Nectários foliares de espécies de Croton (Euphorbiaceae),

fotomicrografias e eletromicrografias. (27) Croton tetradenius, vista

longitudinal do NF séssil, globoso sobre o ápice dos dentes; (28) C.

urticifolius, NFs acropeciolares, estipitados, obcampanulados; (29) C.

urticifolius, detalhe do NF acropeciolar; (30) C. urticifolius, vista

longitudinal NF séssil, globoso sobre o ápice do dente; (31) C.

virgultosus, NF acropeciolar, estipitado, pateliforme; (32) C.

virgultosus, vista transversal do NF estipitado, pateliforme sobre a

indentação; (33) C. virgultosus, vista transversal do NF séssil,

globoso sobre o ápice do dente. Barras de escala: 0,5 mm

(27,30,32,33); 100 µm (29,31); 200 µm (28).

131

ANEXO

Tabela 1. Tipos de tricomas presentes em espécies de Croton L. ocorrentes no

Vale do Ipanema, Pernambuco.

135

Figuras 1-8. Croton adamantinus Müll. Arg. 1. Folha. 2. Inflorescência. 3.

Frutos. C. argyrophyllus Kunth 4. Hábito. 5. Aspecto geral da face

inferior das folhas. 6. Bifurcação do ramo. 7. Inflorescência em botão.

141

Figuras 9-14. Croton blanchetianus Baill. 9. Estípulas. 10. Fruto. C.

echioides Baill. 11. Inflorescência em botão. 12. Face superior da

folha. 13. Face inferior da folha. 14. Frutos.

142

Figuras 15-22. Croton glandulosus L. 15. Aspecto geral da planta. C.

grewioides Baill. 16. Ramos com frutos. 17. Inflorescência. C.

heliotropiifolius Kunth 18. Hábito. 19. Flores estaminadas. 20.

Page 17: Dissertacao Juliana Santos Silva

xv

Flores pistiladas. 21. Columela. C. hirtus L´ Hér. 21. Inflorescência

com flores estaminadas (acima) e pistiladas (abaixo).

143

Figuras 23-29. Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg. 23. Flores estaminadas. 24.

Inflorescência. 25. Fruto. C. microcarpus Desv ex. Ham. 26.

Aspecto geral do ramo. 27. Hábito. 28. Face inferior das folhas. 29.

Frutos.

144

Figuras 30-36. Croton nummularius Baill. 30. Hábito. 31. Inflorescências. C.

rudolphianus Müll. Arg. 32. Folha senescente. 33. Inflorescência.

34. Estípulas. 35 Flores pistiladas. 36. Frutos.

145

Page 18: Dissertacao Juliana Santos Silva

xvi

RESUMO

O GÊNERO Croton L. (EUPHORBIACEAE) NO ESTADO DE PERNAMBUCO, COM

ÊNFASE NAS ESPÉCIES DA MICRORREGIÃO DO VALE DO IPANEMA – Croton

L. é o segundo maior gênero da família Euphorbiaceae s. s. com aproximadamente

1.200 espécies difundidas, predominantemente, no continente americano. Este

trabalho objetivou estudar a diversidade do gênero Croton em Pernambuco,

enfatizando as espécies ocorrentes na microrregião do Vale do Ipanema. Foi

baseado na análise morfológica de espécimes dos herbários BHCB, ESA, ESAL,

HST, HUEFS, IAN, IBGE, IPA, PEUFR, R, UFP, UB e VIC, além de materiais

coletados nas diferentes zonas fitogeográficas de Pernambuco, complementados

pela análise de fotografias de tipos e de descrições originais. Foram encontradas 35

espécies distribuídas, principalmente, na zona fitogeográfica das Caatingas. Apenas

Croton polyandrus Spreng. e C. selowii Baill. ocorrem na faixa litorânea, em

vegetação de restinga e C. argenteus L., C. jacobinensis Baill. e C. triqueter Lam.

que são observados na zona fitogeográfica da Mata. C. glandulosus L., C.

heliotropiifolius Kunth, C. hirtus L´ Hér. e C. lundianus (Didr.) Müll. Arg. apresentam

ampla distribuição no Estado. Para a microrregião do Vale do Ipanema foram

registradas 15 espécies: C. adamantinus Müll. Arg., C. argyrophyllus Kunth., C.

blanchetianus Baill., C. echioides Baill., C. glandulosus, C. grewioides Baill., C.

heliotropiifolius, C. hirtus, C. lundianus, C. microcarpus Desv ex. Ham., C.

nummularius Baill., C. rudolphianus Müll. Arg., C. tetradenius Baill., C. urticifolius

Lam. e C. virgultosus Müll. Arg., sendo quatro delas (C. microcarpus, C.

nummularius, C. rudolphianus, C. virgultosus) restritas ao complexo de serras da

Chapada de são José, em Buíque. As espécies diferenciam-se, especialmente, pelo

tipo de tricoma, presença ou ausência, morfologia e posição dos nectários foliares,

forma das sépalas pistiladas e número de ramificações dos estiletes. São fornecidas

chaves de identificação, descrições, comentários sobre distribuição geográfica,

habitats e fenologia, além de ilustrações com características diagnósticas das

espécies. O estudo dos nectários foliares (NFs) de 12 espécies ocorrentes no

Nordeste do Brasil foi realizado utilizando-se microscopias eletrônica de varredura e

óptica. As espécies possuem NFs distribuídos sobre a lâmina foliar e o pecíolo. Os

NFs peciolares mostraram-se variáveis quanto a sua localização, quantidade,

tamanho e forma, podendo ser utilizados como um bom caráter diagnóstico dos

Page 19: Dissertacao Juliana Santos Silva

xvii

táxons. Quanto à forma dos NFs foram encontrados os seguintes tipos: pateliforme

(4 spp.), lenticular (2 spp.), discóide (2 spp.), cilíndrico (1 sp.), globoso (1 sp.) e

obcampanulado (1 sp.).

Page 20: Dissertacao Juliana Santos Silva

xviii

ABSTRACT

THE GENUS Croton L. (EUPHORBIACEAE) IN THE STATE OF PERNAMBUCO,

WITH EMPHASIS ON THE SPECIES MICROREGION OF THE VALE OF IPANEMA

- Croton L. is the second bigger genus in the family Euphorbiaceae s. s. with about

1.200 species spread, predominantly, in the American continent. The objective of this

work was to study the diversity of the genus Croton in Pernambuco, especially the

species occuring in the microregion of the Vale of Ipanema. The study was based on

the morphological analysis of specimens of the herbariums BHCB, ESA, ESAL, HST,

HUEFS, IAN, IBGE, IPA, PEUFR, R, UFP, UB, VIC, especially of materials collected

in the differents phytogeographic areas of Pernambuco, complemented by the

analysis of pictures of types and original descriptions. They were found 35 species

distributed, mainly, in the phytogeographic zone of the Caatingas. Only Croton

polyandrus Spreng. e C. selowii Baill. Occurring in the coastline, in restinga

vegetation and C. argenteus L., C. jacobinensis Baill. and C. triqueter Lam. that are

observed in the forest zone. C. glandulosus L., C. heliotropiifolius Kunth, C. hirtus L´

Hér. e C. lundianus (Didr.) Müll. Arg. with wide distribution. For microregion of the

Vale of Ipanema 15 species were recorded: C. adamantinus Müll. Arg., C.

argyrophyllus Kunth., C. blanchetianus Baill., C. echioides Baill., C. glandulosus, C.

grewioides Baill., C. heliotropiifolius, C. hirtus, C. lundianus, C. microcarpus Desv ex.

Ham., C. nummularius Baill., C. rudolphianus Müll. Arg., C. tetradenius Baill., C.

urticifolius Lam. e C. virgultosus Müll. Arg., being four of them (C. microcarpus, C.

nummularius, C. rudolphianus, C. virgultosus) restricted to the complex of mountain

ranges of the São José plateau, in Buíque. The species differed, especially, for the

type of trichomes, presence or absence, morphology and position of the foliar

nectaries, forms of the pistillate sepals and number of ramifications of the styles.

Identification keys, descriptions, comments about geographic distribution, habitats

and phenology, together with illustrations of diagnostic characteristics of the species

are provided. It was still set up the study of the foliar nectaries (NFs) of 12 species

ocurring in the Northeast through scanning electron microscopy and optical. The

species possess NFs distributed on the foliar blade and petioles. The NFs petioles

were shown variables as for their location, amount, size and form, they could be used

as a character diagnosis. The shape of NFs was were found the following types:

Page 21: Dissertacao Juliana Santos Silva

xix

pateliforms (4 spp.), lenticular (2 spp.), discoid (2 spp.), cylindrical (1 sp.), globose (1

sp.) and obcampanulate (1 sp.).

Page 22: Dissertacao Juliana Santos Silva

Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

20

1. INTRODUÇÃO

O gênero Croton L. é um dos maiores da família Euphorbiaceae s. s. (APG II

2003) com aproximadamente 1.200 espécies (Govaerts et al. 2000; Berry et al.

2005), distribuídas, predominantemente, no continente americano, embora possua

também representantes na África, Ásia e Oceania. O Brasil é o país que apresenta

a maior diversidade do gênero, com cerca de 350 espécies (Berry et al. 2005).

Estudos recentes em filogenia posicionam Croton na tribo Crotoneae

juntamente com Ophellantha Standl., Sandwithia Lanj., Sagotia Baill., Brasiliocroton

P. E. Berry & Cordeiro e Astraea Klotzch, diferindo destes por apresentar

dobramento dos filetes no botão floral associados às inflorescências tirsóideas e às

pétalas reduzidas nas flores pistiladas. Apesar do grande número de espécies e da

grande diversidade morfológica, é considerado um táxon monofilético (Berry et al.

2005; Wurdack et al. 2005).

Croton foi proposto por Linnaeus (1753) no “Species Plantarum”, onde o autor

atribuiu a este gênero 13 espécies. Alguns dos tratamentos taxonômicos mais

abrangentes sobre este táxon são encontrados em Baillon (1858), Grisebach (1864)

e Müller (1865, 1866, 1873), e, recentemente, destacam-se os estudos

desenvolvidos por Webster (1992, 1993, 1994, 2001). Especialmente Webster

(1993) que, baseou-se principalmente na presença ou ausência de címulas

bissexuais na porção inferior das inflorescências, nectários na base da folha, divisão

do estilete, número de estames e tipos de tricomas, para propor a distribuição das

espécies americanas de Croton em 40 seções e cinco subseções.

As espécies brasileiras de Croton não têm sido revisadas desde o tratamento

de Müller (1873), na “Flora Brasiliensis”, o qual forneceu descrições, comentários e

distribuição geográfica de 275 espécies. Esta obra constitui o principal ponto de

partida para os estudos atuais do gênero, embora se encontre desatualizada devido

às recentes sinonimizações, descrições de novas espécies e mudanças na

circunscrição do gênero. Recentemente, Gomes (2006) revisou a seção

Argyroglossum para a América do Sul, citando nove espécies para o Brasil e Lima &

Pirani (2008) estudaram a seção Lamprocroton para este país, registrando 21

espécies.

Levantamentos florísticos realizados no Nordeste brasileiro revelam a alta

diversidade de Croton na região (ca. de 85 spp.) e a necessidade de estudos

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

21

taxonômicos no mesmo (Cordeiro, 1995; Carneiro et al., 2002; Lucena, 1996;

Lucena, 2001; Cordeiro & Carneiro-Torres, 2006). Destas espécies,

aproximadamente 69 ocorrem na vegetação de Caatinga (Carneiro-Torres inéd.).

Para Pernambuco, Silva et al. (2002) citam 31 espécies. Dentro deste Estado, se

destaca a microrregião do Vale do Ipanema por englobar duas áreas de

conservação: o Parque Municipal da Pedra Furada e o Parque Nacional do Vale do

Catimbau (PNVC). O primeiro, localizado no município de Venturosa, protege

diferentes feições da vegetação de Caatinga. O PNVC abriga um mosaico de

diferentes tipos vegetacionais, incluindo Caatinga, formações rupestres, vegetação

arbustiva perenifólia e floresta úmida (Sales et al. 1998). Levantamentos florísticos

referem mais de seis espécies de Croton para o parque (Gomes et al. 2006).

Croton apresenta grande diversidade morfológica, a qual está refletida

também nos nectários foliares (NFs), onde diferentes formas podem ser observadas:

globosa, filiforme, pateliforme, discóide e cilíndrica (Bernhard 1966). Nesse gênero,

a morfologia dos NFs constitui caráter relevante na delimitação e caracterização de

táxons infragenéricos (Bernhard 1966), embora estudos enfocando os seus aspectos

morfo-anatômicos estejam dispersos na literatura (Bernhard 1966; Freitas 1997;

Freitas & Paoli 1999; Freitas et al. 2000, 2001).

Várias espécies de Croton têm forte potencial econômico, principalmente para

a indústria farmacêutica, devido aos diversos metabólitos secundários como

alcalóides, flavonóides e terpenóides (Rizsck 1987; Hill et al. 2001) que conferem

propriedades terapêuticas a muitas espécies, como por exemplo: Croton humilis L.

(Brasil), empregado no tratamento de distúrbios urinários; C. palanostigma Klotzsch

(Brasil), cuja resina é usada para úlcera e C. lechleri Müll. Arg., um excelente

cicatrizante usado no Peru, Equador e Bolívia (Guimarães 2006). Outras espécies se

destacam na produção de óleos essenciais, com ação antioxidante, encontrados no

caule, folhas, flores, frutos, sementes e raízes (De Morais et al. 2006).

Croton foi escolhido como tema para o presente estudo pela sua

representatividade em Pernambuco associada à riqueza de caracteres morfológicos

e complexidade taxonômica. Portanto, este trabalho teve como objetivos: a)

conhecer a diversidade de Croton no estado de Pernambuco; b) elaborar o

tratamento taxonômico das espécies ocorrentes da microrregião do Vale do Ipanema

e c) caracterizar a morfologia dos nectários foliares de algumas espécies do gênero

utilizando microscopia eletrônica de varredura e óptica.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

22

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. HISTÓRICO DO GÊNERO

Linnaeus (1753), no "Species Plantarum", estabeleceu Croton para subordinar

13 espécies, em sua maioria do Velho Mundo. Apenas Croton castaneaefolius e C.

argenteus permaneceram em Croton, sendo as demais alocadas posteriormente em

outros gêneros de Euphorbiaceae (Ricinioides Tourn., Ricinus Tourn.), Boraginaceae

(Heliotropium L.) ou, ainda, entre as gimnospermas (Pinus L.). O gênero foi

caracterizado por incluir plantas monóicas com flores estaminadas menores que as

pistiladas, pentâmeras, pistiladas distanciadas das estaminadas no eixo floral,

receptáculo com cinco glândulas nectaríferas e estames em número de cinco a dez,

três estiletes, ovário trilocular e sementes solitárias.

Jussieu (1759) reconheceu Croton e ampliou o seu conceito ao incluir

espécies com folhas alternas, ou raramente opostas, inflorescência axilar a terminal,

muitas vezes, espiciforme, com flores estaminadas localizadas na porção superior e

as pistiladas na porção inferior, cálice com dez sépalas e estames variando de 8 a

numerosos.

Vários autores que trataram deste táxon modificaram seu conceito e

estabeleceram novos gêneros. Dentre esses, destacam-se os estabelecidos por

Klotzsch (1841, 1843): Astraea, Cleodora, Eutropia, Lasiogyne, Medea, Ocalia,

Pilinophytum, Podostachys, Timanndra e Tiglium que posteriormente tornaram-se

sinônimos de Croton. Apenas Astraea foi revalidado no nível genérico por Berry et

al. (2005), com base em dados moleculares.

Martius (1837) propôs o gênero Julocroton baseado em uma planta do Brasil

que diferia de Croton pelo cálice das flores pistiladas com apenas três ou cinco

sépalas, sendo três diferenciadas das demais pelo tamanho e forma, para acomodar

a espécie denominada por ele J. phagedaenicus.

Eremocarpus foi proposto por Bentham (1844, apud Webster 1992) por

considerar que o ovário unilocular e as flores pistiladas aclamídeas e estaminadas

monoclamídeas constituíam caracteres suficientes para o estabelecimento de um

novo gênero.

Baillon (1864) tratou Crotonopsis, Julocroton e Eremocarpus como gêneros

distintos subordinando-os a tribo Crotoneae juntamente com Croton, fato este

também aceito por Müller (1965). Um ano depois, Müller (1866) reavaliou a

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

23

circunscrição da tribo Crotoneae propondo a sua subdivisão em duas subtribos:

Eucrotoneae, representada por Croton, Crotonopsis, Julocroton, Eremocarpus;

Micrandreae, incluindo apenas o gênero Micrandra. Vários autores posteriormente

(Bentham 1878; Pax 1890; Pax & Hoffman 1931; Croizat 1943b) aceitaram a

identidade genérica de Crotonopsis, Julocroton e Eremocarpus. No entanto,

Macbride (1951) pela primeira vez tratou Julocroton como sinônimo de Croton, o que

foi aceito pela maioria dos taxonomistas inclusive Webster (1967), o qual considerou

que a presença de lacínios de tamanhos diferentes no cálice não constituía caráter

suficientemente forte para separar estes dois gêneros, subordinando-o à categoria

de seção de Croton. Webster (1992) reconheceu para Croton 25 sinônimos além de

Julocroton, Crotonopsis e Eremocarpus, que passaram a fazer parte da

circunscrição de Croton subordinados à categoria de seção.

Atualmente o gênero Croton é considerado monofilético (Berry et al. 2005)

abrangendo 1.400 binômios e aproximadamente 1.200 espécies (Govaerts et al.

2000). As principais sinapomorfias morfológicas que reúnem seus representantes

são o dobramento dos filetes no botão floral, as inflorescências tirsóideas e as

pétalas reduzidas a ausentes nas flores pistiladas.

2.2. RELAÇÕES INFRAGENÉRICAS

Frente à elevada diversidade, complexidade taxonômica e problemas

nomenclaturais, diversas são as propostas visando o arranjo das espécies de Croton

no nível infragenérico, sendo estas iniciadas por Baillon (1858).

Baillon (1858), baseando-se principalmente na sexualidade da planta

(monóica ou dióica) e na presença de címulas bissexuais na base das

inflorescências, propôs a primeira classificação infragenérica para Croton dividindo-o

em 18 seções: Croton sect. Eucroton, C. sect. Micranthis, C. sect. Furcaria, C. sect.

Gymnocroton, C. sect. Eutropia, C. sect. Geiseleria, C. sect. Tiglium, C. sect.

Andrichnia, C. sect. Astreopsis, C. sect. Astraea, C. sect. Podostachys, C. sect.

Ocalia, C. sect. Barhamia, C. sect. Timandra, C. sect. Cleodora, C. sect.

Codonocalyx, C. sect. Crotonanthus e C. sect. Lasiogyne.

Posteriormente, Baillon (1864) utilizando um número maior de caracteres, em

especial o tipo de tricomas, incluiu as 117 espécies americanas em 16 seções,

sendo seis propostas pela primeira vez (Croton sect. Argyroglossum, C. sect.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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Gonocladium, C. sect. Hesperidium, C. sect. Velamea, C. sect. Stolidanthus e C.

sect. Cascarillium).

Grisebach (1864), tratando os Croton das Ilhas Britânicas, reconheceu as

seções proposta por Baillon (1964) e estabeleceu mais quatro novas: Croton sect.

Cyclostigama, C. sect. Eluteria, C. sect. Cascarilla e C. sect. Adenophyllum. Para o

autor, as seções se diferenciavam através dos seguintes caracteres: presença de

címulas bissexuais na base das inflorescências, número de estames, presença de

sépalas reduplicadas e número de ramificação dos estiletes.

Müller (1865) reduziu acentuadamente o número de seções em relação ao

número de seções reconhecidas por Baillon (1864), pela fusão de algumas delas,

admitindo apenas dez seções: Croton sect. Eluteria, C. sect. Decapetalen, C. sect.

Decalobium, C. sect. Eucroton, C. sect. Astraea, C. sect. Quadrilobus, C. sect.

Decarinium, C. sect. Hepetallon, C. sect. Angelandra e C. sect. Drepadenium.

Quatro subseções também foram estabelecidas para a seção Eucroton:

Cyclostigma, Lasiogyne, Eutropia e Podostachys. Um ano depois, Müller (1866)

manteve praticamente a mesma classificação proposta no seu trabalho anterior

(Müller 1865), mas tratou as subseções de Croton sect. Eucroton como séries I, II, III

e IV. Embora não tenha apresentado grandes novidades em seu tratamento, este

trabalho é considerado a obra mais abrangente realizada sobre o gênero até os dias

atuais, pelo número de espécies tratadas (453 spp.).

Alterações na classificação de Müller (1865, 1866) foram feitas por Webster

(1993) ao propor um novo tratamento infragenérico para o gênero, reconhecendo 40

seções e cinco subseções. Muitas dessas seções correspondiam a grupos

previamente organizados por Baillon (1858; 1864) e Grisebach (1864). Os

caracteres usados por Webster (1993) na delimitação das seções são, às vezes,

pouco eficientes havendo uma sobreposição de caracteres entre algumas seções, o

que dificulta reconhecer o posicionamento correto de certas espécies.

Análise filogenética utilizando dados moleculares das regiões ITS, do DNA

nuclear ribossômico, e do fragmento trnL-F, do DNA plastidial, demonstrou que

Croton, como circunscrito por Webster (1993), não é um táxon monofilético (Berry et

al. 2005). Segundo Berry et al. (2005), Croton torna-se um grupo monofilético com a

inclusão de Moacroton Croizat, um pequeno gênero endêmico de Cuba, e a

exclusão de Croton seção Astraea (Klotzsch) Baill. Além disso, o gênero

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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monoespecífico Brasilocroton P. E. Berry & Cordeiro aparece nessas análises como

grupo irmão de Croton.

Van Ee (2006) propôs uma nova circunscrição para as seções de Croton

ocorrentes na América do Norte e Central. O autor reconheceu para as 163 espécies

tratadas em 19 seções monofiléticas, sendo cinco delas descritas pela primeira vez,

além de sinonimizar outras cinco e elevar uma subseção a categoria de seção.

Análises filogenéticas e estudos revisionais foram realizados ou estão em

andamento com algumas seções: Croton sect. Argyroglossum Baill., por Gomes

(2006); C. sect. Barrhamia (Klotzsch) Baill., por Martínez-Gordillo (inéd.), C. sect.

Cleodora (Klotzsch) Baill., por Caruzo & Cordeiro (inéd.); C. sect. Cyclostigma

Griseb., por Riina (2006); C. sect Eluteria Griseb., por Enríquez, Vester & Berry

(inéd.); C. sect. Geiseleria (Klotzsch) Baill., por Sales & Berry (inéd.); C. sect.

Lamprocroton (Müll. Arg.) Pax, por Lima & Pirani (2008) e com C. sect. Medea

(Klotzsch) Baill., por Medeiros (inéd.).

2.3. REPRESENTATIVIDADE EM FLORAS

Informações sobre distribuição geográfica, aspectos ecológicos e descrições

de novas espécies são encontradas em Floras de várias regiões, países ou

continentes, especialmente das Américas. Estudos enfocando Croton nas Américas

tiveram grande afluência a partir de 1940. Na América do Norte podem ser

destacados os estudos de Webster (1967) que, ao analisar as Euphorbiaceae do

sudeste dos Estados Unidos, inferiu as relações existentes entre as 14 espécies de

Croton ocorrentes na naquele país. Uma outra importante contribuição foi dada por

Johnston (1958) ao fornecer chave de identificação para o reconhecimento de 18

táxons registrados para o Texas. Webster (2001) apresentou, ainda, uma sinopse de

Croton da região oeste do México. Nesse trabalho, foram reconhecidas 47 espécies

das quais Croton mcvaughii e C. stenopetalus eram novas. Considerando

principalmente as características da inflorescência e a presença ou ausência de

nectários peciolores, foi também estabelecida a subseção Xalapensis (Croton sect.

Cyclostigma (Griseb.) Müll. Arg.), que abrange espécies mesoamericanas e sul-

americanas. No entanto, o autor ressaltou a necessidade de uma revisão

taxonômica para investigar melhor o número de espécies desta subseção. Em 2005,

Webster descreveu Croton gomozii (Croton sect. Eluteria Griseb.) para o estado de

Vera Cruz no México. O autor ainda acrescentou uma chave para os representantes

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mexicanos de Croton sect. Eluteria, facilitando a identificação de C. gomozii, além de

comentários de distribuição geográfica e afinidades taxonômicas. Outros novos

táxons também foram publicados para a região mexicana por Steinmann & Felger

(1998), Steinmann (2001), Martínez-Gordillo & Durán (2002a), Gordillo & Durán

(2002b), e Steinmann & Gordillo (2007).

Para América Central, ressaltam-se os estudos de Webster & Burch (1967)

para o Panamá onde foram tratadas 13 espécies. Vinte e um anos depois, Webster

& Huft (1988) registraram para essa mesma região mais oito espécies de Croton,

sendo Croton pachypodus e C. santaritensis novas para a ciência. Para o norte do

Nicarágua, Webster (1988) descreveu C. nubigenus e discutiu ainda as suas

relações taxonômicas e distribuição geográfica. Para Guatemala, Croizat (1942)

listou oito espécies das quais seis eram novas para a ciência. Para a região Cubana,

uma importante contribuição foi dada por Borhidi & Muñiz (1977) que revisaram

Croton, registrando 59 espécies, sendo 11 novas, além de quatro novas

combinações.

Para a América do Sul, merecem menção os trabalhos de Croizat (1940a,

1940b, 1942b, 1942c, 1943, 1944a) por apresentarem descrições de vários táxons

novos, em especial Croizat (1940a), por conter descrições de 33 espécies novas,

sendo uma registrada para Argentina, seis para Bolívia, dez para o Brasil, uma para

a Guiana, oito para o Paraguai e sete para o Peru. Ainda para América do Sul,

destacam-se as Floras da Colômbia (Sanz 1993; Murillo 1999; Murillo et al. 2000);

das Guianas (Gillespie 1993); do Paraguai (Chodat & Hassler 1905; Ahumada, 1992,

1998); do Peru (Macbride 1951); do Uruguai (Arechavaleta1911) e da Venezuela

(Steyermark 1978).

Trabalhos com espécies brasileiras são escassos, considerando que o Brasil

é um importante centro de diversidade do gênero. No entanto, destacam-se para a

região sul os desenvolvidos por Rambo (1960), Allem (1978) e Smith et al. (1988).

Durante a elaboração do checklist das Euphorbiaceae do Rio Grande do Sul, Rambo

(1960) reconheceu 29 espécies de Croton. Allem (1978), tratando da taxonomia das

espécies de Croton para este mesmo Estado registrou mais 11 espécies. Na “Flora

Catarinensis”, Smith et al. (1988) forneceram descrições, comentários sobre

distribuição geográfica e aspectos fenológicos de 31 espécies.

Para a região sudeste, Sá-Haiad (1987) estudando a taxonomia de Croton

sect. Lasiogyne série Gonocladium na restinga do Rio de Janeiro, registra C.

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compressus Lam. e C. macrocalyx Mart. ex Baill. Tratando as Euphorbiaceae da

Serra do Cipó (Minas Gerais), Cordeiro (1992) reconheceu para Croton nove

espécies diferenciadas, principalmente, pelas características dos tricomas, folhas e

inflorescências. Lima & Pirani (2003), abordando o gênero Croton na Cadeia do

Espinhaço (Minas Gerais), registraram 22 espécies. Os autores ainda

acrescentaram uma chave de identificação, descrições, comentários sobre o habitat

e fenologia das espécies. Mas recentemente, Caruzo & Cordeiro (2007) elaboraram

uma sinopse sobre a tribo Crotoneae Dumort. para estado de São Paulo,

reconhecendo 37 espécies de Croton, sendo este considerado o gênero mais

representativo da tribo.

Nos últimos treze anos, um dos autores que mais tem contribuído para o

conhecimento das espécies de Croton da região Norte é o pesquisador Dr. Ricardo

Secco. Em 1992, Secco confirmou pela primeira vez a ocorrência de táxons

lianescentes para o gênero estabelecendo três espécies com este hábito: Croton

grazielae, C. javarisensis e C. perimetralensis. Secco et al. (2001), descreveram

Croton diasii e C. trombetensis para a Amazônia. Observando coleções oriundas do

estado do Pará, Secco (2004) concluiu que as características das nervuras

secundárias formando arcos marginais, inflorescências em racemos digitados, flores

estaminadas solitárias e frutos levemente trígonos no ápice constituíram caracteres

suficientes para o estabelecimento de C. faroensis. Estudando as Euphorbiaceae da

Reserva Ducke, Secco (2005) registrou a ocorrência de duas espécies C.

matourensis Aubl. e C. sampatik Müll. Arg. Neste mesmo ano, Secco et al. (2005)

descreveram para a região amazônica a nova espécie C. subasperrimus, baseando-

se na presença de tricomas lepidotos, folhas com nectários basais e estigmas

multífidos, incluindo-a em Croton sect. Luntia subsect. Cuneati. Ainda para a região

Norte, Guimarães (2006) estudou sete espécies das seções Cyclostigma e Luntia

ocorrentes na Amazônia brasileira. O autor observou que os tipos e a posição dos

tricomas nas folhas e flores associado à presença ou a ausência de pétalas são

importantes na identificação das espécies estudadas. Recentemente, Zevallos-

Pollito & Tomazello Filho (2007) listaram cinco espécies lenhosas de Croton para o

estado do Acre. Secco (2008) reconheceu 42 espécies ocorrentes na Amazônia

brasileira, distribuídas nos estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Acre, Pará,

Maranhão, Rondônia e Mato Grosso.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

28

Na região Nordeste, os trabalhos concentram-se, até o momento, nos estados

da Bahia e Pernambuco. A partir de 1995, com o desenvolvimento do projeto “Flora

do Pico das Almas”, teve início na Bahia os estudos taxonômicos sobre as

Euphorbiaceae. Como resultado, Cordeiro (1995) registrou para esta família 28

espécies sendo dez pertencentes ao gênero Croton. Posteriormente, Carneiro et al.

(2002), estudando as espécies de Euphorbiaceae dos inselbergs da região de

Milagres (BA), registraram a ocorrência de sete espécies de Croton. Martínez-

Gordillo & Luna (2005) com base em materiais de herbário, coletados na Bahia,

proposuram a nova espécie Croton longibracteatus com base nas brácteas bem

desenvolvidas (1,3-3,3 cm) com glândulas estipitadas na margem. Gomes (2006),

revisando Croton sect. Argyroglossum estabeleceu uma nova espécie Croton

andrade-limae, ainda inédita, para esta seção. Recentemente, Cordeiro & Carneiro-

Torres (2006) registraram 52 espécies de Croton para o checklist das plantas do

nordeste brasileiro. Atualmente, o levantamento e a distribuição geográfica do

gênero Croton para o Bioma Caatinga está sendo realizado por Carneiro-Torres

(comunicação pessoal).

Os estudos em Pernambuco iniciaram-se em 1994 com o projeto “Flora dos

Brejos de Altitude”, com a produção de monografias, dissertações e teses de

doutorado versando sobre gêneros representativos de Euphorbiaceae. Como

resultado, pode-se destacar a monografia de Lucena (1996), a qual tratou oito

espécies de Croton ao estudar as Euphorbiaceae desta região. Quatro anos depois,

Lucena (2001) analisou 14 espécies de Croton ocorrentes nas Zonas da Mata e do

Litoral. O gênero Croton é ainda referido nos checklist de Alves (1998) e Sales

(1998).

2.4. ESTUDOS MORFOLÓGICOS E BIOLÓGICOS

O gênero Croton destaca-se por sua diversidade morfológica inter e intra-

específica, o que dificulta a delimitação de seus táxons. Diante disso, os caracteres

vegetativos e florais, são muitas vezes insuficientes para a caracterização de

algumas espécies. Por esse motivo, trabalhos envolvendo fitoquímica, morfologia de

microestrutura (pólen, tricomas e nectários) e recentemente, citogenética e biologia

molecular auxiliam na compreensão do grupo.

A química do gênero Croton tem sido explorada e os estudos fitoquímicos

efetuados têm conduzido ao isolamento de diversos metabólitos secundários como

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

29

alcalóides, flavonóides e terpenóides (Rizsck 1987; Hill et al. 2001). Palmeira Júnior

et al. (2006) isolaram terpenóides (sitosterol, estigmasterol, cicloart-25-eno-3β,24β-

diol, cicloart-25-eno-3β,24α-diol e ácido betulônico), flavonóides (artemetina,

crisosplenetina, casticina, penduletina e tilirosídeo) e fenilpropanóide (treo-7-etoxi-8-

hidroxi-diidroanol) em folhas e caule de C. sellowii Baill.

Punt (1962), ao estudar a morfologia polínica das Euphorbiaceae, constatou

que os representantes de Croton apresentam um tipo característico que é o padrão-

crotonóide: ausência de aberturas, forma esférica ou elíptica e a superfície

ornamentada com espinhos e clavas. Para Khan (1968), o padrão-crotonóide

também exibe superfície pilada, estando estas estruturas organizadas num padrão

reticulado. Salgado-Labouriau (1967), analisando os grãos de pólen das

Euphorbiaceae do Cerrado, percebeu que as sete espécies de Croton apresentavam

morfologia polínica uniforme, havendo só distinção quanto ao tamanho dos grãos.

Recentemente, Cruz-Barros et al. (2006) em estudos polínicos das espécies de

Euphorbiaceae da Ilha do Cardoso (São Paulo), descreveram para C. macrobothrys

a ocorrência de grãos apolares, esféricos e com grânulos na exina. Lima & Pirani

(2008) realizaram um estudo palinológico com 22 espécies da seção Lamprocroton

com a finalidade de obter subsídios para a melhor delimitação interespecífica e

caracterização filogenética do grupo.

Croton possui uma grande riqueza de caracteres encontrados, principalmente,

nos tricomas, no cálice e na grande variedade de glândulas. No entanto, o grande

desafio é selecionar esses caracteres para formar conjuntos que possam ser

utilizados na delimitação das espécies, além de reconhecer quais desses caracteres

são facilmente modificados por variações ambientais. Dentre os atributos

morfológicos investigados, os tricomas parecem ser um dos constantes em cada

espécie, como foi relatado por Lucena & Sales (2006). A primeira classificação dos

tricomas em Croton foi proposta por Froembling (1896), que reconheceu, nas 132

espécies analisadas, a ocorrência de cinco tipos: estrelado, lepidoto, fasciculado ou

rosulado, fasciculado-estipitado e dendrítico. Inamdar & Gangadhara (1977),

estudando os tricomas foliares de 53 espécies da família Euphorbiaceae,

registraram os tipos estrelados e lepidotos em Croton bonplandianum Baill. e C.

oblongifolius Roxb. Analisando 120 espécies, Webster et al. (1996) revisaram os

tipos de tricomas propostos por Froembling (1896) e acrescentaram, ainda,

subdivisões ao tipo lepidoto, além do tipo glandular.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

30

Recentemente, Lucena & Sales (2006), estudando a ultra-estrutura dos

tricomas foliares das 14 espécies de Croton ocorrentes no litoral e na zona da mata

de Pernambuco, reconheceram 10 tipos: estrelado-porrecto, fasciculado,

multiradiado, dendrítico, lepidoto, estrelado-rotado, estrelado-lepidoto, dentado-

lepidoto, simples e glandular. Lima & Pirani (2008), estudando a morfologia dos

tricomas foliares em Croton sect. Lamprocroton, reconheceram em todas as

espécies o tipo lepidoto, porém foram identificados quatro diferentes subtipos:

lepidoto-típico, pseudo-lepidoto, estrelado-lepidoto e dentado-lepidoto.

São poucos os estudos enfocando os aspectos morfoanatômicos das

glândulas encontradas em muitas espécies de Croton – fato este já observado por

Webster (1993). Para esse autor, essas estruturas exibem grande variedade de

formas e tamanhos. Enfatiza, ainda, que estudos detalhados poderiam revelar

importantes características para auxiliar a classificação desse gênero. Entre estes

trabalhos podem ser destacados Bernhard (1966), Freitas (1997), Freitas & Paoli

(1999) e Freitas et al. (2000, 2001). A grande variabilidade estrutural dos órgãos

glandulares, bem como sua ampla ocorrência nas Euphorbiaceae, foi destacada por

Bernhard (1966). Para o autor, essas estruturas exibem uma grande diversidade de

funções e são representadas pelos pontos translúcidos, tricomas glandulares e

nectários presentes nas partes vegetativas e reprodutivas de muitas espécies. Para

Guimarães (2006), a morfologia dos nectários encontrados na base do limbo foliar

ou no ápice do pecíolo é importante para uma melhor delimitação das espécies

amazônicas de Croton, e que a associação de estudos taxonômicos e anatômicos

poderiam auxilar na identificação mais precisa das espécies.

Também as sementes podem constituir um elemento forte na taxonomia do

gênero, como foi observado por Poali et al. (1995). Esses autores, ao analisarem a

morfologia das sementes de Croton floribundus Spreng. e C. urucurana Baill.,

constataram diferenças significativas quanto às dimensões, espessura e coloração

da rafe.

Para uma melhor compreensão da ecologia das espécies de Croton, algumas

abordagens têm sido relevantes. Uma delas é o estudo da biologia reprodutiva que

fornece informações sobre o ritmo de crescimento e reprodução e a produção de

frutos e sementes. Estudos dessa natureza em Croton são relativamente dispersos

na literatura, havendo registro de ambifilia em C. floribundus e C. priscus Croizat

(Passos 1995b), anemofilia em C. suberosus Kunth (Dominguez & Bullock 1989),

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

31

entomofilia em C. draco Schltdl. (Steiner 1983) e C. sarcopetalus Müll. Arg. (Freitas

et al. 2001), miiofilia em C. hirtus L’ Hér (Ramirez & Brito 1992) e melitofilia em C.

urucurana Baill. (Pires et al. 2004).

Em se tratando da dinâmica das comunidades vegetais é bastante relevante o

estudo do mecanismo de dispersão das sementes. Esses estudos envolvendo

representantes de Croton são pouco documentados, embora Leal (2003) tenha

observado que na caatinga Euphorbiaceae destaca-se entre as famílias que

possuem sementes transportadas por formigas. A autora, ainda, constatou que os

diásporos de Croton campestris A St-Hil., C. argyrophyllus Kunth e C. blanchetianus

Baill. possuem uma estrutura rica em compostos lipídicos (elaiossomo) que tem

como principal função atrair as formigas. Esses insetos utilizam o elaiossomo como

alimento, e ainda como apoio mecânico no transporte para o ninho.

Conseqüentemente, dispersam as sementes para longe da planta-mãe diminuindo

assim a predação e a competição entre as suas plântulas.

Com o avanço dos estudos moleculares se tem perdido um pouco o interesse

em trabalhos referentes aos cromossomos (número cromossômico e cariótipo),

embora estes forneçam informações a cerca da história evolutiva e das relações

genéticas entre as espécies aparentadas. Estima-se que apenas 10% dos táxons de

Croton foram objetos de estudos citogenéticos (Urbatsch et al. 1975). No entanto,

com algumas exceções, espécies desse gênero são conhecidas por apresentarem

número básico n=10 (Urbatsch et al. 1975). Este número tem servido como uma

evidência a mais do monofiletismo do gênero. Miller & Webster (1966), analisando a

citologia de quatro espécies de Croton, observaram que o número cromossômico

das espécies variou de n = 10 (C. bonplandianus Baill. e C. cortesianus Kunth.) a

aproximadamente n= 60 (C. xalapensis Kunth). Outras dez espécies americanas

foram estudadas por Urbatsch et al (1975). Esses autores observaram uma maior

diversidade na quantidade de cromossomos (n = 9; n = 10; n = 14; n = 24; n = 28),

concluindo que n = 14, 28 são números derivados de n = 7, embora este seja pouco

conhecido para o gênero. Recentemente, Pôrto (2007), estudando o cariótipo de 11

espécies típicas do semi-arido nordestino, observou que a variação cromossômica

numérica encontrada em Croton, quando comparada com a proposta de filogenia

para o grupo, sugere que n = 8 seja número básico para o gênero.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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4. MANUSCRITOS

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

44

MMAANNUUSSCCRRIITTOO II SSIINNOOPPSSEE DDEE CCrroottoonn LL.. ((EEUUPPHHOORRBBIIAACCEEAAEE)) NNOO EESSTTAADDOO DDEE

PPEERRNNAAMMBBUUCCOO,, BBRRAASSIILL

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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Sinopse de Croton L. (Euphorbiaceae) no Estado de

Pernambuco, Brasil

A ser enviado ao periódico:

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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Sinopse de Croton L. (Euphorbiaceae) no Estado de Pernambuco, Brasil 1

Juliana Santos Silva 2,4

Margareth Ferreira de Sales 3

RESUMO – (Sinopse de Croton L. [Euphorbiaceae] no Estado de Pernambuco, Brasil). Este

estudo foi baseado na análise de materiais de herbário, referências bibliográficas e coletas,

revelando a ocorrência de 35 espécies do gênero Croton para o estado de Pernambuco. A

maior parte destas espécies tem distribuição exclusiva na zona fitogeográfica das Caatingas;

Croton fuscescens Spreng., C. grewioides Baill. e C. blanchetianus Baill. estendem-se da

zona fitogeográfica da Mata até a zona fitogeográfica das Caatingas; C. polyandrus Spreng. e

C. selowii Baill. ocorrem principalmente na faixa litorânea, em vegetação de restinga; C.

argenteus L., C. jacobinensis Baill. e C. triqueter Lam. foram observados apenas na zona

fitogeográfica da Mata e C. glandulosus L., C. heliotropiifolius Kunth, C. hirtus L’ Her. e C.

lundianus (Didr.) Müll. Arg. apresentam ampla distribuição no Estado. São apresentadas

chave de identificação, comentários sobre distribuição geográfica e habitats, juntamente com

ilustrações de características diagnósticas das espécies.

Palavras chave: Crotonoideae, diversidade, distribuição geográfica, taxonomia.

ABSTRACT – (Synopsis of the Croton L. (Euphorbiaceae) in the state of Pernambuco,

Brazil.). This study was based on the analysis of the herbarium materials, specialized

bibliography and field-collections, recording the occurrence of 35 species of the genus Croton

for the state of Pernambuco. Some species of Croton show exclusive distribution in the

Caatinga region; Croton fuscescens Spreng., C. grewioides Baill. and C. blanchetianus Baill.

are found from Mata zone to Caatinga zone; C. polyandrus Spreng. and C. selowii Baill.

occurring mainly in the coastline, in restinga vegetation; C. argenteus L., C. jacobinensis

Baill. and C. triqueter Lam. were observed only in the forest zone and C. glandulosus L., C.

heliotropiifolius Kunth, C. hirtus L’ Her. and C. lundianus (Didr.) Müll. Arg. with wide

distribution. Identification keys, comments about geographic distribution and habitats and

illustrations of diagnostic characteristics of the species are provided.

Key words: Crotonoideae, diversity, geographical distribution, taxonomy 1 Parte da dissertação de Mestrado da primeira autora 2 Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Bolsista CNPq

130955/2007-8). 3 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Área de Botânica, Rua Dom Manoel

de Medeiros s.n., 52171-900 Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil ([email protected]) 4 Autor para correspondência: [email protected]

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47

Introdução

A família Euphorbiaceae foi recentemente desmembrada, com base em estudos

moleculares, ficando restrita às espécies uniovuladas (Chase et al. 2002; APG II 2003;

Wurdack 2002; Wurdack et al. 2005). Com cerca de 6.500 espécies, alocadas em 300 gêneros

(Wurdack et al. 2005), Euphorbiaceae s.s., ainda constitui uma das maiores e mais diversas

famílias das angiospermas. No Brasil está representada por 70 gêneros e aproximadamente

1.000 espécies amplamente distribuídas em diferentes formações vegetacionais (Souza &

Lorenzi 2008).

Croton é o segundo maior e mais diverso da família Euphorbiaceae, possuindo cerca

de 1.200 espécies, com distribuição pantropical, embora a maioria dos seus representantes

ocorram nas Américas (Govaerts et al. 2000; Berry et al. 2005). Na América do Sul, o Brasil

é o país que congrega o maior número de espécies, aproximadamente 350 (Berry et al. 2005),

amplamente distribuídas nos mais diversos ambientes, destacando-se o cerrado, a caatinga e

os campos rupestres, ocorrendo em diferentes níveis de elevação.

Croton é um gênero monofilético pertencente à tribo Crotoneae, juntamente com

Ophellantha Standl., Sandwithia Lanj., Sagotia Baill., Brasiliocroton P. E. Berry & Cordeiro

e Astraea Klotzch., diferindo destes por apresentar dobramento dos filetes no botão floral,

associados às inflorescências tirsóideas e as pétalas reduzidas ou ausentes nas flores pistiladas

(Berry et al. 2005; Wurdack et al. 2005). Tratamentos sistemáticos para Croton foram

propostos por Baillon (1864), Grisebach (1864), Müller (1865, 1866) e, recentemente por

Webster (1992, 1993, 1994; 2001). O sistema de classificação de Webster (1993) é dividido

em 40 seções e cinco subseções, sendo ainda muito aceito pelos pesquisadores.

A diversidade de Croton pode ser evidenciada em Floras e sinopses elaboradas para

diversos países das Américas (Arechavaleta 1911; Croizat 1940, 1942; Macbride 1951;

Webster 1967; Webster & Burch 1967; Ahumada 1998; Gillespie 1993; Sanz 1993; Murillo

1999). No Brasil, estudos abrangentes abordando a taxonomia de Croton são escassos. No

entanto, merecem menção o de Müller (1873), na Flora Brasiliensis, que reconheceu 275

espécies; Gomes (2006) que revisou a seção Argyroglossum para a América do Sul, citando

nove espécies para o Brasil e Lima & Pirani (2008), que estudaram a seção Lamprocroton

para este país, registrando 21 espécies.

No Nordeste brasileiro, trabalhos recentes evidenciaram a alta diversidade de Croton

na região e a necessidade de estudos sistemáticos sobre o mesmo. Cordeiro (1995), estudando

as Euphorbiaceae do Pico das Almas (BA) reconheceu 28 espécies dentre as quais dez

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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pertecem a Croton. Posteriormente, Carneiro et al. (2002), tratando as Euphorbiaceae dos

inselbergs da região de Milagres (BA), registraram a ocorrência de sete espécies de Croton.

Lucena (2000) analisou 14 espécies de Croton ocorrentes na Zona do Litoral e da Mata

pernambucano. Recentemente, Cordeiro & Carneiro-Torres (2006) registraram 52 táxons de

Croton para o checklist das plantas do nordeste brasileiro.

Considerando a expressiva representação de Croton na flora de Pernambuco, o

elevado número de espécimes encontrados sem identificação nos herbários pernambucanos e

a complexa morfologia do gênero, este trabalho teve como objetivos facilitar o

reconhecimento das espécies ocorrentes nesse estado através de uma chave de identificação e

comentários sobre distribuição geográfica e aspectos ecológicos de cada táxon.

Material e métodos

O Estado de Pernambuco com 98.281Km2 de área superficial situa-se entre as

coordenadas 7º 15’ 45’’ e 9º 28’ 18’’S e 34º 48’ 35’’ e 41º 19’ 54”W (Andrade-Lima 1957).

Está dividido em quatro zonas fitogeográficas: do Litoral, da Mata, das Caatingas e das

Savanas (Andrade-Lima 1957) (Fig. 1). A zona da Mata foi dividida, ainda, nas subzonas da

Mata Seca e da Mata Úmida; a zona das Caatingas nas subzonas do Agreste, Sertão e Matas

Serranas; e a zona das Savanas em Tabuleiros e Agrestes do Araripe. Na subzona do Sertão o

autor reconheceu ainda as regiões do Sertão Central, do Jatinã, do São Francisco, do Araripe e

dos Chapadões Cretáceos. Possui clima, solos e fitofisionomias heterogêneas, embora o clima

semi-árido com vegetação de caatinga seja a predominante e ocupe cerca de 80% do estado.

Há ainda nas zonas do Litoral e da Mata fragmentos de florestas ombrófilas e estacionais, em

geral fragmentadas, além de corpos de mangues, restingas, dunas e ecossistemas associados

(Andrade-Lima 1957) (Fig. 1). Na zona fitogeográfica das Caatingas, além do predomínio da

vegetação de caatinga, encontram-se também as formações rupestres e os brejos de altitude,

sendo estes últimos enclaves de florestas perenifólias a semi-decíduas em altitudes acima de

780 m (Sales et al. 1998).

Coletas foram realizadas em diferentes municípios de Pernambuco entre março de

2006 e setembro de 2008, para observação das populações em campo e obtenção de material

botânico, de acordo com a metodologia de Mori et al. (1989). Após o processamento, o

material coletado foi depositado no acervo do Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho

(PEUFR) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Foram examinadas ainda exsicatas

provenientes dos herbários BHCB, ESA, ESAL, HST, HUEFS, IAN, IBGE, IPA, PEUFR, R,

UFP, UB, VIC, listados conforme Holmgren et al. (1990). A identificação dos espécimes foi

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baseada principalmente em Müller (1873), nos protólogos e em imagens da coleção-tipo. A

padronização da terminologia das estruturas vegetativas e reprodutivas baseou-se em Radford

et al. (1974) e Harris & Harris (1994). Para os comentários de distribuição geográfica das

espécies, adotou-se a classificação fitogeográfica de Pernambuco proposta por Andrade-Lima

(1957).

Resultados e Discussão

Em Pernambuco foram registradas 35 espécies do gênero Croton, o que representa

24% das espécies de Euphorbiaceae ocorrentes no estado (139 spp.). A maioria delas (31)

ocorre na zona fitogeográfica das Caatingas, embora algumas espécies (Croton fuscescens, C.

grewioides, C. blanchetianus e C. heliotropiifolius) sejam também encontradas na zona

fitogeográfica da Mata. Merece destaque a microrregião do Vale do Ipanema (municípios de

Águas Belas, Buíque, Itaíba, Pedra, Tupanatinga e Venturosa), onde o gênero está

representado por 15 espécies. Destas, quatro (C. microcarpus, C. nummularius, C.

rudolphianus, C. virgultosus) só foram encontradas na chapada de São José, em Buíque.

As espécies são comumente subarbustivas ou arbustivas, monóicas e, menos

frequentemente, arbóreas (Croton floribundus, C. polyandrus). O indumento é constituído por

tricomas estrelados, dendríticos, fasciculados, lepidotos, simples ou estados intermediários

entre estes tipos. As folhas são predominantemente alternas, às vezes opostas (C. tetradenius,

C. selowii) ou pseudo-verticiladas no ápice dos ramos (C. nummularius), pecioladas,

comumente sem nectários e, menos frequentemente, estas estruturas são encontradas na

porção distal do pecíolo, da superfície superior (C. glandulosus, C. grewioides, C. hirtus, C.

lundianus, C. salutaris, C. sincorensis, C. trinitatis) ou da superfície inferior, bem próximo à

lâmina, (C. adamantinus, C. echioides, C. virgultosus, C. nepetifolius) ou, ainda, nestas duas

posições no mesmo indivíduo (C. tetradenius) e ao longo da margem. As inflorescências são

terminais, tirsóides, contínuas (na maioria das espécies) ou descontínuas entre as címulas

estaminadas e pistiladas, exibindo a porção mediana da raque sem flores (C. lundianus, C.

trinitatis). As flores estaminadas em Croton são, geralmente, uniformes em sua estrutura,

diferindo apenas no tamanho, número de estames e indumento das sépalas e pétalas. São

sempre pediceladas, diclamídeas, valvares e pêntameras. As sépalas são iguais entre si e

unidas apenas na base. O androceu é composto por estames livres entre si que são

característicamente encurvados no botão. O número de estames varia de 7 a 55. Os filetes são

filiformes, vilosos (na maioria das espécies) ou glabros (C. adamantinus, C. campestris, C.

echioides, C. glandulosus, C. heliotropiifolius, C. lundianus, C. microcarpus, C. nepetifolius,

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C. tetradenius e C. virgultosus), com tricomas distribuídos por toda sua extensão ou apenas na

porção basal. As anteras são sempre basifixas, bitecas, introrsas e rimosas. O disco é

geralmente formado por cinco glândulas opostas aos lobos do cálice. As flores pistiladas são

muito mais variáveis em sua estrutura do que as estaminadas. São monoclamídeas, raramente

diclamídeas, pediceladas ou sésseis. As sépalas podem ser valvares, unidas ou não na base,

em número variável de cinco a seis (C. lundianus). Os lobos são lineares, ovais, estreitamente

oblongos, elípticos, lanceolados ou com variações intermediárias entre estes. O disco nas

flores pistiladas exibe pouca variação, sendo geralmente pentalobado e glabro. O ovário é

sincárpico, tricarpelar, trilocular com um único óvulo por lóculo. Os estiletes são em número

de três, geralmente ramificados uma ou mais vezes. Podem ser livres, unidos na base ou,

ainda, formar uma coluna (C. blanchetianus e C. floribundus) com os ramos ascendentes ou

patentes sobre o ovário. O fruto é uma cápsula septicida-loculicida, geralmente, orbicular. A

columela apresenta ápice inteiro ou tripartido. As sementes são carunculadas, lisas ou

rugosas, geralmente com a face dorsal convexa, variando de paleáceas, castanho-alaranjadas,

marrons a enegrecidas.

Chave para espécies de Croton L. do estado de Pernambuco

1. Sépalas pistiladas reduplicadas

2. Pecíolo com nectários................................................................................25. C. salutaris

2’. Pecíolo sem nectários

3. Estiletes livres

4. Estípulas 1,5-2 mm de comprimento com margem laciniado-glandular; limbo

foliar com tricomas lepidotos em ambas as faces; estames 11..........26. C. selowii

4’. Estípulas 5-15 mm de comprimento com margem inteira; limbo foliar com

tricomas lepidotos apenas na face inferior; estames 15

5. Indumento foliar prateado a amarelado; brácteas ovais a triangulares; sépalas

pistiladas triangulares; disco das flores de ambos os sexos com lobos livres;

sementes lisas, marrons a acinzentadas.............................3. C. andrade-limae

5’. Indumento foliar ferrugíneo a ferrugíneo-alaranjado; brácteas linear-

lanceoladas; sépalas pistiladas elípticas a obovais; disco das flores de ambos

os sexos com lobos unidos; sementes papiloso-rugosas, creme com máculas

avermelhadas................................................................................29. C. tricolor

3’. Estiletes unidos na base às vezes formando uma coluna

6. Pedicelo das flores pistiladas 0,5-4 mm de comprimento; pétalas pistiladas

ausentes; fruto não muricado

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7. Limbo lanceolado a elíptico, face inferior uniformemente prateada a

discretamente amarelada; disco das flores estaminadas

lepidoto............................................................................5. C. argyrophyllus

7’. Limbo foliar largamente oval, face inferior esverdeada; disco das flores

estaminadas tomentoso a glabro

8. Estiletes 12-16-fidos, unidos formando coluna; sementes lisas..................

......................................................................................6. C. blanchetianus

8’. Estiletes 6-fidos, unidos apenas na base; sementes rugosas a

foveoladas.....................................................................15. C. jacobinensis

6’. Pedicelo das flores pistiladas 6-9 mm de comprimento; pétalas pistiladas

filiformes; fruto muricado.........................................................9. C. floribundus

1’. Sépalas pistiladas não reduplicadas

9. Folhas com margem inteira a levemente serrilhada

10. Sépalas pistiladas de tamanho fortemente desigual, 2 lobos rudimentares com até 1

mm comprimento e 3 lobos maiores com 3-6 mm comprimento profundamente

laciniados

11. Ramos com tricomas estrelados, inflorescência 10-15 mm, flor pistilada

pedicelada, sementes lisas...............................................................4. C. argenteus

11’. Ramos com tricomas dendríticos, inflorescência 25-65 mm, flor pistilada séssil

a subséssil, sementes reticuladas

12. Folhas esparsamente serrilhadas, palmatinérvias, brácteas lineares a linear-

lanceoladas, estames 11, estiletes 4-fidos, fruto esverdeado....32. C. triqueter

12’. Folhas inteiras a diminutamente serrilhadas, peninérvias, brácteas

espatuladas, estames 7-8, estiletes 2-fidos, fruto enegrecido............................

...............................................................................................10. C. fuscescens

10’. Sépalas pistiladas de tamanho igual à ligeiramente desigual

13. Estiletes 2-fidos

14. Indumento de tricomas dentado-lepidotos; folhas coriáceas; inflorescências

com címulas bissexuais constituída por 1 flor pistilada e 2-5

estaminadas...........................................................................22. C. polyandrus

14’. Indumento de tricomas estrelados; folhas membranáceas a cartáceas;

inflorescências com címulas unissexuais

15. Ápice das folhas tripartido...............................................30. C. tridentatus

15’. Ápice das folhas inteiro

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16. Columela do fruto após a deiscência com ápice inteiro

17. Limbo com margem inteira, dois nectários na base do limbo ou

ápice do pecíolo, flores pistiladas sésseis................8. C. echioides

17’. Limbo com margem serrilhada, 4-6 nectários na base do limbo

ou ápice do pecíolo, flores pistiladas 1-3 mm

comprimento.......................................................28. C. tetradenius

16’. Columela do fruto após a deiscência com ápice tripartido

18. Flores estaminadas em címulas unifloras; sementes rugosas...........

................................................................................7. C. campestris

18’. Flores estaminadas reunidas em címulas com 2-5 flores;

sementes lisas

19. Pecíolo com dois nectários pateliformes; inflorescências

laxas.................................................23. C. rhamnifolioides

19’. Pecíolo normalmente sem nectários ou, quanto presentes,

globosos; inflorescências congestas

20. Indumento dos ramos amarelado; folhas lanceolado-

ovais; frutos vilosos..................13. C. heliotropiifolius

20’. Indumento dos ramos ferrugíneo; folhas ovais; frutos

pubescentes..........................................16. C. japirensis

13’. Estiletes 4-fidos

21. Ramos prateados; indumento de tricomas estrelado-lepitodos; flores

pistiladas pediceladas (3-7 mm); fruto subgloboso a elipsóide,

freqüentemente encurvado no pedicelo .............................19. C. microcarpus

21’. Ramos ferrugíneos; indumento de tricomas estrelados; flores pistiladas

sésseis; fruto globoso...............................................................34. C. velutinus

9’. Folhas com margem crenada, denteada, denteado-glandular, serreada, serreado-

glandular ou bisserreada

22. Inflorescência com descontinuidade entre as címulas estaminadas e pistiladas,

exibindo a porção mediana da raque sem flores

23. Flores pistiladas com 6 sépalas, obovais, margem discretamente serreada;

ovário glabrescente a glabro......................................................18. C. lundianus

23’. Flores pistiladas com 5 sépalas, elíptico-oblongas a elíptico-lanceoladas,

margem inteira; ovário hirsuto a pubescente................................31. C. trinitatis

22’. Inflorescência sem descontinuidade entre as címulas estaminadas e pistiladas

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24. Estípulas com glândulas

25. Folhas discolores com a face inferior velutina; estípulas laceradas; brácteas

espatuladas, laceradas; estames 50-55; sépalas pistiladas laceradas...............

.............................................................................17. C. laceratoglandulosus

25’. Folhas concolores com a face inferior pubescente a tomentosa; estípulas

inteiras; brácteas lanceoladas, oblongas a estreitamente triangulares,

inteiras; estames 10-12; sépalas pistiladas inteiras

26. Sépalas pistiladas hirsuto-tomentosas com glândulas sésseis...................

......................................................................................33. C. urticifolius

26’.Sépalas pistiladas pubescentes a glabrescentes com glândulas

estipitadas

27. Estípulas com glândulas sésseis obovóides, densamente

aglomeradas; folhas com base cordada; inflorescências com 3,5-6

cm de comprimento............................................24. C. rudolphianus

27’. Estípulas com glândulas longamente estipitadas, esparsadas; folhas

com base arredondada; inflorescências com 12-15 cm de

comprimento............................................................2. C. adenocalyx

24’. Estípulas sem glândulas

28. Estiletes 2-fidos

29. Brácteas com glândulas

30. Ramos tomentosos; glândulas das brácteas sésseis.............................

..............................................................................11. C. glandulosus

30’. Ramos hirsutos; glândulas das brácteas longamente estipitadas.......

........................................................................................14. C. hirtus

29’. Brácteas sem glândulas

31. Planta fortemente aromática, aroma de canela, freqüentemente,

perceptível em material herborizado; filetes vilosos; sépalas

pistiladas estreitamente oblongas............................12. C. grewioides

31’. Planta ligeiramente aromática; filetes glabros; sépalas pistiladas

elípticas

32. Inflorescências 0,7-2,5 cm; sépalas pistiladas ovais com a base

levemente ungüiculada; pétalas ausentes.........1.C. adamantinus

32’. Inflorescências 8-9,5 cm; sépalas pistiladas lanceoladas, sem

base ungüiculada; pétalas presentes.................35. C. virgultosus

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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28’. Estiletes 4-fidos ou mais

33. Arbustos; folhas 7-10 x 3,5-5,5 cm, elípticas a ovais, nectários no ápice

do pecíolo, base ou na margem da lâmina; inflorescências 5,5-6,5 cm

de comprimento; sépalas pistiladas sem glândulas

34. Nectários cilíndricos; estames 10; estiletes 8-fidos............................

................................................................................27. C. sincorensis

34’. Nectários pateliformes; estames 15-16; estiletes 4-6-

fidos.......................................................................20. C. nepetifolius

33’. Subarbustos; folhas 0,2-1 x 0,3-1 cm, orbiculares, nectários ausentes;

inflorescências 0,8-2,2 cm de comprimento; sépalas pistiladas com

glândulas estipitadas na margem..........................21. C. nummularius

1. Croton adamantinus Müll. Arg., Fl. bras. 11(2): 115. 1873.

Fig. 2

Ocorre, com maior frequência, no semi-árido brasileiro, geralmente em regiões com

altitudes variando entre 150 a 1000 metros. Distribui-se nos estados da Bahia, Ceará,

Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe até o norte de Minas Gerais. Na área de

estudo ocorre exclusivamente na zona fitogeográfica das Caatingas, em vegetação de caatinga

e formações rupestre.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Buíque, pedra do Cachorro,

13/II/2008, fl., Silva et al. 400 (PEUFR); sítios arqueológicos do Alcobaça, 13/II/2008, fl.,

Silva et al 397 (PEUFR); Exu, 13/II/2007, fl., Carneiro-Torres, Silva-Castro & Cardoso 875

(HUEFS); Serrolândia, Chapada do Araripe, 11/II/1983, fl., Fotius 3634 (IPA, HUEFS);

Sertânia, 8/XI/1986, fl., Webster, Dehgan & Ataíde 25626 (IPA, HUEFS).

2. Croton adenocalyx Baill., Adansonia 4: 344. 1864.

Fig. 2

Espécie restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo no Ceará, Paraíba, Pernambuco,

Rio Grande do Norte e Sergipe. Cresce em vegetação de caatinga sobre solo arenoso ou

argilo-arenoso pedregoso, em altitudes que variam de 190 m a 530 m. Em Pernambuco ocorre

na zona fitogeográfica das Caatingas, em vegetação de caatinga e em áreas antropizadas.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Betânia, serra dos Arrombados,

24/V/1971, fl., Academia Brasileira de Ciências 894 (HUEFS, IPA); Mirandiba, fazenda

Tigre, 30/III/2006, fl., Lucena et al. 1166 (UFP).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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3. Croton andrade-limae A. P. S. Gomes & M. F. Sales (sp. nova inéd., submetida)

Fig. 2

Restrita ao semi-árido brasileiro, onde cresce em chapadas, chapadões e serras de

formações areníticas nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande

do Norte, entre 400 e 1350 metros de altitude. Na área de estudo é encontrada na chapada do

Araripe, crescendo em vegetação de caatinga.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Araripina, 3,5 Km da Estação

Experimental do IPA, 14/II/1998, fl., Ferreira s/n (IPA 61887).

4. Croton argenteus L., Sp. Pl. 1004. 1753.

Fig. 2

Espécie neotropical com ampla distribuição no México, Belize, Peru, Costa Rica, El

Salvador, Guatemala, Honduras, Nicaragua, Panamá, Bolívia, Colômbia, Argentina,

Venezuela, Paraguai, Peru e Brasil (AM, BA, MT, PA, PE, PI, MA, MS, RJ, RN). No Brasil

pode ser encontrada em áreas alagadiças, matas ciliares sobre solo arenoso, ocorrendo do

nível do mar até 500 m de altitude. Em Pernambuco foi observada apenas na zona da Mata,

crescendo na borda da mata, em solos arenosos.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Vitória de Santo Antão, estação

experimental do Cedro-IPA, 25/VIII/1958, Andrade-Lima 3231 (PEUFR).

5. Croton argyrophyllus Kunth in Humb., Bonpl. & Kunth., Nov. gen. sp. pl. (4) 2: 68. 1817.

Fig. 2

Distribuição na porção norte da América do Sul (Colômbia, Bolívia, Paraguai e

Venezuela) e no Brasil (Alagoas, Sergipe, Piauí, Ceará, Paraíba, Alagoas, Bahia,

Pernambuco, Roraima e Rondonia). Ocorre principalmente em ambientes do semi-árido,

sobre solos arenosos ou pedregosos em vegetação semidecidual a decidual. Em Pernambuco

foi encontrada formando extensas populações na zona fitogeográfica das Caatingas (Agreste e

Sertão), em vegetação de caatinga sobre solo arenoso ou pedregoso.

Nome Vulgar: marmeleiro ou marmeleiro branco

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Buíque, pedra do Cachorro,

13/II/2008, Silva et al. 399 (PEUFR); Floresta, Rebio Serra Negra, 9/III/1995, fl., Tschá &

Laurênio 31 (PEUFR); Pedra, 30/III/1991, fl., Pessoa s/n (PEUFR-12420); Venturosa, parque

Pedra Furada, 17/I/1998, fl., Costa & Rodal 7 (PEUFR).

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6. Croton blanchetianus Baill., Adansonia 4: 301. 1864.

Fig. 2

Restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo tanto em vegetação de caatinga quanto de

carrasco, distribuindo-se nas regiões Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco,

Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Sudeste (Minas Gerais). Em Pernambuco, foi

verificada a parti da zona da Mata até a das Caatingas em diversos ambientes, incluindo áreas

de caatinga, bordas das florestas montanas (brejos de altitude), capoeiras, margem de estrada

e cultivos abandonados.

Nome Vulgar: marmeleiro

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Limoeiro, Gameleira, 12/V/1998, fl.,

Lucena & Laurênio 476 (PEUFR); Mirandiba, estrada para fazenda Troncão, 16/IV/2007, fl.,

Silva et al. 161 (UFP); Taquaritinga do Norte, 7º53’24’’S, 36º05’59’’W, 18/IV/1997, fl.,

Laurênio et al. 481 (PEUFR).

7. Croton campestris A. St.-Hil., Pl. Usuel. Bras. pt. 12 tab. 60. 1827.

Fig. 2

Amplamente distribuída no Brasil, ocorrendo nas regiões Sul (PR, RS), Sudeste (ES,

MG, RJ, SP), Nordeste (AL, BA, CE, PE, PI, PB, RN) e Centro-oeste (DF, GO, MS, TO)

(Lima & Pirani 2003). É encontrada desde áreas com altitudes mais elevadas (1346 m), na

Cadeia do Espinhaço até o nível do mar, em regiões de mata ciliar, cerrado, campo limpo,

campo sujo, caatinga. É uma espécie pouco freqüente na área de estudo, tendo sido coletada

apenas no município de Petrolândia, em áreas antropizadas.

Nome Vulgar: velame

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Petrolândia, 15/II/1984, fl., Fotius

3761 (IPA, HUEFS).

8. Croton echioides Baill., Adansonia 4: 334. 1864.

Fig. 2

Trata-se de uma espécie restrita ao semi-árido brasileiro, crescendo em vegetação de

caatinga (AL, BA, CE, MG, PE, PI, PB, RN), embora também observada em áreas

transicionais de caatinga-cerrado e cerrado do estado do Piauí. Em Pernambuco está associada

às chapadas de formações areníticas, comumente encontrada em altitudes que variam de 700 a

900 metros de altitude.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Buíque, fazenda Botija, 6/V/2003, fl.,

Gomes & Laurênio 1106 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 8/V/2003, fl. fr., Laurênio 2035

(PEUFR); serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl., Silva et al. 402 (HST, PEUFR); Serrolândia,

Chapada do Araripe,15/II/1984, fl., Fotius 3761 (IPA).

9. Croton floribundus Spreng., Syst. Veg. 3: 873. 1826.

Fig. 2

Espécie sul-americana muito comum em bordas e clareiras de florestas mesófilas,

ombrófilas e de matas ciliares do Brasil e do leste do Paraguai (Gomes 2006; Caruzo &

Cordeiro 2007). No Brasil, ocorre nas regiões Nordeste (AL, BA, CE, PE, RN), Sudeste (ES,

MG, RJ e SP), Sul (PR) e Centro-oeste (MG, TO). Na área de estudo, foi verificada desde a

região litorânea até a semi-árida, nesta última sendo encontrada preferencialmente em áreas

mais úmidas, sobre solo argiloso formando algumas vezes grandes populações.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Bezerros, caminho para reserva de

Serra Negra, 12/IV/1999, fl. fr., Laurênio 1615 (PEUFR); Camaragibe, Aldeia, Km 12,

12/I/2004, fl., Gomes & Laurênio 1532 (PEUFR); São Vicente Férrer, mata do Estado,

18/IV/1995, fr., Rodal et al. 513 (PEUFR)

10. Croton fuscescens Spreng., Syst. Veg. 3: 874. 1826.

Fig. 2

Ocorre apenas na América do Sul, habitando bordas e clareiras de florestas ombrófilas

e mesófilas da Argentina e das regiões nordeste (AL, BA, PE, SE), sudeste (MG, RJ, SP) e

centro-oeste (GO) do Brasil. Em Pernambuco foi encontrada na zona fitogeográfica da Mata

(floresta atlântica) e na zona fitogeográfica das Caatingas, subzona do Agreste (“brejos de

altitude”), na borda da mata, em solos úmidos e com serrapilheira.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Vitória de Santo Antão, engenho

Pombal, 29/VII/1997, fl., Lucena 309 (PEUFR); Taquaritinga do Norte, 16/IV/2005, fl. fr.,

Silva 633 (PEUFR).

11. Croton glandulosus L., Syst. Nat. 10: 1275. 1759.

Fig. 3 A Amplamente distribuida nas Américas, ocorrendo desde o sudeste dos Estados Unidos

até a Argentina (Govaerts et al. 2000). No Brasil, distribui-se da região Norte até o Sul (AL,

AM, AP, BA, CE, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, PI, PB, PR, RJ, RN, SC, SE, SP, TO) em

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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diferentes ambientes: florestas, cerrados, caatinga e, ainda, como ruderal. Em Pernambuco é

encontrada desde o litoral até a subzona do Sertão, em áreas cultivadas, terrenos baldios ou

em bordas de mata.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Buíque, estrada para o Catimbau,

04/IX/2007, fl. fr., Silva & Lima 267 (PEUFR); serra do Catimbau, 10/VII/1997, fr., Lucena

et al. s.n (HUEFS 53294); Petrolina, 4/IV/1991, fl. fr., Nogueira et al. 1 (IBGE); Pombos,

23/VII/1998, fl., Lucena et al. 594 (PEUFR).

12. Croton grewioides Baill., Adansonia 4: 365. 1864.

Fig. 3 A

Trata-se de uma espécie do semi-árido brasileiro, embora penetre no domínio da

Floresta Atlântica em áreas antropizadas. Ocorre nos estados da Alagoas, Bahia, Ceará, Minas

Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, e Sergipe. Em Pernambuco, foi

verificada nas zonas fitogeográfica da Mata e das Caatingas, crescendo em vegetação rupestre

e de caatinga, em altitude que varia de 440 m a 600 m.

Nome vulgar: caatinga-de-cheiro, canelinha ou alecrim-de-cabloco

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Buíque, estrada do Fortuoso,

11/II/2008, fl., Silva et al. 372 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 14/II/2008, fl., Silva et al. 413

(HST, PEUFR); serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl., Silva et al. 408 (HST, PEUFR); Pesqueira,

Tribo Xucurú, aldeia Pedra d’água, 26/IV/1995, fl., Silva 14 (UFP); Saloá, fazenda Brejo,

23/XII/2001, fl., Lucena & Falcão 933 (PEUFR); Pombos, Serra da Russa, 23/VII/1998, fl.,

Lucena et al 595 (UFP, PEUFR).

13. Croton heliotropiifolius Kunth, Nov. gen. sp. pl. (4) 2: 83. 1817.

Fig. 3 A

Amplamente distribuída na região Neotropical, ocorrendo desde o Panamá até o Brasil

(Govaerts et al. 2000). Neste último país é encontrada em praticamente toda região Nordeste

estendendo-se até o estado de Minas Gerais (Lucena 2000), crescendo predominantemente em

vegetação de caatinga, embora também ocorra em bordas de florestas serranas (brejos de

altitudes, PE), restinga e cerrado. Na área de estudo é encontrada numa faixa contínua da zona

fitogeográfica da Mata até a zona fitogeográfica das Caatingas, habitando em vegetação de

caatinga, margens dos brejos de altitude e floresta atlântica e, ainda, em terrenos baldios.

Nome vulgar: velame

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Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Garanhuns, fazenda Monteiro,

21/X/1998, fl. fr., Melo 90 (PEUFR); São Lourenço da Mata, estação ecológica do Tapacurá,

13/III/1998, fl., Laurênio & Santos 845 (PEUFR); São Lourenço da Mata, estação ecológica

de Pedra Talhada, 23/XI/1999, fl. fr., Nascimento 281 (PEUFR); Serra Talhada, próxima a

Baixa Verde, 16/VII/1998, fl., Lucena et al. 560 (PEUFR); Triunfo, sítio do Cigano,

16/VII/1998, fl., Lucena 565 (PEUFR).

14. Croton hirtus L´ Her., Stirp. Nov.: 17, pl. 9. 1785.

Fig. 3 B

Espécie amplamente distribuída na região Neotropical, ocorrendo no Caribe, México

até o norte da Argentina (Govaerts et al. 2000). No Brasil é referida como ruderal nas regiões

Norte (PA), Nordeste (Al, BA, CE, MA PE, PI, PB, RN), Centro-Oeste (DF, GO, TO), Sul

(PR, RS, SC) e Sudeste (MG, SP) (Caruzo & Cordeiro 2007). Em Pernambuco é encontrada

formando pequenas populações nas zonas fitogeográfica do Litoral, da Mata e das Caatingas,

crescendo em áreas cultivadas, próximo a habitações e em locais mais úmidos e elevados

como nos brejos de altitude.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Fernando de Noronha, 1/VI/1993, fl.

fr., Miranda et al. 786 (HST); Taquaritinga do Norte, 18/IV/1997, fl. fr., Laurênio et al. 470

(PEUFR); Recife, Curado, Jardim Botânico do Recife, 10/X/1998, fl. fr., Oliveira 372

(PEUFR).

15. Croton jacobinensis Baill., Andansonia 4:302. 1864.

Fig. 3 B

Restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo na Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraiba,

Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte habitando áreas de caatinga, mata estacional e

cerrado em altitudes que variam de 210 m a 845 m. Na área de estudo, ocorre exclusivamente

na zona fitogeográfica da Mata, em bordas de mata e capoeiras.

Nome vulgar: velame-roxo ou velame-preto

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: São Lourenço da Mata, mata do Camocim,

18/X/1996, fl. fl., Lira 202 (PEUFR); Vitória de Santo Antão, engenho Pombal, 10/III/1996,

fl., Laurênio 342 (PEUFR).

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16. Croton japirensis Müll. Arg., Linnaea 34: 122.1865.

Fig. 3 B

Ocorre exclusivamente no semi-árido brasileiro, sendo coletado na Bahia, Piauí, Ceará

e Pernambuco. Desenvolve-se, especialmente, em regiões com solo arenoso, podendo também

ser encontrada em locais com afloramento de arenito. É uma espécie pouco freqüente na área

de estudo, tendo sido coletada apenas no município de Petrolina, em terrenos baldios.

Material selecionado: BRASIL: Pernambuco: Petrolina, 18/IV/1971, fr., Academia

Brasileira de Ciências 87 (IPA, HUEFS).

17. Croton laceratoglandulosus Caruzo & Cordeiro, Bot. J. Linnean Soc. 158: 493–498.

2008.

Fig. 3 B

Apresenta um padrão de distribuição disjunto entre a porção leste do Brasil (Piauí,

Ceará, Bahia, Minas Gerais) e a porção leste da Bolívia (Santa Cruz) (Caruzo & Cordeiro

2008). Ocorre principalmente em ambientes de caatinga e floresta seca, acima de 600 m de

altitude. É registrada aqui pela primeira vez em Pernambuco, onde foi verificada apenas na

zona fitogeográfica das Caatingas (subzona do Sertão) crescendo em vegetação de caatinga

sobre solo arenoso.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Salgueiro, -8,07416667S e -

39,1191667W, 10/01/1998, fr., Silveira s/n (HUEFS 111098 ).

18. Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg., in DC, Prodr. 15 (2): 662. 1866.

Fig. 3 B

Espécie sul-americana com ocorrência na Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai,

Argentina e Brasil. No Brasil ocorre em praticamente todo território Nacional (AL, BA, ES,

GO, MA, MG, PA, PE, PI, PR, RJ, RO, SC, SE, SP, TO) sendo encontrada em campo

rupestre, caatinga, próximas às matas ciliares e no interior de capoeiras (Cordeiro 1992). Na

área estudada é comumente encontrada em bordas de mata, áreas de caatinga e margem de

estradas das zonas do Litoral, da Mata e das Caatingas (subzona do Agreste).

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, Paraíso Selvagem,

17/IX/2007, Silva & Lima 291 (PEUFR); Camaragibe, loteamento Açude Timbi, 10/II/1998,

fl. fr., Lucena 714 (PEUFR); Paudalho, Guadalajara, engenho São João, 10/VIII/1998, fr.,

Lucena 615 (PEUFR).

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19. Croton microcarpus Desv ex. Ham., Prodr. Pl. Indiae Occid. 55.1825.

Fig. 3 B

Distribui-se descontinuamente em áreas secas do Caribe, Paraguai e Brasil (BA, PE,

MA, MG, TO). Em Pernambuco é uma espécie conhecida por poucas coletas, sendo

observada apenas em formações rupestres no município de Buíque, em altitudes acima de 900

m.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Buíque, Chapada São José, 3/IV/2000,

fl., Sales 1060 (IPA); fazenda Botija, 6/V/2003, fl., Laurênio & Gomes 2016 (PEUFR); serra

de Jerusalém, 14/II/2008, fl. fr., Silva et al. 403 (HST, PEUFR).

20. Croton nepetifolius Baill., Adansonia 4: 344. 1864.

Fig. 4 C

Espécie restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo em ambientes abertos e secos da

caatinga e cerrados, nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio

Grande do Norte e Sergipe, embora também seja verificada em capoeiras e áreas de transição

caatinga-cerrado. Em Pernambuco foi encontrada, até o momento, na subzona do Sertão,

crescendo em vegetação de caatinga em solo arenoso.

Nome vulgar: Malva-preta ou canelinha-de-areia

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Exu, Chapada do Araripe, 4/IV/2001,

fr., Harley, Giulietti & Virgínio 5414 (HUEFS); Mirandiba, fazenda Areias, 31/V/2006, fl.,

Lucena, Córdula & Maciel 800 (UFP); Petrolândia, Chapada do Araripe, 12/XII/1988, fr.,

Fotius 3647 (IPA).

21. Croton nummularius Baill., Adansonia 4: 360. 1864.

Fig. 4 C

Espécie disjunta entre a Cadeia do Espinhaço (BA, MG) e Pernambuco, crescendo em

vegetação de caatinga e cerrado. Em Pernambuco apresenta distribuição restrita ao município

de Buíque, com ocorrência apenas em formações rupestres.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Buíque, Paraíso Selvagem, 8/III/1996,

fl. fr., Laurênio et al. 351 (PEUFR); Buíque, serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl. fr., Silva et al.

404 (HST, PEUFR).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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22. Croton polyandrus Spreng., Neue Entd. 2: 120. 1821.

Fig. 4 C

Restrita ao Nordeste do Brasil, ocorrendo nos estados de Alagoas, Bahia, Paraíba e

Pernambuco, em vegetação de restinga. Na área de estudo foi verificada apenas na zona

fitogeográfica do Litoral, habitando ambientes abertos da restinga sobre solo arenoso.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Goiana, Ponta de Pedra, 9/IV/1989,

fl., Guedes & Moura 1717 (PEUFR). Jaboatão dos Guararapes, Praia de Piedade, 14/VI/1950,

fl. fr., Leal 71 (RB).

23. Croton rhamnifolioides Pax & K. Hoffm., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 19: 174. 1923.

Fig. 4 C

Ocorre no estado da Bahia (Govaerts et al. 2000) e de Pernambuco, crescendo em

vegetação de caatinga. Em Pernambuco foi observada na zona fitogeográfica das Caatingas

em áreas antropizadas e de vegetação de caatinga, sobre solo areno-argiloso ou arenoso.

Nome vulgar: Velame.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Buíque, fazenda Laranjeiras,

7/12/1996, fl., Gomes, Laurênio & Figueiredo 370 (PEUFR); Serra Talhada, 5/II/1998, fl.,

Santos, Gomes & Figueiredo 74 (PEUFR).

24. Croton rudolphianus Müll. Arg., in DC., Prodr. 15(2): 654. 1866.

Fig. 4 C

É encontrada nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e

Sergipe, crescendo em vegetação de caatinga e campo rupestre. Na área de estudo, até o

momento, foi apenas coletada no complexo de serras da chapada de São José (Buíque), em

vegetação rupestre e de caatinga, em altitudes que variam 600 m a 1000 m.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Buíque, chapada de São José,

8/V/2003, fl., Gomes & Laurênio 1124 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 14/II/2008, fl., Silva et

al. 412 (PEUFR); serra Branca, 12/II/2008, fl., Silva et al. 377 (PEUFR).

25. Croton salutaris Casar., Nov. stirp. bras. 89. 1845.

Fig. 4 C

Ocorre nos estados do Espírito Santos, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro em

regiões de floresta ombrófila, mata ciliar e floresta montana (PE). Na área de estudo, foi

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

63

observada apenas no município de Brejo da Madre de Deus crescendo em bordas de mata e

clareiras, acima 900 m de altitude.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Brejo da Madre de Deus, Mata do Bituri,

28/III/2000, fl., Nascimento & Silva 362 (PEUFR).

26. Croton sellowii Baill., Adansonia 4: 304. 1864.

Fig. 4 C

Ocorre, pedominantemente, associada à vegetação de restinga nos estados de Alagoas,

Bahia, Paraíba, Pernambuco e Sergipe (Gomes 2006). Em Pernambuco foi verificada na zona

do Litoral, formando densas populações sobre solos tipicamente arenosos ou em fendas de

rochas.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Araçoiaba, mata da Vila Militar,

11/VIII/1998, fl., Lucena et al. 620 (PEUFR); Recife, Boa Viagem, 27/VI/1987, fl., Schwacke

623 (RB).

27. Croton sincorensis Mart. ex Müll. Arg., in Mart., Fl. Bras. 11 (2): 86. 1873.

Fig. 4 C

Distribui-se nas florestas estacionais semideciduais da Cadeia do Espinhaço (BA, MG)

e na Mata Atlântica da Bahia, Espírito Santo e Pernambuco, sobre solo arenoso e argiloso,

entre 300 e 1.000 metros de altitude. Em Pernambuco é uma espécie conhecida por poucas

coletas, sendo encontrada apenas na zona do Litoral (Camaragibe) e da Mata (Vicência) em

área de capoeira e bordas de mata.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Camaragibe, Aldeias, 24/VII/1950, fl.,

Andrade-Lima 615 (IPA); Vicência, Pirauá, 29/XI/1959, fl., Andrade-Lima 2838 (IPA).

28. Croton tetradenius Baill., Adansonia 4: 343. 1864.

Fig. 4 C

Trata-se de uma espécie endêmica da região Nordeste, ocorrendo em vegetação de

caatinga nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e

Sergipe (Carneiro-Torres inéd.). Na área de estudo, foi verificada crescendo em capoeira,

caatinga, brejos de altitudes e em áreas antropizadas da Zona fitogeográfica das Caatingas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Arcoverde, serra das Varas, 4/II/1981,

fl., Krapovickas, Critóbal & Andrade-Lima 3846 (IPA); Triunfo, 26/II/1986, fl. fr., Lima &

Gallindo 120 (IPA).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

64

29. Croton tricolor Klotzsch ex Baill., Adansonia 4: 291. 1864.

Fig. 4 C

Apresenta padrão de distribuição disjunto entre a porção norte da América do Sul

(Colômbia, Venezuela) e a porção leste do Brasil (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais,

Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, São Paulo, Paraná) (Gomes 2006). Na área estudada,

ocorre principalmente em ambientes xéricos integrando a vegetação de caatinga sobre solo

arenoso ou pedregoso. É mencionada para serras e chapadas de origem sedimentar (Chapada

do Araripe, Serra Negra no município de Floresta).

Nome vulgar: marmeleiro

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Exu, chapada do Araripe, serra do

Ingá, 7º21’6’’S, 39º45’58’’W, 4/IV/2001, fl., Harley, Giulietti & Virginio 54161 (HUEFS);

Ibimirim, estrada para Serra Negra, 22/III/1994, fl., Silva 347 (PEUFR); São José do

Belmonte, próximo à Malhada, 25/IV/2003, fl. fr., Gomes et al. 835 (PEUFR).

30. Croton tridentatus Mart. ex Müll. Arg. in Mart., Fl. Bras. 11(2):219. 1873.

Fig. 4 D

Restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo em vegetação de caatinga sobre solo

arenoso na Bahia, Pernambuco e Sergipe. Em Pernambuco, foi verificado crescendo em

vegetação de caatinga, em locais parcialmente inudados ou em áreas ribeirinhas.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Petrolina, 5 Km Norte CPATSA,

11/VIII/1983, fl. fr., Fotius 3544 (IPA); Trindade, lagoa Trindade, 18/V/1983, fl. fr.,

Cavalcanti s/n (IPA 45430).

31. Croton trinitatis Millsp., Publ. Field. Mus. Nat. Hist., Bot. Ser. 2: 57. 1900.

Fig. 4 D

Apresenta ampla distribuição nas Américas, estendendo-se desde o México até o

Paraguai (Govaerts et al. 2000). No Brasil, distribui-se da região Norte a Sul. Cresce em

diferentes ambientes desde floresta atlântica, cerrado, caatinga e, ainda, em beira de estrada,

margem de rios e capoeiras. Em Pernambuco é encontrada nas zonas do Litoral e da Mata, em

beiras de estrada, áreas de pastagens e de agricultura.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Bonito, 23/VII/1998, fl., Lucena 601

(IPA); Ipojuca, 10/XI/1986, fl., Webster & Dehgan s/n (IPA 49503).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

65

32. Croton triqueter Lam., Encycl. Menth. 2: 214. 1786.

Fig. 4 D

Espécie neotropical, distribuindo-se na Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia,

Guatemala, México, Paraguai, Peru e Venezuela (Caruzo & Cordeiro 2007). No Brasil é

referida para a região Centro-Oeste (GO, MS), Nordeste (BA, CE, MA, PE, SE), Norte (PA,

RR,), Sudeste (ES, MG, RJ, SP) e Sul (PR, RS, SC), comumente em bordas de florestas

ombrófilas e mesófilas (Caruzo & Cordeiro 2007). Em Pernambuco, é observado apenas na

zona fitogeográfica da Mata norte crescendo em áreas antropizadas sobre solo arenoso.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Buenos Aires, 15/V/1999, fl., Lucena

& Loiola 733 (PEUFR); Vitória de Santo Antão, engenho Pombal, 3/III/1998, fl., Laurênio

1307 (PEUFR).

33. Croton urticifolius Lam., Encycl. Menth 2:219.1786.

Fig. 4 D

Ocorre, predominantemente, associada à ambientes secos do Brasil. Distribuindo-se

nas regiões Nordeste (AL, BA, CE, PI, PE, PB, RN, SE), Norte (AM, PA) e Sudeste (ES,

MG, RJ), em áreas de vegetação de caatinga, floresta decídua e campo rupestre (Carneiro-

Torres inéd.). Em Pernambuco, estende-se da zona da fitogeográfica da Mata até a zona

fitogeográfica das Caatingas (Agreste), habitando bordas de mata, áreas degradadas e margem

de estradas.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Bonito, 7/XI/2008, fl., Albuquerque 11

(IPA); Garanhuns, fazenda Monteiro, 18/VIII/1998, fl. fr., Lucena et al. 640 (PEUFR).

34. Croton velutinus Baill, Andansonia 4: 325. 1864.

Fig. 3 E

Espécie disjunta entre a Cadeia do Espinhaço (Bahia e Minas Gerais) e o semi-árido

pernambucano, ocorrendo em campos rupestres e cerrados sobre solo arenoso, entre 500 a

1400 metros de altitude. Em Pernambuco, foi observada apenas em vegetação de caatinga, em

áreas antropizadas sobre solo arenoso.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Ibimirim, 8/XI/1986, fl. fr., Webster

25729 (IPA). Material Selecionado Adicional: BRASIL. Bahia: Rio de Contas, 20/X/1997,

fl. fr., Alves et al. (PEUFR).

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66

35. Croton virgultosus Müll. Arg., in Mart., Fl. bras. 11 (2): 104. 1873.

Fig. 4 C

É encontrada nos estados do Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Rio

Grande do Norte, crescendo em vegetação de caatinga e floresta estacional (Carneiro-Torres

inéd.). Na área estudada, foi verificada apenas no munícipio de Buíque integrando a

vegetação arbustiva sobre solo arenoso.

Material selecionado: BRASIL. Pernambuco: Buíque, estrada para o sítio Breu,

12/II/2008, fl., Silva et al. 391 (PEUFR); serra do Catimbau, 15/III/2005, fl., Pick 159 (UFP);

trilha da Igrejinha, 12/II/2008, fl., Silva et al. 383 (PEUFR).

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Page 71: Dissertacao Juliana Santos Silva

Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

69

Figura 2. Mapa de distribuição geográfica das espécies de Croton L. no Estado de Pernambuco: Croton adamantinus, C. adenocalyx, C. andrade-limae, C. argenteus, C. argyrophyllus, C. blanchetianus, C. campestris, C. echioides, C. floribundus e C. fuscescens.

Figura 1. Mapa do Estado de Pernambuco contendo as zonas, subzonas e regiões da classificação fitogeográfica de Andrade-Lima (1957).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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A

B

Figura 3. Mapas de distribuição geográfica das espécies de Croton L. no Estado de Pernambuco: A. Croton glandulosus, C. grewioides e C. heliotropiifolius; B. C. hirtus, C. jacobinensis, C. japirensis, C. laceratoglandulosus, C. lundianus e C. microcarpus.

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71

C

D

Figura 4. Mapas de distribuição geográfica das espécies de Croton L. no Estado de Pernambuco: C. Croton nepetifolius, C. nummularius, C. polyandrus, C. rhamnifolioides, C. rudolphianus, C. salutaris, C. selowii, C. sincorensis, C. tetradenius e C. tricolor; D. C. tridentatus, C. trinitatis, C. triqueter, C. urticifolius, C. velutinus e C. virgultosus.

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O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) na microrregião

do Vale do Ipanema, Pernambuco

A ser enviado ao periódico:

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O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) na microrregião do Vale do Ipanema -

Pernambuco 1

Juliana Santos Silva 2,4

Margareth Ferreira de Sales 3

RESUMO - (O gênero Croton L. [Euphorbiaceae] na microrregião do Vale do Ipanema -

Pernambuco). Este estudo foi baseado na análise morfológica de materiais herborizados e na

observação das plantas em campo. Foram registradas 15 espécies diferenciadas,

principalmente, pelo tipo de tricoma, presença ou ausência e forma dos nectários foliares,

forma das sépalas pistiladas e número de ramificações dos estiletes. Dessas espécies, apenas

Croton heliotropiifolius Kunth apresenta ampla distribuição na área de estudo, em vegetação

de caatinga. C. adamantinus Müll. Arg., C. microcarpus Desv. ex. Ham., C. nummularius

Baill., C. rudolphianus Müll. Arg. e C. virgultosus Müll. Arg. são encontrados apenas no

complexo arenítico das serras da chapada de São José, em Buíque, crescendo em vegetação

rupestre. São fornecidos chave para identificação, comentários sobre afinidades e distribuição

geográfica, bem como ilustrações.

Palavras-chave: Crotonoideae, taxonomia, Parque Nacional, chapada, Caatinga

ABSTRACT - (The genus Croton L. [Euphorbiaceae] in the microregion of Vale of Ipanema

– Pernambuco). This study was based on the morphological analysis of herbalized materials

and on the field observation. A total of 15 species was collected and differed, mainly, by the

type of trichome, presence or absence and form of the nectary, shape of the pistillate sepals

and number of ramifications of the styles. Of these species, only Croton heliotropiifolius

shows wide distribution in the study area, in caatinga vegetation. C. adamantinus Müll. Arg.,

C. microcarpus Desv. ex. Ham., C. nummularius Baill., C. rudolphianus Müll. Arg. e C.

virgultosus Müll. Arg. are found only in the sandstone complex of São José plateau, in

Buíque, growing up in rupestre vegetation. Identification keys, descriptions, comments about

morphological relationships and geographic distribution and illustrations of the species are

provided.

Key words: Crotonoideae, taxonomy, diversity, National Park, plateau, Caatinga 1 Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora 2 Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Bolsista CNPq

130955/2007-8). 3 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Área de botânica, Rua Dom Manoel de

Medeiros s.n., 52171-900 Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil ([email protected]) 4 Autor para correspondência: [email protected]

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75

Introdução

Croton é um dos mais diversos gêneros da família Euphorbiaceae (APG II, 2003) com

aproximadamente 1.200 espécies (Govaerts et al. 2000; Berry et al. 2005) difundidas,

predominantemente, no continente americano. O Brasil, com aproximadamente 300 espécies

(Berry et al. 2005), é o país melhor representado da América do Sul. Tradicionalmente,

Croton foi posicionado na subfamília Crotonoideae, tribo Crotoneae juntamente com os

gêneros Mildbraedia Pax, Fahrenheitia Reichb. F. & Zoll. e Moacroton Croizat (Webster

1994). Estudos em filogenia revelaram o seu monofiletismo e uma maior proximidade com

Ophellantha Standl., Sandwithia Lanj., Sagotia Baill., Brasiliocroton P. E. Berry & Cordeiro

e Astraea Klotzch, este último recentemente restabelecido por Berry et al. (2005).

Croton recebeu atenção de diversos estudiosos (Baillon 1858; Grisebach 1864; Müller

1865, 1866, 1873; Bentham 1880), destacando-se Webster (1992; 1993; 1994) que propôs a

classificação infragenérica mais recente para o gênero. Desde o tratamento de Müller (1873),

na Flora brasiliensis, não existe uma revisão dos táxons brasileiros de Croton, o que dificulta

o reconhecimento de suas espécies. Embora constituia o principal ponto de partida para

estudos sobre o gênero, essa obra se encontra desatualizada devido às recentes

sinonimizações, publicações de novos táxons e mudanças taxonômicas. Recentemente,

Gomes (2006) revisou a seção Argyroglossum para a América do Sul, citando nove espécies

para o Brasil. Lima & Pirani (2008) estudaram a seção Lamprocroton para este país,

registrando 21 espécies. Na região Nordeste, merecem menção as seguintes floras locais: Pico

das Almas, na Bahia (Cordeiro 1995); dos inselbergs da região de Milagres, na Bahia

(Carneiro et al. 2002); das zonas da Mata e do Litoral de Pernambuco (Lucena 2000) e os

checklists das Euphorbiaceae do semi-árido (Alves 1998), dos brejos pernambucanos (Sales

1998) e das plantas do Nordeste (Cordeiro & Carneiro-Torres 2006).

A microrregião do Vale do Ipanema, com cerca 5.288 km2, localiza-se no estado de

Pernambuco, abrangendo seis municípios. Abriga, ainda, dois importantes parques: o Parque

Municipal da Pedra Furada e o Parque Nacional do Vale do Catimbau (PNVC). O PNVC é

considerado o segundo maior parque arqueológico do Brasil, pela presença de sítios datados

de aproximadamente 6.000 anos. Outro aspecto relevante é a presença de um mosaico de

diferentes tipos vegetacionais, com suas floras características. A composição florística e os

aspectos vegetacionais desses diferentes ambientes ainda são pouco conhecidos, embora

alguns trabalhos já tenham sido realizados na área (Rodal et al. 1998; Figueirêdo et al. 2000;

Andrade et al. 2004; Gomes et al. 2006). Esses estudos apontaram para uma flora bastante

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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rica e diversificada, composta por mais de 370 espécies das quais cerca 40 pertence à família

Euphorbiaceae.

Diante da expressiva importância de Croton, este estudo teve por objetivo conhecer a

diversidade do gênero na microrregião do Vale do Ipanema, com intuito de facilitar a

delimitação e o reconhecimento das espécies, bem como fornecer subsídios para o manejo de

Unidades de Conservação localizadas na região.

Material e métodos

Área de estudo - A microrregião do Vale do Ipanema abrange os municípios de Águas Belas,

Buíque, Itaíba, Pedra, Tupanatinga e Venturosa. Buíque, com uma área de 1.378 Km2,

destaca-se por ser o maior município da microrregião (CONDEPE 1993). Além disso, nele

está situada a maior parte da chapada de São José que possui padrões de vegetação bastante

complexos, compostos por tipos que variam de subcaducifólia a perenifólia, com flora e

fisionomias distintas da formação vegetacional circundante, a caatinga (Gomes et al. 2006).

Para esta chapada foram reconhecidas três tipologias de vegetação distintas:

Vegetação caducifólia arbustiva espinhosa – esta fisionomia apresenta a predominância de

indivíduos arbustivos, com poucos e bem distribuídos elementos arbóreos. O estrato herbáceo

apresenta-se apenas na estação chuvosa. É marcante a presença de Cactaceae e Bromeliaceae

(Figueiredo et al. 2000).

Vegetação perenifólia arbustiva – caracteriza-se pela fisionomia arbustiva densa, perenifólia,

com a presença de poucos elementos arbóreos e um estrato herbáceo bastante desenvolvido.

Destaca-se, ainda, pela ausência de Cactaceae e Bromeliaceae (Andrade et al. 2004).

Vegetação rupestre – na chã da chapada e em algumas serras é observada uma formação

vegetacional ora herbáceo-subarbustiva, ora arbustiva que cresce sobre inúmeros

afloramentos rochosos. Entretanto, ainda não existem estudos nestes ambientes.

Na área de estudo, a temperatura média anual é de 25ºC e o clima é Bshs' semi-árido quente

com curta estação chuvosa, cuja precipitação média anual é de 1095 mm (Nimer 1977).

Estudo taxonômico – realizaram-se coletas em 2007 e 2008, nas diferentes áreas da

microrregião do Vale do Ipanema, para obtenção de material botânico e observações das

populações em seus habitats. O material coletado foi depositado no acervo do Herbário

Professor Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. A

identificação dos táxons baseou-se em literatura e na análise das descrições e fotografias de

coleções-tipo. Para padronizar os termos das estruturas vegetativas e reprodutivas foi adotada

a terminologia proposta por Radford et al. (1974) e Harris & Harris (1994). As informações

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

77

contidas nas exsicatas dos herbários, listados conforme Holmgren et al. (1990): BHCB, ESA,

ESAL, HST, HUEFS, IAN, IBGE, IPA, PEUFR, R, UFP, UB, VIC, auxiliaram nos

comentários de distribuição das espécies.

Resultados e discussão

Croton L., Sp. Pl. 2: 1004. 1753.

Ervas, subarbustos, arbustos ou árvores, monóicos ou dióicos, geralmente latescentes;

indumento de tricomas estrelados, dendríticos, fasciculados, glandulares, lepidotos, simples

ou estados internediários entre estes. Estípulas geralmente presentes, algumas vezes pequenas

ou inconspícuas. Folhas simples, alternas, às vezes opostas ou verticiladas, pecioladas,

freqüentemente com glândulas na porção distal do pecíolo, na superfície superior, no ponto de

inserção da lâmina no pecíolo ou próximo ao ponto (acropeciolar); na porção distal do

pecíolo, na superfície inferior, bem próximo à lâmina (basilaminar), ou ainda na margem;

nervação actinódroma, hifódroma ou eucamptódroma. Inflorescências tirsóides, terminais,

unissexuadas ou bissexuadas com címulas geralmente com flores estaminadas na porção

superior da raque e pistiladas na porção inferior. Flores estaminadas diclamídeas,

actinomorfas, pediceladas; sépalas 5, livres; pétalas 5, livres; disco inteiro ou divido em

segmentos opostos às sépalas; estames 3-400; filetes livres, anteras encurvadas no botão,

introsas, 2-loculares, rimosas. Flores pistiladas geralmente monoclamídeas, actinomorfas,

sésseis ou curtamente pediceladas, valvares ou imbricadas; sépalas 5-6, livres; pétalas

freqüentemente ausentes ou muito reduzidas; disco inteiro, raro segmentado; gineceu 3-

carpelar, 3-locular, 1 óvulo por lóculo, placentação axial; estiletes 3, livres ou unidos, inteiros,

bífidos ou multífidos. Fruto cápsula septicida-loculicida de deiscência explosiva; columela

com ápice inteiro ou tripartido; sementes carunculadas, endospermadas, plana na face ventral

ou convexa na face dorsal; testa lisa ou ornamentada.

Chave para as espécies de Croton L. da microrregião do Vale do Ipanema

1. Ramos com indumento lepidoto; sépalas pistiladas reduplicadas

2. Limbo foliar 9-17 x 7,5-8 cm, largamente oval, face inferior esverdeada; disco das

flores estaminadas com cinco glândulas, glabro; estiletes unidos em

coluna..................................................................................................3. C. blanchetianus

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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2’. Limbo foliar 5-8,4 x 1-2 cm, lanceolado a elíptico, face inferior uniformemente

prateada a discretamente amarelada; disco das flores estaminadas pentalobado,

lepidoto; estiletes unidos apenas na base...........................................2. C. argyrophyllus

1’. Ramos com tricomas estrelados, indumento viloso, tomentoso, hirsuto, seríceo e

glabrescente; sépalas pistiladas não reduplicadas

3. Estiletes 2-fidos

4. Inflorescência com descontinuidade entre as címulas estaminadas e pistiladas,

exibindo a porção mediana da raque sem flores; flores pistiladas com seis sépalas

.................................................................................................................9. C. lundianus

4’. Inflorescência sem descontinuidade entre as címulas estaminadas e pistiladas; flores

pistiladas com cinco sépalas

5. Ervas ou subarbustos; brácteas com glândulas

6. Glândulas das brácteas longo-estipitadas (3 mm compr.)....................8. C. hirtus

6’. Glândulas das brácteas sésseis..................................................5. C. glandulosus

5’ Arbustos; brácteas sem glândulas

6. Limbo com margem inteira a esparsamente serrilhada

7. Pecíolo com nectários conspícuos (0,6-1,2 mm compr.), estipitadas,

cilíndricas ou pateliformes; columela do fruto após a deiscência com ápice

inteiro

8. Nectários do pecíolo estipitados, pateliformes; flores pistiladas sésseis;

sépalas pistiladas unidas ¼ do seu comprimento; estiletes patentes............

..............................................................................................4. C. echioides

8. Nectários do pecíolo estipitados, cilíndricos; flores pistiladas

pediceladas; sepálas pistiladas unidas apenas na base; estiletes

ascendentes.....................................................................13. C. tetradenius

7’. Pecíolo normalmente sem nectários ou, quando presentes, inconspícuos

(0,2-0,3 mm diâm.), sésseis, globosos; columela do fruto após a deiscência

com ápice tripartido.....................................................7. C. heliotropiifolius

6’. Limbo com margem crenada, denteada, denteado-glandular, serreada,

serreado-glandular ou bisserreada

9. Planta fortemente aromática, aroma de canela perceptível até em

material herborizado; filetes vilosos...................................C. grewioides

9’. Planta apenas ligeiramente aromática; filetes glabros

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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10. Inflorescências 0,7-2,5 cm, espiciforme a glomeruliforme; lobos das

sépalas pistiladas ovais.............................................C. adamantinus

10’. Inflorescências 8-9,5 cm, espiciforme; lobos das sépalas pistiladas

lanceolados...................................................................C. virgultosus

3’. Estiletes 4-6-fidos

11. Estípulas sem glândulas; nervação hifódroma; brácteas inteiras; filete glabro; sépalas

pistiladas sem glândulas; pétalas pistiladas filiformes......................10. C. microcarpus

11. Estípulas com glândulas; nervação eucamptódroma; brácteas laciniado-glandulares;

filetes pubescentes a vilosos; sépalas pistiladas glandulares; pétalas pistiladas ausentes

12. Limbo 0,2-1 cm de comprimento, orbicular, cartáceo...............11. C. nummularius

12’. Limbo 2-6,4 cm de comprimento, oval a oval-elíptico, membranáceo

14. Face externa das sépalas pistiladas hirsuto-tomentosa; estiletes ascendentes

..................................................................................................15. C. urticifolius

14’. Face externa das sépalas pistiladas glabrescente; estiletes patentes....................

..............................................................................................12. C. rudolphianus

1. Croton adamantinus Müll. Arg., Fl. Bras. 11(2): 115.1873.

Fig. 1-7

Arbusto 0,8-1,5 m, monóico, ligeiramente aromático, látex translúcido. Indumento tomentoso;

tricomas estrelado-porrectos e fasciculados, esbranquiçados a amarelados distribuídos nos

ramos, estípulas, folhas, raque, brácteas, sépalas, base do estilete, ovário e cápsula. Ramos

cilíndricos, acinzentados a enegrecidos. Folhas alternas; estípulas 2,2-4,8 x 0,3-1 mm,

persistentes, não foliáceas, lineares, sem glândulas; pecíolo 0,3-1 cm, não viscoso; nectários

2, com 0,4-0,6 mm, acropeciolares, estipitados, pateliformes; limbo 2-5 x 2-2,8 cm, cartáceo,

oval, base cordada, ápice agudo, margem denteado-glandular, nectários globosos no ápice dos

dentes e estipitados, pateliformes entre os dentes, face superior pubescente, face inferior

lanosa; nervação eucamptódroma. Inflorescência 0,7-2,5 cm, terminal, espiciforme a

glomeruliforme, contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas; brácteas 1-3 x 0,2-0,4

mm, inteiras, lineares, sem glândulas. Flores estaminadas 3-10 na raque, 1,5-3 mm; pedicelo

1-2,2 mm; sépalas 1,9-2,1 x 1 mm, valvares, oblanceoladas a ovais, externamente tomentosas,

internamente glabras, glândulas punctiformes, translúcidas, douradas; pétalas 1,8-2,2 x 0,8-1

mm, valvares, ovais, ciliadas, externamente glabras, internamente vilosas na base, sem

glândulas; estames 10 com 2-3 mm, filetes glabros, receptáculo viloso; disco inteiro,

pentalobado, lobos transversalmente elíptico, glabros. Flores pistiladas 3-5 na raque, 4-6 mm;

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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pedicelo 0,7-1 mm; sépalas 5 com 2-5 x 1-1,2 mm, unidas por ¼ de seu comprimento, iguais

entre si, valvares, não reduplicadas, lobos ovais, tomentosos, sem glândulas; pétalas

inconspícuas, filiformes; disco inteiro, pentalobado, lobos transversalmente elípticos, glabros;

ovário 1-2 x 2 mm, oblato, tomentoso; estiletes 2-fidos, ligeiramente unidos na base,

ascendentes. Cápsula 6-7 x 6-8 mm, orbicular, marrom, pubescente-tomentosa; columela com

ápice inteiro. Sementes 5-6 x 3 mm, oblongas, rugosas, amarronzadas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Buíque, estrada do Fortuoso, 11/II/2008, fl.,

Silva et al. 371 (PEUFR); estrada para o Catimbau, 4/IX/2007, fl., Silva et al. 270 (PEUFR);

estrada para o Paraíso Selvagem, 12/II/2008, fl., Silva et al. 386 (PEUFR); pedra do Cachorro,

13/II/2008, fl., Silva et al. 400 (PEUFR); serra das Torres, 28/VI/2007, fl., Carneiro-Torres et

al. 955 (HUEFS); serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl., Silva et al. 407 (PEUFR); sítios

arqueológicos do Alcobaça, 13/II/2008, fl., Silva et al. 397 (PEUFR); Trilha da Igrejinha,

12/II/2008, fl., Silva et al. 388 (PEUFR).

Trata-se de uma espécie restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo na Bahia, Ceará,

Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, estendendo-se até ao norte de Minas

Gerais (Carneiro-Torres inéd.). No Vale do Ipanema, só foi coletada em Buíque no complexo

arenítico da chapada de São José, onde é bastante freqüente sobre afloramentos rochosos e em

solos arenosos, esbranquiçados ou alaranjados, em altitudes que variam 600 a 800 m.

Assemelha-se a Croton virgultosus por ambas possuírem hábito arbustivo, tricomas

estrelado-porrectos, base das folhas cordada, nectários estipitados e pateliformes no ápice do

pecíolo e estiletes bífidos. Entretanto, Croton adamantinus difere de C. virgultosus

principalmente por possuir inflorescências curtas (0,7-2,5 cm compr.), variando de

espiciforme a glomeruliforme, e sépalas pistiladas ovais. Enquanto, na segunda espécie as

inflorescências são alongadas (8-9,5 cm compr.) com flores esparsas e sépalas pistiladas

lanceoladas. Além disso, C. virgultosus parece estar associada à floresta estacional.

Provavelmente é uma espécie melífera, devido à grande quantidade de abelhas

encontradas nas suas flores. É conhecida, popularmente, por carrapato-de-guirio em Buíque.

Floresce e frutifica nos meses de fevereiro, junho e setembro.

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2. Croton argyrophyllus Kunth in Humb., Bonpl. & Kunth., Nov. gen. sp. pl. (4) 2: 68. 1817.

Fig. 8-13

Arbusto 1,6-5 m, monóico, látex ausente. Indumento lepidoto; tricomas estrelado-lepidotos a

dentado-lepidotos nas estípulas, pecíolo, face inferior das folhas, raque, brácteas, sépalas,

ovário e cápsula, prateados; estrelado-porrectos na face superior das folhas, receptáculo e

estiletes. Ramos cilíndricos, castanhos, às vezes, acinzentados, glabrescentes a densamente

indumentadas nos ramos jovens. Folhas alternas a subopostas, frequentemente congestas no

ápice dos ramos; estípulas 3,1-6,8 x 0,5-1 mm, persistentes, não-foliáceas, estreitamente

lanceoladas, sem glândulas; pecíolo 0,5-1 cm, não viscoso, sem nectários; limbo 5-8,4 x 1-2

cm, membranáceo, lanceolado a elíptico, base cordada, ápice acuminado, margem inteira,

discolor, face superior verde, puberulenta e face inferior uniformemente prateada a

discretamente amarelada, lepidota; nervação eucamptódroma. Inflorescência 2,3-12 cm,

terminal, racemiforme, contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas; brácteas 2-3 x 0,4-

1 mm, 1-3 por flor, inteiras, elípticas, sem glândulas. Flores estaminadas 15-60 na raque, 4-5

mm; pedicelo 2-3 mm; sépalas 2-3 x 1-2 mm, valvares, ovais, externamente lepidotas,

internamente glabras, sem glândulas; pétalas 2-2,6 x 0,5-1 mm, elípticas, ciliadas,

externamente seríceas a glabrescentes, internamente vilosas, sem glândulas; estames 13-16

com 3-3,6 mm, filetes viloso-pubescentes; receptáculo com tricomas estrelado-porrectos;

disco inteiro, pentalobado, lobos obovóides, lepidotos. Flores pistiladas 6-8 na raque, 3-7 mm;

pedicelo 0,5-1 mm; sépalas 5 com 2,8-5 x 1-3 mm, unidas por ½ do seu comprimento, iguais

entre si, valvares, reduplicadas, lobos ovais, externamente lepidotos, internamente

pubescentes no ápice, sem glândulas; pétalas ausentes; disco inteiro, cupuliforme, lepidoto;

ovário 1,8-2 x 1 mm, oblongo, lepidoto; estiletes 6-fidos, unidos apenas na base, ascendentes.

Cápsula 6-6,5 x 4-5 mm, ovóide, prateada, lepidota; columela com ápice inteiro. Sementes

4,5-4,8 x 3 mm, elipsóides, lisas, amarronzadas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Buíque, Fazenda Laranjeiras, 10/I/1996, fl. fr.,

Andrade et al. 267 (PEUFR); Pedra do Cachorro, 13/II/2008, fl., Silva et al 399 (PEUFR);

Sítio Breu, 8/III/2005, fl., Rocha & Bezerra 1299 (UFP); Sítio Pititi, 11/I/1996, fl. fr., Gomes

et al. 15 (PEUFR); Pedra, 30/III/1991, fl., Pessoa s/n (PEUFR-12420); Venturosa, Parque

Pedra Furada, 17/I/1998, fl., Costa & Rodal 7 (PEUFR).

Croton argyrophyllus é amplamente distribuída em ambientes semi-áridos da América

do Sul (Brasil, Colômbia, Bolívia e Venezuela) (Gomes 2006). No Brasil, é referida para a

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região Norte (Roraima e Rondônia) e Nordeste (Alagoas, Sergipe, Bahia, Ceará, Paraíba,

Pernambuco e Piauí) em vegetações de caatinga, carrasco e cerrado (Carneiro-Torres inéd.).

Na área de estudo, forma extensas populações sobre solos arenosos ou pedregosos em

vegetação de caatinga.

Assemelha-se a Croton tricolor Klotzsch ex Baill, com a qual é freqüentemente

confundido, por compartilharem hábito arbustivo, o mesmo tipo de indumento dos ramos

(lepidoto), folhas lanceolado a elípticas, ausência de nectários no pecíolo e a forma

reduplicada das sépalas pistiladas. Entretanto, diferencia-se principalmente pelo indumento

formado por tricomas uniformemente prateados, sépalas das flores pistiladas fortemente

reduplicadas, com lobos ovais, unidas até ½ de seu comprimento, disco das flores pistiladas

cupuliforme, lepidoto em ambos os sexos e sementes com testa lisa. Enquanto que em C.

tricolor o indumento é constituído por tricomas ferrugíneos a ferrugíneo-alaranjados com

região central avermelhada, amarronzada ou enegrecida, sépalas das flores pistiladas unidas

em apenas ¼ de seu comprimento, com lobos elípticos a obovais, deixando parte do ovário à

mostra e sementes com testa papiloso-rugosa.

Em campo, é de fácil reconhecimento devido à coloração prateada da face inferior das

suas folhas dada pelo adensamento dos tricomas lepidotos prateados. É popularmente

conhecido por marmeleiro. Foi coletado com flores em janeiro, fevereiro e março e com fruto

apenas em janeiro.

3. Croton blanchetianus Baill., Adansonia 4: 301. 1864.

Fig. 15-20

Arbusto 1-6 m, monóico, látex incolor. Indumento lepidoto; tricomas estrelado-rotados,

estrelado-lepidotos a dentado-lepidotos esbranquiçado revestindo ramos jovens, estípulas,

folhas, brácteas, pedicelo, sépalas, ovário, disco das flores pistiladas e cápsula. Ramos

cilíndricos, castanhos a acinzentados. Folhas alternas; estípulas 10-35 x 3-10 mm,

persistentes, foliáceas, lineares a auriculado-reniformes, sem glândulas; pecíolo 1-1,5 cm, não

viscoso, sem nectários; limbo 9-17 x 7,5-8 cm, membranáceo, largamente oval, base cordada,

ápice agudo, margem inteira, face superior pubescente-puberulenta, face inferior esverdeada,

tomentosa; nervação curtamente palmatinérvia. Inflorescência 6-23 cm, terminal,

racemiforme, contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas; brácteas 1-3 por flores, 1-3 x

0,1-0,3 mm, inteiras, lineares, sem glândulas. Flores estaminadas 21-90 na raque, 3-5 mm;

pedicelo 3-7 mm; sépalas 2-3 x 2 mm, valvares, ovais, externamente lepidotas, internamente

glabras, sem glândulas; pétalas 2,5-3,2 x 1-1,3 mm, valvares, elípticas a obovais, não ciliadas,

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externamente glabras a tomentosas, internamente velutino-vilosas, sem glândulas; estames

15-16 com 2-4,2 mm, filetes velutinos, receptáculo glabro; disco com 5 glândulas , ovóides,

glabras. Flores pistiladas 4-9 na raque, 5-7 mm; pedicelo 2-4 mm; sépalas 5 com 4-7 x 3-3,3

mm, unidas por aproximadamente ½ do seu comprimento, iguais entre si, valvares,

fortemente reduplicadas, lobos ovais, externamente lepidotos, internamente pubescentes no

ápice, sem glândulas; pétalas ausentes; disco inteiro, pentalobado, lobos transversalmente

elípticos, glabros; ovário 2-2,5 x 2-2,5 mm, orbicular, lepidoto; estilete 12-16-fidos, unidos

em coluna, ascendentes. Cápsula 5-5,5 x 4-5 mm, oblata, transversalmente trilobar, castanha,

lepidota; columela com ápice inteiro. Sementes 4-6 x 3 mm, elipsóides, lisas, enegrecidas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Águas Belas, próximo a Aldeia do Ouricuri,

7/VII/2002, fl., Santos s/n (UFP 39344).

Material adicional selecionado: BRASIL : Bahia: Casa Nova, 2/IV/2008, fl. fr., Silva & Sales

426 (PEUFR); Piauí: São João do Piauí, 7/IV/2008, fl., Silva & Sales 426 (PEUFR);

Pernambuco: Mirandiba, estrada para Fazenda Troncão, 16/IV/2007, fl., Silva et al. 161

(UFP);

Distribuição restrita ao semi-árido brasileiro (AL, BA, CE, MG, PB, PE, PI, RN, SE)

em vegetação de carrasco (CE) e de caatinga hiper ou hipoxerófila (Gomes 2006). Em

Pernambuco, pode ocorrer ainda nas bordas das florestas serranas (Gomes 2006). No Vale do

Ipanema, foi observada apenas no município de Venturosa, em vegetação de caatinga, em

locais abertos.

As folhas curtamente palmatinérvias, as estípulas foliáceas, geralmente, auriculado-

reniformes, o disco segmentado nas flores estaminadas, os estiletes unidos em coluna e a

cápsula oblata transversalmente trilobar a distinguem das demais espécies. É amplamente

conhecida por marmeleiro ou velame. Foi coletado com flores apenas em junho.

4. Croton echioides Baill., Adansonia 4:334.1864.

Fig. 21-24

Arbusto 1-1,5 m, monóico, látex incolor ou vermelho quando oxidado. Indumento tomentoso;

tricomas estrelado-rotados e estrelado-porrectos esbranquiçados a ferrugíneos distribuídos nos

ramos, estípulas, folhas, raque, brácteas, sépalas, ovário, estilete e cápsula. Ramos cilíndricos,

acinzentados. Folhas alternas; estípulas 1-3,3 x 0,3-0,7 mm, persistentes, não foliáceas,

estreitamente triangulares, sem glândulas; pecíolo 1-4 cm, não viscoso; nectários 2-4, com

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0,4-1 mm, basilaminares, curtamente estipitados, lenticulares; limbo 3-10 x 2,5-7 cm,

cartáceo, elíptico, base cordada, ápice agudo, margem inteira, às vezes, glandular, discolor,

face superior verde, puberulenta à pubescente, face inferior esbranquiçada, tomentosa à

serícea; nervação eucamptódroma. Inflorescência 5-13 cm, terminal, racemiforme, contínua

entre as címulas estaminadas e pistiladas, porção inferior com címulas pistiladas esparsas de

2-3 flores e superior com címulas estaminadas de 2-3 flores; brácteas 0,5-1,2 x 0,3-0,7 mm, 1-

3 por címulas, inteiras, ovais, sem glândulas. Flores estaminadas 14-42 na raque, 3-4 mm;

pedicelo 1-3 mm; sépalas 1,7-2,3 x 0,8-1 mm, valvares, ovais, externamente pubescentes,

internamente glabrescentes, sem glândulas; pétalas 1,8-2,2 x 0,6-0,8 mm, valvares,

oblanceoladas, não ciliadas, externamente glabras, internamente vilosas, sem glândulas;

estames 15-17 com 2,4-4 mm, filetes glabros, receptáculo viloso; disco com 5 glândulas,

transversalmente elípticas, glabras. Flores pistiladas 6-13 na raque, 2-3 mm, sésseis; sépalas 5

com 1,2-2,5 x 1-1,2 mm, unidas por ¼ do seu cromprimento, iguais entre si, valvares, não

reduplicadas, lobos elípticos a ovais, externamente pubescentes à ligeiramentes vilosos,

internamente seríceos à glabrescentes, sem glândulas; pétalas inconspícuas, filiformes; disco

inteiro, pentalobado, lobos oblongos, glabros; ovário 1,5-3 x 1,5-2,5 mm, orbicular, hirsuto;

estiletes 2-fidos, livres, patentes, ultrapassando o comprimento do ovário. Cápsula 4-5 x 0,4

mm, oblata, verde, puberulenta; columela com ápice inteiro. Sementes 5 x 2-3 mm, oblongas,

rugosas, amarronzadas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Buíque, fazenda Botija, 6/V/2003, fl., Gomes

& Laurênio 1106 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 8/V/2003, fl. fr., Laurênio 2035 (PEUFR);

serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl., Silva et al. 402 (HST, PEUFR); serra do Catimbau,

6/V/2003, fr., Laurênio & Gomes 2007 (PEUFR); trilha Caiana, 5/VIII/2006, fl., Lucena et al.

1692 (UFP). Material adicional selecionado: BRASIL : Piauí: São João do Piauí, 4/IV/2008,

fl. fr., Silva & Sales 436 (PEUFR).

Croton echioides é restrita ao semi-árido brasileiro (AL, BA, CE, MG, PE, PI, PB,

RN), cresscendo em vegetação de caatiga, cerrado (PI) e em áreas transicionais de caatinga-

cerrado (PI). Na área de estudo, ocorre nas caatingas sobre sedimentos arenosos e em

formações rupestres, em altitudes que variam 400 a 800 m.

É bem diferenciada das demais espécies por ser a única que possui flores pistiladas

sésseis e estiletes patentes ultrapassando o comprimento do ovário. Outras características que

podem auxiliar o reconhecimento desta espécie no campo são as folhas discolores com a face

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superior verde e a inferior esbranquiçada. Além disso, os ramos quando cortados exudam

látex incolor que se torna vermelho quando oxidado. Floresce em fevereiro, maio e agosto e

frutifica em maio.

5. Croton glandulosus L., Syst. Nat. (ed. 10) 2: 1275. 1759. Fig. 25-30

Erva ou subarbusto 0,2-0,5 m, monóico, látex ausente. Indumento tomentoso; tricomas

estrelado-porrectos e raramente fasciculados, esbranquiçados, revestindo ramos, estípulas,

folhas, brácteas, raque, sépalas, ovário, estilete e cápsula. Ramos cilíndricos, esverdeados a

marrons. Folhas alternas, às vezes verticiladas próximas às bifurcações dos ramos; estípulas

1-2,5 x 0,2 mm, persistentes, não foliáceas, lineares, sem glândulas; pecíolo 0,4-3,2 cm, não

viscoso; nectários 2, com 0,4-0,7 mm, acropeciolares, estipitados, discóides; limbo 1,3-6,3 x

1,6-2,7 cm, membranáceo, oval-elíptico, base arredondada, ápice agudo, margem serreada a

denteado-glandular, face superior pubescente, face inferior serícea; nervação eucamptódroma.

Inflorescência 0,8-2 cm, terminal e axilar, racemiforme, contínua entre as címulas

estaminadas e pistiladas; brácteas 1-1,5 x 0,2 mm, inteiras, lineares; glândulas 4-6, piriformes,

sésseis, lateral-basais. Flores estaminadas 4-17 na raque, 1,2-2 mm; pedicelo 1,2-2 mm;

sépalas 1,2-2 x 0,5-0,6 mm, valvares, ovais, externamente vilosas, internamente glabras, sem

glândulas; pétalas 1,2-2 x 0,3-0,4 mm, oblanceoladas, ciliadas, externamente glabras,

internamente vilosas, sem glândulas; estames 8-10 com 1,8-2 mm, glabros, receptáculo

viloso; disco segmentado, glândulas 5, ovóides, glabras. Flores pistiladas 3-6 na raque, 2,4-3

mm; pedicelo 0,8-1 mm; sépalas 5 com 2-2,7 x 0,6-1 mm, unidas por ¼ de seu comprimento,

desiguais entre si, não reduplicadas, 3 lobos lineares e 2 lanceolados, externamente vilosos,

internamente glabros, glândulas quadrangulares na base, às vezes, com glândulas

punctiformes translúcidas esparsadas; pétalas inconspícuas, filiformes; disco inteiro, discóide,

glabro; ovário 1-1,2 x 1-1,2 mm, obovóide, lanoso-viloso; estiletes 2-fidos, livres,

ascendentes. Cápsula 3,5-5 x 3-5 mm, orbicular, esverdeada, vilosa; columela com ápice

inteiro. Sementes 2,5-4 x 2 mm, elipsóide-orbiculares, discretamente rugosas, creme à

marrom-claro.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Buíque, estrada para o Catimbau, 04/IX/2007,

fl. fr., Silva & Lima 267 (PEUFR); morro Serra Branca, 20/XII/1997, fl. fr., Lucena et al. 395

(PEUFR); serra do Catimbau, 19/VI/1994, fl. fr., Miranda et al. 1834 (PEUFR); serra do

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Catimbau, 10/VII/1997, fr., Lacerda et al. s.n (HUEFS 53294); Pedra, reserva da Igreja

Católica, 2/VII/2006, fl. fr., Silva et al. 220a (PEUFR).

Material adicional selecionado: BRASIL : Bahia: Casa Nova, 2/IV/2008, fl.fr., Silva & Sales

432 (PEUFR).

Espécie amplamente distribuída na região Neotropical, nos Estados Unidos, México e

América Tropical (Govaerts et al. 2000). No Brasil, ocorre da Amazônia até o Rio Grande do

Sul em diferentes ambientes: cerrado, caatinga, brejos de altitudes (PE), matas de tabuleiros,

restingas, pantanal e floresta atlântica (Lucena 2001). No Vale do Ipanema, cresce em

vegetação de caatinga e em áreas antropizadas, sobre solos areno-argilosos, alaranjados.

Croton glandulosus é morfologicamente relacionado com C. hirtus por

compartilharem o hábito herbáceo a subarbustivo, margem das folhas denteada, nectários

acropeciolares, brácteas glandulares, sépalas pistiladas desiguais e estiletes 2-fidos. Sendo,

portanto bastante confundida com esse táxon. Entretanto, distingue-se principalmente pelas

glândulas sésseis das brácteas e os estames variando de 8-10. É empregada na alimentação de

bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos (Lucena 2001). Pode ser encontrada com flores em junho,

setembro e dezembro e com frutos em junho, julho, setembro e dezembro.

6. Croton grewioides Baill. Adansonia 4: 365.1864.

Fig. 31-36

Arbusto 0,7-2 m, monóico, fortemente aromático, aroma de canela, perceptível até em

material herborizado, látex ausente. Indumento glabrescente a tomentoso; tricomas estrelado-

porrectos amarelados às vezes ferrugíneos nos ramos, estípulas, pecíolo, folhas, raque,

brácteas, sépalas e cápsula, raramente dendrítico nos ramos e folhas ou multiradiado-porrectos

nos ramos. Ramos cilíndricos, acinzentados. Folhas alternas; estípulas ca. 1 x 0,2 mm,

caducas, não foliáceas, estreitamente oblongas, sem glândulas; pecíolo 0,5-1 cm, não viscoso;

nectários 2, com 0,3-1 mm, acropeciolares, curtamente estipitados, pateliformes; limbo 1,1-

3,6 x 0,6-2,4 cm, membranáceo, elíptico, base arrredonda, ápice agudo, margem bisseriado-

glandular, nectários piriformes no ápice dos dentes e estipitados, pateliformes entre os dentes,

face superior puberulenta, face inferior puberulenta a tomentosa; nervação eucamptódroma.

Inflorescência 1,3-5 cm, terminal, espiciforme, contínua entre as címulas estaminadas e

pistiladas; brácteas 0,6-1,2 x 0,2-0,4 mm, inteiras, estreitamente oblongas, sem glândulas.

Flores estaminadas 14-47 na raque, 2-3 mm; pedicelo 1-3 mm; sépalas 1-2 x 0,5-0,8 mm,

valvares, ovais, externamente pubescentes, internamente glabras, glândulas punctiformes

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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translúcidas, douradas; pétalas 1-2 x 0,4-0,5 mm, valvares, oblanceoladas, ciliadas,

externamente pubescentes, internamente vilosas, glândulas punctiformes translúcidas;

estames 11 com 2-2,4 mm, filetes vilosos, receptáculo viloso; disco inteiro, pentalobado,

lobos transversalmente elípticos, glabros. Flores pistiladas 5-15 na raque, 3-4 mm; pedicelo 2-

3 mm; sépalas 5 com 2-3 x 0,4-1 mm, unidas por ¼ de seu comprimento, iguais entre si,

valvares, não reduplicadas, lobos estreitamente oblongos, externamente pubescente-

tomentosos, internamente glabros, glândulas punctiformes, translúcidas; pétalas ausente;

disco inteiro, discretamente pentalobado, lobos oblongos, glabros; ovário 2-2,3 x 2-2,3 mm,

orbicular, velutino; estiletes 2-fidos, livres, ascendentes. Cápsula 4-5 x 3-4 mm, orbicular,

castanha, pubescente-tomentosa; columela com ápice inteiro. Sementes 2,5-3 x 2,4-2,8 mm,

orbiculares, lisas, castanho a marrom-escuras.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Buíque, estrada do Fortuoso, 11/II/2008, fl.,

Silva et al. 372 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 14/II/2008, fl., Silva et al. 413 (HST, PEUFR);

idem, 11/IX/1995, fr., Correia & Souza 204 (UFP); serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl., Silva

et al. 408 (HST, PEUFR); serra do Catimbau, 08/III/1996, fl. fr., Tschá et al. 652 (PEUFR);

sítio Pititi, 10/IV/1997, fr., Laurênio et al. 445 (PEUFR); trilha da Concha, 12/II/2008, fl.,

Silva et al. 393 (HST, PEUFR); trilha das Torres, 16/V/1995, fr., Figueiredo et al. 18

(PEUFR); Pedra, 30/III/1991, fl., Coelho s/n (IPA 52559)

Espécie restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo em Alagoas, Bahia, Ceará, Minas

Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, freqüentemente entre

rochas, em solos arenosos (Carneiro-Torres inéd.). Na área de estudo, está mais associada a

locais com altitudes mais elevadas de 600 a 800 metros, onde cresce em caatinga sobre

sedimentos arenosos e campo rupestre.

Pode ser reconhecida pelo porte arbustivo, nectários acropeciolares, estipitados e

pateliformes e sépalas de ambos os sexos revestidas por glândulas punctiformes translúcidas.

Outro caráter peculiar a Croton grewioides são suas inflorescências alongadas (1,3-5),

vistosas, portando flores aromáticas, muito visitadas por abelhas. Em algumas regiões do

Nordeste (PI) o mel de suas flores é muito apreciado devido ao aroma e gosto característico

de canela que possui. É conhecida popularmente como canelinha ou canelinha-de-cheiro em

alusão ao aroma exalado pelas folhas. Apresenta floração intensa nos meses de fevereiro e

março e frutifica nos meses de abril e maio.

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7. Croton heliotropiifolius Kunth, Nov. Gen. Sp. (4) 2: 83. 1817.

Fig. 37-40

Arbusto 0,7-2,5 m, monóico, látex incolor ou laranja quando oxidado. Indumento tomentoso;

tricomas estrelado-porrectos, esbranquiçados a dourado nos ramos, folhas, raque, pedicelo,

sépalas, estiletes e cápsulas. Ramos cilíndricos, verde-acinzentados. Folhas alternas a

subopostas no ápice dos ramos; estípulas 1,4-1,8 x 0,3 mm, persistentes, não foliáceas,

elípticas, sem glândulas; pecíolo 0,5-1,5 cm, não viscoso; sem nectários ou, às vezes, com 2

inconspícuos, com 0,2-0,3 mm diâm., acropeciolares, sésseis, globosos; limbo 2-10 x 0,7-5

cm, membranáceo-cartáceo, lanceolado a oval, base discretamente cordada, ápice agudo,

margem inteira a levemente serrilhada, às vezes, glandular, face superior pubescente-

puberulenta, face inferior tomentosa; nervação eucamptódroma. Inflorescência 2,6-6,5 cm,

terminal, racemiforme, contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas; címulas

estaminadas 2-3 flores, flores pistiladas solitárias curtamente pediceladas ou sésseis; brácteas

1-2 com 0,8-1,2 x 0,3-0,4 mm, inteiras, lanceoladas, eglandulares. Flores estaminadas 28-68

na raque, 1,8-3 mm; pedicelo 2-4 mm; sépalas 1,8-2,5 x 1 mm, elípticas, externamente

puberulentas, internamente glabras, sem glândulas; pétalas 1,8-3, x 0,6-1 mm, oblanceoladas,

não ciliadas, externamente glabras, internamente vilosas, sem glândulas; estames 14-21 com

2,5-3 mm, filetes glabros, receptáculo viloso; disco com 5 glândulas, oblongas, glabras. Flores

pistiladas 9-22 na raque, 5-6 mm; pedicelo 1-3 mm, sépalas 5 com 1,8-2 x 0,3-0,5 mm, unidas

por ¼ de seu comprimento, iguais entre si, valvares, não reduplicadas, lobos lanceolados,

externamente vilosos, internamente pubescentes, sem glândulas; pétalas ausentes; disco

pentalobado, lobos ligeiramente truncados, glabros; ovário 1-2 x 1-2 mm, orbicular, viloso;

estiletes 2-fidos, livres, patentes. Cápsula 5-7 x 3-5 mm, oblongo-elipsóide, castanha, vilosa;

columela com ápice tripartido. Sementes 4-4,5 x 2 mm, elipsóides, lisas, castanhas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Águas Belas, Sítio Garcia, 10/IX/1978, fl.,

Eloy 04 (UFP); Buíque, Chapada do São José, Alto da Palma, 8/V/203, fl. fr., Laurênio &

Gomes 2049 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 17/IX/2007, fl., Silva & Santos 293 (PEUFR);

pedra do Cachorro, 21/VI/2007, fl. fr., Silva et al. 233 (PEUFR); fazenda Brejo de São José,

7/V/2003, fl.fr., Laurênio & Gomes 2019 (PEUFR); fazenda Botija, 6/V/2003, fl. fr,

Laurênio & Gomes 2014 (PEUFR); Pedra, margem do açude, 4/IX/2007, fl., Silva & Lima

265 (PEUFR); Pedra, reserva da Igreja Católica, 2/VII/2006, fl., Silva et al. 274a (PEUFR);

Venturosa, Parque da Pedra Furada, 3/IX/2007, fl., Silva & Lima 250, 251 (PEUFR);

Tupanatinga, Baião grande, 12/IX/2000, fl., Callado 34 (IPA).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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Trata-se de uma espécie amplamente distribuída na região Neotropical. No Brasil sua

presença é verificada em praticamente toda região Nordeste estendendo-se até o estado de

Minas Gerais (Lucena 2001). É encontrada frequentemente em vegetação de caatinga, embora

também ocorra em brejos de altitude (floresta montana), restinga e cerrado. Na área de estudo,

destaca-se por estar amplamente distribuída, formando grandes populações em vegetação de

caatinga, sobre solo arenoso ou areno-argiloso.

Ao longo de sua área de distribuição, Croton heliotropiifolius apresenta grande

variação morfológica quanto ao tamanho e forma das folhas, cor do indumento e

comprimento das inflorescências, o que dificulta a sua identificação. No entanto, pode ser

diferenciada das demais espécies, principalmente, pela columela do fruto tripartida no ápice.

Caracteriza-se, ainda, pelos tricomas estrelado-porrectos adensados nas estruturas

vegetativas e reprodutivas, dando um aspecto tomentoso. Além disso, geralmente não

apresenta nectários no pecíolo ou quanto presente estes são inconspícuos, globosos e muitas

vezes encobertos pelos tricomas. Floresce em maio, junho, julho e novembro e frutifica em

maio e junho.

8. Croton hirtus L’ Hér., Stirp. Nov. 17, pl. 9. 1785.

Fig. 41-45

Erva ou subarbusto 0,3-0,4 m, monóico, látex ausente. Indumento hirsuto; tricomas estrelado-

porrectos dourados revestindo ramos, folhas, raque, sépalas, ovário e fruto. Ramos cilíndricos,

amarelados. Folhas alternas a subopostas; estípulas 6-6,5 x 0,2-0,4 mm, persistentes, não

foliáceas, lineares, sem glândulas; pecíolo 2,5-4,5 cm, não viscoso; nectários 2, com 1-2 mm,

acropeciolares, estipitados, pateliformes; limbo 3-10,5 x 2-7,5 cm, membranáceo, oval,

elíptico ou largamente oval, base arredondada, ápice agudo a obtuso, margem denteado-

glandular, nectários piriformes no ápice dos dentes, pubescente a hirsuto; nervação

actinódroma. Inflorescência 2-4 cm, terminal, racemiforme, contínua entre as címulas

estaminadas e pistiladas; brácteas 2,5-3 x 0,3-0,4 mm, inteiras, lineares, glandulares;

glândulas 2-3, longamente estipitadas (ca. 3 mm), piriformes. Flores estaminadas 4-17 na

raque, 1-1,5 mm; pedicelo 1-1,5 mm; sépalas 1-1,5 x 0,5 mm, valvares, ovais, externamente

tomentosas a hirsutas, internamente glabras, sem glândulas; pétalas 1-1,6- x 0,3-0,4 mm,

oblanceoladas, ciliadas, externamente glabras, internamente vilosas, glândulas punctiformes

translúcidas, acobreadas; estames 10-11 com 1,5-2 mm, filetes glabros, receptáculo viloso;

disco com 5 glândulas, oblongas, glabras. Flores pistiladas 7-13 na raque, 2-3 mm; pedicelo

0,5-1 mm; sépalas 5 com 2,3-4 x 0,3 - 0,5 mm, unidas por ¼ de seu comprimento, desiguais

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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entre si, valvares, não reduplicadas, 2 lobos oblanceolados e 3 filiformes, externamente

hirsutos, internamente glabros, glândulas punctiformes translúcidas esparsadas; pétalas

ausentes; disco inteiro, discóide, glabro; ovário 1 x 0,8-1 mm, orbicular, hirsuto; estiletes 2-

fidos, livres, ascendentes. Cápsula 4-4,5 x 3-3,5 mm, orbicular, castanha, hirsuta; columela

com ápice inteiro. Sementes 2,5-3 x 2-2,5 mm, oblongas, discretamente rugosas, castanhas.

Material selecionado: BRASIL : Pernambuco: Pedra, 28/VII/2006, fl., Silva et al. 206

(PEUFR). Material Selecionado Adicional: Pernambuco: Agrestina, margem da BR-104,

8/IX/1998, fl. fr., Lucena et al. 655 (PEUFR); Buenos Aires, 19/V/1999, fl. fr., Lucena,

Loiola & Melo 762 (PEUFR); Brejo da Madre de Deus, Serra da Prata, 11/VI/1998, fl. fr.,

Lucena et al. 542 (PEUFR).

Espécie de ampla distribuição geográfica na região Neotropical, sendo verificada no

Caribe e do México até o norte da Argentina (Govaerts et al. 2000). No Brasil, ocorre nas

regiões Centro-oeste (DF, GO, TO), Nordeste (BA, CE, MA, PE, PI, RN), Norte (AM, PA,

RO), Sudeste (MG, SP) e Sul (SC, PR, RS), crescendo em cerrados, margem de matas

ombrófilas e mesófilas e em área de pastos e plantações. No Vale do Ipanema é encontrado

em locais abertos, próximos às habitações, sobre solo areno-argiloso.

Distingue-se das demais espécies, principalmente, pelo indumento hirsuto dos ramos,

brácteas com glândulas piriformes longamente estipitadas, bem como pelas sépalas pistiladas

hirsutas. Flores e frutos foram observados apenas no mês de julho.

9. Croton lundianus (Didr.) Müll.Arg. in DC., Prodr. 15 (2): 662. 1846.

Fig. 46-50

Erva ou subarbusto 0,2-1 m, monóico, látex incolor. Indumento tomentoso, às vezes, hirsuto;

tricomas estrelado-porrectos, raramente, simples ou fasciculados, esbranquiçados a

amarelados revestindo ramos, folhas, raque, sépalas das flores pistiladas, ovário e fruto.

Ramos cilíndricos, esverdeados. Folhas alternas, às vezes opostas ou verticiladas no ápice dos

ramos; estípulas 2,8-3,4 x 0,2-1,3 mm, persistentes, não foliáceas, lineares, sem glândulas;

pecíolo 0,3-2,5 cm, não viscoso; nectários 2, com 0,2-1,5 mm, acropeciolares, estipitados,

discóides; limbo 2,5-6 x 1-4 cm, membranáceo, oval, base aguda a obtusa, ápice agudo,

margem serreado-glandular, pubescente a tomentoso; nervação eucamptódroma.

Inflorescência 1,7-4 cm, terminal, racemiforme, descontínua entre as címulas estaminadas e

pistiladas exibindo a porção mediana da raque sem flores, címulas estaminadas 1-2 flores,

címulas pistiladas 2-3 flores aglomeradas na porção inferior; brácteas 1,5-3 x 0,2-0,4 mm,

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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uma por címula, inteiras, lineares, sem glândulas. Flores estaminadas 11-36 na raque, 2,2-3

mm; pedicelo 0,8-1,3 mm; sépalas 1-2 x 0,6-1 mm, valvares, ovais, externamente

puberulentas no ápice, internamente glabras, glândulas punctiformes, translúcidas; pétalas

1,2-2 x 0,4-0,8 mm, elípticas a obovais, não ciliadas, externamente glabras, internamente

vilosas na base, sem glândulas; estames 10 com 2-3 mm, filetes glabros, receptáculo viloso;

disco com 5 glândulas, orbiculares, glabras. Flores pistiladas 3-4 na raque, 5-8 mm; pedicelo

1 mm; sépalas 6 com 4-5 x 1,5-2 mm, unidas por ¼ de seu comprimento, iguais entre si,

valvares, não reduplicadas, lobos obovais, discretamente serreados, externamente

glabrescentes, internamente glabros, glândulas punctiformes translúcidas esparsadas; pétalas

inconspícuas, lineares; disco inteiro, pentalobado, lobos oblongos, glabros; ovário 1,5-2,7 x

1,5-2 mm, orbicular, glabrescente a glabro; estiletes 2-fidos, livres, ascendentes. Cápsula 3-

3,4 x 3,8-4 mm, orbicular, castanha, glabrescente a glabra; columela com ápice inteiro.

Sementes 3-3,3 x 2,2 mm, elipsóides, discretamente rugosas, marrons.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, estrada para o Vale do Catimbau,

28/VII/2005, fl., Abreu et al. 123 (PEUFR); estrada Paraíso Selvagem, 12/II/2008, fl. fr., Silva

et al. 382 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 17/IX/2007, fl. fr., Silva & Lima 291 (PEUFR); serra

do Catimbau, 16/X/1970, fl. fr., Xavier Filho & Hamburgo-Alves 78 (UFP); trilha do

Cemitério, 20/I/2006, fl. fr, Bocage 1089 (IPA).

Croton lundianus é exclusiva da América do Sul, ocorrendo na Argentina, Brasil,

Colômbia, Guiana Francesa e Paraguai. É considerada uma das espécies do gênero com maior

área de distribuição no Brasil, sendo referida em praticamente todo território nacional

(Cordeiro 1992). Ocorre geralmente em campo rupestre, caatinga, próximas às matas ciliares

ou em capoeiras (Lima & Pirani 2003). É pouco frequente na área de estudo, tendo sido

observada apenas em Buíque habitando solos arenosos da vegetação arbustiva perenifólia.

Distingui-se das demais espécies pelas inflorescências com descontinuidades entre as

címulas estaminadas e pistiladas, exibindo a porção mediana da raque sem flores, nectários

peciolares estipitados, discóides e, especialmente, pelas sépalas pistiladas em número de seis,

discretamente serreadas. Floresce e frutifica praticamente o ano todo.

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10. Croton microcarpus Desv ex. Ham., Prodr. Pl. Indiae Occid. 55. 1825.

Fig. 51-58

Subarbusto ou arbusto 0,5-2,5 m, monóico, látex incolor. Indumento tomentoso; tricomas

estrelados a estrelado-lepidotos, sésseis a curtamente estipitados nos ramos, folhas, raque,

pedicelos e sépalas, amarelados a ferrugíneos; estrelados curtamente estipitados na cápsula,

amarelados. Ramos cilíndricos, acinzentados a castanhos. Folhas alternas, às vezes, oposta;

estípulas não foliáceas, sem glândulas brevemente caducas; pecíolo 0,4-1 cm, não viscoso,

sem nectários; limbo 1,5-3,3 x 0,5-1 cm, cartáceo, elíptico, base redonda, ápice agudo,

margem inteira, puberulento-tomentoso, nervação hifódroma. Inflorescência 1-2 cm, terminal,

racemiforme, contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas, flores pistiladas na base bem

distanciadas entre si, estaminadas aglomeradas na porção superior; brácteas 0,3-0,5 x 0,2-0,3

mm, inteiras, lanceolado-ovais, glândulas punctiformes, translúcidas, acobreadas. Flores

estaminadas 9-20 na raque, 1,5-2,3 mm; pedicelo 1-2,8 mm; sépalas 1-1,5 x 0,6-0,7 mm,

valvares, elípticas a ovais, externamente tomentosas, internamente glabras, sem glândulas;

pétalas 1-2 x 0,4-0,6 mm, oblanceoladas, ciliadas, externamente glabras, internamente vilosas,

às vezes, com glândulas punctiformes translúcidas, acobreadas; estames 10-11 com 1,5-3 mm,

filetes glabros; receptáculo viloso; disco inteiro, pentalobado, lobos oblongos, glabros. Flores

pistiladas 1-3 na raque, 2-3 mm; pedicelo 3-7 mm; sépalas 5 com 2-3 x 0,8-1 mm, unidas por

¼ de seu comprimento, iguais entre si, valvares, não reduplicadas, lobos estreitamente

lanceolados, externamente tomentosos, internamente tomentoso-vilosos, sem glândulas;

pétalas filiformes; disco inteiro, petanlobado, lobos oblongos, glândulas punctiformes

translúcidas, acobreadas esparsadas; ovário 1,6-3 x 1,5-2,8 mm, orbicular, tomentoso; estilete

4-fidos, livres, ascendentes. Cápsula 4-7 x 3-4 mm, elipsóide, esverdeada, tomentosa;

columela com ápice inteiro. Sementes 2-6 x 3,4 mm, elipsóides, rugosas, marrons.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, Catimbau, 18/X/1994, fl. fr., Lucena

et al. 5 (PEUFR); Chapada de São José, 3/IV/2000, fl., Sales 1060 (IPA); estrada Buíque -

Catimbau, 4/IX/1995, fl. fr., Laurênio & Gomes 123 (PEUFR); fazenda Botija, 6/V/2003, fl.,

Laurênio & Gomes 2016 (PEUFR); Paraíso Selvagem, 17/VIII/1995, fl., Figueiredo &

Andrade 157 (PEUFR); serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl. fr., Silva et al. 403 (HST, PEUFR).

Croton microcarpus apresenta padrão de distribuição disjunto entre as áreas secas do

Caribe e a região Norte e Nordeste do Brasil (BA, MA, MG, PE, TO) (Carneiro-Torres inéd.).

No entanto, acredita-se que sua distribuição possa estar subestimada e que, provavelmente,

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ocorra em outras regiões secas da América do Sul. Na área de estudo, esta associada à

ambientes rupestres crescendo frequentemente sobre fendas de rocha, em altitudes acima de

800 m.

Caracteriza-se por apresentar tricomas estrelados e estrelado-lepidotos sésseis a

curtamente pedicelados, folhas de margem inteira, nervação hifódroma, ausência de nectários

no pecíolo, estames variando entre de 10 e 11 e estiletes 4-fidos. É uma espécie bastante

semelhante à Croton pedicellatus Kunth, quanto ao aspecto vegetativo sendo, muitas vezes,

difícil distinguir esses dois táxons. No entanto, pode ser diferenciado, principalmente, pelo

aspecto dos tricomas do fruto, que são estrelados sésseis a curtamente estipitados em Croton

microcarpus e longamente estipitados em C. pedicellatus. Floresce e frutifica de fevereiro a

outubro.

11. Croton nummularius Baill. Adansonia 4: 360. 1864.

Fig. 59-67

Subarbusto 0,4-0,6 m, monóico, bastante ramificado, látex incolor. Indumento glabrescente a

seríceo; tricomas estrelados e estrelado-porrectos amarelados revestindo ramos, pecíolo, face

inferior das folhas, raque, pedicelo, sépalas, ovário e cápsula. Ramos cilíndricos,

acinzentados. Folhas alternas espiraladas, conduplicadas quando secas; estípulas 0,5-1 x 0,2-

0,4 mm, persistentes, não foliáceas, lanceoladas, laciniado-glandulares; pecíolo 1,4-4 mm,

não viscoso, sem nectários; limbo 0,2-1 x 0,3-1 cm, cartáceo, orbicular, base e ápice

arredondado, margem denteado-glandular, nectários sésseis, pateliformes, face superior

glabrescente a glabra, face inferior puberulenta a glabrescente; nervação eucamptódroma.

Inflorescência 0,8-2,2 cm, terminal, racemiforme, contínua entre as címulas estaminadas e

pistiladas; brácteas 0,4-1 x 0,2-1 mm, laciniado-glandulares, lanceoladas ou ovais. Flores

estaminadas 9-15 na raque, 1-2 mm; pedicelo 1-4 mm; sépalas 1-2,2 x 0,9-1 mm, valvares,

elípticas a ovais, externamente puberulentas no ápice e pubescentes na base, internamente

glabras, glândulas punctiformes translúcidas, douradas; pétalas 1,7-2,2 x 0,7-1 mm, valvares,

elípticas a obovais, não ciliadas, externamente puberulentas no ápice, internamente vilosas na

base, glândulas punctiformes translúcidas; estames 9-11 com 1,3-3 mm, filetes pubescentes a

vilosos, receptáculo viloso; disco com 5 glândulas, elipsóides, glabras. Flores pistiladas 1-5

na raque, 2-3 mm; pedicelo 1-3 mm; sépalas 5, com 2-3 x 0,6-1 mm, unidas por ¼ de seu

comprimento, iguais entre si, valvares, não reduplicadas, lobos lanceolados, externamente

pubescentes na base, internamente glabros, margem com glândulas estipitadas; pétalas

ausentes; disco inteiro, pentalobado, lobos oblongos, glabros; ovário 1-1,5 x 1-1,5 mm,

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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orbicular, seríceo; estiletes 4-fidos, livres, patentes. Cápsula 2,5-4 x 2-3,5 mm, orbicular,

amarronzada, puberulenta a tomentosa; columela com ápice inteiro. Sementes 3 x 1,8-2 mm,

oblongas, discretamente rugosas, castanhas.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, Paraíso Selvagem, 8/III/1996, fl. fr.,

Laurênio et al. 351 (PEUFR); serra de Jerusalém, 14/II/2008, fl. fr., Silva et al. 404 (HST,

PEUFR); 8/V/2003, fl. fr., Gomes & Laurênio 2033, 2040 (PEUFR); serra do Catimbau,

18/V/1998, fl. fr., Figueiredo et al. 335 (PEUFR); fazenda Botija, 6/V/2003, fl. fr., Laurênio

& Gomes 2008, 2012 (PEUFR).

Trata-se de uma espécie disjunta das formações rupestres e campos gerais da Cadeia

do Espinhaço (Bahia e Minas Gerais) e de Pernambuco (Carneiro-Torres inéd.), crescendo em

vegetação rupestre em altitudes que variam de 800 a 1115 m. No Vale do Ipanema, foi

observada apenas nas áreas mais elevadas e planas do complexo de serra da Chapada de são

José, Buíque, crescendo a mais de 800 m de altitude.

Croton nummularius é um táxon bem delimitado que mostra caracteres morfológicos

tanto vegetativos quanto reprodutivos bem marcantes. Distingue-se das demais espécies por

apresentar folhas alternas espiraladas, orbiculares, de margem denteado-glandular com

nectários pateliformes, sésseis, além de pecíolo curto (1,4-4 mm) e sépalas pistiladas com

glândulas estipitadas na margem. Em campo, pode ser reconhecida pelo caule bem

ramificado, prostrado ou decumbente e folhas pequenas (0,2-1 x 0,3-1 cm), geralmente

conduplicadas quando secas. Floresce e frutifica de fevereiro a maio.

12. Croton rudolphianus Müll. Arg. in DC., Prodr. 15 (2): 654. 1866.

Fig. 68-71

Arbusto 0,8-1,5 m, monóico, látex translúcido. Indumento glabrescente a viloso; tricomas

estrelados vináceo-enegrescidos revestindo pecíolo, folhas, raque, pedicelo, sépalas pistiladas,

ovário e cápsula. Ramos cilíndricos, viscosos, acinzentados a alaranjados nos ramos jovens.

Folhas alternas, frequentemente dispostas no ápice dos ramos; estípulas 0,8-1,4 x 0,4-1,2 mm,

persistentes, não foliáceas, lanceoladas, com glândulas obovóides densamente aglomeradas;

pecíolo 1-2,5 cm, viscoso, sem nectários; limbo 2-4,8 x 1,4-3 cm, membranáceo, oval a oval-

elíptico, base cordada, ápice agudo, margem serreado-glandular, nectários piriformes, face

superior glabrescente a glabra, face inferior vilosa, glândulas punctiformes; nervação

eucamptódroma. Inflorescência 3,5-6 cm, solitária, terminal, racemiforme, contínua entre as

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

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címulas estaminadas e pistiladas; brácteas 0,7-1,5 x 0,2-0,5 mm, laciniado-glandulares,

lanceoladas a estreitamente triangulares. Flores estaminadas 12-35 na raque, 3-4 mm;

pedicelo 3-4 mm; sépalas 3-3,2 x 1,4-1,8 mm, valvares, ovais, glabras, sem glândulas; pétalas

3-3,2 x 1,4-2 mm, valvares, obovais, não ciliadas, externamente glabras, internamente vilosas

na base, sem glândulas; estames 10 com 4-5 mm, filetes pubescentes a vilosos, receptáculo

pubescente; disco inteiro, pentalobado, lobos transversalmente elípticos, glabros. Flores

pistiladas 3-8 na raque, 3-5 mm; pedicelo 2-5 mm; sépalas 5 com 4-5 x 1-1,2 mm, unidas por

¼ de seu comprimento, iguais entre si, valvares, não reduplicadas, lobos oblongos a

lanceolados, glabrescentes, margem glandular; pétalas ausentes; disco inteiro, pentalobado,

lobos transversalmente elípticos, glabros; ovário 1,5-3 x 1,2-2 mm, elipsóide, glabrescente;

estiletes 4-6-fidos, unidos na base, patentes. Cápsula 4-6 x 3-4 mm, orbicular, amarronzada,

glabra; columela com ápice inteiro. Sementes 3-3,5 x 2-2,2 mm, largamente elípsóides,

discretamente rugosas, castanhas.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, Chapada de São José, 8/V/2003, fl.,

Gomes & Laurênio 1124 (PEUFR); fazenda Botija, 6/V/2003, fl., Laurênio & Gomes 2005

(PEUFR); Paraíso Selvagem, 14/II/2008, fl., Silva et al. 412 (PEUFR); serra Branca,

12/II/2008, fl., Silva et al. 377 (PEUFR); serra de Jerusalém, 8/V/2003, fl. fr, Laurênio &

Gomes 2036 (PEUFR); trilha da Concha, 12/II/2008, fl., Silva et al. 381, 392 (PEUFR); trilha

da Caiana, 8/V/2005, fl., Lucena et al. 1067 b (UFP); vale do Catimbau, 16/IV/2007, fl.,

Araújo, Alves & Morim 283 (UFP).

Croton rudolphianus ocorre em áreas de campo rupestre e de caatinga nos estados de

Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Pernambuco (Carneiro-Torres inéd.). Na área de

estudo, foi coletada apenas em Buíque na Chapada de São José, crescendo em ambientes

rupestres.

Assemelha-se a Croton urticifolius por ambas compartilharem o hábito arbustivo,

tricomas estrelados, folhas de base cordadas, estípulas e brácteas glandulares e estiletes 4-6-

fidos. Entretanto, difere por apresentar tricomas vináceo-enegrescidos, pecíolo sem nectários,

inflorescências solitárias, sépalas pistiladas glabrescentes, ovário glabrescente e cápsula

glabra. Uma característica que pode auxiliar no reconhecimento desta espécie no campo é o

fato dos seus ramos mais jovens serem alaranjados e viscosos. Essa viscosidade pode estar

relacionada à secreção de glândulas epidérmicas, cuja função seria evitar a herbívora de sua

população (Martínez-Gordillo & Matias 2005). É popularmente conhecida por velame-

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branco. Foram observados indivíduos com flores de fevereiro a maio. Frutos foram

encontrados apenas em maio.

13. Croton tetradenius Baill., Adansonia 4: 343. 1864.

Fig. 72-78

Arbusto 1-1,2 m, monóico, aromático, látex translúcido. Indumento tomentoso a hirsuto-

tomentoso; tricomas estrelado-porrectos amarelados revestindo ramos, folhas, raque, brácteas,

pedicelo, sépalas, ovário e cápsula. Ramos cilíndricos, castanhos. Folhas alternas a

verticiladas no ápice dos ramos; estípulas 0,7- 1 x 0,3-0,4 mm, persistentes, não foliáceas,

triangulares, inteiras, sem glândulas; pecíolo 1-2,3 cm, não viscoso; nectários 4-6 com 1-1,2

mm, acropeciolares a basilaminares, cilíndricos; limbo 5-7 x 2-3,5 cm, membranáceo, oval,

base arredondada, ápice agudo, margem inteira, às vezes glandular, face superior pubescente,

face inferior pubescente-tomentosa; nervação eucamptódroma. Inflorescência 3-7,5 cm,

terminal, racemiforme, contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas; brácteas 0,5-1,5 x

0,4-1 mm, inteiras, triangulares, sem glândulas. Flores estaminadas 14-40 na raque, 2-3 mm;

pedicelo 1-1,2 mm; sépalas 1,5-2 x 1-1,2 mm, valvares, ovais, externamente pubescentes,

internamente glabras, sem glândulas; pétalas 1,5-2 x 0,4-0,5 mm, valvares, espatuladas, não

ciliadas, externamente pubescentes no ápice, internamente vilosa na base, sem glândulas;

estames 11-15 com 1,5-2 mm, filetes glabros; receptáculo viloso; disco segmentado,

glândulas 5, oblongas, glabras. Flores pistiladas 6-13 na raque, 2,8-3 mm; pedicelo 1-2,3 mm;

sépalas 5 com 3 x 1-1,3 mm, unidas por ¼ de seu comprimento, iguais entre si, valvares, não

reduplicadas, lobos obovais, externamente tomentosos, internamente puberulentos no ápice,

sem glândulas; pétalas inconspícuas, ovais; disco inteiro, pentalobado, lobos oblongos a

ovais, glabros; ovário 1 x 1-2 mm, elipsóide, lanoso; estiletes 2-fidos, livres, ascendentes.

Cápsula 3-5 x 2,5-3 mm, orbicular, castanho, tomentosa; columela com ápice inteiro.

Sementes 3-4 x 2-3 mm, oblongas, rugosas, marrons.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Águas Belas, fazenda Nova, 29/XI/1969, fl.,

Andrade-Lima 5624 (IPA).

Material adicional selecionado: BRASIL : Pernambuco: Arcoverde, Estação Experimental do

IPA, 22/III/1983, fl., Gallindo et al. 401 (IPA); Triunfo, 26/II/1986, fl. fr., Lima & Gallindo

120 (IPA).

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Croton tetradenius ocorre, exclusivamente, na região Nordeste onde foi verificado nos

estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe

(Carneiro-Torres inéd.). É encontrada, geralmente, em vegetação de caatinga e florestas

perenifólias sobre solo arenoso ou pedregoso, embora também ocorra, com menos frequência,

em capoeiras, brejos de altitudes (PE) e áreas antropizadas. Na área de estudo, foi observada

apenas no município de Águas Belas, crescendo em vegetação de caatinga sobre solo argiloso

com afloramento rochoso.

A presença de quatro a seis nectários cilíndricos no pecíolo é a característica mais

facilmente utilizada no seu reconhecimento. Aliados a esta característica, estão os lobos das

sépalas pistiladas obovais externamente tomentosos, as pétalas pistiladas inconspícuas e ovais

e os estames em número de 11 a 15. Flores foram observadas nos meses de fevereiro, março,

maio e setembro e frutos em fevereiro e maio.

14. Croton urticifolius Lam., Encycl. 2: 213. 1786.

Fig. 79-84

Arbusto 1,5-2,5 m, monóico, látex incolor. Indumento tomentoso; tricomas estrelados e

estrelado-porrectos esbranquiçados a amarelo revestindo ramos, estípulas, folhas, raque,

brácteas, pedicelo, sépalas, ovário, estilete e cápsula. Ramos cilíndricos, acinzentados. Folhas

alternas a verticiladas no ápice dos ramos; estípulas 1-2 x 0,4-1 mm, persistentes, não

foliáceas, elípticas, laciniado-glandulares na margem; pecíolo 0,5-2,3 cm, não viscoso;

nectários 2-4, com 0,4-1 mm, acropeciolares, subulados; limbo 2,5-6,4 x 1,4-3,9 cm,

membranáceo, oval a oval-elíptico, base cordada, ápice agudo, margem serreada a crenado-

glandular, nectários globosos, face superior pubescente a tomentosa, face inferior tomentosa,

às vezes, com glândulas punctiformes, translúcidas; nervação eucamptódroma. Inflorescência

6-22 cm, terminal, racemiforme, 1-4 dispostos no mesmo ponto, contínua entre as címulas

estaminadas e pistiladas; brácteas 1-1,5 x 0,2-0,4 mm, oblongas, laciniado-glandulares. Flores

estaminadas 8-21 na raque, 3-3,3 mm; pedicelo 1-2 mm; sépalas 2-2,5 x 1-1,5 mm, valvares,

elípticas a ovais, glabras a pubescentes, glândulas punctiformes, translúcidas, douradas;

pétalas 2-3 x 1-1,5 mm, valvares, espatuladas, não ciliadas, externamente glabras,

internamente vilosas, glândulas punctiformes translúcidas; estames 10-11 com 1,8-3 mm,

filetes vilosos a pubescentes; receptáculo glabro; disco inteiro, pentalobado, lobos obovóides,

glabro. Flores pistiladas 5-7 na raque, 5-6 mm; pedicelo 1-2 mm; sépalas 5 com 3-6 x 2-2,2

mm, unidas por ½ de seu comprimento, iguais entre si, valvares, não reduplicadas, lobos

oblongos a elípticos, externamente hirsuto-tomentosos, internamente tomentosos a hirsuto-

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tomentosos; pétalas ausentes; disco inteiro, pentalobado, lobos tranversalmente elípticos,

glabros; ovário 1,5-2 x 1,2-2,3 mm, orbicular, tomentoso; estiletes 4-6-fidos, livres,

ascendentes. Cápsula 4,5-5 x 4,5-5 mm, orbicular, amarronzada, pubescente a tomentoso;

columela com ápice inteiro. Sementes 2,5-4 x 2-2,2 mm, oblongas, rugosas, castanhas.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, 12/IX/2002, fl. fr., Randau 16

(PEUFR); Venturosa, Parque da Pedra Furada, 21/III/1998, fl. fr., Costa 27 (PEUFR); Pedra,

Reserva da Igreja Católica, 2/VII/2006, fl. fr., Silva et al. 280a (PEUFR).

Exclusiva da América do Sul, sendo registrada para Bolívia, Brasil, Guiana e

Venezuela (Lucena 2001). No Brasil, ocorre nas regiões Nordeste (AL, BA, CE, PI, PE, PB,

RN, SE), Norte (AM, PA) e Sudeste (ES, MG, RJ), em vegetação de caatinga, floresta

decídua e campo rupestre (Carneiro-Torres inéd.). No Vale do Ipanema, desenvolve-se junto a

afloramentos rochosos sobre solo arenoso ou areno-argiloso, em vegetação de caatinga.

Croton urticifolius é uma espécie que pode ser facilmente reconhecida pelos nectários

subulados do pecíolo, inflorescências terminais, em número de 1 a 4, dispostas em um mesmo

ponto, sépalas pistiladas externamente hirsuto-tomentosas e estiletes ascendentes. Possui

inflorescências vistosas muito visitadas por abelhas, borboletas, mariposas, moscas e vespas.

Floresce e frutifica em março, julho e setembro.

15. Croton virgultosus Müll. Arg., Fl. Bras. 11 (2): 104. 1873.

Fig. 85-90

Arbusto 0,8-1,3 m, monóico, ligeiramente aromático, látex translúcido. Indumento tomentoso

a viloso; tricomas estrelado-porrectos e dendríticos, esbranquiçados a ferrugíneos, revestindo

ramos, estípulas, pecíolo, folhas, raque, brácteas, pedicelo, sépalas e cápsula. Ramos

cilíndricos, acinzentados. Folhas alternas; estípulas 2-9 x 0,7-1 mm, persistentes, não

foliáceas, lineares, sem glândulas; pecíolo 0,5-1,3 cm, não viscoso; nectários 2-4 com 0,4-0,5

mm, basilaminares, estipitados, pateliformes; limbo 2,5-6 x 1,3-4 cm, cartáceo, oval a

elíptico, base cordada, ápice agudo, margem crenado-glandular, nectários piriformes no ápice

dos dentes e estipitados, pateliformes entre os dentes, face superior puberulenta, face inferior

tomentosa; nervação eucamptódroma. Inflorescência 8-9,5 cm, terminal, espiciforme,

contínua entre as címulas estaminadas e pistiladas; címulas estaminadas 1-2 flores,

esparsadas, flores pistiladas solitárias; brácteas 2-5 x 0,2-0,3 mm, uma por címulas, inteiras,

lineares, sem glândulas. Flores estaminadas 12-63 na raque, 3-5 mm; pedicelo 3-6 mm;

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sépalas 2-2,8 x 1-1,3 mm, valvares, ovais, externamente vilosas, internamente glabras, sem

glândulas; pétalas 2-3 x 0,8-1 mm, valvares, oblanceoladas, ciliadas, externamente

pubescentes, internamente vilosas, eglandulares; estames 10-11 com 3-4 mm, filetes glabros,

receptáculo viloso; disco inteiro, pentalobado, lobos largamente ovais, glabros. Flores

pistiladas 1-8 na raque, 3-5 mm; pedicelo 1,5-2 mm; sépalas 5 com 2,4-5,6 x 0,8-3 mm,

unidas por ¼ de seu comprimento, desiguais entre si, valvares, não reduplicadas, lobos

lanceolados, externamente tomentosas a vilosas, internamente pubescentes a vilosas, sem

glândulas; pétalas inconspícuas, filiformes; disco inteiro, pentalobado, lobos largamente

ovais, glabros; ovário 2 x 1,9-2 mm, orbicular, lanoso; estiletes 2-fidos, livres, ascendentes;

columela com ápice inteiro. Cápsula 5-6 x 5-6 mm, orbicular, castanha, vilosa. Sementes não

observadas.

Material selecionado: BRASIL . Pernambuco: Buíque, estrada para o sítio Breu, 12/II/2008,

fl., Silva et al. 391 (PEUFR); serra do Catimbau, 15/III/2005, fl., Pick 159 (UFP); trilha da

Igrejinha, 12/II/2008, fl., Silva et al. 383 (PEUFR); estrada do Fortuoso, 11/II/2008, fl., Silva

et al. 370, 375 (PEUFR).

Trata-se de uma espécie de distribuição restrita ao semi-árido brasileiro, ocorrendo na

Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, em vegetação de caatinga e floresta estacional

(Carneiro-Torres inéd.). Croton virgultosus é uma espécie pouco freqüente na área de estudo,

sendo coletada apenas em duas localidades de Buíque, em vegetação arbustiva sobre solo

arenoso.

Caracteriza-se pelo porte arbustivo, folhas com margem crenada, pecíolo com dois a

quatro nectários estipitados, pateliformes, inflorescências longas com 8-9,5 cm de

comprimento, sépalas pistiladas elípticas e cápsula vilosa. Apresenta potencial melífero

devido à grande quantidade de abelhas encontradas em suas flores. Indivíduos com flores

foram observados apenas nos meses de fevereiro e março.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela

bolsa de estudo concedida à primeira autora; ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da

Universidade Federal Rural de Pernambuco, pelo apoio institucional e logístico, à Frank Silva

pelo auxílio nas ilustrações e aos curadores dos Herbários HUEFS, PEUFR, UFP, HST e IPA

pelo livre acesso as suas instalações.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

100

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Figura 1-7. Croton adamantinus Müll. Arg. (Silva et al. 270): 1. Aspecto geral do ramo. 2. Detalhe de nectário na indentação. 3. Detalhe dos nectários basilaminares. 4. Inflorescência. 5. Bráctea. 6. Flor pistilada. 7. Detalhe do disco da flor pistilada. 8-13. Croton argyrophyllus Kunth (Andrade et al. 267): 8. Aspecto geral do ramo. 9. Flor estaminada. 10. Flor pistilada. 11. Dealhe do disco da flor pistilada encoberto por tricomas. 12. Fruto. 13. Estiletes. 14. Tricoma. 15-20. Croton blanchetianus Baill. (Santos s/n UFP 39344): 15. Aspecto geral do ramo. 16. Estípula. 17. Flor estaminada. 18. Flor pistilada. 19. Ovário. 20. Fruto.

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Figura 21-36. Croton echioides Baill. (Laurênio & Gomes 2007): 21. Aspecto geral do ramo. 22. Detalhe das glândulas basilaminares. 23. Flor estaminada. 24. Flor pistilada. Croton glandulosus L. (Heringer et al. 119): 25. Aspecto geral do ramo. 26. Detalhe dos nectários acropeciolares. 27. Detalhe das glândulas nas brácteas. 28. Flor estaminada. 29. Flor pistilada. 30. Fruto. 31-36. Croton grewioides Baill. (Silva et al. 413): 31. Aspecto geral do ramo. 32. Detalhe dos nectários nas indentações. 33. Detalhe dos nectários acropeciolares. 34. Flor estaminada. 35. Flor pistilada. 36. Fruto.

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Figura 37-40. Croton heliotropiifolius Kunth (Andrade et al. 306): 37. Aspecto geral do ramo. 38. Flor estaminada. 39. Flor pistilada. 40. Aspecto geral do fruto. 41-45. Croton hirtus L’ Hér. (Carvalho 36): 41. Aspecto geral do ramo. 42. Detalhe dos nectários acropeciolares. 43. Flor estaminada. 44. Flor pistilada. 45. Fruto. 46-50. Croton lundianus (Didr.) Müll. (Sales et al. 497): 46. Aspecto geral do ramo. 47. Detalhe dos nectários acropeciolares. 48. Flor estaminada. 49. Flor pistilada. 50. Fruto.

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Figura 51-58. Croton microcarpus Desv ex. Ham. (Laurênio & Gomes 123) – 51. Aspecto geral do ramo. 52. Inflorescência. 53. Flor estaminada. 54. Pétala estaminada. 55. Flor pistilada. 56. Detalhe do ovário evidenciando os estiletes. 57. Detalhe do disco da flor pistilada. 58. Fruto. 59-67. Croton nummularius Baill. (Silva et al. 404) – 59. Aspecto geral do ramo. 60. Folha. 61. Detalhe da margem laminar. 62. Brácteas. 63. Flor estaminada. 64. Flor pistilada. 65. Detalhe do disco da flor pistilada. 66. Ovário. 67. Fruto. 68-71. Croton rudolphianus Müll. Arg. (Gomes & Laurênio 112): 68. Aspecto geral do ramo. 69. Flor estaminada. 70. Flor pistilada. 71. Fruto.

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Figura 72-90. Croton tetradenius Baill. (Andrade-Lima 5624): 72. Aspecto geral do ramo. 73. Detalhe dos nectários acropeciolares. 74. Flor estaminada. 75. Flor pistilada. 76. Detalhe do disco da flor pistilada. 77. Ovário. 78. Fruto. 79-84. Croton urticifolius Lam. (Costa 27): 79. Aspecto geral do ramo. 80. Detalhe da margem laminar. 81. Flor estaminada. 82. Flor pistilada. 83. Ovário. 84. Fruto. 85-90. Croton virgultosus Müll. Arg. (Silva et al. 383): 85. Aspecto geral do ramo. 86. Detalhe dos nectários basilaminares. 87. Flor estaminada. 88. Flor pistilada. 89. Disco da flor pistilada. 90. Ovário.

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MMAANNUUSSCCRRIITTOO IIIIII NNEECCTTÁÁRRIIOOSS FFOOLLIIAARREESS EEMM EESSPPÉÉCCIIEESS DDEE CCrroottoonn LL..

((EEUUPPHHOORRBBIIAACCEEAAEE)) DDOO NNOORRDDEESSTTEE DDOO BBRRAASSIILL

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Nectários foliares em espécies de Croton L.

(Euphorbiaceae) do Nordeste do Brasil

A ser enviado ao periódico:

FLORA - Morphology, Distribution, Functional Ecology of plants

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Nectários foliares em espécies de Croton L. (Euphorbiaceae) do Nordeste do Brasil

Juliana Santos Silvaa,*; Jaílson Santos de Novaisb; Francisco de Assis Ribeiro dos Santosb;

Margareth Ferreira de Salesa; Luciene Cristina Lima & Limac

1Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor aUniversidade Federal Rural de Pernambuco, Laboratório de Taxonomia Vegetal,

Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Rua Dom Manoel de

Medeiros s.n., 52171-900 Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil. b Universidade Estadual de Feira de Santana, Laboratório de Micromorfologia Vegetal,

Departamento de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Av.

Transnordestina, s.n., 44030-900, Feira de Santana, Bahia, Brasil.

cUniversidade do Estado da Bahia

*Autor para correspondência. E-mail: [email protected] (J. S. Silva).

Resumo: (Nectários foliares em espécies de Croton L. [Euphorbiaceae] do Nordeste do

Brasil). O estudo dos nectários foliares (NFs) de 12 espécies de Croton ocorrentes em

Pernambuco, Brasil, foi realizado com o objetivo de caracterizar sua morfologia, como um

recurso auxiliar na delimitação interespecífica e no entendimento de seus aspectos funcionais

e ecológicos. As amostras dos nectários foram obtidas de espécimes de herbário e de material

recém-coletado fixado em FAA50 e analisadas utilizando-se microscopias óptica e eletrônica

de varredura. Os NFs variaram quanto à localização, quantidade, tamanho e forma. Foram

encontados seis morfotipos: pateliforme (4 spp.), lenticular (2 spp.), discóide (2 spp.),

cilíndrico (1 sp.), globoso (1 sp.) e obcampanulado (1 sp.).

Palavras-chave: Crotonoideae; morfologia vegetal; nectários extraflorais; Nordeste do Brasil.

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Introdução

A família Euphorbiaceae compreende cerca de 6.500 espécies pertencentes a 300

gêneros (Wurdack et al., 2005) e configura-se como uma das maiores entre as angiospermas.

Apresenta grande diversidade morfológica, a qual está refletida também nos nectários

extraflorais, onde diferentes formas podem ser observadas: globosa, filiforme, pateliforme,

discóide e cilíndrica (Bernhard, 1966).

Nectários extraflorais são glândulas secretoras de néctar não envolvidas diretamente

com a polinização (Elias, 1983; Fiala e Maschwitz, 1991). Estas estruturas podem ocorrer em

ramos, folhas e pecíolo ou associadas aos órgãos reprodutivos (Díaz-Castelazo et al., 2005;

Rico-Gray, 1993; Schnell et al., 1963; So, 2004). O néctar extrafloral é rico em açúcares,

aminoácidos, vitaminas, água e outros compostos orgânicos (Elias, 1983; Koptur, 1992). É,

portanto, um valioso recurso alimentar para muitos animais (Ruhren e Handel, 1999),

principalmente formigas (Hatada et al., 2001; Mackay e Whalen, 1998). São diversos os

estudos que comprovam que os nectários extraflorais estão envolvidos em processos contra a

herbivoria (Vesprini et al., 2003; Oliveira & Freitas, 2004). A grande variabilidade estrutural

dos nectários extraflorais, bem como sua ampla ocorrência, tem sido destacada por vários

autores (Bentley, 1977a; Elias, 1983; Koptur, 1992; Schnell et al., 1963; Zimmermann, 1932).

Nectários extraflorais já foram descritas em 90 famílias de angiospermas, aproximadamente

2.200 espécies (Keeler, 1989).

O primeiro autor que utilizou os nectários extraflorais como caráter taxonômico em

Euphorbiaceae foi Baillon (1858). Este reconheceu para a família dois tipos: sésseis e

estipitados. Posteriormente, estudos anatômicos e morfológicos foram realizados em vários

gêneros e espécies desta família: em Euphorbia milii Desmoul. (Teng e Hu, 2002), Euphorbia

pulcherrima Willd. (Schnepf, 1964), Mallotus spp. (Elias e An-ci, 1985), Manihot esculenta

Crantz (Ogburia, 2004), Mercurialis annua L. (Figier, 1968), Ricinus communis L. (Baker et

al., 1978; Kalman e Gulyás, 1974) e em espécies de Crotonoideae (Bernhard, 1966). Os

aspectos fisiológicos dos nectários de Macaranga tanarius (L.) Müll. Arg. foram estudados

por Heil et al. (2000, 2001). Esses autores constataram que a produção de néctar está

intimamente relacionada com a idade da folha e o horário do dia. Observaram, ainda, que

quando a atividade secretora dos nectários extraflorais é induzida por ácido jasmônico, reduz

dez vezes a herbivoria das folhas.

Em Euphorbiaceae, aproximadamente 32 gêneros possuem nectários extraflorais

foliares (Koptur, 1992) na margem da lâmina (Mallotus spp., Croton spp.), ao longo da

nervura central (Alchorneopsis floribunda (Benth.) Müll. Arg., Macaranga hispida (Blume)

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Müll. Arg.) ou no pecíolo (Croton spp., Homalanthus populifolius Grah., Hura crepitans L.,

Ricinus communis L.) (Elias, 1983).

Croton é um dos maiores e mais diversos gêneros da família Euphorbiaceae s. s. (APG

II, 2003) com aproximadamente 1.200 espécies (Berry et al., 2005; Govaerts et al., 2000)

difundidas, predominantemente, no continente americano. Em Croton a morfologia dos

nectários extraflorais é bem peculiar e este gênero e constituem um caráter taxonômico

relevante reconhecido por diversos autores (Baillon, 1958; Bernhard, 1966; Müller, 1866;

Webster, 1993). No entanto, os estudos enfocando os seus aspectos morfo-anatômicos são

dispersos na literatura e apresentam pouco detalhamento sobre a micromorfologia (Bernhard,

1966; Freitas, 1997; Freitas e Paoli, 1999; Freitas et al., 2000, 2001).

Este trabalho tem como objetivo caracterizar morfologicamente os nectários foliares

de espécies de Croton, como um recurso auxiliar na delimitação interespecífica e no

entendimento de seus aspectos funcionais e ecológicos.

Material e métodos

Os nectários foliares (NFs) de 12 espécies de Croton que ocorrem no estado de

Pernambuco (Tabela 1) foram estudados a partir de amostras retiradas de espécimes de

herbário e de material recém-coletado e fixado em FAA50. A identificação taxonômica das

espécies foi baseada em um estudo detalhado das espécies de Croton do Estado de

Pernambuco (Silva, 2009 - esta dissertação), que associou a análise de exemplares

herborizados, populações em campo, além de protológos e fotografias das coleções-tipo. O

posicionamento das espécies em seções baseou-se em Webster (1993) e Van Ee (2006).

Espécimes examinados são citados abaixo das descrições das espécies.

Para cada espécie, foram selecionados de dois a cinco espécimes provenientes de

diferentes populações, dos quais foram retiradas 2-5 folhas perfeitamente desenvolvidas. De

cada folha, foram seccionadas duas amostras da margem e base da folha, incluindo

aproximadamente 1 cm de comprimento do pecíolo. Em seguida, procedeu-se à reidratação do

material herborizado através do aquecimento em solução aquosa de glicerina (50 %) por 3

min (em microondas, alta potência).

O processo de diafanização seguiu as seguintes etapas: imersão da folha (ou

segmentos) em hidróxido de sódio a 30 %, por duas horas, seguido de hipoclorito de sódio a

6,5 %, por 24 horas; lavagem em água destilada, duas vezes (30 minutos, cada); série

etanólica crescente (30%, 50%, 70%), por 10 minutos cada; coloração com safranina

alcoólica, por 30 minutos; série etanólica decrescente (70%, 50%, 30%, 10%), por 10

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minutos; lavagem em água destilada e acondicionamento em solução aquosa de glicerina

(50%), para posterior análise.

Outra parte das amostras foram colocadas em hipoclorito de sódio a 6,5%,

permanecendo até o clareamento total (cerca de uma hora). Em seguida, os cortes foram

lavados em água destilada, corados com safranina durante dois minutos, lavados novamente e

colocados em solução aquosa de glicerina (50%) por uma hora. Os cortes foram montados em

lâminas com gelatina glicerinada, seladas com esmalte, analisadas em microscópio óptico

(MO) e, em seguida, fotomicrografados com uma câmara digital Olympus 4.2 megapixels

acoplado ao microscópio óptico. A partir da análise do material ao microscópio óptico, foram

obtidos dados referentes à forma e a morfometria (n = 25) dos NFs.

Para as análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV), foram preparadas

amostras com cerca de 25 mm2 da margem e da base folha, que foram coladas em porta-

espécimes com fita de carbono auto-adesiva (dupla-face), vaporizadas com cobre/ouro no

metalizador SCD 050 e analisadas no microscópio LEO 1430 VP (Carl Zeiss).

Resultados

As espécies estudadas possuem NFs distribuídos sobre a lâmina foliar e pecíolo

(Tabela 1). Nas folhas, os NFs ocorrem apenas na margem não sendo observados sobre a

superfície da lâmina. Na margem das folhas serreadas, dendeadas ou crenadas, os NFs estão

restritos ao ápice dos dentes (10 spp.), ou nas reentrâncias entre os dentes ou crenas

(indentações) (seis spp.). Nas espécies com folhas de margem inteira (Croton echioides, C.

heliotropiifolius e C. tetradenius), os NFs se distribuem esparsamente ao longo da margem.

Nas espécies estudadas, os NFs são sésseis (1 sp.) ou estipitados (10 spp.), geralmente,

amarelados em folhas mais jovens, tornando-se marrons ou pretos em folhas desenvolvidas,

conforme nossas observações em campo.

Os NFs do ápice dos dentes apresentam uma grande uniformidade morfológica. Estão

sempre localizados próximo às terminações das nervuras. São geralmente pequenos, sésseis

ou raramente estipitados (810 µm diâm.), globosos ou cônicos. Em muitos casos, sua

visualização em MO fica comprometida devido à grande densidade de tricomas que os

encobre. Nas descrições taxonômicas, os dentes portadores de NFs são tratados simplesmente

como dentes glandulares, sem referência a morfologia dos nectários, dificultando a utilização

dessa estrutura como caráter taxonômico.

Quanto à sua distribuição, ao longo da margem, não foi observado nenhum padrão

regular. No material analisado, em algumas folhas havia dentes que não apresentaram

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nectários, provavelmente, estes foram consumidos pelos insetos que os visitam em busca de

néctar ou, ainda, foram suprimidos durante o processo de herborização.

Os NFs presentes nas indentações são diferentes morfologicamente dos encontrados

no ápice dos dentes e semelhantes, em geral, aos localizados no pecíolo diferindo, às vezes,

apenas no tamanho. Ocorre, na maioria das vezes, um nectário em cada indentação. Diferem

dos localizados no ápice dos dentes por serem estipitados e pateliformes, predominantemente,

com diâmetro variando de 95 µm (Croton chaetocalyx) a 326 µm (C. glandulosus L.). O

estípete é cilíndrico, com 150 µm (C. grewioides Baill.) a 810 µm de comprimento (C.

chaetocalyx).

Os NFs do pecíolo são variáveis quanto a sua localização, quantidade, tamanho e

forma, podendo ser utilizados como um caráter diagnóstico para o reconhecimento das

espécies. No entanto, devido à falta de estudos morfológicos visando à padronização de sua

estrutura, este caráter é ainda pouco utilizado na taxonomia de Croton.

Quanto a sua localização, observam-se duas posições: a) na porção distal do pecíolo,

na superfície superior, no ponto de inserção da lâmina no pecíolo ou próximo ao ponto de

inserção (acropeciolar); b) na porção distal do pecíolo, contudo na superfície inferior, bem

próximo à lâmina, sendo frequentemente denominados de basilaminares, embora estejam

localizados sobre o pecíolo. Com relação à quantidade, variam de um a três pares por pecíolo.

O diâmetro dos NFs variou de 122 µm em Croton urticifolius Lam. a 506-547 µm em C.

echioides Baill. O estípete pode ser cilíndrico ou obcônico, com comprimento de até 900-

1167 µm (C. hirtus L’Hér.).

Quanto à forma dos NFs peciolares foram encontrados os seguintes tipos:

Pateliforme – tipo mais comum entre as espécies estudadas. São acropeciolares ou

basilaminares, estipitados, em forma de taça, bordo elevado, região central de diferentes

profundidades e superfície em geral com estrias longitudinais (Figuras 1, 13, 18, 31). Os

estípites são predominantemente cilíndricos, variando de 200 µm (Croton adamantinus) a

1167 µm de comprimento (C. hirtus). Foram registrados de 1 a 2 pares por pecíolo.

Lenticular – são acropeciolares ou basilaminares, estipitados, peltados, em forma de lente,

perpendiculares ao estípite, com superfície lisa ou rugosa (Figuras 4, 6). Os estípites

apresentam-se obcônicos ou cilíndricos, com 294 µm de comprimento. Foram observados de

2 ou 3 pares de NFs por pecíolo.

Discóide – esse morfotipo é sempre acropeciolar, estipitado, em forma de disco com uma

discreta depressão no centro (Figuras 10, 22). O estípite é cilíndrico, superfície rugosa, com

241 a 455 µm de comprimento. Foram encontrados apenas um par de NFs por pecíolo.

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Globoso – são basilaminares, sésseis, esféricos, com superfície rugosa (Figura 16). Ocorre

apenas um par de NFs por pecíolo.

Cilíndrico – NFs com esse morfotipo podem ser acropeciolares ou basilaminares (numa

mesma folha), estipitados (Figura 25). O estípite apresenta praticamente o mesmo diâmetro da

glândula, e varia de 136 a158 µm de comprimento. Foram registrados 2 ou 3 pares de

nectários por pecíolo.

Obcampanulado – são acropeciolares, estipidados, em formato de campânula invertida

(Figura 29). O estípete apresenta-se obclavado-achatado, com 775 µm de comprimento.

Foram verificados apenas um par de NFs por pecíolo.

Os NFs peciolares e das indentações são multicelulares, vascularizados e elevados em

relação a epiderme foliar. O estípete apresenta células alongadas longitudinalmente, às vezes,

com a superfície enrugada devido provavelmente à presença de estrias epicuticulares. As

células da glândula são isodiamétricas com paredes levemente sinuosas.

Os NFs do ápice dos dentes são multicelulares, não vascularizados e elevados em

relação à epiderme. Os feixes vasculares atingem as proximidades dos NFs, mais não penetra

no seu interior (Figura 21).

Descrições das espécies

Croton adamantinus Müll. Arg. - apresenta 1-2 pares de nectários basilaminares, estipitados,

pateliformes, com 231 µm diâm. (Figura 1); estípete 200 x 146 µm, cilíndrico. Além destes,

foram observados NFs no ápice dos dentes, sésseis, globosos, com 94 µm diâm. (Figura 2) e

nas indentações.

Material examinado: Fotius, G. 3647 (IPA); Figueirêdo, L. et al. 288 (PEUFR); Laurênio, A.

& Gomes, A. P. S. 2054 (PEUFR); Lucena, M. F. A. et al 1475 (UFP); Silva, J. S. et al. 371

(PEUFR).

Croton adenocalyx Baill. – apresenta NFs sésseis, globosos, com 167-172 µm diâm (Figura 3)

apenas no ápice dos dentes.

Material examinado: Heringer, E. P. et al. 894 (PEUFR); Silva, S. I. 420 (PEUFR).

Croton chaetocalyx Müll. Arg. – foram observados 2-3 pares de NFs acropeciolares (Figura

5), estipitados, lenticulares, com 235 µm diâm.; estípete 294 x 118-141 µm, obcônico.

Nectários com morfologia similiar foram, ainda, verificados nas indentações (Figura 4) e

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ápice dos dentes (95 µm diâm.; estípete 810 x 71 µm, cilíndrico). Essa espécie apresenta,

ainda, nectários sobre as estípulas e brácteas não analisados neste estudo.

Material examinado: Pontual, I. 947 (PEUFR); Lyra-Lemos, R. P & Sugiyama, M. 1710

(PEUFR); Moraes, E. C. C. et al. 143 (CH).

Croton echioides Baill. – são encontrados 1-2 pares de NFs basilaminares (Figura 7),

estipitados, lenticulares, com 506-547 µm diâm. (Figura 6); estípete 488 x 469 µm, cilíndrico.

Além destes, são observados ainda, distribuídos ao longo da margem da folha, NFs sésseis e

globosos com 154 µm diâm. (Figura 8).

Material examinado: Alencar, M. E. 168 (PEUFR); Araújo, L. S. 324 (PEUFR); Laurênio, A.

& Gomes, A. P. S. 2007 (PEUFR); Lima-Verde, L. W. 1314 (PEUFR); Sobrinho, M. S. 36

(PEUFR).

Croton glandulosus L. – nesta espécie está presente um par de NFs acropeciolares,

estipitados, discóides, com 379 µm diâm. (Figuras 9; 11); estípete 455 x 236 µm, cilíndrico.

Nectários foram também observados nas indentações (326 µm diâm., estipitados,discóides;

estípete 241 x 119 µm, cilíndrico; Figura 10) e no ápice dos dentes (sésseis, piriformes, com

0,4-0,7 x 0,3 mm; Figura 12).

Material examinado: Andrade, W. et al. 174 (PEUFR); Laurênio, A. 941 (PEUFR); Lucena,

M. F. A. et al. 703, 808 (PEUFR); Silva, S. I. & Velosco, J. C. M. 542 (PEUFR).

Croton grewioides Baill. – apresentou um par de NFs acropeciolares, estipitados,

pateliformes, com 238 µm diâm. (Figura 13); estípete 333 x 167 µm, cilíndrico. Nectários

similares foram observados nas indentações (135 µm diâm.; estípete 150 x 120 µm, cilíndrico;

Figura 14). No ápice dos dentes são encontrados NFs sésseis, piriformes a cônicos, com 0,6-

1,3 x 0,4-1 mm (Figura 15).

Material examinado: Andrade-Lima, D. 710 (PEUFR); Correia, M. & Sousa, G. 204 (UFP);

Lucena, M. F. A. & Falcão, M. 933 (UFP); Lucena et al. 595 (PEUFR); Silva, J. S. et al. 393

(PEUFR).

Croton heliotropiifolius Kunth – nesta espécie foi encontrado um par de nectários

acropeciolares, sésseis, globosos, com 200-217 µm diâm. (Figura 16). Além deste, NFs

sésseis, piriformes a globosos com 1- 1,7 x 1,2-1,3 mm estão presentes ao longo da margem

laminar (Figura 17).

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Material examinado: Laurênio, A. & Santos V. 845 (PEUFR); Nascimento, L. M. 281

(PEUFR); Silva, M. J. 6 (PEUFR); Silva, J. & Lima, L. (PEUFR); Sales, M. F. 452 (PEUFR).

Croton hirtus L’Hér. – foi verificado um par de NFs acropeciolares, estipitados, pateliformes,

com 250-280 µm diâm. (Figuras 18, 19); estípete 900-1167 x 183 µm, cilíndrico a

ligeiramente obcônico. Em algumas indentações foram encontrados NFs estipitados,

pateliformes com 152 µm de diâm. (Figura 20); estípete 400 x 100 µm, cilíndrico, embora não

seja comum nesta espécie. No ápice dos dentes foram observados NFs sésseis, globosos, com

0,9-1,5 mm diâm. (Figura 21).

Material examinado: Lucena, M. F. A. & Laurênio, A. 474 (PEUFR); Lucena, M. F. A. &

Santos, V. 513 (PEUFR); Lucena, M. F. A. et al. 762, 655 (PEUFR); Silva, S. I. 676

(PEUFR).

Croton lundianus Müll. Arg. – nesta espécie foi registrado um par de NFs acropeciolares,

estipitados, discóides, com 328-412 µm diâm. (Figuras 22, 23); estípete 235 x 106 µm,

cilíndrico. Ocorrem, ainda, no ápice dos NFs sésseis, cilíndricos, com 0,6-0,7 x 0,3-0,4 mm

(Figura 24).

Material examinado: Lucena, M. F. A. & Laurênio, A. 467 (PEUFR); Silva, M. J. 17

(PEUFR)

Croton tetradenius Baill – estão presentes dois pares de NFs tanto acropeciolares ou/e

basilaminares, estipitados, cilíndricos, com 116-250 µm diâm. (Figuras 25, 26); estípete 136-

158 x 158-250 µm, cilíndrico (Figuras 25, 26). Ao longo da margem laminar foram

observados NFs sésseis, globosos, com 0,3-0,4 mm diâm. (Figura 27).

Material examinado: Andrade-Lima 5624 (IPA); Lucena, M. F. A. et al. 538 (PEUFR); Sales,

M. F. et al. 572 (PEUFR).

Croton urticifolius Lam. – foi encontrado um par de NFs acropeciolares, estipitados,

obcampanulados, com 122 µm (Figuras 28,29); estípete 775 x 275 µm, botuliforme-achatado.

Além deste, NFs sésseis, globosos, com 0,5-0,6 mm diâm. estão presentes no ápice dos dentes

(Figura 30).

Material examinado: Andrade-Lima, A. 2228 (PEUFR); Lucena, M. F. A. et al. 561

(PEUFR); Lucena, M. F. A. et al. 642 (PEUFR); Miranda, A. M. 1192 (PRUFR); Tschá, M.

C. et al. 486 (PEUFR).

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

118

Croton virgultosus Müll.Arg. – foram observados 1-2 pares de NFs basilaminares (Figura 31),

estipitados, pateliformes, com 292-354 µm diâm.; estípete 396-437 x 187-190 µm, cilíndrico.

Nectários similares foram verificados nas indentações (165-167 µm diâm.; estípete 210 x 120,

cilíndrico; Figura 32). Ocorrem, ainda, NFs sésseis, globosos, com 210 µm diâm. no ápice

dos dentes (Figura 33).

Material examinado: Silva, J. S. et al. 391, 375 (PEUFR).

Discussão

Os nectários foliares em Croton são caracteres distintivos de valor diagnóstico, úteis

nas delimitações infragenérica e interespecífica, e têm provavelmente origem polifilética

(Webster 1993). A presença dessas estruturas foi usada como caráter diagnóstico nas seções

estabelecidas por Webster (1993) e Van Ee (2006). Dentre estas, Barhamia (Klotzsch) Baill.,

Cascarilla Griseb., Cleodora (Klotzsch) Baill., Corinthius B. van Ee & P. E. Berry

Corylocroton G. L. Webster, Cyclostigma Griseb., Eutropia (Klotzsch) Baill., Geiseleria

(Klotzsch) Baill., Klotzschipytum Baill., Luntia (Raf.) G. L. Webster, Nubigenus B. van Ee &

P. E. Berry, Ocalia (Klotzsch) Baill., Pochypodus B. van Ee & P. E. Berry, Quadrilobus

Müll. Arg. e Tiglium (Klotzsch) Baill.

Nectários peciolares são os mais evidenciados nos tratamentos taxonômicos de

Croton. No entanto, não é uma exclusividade deste gênero sendo encontrado em outros

gêneros de Euphorbiaceae, como por exemplo em Endospermum Benth., Ricinus L., Aleurites

J. R. Forst. & G. Forst. e Manniophyton Müll. Arg. (Bernhard 1966; Fiala e Maschwitz 1991).

As espécies aqui estudadas são posicionadas em cinco seções: Barhamia, Cascarilla,

Geiseleria, Ocalia, Tiglium (Tabela 1). Os morfotipos dos nectários analisados e a sua

localização na folha não foram exclusivos de nenhuma dessas seções. Embora as espécies da

seção Geiseleria mostrassem certa uniformidade no morfotipo (discóide), com exceção de

Croton hirtus L’Hér. (pateliforme), tais considerações sugerem que, provavelmente, o uso da

morfologia dos NFs como caráter para delimitar taxa infragenéricos deve ser usado com

cautela.

De acordo com a classificação proposta por Zimmermann (1932), todos os NFs

estudados pertencem à categoria de nectários elevados, contrapondo-se aos nectários

embutidos que se apresentam totalmente imersos nos tecidos do órgão no qual ocorre (Elias

1980). Nectários elevados são considerados mais comuns entre as angiospermas, sendo

encontrados frequentemente em folhas de Terminalia paniculata W. & A. - Combretaceae

(Elias, 1983), na raque de Chamaecrista chamaecristoides (Collad.) Greene - Fabaceae

Page 121: Dissertacao Juliana Santos Silva

Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

119

(Díaz-Castelazo et al., 2005) ou, ainda, no pecíolo de Terminalia brasiliensis Camb. (Oliveira

& Leitão-Filho, 1987).

Os NFs estudados podem, ainda, ser classificados como nectários epidérmicos. Este

tipo se caracteriza por possuir tecidos diferenciados que normalmente apresentam uma região

parenquimática vascularizada delimitada por uma epiderme recoberta por cutícula (Wilkinson

1979). Diferentemente dos epidérmicos, os nectários pilosos consistem de concentrações

locais de tricomas glandulares sem suprimento vascular próprio (Wilkinson 1979).

Os NFs peciolares mostraram-se variáveis quanto à forma e quantidade. O morfotipo

pateliforme predominou entre as espécies, embora Schnell et al. (1963) tenham referido o tipo

discóide como o mais freqüente para Croton. Nectários com morfologia similar foram

observados em Croton urucurana Baill. (Freitas e Paoli 1999; Pires et al. 2004), C.

sarcopetalus (Freitas et al. 2001), C. crassifolius, C. hancei, C. lachnocarpus, C. tiglium ( So

2004) e Kigelia pinnata DC - Bignoniaceae (Subramanian e Inandar 1985). Dentre os

morfotipos estudados, destacaram-se o cilíndrico, o lenticular e o obcampanulado, como

primeiros registros para o gênero.

Algumas espécies possuem nectários peciolares pouco desenvolvidos ou vestigiais,

perceptíveis apenas nas folhas jovens. Essas espécies são, normalmente, descritas como não

possuindo nectários. Exemplificam esta situação Croton heliotropiifolius e C. urticifolius, que

são tratadas por Webster (1993) como espécies sem glândulas foliares, embora possuam dois

pares de nectários no pecíolo. Esta situação pode dificultar o reconhecimento de tais espécies.

Croton adamantinus, C. echioides, C. tetradenius e C. virgultosus apresentam

nectários na superfície inferior do pecíolo. O desenvolvimento de alguns NFs nessa região,

possivelmente reduz a perda de néctar por evaporação, aumentando a sua disponibilidade para

as formigas mutualistas, situação observada por Paiva e Machado (2006) em indivíduos de

Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne. Nessa espécie, os NFs ocorrem na face abaxial das

folhas conferindo proteção ao néctar, principalmente ao excesso de vento e a radiação

ultravioleta.

O tamanho reduzido dos NFs marginais pode estar relacionado, provavelmente, a

ausência de vascularização dessas estruturas. Para Elias (1983), nectários não vascularizados

são menores e não exibem uma estrutura bem definida. Carlquist (1969) observou que a

presença de tecido vascular é diretamente proporcional ao tamanho dos nectários. Estima-se,

ainda, que os nectários marginais produzam uma pequena quantidade de néctar em

comparação com os NFs peciolares, fato este observado por Freitas et al. (2001) em Croton

sarcopetalus Müll. Arg.

Page 122: Dissertacao Juliana Santos Silva

Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

120

A localização preferencial dos NFs marginais próximo as terminações das nervuras,

como observado nas espécies estudadas, foi descrita por Groom (1894), em Aleurites cordata

e por Schnell et al. (1963), em Macaranga schweinfurthii Pax. Em Mallotus Lour., Elias e

An-Ci (1985), constataram que a localização dos nectários nas imediações do tecido vascular,

aliado ao seu tamanho reduzido, facilita a transferência de materiais para o tecido secretor do

nectário.

Quanto à morfologia, predominou entre as espécies estudadas a forma globosa,

embora Elias (1983) afirme que nectários com formato de escama sejam mais comuns entre as

angiospermas. Para Crotonoideae, Bernhard (1966) considerou as formas globosa e cônica

como as mais frequentes. Nectários com padrão globoso foram observados em Croton

sarcopetalus por Freitas et al. (2001).

Nas espécies estudadas, os nectários são amarelados em folhas mais jovens, tornando-

se marrom ou preto em folhas senescentes. Para Koptur (1992), a coloração diferenciada de

alguns NF pode constituir um auxílio visual para a localização destas estruturas pelos animais,

o que também pode ocorrer no caso dos NFs de Croton.

Embora não tenham sido executados estudos relacionados aos aspectos fisiológicos e

ecológicos dos NFs das espécies, acredita-se que a presença de numerosos NFs tanto no

pecíolo quanto na margem das folhas, contribua para uma melhor distribuição de néctar na

planta. Em conseqüência, espera-se que esta estratégia atraia mais formigas mutualistas (Elias

e Gelband, 1975; Elias e Pance, 1978; Elias e An-Ci, 1985). Dessa forma, os insetos podem

patrulhar uma maior porção da folha enquanto buscam néctar, mesmo, que um dos nectários

interromperem sua funcionalidade, à semelhança do que foi observado em espécies de

Mallotus (Elias e An-Ci, 1985), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Paiva e Machado,

2006) e Catalpa speciosa Warder ex Engelm (Stephenson, 1982). No entanto, em nove

espécies de Croton ocorrentes na Malásia este fato não foi observado (Fiala e Maschwitz,

1991). Mesmo apresentando mais de um par de nectários no pecíolo, esses táxons foram

visitados por poucas formigas, sugerindo ausência de interação mutualística formiga-nectário

extrafloral. Dessa forma, esse aspecto precisa ser melhor investigado.

Os morfotipos dos NFs do pecíolo observados neste estudo não foram exclusivos de

Croton nem das seções aqui representadas. No entanto, a presença dessa estrutura, a forma e a

sua localização no pecíolo constituem recursos auxiliares no reconhecimento das espécies e

no entendimento de suas relações ecológicas.

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

121

Tabela 1. Morfologia e distribuição dos nectários extraflorais (NEF) em 12 espécies de Croton (Euphorbiaceae) do nordeste brasileiro.

Espécie

Morfotipo

Lâmina foliar Pecíolo

Localização

Tamanho

Localização Tamanho (µm)

Seção Barhamia (Klotzsch) Baill.

Croton adenocalyx Baill. Globoso Ápice dos dentes

167-172 µm

Croton chaetocalyx Müll. Arg.

Lenticular Indentações

Ápice dos dentes

95-200 µm

Acropeciolar

235

Croton urticifolius Lam.

Obcampanulado (A)

Globoso (B)

Ápice dos dentes (B)

0,5-0,6 mm

Acropeciolar (A)

122

Seção Cascarilla Griseb.

Croton heliotropiifolius Kunth.

Globoso (A)

Piriforme a

globoso(B)

Margem laminar (B)

1-1,7 x 1,2-1,3 mm

Acropeciolar (A)

200-217

Seção Geiseleria (Klotzsch) Baill.

Croton glandulosus L.

Discóide (A)

Piriforme (B)

Indentações (A)

Ápice dos dentes (B)

326 µm

0,4-0,7 x 0,3 mm

Acropeciolar (A)

379

Croton hirtus L’Hér.

Pateliforme (A)

Globoso (B)

Indentações (A)

Ápice dos dentes (B)

152 µm

0,9-1,5 mm

Acropeciolar (A)

250-280

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Silva, J. S. O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco...

122

Espécie

Morfotipo

Lâmina foliar Pecíolo

Localização

Tamanho

Localização Tamanho (µm)

Croton lundianus Müll. Arg.

Discóide (A)

Cilíndrico (B) Ápice dos dentes (B)

0,6-0,7 x 0,3-0,4 mm

Acropeciolar (A)

328-412

Seção Ocalia (Klotzsch) Baill.

Croton tetradenius Baill.

Cilíndrico (A)

Globoso (B) Ápice dos dentes (B)

0,3-0,4 mm

Basilaminares (A)

Acropeciolar (A)

116-250

Seção Tiglium (Klotzsch) Baill.

Croton grewioides Baill. Pateliforme (A)

Piriforme a cônico(B)

Indentações (A)

Ápice dos dentes (B)

135 µm

0,6-1,3 x 0,4-1 mm

Acropeciolar (A)

238

Sem seção definida

Croton adamantinus Müll. Arg.

Pateliforme (A)

Globoso (B)

Indentações (A)

Ápice dos dentes (B)

94 µm

Basilaminares (A)

231

Croton echioides Baill.

Lenticular (A)

Globoso (B) Margem laminar (B)

154 µm

Basilaminares (A)

506-547

Croton virgultosus Müll.Arg.

Pateliforme (A)

Globoso (B)

Indentações (A)

Ápice dos dentes (B)

165-167 µm

210 µm

Basilaminar (A)

292-354

Letras similares entre parêntese em uma mesma espécie relacionam o morfotipo e a localização do NFs.

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

123

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela

concessão das bolsas de Mestrado a Juliana Santos e Jaílson Novais e de Produtividade em

Pesquisa a F.A.R. Santos e M.F. Sales.

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131

55.. CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

A microregião do Vale do Ipanema tem se revelado como uma das mais

importantes em termos de biodiversidade em Pernambuco, por incluir um mosaico

vegetacional situado na chapada de São José, Buíque. Estudos recentes, incluindo

o presente trabalho, têm revelado a presença de espécies com distribuição restrita a

essa chapada, a chapada Diamantina, na Bahia e a cadeia do Espinhaço, em Minas

Gerais. No entanto, ressalta-se a necessidade de um maior esforço de coleta,

abrangendo seus diferentes tipos vegetacionais, em especial na vegetação rupestre

e na mata úmida, o que provavelmente levará à descoberta de novos táxons

restritos.

As espécies diferenciam-se, principalmente, pelo tipo de tricoma,

presença/ausência e morfologia dos nectários do pecíolo, forma das sépalas

pistiladas e número de ramificações dos estiletes. Nas espécies analisadas tricomas

estrelado-porrectos, esbranquiçados a amarelados, foram os mais frequentes. A

ocorrência e a morfologia dos nectários peciolares constituem um caráter importante

na delimitação dos táxons aqui tratados. Entretanto, devido ao elevado número de

espécies de Croton, sugere-se que outros estudos desta natureza sejam realizados

para uma melhor compreensão das relações infragenéricas e, especialmente,

interespecíficas nesse gênero. As flores pistiladas em Croton são muito mais

variáveis em sua estrutura do que as estaminadas e, por isso, foram mais

importantes para separação das espécies. Além disso, observou-se que o número

de ramificação dos estiletes é constante em cada espécie, sendo, portanto um

relevante caráter taxonômico.

A maior dificuldade em se estudar Croton está na delimitação insatisfatória de

diversas espécies, principalmente naquelas que apresentam grande diversidade

morfológica associada a uma ampla distribuição geográfica. É necessária a

realização de estudos revisionais contemplando diferentes seções deste gênero,

visando solucionar problemas de delimitação e de nomenclatura de suas espécies.

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

132

AANNEEXXOOSS

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

133

6.1. ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS ESPÉCIES DO VALE DO IPANEMA

Hábito

O gênero Croton possui hábito variável são ervas, subarbustos, arbustos,

árvores e, mais raramente lianas (Secco, 1992). Os ramos são cilíndricos, às vezes,

angulosos ou achatados, glabros a densamente indumentados. O padrão de

ramificação varia de simpodial, na qual os ramos birfurcam duas a quatro vezes a

partir de determinado ponto à ramificação, monopodial, onde os ramos são

dispostos alternadamente (Gomes 2006).

Nas espécies estudadas, o hábito arbustivo é predominante (Fig. 5). As

plantas apresentam altura variável de 0,7 a 6 m e os ramos são simpodiais e

cilíndricos. Os hábitos subarbustivo e herbáceo são mais raros, sendo o primeiro

observado apenas em Croton adamantinus, C. microcarpus (Fig. 27) e C.

nummularius (Fig. 30), enquanto C. glandulosus (Fig. 15), C. hirtus e C. lundianus

(Fig. 23) variam de herbáceo a subarbustivo.

Látex

Muitas das espécies de Croton liberam látex ou outro tipo de exsudato

produzidos em laticíferos monoarticulados. O látex exibe grande variedade de cores

desde incolor, branco, amarelo, vermelho e, em alguns casos, nota-se certa

oxidação, em contato com o ar, ocasionando mudança de coloração. Nos países sul-

americanos é bastante utilizado pela medicina popular no tratamento de câncer,

reumatismo, feridas, úlceras, diarréia e no combate à infecções (Pieters, 1998).

A maioria das espécies do Vale do Ipanema não apresenta látex e apenas em

um grupo (C. adamantinus, C. blanchetianus, C. echioides, C. heliotropiifolius, C.

lundianus, C. nummularius e C. urticifolius) é registrada sua ocorrência. Com relação

à coloração, é em geral incolor ou quando oxidado torna-se vermelho em C.

echioides e laranja em C. heliotropiifolius.

Indumento

Em Croton, os tricomas podem ser estrelados, estrelado-porrectos, lepidotos,

fasciculados, multiradiados ou dendríticos (Inamdar & Gangadhara, 1977; Webster

et al., 1996). Tricomas simples também ocorrem em algumas espécies,

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

134

provavelmente uma redução dos demais tipos. Para Lucena & Sales (2006), dentre

os atributos morfológicos investigados, os tricomas parecem um dos mais

constantes constituindo-se em um bom caráter para as delimitações infragenéricas e

específicas. Fato este já observado por Baillon (1858), Müller (1866) e Webster

(1993). No entanto, Martínez-Gordillo & Matias (2005) ressaltam que as

características morfológicas dos tricomas não podem ser utilizadas como um caráter

único para definir as espécies, pois a sua persistência e densidade dependem das

condições ambientais e da idade da planta.

Estruturalmente, os tricomas ramificados são formados por uma base

multicelular (pedicelo) e por uma ou muitas células ocas com paredes silicosas

(Gomes, 2006). Quanto a sua coloração varia de amarelada, dourada, prateada a

ferrugínea. Nas espécies analisadas, o tipo de tricoma mais freqüente foi o

estrelado-porrecto, embora a ocorrência de outros tipos sejam observados (Tab. 1).

O indumento, em geral, se apresenta na coloração esbranquiçada a amarelada,

apenas ferrugínea em Croton echioides, C. grewioides, C. virgultosus e C.

microcarpus e vináceo-enegrescido em C. rudolphianus. O tipo estrelado-lepidoto e

lepidoto é mais raro no grupo, sendo este observado apenas em C. argyrophyllus e

C. blanchetianus.

Tabela 1. Tipos de tricomas presentes em espécies de Croton L. ocorrentes no Vale

do Ipanema, Pernambuco.

ESPÉCIES

TRICOMA

COLORAÇÃO

Croton adamantinus Estrelado-porrecto e fasciculado Esbranquiçado a

amarelado

C. argyrophyllus Estrelado-lepidoto e dentado-

lepidoto

Prateado a amarelado

C. blanchetianus Estrelado-rotado, estrelado-

lepidoto e dentado-lepidoto

Prateado

C.echioides Estrelado-rotado e estrelado-

porrecto

Amarelado a ferrugíneo

C. glandulosus Estrelado-porrecto, fasciculado,

dendrítico e simples

Esbranquiçado

Page 137: Dissertacao Juliana Santos Silva

SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

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C. grewioides Estrelado-porrecto Amarelado a ferrugíneo

C. heliotropiifolius Estrelado-porrecto e dendrítico Esbranquiçado a

amarelado

C. hirtus Estrelado-porrecto Dourado

C. lundianus Estrelado-porrecto, fasciculado,

dendrítico e simples

Esbranquiçado

C. microcarpus

Estrelado e estrelado-porrecto

estipitado

Amarelo a ferrugíneo

C. nummularius Estrelado e estrelado-porrecto Amarelado

C. rudolphianus Estrelado Esbranquiçado a

vináceo-enegrescido

C. urticifolius Estrelado-porrecto Esbranquiçado a

amarelo

C. tetradenius Estrelado-porrecto Amarelado

C. virgultosus Estrelado-porrecto e dendrítico Esbranquiçado a

ferrugíneo

Folhas

As folhas em Croton são simples, alternas, raramente opostas ou subopostas,

quando próximas às bifurcações (Gomes, 2006; Lima, 2006). Nas espécies

analisadas, a filotaxia alterna foi predominante, embora a ocorrência de oposta ou

suboposta (Croton argyrophyllus, C. glandulosus, C. heliotropiifolius e C.

microcarpus) e pseudo-verticilada (C. nummularius) tenha sido observada. As folhas

distribuem-se esparsamente ao longo dos ramos, exceto em C. argyrophyllus e C.

rudolphianus onde são adensadas no ápice dos ramos. O limbo é muito variável

quanto à forma, principalmente nos táxons de ampla distribuição geográfica.

Nas espécies do Vale do Ipanema foi encontrado o padrão elíptico (C.

echioides - Fig. 12, C. grewioides e C. microcarpus - Fig. 28), oval (C. adamantinus,

C. blanchetianus, C. lundianus e C. rudolphianus), oval-elíptico (C. glandulosus, C.

virgultosus e C. urticifolius), lanceolado-elíptico (C. argyrophyllus), lanceolado-oval

(C. heliotropiifolius) e orbicular (C. nummularius - Fig. 31). Quanto à margem, pode

ser denteada ou serreada na maioria das espécies (Fig. 4; 24; 31), poucas são as

que possuem a margem inteira (C. argyrophyllus - Fig. 8, C. blanchetianus, C.

echioides - Fig. 12, C. heliotropiifolius e C. microcarpus - Fig. 28).

Page 138: Dissertacao Juliana Santos Silva

SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

136

Nectários Foliares

Os nectários foliares em Croton constituem um caráter peculiar. Quanto à

posição estes são de três tipos básicos: marginal, laminar ou peciolar (Smith, 2002).

Para Webster (1993), sua ocorrência constitui um caráter importante na delimitação

dos táxons, fato também constatado por Baillon (1958) e Müller (1866, 1873). As

glândulas marginais são usualmente pequenas, ovóides e localizadas nas

indentações ou/e no ápice dos dentes das folhas denteadas ou serreadas. Em

muitos casos, sua visualização fica comprometida devido à densidade de tricomas

que as encobrem.

Nas espécies estudadas, são mais comuns nos indivíduos de margens

denteadas ou serreada, com exceção de Croton echioides que, embora tenha

margem inteira, esta pode possuir nectários. Os da lâmina são geralmente

estipitados, pateliformes e encontram-se tanto na face superior quanto na inferior da

lâmina. Nenhuma das espécies aqui tratadas possui nectários lâminares. Os

peciolares ocorrem: a) na porção distal do pecíolo, na superfície superior, no ponto

de inserção da lâmina no pecíolo ou próximo ao ponto de inserção (acropeciolar); b)

também na porção distal do pecíolo, contudo na superfície inferior, bem próximo à

lâmina, sendo frequentemente denominados de basilaminares, embora estejam

localizados sobre o pecíolo. O número, localização, comprimento, forma dos

nectários peciolares podem auxiliar na separação das espécies. Entre as espécies

estudadas, apenas C. adamantinus, C. echioides e C. virgultosus apresentam um

par de nectários basilaminares, estipitados, pateliformes. Em Croton glandulosus, C.

grewioides, C. hirtus, C. lundianus e C. urticifolius estas são acropeciolares,

estipitados e variam de pateliforme, discóides a subuladas.

Inflorescências

Em Croton, as inflorescências são axilares ou terminais, geralmente,

racemosas ou pseudo-racemosas (Lima, 2006; Gomes, 2006). As flores

estaminadas e as pistiladas podem estar ou não em uma mesma inflorescência,

sendo esta classificada como bissexuada ou unissexuada, respectivamente. O tipo

bissexual parece predominar no gênero, onde as flores estaminadas são

posicionadas na porção distal do eixo floral e as pistiladas proximal, dispostas

continuamente ao longo do eixo, ou com espaçamento entre os sexos (Gomes,

2006). As flores pistiladas e estaminadas podem ainda estar reunidas em címulas

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

137

posicionadas na base ou distribuídas ao longo do eixo (Gomes, 2006). Todas as

espécies de Croton do Vale do Ipanema possuem inflorescências racemosas,

bissexuais (Fig. 11; 17; 24).

Flor estaminada: são notavelmente uniformes em sua forma geral, diferindo apenas

no tamanho, número de estames e indumento das sépalas e pétalas (Croizat, 1941;

Gomes, 2006). São sempre pediceladas, diclamídeas, valvares e pêntameras (Fig.

17; 19). As sépalas são iguais entre si e unidas apenas na base. A forma é variada,

nas espécies estudadas predomina o tipo oval, no entanto pode ser elíptica (C.

heliotropiifolius), elíptica a oval (C. mcrocarpus, C. nummularius e C. urticifolius) ou

oblanceolada a oval (C. adamantinus), com a face externa esparsamente

indumentada (pubescentes a puberulenta) a densamente indumentada (tomentosa a

vilosa) e a face interna é predominantemente glabra. As pétalas são livres e iguais

entre si. São, na maioria das vezes, oblanceoladas com a face externa glabra e a

interna vilosa. O androceu é composto por estames livres entre si, que são

característicamente encurvados no botão (Lima, 2006). O número de estames varia

de 3 a 400, sendo este número relativamente constante em cada espécie (Webster,

1967). As espécies do Vale do Ipanema caracterizam-se por possuírem androceu

formado por estames variando em número de 7 a 16. Os filetes são filiformes,

glabros ou vilosos, com tricomas distribuidos por toda sua extensão ou apenas na

porção basal. As anteras são sempre basifixas, bitecas, introrsas e rimosas (Lima,

2008). O disco é geralmente formado por cinco glândulas opostas aos lobos do

cálice. Nas flores estaminadas pode ser inteiro ou segmentado (Croton

blanchetianus, C. echioides, C. tetradenius). Em geral, é glabro, e somente em

Croton argyrophyllus apresenta tricomas lepidotos.

Flor pistilada: as flores pistiladas em Croton são muito mais variáveis (Fig. 20) em

sua estrutura do que as estaminadas e, por isso, são mais importantes para a

delimitação de táxons infragenéricos e específicos (Gomes, 2006). São

monoclamídias, raramente diclamídias, pediceladas ou sésseis (Gomes, 2006). As

sépalas apresentam uma pequena fusão na base, prefloração valvar ou imbricada e

variam em número de cinco a seis. Nas espécies aqui tratadas, as sépalas são

valvares, pentâmeras ou hexâmeras (C. lundianus), raramente reduplicadas (C.

argyrophyllus e C. blanchetianus). Os lobos são lineares, ovais, estreitamente

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

138

oblongos, elípticos, lanceolados. Tradicionalmente, o gênero Croton é descrito como

possuindo flores pistiladas monoclamídeas, no entanto na maioria das espécies

estudadas há pétalas nessas flores. São inconspícuas, predominantemente

filiformes, apenas em C. tetradenius são ovais. A presença de pétalas é considerada

um caráter importante no reconhecimento de grupos mais primitivos no gênero. O

disco nas flores pistiladas exibe pouca variação, geralmente, é pentalobado e glabro

apenas indumentado em Croton blanchetianus e C. argyrophyllus. O ovário de

Croton é como o da maioria dos gêneros de Euphorbiaceae, sincárpico, tricarpelar,

trilocular com um único óvulo por lóculo. No entanto, para Barroso et al. (1999), o

número de carpelos pode variar de 4 a 25 nos gêneros Croton e Hura L. Todas as

espécies do Vale do Ipanema apresentam o padrão básico do gênero, ou seja,

ovário tricarpelar. Com relação à forma e o indumento, geralmente é orbicular,

glabro a lanoso. Os estiletes são em número de três, geralmente ramificado uma ou

mais vezes. Podem ser livres, unidos na base ou ainda formar uma coluna, com os

ramos ascendentes ou patentes sobre o ovário. Apresentam-se ramificados, sendo

2-fidos na maioria das espécies ou variam de 4-fidos (C. nummularius e C.

microcarpus), 4-6-fidos (C. rudolphianus e C. urticifolius), 6-fidos (C. argyrophyllus)

até 12-fidos (C. blanchetianus). Estes são predominantemente livres, apenas unidos

na base em Croton adamantinus, C. argyrophyllus e C. rudolphianus ou formando

uma coluna em C. blanchetianus. A morfologia dos estiletes, especificamente o

número de divisões, foi bastante utilizada na delimitação das seções nos tratamento

de Müller (1866) e mais recentemente de Webster (1993). Em Croton, geralmente as

flores pistiladas se desenvolve bem mais cedo que as estaminadas (Fig. 25; 33),

quando essas últimas encontram-se ainda em estágio de botão, as primeiras já

estão em antese ou mais frequentemente com fruto desenvolvido (Lucena, 2000).

Frutos e sementes

O fruto em Croton é uma cápsula loculicida, septicida e, raramente,

indeiscente. Nas espécies do Vale do Ipanema apresentam cápsulas em geral

orbiculares (Fig. 3; 16; 25; 36), mais também ovóides (C. argyrophyllus), oblongo-

elipsóides (C. heliotropiifolius), elipsóides (C. microcarpus - Fig. 29) e oblatas (C.

blanchetianus - Fig. 10) e C. echioide - Fig. 14). As sementes são carunculadas,

lisas ou rugosas, geralmente com a face dorsal convexa, variando de castanhas,

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

139

castanho-alaranjadaa, marrons a enegrecidas. De um modo geral, nas espécies aqui

tratadas variam de elipsóides a orbiculares, amarronzadas a enegrecidas.

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

140

FIGURAS 1-8. Croton adamantinus Müll. Arg. 1. Folha. 2. Inflorescência. 3. Frutos. C.

argyrophyllus Kunth 4. Hábito. 5. Aspecto geral da face inferior das folhas. 6. Bifurcação do ramo. 7.

Inflorescência em botão.

2 3 1

3

4

5 6

7

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

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FIGURAS 9-14. Croton blanchetianus Baill. 9. Estípulas. 10. Fruto. C. echioides Baill. 11.

Inflorescência em botão. 12. Face superior da folha. 13. Face inferior da folha. 14. Frutos.

9 10

11 12

13 14

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142

FIGURAS 15-22. Croton glandulosus L.. 15. Aspecto geral da planta. C. grewioides Baill. 16.

Ramos com frutos. 17. Inflorescência. C. heliotropiifolius Kunth 18. Hábito. 19. Flores

estaminadas. 20. Flores pistiladas. 21. Columela. C. hirtus L´ Hér. 21. Inflorescência com flores

estaminadas (acima) e pistiladas (abaixo).

15 16

17

20 21 22

18 19

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143

FIGURAS 23-29. Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg. 23. Flores estaminadas. 24. Inflorescência. 25.

Fruto. C. microcarpus Desv ex. Ham. 26. Aspecto geral do ramo. 27. Hábito. 28. Face inferior das

folhas. 29. Frutos.

24

26 27

28 29

25 23

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

144

FIGURAS 30-36. Croton nummularius Baill. 30. Hábito. 31. Inflorescências. C. rudolphianus Müll.

Arg. 32. Folha senescente. 33. Inflorescência. 34. Estípulas. 35 Flores pistiladas. 36. Frutos.

34

36

35

33

31 30

32

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

145

6.2 EXPEDIÇÕES DE COLETA REALIZADAS DURANTE O DESEN VOLVIMENTO DO TRABALHO

Municípios Períodos

Águas Belas 30/06/2006

Águas Belas 18/09/2007

Buíque 19–21/06/2007

Buíque 05/09/2007

Buíque 17-19/10/2007

Buíque 11–15/02/2008

Buíque 18-20/08/2008

Itaíba 30/06/2006

Itaíba 19/09/2007

Pedra 02/07/2006

Pedra 04/09/2007

Tupanatinga 30/06/2006

Tupanatinga 17/09/2007

Venturosa 02/07/2006

Venturosa 03/09/2007

Balsas (MA) 12-14/04/2008

Brejo do Piauí (PI) 08-09/04/2008

Casa Nova (BA) 02/04/2008

Capitão Gervásio de Oliveira (PI) 18-19/04/2008

Eliseu Martins (PI) 09-11/04/2008

Ribeiro Gonçalves (PI) 20-21/04/2008

São João do Piauí (PI) 04-06/04/2008

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

146

6.3 LISTAS DAS INSTITUIÇÕES VISITADAS OU CUJAS EXSI CATAS FORAM

RECEBIDAS POR MEIO DE EMPRÉSTIMO

* o asterico sobrescrito indica as instituições visitadas

BHCB – Herbário do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte – MG.

ESA – Herbário do Departamento de Botânica, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz , Piracicaba – SP. ESAL - Herbário do Departamento de Biologia, ESAL, Lavras – MG.

*HST – Herbário Sérgio Tavares, Departamento de Ciência Florestal, Universidade

Federal Rural de Pernambuco, Recife – PE.

*HUEFS – Herbário do Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual

de Feira de Santana, Feira de Santana – BA.

IAN – Herbário, Laboratório de Botânica do CPATU, EMBRAPA, Belém - PA.

IBGE – Herbário, Reserva Ecológica do IBGE, Brasília – D.F.

*IPA – Herbário Dárdano de Andrade Lima, Empresa Pernambucana de Pesquisa

Agropecuária, Recife - PE.

*PEUFR – Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho, Departamento de Biologia,

Área de Botânica, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife – PE.

R – Herbário do Departamento de Botânica, Museu Nacional, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – RJ.

UB – Herbário do Departamento de Biologia Vegetal, Fundação Universidade de

Brasília, Brasília – DF.

*UEC – Herbário do Departamento de Botânica, Instituto de Biologia da

Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP.

*UFP – Herbário do Departamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas da

Universidade Federal de Pernambuco, Recife - PE.

VIC – Herbário do Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de

Viçosa, Viçosa – MG.

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SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

147

6.4 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA ACTA BOTANICA BRASILI CA

Preparação de Manuscritos

Os artigos devem ser concisos, em 4 vias, com até 30 laudas , seqüencialmente numeradas,

incluindo ilustrações e tabelas (usar letra Times New Roman, tamanho 12, espaço entre linhas 1,5;

imprimir em papel tamanho carta, com todas as margens ajustadas em 1,5cm). A critério da

Comissão Editorial, mediante entendimentos prévios, artigos mais longos poderão ser aceitos, sendo

que o excedente será custeado pelo(s) autor(es).

Palavras em latim no título ou no texto, como por exemplo: in vivo, in vitro, in loco, et al., devem estar

em itálico.

O título deve ser escrito em caixa alta e centralizado.

Os nomes dos autores devem ser escritos em caixa alta e baixa, alinhados à direita, com números

sobrescritos que indicarão, em rodapé, a filiação Institucional e/ou fonte financiadora do trabalho

(bolsas, auxílios, etc.).

A estrutura do trabalho deve, sempre que possível, obedecer à seguinte seqüência:

- RESUMO e ABSTRACT (em caixa alta e negrito) - texto corrido, sem referências bibliográficas, em

um único parágrafo e com ca. de 200 palavras. Deve ser precedido pelo título do artigo em

Português, entre parênteses. Ao final do resumo, citar até cinco palavras-chave. A mesma regra se

aplica ao Abstract em Inglês ou Espanhol.

- Introdução (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve conter uma visão

clara e concisa de: a) conhecimentos atuais no campo específico do assunto tratado; b) problemas

científicos que levaram o(s) autor(es) a desenvolver o trabalho; c) objetivos.

- Material e métodos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve conter

descrições breves, suficientes à repetição do trabalho; técnicas já publicadas devem ser apenas

citadas e não descritas.

- Resultados e discussão (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): podem ser

acompanhados de tabelas e de figuras (gráficos, fotografias, desenhos, mapas e pranchas),

estritamente necessárias à compreensão do texto. Dependendo da estrutura do trabalho, resultados e

discussão poderão ser apresentados em um mesmo item ou em itens separados.

As figuras devem ser todas numeradas seqüencialmente, com algarismos arábicos, colocados no

lado inferior direito; as escalas, sempre que possível, devem se situar à esquerda da figura. As

tabelas devem ser seqüencialmente numeradas, em arábico com numeração independente das

figuras.

Tanto as figuras como as tabelas devem ser apresentadas em folhas separadas ao final do texto

(originais e 3 cópias). Para garantir a boa qualidade de impressão, as figuras não devem ultrapassar

duas vezes a área útil da revista que é de 15 x 21cm.

As ilustrações devem ser apresentadas em tinta nanquim, sobre papel vegetal ou cartolina.

As fotografias devem estar em papel brilhante e em branco e preto. Fotografias coloridas poderão

ser aceitas a critério da Comissão Editorial e se o (s) autor(es) arcarem com os custos de

impressão.

Page 150: Dissertacao Juliana Santos Silva

SILVA, J. S O gênero Croton L. (Euphorbiaceae) em Pernambuco....

148

As figuras e as tabelas devem ser referidas no texto em caixa alta e baixa, de forma abreviada e sem

plural (Fig. e Tab.). Todas as figuras e tabelas apresentadas devem, obrigatoriamente, ter chamada

no texto. As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela primeira vez, devem ser precedidas do seu

significado por extenso. Ex.: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Microscopia Eletrônica de

Varredura (MEV).

Usar unidades de medida apenas de modo abreviado. Ex.: 11cm; 2,4mm.

Escrever por extenso os números de um a dez (não os maiores), a menos que seja medida ou venha

em combinação com outros números. Ex.: quatro árvores; 6,0mm; 1,0-4,0mm; 125 exsicatas.

Em trabalhos taxonômicos o material botânico examinado deve ser selecionado de maneira a

citarem-se apenas aqueles representativos do táxon em questão e na seguinte ordem: PAÍS. Estado :

Município, data, fenologia, coletor(es) n. do(s) coletor(es) (sigla do herbário).

Ex.: BRASIL. São Paulo : Santo André, 03/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP).

No caso de mais de três coletores, citar o primeiro seguido de et al. Ex.: Silva et al.

(atentar para o que deve ser grafado em CAIXA ALTA, Caixa Alta e Baixa, caixa baixa, negrito ,

itálico).

Chaves de identificação devem ser, preferencialmente, indentadas. Nomes de autores de táxons não

devem aparecer. Os táxons da chave, se tratados no texto, devem ser numerados seguindo a ordem

alfabética. Ex.:

1. Plantas terrestres

2. Folhas orbiculares, mais de 10cm diâm .... 4. S. orbicularis

2. Folhas sagitadas, menos de 8cm compr. ...... 6. S. sagittalis

1. Plantas aquáticas

3. Nervuras paralelas

4. Flores brancas ............................................... 1. S. albicans

4. Flores roxas .................................................. 5. S. purpurea

3. Nervuras furcadas

5. Frutos oblongos .............................................. 2. S. furcata

5. Frutos esféricos ........................................... 3. S. nanuzae

O tratamento taxonômico no texto deve reservar o itálico e negrito simultâneos apenas para os

nomes de táxons válidos. Basiônimo e sinonímia aparecem apenas em itálico. Autores de nomes

científicos devem ser citados de forma abreviada, de acordo com índice taxonômico do grupo em

pauta (Brummit & Powell 1992 para Fanerógamas). Ex.:

1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753.

Pertencia albicans Sw., Fl. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870.

Cabralia zeleyensis Anisio, Hoehnea 33(2): 65. 1995.

Fig. 1-12.

Subdivisões dentro de Material e métodos ou de Resultados devem ser escritas em caixa alta e

baixa, seguida de um traço e o texto segue a mesma linha. Ex.: Área de estudo - localiza-se ...

- Resultados e discussão deve incluir as conclusões.

- Agradecimentos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): devem ser sucintos.

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149

- Referências bibliográficas

- ao longo do texto: seguir esquema autor, data. Ex.:

Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et al. (1997) ou Silva (1993; 1995), Santos (1995; 1997) ou

(Silva 1975; Santos 1996; Oliveira 1997).

- ao final do artigo: em caixa alta e baixa, deslocado para a esquerda; seguir ordem alfabética e

cronológica de autor(es); nomes dos periódicos e títulos de livros devem ser grafados por extenso e

em negrito. Exemplos:

Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do XXVIII Congresso

Nacional de Botânica . Aracaju 1992. HUCITEC Ed. V. I. São Paulo.

Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas palinológicas. Amaranthaceae. Hoehnea 33 (2): 38-45.

Silva, A. 1996. A família Urticaceae no Estado de São Paulo . Dissertação de Mestrado.

Universidade Estadual do Paraná, Londrina.

Silva, A. 1997. O gênero Pipoca L. no Brasil. Acta Botanica Brasilica 2 (1): 25-43.

Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27-55. In: F. C. Hoehne (Ed.). Flora Brasilica . Secretaria

da Agricultura do Estado de São Paulo, São Paulo.

Não serão aceitas como referências bibliográficas Resumos de Congressos. Citações de

Dissertações e Teses devem ser evitadas.

Para maiores detalhes consulte os últimos fascículos da revista ou "link" na internet

www.botanica.org.br.

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6.5 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA FLORA 1. FLORA publishes regular articles and reviews, the latter solicitated by the editors. Only contributions will be accepted which have not been published previously. Manuscripts should be submitted in triplicate to the Editor-in-Chief: Prof. i.R. Dr. Rainer Lösch, Nebensteingasse 1, D-63739 Aschaffenburg, Germany, e-mail: [email protected]. In cases with diffi cult postage connections, manuscript submission may occur also in form of an e-mail attachment. An electronic fi le of the text (by preference in “Word” under “Windows”) should be delivered after manuscript acceptance; it is not needed to add it earlier. Correspondence between authors and editor occurs by preference via e-mail. 2. Copyright. Once a paper is accepted, authors will be asked to transfer copyright (for more information on copyright, see http://www.elsevier.com/authorsrights). A form facilitating transfer of copyright will be provided after acceptance. If material from other copyrighted works is included, the author(s) must obtain written permission from the copyright owners and credit the source(s) in the article. 3. The manuscript will be reviewed by two referees, at least one of them being a Flora Editorial Board member. Decision about acceptance of a manuscript is based upon these reviews. 4. Manuscripts should be written in English or German; publication in English is recommended. Publication in French or Spanish is possible in exceptional cases by appointment of the editor-in-chief. Authors not using their mother tongue are strongly advised to have the text reviewed by a native speaker before submission. Manuscripts should be submitted in fi nal form and prepared in accordance with the journal’s accepted practice, form and content. Manuscripts should be checked carefully to exclude the need for corrections in proof. They should be typed doublespaced throughout, on one side of the paper only and with wide margins. 5. The fi rst page (title page ) should contain the full title of the paper, the full name(s) and surname(s) of the author(s), name of laboratory where the study was carried out, and the address (incl. e-mail) of the author(s). 6. Each manuscript must be preceded by an English title and an English abstract

which presents briefl y the major results and conclusions of the paper. In case of not-English-written papers this summary must be more extensive as normal and may be as long as maximally 1½ printed pages. Immediately following the abstract, up to six English key words should be supplied indicating the scope of the paper. Legends of fi gures and tables must be given also in English in the case of non- English papers. 7. Papers should be written as concise as possible; as a rule, the total length of an article must not exceed 10 printed pages; exceptions are possible only upon explicite consent of the editors. The main portion of the paper should preferably be divided into four sections: Introduction, Materials and methods, Results, and Discussion, followed by Acknowledgements (if necessary) and References . Each section and sub-section must bear a heading. 8. Text marking: Names of Authors should not be written in capitals. Scientifi c names up to the genus are to be written in italics or underlined with a wavy line (Viola alba subsp. alba); plant community names are not to be printed in italics (Seslerietum, but Sesleria-slope). The SI-System of units must be used wherever possible. 9. The beginning of a paragraph should be indented. The section “References”, captions for illustrations and tables will be printed in small print (petit). 10. Each table should be typed on a separate sheet of paper resp. on a separate page of a fi le. Tables should be numbered consecutively in Arabic numerals, e.g. “Table 1, Table 2”, etc., and attached to the end of the text. Tables should be supplied with headings, kept as simple as possible. 11. Figures (including photographic prints, line drawings and maps) should be numbered consecutively in Arabic numerals, e.g. “Fig. 1, Fig. 2”, etc. and attached to the text after the tables. Legends for fi gures should be listed consecutively on a separate page. Plan all fi gures to suit a column width of 7.9 cm or a page width of 16.7 cm. Figures, in particular photographs, may be combined to a maximum plate size of 16.7 cm x 22.0 cm. Submit illustration fi les separately from text fi les. Files for full color images must be in a CMYK color space. All illustration fi les should be in TIFF or EPS formats. Journal quality reproduction will require greyscale and color fi les at resolutions yielding approximately 300 dpi. Bitmapped line art should be submitted at resolutions

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yielding 600-1200 dpi. 12. Photographs should be black-and-white, high-contrast, sharp glossy prints of the original negative and in a square or rectangular format. Free colour reproduction. If, together with your accepted article, you submit usable colour fi gures then Elsevier will ensure, at no additional charge, that these fi gures will appear in colour on the web (e.g., ScienceDirect and other sites) regardless of whether or not these illustrations are reproduced in colour in the printed version. Colour fi gures can be printed only if the costs are covered by the author (€ 450.00 for fi rst colour page, € 350.00 for every following colour page). For further information on the preparation of electronic artwork, please see www. elsevier.com/locate/authorartwork. Magnifi cation of microphotographs should be indicated by a scale bar. Inscriptions, marks, and scale bars should preferably be drawn neatly in black ink in an appropriate size on the face of the illustrations. When several pictures are used to produce a single plate, please ensure that they fi t each other in size, are of equal contrast, and that they correspond to the caption in number and description. 13. Line drawings (incl. maps) should be large enough in all their details to permit a suitable reduction. Important points to note are thickness of lines, size of inscriptions, size of symbols, adequate spacing of shaded and dotted areas. Line drawings must be submitted as black drawings on white paper. If computerplotted they must have laser-print quality. If traditionally drawn the originals must be prepared with Indian ink according to the established methods of technical drawing. 14. Figures and tables should always be mentioned in the text in numerical order. The author should mark in the margin of the manuscript where fi gures and tables are to be inserted. 15. When quoting references in the text, the following format should be used: Meyer (1999) resp. (Meyer, 1999), Meyer and Smith (1995) resp. (Meyer and Smith, 1995) or Meyer et al. (1990) resp. (Meyer et al., 1990). Several papers by the same author(s) published in the same year should be differentiated in the text, and in the list of references, by a, b, c following the year of publication. “et al.” should be used in the text in the case of more than two authors. Quotations of references from different authors within one pair of brackets must be separated by semicolons,

commata are to be put between the years of publication of papers of the same author: (Meyer, 1992, 1999; Meyer and Smith, 1995; Jones et al., 1998a, b). References should be listed alphabetically. Listings of several works by the same author should be grouped in chronological order. Then, papers of this author each with another one will follow according to the alphabetical order of the second author names, papers with three and more authors (“et al.” in the text) will then be arranged again in the chronological order. The style to be used is shown in the following examples: a. Papers published in periodicals: Akhalkatsi, M., Wagner, J., 1996. Reproductive phenology and seed development of Gentianella caucasea in different habitats in the Central Caucasus. Flora 191,161-168. Zotz, G., Patiño, S., Tyree, M.T., 1997. CO2 gas exchange and the occurrence of CAM in tropical woody hemiepiphytes. J. Exp. Biol. 192, 143-150. b. Books: Takhtajan, A., 1959. Die Evolution der Angiospermen. G. Fischer, Jena. c. Papers published in multiauthor books: Mathes, U., Feige, G.B., 1983. Ecophysiology of lichen symbiosis. In: Lange, 0.L., Nobel, P.S., Osmond, C.B., Ziegler, H. (Eds.), Physiological plant ecology. II. Responses to the chemical and biological environment. Encyclopedia of plant physiology. New Series, vol. 12C, Springer, Berlin-Heidelberg-New York,pp. 423-467. The titles of books and papers in periodicals should always be quoted completely and exactly. Titles of periodicals should be abbreviated according to the usual rules listed e.g. in the World List of Scientifi c Periodicals or in Biological Abstracts. The number of the volume should be given in Arabic numerals. 16. When papers are cited which were originally published in languages which use alphabets other than Latin (e.g. Russian Cyrillic etc.), then the author, title of the paper and the periodical name itself must be transliterated using standards like ISO 1 or ISO 2 (cf. Taxon 30: 168-183). 17. FLORA is produced directly in page set . Consequently the author only receives the fi nal page proofs for checking and approval. Extended corrections are not more possible at this stage. 18. Publication of an article of normal size and without color photographs in FLORA is free of charge to the author(s). In exchange, the Copyright of the article is transferred to the publisher. However, the author(s) will be free

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to use single fi gures or tables of the article in subsequent own work. The corresponding author, at no cost, will be provided with a PDF fi le of the article via e-mail or, alternatively 30 free paper offprints. The PDF fi le is watermarked version of the published article and includes a cover sheet with the journal cover image and a disclaimer outlining the terms and conditions of use. Additional offprints may be ordered when proofs are returned. Authors who pay for printed colour fi gures will be sent another 50 free off-prints. Until publication of the print edition, corrected proofs will be available at online fi rst (www.sciencedirect.com). 19. Funding body agreements and policies. Elsevier has established agreements and developed policies to allow authors who publish in Elsevier journals to comply with potential manuscript archiving requirements as specifi ed as conditions of their grant awards. To learn more about existing agreements and policies please visit http://www.elsevier.com/fundingbodies.

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6.6. LISTA COMPLETA DE MATERIAIS EXAMINADOS

Croton adamantinus Müll. Arg. - BRASIL . Bahia: Caetite, 9/XI/1984, fl, Allem,

Webster & Werneck 2905, 2906 (CEN); Chapadão da Panair, Serra do Mimo,

1/I/1955, fl., Black 17998 (IAN); Feira de Santana, Campus da UFES, 18/V/1983, fl,

Noblick 2657 (HUEFS); Glória, Aldeia Serrota, s/data, fl., Colaço 99 (HUEFS); Morro

do Chapéu, Parque Municipal do Morro do Chapéu, 9/IX/2006, fl., Rocha &

Gonçalves 199 (HUEFS). Ceará: Crato, Chapada do Araripe, 28/IV/1999, fl., Lima-

Verde 1354 (PEUFR). Pernambuco: Bezerros, Sapucarana, Serra da Camaratuba,

31/VII/2005, fl., Gomes et al. 87 (UFP); Buíque, Serra do Catimbau, Trilha Caiana,

30/VII/2005, fl., Lucena et al. 1066 (UFP); Chapada do Araripe, 12/XII/1986, fl.,

Fotius 3647 (HUEFS, IPA); Exu, BR 102, 13/II/2007, fl., Carneiro-Torres, Silva-

Castro & Cardoso 875 (HUEFS); Mirandiba, Fazenda Areias, 31/V/2006, fl., Lucena

et al. 1475 (UFP); Moreilândia, estrada Moreilândia-Crato, 12/IV/2000, fl., Cavalcanti

734 (EAC, UFP); Sertânia, 8/XI/1986, fl., Webster, Dehgan & Ataíde 25626 (HUEFS,

IPA); BR 110, estrada Moderna, 29/VI/2007, Carneiro-Torres et al. 964 (HUEFS).

Rio Grande do Norte: Martins, estrada para Serrinha, 2/III/2006, fl., Queiroz 607

(UFP, UFRN). Sergipe: Curituba, Canindé do São Francisco, 8/XI/1999, fl., Moura &

Silva 881 (UFP); Canindé do São Francisco, Fazenda Brejo, 29/I/2002, fl., Cordeiro

677 (UFP).

Croton argyrophyllus Kunth. - BRASIL . Alagoas: Olho d’ água do Casado,

Fazenda Morro Grande, 4/VIII/2000, fl., Silva 1602 (PEUFR). Bahia: Feira de

Santana, Bonfim de Feira, 14/V/1984, fl., Lemos, Noblick & Lobo 69 (HUEFS); Iaçú,

Fazenda Suibra, 13/III/1985, fl., Noblick 3665 (HUEFS); Ipirá, Barra Grande,

8/II/1970, fl., Costa s/n (HUEFS 2362); Itaberaba, 15/II/1984, fl., Pinto 54 (CEPEC);

Fazenda Brejinho, 22/III/2000, fl, Unaldo 58 (HUEFS); Jacobina, margem esquerda

do Rio Jacuípe, 28/III/1984, fr., Bastos 423 (HUEFS); Jorro, 19/I/1964, fl., Costa s/n

(HUEFS 2275); Tucano, Caldas do Jorro, 1/III/1992, fl, Carvalho & Hind. 3859

(HUEFS). Pernambuco: Alagoinha, Fazenda Morros, 11/XII/199, Krause, Liebig, &

Porembski 294 (PEUFR); Afrânio, 20/IV/1971, fr., Heringer et al. 211 (PEUFR); Belo

Jardim, 25/II/1994, fl., Silva 670 (PEUFR); Buíque, Fazenda Laranjeiras, 5/V/1995,

fl., Gomes et al. 15 (PEUFR); Brejo da Madre de Deus, 2/XI/2006, fl., Camarra &

Torres s/n (PEUFR 48218); Caruaru, Estação Experimental do IPA, 11/V/2004, fl.,

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Lucena et al 167 (PEUFR); Ibimirim, estrada Ibimirim-Petrolândia, 30/I/1997, fl, Rodal

& Nascimento 731 (PEUFR); Pesqueira, 3/IX/2002, fl., Randau 20 (PEUFR); São

Caetano, 20/IV/2002, fl, Silva 39 (PEUFR); Venturosa, 4/VIII/1998, fl., Costa,

Cantarelli & Lopes 109 (PEUFR). Sergipe: Canidé do São Francisco, Fazenda Cana

Brava, 15/II/2006, fl. fr., Cordeiro 656 (PEUFR); Fazenda Poço Verde, 21/III/2000, fl,

Coelho & Silva 185 (PEUFR).

Croton blanchetianus Baill. - BRASIL . Bahia: Ibotirama, sítio a 12 Km ao Norte de

Ibotirama, 17/XI/1984, fl., Allem, Webster & Werneck 3023 (PEUFR); Lençóis,

Remanso-Maribus, 29/I/1997, fl., Atkins et al. (HUEFS); Nova Glória, Reserva Legal

de Rodelas, 30/III/2007, fl., Oliveira, Cavalcanti & Pessoa 2712 (UFP). Paraíba:

Alcantil, 8/II/2000, fl., Locatelli & Medeiros s/n (UFP 39550); Boa Vista, fazenda

Dona Soledade, 16/V/1999, fl., Santos s/n (UFP 23568); Patos, EMBRAPA,

12/IV/2005, fl., Melo & Zanella s/n (44200); Soledade, 19/IV/2006, fl. fr., Lucena &

Silva 201 (PEUFR). Pernambuco: Altinho, comunidade Carão, 25/III/2007, fr.,

Nascimento & Melo 72 (UFP); Caruaru, 10/III/2004, fl., Lucena 10 (PEUFR); Estação

do IPA de Caruaru, 9/VI/19995, fl., Araújo 311 (PEUFR); idem, 27/II/2004, fl., Lucena

& Albuquerque 62 (PEUFR); idem, 12/VII/2003, fl., Lucena 10 (PEUFR); Fazenda

Nova, Fazenda Araras, 20/VI/1998, fl., Figueiredo, Andrade & Oliveira 363 (PEUFR);

Gravatá, 12/IX/2002, fl., Randau 19 (PEUFR); Ibimirim, Fazenda Mandacaru,

28/V/1996, fr., Pimentel, Nascimento & Rodal 93 (PEUFR); Mirandiba, Brejo do

Gama, 17/VII/1998, fl., Lucena et al. 573 (PEUFR); Mirandiba, estrada para Fazenda

Troncão, 16/IV/2007, fl., silva, Vital & Pinehiro 161 (UFP); Pesqueira, entre

Pesqueira e Gravatá, 30/V/1971, fl., Heringer et al. 993 (PEUFR); Petrolina,

arredores de Petrolina, 18/IV/1971, fl., Heringer et al. 92 (PEUFR); São José do

Belmonte, 9/III/1982, fl., Barreto, Lima & Cavalcanti 173 (SMDB); Serra Talhada,

Estação do IPA, 3/III/1995, fl, Gomes s/n (SMDB 7352); idem, 21/I/1981, fl., Paula

1403 (IBGE). Piauí: Cajueiro da Praia, margem da estrada, 11/III/2006, fl., Soares

Filho 439 (UFP); Oeiras, 28/I/1987, fl., Alcoforado et al (TEPB); Piracuruca, PARNA-

Sete Cidades, 26/II/1980, fl., Del’ arco & Arruda s/n (TEPB).

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Croton echioides Baill. - BRASIL . Bahia: Campo Formoso, 29/IV/1981, Fl., Orlandi

377 (HUEFS); Delfino, estrada Delfino-Mimosos de Minas, 7/III/1997, fr., Harley,

Giulietti & Lughadha 6118 (HUEFS); Licínio de Almeida, 30/III/2001, fr., Jardim et al.

3231 (HUEFS); Serra da água de Rega, 27/II/1971, fr., Irwin et al. 31178 (UB).

Ceará: Crato, Chapada do Araripe, 26/III/1999, fr, Lima-Verde 1314 (PEUFR); Serra

das Almas, 6/IV/2001, fr., Sobrinho 36 (PEUFR). Pernambuco: Serrolândia,

Chapada do Araripe, 15/II/1984, fr., Fotius 3761 (HUEFS). Piauí: Estrondo, Ibiapaba,

15/III/1991, fr., Araújo 324 (PEUFR); Padre Marcos, Serra Velha, fr., Alencar 153,

168 ( IPA, PEUFR); Serra da Capivara, 1979, fr, Emperaire 527 (IPA).

Croton glandulosus L. - BRASIL . Bahia: Feira de Santana, 24/I/1992, fl., Queiroz &

Carneiro-Torres 2602 (HUEFS); idem, 18/V/1983, Noblick 2645 (HUEFS); Iramaia,

24/III/1988, fl. fr., Ginzbarg, Silva & Brito 862 (RB); Licínio de Almeida, 30/III/2001,

fl. fr., Jardim et al. 3253 (HUEFS); Rio de Contas, 22/X/1997, fl. fr., Alves 1404

(PEUFR). Ceará: Fortaleza, 17/IV/1993, fr., Sá s/n (UFP 48261). Mato Grosso : Rio

Jamari, 20/I/1941, fl., Xavier s/n (PEUFR 36491). Mato Grosso do Sul:

Nhecolândia, 3/VII/1990, fl., Grandi & Pott s/n (BHCB 28100). Minas Gerais: Lavras

4/II/1983, fl. fr., Gavilanes 748 (ESAL). Paraíba: Queimadas, fazenda Gravatá,

18/V/2006, fl., Lucena & Araújo 1850 (UFP). Pernambuco : Agrestina, 8/IX/1998, fl.,

Lucena et al. 656 (PEUFR); Buíque, 19/VI/1994, fl., Miranda, Félix & Rodrigues 1834

(PEUFR); Condado, 29/X/1998, fl., Lucena, Laurênio & Melo 703 (PEUFR);

Garanhus, 6/IX/1986, fl. fr., Andrade et al. 174 (PEUFR); Ibimirim, 15/IV/1989, fl.,

Belo-Moura & Guedes 1703 (PEUFR); Moreilânia, Sítio Zé da Berlina, 10/V/2000, fr.,

Cavalcanti 758 (UFP). Petrolândia, 17/VI/2004, fl., Silva et al. 574 (PEUFR);

Tamandaré, 12/I/2000, fl., Lucena 808 (PEUFR); Vitória de Santo Antão, 28/III/1998,

fl. fr, Laurênio 941 (PEUFR). Piauí: Cajueiro da Praia, Barra Grande, 11/III/2006, fl,

Santos Filho 423 (UFP); Coronel José Dias, Serra da Capivara, 24/IV/2007, fl. fr.,

Lucena & Silva (UFP). São Paulo: Itapeva, 12/XI/1994, fl., Souza et al. 7057 (ESA);

Itararé, 9/II/1992, fl., Scaramuzza & Souza 670 (ESA); Piracicaba, 19/III/1986, fl.,

Catharino 730 (ESA). Santa Catarina: Campos Novos 11/II/1996, fl. fr., Ribas,

Cordeiro & Poliquesi 1265 (BHCB). Sergipe: Socorro, 13/XI/1981, fl. fr., Carneiro

172 (UFS).

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Croton grewioides Baill. - BRASIL . Alagoas: Olho D’ água do Casado, Fazenda

Capelinha, 11/VII/2000, fr., Silva 1569 (HUEFS). Bahia: Cachoeira, Vale dos Rios

Paraguaçu e Jacuipe, XI/1990, fl., Pedra do Cavalo 933 (HUEFS); Campo Alegre de

Lourdes, comunidade Pitomba, 27/XII/2001, fl., Nunes et al. 643 (HUEFS); Canudos,

Estação Biológica de Canudos, 16/II/2003, Silva et al. 302 (HUEFS); Oliveira dos

Brejinhos, próximo da BR 242, 26/III/1984, fr., Bautista & Salgado 879 (HUEFS);

idem, 16/XI/1984, fl., Allem, Webster & Werneck 2995 (HUEFS). Ceará: Tianguá,

Cascata do Tianguá, 18/II/1977, fl., Fernandes s/n (EAC, UFP). Paraíba: Serra

Branca, Sítio Jatobá, 22/V/2007, fl., Lucena et al. 1755 (UFP). Pernambuco:

Bezerros, Sapucarana, 9/III/2005, fl., Lucena 1043 (UFP); Buíque, Paraíso

Selvagem, 11/IX/1995, fl., Correi & Sousa 204 (UFP); Trilhas das Torres, 28/VI/2006,

fl., Carneiro-Torrres et al. (HUEFS); Brejo da Madre de Deus, Cajueiro, 10/VI/1998,

fl. fr., Lucena et al. 528 (PEUFR); Garanhus, Brejo das Flores, 18/VIII/1998, fl.,

Lucena et al 645 (PEUFR); Ibimirim, Serra Negra, 22/III/1994, fl, Silva 351 (PEUFR);

Gravatá, Serra das Russas, 20/V/1994, fr., Silva & Velasco 541 (PEUFR); Gravatá,

12/IX/2002, fr., Randau 21 (PEUFR); Mirandiba, Cacimba Nova, 31/III/2003, fl. fr.,

Lucena et al 1199 (UFP); Mirandiba, Serrotinho, 9/II/2007, fl., Lucena et al. 1675

(UFP); Pesqueira, Tribo Xucurú, Aldeia Pedra d’água, 26/IV/1995, fl., Silva 14 (UFP);

Serra do Ororobá, 23/II/1962, fl., Pontual s/n (PEUFR 1821); Pombos, Serra da

Russa, 23/VII/1998, fl., Lucena et al 595 (UFP, PEUFR); Saloá, Fazenda Brejo,

23/XII/2001, fl., Lucena & Falcão 933 (PEUFR); Serra Negra, entre Serra Negra e

Inajá, 1/XI/1950, fl., Andrade-Lima 710 (PEUFR); Serra Talhada, Campus Avançado

da UFRPE, 25/II/1999, fl., Alves et al. 1544 (UFP). Piauí: Canto do Buriti, Pajeú,

9/XII/1979, fl., Del’arco s/n (TEPB 707); Carracol, Serra das Confusões, 6/XII/1980,

fl., Del’arco s/n (TEPB 1358); idem, 27/IV/2007, fl., Lucena et at 1723 (UFP); idem,

26/XI/2005, fl., Rocha, Santiago & Xavier 1440 (UFP); Oeiras, Cepisa, 19/I/2008, fr.,

Oliveira, Santana Neto & Barros 243 (TEPB); Pedro II, 1/III/1980, ff., Castro et al. s/n

(TEPB 1045); São João do Piauí, 13/XII/1978, fl., Freire s/n (TEPB 241); São

Raimundo Nonato, PARNA Serra da Capivara, 25/IV/2007, fl. fr., Lucena & Silva

1712 (UFP). Sergipe: Canindé do São Francisco, Fazenda Cana Brava, 14/I/2002,

fl., Cordeiro 654 (UFP).

Croton heliotropiifolius Kunth - BRASIL . Bahia: Andaraí, Rio Paraguassú,

19/X/1997, fl. fr., Alves 1114 (PEUFR). Pernambuco: Bezerros, Parque Municipal de

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de Deus, Fazenda Bituri, 14/III/1996, fl., Tschá 686 (PEUFR); idem, 27/IV/2000, fl.,

Nascimento & Silva 399 (PEUFR); Brejo da Madre de Deus , Serra da Prata,

11/VI/1998, fl., Lucena et al. 545 (PEUFR); Caruaru, Murici, 9/IV/1996, fl., Tschá 761

(PEUFR); idem, 28/II/1996, fl. fr., Tschá & Pimentel 567 (PEUFR); Caruaru, Brejo

dos Cavalos, 2/XII/1994, fl. fr., Sales 452 (PEUFR); Caruaru, Estação Experimental

do IPA, 4/VII/1994, fl. fr., Araújo s/n (PEUFR 16342); idem, 27/II/2004, fl. fr., Lucena

& Albuquerque 95 (PEUFR); idem, 27/I/2004, fl. fr., Lucena, Oliveira & Nascimento

58 (PEUFR); idem, 12/VII/2003, fl., Lucena 9 (PEUFR); Caruaru, Pedra Malhada,

12/V/1998, fl., Lucena & Laurênio 486 (PEUFR); Santa Cruz da Baixa Verde,

16/VII/1998, fl. fr., Lucena et al. 564 (PEUFR); Garanhus, Fazenda Monteiro,

21/X/1998, fl. fr., Melo 90 (PEUFR); São Lourenço da Mata, Estação Ecológica do

Tapacurá, 13/III/1998, fl., Laurênio & Santos 845 (PEUFR); São Lourenço da Mata,

Estação ecológica de Pedra Talhada, 23/XI/1999, fl. fr., Nascimento 281 (PEUFR);

Serra Talhada, próxima a Baixa Verde, 16/VII/1998, fl., Lucena et al. 560 (PEUFR);

Triunfo, Sítio do Cigano, 16/VII/1998, fl., Lucena 565 (PEUFR). Piauí: Campo Maior,

Fazenda Água Limpa, 12/XII/1999, fl., Sérvio Jr. & Sobrinho 61 (PEUFR); Teresina,

Parque Zoobotânico, 29/V/1999, fl., Sérvio Jr. 4 (PEUFR). Sergipe: Canindé do São

Francisco, próximo ao NOIX, 6/III/2002, fl., Cordeiro 681 (PEUFR).

Croton hirtus L’ Hér. - Brasil . Alagoas: Ibateguara, Coimbra, 15/VI/2002, Oliveira &

Grilo 979 (UFP); São José da Lage, Usina Serra Grande, 30/I/2002, Oliveira & Grilo

747 (UFP). Bahia: Cruz das Almas, 7/V/1988, fl. fr., Pinto 1 (PEUFR, HRBN);

Eunápolis, Itabela, 7/VII/1970, fl. fr., Santos 916 (RB); Iaçu, Rodovia Iaçu/Milagres,

22/III/1988, fl. fr., Ginzbarg, Silva & Mattos 798 (RB); Milagres, 16/III/1997, fr., França

et al. 2167 (HUEFS). Ceará: Quixadá, Fazenda Não me Deixes, 16/III/2000, fr.,

Carvalho 36 (PEUFR); Sobral, 29/IV/2006, fl. fr., Oliveira & Galileu 2311 (UFP).

Paraíba: Alagonhia, II/1940, fl., Deslandes s/n (IAC); Monteiro, Olho D’água das

Dores, 21/V/2007, fl. fr., Lucena, Melo & Mendes 1734 (UFP); São Sebastião do

Umbuzeiro, 16/V/1996, fl., Lucena & Araújo 1265 (UFP). Pernambuco: Agrestina,

margem da BR-104, 8/IX/1998, fl. fr., Lucena et al 655 (PEUFR); Buenos Aires,

19/V/1999, fl. fr., Lucena, Loiola & Melo 762 (PEUFR); Brejo da Madre de Deus,

Serra da Prata, 11/VI/1998, fl. fr., Lucena et al. 542 (PEUFR); Camaragibe, Aldeia,

13/III/2001, fl. fr., Clemens 1127 (UFP); Caruaru, margem da estrada, 21/VI/1999, fr.,

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(PEUFR); Maraial, Serra do Urubú, 22/V/1998, fr., Lucena & Santos 513 (PEUFR);

Mirandiba, BR Serra Talhada-Salgueiro, 11/IV/2007, fl., Santos et al. 241 (UFP);

Nazaré da Mata, 20/I/1955, fl. fr., Moraes s/n (SPSF 4878); Paudalho, Margem PE-

05, 10/VIII/1998, fr., Lucena et al. (PEUFR); Petrolina, Rodovia Petrolina-Dormentes,

6/IV/1979, fl. fr., Coradin, Silva & Vieira 1333 (CEN); Recife, Cidade Universitária,

IV/1971, fr., Burgos (UFP); Curado, 3/VII/1958, fl. fr., Andrade-Lima s/n (PEUFR);

Rio Formoso, Horto Florestal de Saltinho, 9/IX/1954, fr., Falcão, Egler & Pereira 984

(RB); Serra das Russas, 20/V/1994, fr., Silva & Velosco 570 (PEUFR); Serra

Talhada, Serra da Carnaubeira, 22/V/1971, fl. fr., Heringer et al 846 (PEUFR);

Sirinhaém, 11/V/1998, fr., Lucena & Laurênio 474 (PEUFR). Piauí: Teresina, Parque

Zoobotânico, 3/II/1999, fr., Santos Filho 9 (PEUFR); Teresina, Vila Operária,

6/II/1979, fr., Lima-Verde s/n (TEPB); Guaribas, 21/III/2006, fl. fr., Barros et al. s/n

(TEPB 21531). Maranhão: Colombo, estrada Colombo-Anajatuba, 27/X/1976, fr.,

Ribeiro & Pinheiro 1253 (IAN). São Paulo: Limeira, 31/I/1949, fr., Lima s/n (MPEG).

Sergipe: Areia Branca, Serra da Itabaiana, 17/VI/2007, fl., Amorim et al. 125 (UFP);

Canindé do São Francisco, 1/VII/2005, fl. fr., Coelho 747 (UFP); Porto da Folha,

Fazenda São Pedro, 20/VII/2007, fl. fr., Lucena et al. 1524 (UFP).

Croton lundianus (Didr.) Müll. Arg. - BRASIL . Alagoas: Ibateguara, Coimbra,

19/IV/2002, fl. fr., Oliveira & Grillo 8883 (UFP). Bahia: Camamú, Km 12, 25/VII/2001,

fl., Mattos-Silva et al. 4404 (HUEFS); Ituberá, Km 20 da estrada Gandu/Ituberá,

11/VIII/1980, fl. fr., Carvalho, Silva & Hage 317 (RB); Mucugê, estrada para Andaraí,

Km 38, 22/VI/1996, fl., Luceño et al. 338 (UFP). Pernambuco: Bonito, 21/VI/1999, fl.

fr., Silva 17 (PEUFR); Buíque, estrada Paraíso Selvagem, 23/II/1996, fl. fr., Andrade

et al. 325 (PEUFR); Buíque, margem da estrada, 11/II/1995, fl., Silva, Sales & Rodal

759 (PEUFR); Igarassu, Refúgio Ecológico Charles Darwin, Lucena et al. 218 (UFP);

Ipojuca, Mata de Penderama, 11/V/1998, fl., Lucena & Laurênio 467 (PEUFR);

Recife, BR-101 Norte, 21/VI/1999, fl., Paiva Jr. 20, 25, 27 (PEUFR); Minas Gerais:

Campus UFV, 26/V/1964, fl., Vidal s/n (VIC). São Paulo: Sete Barras, Parque

Estadual São Miguel Arcanjo, 21/IV/2002, fl. fr., Farias 653 (HUEFS). Sergipe: Areia

Branca, PARNA Serra de Itabaiana, 11/Vi/2007, fl., Lucena et al. 1760 (UFP); idem.,

17/Vi/2007, fl., Amorim et al. 123 (UFP).

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Gomes, Sales & Bocage 509 (IPA)

Croton nummularius Baill. - BRASIL . Bahia: Campo Formoso, Água Preta,

26/VI/1983, fl, Coradin et al. 6098 (CEN); Morro do Chapéu, 30/I/2003, fl, França et

al. 4080 (HUEFS); Mucugê, estrada Mucugê/ Barra da Estiva, 12/XI/1998, fl,

Oliveira, Silva & Carneiro-Torre 50 (HUEFS); Serra do Tombador, 16/II/1971, fl,

Irwin, Harley & Smith 32282 (UB); Rio das Contas, 22/X/1997, fl. fr., Alves et al. 1403

(UFP); Umburanas, Delfino, 13/VIII/1999, fl., Melo et al 2810 (HUEFS); Serra do

Curral Feio, 11/IV/1999, fl, Queiroz et al. 5327 (HUEFS). Pernambuco: Buíque,

Serra de Catimbau-Paraíso Selvagem, 8/III/1996, fl, Laurênio, Gomes & Tschá, 351

(PEUFR).

Croton rudolphianus Müll. Arg. - BRASIL. Alagoas: Olho D’ água do Casado,

8/VII/1999, fl., Sales 766 (PEUFR). Bahia: Estação Ecológica do Raso da Catarina,

24/VI/1982, fl., Queiroz et al. 301 (HUEFS); Itatim, Morro da Quixaba, 12/V/1999, fl.,

Melo et al 1914 (HUEFS; PEUFR); Morro do Chapéu, BA 52, Km 5, 19/XI/1986, fl.,

Queiroz et al. 1284. Pernambuco : Buíque, I/2001, fl. fr., Xavier s/n (IPA 63334);

idem, Chapada de São José, 12/I/1996, fl., Hora, Andrade & Freire (PEUFR); idem,

estrada Buíque-Catimbau, 8/III/1996, fl., Tschá, Laurênio & Gomes 653 (PEUFR);

idem, Paraíso Selvagem, 11/II/1995, fl., Sales, Silva & Rodal 523 (PEUFR); idem,

Serra do Catimbau, 18/V/1998, fl., Figueiredo, Andrade & Rodal (PEUFR); idem,

Trilha das Torres, 16/III/1995, fl., Rodal, Figueiredo & Andrade 499 (PEUFR).

Croton tetradenius Baill. - BRASIL. Pernambuco : Águas Belas, Fazenda Nova,

29/XI/1969, fl., Andrade-Lima 5624 (IPA); Arcoverde, Estação Experimental do IPA,

22/III/1983, fl., Gallindo et al. 401 (IPA); Triunfo, 26/II/1986, fl. fr., Lima & Gallindo

120 (IPA).

Croton urticifolius Lam. - Brasil . Bahia: Barreiras, estrada S. Desidério,

23/XII/1954, fl., Black 17716 (IAN); Carnaíba, IV/1994, fl. fr., sobral & Ganev 7650

(HUEFS); Espigão Mestre, 16/III/1972, fl., Anderson, Stieber & kirkbride 37035 (UB);

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Fazenda Fiúza, 4/II/1997, fl, Saar et al 5025 ( HUEFS). Ceará: Crato, Chapada do

Araripe, 25/II/1999, fl., Lima-Verde 1301 (PEUFR). Distrito Federal: Base da Serra

da Tijuca, 19/V/1951, fl., Black & Adler 11457 (IAN). Espírito Santo: Vitória, Morro

do Quartel, 30/I/1969, fl. fr., Lucre 4539 (RB). Paraíba: Areia, fl. fr., Vasconcelos 887

(SPSF). Pernambuco: Angelim, 13/VIII/2002, fl., Randau 9 (PEUFR); Brejo do

Gama, Serra Verde, 17/VII/1998, fl., Lucena et al. 576 (PEUFR); Betânia, Serra dos

Arrombados, 24/V/1971, fl., Heringer et al. 880 (UB); Bonito, após a Igreja,

28/III/1970, fl., Cano 45 (IPA); 15/III/2003, fl. fr., Albuquerque 11 (IPA); Fernando de

Noronha, Morro da Madeira, 20/X/1955, fl. fr., Andrade-Lima 2228 (PEUFR);Flores,

Serra do Cruzeiro, 11/VIII/1983, fl., Andrade-Lima 849 (IPA); Floresta, Inajá, Reserva

Biológica de Serra Negra, 8/III/1995, fl. fr., Figueiredo et al. 5 (PEUFR); Garanhus,

Fazenda Monteiro, 18/VIII/1998, fl., Lucena et al. 640, 641, 642 (PEUFR); Maraial,

estrada São Benedito do Sul, 12/I/1994, fl., Mirada 1192 (PEUFR); Nazaré da Mata,

mata do Alcaparra, 7/XI/2000, fl. fr., Costa e Silva et al. 2852 (IPA); São Vicente

Férrer, Mata do Estado, 18/04/1995, fl., Rodal et al. 516 (PEUFR); Serra Talhada,

Baixa Verde, 16/VII/1998, fl. fr., Lucena et al. 561 (PEUFR); Rio de Janeiro : Dois

Irmãos, 26/IX/1946, Duarte 322 (RB); Sergipe : Nossa Senhora da Glória, Fazenda

Olho d’ água, 19/VI/1982, fl, Viana 1783 (UFS).