disciplina: seminÁrios aplicados · 2011. 12. 23. · 2010. tatiane martins rocha fatores de...

31
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS FATORES DE VIRULÊNCIA DE Escherichia coli PATOGÊNICA PARA AVES Tatiane Martins Rocha Orientadora: Prof. Dra. Maria Auxiliadora Andrade GOIÂNIA 2010

Upload: others

Post on 15-Feb-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

    Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

    FATORES DE VIRULÊNCIA DE Escherichia coli PATOGÊNICA

    PARA AVES

    Tatiane Martins Rocha Orientadora: Prof. Dra. Maria Auxiliadora Andrade

    GOIÂNIA 2010

  • TATIANE MARTINS ROCHA

    FATORES DE VIRULÊNCIA DE Escherichia coli PATOGÊNICA

    PARA AVES

    Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás. Nível: Doutorado

    Área de Concentração Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos

    Linha de Pesquisa Etiopatogenia, Epidemiologia, Diagnóstico e Controle das doenças infecciosas

    dos animais

    Orientadora Prof. Dra. Maria Auxiliadora Andrade -UFG

    Comitê de orientação Prof. Dra Cíntia Silva Minafra e Rezende - UFG

    Prof. Dr. José Henrique Stringhini - UFG

    GOIÂNIA 2010

  • SUMÁRIO

    1.INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------- 1

    2. REVISÃO DE LITERATURA-------------------------------------------------------- 3

    2.1 IMPORTÂNCIA DA APEC EM SAÚDE PÚBLICA------------------------ 5

    2.2 SOROGRUPOS DE E. coli---------------------------------------------------- 6

    2.3 Fatores de Virulência------------------------------------------------------------- 9

    2.4 Resistência a antimicrobianos de amostras APEC----------------------- 16

    3. CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------------- 20

    REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------- 21

  • 1. INTRODUÇÃO

    E. coli é um bastonete Gram negativo, não esporulado, oxidase

    negativa, móvel por flagelos peritríquios ou imóvel (MOREIRA, 2007). Estas

    bactérias estão presentes no trato gastrintestinal dos animais, constituindo parte

    da microbiota normal do trato intestinal de humanos e de uma de variedade de

    animais (KASNOWSKI, 2004). Porém cepas de E. coli patogênica para aves

    (APEC) são responsáveis por vários processos patológicos nas aves (MELLATA

    et al., 2003).

    Infecções causadas por estas bactérias, denominadas de colibacilose

    avícola, transformaram-se em ameaça econômica à produção de aves no mundo

    (ANTÃO et al., 2008), pelo fato de desencadearem níveis significativos de

    mortalidade e morbilidade na indústria avícola (SKYBERG et al., 2003). Na

    espécie avícola, as amostras de APEC, são responsáveis por uma doença

    sistemática que começa com infecção do trato respiratório e evolui para

    septicemia, com colonização de órgãos internos, como coração, fígado, baço

    (MOULIN-SCHOULEUR et al., 2007).

    Um fator contribuinte para desenvolvimento da doença é que a

    produção intensiva no setor avícola possibilita a ocorrência e a disseminação de

    agentes infecciosos no trato respiratório (MINHARRO et al., 2001). A indústria

    avícola é viável apenas por meio da criação em alta densidade. Como

    consequência, a qualidade do ar respirado piora causando lesão do trato

    respiratório que propiciam condições ideais para a instalação e a multiplicação de

    agentes infecciosos (GAMA, 2004).

    Desta forma, é necessário considerar que fatores ambientais como

    altas concentrações de amônia no galpão, deficiência na ventilação de ambientes

    avícolas, variações climáticas, umidade da cama, criações com alta densidade e

    deficiência no processo de desinfecção são fatores de risco para disseminação

    deste patógeno e devem ser avaliados para promoção de medidas de controle

    eficazes (ANDREATTI FILHO, 2006).

  • Apesar da importância conferida a enfermidade, pouco se conhece

    sobre os mecanismos de virulência das cepas APEC. Fatores de virulência têm

    sido associados à patogenicidade de Escherichia coli em aves, mas nenhum gene

    específico da virulência foi identificado como sendo inteiramente responsável pela

    sua patogenicidade (SKYBERG et al., 2003; ANTÃO et al., 2008). Cepas

    patogênicas desta bactéria são responsáveis promovem doenças nos seres

    humanos e animais, incluindo infecções de aparelho urinário, a meningite

    neonatal, septicemia e pneumonia, constituindo-se desta forma questão de saúde

    pública (RUSSO E JOHNSON, 2003).

    Este fato é agravado pela circunstância de que a E. coli poder tornar-se

    resistente a antimicrobianos utilizados na terapêutica de algumas doenças. Esta

    resistência pode ser transferida para outros membros da família

    Enterobacteriaceae dificultando o tratamento das enfermidades causadas por

    estas bactérias, tanto no homem como nos animais (SHERLEY et al., 2004;

    COSTA, 2007).

    Diante do exposto, o presente trabalho visa abordar os principais

    fatores de virulência, o efeito do uso indiscriminado de antimicrobianos, em

    isolados de APEC, além de destacar a importância desta bactéria em saúde

    pública.

  • 2. REVISÃO DE LITERATURA

    Escherichia coli é uma bactéria pertencente à família das

    Enterobateriacea, considerada um dos integrantes da microbiota intestinal de

    animais e humanos (PIATTI & BALDASSI, 2007). Este microrganismo geralmente

    é eliminada nas fezes das aves e a colonização do trato intestinal ocorre logo

    após o nascimento, permanecendo como componente importante da microbiota

    normal do intestino por toda a vida do seu hospedeiro (MOREIRA, 2007).

    Porém, além das cepas comensais, existem cepas de E. coli

    patogênica para aves (APEC) que são responsáveis por vários processos

    patológicos extra-intestinais e que podem atuar como agente primário ou

    secundário (PIATTI & BALDASSI, 2007).

    Por essa característica de causar infecções extra-intestinais e

    respiratórias, é considerado um patógeno relevante, pois contribui para o

    agravamento de doenças (TIVENDALE et al., 2004). Sendo então apontado como

    um dos principais agentes bacterianos da aerossaculite e de quadros

    septicêmicos (MINHARRO et al., 2001).

    Ressalta-se que na maior parte dos casos, os problemas respiratórios

    diagnosticados em frangos de corte não envolvem apenas um agente. Diversos

    patógenos podem estar implicados com as enfermidades respiratórias em

    frangos, porém a E. coli participa com freqüência de tais enfermidades. Os vírus

    respiratórios, os imunossupressores, os fungos e as bactérias se relacionam de

    modo complexo o que facilita a invasão no trato respiratório pela E. coli

    (NASCIMENTO, 2000).

    Como a colibacilose é iniciada no trato respiratório pela colonização da

    traquéia, sacos aéreos e pulmão, consequentemente os mecanismos de defesa

    preliminares do hospedeiro, incluem a filtragem aerodinâmica, defesa mucociliar e

    fagocitose. O Trato Respiratório superior é o principal alvo para doenças virais ou

    bacterianas das aves domésticas. O tecido linfóide brônquio-associado (BALT) no

    pulmão está ausente em aves recém-eclodidas, porém amadurecem

    gradualmente de 5 a 8 semanas de idade. São organizados em áreas de células

  • B e de célula T e são responsáveis por grande parte da imunidade das aves

    (REESE et al., 2006).

    Embora o exato mecanismo que conduz à entrada das bactérias na

    circulação sanguínea não seja conhecido precisamente (CHOUIKHA et al., 2008),

    estudos histopatológicos demonstram que o principal local de entrada é o pulmão

    de aves, onde numerosos capilares sanguíneos são encontrados

    (POURBAKHSH et al., 1997a). E após a colonização do trato respiratório, as

    bactérias entram na circulação sanguínea e invadem órgãos tais como o fígado e

    baço. A septicemia frequentemente gera a morte do animal.

    No caso de graves infecções causadas por esta bactéria, como

    meningite e septicemia, a entrada na circulação sanguínea, sobrevivência e

    multiplicação no sangue e em órgãos são etapas essenciais para

    desenvolvimento da doença em aves. Em aves, esta bactéria após invadir a

    circulação, determina uma síndrome complexa, denominada colibacilose,

    caracterizada por lesões em múltiplos órgãos com quadros de septicemia,

    aerossaculite, perihepatite, pericardite, salpingite, onfalite, celulite, síndrome da

    cabeça inchada, panoftalmite, artrite, problemas respiratórios severos e até morte

    (LAMARCHE et al., 2005).

    Achados patológicos oriundos destas lesões, representam perdas

    consideráveis em abatedouros, principalmente quando a lesão é extensa, já que

    ocorre a condenação de vísceras e carcaças (BRASIL, 1998b).

    Aliado a isso, aves com colibacilose podem apresentar menor

    conformação de carcaça, ocasionar uma série de falhas tecnológicas durante o

    abate, como cortes no trato digestivo, pois os equipamentos na linha de abate não

    se ajustam ao menor tamanho das carcaças. Este erro tecnológico leva a um

    aumento no percentual de contaminação fecal das carcaças e, portanto maior

    risco de contaminação das mesmas por bactérias patogênicas. Vários estudos

    têm demonstrado a associação entre a presença de aerossaculite e o aumento da

    microbiota bacteriana patogênica em lotes de frangos (RUSSEL, 2003).

  • 2.1 E. coli PATOGÊNICA PARA AVES E SAÚDE PÚBLICA

    Além da circunstância de cepas APEC gerarem doenças nas aves,

    outro fator de grande relevância se relaciona ao papel desempenhado por esta

    bactéria na saúde pública. A maior parte dos sorotipos de E. coli isolados de

    galinhas são patogênicos somente para aves, não causando infecção no homem,

    nem em outros mamíferos (MENÃO et al., 2002).

    Porém, alguns isolados de lesões de aves têm uma semelhança

    genética com aqueles que causam enfermidades em humanos. Esta estreita

    relação é motivo de investigação sobre a doença, pois pode constituir risco a

    saúde do consumidor (ANDRADE, 2005). São vários estudos que sugerem a

    possibilidade de APEC estar relacionada a infecções extraintestinais em seres

    humanos (JOHNSON et al., 2007; EWERS et al., 2007).

    As amostras avícolas mostram muitas similaridades com as humanas,

    sendo que a maioria dos genes de virulência possui similaridade àquelas

    identificadas em doenças causadas por extra-intestinais em humanos. Dentre

    estas, destacam-se as infecções do trato urinário, tecidos moles, meningite em

    recém-nascido e pneumonia. A importância desta bactéria em humanos é

    relatada pelo fato de que quase 80% das infecções do trato urinário são causados

    por cepas extra-intestinais e que a mesma é normalmente isolada de forma

    relevante em amostras de sangue (RUSSO & JOHNSON, 2003).

    Salienta-se ainda, que as APEC partilham não somente idênticos

    fatores de virulência com as E. coli patogênicas para humanos, mas também

    sorotipos específicos, portanto seu potencial zoonótico deve ser considerado

    (EWERS et al., 2003).

    Além disso, estudos demonstram que amostras de APEC podem

    pertencer ao mesmo clone que amostras de E. coli humana (MOULIN-

    SCHOULEUR et al., 2007; JOHNSON et al., 2007). A entrada de APEC em

    células epiteliais do pulmão de aves foi detectado por autores que usam técnicas

    da microscopia eletrônica (POURBAKHSH et al., 1997b) e assemelha-se ao que é

    observado em células microendoteliais de cérebro humano nos casos de

    meningite causadas por Escherichia coli (KIM et al., 2001).

  • CHANTELOUP et al. (2010) encontraram que uma amostra de E. coli

    extra-intestinal de origem avícola com capacidade de aderir e invadir pneumócitos

    humanos e hepatócitos aviários. A bactéria invadiu hepatócitos com maior

    eficiência do que pneumócitos. Esta diferença observada com relação à invasão

    de células específica pode estar relacionada ao tipo celular e/ou à origem da

    espécie das amostras. O importante é que este trabalho reforça os estudos

    precedentes e demonstram a proximidade filogenética amostra de APEC de

    origem avícola e humana e que indicam que esta cepa poderia representar um

    risco zoonótico (MOULIN-SCHOULEUR et al., 2007).

    2.2 SOROGRUPOS DE E. coli

    As cepas de E. coli são divididas em patótipos com base nas diferentes

    síndromes e características da enfermidade causada por este patógeno. Esses

    sorovares são classificados nos patótipos (QUADRO 1): Enteropatogênicos

    (EPEC), enterotoxigênicos (ETEC), enteroinvasivos (EIEC), enterohemorrágicos

    (EHEC), difusamente aderente (DAEC), neonatal (NMEC) e uropatogênicos

    (UPEC) (GERMANO & GERMANO, 2008).

    A estrutura da E. coli patogênica para aves (APEC) é composta de

    segmentos antigênicos que contribuem para a diferenciação sorológica dos

    sorotipos de E. coli, baseada na identificação dos antígenos flagelares (H),

    capsulares (K), somáticos (O) e fimbrias (F) (FERREIRA & KNÖBL, 2009).

    Os antígenos flagelares embora sejam auxiliares na locomoção

    bacteriana, não são utilizados com freqüência na identificação antigênica das

    amostras de E. coli, e a presença de flagelo não tem sido correlacionada com

    patogenicidade (FERREIRA & KNÖBL, 2009). Os antígenos capsulares K, por

    sua vez, possuem polissacarídeos capsulares que protegem a membrana externa

    da parede do ataque do sistema complemento e impedem a fagocitose

    (MOREIRA, 2007). Estudos sugerem que cápsulas K1, estão associadas com a

    resistência sérica ao sistema complemento e colonização de órgãos internos

    (MELLATA et al., 2003).

  • Já o antígeno somático “O” é constituído de uma cadeia de

    polissacarídeo que se projeta para o espaço extracelular e cuja composição é

    extremamente variável entre as bactérias da mesma espécie. Sendo que esta

    estrutura determina a existência de vários sorogrupos (FERREIRA & KNOBL,

    2009).

    QUADRO 1 – Características de virulência dos principais patotipos de Escherichia coli.

    Patótipo Patologia Características De Virulência

    EPEC

    enteropatogênica

    Diarréia em humanos

    e animais

    Presença do gene eae que determina um padrão de aderência por attaching and effacing. Sorogrupos específicos: 055; 086; 0111; 0114; 0119; 0125; 0126; 0127; 0128; 0142.

    ETEC

    enterotoxigênica

    Diarréia em humanos

    e animais

    Produção de toxinas ST (termo estável) e LT (termo lábil). Sorogrupos específicos: 06, 08, 015, 025; 027; 078; 0128.

    EIEC

    enteroinvasora

    Diarréia em humanos

    e animais

    Plasmídio de virulência Invasão e proliferação em células epitelial Sorotipos específicos: 028ac; 0112; 0136; 0143; 0144; 0173.

    EHEC

    enterohemorrági-

    ca

    Disenteria em humanos e animais. Doença edema em suínos

    Produção de Verocitotoxina (toxina Shiga-like) Presença de gene eae (attaching and effacing) Produção de enterohemolisina Plasmídio Sorotipos específicos: 0157; H7; 0111; 05; 026; 055 e outros

    EaggEC

    enteroagregativa

    Diarréia em humanos e animais

    Padrão de aderência e em agregados EAST – toxina estável enteroagregativa. Doença do edema dos suínos: 0138; K81; 0139; K82; 0141; K85.

    UPEC

    uropatogênica

    Infecções urinárias em humanos e animais (cistite e pielonefrite)

    Presença de antígeno capsular (K) Produção de hemolísina Presença de fímbria P Sorogrupos específicos: 01; 02; 04; 06; 07; 08; 025; 062; 075.

    NMEC-meningite

    neonatal

    Meningite em crianças recém nascidas

    Presença de cápsula K 1 e Fímbrias S.

    APEC Doenças extra-intestinais nas aves

    Quadro 2

    FONTE: FERREIRA & KNOBL,(2009).

    Existem cerca de 170 sorotipos de E. coli. O1, O2, O5 e O78 são

    considerados sorotipos patogênicos, entre outros (BOPP et al., 2005). Dentre

    estes, para aves o mais frequente é o O78:K80, que além de infectar as aves,

  • podem determinar doença em outras espécies animais como humanos (GOPHNA

    et al.,2001).

    Também PIATTI & BALDASSI (2007), com objetivo de detectar

    sorogrupos de E. coli isolada de frangos com doença respiratória crônica de

    amostras isoladas em granjas de produção comercial de frangos, verificaram uma

    prevalência total de 7,79% de E. coli O78:K80 dentre os isolados e de

    aproximadamente, 1% em órgãos, da região oeste do Estado de São Paulo.

    O objetivo de trabalho desenvolvido por PEIGHAMBARI et al.(1995) foi

    caracterizar cepas de Escherichia coli isoladas de celulite avícola e pesquisar a

    ocorrência de potenciais fatores da virulência. Em abatedouro, cinco frangos com

    celulite foram selecionados, de 20 granjas no total, sendo que 100 cepas de

    Escherichia coli foram caracterizadas. As mesmas propriedades foram

    determinadas em 25 cepas de E. coli isoladas de fezes de frangos. Concluiu-se

    que os estoques de Escherichia coli isolados da celulite foram

    predominantemente dos mesmos grupos (O78, O2), similar a cepas associadas

    com as doenças septicêmicas e respiratórias em aves (PEIGHAMBARI et al.,

    1995).

    Em estudo conduzido por MENÃO et al. (2002), com objetivo de

    detectar sorogrupos de E. coli isolada de frangos com doença respiratória crônica

    de amostras isoladas em granjas de frangos no Estado de São Paulo, foram

    isoladas 88 espécimes desta bactéria. Destas, verificou-se os sorogrupos O2,

    O21, O36, O45, O50, O78, O88, O119, sendo que 21 amostras (23,86%)

    pertenciam ao sorogrupo O78 e 13 delas (14,77%) pertenciam ao sorogrupo O2.

    E KNOBL et al. (2008), com objetivo de detectar sorogrupos de E. coli

    isolada de aves identificaram seis sorogrupos distintos: O23; O54; O64; O76;

    O128 e O152. Enquanto, SCREMMER et al. (1999), identificaram em aves os

    sorogrupos O110, O63, O131 e O15.

    Embora a distribuição e a frequência dos sorogrupos possam variar

    devido a fatores geográficos e temporais (YANG et al., 2004), deve-se ressaltar

    que cepas de E. coli O78 patogênicas e O157: H7 de origem animal representam

    alto risco de infecções para humanos (ADIRI et al., 2003).

  • O sorogrupo O157: H7, é enquadrado no patótipo EHEC e sua

    importância se deve principalmente ao fato que durante o abate, ocorre a

    contaminação de carcaças em plantas com condições higiênico-sanitárias

    precárias, e esta é apontada como uma das principais fontes de contaminação

    por E. coli O157:H7 em carnes (GERMANO & GERMANO, 2008).

    Este sorogrupo tem emergido como causa de graves manifestações

    clínicas de colite hemorrágica, trombocitopenia e distúrbios renais no homem,

    freqüentemente fatais em crianças. Estudos epidemiológicos relacionam os casos

    de doença humana pelo sorotipo O157: H7, com o consumo de produtos de

    origem animal. Alguns pacientes podem apresentar grave acometimento renal

    denominado síndrome urêmica hemolítica, provocado por lesões no endotélio

    vascular renal, atribuídas à ação de verotoxinas absorvidas no epitélio intestinal

    (RIBEIRO ET AL., 2006).

    A verotoxina é uma proteína codificada por um gene cromossômico

    facilmente transferido por bacteriófagos para cepas de E. coli (ROBINS-BROWNE

    & HARTLAND, 2002). É mediadora das complicações sistêmicas das infecções

    causadas por EHEC e também induz lesões no epitélio intestinal, ao qual a

    bactéria adere intimamente à superfície apical dos enterócitos através da

    formação de pedestais e destruição das microvilosidades (NATARO & KAPER,

    1998).

    Por isso, é necessário o rígido controle durante o processamento de

    alimentos, visto que os de origem avícola estão envolvidos também na veiculação

    deste patótipo (NASCIMENTO &STAMFORD, 2000).

    2.3 Fatores de virulência

    Amostras patogênicas de E. coli, muitas vezes auxiliadas por

    condições ambientais ou outros agentes infecciosos, atuando como fatores

    predisponentes, acabam determinando a invasão do sistema respiratório pela

    bactéria (ANDREATTI FILHO, 2006). A severidade do quadro anatomopatológico

    depende do potencial de virulência do agente que é determinado pelo conjunto de

  • genes localizado nas ilhas de patogenicidade (PAIs) (KARIYAWASAM et al.,

    2006). Essas estruturas são constituídas de segmentos de DNA inseridos no

    cromossomo bacteriano que possuem mecanismos de virulência determinados

    pelos genes que o microrganismo em questão possui (VIEIRA, 2009).

    O mecanismo de virulência das amostras de Escherichia coli

    potencialmente patogênicas para aves (APEC) têm sido continuamente estudado

    e acredita-se ser multifatorial. Certas propriedades associadas a amostras

    virulentas vêm sendo identificadas em amostras de E. coli isoladas de aves

    (ROCHA et al., 2008; KNÖBL et al., 2008). Em exame de microscopia eletrônica,

    bactérias dos isolados mais patogênicos, foram observadas frequentemente

    associadas com ou dentro dos macrófagos, nos sacos aéreos e nos pulmões

    (POURBAKHSH et al., 1997a).

    A adaptação ao hospedeiro e a virulência de alguns patótipos de E. coli

    são atribuídos à aquisição horizontal de genes específicos por cepas não

    patogênicas que, então, tornam-se patogênicas (DOZOIS et al., 2003). GINNS et

    al. (2000) isolaram a cepa de E. coli em surto de doença respiratória em frangos

    de corte. Ao inocularem suspensões desta bactéria por via respiratória, as aves

    desenvolveram uma doença semelhante a que ocorreu em campo, se tornando

    patogênicas.

    ANTÃO et al. (2008), conduziram experimento com aves SPF

    inoculadas via traquéia com amostra de APEC (O2: K1: H5) com diferentes

    doses. Dois modelos representaram as etapas cruciais na patogênese de

    infecções por APEC, incluindo a colonização do epitélio do pulmão e a

    propagação das bactérias pela circulação sanguínea. Os dados obtidos

    demonstraram a ocorrência de lesão nos órgãos 24 horas após a inoculação da

    cepa patogênica, significativamente mais elevada em comparação àqueles vistos

    nas aves contaminadas com cepas não patogênicas, demonstrando desta forma,

    a importância dos fatores de virulência para ocorrência de colibacilose.

    O fato é que a E. coli está presente na microbiota de aves sadias, por

    isso, faz-se necessário a diferenciação de amostras patogênicas de não

    patogênicas. A identificação dos fatores de virulência das APEC colabora para o

    conhecimento dos seus mecanismos de patogenicidade (GONÇALVES, 2005).

  • Estudos envolvendo cepas de APEC (QUADRO 2) apontam os fenômenos de

    endotoxinas, aderência bacteriana, crescimento em restrição do íon ferro, e a

    resistência sérica como principais responsáveis pela patogenia da doença

    (KNÖBL et al., 2008; FERREIRA & KNÖBL, 2009).

    QUADRO 2 – Fatores de virulência associados a amostras de E. coli isoladas de aves (APEC).

    Fator de virulência Referência Bibliográfica

    Sorogrupos 01, 02, 021, 036, 045, 078 Blanco et al., 1998

    Presença de cápsula K1, K80 Pourbakhsh et al., 1997; Jann & Jann,

    1997

    Produção de Sideróforos (Aerobactina) Dho-Moulin & Fairbrother, 1999

    Presença de fímbrias (fímbria P, S,

    Tipo1)

    Vidotto et al., 1997; Knobl, 1999

    Endotoxina (LPS) Hewtt & Roth, 1993

    Resistência sérica Dho-Moulin & Fairbrother, 1999.

    FONTE: FERREIRA & KNÖBL, (2009).

    2.3.1 Endotoxinas e aderência bacteriana

    As endotoxinas da APEC são importantes na patogenia da colibacilose

    sendo importantes em doenças respiratórias e síndrome da cabeça inchada das

    aves (CARDOSO ET AL., 2002). O fato desta bactéria ser Gram negativa, faz

    com que ocorra liberação de complexos lipopolissacarídeos de suas paredes

    celulares durante a lise. Estas endotoxinas podem causar febre e morte caso a E.

    coli migre do intestino para a corrente sanguínea (MOREIRA, 2007).

    Outro importante fator envolvido na colonização é a aderência

    bacteriana, geralmente mediada por adesinas fimbriais manosesensíveis (pili tipo

    I) e manoseresistentes (fímbrias P e S) (KNÖBL et al., 2006). Os antígenos

    fimbriais (F) são denominados pelos termos adesinas, pili ou fímbrias, e

    correspondem a moléculas de natureza protéica, que recobrem a superfície

  • bacteriana, capazes de reconhecer receptores específicos na superfície de

    células eucarióticas (FERREIRA &KNÖBL, 2009).

    A colonização se inicia por essas adesinas fimbriais. Dois grupos

    principais de fímbrias, F1 (tipo 1) e P, são associados com APEC. As fímbrias F1,

    codificadas por genes pil são encontrados geralmente em isolados comensais e

    patogênicos de Escherichia coli não estando relacionada à invasão das células

    CHANTELOUP et al. (2010). As Fímbrias P são codificadas pelo pap, prs, ou por

    gene relacionado ao conjunto (DOZOIS et al., 1995). Uma variação sorológica de

    fímbrias P foi expressa por amostras de Escherichia coli isoladas de aves com

    septicemia. As adesinas provavelmente mediam o reconhecimento inicial das

    células da traquéia pela bactéria (VIDOTTO et al., 1997).

    Estudo abordando a expressão de genes da virulência de APEC,

    verificaram que a fímbria tipo 1 tem sido relacionada a colonização do trato

    respiratório superior, enquanto a expressão da fímbria P está associada a etapas

    posteriores da infecção, incluindo colonização dos órgãos internos (DOZOIS et

    al., 1994).

    Esta afirmativa foi encontrada em trabalho conduzido por

    POURBAKHSH et al. (1997). Com intuito de investigar mecanismos da virulência

    de APEC, efetuou a inoculação em aves via saco aéreo torácico caudal esquerdo

    com cepas patogênicas e menos patogênicas de Escherichia coli. Seis horas

    após a inoculação, todos os isolados haviam colonizado o trato respiratório

    (traqueia, pulmões, e sacos aéreos) e órgãos internos (fígado, baço, e rins),

    sendo que as bactérias foram recuperadas do líquido pericardial e do sangue

    somente de aves inoculadas com isolados mais patogênicas. As fímbrias F1

    foram expressas em elevada proporção em bactérias que colonizaram a traquéia.

    As fímbrias P foram identificadas em bactérias presentes nos sacos aéreos, em

    pulmões, nos rins, sangue, e coração de aves inoculadas com o isolado mais

    virulento.

    Também VIDOTTO et al. (1997), com o objetivo de verificar a função

    destes dois tipos fimbriais, investigou a aderência de cepas de APEC isoladas em

    Londrina (Brasil), às células traqueais de aves. 50 cepas de E. coli isoladas foram

    examinadas para verificar a aderência a células traqueais de aves. 22 amostras

  • destes foram hemaglutinantes sensíveis à manose (MSHA) de eritrócitos de

    cobaias, indicando que possuíram somente o pili tipo 1. Sete amostras foram

    pap+ (Fimbria P, demonstrando uma maior freqüência das fímbrias tipo 1 que tipo

    P em etapas iniciais de colonização.

    Abordando a freqüência de genes relacionados as fímbrias

    VANDEMAELE et al. (2003) ao pesquisar fatores de virulência, encontraram que

    29% das análises foram papG+ (sempre em associação com papC) com

    associação entre papG e sorotipos O1 e O115, sendo este gene considerado

    importante nas etapas de colonização.

    Também dados do estudo de KNÖBL et al., (2008), mostraram a

    presença do gene pap em três de oito (37,5%) amostras estudadas. Estes

    resultados são semelhantes aos descritos por JANBEN et al. (2001) que

    identificaram 30% de amostras pap+ em isolados de E. coli de aves comerciais.

    Destaca-se que a fímbria P é uma adesina manose-resistente

    frequentemente observada no patótipo UPEC presente em isolados de infecções

    do trato urinário (cistite e pielonefrite) em humanos. A expressão da fímbria P em

    E. coli de aves parece estar relacionada à colonização de órgãos internos (fígado

    e coração) nos estágios mais avançados da colibacilose (POURBAKHSH et al.,

    1997b).

    Investigações confirmam que as fímbrias tipo 1 são as principais

    adesinas, mas sugerem que outros componentes menores estejam envolvidos

    igualmente na adesão e na invasão. Estes componentes não foram identificados

    até agora, porém indicaram que os genes pap que codificam fímbrias P estão

    envolvidos na adesão e/ou na invasão de células (ANTAO et al., 2009;

    CHANTELOUP et al., 2010).

    2.3.2 Invasão de células e crescimento em restrição do íon ferro

    A capacidade de crescimento em meios sem ferro resulta da produção

    de substâncias quelantes, denominadas sideróforos. Amostras de E. coli avícolas

    usualmente seqüestram o ferro através da produção de aerobactina (MONROY et

    al., 2005). O sistema aerobactina é sistema de aquisição de ferro e é necessário

  • para o crescimento bacteriano em hospedeiros. Genes iutA estão envolvidos na

    aquisição de ferro e é conhecido por sua expressão ser induzida durante a

    infecção das aves, mas a extensão da indução permanece desconhecida

    (CHOUIKHA et al., 2008).

    O gene iutA, codifica uma proteína de membrana externa envolvidas na

    alta afinidade ligação de Fe3þ-aerobactina. A expressão deste gene depende da

    disponibilidade de ferro no meio ambiente e é induzida quando há depleção de

    ferro (ESCOLAR et al., 2000).

    Em estudo conduzido por CHOUIKHA et al. (2008) foram utilizadas

    aves livres de patógenos (SPF), inoculadas via saco aéreo torácico, com intuito

    de coletar dados para o estudo da expressão de iutA em estirpes de APEC.

    Durante a infecção, a expressão dos genes iutA aumentou pelo menos 50 vezes

    nos sacos aéreos e pulmão três,seis, e 24 horas pós-infecção (P.I.) em

    comparação com as bactérias cultivadas in vitro.

    2.3.3 Resistência sérica ao sistema complemento

    A patogenicidade das cepas de Escherichia coli está relacionada à

    expressão de fatores de virulência encontrados em elementos genéticos

    denominados plasmídios de virulência. O patótipo APEC, responsável por

    diferentes tipos de doenças em aves, pode apresentar o gene iss que aumenta a

    resistência das cepas de E. coli aos efeitos líticos do soro, além da resistência a

    diversos antimicrobianos (EWERS et al. 2007; ABREU et al., 2010).

    A habilidade em resistir aos fatores séricos inibitórios permite que a

    bactéria escape da ação do sistema complemento e da fagocitose nos processos

    de infecção sistêmica. A resistência sérica das bactérias tem sido codificada pelo

    gene iss (MONROY et al., 2005). Este apresenta-se como um relevante

    mecanismo, apesar de não ser o único mecanismo utilizado por essas bactérias

    para alcançar os órgãos internos das aves e causar uma infecção (MELLATA et

    al., 2003). TIVENDALE et al. (2004) ao estudarem cepas de APEC observaram

    que o gene iss estava associado com altos níveis de virulência.

  • O gene iss está localizado em um plasmídio conjugativo R,

    denominado de ColV, com um tamanho aproximado de 100 kilobases, juntamente

    com outros genes de virulência e de resistência a antimicrobianos. Este plasmídio

    pode ser transferido, por conjugação, para outras bactérias avirulentas, inclusive

    outras E. coli (JOHNSON et al.,2006). Através da conjugação, bactérias

    comensais, inclusive de espécies diferentes, podem se tornar mais patogênicas e

    resistentes (SKYBERG et al. 2003).

    Esse gene codifica a proteína Iss, uma lipoproteína de 10-11 kDa da

    membrana externa bacteriana, resistente à hidrólise ácida e que contém 102

    aminoácidos. (FOLEY et al., 2000). JEFFREY et al. (2002), em seus estudos,

    sugeriram que cepas de E. coli, associadas com casos de celulite em aves,

    possuem mecanismos de virulência semelhantes aos observados em cepas

    associadas a colisepticemia, pois o gene iss foi encontrado por eles em isolados

    bacterianos de aves com colibacilose e com celulite.

    Embora FANTINATTI et al. (1994) tenham demonstrado que a

    presença do plasmídio, contendo o gene iss, não seja suficiente para determinar a

    capacidade patogênica de uma cepa de E. coli, este gene pode ser considerado

    como marcador de virulência, pois, comparado a outros fatores de virulência, o

    gene iss é citado como o mais prevalente em cepas patogênicas (OZAWA et al

    2008). Comparando a presença do gene iss entre aves com manifestações

    relacionadas à colibacilose e aves saudáveis, o gene iss é mais prevalente nas

    aves doentes (MCPEAKE et al. 2005). Além disso, esse gene pode ser

    encontrado com freqüência em cepas extraintestinais isoladas de fontes humanas

    (EWERS et al. 2007; ABREU, 2010).

    SKYBERG et al., (2003), desenvolveram um protocolo para detecção

    de quatro genes, iss. Utilizou-se 10 cepas de E. coli isoladas de aves que tinham

    colibacilose e dez de aves aparentemente saudáveis. Nove das aves saudáveis

    mostraram apenas um dos genes descritos. Oito cepas isoladas de aves doentes

    tinham três ou mais dos genes estudados.

    O objetivo do estudo de GONÇALVES (2005) foi relacionar problemas

    respiratórios com a presença de Escherichia coli, em frangos de corte bem como

    verificar a virulência dos isolados de E. coli, pela detecção do gene iss. Foram

  • utilizados 120 frangos de corte. A interferência de E. coli no peso, nas

    manifestações respiratórias e nas lesões (aerossaculite, pericardite, traqueíte)

    encontradas foi significativa. A detecção do gene iss ocorreu em 10,2% (12/118)

    das aves positivas para E. coli. Os isolados de E. coli iss positivos exibiram

    resistência a pelo menos 10 dos 20 antimicrobianos testados.

    Em trabalho desenvolvido por KNOBL et al., (2008), o gene iss foi

    detectados em amostras de E. coli (3/8) isoladas de animais com colibacilose. Em

    estudo conduzido por ABREU et al. (2010) com intuito de detectar E. coli em

    traquéias de aves destinadas ao abate e avaliar a presença do gene iss nos

    isolados desta bactéria, verificaram a detecção do gene iss em 55% (11/20) dos

    isolados.

    2.4 Resistência a antimicrobianos de amostras APEC

    Um dos grandes interesses na área de saúde pública é a existência de

    bactérias que colonizam os animais domésticos e que são resistentes a

    antimicrobianos. A utilização incorreta de antibióticos na medicina humana, o seu

    uso na alimentação animal com objetivos terapêuticos, profiláticos e de promoção

    de crescimento são apontados como responsáveis pela presença da resistência

    aos antibióticos em bactérias patogênicas para o homem (BARTON, 2000).

    Sabe-se que a bactéria pode apresentar resistência a uma ou mais

    classes de agentes antimicrobianos ou pode adquirir resistência, por mutação ou

    aquisição de genes de resistência de outros microrganismos. Esta aquisição de

    material genético novo pode ocorrer por conjugação, que facilitam a incorporação

    de genes de múltipla resistência no genoma do hospedeiro ou plasmídio

    (McMANUS, 1997).

    Outro fator relacionado ao uso de antimicrobianos é que cepas

    resistentes do trato intestinal podem contaminar as carcaças e desta forma,

    disseminar genes de resistência para a microbiota humana (VAN DEN BOGAARD

    et al., 2001). Tem-se ainda o fato de que como sorogrupos de E. coli que causam

    infecções em aves estão envolvidos com infecções em humanos e sua presença

  • em carcaças de aves pode constituir risco à saúde do consumidor (ANDRADE,

    2005).

    A legislação brasileira preconiza algumas medidas em relação ao uso

    dos antimicrobianos que são consideradas todas as substâncias utilizadas para

    combater os microrganismos. O período de carência deve ser em conformidade

    com a forma, a fórmula e a via de administração do produto (BRASIL, 1997). A

    Portaria n° 193 de 1998 considera a importância do uso adequado dos agentes

    antimicrobianos em medicina veterinária, no tratamento e na prevenção de

    doenças, visando à segurança para a saúde pública. Os antimicrobianos

    utilizados em terapêutica devem ser evitados na indicação de aditivos

    alimentares, promotores de crescimento ou como conservantes de alimentos para

    animais (BRASIL, 1998a).

    Os antimicrobianos utilizados têm alta ação destrutiva nas células

    bacterianas, mas mesmo com este potencial, as cepas de E. coli estão se

    tornando resistentes à ação antimicrobiana (CARDOSO et al., 2002). Estes

    autores desenvolveram um experimento com objetivo de avaliar a resistência de

    cepas de E. coli isoladas de frangos de corte e de matrizes aos antimicrobianos.

    Foi possível verificar que as amostras de E. coli, coletadas de aves jovens e

    matrizes com aerossaculite, apresentaram alta resistência aos antimicrobianos

    testados.

    Também LAMBIE et al. (2000), verificaram uma forte tendência de

    resistência a amoxicilina, novas quinolonas e sulfazotrim e uma taxa significante à

    norfloxacina em cepas isoladas de frangos de corte. A resistência adquirida pela

    E. coli se deve a utilização inadequada de antimicrobianos e administração em

    doses sub-terapêuticas, pois selecionam os agentes bacterianos mais resistentes,

    e não debelam a infecção (FERREIRA & KNÖBL, 2000). YANG et al. (2004)

    encontraram, em seus estudos, isolados de E. coli avícola resistentes a vários

    antimicrobianos. Estes autores recomendam o uso controlado de antimicrobianos,

    precedido de teste de susceptibilidade, para evitar-se a resistência cruzada com

    patógenos entéricos de seres humanos.

    Da mesma forma, em experimento desenvolvido por ZANATTA et al.,

    (2004), com objetivo de verificar a suscetibilidade de cepas de Escherichia coli de

  • 120 amostras de aves com quadro clínico suspeito de colibacilose, a dez drogas

    antimicrobianas. A tetraciclina apresentou resistência de 76% e 93 amostras

    demonstraram-se resistentes a várias drogas.

    GONÇALVES (2005), com objetivo de diagnosticar problemas

    respiratórios com a presença de Escherichia coli, coletou em 120 frangos de corte

    amostras de suabes, fragmentos de sacos aéreos e traquéias para o isolamento e

    identificação de E. coli. As cepas de E. coli avícolas patogênicas foram

    identificadas e submetidas ao teste do antibiograma, sendo todos resistentes a

    ampicilina, clindamicina, eritromicina, penicilina, tetraciclina e vancomicina.

    Uma forma de minimizar o desenvolvimento da resistência

    antimicrobiana é a implantação de programas de monitoramento bacteriológico.

    Boas práticas de higiene e de manejo na cadeia produtiva (MC-EWIN &

    FEDORKA-CRAY, 2002). JOHNSON et al (2005), da mesma maneira, salientam

    a importância da compreensão das origens e trajetórias de transmissão de

    resistência antimicrobiana por E. coli. Sendo verificado que criações onde não são

    usados medicamentos, baixa positividade para E. coli e baixos percentuais de

    resistência a antimicrobianos. Isso sugere que a seleção de resistência ocorra

    inicialmente no criatório.

    A resistência por E. coli a pelo menos, duas classes de agentes

    antimicrobianos é um achado comum, tanto na medicina humana quanto na

    veterinária, o que tem causado um crescente impacto no que seriam opções

    terapêuticas viáveis (BAUM, 2005). Este fato foi observado por ARTÊNCIO

    (2007), quando desenvolveu um experimento com finalidade de determinar a

    resistência frente a antimicrobianos por E. coli. O autor analisou 115 amostras

    isoladas de aves de produção, provenientes de três diferentes origens: cama de

    aviários, lesões de celulite e lesões de aves com sintomatologia respiratória.

    Sendo verificada múltipla resistência para dois ou mais agentes antimicrobianos,

    em porcentagem de 35,2%, 31,2% e 66,6%, para cama avícola, celulite e para

    amostras de sintomatologia respiratória, respectivamente.

    Também em estudo desenvolvido por ABREU (2010), confirmou-se a

    situação da crescendo resistência de cepas de E. coli a antimicrobianos. Foram

    coletadas 180 traquéias de aves para detecção de E. coli e determinação do perfil

  • de resistência a antimicrobianos. Dentre as amostras analisadas, a maioria dos

    isolados foi resistente à Tetraciclina (16/20), seguida pela Ceftazidima (13/20) e

    Ácido Nalidíxico (12/20), sendo apenas um resistente à Amoxicilina. Afirmando

    que resistência a múltiplos antimicrobianos pode indicar um possível potencial

    patogênico das cepas de E. coli para todos os tipos de ave, animais e mesmo

    para o homem.

  • 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Cepas de E. coli normalmente compõem a microbiota normal do

    intestino de aves e mamíferos. No entanto, existem cepas patogênicas para aves

    (APEC) que determinam processos patológicos extra-intestinais em aves. O

    diferencial destas cepas reside na presença de fatores de virulência, conferida

    principalmente pelos sorogrupos envolvidos, resistência a antimicrobianos e

    genes de virulência adquiridos.

    Neste sentido, muito se sabe acerca da virulência das APEC, porém

    dados a respeito deste patógeno são necessários e a determinação da expressão

    de gene de virulência de cepas extra-intestinais durante a infecção são dados

    primordiais, dado a estreita relação entre as amostras de origem humana e

    avícola, em particular, amostras de Escherichia coli isoladas de meningite

    neonatal, pneumonia e septicemias.

    Desta maneira, entende-se que estudos epidemiológicos sobre a

    resistência a antimicrobianos e sorogrupos envolvidos nos casos de colibacilose

    em aves, bem como conhecimento dos fatores de virulência de amostras, são

    essenciais para adoção de medidas de controle eficazes, evitando-se a exposição

    humana a cepas patogênicas.

  • REFERÊNCIAS

    1. ABREU, D. L. DA C.; FRANCO, R. M.; NASCIMENTO, E. R.; PEREIRA, V. LÉO DE A.; ALVES, F. M. X.; ALMEIDA, J. F. Perfil de sensibilidade antimicrobiana e detecção do gene ISS pela reação em cadeia da polimerase na tipificação de Escherichia coli patogênica em codornas de corte sob inspeção sanitária. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 30, n.5, p.406-410, 2010.

    2. ADIRI, R.S.; GOPHNA, U.; RON, E.Z. Multilocus sequence typing

    (MLST) of Eschericha coli O78 strains. FEMS Microbiology Letters, v.222, p.199-203, 2003.

    3. ANDRADE, C. L. HISTOPATOLOGIA E IDENTIFICAÇÃO DA

    Escherichia coli como agente causal da celulite aviária em frangos de corte. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense. 62p, 2005.

    4. ANDREATTI FILHO, R. L. Colibacilose aviária. IN: ANDREATTI

    FILHO, R. L. Saúde aviária e doenças. São Paulo: Roca. p.112-117, 2006.

    5. ANTÃO, E. M.; GLODDE, S.; LI, G.; SHARIFI, R.; HOMEIER, T.;

    LATURNUS A, C.; DIEHL , I.; BETHE, A.; PHILIPP, H.; PREISINGER, C. R.; WIELER, L. H.; EWERS, C. The chicken as a natural model for extraintestinal infections caused by avian pathogenic Escherichia coli (APEC). Microbial Pathogenesis. V. 45, p. 361–369, 2008.

    6. ANTAO, E.M., EWERS, C., GURLEBECK, D., PREISINGER, R.,

    HOMEIER, T., LI, G., WIELER, L.H. Signature-tagged mutagenesis in a chicken infection model leads to the identification of a novel avian pathogenic Escherichia coli fimbrial adhesin. e7796. Plos One. v.11, n.4, p. 1-14, 2009.

    7. ARTÊNCIO, J. O. Perfil de resistência a antimicrobianos de amostras de Escherichia coli de origem aviária isoladas no estado do Rio Grande do Sul. Faculdade Federal do Rio Grande do sul. Dissertação. 51p. 2007.

    8. BARTON, M.D. Antibiotic use in animal feed and its impact on

    human health. Nutrition Research Reviews, v. 13, p. 279-299, 2000. 9. BAUM, V, H; MARRE, R; Antimicrobial Resistance of Escherichia coli

    and Therapeutic implications. International journal of Medical Microbiology. v.295, p. 503-511, 2005.

    10. BOOP, C.A; BRENNER, W.E.; WELLS, J.G.; STROCKBINE, N.A. Escherichia, Shigella and Salmonella. In: MURRAY, P.R.;BARON , E.J.; PFALLER, M. A.; T ENOVER, F.C.; YOLKEN, R.H.(Ed.). Manual of

  • clinical microbiology. Washington, DC.: American Society for Microbiology. p.459- 474, 2005.

    11. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. RESOLUÇÃO MERCOSUL Nº 3, DE 25 DE ABRIL DE 1997. Regulamento técnico para registro de antimicrobianos de uso veterinário. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 1997.

    12. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

    Portaria n.º 193 de 12 de maio. Regulamento Técnico Para Licenciamento e Renovação de Licença de Antimicrobianos de Uso Veterinário. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 1998a.

    13. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

    Portaria nº 210, de 10 de novembro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e higiênico-Sanitária de Carne de Aves. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 1998b.

    14. CARDOSO, A. L. S. P.; TESSARI, E. N. C.; CASTRO, A. G. M.;

    ZANATTA, G. F. Avaliação da susceptibilidade a antimicrobianos de cepas de Escherichia coli de origem aviária. Arquivo Instituto Biológico. São Paulo, v.69, n.2, p.1-5, 2002.

    15. CHANTELOUP, N.; PORCHERON, K. G.; DELALEU, B.; GERMON,

    P.; SCHOULER, C.; MOULIN-SCHOULEUR, M.; GILOT, P. The extra-intestinal avian pathogenic Escherichia coli strain BEN2908 invades avian and human epithelial cells and survives intracellularly. Veterinary Microbioloy. Article in press, 2010.

    16. CHOUIKHA, I.; BREE, A.; MOULIN-SCHOULEUR, M.; GILOT, P.; GERMON, PIERRE .Differential expression of iutA and ibeA in the early stages of infection by extra-intestinal pathogenic E. coli. Microbes and Infection. v. 10, p. 432-438, 2008.

    17. COSTA, M. M. Caracterização patotípica de isolados de Escherichia coli obtidos de suínos: presença de plasmídeos e perfil de resistência aos antimicrobianos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tese. 141p, 2007.

    18. DOZOIS, C. M. ;N. CHANTELOUP, M.; DHO-MOULIN, A.; BREE, C.;

    DESAUTELS, J.M. FAIRBROTHER, Bacterial colonization and in vivo expression of F1 (type 1) fimbrial antigens in chickens experimentally infected with pathogenic Escherichia coli. Avian Diseases. v. 38, p.231-239, 1994.

    19. DOZOIS, C. M., POURBAKHSH, S. A., FAIRBROTHER, J. M.

    Expression of P and type 1 (F1) fimbriae in pathogenic Escherichia coli from poultry. Veterinary Microbiology, v. 45, p. 297-309, 1995.

  • 20. DOZOIS, C. M.; DAIGLE, F.; CURTIS, R. Identification of pathogen-specific and conserved genes expressed in vivo by an avian pathogenic Escherichia coli strain. Proceedings of the National Academy. v. 100, n. 1, p. 247-252, 2003.

    21. ESCOLAR, L.; PEREZ-MARTIN, J.; LORENZO, V. Evidence of an

    unusually long operator for the Fur repressor in the aerobactin promoter of Escherichia coli, Journal Biology Chemistry, v. 275, p. 24709-24714, 2000.

    22. EWERS, C.; J ANSSEN, T.; W IELER, L.H. Avian pathogenic

    Escherichia coli (APEC). Berliner und Munchener Tierarztliche Wochenschrift, v.116, n.9/10, p.381-395, 2003.

    23. EWERS, C.; LI, G.; WILKING, H.; KIESSLING, S.; ANTAO, E. M.

    Avian pathogenic, uropathogenic, and newborn meningitis-causing Escherichia coli: how closely related are they? International Journal of Medical Microbiology. v. 297, p.163–76, 2007.

    24. FANTINATTI, F.; SILVEIRA W. D.; CASTRO, A. F. P. Characteristics associated with pathogenicity of avian septicaemic Escherichia coli strains. Veterinary Microbiology. v. 4, n.1, p.75-86, 1994.

    25. FERREIRA, A.J.P. & KNÖBL, T. Colibacilose Aviária. In: BERCHIERI JÚNIOR, A. & MACARI, M. Doenças das Aves. Campinas: FACTA. p.197-205, 2000.

    26. FERREIRA, A. J. P.; KNOBL, T. Colibacilose. IN: JUNIOR, A. B.;

    SILVA, E. N.;FÁBIO, J. D.; SESTI, L. ZUANAZE, M. A. Doença das aves. 2 ed. Campinas: Fundação APINCO. p.457-471, 2009.

    27. FOLEY, S. L.; HORNE, S. M.; GIDDINGS, C. W.; ROBINSON, M.;

    NOLAN, L. K. Iss from a virulent Escherichia coli. Avian Diseases, v. 44, p. 185-191, 2000.

    28. GAMA, N. M. S. Laringotraqueíte: o caso brasileiro. In:

    CONFERÊNCIA APINCO 2004 DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, Santos, Anais...Santos FACTA, 2004, p. 85-92.

    29. GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Qualidade das matérias

    primas, doenças transmitidas por alimentos, treinamento de recursos humanos. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. 3 ed. São Paulo: Livraria Varella, 2008.

    30. GINNS, C. A.; BENHAM, M. L.; ADAMS, L. M.; WHITHEAR, K. G.;

    BETTELHEIM, K. A.; CRABB, B. S.; BROWNING, G.F. Colonization of the respiratory tract by a virulent strain of avian Escherichia coli requires carriage of a conjugative plasmid. Infection and Immunity, v. 68, n. 3, p. 1535-1541, 2000.

  • 31. GONÇALVES, P. M. R. Escherichia coli COM DETECÇÃO DO

    GENE iss POR PCR, MICOPLASMAS E SALMONELAS NA QUALIDADE SANITÁRIA DE FRANGOS DE CORTE AO ABATE. Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense. 84p. 2005.

    32. GOPHNA, U.; OELSCHLAEGER, Y.A.; HACKER, J.; RON, E.Z. Yersinia HPI in septicemic Escherichia coli strains isolated from diverse hosts. FEMS Microbiology Letters, v.196, p.57-60, 2001.

    33. JANBEN, T.; SCHWARZ, C.; PREIKSCHAT, P.; VOSS, M.; PHILIPP, H. C.; WIELER, L. H. Virulence associated genes in avian pathogenic Escherichia coli (APEC) isolated from internal organs of poultry having died from colibacillosis. International Journal of Medical Microbiology, v. 291, p. 371-378, 2001.

    34. JEFFREY, J.S.; NOLAN, L.K.; TONOOKA, K.H.; WOLFE, S.; GIDDINGS, C.W.; HORNE, S.M.; FOLEY, S.L.; LYNNE, A .M.; EBERT, J.O.; ELIJAH, L.M.; BJORKLUND, G.; PFAFF-MCDONOUGH, S.J.; SINGER, R.S.; DOETKOTT, C. Virulence factors of Escherichia coli from cellulitis or colisepticemia lesions in chickens. Avian Diseases, v. 46, p. 48-52, 2002.

    35. JOHNSON, J. R.; OWENS, K. L.; CLABOTS, C. R.; WEISSMAN, S.

    J.; CANNON, S. B. Phylogenetic relationships among clonal groups of extraintestinal pathogenic Escherichia coli as assessed by multi-locus sequence analysis. Microbes Infection, v. 8, p.1702–1713, 2006.

    36. JOHNSON, T. J.; KARIYAWASAM, S.; WANNEMUEHLER, Y.;

    MANGIAMELE, P.; JOHNSON, S.J.; DOETKOTT, C. The genome sequence of avian pathogenic Escherichia coli strain O1:K1:H7 shares strong similarities with human ExPEC genomes. Journal Bacteriological. V. 189, p.3228–3236, 2007.

    37. JOHNSON, J. R.; KUSUOWSKI, M. A.; SMITH, K; O’BRYAN, T. T;

    TATINI, S. A. Antimicrobial-Resistance and Extraintestinal Pathogenic Escherichia coli in Retail Foods. The journal of Infections Diseases. v. 191. p.1040-1049, 2005.

    38. KARIYAWASAM, S.; JOHNSON, T. J.; DEBROY, C.; NOLAN, L. K.

    Occurrence of pathogenicity island IAPEC-01 genes among Escherichia coli implicated in avian colibacillosis. Avian Diseases, v. 50, p. 405-410, 2006.

    39. KASNOWSKI, M. C. Listeria spp., Escherichia coli: Isolamento, identificação, estudo sorológico e antimicrobiano em corte de carne bovina (Alcatra) inteira e moída. Universidade Federal Fluminense. Dissertação. 111p. 2004.

  • 40. KIM, K.S. Escherichia coli translocation at the blood brain barrier. Infection Immunity. V. 69, p. 5217–5222, 2001.

    41. KNÖBL, T.; ROCHA, L. T.; ORSI, R. B.; PAIXÃO, R.; MORENO, A.

    M.; FERREIRA, A. J. P. Investigação molecular dos fatores de virulência de Escherichia coli isoladas de fezes de psitacídeos mantidos em cativeiro. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA VETERINÁRIOS DE ANIMAIS SELVAGENS – ABRAVAS, Anais...Águas de São Pedro: Associação Brasileira dos Veterinários de Animais Selvagens, 2006.

    42. KNÖBL, T.; GODOY, S. N.; MATUSHIMA, E. R.; GUIMARÃES, M.

    B.; FERREIRA, A. J. P. Caracterização molecular dos fatores de virulência de estirpes de Escherichia coli isoladas de papagaios com colibacilose aviária. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science. São Paulo, v. 45, suplemento, p. 54-60, 2008.

    43. LAMARCHE, M.G.; DOZOIS, C.M.; DAIGLE, F.; CAZA, M.; CURTIS

    III, R.; DUBREUIL, J.D.; HAREL, J. Inactivation of the Pst system reduces the virulence of an avian pathogenic Escherichia coli O78 strain. Infection and Immunity, v.73, n.7, p.4138-4145, 2005.

    44. LAMBIE, N.; NGELEKA, M.; BROWN, G.; RYAN, J. Retrospective

    study on Escherichia coli infection in broilers sul postmortem examination and antibiotic resistance of isolates in Trinidad. Avian Diseases. v.44, n.1, p.155-160, 2000.

    45. Mc-EWEN, S. A. & FEDORKA-CRAY, P. J. Antimicrobial use and

    resistance in animals. Clinical Infections Diseases. Sup. 34, p. 93-106, 2002.

    46. McMANUS, M. Mechanims of bacterial resistance to antimicrobial

    agents. Am. Journal Health System Pharm. v. 54, p. 1420-1433.1997.

    47. MCPEAK, S. J. W.; SMYTH, J. A.; BALL, H. H. Characterization of avian pathogenic Escherichia coli (APEC) associated with colisepticaemia compared to faecal isolates from health birds. Veterinary Microbiology. v. 110, n.3, p.245-253, 2005.

    48. MELLATA, M.; DHO-MOULIN, M.; DOZOIS, C.M.; CURTISS III, R.; BROWN, P.K.; ARNÉ, P.; BRÉE, A .; DESAUTELS, C.; FAIRBROTHER, J.M. Role of virulence factors resistance of avian pathogenic Escherichia coli to serum and in pathogenicity. Infection and Immunity, v. 71, n. 1, p. 536-540, 2003.

    49. MENÃO, M. C.; FERREIRA, C. S. A.; CASTRO, A. G. M.; KNÖBL,

    T.; PIANTINO FERREIRA, A. J. SOROGRUPOS DE ESCHERICHIA COLI ISOLADOS DE FRANGOS COM DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA. Arquivo Instituto Biológico. São Paulo, v.69, n.4, p.15-17, 2002.

  • 50. MINHARRO, S.; LINHARES, G.F.C.; ANDRADE, M.A.; ROCHA, P.T.; SANTANA, A.P. Envolvimento de Escherichia coli, de Mycoplasma gallisepticum e de Mycoplasma synoviae em lesões de sacos aéreos em frangos abatidos no Estado de Goiás. Ciência Animal Brasileira, v. 2, n. 2, p. 111-117, 2001.

    51. MONROY, M. A.; KNÖBL, T.; BOTTINO, J. A.;FERREIRA, C. S.;

    FERREIRA, A. J. Virulence characteristics of Escherichia coli isolates obtained from broilers breeders with salpingitis. Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases, v. 28, n. 1, p. 1-15, 2005.

    52. MOREIRA, H. O. M. Isolamento de E. coli ácido-resistentes em fezes de bovines submetidos à dieta de volumoso e concentrado. Dissertação. Universidade de Brasília. 60p., 2007.

    53. MOULIN-SCHOULEUR, M.; REPERANT, M.; LAURENT, S.; BREE,

    A.; MIGNON- GRASTEAU, S.; GERMON, P.; RASSCHAERT, D.; SCHOULER, C. Extra-intestinal pathogenic Escherichia coli of avian and human origin: link between phylogenetic relationships and common virulence patterns, Journal Clinical Microbiology. v. 45, p.3366-3376, 2007.

    54. NASCIMENTO, E.R. Micoplasmoses. In: BERCHIERI JR, A;

    MACARI, M. Doença das aves. Campinas: FACTA. Cap. 4, p. 217-224. 490p, 2000.

    55. NASCIMENTO, M. R.; STAMFORD, T. L. M. Incidência de

    Escherichia coli O157: H7 em alimentos. Higiene alimentar. v.14, n.70, p. 32-35, 2000.

    56. NATARO, J. P.; KAPER, J. B. Diarrheagenic Escherichia coli.

    Clinical Microbiology. v. 88 n. 1, 1998.

    57. OZAWA M., HARADA K., KOJIMA A., ASAI T. & SAMESHIMA T. Antimicrobial susceptibilities, serogroups, and molecular characterization of avian pathogenic Escherichia coli isolates in Japan. Avian Diseases. v. 52, n.3, p.392-397, 2008.

    58. PEIGHAMBARI, S. M.; VAILLANCOURT, J. P.; WILSON, R. A.;

    GYLES, C. L. Characteristics of Escherichia coli isolates from Avian Cellulitis. Avian Diseases. V. 39, n. 1, p.116-121, 1995.

    59. PIATTI, R. M; BALDASSI, L. Prevalência de Escherichia coli O78:

    K80 na microbiota de aves da região oeste do Estado de São Paulo. Arquivo Instituto Biológico, v.74, n.4, p.357-359, 2007.

    60. POURBAKHSH, S. A.; BOULIANNE, M.; MARTINEAU-DOIZ, B.; FAIRBROTHER, J. M. Virulence mechanisms of avian fimbriated

    http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis%7Cdatabase_name=TITLES%7Clist_type=title%7Ccat_name=ALL%7Cfrom=1%7Ccount=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Hig.%20aliment

  • Escherichia coli in experimentally inoculated chickens. Veterinary Microbiology. V. 58, p. 195-213, 1997a.

    61. POURBAKHSH, S. A.; DHO-MOULIN, M.; BRÉE, A.; DESAUTELS, C.; DOIZE, B. M.; FAIRBROTHER, J. M. Localization of the in vivo expression of P and F1 fimbriae in chickens experimentally inoculated with pathogenic Escherichia coli. Microbiology Pathogenesis, v. 22, p. 331-341, 1997b.

    62. REESE, S.; DALAMANI, G.; KASPERS, B. The avian lung-

    associated immune system: a review. Veterinary Research. V.37, p.311–324, 2006.

    63. RIBEIRO, M. G.; COSTA, E. O.; LEITE, D. S.; LANGONI, H.;

    JÚNIOR, F. G.; VICTÓRIA, C. F.; LISTONI, J. P. Fatores de virulência em linhagens de Escherichia coli isoladas de mastite bovina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.58, n.5, p.724-731, 2006.

    64. ROBINS-BROWNE, R.M.; HARTLAND, E.L. Contribution of

    Escherichia coli to diseases of the gastrointestinal tract. Journal of Gastroenterology and Hepatology. v.17 p.467-465, 2002.

    65. ROCHA, A. C. G. P. Genes associados à patogenicidade de

    Escherichia coli patogênica para aves (APEC) isoladas de frangos de corte com sintomatologia clínica respiratória. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 28, n.3, p. 183-186, 2008.

    66. RUSSEL, S. M. The effect of airsacculitis on bird weights, uniformity,

    fecal contamination, processing errors, and populations of Campylobacter spp. and Escherichia coli. Poultry Science, v. 82, p. 1326-1331, 2003.

    67. RUSSO T. A.; JOHNSON, J. R. Medical and economic impact of

    extraintestinal infections due to Escherichia coli: focus on an increasingly important endemic problem. Microbes Infection. V. 5, p.449-456, 2003.

    68. SCHREMMER, C.; LOHR, J. E.; WASTLHUBER, U.; KÖSTERS, J.;

    RAVELSHOFER, K.; STEINRÜCK, H.; WIELER, L. H. Enteropathogenic Escherichia coli in psittaciformes. Avian Pathology, v. 28, p. 349-354, 1999.

    69. SHERLEY, M.; GORDON, D. M.; COLLIGNON, P.J. Evolution of multi-resistance plasmids in Australian clinical isolates of Escherichia coli. Microbiology. v. 150, n. 5, p.1539-1546, 2004.

    70. SKYBERG, J. A.; HORNE, S. M.; GIDDINGS, C. W.; WOOLEY, R.

    E.; GIBBS, P. S. NOLAN, L. K. Characterizing Avian Escherichia coli Isolates with Multiplex Polymerase Chain Reaction. Avian Diseases, v. 47, n. 4, p. 1441–1447, 2003.

  • 71. TIVENDALE, K.A .; ALLEN, J.L.; GINNS, C. A.; CRABB, B. S.;

    BROWNING, G.F. Association of iss and iucA, but not tsh, with plasmid-mediated virulence of avian pathogenic Escherichia coli. Infection and Immunity, v. 72, n. 11, p. 6554-6560, 2004.

    72. VAN DEN BOGAARD, A.E.; LONDON, N.; DRIESSEN, C.;

    STOBBERINGH, E.E. Antibiotic resistance of faecal Escherichia coli in poultry, poultry farmers and poultry slaughterers. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 47, p. 763-771, 2001.

    73. VANDEMAELE, F. J.; MUGASA, J. P.; VANDEKERCHOVE, D.;

    GODDEERIS, B. M. Corrigendum to Predominance of the papGII allele with high sequence homology to that of human isolates among avian pathogenic Escherichia coli (APEC). Veterinary Microbiology. V. 97, n. 3-4, p. 245-257, 2003.

    74. VIDOTTO, M. C. B; NAVARRO, H. R.; GAZIRI, L. C. J. Adherence

    pili of pathogenic strains of avian Escherichia coli. Veterinary Microbiology. V. 59, p.79-87, 1997.

    75. VIEIRA, M. A. M. Ilhas de patogenicidade. O mundo da saúde, v.

    33, n.4, p. 406-414, 2009. 76. WANG, Z.; LUO, T.; ROEDER, R. G. Bioorganic & Medicinal.

    Chemistry Letters. v.7, 1997. 77. YANG, H.; CHEN, S.; WHITE, D.G.; ZHAO, S.; MCDERMOTT, P.;

    WALKER, R.; MENG, J. Characterization of multiple-antimicrobial-resistant Escherichia coli isolates from diseased chickens and swine in China. Journal of Clinical Microbiology, v. 42, n. 8, p. 3483-3489, 2004.

    78. ZANATTA, G. F; KANASHIRO, A. M. I.; CASTRO, A. G. M.;

    CARDOSO, A. L .S. P.; TESSARI, E. N. C. Suscetibilidade de amostras de Escherichia coli de origem aviária a antimicrobianos. Arquivo Instituto Biológico. v.71, n.3, p.283-286, 2004.