diretrizes curriculares_curso de adm

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CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RESOLUÇÃO Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 2005. (*) Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração, bacharelado, e dá outras providências. O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º, § 2º, alínea “c”, da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, tendo em vista as diretrizes e os princípios fixados pelos Pareceres CNE/CES n os 776/97 e 583/2001, bem como considerando o que consta dos Pareceres CNE/CES n os 67/2003; 134/2003, 210/2004 e 23/2005, homologados pelo Senhor Ministro de Estado da Educação, respectivamente, em 2/6/2003, 9/9/2003, 24/9/2004 e 3/6/2005, resolve: Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração, bacharelado, a serem observadas pelas Instituições de Ensino Superior em sua organização curricular. Art. 2º A organização do curso de que trata esta Resolução se expressa através do seu projeto pedagógico, abrangendo o perfil do formando, as competências e habilidades, os componentes curriculares, o estágio curricular supervisionado, as atividades complementares, o sistema de avaliação, o projeto de iniciação científica ou o projeto de atividade, como Trabalho de Curso, componente opcional da instituição, além do regime acadêmico de oferta e de outros aspectos que tornem consistente o referido projeto pedagógico. § 1º O Projeto Pedagógico do curso, além da clara concepção do curso de graduação em Administração, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e sua operacionalização, abrangerá, sem prejuízo de outros, os seguintes elementos estruturais: I - objetivos gerais do curso, contextualizados em relação às suas inserções institucional, política, geográfica e social; II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso; III - cargas horárias das atividades didáticas e da integralização do curso; IV - formas de realização da interdisciplinaridade; V - modos de integração entre teoria e prática; VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem; VII - modos de integração entre graduação e pós-graduação, quando houver; VIII - incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e como instrumento para a iniciação científica; IX - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado, suas diferentes formas e condições de realização, observado o respectivo regulamento; X - concepção e composição das atividades complementares; e, XI - inclusão opcional de trabalho de curso sob as modalidades monografia, projeto de iniciação científica ou projetos de atividades, centrados em área teórico-prática ou de formação profissional, na forma como estabelecer o regulamento próprio. § 2º Com base no princípio de educação continuada, as IES poderão incluir no Projeto Pedagógico do curso, o oferecimento de cursos de pós-graduação lato sensu, nas respectivas modalidades, de acordo com as efetivas demandas do desempenho profissional. (*) Resolução CNE/CES 4/2005. Diário Oficial da União, Brasília, 19 de julho de 2005, Seção 1, p. 26

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  • CONSELHO NACIONAL DE EDUCAOCMARA DE EDUCAO SUPERIOR

    RESOLUO N 4, DE 13 DE JULHO DE 2005. (*)

    Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao emAdministrao, bacharelado, e d outras providncias.

    O Presidente da Cmara de Educao Superior do Conselho Nacional deEducao, no uso de suas atribuies legais, com fundamento no art. 9, 2, alnea c, daLei n 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redao dada pela Lei n 9.131, de 25 denovembro de 1995, tendo em vista as diretrizes e os princpios fixados pelos PareceresCNE/CES nos 776/97 e 583/2001, bem como considerando o que consta dos PareceresCNE/CES nos 67/2003; 134/2003, 210/2004 e 23/2005, homologados pelo Senhor Ministro deEstado da Educao, respectivamente, em 2/6/2003, 9/9/2003, 24/9/2004 e 3/6/2005, resolve:

    Art. 1 A presente Resoluo institui as Diretrizes Curriculares Nacionais doCurso de Graduao em Administrao, bacharelado, a serem observadas pelas Instituies deEnsino Superior em sua organizao curricular.

    Art. 2 A organizao do curso de que trata esta Resoluo se expressa atravs doseu projeto pedaggico, abrangendo o perfil do formando, as competncias e habilidades, oscomponentes curriculares, o estgio curricular supervisionado, as atividades complementares,o sistema de avaliao, o projeto de iniciao cientfica ou o projeto de atividade, comoTrabalho de Curso, componente opcional da instituio, alm do regime acadmico de oferta ede outros aspectos que tornem consistente o referido projeto pedaggico.

    1 O Projeto Pedaggico do curso, alm da clara concepo do curso degraduao em Administrao, com suas peculiaridades, seu currculo pleno e suaoperacionalizao, abranger, sem prejuzo de outros, os seguintes elementos estruturais:

    I - objetivos gerais do curso, contextualizados em relao s suas inseresinstitucional, poltica, geogrfica e social;

    II - condies objetivas de oferta e a vocao do curso;III - cargas horrias das atividades didticas e da integralizao do curso;IV - formas de realizao da interdisciplinaridade;V - modos de integrao entre teoria e prtica;VI - formas de avaliao do ensino e da aprendizagem;VII - modos de integrao entre graduao e ps-graduao, quando houver;VIII - incentivo pesquisa, como necessrio prolongamento da atividade de

    ensino e como instrumento para a iniciao cientfica; IX - concepo e composio das atividades de estgio curricular supervisionado,

    suas diferentes formas e condies de realizao, observado o respectivo regulamento;X - concepo e composio das atividades complementares; e,XI - incluso opcional de trabalho de curso sob as modalidades monografia,

    projeto de iniciao cientfica ou projetos de atividades, centrados em rea terico-prtica oude formao profissional, na forma como estabelecer o regulamento prprio.

    2 Com base no princpio de educao continuada, as IES podero incluir noProjeto Pedaggico do curso, o oferecimento de cursos de ps-graduao lato sensu, nasrespectivas modalidades, de acordo com as efetivas demandas do desempenho profissional.

    (*) Resoluo CNE/CES 4/2005. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 19 de julho de 2005, Seo 1, p. 26

  • 3 As Linhas de Formao Especficas nas diversas reas da Administrao noconstituem uma extenso ao nome do curso, como tambm no se caracterizam como umahabilitao, devendo as mesmas constar apenas no Projeto Pedaggico.

    Art. 3 O Curso de Graduao em Administrao deve ensejar, como perfildesejado do formando, capacitao e aptido para compreender as questes cientficas,tcnicas, sociais e econmicas da produo e de seu gerenciamento, observados nveisgraduais do processo de tomada de deciso, bem como para desenvolver gerenciamentoqualitativo e adequado, revelando a assimilao de novas informaes e apresentandoflexibilidade intelectual e adaptabilidade contextualizada no trato de situaes diversas,presentes ou emergentes, nos vrios segmentos do campo de atuao do administrador.

    Art. 4 O Curso de Graduao em Administrao deve possibilitar a formaoprofissional que revele, pelo menos, as seguintes competncias e habilidades:

    I - reconhecer e definir problemas, equacionar solues, pensar estrategicamente,introduzir modificaes no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e generalizarconhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da tomada dedeciso;

    II - desenvolver expresso e comunicao compatveis com o exerccioprofissional, inclusive nos processos de negociao e nas comunicaes interpessoais ouintergrupais;

    III - refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produo, compreendendo suaposio e funo na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento;

    IV - desenvolver raciocnio lgico, crtico e analtico para operar com valores eformulaes matemticas presentes nas relaes formais e causais entre fenmenosprodutivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo crtico ecriativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais;

    V - ter iniciativa, criatividade, determinao, vontade poltica e administrativa,vontade de aprender, abertura s mudanas e conscincia da qualidade e das implicaesticas do seu exerccio profissional;

    VI - desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experinciacotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuao profissional, em diferentesmodelos organizacionais, revelando-se profissional adaptvel;

    VII - desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar projetos emorganizaes; e

    VIII - desenvolver capacidade para realizar consultoria em gesto e administrao,pareceres e percias administrativas, gerenciais, organizacionais, estratgicos e operacionais.

    Art. 5 Os cursos de graduao em Administrao devero contemplar, em seusprojetos pedaggicos e em sua organizao curricular, contedos que revelem inter-relaescom a realidade nacional e internacional, segundo uma perspectiva histrica e contextualizadade sua aplicabilidade no mbito das organizaes e do meio atravs da utilizao detecnologias inovadoras e que atendam aos seguintes campos interligados de formao:

    I - Contedos de Formao Bsica: relacionados com estudos antropolgicos,sociolgicos, filosficos, psicolgicos, tico-profissionais, polticos, comportamentais,econmicos e contbeis, bem como os relacionados com as tecnologias da comunicao e dainformao e das cincias jurdicas;

    II - Contedos de Formao Profissional: relacionados com as reas especficas,envolvendo teorias da administrao e das organizaes e a administrao de recursoshumanos, mercado e marketing, materiais, produo e logstica, financeira e oramentria,sistemas de informaes, planejamento estratgico e servios;

  • III - Contedos de Estudos Quantitativos e suas Tecnologias: abrangendo pesquisaoperacional, teoria dos jogos, modelos matemticos e estatsticos e aplicao de tecnologiasque contribuam para a definio e utilizao de estratgias e procedimentos inerentes administrao; e

    IV - Contedos de Formao Complementar: estudos opcionais de cartertransversal e interdisciplinar para o enriquecimento do perfil do formando.

    Art. 6 A organizao curricular do curso de graduao em Administraoestabelecer expressamente as condies para a sua efetiva concluso e integralizaocurricular, de acordo com os seguintes regimes acadmicos que as Instituies de EnsinoSuperior adotarem: regime seriado anual, regime seriado semestral, sistema de crditos commatrcula por disciplina ou por mdulos acadmicos, com a adoo de pr-requisitos, atendidoo disposto nesta Resoluo.

    Art. 7 O Estgio Curricular Supervisionado um componente curriculardirecionado consolidao dos desempenhos profissionais desejados inerentes ao perfil doformando, devendo cada instituio, por seus Colegiados Superiores Acadmicos, aprovar ocorrespondente regulamento, com suas diferentes modalidades de operacionalizao.

    1 O estgio de que trata este artigo poder ser realizado na prpria instituiode ensino, mediante laboratrios que congreguem as diversas ordens prticas correspondentesaos diferentes pensamentos das Cincias da Administrao.

    2 As atividades de estgio podero ser reprogramadas e reorientadas de acordocom os resultados terico-prticos, gradualmente reveladas pelo aluno, at que osresponsveis pelo acompanhamento, superviso e avaliao do estgio curricular possamconsider-lo concludo, resguardando, como padro de qualidade, os domnios indispensveisao exerccio da profisso.

    3 Optando a instituio por incluir no currculo do Curso de Graduao emAdministrao o Estgio Supervisionado de que trata este artigo dever emitir regulamentaoprpria, aprovada pelo seu Conselho Superior Acadmico, contendo, obrigatoriamente,critrios, procedimentos e mecanismos de avaliao, observado o disposto no pargrafoprecedente.

    Art. 8 As Atividades Complementares so componentes curriculares quepossibilitam o reconhecimento, por avaliao, de habilidades, conhecimentos e competnciasdo aluno, inclusive adquiridas fora do ambiente escolar, incluindo a prtica de estudos eatividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade, especialmente nasrelaes com o mundo do trabalho e com as aes de extenso junto comunidade.

    Pargrafo nico. As Atividades Complementares se constituem componentescurriculares enriquecedores e implementadores do prprio perfil do formando, sem que seconfundam com estgio curricular supervisionado.

    Art. 9 O Trabalho de Curso um componente curricular opcional da Instituioque, se o adotar, poder ser desenvolvido nas modalidades de monografia, projeto de iniciaocientfica ou projetos de atividades centrados em reas terico-prticas e de formaoprofissional relacionadas com o curso, na forma disposta em regulamento prprio.

    Pargrafo nico. Optando a Instituio por incluir no currculo do curso degraduao em Administrao o Trabalho de Curso, nas modalidades referidas no caput desteartigo, dever emitir regulamentao prpria, aprovada pelo seu conselho superior acadmico,contendo, obrigatoriamente, critrios, procedimentos e mecanismos de avaliao, alm dasdiretrizes tcnicas relacionadas com a sua elaborao.

    Art. 10. A carga horria mnima dos cursos de graduao ser estabelecida emResoluo da Cmara de Educao Superior.

  • Art. 11. As Diretrizes Curriculares Nacionais desta Resoluo devero serimplantadas pelas Instituies de Educao Superior, obrigatoriamente, no prazo mximo dedois anos, aos alunos ingressantes, a partir da publicao desta.

    Pargrafo nico. As IES podero optar pela aplicao das DCN aos demais alunosdo perodo ou ano subseqente publicao desta.

    Art. 12. Esta Resoluo entrar em vigor na data de sua publicao, ficandorevogada a Resoluo CFE n 2, de 4 de outubro de 1993, e a Resoluo CNE/CES n 1, de 2de fevereiro de 2004.

    EDSON DE OLIVEIRA NUNESPresidente da Cmara de Educao Superior