direto do campo 28
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Os meses que antecedem o período de seca no Brasil é um período destinado à programação da fase de terminação de bovinos na pecuária de corte. Essa fase pode ser realizada a pasto ou em confinamento, o que irá depender de importantes fatores como: estrutura disponível na fazenda, número de animais a serem terminados, disponibilidade de forragem e alimentos concentrados, peso dos animais e peso estimado ao abate, mão de obra disponível, etc.
A terminação a pasto é um sistema mais simples e que não requer altos investimentos em estrutura, máquinas e mão de obra, por outro lado é indicada para um número menor de animais uma vez que a lotação adotada nas águas deve ser reduzida no período de seca para permitir uma oferta adequada de volumoso, mesmo que de qualidade inferior. O suplemento utilizado nesse sistema de terminação deve suprir praticamente toda a exigência nutricional do animal uma vez que a forragem entra na dieta apenas como fonte de fibra para auxiliar na atividade de ruminação.
Já a terminação em confinamento requer uma estrutura física específica para a manutenção dos animais em área restrita que possibilite o fornecimento de alimento e água, assim como boas condições de bem estar e ambiência. Recomenda-se para esse sistema a seleção dos lotes de animais mais pesados da propriedade e o planejamento alimentar deve ser de acordo com o peso de abate esperado para o final do período.
Quando a opção do pecuarista é pelo confinamento, o interessante é que o sistema seja dividido em duas etapas, pré-confinamento e confinamento, para um melhor resultado:
faSe PRÉ-Confinamento O pré-confinamento tem como principal objetivo adaptar os animais para o confinamento uma vez que mudanças bruscas de ambiente e principalmente de alimentação ocorrerão nessa fase posterior. É indicado que essa fase seja realizada a pasto, com boa disponibilidade de alimentos, o que resultará em maior ganho de peso, adaptação ao manejo de suplementação além da adaptação ruminal à nova dieta concentrada. A prática da suplementação pré-confinamento deve priorizar suplementos de maior consumo, tais como os proteico-energéticos (BellPeso SV), em que o consumo pode variar de 0,3 a 0,5% do peso vivo. Dependendo do peso inicial dos animais, da intensidade da suplementação, da época do ano, da qualidade e da oferta pastagem, os ganhos no pré-confinamento podem variar de 0,6 a 1,2 kg/dia. Vale ressaltar o ganho de peso a pasto dilui o custo da arroba colocada em confinamento por ter menor custo de suplementação.
Na tabela 1 é apresentado um desempenho esperado para um bovino suplementado com mineral convencional ou BellPeso SV (protéico-energético) na fase pré-confinamento.
tabela 1. Viabilidade econômica da suplementação com Mineral convencional e Protéico-energética no período pré-confinamento.
Para animais de mesmo peso (320 kg) no início da suplementação, aqueles que foram suplementados com BellPeso SV apresentaram um ganho de 35 kg a mais que os animais suplementados com mineral convencional para os 100 dias pré-confinamento. Isso possibilitou reduzir em 25 dias o período de confinamento.
Ao somarmos os custos de suplementação (pasto + confinamento), a produção dos animais que receberam suplementação protéico-energética foi R$ 38,05 mais barata que os animais que receberam suplementação mineral.
O estabelecimento de lotes nessa fase também é uma importante
estratégia de manejo pois possibilita o estabelecimento da hierarquia
entre os animais o que reduz o estresse de adaptação à presença de novos animais nos lotes de confinamento.
Ainda no período pré-confinamento devem ser realizados os manejos zoo-sanitários tais como: vacinação (aftosa e clostridioses), vermifugação para endo e ecotparasitas, pesagem e apartação para formação de lotes.
Durante esse período onde se realiza o pré-confinamento deve ser feita a programação e compra de alimentos concentrados, a checagem da quantidade de alimento volumoso disponível (produzido no ano anterior) para o período todo de confinamento. Algumas outras atividades importantes de serem feitas nesse período:
manutenção de máquinas e equipamentos;
Preparo da mão de obra que irá atuar no confinamento;
Planejamento e confecção das dietas para as diferentes faixas de peso;
Controle do estoque de alimentos.
28ª edição |Junho 2013informativo Bellman para Difusão de tecnologia | bellman.com.br
ConDiCionamento De BoVinoS PaRa Confinamento
Suplemento Mineral BellPeso SV
SUPLEMENTAÇÃO A PASTOPeso vivo inicial (kg) 320 320Peso vivo final (kg) 370 405Período de suplementação (dias) 100 100Ganho médio diário (kg/cab./dia) 0.5 0.85Consumo do suplemento (kg/cab./dia) 0.06 1.087Custo do suplemento (R$/kg) R$ 1.16 R$ 0.91 Custo total da suplementação (R$) R$ 6.96 R$ 98.92 CONFINAMENTOPeso vivo inicial (kg) 370 405 Peso de abate (kg) 500 500Ganho de peso em confinamento (kg) 1.4 1.4Rendimento de carcaça (%) 54% 54%Dias para engordar uma arroba 19.8 19.8Período de confinamento (dias) 93 68Diária do confinamento (alimentação + operacional) R$ 5.20 R$ 5.20 CUSTO DO CONFINAMENTO R$ 482.86 R$ 352.86
CUSTO FINAL DA SUPLEMENTAÇÃO R$ 489.82 R$ 451.77
ConfinamentoPor definição, confinamento é um sistema de produção, em que os bovinos são mantidos em área restrita, e onde água e alimentos são fornecidos no cocho. O início do confinamento é caracterizado principalmente pela mudança da composição química e física dos alimentos ingeridos pelos bovinos, pelo adensamento animal, movimentação constante de máquinas e pessoas, que podem influenciar diretamente o grau de estresse.
O dimensionamento para construção de instalações adequadas é indispensável para garantir o bem estar animal. O terreno deve apresentar declividade de 2 a 5% para permitir o escoamento de águas das chuvas e evitar acúmulo de lama. O escoamento da água deve ser do lado oposto à linha de cocho, na parte baixa do terreno. Calçar as áreas próximas ao cocho e bebedouro ajuda a reduzir a produção de lama (Figura 1).
figura 1. Calçamento na beira do cocho para evitar barro.
figura 2. Padronização dos lotes.
A área do confinamento e a lotação também são fatores que podem influenciar o desempenho dos animais. Para garantir bem estar e proporcionar bom desempenho recomenda-se área interna de 10 a 15m²/cabeça. A formação dos lotes deve ser limitada entre 100 e 120 animais para evitar disputas por dominância e evitar a produção de barro. O espaçamento de cocho necessário para o volume de alimentos fornecido por dia deve ser de 50 a 60 cm lineares /cabeça.
A quantidade de água ingerida varia com o tipo de alimento consumido, temperatura e umidade ambiente. Para dias com temperatura media de 25ºC, a ingestão de água é de aproximadamente 10% do peso vivo. O espaçamento necessário no bebedouro é de 3 cm lineares/ cabeça e alta vazão no abastecimento. É indispensável a construção de um reservatório para estocagem de água para 3 a 4 dias. A limpeza dos bebedouros deve ser feita a cada 3 dias ou sempre a que água se apresentar suja.
O sombreamento de parte do curral pode minimizar o estresse gerado pelo calor e beneficiar o desempenho animal (Figura 5). O sombreamento pode ser feito com árvores ou telas. A construção de sombras projetadas no sentido norte-sul, faz com que a sombra mude de posição ao longo do dia em função da posição do sol. Isto possibilita a secagem das fezes e urinas, e evita o acúmulo de barro. A área sombreada deve proporcionar acesso de todos os animais ao mesmo tempo.
A combinação de animais debilitados, excesso de poeira, clima seco, dias quentes, noites frias e aglomeração de animais são situações favoráveis para a ocorrência de pneumonia. A pneumonia é uma doença respiratória que ocorre com freqüência nos primeiros dias de confinamentos. Os sintomas característicos da pneumonia são secreção purulenta nas narinas, olhos fundos e pescoço esticado. A instalação de aspersores minimiza a produção de poeira e melhora o bem estar animal.
A formulação da dieta e a qualidade da mistura final da dieta formulada são também são imprescindíveis para o sucesso do confinamento.
Para qualquer informação que se fizer necessária, consulte nosso departamento técnico ( [email protected])
Indíce Bellman de Custo de Produção - CriaSistema de produção CST CCTEstação de monta Não SimÍndice de prenhez 70,5% 84,1%Produtividade (@/há de área útil) 3,43 4,24Taxa de desfrute 20,9% 23,0%Peso desmama (@) 6,00 7,00
SP
Custo de produção do bezerro R$ 515,18 R$ 585,78 Lucro médio por bezerros desmamados R$ 268,72 R$ 328,77 Lucratividade (%) 21,07% 23,35%Rentabilidade (%) 0,56% 0,75%
MT
Custo de produção do bezerro R$ 495,76 R$ 569,77 Lucro médio por bezerros desmamados R$ 231,71 R$ 278,95 Lucratividade (%) 16,52% 18,31%Rentabilidade (%) 0,87% 1,18%
REBT: Recria e Engorda com Baixa Tecnologia/ REMT: Recria e Engorda com Média Tecnologia/ REAT: Recria e Engorda com Alta Tecnologia
CST: Cria Sem Tecnologia/CCT: Cria Com Tecnologia
Estes cálculos não consideram juros sobre os ativos e patrimônio liquido
Lucratividade: Lucro sobre Receita/ Rentabilidade: Lucro sobre Patrimônio Líquido
Estes cálculos não consideram juros sobre os ativos e patrimônio liquido
Departamento de P&DBellman nutrição animal
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Índice Bellman de Custo de Produção - Recria e Engorda
Sistema de produção REBT REMT REAT
Produtividade (@/ha área útil) 5,58 12,07 36,79
Taxa de desfrute 40,0% 50,0% 85,7%
SP
Custo da @ engordada
R$ 104,31 R$ 90,93 R$ 95,42
Lucro por ha/ano (R$)
(R$ 7,94) R$ 78,09 R$ 226,76
Lucratividade (%) -1,76% 8,62% 4,58%
Rentabilidade (%) -0,11% 0,94% 1,27%
MT
Custo da @ engordada
R$ 100,01 R$ 87,30 R$ 91,06
Lucro por ha/ano (R$)
(R$ 27,98) R$ 24,62 (R$ 111,19)
Lucratividade(%) -8,71% 3,00% -4,07%
Rentabilidade (%) -0,98% 0,56% -1,62%
Luís Henrique andreucci Conti Supervisor Técnico - Nutreco Brasil
figura 5. Ganho de peso de novilhas com disponibilidade de sombra (SOMB) e sem disponibilidade (SOL) de sombra (Chiquetelli Neto, 2001)