direito penal i - parte 1

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DIREITO PENAL I CRIME é um fato: - típico; - antijurídico (ilícito); - culpável.

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slides sobre antijuridicidade, estado de necessidade e legitima defesa

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Page 1: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

CRIME é um fato:

- típico;

- antijurídico (ilícito);

- culpável.

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DIREITO PENAL I

ANTIJURIDICIDADE(ilicitude)

- contrariedade entre a conduta e o ordenamento jurídico, causando uma lesão a um bem jurídico protegido;

- Antijuridicidade formal: contrariedade à norma;- Antijuridicidade material: afetação de um bem jurídico;

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DIREITO PENAL I

ANTIJURIDICIDADE(ilicitude)

Os tipos penais, através da sua redação abstrata, constituem mandatos ou proibições:

- deverás prestar socorro – omissão socorro;- é proibido matar outrem;

Se o sujeito contraria o mandato ou a proibição contida no tipo penal, e o fato é considerado típico, significa que esse fato, provavelmente, será antijurídico.

Page 4: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

ANTIJURIDICIDADE(ilicitude)

Requisitos da antijuridicidade:- tipicidade penal: se o fato é típico, significa

que contraria uma norma jurídica e, portanto, presume-se que também seja ilícito;

- ausência de causas de justificação: inexistência de uma causa que afaste a ilicitude da conduta.

Page 5: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Causas de exclusão da antijuridicidade:

- causas legais:- legítima defesa;- estado de necessidade;- exercício regular de direito;- estrito cumprimento de dever legal.

- causas supralegais:- consentimento do ofendido.

Page 6: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Causas de exclusão da antijuridicidade:

As causas excludentes da ilicitude constituem expressão das normas permissivas uma vez que justificam um comportamento típico.

Quando estiver presente uma causa excludente da antijuridicidade significa que o fato, embora seja típico, tem sua prática autorizada pelo direito.

Ex: art. 23 do CP.

Page 7: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Estado de necessidade

“Art. 24 Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que nao provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.”

É o sacrifício de um interesse juridicamente protegido, para salvar de perigo atual e inevitável o direito do próprio agente ou de terceiro, desde que outra conduta, nas circunstâncias concretas, não era razoavelmente exigível.

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:A) perigo atual ou iminente: - perigo: probabilidade concreta de ocorrer um dano ou uma lesão;

- atual: que está ocorrendo;- iminente: está prestes a ocorrer (não está expressamente

previsto, mas segundo o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência, o perigo iminente também caracteriza o estado de necessidade, eis que perigo iminente também é atual);- fonte do perigo: ação humana, animais, força da natureza;- perigo provocado pelo agente: o perigo não pode ter sido provocado pela vontade do agente; discussão doutrinária e jurisprudencial quanto ao agente que age culposamente.

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:B) Ameaça a direito próprio ou alheio:- direito: sentido amplo, abrange qualquer bem jurídico: vida, liberdade, integridade física, liberdade sexual;- estado de necessidade próprio: o sujeito age para salvaguardar o seu direito em detrimento de outra pessoa;- estado de necessidade de terceiro: o sujeito age para salvaguardar o direito de um terceiro em detrimento de outra pessoa; mas somente quando o bem jurídico em jogo for indisponível;

Page 10: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:

C) Inevitabilidade do comportamento lesivo:- a lesão a um bem jurídico somente encontra justificativa para afastar a ilicitude quando inevitável, e na medida dessa inevitabilidade;- somente se acolhe o estado de necessidade quando a ação típica constitui o único meio de preservar o bem jurídico ameaçado pelo perigo;- deve ser empregado o meio menos gravoso;- se há outro modo de evitar a lesão, não há estado de necessidade;

Somente se admite o sacrifício de um bem jurídico se a salvação do outro bem jurídico só possa ser alcançada com esse sacrifício.

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:

D): Inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado:-este requisito também é chamado de ponderação de bens, uma vez que no estado de necessidade se verifica um conflito entre dois bens jurídicos legítimos;

bem preservado bem sacrificadovida x vida (igual valor)vida x liberdade (maior valor)

patrimônio x vida (menor valor)

- proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico do agente e a gravidade da lesão que o agente vai causar em face de seu estado de necessidade;

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:

D): Inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado:

- Teoria Unitária: aplica a causa de justificação em qualquer hipótese, independentemente de os bens jurídicos terem valor diferente; teoria adotada pela legislação brasileira;

- se o bem preservado for de menor valor: artigo 24, parágrafo 2o CP: Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.

- Teoria Diferenciadora: aplica a causa de justificação quando o bem jurídico preservado tem maior ou igual valor que o bem jurídico sacrificado; na hipótese de o bem jurídico preservado ter menor valor que o bem jurídico sacrificado poderá ocorreu exclusão da culpabilidade, por inexibilidade de conduta diversa.

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:

E): Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo:

- não pode, em regra, alegar o estado de necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo;- esse requisito deve ser conjugado com o princípio da razoabilidade (bombeiro que está salvando o patrimônio, não pode ser obrigado a sacrificar sua vida);- ex.: policiais, bombeiros, salva-vidas; - dever contratual e moral: prevalece a regra do parágrafo 2o do artigo 24, Código Penal.

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade – requisitos:

F): Elemento subjetivo:

- consciência da situação justificante;- a agente pratica o fato ilícito “para salvar de perigo atual …..” logo, a norma penal prevê que o sujeito age com essa finalidade;

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DIREITO PENAL I

Estado de necessidade

Estado de necessidade defensivo: a contuta típica é dirigida contra a coisa que promove o perigo.

Ex.: sujeito mata o animal que está por lhe atacado ferozmente;

Estado de necessidade agressivo: quando a conduta típica é dirigida contra coisa diversa daquela que provém o perigo;

Ex.: - sujeito subtrai um veículo para socorrer pessoa gravemente ferida; (*nem precisaria entrar na antijuridicidade pode ser furto de uso) - sujeito colide seu veículo em outro estacionado para evitar acidente mais grave em se seria abalroado por um caminhão desgovernado.

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DIREITO PENAL I

Legítima defesa

Art. 25 Entende-se em legítima defesa que, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Ninguém pode ser obrigado a suportar o injusto. (Zafaroni)A legítima defesa caracteriza a possibilidade de um indivíduo se

utilizar de uma conduta defensiva quando estiver diante de uma agressão juridicamente injustificada.

A legítima defesa constitui um direito natural de defesa, um ato instintivo de auto-preservação exercido de forma imediata e moderada pela pessoa injustamente agredida.

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DIREITO PENAL I Legítima defesa – requisitos:

A) Agressão atual ou iminente, e injusta:

-agressão injusta: ato humano que lesa ou coloca em perigo um bem juridicamente protegido;-pode decorrer de uma conduta comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa;- todos os bens que sofrerem agressão são passíveis de defesa: vida, liberdade, integridade física, patrimônio, honra – MAS COM OS MEIOS NECESSÁRIO E COM MODERAÇÃO.

OBS: - não é possível agir em legítima defesa contra atos de animais (pode caracterizar estado de necessidade);

- não é possível alegar legítima defesa contra atos de inimputáveis ou de isentos de pena.

- atual ou iminente: a conduta do agente deve ser imediato à agressão.

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DIREITO PENAL I

Legítima defesa – requisitos:

B) Direito próprio ou olheio:

Para que a ação seja considerada legitimamente defensiva, a conduta do agente deve ter a finalidade de direito próprio ou de alheio.

A vontade do agente deve estar direcionada à proteção de algum bem jurídico, seu ou de outrem, que está sofrendo injusta agressão.

- legítima defesa própria;- legítima defesa de terceiro: qualquer pessoa física

ou jurídica; somente quando o bem foi indisponível.

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DIREITO PENAL I

Legítima defesa – requisitos:

B) Utilização moderada dos meios necessários:

O agente deve repelir a injusta agressão empregando “moderadamente os meios necessários”.

Para Zaffaroni: a moderação corresponde à proporcionalidade entre o mal que o agente que se defende pretende evitar e o mal que aquele que agride quer causar – análise conjuntural entre a ação e a reação;

É preciso questionar se para preservar um bem jurídicamente protegido era justificável agredir outro bem jurídico.-meios necessários: são os meios eficazes e suficientes para repelir a agressão injusta que está acontecendo ou prestes a acontecer; são os meios que o agente dispõe no momento em que está repelindo a agressão injusta; se dispuser de vários meios, deve empregar o menos gravoso; -moderação: intensidade de aplicação dos meios, sob pena de incorrer em excesso; o agente não deve empregar os meios que dispõe com intensidade além do necessário para fazer cessar o perito atual ou iminente.

Page 20: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Legítima defesa – requisitos:

D) Elemento subjetivo:

- consciência da situação justificante;- o agente deve ter a convicção de que sua conduta tem a finalidade de proteger um bem jurídico de uma agressão injusta, atual ou iminente;

- para ser aplicada esta excludente de ilicitude, o agente deve ter agido tendo consciência que está se defendendo de agressão injusta, atual ou iminente, que irá lesar um bem jurídico seu.

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DIREITO PENAL I

Estrito cumprimento do dever legal:

- a legislação penal não define essa excludente;- o agente pratica um comportamento lesivo a outra pessoa, mas age motivado por um comando legal.

- deveres morais, religiosos, sociais não estão abrangidos.- dever legal: abrange os deveres de intervenção do funcionário na esfera privada, para assegurar o cumprimento da lei ou a ordem legal de seus superiores;- não se pode reprimir um fato que é juridicamente autorizado, quando praticado dentro dos limites legais (esvaziamento da excludente de ilicitude … tipicidade conglobante, excludente da tipicidade))- elemento subjetivo: conhecimento do dever e a vontade de cumpri-lo.

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DIREITO PENAL I

Exercício regular de direito:

-a legislação penal não define essa excludente;-o sujeito realiza uma conduta típica, mas que também é permitida pelo ordenamento jurídico em vigor;- se a lei autoriza a praticar a agressão ao bem jurídico, não pode o direito penal punir quem praticou a agressão autorizada.- elemento subjetivo: consciência e vontade de agir conforme o direito que o ordenamento jurídico lhe reconhece.

Exemplos: - intervenções médicas e cirúrgicas: são prerrogativas da profissão, desde praticadas sem dolo ou

culpa;- violência esportiva;- ofendículos (instrumentos facilmente identificáveis usados para proteger o patrimônio; não

abrangem os dispositivos empregados como armadilhas)

Diferença: - estrito cumprimento do dever legal: dever de agir;- exercício regular de direito: faculdade de agir.

Page 23: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Exercício regular de direito:

O sujeito realiza uma conduta típica, mas que também é permitida pelo ordenamento jurídico em vigor.

Se a lei autoriza a praticar a agressão ao bem jurídico, não pode o direito penal punir quem praticou a agressão autorizada.

Elemento subjetivo: consciência e vontade de agir conforme o direito que o ordenamento jurídico lhe reconhece.

Diferença: - estrito cumprimento do dever legal: dever de agir;- exercício regular de direito: faculdade de agir

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DIREITO PENAL I

Figuras putativas: material - livro

Page 25: Direito Penal I - Parte 1

DIREITO PENAL I

Excesso punível:

Art. 20. […]Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

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DIREITO PENAL I

Consentimento do ofendido:Material - livro