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DIREITO FINANCEIRO
ORÇAMENTO PÚBLICO
I. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
São diretrizes de direito financeiro que aplicam-
se direta e imediatamente à confecção do
orçamento pelo Estado.
São normas especificamente voltadas à
elaboração do orçamento público.
1. Princípio da Exclusividade.
Art. 165, § 8º, da CF.
O objetivo do legislador constituinte foi o de
afastar a possibilidade de as leis orçamentárias
conterem previsões absolutamente estranhas
ao direito financeiro, tal como temas ligados ao
direito privado.
O dispositivo constitucional prevê duas
exceções ao princípio: autorizações para
a) a abertura de créditos suplementares
(possibilitar despesas não previstas ou
insuficientemente dotadas no orçamento) e
b) a contratação de operações de crédito
(possibilidade de o ente obter recursos
externos pelas vias do endividamento).
Em ambos os casos, não se verifica a presença
de elementos que fogem ao direito financeiro,
já que as duas hipóteses tratam de despesas a
serem realizadas, ou de receitas a serem
obtidas pelas vias de empréstimo.
2. Princípio da Universalidade.
Estabelece a necessidade de todas as receitas e
despesas estarem previstas na LOA (Princípio
do Orçamento Global).
Não só despesas e receitas, mas, também, os
objetivos, metas e metodologia que o Governo
pretende adotar na realização das despesas
previstas.
Art. 165, § 5º, da CF; Art. 6º, da Lei 4.320/1964.
Este princípio não impossibilita a criação e
exigência de tributos após a aprovação da lei
orçamentária. Isso decorre do fato de que não
há, na CF, exigência de cumprimento do
princípio da anualidade para exigência de
tributos (foi substituído, na CF88, pelo princípio
da anterioridade).
3. Princípio da Unidade.
Art. 2º, da Lei 4.320/1964.
Necessidade de haver um único orçamento
para cada ente da Federação, observada a
periodicidade anual (LOA).
Possibilidade de verificar todas as receitas e
todas as despesas a um só tempo e, ainda,
identificar a existência ou não de equilíbrio
orçamentário.
4. Princípio da Anualidade.
Refere-se estritamente à vigência dos
orçamentos (não se confunde com o princípio
tributário, não mais presente na Constituição).
Como regra, os orçamentos valerão para um
único exercício financeiro, que, atualmente,
compreende o intervalo entre 1º de janeiro a 31
de dezembro de cada ano (art. 34, da Lei
4.320/1964).
Permite a reavaliação anual das contas públicas
e as previsões respectivas.
Art. 2º, da Lei 4.420/1964.
Das 3 leis orçamentárias, PPA, LDO e LOA,
apenas a PPA não é uma lei anual (tem vigência
por 4 exercícios financeiros.
O PPA não é exceção ao princípio da
anualidade. Trata apenas de algumas despesas
específicas (a de capital e as relativas aos
programas de duração continuada). E, ainda
que a previsão das despesas seja relativa aos 4
próximos anos, sua execução observará o
exercício financeiro e será realizada pelas
regras estabelecidas na LDO e na LOA.
5. Princípio da Programação.
O orçamento não deve conter apenas
estimativas para as receitas e despesas do
próximo exercício financeiro, mas, também, a
previsão de objetivos e metas relacionados à
realização das necessidades públicas.
§§ 4º e 7º, do artigo 165, da CF.
Trata-se de utilizar os orçamentos não apenas
como instrumentos para a previsão de receitas
e despesas, mas, igualmente, como forma de
atingir objetivos almejados pelo legislador
constituinte.
6. Princípio do Equilíbrio Orçamentário.
Exigência relativa às contas públicas, que
deverão apresentar o mesmo montante
quando se trata de estimar as receitas e as
despesas.
Busca, dessa forma, a igualdade numérica
entre as entradas e saídas da administração,
afastando-se a presença de déficit ou
superávit.
Apesar de este princípio não se tratar de uma
diretriz constitucional, a busca pelo equilíbrio
está presente em suas disposições e, assim,
deve ser entendida com uma meta a ser
atingida na elaboração dos orçamentos.