direito econômico 2012

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Professor: DIOGO HENRIQUE OTERO DIREITO ECONÔMICO DIREITO ECONÔMICO Diogo Henrique Otero Diogo Henrique Otero [email protected] [email protected] Fone: (47) 3433-1058 Fone: (47) 3433-1058

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Page 1: Direito Econômico 2012

Professor: DIOGO HENRIQUE OTERO

DIREITO ECONÔMICODIREITO ECONÔMICO

Diogo Henrique OteroDiogo Henrique [email protected]@oteroadvogados.com.br

Fone: (47) 3433-1058Fone: (47) 3433-1058

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Dto. Econômico - ConceitosDto. Econômico - Conceitos

““Conjunto das técnicas jurídicas de que Conjunto das técnicas jurídicas de que lança mão o Estado contemporâneo na lança mão o Estado contemporâneo na realização de sua política econômica.” realização de sua política econômica.” Américo Luiz da Silva Martins.Américo Luiz da Silva Martins.

““É o direito das políticas públicas É o direito das políticas públicas econômicas, a regulação estatal da econômicas, a regulação estatal da economia, influenciado, orientando, economia, influenciado, orientando, estimulando, restringindo o estimulando, restringindo o comportamento dos atores econômicos”. – comportamento dos atores econômicos”. – Fernando Herren Aguillar. Fernando Herren Aguillar.

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Dto. Econômico - ConceitosDto. Econômico - Conceitos

““É o ramo do Direito que tem por É o ramo do Direito que tem por objeto a “jurisdicização”,ou seja, o objeto a “jurisdicização”,ou seja, o tratamento jurídico da política tratamento jurídico da política econômica e, por sujeito, o agente que econômica e, por sujeito, o agente que dela participe. Como tal é o conjunto dela participe. Como tal é o conjunto de normas de conteúdo econômico que de normas de conteúdo econômico que assegura a defesa e harmonia dos assegura a defesa e harmonia dos interesses individuais e coletivos, de interesses individuais e coletivos, de acordo com a ideologia adotada na acordo com a ideologia adotada na ordem jurídica.” – Washington Peluso ordem jurídica.” – Washington Peluso Albino de Souza.Albino de Souza.

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““...ramo do direito...”: ...ramo do direito...”: Trata-de de um ramo autônomo do Trata-de de um ramo autônomo do

Direito, ou seja, dispõe de sujeito, Direito, ou seja, dispõe de sujeito, objeto, normas e campos próprios, objeto, normas e campos próprios, que não permitem confundi-los com que não permitem confundi-los com os demais, compondo-se com eles os demais, compondo-se com eles em perfeita harmonia.em perfeita harmonia.

Nominalmente incluído na CF/88, art. Nominalmente incluído na CF/88, art. 24.24.

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““...tem por objeto...”...tem por objeto...” A busca da realização da justiça A busca da realização da justiça

exige que a realidade econômica, no exige que a realidade econômica, no estágio atual da vida social, seja estágio atual da vida social, seja tratada além dos limites dos conflitos tratada além dos limites dos conflitos dos interesses privados entre si, ou dos interesses privados entre si, ou destes em confronto com os destes em confronto com os interesses públicos. Revela-se a interesses públicos. Revela-se a necessidade do seu tratamento em necessidade do seu tratamento em dimensão de política econômica, na dimensão de política econômica, na qual ambos são envolvidos. qual ambos são envolvidos.

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““...a jurisdicização, ou o tratamento ...a jurisdicização, ou o tratamento jurídico da política econômica...”jurídico da política econômica...”

Política econômica é o conjunto de Política econômica é o conjunto de medidas postas em prática para medidas postas em prática para atender a objetivos econômicos. atender a objetivos econômicos. Deve ser juridicamente tratada, sob Deve ser juridicamente tratada, sob pena de prática arbitrária do poder, pena de prática arbitrária do poder, sem o devido respeito aos direitos sem o devido respeito aos direitos indispensáveis à vida social. indispensáveis à vida social.

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““e por sujeito o agente que dela e por sujeito o agente que dela participe...”participe...”

São agentes econômicos: os indivíduos, o São agentes econômicos: os indivíduos, o Estado, as empresas, os organismos Estado, as empresas, os organismos nacionais, internacionais e comunitários, nacionais, internacionais e comunitários, públicos e privados, dentre outros.públicos e privados, dentre outros.

O Direito Econômico tem como função O Direito Econômico tem como função harmonizar as atividades de cada um harmonizar as atividades de cada um destes agentes, configurando a relação de destes agentes, configurando a relação de Direito Econômico.Direito Econômico.

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““conjunto de normas de conteúdo conjunto de normas de conteúdo econômico...”econômico...”

Normas programáticas: portadoras Normas programáticas: portadoras de enunciados e orientações.de enunciados e orientações.

Normas premiais: aplicadas a Normas premiais: aplicadas a estímulos e incentivos.estímulos e incentivos.

Normas objetivo: Finalidade como Normas objetivo: Finalidade como objetivo do Direito. objetivo do Direito.

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““..assegura a defesa e a harmonia ..assegura a defesa e a harmonia dos interesses individuais e dos interesses individuais e coletivos…coletivos…

O Direito Econômico se preocupa O Direito Econômico se preocupa com o direito do indivíduo enquanto com o direito do indivíduo enquanto unidade dentro da sociedade e em unidade dentro da sociedade e em suas relações particulares com os suas relações particulares com os demais, quanto com a função deste demais, quanto com a função deste indivíduo dentro da sociedade, em indivíduo dentro da sociedade, em termos de bem-estar coletivo.termos de bem-estar coletivo.

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“…“…de acordo com a ideologia de acordo com a ideologia adotada…”adotada…”

Ideologia constitucionalmente Ideologia constitucionalmente adotada.adotada.

“…“…utiliza-se do princípio da utiliza-se do princípio da economicidade…”economicidade…”

Linha de maior vantagem econômica Linha de maior vantagem econômica na busca pela justiça. na busca pela justiça.

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Ordem jurídico-política-econômicaOrdem jurídico-política-econômica

Devemos analisar o Direito Econômico sob uma Devemos analisar o Direito Econômico sob uma óptica conjunta de ordem política, econômica e óptica conjunta de ordem política, econômica e jurídica.jurídica.

Ordem política: reúne os elementos que definem Ordem política: reúne os elementos que definem sistemas e regimes políticos, inseridos na sistemas e regimes políticos, inseridos na Constituição Federal. Formam a ideologia política Constituição Federal. Formam a ideologia política de uma nação.de uma nação.

Ordem econômica: princípios econômicos que, Ordem econômica: princípios econômicos que, em harmonia, apresentam uma concepção em harmonia, apresentam uma concepção teórica do modelo Econômico.teórica do modelo Econômico.

Ordem jurídica: conjunto de normas da disciplina Ordem jurídica: conjunto de normas da disciplina jurídica que, em harmonia, define a concepção jurídica que, em harmonia, define a concepção teórica e o Direito vigente.teórica e o Direito vigente.

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Ordem jurídico-política-econômica Ordem jurídico-política-econômica e política econômicae política econômica

A ordem jurídico-política-econômica exprime A ordem jurídico-política-econômica exprime a política econômica posta em prática.a política econômica posta em prática.

Essas medidas legais vão desde a atividade Essas medidas legais vão desde a atividade produtiva, envolvendo cada fator da produção produtiva, envolvendo cada fator da produção ou cada produto, passando pelo sistema de ou cada produto, passando pelo sistema de circulação e de repartição de riquezas. circulação e de repartição de riquezas.

No Brasil, particularmente, se oferece o No Brasil, particularmente, se oferece o desafio de de instituconalizar normas desafio de de instituconalizar normas econômicas que levem concomitantemente à econômicas que levem concomitantemente à Justiça Social.Justiça Social.

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Direito Econômico e Direito da Direito Econômico e Direito da EconomiaEconomia

A Análise Econômica do Direito implica nas A Análise Econômica do Direito implica nas análises de atos e fatos de acordo com as regras análises de atos e fatos de acordo com as regras da Ciência econômica, o que resultará naquilo da Ciência econômica, o que resultará naquilo economicamente certo.economicamente certo.

Essa informação é passada ao jurista, que faz Essa informação é passada ao jurista, que faz ponderações sócio-jurídico-econômicas, a fim de ponderações sócio-jurídico-econômicas, a fim de concluir o “justo”.concluir o “justo”.

A decisão do jurista, portanto, não se detém ao A decisão do jurista, portanto, não se detém ao “certo econômico” obtido a partir de expressões “certo econômico” obtido a partir de expressões matemáticas. Visa o “certo-justo” das teorias matemáticas. Visa o “certo-justo” das teorias econômicas aplicadas à realidade social jungida econômicas aplicadas à realidade social jungida às normas jurídicas, baseando-se no princípio da às normas jurídicas, baseando-se no princípio da economicidade.economicidade.

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Princípio da EconomicidadePrincípio da Economicidade João Bosco Leopoldino da Fonseca:João Bosco Leopoldino da Fonseca: ““O princípio da economicidade é o critério que O princípio da economicidade é o critério que

condiciona as escolhas que o mercado ou o condiciona as escolhas que o mercado ou o Estado, ao regular a atividade econômica, Estado, ao regular a atividade econômica, devem fazer constantemente, de tal sorte que o devem fazer constantemente, de tal sorte que o resultado final seja sempre mais vantajoso aos resultado final seja sempre mais vantajoso aos custos sociais envolvidos. Nessas escolhas, custos sociais envolvidos. Nessas escolhas, estarão sempre presentes os critérios da estarão sempre presentes os critérios da quantidade e qualidade, de cujo confronto o ato quantidade e qualidade, de cujo confronto o ato será praticado. As ações econômicas não podme será praticado. As ações econômicas não podme tender, a nível social, somente à obtenção da tender, a nível social, somente à obtenção da maior quantidade possível de bens, mas à maior quantidade possível de bens, mas à melhor qualidade de vida.”melhor qualidade de vida.”

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Norma de Direito EconômicoNorma de Direito Econômico

Fernando Herren Aguillar divide as normas Fernando Herren Aguillar divide as normas em duas: normas de competência e em duas: normas de competência e normas instrumentais.normas instrumentais.

Normas de competência: são responsáveis Normas de competência: são responsáveis pela determinação dos limites de pela determinação dos limites de atribuição do Estado na tarefa de atribuição do Estado na tarefa de organizar o mercado, tanto do ponto de organizar o mercado, tanto do ponto de vista objetivo quanto subjetivo.vista objetivo quanto subjetivo.

Normas instrumentais: constituem as Normas instrumentais: constituem as próprias políticas públicas implementadas próprias políticas públicas implementadas pelo Estado por meio de normas jurídicas.pelo Estado por meio de normas jurídicas.

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Normas de CompetênciaNormas de Competência

As normas de competência podem ser As normas de competência podem ser divididas em: subjetiva e objetiva.divididas em: subjetiva e objetiva.

Subjetiva: determinam os agentes estatais Subjetiva: determinam os agentes estatais juridicamente qualificados para produzir juridicamente qualificados para produzir normas de Direito Econômico ou implementá-normas de Direito Econômico ou implementá-las. las. Ex: CF/88 - Arts. 21 a 24.Ex: CF/88 - Arts. 21 a 24. Também são normas de competência subjetiva Também são normas de competência subjetiva

aquelas que, por sucessão de atribuições aquelas que, por sucessão de atribuições deleguem poderes a este ou aquele agente estatal deleguem poderes a este ou aquele agente estatal para o desempenho de regular a economia. para o desempenho de regular a economia.

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Normas de CompetênciaNormas de Competência

Objetiva: são aquelas que fixam limites Objetiva: são aquelas que fixam limites concretos, além dos quais a ação do concretos, além dos quais a ação do Estado é vedada pelo Direito. Estado é vedada pelo Direito. Tais normas podem ser consubstanciadas Tais normas podem ser consubstanciadas

em princípios constitucionais – liberdade de em princípios constitucionais – liberdade de iniciativa privada – ou regras específicas iniciativa privada – ou regras específicas que estabelecem procedimentos ou que estabelecem procedimentos ou restrições reguladores da ação concreta do restrições reguladores da ação concreta do Estado na organização da economia. Estado na organização da economia.

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Normas InstrumentaisNormas Instrumentais

As normas intrumentais podem se As normas intrumentais podem se manifestar no controle direto da manifestar no controle direto da atividade econômica ou no atividade econômica ou no influenciamento não compulsório de influenciamento não compulsório de agentes econômicos a adotar ou agentes econômicos a adotar ou deixar de adotar determinadas deixar de adotar determinadas práticas.práticas.

Podme ser divididas em normas de Podme ser divididas em normas de controle econômico ou de polícia controle econômico ou de polícia econômica:econômica:

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Normas de Controle Econômico: Normas de Controle Econômico: O Estado regula a atividade econômica O Estado regula a atividade econômica

estabelecendo demarcações e requisitos estabelecendo demarcações e requisitos para certas práticas, ou então para certas práticas, ou então acrescentando variáveis normalmente acrescentando variáveis normalmente estranhas ao mercado.estranhas ao mercado.

Normas de Polícia Econômica: Normas de Polícia Econômica: O Estado atua mediante técnicas de O Estado atua mediante técnicas de

repressão de práticas abusivas de repressão de práticas abusivas de mercados, ao sancionar mercados, ao sancionar comportamentos não tolerados por lei.comportamentos não tolerados por lei.

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Competência para legislar sobre Competência para legislar sobre Direito EconômicoDireito Econômico

Competência concorrente:Competência concorrente: União, Estados e o Distrito Federal – Art. 24, I.União, Estados e o Distrito Federal – Art. 24, I. Competência da União para estabelecer normas gerais, Competência da União para estabelecer normas gerais,

não excluindo delas a competência suplementar dos não excluindo delas a competência suplementar dos Estados.Estados.

Não existindo Normas Gerais sobre determinado tema, Não existindo Normas Gerais sobre determinado tema, os Estados exercerão competência legislativa plena os Estados exercerão competência legislativa plena sobre as suas peculiaridades, ficando a sua eficácia sobre as suas peculiaridades, ficando a sua eficácia suspensa, na superveniência da lei federal. suspensa, na superveniência da lei federal.

E os Municípios?E os Municípios? Poderes para resolver problemas de interesse local (art. Poderes para resolver problemas de interesse local (art.

30, I), e suplementar à legislação federal e estadual no 30, I), e suplementar à legislação federal e estadual no que couber (art. 30, II). – Lei 10.257/01 – Estatuto da que couber (art. 30, II). – Lei 10.257/01 – Estatuto da Cidade.Cidade.

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Direito Constitucional EconômicoDireito Constitucional Econômico

O Direito Constitucional Econômico implica O Direito Constitucional Econômico implica na análise das normas “jurídicas” inseridas na análise das normas “jurídicas” inseridas no contexto constitucional que trata da no contexto constitucional que trata da política econômica do Estado.política econômica do Estado.

Os efeitos da Constituição Econômica na Os efeitos da Constituição Econômica na Ordem Jurídica traduzem-se na legislação Ordem Jurídica traduzem-se na legislação ordinária que se amplia e diversifica. ordinária que se amplia e diversifica.

Neste caso, a atividade econômica gera Neste caso, a atividade econômica gera uma fértil produção legislativa, que uma fértil produção legislativa, que procura atendê-la. procura atendê-la.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Constituição de 1824:Constituição de 1824: Ideologia liberal – abertura dos portos ao Ideologia liberal – abertura dos portos ao

comércio mundialcomércio mundial Reconhecimento dos trabalhos dos escravos.Reconhecimento dos trabalhos dos escravos. Direito de Propriedade em sua plenitude.Direito de Propriedade em sua plenitude. Liberdade de indústria, comércio, propriedade Liberdade de indústria, comércio, propriedade

sobre inventos e desapropriação mediante sobre inventos e desapropriação mediante indenização.indenização.

Poder econômico refletido no poder político: Poder econômico refletido no poder político: exclusão do direito de votar determinada exclusão do direito de votar determinada renda anual.renda anual.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Constituição de 1891:Constituição de 1891: Ideologia liberalIdeologia liberal Competência exclusiva da União para Competência exclusiva da União para

instituição de bancos e criação e instituição de bancos e criação e manutenção de alfândegas.manutenção de alfândegas.

Direito inviolável à propriedade, salvo Direito inviolável à propriedade, salvo desapropriação mediante indenização desapropriação mediante indenização prévia.prévia.

Livre exercício de qualquer profissão Livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial.moral, intelectual e industrial.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Período de 1930 a 1934.Período de 1930 a 1934. Período fértil da legislação econômica.Período fértil da legislação econômica. Decretos-Leis lançaram a base da Decretos-Leis lançaram a base da

passagem do Liberalismo para o passagem do Liberalismo para o Neoliberalismo, inicialmente com Neoliberalismo, inicialmente com tendência estatizante e tendência estatizante e regulamentadora.regulamentadora.

Legislações sobre juros e práticas Legislações sobre juros e práticas intervencionistas.intervencionistas.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Constituição de 1934:Constituição de 1934: Adoção, pela primeira vez, de uma constituição Adoção, pela primeira vez, de uma constituição

econômica, sistematizada em grupo de artigos econômica, sistematizada em grupo de artigos – Ordem Econômica e Social.– Ordem Econômica e Social.

Consagrou a justiça e as necessidades da vida Consagrou a justiça e as necessidades da vida nacional, possibilitando a todos uma existência nacional, possibilitando a todos uma existência digna, e que funcione como limite à garantia digna, e que funcione como limite à garantia da liberdade econômica.da liberdade econômica.

Admite o monopólio, pelo Estado, de Admite o monopólio, pelo Estado, de determinada atividade econômica, reconhece determinada atividade econômica, reconhece os sindicatos e associações profissionais, os sindicatos e associações profissionais, estabelece proteção salarial ao trabalhador. estabelece proteção salarial ao trabalhador. Institui a Justiça do Trabalho. Institui a Justiça do Trabalho.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Constituição de 1937:Constituição de 1937: Titulação “Da Ordem Econômica”.Titulação “Da Ordem Econômica”. Fundamenta a riqueza e prosperidade nacional Fundamenta a riqueza e prosperidade nacional

na iniciativa individual, no poder de criação, de na iniciativa individual, no poder de criação, de organização ede invenção do indivíduo.organização ede invenção do indivíduo.

Legitima a intervenção do Estado no dominício Legitima a intervenção do Estado no dominício econômico para suprir as deficiências da econômico para suprir as deficiências da iniciativa individual e coordenar os fatores de iniciativa individual e coordenar os fatores de produção.produção.

Especificou os preceitos da legislação trabalhista.Especificou os preceitos da legislação trabalhista. Proibiu a usura.Proibiu a usura.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Constituição de 1946Constituição de 1946 Da Ordem Econômica e Social.Da Ordem Econômica e Social. Conciliação da liberdade de iniciativa com a Conciliação da liberdade de iniciativa com a

valorização do trabalho humano.valorização do trabalho humano. Admite a intervenção do Estado no domínio Admite a intervenção do Estado no domínio

econômico e o monopólio de determinada econômico e o monopólio de determinada atividade econômica, tendo por base o interesse atividade econômica, tendo por base o interesse público.público.

Condiciona o uso da propriedade ao bem-estar Condiciona o uso da propriedade ao bem-estar social.social.

Reprime toda forma de abuso econômico.Reprime toda forma de abuso econômico. Reconheceu o direito de greve.Reconheceu o direito de greve.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Constituição de 1967:Constituição de 1967: Da Ordem Econômica e Social:Da Ordem Econômica e Social: Destque à reforma agrária.Proibiu a greve Destque à reforma agrária.Proibiu a greve

nos serviços públicos.nos serviços públicos. Itervenção do Estado no Domínio Itervenção do Estado no Domínio

Econômico.Econômico. Limitou a produção de bens supérfluos.Limitou a produção de bens supérfluos. Manteve os direitos do trabalhador.Manteve os direitos do trabalhador. garantiu o monopólio da pesquisa e da garantiu o monopólio da pesquisa e da

extração do petróleo. extração do petróleo.

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As Constituições Econômicas As Constituições Econômicas BrasileirasBrasileiras

Emenda Constitucional de 1969:Emenda Constitucional de 1969: Estabeleceu aposentadoria com saláio Estabeleceu aposentadoria com saláio

integral e diferenciados para integral e diferenciados para professores e professoras.professores e professoras.

Admitiu a greve, com exceção dos Admitiu a greve, com exceção dos serviços públicos.serviços públicos.

Obrigou o voto na seleições sindicais.Obrigou o voto na seleições sindicais.

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

Constituição de 1988:Constituição de 1988: A Carta de 1988 inovou, tanto na abrangência A Carta de 1988 inovou, tanto na abrangência

da matéria, quanto na própria substância.da matéria, quanto na própria substância. Título: “Ordem Econômica e Financeira”.Título: “Ordem Econômica e Financeira”. Os preceitos econômicos encontram-se Os preceitos econômicos encontram-se

incluidos não somente no Título VII, mas incluidos não somente no Título VII, mas também em artigos esparsos como: Art. 1, I, II, também em artigos esparsos como: Art. 1, I, II, III e IIV, Art. 3, I, II, III e IV, Art. 4, § único, Art. III e IIV, Art. 3, I, II, III e IV, Art. 4, § único, Art. 5º, XII, XVII, XVIII, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XXIX, 5º, XII, XVII, XVIII, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XXIX, XXXII, LIV, LXXI, Art. 6, Art. 7, Art. 8, Art. 9, Art. XXXII, LIV, LXXI, Art. 6, Art. 7, Art. 8, Art. 9, Art. 10, Art. 11, Art. 21, X, Art. 24, I, Art. 37, XIX e 10, Art. 11, Art. 21, X, Art. 24, I, Art. 37, XIX e XX, Art. 103, §2, Art. 146-A, Art. 149, Art. 225. XX, Art. 103, §2, Art. 146-A, Art. 149, Art. 225.

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

Título VIITítulo VII Da Ordem Econômica e FinanceiraDa Ordem Econômica e Financeira Divisão em 4 Capítulos: Dos Divisão em 4 Capítulos: Dos

Princípios Gerais da Atividade Princípios Gerais da Atividade Econômica, Da política Urbana, Da Econômica, Da política Urbana, Da Política Agrícola e Fundiária e da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária e Do Sistema Reforma Agrária e Do Sistema Financeiro Nacional. Financeiro Nacional.

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

Princípios Gerais da Atividade Econômica:Princípios Gerais da Atividade Econômica: Art. 170. – Estabelece a estrutura geral do ordenamento Art. 170. – Estabelece a estrutura geral do ordenamento

jurídico-econômico.jurídico-econômico. Prevê uma sociedade capitalista moderna, na qual a Prevê uma sociedade capitalista moderna, na qual a

conciliação e composição dos titulares de capital e do trabalho conciliação e composição dos titulares de capital e do trabalho é uma necessidade a ser viabilizada pela atuação do Estado.é uma necessidade a ser viabilizada pela atuação do Estado.

CONSTITUCIONAL E ECONÔMICO – LIVRE INICIATIVA – CONSTITUCIONAL E ECONÔMICO – LIVRE INICIATIVA – PRODUÇÃO DE AÇÚCAR – LEI Nº 5.654/71 – AUTORIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE AÇÚCAR – LEI Nº 5.654/71 – AUTORIZAÇÃO E COTAS – RECEPÇÃO PELA CF/88 – 1. É firme a jurisprudência COTAS – RECEPÇÃO PELA CF/88 – 1. É firme a jurisprudência desta Corte no sentido da recepção, pela Carta Magna de desta Corte no sentido da recepção, pela Carta Magna de 1988, da Lei nº 5.654/71, a qual estabelece regime de cotas 1988, da Lei nº 5.654/71, a qual estabelece regime de cotas para o contingenciamento da produção açucareira, porquanto para o contingenciamento da produção açucareira, porquanto o texto constitucional prevê a intervenção estatal no domínio o texto constitucional prevê a intervenção estatal no domínio econômico, excepcionando desta forma o princípio da livre econômico, excepcionando desta forma o princípio da livre iniciativa (CF, artigo 170, parágrafo único). 2. Apelação e iniciativa (CF, artigo 170, parágrafo único). 2. Apelação e remessa oficial providas. (TRF 1ª R. – AMS 9401301344 – DF – remessa oficial providas. (TRF 1ª R. – AMS 9401301344 – DF – 3ª T.Supl. – Rel. Juiz Fed. Conv. Vallisney de Souza Oliveira – 3ª T.Supl. – Rel. Juiz Fed. Conv. Vallisney de Souza Oliveira – DJU 02.12.2004 – p. 30) JCF.170 DJU 02.12.2004 – p. 30) JCF.170

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

CONSTITUCIONAL. ECONÔMICO. CONSTITUCIONAL. ECONÔMICO. INTERVENÇÃO ESTATAL NA INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA: REGULAMENTAÇÃO E ECONOMIA: REGULAMENTAÇÃO E REGULAÇÃO DE SETORES REGULAÇÃO DE SETORES ECONÔMICOS: NORMAS DE ECONÔMICOS: NORMAS DE INTERVENÇÃO. LIBERDADE DE INTERVENÇÃO. LIBERDADE DE INICIATIVA. CF, art. 1º, IV; art. 170. INICIATIVA. CF, art. 1º, IV; art. 170. CF, art. 37, § 6º, I. (RE 442.941-2).CF, art. 37, § 6º, I. (RE 442.941-2).

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

Soberania nacional:Soberania nacional: Relação com o art. 1, I.Relação com o art. 1, I. O Estado poderá implantar livremente sua O Estado poderá implantar livremente sua

política econômica.política econômica. Propriedade Privada:Propriedade Privada:

Art. 5º, XXIII.Art. 5º, XXIII. Princípio típico das economias capitalistas, sem Princípio típico das economias capitalistas, sem

o qual não existiria segurança jurídica.o qual não existiria segurança jurídica. Função Social da Propriedade:Função Social da Propriedade:

Art. 5º, XXIII.Art. 5º, XXIII. A propriedade deve cumprir sua função social.A propriedade deve cumprir sua função social.

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

Livre Concorrência:Livre Concorrência: Regime da economia de mercado.Regime da economia de mercado. Competição de forma justa no mercado.Competição de forma justa no mercado. Garantido pelo Estado, por meio de agências Garantido pelo Estado, por meio de agências

reguladoras e de órgãos de defesa, como o CADE reguladoras e de órgãos de defesa, como o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).(Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Defesa do Consumidor:Defesa do Consumidor: Defesa de forma direta, no contexto micro econômico, e Defesa de forma direta, no contexto micro econômico, e

ampliada por meio da livre concorrência.ampliada por meio da livre concorrência. Defender o bem estar econômico do consumidor. Defender o bem estar econômico do consumidor.

Defesa do Meio Ambiente:Defesa do Meio Ambiente: Limitação da propriedade privada, destacadamente Limitação da propriedade privada, destacadamente

industrial e agrícola.industrial e agrícola.

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Constituição BrasileiraConstituição Brasileira

Redução das Desigualdades Regionais e Redução das Desigualdades Regionais e Sociais:Sociais: Benefício das regiões mais pobres.Benefício das regiões mais pobres. Art. 3º, III.Art. 3º, III.

Busca do pleno emprego:Busca do pleno emprego: Algo essencial à própria estrutura social capitalista.Algo essencial à própria estrutura social capitalista.

Tratamento favorecido para as empresas de Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte.pequeno porte. Forma de privilegiar o pequeno empreendedor. Forma de privilegiar o pequeno empreendedor.

Livre exercício da atividade econômica:Livre exercício da atividade econômica: Buscou afastar empecilhos burocráticos que Buscou afastar empecilhos burocráticos que

retardassem, dificultasse ou impedisseo exercício retardassem, dificultasse ou impedisseo exercício de qualquer atividade.de qualquer atividade.

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Princípios GeraisPrincípios Gerais

Art. 171. Art. 171. Revogado pela EC 06/1995.Revogado pela EC 06/1995. Originariamente definia o conceito e o Originariamente definia o conceito e o

tratamento da “empresa”.tratamento da “empresa”. A revogação importou na abertura facilitada às A revogação importou na abertura facilitada às

empresas multinacionais e às estrangeiras, na empresas multinacionais e às estrangeiras, na concorrência com as nacionais.concorrência com as nacionais.

Art. 172.Art. 172. Pela primeira vez incluido nos textos Pela primeira vez incluido nos textos

constitucionais brasileiros o tratamento ao constitucionais brasileiros o tratamento ao capital estrangeiro.capital estrangeiro.

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Princípios GeraisPrincípios Gerais

Art. 173. Art. 173. Com a modificação do § 1º, e a introdução dos Com a modificação do § 1º, e a introdução dos

incisos, ficou definitivamente afastado certas incisos, ficou definitivamente afastado certas regalias de flexibilidade e liberalidade burocráticas regalias de flexibilidade e liberalidade burocráticas que justificaram a origem das empresas públicas, que justificaram a origem das empresas públicas, sociedades de economia mista e de suas sociedades de economia mista e de suas subsidiárias.subsidiárias.

O § 4º, é um caso atípico. Apesar de ter O § 4º, é um caso atípico. Apesar de ter praticamente a mesma redação, a repressão ao praticamente a mesma redação, a repressão ao abuso de poder econômico passou de artigo à abuso de poder econômico passou de artigo à parágrafo. parágrafo.

O § 5º deixa claro a divisão de responsabilidade dos O § 5º deixa claro a divisão de responsabilidade dos dirigentes e das pessoas jurídicas.dirigentes e das pessoas jurídicas.

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Princípios GeraisPrincípios Gerais

Art. 174. Art. 174. A lei estabelece diretrizes e base de planejamento A lei estabelece diretrizes e base de planejamento

do desenvolvimento nacional equilibrado, do desenvolvimento nacional equilibrado, incorporando e compatibilizando planos nacionais incorporando e compatibilizando planos nacionais e regionais de desenvolvimento.e regionais de desenvolvimento.

Justifica neste artigo a possibilidade de criação Justifica neste artigo a possibilidade de criação das “agências reguladoras”, que são agentes das “agências reguladoras”, que são agentes privados que passam a desempenhar atividades privados que passam a desempenhar atividades habituais ao setor público, e atuar em setores de habituais ao setor público, e atuar em setores de interesse público.interesse público.

Cuida ainda do cooperativismo e da atividade Cuida ainda do cooperativismo e da atividade garimpeira.garimpeira.

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Princípios GeraisPrincípios Gerais

Art. 175Art. 175 Leis 8.897/95 e 9.074/95;Leis 8.897/95 e 9.074/95;

Art. 176Art. 176 Lei 8.901/94.Lei 8.901/94. Modificação com a EC 06/95, ampliando para empresas Modificação com a EC 06/95, ampliando para empresas

constiuídas dosb as leis brasileiras.constiuídas dosb as leis brasileiras. Art. 177Art. 177

Monopólio da União.Monopólio da União. Exceção ao monopólio – § 1º.Exceção ao monopólio – § 1º.

Art. 178Art. 178 Modificação com a EC 07/95. Modificação com a EC 07/95. Disposto – para lei disporá.Disposto – para lei disporá.

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Princípios GeraisPrincípios Gerais

Art. 179.Art. 179. Tratamento favorecido empresas de Tratamento favorecido empresas de

pequeno porte.pequeno porte. LC 123/2006.LC 123/2006.

Art. 180.Art. 180. Art. 181.Art. 181.

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Política UrbanaPolítica Urbana

Art. 182 e 183.Art. 182 e 183. Trata-se de política urbana e de sua execução Trata-se de política urbana e de sua execução

pelo Poder Municipal, com o objetivo de ordenar o pelo Poder Municipal, com o objetivo de ordenar o pelno desenvolvimento das funções sociais da pelno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar dos seus habitantes.cidade e garantir o bem-estar dos seus habitantes.

Lei 10.257/2001.Lei 10.257/2001. § 2º - Súmula 668/STF: § 2º - Súmula 668/STF: É inconstitucional a lei É inconstitucional a lei

municipal que tenha estabelecido, antes da municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.propriedade urbana.

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Política Agrícola e Fundiária e Política Agrícola e Fundiária e Reforma AgráriaReforma Agrária

Arts. 184 – 191.Arts. 184 – 191. Lei 8.171/91 – Política Agrícola.Lei 8.171/91 – Política Agrícola. Lei 8.629/93 - RLei 8.629/93 - Regulamentação dos egulamentação dos

dispositivos constitucionais relativos à dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária.reforma agrária.

Aplicação dos arts. 170 VII e 174 da Aplicação dos arts. 170 VII e 174 da CF.CF.

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Política Agrícola e Fundiária e Política Agrícola e Fundiária e Reforma AgráriaReforma Agrária

§ 1º. Considera-se racional e adequado o aproveitamento que § 1º. Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilização da terra e de eficiência na atinja os graus de utilização da terra e de eficiência na exploração especificados nos §§ 1º a 7º do artigo 6º desta lei.exploração especificados nos §§ 1º a 7º do artigo 6º desta lei.

§ 2º. Considera-se adequada a utilização dos recursos naturais § 2º. Considera-se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade.propriedade.

§ 3º. Considera-se preservação do meio ambiente a § 3º. Considera-se preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias do meio natural e da manutenção das características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades vizinhas.saúde e qualidade de vida das comunidades vizinhas.

§ 4º. A observância das disposições que regulam as relações § 4º. A observância das disposições que regulam as relações de trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos de trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como às disposições que contratos coletivos de trabalho, como às disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais.disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais.

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Política Agrícola e Fundiária e Política Agrícola e Fundiária e Reforma AgráriaReforma Agrária

A lei 8.171/91 disciplinou como objetivos:A lei 8.171/91 disciplinou como objetivos: Sistematizar a atuação do Estado em relação aos Sistematizar a atuação do Estado em relação aos

diversos segmentos, de modo a planejar em médio e diversos segmentos, de modo a planejar em médio e longo prazo com relação as incertezas do setor;longo prazo com relação as incertezas do setor;

Proteger o meio ambiente e recuperar os recursos Proteger o meio ambiente e recuperar os recursos naturais;naturais;

Promover a descentralização dos serviços públicos de Promover a descentralização dos serviços públicos de apoio ao setor rural;apoio ao setor rural;

Compatibilizar as ações de política agrária com as de Compatibilizar as ações de política agrária com as de reforma agrária.reforma agrária.

Estimular a agroindústria;Estimular a agroindústria; Cuidar da sanidade animal e vegetal e dos insumos, da Cuidar da sanidade animal e vegetal e dos insumos, da

qualidade dos produtose melhorar a renda e qualidade qualidade dos produtose melhorar a renda e qualidade da vida no meio rural.da vida no meio rural.

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Política Agrícola e Fundiária e Política Agrícola e Fundiária e Reforma AgráriaReforma Agrária

Planejamento Agrícola:Planejamento Agrícola: Tratamentos dos planos de safra e dos Tratamentos dos planos de safra e dos

planos plurianuais;planos plurianuais; Deverá prever a integração das Deverá prever a integração das

atividades de produção e transformação atividades de produção e transformação do setor agrícola.do setor agrícola.

Coordenado pelo Ministério da Coordenado pelo Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.Agricultura e Reforma Agrária.

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Política Agrícola e Fundiária e Política Agrícola e Fundiária e Reforma AgráriaReforma Agrária

Política de créditos e preços:Política de créditos e preços: Crédito Rural – instrumento de financiamento Crédito Rural – instrumento de financiamento

da atividade rural, envolvendo todos os da atividade rural, envolvendo todos os agentes financeiros.agentes financeiros.

Garantia de crédito rural pelo Poder Público, Garantia de crédito rural pelo Poder Público, aos produtores rurais assentados em áreas de aos produtores rurais assentados em áreas de reforma agrária.reforma agrária.

Garantia de preços mínimos por meio de Garantia de preços mínimos por meio de financiamentos da comercialização e da financiamentos da comercialização e da aquisição de produtos agrícolas amparados – aquisição de produtos agrícolas amparados – alimentos básicos.alimentos básicos.

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Política Agrícola e Fundiária e Política Agrícola e Fundiária e Reforma AgráriaReforma Agrária

Conselho Nacional de Política AgráriaConselho Nacional de Política Agrária Vinvulado ao Ministério da Agricultura.Vinvulado ao Ministério da Agricultura. Orientação e elaboração do plano de safra, Orientação e elaboração do plano de safra,

propositura de ajustamento e alterações na propositura de ajustamento e alterações na políticaagrícola e manutenção do sistema de políticaagrícola e manutenção do sistema de análise e informação sobre a análise e informação sobre a conjunturaeconômica e social da atividade conjunturaeconômica e social da atividade agrícola.agrícola.

Competência:Competência: União: orientação normativa, diretrizes União: orientação normativa, diretrizes

nacionais e execução das atividades legais.nacionais e execução das atividades legais. Estados e Distrito Federal: planejamento e Estados e Distrito Federal: planejamento e

execução, acompanhamento controle e execução, acompanhamento controle e avaliação das atividades específicas. avaliação das atividades específicas.

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Sistema Financeiro NacionalSistema Financeiro Nacional

Art. 192.Art. 192. Pela EC 40/2003, este artigo foi Pela EC 40/2003, este artigo foi

totalmente revogado, repetindo-se totalmente revogado, repetindo-se apenas a sua introdução.apenas a sua introdução.

Art. 52, ADCTs. Art. 52, ADCTs.

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O Direito Econômico e o Poder O Direito Econômico e o Poder EconômicoEconômico

Poder Econômico: forma de domínio no Poder Econômico: forma de domínio no relacionamento entre pessoas ou relacionamento entre pessoas ou entidades da mais diversa natureza.entidades da mais diversa natureza.

Condicionamento da política eocnômica à Condicionamento da política eocnômica à ideologia constitucional: forma de ideologia constitucional: forma de segurança para evitar a imposição das segurança para evitar a imposição das formas absolutistas de dominação formas absolutistas de dominação econômica.econômica.

Sujeito da atividade econômica: sujeito do Sujeito da atividade econômica: sujeito do ato de que resulta a afirmativa de poder.ato de que resulta a afirmativa de poder.

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Poder Econômico na Economia de Poder Econômico na Economia de MercadoMercado

Determinação da “troca” como instrumento Determinação da “troca” como instrumento da Economia de Mercado, aprimorada por da Economia de Mercado, aprimorada por instrumentos como moeda e o crédito.instrumentos como moeda e o crédito.

A atividade econômica era assegurada pela A atividade econômica era assegurada pela “concorrência” no mercado, competindo ao “concorrência” no mercado, competindo ao Estado abster-se de exercê-lo, salvo no Estado abster-se de exercê-lo, salvo no aspecto jurídico.aspecto jurídico.

Contrato como lei entre as partes.Contrato como lei entre as partes. Teoria Darwinista = a vitória, na Teoria Darwinista = a vitória, na

concorrência, definia o Poder econômico do concorrência, definia o Poder econômico do vencedor.vencedor.

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Poder Econômico e o Desequilíbrio Poder Econômico e o Desequilíbrio no contrato.no contrato.

Manipulação artificializavam os seus Manipulação artificializavam os seus resultados, modificando o mercado resultados, modificando o mercado normal da oferta e procura.normal da oferta e procura.

Assim, influenciavam drasticamente Assim, influenciavam drasticamente os preços, não mais referentes a os preços, não mais referentes a oferta e procura, mas sim resultado oferta e procura, mas sim resultado da imposição do ofertante sobre o da imposição do ofertante sobre o procurante ou vice-versa.procurante ou vice-versa.

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Vulnerabilidade da Livre Vulnerabilidade da Livre ConcorrênciaConcorrência

Concorrência: lei baseada na própria Concorrência: lei baseada na própria natureza das relações dos sujeitos natureza das relações dos sujeitos econômicos, tendo por objeto a econômicos, tendo por objeto a satisfação de suas necessidades.satisfação de suas necessidades.

Concorrência livre: princípiodo ideal Concorrência livre: princípiodo ideal liberal, sobr eo qual não se deve liberal, sobr eo qual não se deve pronunciar o Poder Público.pronunciar o Poder Público.

Vulnerabilidade no domínio dos mais Vulnerabilidade no domínio dos mais fortes: monopólio e monopsônio. fortes: monopólio e monopsônio.

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Lei da ConcentraçãoLei da Concentração Pelo fato da concorrência, e da necessidade Pelo fato da concorrência, e da necessidade

de sobreviver, o sujeito concorrente viu-se de sobreviver, o sujeito concorrente viu-se em uma situação complicada: crescer ou em uma situação complicada: crescer ou perecer.perecer.

Atualmente a concentração virou regra, Atualmente a concentração virou regra, passando a ser provocada mediante passando a ser provocada mediante intrumentos jurídicos como a fusão.intrumentos jurídicos como a fusão.

Outras formas de concentração: Acordo ou Outras formas de concentração: Acordo ou ajuste (cartel ou trust), Holdings – mesmo ajuste (cartel ou trust), Holdings – mesmo efeito para controle econômico.efeito para controle econômico.

Hodiernamente, vemos conglomerados de Hodiernamente, vemos conglomerados de diferentes modalidades empresariais, com o diferentes modalidades empresariais, com o objetivo de ganho mútuo.objetivo de ganho mútuo.

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Lei da ConcentraçãoLei da Concentração Efeito: um mercado mundial, com empresas Efeito: um mercado mundial, com empresas

multinacionais.multinacionais. Domínio do próprio Direito nacional de cada país, Domínio do próprio Direito nacional de cada país,

desafiando o jurista a encontrar soluções para tal desafiando o jurista a encontrar soluções para tal situação.situação.

Tendência do Poder Econômico se expandir dos Tendência do Poder Econômico se expandir dos limites nacionais para os supranacionais, ditando limites nacionais para os supranacionais, ditando as regras das economias e dos povos de forma as regras das economias e dos povos de forma igualitária.igualitária.

Para o Direito surgem as questões:Para o Direito surgem as questões: Como enfrentar esta situação?Como enfrentar esta situação? Quem pode e deve regulamentar tal fato econômico?Quem pode e deve regulamentar tal fato econômico? Qual o sujeito que exercerá o Poder Político de controle Qual o sujeito que exercerá o Poder Político de controle

deste Poder Econômico? deste Poder Econômico?

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Uso e Abuso do Poder EconômicoUso e Abuso do Poder Econômico

Em uma economia de plena Em uma economia de plena concorrência livre, todos os concorrência livre, todos os expedientes da sua prática expedientes da sua prática constituem “uso do poder constituem “uso do poder econômico”. Atividade lícita.econômico”. Atividade lícita.

Já o abuso, é derivado da Já o abuso, é derivado da desigualdade do poder econômico desigualdade do poder econômico das partes. Atividade ilícita.das partes. Atividade ilícita.

Neoliberalismo: justificativa do Neoliberalismo: justificativa do desequilíbrio, em razão da eficiência.desequilíbrio, em razão da eficiência.

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Mercado RelevanteMercado Relevante

Sempre será necessário delimitar o Sempre será necessário delimitar o conceito de mercado relevante quando conceito de mercado relevante quando analisarmos o direito de concorrência.analisarmos o direito de concorrência.

A importância do conceito de mercado A importância do conceito de mercado relevante está em se determinar o relevante está em se determinar o mercado em questão, para a mercado em questão, para a análiseconcorrencial de determinada análiseconcorrencial de determinada prática ou operação.prática ou operação.

Pode ser dividido em mercado relevante Pode ser dividido em mercado relevante material, gegográfico ou temporal.material, gegográfico ou temporal.

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Mercado RelevanteMercado Relevante Mercado Relevante Material:Mercado Relevante Material:

Compreende todos os produtos e serviços Compreende todos os produtos e serviços considerados pelos consumidores substituíveis considerados pelos consumidores substituíveis entre si em razão das suas caracterídticas, entre si em razão das suas caracterídticas, preços e utilização.preços e utilização.

As características dos produtos e serviços e o As características dos produtos e serviços e o modo como os consumidores percebem a modo como os consumidores percebem a capacidade de utilização destes produtos e capacidade de utilização destes produtos e serviços concorrem para a determinação do serviços concorrem para a determinação do mercado.mercado.

Identificada a necessidade do consumidor por Identificada a necessidade do consumidor por determinado produto ou serviço, deve-se determinado produto ou serviço, deve-se verificar se ele está disposto a substituí-lo. Se verificar se ele está disposto a substituí-lo. Se sim, estes produtos são fungíveis, perfazendo o sim, estes produtos são fungíveis, perfazendo o mesmo mercado material. mesmo mercado material.

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Mercado RelevanteMercado Relevante

Uma forma de verificar esta substitutibilidade é Uma forma de verificar esta substitutibilidade é o fenômeno da elasticidade cruzada, pelo qual o fenômeno da elasticidade cruzada, pelo qual o aumento do preço de determinado produto o aumento do preço de determinado produto ou serviço, leva a procura pelo outro.ou serviço, leva a procura pelo outro.

As autoridades de defesa da concorrência As autoridades de defesa da concorrência tendem a limitar, ao máximo possível, a tendem a limitar, ao máximo possível, a extensão dos mercados relevantes materiais, extensão dos mercados relevantes materiais, para que: (1) seja mais facilamente para que: (1) seja mais facilamente caracterizada a posição do agente dominador; caracterizada a posição do agente dominador; (2) os efeitos sejam potencializados; (3) as (2) os efeitos sejam potencializados; (3) as práticas não sejam consideradas de pouca práticas não sejam consideradas de pouca relevância. relevância.

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Mercado RelevanteMercado Relevante

Mercado relevante geográfico:Mercado relevante geográfico: Considera a área entendida como Considera a área entendida como

anticoncorrencial, ou mesmo a área anticoncorrencial, ou mesmo a área onde determinada operação econômica onde determinada operação econômica poderá produzir seus efeitos, mesmo poderá produzir seus efeitos, mesmo que potenciais.que potenciais.

É a área onde as relações concorrenciais É a área onde as relações concorrenciais se realizam. Nesta área o agente se realizam. Nesta área o agente econômico poderá aumentar seus econômico poderá aumentar seus preços e mesmo assim não perder um preços e mesmo assim não perder um número significativo de clientes.número significativo de clientes.

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Mercado RelevanteMercado Relevante

Análise:Análise: (1) o consumidor estaria disposto a deixar o local (1) o consumidor estaria disposto a deixar o local

onde está situado para adquirir o produto;onde está situado para adquirir o produto; (2) os custos de transporte deixariam os produtos (2) os custos de transporte deixariam os produtos

em condição de independência e indiferença em em condição de independência e indiferença em relação aos ofertadospor outras áreas;relação aos ofertadospor outras áreas;

(3) as características dos produtos permitiriam a (3) as características dos produtos permitiriam a comercialização em outras áreas;comercialização em outras áreas;

(4) os incentivos governamentais restringiriam a (4) os incentivos governamentais restringiriam a atuação de novos agentes econômicos;atuação de novos agentes econômicos;

(5) a existência de barreiras de entrada impediria (5) a existência de barreiras de entrada impediria o acesso de novos agentes econômicos.o acesso de novos agentes econômicos.

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Mercado RelevanteMercado Relevante

Mercaod relevante temporal:Mercaod relevante temporal: Dimensão temporal do mercado Dimensão temporal do mercado

relevante;relevante; Possibilidade de substituição em um Possibilidade de substituição em um

período mais longo, mas ainda período mais longo, mas ainda previsível, que efetivamente delimitará previsível, que efetivamente delimitará o exercício significativo do poder de o exercício significativo do poder de mercado.mercado.

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Sistema Brasileiro de Defesa da Sistema Brasileiro de Defesa da ConcorrênciaConcorrência

Convencionou-se denominar de SBDC os Convencionou-se denominar de SBDC os órgãos do governo competentes para atuar órgãos do governo competentes para atuar em todo o território nacional na prevenção em todo o território nacional na prevenção e repressão às infrações contra a ordem e repressão às infrações contra a ordem econômica, bem como na difusão da cultura econômica, bem como na difusão da cultura da defesa da concorrência.da defesa da concorrência.

É formado pela:É formado pela: SEAE – Secretaria de Acompanhamentos SEAE – Secretaria de Acompanhamentos

Econômicos da Fazenda.Econômicos da Fazenda. CADE – Conselho Administrativo de Defesa CADE – Conselho Administrativo de Defesa

Econômica.Econômica.

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CADECADE Primeira tentativa: Decreto-lei 7.666/45, com a Primeira tentativa: Decreto-lei 7.666/45, com a

Comissão de Administração do Direito Comissão de Administração do Direito Econômico.Econômico.

Aprovação ocorreu com a Lei 4.137/62, que Aprovação ocorreu com a Lei 4.137/62, que criava o Cade.criava o Cade.

Entre 1963 e 1990 a média de processos Entre 1963 e 1990 a média de processos mensais julgados pelo CADE foi de 1,4.mensais julgados pelo CADE foi de 1,4.

Entre 1992 e 1994, caiu para 1 processo.Entre 1992 e 1994, caiu para 1 processo. Entre 1994 e 1996 subiu para 2,3.Entre 1994 e 1996 subiu para 2,3. Entre 1996 e 1999 subiu para 31,3.Entre 1996 e 1999 subiu para 31,3. Em 2000 subiu para 55,2.Em 2000 subiu para 55,2. Em 2011 foram julgados mais de 74 processos. Em 2011 foram julgados mais de 74 processos.

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CADECADE A Lei 8.884/94, transforma o Conselho A Lei 8.884/94, transforma o Conselho

Administrativo de Defesa Econômica - CADE em Administrativo de Defesa Econômica - CADE em Autarquia, vinculado ao Ministério da Justiça, com Autarquia, vinculado ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, com jurisdição em sede e foro no Distrito Federal, com jurisdição em todo o território nacional.todo o território nacional.

Passa por grandes alterações com a aprovação Passa por grandes alterações com a aprovação da Lei 12.529/2011, que entrará em vigor no dia da Lei 12.529/2011, que entrará em vigor no dia 30 de maio de 2012. 30 de maio de 2012.

O Cade é constituído pelos seguintes órgãos: O Cade é constituído pelos seguintes órgãos: I - Tribunal Administrativo de Defesa Econômica; I - Tribunal Administrativo de Defesa Econômica; II - Superintendência-Geral; e II - Superintendência-Geral; e III - Departamento de Estudos Econômicos. III - Departamento de Estudos Econômicos.

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Tribunal Administrativo de Tribunal Administrativo de Defesa Econômica Defesa Econômica

O Tribunal Administrativo, órgão judicante, tem como membros O Tribunal Administrativo, órgão judicante, tem como membros um Presidente e seis Conselheiros escolhidos dentre cidadãos um Presidente e seis Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com mais de 30 (trinta) anos de idade, de notório saber jurídico com mais de 30 (trinta) anos de idade, de notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da ou econômico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal. República, depois de aprovados pelo Senado Federal.

O mandato do Presidente e dos Conselheiros é de 4 (quatro) O mandato do Presidente e dos Conselheiros é de 4 (quatro) anos, não coincidentes, vedada a recondução. Os cargos de anos, não coincidentes, vedada a recondução. Os cargos de Presidente e de Conselheiro são de dedicação exclusiva, não se Presidente e de Conselheiro são de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer acumulação, salvo as constitucionalmente admitindo qualquer acumulação, salvo as constitucionalmente permitidas. permitidas.

No caso de renúncia, morte, impedimento, falta ou perda de No caso de renúncia, morte, impedimento, falta ou perda de mandato do Presidente do Tribunal, assumirá o Conselheiro mais mandato do Presidente do Tribunal, assumirá o Conselheiro mais antigo no cargo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova antigo no cargo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem prejuízo de suas atribuições. § 4nomeação, sem prejuízo de suas atribuições. § 4oo No caso de No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Conselheiro, proceder-renúncia, morte ou perda de mandato de Conselheiro, proceder-se-á a nova nomeação, para completar o mandato do substituído. se-á a nova nomeação, para completar o mandato do substituído.

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Tribunal Administrativo de Tribunal Administrativo de Defesa EconômicaDefesa Econômica

As decisões do Tribunal serão tomadas por maioria, com a As decisões do Tribunal serão tomadas por maioria, com a presença mínima de 4 (quatro) membros, sendo o quorum presença mínima de 4 (quatro) membros, sendo o quorum de deliberação mínimo de 3 (três) membros. de deliberação mínimo de 3 (três) membros.

As decisões do Tribunal não comportam revisão no âmbito As decisões do Tribunal não comportam revisão no âmbito do Poder Executivo, promovendo-se, de imediato, sua do Poder Executivo, promovendo-se, de imediato, sua execução e comunicando-se, em seguida, ao Ministério execução e comunicando-se, em seguida, ao Ministério Público, para as demais medidas legais cabíveis no âmbito Público, para as demais medidas legais cabíveis no âmbito de suas atribuições. de suas atribuições.

As autoridades federais, os diretores de autarquia, As autoridades federais, os diretores de autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista fundação, empresa pública e sociedade de economia mista federais e agências reguladoras são obrigados a prestar, sob federais e agências reguladoras são obrigados a prestar, sob pena de responsabilidade, toda a assistência e colaboração pena de responsabilidade, toda a assistência e colaboração que lhes for solicitada pelo Cade, inclusive elaborando que lhes for solicitada pelo Cade, inclusive elaborando pareceres técnicos sobre as matérias de sua competência. pareceres técnicos sobre as matérias de sua competência.

Professor: DIOGO HENRIQUE OTERO

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Tribunal Administrativo de Tribunal Administrativo de Defesa EconômicaDefesa Econômica

Compete ao Plenário do Tribunal, dentre outras atribuições previstas nesta Lei: Compete ao Plenário do Tribunal, dentre outras atribuições previstas nesta Lei: I - zelar pela observância desta Lei e seu regulamento e do regimento interno; I - zelar pela observância desta Lei e seu regulamento e do regimento interno; II - decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as II - decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as

penalidades previstas em lei; penalidades previstas em lei; III - decidir os processos administrativos para imposição de sanções III - decidir os processos administrativos para imposição de sanções

administrativas por infrações à ordem econômica instaurados pela administrativas por infrações à ordem econômica instaurados pela Superintendência-Geral; Superintendência-Geral;

IV - ordenar providências que conduzam à cessação de infração à ordem IV - ordenar providências que conduzam à cessação de infração à ordem econômica, dentro do prazo que determinar; econômica, dentro do prazo que determinar;

V - aprovar os termos do compromisso de cessação de prática e do acordo em V - aprovar os termos do compromisso de cessação de prática e do acordo em controle de concentrações, bem como determinar à Superintendência-Geral que controle de concentrações, bem como determinar à Superintendência-Geral que fiscalize seu cumprimento; fiscalize seu cumprimento;

VI - apreciar, em grau de recurso, as medidas preventivas adotadas pelo VI - apreciar, em grau de recurso, as medidas preventivas adotadas pelo Conselheiro-Relator ou pela Superintendência-Geral; Conselheiro-Relator ou pela Superintendência-Geral;

VII - intimar os interessados de suas decisões; VII - intimar os interessados de suas decisões; VIII - requisitar dos órgãos e entidades da administração pública federal e VIII - requisitar dos órgãos e entidades da administração pública federal e

requerer às autoridades dos Estados, Municípios, do Distrito Federal e dos requerer às autoridades dos Estados, Municípios, do Distrito Federal e dos Territórios as medidas necessárias ao cumprimento desta Lei; Territórios as medidas necessárias ao cumprimento desta Lei;

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Tribunal Administrativo de Tribunal Administrativo de Defesa EconômicaDefesa Econômica

IX - contratar a realização de exames, vistorias e estudos, aprovando, em IX - contratar a realização de exames, vistorias e estudos, aprovando, em cada caso, os respectivos honorários profissionais e demais despesas de cada caso, os respectivos honorários profissionais e demais despesas de processo, que deverão ser pagas pela empresa, se vier a ser punida nos processo, que deverão ser pagas pela empresa, se vier a ser punida nos termos desta Lei; termos desta Lei;

X - apreciar processos administrativos de atos de concentração econômica, X - apreciar processos administrativos de atos de concentração econômica, na forma desta Lei, fixando, quando entender conveniente e oportuno, na forma desta Lei, fixando, quando entender conveniente e oportuno, acordos em controle de atos de concentração; acordos em controle de atos de concentração;

XI - determinar à Superintendência-Geral que adote as medidas XI - determinar à Superintendência-Geral que adote as medidas administrativas necessárias à execução e fiel cumprimento de suas administrativas necessárias à execução e fiel cumprimento de suas decisões; decisões;

XII - requisitar serviços e pessoal de quaisquer órgãos e entidades do Poder XII - requisitar serviços e pessoal de quaisquer órgãos e entidades do Poder Público Federal; Público Federal;

XIII - requerer à Procuradoria Federal junto ao Cade a adoção de XIII - requerer à Procuradoria Federal junto ao Cade a adoção de providências administrativas e judiciais; providências administrativas e judiciais;

XIV - instruir o público sobre as formas de infração da ordem econômica; XIV - instruir o público sobre as formas de infração da ordem econômica; XV - elaborar e aprovar regimento interno do Cade, dispondo sobre seu XV - elaborar e aprovar regimento interno do Cade, dispondo sobre seu

funcionamento, forma das deliberações, normas de procedimento e funcionamento, forma das deliberações, normas de procedimento e organização de seus serviços internos; organização de seus serviços internos;

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Tribunal Administrativo de Tribunal Administrativo de Defesa EconômicaDefesa Econômica

XVI - propor a estrutura do quadro de pessoal do Cade, XVI - propor a estrutura do quadro de pessoal do Cade, observado o disposto no observado o disposto no inciso II do caput do art. 37 da Constituição Federal; ;

XVII - elaborar proposta orçamentária nos termos desta Lei; XVII - elaborar proposta orçamentária nos termos desta Lei; XVIII - requisitar informações de quaisquer pessoas, órgãos, XVIII - requisitar informações de quaisquer pessoas, órgãos,

autoridades e entidades públicas ou privadas, respeitando autoridades e entidades públicas ou privadas, respeitando e mantendo o sigilo legal quando for o caso, bem como e mantendo o sigilo legal quando for o caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias ao determinar as diligências que se fizerem necessárias ao exercício das suas funções; e exercício das suas funções; e

XIX - decidir pelo cumprimento das decisões, compromissos XIX - decidir pelo cumprimento das decisões, compromissos e acordose acordos

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Page 71: Direito Econômico 2012

Superintendência GeralSuperintendência Geral O Cade terá em sua estrutura uma Superintendência-Geral, com 1 O Cade terá em sua estrutura uma Superintendência-Geral, com 1

(um) Superintendente-Geral e 2 (dois) Superintendentes-Adjuntos, (um) Superintendente-Geral e 2 (dois) Superintendentes-Adjuntos, cujas atribuições específicas serão definidas em Resolução.cujas atribuições específicas serão definidas em Resolução.

O Superintendente-Geral será escolhido dentre cidadãos com mais de O Superintendente-Geral será escolhido dentre cidadãos com mais de 30 (trinta) anos de idade, notório saber jurídico ou econômico e 30 (trinta) anos de idade, notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeado pelo Presidente da República, depois de reputação ilibada, nomeado pelo Presidente da República, depois de aprovado pelo Senado Federal. aprovado pelo Senado Federal.

§ 2§ 2oo O Superintendente-Geral terá mandato de 2 (dois) anos, permitida O Superintendente-Geral terá mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução para um único período subsequente. a recondução para um único período subsequente.

§ 3§ 3oo Aplicam-se ao Superintendente-Geral as mesmas normas de Aplicam-se ao Superintendente-Geral as mesmas normas de impedimentos, perda de mandato, substituição e as vedações do art. impedimentos, perda de mandato, substituição e as vedações do art. 88oo desta Lei, incluindo o disposto no § 2 desta Lei, incluindo o disposto no § 2oo do art. 8 do art. 8oo desta Lei, aplicáveis desta Lei, aplicáveis ao Presidente e aos Conselheiros do Tribunal. ao Presidente e aos Conselheiros do Tribunal.

§ 4§ 4oo Os cargos de Superintendente-Geral e de Superintendentes- Os cargos de Superintendente-Geral e de Superintendentes-Adjuntos são de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer Adjuntos são de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer acumulação, salvo as constitucionalmente permitidasacumulação, salvo as constitucionalmente permitidas. .

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Superintendência GeralSuperintendência Geral Compete à Superintendência-Geral: Compete à Superintendência-Geral: I - zelar pelo cumprimento desta Lei, monitorando e acompanhando as práticas I - zelar pelo cumprimento desta Lei, monitorando e acompanhando as práticas

de mercado; de mercado; II - acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de II - acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de

pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica, relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários, podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários, mantendo o sigilo legal, quando for o caso; mantendo o sigilo legal, quando for o caso;

III - promover, em face de indícios de infração da ordem econômica, III - promover, em face de indícios de infração da ordem econômica, procedimento preparatório de inquérito administrativo e inquérito administrativo procedimento preparatório de inquérito administrativo e inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; para apuração de infrações à ordem econômica;

IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos do inquérito IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos do inquérito administrativo ou de seu procedimento preparatório; administrativo ou de seu procedimento preparatório;

V - instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções V - instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para apuração administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para apuração de ato de concentração, processo administrativo para análise de ato de de ato de concentração, processo administrativo para análise de ato de concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais instaurados para prevenção, apuração ou repressão de processuais incidentais instaurados para prevenção, apuração ou repressão de infrações à ordem econômica; infrações à ordem econômica;

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Superintendência GeralSuperintendência Geral VI - no interesse da instrução dos tipos processuais referidos nesta Lei: VI - no interesse da instrução dos tipos processuais referidos nesta Lei: a) requisitar informações e documentos de quaisquer pessoas, físicas ou a) requisitar informações e documentos de quaisquer pessoas, físicas ou

jurídicas, órgãos, autoridades e entidades, públicas ou privadas, mantendo o jurídicas, órgãos, autoridades e entidades, públicas ou privadas, mantendo o sigilo legal, quando for o caso, bem como determinar as diligências que se sigilo legal, quando for o caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias ao exercício de suas funções; fizerem necessárias ao exercício de suas funções;

b) requisitar esclarecimentos orais de quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, b) requisitar esclarecimentos orais de quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos, autoridades e entidades, públicas ou privadas, na forma desta Lei; órgãos, autoridades e entidades, públicas ou privadas, na forma desta Lei;

c) realizar inspeção na sede social, estabelecimento, escritório, filial ou sucursal c) realizar inspeção na sede social, estabelecimento, escritório, filial ou sucursal de empresa investigada, de estoques, objetos, papéis de qualquer natureza, de empresa investigada, de estoques, objetos, papéis de qualquer natureza, assim como livros comerciais, computadores e arquivos eletrônicos, podendo-se assim como livros comerciais, computadores e arquivos eletrônicos, podendo-se extrair ou requisitar cópias de quaisquer documentos ou dados eletrônicos; extrair ou requisitar cópias de quaisquer documentos ou dados eletrônicos;

d) requerer ao Poder Judiciário, por meio da Procuradoria Federal junto ao Cade, d) requerer ao Poder Judiciário, por meio da Procuradoria Federal junto ao Cade, mandado de busca e apreensão de objetos, papéis de qualquer natureza, assim mandado de busca e apreensão de objetos, papéis de qualquer natureza, assim como de livros comerciais, computadores e arquivos magnéticos de empresa ou como de livros comerciais, computadores e arquivos magnéticos de empresa ou pessoa física, no interesse de inquérito administrativo ou de processo pessoa física, no interesse de inquérito administrativo ou de processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, aplicando-se, no que couber, o disposto no econômica, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 839 e seguintes da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sendo - Código de Processo Civil, sendo inexigível a propositura de ação principal; inexigível a propositura de ação principal;

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Superintendência GeralSuperintendência Geral e) requisitar vista e cópia de documentos e objetos constantes de inquéritos e) requisitar vista e cópia de documentos e objetos constantes de inquéritos

e processos administrativos instaurados por órgãos ou entidades da e processos administrativos instaurados por órgãos ou entidades da administração pública federal; administração pública federal;

f) requerer vista e cópia de inquéritos policiais, ações judiciais de quaisquer f) requerer vista e cópia de inquéritos policiais, ações judiciais de quaisquer natureza, bem como de inquéritos e processos administrativos instaurados natureza, bem como de inquéritos e processos administrativos instaurados por outros entes da federação, devendo o Conselho observar as mesmas por outros entes da federação, devendo o Conselho observar as mesmas restrições de sigilo eventualmente estabelecidas nos procedimentos de restrições de sigilo eventualmente estabelecidas nos procedimentos de origem; origem;

VII - recorrer de ofício ao Tribunal quando decidir pelo arquivamento de VII - recorrer de ofício ao Tribunal quando decidir pelo arquivamento de processo administrativo para imposição de sanções administrativas por processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica; infrações à ordem econômica;

VIII - remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos administrativos que VIII - remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos administrativos que instaurar, quando entender configurada infração da ordem econômica; instaurar, quando entender configurada infração da ordem econômica;

IX - propor termo de compromisso de cessação de prática por infração à IX - propor termo de compromisso de cessação de prática por infração à ordem econômica, submetendo-o à aprovação do Tribunal, e fiscalizar o seu ordem econômica, submetendo-o à aprovação do Tribunal, e fiscalizar o seu cumprimento; cumprimento;

X - sugerir ao Tribunal condições para a celebração de acordo em controle X - sugerir ao Tribunal condições para a celebração de acordo em controle de concentrações e fiscalizar o seu cumprimento; de concentrações e fiscalizar o seu cumprimento;

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Superintendência GeralSuperintendência Geral XI - adotar medidas preventivas que conduzam à cessação de prática que XI - adotar medidas preventivas que conduzam à cessação de prática que

constitua infração da ordem econômica, fixando prazo para seu constitua infração da ordem econômica, fixando prazo para seu cumprimento e o valor da multa diária a ser aplicada, no caso de cumprimento e o valor da multa diária a ser aplicada, no caso de descumprimento; descumprimento;

XII - receber, instruir e aprovar ou impugnar perante o Tribunal os processos XII - receber, instruir e aprovar ou impugnar perante o Tribunal os processos administrativos para análise de ato de concentração econômica; administrativos para análise de ato de concentração econômica;

XIII - orientar os órgãos e entidades da administração pública quanto à XIII - orientar os órgãos e entidades da administração pública quanto à adoção de medidas necessárias ao cumprimento desta Lei; adoção de medidas necessárias ao cumprimento desta Lei;

XIV - desenvolver estudos e pesquisas objetivando orientar a política de XIV - desenvolver estudos e pesquisas objetivando orientar a política de prevenção de infrações da ordem econômica; prevenção de infrações da ordem econômica;

XV - instruir o público sobre as diversas formas de infração da ordem XV - instruir o público sobre as diversas formas de infração da ordem econômica e os modos de sua prevenção e repressão; econômica e os modos de sua prevenção e repressão;

XVI - exercer outras atribuições previstas em lei; XVI - exercer outras atribuições previstas em lei; XVII - prestar ao Poder Judiciário, sempre que solicitado, todas as XVII - prestar ao Poder Judiciário, sempre que solicitado, todas as

informações sobre andamento das investigações, podendo, inclusive, informações sobre andamento das investigações, podendo, inclusive, fornecer cópias dos autos para instruir ações judiciais; e fornecer cópias dos autos para instruir ações judiciais; e

XVIII - adotar as medidas administrativas necessárias à execução e ao XVIII - adotar as medidas administrativas necessárias à execução e ao cumprimento das decisões do Plenário.cumprimento das decisões do Plenário.

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Procuradoria Federal Procuradoria Federal Funcionará junto ao Cade Procuradoria Federal Especializada, competindo-lhe: Funcionará junto ao Cade Procuradoria Federal Especializada, competindo-lhe: I - prestar consultoria e assessoramento jurídico ao Cade; I - prestar consultoria e assessoramento jurídico ao Cade; II - representar o Cade judicial e extrajudicialmente; II - representar o Cade judicial e extrajudicialmente; III - promover a execução judicial das decisões e julgados do Cade; III - promover a execução judicial das decisões e julgados do Cade; IV - proceder à apuração da liquidez dos créditos do Cade, inscrevendo-os em IV - proceder à apuração da liquidez dos créditos do Cade, inscrevendo-os em

dívida ativa para fins de cobrança administrativa ou judicial; dívida ativa para fins de cobrança administrativa ou judicial; V - tomar as medidas judiciais solicitadas pelo Tribunal ou pela Superintendência-V - tomar as medidas judiciais solicitadas pelo Tribunal ou pela Superintendência-

Geral, necessárias à cessação de infrações da ordem econômica ou à obtenção de Geral, necessárias à cessação de infrações da ordem econômica ou à obtenção de documentos para a instrução de processos administrativos de qualquer natureza; documentos para a instrução de processos administrativos de qualquer natureza;

VI - promover acordos judiciais nos processos relativos a infrações contra a ordem VI - promover acordos judiciais nos processos relativos a infrações contra a ordem econômica, mediante autorização do Tribunal; econômica, mediante autorização do Tribunal;

VII - emitir, sempre que solicitado expressamente por Conselheiro ou pelo VII - emitir, sempre que solicitado expressamente por Conselheiro ou pelo Superintendente-Geral, parecer nos processos de competência do Cade, sem que Superintendente-Geral, parecer nos processos de competência do Cade, sem que tal determinação implique a suspensão do prazo de análise ou prejuízo à tal determinação implique a suspensão do prazo de análise ou prejuízo à tramitação normal do processo; tramitação normal do processo;

VIII - zelar pelo cumprimento desta Lei; e VIII - zelar pelo cumprimento desta Lei; e IX - desincumbir-se das demais tarefas que lhe sejam atribuídas pelo regimento IX - desincumbir-se das demais tarefas que lhe sejam atribuídas pelo regimento

interno. interno.

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Departamento de Estudos Departamento de Estudos Econômicos Econômicos

O Cade terá um Departamento de Estudos Econômicos, O Cade terá um Departamento de Estudos Econômicos, dirigido por um Economista-Chefe, a quem incumbirá elaborar dirigido por um Economista-Chefe, a quem incumbirá elaborar estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação do Plenário, do Presidente, do Conselheiro-Relator ou do do Plenário, do Presidente, do Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral, zelando pelo rigor e atualização Superintendente-Geral, zelando pelo rigor e atualização técnica e científica das decisões do órgão. técnica e científica das decisões do órgão.

O Economista-Chefe será nomeado, conjuntamente, pelo O Economista-Chefe será nomeado, conjuntamente, pelo Superintendente-Geral e pelo Presidente do Tribunal, dentre Superintendente-Geral e pelo Presidente do Tribunal, dentre brasileiros de ilibada reputação e notório conhecimento brasileiros de ilibada reputação e notório conhecimento econômico. econômico.

O Economista-Chefe poderá participar das reuniões do O Economista-Chefe poderá participar das reuniões do Tribunal, sem direito a voto. Tribunal, sem direito a voto.

Aplicam-se ao Economista-Chefe as mesmas normas de Aplicam-se ao Economista-Chefe as mesmas normas de impedimento aplicáveis aos Conselheiros do Tribunal, exceto impedimento aplicáveis aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto ao comparecimento às sessões. quanto ao comparecimento às sessões.

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Secretaria de Acompanhamento Secretaria de Acompanhamento EconômicoEconômico

A SEAE é um órgão do Ministério da Fazenda, A SEAE é um órgão do Ministério da Fazenda, encarregada de acompanhar os preços da encarregada de acompanhar os preços da economia, subsidiar decisões em matéria de economia, subsidiar decisões em matéria de reajuste e revisões de tarifas públicas, bem reajuste e revisões de tarifas públicas, bem como apreciar atos de concentração entre como apreciar atos de concentração entre empresas e reprimir condutas empresas e reprimir condutas anticoncorrenciais.anticoncorrenciais.

Atua em 3 esferas:Atua em 3 esferas: Promoção e defesa da concorrênciaPromoção e defesa da concorrência Regulação econômicaRegulação econômica Acompanhamento de Mercado. Acompanhamento de Mercado.

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Secretaria de Acompanhamento Secretaria de Acompanhamento EconômicoEconômico

Compete à Secretaria de Acompanhamento Econômico promover a concorrência Compete à Secretaria de Acompanhamento Econômico promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade cabendo-lhe, especialmente, o em órgãos de governo e perante a sociedade cabendo-lhe, especialmente, o seguinte: seguinte:

I - opinar, nos aspectos referentes à promoção da concorrência, sobre propostas I - opinar, nos aspectos referentes à promoção da concorrência, sobre propostas de alterações de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, de de alterações de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, de consumidores ou usuários dos serviços prestados submetidos a consulta pública consumidores ou usuários dos serviços prestados submetidos a consulta pública pelas agências reguladoras e, quando entender pertinente, sobre os pedidos de pelas agências reguladoras e, quando entender pertinente, sobre os pedidos de revisão de tarifas e as minutas; revisão de tarifas e as minutas;

II - opinar, quando considerar pertinente, sobre minutas de atos normativos II - opinar, quando considerar pertinente, sobre minutas de atos normativos elaborados por qualquer entidade pública ou privada submetidos à consulta elaborados por qualquer entidade pública ou privada submetidos à consulta pública, nos aspectos referentes à promoção da concorrência; pública, nos aspectos referentes à promoção da concorrência;

III - opinar, quando considerar pertinente, sobre proposições legislativas em III - opinar, quando considerar pertinente, sobre proposições legislativas em tramitação no Congresso Nacional, nos aspectos referentes à promoção da tramitação no Congresso Nacional, nos aspectos referentes à promoção da concorrência; concorrência;

IV - elaborar estudos avaliando a situação concorrencial de setores específicos da IV - elaborar estudos avaliando a situação concorrencial de setores específicos da atividade econômica nacional, de ofício ou quando solicitada pelo Cade, pela atividade econômica nacional, de ofício ou quando solicitada pelo Cade, pela Câmara de Comércio Exterior ou pelo Departamento de Proteção e Defesa do Câmara de Comércio Exterior ou pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça ou órgão que vier a sucedê-lo; Consumidor do Ministério da Justiça ou órgão que vier a sucedê-lo;

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Secretaria de Acompanhamento Secretaria de Acompanhamento EconômicoEconômico

V - elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo para a V - elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo para a participação do Ministério da Fazenda na formulação de políticas participação do Ministério da Fazenda na formulação de políticas públicas setoriais nos fóruns em que este Ministério tem assento; públicas setoriais nos fóruns em que este Ministério tem assento;

VI - propor a revisão de leis, regulamentos e outros atos VI - propor a revisão de leis, regulamentos e outros atos normativos da administração pública federal, estadual, municipal normativos da administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal que afetem ou possam afetar a concorrência e do Distrito Federal que afetem ou possam afetar a concorrência nos diversos setores econômicos do País; nos diversos setores econômicos do País;

VII - manifestar-se, de ofício ou quando solicitada, a respeito do VII - manifestar-se, de ofício ou quando solicitada, a respeito do impacto concorrencial de medidas em discussão no âmbito de impacto concorrencial de medidas em discussão no âmbito de fóruns negociadores relativos às atividades de alteração tarifária, fóruns negociadores relativos às atividades de alteração tarifária, ao acesso a mercados e à defesa comercial, ressalvadas as ao acesso a mercados e à defesa comercial, ressalvadas as competências dos órgãos envolvidos; competências dos órgãos envolvidos;

VIII - encaminhar ao órgão competente representação para que VIII - encaminhar ao órgão competente representação para que este, a seu critério, adote as medidas legais cabíveis, sempre que este, a seu critério, adote as medidas legais cabíveis, sempre que for identificado ato normativo que tenha caráter anticompetitivo.for identificado ato normativo que tenha caráter anticompetitivo.

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MINISTÉRIO PÚBLICO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PERANTE O CADE FEDERAL PERANTE O CADE

O Procurador-Geral da República, O Procurador-Geral da República, ouvido o Conselho Superior, ouvido o Conselho Superior, designará membro do Ministério designará membro do Ministério Público Federal para, nesta qualidade, Público Federal para, nesta qualidade, emitir parecer, nos processos emitir parecer, nos processos administrativos para imposição de administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações sanções administrativas por infrações à ordem econômica, de ofício ou a à ordem econômica, de ofício ou a requerimento do Conselheiro-Relator.requerimento do Conselheiro-Relator.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os

atos de concentração econômica em que, cumulativamente: atos de concentração econômica em que, cumulativamente: I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no

último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e

II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais). 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).

Os valores mencionados nos incisos I e II do caput deste artigo poderão ser Os valores mencionados nos incisos I e II do caput deste artigo poderão ser adequados, simultânea ou independentemente, por indicação do Plenário adequados, simultânea ou independentemente, por indicação do Plenário do Cade, por portaria interministerial dos Ministros de Estado da Fazenda e do Cade, por portaria interministerial dos Ministros de Estado da Fazenda e da Justiça. da Justiça.

O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será prévio e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a prévio e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda. contar do protocolo de petição ou de sua emenda.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração Os atos que se subsumirem ao disposto no caput deste artigo não podem Os atos que se subsumirem ao disposto no caput deste artigo não podem

ser consumados antes de apreciados, nos termos deste artigo e do ser consumados antes de apreciados, nos termos deste artigo e do procedimento previsto no Capítulo II do Título VI desta Lei, sob pena de procedimento previsto no Capítulo II do Título VI desta Lei, sob pena de nulidade, sendo ainda imposta multa pecuniária, de valor não inferior a R$ nulidade, sendo ainda imposta multa pecuniária, de valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), a ser aplicada nos termos da regulamentação, sem milhões de reais), a ser aplicada nos termos da regulamentação, sem prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos do art. 69 prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos do art. 69 desta Lei. desta Lei.

§ 4§ 4oo Até a decisão final sobre a operação, deverão ser preservadas as Até a decisão final sobre a operação, deverão ser preservadas as condições de concorrência entre as empresas envolvidas, sob pena de condições de concorrência entre as empresas envolvidas, sob pena de aplicação das sanções previstas no § 3aplicação das sanções previstas no § 3oo deste artigo. deste artigo.

§ 5§ 5oo Serão proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da Serão proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte substancial de mercado relevante, que possam concorrência em parte substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6disposto no § 6oo deste artigo. deste artigo.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração § 6§ 6oo Os atos a que se refere o § 5 Os atos a que se refere o § 5oo deste artigo poderão ser autorizados, deste artigo poderão ser autorizados,

desde que sejam observados os limites estritamente necessários para atingir desde que sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos: os seguintes objetivos:

I - cumulada ou alternativamente: I - cumulada ou alternativamente: a) aumentar a produtividade ou a competitividade; a) aumentar a produtividade ou a competitividade; b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios

decorrentes. decorrentes. § 7§ 7oo É facultado ao Cade, no prazo de 1 (um) ano a contar da respectiva data É facultado ao Cade, no prazo de 1 (um) ano a contar da respectiva data

de consumação, requerer a submissão dos atos de concentração que não se de consumação, requerer a submissão dos atos de concentração que não se enquadrem no disposto neste artigo. enquadrem no disposto neste artigo.

§ 8§ 8oo As mudanças de controle acionário de companhias abertas e os registros As mudanças de controle acionário de companhias abertas e os registros de fusão, sem prejuízo da obrigação das partes envolvidas, devem ser de fusão, sem prejuízo da obrigação das partes envolvidas, devem ser comunicados ao Cade pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM e pelo comunicados ao Cade pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM e pelo Departamento Nacional do Registro do Comércio do Ministério do Departamento Nacional do Registro do Comércio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, respectivamente, no prazo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, respectivamente, no prazo de 5 (cinco) dias úteis para, se for o caso, ser examinados. de 5 (cinco) dias úteis para, se for o caso, ser examinados.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração § 9§ 9oo O prazo mencionado no § 2 O prazo mencionado no § 2oo deste artigo somente poderá ser deste artigo somente poderá ser

dilatado: dilatado: I - por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, mediante requisição I - por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, mediante requisição

das partes envolvidas na operação; ou das partes envolvidas na operação; ou II - por até 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada do II - por até 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada do

Tribunal, em que sejam especificados as razões para a extensão, o Tribunal, em que sejam especificados as razões para a extensão, o prazo da prorrogação, que será não renovável, e as providências prazo da prorrogação, que será não renovável, e as providências cuja realização seja necessária para o julgamento do processo. cuja realização seja necessária para o julgamento do processo.

O Cade regulamentará, por meio de Resolução, a análise prévia O Cade regulamentará, por meio de Resolução, a análise prévia de atos de concentração realizados com o propósito específico de de atos de concentração realizados com o propósito específico de participação em leilões, licitações e operações de aquisição de participação em leilões, licitações e operações de aquisição de ações por meio de oferta pública.ações por meio de oferta pública.

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Page 86: Direito Econômico 2012

Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei, realiza-se um ato de Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei, realiza-se um ato de

concentração quando: concentração quando: I - 2 (duas) ou mais empresas anteriormente independentes se I - 2 (duas) ou mais empresas anteriormente independentes se

fundem; fundem; II - 1 (uma) ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por II - 1 (uma) ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por

compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes de uma ou outras empresas; de uma ou outras empresas;

III - 1 (uma) ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas; III - 1 (uma) ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas; ou ou

IV - 2 (duas) ou mais empresas celebram contrato associativo, IV - 2 (duas) ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint venture. consórcio ou joint venture.

Parágrafo único. Não serão considerados atos de concentração, para os Parágrafo único. Não serão considerados atos de concentração, para os efeitos do disposto no art. 88 desta Lei, quando destinados às efeitos do disposto no art. 88 desta Lei, quando destinados às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos contratos delas decorrentes. contratos delas decorrentes.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração Art. 91. A aprovação de que trata o art. 88 desta Lei poderá Art. 91. A aprovação de que trata o art. 88 desta Lei poderá

ser revista pelo Tribunal, de ofício ou mediante provocação ser revista pelo Tribunal, de ofício ou mediante provocação da Superintendência-Geral, se a decisão for baseada em da Superintendência-Geral, se a decisão for baseada em informações falsas ou enganosas prestadas pelo interessado, informações falsas ou enganosas prestadas pelo interessado, se ocorrer o descumprimento de quaisquer das obrigações se ocorrer o descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas ou não forem alcançados os benefícios visados. assumidas ou não forem alcançados os benefícios visados.

Parágrafo único. Na hipótese referida no caputParágrafo único. Na hipótese referida no caput deste artigo, deste artigo, a falsidade ou enganosidade será punida com multa a falsidade ou enganosidade será punida com multa pecuniária, de valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil pecuniária, de valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais) nem superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), a ser aplicada na forma das normas do Cade, sem reais), a ser aplicada na forma das normas do Cade, sem prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos do art. 67 desta Lei, e da adoção das demais medidas do art. 67 desta Lei, e da adoção das demais medidas cabíveis.cabíveis.

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DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO

ECONÔMICA ECONÔMICA Art. 53. O pedido de aprovação dos atos de concentração econômica a que se Art. 53. O pedido de aprovação dos atos de concentração econômica a que se

refere o art. 88 desta Lei deverá ser endereçado ao Cade e instruído com as refere o art. 88 desta Lei deverá ser endereçado ao Cade e instruído com as informações e documentos indispensáveis à instauração do processo informações e documentos indispensáveis à instauração do processo administrativo, definidos em resolução do Cade, além do comprovante de administrativo, definidos em resolução do Cade, além do comprovante de recolhimento da taxa respectiva. recolhimento da taxa respectiva.

§ 1§ 1oo Ao verificar que a petição não preenche os requisitos exigidos no caput deste Ao verificar que a petição não preenche os requisitos exigidos no caput deste artigo ou apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento artigo ou apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, a Superintendência-Geral determinará, uma única vez, que os de mérito, a Superintendência-Geral determinará, uma única vez, que os requerentes a emendem, sob pena de arquivamento. requerentes a emendem, sob pena de arquivamento.

§ 2§ 2oo Após o protocolo da apresentação do ato de concentração, ou de sua emenda, Após o protocolo da apresentação do ato de concentração, ou de sua emenda, a Superintendência-Geral fará publicar edital, indicando o nome dos requerentes, a a Superintendência-Geral fará publicar edital, indicando o nome dos requerentes, a natureza da operação e os setores econômicos envolvidos. natureza da operação e os setores econômicos envolvidos.

Art. 54. Após cumpridas as providências indicadas no art. 53, a Superintendência-Art. 54. Após cumpridas as providências indicadas no art. 53, a Superintendência-Geral: Geral:

I - conhecerá diretamente do pedido, proferindo decisão terminativa, quando o I - conhecerá diretamente do pedido, proferindo decisão terminativa, quando o processo dispensar novas diligências ou nos casos de menor potencial ofensivo à processo dispensar novas diligências ou nos casos de menor potencial ofensivo à concorrência, assim definidos em resolução do Cade; ou concorrência, assim definidos em resolução do Cade; ou

II - determinará a realização da instrução complementar, especificando as II - determinará a realização da instrução complementar, especificando as diligências a serem produzidas. diligências a serem produzidas.

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DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO

ECONÔMICA ECONÔMICA Concluída a instrução complementar, a Superintendência-Geral deverá Concluída a instrução complementar, a Superintendência-Geral deverá

manifestar-se sobre seu satisfatório cumprimento, recebendo-a como manifestar-se sobre seu satisfatório cumprimento, recebendo-a como adequada ao exame de mérito ou determinando que seja refeita, por adequada ao exame de mérito ou determinando que seja refeita, por estar incompleta. estar incompleta.

A Superintendência-Geral poderá, por meio de decisão fundamentada, A Superintendência-Geral poderá, por meio de decisão fundamentada, declarar a operação como complexa e determinar a realização de nova declarar a operação como complexa e determinar a realização de nova instrução complementar, especificando as diligências a serem produzidas. instrução complementar, especificando as diligências a serem produzidas.

Art. 57. Concluídas as instruções complementares de que tratam o inciso Art. 57. Concluídas as instruções complementares de que tratam o inciso II do art. 54 e o art. 56 desta Lei, a Superintendência-Geral: II do art. 54 e o art. 56 desta Lei, a Superintendência-Geral:

I - proferirá decisão aprovando o ato sem restrições; I - proferirá decisão aprovando o ato sem restrições; II - oferecerá impugnação perante o Tribunal, caso entenda que o ato II - oferecerá impugnação perante o Tribunal, caso entenda que o ato

deva ser rejeitado, aprovado com restrições ou que não existam deva ser rejeitado, aprovado com restrições ou que não existam elementos conclusivos quanto aos seus efeitos no mercado. elementos conclusivos quanto aos seus efeitos no mercado.

Parágrafo único. Na impugnação do ato perante o Tribunal, deverão ser Parágrafo único. Na impugnação do ato perante o Tribunal, deverão ser demonstrados, de forma circunstanciada, o potencial lesivo do ato à demonstrados, de forma circunstanciada, o potencial lesivo do ato à concorrência e as razões pelas quais não deve ser aprovado concorrência e as razões pelas quais não deve ser aprovado integralmente ou rejeitado. integralmente ou rejeitado.

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ECONÔMICA ECONÔMICA Art. 58. O requerente poderá oferecer, no prazo de 30 (trinta) dias da data de Art. 58. O requerente poderá oferecer, no prazo de 30 (trinta) dias da data de

impugnação da Superintendência-Geral, em petição escrita, dirigida ao Presidente impugnação da Superintendência-Geral, em petição escrita, dirigida ao Presidente do Tribunal, manifestação expondo as razões de fato e de direito com que se opõe do Tribunal, manifestação expondo as razões de fato e de direito com que se opõe à impugnação do ato de concentração da Superintendência-Geral e juntando todas à impugnação do ato de concentração da Superintendência-Geral e juntando todas as provas, estudos e pareceres que corroboram seu pedido. as provas, estudos e pareceres que corroboram seu pedido.

Parágrafo único. Em até 48 (quarenta e oito) horas da decisão de que trata a Parágrafo único. Em até 48 (quarenta e oito) horas da decisão de que trata a impugnação pela Superintendência-Geral, disposta no inciso II do caputimpugnação pela Superintendência-Geral, disposta no inciso II do caput do art. 57 do art. 57 desta Lei e na hipótese do inciso I do art. 65 desta Lei, o processo será distribuído, desta Lei e na hipótese do inciso I do art. 65 desta Lei, o processo será distribuído, por sorteio, a um Conselheiro-Relator. por sorteio, a um Conselheiro-Relator.

Art. 59. Após a manifestação do requerente, o Conselheiro-Relator: Art. 59. Após a manifestação do requerente, o Conselheiro-Relator: I - proferirá decisão determinando a inclusão do processo em pauta para I - proferirá decisão determinando a inclusão do processo em pauta para

julgamento, caso entenda que se encontre suficientemente instruído; julgamento, caso entenda que se encontre suficientemente instruído; II - determinará a realização de instrução complementar, se necessário, podendo, II - determinará a realização de instrução complementar, se necessário, podendo,

a seu critério, solicitar que a Superintendência-Geral a realize, declarando os a seu critério, solicitar que a Superintendência-Geral a realize, declarando os pontos controversos e especificando as diligências a serem produzidas. pontos controversos e especificando as diligências a serem produzidas.

§ 1§ 1oo O Conselheiro-Relator poderá autorizar, conforme o caso, precária e O Conselheiro-Relator poderá autorizar, conforme o caso, precária e liminarmente, a realização do ato de concentração econômica, impondo as liminarmente, a realização do ato de concentração econômica, impondo as condições que visem à preservação da reversibilidade da operação, quando assim condições que visem à preservação da reversibilidade da operação, quando assim recomendarem as condições do caso concreto. recomendarem as condições do caso concreto.

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DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO

ECONÔMICA ECONÔMICA Art. 60. Após a conclusão da instrução, o Conselheiro-Relator Art. 60. Após a conclusão da instrução, o Conselheiro-Relator

determinará a inclusão do processo em pauta para julgamento. determinará a inclusão do processo em pauta para julgamento. Art. 61. No julgamento do pedido de aprovação do ato de Art. 61. No julgamento do pedido de aprovação do ato de

concentração econômica, o Tribunal poderá aprová-lo concentração econômica, o Tribunal poderá aprová-lo integralmente, rejeitá-lo ou aprová-lo parcialmente, caso em que integralmente, rejeitá-lo ou aprová-lo parcialmente, caso em que determinará as restrições que deverão ser observadas como determinará as restrições que deverão ser observadas como condição para a validade e eficácia do ato. condição para a validade e eficácia do ato.

Art. 62. Em caso de recusa, omissão, enganosidade, falsidade ou Art. 62. Em caso de recusa, omissão, enganosidade, falsidade ou retardamento injustificado, por parte dos requerentes, de retardamento injustificado, por parte dos requerentes, de informações ou documentos cuja apresentação for determinada informações ou documentos cuja apresentação for determinada pelo Cade, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, poderá o pelo Cade, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, poderá o pedido de aprovação do ato de concentração ser rejeitado por pedido de aprovação do ato de concentração ser rejeitado por falta de provas, caso em que o requerente somente poderá falta de provas, caso em que o requerente somente poderá realizar o ato mediante apresentação de novo pedido, nos termos realizar o ato mediante apresentação de novo pedido, nos termos do art. 53 desta Lei. do art. 53 desta Lei.

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DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO

ECONÔMICA ECONÔMICA Art. 65. No prazo de 15 (quinze) dias contado a partir da publicação da decisão Art. 65. No prazo de 15 (quinze) dias contado a partir da publicação da decisão

da Superintendência-Geral que aprovar o ato de concentração, na forma do da Superintendência-Geral que aprovar o ato de concentração, na forma do inciso I do caputinciso I do caput do art. 54 e do inciso I do caputdo art. 54 e do inciso I do caput do art. 57 desta Lei: do art. 57 desta Lei:

I - caberá recurso da decisão ao Tribunal, que poderá ser interposto por I - caberá recurso da decisão ao Tribunal, que poderá ser interposto por terceiros interessados ou, em se tratando de mercado regulado, pela terceiros interessados ou, em se tratando de mercado regulado, pela respectiva agência reguladora; respectiva agência reguladora;

II - o Tribunal poderá, mediante provocação de um de seus Conselheiros e em II - o Tribunal poderá, mediante provocação de um de seus Conselheiros e em decisão fundamentada, avocar o processo para julgamento ficando prevento o decisão fundamentada, avocar o processo para julgamento ficando prevento o Conselheiro que encaminhou a provocação. Conselheiro que encaminhou a provocação.

§ 1§ 1oo Em até 5 (cinco) dias úteis a partir do recebimento do recurso, o Em até 5 (cinco) dias úteis a partir do recebimento do recurso, o Conselheiro-Relator: Conselheiro-Relator:

I - conhecerá do recurso e determinará a sua inclusão em pauta para I - conhecerá do recurso e determinará a sua inclusão em pauta para julgamento; julgamento;

II - conhecerá do recurso e determinará a realização de instrução II - conhecerá do recurso e determinará a realização de instrução complementar, podendo, a seu critério, solicitar que a Superintendência-Geral complementar, podendo, a seu critério, solicitar que a Superintendência-Geral a realize, declarando os pontos controversos e especificando as diligências a a realize, declarando os pontos controversos e especificando as diligências a serem produzidas; ou serem produzidas; ou

III - não conhecerá do recurso, determinando o seu arquivamento. III - não conhecerá do recurso, determinando o seu arquivamento.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: alcançados:

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; a livre iniciativa;

II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; III - aumentar arbitrariamente os lucros; e III - aumentar arbitrariamente os lucros; e IV - exercer de forma abusiva posição dominante. IV - exercer de forma abusiva posição dominante. § 1§ 1oo A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na

maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo. não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo.

§ 2§ 2oo Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia. Cade para setores específicos da economia.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

§ 3§ 3oo As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: econômica:

I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma: I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma: a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente; a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente; b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou

a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços; a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços; c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou

serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou períodos; períodos;

d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública; d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública; II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou

concertada entre concorrentes; concertada entre concorrentes; III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; IV - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de IV - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de

empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas,

equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição; equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição;

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa; meios de comunicação de massa;

VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros; terceiros;

VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar produção de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua investimentos destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição; distribuição;

IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e representantes preços de revenda, descontos, condições de pagamento, representantes preços de revenda, descontos, condições de pagamento, quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros; condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros;

X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda ou prestação de serviços; ou prestação de serviços;

XI - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das XI - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais; condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais;

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais; cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;

XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários ou XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los; destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;

XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia; intelectual ou de tecnologia;

XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de custo; custo;

XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos custos de produção; custos de produção;

XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa comprovada; comprovada;

XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; e aquisição de um bem; e

XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca. intelectual, tecnologia ou marca.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

Art. 37. A prática de infração da ordem econômica sujeita os Art. 37. A prática de infração da ordem econômica sujeita os responsáveis às seguintes penas: responsáveis às seguintes penas:

I - no caso de empresa, multa de 0,1% (um décimo por cento) a I - no caso de empresa, multa de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do valor do faturamento bruto da empresa, 20% (vinte por cento) do valor do faturamento bruto da empresa, grupo ou conglomerado obtido, no último exercício anterior à grupo ou conglomerado obtido, no último exercício anterior à instauração do processo administrativo, no ramo de atividade instauração do processo administrativo, no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração, a qual nunca será inferior empresarial em que ocorreu a infração, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; à vantagem auferida, quando for possível sua estimação;

II - no caso das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito II - no caso das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como quaisquer associações de entidades público ou privado, bem como quaisquer associações de entidades ou pessoas constituídas de fato ou de direito, ainda que ou pessoas constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, que não temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, que não exerçam atividade empresarial, não sendo possível utilizar-se o exerçam atividade empresarial, não sendo possível utilizar-se o critério do valor do faturamento bruto, a multa será entre R$ critério do valor do faturamento bruto, a multa será entre R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e R$ 2.000.000.000,00 (dois 50.000,00 (cinquenta mil reais) e R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais); bilhões de reais);

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

III - no caso de administrador, direta ou indiretamente responsável III - no caso de administrador, direta ou indiretamente responsável pela infração cometida, quando comprovada a sua culpa ou dolo, pela infração cometida, quando comprovada a sua culpa ou dolo, multa de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) daquela multa de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) daquela aplicada à empresa, no caso previsto no inciso I do caputaplicada à empresa, no caso previsto no inciso I do caput deste deste artigo, ou às pessoas jurídicas ou entidades, nos casos previstos artigo, ou às pessoas jurídicas ou entidades, nos casos previstos no inciso II do caputno inciso II do caput deste artigo. deste artigo.

§ 1§ 1oo Em caso de reincidência, as multas cominadas serão Em caso de reincidência, as multas cominadas serão aplicadas em dobro. aplicadas em dobro.

§ 2§ 2oo No cálculo do valor da multa de que trata o inciso I do caput No cálculo do valor da multa de que trata o inciso I do caput deste artigo, o Cade poderá considerar o faturamento total da deste artigo, o Cade poderá considerar o faturamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não dispuser do valor do empresa ou grupo de empresas, quando não dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a faturamento no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração, definido pelo Cade, ou quando este for apresentado de infração, definido pelo Cade, ou quando este for apresentado de forma incompleta e/ou não demonstrado de forma inequívoca e forma incompleta e/ou não demonstrado de forma inequívoca e idônea. idônea.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas no art. 37 desta Lei, quando assim Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas no art. 37 desta Lei, quando assim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público geral, poderão ser impostas exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público geral, poderão ser impostas as seguintes penas, isolada ou cumulativamente: as seguintes penas, isolada ou cumulativamente:

I - a publicação, em meia página e a expensas do infrator, em jornal indicado na I - a publicação, em meia página e a expensas do infrator, em jornal indicado na decisão, de extrato da decisão condenatória, por 2 (dois) dias seguidos, de 1 decisão, de extrato da decisão condenatória, por 2 (dois) dias seguidos, de 1 (uma) a 3 (três) semanas consecutivas; (uma) a 3 (três) semanas consecutivas;

II - a proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de II - a proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de licitação tendo por objeto aquisições, alienações, realização de obras e licitação tendo por objeto aquisições, alienações, realização de obras e serviços, concessão de serviços públicos, na administração pública federal, serviços, concessão de serviços públicos, na administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, bem como em entidades da estadual, municipal e do Distrito Federal, bem como em entidades da administração indireta, por prazo não inferior a 5 (cinco) anos; administração indireta, por prazo não inferior a 5 (cinco) anos;

III - a inscrição do infrator no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor; III - a inscrição do infrator no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor; IV - a recomendação aos órgãos públicos competentes para que: IV - a recomendação aos órgãos públicos competentes para que: a) seja concedida licença compulsória de direito de propriedade intelectual de a) seja concedida licença compulsória de direito de propriedade intelectual de

titularidade do infrator, quando a infração estiver relacionada ao uso desse titularidade do infrator, quando a infração estiver relacionada ao uso desse direito; direito;

b) não seja concedido ao infrator parcelamento de tributos federais por ele b) não seja concedido ao infrator parcelamento de tributos federais por ele devidos ou para que sejam cancelados, no todo ou em parte, incentivos fiscais devidos ou para que sejam cancelados, no todo ou em parte, incentivos fiscais ou subsídios públicos; ou subsídios públicos;

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V - a cisão de sociedade, transferência de controle societário, V - a cisão de sociedade, transferência de controle societário, venda de ativos ou cessação parcial de atividade; venda de ativos ou cessação parcial de atividade;

VI - a proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como VI - a proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como representante de pessoa jurídica, pelo prazo de até 5 (cinco) anos; representante de pessoa jurídica, pelo prazo de até 5 (cinco) anos; e e

VII - qualquer outro ato ou providência necessários para a VII - qualquer outro ato ou providência necessários para a eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica. eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica.

Art. 39. Pela continuidade de atos ou situações que configurem Art. 39. Pela continuidade de atos ou situações que configurem infração da ordem econômica, após decisão do Tribunal infração da ordem econômica, após decisão do Tribunal determinando sua cessação, bem como pelo não cumprimento de determinando sua cessação, bem como pelo não cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer impostas, ou pelo obrigações de fazer ou não fazer impostas, ou pelo descumprimento de medida preventiva ou termo de compromisso descumprimento de medida preventiva ou termo de compromisso de cessação previstos nesta Lei, o responsável fica sujeito a multa de cessação previstos nesta Lei, o responsável fica sujeito a multa diária fixada em valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), podendo diária fixada em valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), podendo ser aumentada em até 50 (cinquenta) vezes, se assim recomendar ser aumentada em até 50 (cinquenta) vezes, se assim recomendar a situação econômica do infrator e a gravidade da infração. a situação econômica do infrator e a gravidade da infração.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

Art. 40. A recusa, omissão ou retardamento injustificado de Art. 40. A recusa, omissão ou retardamento injustificado de informação ou documentos solicitados pelo Cade ou pela informação ou documentos solicitados pelo Cade ou pela Secretaria de Acompanhamento Econômico constitui infração Secretaria de Acompanhamento Econômico constitui infração punível com multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), punível com multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), podendo ser aumentada em até 20 (vinte) vezes, se necessário podendo ser aumentada em até 20 (vinte) vezes, se necessário para garantir sua eficácia, em razão da situação econômica do para garantir sua eficácia, em razão da situação econômica do infrator. infrator.

§ 1§ 1oo O montante fixado para a multa diária de que trata o caput O montante fixado para a multa diária de que trata o caput deste artigo constará do documento que contiver a requisição da deste artigo constará do documento que contiver a requisição da autoridade competente. autoridade competente.

§ 2§ 2oo Compete à autoridade requisitante a aplicação da multa Compete à autoridade requisitante a aplicação da multa prevista no caputprevista no caput deste artigo. deste artigo.

§ 3§ 3oo Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento da multa de que trata o caput sua filial, sucursal, pelo pagamento da multa de que trata o caput sua filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no País. escritório ou estabelecimento situado no País.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

Art. 41. A falta injustificada do representado ou de terceiros, quando intimados Art. 41. A falta injustificada do representado ou de terceiros, quando intimados para prestar esclarecimentos, no curso de inquérito ou processo administrativo, para prestar esclarecimentos, no curso de inquérito ou processo administrativo, sujeitará o faltante à multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 15.000,00 sujeitará o faltante à multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para cada falta, aplicada conforme sua situação econômica. (quinze mil reais) para cada falta, aplicada conforme sua situação econômica.

Parágrafo único. A multa a que se refere o caput deste artigo será aplicada Parágrafo único. A multa a que se refere o caput deste artigo será aplicada mediante auto de infração pela autoridade competente. mediante auto de infração pela autoridade competente.

Art. 42. Impedir, obstruir ou de qualquer outra forma dificultar a realização de Art. 42. Impedir, obstruir ou de qualquer outra forma dificultar a realização de inspeção autorizada pelo Plenário do Tribunal, pelo Conselheiro-Relator ou pela inspeção autorizada pelo Plenário do Tribunal, pelo Conselheiro-Relator ou pela Superintendência-Geral no curso de procedimento preparatório, inquérito Superintendência-Geral no curso de procedimento preparatório, inquérito administrativo, processo administrativo ou qualquer outro procedimento administrativo, processo administrativo ou qualquer outro procedimento sujeitará o inspecionado ao pagamento de multa de R$ 20.000,00 (vinte mil sujeitará o inspecionado ao pagamento de multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), conforme a situação econômica reais) a R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), conforme a situação econômica do infrator, mediante a lavratura de auto de infração pelo órgão competente. do infrator, mediante a lavratura de auto de infração pelo órgão competente.

Art. 43. A enganosidade ou a falsidade de informações, de documentos ou de Art. 43. A enganosidade ou a falsidade de informações, de documentos ou de declarações prestadas por qualquer pessoa ao Cade ou à Secretaria de declarações prestadas por qualquer pessoa ao Cade ou à Secretaria de Acompanhamento Econômico será punível com multa pecuniária no valor de R$ Acompanhamento Econômico será punível com multa pecuniária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), de acordo 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), de acordo com a gravidade dos fatos e a situação econômica do infrator, sem prejuízo das com a gravidade dos fatos e a situação econômica do infrator, sem prejuízo das demais cominações legais cabíveis. demais cominações legais cabíveis.

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INFRAÇÕES DA ORDEM INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICAECONÔMICA

Art. 44. Aquele que prestar serviços ao Cade ou a Seae, a qualquer título, e que der Art. 44. Aquele que prestar serviços ao Cade ou a Seae, a qualquer título, e que der causa, mesmo que por mera culpa, à disseminação indevida de informação acerca de causa, mesmo que por mera culpa, à disseminação indevida de informação acerca de empresa, coberta por sigilo, será punível com multa pecuniária de R$ 1.000,00 (mil empresa, coberta por sigilo, será punível com multa pecuniária de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sem prejuízo de abertura de outros reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sem prejuízo de abertura de outros procedimentos cabíveis. procedimentos cabíveis.

§ 1§ 1oo Se o autor da disseminação indevida estiver servindo o Cade em virtude de Se o autor da disseminação indevida estiver servindo o Cade em virtude de mandato, ou na qualidade de Procurador Federal ou Economista-Chefe, a multa será em mandato, ou na qualidade de Procurador Federal ou Economista-Chefe, a multa será em dobro. dobro.

§ 2§ 2oo O Regulamento definirá o procedimento para que uma informação seja tida como O Regulamento definirá o procedimento para que uma informação seja tida como sigilosa, no âmbito do Cade e da Seae. sigilosa, no âmbito do Cade e da Seae.

Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas nesta Lei, levar-se-á em consideração: Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas nesta Lei, levar-se-á em consideração: I - a gravidade da infração; I - a gravidade da infração; II - a boa-fé do infrator; II - a boa-fé do infrator; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; IV - a consumação ou não da infração; IV - a consumação ou não da infração; V - o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre concorrência, à economia nacional, aos V - o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre concorrência, à economia nacional, aos

consumidores, ou a terceiros; consumidores, ou a terceiros; VI - os efeitos econômicos negativos produzidos no mercado; VI - os efeitos econômicos negativos produzidos no mercado; VII - a situação econômica do infrator; e VII - a situação econômica do infrator; e VIII - a reincidência.VIII - a reincidência.

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Lei 8.884/94Lei 8.884/94 Transforma o Conselho Administrativo de Defesa Transforma o Conselho Administrativo de Defesa

Econômica - CADE em Autarquia, dispõe sobre a Econômica - CADE em Autarquia, dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica e dá outras providências.ordem econômica e dá outras providências.

Dispõe sobre a prevenção e a repressão e às Dispõe sobre a prevenção e a repressão e às infrações contra a ordem econômica, orientada infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.repressão ao abuso do poder econômico.

A coletividade é a titular dos bens jurídicos A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos por esta Lei. protegidos por esta Lei.

Possui 9 Títulos e 128 artigos.Possui 9 Títulos e 128 artigos.

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Prevenção aos abusos do poder Prevenção aos abusos do poder econômicoeconômico

As concentrações econômicas são As concentrações econômicas são tradicionalmente classificadas em:tradicionalmente classificadas em: A) concentrações horizontais – entre A) concentrações horizontais – entre

concorrentesconcorrentes B) concentrações verticais – relação de B) concentrações verticais – relação de

fornecimento/produto entre agentes fornecimento/produto entre agentes econômicos.econômicos.

C) concentrações conglomeradas – dois C) concentrações conglomeradas – dois agente não concorrentes e sem relação.agente não concorrentes e sem relação.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os

atos de concentração econômica em que, cumulativamente: atos de concentração econômica em que, cumulativamente: I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no

último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e

II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais). 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).

§ 1§ 1oo Os valores mencionados nos incisos I e II do caput deste artigo Os valores mencionados nos incisos I e II do caput deste artigo poderão ser adequados, simultânea ou independentemente, por indicação poderão ser adequados, simultânea ou independentemente, por indicação do Plenário do Cade, por portaria interministerial dos Ministros de Estado do Plenário do Cade, por portaria interministerial dos Ministros de Estado da Fazenda e da Justiça. da Fazenda e da Justiça.

§ 2§ 2oo O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será prévio e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a será prévio e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda. contar do protocolo de petição ou de sua emenda.

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Atos de ConcentraçãoAtos de Concentração § 3§ 3oo Os atos que se subsumirem ao disposto no caput deste artigo Os atos que se subsumirem ao disposto no caput deste artigo

não podem ser consumados antes de apreciados, nos termos deste não podem ser consumados antes de apreciados, nos termos deste artigo e do procedimento previsto no Capítulo II do Título VI desta artigo e do procedimento previsto no Capítulo II do Título VI desta Lei, sob pena de nulidade, sendo ainda imposta multa pecuniária, Lei, sob pena de nulidade, sendo ainda imposta multa pecuniária, de valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem de valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), a ser superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), a ser aplicada nos termos da regulamentação, sem prejuízo da abertura aplicada nos termos da regulamentação, sem prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos do art. 69 desta Lei. de processo administrativo, nos termos do art. 69 desta Lei.

§ 4§ 4oo Até a decisão final sobre a operação, deverão ser preservadas Até a decisão final sobre a operação, deverão ser preservadas as condições de concorrência entre as empresas envolvidas, sob as condições de concorrência entre as empresas envolvidas, sob pena de aplicação das sanções previstas no § 3pena de aplicação das sanções previstas no § 3oo deste artigo. deste artigo.

§ 5§ 5oo Serão proibidos os atos de concentração que impliquem Serão proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte substancial de mercado eliminação da concorrência em parte substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6ou serviços, ressalvado o disposto no § 6ºº deste artigo. deste artigo.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras

Estado inteventor (atuante direto na Estado inteventor (atuante direto na economia) -economia) -> Estado normativo e > Estado normativo e regulador (fiscalizando, planejando e regulador (fiscalizando, planejando e incentivando a economia).incentivando a economia).

Governo Collor – Plano Nacional de Governo Collor – Plano Nacional de Desestatização (Destaque no Desestatização (Destaque no governo FHC).governo FHC).

Processos de Desestatização e Processos de Desestatização e Privatização (extinção dos Privatização (extinção dos monopólios estatais).monopólios estatais).

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras Justificativas Estruturais:Justificativas Estruturais:

Ideologia, defesa da livre iniciativa;Ideologia, defesa da livre iniciativa; Eficiência, empresas públicas têm menos Eficiência, empresas públicas têm menos

eficiência.eficiência. Mudança nos setores estratégicos.Mudança nos setores estratégicos. Amadurecimento e fortalecimento do setor Amadurecimento e fortalecimento do setor

privado;privado; Desestímulo de investimentos privados.Desestímulo de investimentos privados.

Justificativas Conjunturais:Justificativas Conjunturais: Credibilidade política;Credibilidade política; Dívida pública e orçamentos;Dívida pública e orçamentos; Limitações de investimentos públicos;Limitações de investimentos públicos; Fortalecimento do mercado de capaitais. Fortalecimento do mercado de capaitais.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras

O advento das agências reguladoras O advento das agências reguladoras tem estreita conexão com as tem estreita conexão com as transformações do Estado transformações do Estado Contemporâneo.Contemporâneo. Instrumento de controle estatal das Instrumento de controle estatal das

atividades econômicas que o Estado atividades econômicas que o Estado julgue importante regular. julgue importante regular.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras Funções que caracterizam as Agências Reguladoras:Funções que caracterizam as Agências Reguladoras:

São entes de natureza autárquica especial: recebem São entes de natureza autárquica especial: recebem competência para formatar determinadas atividades competência para formatar determinadas atividades econômicas, criando regras e executando-as, dentro de um econômicas, criando regras e executando-as, dentro de um contexto de relativa autonomia em relação ao governo;contexto de relativa autonomia em relação ao governo;

Fiscalizam o cumprimento das regras e contratos sob sua Fiscalizam o cumprimento das regras e contratos sob sua competência;competência;

Sancionam os infratores;Sancionam os infratores; Ouvem os usuários dos serviços regulados, realizando Ouvem os usuários dos serviços regulados, realizando

audiências públicas;audiências públicas; Arbitram conflitos;Arbitram conflitos; Emitem pareceres técnicos em questões relacionadas à Emitem pareceres técnicos em questões relacionadas à

concorrência nos processos sujeitos ao controle do CADE.concorrência nos processos sujeitos ao controle do CADE.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras Constituição Federal de 1988:Constituição Federal de 1988:

Arts. 21, XI e art. 177, § 2º, III; ANATEL e ANP.Arts. 21, XI e art. 177, § 2º, III; ANATEL e ANP. Art. 29 da Lei de Concessões – incumbência do poder Art. 29 da Lei de Concessões – incumbência do poder

concedente regular e fiscalizar o serviço concedido.concedente regular e fiscalizar o serviço concedido. Art. 30, parágrafo único – fiscalização dos serviços será Art. 30, parágrafo único – fiscalização dos serviços será

feita por órgão técnico do poder concedente ou por feita por órgão técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada.entidade com ele conveniada.

ConceitosConceitos Agência reguladora independente é uma autarquia especial, Agência reguladora independente é uma autarquia especial,

sujeita a regime jurídico que assegure sua autonomia em sujeita a regime jurídico que assegure sua autonomia em face da Administração direta e investida de competência face da Administração direta e investida de competência para a regulação setorial – Marçal Justen Filho.para a regulação setorial – Marçal Justen Filho.

Autarquias de regime especial, dotadas de considerável Autarquias de regime especial, dotadas de considerável autonomia frente à administração centralizada, incumbidas autonomia frente à administração centralizada, incumbidas do exercício de funções regulatórias e dirigidas por colegiado do exercício de funções regulatórias e dirigidas por colegiado cujos membros são nomeados pelo PR, após prévia cujos membros são nomeados pelo PR, após prévia aprovação pelo Senado Federal, vedada a exoneração aprovação pelo Senado Federal, vedada a exoneração as as nutumnutum – Alexandre Santos de Aragão. – Alexandre Santos de Aragão.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras

As agências reguladoras podem ser de As agências reguladoras podem ser de âmbito federal, estadual e municipal.âmbito federal, estadual e municipal.

Associação Brasileira das Agências Associação Brasileira das Agências Reguladoras: 26 afiliadas.Reguladoras: 26 afiliadas.

Existem agências que têm esta Existem agências que têm esta denominação, mas não são denominação, mas não são reguladoras, pois nõa têm reguladoras, pois nõa têm competência normativa. competência normativa. Ex. ADENE, ADA, ANCINE, ABIN.Ex. ADENE, ADA, ANCINE, ABIN.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras

Independência das agências Independência das agências reguladoras:reguladoras: Desvincular da política a tarefa de decidir e Desvincular da política a tarefa de decidir e

regulamentar: atividades econômicas são regulamentar: atividades econômicas são objeto de técnica econômica e é com base objeto de técnica econômica e é com base na técnica que devem ser tomadas as na técnica que devem ser tomadas as decisões relevantes em cada setor de decisões relevantes em cada setor de atividades.atividades.

Pontos fundamentais desta autonomia:Pontos fundamentais desta autonomia: Processo de indicação de seus integrantes;Processo de indicação de seus integrantes; Independência orçamentária e financeira;Independência orçamentária e financeira; Garantia de inamovibilidade de seus membros.Garantia de inamovibilidade de seus membros.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras Regime jurídico das agências reguladoras:Regime jurídico das agências reguladoras:

São autarquias especiais.São autarquias especiais. Têm seus membros indicados pelo PR, após aprovação do Têm seus membros indicados pelo PR, após aprovação do

Senado Federal, após audiência dos indicados.Senado Federal, após audiência dos indicados. Quanto ao regime pessoal devem-se distinguir os dirigentes, Quanto ao regime pessoal devem-se distinguir os dirigentes,

de um lado, e os técnicos e subalternos, de outro.de um lado, e os técnicos e subalternos, de outro. Dirigentes: Diretores e Conselheiros. Submetem-se ao previsto Dirigentes: Diretores e Conselheiros. Submetem-se ao previsto

nos arts. 4 a 10 da Lei 9.986/00.nos arts. 4 a 10 da Lei 9.986/00. Brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado Brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado

conceito no campo de especialidade dos cargos.conceito no campo de especialidade dos cargos. Um vez nomeados para mandato certo, somente perderão o cargo Um vez nomeados para mandato certo, somente perderão o cargo

em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.ou de processo administrativo disciplinar.

Fica vedada a exoneração Fica vedada a exoneração ad nutum.ad nutum. Com o término do mandato, o ex-dirigente está impedido de Com o término do mandato, o ex-dirigente está impedido de

prestar qualquer tipo de serviço público ou para empresa prestar qualquer tipo de serviço público ou para empresa integrante do setor regulado pela agência, por um período de 4 integrante do setor regulado pela agência, por um período de 4 meses, contado da data do término do mandato ou da exoneração. meses, contado da data do término do mandato ou da exoneração.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras Técnicos e Subalternos:Técnicos e Subalternos:

Arts. 1 e 2 da Lei 9.986/2000 – Regime celetista.Arts. 1 e 2 da Lei 9.986/2000 – Regime celetista. Lei 10.871/2004 – Regime dos Servidores Públicos.Lei 10.871/2004 – Regime dos Servidores Públicos.

Poderes normativos das ARs:Poderes normativos das ARs: Poderes normativos, propriamente ditos, Poderes normativos, propriamente ditos,

solucionadores de conflitos de interesse, solucionadores de conflitos de interesse, investigativos, fomentadores e ainda de investigativos, fomentadores e ainda de fiscalização, seja preventiva, seja repressiva.fiscalização, seja preventiva, seja repressiva.

Encontra guarida no princípio da legalidade – Encontra guarida no princípio da legalidade – Necessitam de poderes para criar normas. Necessitam de poderes para criar normas. Limite da delegação de poderes.Limite da delegação de poderes.

A capacidade de uma agência reguladora criar A capacidade de uma agência reguladora criar normas tem por princípio limitador a impossibilidade normas tem por princípio limitador a impossibilidade de inovar em relação à lei que delega.de inovar em relação à lei que delega.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras Controle dos atos das agências reguladoras:Controle dos atos das agências reguladoras:

Os atos e as decisões das agências reguladoras Os atos e as decisões das agências reguladoras não comportam recurso na esfera administrativa, não comportam recurso na esfera administrativa, mas somente ao judiciário.mas somente ao judiciário.

DOU – 19/06/2006 – Despacho do PR, aprovando DOU – 19/06/2006 – Despacho do PR, aprovando parecer da AGU – reconhecimento do recurso parecer da AGU – reconhecimento do recurso hierárquico impróprio – ANTAQ e Ministério dos hierárquico impróprio – ANTAQ e Ministério dos Transportes.Transportes.

TRF 3ª Região – Decidiu que a Resolução da TRF 3ª Região – Decidiu que a Resolução da Diretoria Colegiada 27 da ANS, extrpolou os Diretoria Colegiada 27 da ANS, extrpolou os limites regulamentares ao modificar o conteúdo e limites regulamentares ao modificar o conteúdo e a qualidade dos contratos de prestação de a qualidade dos contratos de prestação de serviços ajustados entre operadoras e serviços ajustados entre operadoras e consumidores, em afronta ao princípio da consumidores, em afronta ao princípio da lefalidade. lefalidade.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras

Atividade julgadora:Atividade julgadora: Decidem em esfera administrativa os Decidem em esfera administrativa os

conflitos entre agentes envolvidos no conflitos entre agentes envolvidos no mercado em que se presta o serviço, mercado em que se presta o serviço, sejam os delegatários, o Poder sejam os delegatários, o Poder Concedente, a agência ou os usuários.Concedente, a agência ou os usuários.

Dirimir conflitos – arbitragem.Dirimir conflitos – arbitragem. Flexibilização – em busca do consenso e Flexibilização – em busca do consenso e

da conciliação.da conciliação.

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Agências ReguladorasAgências Reguladoras

Atividade Fiscalizadora:Atividade Fiscalizadora: Reguladora do serviço público;Reguladora do serviço público; Reguladora de atividade econômica Reguladora de atividade econômica

privada – poder de polícia exercido pela privada – poder de polícia exercido pela agência.agência.

Atividade sancionatória:Atividade sancionatória: A AR pode aplicar sanções ao agente A AR pode aplicar sanções ao agente

econômico faltoso, ficando a graduação e econômico faltoso, ficando a graduação e a especificação da penalidade a serem a especificação da penalidade a serem normatizadas pela agência.normatizadas pela agência.