DIREITO ECONÔMICO

O livro é a porta que se abre para a realização do homem.Jair Lot Vieira

Nelson Nazar

DIREITO ECONÔMICO

3ª edição

Direito EconômicoNelson Nazar

3ª Edição revista, ampliada e atualizada 2014

© desta edição: Edipro Edições Profissionais Ltda. – CNPJ nº 47.640.982/0001-40

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Editores: Jair Lot Vieira e Maíra Lot Vieira MicalesCoordenação editorial: Fernanda Godoy TarcinalliEditoração: Alexandre Rudyard BenevidesRevisão: Georgia Evelyn FrancoArte: Heloise Gomes Basso

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Nazar, Nelson

Direito econômico / Nelson Nazar – 3. ed. rev. ampl. e atual. – São Paulo: Edipro, 2014.

Bibliografia.ISBN 978-85-7283-749-1

1. Direito econômico 2. Direito econômico – Legislação I. Título

09-07995 CDD-34.33

Índices para catálogo sistemático:1. Direito econômico : 34:33

À minha família,em especial, à minha esposa Marília,

aos meus três amados filhos,Ana Luísa, Lígia Maria e Luís Filipe.

E à memóriade meus saudosos pais,

Nagib e Julieta.

Agradeço a colaboração e o empenho

dos professores e amigosRicardo Hasson Sayeg,

Paulo Kim Barbosae Cláudio Finkelstein.

SUMÁRIO

PREFÁCIO .............................................................................................................................. 17

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21Introdução à 3ª edição ..................................................................................................... 21Introdução à 2ª edição ..................................................................................................... 21Introdução à 1ª edição ..................................................................................................... 22

Capítulo 1 – DIREITO ECONÔMICO: OBJETO, TERMINOLOGIA E LIGAÇÃO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO ............................................................... 231.1. Economia .................................................................................................................. 23

1.1.1. A evolução da economia mundial: da antiguidade ao neoliberalismo ... 241.1.2. A Revolução Industrial e a sua repercussão na economia ...................... 29

1.2. Teorias do surgimento do Estado e a sua relação com a atividade econômica ... 371.3. Economia e direito .................................................................................................. 431.4. Direito Econômico e Direito da Economia .......................................................... 441.5. Direito Econômico .................................................................................................. 451.6. Intervenção do Estado no domínio econômico .................................................. 461.7. O Direito Econômico e os outros ramos da ciência jurídica ............................. 49

1.7.1. Direito Econômico e Direito Constitucional .......................................... 491.7.2. Direito Econômico e Direito Administrativo .......................................... 511.7.3. Direito Econômico e Direito Civil ............................................................ 521.7.4. Direito Econômico e Direito Tributário .................................................. 561.7.5. Direito Econômico e os Direitos Penal e Processual Penal ................... 571.7.6. Direito Econômico e Direito Processual Civil ........................................ 581.7.7. Direito Econômico e Direito Comercial .................................................. 581.7.8. Direito Econômico e Direito do Consumidor ........................................ 59

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1.7.9. Direito Econômico e Direito Internacional ............................................. 601.7.10. Direito Econômico e Direito Ambiental .................................................. 61

Capítulo 2 – A ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL: INTRODUÇÃO .... 632.1. Ordem ....................................................................................................................... 632.2. Ordem jurídica e ordem econômica ..................................................................... 632.3. Surgimento ............................................................................................................... 642.4. Ordem econômica como parcela da ordem jurídica .......................................... 652.5. Ordem econômica e ordem social ......................................................................... 652.6. Ordem econômica liberal ....................................................................................... 652.7. Ordem econômica intervencionista ...................................................................... 652.8. Tipos de Constituição ............................................................................................. 662.9. Constituição econômica ......................................................................................... 66

2.9.1. Ordem econômica e Constituição econômica ........................................ 662.9.2. Ordem econômica constitucional ............................................................. 67

Capítulo 3 – A ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL: DESENVOLVIMEN-TO DO TEMA E PRINCÍPIOS ..................................................................................... 693.1. Previsão legal ............................................................................................................ 69

3.1.1. Livre iniciativa ............................................................................................. 703.1.2. Justiça social e valorização do trabalho humano .................................... 713.1.3. Existência digna – O princípio da dignidade humana como instru-

mento de valorização do homem pelo Estado ........................................ 723.2. Importância dos princípios .................................................................................... 793.3. Os princípios constitucionais e o seu valor no sistema jurídico ....................... 803.4. Princípios da ordem econômica brasileira (art. 170 da CF/1988) .................... 84

3.4.1. Soberania nacional (inciso I) ..................................................................... 843.4.2. Propriedade privada (inciso II) ................................................................. 843.4.3. Função social da propriedade (inciso III) ................................................ 853.4.4. Livre concorrência e defesa do consumidor (incisos IV e V) ............... 853.4.5. Meio ambiente (inciso VI) ......................................................................... 873.4.6. Redução das desigualdades regionais e sociais (inciso VII) .................. 873.4.7. Pleno emprego e empresas de pequeno porte (incisos VIII e IX) ........ 88

Capítulo 4 – INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO ......... 914.1. Conceito de intervenção ......................................................................................... 91

4.1.1. Intervenção no domínio econômico e as reformas na economia bra-sileira ............................................................................................................. 92

Sumário | 9

4.2. Intervenção direta e indireta .................................................................................. 944.3. Constituições brasileiras ......................................................................................... 96

4.3.1. Constituição de 1824 .................................................................................. 964.3.2. Constituição de 1891 .................................................................................. 964.3.3. Constituições a partir de 1930 ................................................................... 974.3.4. Constituição de 1934 .................................................................................. 984.3.5. Constituição de 1937 .................................................................................. 984.3.6. Constituição de 1946 .................................................................................. 984.3.7. Constituição de 1967 e Emenda de 1969 ................................................. 994.3.8. Constituição de 1988 ................................................................................... 99

Capítulo 5 – ABUSO DO PODER ECONÔMICO: INTRODUÇÃO ......................... 1015.1. Limite do uso do poder econômico ...................................................................... 1015.2. Conceito de abuso ................................................................................................... 102

Capítulo 6 – ABUSO DO PODER ECONÔMICO E CONSELHO ADMINISTRA-TIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE) .............................................................. 1096.1. Estudo do abuso do poder econômico ................................................................ 1096.2. CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ................................ 1106.3. Lei nº 12.529/2011 .................................................................................................. 1116.4. Autarquia ................................................................................................................. 1126.5. Poderes do CADE .................................................................................................. 114

6.5.1. Política de Governo e política de Estado ................................................ 1146.6. Estrutura do CADE ................................................................................................ 115

6.6.1. Tribunal Administrativo de Defesa Econômica .................................... 1166.6.1.1. Estrutura do Tribunal Administrativo de Defesa Econômica ... 1176.6.1.2. Competência do Presidente do Tribunal Administrativo de

Defesa Econômica ....................................................................... 1186.6.1.3. Competência dos Conselheiros do Tribunal Administrativo

de Defesa Econômica ................................................................. 1186.6.1.4. Perda de Mandato dos Membros do Tribunal Administrativo

de Defesa Econômica ................................................................. 1196.6.1.5. Vedações aos Membros do Tribunal Administrativo de Defe-

sa Econômica ............................................................................... 1196.6.2. Superintendência-Geral ............................................................................ 120

6.6.2.1. Estrutura da Superintendência-Geral ...................................... 1226.6.2.2. Atribuições do Superintendente-Geral .................................... 122

6.6.3. Departamento de Estudos Econômicos .................................................. 123

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6.7. Secretaria de Acompanhamento Econômico ..................................................... 1236.8. Procuradoria Federal junto ao CADE ................................................................. 1246.9. Do Ministério Público perante o CADE ............................................................. 1256.10. Infração à ordem econômica ................................................................................ 126

6.10.1. Mercado relevante ...................................................................................... 1266.10.2. Infrações em espécie .................................................................................. 1286.10.3. Das penas .................................................................................................... 129

6.11. Direito individual de ação ..................................................................................... 1326.12. Disposições gerais sobre o processo perante o CADE ...................................... 132

6.12.1. Do Processo Administrativo no controle de atos de concentração eco-nômica ......................................................................................................... 1336.12.1.1. Do Processo Administrativo perante a Superintendência-

Geral ............................................................................................ 1346.12.1.2. Do Processo Administrativo perante o Tribunal ................... 136

6.12.2. Do Inquérito Administrativo para apuração de infrações à ordem eco-nômica e do procedimento preparatório ................................................. 137

6.12.3. Do Processo Administrativo para imposição de sanções administrati-vas por infrações à ordem econômica ..................................................... 138

6.12.4. Da medida preventiva ............................................................................... 1406.13. Do compromisso de cessação ............................................................................... 1406.14. Do programa de leniência ..................................................................................... 1426.15. Da prescrição .......................................................................................................... 1446.16. Do controle de concentrações .............................................................................. 1446.17. Da execução judicial das decisões do CADE – Título executivo ..................... 1466.18. Da intervenção judicial .......................................................................................... 1486.19. Decisões do CADE ................................................................................................. 1496.20. Principais decisões do CADE ............................................................................... 149

6.20.1. Abuso de posição dominante ................................................................. 1526.20.2. Ato de concentração ................................................................................ 1526.20.3. Aumento abusivo de preços ................................................................... 1526.20.4. Cláusula de não concorrência ................................................................ 1526.20.5. Competência – Reajuste abusivo de preços ......................................... 1536.20.6. Compra e venda ....................................................................................... 1536.20.7. Concorrência desleal ............................................................................... 1536.20.8. Concorrência e política de Estado ........................................................ 1536.20.9. Consulta .................................................................................................... 154

Sumário | 11

6.20.10. Contrato de Adesão ................................................................................. 1546.20.11. Controle de preços .................................................................................. 1546.20.12. Direção (acumulação) ............................................................................. 1546.20.13. Direito do consumidor ........................................................................... 1556.20.14. Fixação de preços .................................................................................... 1556.20.15. Instauração de Processo Administrativo .............................................. 1556.20.16. Justiça Comum e CADE ......................................................................... 1556.20.17. Medicamentos .......................................................................................... 1566.20.18. Monopólio e adquirente com poder de mercado ................................ 1566.20.19. Preço predatório ...................................................................................... 1566.20.20. Princípio do contraditório ..................................................................... 1566.20.21. Privatização .............................................................................................. 1566.20.22. Tabela de preços mínimos ...................................................................... 157

Capítulo 7 – BOLSA DE VALORES ................................................................................... 1597.1. Bolsa de Valores ....................................................................................................... 1597.2. Sociedade por Ações ............................................................................................... 1607.3. Formação da Sociedade Anônima ........................................................................ 1617.4. Objeto social ............................................................................................................. 1637.5. Espécies de Sociedade Anônima ........................................................................... 1637.6. Valores mobiliários .................................................................................................. 1637.7. Tipos de valores mobiliários .................................................................................. 164

7.7.1. Ação .............................................................................................................. 1647.7.2. Debênture ..................................................................................................... 1647.7.3. Parte beneficiária ......................................................................................... 1647.7.4. Bônus de subscrição ................................................................................... 1657.7.5. Nota promissória – commercial paper ...................................................... 165

7.8. Admissão à negociação ........................................................................................... 1657.9. Comissão de Valores Mobiliários (Lei nº 6.385/1976) ....................................... 165

7.9.1. Composição da Comissão de Valores Mobiliários ................................. 1657.9.2. Atribuições da Comissão de Valores Mobiliários ................................... 166

Capítulo 8 – AGÊNCIAS REGULADORAS .................................................................... 1678.1. Conceito .................................................................................................................... 1678.2. Diferenças com o direito estrangeiro .................................................................... 1678.3. Natureza jurídica ..................................................................................................... 169

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8.4. Autarquia ................................................................................................................ 1698.5. Criação ................................................................................................................... 1708.6. Vinculação ............................................................................................................. 1708.7. Patrimônio inicial ................................................................................................. 1708.8. Autarquia de regime comum ............................................................................... 1708.9. Autarquias de regime especial ............................................................................. 1718.10. Privilégios específicos ........................................................................................... 1718.11. Características comuns das Agências Reguladoras .......................................... 1728.12. Agências Reguladoras no âmbito federal ........................................................... 1728.13. Crítica ..................................................................................................................... 172

Capítulo 9 – PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS ................................ 1759.1. Origem .................................................................................................................... 1759.2. Definição ................................................................................................................ 1759.3. Características ....................................................................................................... 1779.4. Formas de participação ........................................................................................ 178

9.4.1. Participação nos lucros e resultados ...................................................... 1789.4.2. Participação na gestão .............................................................................. 178

9.5. Legislação ............................................................................................................... 1799.6. Instauração ............................................................................................................. 1799.7. Empresa .................................................................................................................. 1799.8. Participação e remuneração ................................................................................ 1799.9. Litígio ...................................................................................................................... 182

Capítulo 10 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................... 18510.1. Conceito ................................................................................................................. 18510.2. Classificações ......................................................................................................... 186

10.2.1. Classificação quanto à função ................................................................ 18710.2.1.1. Subsistema normativo (ou de supervisão) ........................... 187

10.2.1.1.1. Conselho Monetário Nacional ............................ 18710.2.1.1.2. Banco Central do Brasil ....................................... 18910.2.1.1.3. Comissão de Valores Mobiliários ....................... 19010.2.1.1.4. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Na-

cional ...................................................................... 19410.2.1.1.5. Secretaria de Previdência Complementar ......... 19610.2.1.1.6. Conselho Nacional de Seguros Privados –

CNSP ....................................................................... 197

Sumário | 13

10.2.1.1.7. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP ................................................................. 198

10.2.1.1.8. Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aber-ta e de Capitalização ............................................. 199

10.2.1.2. Subsistema Operativo (ou de intermediação) ...................... 19910.2.1.2.1. Instituições financeiras ........................................ 200

10.2.1.2.1.1. Instituições financeiras bancárias ... 20110.2.1.2.1.2. Instituições financeiras não ban-

cárias ................................................ 204

Capítulo 11 – GLOBALIZAÇÃO ....................................................................................... 20711.1. Definição ................................................................................................................ 20711.2. A história do novo conceito (primeiro estágio da globalização) .................... 20811.3. Investidores e financistas (segundo estágio da globalização) ......................... 20811.4. Empresários e diplomatas (terceiro estágio da globalização) ......................... 20911.5. Decorrências do neoliberalismo ......................................................................... 21111.6. Fluxos de informação ........................................................................................... 21911.7. Cultura globalizada ............................................................................................... 21911.8. Aldeia global .......................................................................................................... 21911.9. Integração ............................................................................................................... 21911.10. Blocos regionais ..................................................................................................... 220

11.10.1. Zona de Preferência Tarifária ............................................................... 22011.10.2. Zona do Livre Comércio ....................................................................... 22011.10.3. União Aduaneira .................................................................................... 22011.10.4. Mercado Comum ................................................................................... 22011.10.5. União Econômica e Monetária ............................................................. 22111.10.6. União Política ......................................................................................... 22111.10.7. Áreas de Integração por Investimentos ............................................... 221

Capítulo 12 – O PROCESSO COLETIVO COMO INSTRUMENTO DE EFETIVA-ÇÃO DO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS ECONÔMICOS ...................... 22312.1. Antecedentes históricos do processo coletivo ................................................... 22412.2. Distinções entre direitos difusos, coletivos e direitos individuais homogê-

neos ...................................................................................................................... 22812.3. O Código de Defesa do Consumidor no processo coletivo e o seu papel no

direito econômico ................................................................................................. 23112.4. Princípios do direito coletivo .............................................................................. 233

12.4.1. Princípios constitucionais ...................................................................... 23412.4.2. Princípios específicos do Direito Processual coletivo ........................ 239

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Capítulo 13 – AÇÕES COLETIVAS EM ESPÉCIE: MECANISMO EM PROL DE UM SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS ECONÔMICOS ................................ 24313.1. Ação Popular ........................................................................................................... 24413.2. Mandado de Segurança .......................................................................................... 24613.3. Mandado de Injunção ............................................................................................ 25013.4. Ação Civil Pública ................................................................................................... 25613.5. Ação de Improbidade ............................................................................................. 262

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 267

APÊNDICE .............................................................................................................................. 2691. LEGISLAÇÃO .................................................................................................................. 269

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (Excertos) .................... 269

Lei Delegada nº 4, de 26 de setembro de 1962 – Dispõe sobre a intervenção no domínio econômico para assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao consumo do povo ........................................................................................................ 289

Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 – Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências ..................................................................................................... 293

Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966 – Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras pro-vidências ....................................................................................................................... 309

Decreto-Lei nº 261, de 28 de fevereiro de 1967 – Dispõe sobre as sociedades de capitalização e dá outras providências ..................................................................... 327

Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 – Dispõe sobre o mercado de valores mobi-liários e cria a Comissão de Valores Mobiliários ..................................................... 328

Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990 – Define crimes contra a ordem tributá-ria, econômica e as relações de consumo, e dá outras providências ....................... 342

Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991 – Define crimes contra a ordem econômica e cria o Sistema de Estoques de Combustíveis .......................................................... 345

Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994 – Transforma o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em Autarquia, dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica e dá outras providências .......................... 346

Lei nº 9.021, de 30 de março de 1995 – Dispõe sobre a implantação da autarquia Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), criada pela Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, e dá outras providências ................................................... 347

Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000 – Dispõe sobre a participação dos traba-lhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras providências ............... 348

Sumário | 15

Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011 – Estrutura o Sistema Brasileiro de De-fesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica; altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985; revoga dispositivos da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei nº 9.781, de 19 de janeiro de 1999; e dá outras providências ...................... 351

Decreto nº 1.935, de 20 de junho de 1996 – Dispõe sobre a organização e o fun-cionamento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional e dá outras providências ................................................................................................................. 380

Resolução BCB nº 2.690, de 28 de janeiro de 2000 – Altera e consolida as normas que disciplinam a constituição, a organização e o funcionamento das bolsas de valores .......................................................................................................................... 390

2. LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR PERTINENTE .................................................. 407

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 409

SOBRE O AUTOR ................................................................................................................. 417

O Professor Nelson Nazar honrou-me sobre maneira ao convidar-me a prefaciar este Direito Econômico, cuja leitura deixou em meu espírito uma impressão altamente favorável e positiva.

O trabalho ora dado à estampa é uma adaptação de sua dissertação de mestrado, defendida, com invulgar brilho, no Programa de Pós-Graduação em Direito da Pon-tifícia Universidade Católica de São Paulo, e aprovada, com a nota máxima (dez intei-ros), por Banca Examinadora integrada pelos eminentes Professores Ricardo Hasson Sayeg (Presidente), Cláudio Finkelstein e Vera Lúcia Gebrin.

O que mais releva acentuar, na obra, é seu extremo didatismo, que permite, mes-mo aos iniciantes, apreender os mecanismos e a finalidade da chamada “intervenção do Estado no domínio econômico”. Trata-se de um exemplo consumado de como se pode escrever com clareza e simplicidade, sem descurar do aspecto científico.

Nesta obra, o Professor Nelson Nazar, ao mesmo tempo em que, apoiado nos melhores autores, discute as teses jurídicas de maior relevo, examina a legislação vi-gente, máxime a constitucional, que transforma no modelo interpretativo de todas as questões abordadas. Vale-se, igualmente, das diretrizes traçadas pela jurisprudência administrativa, a partir de casos concretos. Concilia, pois, a teoria com a prática, re-velando, com tal postura, um perfeito conhecimento da ordem econômica plasmada na Carta de 1988.

Reafirma, ainda, o autor, na presente obra, seus decantados atributos de expo-sitor claro e metódico, na medida em que situa, com argúcia, os problemas que vai levantando, para, em seguida, resolvê-los de forma convincente e lógica. Pode-se, por vezes, discordar de suas conclusões, mas sempre se fica impressionado com a segura argumentação desenvolvida para a elas chegar.

Em suma, após extensa investigação científica, o Professor Nelson Nazar con-segue a façanha de, sem perda de substância acadêmica, simplificar conceitos, ins-titutos e sistemas. Adota, pois, o verdadeiro método científico, que como é sabido e consabido, baseia-se na redução da complexidade.

PREFÁCIO

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De fato, o mundo é complexo e o ser humano, limitado em seu poder de discer-nimento, não o pode compreender inteiramente.

Assim, conhecer implica dividir e classificar, para, depois, determinar relações sistemáticas entre o que se separou. Era exatamente isso que Descartes (1984, p. 16) pretendia significar quando apregoava que uma das regras do Método consiste em “dividir cada uma das dificuldades... em tantas parcelas quanto for possível e reque-rido para melhor as resolver”.

Muito bem, por haver adotado tal metodologia, este trabalho constitui-se num bom ponto de partida para voos teóricos mais elevados.

Em meus prefácios, em vez de resumir o conteúdo da obra, correndo o risco de omitir pontos importantes, prefiro que o leitor chegue às suas próprias conclusões.

Permito-me, no entanto, registrar que um dos maiores defeitos dos livros de Di-reito Econômico reside em considerar esta disciplina completamente apartada dos demais ramos jurídicos. A ideia é incorreta, até porque as atuais propostas sobre a intervenção estatal na vida das empresas obrigam o jurista a levar em conta toda a grande árvore do Direito.

Esta obra segue, pois, a trilha adequada: antes de enveredar pelos meandros do Direito Econômico, demora-se na Teoria Geral do Direito e na Constituição Federal, dando ênfase aos valores que a permeiam, assegurando a supremacia do princípio da dignidade da pessoa humana.

Incumbe-se, ainda, pontuar que o autor não se demora em citações desnecessá-rias, nem se perde em bizantinices; antes, vai ao ponto, com a clareza e a precisão dos que dominam o assunto e, por isso mesmo, sabem dizer bem o essencial.

Por tais motivos, o livro merece ampla difusão. Nascido na Universidade, vai a além dela. De fato, a forma como foi redigido, a atualidade dos tópicos nele desen-volvidos, asseguram-lhe bom êxito junto aos acadêmicos de Direito, aos bacharéis que pretendem se submeter a concursos públicos e a todos quantos fazem do Direito Econômico a disciplina de sua especial preferência.

A excelência da obra explica-se, também, pelas qualidades de seu autor. Professor de Direito Econômico e de Direito Processual do Trabalho na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Universidade Paulista, tem proferido palestras e conferências nos principais centros culturais do País. Colabo-rou na elaboração do clássico Curso de Direito de Empresa (3 v., EDUC, 1976), sob a coordenação do eminente Professor Eduardo Domingos Bottallo. Escreveu também vários artigos, publicados nas mais prestigiosas revistas jurídicas do país. Ademais, como juiz Togado do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, associa, ao exercí-cio da docência superior, a imprescindível experiência forense.

Como se vê, o Professor Nelson Nazar é jurista consagrado, seja por suas apti-dões intelectuais, seja por seus singulares dotes docentes. Por isso mesmo, ocupa,

Prefácio | 19

merecidamente, uma posição de liderança entre os estudiosos do Direito Público em nosso país.

E, agora, acrescenta à sua bibliografia este bem elaborado livro, que, por seu cunho didático e pela profundidade das teses nele desenvolvidas, terá, sem dúvida, ampla repercussão.

Neste contexto, podem orgulhar-se a Editora Edipro e, em especial, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, por ter o Professor Nelson Nazar trazido à luz esta admirável obra sobre Direito Econômico, que muito engrandece a literatura ju-rídica nacional.

São Paulo (SP), 1º de dezembro de 2003.

Roque Antonio CarrazaProfessor Titular da Cadeira de Direito Tributário

da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO À 3ª EDIÇÃO

A 3ª edição desta obra está completamente revisada e atualizada, inclusive no que tange à legislação que alterou a estrutura do CADE.

Além da introdução da atualização legislativa, fizemos uma ampla pesquisa atinente às relações coletivas, à atividade econômica e ao direito econômico humanizado.

Ampla bibliografia foi trazida a esta 3ª edição, a qual percorreu teorias econômicas desde a revolução industrial e a sua repercussão na economia; teorias do surgimento do estado e a sua relação com a atividade econômica; até o princípio da dignidade humana como instrumento de valorização do homem pelo Estado.

A globalização econômica e o sistema capitalista foram avaliados dentro de um critério de humanização do processo indomável.

Introduzimos também conceitos do Código de Defesa do Consumidor, no processo cole-tivo, e o seu papel no direito econômico.

Contamos com a imprescindível colaboração da Dra. Camila Kühl Pintarelli, Procuradora do Estado e Mestre em Direito das Relações Sociais, no desiderato a ser alcançado. Deixo, portanto, meu agradecimento a essa talentosa e estudiosa do direito, que inicia, tão jovem, a carreira de professora universitária.

Espero que os cultores do direito, em especial do direito econômico, possam compartilhar conosco a descoberta deste novo ramo que cresce a cada dia.

INTRODUÇÃO À 2ª EDIÇÃO

Esgotada a 1ª edição do livro Direito Econômico, efetuou-se a sua atualização para a ela-boração da 2ª edição.

Nesta edição alguns conceitos foram ampliados, e houve também uma grande atualização legislativa que acompanhará o livro (Apêndice).

22 | Direito econômico

A atualização é resultado das práticas econômicas ocorridas desde a 1ª edição, no ano de 2004, com os acontecimentos que se sucederam, inclusive em função da crise e das alterações políticas sobrevindas, no país, no curso desse tempo.

Com efeito, passou-se de um modelo neoliberal, por influência da globalização dos anos 1990, com as privatizações e o prestígio tributado às agências reguladoras, para um novo modelo, com a paralisação das privatizações ditadas pela necessidade da intervenção do Es-tado no domínio econômico (teoria keyniana), tanto no sentido da reformulação do modelo econômico quanto da revisão do papel do estado empresário.

Foram inseridas críticas ao neoliberalismo que vão ao encontro da doutrina de autores como Aloysio Biondi, crítico ácido do modelo estruturado nas décadas anteriores e que prova-velmente foi o originador da crise atual na visão de pensadores econômicos contemporâneos, em especial dos que condenam o neoliberalismo pensado por Margareth Thatcher.

Quanto ao mais, restaram também atualizados os demais capítulos, como o da bolsa de valores, o da participação em lucros e resultados, o das agências reguladoras etc.

INTRODUÇÃO À 1ª EDIÇÃO

Este livro tenciona fazer uma breve análise da disciplina conhecida como “Direito Econô-mico”. Para isso, faz-se necessária uma comparação entre a Economia e o Direito, bem como entre o Direito Econômico e as demais ciências jurídicas.

A ordem econômica também deve ser estudada, levando-se em conta os movimentos pen-dulares da história, como o liberalismo e o intervencionismo.

Caminho natural a ser percorrido é o aprofundamento do tema relativo à ordem econô-mica constitucional. Não pode ser esquecida a perquirição dos seus princípios, tanto os legais como os doutrinários.

Sobre esse tópico, é importante que haja a definição exata do que seriam os princípios.Outro assunto a ser discutido é a intervenção do Estado no domínio econômico. Deve

ser definido o conceito de intervenção, passando-se também pelas Constituições brasileiras, desde a de 1824 até a de 1988.

Matéria de grande relevo é o abuso do poder econômico. Seu conceito e limites devem ser analisados, face à importância do tema para o Direito Econômico.

Instituição correlata é o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), cuja natureza e composição serão objeto de estudo.

Aliás, quanto ao CADE, não podem ser esquecidos os seus poderes, bem como o julga-mento de seus processos administrativos. Há uma “jurisprudência” administrativa do CADE, cujas decisões de maior realce devem ser perquiridas.

Finalmente, há temas conexos que merecerão capítulos à parte, como a bolsa de valores, agências reguladoras, participação nos lucros e resultados e, por último, a globalização.