direito econômico (pfgn) aula 05 v1

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Aula 05 Direito Econômico p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015 Professor: Daniel Mesquita

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Direito Econômico (Pfgn) Aula 05 v1

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  • Aula 05

    Direito Econmico p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015

    Professor: Daniel Mesquita

  • Direito Econmico p/ PGFN 2015. Teoria e

    exerccios comentados

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    AULA 05: Ordem econmica internacional e

    regional.

    Sumrio 1) Introduo aula 05 .......................................................... 2

    2) Ordem Econmica Internacional e Regional ....................... 2

    3) Aspectos da ordem econmica internacional ...................... 5

    3.1 Sujeitos da Ordem Econmica Internacional .................... 5

    3.1.1 Estados soberanos ........................................................ 5

    3.1.2 Organismos internacionais ............................................ 7

    3.1.3 Empresas transnacionais ............................................... 9

    3.2 A configurao da ordem econmica internacional ........ 10

    3.3 Finalidade e princpios da ordem econmica internacional

    13

    3.4 Integrao Econmica ................................................... 14

    3.4.1 Barreiras tarifrias ...................................................... 15

    3.4.2 Barreiras no tarifrias ............................................... 18

    3.5 Processo (fases) de integrao econmica .................... 20

    4. Direito Econmico Internacional ...................................... 24

    4.1 Do reflexo do Direito Econmico na Teoria das Relaes

    Internacionais ....................................................................... 24

    4.1.1 Da anlise do Direito Econmico a partir da teoria das

    Relaes Internacionais ........................................................ 28

    4.2 O comrcio internacional ............................................... 30

    4.3 Caractersticas do Direito Econmico Internacional ....... 32

    5. Aspectos da ordem econmica regional: Mercosul ............ 34

    5.1 rgos do Mercosul ....................................................... 40

    5.2 Sistema de soluo de controvrsias ............................. 45

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    5.3 Sistema de defesa da concorrncia no Mercosul ............ 49

    5.4 Sistema de defesa comercial no Mercosul ...................... 52

    6. Resumo da aula ................................................................ 55

    7. Questes de concurso ...................................................... 57

    8. Questes extras ............................................................... 61

    1) ? ?

    Que bom que voc veio para nossa aula 05, do curso de direito

    econmico para a Procuradoria Geral de Fazenda Nacional.

    Nesta aula, veremos o seguinte ponto do ltimo edital

    regulador do certame: 10. Ordem econmica internacional e regional.

    Aspectos da ordem econmica internacional. Definio. Normas:

    direito econmico internacional. Aspectos da ordem econmica

    regional. Definio. Normas: direito econmico regional MERCOSUL. Esta aula ser dada com fundamento, principalmente, na obra

    GH /HRQDUGR 9L]HX )LJXHLUHGR /Lo}HV GH 'LUHLWR (FRQ{PLFR edio, editora Forense.

    2)

    No sculo XIX, o Liberalismo Econmico j revelava dois efeitos

    que contriburam para o desenvolvimento da ordem econmica

    internacional. De um lado, a liberdade individual era levada s

    ltimas consequncias, gerando opresso das classes mais ricas e

    industriais sobre a proletariada. De outro, as revolues industriais

    embasadas no Liberalismo econmico, resultaram na ascenso de um

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    novo mercado internacional, e por sua vez, no desenvolvimento da

    economia mundial.

    Tais efeitos ensejaram o aparecimento das ideias socialistas,

    que pregavam um Estado Social equilibrado, bem evidenciadas pelas

    ideias de Karl Max. Assim, instaurou-se a dicotomia entre socialismo

    e capitalismo.

    Este ltimo acabou prevalecendo na ordem econmica mundial

    que se conhece at os dias atuais, pautado no desenvolvimento da

    iniciativa privada e da livre concorrncia. Uma das consequncias

    desse modelo foi o desenvolvimento de uma economia globalizada,

    pautada na universalizao das relaes econmicas, que

    ultrapassam os limites dos territrios e fomentam as transaes

    internacionais.

    Assim, a partir da segunda metade do sculo XX, observou-se

    um crescimento na economia dos pases, pautado na evoluo da

    Ordem Econmica Mundial e com mudanas nas relaes econmicas

    internacionais. Uma economia sustentvel e racional em escala global

    depende do desenvolvimento das relaes comerciais entre os pases

    que fazem parte da Ordem Econmica Mundial, ou seja, constatou-se

    a necessidade de criao de uma sociedade internacional que

    pudesse dirimir os conflitos econmicos entre os sujeitos do comrcio

    internacional.

    Ao se falar em Ordem Econmica Internacional, o foco o

    mbito jurdico de carter mundial e social, que busca a

    harmonizao e aprimoramento das relaes comerciais e

    econmicas estabelecidas pelas pessoas jurdicas de direito pblico

    externo envolvidas.

    A Ordem Econmica Internacional tem por fim estabelecer um

    conjunto de normas que disciplinem a cooperao entre as Naes

    para intensificao do comrcio exterior, bem como a universalizao

    dos direitos de cunho socioeconmico.

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    Outrossim, pode-se dizer que, dentro de uma perspectiva

    domstica, visa regulamentar e disciplinar, tanto a instalao em

    territrio nacional de diversos fatores de produo de procedncia

    estrangeira quanto as transaes comerciais relativas a bens,

    servios e capitais, da decorrentes.

    Atualmente, verifica-se um desenvolvimento de integrao

    entre os continentes, principalmente pela frequente formao e

    estabelecimento de novos blocos econmicos.

    A ampliao do comrcio internacional proporciona o

    crescimento das economias e garante bases slidas para a construo

    do desenvolvimento social. O atendimento das necessidades internas

    dos pases est diretamente ligado ao comrcio internacional

    O processo econmico internacional dinmico fazendo com

    que as relaes comerciais entre os pases sofram incontveis

    transformaes medida que cresce o intercmbio internacional.

    Isso no quer dizer que se deve abandonar a proteo s

    economias nacionais. Pelo contrrio! A proteo s economias

    nacionais cada dia mais importante devido ao refinamento das

    relaes internacionais, pois o mercado interno deve ser preservado

    justamente por ser mais frgil diante das grandes potncias

    econmicas.

    A finalidade da Ordem Econmica Internacional , portanto:

    x estruturar um conjunto de regras que organizem a cooperao entre os pases para o fortalecimento do

    comrcio exterior,

    x promover a universalizao dos direitos socioeconmicos, x regulamentar e disciplinar a entrada em territrio

    nacional da produo de elementos de procedncia

    estrangeira, bem como as transaes comerciais relativas

    a bens, servios e capitais.

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    No desenvolvimento da ordem econmica internacional, os

    pases sentiram a necessidade de se aglutinar por regies para se

    tornarem mais competitivos no mercado internacional, eliminando

    barreiras comerciais regionais para alcanarem mercados maiores.

    Nesse sentido, instaurao a Ordem Econmica Regional, no incio

    do sculo XX.

    Essa integrao regional de mercados ocorre, inicialmente, na

    Europa, em 1951, com a instituio da Comunidade Europeia do

    Carvo e do Ao (CECA) e culmina com o surgimento da Unio

    Europeia, em novembro de 1993, quando entra em vigor o Tratado

    de Maastrich.

    No mbito da Amrica do Sul surge o Mercosul, que ser

    abordado ao longo desta aula.

    3)

    3.1 Sujeitos da Ordem Econmica Internacional

    Os sujeitos da Ordem Econmica Internacional so aqueles que

    possuem personalidade jurdica para concretizar as normas de Direito

    Internacional. Nesse caso, so os Estados e os Organismos

    Internacionais, pois somente eles podem adquirir direitos e contrair

    obrigaes no plano internacional.

    Existem tambm os atores internacionais, que so aqueles que

    influem na formao das normas dessa Ordem, como as Empresas

    Transnacionais.

    3.1.1 Estados soberanos

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    Os Estados so os principais sujeitos que atuam na Ordem

    Internacional, tanto de uma perspectiva histrica quanto por aspectos

    operacionais. a partir deles que derivam os demais sujeitos, como

    as Organizaes Internacionais.

    O pressuposto fundamental da existncia de um Estado a sua

    soberania, que se estabelece quando este tem um reconhecimento de

    sua independncia pela comunidade internacional e passa a firmar

    acordos internacionais.

    Mas como vocs bem sabem, essa no a nica caracterstica

    de um Estado, que a comunidade organizada politicamente, em

    territrio geograficamente definido, normalmente sob a regncia de

    uma Constituio e dirigida por um governo. Um Estado, conforme se

    d a organizao no tocante ao desempenho de suas atribuies

    poltico-administrativas, pode ser unitrio ou federado, neste caso

    compondo com outros Estados-membros, ou entes federativos, uma

    federao.

    Outro importante aspecto o monoplio do uso legtimo da

    violncia em face dos cidados. Em outras palavras, o Estado o

    nico ente que se encontra autorizado a impor sua vontade por meio

    de coero fsica aos demais.

    Para resumir, so os elementos do Estado:

    a) povo: conjunto de indivduos que falam a mesma lngua, tm

    costumes e hbitos idnticos, afinidade de interesses, uma histria e

    tradies comuns, isto , conjunto das pessoas que constituem a

    base humana de uma nao, que se submetem s mesmas leis;

    b) territrio: base geogrfica sobre a qual o Estado exerce a sua

    soberania;

    c) poder pblico: conjunto dos entes e rgos investidos de

    autoridade para realizar os fins do Estado;

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    d) soberania: aptido que tem um Estado de ser uma ordem

    suprema que no deve a sua validade a nenhuma outra ordem

    superior;

    e) finalidade: garantia da satisfao social e da estabilidade poltica,

    mantendo-se a segurana jurdica nas relaes sociais.

    Via de regra, exigem-se trs fatores essenciais para que o

    Estado seja devidamente reconhecido como tal:

    a) que seu governo seja independente, inclusive no que respeita

    conduo da poltica externa;

    b) que o governo controle efetivamente o seu territrio e populao e

    cumpra as suas obrigaes internacionais; e

    c) que possua um territrio delimitado.

    CUIDADO, pois no se deve confundir: o reconhecimento do

    Estado no se confunde com o reconhecimento do governo.

    O reconhecimento do governo ocorre quando um grupo poltico

    assume os poderes j constitudos, sem que isso desonere o Estado

    do cumprimento de suas obrigaes internacionais.

    Se um governo tiver a inteno de no cumprir os seus deveres

    de ordem internacional, ele pode vir a no a sua legitimidade

    reconhecida pelos demais Estados. Com isso, fica claro que o

    reconhecimento de um governo no um ato obrigatrio para os

    demais Estados.

    3.1.2 Organismos internacionais

    Depois da 2 Guerra Mundial, o ingresso de novos Estados e o

    aumento das necessidades e interesses econmicos e sociais

    envolvidos, fossem eles comuns ou conflitantes, tornou indispensvel

    a criao de novas frmulas de associao em reas de contorno

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    geopolticos. O objetivo era diminuir o desgaste nas negociaes e

    aumentar a probabilidade de resultados vantajosos para os

    participantes.

    A partir desse cenrio, surgiram os primeiros organismos

    internacionais para atender interesses gerais de maior abrangncia

    poltica, como a ONU e organismos dela derivados.

    Essas associaes so voluntrias de sujeitos de direito

    internacional, principalmente os Estados, constitudas por meio de ato

    internacional, em regra por tratados, com carter de relativa

    permanncia e so organizadas por regulamentos e estruturada com

    rgos de direo prpria. O objetivo alcanar as metas e objetivos

    em comum, determinados por seus fundadores.

    Aps a sua constituio, passam a ter personalidade

    internacional prpria e como consequncia, independncia dos

    membros que o constituiu, podendo adquirir direitos e contrair

    obrigaes em seu nome inclusive celebrando tratados com outras organizaes internacionais e com outros Estados, nos termos do seu

    ato constitutivo.

    As principais caractersticas desses organismos so:

    a) manifestao volitiva multilateral dos Estados signatrios

    participantes;

    b) paridade participativa na estrutura organizacional,

    assegurando a efetiva igualdade dos membros; e

    c) pluralidade de Naes envolvidas pelo organismo.

    Contudo, existem organismos que participam do cenrio

    internacional que so provenientes da sociedade civil para promover

    interesses e necessidades coletivas, que comumente chamamos de

    Organizaes No Governamentais ONGs. Contudo, por no serem constitudas por Estados, no podem

    ser classificadas como organizaes internacionais.

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    3.1.3 Empresas transnacionais

    As empresas transnacionais so entidades autnomas, de

    personalidade jurdica de direito privado, que estabelecem sua gesto

    negocial e organizam a sua produo em bases internacionais. Ou

    seja, no possuem vnculo direto ou compromisso com as fronteiras

    ou os interesses polticos de determinada Nao.

    Conforme j mencionado, as empresas transnacionais no

    possuem as caractersticas essenciais de um sujeito

    internacional, pois no derivam do poder estatal e tem formao na

    iniciativa privada.

    Inicialmente, haviam sido denominadas Empresas

    Multinacionais, mas esta nomenclatura tem sido rejeitada por traduzir

    a ideia de que poderia ter vrias nacionalidades e provvel

    comprometimento com elas, quando na verdade, a empresa

    transnacional se fixa na Nao que lhe apresenta as melhores

    condies para obter lucro, sem qualquer compromisso poltico de um

    para com outro, mas apenas o atendimento de interesses

    econmicos.

    As principais caractersticas so:

    a) seu capital no originado especificadamente de um pas

    predeterminado, sendo fruto do investimento de diversos

    segmentos fsicos e jurdicos captados em diversas partes do

    globo;

    b) seu processo de produo operacionalizado em diferentes

    etapas, podendo ser realizadas nas mais diversas regies do

    planeta, mediante fornecimento de matria-prima,

    componentes e mo de obra oriundos de mais de um pas.

    Em outras palavras, a totalidade dos investimentos, bem como

    de todos os ciclos da cadeia produtiva no se circunscrevem a um

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    Estado determinado, como um fenmeno caracterstico da economia

    globalizada.

    Para sedimentar o que foi estudado, tenham em mente que:

    x O que define o sujeito da ordem internacional a capacidade de gerar direitos e contrair obrigaes;

    x So considerados sujeitos da ordem internacional os Estados soberanos e as organizaes internacionais.

    3.2 A configurao da ordem econmica internacional

    Na segunda metade do sculo XX, com as mudanas das

    relaes econmicas internacionais, o crescimento da economia dos

    pases passou a pautar-se na evoluo da Ordem Econmica Mundial,

    que depende diretamente do desenvolvimento das relaes

    comerciais entre pases.

    Atualmente, o processo de integrao aplicado praticamente

    em todo o mundo, conforme a formao e fortalecimento de blocos

    econmicos, ainda que com diferena de forma, velocidade e

    intensidade. Assim, percebe-se que a ampliao do comrcio

    internacional essencial para o crescimento das economias, pois as

    Naes dependem desse comrcio para atender as suas necessidades

    internas.

    As relaes comerciais entre pases so dinmicas e esto em

    constante transformao e, por este motivo, se tornam cada vez mais

    complexas. Com isso, na primeira etapa da integrao e aproximao

    econmica, acaba por ser necessrio a utilizao de mecanismos de

    proteo s economias nacionais para resguardar mercados internos

    frgeis em face das grandes potenciais econmicas. Com o

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    crescimento das relaes e trocas comerciais, esses mecanismos

    tendem a diminuir.

    Inicialmente, a Ordem Econmica Internacional foi estruturada

    com a finalidade de estabelecer um conjunto de normas que

    disciplinassem a cooperao entre as Naes para intensificao do

    comrcio exterior, e a universalizao dos direitos de cunho

    socioeconmico, levando em conta a diversidade dos ordenamentos

    internacionais e das realidades internas de cada Estado, baseando-se

    na interdependncia recproca e na coexistncia pacfica.

    Importante mencionar acordos internacionais que planejaram a

    Ordem Econmica Internacional.

    x A Carta do Atlntico Esse acordo surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando

    diversos pases encontravam-se economicamente arrasados. Os

    Estados Unidos da Amrica conceberam uma Ordem Econmica

    Mundial para o ps-guerra, em que pudessem penetrar em mercados

    que fossem fechados a outras economias e abrir novas oportunidades

    para empresas norte americanas.

    A carta assim chamada, pois surgiu de um encontro entre o

    presidente americano Franklin Roosevelt e o Primeiro Ministro

    britnico Winston Churchill, em um navio no atlntico norte em 1941.

    A Carta do Atlntico afirmou o direito de todas as naes a igual

    acesso a comrcio e a matrias-primas, apelou pela liberdade dos

    mares, o desarmamento dos agressores e o estabelecimento de um

    amplo e permanente sistema de segurana geral.

    Por ter estabelecido igual acesso ao comrcio e s fontes de

    matria-prima, pode-se afirmar que foi um dos primeiros esboos de

    configurao da Ordem Econmica em escala mundial no sculo XX.

    x Os acordos de Bretton Woods

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    O nome desse acordo surgiu da cidade Bretton Woods, na qual

    os delegados de 44 Naes aliadas se reuniram para a Conferncia

    Monetria e Financeira das Naes Unidas

    Os delegados deliberaram e finalmente subscreveram o Acordo

    de Bretton Woods em 1944, para discutir questes econmicas

    relacionadas ao final da Segunda Guerra Mundial e ao destino das

    relaes internacionais no ps-guerra.

    Da conferncia surgiu o Sistema Bretton Woods de

    gerenciamento econmico internacional, que estabeleceu as regras

    para as relaes comerciais e financeiras entre os pases mais

    industrializados do mundo.

    Assim, foi o primeiro exemplo da histria mundial de uma

    ordem monetria totalmente negociada, com o objetivo de assegurar

    governana prvia nas relaes monetrias entre Naes

    independentes.

    Concebendo um sistema de regras, instituies e

    procedimentos para regular a poltica econmica internacional, foi

    institudo o Banco Internacional para a Reconstruo e

    Desenvolvimento BIRD, percursor do Banco Mundial, o Banco para Investimentos Internacionais e o Fundo Monetrio Internacional. Tais

    entidades tornaram-se operacionais em 1946, depois que um nmero

    suficiente de pases ratificou o acordo, viabilizando-as

    economicamente.

    As principais disposies do Sistema de Bretton Woods foram,

    primeiramente, a obrigao de cada pas adotar uma poltica

    monetria que mantivesse a taxa de cmbio de suas moedas dentro

    de um determinado valor indexado ao dlar, que, por sua vez, estaria

    ligado ao ouro numa base fixa, e em segundo lugar, a proviso pelo

    FMI de financiamento para suportar dificuldades temporrias de

    pagamento.

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    3.3 Finalidade e princpios da ordem econmica internacional

    Como j falado no tpico anterior, a Ordem Econmica

    Internacional busca constituir uma unidade jurdico-econmica que

    leve em conta a diversidade dos ordenamentos internacionais e das

    realidades internas de cada Estado Soberano, baseando-se na

    interdependncia recproca e na coexistncia pacfica.

    A ONU editou a Resoluo n. 3.281 em 1974, com 15 princpios

    para nortear a Ordem Econmica Internacional, mas esses princpios

    sofreram forte influncia do Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio

    (GATT).

    Os princpios institudos pelo GATT se basearam no que

    realmente acontecia na prtica, j que os pases possuam realidades

    internas diversas no quesito socioeconmico. A Ordem Econmica

    Internacional foi consolidada de maneira que os Estados:

    1) No possam adotar relaes comerciais discriminatrias;

    2) No possam impedir o pagamento de lucros de

    investimentos estrangeiros;

    3) Devam cooperar na estabilizao dos preos na

    economia;

    4) Devam evitar o dumping (introduo de um produto em

    determinado mercado a um preo de exportao inferior

    ao seu valor normal) e a criao de estoques que

    interfiram nos demais pases em crescimento econmico;

    5) No possam impedir o comrcio internacional com o uso

    de barreiras alfandegrias;

    6) Que sejam subdesenvolvidos tenham direito a uma

    assistncia econmica.

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    1 (ESAF/Auditor-Fiscal Receita Federal - Aduana/2003) Enquanto a Segunda Guerra Mundial ainda estava em curso,

    procurou-se reorganizar a economia internacional inclusive por meio

    da criao de um conjunto de instituies que ficou conhecido como o

    Sistema de Bretton Woods.

    A Conferncia de Bretton Woods ocorreu em 1944, ou seja, em

    plena Segunda guerra, para estabelecerem as principais regras

    comerciais e financeiras para as naes industrializadas, o que faz

    com que o item seja CORRETO.

    2 (ESAF/Auditor-Fiscal Receita Federal - Aduana/2003) No presente, o sistema multilateral de comrcio est conformado pela

    Organizao Mundial do Comrcio, tendo como pilar o Acordo Geral

    de Comrcio e Tarifas (GATT), tal como revisto em 1994.

    O sistema multilateral de comrcio surgiu com o GATT em 1947

    e se consolidou aps a Rodada Uruguai, em 1994, e foi consagrado

    com a criao da Organizao Mundial de Comrcio em 1995.

    Vemos ento que o item est CORRETO.

    3.4 Integrao Econmica

    O resultado dos Acordos de Bretton Woods foi a integrao

    econmica, que um processo econmico-poltico entre governos

    nacionais e soberanos de reduo gradual das tarifas aplicadas ao

    comrcio entre pases, para reduzir as barreiras tarifrias e no-

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    tarifrias que limitam ou entravam o comrcio recproco, cujas regras

    foram estabelecidas pelo GATT.

    Em resumo, o processo de integrao econmica o

    conjunto de medidas de carter econmico e comercial

    adotadas de forma gradual para promover a aproximao e a

    unio entre as economias de dois ou mais pases. Com a

    progressiva eliminao das restries tarifrias e no tarifrias, as

    alquotas aplicadas ao comrcio dentro da zona so sempre

    diferentes, menores, do que aquelas praticadas para pases fora da

    zona. Essa diferena, chamada de margem de preferncia, um dos

    grandes estmulos que os pases tm para se integrar.

    Como quer que se perfaam, os modelos de integrao

    baseiam-se, fundamentalmente, na vontade dos Estados de obter,

    por meio de sua adoo, vantagens econmicas que se definiro,

    entre outros aspectos, em termos de:

    a) aumento geral da atividade econmica, atravs de um melhor

    aproveitamento de economias de escala;

    b) aumento da produtividade, atravs da explorao de vantagens

    comparativas entre scios de um mesmo bloco econmico; e

    c) estmulo eficincia, por meio do aumento da concorrncia

    interna.

    Veremos mais adiante quais so as fases da integrao

    econmica.

    3.4.1 Barreiras tarifrias

    As barreiras tarifrias consistem na cobrana de tarifas por

    meio dos impostos de importao impostos pelo Estado para

    restringir ou inviabilizar a entrada de mercadorias estrangeiras ou a

    sada de mercadorias nacionais para o exterior. So caracterizadas

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    pela aplicao de exaes pecunirias elevadas que praticamente

    inviabilizam a entrada, sada ou trnsito de um produto.

    Essas barreiras buscam proteger o produtor nacional e o

    mercado interno em face dos concorrentes estrangeiros. Servem

    como instrumento de interveno e regulao do Poder Pblico, nas

    relaes de comrcio internacional, sendo forte instrumento de

    protecionismo.

    Mas como os pases buscam a integrao econmica, mas

    protegem a sua economia nacional diante do avano predatrio das

    outras economias internacionais? Esse o desafio dos Estados, que

    para resolver esse problema, fazem acordos com um grupo de pases

    e acabam criando obstculos para os outros.

    No atual cenrio das relaes internacionais de comrcio, que

    preza pela integrao econmica, a adoo de medidas protecionistas

    de defesa comercial pode ser efetuada, tanto em carter interno, em

    relao aos demais pases participantes do bloco, quanto em carter

    externo, em relao a terceiros pases fora do respectivo bloco.

    Assim, medida que vo sendo adotadas polticas

    integracionistas em favor da liberalizao econmica, ampliando-se

    as relaes comerciais, vo sendo tomadas, entretanto, decises com

    o objetivo de proteger as empresas e, particularmente, os setores

    econmicos menos competitivos.

    Para tanto, deve-se aliar, ao crescente comrcio exterior, a

    adoo de polticas protecionistas e instrumentos de regulao que

    possibilitem resguardar o mercado interno sem, contudo, inviabilizar

    a gradual entrada e participao no mercado internacional.

    No estudo sobre barreiras ao comrcio internacional preciso

    analisar as formas existentes de protecionismo, que o conjunto

    jurdico-poltico de medidas tomadas no mbito do comrcio

    internacional para modificar, restringindo ou inviabilizando, o seu

    fluxo. a opo poltica comercial contrria ao livre-comrcio, que

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    busca proteger a produo nacional frente concorrncia estrangeira,

    atravs de tarifas aduaneiras elevadas, quotas, taxas cambiais

    diferenciadas, barreiras no tarifrias etc.

    Por sua vez, as barreiras tarifrias, de cunho pecunirio, podem

    assumir carter nitidamente tributrio, devendo submeter-se aos

    ditames constitucionais e legais de cada nao para tanto, sendo

    voltadas, por bvio, para uma finalidade muito mais parafiscal do que

    arrecadatria.

    Notem que a adoo de barreiras tarifrias de cunho tributrio

    opo poltica de cada Estado, em face das regras e normas

    estabelecidas pela Organizao Mundial do Comrcio OMC para o comrcio internacional. Essa cobrana tambm pode ser feita em

    carter no tributrio pela adoo de receitas derivadas de cunho

    meramente protecionista e de adequao de custos entre o produto

    nacional e o estrangeiro, de acordo com os princpios de direito

    financeiro e as regras de comrcio exterior estabelecidas no

    ordenamento jurdico de cada Estado.

    No Brasil, existe a adoo tanto de tributos de carter

    claramente parafiscal (que so as barreiras tarifrias tributrias), que

    buscam regular o mercado interno e equilibrar o volume de

    mercadorias voltadas para o comrcio externo, bem como a utilizao

    de direitos antidumping e medidas compensatrias (barreiras

    tarifrias no tributrias, receitas originrias, medidas

    compensatrias), que visam proteger determinados setores da

    indstria nacional do avano predatrio de mercadorias importadas

    margem de dumping ou indevidamente subsidiadas por seus Estados

    de origem.

    Para fins de conhecimento e para que no se confundam:

    - Os direitos antidumping objetivam evitar que os produtores

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    nacionais sejam prejudicados por importaes realizadas a preos de

    dumping, prtica esta considerada como desleal em termos de

    comrcio em acordos internacionais. A investigao deve comprovar

    a existncia de dumping, de dano produo domstica e de nexo

    causal entre ambos.

    - As medidas compensatrias objetivam compensar subsdio

    concedido no pas exportador para a fabricao, produo,

    exportao ou ao transporte de qualquer produto, cuja exportao

    ao Brasil cause dano indstria domstica.

    As medidas de salvaguarda tm como objetivo aumentar,

    temporariamente, a proteo indstria domstica que esteja

    sofrendo prejuzo grave ou ameaa de prejuzo grave decorrente do

    aumento, em quantidade, das importaes, em termos absolutos ou

    em relao produo nacional, com o intuito de que durante o

    perodo de vigncia de tais medidas a indstria domstica se ajuste,

    aumentando a sua competitividade.

    A principal vantagem em se adotar as barreiras tarifrias no

    tributrias situa-se na possibilidade de se estabelecer tratamento

    aduaneiro diferenciado somente para mercadoria oriunda de

    determinado pas, sem afetar s demais naes exportadoras de

    produtos similares.

    Segundo posicionamento oficial do Brasil, por meio do

    Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC, a adoo dos instrumentos de defesa comercial so barreiras no

    tarifrias,

    3.4.2 Barreiras no tarifrias

    A barreira no tarifria so aquelas que no incluem o

    pagamento de exaes de cunho pecunirio. Nesse caso, os Estados

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    restringem a participao estrangeira nos mercados internos e o

    comrcio recproco. So dificuldades procedimentais que ocorrem

    com o aumento da burocracia e limitao de quantidade de

    mercadorias comercializadas.

    Esses encargos aumentam o custo da entrada, sada e

    circulao, podendo ter um impacto no comrcio. A OMC permite a

    aplicao de encargos internos s importaes, mas esses encargos

    no devem ser de forma a proporcionar proteo produo

    domstica. Isso implica que os encargos internos sobre produtos

    importados no devem superar os encargos aplicados aos produtos

    domsticos.

    Estas barreiras podem decorrer da necessidade de atendimento

    a requisitos tcnicos, como regulamentos da vigilncia sanitria, ou a

    requisitos administrativos, como o caso de limitao da exportao

    por cotas prefixadas. Podem ser, conforme se apresentem as regras

    burocrticas de cada Estado:

    a) proibio pura e simples das importaes;

    b) imposio de limite de cotas para as importaes;

    c) emperramento do trmite para importaes impondo expedio de

    licena prvia para tanto;

    d) imposio de tributos com alquotas variveis e gravames

    suplementares s importaes;

    e) estipulao de normas de vigilncia sanitria, no que se refere a

    controle de qualidade e regulamentaes. So, basicamente, normas

    de proteo sade e vida humana, animal ou vegetal.

    Pode ser utilizada como instrumento protecionista contra

    importaes, sobretudo no setor agrcola, a estipulao de normas

    para forma de embalagem e marca de origem, adoo de

    procedimentos arbitrrios para classificao aduaneira,

    obrigatoriedade de informao sobre o processo de produo e

    beneficiamento;

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    As barreiras tarifrias so de fcil investigao e caracterizao,

    enquanto as barreiras no tarifrias traduzem-se em empecilho ao

    comrcio exterior, cuja adoo geralmente esconde uma poltica

    protecionista sob o manto da vigilncia sanitria ou da necessidade

    de maior controle tcnico-administrativo sobre os negcios

    internacionais (burocracia).

    3.5 Processo (fases) de integrao econmica

    Neste tpico, vamos esclarecer as situaes j citadas de

    integrao econmica.

    Recordando que a integrao econmica busca estabelecer o

    livre comrcio, que se trata da associao internacional, formalizada

    mediante celebrao de acordos entre pases para possibilitar a livre

    circulao de mercadorias com reduzidas taxas alfandegrias. Como

    consequncia, os acordos mtuos de livre comrcio entre os pases

    beneficiam as empresas localizadas nesses pases.

    Assim, a integrao ocorre de forma gradual, mediante o

    atendimento dos seguintes estgios, de acordo com o regramento do

    Acordo Geral de Tarifas e Comrcio GATT: Estgio da integrao

    Fase O que Como ocorre Exemplo

    Zonas tarifrias preferenciais

    1 Os Estados acordam entre si a reduo parcial de algumas exaes alfandegrias. Tambm chamado de zona preferencial de comrcio ou acordo de complementao econmica.

    Adoo recproca de nveis tarifrios preferenciais, que so mais baixas do que s tarifas cobradas de pases no membros.

    Acordos celebrados no marco da Associao Latino-Americana de Desenvolvimento e Integrao.

    Zona de Livre-Comrcio

    2 Eliminao total dos gravames alfandegrios entre os estados que participam do acordo.

    No necessariamente para todos os produtos comercializados. Um acordo considerado

    NAFTA (Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte), 1944,

    24678074520

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    Zona de Livre-Comrcio quando abarca ao menos 80% dos bens comercializados entre os pases membros do grupo.

    entre Estados Unidos, Canad e Mxico.

    Unio Aduaneira

    3 Anulao das exaes alfandegrias e unificao da estrutura tributria. Geralmente se adota uma alquota zero para todos os produtos de comrcio entre os pases participantes, chamada de Tarifa Externa Comum TEC.

    Os pases membros adotam a mesma tarifa para as importaes provenientes de mercados externos, unificando sua poltica aduaneira. Com isso, cria-se uma zona aduaneira comum entre os signatrios, sendo necessrio o estabelecimento de disciplinas comuns em matria alfandegria. Em ltimo caso, pode ocorrer a unificao de polticas comerciais.

    A Unio Europeia foi uma Unio Aduaneira at a assinatura do Tratado de Maastritch em 1992; SACU - Southern African Customs

    Union, pacto que rene vrios pases da frica em torno da Africa do Sul

    Mercado Comum

    4 Alm da Unio Aduaneira, ocorre a livre circulao dos fatores de produo, como mo de obra, capital, tecnologia, etc). Condio de isonomia de direitos e obrigaes em relao aos nacionais de um pas. Pressupe a implementao de critrios regionalizados que evitem restries ou condicionamentos nos movimentos de capital em funo de critrios de nacionalidade. Pressupe a coordenao ao de polticas

    Alm da circulao de mercadorias, ocorre a livre circulao de pessoas, com a extino de barreiras fundadas na nacionalidade (trabalhadores ou empresas) e capitais (investimentos, remessas de lucro, etc). O capital de empresas de pases do mercado comum no pode ser tratado como estrangeiro no momento do investimento ou na remessa dos lucros ou dividendos.

    O Mercosul pretende atingir esse grau de integrao, mas atualmente est na etapa de Unio Aduaneira.

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    macroeconmicas e setoriais (definio de metas comuns em matria de juros, fiscal, cambial, por exemplo).

    Unio Econmica ou Monetria

    5 Unificao de poltica monetria, fiscal e cambial.

    Criao de moeda nica e um Banco Central comunitrio independente.

    Unio Europeia. O euro foi lanado em 1999 e adotado em transaes bancrias em 2002, e o Banco Central tem a sede na Alemanha.

    3 (ESAF/Auditor-Fiscal Receita Federal/2000) As Barreiras No tarifrias (BNT) so frequentemente apontadas como

    grandes obstculos ao comercio internacional. Podem vir a se

    constituir Barreiras No tarifrias (BNT) as normas de segurana.

    Uma forma fcil de distinguir as duas barreiras : as barreiras

    no tarifrias so todas aquelas que no envolvem tarifas ou

    pagamento. Assim, a norma de segurana pode ser uma barreira no

    tarifria, o que faz com que o item esteja CORRETO.

    4 (ESAF/Procurador Fazenda Nacional/2003) So tipos (modalidades) de processos de integrao econmica: zona de

    preferncia tarifria, zona de livre comrcio, unio aduaneira,

    mercado comum e unio econmica e monetria.

    A tabela que estudamos elencou as mesmas fases dispostas

    acima. Assim, a questo est CORRETA.

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    5 (ESAF/Procurador Fazenda Nacional/2003) A Unio Europeia mais do que uma zona de livre comrcio e menos do que

    um mercado comum.

    Caso voc no se lembre das fases de integrao econmica,

    voc poderia pensar que a Unio Europeia o estgio mais avanado

    que temos exemplo no quesito integrao. Logo, ela no seria menos

    que um mercado comum.

    J sabemos ento que a questo est ERRADA.

    De todo modo, a Unio Europeia mais que uma Zona de Livre

    Comrcio e j se encontra no estgio de Unio Econmica ou

    Monetria.

    6 (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2004) Em relao

    s unies aduaneiras correto afirmar que se tratam das formas

    mais antigas e simples de integrao econmica, prevendo apenas a

    completa eliminao de obstculos tarifrios entre os Estados

    participantes.

    J sabemos que a eliminao dos obstculos tarifrios so

    caractersticas da Zona de Livre Comrcio, e no da Unio Aduaneira,

    Errado. O enunciado se refere zona de livre comrcio. Assim, a

    questo est ERRADA.

    7 (ESAF/Auditor-Fiscal Receita Federal/2000) As Barreiras No tarifrias (BNT) so frequentemente apontadas como

    grandes obstculos ao comercio internacional. Podem vir a se

    constituir Barreiras No tarifrias (BNT) as Medidas fitossanitrias.

    As barreiras no tarifrias so aquelas que no so tarifas ou

    contraprestaes monetrias. Assim, as medidas fitossanitrias

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    podem ser consideradas como Barreiras no tarifrias, motivo pelo

    qual a questo est CERTA.

    8 (CESPE/TRF1 Juiz Federal/2009) O atual estgio de integrao do MERCOSUL de mercado comum.

    J vimos que a integrao de mercado comum o objetivo do

    Mercosul, mas que ainda se encontra no estgio de Unio Aduaneira.

    Assim, o item est ERRADO.

    4.

    O Direito Econmico fruto direto de todas as mudanas

    socioeconmicas presenciadas ao longo do sculo XX, sendo, assim,

    um ramo jurdico concebido para disciplinar as diversas formas de

    interferncia estatal no processo de gerao de rendas e riquezas da

    Nao.

    Suas normas, princpios e regras iro variar de acordo com o

    momento sociopoltico no qual a sociedade se encontrar, servindo de

    sustentao jurdica para implemento dos negcios pblicos

    almejados pela corrente ideolgico-partidria que estiver ocupando as

    esferas maiores dos Poderes Constitudos do Estado, nos termos e

    limites perspectivados pela Constituio e pelas leis.

    O grande desafio do Direito Econmico internacional a

    racionalizao e a harmonizao dessa proteo s economias

    internas com as trocas do comrcio exterior.

    4.1 Do reflexo do Direito Econmico na Teoria das Relaes Internacionais

    24678074520

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    Para que haja um bom crescimento econmico e um satisfatrio

    desenvolvimento social como pilares necessrio uma comunicao

    efetiva entre as Naes. Por isso, ao longo da histria, estudamos os

    diversos intercmbios e transferncias comerciais entre os povos.

    Durante toda a histria, os pactos tiveram como objetivo estabelecer

    relaes comerciais como novos povos e fortalecer as relaes

    existentes.

    Diante dessa interao entre as Naes, surgem as Relaes

    Internacionais, pois muitas impasses econmicos entre Naes eram

    resolvidas por meio de guerras, gerando desgaste e prejuzo para o

    povo.

    J que vamos estudar as Relaes Internacionais, importante

    ter ao menos uma noo das teorias concebidas em torno desse

    ramo. Passemos agora s escolas:

    O realismo, que no voltado para o comrcio entre as

    naes, tem como principal elemento de estudo a ao diplomtica a

    ser estabelecida entre as Naes por meio da verificao do poderio

    blico dos pases envolvidos e do tnue equilbrio advindo da corrida

    armamentista.

    Assim, essa corrente se baseia em 1) relaes eminentemente

    concebidas em torno do poder de fato e 2) da ausncia de uma

    ordem internacional preexistente, como binmio determinante das

    aes estratgicas traadas pelas Naes. Portanto, para a escola

    realista so sujeitos nas relaes internacionais apenas os Estados.

    J o liberalismo questiona a validade das concepes

    realistas, sobre as relaes polticas entre os Estados inseridos no

    sistema internacional, que se baseiam fundamentalmente na fora

    blica.

    Os seguidores de tal linha de pensamento terico partem da

    premissa de que a crescente interdependncia econmica entre os

    Pases, potencializada pelos avanos tecnolgicos da indstria de

    24678074520

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    bens de consumo durveis e das telecomunicaes, tornaria cada vez

    mais dispendioso o conflito blico, inviabilizando-o como instrumento

    determinante nas Relaes Internacionais.

    Os pensadores liberais destacavam a progressiva consolidao

    de regimes jurdicos internacionais, por meio dos organismos

    supranacionais, bem como a crescente participao, considerada

    irreversvel e inexorvel, em carter autnomo, de atores

    transnacionais, em especial as empresas multinacionais, como

    elementos empricos de uma inflexo no modus operandi do sistema

    internacional.

    Por ser concebida em torno do constante fluxo e da circulao

    de rendas e riquezas entre as Naes, de se ressaltar que os

    postulados da escola liberal so fortemente aplicados na construo

    da teoria da Justia Econmica em carter global.

    O sistema-mundo foca na anlise do sistema social e suas

    inter-relaes com o avano do capitalismo mundial como foras

    determinantes entre os diferentes pases centrais e perifricos.

    Para tanto, prope que a unidade de estudo no deve ser, to

    somente, o Estado ou a sociedade nacional, propondo-se a verificar o

    sistema-mundo em seu conjunto, dentro de suas vertentes

    econmica e social.

    Partem da premissa de que a economia mundial capitalista

    um sistema que inclui uma desigualdade hierrquica de distribuio

    baseada na concentrao de certos tipos de produo, relativamente

    monopolizada e, assim sendo, de alta rentabilidade, em certas zonas

    de comrcio de acesso limitado.

    Assim, a formao dessas reas de maior acumulao de

    capital em carter internacional tem como corolrio permitir o reforo

    das estruturas estatais internas, e, por sua vez, a garantia da

    sobrevivncia dos monoplios. O sistema-mundo capitalista funciona

    e evolui, eminentemente, em funo dos fatores econmicos.

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    Nessa linha terica, o objeto de estudo a origem e a evoluo

    do modo capitalista de produo como um sistema de relaes

    econmicas, sociais, polticas e culturais.

    O marxismo entende que o campo das relaes internacionais

    conflituoso, uma vez que se baseia no expansionismo do capital de

    um Estado sobre os demais. Assim, as Naes dotadas de economias

    mais expressivas, a fim de assegurar seu crescimento, impem, de

    forma unilateral, seus interesses em detrimento dos pases de

    economias mais fracas.

    Destarte, as relaes internacionais, segundo esta escola,

    estavam intrinsecamente ligadas necessidade de garantir o

    crescimento econmico e o desenvolvimento social de uma Nao,

    por meio da imposio internacional do sistema de economias

    capitalistas. Esse movimento de imposio de interesses de naes

    com economias expressivas em face de outros pases, para o

    marxismo, seria o imperialismo.

    A escola marxista das relaes internacionais v na poltica de

    expanso e domnio territorial, cultural e econmico de uma Nao

    sobre outras, a origem dos conflitos em escala mundial.

    Por fim, a teoria da dependncia uma corrente terica que

    busca explicar os processos de origem e reproduo do

    subdesenvolvimento dos pases perifricos, dentro do sistema

    capitalista de produo, e oferece uma alternativa de interpretao

    da dinmica social da Amrica Latina.

    Seus principais tericos concebem o desenvolvimento e o

    subdesenvolvimento como posies funcionais impostas por parte das

    Naes mais fortes, dentro da configurao geoeconmica mundial.

    Podemos perceber que essa teoria fala sobre as inter-relaes

    das economias dos pases intitulados de perifricos, ou dependentes,

    com as economias dos Estados chamados centrais ou hegemnicos.

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    Um de seus pontos principais de estudo e anlise a questo

    da extrao do excedente econmico gerado nos pases atrasados por meio da ao predatria do capital estrangeiro, fenmeno este que se encontra intrinsecamente vinculado s estruturas

    socioeconmicas internas de poder, que se articulam com o capital

    externo.

    Argumenta-se que o capital estrangeiro, na extrao do

    excedente produzido internamente nas economias perifricas,

    reproduz a relao de dependncia de forma cclica e viciosa.

    4.1.1 Da anlise do Direito Econmico a partir da teoria das Relaes Internacionais

    A partir do tpico anterior, fica claro que as correntes tericas

    das Relaes Internacionais buscam colocar na teoria os sistemas de

    inter-relacionamento dos Estados, em especial as questes

    econmicas e sociais.

    Diante da exposio das correntes do tpico anterior, nota-se

    que todas elas buscam teorizar sobre os diversos sistemas nos quais

    os Estados se inter-relacionam, principalmente o econmico e ao

    social. Com exceo teoria realista, todas as outras se

    fundamentam no processo de aquecimento das trocas comerciais

    entre os pases como forma de aproximao e, tambm, de

    explicao para o sucesso econmico-social de uns e o aparente

    fracasso de outros.

    As Relaes Internacionais tem como grande desafio

    compreender o crescimento econmico e o desenvolvimento social

    dos pases em um cenrio expansionista de mercado, em que haja

    venda de produtos excedentes e aquisio de bens para atendimento

    de diversas necessidades.

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    A busca por novos produtos para suprir a escassez de recursos

    foi a principal razo para a movimentao da economia internacional

    e o crescente relacionamento entre as Naes. Isso fez com que

    diversos atores surgissem no processo de relaes internacionais.

    Em resumo, para compreender os aspectos da ordem

    econmica em escala global como instrumento de garantia de

    crescimento econmico e de desenvolvimento social, deve-se estudar

    das diversas correntes no campo das relaes internacionais,

    exceo do realismo, as seguintes contribuies:

    a) da escola liberal, a teorizao sobre o aquecimento do comrcio

    exterior como instrumento para se aumentar o fluxo de rendas e

    riquezas nos pases em desenvolvimento, a fim de que tal

    crescimento crie bases slidas para o alcance de metas socialmente

    desejveis;

    b) do sistema-mundo, a teorizao sobre a comparao entre os

    diferentes sistemas de produo domstica de cada pas, a fim de

    montar um quadro de anlise das vantagens comparativas naturais e

    artificiais que cada um apresenta, para que, a partir deste, possa se

    traar um campo de intercmbio comercial cooperativo e equilibrado;

    c) do marxismo, a teorizao sobre os efeitos perniciosos que o

    expansionismo internacional traz, quando no se baseia em princpios

    previamente estabelecidos de cooperao para alcance de interesses

    mtuos entre as Naes envoltas;

    d) da teoria da dependncia pode-se extrair as causas provveis do

    exguo desenvolvimento social que os pases ditos de economia

    perifrica apresentam.

    Podemos observar que, exceo do realismo, os aspectos

    econmicos e sociais formam a base das Relaes Internacionais e

    por isso contribuem para o estudo da Ordem Econmica

    Internacional.

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    Observem que, exceo do realismo, todas as demais

    correntes tericas das Relaes Internacionais baseiam-se em

    aspectos econmicos e sociais para estudar as diversas formas de

    interao entre os pases. Logo, todas contribuem para o estudo da

    Justia Econmica dentro de uma perspectiva internacional.

    4.2 O comrcio internacional

    Vamos iniciar pelo conceito. O comrcio internacional,

    tambm chamado de comrcio exterior, uma matria do direito

    econmico que trata do intercmbio de bens e servios atravs de

    fronteiras internacionais ou territrios. Atualmente, o comrcio

    internacional representa grande parcela do PIB (Produto Interno

    Bruto) dos pases.

    Geralmente, esse ramo tem como fonte normativa os acordos

    e tratados de comrcio bilateral e/ou multilateral celebrado

    entre Naes, sendo atualmente a Organizao das Naes Unidas -

    ONU a responsvel pela padronizao das normas de comrcio

    internacional.

    No a ONU em sentido estrito, mas a Organizao Mundial do

    Comrcio OMC, um organismo internacional a ela vinculado, que tem essa competncia. A OMC foi originada do Acordo Geral de

    Tarifas e Comrcio.

    Para entender e prever os padres de comrcio externo, vamos

    estudar os seguintes modelos: ricardiano, Heckscher Ohlin, de fatores

    especficos e gravitao.

    1) Modelo ricardiano: baseado nas vantagens comparativas (tambm chamadas de vantagens relativas), subdivididas em

    vantagens comparativas naturais, advindas da riqueza fsica da

    Nao, e vantagens comparativas artificiais, originrias dos

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    avanos tecnolgicos advindos dos processos de cognio

    humana.

    De acordo com esse modelo, os pases devem se especializar e

    desenvolver a produo dos bens (ou prestao de servios),

    em que so melhores do que outros pases, para se tornarem

    especialistas em segmentos econmicos especficos.

    Contudo, o foco aqui so as vantagens comparativas artificiais

    oriundas dos processos tecnolgicos e no necessariamente as

    caractersticas naturais de uma nao, como o potencial das

    riquezas naturais.

    2) Modelo de Heckscher Ohlin: o modelo mais complexo. O seu fundamento a eliminao do valor do trabalho e a

    incorporao do mecanismo do preo na teoria do comrcio

    internacional. Segundo essa teoria, o comrcio exterior

    determinado pela diferena causada pelas vantagens

    comparativas, ou seja, na disponibilidade de alguns fatores de

    riqueza fsica ou tecnolgica. Com isso, a balana comercial de

    uma Nao determinada pela abundncia ou escassez das

    vantagens comparativas que possui, sejam elas naturais ou

    artificiais. Exemplo: um Estado tende a exportar os bens,

    produtos ou servios que produz em fartura, atendendo a

    demanda das Naes que no os possuem e deles necessitam.

    Por sua vez, as suas importaes sero determinadas

    exatamente pelos mesmos fatores, porm opostos, ou seja,

    tendendo a comprar os bens, produtos e servios que so

    escassos em suas fronteiras

    3) Modelo de Fatores especficos: assim como o modelo ricardiano, o modelo de fatores especficos supe que uma

    economia se baseia em seus fatores de vantagens

    comparativas, mas admite a existncia de diversos fatores de

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    riqueza, a exemplo do trabalho, classificado como fator mvel,

    e diversos outros fatores de cunho mais especfico.

    4) Modelo de gravitao: entende que o comrcio exterior ser baseado na distncia entre as naes e na interao em razo

    do tamanho das suas economias. Ou seja, os pases mais

    prximos tendero a aquecer a integrao de suas economias

    internas, pela diminuio de custos de transporte que a

    proximidade fsica representa; e pases cujas economias se

    encontrem no mesmo grau de crescimento e desenvolvimento

    tendero a ser mais exitosos em suas trocas comerciais, uma

    vez que alcanaro resultados reciprocamente mais favorveis,

    por haver menor possibilidade de captura e imposio de

    interesses.

    EM RESUMO, ao estudar esse tpico, no se esquea:

    x Das teorias das relaes internacionais: realista, liberal, sistema mundo, marxista e a teoria da dependncia;

    x Das fontes do comrcio internacional: acordos e tratados de comrcio, que so padronizados com base nos mandamentos

    da Organizao Mundial do Comrcio OMC. x Dos modelos de comrcio exterior: ricardiano, Heckscher Ohlin;

    fatores especficos e gravitao.

    4.3 Caractersticas do Direito Econmico Internacional

    Devemos lembrar que no Direito Econmico Internacional, as

    Naes que chamamos de amigas no trocam favores, mas sim so

    aliadas na busca de interesses em comum. A partir das relaes

    jurdicas que surgem das trocas e do intercmbio econmico, surgem

    as seguintes caractersticas:

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    a) Aderncia realidade flutuante: para evitar grandes

    prejuzos econmicos em razo de rupturas bruscas, busca-se

    assegurar a continuidade das operaes comerciais em trmite,

    adequando-as s mudanas de mercado. Ou seja, as normas

    primam pela sua prpria manuteno e, sempre que possvel,

    pela recomposio da realidade material econmico-financeira

    original. O ambiente das trocas internacionais muito

    dinmico, e para no prejudicar as relaes econmicas entre

    as Naes envolvidas, preciso adotar instrumentos que

    garantam a continuidade dos mecanismos de trocas comerciais.

    b) Reciprocidade: no se esquea de que o maior objetivo das

    relaes econmicas internacionais permitir o alcance dos

    interesses de todos os entes envolvidos, j que no se pode

    falar na sobreposio do interesse de um Estado sobre o outro.

    Assim, a reciprocidade permite que se alcancem os

    compromissos que sejam vantajosos para os Estados

    envolvidos, para evitar que um Estado enriquea em

    detrimento de outro sem ampliar, desse jeito, a desigualdade

    entre as naes.

    c) Maleabilidade/generalidade: as normas do direito

    econmico internacional no podem estar amarradas pelo que

    chamamos de burocracia, pois o mercado est em constante

    mudana. Por esse motivo, elas devem ter um alto grau de

    abstrao e devem ser um processo de alterao clere ou seja, devem ser maleveis, diferente do processo legislativo

    ordinrio nacional.

    d) Prospectividade: no existe uma estrutura judiciria

    tradicional para o direito econmico internacional. Assim, os

    conflitos existentes so resolvidos por mecanismos alternativos

    previamente escolhidos pelos entes em conflito junto aos

    organismos internacionais como a arbitragem. Desse jeito, os

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    resultados so mais rpidos e eficazes, o que garante a

    continuidade pacfica e harmnica das relaes comerciais.

    e) Sano: diferente das condenaes judiciais de carter

    punitivo e impositivo, aqui as sanes tm carter

    compensatrio e se aplica s transaes futuras para garantir a

    reciprocidade dos interesses econmicos envolvidos.

    Tenha em mente que as caractersticas so complementares e

    no excludentes. Pela necessidade da continuidade das relaes

    comercias j existentes, as normas devem ser adaptveis realidade

    do momento. Para se evitar a burocracia do judicirio, os problemas

    so resolvidos por meios alternativos, que definem sanes de

    carter compensatrio que buscam manter a reciprocidade, pela qual

    as relaes so pautadas.

    5.

    Vamos comear a falar sobre a integrao regional da Amrica

    Latina e o Mercosul.

    Merece destaque o disposto em nossa Constituio Federal, que

    estabeleceu princpios expressos a serem observados em nossas

    relaes internacionais, bem como a regra do artigo 4o, pargrafo

    nico, a seguir transcrito, que possui um carter de integrao

    sociopoltico, indo alm da mera integrao econmica:

    Art. 4o A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintes princpios: (...) Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econmica, poltica, social e cultural dos povos da Amrica Latina, visando formao de uma comunidade latino-americana de naes.

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    Esse artigo estabelece em carter programtico a integrao

    poltica, social e cultural dos povos da Amrica latina. Percebe-se, a

    integrao da Amrica Latina representa muito mais que um mero

    ideal, mas sim uma norma constitucional programtica de eficcia

    limitada, constituindo objetivo a ser implementado no campo das

    relaes internacionais brasileiras.

    O Mercado Comum do Cone Sul Mercosul o resultado de um lento processo de amadurecimento histrico, que levou seus Pases-

    membros a substituir o conceito de conflito pelo ideal de integrao.

    A integrao da Amrica Latina teve incio com o Tratado de

    Montevidu (1960), que criou a Associao Latino-Americana de

    Livre-Comrcio ALALC com o objetivo de implantar uma zona de livre-comrcio entre a Argentina, o Chile, o Uruguai e o Brasil.

    Depois disso, passaram a integrar a ALALC o Mxico, o

    Paraguai, o Peru, a Bolvia, a Colmbia, o Equador e a Venezuela,

    com a busca gradativa da eliminao das tarifas aduaneiras.

    Em 1980, foi criada a Associao Latino-Americana de

    Desenvolvimento e Integrao ALADI, que tinha por objetivo estimular a celebrao de acordos bilaterais relacionados a setores

    especficos da economia, com a reduo das barreiras tarifrias e a

    eliminao de barreiras no tarifrias.

    Em 1990, com a Ata de Buenos Aires, ficou estabelecido o

    prazo final para a formao entre Brasil e Argentina: 1994. Em 1991,

    adveio o Tratado de Assuno, dando ao incipiente bloco econmico

    feio multilateral, ainda em carter provisrio, com a entrada do

    Uruguai e do Paraguai, ficando o Chile e a Bolvia na condio de

    meros observadores.

    Com isso, foi celebrado um novo compromisso visando

    criao de um futuro Mercado Comum, buscando fomentar o aumento

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    dos mercados internos dos Estados signatrios, atravs da

    implementao das seguintes polticas:

    a) integrao e acelerao dos processos de desenvolvimento

    econmico-social de forma igualitria;

    b) aproveitamento eficaz e racional dos recursos naturais disponveis

    e preservao do meio ambiente;

    c) desenvolvimento das interconexes fsicas dos meios de

    comunicao e transporte;

    d) coordenao conjunta das polticas macroeconmicas; e

    e) desenvolvimento cientfico e tecnolgico.

    O Tratado de Assuno fundamentado pelos seguintes

    princpios:

    a) Gradualidade: permite que os diversos mercados dos pases

    signatrios adaptem-se aos ajustes que se fizerem necessrios, de

    forma homeoptica e salutar, impedindo aodos no processo de

    implementao.

    b) Flexibilidade: a fim de se garantir que os ajustes necessrios

    sejam implementados de forma adequada velocidade do processo

    de implementao.

    c) Equilbrio: determinando que os casos de tratamento diferenciado

    entre os Estados signatrios do Tratado fossem resolvidos atravs da

    equidade, como fonte supletiva de direito.

    Finalmente, com o Protocolo de Ouro Preto de 1994, ratificado e

    promulgado em 1995, o Mercosul foi definitivamente criado, como

    ente dotado de personalidade jurdica internacional, conforme

    o seu artigo 34:

    Art. 34. O Mercosul ter personalidade jurdica de Direito Internacional.

    Os principais aspectos institucionais definidos pelo Protocolo de

    Ouro Preto so:

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    a) Natureza jurdica dos rgos do Mercosul e sistema de tomada de

    decises: o Mercosul possui uma estrutura orgnica

    intergovernamental. Isso significa que so sempre os governos que

    negociam entre si, no existindo rgos supranacionais. As decises

    no Mercosul so sempre tomadas por consenso, com a

    participao de todos os signatrios. No existe a possibilidade de

    voto, a fim de decidir por maioria;

    b) rgos do Mercosul: so criados alguns rgos novos e mantida a

    maioria dos rgos transitrios criados pelo Tratado de Assuno;

    c) Aplicao interna das normas emanadas do Mercosul: uma vez que

    no tm aplicao direta em seus Pases-membros, os Estados devem

    comprometer-se em adotar medidas para sua plena internalizao e

    incorporao ao ordenamento jurdico nacional;

    d) Personalidade jurdica do Mercosul: reconhecida a personalidade

    jurdica de direito internacional do Mercosul. Isso possibilita ao bloco

    a aquisio de direitos e a sujeio a obrigaes como uma entidade

    distinta dos pases que o integram;

    e) Fontes jurdicas do Mercosul: o Tratado de Assuno, seus

    Protocolos e instrumentos adicionais, bem como os demais acordos

    celebrados no mbito do Tratado;

    f) Idiomas oficiais do Mercosul: portugus e espanhol, e os

    documentos de trabalho do Mercosul devero ser elaborados no

    idioma do pas sede das reunies;

    g) Soluo de controvrsias: o mecanismo de soluo de

    controvrsias foi inaugurado pelo Protocolo de Braslia.

    Cumpre ressaltar que no Mercosul no h direito

    comunitrio, sendo suas normas oriundas de seus rgos comuns,

    que devero internalizadas, segundo as regras de direito

    internacional.

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    Merecem destaque, por oportuno e didtico, os seguintes

    acordos celebrados no mbito do Mercado Comum do Cone Sul, que

    constituem seu principal bloco e fonte normativa:

    a) Protocolo de Ouro Preto, de 1994: estrutura organizacional

    do bloco;

    b) Protocolo de Fortaleza, de 1996: sistema de defesa

    concorrencial;

    c) Protocolo de Las Leas, de 1996: Cooperao e Assistncia

    Jurisdicional em Matria Civil, Comercial, Trabalhista, Administrativa;

    d) Protocolo de Ushuaia, de 1998: compromisso democrtico no

    Mercosul, Chile e Bolvia: manuteno das instituies de Estado e do

    respeito separao harmnica dos poderes constitudos;

    e) Protocolo de Olivos, de 2002: sistema permanente de

    soluo de controvrsias.

    Importante falar sobre a aceitao da Venezuela como membro

    pleno do Mercosul, mediante supresso do Paraguai.

    Durante o processo de impedimento do ento presidente

    paraguaio, Fernando Lugo, no ano de 2012, os demais membros

    plenos entenderam que houve violao ao compromisso de

    manuteno das instituies democrticas estabelecido via Protocolo

    de Ushuaia, o que acarretou na aplicao das medidas previstas no

    mesmo Protocolo.

    Uma dessas medidas a suspenso do suspenso do direito de

    participar dos diferentes rgos dos processos de integrao, at a

    suspenso dos direitos e obrigaes resultantes destes processos.

    Assim, o Paraguai teve os seus direitos suspensos.

    Durante a suspenso do Paraguai do Conselho de Mercado

    Comum e demais rgos estruturais e decisrios, os Estados

    signatrios do Mercosul aprovaram a adeso como membro pleno da

    Venezuela no bloco econmico, cujo Protocolo de Adeso encontrava-

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    se pendente de ratificao por parte do Legislativo paraguaio (o

    processo de adeso da Venezuela j estava em andamento desde

    2006).

    Isso ocorreu porque tanto a Argentina quanto o Uruguai, com

    base no entendimento do Brasil, entenderam que a suspenso

    determinada pelo Protocolo de Ushuaia teria aplicabilidade sobre os

    processos decisrios em curso, fato este que permitiria a entrada da

    Venezuela como membro pleno ainda que pendente a ratificao do seu Protocolo de Adeso por parte do Legislativo paraguaio.

    Aps o restabelecimento da Ordem Democrtica do Paraguai,

    este pas apresentou representao, recebida como medida de

    exceo, junto ao Tribunal Permanente de Reviso contestando a

    entrada da Venezuela no bloco, como membro pleno. Todavia, a

    Corte do Mercosul considerou que no se encontravam presentes os

    requisitos de admissibilidade da representao e a rejeitou sem

    adentrar no mrito da causa.

    Em virtude da deciso acima, as atuais autoridades polticas,

    representantes do Paraguai se recusam a participar das reunies do

    Conselho de Mercado Comum, mas no formalizaram a sua sada do

    bloco e denncia ao Tratado de Assuno e demais normativos do

    Mercosul.

    De todo modo, a Venezuela passar a adotar a Tarifa Externa

    Comum TEC aplicvel aos signatrios do bloco, e ter que adequar sua legislao interna aduaneira s normas do Mercosul, pois o

    Mercosul caracteriza-se pelo regionalismo aberto, o que significa que

    objetiva no s o aumento do comrcio intrazona, mas tambm o

    estmulo s trocas com terceiros pases.

    Assim, so esses os atuais pases membros-plenos do Mercosul:

    Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela e Uruguai. Para memorizar, a

    imagem abaixo mostra essa disposio:

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    So Estados Associados do Mercosul: Bolvia (desde 1996),

    Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), Colmbia e Equador (desde

    2004). O Tratado de Assuno aberto, mediante negociao,

    adeso dos demais Pases Membros da ALADI.

    As negociaes do Cdigo Aduaneiro do Mercosul esto

    avanadas, e prosseguem as tratativas para implementao da TEC.

    Com o objetivo de reduzir os custos financeiros nas transaes

    comerciais, o Conselho do Mercado &RPXP DSURYRX R 6LVWHPD GH3DJDPHQWR HP 0RHGDV /RFDLV SDUD R FRPpUFLR HQWUH RV (VWDGRV-Partes do Mercosul, j estando em funcionamento para operaes

    entre o Brasil e a Argentina.

    Em resumo do que foi exposto at aqui:

    x O Mercosul foi criado em 1994; x As suas decises so tomadas por consenso;

    x Tem personalidade jurdica de direito internacional;

    5.1 rgos do Mercosul

    A estrutura institucional do Mercosul foi definida, de forma

    transitria, pelo Tratado de Assuno e de forma permanente pelo

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    Protocolo de Ouro Preto. A sua estrutura orgnica possui

    caractersticas originais, que a diferenciam da de outros modelos de

    integrao, como a Unio Europeia.

    Em primeiro lugar, ela intergovernamental, ou seja, os

    governos que negociam entre si, sem a existncia de rgos

    supranacionais. Outro aspecto importante o fato de que as

    decises no Mercosul so sempre tomadas por consenso, no

    existindo a possibilidade de deliberao mediante votao por

    maioria.

    Essas caractersticas definem a natureza flexvel e gradual do

    processo, que no se encontra preso rigidez de estruturas

    decisrias alheias vontade ou capacidade de compromisso dos

    governos envolvidos.

    Por ser consensual, as decises adotadas pelo Mercosul

    refletem a disposio dos governos dos membros-plenos. Contudo,

    essa sistemtica cria a necessidade de adotar procedimentos

    nacionais para incorporao da norma acordada ao ordenamento

    jurdico nacional de cada Estado-parte.

    A estrutura institucional do Mercosul conta com os seguintes

    rgos, sendo estes originrios do Protocolo de Ouro Preto:

    x Conselho do Mercado comum CMC: o rgo superior do

    Mercosul, que deve conduzir politicamente o processo de integrao e a tomada de decises para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assuno e para lograr a constituio final do mercado comum. Ele se manifesta por Decises, que so obrigatrias para os Estados-partes. Dentre as suas atribuies, o CMC (i) formula polticas e promove as aes necessrias conformao do mercado comum; (ii) exerce a titularidade da personalidade jurdica do Mercosul; (iii) negocia e firma acordos em nome do Mercosul com terceiros pases, grupos de pases e organizaes internacionais; entre outras.

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    x Grupo Mercado Comum GMC: o rgo executivo do

    Mercosul. Ele pode elaborar e propor medidas concretas no desenvolvimento de seus trabalhos, convocar, quando julgar conveniente, representantes de outros rgos da Administrao Pblica ou da estrutura institucional do Mercosul. Ele se rene de forma ordinria ou extraordinria e se manifesta por Resolues, que so obrigatrias para os Estados-partes. x Comisso de Comrcio do Mercosul CCM: encarregado

    de assistir o Grupo Mercado Comum, com competncia para velar pela aplicao dos instrumentos de poltica comercial comum acordados pelos Estados-partes para o funcionamento da unio aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas e matrias relacionados com as polticas comerciais comuns, com o comrcio intra Mercosul e com terceiros pases. Ela se manifesta por Diretrizes ou Propostas, sendo que as Diretrizes so obrigatrias para os Estados-partes.

    x Foro Consultivo Econmico-Social FCE: o rgo de

    representao dos setores econmicos e sociais, com funo consultiva para se manifestar atravs de recomendaes no Grupo Mercado Comum.

    x Secretaria Administrativa do Mercosul SAM: um rgo

    de apoio operacional, que ser responsvel pela prestao de servio aos demais rgos do Mercosul e tem sede permanente na cidade de Montevidu. Recentemente, foram criados tambm: x O Tribunal Permanente de Reviso: ser estudado em

    tpico prprio em razo da complexidade do assunto. x Parlamento do Mercosul: foi constitudo em 2006 e substituiu

    a Comisso Parlamentar Conjunta, que era o rgo representativo dos Parlamentos dos Estados-partes no mbito do Mercosul. Atualmente, o rgo parlamentar de representatividade direta de seus concidados para fortalecer o processo de integrao poltica do Mercosul.

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    independente e autnomo e integra, permanentemente, a estrutura institucional do Mercosul, e tem sede em Montevidu, na Repblica Oriental do Uruguai. So rgos com capacidade decisria, de natureza

    intergovernamental: o Conselho do Mercado Comum, o Grupo

    Mercado Comum e a Comisso de Comrcio do Mercosul, bem como

    os recm-criados Tribunal Permanente de Reviso e Parlamento do

    Mercosul.

    9 (ESAF/Procurador BACEN/2002) As decises do Conselho do Mercado Comum, rgo superior ao qual incumbe a conduo da

    poltica do processo de integrao, manifesta-se mediante decises

    que so obrigatrias para os Estados-partes.

    Falamos sobre o Conselho do Mercado Comum, e como a sua

    forma de manifestao a Deciso, que so obrigatrias. Para

    salientar, transcrevi o art. 9 do Protocolo de Ouro Preto:

    Vemos ento que o item CORRETO.

    10 (ESAF/Procurador BACEN/2002) O tratado constitutivo do MERCOSUL (Tratado de Assuno, 1991) est aberto adeso,

    mediante negociao, dos demais pases membros da Associao

    Latino-Americana de Integrao.

    O Conselho do Mercado Comum manifestar-se- mediante Decises, as quais sero obrigatrias para os Estados Partes

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    O art. 20 do Tratado de Assuno prev que: Por previso expressa, o item est CORRETO. 11 (ESAF/Procurador BACEN/2002) Tendo em vista as desigualdades entre os Estados-partes, o MERCOSUL no est

    fundado na reciprocidade de direitos e obrigaes entre eles.

    A reciprocidade uma das caractersticas do Direito Econmico

    Internacional, e o Mercosul no exceo a isso. Assim, o item est

    ERRADO.

    12 (ESAF/Procurador BACEN/2002) O MERCOSUL tem personalidade jurdica de direito internacional pblico independente

    daquela atribuda aos Estados-partes individualmente considerados.

    O art. 34 do Protocolo de Ouro Preto expresso quanto a

    personalidade jurdica do Mercosul. Para relembrar, vamos ler o

    artigo:

    Por disposio expressa, a questo est correta.

    13 (ESAF/Auditor TCE Paran/2003) O Mercosul foi institudo por meio do Tratado de Assuno, de 26 de maro de 1991,

    que revogou o Tratado de Montevidu, de 1980, que havia criado a

    Associao Latino Americana de Integrao.

    Art. 34. O Mercosul ter personalidade jurdica de Direito Internacional.

    O presente Tratado estar aberto adeso, mediante negociao, dos demais pases membros da Associao Latino-Americana de Integrao.

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    O Mercosul foi institudo no pelo Tratado de Assuno de 1991,

    mas sim pelo Protocolo de Ouro Preto de 1994.

    Outro ponto equivocado a afirmao a respeito do Tratado de

    Assuno, pois ele no revogou o Tratado de Montevideo. Assim, o

    item est ERRADO.

    5.2 Sistema de soluo de controvrsias

    Os procedimentos de soluo de conflitos foram estabelecidos

    pelo Protocolo de Braslia e pelo Protocolo de Olivos.

    Importante falar que o Protocolo de Braslia estabeleceu

    procedimento prprio que se aplica s reclamaes efetuadas por

    particulares (pessoas fsicas ou jurdicas) que se sintam prejudicados

    ou lesados por motivo da sano ou aplicao, por qualquer dos

    Estados-partes, de medidas legais ou administrativas de efeito

    restritivo, discriminatrias ou de concorrncia desleal, em infrao do

    Tratado de Assuno, dos Acordos celebrados no mbito do mesmo,

    ou das decises que emanem do Conselho do Mercado Comum, com

    a ressalva que as reclamaes particulares dependem de endosso da

    seo nacional para seguir adiante.

    So as fases para a soluo de conflitos:

    a) Negociaes diretas entre as partes na controvrsia: os

    Estados-partes procuraro resolver controvrsias mediante

    negociaes diretas e informaro ao Grupo Mercado Comum

    sobre as gestes que se realizarem durante as negociaes e os

    seus resultados.

    b) Interveno do Grupo de Mercado Comum: se mediante as

    negociaes diretas no for alcanado um acordo ou se a

    controvrsia for solucionada apenas parcialmente, qualquer dos

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    Estados-partes na controvrsia poder submet-la

    considerao do Grupo Mercado Comum.

    O Grupo Mercado Comum avaliar a situao, dando

    oportunidade s partes na controvrsia para que exponham

    suas respectivas posies e requerendo, quando considere

    necessrio, o assessoramento de peritos. As despesas que

    requeira este assessoramento sero custeadas em partes iguais

    pelos Estados-partes na controvrsia ou na proporo que

    determine o Grupo Mercado Comum.

    Ao trmino deste procedimento o Grupo Mercado Comum

    formular recomendaes aos Estados-partes na controvrsia

    tendentes soluo da controvrsia.

    c) Tribunal Arbitral Ad Hoc e/ou; Quando no se puder

    solucionar a controvrsia mediante a aplicao dos

    procedimen