direito e cidadania

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2 EDICAO JORNAL OABCABOFRIO ONLINE

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Page 1: DIREITO E CIDADANIA
Page 2: DIREITO E CIDADANIA

“A Palavra do Presidente2 OutubrO 2010 - NO 02

O JOgO de Cintura iii

Eisenhower Dias Mariano Presidente da 20a. Subseção da OAB/RJ

Desde que assumimos o primeiro mandato a frente da Vigésima Subseção da OAB-RJ, em 2004, o lema da diretoria e da administração sempre foi, e é, a luta incondicionada pela otimização do ambiente profissional, que não

pode ser bom apenas para um dos segmentos envolvidos. Tem que ser melhor para todos os que nele convivem: advogados, estagiários, juízes, promotores de justiça e servidores em geral.

Assim é que, desde o início daquele primeiro mandato, dedicamos a maior serie-dade ao trato das questões éticas e disciplinares trazidas à Subseção. São poucos os casos, mas felizmente conseguimos reduzir ainda mais as reclamações dessa espécie. E a busca do bom ambiente impõe a exclusão das “bandalhas” que acabam man-chando o conjunto. Isso não desaparece definitivamente, vez que a prática insiste em ser recorrente, mas não aliviamos a sua persecução.

Por outro lado, combatemos intransigente e destemidamente os agravos perpe-trados contra as prerrogativas profissionais que, a propósito, não foram escassos os casos, ao menos nos primeiros meses.

E as violações das prerrogativas ocorrem dos modos mais variados, como, exemplificativamente, quando os advogados eram ou são impedidos de, sem pro-curação, retirar os autos dos processos para exame ou cópias, embora pudessem e possam eles, ainda sem poderes, ajuizar ações, contestar, recorrer e praticar todos os atos processuais urgentes em favor dos seus constituintes, conforme legislação processual vigente. Também quando não são atendidos ou padecem injusta, ilegal e inconstitucional afronta ou restrição ao livre exercício de suas atribuições profissio-nais, isso por parte dos juízes, servidores públicos do Poder Judiciário, do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar, bem como dos demais órgãos e Poderes Públi-cos, notadamente os do Poder Executivo.

Assegurado foi na Subseção, em todas as hipóteses, o livre exercício do amplo direito de defesa a todos, indistintamente.

E na medida em que, na contrapartida, algumas autoridades e uns poucos ser-vidores públicos, foram e até continuam incansáveis nas persistentes remessas de ofícios à OAB, objetivando a adoção de medidas contra os profissionais do direito, ofícios esses sempre por nós recebidos e devidamente processados, embora na maio-ria dos casos mal instruídos e desacompanhados dos elementos probatórios, o que causa espécie, colecionamos, por outro lado, inúmeras reclamações de profissionais que não foram corretamente atendidos nos gabinetes e mesmo nos cartórios e nas serventias.

Percorremos os tribunais conduzindo reivindicações, quase todas atendidas, como, por exemplo, as que dizem respeito ao direito do advogado de ver expedi-dos, em seu próprio nome, mandados de pagamento e alvarás de levantamento; o de retirar os processos dos cartórios para cópias ou exames; o de avistar-se com as autoridades para despachar petições ou requerimentos, obter esclarecimentos ou pro-mover a movimentação processual, estes entre outros. É certo que não alcançamos a satisfação completa, mas avançamos.

Agora recentemente encontramos casos como o do juiz que só atende aos advo-gados num determinado dia da semana, no final do dia e após a realização de todas as audiências, isso ao argumento de que há excesso de trabalho, diga-se, acúmulo de processos com andamentos atrasados. Também recentes os casos em que os estagiá-rios de advocacia são impedidos de subscrever petições de juntada de substabeleci-mentos, mesmo nos casos em que esse documento mencione o seu nome e o número de inscrição na OAB, assim como de retirar Alvarás de Levantamento ou Mandados de Pagamento nominativos aos advogados que o substabelecem os poderes, o que mais implica um retrocesso de inteligência ou a vontade deliberada de aviltar o profissional de direito ou o abuso de autoridade inscrito no artigo 3º, “j” da Lei nº 4.898, de 09/12/1965.

As prerrogativas têm que ser protegidas, defendidas e respeitadas, sob pena de se fragilizar o exercício da profissão e de se submeter aos riscos os próprios direitos dos jurisdicionados confiados ao patrocínio dos profissionais do direito.

O dever social, legal, regulamentar e estatutário de urbanidade, aplicável a todos e exigível em todas as relações, não autoriza o jogo de cintura que implique na transigência com o direito alheio, no caso, as prerrogativas dos profissionais do direito.

O ambiente profissional tem que ser bom para todos os que nele convivem e trabalham, e não somente para uma parcela da população envolvida.

Precisamos provocar os congressistas objetivando a aprovação de recente, inci-sivo e contundente Projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional e que traduz como crime a violação das prerrogativas profissionais.

Estas são e serão as nossas lutas e as nossas metas.

DIREITO CIDADANIA&

A n u n c i e ( 2 2 ) 2 6 4 3 - 0 0 2 6

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SaúdeDireitO & CiDaDaNia 3

Amor e

Arte

Tudo começou meio por acaso, conta Joelma Fidalgo, fundado-ra das Amigas da Mama. “Em

2002 fui procurada por uma amiga para ajudar uma moça que havia feito uma cirugia de mama e estava entran-do em depressão”, diz.

A partir daí, começou o trabalho para dar apoio a mulheres portadoras de cancer de mama. “Achei que es-tava na hora de formar um grupo de operadas, que estavam muito bem, para ajudar essas outras pessoas que estavam chegando”, conta Joelma, que então, começou a formar o grupo de amigas, voluntárias e portadoras, que se transformou numa ONG.

A atuação do grupo é pioneira na re-gião e foi decisiva para trazer para o

JoelmA FiDAlGo eneliZe cAlDAs FeRnAnDes liAnA BARReto

As ARmAs

das Amigas

da Mama

contra o

câncer de

mama

RosemeRi De AnDRADe PeReiRAArtesã e voluntária

Oncosol, única clínica especializada no tratamento da doença na Região dos Lagos, o tão sonhado credencia-mento pelo S.U.S, trazendo enorme benefício para as portadoras, que an-tes precisavam se deslocar até o Rio de Janeiro para o tratamento.

O trabalho das Amigas da Mama é atender as operadas. O grupo rece-be as mulheres depois das cirurgias, fazem vistas em casa, levam “apoio, amor e esperança de fi quem boas”, explica Joelma. E, hoje, a ONG aten-de também a homens portadores de câncer.

Casa Perto de CasaEnelize Caldas Fernandes, presi-

dente das Amigas da Mama, diz que a entidade está pleiteando conseguir uma casa em cada município para atender as mulheres mastectomiza-das. “O ideal seria uma em Cabo Frio, por estar mais próximo da Oncosol, onde são feitos os procedimentos de quimioterapia”, explica.

O projeto chamado de Casa Perto de Casa já tem sua primeira unidade em funcionamento em Arraial do Cabo com a ajuda do prefeito da ci-dade, que paga o aluguel do imóvel.

“A Casa Perto de Casa é um sonho que estamos realizando. Hoje esta-mos aqui em Arraial do Cabo, uma coisa fabulosa!”, enaltece.

Na Casa de Arraial não existe es-

paço para se falar em doença. Todas as tardes a aglomeração de portado-ras e voluntárias, envolvidas com a confecção de artesanato para cobrir as despesas das atividades da ONG, mais parece uma festa.

Liana Barreto, administradora do núcleo, conta que apesar de toda a movimentação, a Casa ainda não foi inagurada. “Mas já estamos produ-zindo. É todo dia assim. A gente brin-ca, ri, fazemos lanches, trabalhamos. É muito bom”, conclui.

A Casa Perto de Casa de Arraial do Cabo está localizada na Rua Damião Teixeira, 13, Praça do Império (anti-ga Praça da Bíblia). Telefones: (22) 8817-4810 e 9964-5601.

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Rápidas4 OutubrO 2010 - NO 02

Por Márcia Gampert

Por solicitação do advogado Luiz Simões Martinho, o presi-dente da 20a Subseção da OAB/

RJ, Eisenhower Dias Mariano, esteve reunido com os advogados da cidade de Arraial do Cabo, no dia 27 de se-tembro último, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Álcalis. O encontro, que é uma rotina da Subseção, trata de questões adminis-trativas e dos problemas da Comar-ca.

Em sua fala, Eisenhower reforçou a necessidade de manter a entidade sempre aberta. “Os advogados vivem em sociedade e ela pode precisar de-les a qualquer momento”. O presiden-te lembrou, também, o trágico episó-dio do policial, estudante de Direito, morto por seus colegas enquanto re-alizava uma prisão em Cabo Frio. “E isso aconteceu justamente no dia em que o comando da polícia declarava que a criminalidade estava quase ex-tinta na região”, lamentou.

Lentidão é a maior queixaA demora no andamento, e despa-

chos nos processos é a maior queixa dos advogados cabistas. O campeão das reclamações é o Fórum da cida-de. O funcionamento da Vara Única foi questionado pelos advogados pre-sentes, que alegaram lentidão exces-siva.

“Mas não adianta pedir novas Va-

REGIÃO recebeu curso gratuíto de peticiona-mento eletrônico O Departamento de Apoio às Subseções da OAB/RJ (DAS), e a Escola Superior de Advocacia (ESA) relizaram curso gratuito de capacitação aos advogados para a utilização do processo eletrônico. A Região dos Lagos, junto com as cidades de Maricá, Rio das Ostras e Macaé, receberam a aula no dia 25 de setembro no Park Hotel, na cidade de Araruama, com a parti-cipação de 150 inscritos.O presidente do DAS, Felipe Santa Cruz, disse que “o peticio-namento eletrônico é uma realida-de e a OAB/RJ não pode permitir que os profi ssionais de seu quadro fi quem alheios a essa nova lingua-gem do Judiciário”. Cada aluno recebeu um CD contendo uma apostila didática.

OPHIR é eleito presidente da União dos Advogados de Língua Portuguesa

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, foi eleito por unanimi-dade, no dia 27 de setembro último, presidente da União dos Advogados de Língua Portuguesa (UALP), em assembleia geral ordinária da entidade em Lisboa, Portugal. Ophir assumirá a Presidência da UALP em janeiro de 2011, para um mandato de dois anos.

EXAME de Ordem agora é realizado pela FGV

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) passou a ser responsável pela orga-nização e realização do Exame de Ordem Unifi cado em todo o país. A decisão é do Colégio de Presidentes de Seccionais da Ordem dos Advoga-dos do Brasil e da Diretoria do Conselho Federal da OAB. Em Cabo Frio a primeira etapa do exame aconteceu no dia 26 de setembro, e a segunda está programada para o dia 14 de novembro.

ras enquanto não resolver a questão do prédio do Fórum, que é um des-respeito à Classe e às partes”, disse Alexandre de Oliveira Cunha.

Segundo o presidente da Subseção, o novo prédio está previsto apenas para 2012.

Mais ServiçosWagner de Andrade elogiou o site

da Subseção (www.oabcabofrio.org.br) e sugeriu criar novos serviços para os advogados. “Poderíamos ter o site como a fonte de pesquisa única que precisamos, ao invés de procurar em diversos sites”, disse sugerindo a inclusão de Leis, Códigos, Jurispru-dência e artigos jurídicos para con-sulta dos fi liados.

Diante da reclamação de concor-rência desleal e quebra da ética prati-cada por alguns advogados da cidade, o presidente pediu aos colegas que façam suas reclamações por escrito à Subseção, para que se possa dar se-guimento ao assunto. “Os advogados não reclamam”, queixou-se.

Eisenhower Dias Mariano reúne-se com advogados de Arraial do Cabo

Luiz Simões Martinho solicitou a reunião

Arraial do Cabo em discussão

Resíduos Sólidos

Convidado pela Subseção, o professor Jairo Salles, da Uerj, realizou palestra na sede da entidade, no dia 30 de setembro, falando sobre a necessidade de controle dos resíduos sólidos, especialmente as sacolas plásticas. O professor distribui diversos tipos de sacolas plásticas, e não plásticas, entre a platéia, e fez uma ampla explanação sobre a evolução do ho-mem e sua relação com o consumo de sacolas plásticas no mundo. “Pesquisa realizada pela Eco 92 na cidade do Rio de Janeiro previu que a produção de resíduos plásticos quadruplicaria até 2025”, informou.“O nosso modelo infelizmente está estruturado numa base consumista. É preciso que tenhamos a consciência que a geração indiscriminada de resíduos implica no consumo de energia e outras fontes naturais para transformar essa matéria prima em plástico utilizável”, alertou o professor.

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VenceuEleiçõesDireitO & CiDaDaNia 5

o Sugismundo

Preocupada com o an-damento do pleito eleitoral, a 20ª Sub-

seção da OAB/RJ instituiu uma Comissão Eleitoral para o acompanhamento dos fatos relativos à elei-ção. “Passamos o dia aqui aguardando os problemas, mas, felizmente não rece-bemos nenhuma ligação. Foi muito tranquilo”, disse o presidente da entidade, Eisenhower Dias Mariano. Segundo ele, as eleições nacionais e estaduais são sempre tranquilas. “As con-fusões acontecem quando existe polarização local”.

Para o presidente, o fato mais marcante das eleições foi o nú-mero de abstenções. “Ficamos mui-to impressionados com o número de abstenções nestas eleições. Mais de 20% do total de eleitores. Ou seja, perto de 20 milhões de pessoas dei-xaram de votar em todo o país e, a par disso, vimos que alguns candida-

tos, como o Tiririca, em São Paulo, conseguiram votações expoentes”, observa Eisenhower. “Penso que esses resultados merecem uma re-flexão profunda dos políticos neste país, principalmente daqueles que se oferecem para serem sufragados nas eleições. Isso, no meu modo de entender, indica que a população não

tem mais confiança em tudo isso que se vê por ai”, complementa.

Mergulhada em problemas que vão desde uma infraestrutura precá-ria para o atendimento ao Turismo, passando pela falta de saneamento, aumento da violência, inexistência de uma universidade pública, entre outros, a região depende cada vez

mais de bancadas fortes que defendam os interesses locais, que, em muitos ca-sos, ultrapassam a compe-tência dos prefeitos, como a defesa da manutenção dos royalties do petróleo e a despoluição da lagoa de Araruama. Mesmo assim elegeu apenas um deputa-do federal, Paulo César da Guia (PR), e um suplente de deputado estadual, Jâ-nio Mendes (PDT).

“E o Paulo César ainda depende do vai acontecer com Garotinho. Eu penso que os políticos majoritá-rios incidiram em um gran-

de erro ao investir em candidatos de outras regiões se esquecendo dos candidatos das nossas cidades. Penso que eles teriam que investir mais nos candidatos locais, por que contar que políticos de outras cidades, para de-fender os nossos interesses, é difícil”, avalia Mariano.

Com uma população estimada em mais de 250 mil habitantes, as cidades de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios pulverizaram a votação e elegeram apenas um representante.

Rua Irmã Josefina da Veiga, Cabo Frio, no dia da eleição

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Depoimento6 OutubrO 2010 - NO 02

Após o retorno do curso de Filo-sofi a do Direito na Faculdade de Direito de Coimbra em Portu-

gal, descobri que a ciência do Direito é algo muito maior que a nossa simples e rotineira realidade de atender clientes, ir ao fórum, participar de audiências e despachar com Juízes. Percebi que o Advogado pode fazer muito mais para si e para a sociedade porque Advogar é nada mais nada menos que falar por ou-trem, ad vocare, defender os direitos mais sublimes que o homem pode ter perante a civilização.

Em busca de mais satisfação profi ssio-nal que me realizasse como advogado, candidatei-me a um processo seletivo da Organização das Nações Unidas no fi nal de 2003, após fazer provas escritas e orais via telefone e internet fui aprovado e a missão seria atuar na implementa-ção da legislação laboral em Kosovo (Bálcãs). Meu embarque seria dia 1 de maio de 2004 quando, por infelicidade minha, a missão foi cancelada em razão de confl itos naquele país que o tornaram um país hostil para a atividade de civis da ONU.

Continuei em busca dessa realização pessoal e sempre pesquisando no site da ONU www.un.org outras oportunidades. Quando em 2005 me candidatei novamente num projeto da ONU chamado ARMADA (Advanced Resource Mobilization and Development for Africa) que era um projeto de mobilização de recursos especializados e de desenvol-vimento para a África. Fui selecionado como advogado.

Logo que recebi a notícia de ter sido aprovado no processo seletivo que envolveu mais de 100 mil candidatos, me deram 15 dias para preparar meus documentos e me encontrar com o grupo em Bonn, na Alemanha. Era inver-no e para lá fui, no grupo havia pessoas do mundo todo e eu era o único da América Latina. Durante 21 dias minha atividade foi do hotel para a sala de aula na sede da ONU em Bonn, e da sala de aula para o hotel. Vale destacar que, o prédio da ONU é um castelo às margens do rio Reno onde foi assina-do o tratado de reconstrução da Europa pós segunda grande guerra.

Terminados os treinamentos, retornei à minha rotina diária em Cabo Frio e aguardava ansiosamente a convocação para a missão na África. Seis meses depois, fui destinado à Moçambique, país de língua ofi cial portuguesa situa-do na África Austral tendo como vizinho mais importante a África do Sul e com um povo muito acolhedor. Moçambique é um país com muitos contras-tes, muita miséria contrastando com os luxuosos restaurantes, clubes e boates e nas ruas carros das marcas alemãs mais caras...Uma costa com mar azul e ilhas belíssimas com hotéis que recebem a família real inglesa em contraste com um interior árido, feio e pobre...Nos campos, não há grandes plantações

em razão das minas terrestres que sobraram da guerra.

Assumi meu posto como Legal Specialist (Espe-cialista Legal), gozava de imunidade e privilégio diplomático e todas as regalias, como todo o es-trangeiro a serviço da ONU. Meu trabalho naquele país era gerenciar os contratos de todo o sistema ONU no local, fossem contratos com o Governo local ou com fornecedores, assessoria jurídica ao departamento de recursos humanos bem como atuar como auditor nos processos licitatórios do sistema ONU.

O dia a dia era intenso, e claro, extrapolava os limites de jornada bem como a atuação determi-nada no contrato, fazíamos sempre mais. Meus colegas de trabalho na maioria moçambicanos que formavam a base da hierarquia do escritório, sim-plesmente pela mão de obra pouco qualifi cada que lá existe, e os demais de diferentes nacionalidades que ocupavam os cargos mais técnicos e de chefi a. Éramos 3 brasileiros, eu no jurídico, um na área de meio ambiente e outro na área de desenvolvimento de negócios e empreendedorismo.

O trabalho do advogado se concentra mais no escritório, mas sempre que eu tinha oportunidade, eu visitava o interior do país acompanhando um colega de trabalho em missão no campo, com isso eu conseguia ver de perto o resultado do meu tra-balho, ou seja, a efetiva implementação do dinhei-

ro ou do projeto que eu contratava. Assim eu tinha certeza que estava sendo útil ao povo moçambicano, mesmo estando em um escritório atrás de um computador.

O trabalho foi intenso, a ONU exige dedicação integral, o contrato que assinamos é de exclusividade, e mesmo quando tem enviam para cursos em Nova York (sede) ou em outro lugar qualquer do planeta, todo o investi-mento feito em seus profi ssionais é cobrado com a exigência da dedicação total. Para quem gosta de viajar, trabalhar para a ONU é perfeito.

Meu contrato chegou ao fi m depois de 3 renovações. Para voltar a traba-lhar para o sistema ONU novamente eu teria que me candidatar novamente de acordo com as oportunidades de vagas na minha formação e assim até adquirir um contrato permanente nos quadros da ONU. O que acontece somente após muitas missões executadas para o sistema.

O importante é saber que todo o tempo despendido nos escritórios na África, meu trabalho teve um resultado direto na melhora da qualidade de vida do povo moçambicano, bem como toda a distância da minha família e amigos valeu a pena, pois adquiri mais conhecimentos acerca de outros povos, culturas e acerca de mim mesmo.

Hoje sei que, ser Advogado, não é apenas fi car atrelado a uma rotina de fórum, audiências ou então ter conhecimento para fazer concurso público e atingir a estabilidade profi ssional na vida. Ser Advogado é ir além do Judiciário em benefício do próximo.

ALÉM do JudiciárioPor Ricardo Pereira de Oliveira., advogado

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CidadaniaDireitO & CiDaDaNia 7

A Comissão do Trabalho da Alerj (Assembléia Legisla-tiva do Rio de Janeiro), pre-

sidida pelo deputado estadual Paulo Ramos (PDT) realizou na sexta-fei-ra, 15 de outubro, Audiência Públi-ca no bairro de Maria Joaquina, em Cabo Frio, para ouvir a comunidade local sobre as Ações Demolitórias movidas pela prefeitura de Cabo Frio, sob alegação de invasão de área de proteção ambiental e falta de licenciamento para construção.

Os moradores, de origem humil-de, alegam já viver no bairro há muitos anos, onde a questão fundi-ária é confusa e o documento mais comum, quando existe, diz respeito à posse da terra e não à propriedade. Essa situação duvidosa estimula a indústria da invasão, atividade mui-to comum no município de Búzios, com objetivo de grilagem e revenda dessas áreas.

Em sua fala inicial, o deputado Paulo Ramos destacou a presença da OAB. “quero fazer um agrade-cimento especial à OAB, que tem tem se posicionado, ao longo de sua existência, como um instrumento à

serviço da afi rmação da cidadania”, disse.

O deputado fez um alerta para o problema das invasões. “Muitas ve-zes o poder público privilegia a es-peculação imobiliária em detrimento das pessoas que ocupam a terra du-rante muito tempo”, disse, acrescen-tando, “não podemos virar as costas para um clamor tão fundamental. Va-mos tentar mobilizar tudo aquilo que for possível para garantir às pessoas o direito à permanência na terra que ocupam.”

Sandro Henrique da Silva Santos, presidente da Associação de Morado-res do bairro contou que o problema vem se agravando. “O problema foi se alastrando. Hoje já são dez casas intimadas”, explica, informando que ofi ciou diretamente o prefeito Mar-cos Mendes sobre os acontecimentos do bairro, sem receber resposta.

“A OAB é o único órgão que olha prá gente aqui. fui pedir apoio ao presidente da Câmara , mas eles di-zem que querem a terra desocupa-da”, queixou-se. O presidente pediu também que seja feita a demarcação das áreas de proteção com a máxima

urgência, para que a própria comuni-dade possa cuidar para que não haja invasão.

Inea diz que não existe laudo identi-fi cando Área de Proteção no local

O agente ambiental do Inea (Insti-tuto Estadual do Ambiente), Mauro César Mello, é o técnico encarrega-do de fazer os laudos para o Minis-tério Público Federal, identifi cando a existência ou não crime ambiental. O agente confi rmou que foi solicitado laudo para as localidades de Flexei-ras e Gonçalves, mas o trabalho só começa na próxima semana, e vai identifi car as áreas consideradas de proteção, como praias, topo de morro e fl orestas.

Mauro César, que também é mora-dor do bairro, deu a sua explicação para os acontecimentos; “Maria Joa-quina virou terra de ninguém. Todos só querem o voto e os royalties do lu-gar. Da parte do governo do Estado, queremos educar e não punir”, decla-rou, antecipando “que até o presente momento nenhuma área no bairro foi identifi cada como de proteção”, disse o agente, para alívio dos moradores presentes.

Ação sem fundamento e mais pro-blemas

“Se não há um laudo do Inea dizen-do que a área é de proteção ambien-tal, e o próprio agente ambiental diz que não parece ser, como a prefeitura ajuiza uma Ação baseando-se justa-mente nesse fato?”, perguntou o de-putado Paulo Ramos.

A desorganização do bairro e a falta de atenção do poder público causam problemas em cascata. Uma morado-ra da Rua da Batalha reclamou que a Ampla não está fazendo as ligações de energia elétrica solicitadas.”A am-pla arrancou o único poste de luz que tinha na rua”, disse, mostrando as

20ª suBseÇÃO da 0aB/rJ PartiCiPa de audiÊnCia PÚBLiCa eM Maria JOaQuina

Moradores do bairro compareceram em massa à Audiência Pública Paulo Ramos presidiu a Audiência tendo ao seu lado Eisenhower Dias Mariano

Mauro César Mello, agente ambiental do Inea, disse não existir laudo sobre as áreas em questão

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Cidadania_Artigo8 OutubrO 2010 - NO 02

O título não é meu, de Jose Antunes Gonçalves; mas, tirado de uma revista ca-

tólica que recebo mensalmente da “CANÇÃO NOVA”, (matéria es-crita por Marcelo Godoy, biólogo, presidente do IPEA (Instituto Eco-lógico e de Proteção aos Animais – Natureza Viva) e que, como não poderia deixar de ser, versa sobre “meio-ambiente”Dito isto, quero ressaltar que, soli-citado a escrever uma matéria para nosso jornal OAB, como sempre escrevo, lembrei-me de fazê-la também sobre “meio-ambiente”, assunto tão em moda, tão preocu-pante, embora tão pouco debatido e não levado muito a sério pela so-ciedade. Nunca será demais falar-mos sobre o assunto! É por demais necessário!Há poucos dias, em determinado artigo que escrevia, e até nas mi-nhas intervenções e mensagens que tenho levado aos novos advogados que a cada semana estão chegando à nossa OAB, e não são poucos; pois deixei a presidência com cerca de 500 Advogados inscritos, e hoje já atingimos cerca de 900 Advoga-dos e mais 180 Estagiários; então, como dizia, nessas mensagens e também nas mensagens que sem-pre deixamos nas Escolas com o projeto OAB Vai à Escola, temos sempre destacado a preocupação com o “meio-ambiente”, e sempre dizendo aos jovens e aos adoles-centes, estudantes, que a “socie-dade” está doente, necessitando de socorro; urgente; necessitando de ação das pessoas e das autoridades comprometidas, inteligentes e res-ponsáveis; necessitando de deci-sões concretas de cidadãos e cida-dãs amadurecidos (as), confiáveis, com vida alicerçada sobre a rocha como nos diz a Palavra do Senhor (Mt. 7,24-25); “que nos fala sobre a casa edificada sobre a rocha”, onde os vendavais não a atingem, aqui, no caso, falando-se de pessoas, cidadãos ou cidadãs que resistam os vendavais que nos dias de hoje assolam a sociedade; vendavais da ganância; da falta de ética e de res-peito; da corrupção; da violência e falta de honestidade que se vêem nos dias de hoje, principalmente por

PlAnetA em Risco!

José Antunes Gonçalves, Coordenador do Projeto “OAB vai a Escola”.

aqueles que representam os poderes constituídos e que representam a sociedade, porque sempre se espe-ra que os seus representantes sejam cidadãos conscientes e respeitosos, e que em meio às turbulências do mundo não se deixem levar pelos malefícios dos escândalos que nos chegam diariamente através dos meios de comunicação.Aquele articulista, Marcelo Godoy, diz que “a questão ambiental é hoje discutida em todo planeta, através dos meios de comunicação, alertan-do para o problema que poderá nas próximas décadas, colocar em risco a sobrevivência humana na Terra”; e que, “ao longo de toda história, a natureza fez parte direta no dia-a-dia do homem, mas está sendo explorada, destruída e contamina-da, o que gera problemas que hoje desafiam os sábios e cientistas”, e ainda: “DEUS deu ao homem tudo de mais maravilhoso nesta vida: “A Mãe Natureza”. Mas o homem não tem usado os recursos de forma racional, deixando com isso nosso planeta “chorar”, tanto que nossas geleiras estão derretendo, nossos animais estão entrando em extin-ção, nossas florestas estão sumindo e com isso todo o berço das fontes de água, fundamental para a vida”Temos plena consciência da situ-ação que se apresenta em todo o mundo, quanto a gravidade da de-gradação do “meio-ambiente”, mas o ser humano, nós, e as autoridades principalmente, todos nós, conti-nuamos a fazer vistas grossas aos acontecimentos. Acreditamos que DEUS na sua in-finita misericórdia não irá deixar que a maravilha de sua criação seja exterminada. ELE deseja salvar a todos, a todos nós que fazemos parte desta sociedade, embora, uma sociedade já por demais corrom-pida. ELE nos dá sempre o tempo necessário para reflexão e remissão de nossos pecados. Cada um deve agora se questionar: qual o meu pa-pel a ser desempenhado na socieda-de em que vivo? O que tenho feito para preservação da natureza, obra do Criador? Somos pessoas inteli-gentes para sabermos distinguir o “bem” do “mal”. Que DEUS, nos abençoe !

guias de solicitação de ligação com mais de um ano. “Vivemos com luz clandestina, com crianças no quintal convivendo com os fios. Nós quere-mos a legalização da luz”, reclamou.

Outra denúncia feita na Audiência foi de que ricas mansões foram cos-truídas em áreas de proteção próxi-mas, e que não existe nenhuma Ação Demolitória contra elas e são atendi-das normalmente pela Ampla.

Exercício do DireitoO presidente da 20ª Subseção da

OAB/RJ, Eisenhower Dias Mariano, elogiou a presença do deputado Pau-lo Ramos em período pós-eleitoral e disse que a entidade está atenta e

acompanhando todos os desdobra-mentos do caso. Mariano confirmou que chegaram à OAB denúncias de que algumas pessoas não são moles-tadas em detrimento de outras menos favorecidas. “Às vezes a gente não consegue identificar esses problemas, mas o município tem a obrigação de saber e zelar para que não aconte-çam”, disse o presidente.

“Vamos acabar com a cultura de que os governantes podem representar a nossa vontade. Vamos começar a co-locar em prática o exercício do nosso direito. Cada um tem o seu direito e pode falar por si próprio. Vocês têm o direito de reclamar, de manisfestar a sua vontade”, destacou.

Embora não tenha sido visto com frequên-cia fazendo campanha no Segundo Distrito de Cabo Frio, o deputado estadual Paulo Ramos (PDT) vem se notabi-lizando por atender as demandas da população do local. Presidente da Comissão de Trabalho da Alerj, acolheu as re-clamações dos morado-res do bairro de Maria Joaquina, vítimas de Ações de Demolição movidas pela prefeitura de Cabo Frio. O deputado já realizou duas Audiên-cias Públicas sobre o assunto, uma na Alerj e outra, em Maria Joaquina, no dia 15 de outubro.

“Quando do meu primeiro manda-dato já houve uma reivindicação da comunidade. O Mirinho era prefei-to e queria reanexar Maria Joaquina, argumentando que o bairro era bu-ziano”, explica, “foi uma luta muito grande, eu apresentei projeto, mas acabou não prosperando”, conta Pau-lo Ramos. Foi dele, também, o Pro-jeto de Lei que tentou pela primeira vez emancipar o Segundo Distrito, sem sucesso. “Depois disso, tive con-tato com Casimiro de Abreu, onde Barra de São João queria se anexar a Rio das Ostras. Me reuni muito com o pessoal de lá. Agora, a luta que está mais avançada é a emancipação

de Tamoios, que inclui Maria Joaquina, e já tem plebiscito marcado para o ano que vem. Até agosto de 2011 sai”, diz, complementando,“não queremos com isso causar qualquer preju-ízo ao Primeiro Distri-to. A emancipação de Tamoios representa a única possibilidade de crescimento para toda a região” , argumenta.

Para o deputado é preciso criar um polo

industrial com urgência na região, e segundo ele, “é exatamente ali que existe essa característica”.

O deputado mostrou-se preocupa-do com a situação de Maria Joaqui-na. “Essa questão que estamos tra-tando aqui é da maior gravidade. No momento em que o governo federal desenvolve uma política de comprar áreas para fazer casas, a prefeitura de Cabo Frio faz exatamente o contrá-rio”, notou. “E a Audiência nos for-neceu uma informação da maior re-levância. Veio aqui um representante do órgão ambiental e disse que não há nada que caracterize aquelas áre-as que estão sendo acionadas como sendo de proteção ambiental. Como a prefeitura move uma ação, e funda-menta na questão ambiental sem ou-vir o órgão responsável? Está movida com que propósito”, pergunta

Interesse pela regiãoPaulo Ramos

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CarreiraDireitO & CiDaDaNia 9

Assim se apresenta o advogado Carlos Magno Soares de Car-valho.Não gosta de falar em

sucesso, prefere a palavra luta, mas sua trajetória profissional não fica nada a dever aos grandes escritórios do Rio de Janeiro. Com 21 anos de advocacia, é um colecionador de vi-tórias. Especializado em advocacia política, ganhou nada menos que 38 ações nas eleições de 2008, dentre elas algumas emblemáticas, com a diplomação do prefeito de Cabo Frio e a liberação da candidatura do atu-al prefeito de São Pedro da Aldeia. Sua clientela política é composta por prefeitos, vereadores, deputados e até celebridades, como o ex-jogador Romário.

A jornada começou cedo. “Eu tinha 13 anos quando meu pai me chamou e falou, olha, você vai ter que traba-lhar. O primeiro emprego foi numa livraria. O serviço era arrumar livros e me apaixonei por aquilo, por ler. O contato com aquele monte de papel, de livros me fascinou”, conta Mag-no.

Cinco meses depois o pai conse-guiu que ele fosse trabalhar na, então, Vara Única de São Pedro da Aldeia. “Comecei como office boy. Tenho guardado até hoje uma bolsinha verde

que foi o meu primeiro instrumento de trabalho. Eu saia toda tarde para com-prar o lanche do cartório: eram duas coca-colas, pão, queijo e presunto, e de manhã fazia o serviço de rua. Ali, eu comecei a me moldar para o Direito”.

Magno lembra que, na época, quem soubesse datilografar era valorizado, então o jovem office boy ficava depois do expediente sozinho, para treinar nas máquinas do cartório. “Um dia o Flávio (Flávio Gonçalves de Melo) me viu, e no dia seguinte me chamou e me co-locou para ser auxiliar de datilografia. Como minha irmã era professora de datilografia, começou a me dar aulas em casa. Em cinco meses eu já era um exímio datilógrafo”, conta.

Um dia o juiz da Vara Única viu o datilógrafo em ação no cartório e, im-pressionado com a sua agilidade, pe-diu para que o rapaz fizesse também as audiências no Fórum. “Imagina eu, ca-torze aninhos, de terno e gravata, só ti-nha uma de crochê marron, fazendo as audiências do juiz! Minha vida jurídica começa nesse momento”, diz.

Sem dinheiro para estudarEstar na vida jurídica era uma coisa.

Dinheiro para estudar Direito era outra. Magno já havia passado em dois vesti-bulares, mas não conseguia o dinheiro

para pagar a faculdade, até que um dia encontrou a ajuda que precisava. “Quem me ajudou foi o desembar-gador José Munhoz Filho, na época promotor da Comarca. Ele pagou o primeiro ano da faculdade, comprou os primeiros livros e falou: agora é com você!”

“Aí, não vem jogar bola?”A saudação era costumeira, todas

as tardes quando deixava o cartório e precisava correr para pegar o ônibus para o Rio. Eram seus colegas que terminavam o dia em alegres “pela-das”, enquanto ele passava direto, li-vros debaixo do braço, rumo ao Rio. “Trabalhava até dez para as quatro, pegava o ônibus da 1001, chegava no Rio às 6:10, pegava o 110 e chegava na faculdade. Fiz isso durante cinco anos. Meus amigos se mudaram para o Rio para estudar. Como eu não tinha dinheiro para isso, ía e vinha todos os dias. Mas, nunca perdi um período ou uma matéria”, relata.

Foram tempos duros. Por causa da faculdade foi obrigado a largar o tra-balho no cartório e teve duas estafas. “Sofri muito para estudar, muita falta de dinheiro. Era o tempo da inflação e a passagem às vezes aumentava de tarde. Muitas vezes ficava sem dinhi-ro para voltar e dormia na rodoviária”, lembra Magno.

Cargo: procuradorA atuação na área política aconteceu

naturalmente. “Ainda estagiário, em-barquei na campanha do Iédio Rosa, com pouco mais de 20 anos. Fui ser assessor jurídico da campanha e na se-quência, virei procurador de São Pe-dro com apenas um ano de formado”, diz.

Começava aí uma bem sucedida carreira de procurador na Região dos Lagos. O advogado já respondeu pe-las Procuradorias de Arraial do Cabo, Búzios, Cabo Frio, e duas vezes de São Pedro da Aldeia. Ocupou também

a Procuradoria da Câmara Mun-cipal de Cabo Frio.

Apesar disso, Magno diz que sua grande paixão é o Direito Ad-ministrativo. “Sentar numa mesa e dar parecer, é disso que gosto”, declara, não esquecendo de des-tacar sua experiência com a em-presa Salineira. “Aprendi muito com a empresa do Chico da Sali-neira, uma espécie de Vara Única. Tem tudo lá, no ramo do Direito”, brinca.

“O voto popular não vale mais nada”

Vitorioso justamente como advogado de causas políticas, Magno critica a judicialização das eleições: “O voto popular não vale mais nada. Sabe-se ante-cipadamente quem vai ganhar ou não. Aquele que vai perder enche o adversário de processos e, as-sim, passa o judiciário a intervir na vontade do povo. A democra-cia festiva , verdadeira, não vale mais nada. Hoje está nas mãos dos juízies, que não são eleitos pelo povo. Essa é uma critica que eu faço, não ao judiciário, que eu respeito muito, mas ao sistema republicano”, afirma.

O advogado declara-se um apaixonado pela profissão. “Eu amo o Direito. Tenho orgulho de ser advogado, de pertencer à OAB” , fala com entusiasmo.

Sobre as dificuldades da carrei-ra, Magno ressalta que a maior delas, atualmente, é se manter informado. “A gama de informa-ções é enorme e existe mutação permanete nas relações jurídi-cas”, diz.

Carlos Magno mantém seu escritório na Av Assunção, em Cabo Frio, e trabalha com uma equipe de sustentação, composta pelos advogados David Figueire-do, Diogo Carvalho, Paulo Lage, Rafael Andrade, Cristiano Caval-canti e Carlos Magno Maurício.

CarlosMagnoadvogado

“Aldeense de coração e de nascimento”

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Sociais10 OutubrO 2010 - NO 02

aRRaIal Do CaBo

Sergio Pinheiro de Melo, 56 anos de Arraial do CaboEisenhower Dias Mariano, com Renato

Gonçalves, preside a reunião de advogados de Arraial do Cabo.

Subseção participou do Mutirão da Cidadania da Legião da Boa Vontade, no dia 01 de setembro, oferecendo orientação jurí-dica gratuíta à população.

20a Subseção participa de Ação Social do Lions Clu-be de Cabo Frio nos dias 17 e 18 de setembro, na Praça Porto Rocha.

Élcio Ribeiro de Souza Alexandre de Oliveira Cunha

Ana Valéria Torres Carino e Edmar Almenara da Costa

Isaias Gomes Fernandes e Loreta Neves Melo

Valestan Milhomen da Costa, tabelião do Cartório 1º Ofício, Saulo Bichara Mendonça, coordenador Pós-Gra-duação em Direito/Estácio de Sá, Maria Clarice Bezerra da Nobrega, coordenadora do Curso de Direito-Estácio de Sá e Fabianne Manhães Maciel, coordenadora do Curso de Direito/UVA, participaram da solenidade de entrega de carteiras da OAB no dia 30 de setembro.

Daniella e Verônica Batista de Souza rece-bem seus Diplo-mas de Mérito das maõs do presidente da Subseção, Eisenhower Dias Mariano

0 estagiário Eduardo Genes Vieira recebe sua carteira da OAB com a presença de toda a família.

A presidente das Amigas da Mama eneliZe cAlDAs FeRnAnDes recebe homenagem pelo trabalho desenvolvido pela ONG

O estagiário Alexandre Gonçalves Corrêa Frizoni assina o Termo de Compromisso ,na solenidade de entrega de carteira da OAB.

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MemóriaDireitO & CiDaDaNia 11

CNPJ 33.648.981/0021-80 Rua Dr. José Waltz Filho, nº 58 sala 209Centro - Cabo Frio/RJ - Tels: (22) 2643-0026 / 2643-0561 - CEP: 28905-270

Diretoria Presidente : Eisenhower Dias MarianoVive-presidente: Simone Pullig Lopes da RosaTesoureiro: Gildo Fabiano da CostaSecretário Geral: Francisco Carlos Antônio da CostaSecretário Geral Adjunto: Gláucio Souza LuizSuplente: Thais de FigueiredoSuplente: Leonardo José de Souza Elias

Produção Editorial

NSMartinez Editora MECNPJ: 08.409.118/0001-80Praia das Palmeiras, 22 - Cabo Frio / RJTextos: Niete MartinezFotografias: OAB/ Cabo Frio e PapiPressColaboração: Márcia GampertRevisão: Alice da C. Alexandre Brum Capa: Praia do Forte - Cabo Frio (Foto de PapiPress)

* Os artigos assinados por terceiros são de res-ponsabilidade de seus autores.

Os PiOneirOs

José Antunes Gonçalves, criador do primeiro Boletim Informativo da 20a Subseção

Boletim Informativo da 20a Subseção da OAB/RJ

Com 1.112 inscritos, entre advogados e estagiários, a 20ª Subseção da OAB/RJ faz

orbitar em sua esfera de influência um público formador de opinião, socialmente ativo e responsável pela manutenção das Instituições Demo-cráticas. Atender a um público exigente e altamente qualificado na seleção de suas informações tem sido a preocu-pação constante da Subseção. Assim, desde sua implantação, em pelo menos duas ocasiões a entida-dede lançou o seu jornal. A primeira delas, aconteceu durante a presi-dência do advogado Nelson Schver, no meado da década de 80, sem, no entanto, terem restado registros dessas publicações. A segunda, aconteceu em agosto de 2001, quando o advogado José Antunes Gonçalves ocupava o pre-sidência da Subseção (2001 a 2003). Surgiu, então, o primeiro jornal de fato, o “Boletim Informativo da 20ª Subseção da OAB/RJ”. Um tablói-de impresso em papel offset, o que configurava um luxo editorial para a época.“Nós sentimos a necessidade de ter um veículo na OAB, que pudesse divulgar as inicitivas da entidade e fizemos o jornal que foi muito bem acolhido, bem aceito, e levamos a publicação até quando pudemos”,

conta José Gonçalves.A experiência foi boa, deixou saudade e serviu de inspira-ção para o lançamento do jornal “Direito&Cidadania”. “A gente mesmo fazia o jornal. O conteúdo era produzido dentro da OAB e a diagramação feita em Saquarema por um jornalista de lá. Tinha o Dr. Dávio Martins, que tinha carteira de jornalista, e nos auxiliava nas maté-rias. Fazíamos tudo em conjunto, eu e ele”, conta José Gonçalves.O “Boletim Informativo” só não foi à frente por contingências de mer-cado. “Foi excelente, havia muito interesse no jornal e muitas referên-cias elogiosas, mas infelizmente a

questão dos anúncios prejudicou a continuidade”, esclarece Gonçal-ves.Defensor da necessidade de se ter um veículo de comunicação para prestar informações ao advogados e divulgar as ações da Subseção, José Gonçalves vibra com o lança-mento do novo Jornal “Direito & Cidadania”. “Muito bom. E ele vai realmente prosperar, pois é indispen-sável que nós tenhamos um veículo de comunicação dentro da OAB. E, com certeza, os advogados vão se interessar em mandar matérias”, afirma.

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São Pedro da Aldeia e Cabo Frio

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20a Subseção da OAB/RJRua Dr José Waltz Filho, 58, Sl 209

Centro - Cabo Frio/RJ - Tel. (22) 2643-0026