introd direito e cidadania

27
1 CURSO CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: SOCIEDADE, DIREITO E CIDADANIA. PROFESSOR: BRUNO MORAIS 1- DIREITOS E CIDADANIA Cidadania (do latim, civita, "cidade"), é o conjunto de direitos, e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.O conceito de cidadania sempre esteve fortemente atrelado à noção de direitos, no entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade. Ver - Direitos e deveres do Cidadão Constituição Federal de 1988 Devemos lutar para que os nossos direitos sejam respeitados, e ao mesmo tempo, ter a consciência de nossos deveres e cumpri-los. Como Cidadão você tem direito de: Ir e vir em todo território nacional em tempo Paz; Direito de igualdade perante a Lei; Direito de não ser torturado e de não receber tratamento desumano ou degradante; Direito a sua intimidade, sua vida particular, sua honra, sua imagem, à inviolabilidade de seu domicílio, de sua correspondência, de suas comunicações telegráficas, de dados e telefônicas; Direito de liberdade de expressão de atividade artística, intelectual, cientifíca,

Upload: maluzinha-nascimento

Post on 26-Sep-2015

19 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

cidadania

TRANSCRIPT

  • 1

    CURSO CINCIAS CONTBEIS

    DISCIPLINA: SOCIEDADE, DIREITO E CIDADANIA.

    PROFESSOR: BRUNO MORAIS

    1- DIREITOS E CIDADANIA

    Cidadania (do latim, civita, "cidade"), o conjunto de direitos, e deveres ao qual um

    indivduo est sujeito em relao sociedade em que vive.O conceito de cidadania

    sempre esteve fortemente atrelado noo de direitos, no entanto, dentro de uma

    democracia, a prpria definio de Direito, pressupe a contrapartida de deveres,

    uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivduo so garantidos a partir

    do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade.

    Ver - Direitos e deveres do Cidado Constituio Federal de 1988

    Devemos lutar para que os nossos direitos sejam respeitados, e ao mesmo tempo, ter

    a conscincia de nossos deveres e cumpri-los.

    Como Cidado voc tem direito de:

    Ir e vir em todo territrio nacional em tempo Paz;

    Direito de igualdade perante a Lei;

    Direito de no ser torturado e de no receber tratamento desumano ou

    degradante;

    Direito a sua intimidade, sua vida particular, sua honra, sua imagem,

    inviolabilidade de seu domiclio, de sua correspondncia, de suas

    comunicaes telegrficas, de dados e telefnicas;

    Direito de liberdade de expresso de atividade artstica, intelectual, cientifca,

  • 2

    literria, e de comunicao;

    Direito de reunio e s liberdades polticas e religiosas;

    Direito Informao, Direito de propriedade;

    Como Cidado voc tem o dever de:

    Votar para escolher nossos governantes e nossos representantes nos poderes

    executivos e legislativo;

    Cumprir a leis;

    Respeitar os direitos sociais de outras pessoas;

    Prover o seu sustento com o seu trabalho; alimentar parentes prximos que

    sejam incapazes;

    Educar e proteger nossos semelhantes, Proteger a natureza;

    Proteger o patrimnio comunitrio; Proteger o patrimnio pblico e social do

    pas; Colaborar com as autoridades

    2- CIDADO E CIDADANIA- O QUE SER CIDADO?

    Afinal, o que ser cidado?

    Ser cidado ter direito vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei:

    ter direitos civis. tambm participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter

    direitos polticos. Os direitos civis e polticos no asseguram a democracia sem os

    direitos sociais, aqueles que garantem a participao do indivduo na riqueza

    coletiva: o direito educao, ao trabalho justo, sade, a uma velhice tranqila.

    Como exercemos a cidadania?

    Cidadania a expresso concreta do exerccio da democracia. Exercer a cidadania

    plena ter direitos civis, polticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivduos

    perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. a qualidade do cidado de

    poder exercer o conjunto de direitos e liberdades polticas, socio-econmicas de seu

    pas, estando sujeito a deveres que lhe so impostos. Relaciona-se, portanto, com a

  • 3

    participao consciente e responsvel do indivduo na sociedade, zelando para que

    seus direitos no sejam violados.

    A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na

    Independncia dos Estados Unidos da Amrica do Norte e na Revoluo Francesa.

    Esses dois eventos romperam o princpio de legitimidade que vigia at ento,

    baseado nos deveres dos sditos e passaram a estrutur-lo a partir dos direitos do

    cidado. Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se

    ampliasse o conceito e a prtica de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para

    a s mulheres, crianas, minorias nacionais, tnicas, sexuais, etrias.

    3- PODERES DO ESTADO

    A Constituio Federal de 1988, como de tradio, adotou o sistema tripartido de

    separao dos poderes, que so as de administrar, legislar e julgar. No Brasil, essas

    trs funes so exercidas pelo PODER EXECUTIVO, LEGISLATIVO E

    JUDICIRIO, respectivamente. Essa separao procura, principalmente, evitar

    abusos de poder, j que um poder fiscaliza e limita a atuao do outro. Esse sistema

    denomina-se pesos e contrapesos. A diviso dos poderes, no entanto, no

    absoluta, sendo que cada um dos poderes exerce, em menor ou maior grau, todas as

    funes.

    PODER EXECUTIVO

    No Brasil, o Poder Executivo ser exercido pelo Presidente da Repblica,

    auxiliado pelos Ministros de Estado. As atribuies do Presidente da Repblica esto

    listadas no art. 84 da Constituio Federal, citadas as principais:

    Nomear e exonerar seus Ministros de Estado;

    Exercer a direo superior da administrao federal;

    Proceder iniciativa de leis;

    Sancionar, promulgar e fazer publicar leis;

  • 4

    Vetar projetos de lei;

    Editar decretos sobre a organizao e o funcionamento da Administrao

    federal (desde que no aumente despesa, crie ou extinga rgo pblico);

    Declarar, por decreto, a extino de cargos pblicos, quando esses estiverem

    vagos;

    Manter relaes diplomticas com Estados estrangeiros;

    Celebrar tratados internacionais, que sero posteriormente votados no

    Congresso Nacional;

    Decretar Estado de Defesa, Estado de Stio e Interveno Federal;

    Exercer o comando supremo das Foras Armadas (Exrcito, Marinha e

    Aeronutica);

    Nomear os Ministros do Supremo e dos Tribunais Superiores, Governadores

    de Territrio, Procurador-Geral da Repblica, Ministros do Tribunal de

    Contas e o Presidente e Diretores do Banco Central;

    Declarar a guerra e celebrar a paz;

    Prestar contas ao Congresso;

    Editar Medidas Provisrias.

    So delegveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao

    Advogado-Geral da Repblica as atribuies de expedir decretos sobre a

    organizao da administrao federal, conceder indulto ou comutar penas, prover

    os cargos pblicos e, por fim, extingui-los, quando vagos.

    Caso o Presidente da Repblica cometa algum crime, s poder ser processado se a

    Cmara dos Deputados autorizar (por dois teros de seus membros). Em se

    tratando de crimes comuns (previstos no Cdigo Penal), ser ele julgado pelo

    Supremo Tribunal Federal. Nas hipteses de crime de responsabilidade, o Presidente

    da Repblica ser julgado pelo Senado. So crimes de responsabilidade todos

    aqueles atos que atentem contra a Constituio.

    . MINISTROS DE ESTADO

    Os Ministros de Estado tero a funo de auxiliar o Presidente da Repblica,

    orientando os rgos da administrao relacionados sua rea de atuao, expedindo

  • 5

    decretos e resolues, e praticando os demais atos que lhes sejam designados. Sero

    escolhidos pelo Presidente da Repblica, dentre quaisquer brasileiros com mais de

    vinte e um anos de idade e que detenham seus direitos polticos.

    . CONSELHO DA REPBLICA

    Trata-se de um rgo de consulta superior do Presidente, que ter a funo de se

    pronunciar sobre interveno federal, estado de defesa e estado de stio, alm de

    tratar de quaisquer questes relevantes para a estabilidade das instituies

    democrticas.

    . CONSELHO DA DEFESA

    Esse conselho tambm ser um rgo de consulta do Presidente, com a diferena de

    que tratar das questes relativas soberania nacional e defesa do Estado.

    Competir a esse conselho: opinar sobre as declaraes de guerra e de paz, opinar

    sobre a interveno federal, o estado de defesa e o estado de stio e, por fim, propor

    medidas que visem uma melhor defesa do territrio nacional, com o propsito de

    garantir a independncia nacional e a defesa do Estado Democrtico.

    PODER JUDICIRIO

    Caber ao Poder Judicirio, aplicando a lei e todas as fontes de direito, solucionar

    conflitos existentes na sociedade ou conflitos entre os prprios poderes. O

    Judicirio AUTNOMO, no se subordina a nenhum outro poder. Por conta disso,

    ele mesmo elabora seus oramentos. O Supremo Tribunal Federal, rgo de cpula

    do Poder Judicirio, poder, exercendo seu poder de iniciativa, propor o Estatuto da

    Magistratura (esse estatuto a LOMAN, Lei Orgnica da Magistratura).

    Os juzes possuem determinadas garantias que visam dar-lhes a segurana necessria

    para que exeram sua atividade de forma justa, sem se preocupar com presses. So

    elas:

    Vitaliciedade, adquirida, pelos juzes concursados, aps dois anos de

    atividade. Com essa garantia, s por sentena judicial transitada em julgado

    ser declarada a perda do cargo. Constitui requisito para o vitaliciamento a

  • 6

    participao em curso oficial ou reconhecido pela escola nacional de

    formao e aperfeioamento de magistrados;

    Inamovibilidade, que significa que o magistrado no pode ser lotado em

    outra localidade sem que haja o seu consentimento, salvo se o Tribunal assim

    decidir, por voto de dois teros, em razo do interesse pblico;

    Irredutibilidade de subsdio (remunerao), que garante a impossibilidade

    de se diminuir a quantia recebida pelos juzes em virtude do seu trabalho.

    Aos magistrados PROIBIDO:

    Exercer outro cargo pblico, salvo o de professor;

    Receber dinheiro ou outra vantagem por conta dos processos;

    Dedicar-se atividade poltico-partidria;

    Receber auxlios ou contribuies de pessoas fsicas ou entidades pblicas ou

    privadas, salvo os casos previstos em lei;

    Exercer a advocacia, nos trs anos aps a sua aposentadoria ou exonerao,

    junto ao Tribunal ou juzo no qual atuou.

    . ESTRUTURA DO PODER JUDICIRIO

    O Poder Judicirio formado pelos seguintes rgos:

    Supremo Tribunal Federal;

    Conselho Nacional de Justia;

    Superior Tribunal de Justia;

    Tribunais Regionais Federais e Juzes Federais;

    Tribunais e Juzes do Trabalho;

    Tribunais e Juzes Eleitorais;

    Tribunais e Juzes Militares;

    Tribunais e Juzes dos Estados e do Distrito Federal e Territrios.

    O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justia e os Tribunais

    Superiores tero sede em Braslia. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais

    Superiores tm jurisdio (poder de dizer o direito) em todo o territrio nacional.

    inerente atividade judiciria a autonomia administrativa e financeira,

  • 7

    consubstanciada na capacidade de elaborar seus prprios oramentos e

    gerenci-los. Os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais de Justia so os

    rgos de segunda instncia do Poder Judicirio, ou seja, julgam os recursos

    interpostos de sentena dos juzes de primeiro grau. Por conta de sua importncia,

    determina a Constituio que um quinto das vagas dessas cortes reservado a

    membros do Ministrio Pblico e Advogados, ambos com, pelo menos, dez anos de

    carreira. Esse o chamado quinto constitucional.

    As decises dos juzes (sentenas) no so absolutas. Quase sempre h a

    possibilidade de reviso por um rgo superior a este. Assim sendo, os tribunais tm

    a funo maior de revisar os julgados das sentenas dos juzes.

    PODER LEGISLATIVO

    O Poder Legislativo federal bicameral, composto por duas cmaras, exercido pelo

    Congresso Nacional, que se compe da Cmara dos Deputados e do Senado Federal.

    No h hierarquia entre as casas, sendo que o que uma decidir ser revisto pela

    outra.

    Cabe ao Poder Legislativo a funo precpua de elaborar leis, ou seja, legislar.

    Alm dessa funo, tambm cabe ao Legislativo a fiscalizao e o controle dos atos

    do Executivo, funo esta exercida com apoio do Tribunal de Contas.

    O Congresso Nacional um rgo que representa o Poder Legislativo, sendo

    formado pelo conjunto de duas casas, quais seja, a Cmara dos Deputados e o

    Senado Federal, cada qual com seus regimentos internos prprios. Existem dois

    tipos de competncias previstas para o Congresso Nacional:

    O primeiro tipo de competncia trata-se da COMPETNCIA LEGISLATIVA, que

    ser exercida visando formao de leis, sendo, portanto, sujeitas sano

    presidencial. Esse dispositivo demonstra que cabe ao Congresso dispor sobre aquelas

    matrias tidas como de competncia legislativa da Unio. O segundo compe as

    COMPETNCIAS DELIBERATIVAS do Congresso Nacional, que se referem aos

    atos que o Congresso Nacional ir exercer sem a necessidade de sano do

    Presidente da Repblica, por meio de decretos. Dessas atribuies destacam-se as

  • 8

    seguintes (art. 49, CF/88):

    Resolver sobre tratados internacionais que resultem em encargos ao patrimnio

    nacional;

    Autorizar o Presidente a declarar guerra ou celebrar a paz;

    Autorizar o Presidente a se ausentar do pas por um perodo superior a 15 dias;

    Julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Presidente da Repblica;

    Escolher dois teros dos membros do Tribunal de Contas da Unio;

    Autorizar referendo e convocar plebiscito.

    A CMARA DOS DEPUTADOS compe-se de representantes do povo, eleitos

    pelo sistema proporcional, segundo o qual o nmero de deputados varia de acordo

    com a populao do Estado, respeitando-se o limite mnimo de oito e o mximo de

    setenta Deputados Federais por Estado. A Constituio cita as competncias

    privativas da Cmara dos Deputados (art. 51), sendo as principais:

    autorizar a instaurao de processo contra o Presidente da Repblica;

    elaborar seu regimento interno;

    dispor sobre sua organizao e seus servidores;

    eleger membros do Conselho da Repblica.

    O SENADO a casa legislativa que representa os Estados, sendo que, ao invs

    de seguir o sistema proporcional, segue o princpio majoritrio. Cada Estado e o

    Distrito Federal elegem trs senadores. O art. 52 da Constituio Federal de 1988

    enumera as atribuies do Senado Federal, sendo que as principais so:

    processar e julgar o Presidente da Repblica e o Vice-Presidente da Repblica nos

    crimes de responsabilidade (quando um Ministro de Estado ou Comandante das

    Foras Armadas praticar um crime conexo com o Presidente da Repblica e Vice-

  • 9

    Presidente, tambm julgado pelo Senado, ao invs de ser processado junto ao

    Supremo Tribunal Federal);

    processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do

    Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, o

    Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de

    responsabilidade;

    aprovar a escolha de alguns magistrados, Ministros do Tribunal de Contas da

    Unio, Procurador-Geral da Repblica.

    estabelecer limites globais para a dvida dos Estados, Distrito Federal e

    Municpios;

    elaborar seu Regimento Interno;

    dispor sobre sua organizao e seus servidores;

    eleger membros do Conselho da Repblica.

    Uma das principais garantia de independncia do Poder Legislativo a capacidade

    de auto-organizao das casas legislativas. A Cmara dos Deputados, o Senado

    Federal e o Congresso Nacional tero Regimentos Internos prprios, que seguiro

    algumas regras previstas na prpria Constituio.

    . COMPOSIO DAS MESAS

    Cada rgo ter sua mesa, eleita dentre seus membros para mandato de dois anos. A

    Constituio determina que o Presidente do Senado Federal ir presidir a mesa do

    Congresso Nacional, e os demais lugares sero ocupados alternadamente, pelos

    devidos ocupantes das mesas do Senado Federal e da Cmara dos Deputados.

    . QUORUM PARA DELIBERAO

    Via de regra, as deliberaes sero tomadas por maioria simples, presente a

    maioria absoluta dos membros da casa. Em casos excepcionais, necessrio

    quorum qualificado, exigindo-se, por exemplo, maioria absoluta para cassar mandato

  • 10

    parlamentar, aprovar lei complementar, exonerar ou aprovar o Procurador-Geral da

    Repblica e aprovar nomes indicados para Ministro do Supremo Tribunal Federal.

    Exige-se, por sua vez, maioria de dois teros da Cmara dos Deputados para

    autorizar instaurao de processo por crime de responsabilidade, trs quintos para

    aprovar Emenda Constitucional e dois quintos para cancelar concesso de rdio e

    TV, que so exemplos de maiorias qualificadas.

    . SESSES LEGISLATIVAS

    Cada legislatura dura quatro anos, compreendendo quatro sesses legislativas

    (uma a cada ano). As sesses legislativas so divididas em dois perodos, o primeiro

    de 15 de fevereiro a 30 de junho e o segundo de 1 de agosto a 15 de dezembro. Pode

    haver sesses legislativas extraordinrias no perodo de recesso, convocadas pelo

    Presidente do Senado nos casos de interveno federal, estado de defesa ou estado de

    stio e convocadas pelo Presidente da Repblica, do Senado ou da Cmara em caso

    de extrema urgncia. Nessas sesses, sero decididas apenas as matrias para as

    quais foram convocadas, salvo se existirem medidas provisrias, que sero

    automaticamente inseridas na pauta de votao.

    . COMISSES PARLAMENTARES

    O Congresso Nacional e suas casas possuiro comisses, com formao e

    competncias prprias. Essas comisses se dividem em permanentes e temporrios.

    Os permanentes possuiro a mesma formao durante a legislatura e trataro de

    assuntos predeterminados. As comisses temporrias sero constitudas por tempo

    determinado para tratarem de matrias especficas, sejam quais forem. As comisses

    podero:

    - Votar matrias que dispensem a apreciao do plenrio;

    - Convocar Ministros de Estado para prestarem informaes (vide art. 50, CF/88);

    - Receber reclamaes de entidades pblicas;

    - Solicitar depoimentos;

  • 11

    - Apreciar planos e programas nacionais ou regionais.

    A Constituio estipula duas comisses que tero um papel extremamente

    importante nas atividades do Congresso Nacional. So elas: a Comisso

    Representativa e as Comisses Parlamentares de Inqurito (CPIs).

    . PRERROGATIVAS PARLAMENTARES (Estatuto dos Congressistas)

    Os parlamentares (Deputados e Senadores) possuem certas garantias que visam dar-

    lhes a devida proteo no exerccio de sua funo. As principais dessas garantias so

    as IMUNIDADES, que se classificam em Imunidade Parlamentar Material (o

    parlamentar no comete crime de opinio, no podendo ser responsabilizado por

    suas palavras, votos, etc.) e Imunidade Formal (parlamentar ter de ter seu processo-

    crime sustado por sua casa legislativa, a pedido de seu partido poltico ou da maioria

    dos seus membros. Alm disso, em virtude dessa imunidade, o parlamentar no pode

    ser preso, salvo em caso de flagrante delito de crime que no admita fiana).

    . INCOMPATIBILIDADES

    As incompatibilidades (situaes que impossibilitam sua investidura no cargo)

    dos deputados e senadores so apuradas em dois momentos: em primeiro lugar, na

    EXPEDIO DO DIPLOMA (Manter contrato ou exercer cargo, funo ou

    emprego remunerado em pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa

    pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico)

    e, em segundo lugar, quando da POSSE (Ser proprietrio, diretor, ocupar cargo,

    funo ou patrocinar causa relativa s empresas anteriormente citadas, Ser titular de

    mais de um cargo pblico eletivo).

    4- DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

    PLEBISCITO

    O plebiscito a convocao dos eleitores do pas a aprovar ou rejeitar questes

    relevantes antes da existncia de lei ou do ato administrativo. Assim, a populao

    diz se quer ou no que ele seja aprovado.

    Quem prope?

  • 12

    A competncia para propor do Congresso quando se tratar de questes de

    relevncia nacional.

    Como funciona

    convocado por decreto legislativo da Cmara ou do Senado, com proposta que

    deve ser assinada por no mnimo um tero dos deputados (171) ou de um tero dos

    senadores (27). A medida deve ser aprovada em cada uma das Casas por maioria

    absoluta (metade mais um de todos os parlamentares). Na Cmara, so necessrios

    257 votos favorveis. No Senado, 41. O referendo pode ser convocado em trinta dias

    a partir da lei ou medida administrativa.

    Depois da votao, o resultado homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral. O

    processo ocorre como numa campanha eleitoral, com tempo de rdio e TV e

    possibilidade de distribuio de panfletos.

    Resultado Se a populao for a favor, o resultado da consulta levado para o Congresso. H

    divergncia, no entanto, sobre se o resultado do plebiscito teria que ser seguido pelo

    Congresso, porque no h previso expressa na Constituio sobre isso. Para alguns

    juristas, o resultado do plebiscito poderia ser interpretado apenas como uma

    consulta, e no como uma "ordem" da populao aos deputados.

    Depois de feitas as escolhas, a implementao das decises deve ocorrer por meio

    dos instrumentos legislativos adequados. Se mudar a Constituio, deve ser aprovada

    uma PEC (proposta de emenda Constituio, que passa por dois turnos de votao

    em cada Casa, exigindo aprovao de 3/5 dos deputados (308) e 60% dos senadores

    (49)). Se for o Cdigo Eleitoral, por exemplo, lei complementar, e assim por diante.

    Caberia aos parlamentares aprovar detalhes da reforma poltica que no tenham sido

    includos no plebiscito.

    REFERENDO

    O referendo tambm uma consulta popular, mas ele convocado depois que o ato

    j foi aprovado, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta.

    Quem prope?

    Da mesma forma que o plebiscito.

    Como funciona

    Da mesma forma que o plebiscito.

    Resultado Nesse caso, os deputados j teriam aprovado o texto da reforma poltica,

  • 13

    condicionando sua aprovao definitiva consulta popular. A populao diria se

    concorda ou no. Se discordar, ela no entra em vigor. O Congresso poderia comear

    um novo processo, alterando os temas rejeitados, e novamente submeter ao crivo

    popular por referendo.

    INICIATIVA POPULAR

    a outra forma de participao direta da populao prevista na Constituio Federal.

    Por meio dela, apresentado um projeto de lei sobre determinado assunto, assinado

    por, no mnimo, 1% do eleitorado nacional, distribudo por pelo menos por cinco

    Estados, e no menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. o que aconteceu na

    Lei da Ficha Limpa, que tramitou e foi aprovada por pedido da populao.

    5- PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA CF/88

    . SOBERANIA

    Esse princpio subdivide-se em nacional e popular (direta e indireta). A

    SOBERANIA NACIONAL determina a no-sujeio de um Pas a qualquer

    ordem que no derive de seu governo. No deve o Brasil obedecer a ordens de

    quaisquer outros pases, por exemplo, no deve se subordinar a nenhum outro

    organismo internacional. Alm disso, soberania tambm significa a capacidade de

    estabelecer as divises internas de competncia. J a SOBERANIA POPULAR

    aquela que o povo exerce, sendo direta quando o povo o faz sem intermdio,

    dizendo o que realmente quer, como no plebiscito ou na iniciativa popular de

    leis. Por sua vez, ser indireta quando exercida por meio de representantes eleitos

    democraticamente.

    . CIDADANIA

    Em primeira anlise, esse princpio corresponde a uma srie de direitos e deveres

    reservados queles que detm a capacidade eleitoral ativa e passiva, o que, em

    outras palavras, quer dizer poder de votar e ser votado.

    . DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

    Significa que todos tero direito a serem tratados de forma digna, respeitosa e

    honrosa. Tal princpio traz uma srie de reflexos, como a proibio de tortura, de

  • 14

    penas perptuas, de penas de morte, etc.

    . VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E A LIVRE INICIATIVA

    Ao se respeitar no s os valores econmicos, que significam alcanar o maior lucro

    possvel em menor tempo, mas tambm os valores sociais do trabalho, o constituinte

    busca proteger o trabalhador das arbitrariedades, da despedida arbitrria, dos

    trabalhos indignos, enfim, uma srie de garantias que valorizem o trabalhador na

    sociedade e no que o tratem como mera mercadoria. Por sua vez, a defesa da

    livre iniciativa visa impedir que algum grupo monopolize o mercado, usando de

    seu poderio econmico para impedir novas iniciativas de empresas de menor

    porte.

    . PLURALISMO POLTICO

    Significa que podero existir vrias concepes, vrias idias, vrios grupos

    polticos, mesmo que contrrios s idias do governo.

    6- DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

    Tambm conhecidos como Liberdades Pblicas, Direitos Humanos, os Direitos e

    Garantias funcionam como freios e limitadores ao poder do Estado frente s pessoas,

    bem como de uma pessoa contra outra.

    DIREITOS so prerrogativas legais que visam concretizar a convivncia digna,

    livre e igual de todas as pessoas. Representam, por si s, certos bens e vantagens

    prescritos na norma constitucional. So tambm conhecidas como disposies

    meramente declaratrias, pois apenas imprimem existncia legal aos direitos

    reconhecidos.

    GARANTIAS destinam-se a assegurar a fruio desses bens. Os direitos so

    principais, as garantias so acessrias. So as disposies assecuratrias, pois se

    colocam em defesa dos direitos, limitando o poder do Estado ou de outra pessoa.

    Enquanto os direitos identificam-se pelo carter declaratrio e enunciativo, as

  • 15

    garantias caracterizam-se pelo seu carter instrumental.

    DIREITOS FUNDAMENTAIS

    1. Direitos Individuais (art. 5)

    2. Direitos Coletivos (art. 5).

    3. Direitos Sociais (art. 6 a 11 e art. 193 e seg.)

    4. Direitos Nacionalidade (art. 12)

    5. Direitos Polticos (art. 14 a 17)

    CLASSIFICAO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

    DIREITOS DE PRIMEIRA GERAO

    So os direitos de defesa do indivduo perante o Estado, consagrando as liberdades

    pblicas (direitos civis) e os direitos polticos, garantindo o direito vida,

    liberdade e propriedade. So denominados direitos negativos, pois exige do Estado

    um comportamento de absteno, evitando atentar contra a vida, turbar a

    propriedade ou praticar prises indevidas. Inspiraram-se no direito liberdade.

    . DIREITOS DE SEGUNDA GERAO

    So os direitos sociais, tais como o direito ao trabalho, greve, sade, educao,

    e tambm os direitos econmicos e culturais. Buscam a satisfao das carncias

    coletivas do ser humano. So denominados de direitos positivos, pois,

    diferentemente dos de primeira gerao, no requer absteno do Estado, mas lhe

    estabelece obrigaes. Inspiraram-se no direito igualdade.

    . DIREITOS DE TERCEIRA GERAO

    Surgiu com a necessidade do preservacionismo ambiental, a paz no mundo, o

    desenvolvimento econmico dos pases, etc. Enquanto os direitos de primeira

    gerao se voltam para a individualidade e os de segunda para a coletividade, os de

  • 16

    terceira visam os interesses difusos. Levam em conta que o ser humano

    inserido em uma coletividade e passa a ter direitos de solidariedade (ou

    fraternidade).

    . DIREITOS DE QUARTA GERAO

    Apontam para os avanos da engenharia gentica que terminam por colocar em

    risco a prpria existncia humana.

    CARACTERISTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

    1. Universalidade - Destinam-se a todos os seres humanos,

    indiscriminadamente, que se encontre em solo brasileiro.

    1. Limitabilidade - No so absolutos, pois so passveis de conflitos

    com outros direitos. Nessas hipteses cabe ao magistrado ou

    intrprete decidir qual direito dever prevalecer, levando em conta o

    princpio maior a ser preservado. H uma limitao recproca de um

    para com o outro.

    1. Concorrncia - Pode ser exercida cumulativamente, quando, por

    exemplo, o jornalista transmite uma notcia (direito de informao) e,

    juntamente, emite uma opinio (direito de opinio).

    1. Irrenunciabilidade - O que pode ocorrer o seu no-exerccio, mas

    nunca a sua renuncia.

    1. Inalienalibilidade - Como so conferidos a todos, so indisponveis,

    no se podendo alien-los por no possurem contedo econmico-

    patrimonial.

    1. Imprescritibilidade - Prescrio um instituto jurdico que somente

    atinge a exigibilidade dos direitos personalssimos. Se forem sempre

    exercveis e exercidos, no h intercorrncia temporal de no

    exerccio que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrio.

  • 17

    DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    O rol de direitos e garantias individuais e coletivos baliza e estrutura o convvio

    social, alm de, ao mesmo tempo, por serem consagrados constitucionalmente,

    apresentarem-se como marcos perenes a obstacularem injusta investida do Estado ou

    de outro particular contra a liberdade, a segurana ou o patrimnio de outrem.

    Tais direitos so constitudos de direitos explcitos e implcitos. Estes ltimos so

    decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratados

    internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte. Os explcitos,

    por sua vez, so de cinco categorias, cujos objetivos imediatos so a vida, a

    igualdade, a liberdade, a segurana e a propriedade, j que, o objeto mediato de

    todas sempre a liberdade. Assim dispostos, a proibio da pena de morte (inciso

    XLVII); a proteo dignidade humana (inciso III), se refere proteo do direito

    vida, j o princpio da isonomia (art. 5, caput e inciso I) constitui proteo ao

    direito igualdade, o direito de locomoo (incisos XV e LXVIII); de pensamento

    (incisos IV, VI, VII, VIII e IX); de reunio (inciso XVI); de associao (incisos XVII A

    XXI); de profisso (inciso XIII); de ao (inciso II), so direitos que visam

    assegurar a liberdade; enquanto do domiclio (inciso XI); em matria penal (incisos

    XXXVII a LXVII); dos direitos subjetivos em geral (inciso XXXVI), so direitos que

    viso assegurar a segurana, e a propriedade em geral (inciso XXII); de

    propriedade artstica, literria e cientfica (incisos XXVII a XXIX); hereditria (XXX e

    XXXI), so direitos que viso assegurar a propriedade.

    DIREITOS SOCIAS

    Dedica constituio um captulo inteiro aos direitos sociais, quais seja, a

    educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia

    social, a proteo maternidade e infncia e a assistncia aos desamparados.

    DIREITOS NACIONALIDADE

    Nacionalidade o lao de carter poltico e jurdico que liga um indivduo a um

    determinado estado, de forma a qualific-lo como parte integrante do povo.

    Esse lao impe muitos direitos e muitos deveres queles que o integram. Existem

  • 18

    duas espcies de nacionalidade:

    - Primria ou originria, aquela que resulta do nascimento.

    - Secundria ou adquirida, a que se adquire aps o nascimento.

    . PRIMARIA

    No Brasil, a constituio denominou natos aqueles brasileiros que adquirem a

    nacionalidade primria. A nacionalidade primria pode ser estabelecida pelo ius

    soli, que aquele determinado pelo local de nascimento, ou pelo ius sanguinis,

    quando a aquisio se d pela descendncia, ou seja, pelo sangue. So brasileiros

    natos:

    1 caso:

    - Nascidos no Brasil;

    - Mesmo que de pais estrangeiros, desde que ambos no estejam a servio de seu

    pas de origem.

    2 caso:

    - Nascidos no estrangeiro, de pai ou me brasileiro (no importa se nato ou

    naturalizado), a servio do Brasil. Por exemplo, o filho de uma diplomata brasileira a

    servio em cuba.

    3 caso:

    - Nascidos no estrangeiro, de pai ou me brasileira, desde que;

    a) Venha morar no Brasil (no h limite de tempo, bastando que se concretize a

    vontade de estabelecer residncia) e ainda;

    b) Optem pela nacionalidade brasileira (essa opo s poder ser exercida aps seja

    atingida a maioridade perante um juiz federal). A jurisprudncia do STF diz que

    nesse caso a nacionalidade primria, pois existe desde o nascimento, ficando

  • 19

    apenas sujeita a uma condio para o seu implemento.

    . SECUNDRIA

    Existem duas formas de se adquirir a nacionalidade brasileira. So brasileiros

    naturalizados:

    1 caso (naturalizao ordinria):

    - Estrangeiros originrios de pas de lngua portuguesa;

    - Residam a pelo menos um ano, sem interrupo, no Brasil (no configura

    interrupo, por exemplo, uma viagem de frias, etc.).

    - Idoneidade moral, ou seja, tenha uma conduta moralmente correta perante a

    sociedade.

    2 caso (naturalizao extraordinria):

    - Estrangeiros de qualquer nacionalidade;

    - Residentes no Brasil h pelo menos quinze anos, sem interrupo;

    - No possuam condenao penal;

    - Requeiram a naturalizao.

    O primeiro caso de naturalizao depende de um ato discricionrio do

    presidente da repblica, enquanto o segundo caso configura um direito subjetivo

    do estrangeiro, ficando o estado brasileiro obrigado a conced-la caso todos os

    requisitos estejam preenchidos.

    Aos portugueses residentes no Brasil sero atribudos os mesmos direitos

    reservados aos brasileiros, no importando o tempo que aqui residam, desde que

    Portugal assim proceda com os brasileiros l residentes. Essa a chamada quase-

    nacionalidade, que no abrange o acesso aos cargos privativos de brasileiros natos.

    No poder haver distines entre brasileiros natos e naturalizados, salvos os

  • 20

    previstos na constituio, como, por exemplo, as possibilidades de extradio dos

    brasileiros natos, as restries quanto propriedade de empresas de comunicao

    social e os cargos privativos de brasileiros natos.

    So cargos privativos, ou seja, reservados apenas aos brasileiros natos:

    - Presidente e Vice-presidente da Repblica;

    - Presidente da Cmara dos Deputados;

    - Presidente do Senado Federal;

    - Ministro do Supremo Tribunal Federal;

    - Carreira Diplomtica; - Oficial das Foras Armadas

    - Ministro de Estado da Defesa.

    - Membros do Conselho da Repblica (art. 89, VII)

    7- DIREITOS POLTICOS

    Esta parte da constituio prev uma srie de regras destinadas a delimitar a

    forma de atuao do indivduo nas decises do estado. Aquele que se enquadra

    dentro dos requisitos impostos pela constituio para atuar ativamente na vida

    poltica do pas recebe a denominao cidado. A atuao poltica um direito

    pblico subjetivo que confirma a opo feita no pargrafo nico do art. 1, de um

    regime poltico democrtico onde o poder emana do povo, que o exerce por meio

    de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituio.

    Segundo o art. 60, 4, o voto direto, secreto, universal e peridico clusula

    ptrea, ou seja, algo que no pode ser extinto da constituio. Cabe ressaltar que

    no clusula ptrea o voto obrigatrio, o que nos leva a pensar que podemos um

    dia vir a ter uma emenda constitucional que institua o voto facultativo para todos.

    A soberania popular exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e

    secreto, com valor igual para todos. Outras formas de exerccio da soberania

  • 21

    popular so o plebiscito, o referendo e a soberania popular. Tanto o plebiscito

    quanto o referendo so formas de perguntar aos cidados o que eles pensam sobre

    determinada opo poltica do estado. A grande diferena entre o plebiscito e o

    referendo que naquele o estado primeiro pergunta ao cidado e depois age, ao

    contrrio do referendo, em que primeiro o estado age e depois questiona os cidados

    se eles aceitam determinado ato. A iniciativa popular de lei uma forma de os

    cidados iniciarem um projeto de lei, que ser votado pelo congresso nacional, pelas

    assembleias legislativas ou pela cmara municipais de vereadores, conforme a

    iniciativa seja de ato legislativo federal, estadual ou municipal, respectivamente.

    8- ORGANIZAO POLTICO-ADMINISTRATIVA

    Do ponto de vista poltico-administrativo, a Repblica Federativa do Brasil se divide

    em UNIO (no confundir com governo federal), ESTADOS, DISTRITO

    FEDERAL E MUNICPIOS, sendo todos os entes autnomos, ou seja, possuem

    capacidade de auto-organizao, auto-governo e de auto-administrao.

    . VEDAES

    Nenhum dos entes polticos anteriormente citados pode:

    1) Estabelecer, patrocinar, impedir o funcionamento e/ou criar dependncia a cultos

    religiosos ou igrejas.

    2) Recusar f a documentos pblicos. Os documentos pblicos so dotados de

    presuno de legitimidade, o que significa que se presumem verdadeiros os dados

    neles constantes. No pode, portanto, qualquer rgo da administrao negar

    validade a um documento pblico, como, por exemplo, uma certido de nascimento

    ou uma escritura de imvel, salvo se provada alguma irregularidade.

    3) Criar regras que estabeleam privilgios para alguns brasileiros, em detrimento

    do restante do povo, ou entre os entes autnomos entre si.

    UNIO

    A Unio, ente poltico dotado de autonomia, constitui uma pessoa jurdica de

  • 22

    direito pblico interno com funo poltico-administrativa em todo o territrio

    nacional. No devemos confundir a Unio com a Repblica, j que a primeira

    dotada de mera autonomia, enquanto a segunda, de soberania. Em alguns momentos,

    a Unio exerce funes de soberania, como manter relaes com outros Estados ou

    declarar guerra e celebrar a paz, mas a titularidade da soberania continua com a

    Repblica Federativa do Brasil.

    . BENS DA UNIO

    A Constituio Federal determinou, em seu art. 20, os bens da Unio, que so: os

    que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos; as terras

    devolutas indispensveis defesa das fronteiras, das fortificaes e construes

    militares, das vias federais de comunicao e preservao ambiental, definidas em

    lei; os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domnio, ou que

    banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pases, ou se estendam a

    territrio estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias

    fluviais; as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; as praias

    martimas; as ilhas ocenicas e as costeiras, excludas destas as reas referidas no art.

    26, II; os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica exclusiva;

    o mar territorial; os terrenos de marinha e seus acrescidos; os potenciais de energia

    hidrulica; os recursos minerais, inclusive os do subsolo; as cavidades naturais

    subterrneas e os stios arqueolgicos e pr-histricos e, por fim, as terras

    tradicionalmente ocupadas pelos ndios. Essa uma enumerao exemplificativa,

    no impedindo que a Unio venha a adquirir outras modalidades de bens.

    . COMPETNCIAS

    A Constituio Federal de 1988 determinou as competncias da Unio, de forma a

    estipular sua rea de atuao tanto na rea administrativa como na legislativa. Dessa

    maneira, dividiram-se as competncias em dois grupos, quais sejam as competncias

    ADMINISTRATIVAS, que so aquelas tarefas que o governo executar na

    condio de gerente das contas pblicas, e, por fim, as competncias

    LEGISLATIVAS, que so as reas que a Unio poder disciplinar por meio de

    leis elaboradas pelo Legislativo Federal, representado pelo Congresso Nacional.

  • 23

    ESTADOS FEDERADOS

    Os Estados Federados, como analisado na Parte I, Captulo III, so entes polticos

    dotados de autonomia, caracterizada por trs elementos:

    - Auto - Organizao

    - Auto - Governo

    - Auto - Administrao

    Devemos ressaltar que a competncia dos Estados se define como remanescente,

    visto que cabero aos Estados todas as atribuies que a Constituio no proba.

    Alm, claro, das competncias administrativas comuns e legislativas concorrentes

    citadas anteriormente. Um exemplo de caso de competncia expressa ao Estado-

    membro a atribuio de explorar os servios locais de gs canalizado.

    . AUTO-ORGANIZAO

    a previso de que os Estados estabelecero suas prprias constituies e suas

    prprias leis, seguindo sempre os preceitos maiores previstos na Constituio.

    Essa capacidade ser exercida primordialmente pelo Poder Legislativo Estadual.

    . AUTOGOVERNO

    a capacidade de escolher seus prprios governantes, que, no caso, sero os

    prprios Deputados Estaduais, Governador e Vice. Os cargos do Executivo

    (Governador e Vice) seguiro as seguintes regras:

    - As eleies sero realizadas no primeiro domingo de outubro e no ltimo, se

    houver segundo turno, sempre no ano anterior posse.

    - O mandato ser de quatro anos, permitida a reeleio apenas uma nica vez.

    - A posse ser em 1 de janeiro do ano subseqente ao da eleio.

    - O Governador no pode assumir outro cargo ou funo pblica, salvo em virtude

  • 24

    de concurso pblico, sob pena de perda do mandato.

    - Os subsdios (remunerao) do Governador, Vice e Secretrios sero definidos por

    Lei Estadual.

    . AUTO-ADMINISTRAO

    A capacidade de auto-administrao dos Estados evidente diante da grande funo

    Estadual de administrar recursos e servios pblicos. Diante disso, verifica-se a

    capacidade constitucionalmente instituda, por exemplo, de organizar regies

    metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, visando um melhor

    planejamento.

    Constituem-se bens dos Estados todos aqueles elencados no art. 26 da Constituio

    Federal de 1988, quais sejam:

    As guas superficiais ou subterrneas, fluentes, emergentes e em depsito,

    ressalvadas, nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da Unio;

    As reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que estiverem no seu domnio, excludas

    aquelas sob domnio da Unio, de Municpios ou de terceiros;

    As ilhas fluviais e lacustres no pertencentes Unio; e

    As terras devolutas no compreendidas entre as da Unio.

    MUNICPIOS

    Assim como os Estados, os Municpios possuem plena autonomia, constituda

    pela capacidade de se auto-organizar, autogovernar e auto-administrar. Os

    municpios podem ser criados, incorporados ou desmembrados, desde que haja uma

    lei estadual autorizando tal procedimento e tenha havido um plebiscito (consulta

    prvia) com a populao dos municpios envolvidos. Outro requisito para a criao,

    incorporao de um Municpio ou o seu desmembramento a divulgao de Estudos

    de Viabilidade Municipal. O perodo em que ser possvel tal procedimento ser

    definido em lei complementar federal. A auto-organizao, que a capacidade de

  • 25

    criar normas prprias, compreender, nos Municpios, as suas prprias leis e a Lei

    Orgnica do Municpio, que ser votada em dois turnos, com um espao de tempo de

    pelo menos 10 dias e aprovada por 2/3 da Cmara Municipal.

    Todo Municpio tem sua Lei Orgnica, que, respeitando a Constituio Federal e a

    Constituio Estadual respectiva, ir definir a forma de organizao do Municpio.

    DISTRITO FEDERAL

    O Distrito Federal mais um ente poltico dotado de autonomia, que,

    ACUMULANDO COMPETNCIAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS, ter as

    seguintes caractersticas:

    Ser regido por uma Lei Orgnica.

    O Executivo representado pelo Governador, e o Legislativo, pela Cmara

    Legislativa, formada por Deputados Distritais.

    As eleies seguem as mesmas regras das eleies dos Estados, inclusive quanto

    durao dos mandatos.

    A Cmara Legislativa acumula as competncias legislativas dos Estados e dos

    Municpios.

    proibida a diviso do Distrito Federal em Municpios (a Lei Orgnica do Distrito

    Federal, que tem status de constituio estadual, determina a diviso do DF em

    regies administrativas).

    O Poder Judicirio do Distrito Federal, assim como sua Defensoria Pblica e seu

    Ministrio Pblico, sero organizados e mantidos pela Unio.

    TERRITRIOS

    Os territrios so meras unidades administrativas, previstas constitucionalmente,

    com status de autarquia federal, NO POSSUINDO, portanto, AUTONOMIA.

    Podero ter poderes prprios, ter diviso em Municpios e elegero quatro

    Deputados Federais. Suas contas sero submetidas ao Congresso Nacional. Apesar

  • 26

    da previso constitucional, atualmente no existem territrios, sendo que os ltimos

    (Fernando de Noronha, Amap e Roraima) ou foram transformados em Estados, ou

    incorporados.

    9- PROCESSO LEGISLATIVO

    O processo legislativo corresponde a uma srie de atos que visam confeco das

    espcies legislativas, quais sejam, as emendas constitucionais, leis complementares,

    leis ordinrias, leis delegadas, medidas provisrias, decretos legislativos e

    resolues. Vrias so as etapas que compem a atividade legislativa, vejamos:

    . INICIATIVA

    A iniciativa o ato que d incio ao processo legislativo por meio de um projeto

    de lei. Vrias so as pessoas que podem dar incio ao processo legislativo, dentre

    elas os prprios parlamentares, o Presidente da Repblica, o Procurador Geral da

    Repblica, o Supremo Tribunal Federal e o povo. A iniciativa popular tem como

    requisito a assinatura de 1% do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco

    Estados com, no mnimo, 0,3% dos eleitores de cada um deles. Algumas leis s

    podem ser iniciadas pelo Presidente da Repblica. So elas as que disponham sobre:

    fixao do efetivo das Foras Armadas e Regime Jurdico dos Militares; cargos

    pblicos e seus regimes jurdicos; organizao dos servios pblicos; organizao do

    Ministrio Pblico e Defensoria Pblica da Unio e regras gerais para os Estados,

    DF e Territrios; criao e extino de Ministrios e rgos da administrao

    pblica.

    . VOTAO

    A discusso e a votao do projeto sero feitas nas duas Casas Legislativas. Via

    de regra, o projeto iniciado na Cmara dos Deputados, salvo quando sua iniciativa

    venha de um Senador, oportunidade em que a votao ser iniciada no Senado.

    Temos, assim, a atuao de duas casas na votao do projeto, a casa iniciadora e a

    revisora. Podem ocorrer trs hipteses:

  • 27

    1) A casa iniciadora e a casa revisora aprovam. Resultado: o projeto encaminhado

    ao presidente para a sano.

    2) Casa iniciadora aprova e casa revisora desaprova. Resultado: o projeto

    arquivado.

    3) Casa iniciadora aprova e casa revisora emenda. Resultado: o projeto

    reencaminhado casa iniciadora para a votao das emendas.

    . SANO

    Sano significa a concordncia, a aceitao do Presidente da Repblica,

    aplicada ao projeto de lei. Somente iro para o Presidente os projetos aprovados

    pelas duas casas. Existem duas formas de sano: a expressa e a tcita. O Presidente

    ter quinze dias para sancionar expressamente sua aquiescncia ao projeto, caso no

    o faa, considerar-se- que ele o aceita, ou seja, ocorrer a sano tcita.

    . VETO

    Nos quinze dias de que o Presidente dispe para sancionar, ele tambm pode, ao

    invs disso, vetar, ou seja, recusar o projeto, total ou parcialmente. Caso seja parcial,

    no poder alcanar somente palavras ou expresses, mas dever abolir por

    completo um artigo, pargrafo, inciso ou alnea. O veto, no entanto, NO

    ABSOLUTO, sendo apreciado posteriormente pelo Congresso Nacional, que poder

    derrubar esse veto desde que assim o entenda por maioria absoluta de seus membros.

    . PROMULGAO

    A promulgao o ato que declara a existncia da lei, dando validade a ela.

    . PUBLICAO

    Com a publicao da lei, d-se a cincia sociedade da existncia e do contedo.

    Caber, autoridade que promulgou a lei, public-la. O espao de tempo entre a

    publicao e a vigncia, se houver, chamado de VACATIO LEGIS, ou VACNCIA

    DA LEI, que um perodo de adaptao nova lei, definido pelo legislador.