direito do trabalho - 1º bimestre

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1 DIREITO DO TRABALHO 1º BIMESTRE 19/02/2013 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO 1 Generalidades: etimologia da palavra trabalho. A palavra trabalho origina-se do latim “tripallium” que quer dizer carga usado nos bois, como instrumento de tortura. Isso na antiguidade, não era uma coisa boa. O primeiro trabalhador era um escravo, das disputas entre tribos. a) Escravidão: Era considerado coisa e não sujeito de direito. Combates entre tribos, escravização dos vencidos. Serviços mais exaustivos. Trabalho tinha sentido negativo. Bíblia: antigo testamento. Libertação dos escravos: locação a terceiros. Escravos libertos começaram a vender seu ofício a outras pessoas origem da locação de serviços. b) Na Idade Média: - Feudalismo: economia se firmava na terra (agricultura e pecuária); - Regime de servidão: sujeitos ás mais severas restrições, raramente tinham licença para se locomover para outras terras, para a guerra/ fábrica e oficinas em trocas de outros bens ou vantagens. - Declínio feudal, final da Idade Média (epidemias, das Cruzadas, etc). CORPORAÇÕES DE OFÍCIO - Três modalidades de membros: 1 - Mestres: proprietários das oficinas; 2 - Companheiros: trabalhadores livres, recebiam salários; 3 - Aprendizes: recebiam dos mestres e ensinamentos do ofício ou profissão. c) Na sociedade pré-industrial: locação de serviços e a locação de mão-de-obra ou empreitada; d) Renascimento: nova concepção de valorização do trabalho, valor e fonte de riquezas; e) Revolução Francesa (burgueses burgos) supressão das corporações de ofício. Liberalismo o Estado não devia intervir na área econômica; f) Revolução Industrial: o direito do trabalho surge em conseqüência da sociedade industrial e do trabalho assalariado; g) Industrialização: invenção da máquina á vapor. Tornou-se duas classes com interesses antagônicos: a proletária e a capitalista. - Trabalho de mulheres e de menores. Liberalismo: sociedade política instituída pelo consentimento dos homens que viviam em estado de natureza e na garantia da propriedade de tudo que possui. O governo é simples intermediário entre o povo e a vontade geral. Garante apenas a liberdade formal. O contrato é o signo da liberdade. Carta das Nações Unidas (ONU) (1945) Direitos Humanos. Péssimas condições de trabalho, excessivas jornadas, exploração do labor de mulheres e crianças (questão social).

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Page 1: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

1 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

19/02/2013

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO

1 – Generalidades: etimologia da palavra trabalho. A palavra trabalho origina-se do latim

“tripallium” que quer dizer carga usado nos bois, como instrumento de tortura. Isso na antiguidade,

não era uma coisa boa.

O primeiro trabalhador era um escravo, das disputas entre tribos.

a) Escravidão:

Era considerado coisa e não sujeito de direito.

Combates entre tribos, escravização dos vencidos.

Serviços mais exaustivos.

Trabalho tinha sentido negativo.

Bíblia: antigo testamento.

Libertação dos escravos: locação a terceiros. Escravos libertos começaram a vender seu ofício a

outras pessoas – origem da locação de serviços.

b) Na Idade Média:

- Feudalismo: economia se firmava na terra (agricultura e pecuária);

- Regime de servidão: sujeitos ás mais severas restrições, raramente tinham licença para se

locomover para outras terras, para a guerra/ fábrica e oficinas em trocas de outros bens ou

vantagens.

- Declínio feudal, final da Idade Média (epidemias, das Cruzadas, etc).

CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

- Três modalidades de membros:

1 - Mestres: proprietários das oficinas;

2 - Companheiros: trabalhadores livres, recebiam salários;

3 - Aprendizes: recebiam dos mestres e ensinamentos do ofício ou profissão.

c) Na sociedade pré-industrial: locação de serviços e a locação de mão-de-obra ou

empreitada;

d) Renascimento: nova concepção de valorização do trabalho, valor e fonte de riquezas;

e) Revolução Francesa (burgueses – burgos) supressão das corporações de ofício. Liberalismo

– o Estado não devia intervir na área econômica;

f) Revolução Industrial: o direito do trabalho surge em conseqüência da sociedade industrial

e do trabalho assalariado;

g) Industrialização: invenção da máquina á vapor. Tornou-se duas classes com interesses

antagônicos: a proletária e a capitalista.

- Trabalho de mulheres e de menores.

Liberalismo: sociedade política instituída pelo consentimento dos homens que viviam em

estado de natureza e na garantia da propriedade de tudo que possui.

O governo é simples intermediário entre o povo e a vontade geral. Garante apenas a

liberdade formal.

O contrato é o signo da liberdade.

Carta das Nações Unidas (ONU) (1945) Direitos Humanos.

Péssimas condições de trabalho, excessivas jornadas, exploração do labor de mulheres e

crianças (questão social).

Page 2: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

2 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).

Movimento Sindical – sindicato é a contínua associação de assalariado com o fim de manter

ou melhorar a condição de vida proletária (Welb).

Origens do sindicalismo: são encontrados na Inglaterra – sindicalismo era um movimento

clandestino e marginal.

O reconhecimento dos sindicatos na Inglaterra, deu-se em 1871, com a Lei dos Sindicatos.

Na França em 1884, com a Lei de Waldeck – Rosseau.

h) Intervencionismo – o Estado deixa seu estado de abstenção impondo limitações à liberdade

das partes para a proteção do trabalhador.

INTERVENCIONISMO HUMANISTA

Idéia de justiça social – fortaleceu a partir dos seguintes documentos papais: Encíclica

Rerum Novarum (1891); Encíclicas Quadragésimo Anno e Divini Redemptoris.

Pio XII;

Mater et Magistra – João XXIII

Populorum Progresso – Paulo VI

Laborem Exercens (1981) – João Paulo II

Caritas in Veritate (2009) – Bento XVI

Constitucionalismo Social: surge com o término na Primeira Guerra Mundial.

Constituição Mexicana (1917) estabelecia:

- jornada diária de 8 horas;

- jornada máxima noturna de 7 horas;

- proibição do trabalho de menores de 12 anos;

- limitação da jornada de menor de 16 anos para 6 horas;

- o descanso semanal;

- a proteção à maternidade;

- o direito ao salário mínimo;

- a igualdade salarial;

- a proteção contra acidentes no trabalho;

- o direito de sindicalização;

- o direito de greve, conciliação e arbitragem de conflitos;

- o direito à indenização de dispensa e seguros sociais.

Constituição Alemã - Weimar (1919) - participação dos trabalhadores nas empresas; a liberdade de união e organização dos trabalhadores

para a defesa e melhoria das condições de trabalho; direito a um sistema de seguros sociais; direito

de colaboração dos trabalhadores com os empregadores 9fixação dos salários e condições de

trabalho.

A Carta Del Lavoro (1927) – Itália – sistema corporativista.

Lei de Peel (1802) – Inglaterra de Proteção aos Menores nas fábricas, limitando a jornada de

trabalho a 12 horas por dia. Na França, em 1814, surge a Lei proibindo o trabalho de

menores de 8 anos. Na Alemanha, as leis sociais de Bismarck (1833), e na Itália, em 1886,

são criadas leis de proteção ao trabalho da mulher e do menor.

- 1919: Tratado de Versalhes – criação da OIT;

- 1944: a OIT estabeleceu a cooperação internacional para a realização da justiça social;

Page 3: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

3 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

- 1945: criação da ONU – aprovação da Carta das Nações Unidas;

- 1946: consolidou-se a vinculação da OIT à ONU, como instituição especializada para as questões

referentes à regulamentação internacional do trabalho;

- 1948: Declaração Internacional de Direitos Humanos prevê diversos direitos trabalhistas.

CF – art. 7º, XXVII – proteção em face da automação. Homem Vs. Máquina.

25/02/2013

Filme: Daens – um Grito de Justiça.

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26/02/2013

EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL

Final do século XIX

Aqui o que havia era mão-de-obra escrava trabalhando nas lavouras. Más condições de

trabalho. A maior revolta deles era o maltrato que sofriam, e não tinham noção de seus direitos.

Em quase todo o mundo as conquistas na área social tiveram origem nas reivindicações de

pequenos grupos das classes operárias – movimentos ascendentes.

No Brasil o que houve foi uma luta descendente, ou seja:

Estado para o povo Estado para o povo

Ambiente político-social no Brasil Império.

Atividades agrícolas realizados pelos escravos.

As rebeliões e fugas – desejo de libertarem-se de alguns senhores violentos, nunca o anseio

de uma igualdade jurídica.

Criação do Ministério do Trabalho e a instituição da Justiça do Trabalho – após a Revolução

de 1930 – governo provisório constituído sob a chefia do presidente Getúlio Vargas.

Criação da Justiça do Trabalho – outubro de 1935.

Consolidação das Leis do Trabalho – foi aprovada em 1º de maio de 1943 e entrou em vigor

em data de 10 de novembro de 1943.

As Constituições brasileiras e a proteção ao trabalho.

Antes de 1888, havia mão-de-obra escrava, predominantemente. Com as rebeliões e fugas, o anseio

de se livrar das crueldades de alguns senhores, mas não de justiça igualitária.

A proteção ao trabalho nas Constituições Brasileiras: Constituição de 1824 e 1891 – a

primeira apenas faz referências à abolição das corporações de ofício.

Constituição de 1891: contemporânea da Encíclica Rerum Novarum, foi influenciada pelos

ideais dominantes nos EUA com um caráter individualista e liberal.

Constituição de 1934: considerada social – democrática, instituiu a justiça do trabalho.

- garantia a liberdade sindical, isonomia salarial, salário mínimo, jornada de 8 horas de

trabalho.

- instituiu a proteção do trabalho das mulheres e menores.

- fixava o seguro social – o dever da União em amparar o trabalho inválido ou envelhecido.

Constituição de 1937: outorgada pelo presidente Getúlio Vargas (golpe de Estado).

Possui cunho eminentemente corporativista, inspirada na Carta Del Lavoro, da Itália de

1927 e na Constituição Polonesa.

Continha preceitos básicos sobre: repouso semanal, indenização por cessação das relações

de trabalho, férias, etc. proibiu o direito de greve.

Page 4: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

4 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Constituição de 1946: Promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte, estabeleceu o

direito de greve. Considerada norma democrática, compendo com o corporativismo da Constituição

anterior.

Constituição de 1967: assumiu poderes constituintes e EC de 1969 aprovando em

24/01/1967 uma nova Constituição.

Proibiu a greve os serviços públicos e às atividades essenciais definidas em lei; previu o

salário família aos dependentes do trabalhador, proibição de diferença de salário e de

critérios de admissões por motivos de sexo, cor e estado civil; mantém o direito dos

trabalhadores na participação nos lucros da empresa, duração do trabalho não excedente a

oito horas, com intervalo para repouso, idade mínima para o trabalho foi fixada em 12 anos;

direito à gestante ao descanso antes e depois do parto, etc.

Constituição de 1988: promulgada em 05/10/1988

Equiparou-se os trabalhadores urbanos e rurais, para fins de proteção do Estado.

Os direitos trabalhistas foram incluídos no cap. II “Os direitos sociais”, do título II, “Dos

direitos e garantias sociais”. Art. 7.º (*) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família para os seus dependentes; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Page 5: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

5 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de: a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato; b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. (*) Emenda Constitucional Nº 20, de 1998

(*) Emenda Constitucional Nº 28, de 2000

Art. 10 da CF – participação nos colegiados dos órgãos Públicos.

Art. 11 – elenco dos direitos básicos para todo trabalhador. Deve ter mais que isso, nunca

menos. O que for além, ótimo, menos que isso, não. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO

PROBLEMÁTICA EPISTEMOLÓGICA DO DIREITO DO TRABALHO

Legislação do Trabalho: primeira denominação empregada – justificativa na época, não se

tinha o Direito do Trabalho como temos hoje, era formado por leis esparsas. Não havia a

consolidação do direito do trabalho.

Parágrafo 1º do artigo 121 da Constituição de 1934: usava a expressão legislação do trabalho,

também algumas faculdades.

Não é adequado.

Direito Operário

- encontrada principalmente na França “Droit Ouvier” – constituição de 1937 utilizou a

expressão (art.16, XVI) – compete à União legislar sobre o Direito Operário. É imprópria porque

não se trata tão somente dos operários.

DIREITO INDUSTRIAL

Surgiu após a Revolução Industrial.

Atualmente apenas relações trabalhistas travadas nas indústrias, mas em diversos ambientes.

Passou para outro ramo, o Direito Comercial.

Na época as relações a serem disciplinadas diziam respeito à indústria em função da estrutura

social econômica do momento.

Legislação Industrial.

DIREITO CORPORATIVO

Denominação empregada em países que adotavam regime totalitário fascista (Portugal e

Itália).

Brasil a partir de 1937.

Page 6: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

6 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

- tem por objetivo controlar as corporações ou associações, destinam-se a unificar a economia

nacional como um todo, englobando a nossa matéria, tem poor finalidade estudar o trabalho

subordinado.

- inadequada pois sua matéria não visa apenas estudar a empresa como instituição, mas o

direito do trabalho como um todo e suas relações trabalhistas.

DIREITO SOCIAL

Cesarino Junior - Teoria do Direito Social no Brasil. Segundo ele, o direito social era

destinado a proteger os hipossuficientes, incluindo não apenas questões do direito do trabalho, mas

de Direito Coletivo, Assistencial e Previdenciário.

DIREITO SINDICAL

Seria um direito destinado a promover a justiça social, todo direito é social.

Refere-se tão somente ao sindicato, não servindo apenas justificar a denominação de nossa

matéria, estando restrita, portanto, a um dos segmentos do Direito do Trabalho.

DIREITO DO TRABALHO (LABOR LAW)

- Alemanha, 1912.

- Lei 2.724 de 1956 altera a denominação Legislação social ou do Trabalho por direito do

Trabalho, passando a expressão Direito do Trabalho. Essa denominação é consagrada pela OIT,

universidades e revistas especializadas.

EPISTEMOLOGIA

Direito do Trabalho é o conjunto de normas e instituições de princípios atinentes à relação de

trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e

sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas.

DIVISÃO DA MATÉRIA

Direito Processual do Trabalho – ramo do direito público, não pertence ao Direito do

Trabalho.

Direito do Trabalho – ramo do direito privado;

Direito Internacional do Trabalho – pertence ao Direito Internacional e não ao Direito do

Trabalho.

Direito Individual do Trabalho – relações individuais de trabalho – figura nuclear: o contrato

de trabalho.

Direito Coletivo do Trabalho – relações coletivas de trabalho (organização sindical, à

negociação coletiva, representação dos trabalhadores na empresa, aos conflitos coletivos a à greve.

Direito Público do Trabalho/Direito Administrativo do Trabalho – relações do Estado com

empregadores e do Estado com trabalhadores e questões envolvendo o regime administrativo de

certos serviços públicos.

Ver divisão da CLT

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04/03/2013

PROBLEMÁTICA EPISTEMOLÓGICA DO DIREITO DO TRABALHO

Autonomia do Direito do Trabalho

- Desenvolvimento legislativo: conjunto de regras específicas CLT, consolidadas e diminuir a

grande maioria dos conflitos que lhe são pertinentes, leis esparsas, súmulas do TST, TRF, STF,

STJ.

- no plano doutrinário há diversas obras sobre a matéria.

- Desenvolvimento didático: matéria estudada de forma autônoma e separada (faculdades de

Direito no Brasil).

- No campo jurisprudencial: a competência da justiça do Trabalho – art. 114 CF: Art. 114. (*) Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na

Page 7: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

7 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas. § 1.º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2.º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

Posição enciclopédia Direito do Trabalho: lugar em que o direito do trabalho está inserido

dentro da ciência do Direito.

- Temos que analisar as várias teorias pra verificar a qual ramo pertence o Direito do

Trabalho.

Obs. TGD: publicização do direito privado e privatização do direito público (fenômeno).

TEORIA DO DIREITO PÚBLICO

No direito do trabalho há normas de natureza administrativa, de fiscalização trabalhista.

As normas trabalhistas tem natureza de proteção ao trabalhador – imperativas, irrenunciáveis.

Alguns autores – a empresa é uma instituição de relações com seus empregados seria de

natureza pública igual às normas que regem o Estado-administração e os funcionários públicos.

CONTRAPONTO

Há a possibilidade de as próprias partes (no CT) acordarem a respeito das condições gerais de

trabalho.

A irrenunciabilidade de direitos não é privilégio do direito do trabalho.

TEORIA DO DIREITO PRIVADO

Para alguns, direito do trabalho é um ramo do direito privado, - o contrato de trabalho

originou-se da locação de serviço de direito Civil.

Os sujeitos do contrato de trabalho são dois particulares: empregador/empregados.

A preponderância das normas de natureza privada no direito do trabalho.

A maioria das regras de direito do trabalho são de ordem privada, regulando o contrato de

trabalho – tem preponderância as regras de direito público, encontrados na referida matéria.

TEORIA DO DIREITO SOCIAL

Cesarino Jr. – O direito do trabalho deve ser chamado de direito social, pois seria o direito

destinado a amparar os hipossuficientes.

Ter Tim genus – nem público, nem privado.

O contraponto: o direito por si só é social feito para a sociedade não havendo justificativa para

um ramo do direito ter esse nome.

TEORIA DO DIREITO MISTO

Alfredo Montoya Melgar.

Direito do Trabalho – nem público, nem privado, é uma mistura dos dois.

Outros ramos do direito existem normas de direito público privado, ex: civil.

A maioria das normas existentes no direito do trabalho são privadas.

O contraponto fere a autonomia.

TEORIA DO DIREITO UNITÁRIO (EVARISTO DE MORAES FILHO)

É uma fusão do público com o privado, dando origem a uma terceira realidade.

O contraponto não se pode falar em fusão porque é possível notar a existência, a separação de

normas de direito público/privado.

POSIÇÃO PREDOMINANTE

O Direito do Trabalho pertence ao ramo do direito privado, pois há preponderância da maioria

das regras do direitos privados, o que também se observa no Direito Civil e Comercial que nem por

isso deixam de ser parte do ramo do direito privado.

Page 8: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

8 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

RELAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO COM OUTROS RAMOS DA CIÊNCIA

Direito do Trabalho e Constituição Federal: relação muito estreita – séries de direitos aos

trabalhadores de modo geral, principalmente nos artigos 7 a 11 – Direito Constitucional.

Direito Civil: o contrato de trabalho teve origem no Direito Civil, locação de serviços (art.

1.216, CC) e assemelha-se com o conceito de empreitada, também pode ser discutida na

justiça do trabalho. Art. 652, III da CLT. Utilização subsidiária do direito civil,

principalmente da parte de obrigações e contratos previstos no Código Civil (CLT, art. 8º,

parágrafo único).

Direito Comercial: esse direito regula as várias formas de sociedades mercantis; a empresa

é uma das partes do contrato de trabalho. O parágrafo único do art. 8º da CLT determina que

o direito comum (considerado também o direito comercial) seja aplicado subsidiariamente

em relação ao direito do trabalho.

Direito Internacional: o Direito Internacional Público do Trabalho diz respeito às normas

de ordem pública, de âmbito internacional, como as da CLT, que dita uma série de normas a

serem aplicadas àqueles que as ratificarem. São as convenções e recomendações em matéria

trabalhista. Mesmo ao falar em grupos de empresas de âmbito internacional, as

multinacionais com sede no exterior, podemos unificar assuntos de direito internacional.

Direito Penal: a prática de um delito penal – pode dar motivo ao despedimento do

empregado por justa causa. Ex: professor de escola que é acuado e condenado por pedofilia.

O código penal também regula crimes contra a organização do trabalho, o direito de livre

associação sindical, a frustração de direito assegurado pela lei trabalhista, o aliciamento de

trabalhadores, etc., o que se observa nos artigos 197 a 207. A Lei nº 9.029/95 estabelece

normas penais relativas à discriminação da mulher (art. 2º).

Direito da Seguridade Social: esse ramo do direito visa a proteção à maternidade,

especialmente à gestante, o amparo á infância e à adolescência, a promoção d integração ao

mercado de trabalho, etc.

Direito Administrativo: as normas de medicina e segurança do trabalho e, também de

fiscalização do trabalho podem ser consideradas atinentes à administração do Estado, e são

feitas por meio de Delegacias Regionais do Trabalho, órgãos vinculados ao Ministério do

Trabalho. O próprio Estado contrata servidores sob o regime da CLT ou regime temporário

ou precário, o que mostra a aproximação entre a Administração e o Direito do Trabalho.

Direito Tributário: principalmente quando se fala em fato gerador, incidência de tributos

ou contribuições sobre certas verbas trabalhistas, base de cálculo das referidas verbas,

contribuintes, etc. As contribuições do FGTS e do PIS-PASEP realçam ainda mais essa série

de verbas trabalhistas e a segunda, paga pela empresa, dá posteriormente certos direitos aos

empregados que ganham baixos salários.

Direito Econômico: objetiva disciplinar juridicamente as atividades desenvolvidas nos

mercados, buscando uma forma de organização do sistema e também visando ao interesse

social. Ex: política de pleno emprego (CF, art. 170, VIII) valorização do trabalho humano

(art. 170 da CF) que são, entre outros, os objetivos a serem assegurados pela ordem

econômica; a própria política salarial, etc.

Direito Processual do Trabalho: é a forma de se assegurar o cumprimento dos direitos

materiais do empregado, sendo que as controvérsias surgidas sobre a aplicação da legislação

trabalhista serão dirimidas pela justiça do trabalho. A CLT nos artigos 643 a 910 dispõe

sobre regras atinentes ao processo do trabalho.

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05/03/2013

Sociologia: preocupa-se em estudar os fenômenos sociais, as sociedades e seus conflitos, os

fatos sociais que dão origem às questões trabalhistas, os grupos as classes, as instituições, os

processos, os movimentos sociais que acabam influenciando na formação das leis,

principalmente trabalhistas;

Preocupa-se com o estudo social da empresa, do sindicato, da greve, do emprego, enquanto

fatos sociais.

Page 9: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

9 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

As lutas de classes veio criar o direito voltado para essas relações sociais.

O próprio relacionamento na empresa entre os trabalhadores, função social do trabalho em

moldar a sociedade.

Esses grupos sociais de pessoas vão causar um impacto dentro do direito, mas para que as

normas asseguram melhores condições.

Economia: os fatos econômicos influenciam a história do direito do trabalho, como se

verifica com a revolução industrial.

O direito do trabalho também pode influenciar a economia, ex: as determinações legislativas,

política salarial, etc.

O trabalho é visto como um elemento de produção. A mão-de-obra é elemento essencial nesse

sentido.

São também importantes: o nível de oportunidades de emprego, a mobilidade dos

trabalhadores e os efeitos da inflação sobre os salários.

Temos visto sempre, na verdade a economia, a produção, o capital subjaze tem influência na

nossa vida, até a forma de viver, a cultura, a arte.

Administração de Empresas: preocupa-se com a organização da empresa, sua forma de

produção.

Vai estabelecer quantos funcionários necessita, cargos, salários.

A organização da empresa implica o exercício do poder de organização da empresa, que está

incluído no poder de direção do empregador.

Contabilidade: relaciona-se em virtude dos cálculos das verbas trabalhistas, a escrituração

das contas das empresas, podendo ser verificado o pagamento dos salários e de outras verbas

aos empregados.

Elaboração de folhas de pagamento, observância de pagamentos aos trabalhadores e

recolhimento do FGTS nos prazos definidos na lei.

Estatística: são importantes dados estatísticos relativos à evolução do desemprego, da

demanda e oferta de trabalho, do salário mínimo, do custo da subsistência.

Medicina: a medicina do trabalho preocupa-se com a saúde dos trabalhadores para evitar a

fadiga, estabelece intervalos de descanso semanais, férias e medidas preventivas em relação

a acidentes do trabalho, a redução de jornada de trabalho insalubre e o aumento de dias de

férias, etc.

Vai trazer para nós esses subsídios.

Na CLT art. 154 a 201.

NR 15 da portaria nº 3.214/78 – indica elementos físicos ou biológicos que trazem malefícios

á saúde do trabalhador e que analisados pela medicina do trabalho para efeito do trabalho insalubre.

Vem para proteger o trabalhador para que ele trabalhe nem ambiente saudável que possa

desenvolver melhor suas atividades laborais.

Psicologia: possui um campo onde se estuda as técnicas para adaptação do trabalhador à sua

atividade.

O trabalho é um comportamento para o psicólogo.

A tecno-psicologia estuda a maneira de trabalhar.

As relações entre empregado e empregador dizem respeito à Psicologia Social ou Econômica.

A Psicologia vai estudar essas contribuições para o direito do trabalho.

A psicologia estuda casos e efeitos da fadiga.

Filosofia do Trabalho: o trabalho é um direito da pessoa.

O direito do trabalho é uma forma de dignidade da pessoa e da independência como homem.

O homem deve ser tratado como pessoa e não como coisa.

Um dos fins do estudo do Estado é assegurar as condições necessárias para que as pessoas se

tornem dignas.

O homem realiza-se por intermédio do trabalho. precisa dele para poder viver.

A valorização do trabalho é pressuposto da existência digna, com o trabalho se atinge a

essência.

A Filosofia busca respostas e perguntas difícil de se responder dentro do pensamento humano.

O trabalho é a realização da pessoa além de ser necessário para nossa subsistência.

Page 10: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

10 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

2ª PARTE DA PROPEDÊUTICA

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

Fonte: vem do latim „fons‟ que significa nascente, manancial.

Figuradamente, refere-se à origem de alguma coisa, de onde provém algo.

As fontes do direito do trabalho, tudo aquilo que fundamenta e da origem do próprio direito

do trabalho.

Sentido jurídico: fonte é meio de criação e fórmula de exteriorização da lei.

- Miguel Reale: a verificação de uma estrutura de poder. para ele, criam 4 estruturas

originárias desse pode, o Processo Legislativo, a jurisdição, os usos e costumes e autonomia da

vontade, que são usados no direito do trabalho, principalmente os costumes.

- Fontes materiais: são o complexo de fatores sociais, econômicos, políticos, filosóficos e

históricos que influenciam a criação de normas jurídicas.

- Celso Lafer: fontes materiais – um conjunto de fenômenos de ordem social, econômica ou

científica, ou então de natureza ideológica, como o engajamento moral, religioso e político que leva

a criação ou a modificação das normas na ordem jurídica.

Temos todos essas fontes materiais entro do direito do trabalho.

- Fontes formais: são as normas de exteriorização do direito. Ex: leis, costumes, etc.

As fontes do direito podem ser heterônomas e autônomas.

- Heterônomas: são as impostas por agente externo. EX: Constituição Federal, leis, decretos,

sentença normativa, o regulamento de empresa (quando unilateral).

Estão fora daquela relação estabelecida entre empregado e empregador, aceita que um terceiro

faça uma lei e sujeitamos a elas.

- Autônomas: elaborada pelos próprios interessados. Ex: costume, acordo coletivo,

regulamento de empresa (quando bilateral), contrato de trabalho, etc.

Alice Monteiro de Barros cita Orlando Gomes: as fontes do direito do trabalho se dividem em

primárias e imperativas.

As PRIMÁRIAS são as que dependem da vontade das partes. O contrato seria a única fonte

de criação da relação de emprego.

As IMPERATIVAS se subdividem em fontes de produção estatal (a lei, dentro dela) e a

fonte de produção profissional que compreende as convenções coletivas.

Fonte de produção mista.

ORLANDO GOMES Primárias

Fonte de prod. Estatal (lei)

Fonte de prod. Profissional (CCI)

Imperativas Fonte de prod. Mista (sent. Normativa)

Fonte de prod. Internacional (convenção

Quanto à vontade das partes as fontes podem ser:

Voluntárias: quando depender da vontade das partes para sua elaboração. Ex: contrato de

trabalho, convenção e acordo coletivo, regulamento de empresa (quando bilateral);

Imperativas: quando são alheias às vontades das partes. Ex: Constituição, lei, sentença.

Page 11: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

11 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Há fontes comuns a todos os ramos do direito. Ex: Constituição, a lei, etc.

Todavia, há partes que são peculiares ao direito do trabalho. Ex: sentenças normativas, as

convenções e acordos coletivos, os regulamentos de empresa e os contratos de trabalho.

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11/03/2013

FONTES FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO

Para Gustavo F. B. Garcia, a Constituição, as leis, os atos do poder executivo, a sentença

normativa, jurisprudência, a sentença arbitral, convenções, o regulamento de empresa e os contratos

de trabalho e os princípios jurídicos, são na verdade instrumentos de integração e de interpretação

da norma, mas não fonte.

a) A Constituição da República: a primeira Constituição a trazer seu bojo, direito

trabalhista foi a Constituição de 1934.

Atualmente, os direitos trabalhistas previstos na constituição, encontram-se regulamentados

nos artigos 7º a 11º.

Art. 7.º (*) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família para os seus dependentes; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Page 12: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

12 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de: a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato; b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. (*) Emenda Constitucional Nº 20, de 1998 (*) Emenda Constitucional Nº 28, de 2000 Art. 8.º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Art. 9.º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1.º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2.º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Art. 22. (*) Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Art. 21. (*) Compete à União: XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; Art. 173. (*) Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1.º A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem

Page 13: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

13 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.

Para Sérgio Martins – a constituição, as leis, os direitos, os costumes, as sentenças normativas, os

acordos, as convenções, o regulamento de empresa e os contratos de trabalho são fontes do direito

do trabalho. Para ele, analogia e equidade são métodos de integração da norma jurídica, assim como

o direito comparado. Os princípios gerais do direito são formas de interpretação das regras jurídicas.

Art. 10 da ADCT

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da

Constituição:

I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da

porcentagem prevista no art. 6º, "caput" e § 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de

1966;

II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de

acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu

mandato;

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o

parto.

§ 1º - Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o

prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.

§ 2º - Até ulterior disposição legal, a cobrança das contribuições para o custeio das

atividades dos sindicatos rurais será feita juntamente com a do imposto territorial

rural, pelo mesmo órgão arrecadador.

§ 3º - Na primeira comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas pelo

empregador rural, na forma do art. 233, após a promulgação da Constituição, será

certificada perante a Justiça do Trabalho a regularidade do contrato e das atualizações

das obrigações trabalhistas de todo o período.

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Os artigos são campos férteis entre as normas, cuida do que não está regulamentado. Ex:

proteção contra automação, aviso-prévio que foi regularizado em 2011. Dentro da Constituição

como fonte formal do Direito do Trabalho.

De acordo com o artigo 173 CF, o Estado explora atividades para fins econômicos. A empresa

pública explora uma atividade econômica e tem em seus quadros empregados que auxiliam nessa

exploração.

Temos o “nascedouro” de vários direitos importantes.

CIPA – Comissão Interna de Prevenção a Acidentes.

Nesse caso, o cipeiro seria a pessoa que participa de um cargo de diretoria na CIPA. Ele é

estável, enquanto estiver no cargo, tem esse direito porque ele fiscaliza a empresa. A organização

sobre a ótica do empregado, para que essas condições não apresentem riscos aos funcionários.

Exceto, se ele cometer falta grave (fato típico trabalhista) ex: deixar de usar o IPI em seus afazeres,

é causa de exoneração e outros fatores previstos no art. 482 da CLT:

Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

a) ato de improbidade;

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando

constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao

serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada sem julgado, caso não tenha havido

suspensão da execução da pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;

i) abandono de emprego;

Page 14: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

14 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou

ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e

superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

l) prática constante de jogos de azar.

Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,

devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança

nacional.

b) Leis: a principal e mais importante de todas as fontes do direito do trabalho é a CLT.

Reunia a legislação esparsa existente no período anterior a 1945.

A CLT foi instituída pelo decreto-lei 5.452 de 01/05/1943.

Consolidação é diferente de Codificação.

As leis relacionadas ao direito do trabalho que não estão contidas na CLT a Lei de Greve

(7.783/85), a dos empregados domésticos (5.859/72) e a do trabalho rural (5.889/73) e a do FGTS

(Lei nº 9.036/90) dentre outras.

No Brasil não há leis trabalhistas codificadas, são consolidadas.

c) Atos do Poder Executivo: não apenas leis emanadas do Poder Legislativo são fontes

do direito do trabalho mas também as normas provenientes do Poder Executivo.

O Poder Executivo edita medidas provisórias que tem força de lei de período de 60 dias,

prorrogável uma vez por período (art. 62 CF).

Os decretos e regulamentos expedidos pelo Poder Executivo (art. 84, IV, da CF) visando o

cumprimento da legislação.

O ministro do trabalho também expede portarias.

d) Sentença normativa: é a decisão dos tribunais regionais do trabalho, do TST no

julgamento dos dissídios coletivos. Art. 114, caput, e seu par. 2º da CF.

Art. 114. (*) Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.

§ 2.º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

Terá efeito erga omnes – vale para todas as pessoas integrantes da categoria econômica

(empresariado) e profissional (trabalhadores) envolvidos no dissídio coletivo (sentença normativa)

mesmo os que não são sindicalizados, são abrangidos por aquele direito que foi reconhecido em

sentença normativa.

Devem respeitar as condições mínimas do trabalho prevista na lei e seus efeitos abrangem

toda a categoria econômica.

O dissídio coletivo sempre vai ter uma classe mais interessada, ou o pólo passivo, ou o ativo,

o patrão ou o empregado podem tanto figurar nos dois pólos, autor ou réu da ação, mas o mais

comum é o empregado no pólo ativo.

No dissídio individual a sentença normativa faz lei entre as partes, patrão e empregado.

e) Jurisprudência: não é pacífica, a vertente mais moderna – o juiz não é mero aplicador

das regras postas, não se podendo negar seu papel criador.

Sentença-norma que regula o caso em concreto. Importâncias das súmulas vinculantes art.

103-A da CF:

Page 15: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

15 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Art. 103- A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1º - A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º - Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º - Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

Quando se invoca uma súmula, seja de onde vier, dependendo da situação, o juiz acata. No

direito do trabalho acontece muito.

f) Sentença arbitral: possibilidade de resolução de conflitos de trabalho por meio da

arbitragem – art. 114 par. 1º e 2º da CF:

Art. 114. (*) Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas. § 1.º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2.º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

Lei nº 7.783/1989, art. 3º, caput e na Lei nº 10.101/2000, art. 4º, II.

Na forma heterônoma de solução de conflitos, vamos ter um terceiro (árbitro) dizendo o

direito naquele caso e as pessoas envolvidas terão que se submeter ao que ele decidir no dissídio

coletivo.

g) Convenções e acordos coletivos: ponto pacífico, fonte especialíssima do direito do

trabalho.

As convenções coletivas do trabalho são acordos firmados entre dois ou mais sindicatos (de

um lado representante dos empregados e do outro representante da empresa) a respeito de condições

de trabalho para a categoria.

- Art. 611 da CLT:

DAS CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO

Art. 611. Convenções coletivas de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais

Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho

aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho.

§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos

Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem

condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas

relações de trabalho.

§ 2º As Federações e, na falta destas, as Confederações representativas de categorias

econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as

relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas

representações.

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Os acordos coletivos são os pactos celebrados entre uma e mais empresa e o sindicato da

categoria profissional a respeito de condições de trabalho.

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16 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Ambos deverão respeitar as condições mínimas de trabalho previstas na CF e nas leis sob

pena de nulidade.

h) Regulamento de Empresa: há divergências na doutrina a respeito.

Sérgio Pinto Martins: é fonte do direito de trabalho. Ao empregador é conferido o poder de

produzir normas internas dentro de sua própria empresa, normas de observância obrigatória aos

sujeitos do contrato de trabalho.

Essas normas servem para os trabalhadores daquele local, entregador, carteiros, e outros

terceiros que vierem à adentrar na empresa. Regulamento de empresa – o patrão tem esse poder de

criar normas que são obrigatórias, mas não podem ser abusivas.

i) Disposições Contratuais: (contrato de trabalho)

O artigo 8º da CLT faz menção expressa às disposições contratuais como fonte direta do

trabalho.

ARTIGO 8º CLT

Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou

contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros

princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito, e, ainda, de acordo com os usos e

costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou

particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único. O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não

for incompatível com os princípios fundamentais deste.

---------------

As disposições contratuais são as determinações inseridas no contrato de trabalho a respeito

de condições de trabalho, determinando direitos e deveres do empregado e do empregador.

O art. 444 da CLT

Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das

partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos

contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e ás decisões das autoridades competentes.

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j) Usos e Costumes: também são fontes do direito do trabalho.

Representam importante fonte do direito do trabalho, surgem através de comportamentos, atos

ou condutas praticados reiteradamente e que, com o tempo, passa a integrar o cotidiano das pessoas

e são incorporadas ao direito do trabalhador.

Exemplo de direitos trabalhistas que antes começou com costume, atualmente são de

observância obrigatória, surgiram através dos usos e costumes: gratificação natalina (13º salário), os

reflexos das horas-extras em outras verbas.

k) Normas Internacionais: as normas internacionais são fonte de direito e obrigações,

como ocorre com os tratados e as convenções da OIT, que obrigam seus signatários.

Pode a norma internacional estabelecer condições de trabalho mais benéfica do que as

previstas em nossa legislação.

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12/03/2013

HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO

A interpretação segue os princípios do DT. Feita de forma mais favorável ao trabalhador.

Interpretar é a forma de compreensão da norma, extrair o sentido da lei.

- Hermenêutica: um dos instrumentos da interpretação.

Interpretação é a aplicação das regras de hermenêutica. Processo mental de pesquisa do

conteúdo da lei.

Uma norma confusa, prolixa, a interpretamos, sendo simples ou complexa.

O juiz arbitral é instituído através de documento aceitado no dissídio coletivo. Um

compromisso arbitral.

Page 17: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

17 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Normas de ordem pública não podem sofrer permutação, por essa razão não se aplica o juízo

arbitral nas relações individuais.

MÉTODOS

a) Gramatical ou Literal: consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da norma

jurídica. Analisa-se o alcance das palavras encerradas no texto da lei. Toda vez que nos

deparamos com a lei, a leitura das palavras que a lei utilizou para dar o comando;

b) Lógica: em que se estabelece uma conexão entre os vários textos legais a serem

interpretados. Buscar o bom senso da lei;

c) Teleológica ou Finalística: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o

fim colimado pelo legislador. Busca o sentido, a finalidade de uma lei, amparar, tutelar,

penalizar, etc. olhar no âmbito geral.

LICC art. 5º: traz a concepção da finalidade do direito, amparar o trabalhador que á parte

mais fraca do trabalho. O patrão detém os poderes e dentro deles tem o poder de organização, o

único documento que fica com o empregado é a CTPS e normalmente o comprovante de

recebimento do salário mensal, o resto dos documentos fica com o empregador;

d) Sistemática: a interpretação vai ser dada de acordo com a análise no qual está inserido.

Temos normas de direito material e processual e ainda normas de fiscalização;

e) Extensiva ou Ampliativa: emprega-se em sentido mais amplo à norma a ser interpretada

do que ela normalmente teria.

Tudo depende de como interpretamos, tem uma matéria em que a lei diz mais do que deveria,

outras vezes, diz menos do que deveria, nesse caso, temos que dar uma interpretação mais aberta,

que tenha mais sentido e mais justa. A finalidade do direito é atingir a justiça.

A interpretação extensiva vem de um sentido maior, estender o que as palavras queriam dizer;

f) Restritiva ou Limitativa: ao contrário, não amplia, fecha o sentido, dá um sentido mais

restrito;

g) Histórica: há necessidade de se analisar na evolução histórica dos fatos, pensamento do

legislador, não só à época da edição da lei, mas de acordo com a exposição de motivos,

mensagens e emendas e das discussões parlamentares, etc. Nos remete a um estudo para

saber do que daquilo;

h) Autêntica: é realizada pelo próprio órgão que editou a norma, que irá declarar o seu

sentido, alcance e conteúdo;

i) Sociológica: em que se verifica a realidade e a necessidade social na elaboração da lei e

na sua aplicação. O que passa até chegar à elaboração de uma lei e na sua aplicação,

muitas pessoas morrem, sofrem abusos, etc. ex: Lei Maria da Penha.

Devido a uma necessidade sociológica uma determinada lei é criada para tentar sanar ou

diminuir os problemas.

O Estado tem forma articulada, dar proteção à sociedade. Amparar de alguma forma, pois a

maioria das vezes, as pessoas não tem condições físicas nem psicológicas em várias situações

complexas.

DECLARAÇÃO QUANTO AO RESULTADO OU AOS EFEITOS

Interpretação Declarativa: quando o legislador atribui à lei o sentido exato das palavras

nela utilizados. é aquela na qual há uma identificação entre o espírito da lei e a letra da lei,

ou seja, o sentido gramatical primário da lei coincide com o sentido condicionado por outros

fatores.

Interpretação ab-rogante: ocorre quando há uma antinomia e resulta da interpretação

sistemática. Assim havendo duas normas em conflito, interpreta mais se uma em determinado da

outra e, então uma norma é aplicada ao caso e a outra, afastada. Isso entretanto se dará apenas no

caso em que o conflito se der entre duas normas gerais, da mesma hierarquia e da mesma época, ou

seja, quando houver insuficiência de critérios para solucionar a antinomia.

A interpretação ab-rogaste mostra, assim que não é possível pela interpretação, aplicar parte

de uma norma e parte de outra norma, quando as duas estiverem em conflito.

Page 18: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

18 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

No Direito do Trabalho ao se interpretarem as diversas normas jurídicas aplicáveis ao caso

concreto deve-se levar em conta a norma mais favorável ao empregado.

Art. 620 da CLT:

Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as

estipuladas em Acordo.

- são dois instrumentos coletivos: o acordo e a convenção, se for a convenção mais benéfico,

será aplicado esse por ser mais genérica.

Se o acordo tiver normas benéficas ao trabalhador, será aplicado a teoria do conglobamento.

Integração do DT – lacuna – um “buraco” que não tem uma norma específica para aquele

caso concreto, tem que completar, inteirar.

O intérprete está autorizado a suprir as lacunas existentes na norma jurídica por meio da

utilização das técnicas jurídicas (analogia, costumes, equidade e os princípios gerais do direito e até

mesmo a doutrina), de acordo com 0 art. 4º da LICC; art. 126 do CPC.

Art. 8º par. Único da CLT no Direito do Trabalho:

Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou

contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros

princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito, e, ainda, de acordo com os usos e

costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou

particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único. O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não

for incompatível com os princípios fundamentais deste.

Princípios Gerais do Direito: dar a cada um o que é seu de direito.

Temos autorização e instrumentos para poder utilizar nas lacunas.

ANALOGIA LEGIS Consiste na aplicação de uma norma legal estabelecida para uma situação afim, ao fato pelo qual não

há regulamentação.

Busca na outra lei semelhante a solução para o caso. Ex: caso do art. 244 CLT:

Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobreaviso e de

prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados que

faltem à escala organizada.

§ 1º Considera-se “extranumerário” o empregado não efetivo, candidato à efetivação, que se

apresentar normalmente ao serviço, embora só trabalhe quando for necessário. O extranumerário só

receberá os dias de trabalho efetivo.

§ 2º Considera-se de “sobreaviso” o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa,

aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de “sobreaviso” será, no

máximo, de 24 (vinte e quatro) horas. As horas de “sobreaviso”, para todos efeitos, serão contadas à

razão de 1/3 (um terço) do salário normal.

§ 3º Considera-se de “prontidão” o empregado que ficar nas dependências da Estrada,

aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de 12 (doze) horas. As horas de

prontidão serão,

para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.

§ 4º Quando, no estabelecimento ou dependência em que se achar o empregado, houver

facilidade de alimentação, as 12 (doze) horas de prontidão, a que se refere o parágrafo anterior,

poderão ser

contínuas. Quando não existir essa facilidade, depois de 6 (seis) horas de prontidão, haverá sempre

um intervalo de 1 (uma) hora para cada refeição, que não será, nesse caso, computada como de

serviço.

Dois processos:

- Auto integração: quando tem lacunas e dentro das normas principais, preenche as lacunas;

- Hetero integração: quando se busca no sistema a supressão da lacuna.

Page 19: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

19 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

ANALOGIA JURIS

Implica recurso mais amplo, ou seja, na ausência de regra estabelecida para o caso sub judice,

o juiz recorre aos princípios gerais do direito.

A equidade é vista como a idéia de amenização do rigor da lei e se identifica com o conceito

de justiça ideal. Como processo de integração no Direito do Trabalho, a equidade aparece no art.

766 da CLT, quando ao autorizar os tribunais a fixar novas condições de trabalho na sentença

normativa, refere-se ao “justo salários”.

USOS E COSTUMES DE UMA REGIÃO

Se não tem normas nem sentido, faz-se a invocação dos usos e costumes.

Todos esses instrumentos podem ser utilizados para suprir as lacunas que no Direito do

Trabalho tem muitas.

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18/03/2013

EFICÁCIA DO DIREITO DO TRABALHO NO TEMPO E NO ESPAÇO

A regra geral do Direito do Trabalho, a lei tem vigência imediata, diferentemente do direito

comum, art. 1º LICC:

Art. 1º LICC Art. 1º - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias

depois de oficialmente publicada.

No DT não é assim, é aplicado imediatamente, salvo em alguns casos especiais.

a) Eficácia no tempo: regra geral; as leis entram em vigor, art. 1º LICC.

No Direito do Trabalho, entram em vigor a partir da data de publicação da lei – eficácia

imediata.

Art. 5º par. 1º da CF

Ex: a lei de FGTS (lei nº 5.107 de 13.09.66) somente entrou em vigor a partir de 1º de janeiro

de 1967.

Término da vigência – art. 2º par. 1 e 2 da LICC.

Princípio da irretroatividade das normas jurídicas – art. 6º da LICC.

No Direito do Trabalho, isso é observado, é um preceito geral, é uma questão de segurança

jurídica, senão seria uma sociedade insegura, tendo os direitos adquiridos alterados.

LICC - Lei de introdução de normas brasileiras, aplicada às todas as normas.

As relações que já estão sedimentadas pelo direito adquirido, não vão ser alteradas, no

contrato que se refaz sempre, esse sofrerá alterações da nova lei, porque são relações que ainda

estão em vigor.

As convenções e acordos coletivos, entram em vigor 3 dias após o depósito na DRT (par. 1º

do art. 614 da CLT e OJ 322 da SBDI – I do TST).

Art. 614 CLT - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou

separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma

via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se

tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério

do Trabalho nos demais casos.

§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos

no órgão referido neste artigo.

A sentença normativa entra em vigor de uma maneira geral depois de publicada salvo se as

negociações tiverem se iniciado 60 dias antes do término da data-base (data em que os sindicalistas

fixam para ter uma negociação, de ano em ano), quando vigorarão a partir da data-base.

Art. 868 CLT prazo máximo de vigência

Art. 868. Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições de trabalho e no qual

figure como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o Tribunal

competente, na própria decisão, estender tais considerações de trabalho, se julgar justo e

conveniente, aos demais empregados da emprega que forem da mesma profissão dos dissidentes.

Parágrafo único. O tribunal fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o

prazo de sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos

Page 20: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

20 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Art. 867 CLT

Art. 867. Da decisão do Tribunal serão notificadas as partes, ou seus representantes, em

registrado postal, com franquia, fazendo-se, outrossim, a sua publicação no jornal oficial, para

ciência dos demais interessados.

Parágrafo único. A sentença normativa vigorará:

a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616, § 3º, ou,

quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento;

b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença

normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616, § 3º.

Prazos especiais relativos à vigência da sentença normativa.

Algumas leis do Direito do Trabalho serão tratadas de forma diferente em relação aos demais

ramos do direito.

b) A eficácia no espaço: diz respeito ao território em que vai ser aplicado a norma.

Nossa lei vai se aplicar no Brasil tanto para brasileiros quanto para estrangeiros que laborarem

em nosso país – territoriedade/soberania nacional.

- Regra geral: aplica-se a lei do local da execução do contrato de trabalho para a solução de

conflitos de normas no espaço – Código de Bustamante 9art. 198) ratificado pelo Brasil e

promulgado pelo Decreto 18.871/1929.

Súmula 207 do TST TST. SÚMULA Nº 207. (cancelada). CONFLITOS DE LEIS TRABALHISTAS NO ESPAÇO. PRINCÍPIO DA

"LEX LOCI EXECUTIONIS" (cancelada). A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação.

A lei 7.064 de 06/12/1982 – regulava situações dos trabalhadores e empresas de engenharia,

consultoria e obras, montagens, gerencialmente e congêneres para prestar serviço no exterior.

- a Lei 11.962/2009 alterou a lei 7.064 – aumentou a abrangência da lei 7.064 regulando

situações outras que não apenas dos trabalhadores em empresas de engenharia, consultoria previstos

anteriormente.

Ao empregado contratado por empresa estrangeira para prestar serviços no exterior, aplica-se

a lei do país de prestação de serviços – art. 198 do Código de Bustamante e Súmula 207.

Ao empregado contratado por uma empresa brasileira para prestar serviço no exterior

(transferido) aplica-se independentemente da observância da legislação do local da execução dos

serviços, a legislação brasileira de proteção ao trabalho, quando mais favorável do que a legislação

territorial, aplicando-se ao trabalhador a Lei da Previdência Social, FGTS e PIS/PASEP.

O artigo 114 da CF traz a justiça do trabalho para resolver questões dos entes do Direito

Público externo, mostrando também que as leis trabalhistas serão a elas aplicáveis, desde que

trabalhem no Brasil. Art. 114. (*) Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas. § 1.º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2.º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

HIERARQUIA DAS NORMAS

Art. 59 CF Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e

Page 21: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

21 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

consolidação das leis.

Sistema piramidal de normas

CF/EC

Leis compl., leis ord., leis Del., med. Prov.

Decreto legisl., resoluções

Comissões coletivas de trabalho

Regulamento de empresa

Contrato de trabalho

Hans Kelsen – uma norma inferior sempre busca a validade imediatamente numa norma

superior. A CF buscaria sua validade numa norma fundamental (basicamente seria esse

entendimento que temos em obedecer o direito).

Ele tem seu sistema num preceito de valor.

Uma lei tem que estar em conformidade com a outra, senão corre o risco de ser invalidada. No

direito do trabalho a norma mais benéfica é que vai comandar.

Não importa onde ela esteja, sendo mais benéfico, será mantida por uma questão do Princípio

da Proteção. Vai se sobrepor até mesmo à CF. tem que ser observada em linhas gerais, se a norma

do contrato de trabalho for mais benéfica que a CF, ela que vai comandar todo o sistema e a CF vai

ficar abaixo dela.

A proteção do trabalho em face do empregado.

É uma relação complexa que vai abrangendo outras relações ao lado.

A hierarquia entre as normas somente ocorreria quando a validade de determinada norma

dependesse de outra em que regularia inteiramente a forma de criação da primeira norma.

A Constituição é hierarquicamente superior às demais normas, pois o processo de validade

destas é regulado na primeira.

Abaixo da CF encontram-se os demais preceitos legais: leis complementares, leis ordinárias,

decretos-lei (nos períodos em que existiram medidas provisórias, leis delegadas, decreto legislativo

e resoluções.

Entre a lei complementar, ordinária, delegada e medida provisória não existe hierarquia (todas

retiram seus fundamentos de realidade da própria Constituição).

Os decretos são hierarquicamente inferiores às leis são emitidos pelo Poder Executivo,

complementando-as nas disposições gerais.

Após os decretos encontramos as normas internas da Administração Pública, como portarias,

circulares, ordens de serviço, etc. que são hierarquicamente inferiores aos Decretos.

CLASSIFICAÇÃO DA NORMA

- Normas de ordem pública absoluta – não podem ser derrogadas por convenções das

partes, prepondera um interesse público, sobre o indivíduo/ possuem natureza tutelar (indisponíveis

por pare do obreiro)

Ex: normas que tratam de medicina e segurança do trabalho, da fiscalização trabalhista, do

salário mínimo, das férias, do repouso semanal remunerado, etc.

- Normas de ordem pública relativa – embora haja interesse do Estado em ver cumpridas as

determinações, podem ser flexibilizadas.

Page 22: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

22 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Ex: possibilidade de redução de salários por meio de convenção e acordos coletivos (art. 7º,

VI da CF), da compensação e redução da jornada de trabalho mediante acordo ou convenção

coletiva (art. 7º, XIII, da CF).

- Normas dispositivas – o interesse do Estado é tutelar os direitos dos empregados, podendo

haver autonomia da vontade das partes em estabelecer outras regras. A legislação estabelece um

mínimo que pode ser complementado pelas partes.

Ex: adicional de horas-extras de 50%, aviso-prévio de no mínimo 30 dias, etc.

- Normas autônomas: o Estado não interfere estabelecendo regras de conduta no campo

trabalhista: as partes é que estabelecem preceitos, fruto do entendimento direto entre elas.

Ex: CCT que prevê direito à cesta básica ao empregado de uma determinada categoria, ou no

campo individual, cláusula convencional prevendo a complementação da aposentadoria.

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19/03/2013

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Princípio do DT - Princípio da boa-fé

- Princípio da razoabilidade

- Princípio da proteção - indubio pro operário

- aplicação da norma + favorável

(elaboração da norma mais favorável

Hierarquia das normas jurídicas, inter-

pretação da norma mais favorável.

- aplicação da condição mais benéfica.

- Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos

- Princípio da Continuidade

- Princípio da Primazia da Realidade

O Estado tentando diminuir o desnível entre trabalhador e empregador, achou uma solução

para equilibrar os dois lados da balança. Deu ao trabalhador uma superioridade jurídica através dos

princípios.

A desigualdade econômica do trabalhador criou uma proteção jurídica para estar em

igualdade perante ao patrão.

CONCEITO DE PRINCÍPIO

José Cretella Júnior: princípios de uma ciência são as proposições básicas fundamentais,

típicas que condicionam todas as estruturações subseqüentes.

Princípios nesse sentido, são os alicerces da ciência.

Para o direito, princípio é seu fundamento, a base que irá informar e inspirar as normas

jurídicas.

Os princípios apresentam natureza normativa não meros enunciados formais.

O sistema jurídico contém normas (gênero) são espécies as regras e os princípios.

Violar um princípio é muito mais grave que violar uma regra.

A não observância de um princípio implica ofensa não apenas a específico mandamento

obrigatório, mas a todo o sistema de comandos.

2. FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS

A função informadora serve de inspiração ao legislador e de fundamento para as normas

jurídicas.

A função normativa atua como uma fonte supletiva, nas lacunas ou omissões da lei.

A função interpretativa serve de crédito orientador para os intérpretes e aplicadores da lei.

Art. 8º da CLT – os princípios são fontes supletivos do direito do trabalho.

Dentro do art. Tem sintetizada as funções dos princípios.

Page 23: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

23 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou

contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros

princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito, e, ainda, de acordo com os usos e

costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou

particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único. O direito comum será fonte

Ocorre que o juiz ao analisar um caso, vai sempre interpretar a norma de acordo com os

princípios, não deve sair fora, por perigo de ter a sentença revista e reformada, deve escolher uma

norma ou outra.

3. PRINCÍPIOS GERAIS

São princípios gerais do direito: ninguém poderá alegar ignorância do direito; deve-se aplicar

a dignidade da pessoa humana, é proibido o abuso do direito, o enriquecimento sem causa, etc.

Princípios de direito civil aplicáveis aos contratos, são aplicáveis ao direito do trabalho.

O contrato é lei entre as partes, força obrigatória dos contratos (pacta sunta servanda – os

contratos devem ser cumpridos) da exceptio non adimplet contractus – nenhum dos contratos pode

exigir o implemento de sua obrigação antes de cumprir a parte no peculato (art. 1.092 CC).

PRINCÍPIOS

Américo de Pia Rodriguez enumera 6 princípios do Direito do Trabalho. São eles:

a) Princípio da Proteção;

b) Princípio da Irrenunciabilidade do Direito;

c) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego;

d) Princípio da Primazia da Realidade;

e) Princípio da Razoabilidade;

f) Princípio da Boa-fé.

O Princípio da Boa-fé, da Razoabilidade são aplicáveis a qualquer contrato.

A Boa-fé tem que transparecer em todos os contratos. Agir com lealdade, honestidade, ao

burlar as regras do contrato de trabalho, o empregado não está agindo de boa-fé, mas também o

patrão poderá ter o mesmo procedimento, tanto um quanto outro devem agir de boa-fé no contrato.

Não basta ter boa-fé, é preciso que ela deva ser demonstrada objetivamente na relação.

No Princípio da Razoabilidade, se exige comportamento de um homem médio, mediano,

que tenha um esclarecimento, ser razoável na relação.

OUTROS PRINCÍPIOS

A Cidadania é princípio, o trabalhador tem o direito de deixar o trabalho para votar em seus

representantes de sua categoria, se associar, se organizar, para reivindicar seus direitos.

A Dignidade da pessoa humana é a pessoa ser respeitada, ser protegida, porque ela está

numa relação em que ela é a parte mais fraca.

Há várias questões levadas a juízo sobre atrocidades, injustiças vindas do empregador ou do

empregado, que também tem atitudes que vai ferir os direitos da empresa.

O Valor Social do Trabalho: através do trabalho o empregado vai buscar meios de

sobreviver para si e sua família, o direito do trabalho é um direito fundamental, onde o Valor social

do trabalho não deve ser deixado de lado.

A limitação de jornada de trabalho no contrato vem outorgar ao empregado a ter uma vida

social, intervalos que ele pode se dedicar a outras atividades – 8 horas para o trabalho, 8 horas para

lazer e 8 horas para dormir.

Construir uma sociedade livre, justa e solidária, a solidariedade quando o empregado se

acidenta e aí ele vai receber os benefícios da Previdência que é amparada no regime da

solidariedade, que também é um princípio.

Garantir o desenvolvimento nacional: desenvolvimento da nação através de um trabalho, da

educação, filhos de trabalhadores se instruindo para ajudar no desenvolvimento da nação.

Art. 4º inciso II CF Art. 4.º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos

Page 24: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

24 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

seguintes princípios: II - prevalência dos direitos humanos; Art. 170 CF

Art. 170. (*) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Justiça Social distribui a riqueza concentrada aos demais sujeitos da sociedade. Na realidade

temos uma distribuição de renda bem sofrida.

Art. 5º inciso XIII CF

Art. 6º CF

Art. 5º caput CF

Igualdade: não pode haver diferença entre salários de pessoas do mesmo sexo ou diferente,

todos tem direito ao salário igual numa mesma categoria.

Art. 7º - inc. I é um artigo que na foi regulamentado. Art. 7.º (*) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

Não se sabe se algum dia vai ser porque de acordo com esse artigo, a pessoa pode ser

mandada embora do emprego sem ela ter causa para isso, uma dispensa arbitrária.

Nesse artigo está proibido, mas no Brasil ainda se utilizam de dispensas arbitrárias, sem justa

causa.

Art. 8º caput inc. I e IV – questão da organização sindical.

Art. 7º inc. XXVI- reconhecimento da convenção e do acordo coletivo.

a) Proteção: ele que deu a possibilidade do empregado ter uma situação mais equilibrada na

relação do emprego. Dá ao empregado uma superioridade jurídica através de uma tutela

diferenciada na relação de emprego. Dá limites arbitrários ao empregador.

IN DUBIO PRO OPERARIO

O critério que deve utilizar o juiz ou o intérprete para escolher, entre os vários sentidos

possíveis de uma norma, aquele que seja mis favorável ao trabalhador. Na dúvida, em favor do

trabalhador, sempre.

Não apresenta caráter processual. Esse princípio faz confusão entre as pessoas. Os

doutrinadores dizem que é um direito material, por isso não pode ser um direito processual.

NORMA MAIS FAVORÁVEL

A regra da norma mais favorável – caput art. 7º CF. A aplicação da norma mais favorável

pode ser dividida de três maneiras:

a) A elaboração da norma mais favorável – as novas leis devem tratar de criar regras visando

á melhoria da condição social do trabalhador;

b) A hierarquia das normas jurídicas havendo várias normas a serem aplicadas numa escala

hierárquica, deve-se observar a que for mais favorável ao trabalhador e pode sobrepor à

CF;

c) A interpretação da norma mais favorável: havendo várias normas a observar, deve-se

aplicar a regra mais benéfica ao trabalhador.

Page 25: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

25 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

Ver art. 620 da CLT.

Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as

estipuladas em acordo.

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25/03/2013

CONT. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

a) Princípio da Proteção: alguns doutrinadores falam que tudo se resolve no direito do

trabalho pelo princípio da proteção. Dentro dessa temática Américo de Piá Rodrigues

também nos traz além do princípio da proteção o princípio da irrenunciabilidade dos

direitos: as normas do direito do trabalho são normas de ordem pública, são

inderrogáveis pelas partes, não podem renunciar, abrir mão de sua aplicação.

O empregado não pode abrir mão de seus direitos trabalhistas. Ex: empregado que quer abrir

mão de suas féria por não ter onde ir. As férias são irrenunciáveis, pode-se “vender” apenas 1/3, ou

seja, 10 dias.

b) Princípio da Irrenunciabilidade do Direito:

- Conceito: impossibilidade jurídica de privar-se voluntariamente de um ou de mais vantagens

concedidas pelo direito trabalhista em benefício próprio.

Art. 9º da CLT

Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou

fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

Renúncia – casuística

Vigora no direito do trabalho o princípio da irrenunciabilidade do direito trabalhistas. Dessa

forma compete à reclamada produzir prova cabal e robusta quanto à legação de renúncia da

estabilidade do empregado cipeiro, não podendo a situação gerar nenhuma dúvida quanto à

veracidade do termo de renúncia, sob pena de não se desvencilhar do seu ônus probatório.

O patrão tem que provar que o empregado quis pedir demissão, se faz isso por meio de

testemunhas. Ou então o empregado assina uma carta de demissão, assim o empregador se

resguarda.

c) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: a instabilidade é sinônimo de

insegurança.

Presume-se que o contrato de trabalho irá ter validade por tempo indeterminado ou seja,

haverá continuidade da relação de emprego.

Há exceções, contratos por prazo determinado (contrato a termo – pré fixado com data para

terminar).

Em regra, o contrato de trabalho deve ser por prazo indeterminado.

Podem ser alteradas as cláusulas do contrato de trabalho por convenção coletiva para

melhorias, caso contrário, não pode.

Compete ao empregador o ônus de provar as razões ensejadoras do término do contrato de

trabalho.

TST Enunciado nº 212 - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985

Ônus da Prova - Término do Contrato de Trabalho - Princípio da Continuidade O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o

despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui

presunção favorável ao empregado.

d) Princípio da Primazia da Realidade: prevalência da verdade real sobre a verdade

formal. O que significa isso? É simples no âmbito das relações de trabalho, e nos

dissídios decorrentes dela sempre o juiz deve buscar não a verdade que simplesmente

está no documento, mas buscar a verdade real dos fatos, porque os documentos podem

dizer algo que não é a realidade. Por exemplo, na CTPS (Carteira de Trabalho) pode

estar registrado um salário mas por fora o empregado pode receber mais, isso para burlar

o pagamento de mais direitos trabalhistas aos empregados, ou tributos ao governo, outro

exemplo a pessoa pode ter registrado certo horário de entrada e saída nos cartões de

ponto mas na verdade fazia horas extras muito mais do que registrado nos cartões. Por

isso na Justiça do Trabalho é tão importante as testemunhas, pois se o documento disser

Page 26: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

26 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

algo e as testemunhas outra coisa deve prevalecer o depoimento das testemunhas para

fazer valer a prevalência da verdade real. Infelizmente alguns magistrados tem dado mais

valor a documentos e não tem buscado a verdade real dos fatos, e havendo prejuízo da

verdade real (o que realmente aconteceu), haverá prejuízo da Justiça! Havendo injustiça,

haverá também insatisfação, descrédito no Judiciário, enfraquecimento da democracia.

Em matéria de trabalho importa o que ocorre na prática, mais do aquilo que as partes hajam

pactuado de forma mais ou menos solene ou expressa, ou aquilo que consiste em documentos,

formulários e instrumentos de controle.

No direito valem mais os fatos do que aquilo que constam nos documentos.

Ex: se um empregado é rotulado de autônomo pelo empregador possuindo contrato escrito de

representação comercial com o último, o que deve ser observado realmente são as condições fáticas

que demonstrem a existência do contrato de trabalho.

São privilegiados, portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma ou a estrutura empregada.

Os documentos, às vezes, dependendo do caso, vão se curvar diante dos fatos. No caso desse

princípio se prima o que acontece na realidade do que vem em documentos.

Incidência do princípio da primazia da realidade que impede o reconhecimento de vínculo

empregatício a trabalhador que não se encontra juridicamente subordinado à empresa, apenas

trabalhando em regime de colaboração com esta, é autônomo.

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26/03/2013

RENÚNCIA

É a abdicação que o titular faz do seu direito sem transferi-lo a quem quer que seja. É o

abandono voluntário do direito segundo Caio Mário.

RG – são renunciáveis os direitos que versam sobre interesse privado.

- Irrenunciáveis: direitos que envolvem um interesse de ordem pública como os de família

puros (pátrio poder, etc.) os de proteção dos economicamente fracos ou contratualmente inferiores

(garantias asseguradas ao trabalho, etc.)

Direito do Trabalho: instituto da renúncia – tem seu campo de aplicação reduzido – as normas

de Direito do Trabalho são, em sua maioria imperativas, cogentes, limitando o Estado a autonomia

da vontade.

IRRENUNCIABILIDADE E CONTEÚDO DA NORMA

- Forma Explícita: expressa ex: art. 3º da Lei do Trabalho da Venezuela, quando dispõe que

em nenhum caso serão renunciáveis as normas e disposições que favoreçam os trabalhadores, ou vir

por meio de declaração de nulidade. Ex: art. 9º da CLT.

- Forma Implícita: ex: art. 7º inciso XII CF – o limite não pode extrapolar, se for, vai ter que

pagar hora-extra. Pelo fim visão pela norma: a irrenunciabilidade domina o Direito do Trabalho. Ex:

súmula 276 do TST:

Súmula nº 276 do TST

AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

21.11.2003

O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento

não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos

serviços obtido novo emprego.

RENÚNCIA EXPRESSA E TÁCITA

- Expressa: ex: pedido de demissão do empregado estável, com a indispensável assistência

que alude o art. 500 da CLT.

Art. 500. O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a assistência

do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente do Ministério do

Trabalho ou da Justiça do Trabalho.

Dar caráter de sustentabilidade desse pedido de demissão. É estranho quando o empregado é

estável, por isso que a lei pede essa assistência, até mesmo para verificar possíveis pressões que

talvez o levaram a pedir para ser exonerado.

Page 27: Direito do Trabalho - 1º Bimestre

27 DIREITO DO TRABALHO – 1º BIMESTRE

- Tácita: essa modalidade não é admitida pela maioria dos autores, aos quais nos filiamos, em

face do princípio da irrenunciabilidade.

Na verdade, são atos que a pessoa tem que se leva crer que ela está abrindo mão de um direito

seu.

MOMENTO DA RENÚNCIA

Renúncia e direitos futuros e inadmissíveis (art. 191 do CC/2002) a não ser em situações raras

previstas em lei. Ver súmula 199 do TST.

TST - Súmula 199 BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais

nºs 48 e 63 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador bancário, é nula. Os valores

assim ajustados apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no

mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão

do bancário. (ex-Súmula nº 199 – alterada pela Res. 41/1995, DJ 21.02.1995 - e ex-OJ nº 48 da SBDI-1 -

inserida em 25.11.1996)

II - Em se tratando de horas extras pré-contratadas, opera-se a prescrição total se a ação não for ajuizada no

prazo de cinco anos, a partir da data em que foram suprimidas. (ex-OJ nº 63 da SBDI-1 - inserida em

14.03.1994).

No curso do contrato a renúncia é permitida apenas quando houver previsão legal. Ex: opção pelo

FGTS feita pelo empregado estável, antes da CF/88, redutibilidade salarial prevista (art. 7º VI CF) majoração

da jornada de trabalho de 8 horas no regime de compensação (art. 7º XIII CF) entre outros incisos II da

súmula 51 do TST.

II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um

deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.

Na ruptura do contrato – permitida desde que o direito seja disponível, o que é raro.

Porque na ruptura o empregado está sendo pressionado, porque muitas vezes ficará

desempregado e precisará dessas verbas até ele encontrar outro trabalho.

A compensação não pode exceder a 2 horas diárias. Compensa-se por exemplo, trabalhar uma

hora a mais durante a semana para não ir trabalhar no sábado.

RENÚNCIA E NORMA COLETIVA

No Brasil, somente os direitos elencados nos incisos VI, XIII e XIV art. 7º da CF, autorizam a

renúncia via convenção coletiva: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

O TST coibiu a renúncia em convenção coletiva quando se tratar de preceito assegurado na

CF.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O adicional de insalubridade é um direito concedido a trabalhadores que são expostos a

agentes nocivos à saúde, radiação, risco biológico, químico, etc. Há três graus: 10%, (insalubridade

de grau mínimo), 20% (insalubridade de grau médio) e 40% (insalubridade de grau máximo).

Adicional de insalubridade Princípio da flexibilização do contrato de trabalho. Não pode ser

validade a negociação coletiva que pretende dar quitação ao adicional de insalubridade não pago ao

trabalhador, pois o princípio constitucional medular inscrito no art. 7º inc. VI, não subsiste diante da

renúncia de direito assegurado pela Carta Magna conhecida e prevista (TST AC. 3.953/96 – rel.

Min. João Oreste Dalazen).

Não se pode fazer a renúncia do adicional de insalubridade.