DIREITO PROCESSUAL PENAL - 1 BIMESTREPLANO DE ENSINO:

06-02-2014

DIREITO PROCESSUAL PENAL1. TEORIA GERAL

1.1. INTRODUO

Ius Puniendi: Punio EstatalIus liberttis: direito de liberdade.

LIDE: a ius puniendi x ius liberttis.

O ius puniendi um gnero que possui 2 (duas) espcies:

1 ius puniendi em abstrato (o direito de punir em abstrato): cominao de crimes e penas.

2: ius puniendi em concreto (nada mais aplicao efetiva do direito material mediante um instrumento que se denomina-se processo.

PROCESSO: o processo dentre muitas definies pode ser entendido como um meio ou a forma que o Estado possui para solucionar a LIDE.

*** a lide penal s pode ser resolvida pelo Estado, ou seja, monoplio do Estado a deciso no sendo permitida nenhum tipo de conciliao como por exemplo no processo do trabalho que tem como instituio a conciliao.

1.2. DENOMINAO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL

Conforme entendimento pacifico da doutrina a expresso direito processual penal a mais recomendada porque ela se torna abrangente no estudo das matrias do processo no geral, sendo que por isso se estuda com esta expresso os seguintes institutos: Processo penal; Inqurito policial; Princpios; Leis; Medidas cautelares; Prises; Competncias etc.

1.3. CARACTERSTICAS:

1 - O direito processual penal faz parte do ramo do direito pblico;2 - IMPORTANTE: O DIREITO PROCESSUAL PENAL TCNICO JURDICO: significa seguir a receita de bolo;3 - O direito processual penal uma cincia jurdica;4 - O direito processual penal um instrumento para pacificao social.

1.4. RELAES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL COM OUTRAS DISCIPLINAS

1 - DISCIPLINA DIREITO CONSTITUCIONAL: a relao do direito processual pena com o direito constitucional intima, pois a carta magna que estabelece inmeras garantias constitucionais para o processo penal (vide art. 5);

2 - DISCIPLINA DIREITO PENAL;

3 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL: (PROVA): O DIREITO PROCESSUAL PENAL S TER RELAO COM O DIREITO PROCESSUAL CIVIL NAS HIPTESES DE OMISSO DO CDIGO DE PROCESSO PENAL, OU SEJA, ELE (PROCESSO CIVIL) SUBSIDIRIO. EX.

4 DIREITO CIVIL: em algumas situaes o direito processual penal mantem relao com regras do cdigo civil, como por exemplo nas denominadas aes civis ex delicto (art. 63 a 68 do CPP) e 92 a 94 do CPP questes prejudiciais.

5 DIREITO ADMINISTRATIVO: mantm relao com direito processual penal porque os atos realizados em um inqurito em processo etc. so feitos por servidores pblicos (delegado, juiz, MP, oficial de justia).

6 por fim tambm pode se dizer que o DIREITO PROCESSUAL PENAL mantm relaes com algumas cincias auxiliares (medicina legal, psicologia, criminologia, criminalstica, psiquiatria etc.)

12-02-2014

1.5. HISTRICO NO BRASIL

O direito indgena no teve qualquer influncia do direito brasileiro.

ORDENAES:1 Afonsinas:2 Manuelinas: primeiras regras de processo penal.3 Filipinas:

Nas ordenaes manuelinas: as primeiras regras de processo penal foram QUERELA (queixa crime) e DENNCIA.

Ordenaes Filipinas ano 1.603: essas ordenaes retrataram o DIREITO MEDIEVAL, em que ricos e poderosos possuam uma srie de privilgios. Essas ordenaes criaram os seguintes institutos.

1.822-07-09 INDEPENDNCIA DO BRASIL MARCO POLTICO Em 1822 com a independncia brasileira Don Pedro I decretou que toda a legislao portuguesa continuaria a vigorar no Brasil at que as leis fossem criadas.

Em 1.824 com a primeira CONSTITUIO, nasceu o tribunal do JRI.Em 1.830 criado o Cdigo Penal.Em 1.832 foi criado o primeiro cdigo de criminal (CPC).Em 1.871 foi criado a INQURITO POLICIAL.Em 1.891 foi criado 2 CF e autorizou a estados a criarem seus prprios cdigo de processo, invalidando a de 1.832 (revogado).Em 1.934 foi criado 3 CFEm 1.937 foi criado 4 CF Em 1.941 2 CPP

Muito embora o CPP seja da dcada de 40 (quarenta) no decorrer dos seus 72 anos de vigncias inmeras leis o alteraram sendo que nos ltimos anos algumas leis merecem destaque, como por exemplo:11.689/200811.690/200811.719/200811.900/200912.403/2011

2. SISTEMAS PROCESSUAIS

BASICAMENTE EXISTEM 3 (TRS) SISTEMAS PROCESSUAIS:

1 Inquisitivo: segundo este sistema o processo penal tem as seguintes regras: inexistncia de contraditrio, ampla defesa e no igualdade entre as partes; as partes esto centradas na mesma pessoa (acusar, defender e julgar); o processo sigiloso; a prova mais importante a tortura; a confisso j suficiente para condenar.

2 acusatrio existncia de contraditrio, ampla defesa e igualdade entre as partes; existe uma diviso entre as partes processuais (acusador, defensor e julgador); o processo pblico proibida a tortura; a confisso no suficiente para condenar.

3 misto:Tem uma parte que ser inquisitiva e a outra acusatria.

OBS. Conforme entendimento da maioria da doutrina, (Mirabet, Tourinho, Nucci). No Brasil vigora o sistema PROCESSUAL ACUSATRIO.

2.1. PRINCPIOS

Do Estado De Inocncia (PRESUNO DE INOCNCIA) ou Principio Da No Culpabilidade. [PROVA]. CF/88 ART. 5, LVII; Pacto so Jos. 8 item 2. Conceito: at o transito em julgado, essa presuno de inocncia relativa, admite prova em contrrio.13-02-2014

Do Contraditrio ( BILATERALIDADE DA AUDINCIA) [CAI NA PROVA] CF/88 ART. 5, LV Anotao: NO se aplica o princpio do contraditrio no inqurito policial Caracterstica do inqurito: sigiloso.

Da Verdade Real Segundo o principio da verdade real o julgador somente poder decidir a respeito daquilo que efetivamente tenha ocorrido, sendo que por isso o processo penal no permite a verdade formal e sim aquela verdade proveniente dos fatos.

OBS.1: Caso exista uma sentena penal absolutria transitado em julgado, a mesma no poder ser rescindida se novas provas surgirem em desfavor do acusado.

OBS.2: segundo o STF em um julgamento em 2011 (dois mil e onze) um processo penal que tenha sido extinto por reconhecer a extino da punibilidade do agente pela sua morte, poder (dever) ser reaberto se ficar constada a existncia de uma certido de bito falsa.

(Livro: A lgica das provas em matria criminal)

Oralidade Segundo o princpio da oralidade os atos processuais devem ser realizados por meio da palavra oral com finalidade de garantir uma maior concentrao dos termos processuais. Como por exemplo, alegaes finais orais, atos do juizado especial, tribunal do jri, sustentao de recurso no tribunal. (Art. 399, 2 retrata o principio da identidade fsica do juiz).

Publicidade Base legal:Art. 5, LX; CF/88Art. 93, IX. CF/88

Em algumas oportunidades o principio da publicidade poder ser restringido, toda via essa restrio jamais poder ser contra as partes.

Exemplo: crimes contra a dignidade sexual, contra a honra, crimes que envolvam crianas e adolescentes, situaes que envolvam violncia domestica contra a mulher.

Vide Art. 792, 1 CPP.

Obrigatoriedade Segundo o princpio da obrigatoriedade, nas aes penais pblicas incondicionadas, dever de o estado realizar a apurao do fato criminoso (seja no inqurito seja no processo).

OBS.1: O princpio da Obrigatoriedade no se aplica nas aes penais pblicas condicionadas e nas aes privadas.

Oficialidade Em razo do princpio da oficialidade a persecuo criminal (inqurito policial + processo penal) das aes penais pblicas possui rgos oficiais elencados na prpria CF/88. Art. 144, 4 e 129, I.

ORGANIZAO CRIMINOSA - LEI 12850/13 Art. 15,16 e 17. (Importante estudar)

19-02-2014

Indisponibilidade(inqurito policial e processo) O princpio da indisponibilidade, aplicvel ao processo penal e ao inqurito policial, determina que aquelas pessoas legitimadas a promoverem a persecuo criminal no possuem poder de dispor destes institutos, pois uma vez instaurados no ser possvel desistncia. O principio da indisponibilidade (do inqurito e do processo), refere-se s aes penais pblicas incondicionadas.

OBS.: O princpio da indisponibilidade: no aplicado nas aes penais privadas, e tambm nas aes penais pblicas condicionadas a representao at antes do oferecimento da denuncia, ou seja, sendo que a partir da denncia voltar o princpio da indisponibilidade.

O estado possui a yus persequndi (dois institutos inqurito policial e processo penal)

Juiz Natural Segundo o princpio proibida a criao de tribunal de exceo, isso o tribunal formado aps a prtica do crime.

Da Iniciativa das Partes e do Impulso Oficial

Princpio da Iniciativa Das Partes: uma ao penal s poder ser iniciada pela parte interessada, pois proibido no direito ptrio o inicio por oficio pelo juiz. Sendo assim ou uma ao penal se inicial pelo MP ou se inicia pelo QUERELANTE.

Princpio do Impulso Oficial: segundo este princpio uma vez iniciado ao penal competir ao juiz fazer com que o processo chegue at o fim, mesmo que as partes fiquem inertes.

In Dubio Pro Reo ART. 386, CPP, VII.

Segundo o princpio IN DUBIO PRO REO existente um conflito entre o YUS PUNIENDI e o YUS LIBERTATIS, caso o julgador tenha dvidas entre punir o agente ou garantir sua a liberdade, sempre a deciso a ser tomada dever ser aquela mais favorvel ao acusado.

26-02-20142.2. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

Consideraes Gerais:

As fontes so a origem das normas de processo penal. So duas espcies de fontes do processo penal: fontes de produo e fontes de cognio.

Fonte de Produo/Material

aquela encarregada de construir, criar, formar o direito processual penal em suma aquela que produz o direito processual penal.

Somente Estado cria processo penal por meio da Unio por meio do Poder Legislativo.

O Art. 24 CF/88, possibilita a competncia concorrente entre a Unio, Estados e DF a respeito de certas questes, que para o direito processual penal importa as matrias constantes nos incisos I, IV, X e XI. Todavia oportuno mencionar que existindo conflito entras as normas criadas pelo ou Estado ou DF com normas criadas pela Unio, prevalecero estas (vide 4 do Art. 24 CF/88).

Fonte De Cognio/Formal

aquela que exterioriza, revela o direito.

FONTE FORMAL LEI: CF/88; CPP; LEIS ESPECIAIS; CES (CONSTITUIES ESTADUAIS); ***CODT (CDIGO DIVISO E ORGANIZAO DO JUDICIRIO).Essa lei fundamental para organizao de toda estrutura do judicirio, como a constituio de varas criminais e cartrios de registros de imveis. TRATADOS INTERNACIONAIS.

Costumes

O costume uma regra de conduta praticada de forma geral constante uniforme e obrigatria. Conforme entendimento da maioria da doutrina os costumes possuem aplicao remota no direito processual penal.

Princpios Grais do Direito

ningum pode alegar a prpria torpeza; Art. 3 do CPP; Obs. Alguns autores defendem que a analogia, a doutrina e a jurisprudncia so fontes do direito; porm a maioria dos autores entendem que estes institutos so apenas formas de integrao ou interpretao do direito.

2.3. VIGNCIA E REVOGAO DA LEI

Uma lei ter vigncia via de regra, por tempo indeterminado; Pode acontecer que algumas leis sejam criadas por prazos determinados (lei temporria ou excepcional), tendo vigncia at um certo perodo ou at a ocorrncia de um certo fato. Exemplo de lei temporal 12663/2012, valida at 31-12-2014. Mesmo que a lei seja publicada no quer dizer que ela se encontre em vigncia, pois nesta situao poder ocorrer a figura da denominada vaccio lgis.

REVOGAO ABRROGAO (TOTAL) Antiga lei do crime organizado.

REVOGAO DERROGAO (PARCIAL) Exemplo cdigo comercial 1.850.

possvel repristinao do direito processual penal?R: Sim! Desde que forma excepcional.

27-02-20142.4. APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL

O Art. 2 do CPP retrata o princpio do efeito imediato segundo qual as normas de processo penal vigentes se aplicam imediatamente aos processos presentes e pretericos (passados).

A) I NO TEMPO

Princpio do efeito imediato (Art. 2 CPP)

O Art. 2 do CPP retrata o princpio do efeito imediato segundo qual as normas de processo penal vigentes se aplicam imediatamente aos processos presentes e passados. O princpio do efeito imediato a regra geral de aplicao das normas processuais; excepcionalmente este princpio ceder quando ocorrer: Direito Adquirido; PRAZO no relativo ao prazo ocorrer direito adquirido se ficar constatada a existncia dos atos de citao ou intimao na vigncia da lei antiga. Caso no tenha ocorrido as intimaes ou citaes durante a vigncia da lei anterior, passar a inexistir direito adquirido para o PRAZO. Ato Jurdico Perfeito; Ex.: audincia j realizada. Coisa Julgada. Transito em julgado, no cabe recurso O sentenciado est cumprindo a pena.

RETROATIVIDADE E IRRETROATIVIDADE

O direito processual penal no h no que se falar em retroatividade da lei benfica ou irretroatividade da lei malfica (essas duas regras so para o direito penal), pois o que vale a aplicao do princpio do efeito imediato, contudo, respeitando-se, coisa julgada, o ato jurdico perfeito e o direito adquirido.

Normas Mistas ou Eclticas

As denominadas normas mistas so aquelas que simultaneamente possuem regulamentao de direito penal e de direito processual penal. No que se refere s normas mistas prevalecer penal (entendimento da jurisprudncia majoritria)

B) II NO ESPAO

Territrio Nacional

De forma didtica pode ser dizer, como regra geral, que o territrio nacional o espao compreendido entre as nossas fronteiras.

Princpio da territorialidade

importante saber se o crime ocorreu dentro do territrio nacional, pois, o direito processual penal somente poder ser aplicado dentro do prprio territrio nacional, em face do PRINCPIO TERRITORIALIDADE.

OBS. De forma excepcional o princpio da territorialidade no ser aplicado, (pois nesta ocasio vigora o princpio da extraterritorialidade), nas seguintes situaes:

1 em caso de territrios sem soberania; 2 em territrio estrangeiro com autorizao do respectivo estado. Por exemplo, o Haiti. 3 em territrio estrangeiro ocupado em caso de guerra.

05-03-14

C) RELAO S PESSOAS

Regras Gerais

Como regra geral (Art. 1, CPP), as normas de processo penal aplica-se a todas as pessoas, que se encontrarem no territrio brasileiro Excepcionalmente algumas pessoas no tero a aplicao das normas comuns de processo penal, em vista da funo que possam apresentar: IV no foi recepcionado pela CF/88. V revogado, pois no existe mais crime de imprensa.

Imunidades Diplomticas

Os agentes diplomticos (embaixadores, cnsules, ministros de estado internacional etc.), no podero sofrer a aplicao das leis brasileiras, pois os mesmos possuem imunidades criminais e processuais. Estas regras esto dispostas nas convenes de Viena de 1.961 e 1.963. OBS. Conforme o entendimento da jurisprudncia brasileira os *familiares dos diplomatas (PROVA), desde que em servio, possuem as mesmas imunidades do diplomata. *entende-se como familiares, todos aqueles que esto junto com o diplomata exercendo alguma funo.

Imunidades Parlamentares

3.1.) Imunidade Absoluta/Material (direito) (Art. 53, caput CF/88).3.2.) Imunidade Relativa/Formal (processual)

SINTESE: A CF/88 do art. 53 estabelece as denominadas imunidades parlamentares, que podem ser divididas em 2 (duas) espcies:

1 ABSOLUTA/MATERIAL: que aquela referente as opinies, palavras e votos (crimes contra honra, crimes de preconceito, crimes contra liberdades de expresso).OBS. As imunidades se aplicam aos deputados estaduais (Art. 27, 1 CF) e aos vereadores desde que no exerccio de seu mandato e dentro da respectiva circunscrio (Art. 29, VII, CF).

2 RELATIVA/FORMAL: que so aquelas referentes a priso e ao processo (por exemplo, crimes contra vida, crimes contra o patrimnio etc.). Nessas imunidades podem se destacar:

- A inexistncia de priso dos parlamentares, salvo priso em flagrante por crime inafianvel (sendo que neste caso o flagrante dever ser homologado ou no pela casa respectiva, 2 do Art. 53 CF);

- uma outra imunidades aquela referente a suspenso do processo penal do parlamentar que ficar a critrio da respectiva casa (3 Art. 53 da CF).OBS. Os deputados estaduais possuem as mesmas imunidades relativas (art. 27, 1 da CF); j os vereadores no possuem imunidades relativas.

Questo de prova (familiares do cnsules)

Foro Privilegiado ou Prerrogativa De Funo

Foro Privilegiado uma imunidade de julgamento, em que determinada pessoas em face da funo que ocupam, sero julgadas por instncias diferentes das demais pessoas. A maioria das regras sobre foro privilegiado se encontram na CF/88, por isso no deve-se confundir com tribunal de exceo. Exemplos vide os seguinte arquivos: (art. 29, X, CF/88) (Art. 102, I, B, CF/88).

06.03.2014SMULA 704 DO STF QUESTO DE PROVA !!!No viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atrao por continncia ou conexo do processo do corru ao foro por prerrogativa de funo de um dos denunciados.Conforme a smula 704 do STF, basta que um dos acusados, no caso de concurso de pessoas, todos os outros acusados, tambm sero julgados no foro privilegiado, pois esta imunidade se comunica a todos.Neste caso os atos da persecuo criminal so tambm no foro privilegiado (STF), que normalmente delega PF.

SMULA 721 DO STF [QUESTO DE PROVA]A competncia constitucional do Tribunal do Jri (s crimes em que previsto jri - crimes dolosos contra a vida) prevalece sobre o foro por prerrogativa de funo estabelecida exclusivamente pela Constituio estadual.Exemplo: Se um secretrio estadual, que tem foro privilegiado dado pela Constituio estadual, no ter este direito se o crime for doloso, situao em que ser julgado pelo tribunal do jri.

* Cuidado na hora da prova, o crime ser de Latrocnio (no vai ao jri). QUESTO DE PROVA !!!QUESTO DE PROVA - ESTUDAR CONEXO E CONTINNCIA !!!CONFORME A SMULA 721 DO STFA competncia do tribunal do jri, prevalecer sobre qualquer foro privilegiado que no esteja previsto na Constituio Federal (por exemplo: leis especiais, Constituies estaduais, CODJs...).Todavia, se a previso do foro privilegiado estiver na Constituio Federal, o agente criminoso no ser levado a jri, e sim ser julgado no prprio foro privilegiado.12-03-2014

3. INQURITO POLICIAL

1) CONSIDERAES GERAIS2) NATUREZA JURDICA3) CARACTERSTICAS4) ATRIBUIO5) VALOR PROBATRIO6) VICOS7) NOTITIA CRIMINIS

3.1. CONSIDERAES GERAISOcorrido o delito surge para o Estado o direito de punir; porm para que o Estado eficazmente puna uma pessoa necessria a realizao de algumas formalidades, com o objetivo de apurar a autoria e a materialidade dessa infrao criminal; para isso o Estado se vale, via de regra, de um procedimento denominado de inqurito policial.Em suma o inqurito policial um procedimento destinado a apurar as primeiras impresses a cerca do crime.A polcia administrativa, de carter preventivo aquela que atua antes da prtica da infrao penal, com o objetivo de garantir a segurana pblica.A polcia judiciria aquela que possui o carter repressivo, isto , atua aps o cometimento do crime (ex. polcia civil e polcia federal - apura infraes federais - cuja a vtima seja a Unio ou entidade relacionada - art. 109, CF). a polcia judiciria, a encarregada da realizao do inqurito policial, ou seja, buscar a autoria e materialidade de um crime.Conforme o 4 do Art. 144, CF e pargrafo nico do art. 4 do CPP a realizao do inqurito policial de competncia exclusiva da polcia judiciria.Excepcionalmente outros orgo podero realizar o inqurito policial, como por exemplo o Inqurito Parlamentar, feito pelas CPIs (Lei da CPI - Lei 1579/52).As CPIs podem realizar os seguintes atos: quebra do sigilo fiscal, bancrio e de dados telefnicos.As CPIs podem alm disso, prender em flagrante, fazer outiva de testemunhas, mas no pode decretar prises (s o juiz pode fazer). Tambm no pode impor medidas cautelares (art. 58, 3 da CF).Exemplo 2: Inqurito Policial Militar por fora do Dec. Lei 1002/69 (CPPM).Exemplo 3: Inqurito Civil, feito pelo ministrio pblico, nas aes civis pblicas por fora da lei 7347/85.3.2. NATUREZA JURDICA

O inqurito policial um mero PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO de investigao.OBS. O inqurito policial um procedimento DISPENSADO.

Art. 39, CPP, 5.O rgo do Ministrio Pblico dispensar o inqurito, se com a representao forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ao penal, e, neste caso, oferecer a denncia no prazo de 15 (quinze) dias.

3.3. CARACTERSTICAS

1- atos realizados no inqurito so ATOS DISCRICIONRIOS;

2 os atos IP so AUTO EXECUTVEIS (no precisam de autorizao judicial para serem cumpridos) isso como regra geral, pois existem alguns atos que necessitam autorizao, como por exemplo interceptao telefnica. OBS. Trata-se da RESERVA DA JUSRISDIO (atos que s podem ser realizados pelo juiz).

3 o inqurito policial um procedimento ESCRITO (ART. 9). No se aplica aqui o princpio da oralidade.

4 o inqurito um procedimento INDISPONVEL. (iniciado o processo o Delegado no poder mais desistir do mesmo, ou seja no poder mandar arquivar, pois essa competncia do Juiz).

5 - Caso o crime a ser apurado seja de ao penal pblica incondicionada, uma vez que a NOTITIA CRIMINIS foi levada para delegado, este obrigado a instalar IP.

6 o inqurito policial um procedimento sigiloso (Art. 20, CPP) (PROVA)

Art. 20, CPP.A autoridade assegurar no inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.No se estende o sigilo para o MP e para o JUIZ; porm para o INDICIADO se aplica o sigilo (P. nico, Art. 20, CPP).

OBS. Sumula vinculante trata somente de matria constitucional.

3.4. ATRIBUIO IP

A atribuio para realizar o IP fica a cargo da autoridade policial denominada delegado de policia. OBS. Conforme NORMAS ESTADUAIS os delegados de policia podero ter competncias especificas para fazer IP como por exemplo, delegacias especializadas.

3.5. VALOR PROBATRIO IP

Art. 155 CPP.O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.

A REGRA GERAL de que as provas produzidas no inqurito policial no tero valor no processo se no forem reprisadas, isto o juiz no poder se utilizar exclusivamente das provas realizadas no I.P. de forma excepcional algumas provas que foram realizadas exclusivamente no I.P. podero ser acatadas pelo juiz de forma excepcional, mesmo que no tenham sido realizadas na fase processual; referidas provas so:

1 PROVAS CAUTELARES: so aquelas necessrias. Ex.: interceptao telefnica e quebra do sigilo.2 PROVAS NO REPETIDAS: exames periciais em especial o exame de corpo de delito.3 PROVAS ANTECIPADAS: colher o depoimento de uma testemunha em estado terminal

3.6. VICOS I.P.

entendimento majoritrio que os vcios a caso existente no I.P. no se comunicam ao processo, pois os referidos institutos so AUTONOMOS (INDEPENDENTES) uma vez que i inqurito policial no algo obrigatrio para o processo penal.

3.7. NOTITIA CRIMINIS

A traduo literal da expresso notitia criminis nada mais do que a noticia do crime; tecnicamente notitia criminis o comunicado a infrao penal para que a polcia judiciria promova o I.P. A notitia criminis poder ser:

ESPONTNEA: aquela em que o conhecimento da infrao penal se d diretamente pela autoridade policial. Por exemplo, a polcia encontra o cadver, investiga um crime etc. denominada cognio imediata. PROVOCADA: aquela em que o conhecimento da infrao penal foi levado a autoridade policial por terceiros, denominada cognio mediata. Exemplo requerimento de instaurao de I.P. DELATIO CRIMINIS a comunicao do crime por terceiros. (Art.5, 3, CPP). Outro exemplo a requisio do Juiz ou MP. OBS. Apesar da notitia criminis comumente ser dirigida a autoridade policial, a legislao tambm autoriza que se faa notitia criminis ao ministrio pblico (ART. 39, CPP) ou ao juiz (ART. 27, CPP).

OBS. B.O.: nome do formulrio que contm a notitia criminis, queixa tambm no se utiliza.

3.8. INSTAURAO DO I.P. para os crimes de AO P. INCONDICIONADA:

Nesses casos o I.P. poder ser instaurado pelo delegado:

1 - de oficio Art. 5, CPP, para que o delegado instaure o I.P. dever baixar uma portaria.2 - mediante requisio do juiz ou promotor. (uma ordem). OBS. Conforme entendimento da maioria o delegado de policia ao receber uma requisio est obrigado a cumpri-la desde que seja uma ordem manifestamente legal. Ter a obrigao de cumprir a requisio no a mesma coisa que subordinao (ART. 5, CPP, parte inicial (ab initio))3 - Requerimento da vitima ou seu representante (ART. 5, II IN FINE).4 - Com auto de priso em flagrante.

A PORTARIA uma pea exclusivamente de competncia da autoridade policial, sendo que essa portaria uma documentao da notitia criminis recebida em que o delegado far constar: O fato criminoso; Autor ou participe deste fato (se conhecido); a As condies de tempo modo e lugar; Os dispositivos legais referente aos fatos; E ao final de determinao do I.P.

OBS. O INQURITO POLICIAL conforme entendimento da maioria no dever ser instaurado se o fato for atpico (no crime) ou se estiver extinta a punibilidade do agente.

19-03-2014

3.9. INSTAURAO DO I.P. para os crimes de AO PENAL P.CONDICIONADA.

Em razo do disposto ART. 5, 4, CPP existindo um crime que deva ser apurada mediante ao penal pblica condicionada representao, o I.P. somente poder ser instaurado se essa representao for fornecida.

3.10. INSTAURAO DO I.P. para os crimes de AO PENAL PRIVADA. [PROVA]

Art. 167.Nos casos do art. 163 (dano simples) , do n. IV do seu pargrafo (dano qualificado por motivo egostico) e do art. 164 (Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia), somente se procede mediante queixa.

Conforme ART. 5, 5 CPP, nas hipteses de crimes que devam ser apurados mediante ao penal privada o I.P. somente dever ser instaurado se a vtima ou seu representante assim requerer.

PESQUISAR A DIFERENA ENTRE AO PBLICA CONDICIONADA E PRIVADA.

OBS. entendimento majoritrio de que ocorrendo um fato atpico (no crime), ou ocorrendo uma extino da punibilidade (ART. 107 CP), nestes casos o delegado de polcia no dever instaurar o I.P.

TERMO CIRCUNSTANCIADO OU INQURITO POLICIAL?

TERMO CIRCUNSTANCIADO: cabe quando os crimes tem pena mxima de 2 anos, pois a partir de 2 anos ser o I.P.

3.11. INDICIADO

Na fase do I.P. aquele que tenha cometido a infrao penal denomina-se tecnicamente de INDICIADO.

3.12. PROCEDIMENTO

O I.P. ser realizado mediante a prtica dos atos constantes no ART. 6, CPP, que estabelece um procedimento para o I.P.

3.13. INCOMUNICABILIDADE

Art. 21.A incomunicabilidade do indiciado depender sempre de despacho nos autos e somente ser permitida quando o interesse da sociedade ou a convenincia da investigao o exigir.

Pargrafo nico.A incomunicabilidade, que no exceder de 3 (trs) dias, ser decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do rgo do Ministrio Pblico, respeitado, em qualquer hiptese, ****o disposto no art. 89, III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963).

***essa base est incorreta, sendo o correto: Art. 7, III, 8.906 (Estatuto)

NO SE ESTENDE A INCOMUNICABILIDADE: Delegado do caso;juiz;MP;Advogado.

Sobre a questo da constitucionalidade do ART. 21, CPP, 2 (dois) entendimentos se colocam:

1 entendimento (Mirabeth): o ART. 21, CPP, inconstitucional, pois o mesmo fere o ART. 136, 3, IV, CF/88.

2 entendimento (Capez e Damsio): o ART. 21, CPP, constitucional, pois o ART. 136 da CF/88 se refere somente a presos polticos.

Conforme entendimento majoritrio o ART. 21, CPP, inconstitucional, o que determina a sua no aplicabilidade na prtica, pois nessa situao existe uma medida mais eficaz denominada de PRISO TEMPORRIA.

20-03-20143.14. ENCERRAMENTO

RELATRIO: O fundamento legal da pea do relatrio (ART. 10, 1, CPP) [PROVA].

Uma caracterstica importante do relatrio a imparcialidade do delegado.

Mesmo que a classificao legal do crime tenha se dado por uma certa infrao, nada impede que antes do encerramento do I.P. o delegado altere aquela classificao, inclusive baixando uma portaria nesse sentido antes de relatar o I.P.

PRAZO:Conforme a regra (ART. 10, caput, CPP), o I.P. dever ser concludo no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado estiver preso (priso provisria), ou 30 (trinta) dias se o indiciado estiver solto.

A respeito da contagem do PRAZO do ART. 10, CPP, pode se elencar 3 (trs) entendimentos:

1 Entendimento (Mongenot e Capez): o prazo do ART. 10, CPP contado pela regra do direito processual (ART. 798, 1, CPP).

OBS. Neste entendimento o dia inicial e final dever ser til.

Redao sugerida ao ART. 798, 1: OCORRIDO O FATO HOJE O PRAZO INICIA-SE AMANH.

Dia inicial = DIES A QUODia final = DIES AD QUEM

2 Entendimento (Nuth/Paulo Ragel): o prazo do ART. 10, CPP, contado pela regra do direito material (ART. 10 CP) ocorreu o fato hoje o prazo comea contar hoje

OBS. Neste entendimento o dia inicial e final no se observa o dia til, ou seja, .

3 Entendimento (Tourinho e STF): o prazo do ART. 10, CPP, ser contado da seguinte forma:

A) Se o indiciado estiver preso contagem se dar pela regra do direito material (2 entendimento ART. 10, CP).B) Se o indiciado estiver solto o prazo ser contado pela regra do direito processual (1 entendimento, 1, ART. 798, CPP).

Algumas leis especiais prazos diversos para concluso do I.P. como, por exemplo, o ART. 51 da LEI 11.343 (lei de drogas), LEI 1.521Art. 10, 1, (economia popular), Lei 5.010/66, Art. 66 (lei que regulamente a polcia federal) essa lei determina que estando o indiciado preso o prazo ser de 15 (quinze) dias para concluir o I.P. Na federal indiciado solto 30 dias.

26-03-2014

3.15. ARQUIVAMENTOArt. 17. a autoridade policial no poder mandar arquivar autos de inqurito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial poder proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia.

Art. 28. se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito (PARA O PROCURADOR GERAL DE JUSTIA - PGR) ou peas de informao ao procuradorgeral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do ministrio Pblico para oferecla, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender. Grifo nosso.

Pode ocorrer que o juiz discorde do pedido de arquivamento feito pelo MP; nesse caso o juiz determinar o envio do IP para o Procurador Geral de Justia ( estadual ou federal), sendo que neste caso ocorrero as seguintes situaes:a) Se o juiz discordar do MP e o PGR assim entenderem, este poder ofertar denuncia;b) Se o juiz discordar do MP e o PGR assim entenderem, este poder designar outro promotor a fim de oferecer a denuncia;c) Se o PGR concordar com o MP, determinar ao juiz o arquivamento do IP.** estas 3 hipteses se referem ao art.28 acima.O pedido de arquivamento do IP feito pelo MP sempre dever ser expresso.Proibido no Brasil pleito de arquivamento Implcito/Tcito/Indireto, s pode ser por escrito. entendimento majoritrio de que no se pode realizar o arquivamento implcito do I.P., que nada mais a omisso propositalmente feira pelo MP sobre um ou alguns autores do crime, bem como sobre um ou alguns crimes possvel reabrir o I.P.?Sim! Conforme previsto no Art. 18 CPP e Sumula 524 STF.

De acordo com a sumula, 524 STF e Art. 18, CPP, s poder ser reaberta a investigao ou at mesmo intentada uma nova ao se novas provas surgirem em homenagem a clausula denominada de REBUS SIC STANTIBUS.

OBS. Caso o arquivamento do I.P. tenha se dado por uma causa extintiva da punibilidade, como por exemplo, a prescrio (Art. 107 do CP) ou por uma conduta atpica, existir coisa julgada material sendo impossvel um novo I.P. ainda que existam novas provas (de acordo com a jurisprudncia firmado pelo STF em 2009/2010).

4. AO PENAL

4.1. CONSIDERAES GERAISVide as condies da AO: 1 - Legitimidade para agir; 2 - Interesse para agir; 3 - Possibilidade do pedido;

Essas 3 (trs) condies mencionadas acima como regra geral para diversos tipos de ao, porm na AO PENAL existe um 4 (quarta) condio:

Justa causa: nada mais do que a existncia de prova sob o crime e de indcios de autoria ou participao.

OBS. Tambm existem algumas condies especiais da ao penal denominadas de condies de procedibilidade (perseguibilidade).

Existem tambm as denominadas as condies de punibilidade

ESCUSA ABSOLUTRA : ART. 183 DO CP.

4.2. CONCEITOA ao penal o direito de pedir ao estado juiz a aplicao do direito penal objetivo este conceito de Magalhes Noronha.

4.3. NORMAS MISTASA ao penal possui normas mistas (vide aula de aplicao lei processual penal)

4.4. CLASSIFICAOPBLICA (promovida pelo Estado MP)PRIVADA (promovida pelo particular, querelante)

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