direito do consumidor aula 9 a proteÇÃo contratual do consumidor iii fase da execuÇÃo do...

25
DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

125 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

DIREITO DO CONSUMIDOR

AULA 9A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO

CONSUMIDOR IIIFASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

Page 2: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

CONCEITO DE CLÁUSULA ABUSIVA• Cláusula abusiva, opressiva, vexatória, onerosa

ou excessiva, é aquela que é notoriamente desfavorável à parte mais fraca na relação contratual, qual seja, o consumidor vulnerável (art.4o , I, CDC).

• Tais cláusulas rompem o equilíbrio contratual, podendo se verificar em três espécies, a saber:

aquelas que criam vantagens desproporcionais; as que limitam direito do consumidor e as que surpreendem o consumidor.

Page 3: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

CLÁUSULAS ABUSIVAS – BASE LEGAL

• “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:”

* Elenco exemplificativo, do tipo aberto;- Nulidade absoluta: pleno iure- Possibilidade de decretação de ofício (art. 1º c/c

51, caput, CDC) pelo juiz, salvo em contrato bancário.

Page 4: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

EXCEÇÃO – CONTRATOS BANCÁRIOS

• Diz a Súmula nº 381 do STJ:

• “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.”

Page 5: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

PRESUNÇÃO DE ABUSO • § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a

vontade que:• I - ofende os princípios fundamentais do sistema

jurídico a que pertence;• II - restringe direitos ou obrigações fundamentais

inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

• III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

Page 6: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO OU PRESERVAÇÃO DOS CONTRATOS DE CONSUMO – ART. 51

• § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

Page 7: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

LEGITIMADOS PARA PLEITEAR A DECRETAÇÃO DA NULIDADE DE CLÁUSULA ABUSIVA

• § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

Page 8: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

ANÁLISE DO ROL LEGAL DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS EXPRESSAMENTE TIPIFICADAS NO CPDC

• ART. 51:• I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a

responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

Page 9: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

ART. 51

• II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;

• EXEMPLOS: ART. 49; ART. 53; ART. 18

Page 10: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

ART. 51

• III - transfiram responsabilidades a terceiros;

Page 11: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

CLÁUSULA GERAL ANTIABUSIVIDADE

• IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

Page 12: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

ART. 51• VI - estabeleçam inversão do ônus da

prova em prejuízo do consumidor;• VII - determinem a utilização

compulsória de arbitragem; (Lei 9.307/96)

• VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;

Page 13: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

TODA ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO PELO FORNECEDOR NÃO É ADMITIDA - ART. 51

• IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;

• X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;

• XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

• XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

• XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;

Page 14: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

CLÁUSULAS ABUSIVAS – ART. 51

• XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;• XV - estejam em desacordo com o

sistema de proteção ao consumidor;• XVI - possibilitem a renúncia do

direito de indenização por benfeitorias necessárias. (art.96,§3º,CC)

Page 15: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

SECRETARIA DE DIREITO ECONÔMICO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

• Ao editá-las, a S.D.E. faz consignar que usa a prerrogativa que lhe é dada pelo art. 56 do Decreto nº 2181/97. Ei-lo:

• “Art. 56 – Na forma do art. 51 da Lei nº 8078, de 1990, e com o objetivo de orientar o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, a Secretaria de Direito Econômico divulgará, anualmente, elenco complementar de cláusulas contratuais consideradas abusivas, notadamente para o fim de aplicação do disposto no inciso IV do art. 22 deste Decreto”.

Page 16: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

DECRETO Nº 2.181, DE 20 DE MARÇO DE 1997.Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do

Consumidor - SNDC, estabelece as normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei nº 8.078

• Art. 22. Será aplicada multa ao fornecedor de produtos ou serviços que, direta ou indiretamente, inserir, fizer circular ou utilizar-se de cláusula abusiva, qualquer que seja a modalidade do contrato de consumo, inclusive nas operações securitárias, bancárias, de crédito direto ao consumidor, depósito, poupança, mútuo ou financiamento, e especialmente quando:

Page 17: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

EXEMPLO: PORTARIA

• PORTARIA Nº04/98:• “Considerando que o elenco de cláusulas abusivas

relativas ao fornecimento de produtos e serviços, constantes do art. 51 da Lei nº 8.078/90, é do tipo aberto, exemplificativo, permitindo dessa forma a sua complementação; e considerando, ainda, que decisões terminativas dos diversos Procons e Ministérios Públicos, pacificam como abusivas a seguir enumeradas, resolve:

Page 18: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

PORTARIA 4/98 SDE, MJ

• Divulgar em aditamento ao elenco do art. 51 da Lei 8.078/90, e do art. 22 do Dec 2.181/97, as seguintes cláusulas que, dentre outras, são nulas de pleno direito:

1. Estabeleçam prazos de carência na prestação ou fornecimento de serviços, em caso de impontualidade das prestações ou mensalidades;

2. Imponham, em caso de impontualidade, interrupção de serviço essencial, sem aviso prévio;

Page 19: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

Portaria 4/98 SDE, MJ3. Não restabeleçam integralmente os direitos do consumidor

a partir da purgação da mora;4. Impeçam o consumidor de se beneficiar do evento,

constante de termo de garantia contratual, que lhe seja mais favorável;

5. Estabeleçam a perda total ou desproporcional das prestações pagas pelo consumidor, em benefício do credor que, em razão de desistência ou inadimplemento, pleitear a resilição ou resolução do contrato, ressalvada a cobrança judicial de perdas e danos comprovadamente sofridos.

8. Elejam foro para dirimir conflitos decorrentes de relações de consumo diverso daquele onde reside o consumidor;

14. Imponham limite ao tempo de internação hospitalar, que não o prescrito pelo médico.

Page 20: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

VERBETES SUMULARES

• Súmula 465: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação.

• Súmula 302: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.

Page 21: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

SUMULA 112 TJ/RJ• SEGURO SAÚDE• RECUSA DE COBERTURA

CLÁUSULA ABUSIVA • “É nula, por abusiva, a cláusula que exclui de

cobertura a órtese que integre, necessariamente, cirurgia ou procedimento coberto por plano ou seguro de saúde, tais como “stent” e marcapasso”.

Page 22: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

SUMULA 209 TJ/RJ

• ENSEJA DANO MORAL A INDEVIDA RECUSA DE INTERNAÇÃO OU SERVIÇOS HOSPITALARES, INCLUSIVE HOME CARE, POR PARTE DO SEGURO SAÚDE SOMENTE OBTIDOS MEDIANTE DECISÃO JUDICIAL.

Page 23: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

ENUNCIADO – AVISO TJ Nº 94

• 23. PARA O DEFERIMENTO DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA CONTRA SEGURO SAÚDE, COM VISTAS A AUTORIZAR INTERNAÇÃO, PROCEDIMENTO CIRÚRGICO OU TRATAMENTO, PERMITIDOS PELO CONTRATO, BASTA INDICAÇÃO MÉDICA, POR ESCRITO, DE SUA NECESSIDADE.

Page 24: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

SUMULA 211 TJ/RJ

• HAVENDO DIVERGÊNCIA ENTRE O SEGURO SAÚDE CONTRATADO E O PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO, QUANTO À TÉCNICA E AO MATERIAL A SEREM EMPREGADOS, A ESCOLHA CABE AO MÉDICO INCUMBIDO DE SUA REALIZAÇÃO.

Page 25: DIREITO DO CONSUMIDOR AULA 9 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR III FASE DA EXECUÇÃO DO CONTRATO

SUMULA 214 TJ/RJ

• “A VEDAÇÃO DO REAJUSTE DE SEGURO SAÚDE, EM RAZÃO DE ALTERAÇÃO DE FAIXA ETÁRIA, APLICA-SE AOS CONTRATOS ANTERIORES AO ESTATUTO DO IDOSO”.