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DIREITO DAS SUCESSÕES Conceito de direito das sucessões: É o conjunto de normas e princípios jurídicos que regem a transmissão de bens, direitos e obrigações do de cujus aos seus sucessores. “É o complexo de disposições jurídicas que regem a transmissão do ativo e do passivo do de cujus ao herdeiro.” Silvio Rodrigues # Podemos falar em sucessão se inexistem bens? # Se o de cujus não deixou bens há interesse na instauração de um inventário? # Há fundamento no novo CPC para o inventário negativo? 1

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  • DIREITO DAS SUCESSÕES

    Conceito de direito das sucessões:

    É o conjunto de normas e princípios jurídicos que regem a transmissão de bens, direitos e obrigações do de cujus aos seus sucessores.

    “É o complexo de disposições jurídicas que regem a transmissão do ativo e do passivo do de cujus ao herdeiro.” Silvio Rodrigues

    # Podemos falar em sucessão se inexistem bens? # Se o de cujus não deixou bens há interesse na instauração de um inventário? # Há fundamento no novo CPC para o inventário negativo? 1

  • # O que é testamento vital?# O que é herança digital?# Distinga herança bruta, líquida e negativa. # O dano moral se transmite aos sucessores? # O que é sucessão anômala?

    2

  • 3

    Significado jurídico da expressão sucessão:

    Lato sensu: Compreende todas as formas de aquisição derivada da propriedade.

    Stricto sensu: É a transferência do patrimônio do de cujus aos sucessores. Refere-se

    apenas a sucessão causa mortis.

    Classificação de sucessão:

    1) Quanto à origem:

    Testamentária: É a que decorre de testamento ou codicilo.

    Legítima ou ab intestato: É a oriunda da lei, seja por inexistir testamento, seja

    pelo fato de o testamento existente ser nulo, anulável, rompido ou caduco.

    # É possível a coexistência simultânea das sucessões legítima e testamentária?

  • 4

    2) Quanto aos efeitos:

    A título universal: É a sucessão em que há transferência da totalidade ou de quota

    da herança ao sucessor, compreendendo bens indeterminados.

    A título singular: Na sucessão a título singular são transferidos para o sucessor

    bens certos e determinados.

    # Herdeiro e legatário são expressões sinônimas?

    # Distinga herança de legado.

    # Há legatário na sucessão legítima?

    # Quais são as espécies de herdeiros?

    # Herdeiro legítimo é sinônimo de herdeiro necessário?

    # É correta a afirmação de que a sucessão legítima se dá sempre a título universal?

    E a sucessão testamentária?

  • 5

    Abertura da sucessão (1784 CC):

    # A partir de que momento a sucessão reputa-se aberta?

    # Podemos afirmar que a morte é um fato jurídico que transforma a

    expectativa do direito à sucessão em direito à sucessão?

    # Em que consiste o princípio de saisine? Foi contemplado em nosso

    ordenamento jurídico? Qual é a finalidade deste princípio?

    # O Código Civil de 2002 consagrou o princípio da indivisibilidade da

    herança?

    # O imposto de transmissão causa mortis deve ser calculado com base na

    alíquota do momento da abertura da sucessão, do momento da abertura

    do inventário ou do momento do seu pagamento?

    # Qual é a alíquota do imposto de transmissão causa mortis?

  • 6

    Inventário e partilha:

    # Conceitue inventário e partilha.

    # O inventário e a partilha se dão em processos distintos ou em fases do mesmo

    processo?

    # É procedimento especial de jurisdição contenciosa ou procedimento especial de

    jurisdição voluntária? A simples situação topográfica do instituto determina a sua

    natureza?

    # Caso o falecido não tenha deixado bens é possível a abertura de um inventário?

    # Qual o prazo para abertura de inventário?

    # Qual o prazo para abertura de inventário negativo?

    # Cristina construiu uma casa em um terreno. No serviço registral de imóveis consta

    apenas o terreno. Com o seu falecimento, os herdeiros ajuizaram o inventário. É

    possível promover o inventário e partilha da casa sem a averbação da aludida

    edificação?

  • 7

    Posição STJ:

    “Em virtude da obrigação legal de averbação das alterações feitas em imóveis, é

    legítima a decisão judicial que condiciona o prosseguimento da ação de inventário

    à regularização, perante o cartório competente, dos bens que compõem o acervo

    submetido à partilha. A condição não representa obstáculo ao direito de exercício

    da ação, mas principalmente o cumprimento de condicionantes estabelecidas pelo

    próprio sistema legal.”

    O entendimento da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça foi aplicado para

    manter decisão judicial que concluiu ser indispensável a regularização dos bens

    imóveis que compõem o acervo de espólio. No caso analisado, foram feitas

    modificações em bens submetidos à partilha, como a edificação de apartamentos

    em um terreno, sem que houvesse a averbação perante o registro de imóveis.

  • 8

    “A imposição judicial para que sejam regularizados os bens

    imóveis que pertenciam ao falecido, para que apenas a partir

    deste ato seja dado adequado desfecho à ação de inventário, é,

    como diz a doutrina, uma ‘condicionante razoável’,

    especialmente por razões de ordem prática – a partilha de bens

    imóveis em situação irregular, com acessões não averbadas,

    dificultaria sobremaneira, senão inviabilizaria, a avaliação, a

    precificação, a divisão ou, até mesmo, a eventual alienação dos

    referidos bens imóveis”, apontou a relatora do recurso especial,

    ministra Nancy Andrighi.”

  • 9

    OBS: O provimento n° 56 de 14/07/2016 do CNJ passou a exigir

    que Juízes e Tabeliães consultem previamente o Registro Central

    de Testamentos On-Line (RCTO) para dar prosseguimento a

    inventários e partilhas judiciais ou para lavrar escrituras públicas

    de inventário extrajudicial, determinando a obrigatoriedade da

    juntada da certidão negativa expedida pela Central Notarial de

    Serviços Compartilhados (CENSEC), administrada pelo Colégio

    Notarial do Brasil.

    # Herdeiro pode usucapir bem integrante do espólio?

  • 10

    Competência para o processo de inventário e partilha:

    Regra geral: A competência é do foro do domicílio do autor da herança no Brasil, ainda que o

    óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

    # Se o autor da herança não tiver domicílio certo como será determinada a competência?

    # Na hipótese de inexistência de domicílio certo e de os bens imóveis se localizarem em locais

    pertencentes a várias comarcas, como será solucionada a questão da competência?

    “Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário,

    a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou

    anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o

    óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

    Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:

    I - o foro de situação dos bens imóveis;

    II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;

    III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.”

  • 11

    # Caso sejam ajuizados inventários em quatro comarcas diversas, em razão da

    existência de bens imóveis nas respectivas localidades, qual inventário deve

    prevalecer?

    # O autor da herança não possui domicílio certo, faleceu na cidade de Manaus e

    deixou bens da cidade de São Paulo e na cidade do Rio de Janeiro, onde deve ser

    aberto o processo de inventário e partilha?

    OBS: A autoridade judiciária brasileira tem competência internacional exclusiva

    para processar e julgar o inventário e a partilha de bens situados no Brasil, ainda

    que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional

    (artigo 23, II, CPC).

    # Nas hipóteses de competência internacional exclusiva (artigo 23 CPC) o que

    ocorrerá se a autoridade judiciária estrangeira julgar a causa?

  • 12

    OBS: O artigo 48 CPC prevê regra que trata da universalidade do foro

    da sucessão.

    # Há distinção entre universalidade de foro ou de comarca e

    universalidade de juízo ou de vara?

    # Credor domiciliado em Niterói quer promover ação de cobrança em

    face do espólio, cujo inventário tramita na cidade do Rio de Janeiro.

    Onde deverá promovê-la? Em qual juízo?

    # O espólio, cujo inventário tramita em Queimados, quer promover uma

    ação de cobrança em face de pessoa domiciliada em Nova Iguaçu. Onde

    deverá promovê-la? # Em qual juízo?

  • 13

    O artigo 10 do Decreto-Lei 4657/42 (LINDB) dispõe:

    Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o

    defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

    § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em

    benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja

    mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)

    § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

    Questões de alta indagação: O artigo 612 CPC trata das denominadas questões de alta

    indagação. São consideradas de “alta indagação”:

    Questões que dependem de outras provas que não sejam a prova documental.

  • 14

    Legitimidade para requerer a abertura do inventário: Os artigos 615 e 616 CPC tratam dos legitimados para

    requerer inventário e partilha. No artigo 615 CPC é concedida legitimidade àquele que estiver “na posse e

    administração do espólio”. No artigo 616 CPC são mencionadas várias pessoas, como cônjuge ou companheiro

    sobrevivente, herdeiro, legatário, testamenteiro, etc.

    # Há alguma preferência entre os legitimados para requerer a abertura do inventário?

    “Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente:

    I - o cônjuge ou companheiro supérstite;

    II - o herdeiro;

    III - o legatário;

    IV - o testamenteiro;

    V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;

    VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;

    VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;

    VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse;

    IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou

    companheiro supérstite.”

  • 15

    Legitimidade para ser inventariante: O artigo

    617 CPC trata das pessoas que podem ser

    inventariantes.

    # Há preferência entre os legitimados para ser

    inventariante?

    # Pode o juiz instaurar inventário de ofício?

  • 16

    “Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:

    I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o

    outro ao tempo da morte deste;

    II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não

    houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser

    nomeados;

    III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na

    administração do espólio;

    IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;

    V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se

    toda a herança estiver distribuída em legados;

    VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;

    VII - o inventariante judicial, se houver;

    VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.”

  • 17

    Cessão de direitos hereditários (1793 CC): É a transmissão gratuita ou

    onerosa, de parte ou totalidade do quinhão hereditário, para sucessor ou

    pessoa estranha à herança.

    # Há necessidade de ser feita por escritura pública? E se todos os bens

    que integram o inventário forem móveis?

    # É necessária a vênia conjugal na cessão de direitos hereditários?

    # É necessária a participação de todos os herdeiros?

    # Pode um dos herdeiros realizar cessão de direitos hereditários tendo por

    objeto bem certo e determinado?

    # E se todos os herdeiros participarem da cessão é possível a alienação de

    bem certo e determinado que integra o acervo hereditário?

  • 18

    Legitimação sucessória ou capacidade sucessória: É a aptidão para

    receber uma herança ou um legado.

    # Pode uma pessoa ter capacidade civil e não ter legitimação sucessória?

    # E incapacidade civil e legitimação sucessória?

    Requisitos para a existência da legitimação sucessória:

    1)Morte do de cujus;

    2)Sobrevivência do sucessor;

    3)Personalidade jurídica do sucessor;

    4)Existência de um título jurídico atribuindo-lhe a qualidade de herdeiro

    ou legatário ao sucesssor.

  • 19

    # Pessoas jurídicas podem herdar?

    # Cão pode herdar?

    # Concepturo tem legitimação sucessória?

    # Nascituro tem legitimação sucessória? E o natimorto?

    # Natimorto tem personalidade jurídica?

    Enunciado 1 CJF: “Art. 2º CC. A proteção que o Código

    defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne

    aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e

    sepultura.”

  • 20

    Indignidade para suceder ou exclusão da sucessão (1814 e seg CC): Indigno é

    aquele que praticou atos reprováveis contra a vida, a honra ou a liberdade de testar

    do de cujus ou de determinadas pessoas que lhe são próximas, sofrendo por isso a

    pena civil de ser excluído da sucessão.

    As hipóteses de indignidade para suceder estão nos incisos do artigo 1814

    CC.

    # Há necessidade de condenação penal para reconhecimento das hipóteses de

    indignidade?

    # O reconhecimento da indignidade depende de processo judicial?

    #Ministério Público tem legitimidade para ajuizar demanda visando reconhecimento

    da indignidade?

  • 21

    # Qual o prazo para reconhecer a indignidade? É prescricional

    ou decadencial?

    # Os descendentes do indigno podem herdar?

    # A sentença que reconhece a indignidade possui efeitos ex nunc

    ou ex tunc?

    # O indigno pode ser perdoado?

    # A reabilitação é um negócio jurídico solene?

    # O que é bem ereptício?

    # Qual é a natureza jurídica do direito à erepção?

    # A exclusão da sucessão atinge a meação?

  • 22

    Deserdação (1961 e seg CC): É o ato pelo qual o de cujus,em testamento, exclui

    determinado herdeiro necessário, em virtude deste ter praticado um dos atos

    previstos nos artigos 1814, 1962 e 1963 CC.

    # O filho pode deserdar o pai?

    # Distinga indignidade para suceder de deserdação.

    # É necessário que aquele que efetua a deserdação indique expressamente o motivo?

    # Para deserdação basta a disposição em testamento ou há necessidade de

    propositura de ação judicial?

    # Qual o prazo para a propositura da ação visando demonstrar a causa da

    deserdação?

    # Mencione os requisitos para que a deserdação seja efetivada.

    # Descendentes do deserdado podem herdar?

  • 23

    Aceitação e renúncia da herança (1804 e seg CC):

    Aceitação é o ato pelo qual o sucessor, legítimo ou

    testamentário, manifesta a intenção de receber a herança ou o

    legado.

    Espécies:

    Expressa: É a decorrente de manifestação escrita (1805, 1ª

    parte, CC).

    Tácita: Ocorre quando são praticados atos compatíveis com a

    qualidade de herdeiro (1805, 2ª parte, CC).

  • 24

    OBS: O artigo 1805, §§1º e 2º, CC enumera alguns atos que não importam em

    aceitação tácita.

    Direta: É aquela manifestada pelo herdeiro.

    Indireta: Ocorre quando alguém aceita a herança pelo herdeiro. Ex: Representante

    legal, convencional, sucessores do herdeiro.

    OBS: A aceitação não pode ser parcial, nem sob condição ou termo (artigo 1808

    CC). Porém se alguém for herdeiro e legatário poderá aceitar o legado e a herança,

    só o legado, só a herança ou nada aceitar (artigo 1808, §1º, CC).

    # Tício é herdeiro legítimo e ainda foi contemplado em testamento. Pode Tício

    aceitar um quinhão e renunciar o outro?

    # A aceitação possui efeitos ex tunc ou ex nunc? E a renúncia?

    # O que é delação ou devolução sucessória?

  • 25

    Irretratabilidade da renúncia e da aceitação da herança: De acordo com o artigo

    1812 CC são irretratáveis a aceitação e a renúncia da herança.

    # Aceitação e renúncia são irrevogáveis. São anuláveis?

    Renúncia é o ato pelo qual o sucessor, legítimo ou testamentário, manifesta sua

    vontade no sentido de não aceitar determinada herança ou legado.

    Requisitos:

    Capacidade do renunciante para alienar

    Deve constar de escritura pública ou termo judicial (artigo 1806 CC)

    Inexistência de condição ou termo, bem como de renúncia parcial (artigo 1808

    CC)

  • 26

    # Quais são as espécies de renúncia?

    # Há renúncia tácita?

    # Se alguém transfere gratuitamente seu quinhão para outro herdeiro, tal

    ato é considerado renúncia ou aceitação à luz do disposto no artigo 1805,

    §2º, CC?

    # Caso o herdeiro renuncie à herança para prejudicar os credores,

    poderão estes aceitá-la? Qual será o destino dos eventuais bens

    remanescentes?

    # A renúncia de meação exige escritura pública ou termo judicial?

    # Viúva tem legitimidade passiva para a ação de petição de herança?

  • 27

    Enunciado 600 CJF - Após registrado judicialmenteo testamento e sendo todos os interessados capazes e

    concordes com os seus termos, não havendo conflito de

    interesses, é possível que se faça o inventário extrajudicial.

  • 28

    ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (art. 1829 e seguintes CC): Falecendo

    o de cujus sem deixar testamento (ab intestato) ou sendo o testamento nulo,

    rompido ou caduco, se observará a ordem legal de sucessão, denominada “ordem de

    vocação hereditária”.

    # O que é legítima?

    # Equivale a que parcela da herança?

    # Como a legítima é calculada?

    # Quais são os herdeiros necessários?

    # Companheiro é herdeiro necessário?

    # Se o herdeiro não é necessário pode o mesmo ser excluído da sucessão?

    # É correta a afirmação de que a lei ao estabelecer a ordem de vocação hereditária

    se fundou na vontade presumida do de cujus?

  • 29

    # A lei pode estabelecer critério diverso do estabelecido no artigo 1829 CC em

    relação à vocação hereditária?

    # Pode o testador imotivadamente estabelecer cláusula de incomunicabilidade,

    inalienabilidade ou impenhorabilidade sobre os bens integrantes da legítima? E se

    os bens não fizerem parte da legítima?

    # Na questão anterior se a cláusula de incomunicabilidade, inalienabilidade ou

    impenhorabilidade sobre os bens integrantes da legítima tiver sido aposta durante a

    vigência do Código Civil de 1916, quando inexistia qualquer restrição em relação a

    tais disposições e o óbito tenha ocorrido durante a vigência do Código Civil de

    2002, qual será o sistema jurídico aplicável?

    # O de cujus faz testamento deixando toda a sua parte disponível para um dos seus

    filhos. Terá este direito à legítima?

    # Qual a diferença primordial existente entre os herdeiros necessários e os demais

    herdeiros?

  • 30

    ORDEM LEGAL DE SUCESSÃO:

    OBS: O plenário do STF, em 10/05/2017, decidiu que o artigo 1790 CC é

    inconstitucional e determinou a aplicação aos companheiros das normas

    sucessórias dos cônjuges.

    1)artigo 1829, I, CC: Descendentes em concorrência com o cônjuge

    sobrevivente, salvo se o regime matrimonial de bens for o da

    comunhão universal (art. 1667 CC), separação obrigatória (art. 1641

    CC) ou se na comunhão parcial de bens (art. 1658 CC) inexistirem

    bens particulares.

    # Cônjuge separado judicialmente é herdeiro? E se a separação era de

    fato?

  • 31

    Informativo 573 STJ

    DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DISCUSSÃO DE CULPA NO DIREITO

    SUCESSÓRIO E ÔNUS DA PROVA. Ocorrendo a morte de um dos cônjuges após dois

    anos da separação de fato do casal, é legalmente relevante, para fins sucessórios, a

    discussão da culpa do cônjuge sobrevivente pela ruptura da vida em comum, cabendo a ele o

    ônus de comprovar que a convivência do casal se tornara impossível sem a sua culpa.

    # O direito real de habitação vidual existirá em todos os regimes matrimoniais de bens?

    # Companheiro tem direito real de habitação?

    # O direito real de habitação é vitalício?

    # Qual ou quais requisitos para a existência do direito real de habitação vidual?

    # No regime da participação final nos aquestos o cônjuge tem direito à sucessão em

    concorrência com os descendentes?

  • 32

    O cônjuge terá quinhão igual ao dos descendentes que sucederem por cabeça.

    Quando o cônjuge for ascendente dos herdeiros com que concorrer, seu quinhão

    não poderá ser inferior à ¼ da herança (artigo 1832 CC).

    # Qual a diferença da sucessão por cabeça da sucessão por estirpe?

    Os descendentes com grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo os

    casos de direito de representação (artigo 1833 CC).

    # Quais são as hipóteses em que pode existir direito de representação?

    Os descendentes da mesma classe possuem os mesmos direitos sucessórios de

    seus ascendentes (artigo 1834 CC).

    # Qual a aplicação prática do dispositivo?

  • 33

    Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros

    descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no

    mesmo grau (artigo 1835 CC).

    # Quem seriam os “outros descendentes”?

    2) artigo 1829, II, CC: Ascendentes, em concorrência com o cônjuge.

    Na sucessão dos ascendentes os mais próximos excluirão os mais

    remotos, sem distinção de linhas (artigo 1836, §1º, CC).

    # Qual o significado da expressão “sem distinção de linhas”?

    # Em concorrência com os ascendentes o cônjuge será sempre herdeiro?

  • 34

    Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os

    ascendentes da linha paterna herdarão a metade,

    cabendo a outra aos da linha materna (artigo 1836, §2º,

    CC).

    O cônjuge terá direito à 1/3 da herança quando

    concorrer com ascendentes em 1º grau. Terá direito à

    metade da herança se os ascendentes forem de maior

    grau, ou sendo de 1º grau só existir um (artigo 1837

    CC).

  • 35

    3) artigo 1829, III, NCC: Cônjuge sobrevivente.

    Não existindo descendentes nem ascendentes o cônjuge terá direito à totalidade da herança

    (artigo 1838 CC).

    # Se o cônjuge for casado pelo regime da separação de bens haverá direito à herança?

    4) artigo 1829, IV, NCC: Colaterais até o 4º grau (artigo 1839 CC).

    Não existindo descendentes, ascendentes nem cônjuge nas condições do artigo 1830 CC, a

    herança será deferida aos colaterais até o 4º grau (artigo 1839 CC).

    # Quais são os colaterais sucessíveis?

    Os colaterais mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação

    existente em relação aos filhos de irmãos (artigos 1840 e 1853 CC).

  • 36

    # Quem são os filhos de irmãos? Tal sucessão se dá por cabeça ou por

    estirpe?

    Existindo irmãos unilaterais e bilaterais, os unilaterais herdarão a metade

    do que os bilaterais tiverem direito (artigo 1841 CC).

    # E se todos os irmãos forem unilaterais?

    # O que são irmãos germanos?

    # Sobrinho e tio são colaterais em qual grau?

    # Havendo tio e sobrinho quem será primeiramente chamado a receber a

    herança?

  • 37

    Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos

    falecidos, estes herdarão por cabeça (artigo 1843, §1º,

    CC).

    Se concorrerem filhos de irmãos bilaterais com filhos

    de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade

    do que herdarem os bilaterais (artigo 1843, §2º, CC).

    Se todos forem filhos de irmãos unilaterais ou

    bilaterais o quinhão será igual (artigo 1843, §3º, CC).

  • 38

    # Não existindo nenhuma das pessoas indicadas

    no artigo 1829 CC qual será o destino da

    herança?

    # Pessoa falece em 10/01/2003. Deve ser

    aplicado o Código Civil de 1916 ou o Código

    Civil de 2002?

  • SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA (artigo 1857 e seguintes CC):

    A sucessão pode ser legítima ou testamentária. Será legítima quando inexistir

    testamento ou existindo este for inválido, caduco ou rompido. Nestes casos se

    observará a ordem legal de sucessão.

    A sucessão será testamentária quando se fundar em ato de disposição de

    última vontade deixado pelo de cujus.

    Restrições às disposições testamentárias:

    1) A legítima deverá ser respeitada (1857, §1º, CC), salvo as hipóteses de exclusão

    da sucessão (1814 e seg CC) e de deserdação (1961 e seg CC).

    # E se inexistirem herdeiros necessários?

  • 2) Não poderá ser feito testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou

    correspectivo (artigo 1863 CC).

    # O que é testamento conjuntivo?

    # Como é o simultâneo?

    # E o recíproco?

    # E o correspectivo?

    Capacidade testamentária: Pode ser ativa ou passiva. Ativa é a capacidade para

    testar. Passiva é a capacidade para ser contemplado em testamento.

    Tem capacidade ativa as pessoas com capacidade civil

    Tem capacidade passiva as pessoas que podem receber bens por meio de

    testamento

  • # Pessoa com dezesseis anos pode fazer testamento? Será ele válido?

    # Pode uma pessoa ter capacidade testamentária ativa e não ter capacidade

    testamentária passiva?

    # Pode uma pessoa ter capacidade testamentária passiva e não ter capacidade

    testamentária ativa?

    # Quem não tem capacidade testamentária passiva?

    # Pessoa com dez anos de idade pode fazer testamento representado pelos seus pais?

    # Pessoas jurídicas podem herdar?

    # Pessoas naturais, ainda não concebidas, podem ser contempladas em testamento?

    # Pessoa era incapaz e elaborou testamento, a capacidade superveniente convalida o

    testamento?

    # Pessoa capaz elabora testamento, posteriormente torna-se incapaz. O testamento é

    válido?

  • Testamento: É o ato personalíssimo pelo qual alguém, em conformidade com a norma jurídica,

    faz disposições de natureza patrimonial e pessoal para depois de sua morte.

    # Quais disposições de natureza pessoal podem ser feitas?

    Características do testamento:

    1) Gratuidade: O testador não recebe nenhuma vantagem ao testar em favor de alguém.

    # Encargo afasta o caráter gratuito?

    2) Solenidade: A lei exige determinada forma, sendo tal essencial à sua validade.

    3) É personalíssimo: O testamento deve ser elaborado exclusivamente pelo testador.

    # Pode alguém fazer testamento por meio de representante legal ou convencional?

    # Podem duas pessoas elaborar testamento em conjunto?

  • 4) Produção de efeitos causa mortis: Seus efeitos só operam após o óbito do

    testador

    5) Revogabilidade: O testamento pode ser modificado ou revogado, parcial ou

    totalmente, infinitas vezes até o óbito do testador.

    # O que é deserdação in bona mente?

    Enunciado 600 CJF - Após registrado judicialmente o testamento e sendo todos os

    interessados capazes e concordes com os seus termos, não havendo conflito de

    interesses, é possível que se faça o inventário extrajudicial.

    # Existe inventário extrajudicial?

  • FORMAS TESTAMENTÁRIAS ORDINÁRIAS: São testamentos

    ordinários o público, o cerrado e o particular, conforme estabelece o

    artigo 1862 CC. Testamento ordinário é aquele que pode ser utilizado

    por qualquer pessoa capaz em condições normais.

    Testamento público: É o lavrado por tabelião, de acordo com as

    disposições do testador, perante duas testemunhas, está previsto no artigo

    1864 CC.

    # Analfabeto pode fazer testamento público?

    # Cego pode fazer testamento público?

    # Surdo-mudo pode fazer testamento público?

  • Testamento cerrado: É o testamento redigido pelo

    testador ou por outra pessoa a seu pedido, com

    caráter sigiloso, devendo ser aprovado, após a sua

    redação, pelo tabelião na presença de duas

    testemunhas (artigo 1868 e seg CC). Contém dois

    elementos: O testamento e o auto de aprovação

    lavrado pelo tabelião.

  • O auto de aprovação será lavrado após a última palavra do testador (artigo 1869 CC), se

    não houver espaço na mesma folha o tabelião aporá o seu “sinal público” e lavrará o auto

    de aprovação em folha anexa (artigo 1869, PÚ, CC). Após a aprovação e a leitura do auto

    de aprovação o testamento será cerrado, ou seja, fechado.

    Depois de aprovado e cerrado o testamento será entregue ao testador, constando no

    cartório a data em que o testamento foi aprovado e entregue (artigo 1874 CC).

    Falecido o testador deverá ser o testamento apresentado em juízo, quando será

    instaurado procedimento especial de jurisdição voluntária para abertura, registro e

    cumprimento do testamento (artigo 735 e seg CPC e artigo 1875 CC).

    # Se o testamento cerrado for aberto será o mesmo válido?

    # O que deve ser feito juridicamente para se reconhecer a invalidade de um testamento?

  • “REGISTRO DE TESTAMENTO. AUSÊNCIA DE VÍCIOS DE CONSENTIMENTO

    E DE FORMA.

    1. O testamento feito com a observância dos requisitos legais é um ato jurídico

    válido, perfeito e acabado, que ganha eficácia com o óbito, desencadeando os

    efeitos dele decorrentes.

    2. Tratando-se o registro de testamento um procedimento singelo, deve a

    questão relativa ao alcance do testamento sobre determinados bens ser resolvida

    no juízo do inventário e eventuais discussões relativas à validade e eficácia da

    disposição de última vontade deverão ser resolvidas nas vias ordinárias. Recurso

    desprovido.” Relator Des. Sergio Chaves AC 70050908326 RS/2012

  • Testamento particular: É o escrito e assinado pelo testador, devendo ser lido na

    presença de três testemunhas, que também assinarão o testamento.

    Após a morte do testador as três testemunhas serão ouvidas, se as mesmas

    confirmarem a autenticidade do testamento o juiz determinará o seu cumprimento

    (artigo 1878 CC).

    Se das três testemunhas apenas restar uma, seja por morte, seja por ausência,

    ainda assim poderá o testamento ser confirmado, se esta reconhecer o testamento

    como autêntico, dependendo de prudente análise pelo juiz (artigo 1878, PÚ, CC).

    # Não restando nenhuma testemunha o testamento particular poderá ser

    confirmado?

    # O testamento particular pode ser elaborado sem testemunhas?

  • “Para que o juiz confirme documento subscrito de próprio punho, sem

    testemunhas, como sendo testamento particular celebrado em condições

    excepcionais e que dispensariam as formalidades legais, será preciso

    provas cabais de que existiam motivos para esse procedimento, o que não

    foi produzido pelos interessados - Cerceamento de defesa não configurado,

    mantida a r. sentença de extinção [art. 267,1, do CPC] - Cédula (folha de

    agenda) que não descreve a excepcionalidade da medida, não se

    comprovando que o de cujus estava a beira de morte ou em situação de

    perigo - Não provimento.” TJ-SP - Apelação : APL 994093426070 SP

    # Brasileiro pode elaborar no Brasil, perante três testemunhas brasileiras,

    testamento em inglês?

  • TESTAMENTOS ESPECIAIS: Testamento especial é aquele que só pode ser feito

    por determinadas pessoas em situações peculiares (artigo 1886 CC).

    Testamento marítimo: É aquele em que o testador se encontra em viagem a bordo

    de navio nacional, de guerra ou mercante, devendo ser elaborado perante o

    comandante, na presença de duas testemunhas, podendo adotar forma

    correspondente ao testamento público ou ao testamento cerrado. O registro do

    testamento será feito no diário de bordo (artigo 1888 e PÚ, CC).

    # O testamento marítimo tem “validade” por tempo indeterminado?

    # Navio está ancorado em um porto de uma cidade, onde é possível elaborar

    testamento ordinário, pode ser utilizado o testamento marítimo por questões de

    comodidade?

    # Pode ser elaborado testamento marítimo em viagem fluvial?

  • Testamento aeronáutico: É aquele em que o testador se encontra em

    viagem a bordo de aeronave, militar ou comercial, devendo ser elaborado

    perante pessoa designada pelo comandante, na presença de duas

    testemunhas, podendo adotar forma correspondente ao testamento

    público ou ao testamento cerrado. O registro do testamento será feito no

    diário de bordo (artigo 1889 CC).

    # O testamento aeronáutico tem “validade” por tempo indeterminado?

    # O testamento aeronáutico foi previsto no Código Civil de 1916?

    # No testamento marítimo o artigo 1888 do Código Civil exige que o

    navio seja nacional. Pode ser elaborado testamento se a aeronave for

    estrangeira?

  • Testamento militar: É o feito por militares e demais pessoas a serviço das forças

    armadas, em campanha, dentro ou fora do país, quando inexistir tabelião na localidade,

    perante duas testemunhas, ou três se o testador não puder ou não souber assinar (1893

    CC).

    O testamento militar possui forma análoga ao testamento público (artigo 1894 CC),

    ao testamento cerrado (artigo 1894 CC) e uma forma nuncupativa (artigo 1896 CC).

    Na forma análoga ao testamento público o testador o apresentará aberto ao oficial,

    na presença de duas testemunhas, sendo anotado no testamento, pelo oficial, o local e a

    data da apresentação; assinando o testador, o oficial e as duas testemunhas (1894, PÚ,

    CC).

    Se o testador for o oficial mais graduado, o testamento será escrito pelo seu

    substituto (artigo 1893, §3º, CC).

    Na forma análoga ao testamento cerrado o testador o apresentará fechado ao oficial, na presença de duas testemunhas,

    sendo anotado na face externa do testamento, pelo oficial, o local

  • e a data da apresentação; assinando o testador, o oficial e as duas

    testemunhas. Ao final o testamento será “lacrado” pelo oficial.

    Na forma nuncupativa o testador fará as suas disposições

    testamentárias oralmente a duas testemunhas, somente é admitido quando

    o testador se encontrar em combate ou ferido. O testamento feito por esta

    forma será ineficaz se o testador não falecer na guerra ou se recuperar do

    ferimento (artigo 1896 e PÚ, CC).

    # Médico ou repórter que não são militares estão na guerra. Poderão eles

    utilizar as formas de testamento militar?

    #O testamento militar vigora por período indeterminado?

  • Questões gerais:

    # Decisão judicial que aprova testamento pode ser rescindida?

    # Qual recurso cabível da decisão judicial que aprova ou não aprova testamento?

    # Testamento aprovado judicialmente pode ser anulado em processo autônomo ou o

    vício deve ser arguido durante o procedimento de aprovação?

    # Qual o foro competente para a abertura, registro e cumprimento do testamento?

    # O testamento influencia o inventário?

    # Distinga os artigos 1859 e 1909 do Código Civil.

    # Destruir testamento cerrado é crime?

    # E a destruição de codicilo?

  • OBS: O provimento n° 56, de 14/07/2016 do CNJ passou a

    exigir que Juízes e Tabeliães consultem previamente o Registro

    Central de Testamentos On-Line (RCTO) para dar

    prosseguimento a inventários e partilhas judiciais ou para lavrar

    escrituras públicas de inventário extrajudicial, determinando a

    obrigatoriedade da juntada da certidão negativa expedida

    pela Central Notarial de Serviços Compartilhados (CENSEC),

    administrada pelo Colégio Notarial do Brasil.