direito constitucional ii - marcelo novelino

159
Prof. Marcelo Novelino

Upload: joao-paulo-falcao

Post on 26-Nov-2015

40 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • Prof. Marcelo Novelino

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 1

    Primeira institucionalizao coerente do Estado de Direito

    ocorreu com a Revoluo Francesa de 1789.

    Principal ideia do Estado de Direito: Imprio da Lei.

    A principal caracterstica o abstencionismo, Estado liberal.

    Veio substituir o Estado de Polcia, que intervinha em todos os

    setores da sociedade.

    O movimento novo geralmente oposto ao movimento do Estado

    anterior.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 2

    O objetivo foi criar um Estado que respeitasse as liberdades

    individuais.

    A liberdade o valor supremo do Estado Social de Direito. O

    objetivo era respeito pelo Estado das liberdades individuais, que s vai se

    intrometer naquilo que essencialmente necessrio.

    Os direitos fundamentais correspondem aos direitos da burguesia

    Os direitos que surgem so liberdade e propriedade, eram os direitos

    reivindicados pela burguesia.

    Apesar de serem direitos aplicados a todos os cidados, no apenas aos

    burgueses, tinham aplicao apenas formal e no substancial.

    Teoricamente, as classes inferiores desfrutavam desses direitos. Na prtica,

    no. No tinham o carter substancial que conhecemos hoje.

    A limitao do Estado pelo direito se estende ao Soberano

    Antes do Estado de Direito, o Soberano estava acima do direito. Aps o

    Estado de direito, o soberano tambm passa a ser limitado pelas leis.

    Atuao da Administrao Pblica dentro da legalidade

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 3

    Nesse perodo surge o Princpio da Legalidade da Administrao Pblica,

    com o Advento do Estado de Direito. A Administrao Pblica passa a poder

    fazer apenas aquilo que a lei autoriza. Administrao Pblica como

    atividade sub-legal.

    O papel do Estado se limita defesa da ordem e segurana

    pblicas

    Neste perodo, o Estado no fazia qualquer interveno em relaes

    econmicas e sociais, que ficavam adstritas ao mbito individual.

    No aspecto econmico do Estado de Direito, era chamado de Estado

    mnimo.

    1.1.1 Rule of Law

    Inglaterra

    Marco Terico: 1885 The Law of the Constitution, Albert Dicey

    Idia: governo das leis em substituio ao governo dos Homens.

    Governo das leis est acima dos governos pblicos.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 4

    Experincia inglesa que at hoje consideramos no nosso ordenamento

    jurdico, como devido processo legal substantivo, processo justo e

    adequado e no qualquer regra de processo formal.

    Devido processo legal em carter substancial

    Quando se falava em restringir liberdades e propriedade, alm de

    observarem o devido processo legal em seu carter formal, deveria

    observar seu carter substantivo.

    Limitao do poder arbitrrio decorre da proeminncia das leis e

    costumes

    Idia de imprio da lei, mas como era um sistema Comon Law, no apenas

    as leis mas tambm os costumes servem como limite para o Estado.

    Igualdade de acesso aos Tribunais

    1.1.2 Rechtsstaat (Estado de Direito)

    Prssia Sculo XVIII

    A idia principal, a viga mestra deste modelo de Estado a

    impessoalidade do Poder.

    O Estado passa a ser o nico soberano, no mais as pessoas.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 5

    A vontade do Soberano corresponde quilo que est na lei. O

    Estado no tinha qualquer limitao nas leis. A lei era compreendida como

    vontade do soberano. E se o soberano o Estado, essa lei no limita o

    Estado, ele pode colocar o que quiser na lei. No h limitao material pela

    lei ao Estado.

    Se a lei a vontade do soberano e se o soberano o estado, o

    contedo da lei no vinculante.

    1.1.3 tat Lgal

    Surge com a Revoluo Francesa em 1789, e depois evolui para

    outro modelo de Estado, o tat Du Droit.

    Apesar de a traduo ser Estado Legal, o sentido do tat Lgal de

    Estado de Direito, corresponde ao Rechtsstaat.

    Ambos trazem a idia de um sistema de leis feitas pelo legislador.

    S que h uma diferena fundamental entre o Rechtsstaat e o tat Lgal

    apesar de em ambos os casos ser um sistema de leis feitas pelo legislador,

    somente no tat Lgal que se exigia que os legisladores fossem eleitos de

    forma democrtica. No Rechtsstaat, no, poderia ser qualquer legislador,

    por pessoas que no eram eleitas de forma democrtica.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 6

    O poder Legislativo tinha que ter seus representantes eleitos

    democraticamente.

    Esse etat legal apresentou uma srie de problemas na Frana, pois

    existia uma profunda desconfiana dos Franceses em relao ao PJ,

    principalmente os revolucionrios. Em razo desta desconfiana, no

    permitiam que o PJ aplicasse diretamente a Constituio, a chamada

    adjudicao da Constituio.

    O carter da Constituio era meramente poltico, no jurdico,

    no vinculava o PE e PL, era como se fosse um conselho ao legislador. Por

    isso, foi um sistema inadequado.

    Substitudo pelo tat Du droit chamado de Verfassungsstaat

    (Estado Constitucional) no corresponde ao Rechtsstaat.

    Essa diviso corresponde ao lema da Revoluo Francesa:

    Liberdade, Igualdade e Fraternidade, feita por Karel Vazak (1979).

    Posteriormente, o Norberto Bobbio, disseminou essa diviso pelo

    mundo.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 7

    No Brasil, quem divulgou foi Paulo Bonavides.

    1 Gerao Direitos Civis e Polticos

    Direitos ligados liberdade.

    Direitos reivindicados pela Burguesia em face do Estado: exigem uma

    absteno do Estado, so direitos que tem carter negativo.

    Visava a no interferir nas liberdades individuais.

    Carter abstencionista do Estado.

    So direitos individuais. Direitos atribudos sobretudo ao indivduo

    em face do Estado.

    O que a burguesia queria com a Revoluo era respeito sua liberdade e

    propriedade. As classes populares se uniram burguesia, mas quem

    liderava a revoluo eram os burgueses.

    Surge a primeira concepo importante de Constituio, a chamada

    Constituio Sociolgica, na Prssia, em 1862.

    O protagonista da Concepo Sociolgica foi Ferdinand Lassale.

    Lassale fazia uma distino importante entre 2 tipos de Constituio:

    o Constituio Jurdica/Escrita

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 8

    o documento constituio que a gente conhece, com a CF/1988. Conjunto

    de normas feitas pelo Poder Constituinte Originrio.

    o Constituio Real/Efetiva

    a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada Nao. Ou

    seja, so os poderes que existem de fato, e no de direito, os que mandam,

    os burgueses, os banqueiros, a aristocracia, a monarquia. Eles que

    realmente estabelecem as regras, as condies do Estado.

    Lassale dizia que se houver um conflito entre a Constituio Escrita e a

    Constituio Efetiva, qual prevalecer? Lembre-se que uma Concepo

    Sociolgica, ela vai estudar as relaes dos fatos, as relaes sociais, vai ter

    um fundamento sociolgico. Ento, para ele, a Constituio Efetiva vai

    sempre prevalecer sobre a Constituio Jurdica. Essa soma dos fatores

    reais de poder vai sempre prevalecer sobre a Constituio Escrita:

    Constituio como folha de papel, expresso consagrada por Lassale, para

    referir a falta de importncia que ele atribua Constituio Escrita, ela no

    serve para nada, s tem legitimidade se corresponder Constituio Real.

    Constituio sem fora normativa, que ningum obedece: Constituio

    Jurdica/Escrita.

    1.2 Liberalismo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 9

    Surge nesta etapa, Estado de Direito, Estado Liberal.

    Podemos falar em:

    Liberalismo Poltico

    Liberalismo Econmico

    1.2.1 Liberalismo Poltico

    Corresponde idia de Estado limitado.

    Dentro dessa idia, temos 2 pilares principais:

    Direitos individuais oponveis ao Estado

    Estado limitado por direitos individuais oponveis ao Estado

    Separao de Poderes entre rgos distintos

    Quando Montesquieu pegou o modelo ingls e escreveu sua obra,

    no estabeleceu um esquema rgido de separao dos poderes.

    A idia principal dele era repartir as funes do estado para que

    houvesse uma limitao recproca entre os Poderes.

    Se o Estado acumula todas as funes de legislar e executar

    (elaborar e aplicar as leis), vai abusar porque no tem limites. Ento, o

    objetivo era evitar o abuso por meio da repartio de poderes.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 10

    Quem tem poder e no encontra limites tende a dele abusar.

    Declarao Universal dos Direitos do Homem e do Cidado, de

    1789. Vigora at hoje. Faz parte do bloco de constitucionalidade da Frana.

    Art. 16: Toda sociedade na qual no h garantia de direitos nem

    assegurada a separao de poderes no possui uma Constituio.

    Essa era a idia do liberalismo poltico

    1.2.2 Liberalismo Econmico

    Associar idia de Estado mnimo.

    1776 A riqueza das naes Adam Smith Principal

    representante do liberalismo econmico.

    Dizia que o Estado deve ter apenas 3 deveres:

    Proteger a Sociedade contra invaso ou agresso de outras

    sociedades;

    Estabelecer uma adequada administrao da justia (conflitos

    internos);

    Erigir e manter certas obras e instituies que nunca seriam do

    interesse privado.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 11

    Cuidar das obras e instituies que no dariam lucro, o que no geraria

    interesse dos particulares e, por isso, o Estado deveria intervir. Estado

    mnimo, que no intervm em praticamente nada.

    A busca do lucro o mais importante instrumento de transformao da

    sociedade.

    1.3 Hermenutica

    Como era a hermenutica, a interpretao neste perodo?

    A interpretao dos juzes era ampla como hoje?

    Havia profunda desconfiana da atuao dos juzes, tanto que no

    podiam aplicar a Constituio. Portanto, a atividade hermenutica era uma

    atividade mecnica, no havia liberdade para os juzes, resultante da

    literalidade dos textos. Ou seja, a interpretao dessa poca era apenas

    literal, apenas divulgar o que o texto dizia. No chegavam a interpretar, o

    juiz a boca da lei. Deveria apenas reproduzir o contedo legal.

    O PJ ter um perigoso privilgio se puder interpretar as leis.

    Querem destruir meus Cdigos, quando quiseram interpretar os

    Cdigos de Napoleo.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 12

    2. Estado Social (1918)

    Com o fim da 1 GM, em razo da grande demanda por direitos

    sociais, o liberalismo se mostrou inadequado para atender essas demandas.

    Ento surge o Estado Social.

    O liberalismo entra em crise e vem que o Estado mnimo no

    suficiente para atender os direitos sociais. Uma transformao do Estado

    Liberal.

    No confundir com estado Socialista. O que diferencia ambos o

    capitalismo.

    O Estado Social adere ao Capitalismo.

    2.1 Caractersticas

    O que diferencia o Estado Social do Estado Liberal Anterior?

    Interveno nos domnios econmico, social e laboral

    Era um estado intervencionista, que interferiu nas questes econmicas

    regulao econmica, questes sociais (estabelecendo os direitos sociais), e

    em questes trabalhistas, regulando as relaes de trabalho. Atuao ativa

    do estado, que deixa de ter postura abstencionista para ter uma atuao

    intervencionista.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 13

    O mercado deixa de ser livre para ser regulado pelo Estado.

    O Estado assume um papel decisivo na produo e distribuio de

    bens

    O estado comea a produzir determinados bens e distribuir

    determinados bens.

    Garantia de um mnimo de bem-estar

    Este estado do bem-estar social chamado de welfare state. Est

    associado caracterstica da garantia de um mnimo de bem-estar. Temos

    no Brasil um exemplo hoje: o benefcio do LOAS, previsto tanto na CF

    quanto na Legislao Previdenciria. A pessoa no precisa contribuir

    Previdncia, um benefcio assistencial, concedido a incapazes ou a idosos,

    cuja renda familiar seja igual ou inferior a do Salrio Mnimo.

    Relacionado ao mnimo existencial para uma vida digna.

    Estabelecimento de um grande convnio global implcito de

    estabilidade econmica / Pacto Keynesiano

    John Maynard Keynes foi o principal protagonista dessa viso econmica,

    que surge a partir da dcada de 30. Revolucionou a economia com seu

    pensamento.

    Auge: dcadas de 50 e 60.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 14

    Com o fim da 2 GM, praticamente todos os pases ocidentais passaram a

    adotar a teoria econmica dele.

    Na dcada de 70 teve um declnio.

    Dcada de 2000, com a ltima crise econmica, voltou a ser ressaltada por

    Obama (USA) e Gordon Brown (UK) em suas campanhas.

    2.2 Direitos Fundamentais

    2 Gerao/Dimenso Igualdade material

    Direitos sociais, econmicos e culturais

    Direitos positivos. O Estado tem que agir positivamente para garantir esses

    direitos.

    Exigem atuao positiva do Estado e no absteno.

    So direitos coletivos.

    2 direitos sociais includos no artigo 6 da CF/88, que no estavam

    previstos no texto original:

    Art. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a alimentao, o trabalho, a

    moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 15

    maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta

    Constituio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 64, de 2010)

    CESPE:

    Com a 2 Gerao, surgem as garantias institucionais. Garantias no do

    indivduo (HC; MS, HD), mas garantias de determinadas instituies

    importantes para a sociedade:

    Famlia

    Imprensa livre (tanto que o STF definiu que a Lei de Imprensa no foi

    recepcionada pela CF).

    Os direitos sociais no foram consagrados apenas em 1918, pois a

    CF Francesa de 1791, feita logo aps a Revoluo Francesa, j consagrava

    alguns direitos sociais.

    As 2 constituies escritas mais importantes que surgiram no

    incio foram as de:

    EUA 1787 (1)

    Frana 1791

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 16

    A diferena bsica sobre este tema nas 2 CF foi que a dos EUA at

    hoje est em vigor e a Americana no tem 1 direito social sequer; s tem

    direitos civis e polticos.

    A CF francesa contemplava alguns direitos sociais, mas durou 2

    anos, substituda em 1793. Era instrumento poltico, tinha direitos sociais,

    mas no protegia ningum.

    A CF que realmente divulgou esses direitos foi a Constituio de

    Weimar, 1919. A CF mexicana de 1917 tambm foi muito importante nessa

    proliferao dos direitos sociais.

    2.3 Concepes

    2.3.1 Concepo Poltica

    Principal Protagonista: Karl Schmidt

    Surgiu numa obra de 1928.

    Chama-se concepo poltica porque o fundamento da

    Constituio a deciso poltica que a antecede.

    Faz distino entre 2 tipos de Constituio:

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 17

    Constituio propriamente dita

    Leis constitucionais

    Estas 2 formalmente no tm diferena, ambas so um documento

    nico. Formalmente so idnticas, formalmente so o mesmo documento.

    Substancialmente, so distintas. O contedo delas diferente. A

    diferena de contedo que

    Constituio propriamente dita

    a que decorre de uma deciso poltica fundamental: estabelecer normas

    que tratam de direitos fundamentais, estrutura do Estado e organizao dos

    Poderes (quais as competncias do PE, PL e PJ?) essas so as matrias

    constitucionais, as matrias clssicas das Constituies. Esse objeto que

    decorre de uma deciso poltica fundamental. Isso constituio

    propriamente dita, todo o restante so apenas leis constitucionais.

    Ex. de lei constitucional: Colgio D. Pedro II.

    2.3.2 Concepo Jurdica

    Principal Protagonista: Hans Kelsen

    Surgiu na famosa obra Teoria Pura do Direito, em 1925.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 18

    O Jurista no precisa se socorrer da sociologia, da poltica ou da

    histria, para buscar a fundamentao da Constituio, pois ela se encontra

    no plano jurdico.

    Kelsen fala que a Constituio tem um fundamento poltico, ela

    no diz o que , mas o que deve ser como direito. um conjunto de normas

    como as demais leis, com o detalhe de ser a norma suprema.

    Faz uma criao terica abstrata, irreal, uma fundamentao que

    s ele utiliza, inventada por ele.

    Para entender, importante ver outra distino que ele faz:

    Constituio em sentido Lgico-jurdico

    Constituio em sentido Jurdico-positivo

    Constituio em sentido Jurdico-positivo

    a constituio escrita, o documento constitucional

    Ex.: CF 1988 , para o Kelsen, a Constituio em sentido Jurdico-positivo.

    Constituio em sentido Lgico-jurdico

    o que Kelsen chama de Norma Fundamental Hipottica.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 19

    Fundamental, porque o fundamento da Constituio em sentido jurdico-

    positivo.

    Hipottica, porque no uma norma posta, apenas uma norma

    pressuposta.

    No est em nenhum documento fundamental, no est em nenhum

    documento do Estado.

    uma pressuposio que o Estado tem para manter o respeito

    Constituio.

    Quem determina que as leis sejam obedecidas? A Constituio, tenho que

    obedecer a lei porque a Constituio determina.

    E quem determina que a Constituio deve ser obedecida? Kelsen justifica

    com a norma fundamental hipottica, que diz que todos devem obedecer a

    Constituio. Deve-se pressupor que todos devem obedecer a constituio.

    esse o contedo da norma fundamental hipottica.

    2.4 Liberalismo igualitrio & Comunitarismo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 20

    O liberalismo, hoje, nos EUA usado em sentido diverso do Brasil

    e da Europa. chamado de liberalismo igualitrio, com caractersticas

    especficas.

    Talvez os 2 principais representantes do Liberalismo Igualitrio

    sejam Rauls e Dworkin, baseado na filosofia de Kant.

    O Liberalismo igualitrio bem diferente do liberalismo

    tradicional, da Europa. Considera o valor liberdade e igualdade.

    O debate filosfico entre as 2 correntes que para o liberalismo, o

    importante o indivduo; para o Comunitarismo, a comunidade.

    2.4.1 Liberalismo Igualitrio

    A poltica no tem por obrigao responder s exigncias de

    sobrevivncia do indivduo, mas sim garantir a cada um, de maneira

    igualitria, a liberdade de escolher e perseguir uma concepo de vida boa

    (good life: cada um vai buscar conforme o que considerar correto), nos

    limites do respeito de uma capacidade equitativa por parte dos outros.

    Para os liberalistas igualitrios, cada pessoa deve ter a liberdade

    de conceber o que entender mais adequado para uma vida boa. No o

    Estado que decidir.

    Limite: direito de terceiros, nos quais no pode interferir.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 21

    Parte de uma premissa fundamental: a premissa emprica de que

    parte o pluralismo das sociedades contemporneas.

    Idia de pluralismo de valores.

    No h um valor homogneo, que todos perseguem. Cada um tem

    uma percepo de vida diferente e o Estado deve respeitar as concepes

    religiosas, de mundo etc.

    A conseqncia que esse respeito ter a neutralidade do Estado.

    O Estado deve ser neutro, para no interferir. Ex.: estado laico, no

    confessional. Se tiver uma religio oficial, estar desrespeitando as

    concepes dos que no seguem a mesma. Deve ser laico para que todos

    sejam igualmente respeitados, conforme a religio que cada um considerar

    mais adequada.

    Papel do Estado: limita-se a garantir o respeito pelos direitos

    individuais e pelos Princpios de Justia. O Estado que respeita o liberalismo

    Igualitrio no adota uma tica substancial (no diz quais bens devem ser

    perseguidos), mas uma tica procedimental.

    Teorias baseadas no procedimento.

    Se eu estabelecer o que cada um deve fazer, vou ter problema

    diante do pluralismo da sociedade. Ento, o Liberalismo igualitrio no

    estabelece uma idia substancial de bem, no diz o que fazer, mas como se

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 22

    deve utilizar um procedimento para chegar ao resultado correto. Diz quais

    procedimentos devem ser adotados para se chegar a um resultado, mas o

    resultado desses procedimentos cada um que vai definir. Ex.: eleies

    democrticas, participao de todos etc.

    2.4.2 Comunitarismo

    A liberdade e a identidade no so caractersticas inatas pessoa.

    Dizem que liberdade no como dizem os liberais, caracterstica pr-

    poltica que todos tem. A liberdade no dada, no inata, que todo

    ser humano possui, mas algo conquistado pela sociedade, atravs de

    muita luta.

    Os fins que orientam a existncia no so produtos de uma escolha

    soberana, mas sim de um horizonte scio-cultural.

    Vo dizer: essa opo de vida boa que os liberais pregam balela, porque as

    pessoas no so soberanas para fazer tantas escolhas, porque os fins so

    estabelecidos pela sociedade em que vivem, pela comunidade em que a

    pessoa vive; de acordo com o meio em que a pessoa vive, ela escolhe

    influenciada pela comunidade de que faz parte.

    Ao contrrio do liberalismo (cada um persegue seus interesses),

    diz que comunidade no a simples soma de condutas individuais, mas que

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 23

    comunidade exige participao poltica e cooperao social. As pessoas

    fazem parte de um todo e tm obrigaes para com ele. Todos influenciam e

    so influenciados.

    O liberalismo adota uma tica procedimental, mas o

    Comunitarismo adota uma tica substancial, ou seja, eles tm uma

    concepo especfica, o bem comum. O fim buscado bem comum.

    LICC art. 5 veja o que diz sobre a interpretao teleolgica.

    Art. 5 Na aplicao da lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige

    e s exigncias do bem comum.

    uma viso comunitarista. Existe sim um fim a ser buscado, o

    bem comum.

    2.5 Hermenutica

    Com o surgimento dos direitos fundamentais de 2 Gerao,

    ocorre um incremento do ordenamento jurdico. Uma coisa aplicar

    direitos individuais (liberdade, privacidade, propriedade), outra, aplicar

    direitos sociais, econmicos e culturais. O grau de complexidade do

    ordenamento jurdico se tornou muito maior. Ex.: direito sade,

    educao. O que eles englobam?

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 24

    Passou-se a exigir tambm uma maior sofisticao da

    interpretao (atividade hermenutica) e a surgem os famosos elementos

    desenvolvidos por Savigny, a partir da 2 metade do sculo XIX.

    Os 4 elementos de interpretao desenvolvidos foram

    Elemento gramatical/literal

    O que vai buscar compreender o sentido da palavra, da frase no

    contexto.

    Elemento lgico

    Trabalha com os elementos da lgica formal, aplicando-os

    interpretao jurdica.

    Elemento histrico

    Aquele no qual o interprete vai buscar nos debates, nos motivos que deram

    origem lei, qual eram os anseios da sociedade. Vai buscar esse contexto

    histrico. Debates, discusses, exposio de motivos, anseios da sociedade.

    Propiciam uma evoluo da interpretao.

    Elemento sistemtico (talvez, o mais importante)

    aquele que diz que a norma no existe sozinha, mas faz parte de um

    sistema de normas. Ento, quando vou interpret-la, no posso interpret-

    la isoladamente, mas em conjunto com as demais normas do sistema, ou

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 25

    com as outras leis ou outros dispositivos daquela lei, para que o

    ordenamento jurdico seja uniforme e interpretado como um todo.

    3. Estado Democrtico de Direito / Estado Constitucional

    Democrtico

    Vem substituir o Estado Social.

    Podemos colocar como marco temporal de surgimento o final da

    2 Guerra Mundial 1945.

    A partir da, comea a surgir este novo modelo de estado.

    Introduziu a soberania popular dentro do conceito de Estado.

    Ento, o poder tem que ser exercido conforme a vontade do povo, que passa

    a ser preponderante. Tem que ser um Estado Democrtico de direito. Esse

    direito tem que corresponder aos anseios da sociedade. Ex. claro a

    Alemanha nazista, tudo o que o Hitler fez foi dentro da legalidade, mas ele

    adotava medidas de emergncia, que davam a ele tanto poder para tomar as

    decises que tomou.

    Ento, as leis devem ser criadas por um rgo popular.

    Estado Constitucional Democrtico: no uma simples questo de

    nomenclatura.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 26

    No estado de direito, vem mente o imprio da lei.

    No Estado Constitucional Democrtico, vem mente a fora

    normativa da constituio. um deslocamento de paradigma, para deixar

    claro que todos esto submetidos Constituio, inclusive o legislador.

    A doutrina utiliza a nomenclatura no mesmo sentido. Se o

    examinador, colocar as mesmas caractersticas, no vai querer pirar!

    3.1 Caractersticas

    Aplicao direta da Constituio

    Antes, a Constituio, principalmente na parte dos direitos fundamentais,

    no tinha aplicao direta, s se aplicava indiretamente. O direito

    fundamental, para ele gerar um direito subjetivo, tinha que invocar uma

    regulamentao legal. A aplicao da CF era apenas indireta. Hoje se fala em

    eficcia horizontal dos direitos fundamentais, que se aplicam diretamente

    s relaes Estado-particular, mas tambm nas relaes entre particulares.

    uma caracterstica das constituies modernas. O juiz pode

    aplicar diretamente o texto constitucional.

    Reconhecimento da fora normativa da Constituio

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 27

    At ento, voc tinha na Europa, principalmente, a constituio

    vista como um documento meramente poltico, no vinculava os poderes

    pblicos, s servia como uma orientao aos Poderes Pblicos e o PJ no

    poderia obrigar os Poderes a submeterem-se Constituio.

    Nos EUA no, desde que a CF foi feita, ela j tinha carter jurdico,

    tanto que em 1803 houve controle de constitucionalidade (Murbury X

    Madison).

    Hoje, vista na Europa como instrumento jurdico, vinculante,

    obrigatrio.

    Assegurar direitos fundamentais e a supremacia da Constituio

    atravs de uma jurisdio constitucional

    criar um sistema de controle pelo PJ a fim de assegurar tanto a

    supremacia da Constituio quanto os direitos fundamentais nela

    consagrados. Por isso que na Europa surgiram vrios Tribunais

    Constitucionais, como na Alemanha e ustria.

    Limitao do Poder Legislativo deixa de ser apenas formal e passa

    a abranger, tambm, o aspecto material

    O prprio Kelsen dizia que o legislador s estaria limitado por

    normas de procedimento, que seria difcil o legislador ficar vinculado a

    normas substanciais da Constituio, que seria praticamente impossvel

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 28

    exercer um controle desse tipo. Dizia que o legislador tem que observar os

    procedimentos para elaborao da lei que a Constituio estabelece. Agora,

    o contedo da Constituio no, no precisa observar. Esta teoria, adotada

    at ento, observada. Hoje temos controle de constitucionalide pela forma

    e pelo contedo das leis. Controle de constitucionalidade material recente,

    da ltima metade do sculo XX para c. Controle de constitucionalidade por

    omisso inconstitucional surgiu em 1975, na Iugoslvia. Existe em poucos

    pases: Iugoslvia, Portugal e Brasil, mas antigamente ningum adotava.

    A Democracia deixa de ter apenas aspecto formal (premissa

    majoritria) e passa a ter tambm um aspecto substancial

    O conceito formal de democracia corresponde premissa

    majoritria, ou seja, a vontade da maioria. Antigamente, democracia era

    vista como vontade da maioria. Era vista atravs de aspectos formais, por

    exemplo, eleies peridicas, alternncia de poder, vontade da maioria.

    Hoje, o conceito de democracia abrange tambm isso, mas muito

    mais do que vontade da maioria, tambm fruio de direitos fundamentais

    por todos, inclusive pelas minorias.

    Quando se fala hoje em democracia, a vontade da maioria

    importante, mas o conceito de democracia alargado para os direitos

    fundamentais. As minorias tm direitos fundamentais que devem ser

    respeitados por todos, inclusive pela maioria, para evitar a tirania da

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 29

    maioria. A maioria iria impor sua vontade e a minoria iria ficar em 2

    plano.

    3.2 Direitos Fundamentais

    A partir da 2 metade do sculo XX, surgem os direitos de 3

    Gerao, ligados ao valor Fraternidade.

    Quais so os direitos de 3 Gerao/Dimenso?

    Direito ao meio ambiente

    Autodeterminao dos povos

    Direito ao desenvolvimento

    etc

    Esses direitos no so individuais nem coletivos, so direitos

    transindividuais. So tanto direitos coletivos quando direitos difusos.

    Seguindo a classificao de Bonavides, + utilizada em provas

    federais, ele considera de 4 Gerao 3 direitos:

    Democracia

    Informao

    Pluralismo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 30

    Ligado diretamente aos direitos das minorias, ao respeito s

    diferenas. Respeito ao direito de todos, inclusive das minorias. Respeitar o

    outro como ele , independentemente do que eu queria que ele fosse.

    Direito de 5 dimenso:

    Paz

    3.3 Concepo Normativa

    Autor protagonista: Konrad Hesse.

    Tem 1 obra que 1 marco no constitucionalismo contemporneo,

    aula inaugural em Fraiburg, na Alemanha, 1959, A fora normativa da

    Constituio.

    Apesar de muitas vezes ser conformada pela realidade, a

    Constituio possui uma fora normativa capaz de modific-la.

    Contrapor concepo de Lassale. contrria de Lassale.

    No nego que em alguns casos a Constituio seja conformada

    pela realidade, mas em outros casos, a constituio jurdica capaz de

    modificar a realidade. Nem a constituio real se subordina constituio

    escrita nem esta quela. uma relao de condicionamento recproco. Uma

    influencia a outra.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 31

    O sentido do direito no legitimar relaes de poder e, por isso, a

    constituio tem fora para modificar a realidade, basta que para isso exista

    vontade de constituio e no apenas vontade de poder.

    4. Libertarianismo

    O liberalismo dos EUA um pensamento de esquerda, sinnimo

    de pensamento progressista. Dworkin 1 liberal no sentido norte-

    americano, de esquerda.

    Liberal nos EUA caractersticas:

    Forte interveno na economia

    Ampla proteo das liberdades civis

    Libertarianismo corresponde ao liberalismo clssico.

    Tem 2 bases fundamentais:

    Individualismo

    Pluralismo

    Defendem que no deve haver diferena de tratamento entre

    unio homo-afetiva e homossexual, so contrrios obrigatoriedade de uso

    cinto de segurana, favorveis legalizao de drogas mais leves, no deve

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 32

    haver restrio ao fumo, ao aborto. Cada 1 adulto para tomar sua prpria

    deciso e o Estado no deve intervir.

    5. Organizao do Estado Brasileiro

    1.1 Formas de Estado

    1.1.1 Estado Unitrio

    H 1 centro de Poder, incidindo sobre as mesmas pessoas e o

    mesmo territrio. Isso no significa que esse poder no possa ser

    descentralizado. Pode haver uma descentralizao poltica e/ou

    administrativa.

    O Brasil foi um Estado unitrio at a Proclamao da Repblica,

    em 1889.

    Modelo Europeu, mais antigo.

    1.1.2 Estado Federal

    Origem: EUA, Constituio Norte-americana de 1787.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 33

    As colnias se uniram para formar uma Confederao, os Estados

    mantm sua soberania, no abrem mo de sua soberania.

    Os Estados Federados se unem atravs de um Tratado

    Internacional. Ex.: UK.

    Ou podem adotar uma Constituio comum.

    Geralmente, a Confederao tem objetivo de defesa ou relaes

    internacionais, para que o comrcio com outros Estados possa ser

    incrementado.

    2 fatores que geralmente levam formao da Federao:

    Governo eficiente e

    Territrio extenso

    Caractersticas da Federao:

    + de 1 centro de Poder incidindo sobre as mesmas pessoas e o mesmo

    Territrio.

    Os entes possuem apenas autonomia; no possuem soberania (quem possui

    soberania o Estado): foedus, foederis significa unio, pacto, aliana.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 34

    A Forma Federativa foi consagrada em 1891.

    As formas de Estado no se confundem com as Formas de

    Governo.

    2. Formas de Governo

    2.1 Monarquia

    O poder pertence ao Monarca ou Rei.

    No h res pblica, coisa pblica.

    1 governo de indivduos.

    O que caracteriza uma Monarquia?

    Caractersticas que diferenciam a Monarquia da Repblica:

    Irresponsabilidade poltica do Monarca

    O governo do Monarca tem as caractersticas da

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 35

    o Hereditariedade e

    o Vitaliciedade.

    2.2 Repblica

    Res pblica, coisa do povo. No um governo de indivduos.

    A repblica o Governo do Povo.

    Caractersticas opostas da Monarquia:

    Responsabilidade Poltica;

    Eletividade no Poder a pessoa adquire o poder por meio da eleio;

    Temporariedade o poder sempre temporrio (mandato), no

    vitalcio.

    Um dos princpios da Repblica a alternncia de Poder, que est

    dentro da eletividade e temporariedade.

    3. Sistemas de Governo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 36

    3.1 Parlamentarista

    + antigo, + tradicional, adotado inicialmente na Europa

    2 figuras bem distintas:

    Chefe de Estado

    Figura simblica que representa o Estado, principalmente no plano

    Internacional.

    As questes polticas mais importantes no so traadas pelo Chefe de

    Estado.

    No toma medidas de carter poltico importantes.

    Quem esta figura simblica?

    Depende do tipo de Parlamentarismo:

    - Parlamentarismo Republicano: o Chefe de Estado o

    Presidente da Repblica. Ex.: Alemanha, frica do Sul,

    Coria do Sul, ndia, ustria.

    - Parlamentarismo Monrquico: o Chefe de Estado o

    Rei/Rainha ou o Monarca. Ex.: Japo, Espanha, UK.

    1 Ministro

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 37

    Traa as diretrizes polticas importantes.

    Primeiro Ministro.

    Auxiliado pelo gabinete (Seriam os ministros do 1 ministro).

    Pode ser destitudo mesmo antes do prazo final.

    Pode haver a Moo de Desconfiana do Parlamento: se o Parlamento

    perceber que h uma grave crise poltica, o Primeiro Ministro e o Gabinete

    podem ser destitudos.

    3.2 Presidencialista

    EUA

    As figuras de Chefe de Estado e Chefe de Governo se misturam na

    mesma pessoa: o Presidente da Repblica.

    Questes internacionais: Chefe de Estado.

    Polticas internas: Chefe de Governo.

    3.3 Semi-parlamentarismo / Semi-presidencialismo

    Divergncia sobre seu surgimento.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 38

    Surgiu na Frana, com o Advento da 5 Repblica.

    Alguns dizem que surgiu na Constituio de Weimar, 1919.

    Tambm h distino entre as figuras Chefe de Estado e Chefe de

    Governo, porm, o Presidente da Repblica eleito diretamente pelo Povo.

    O Presidente da Repblica titulariza funes polticas

    importantes.

    Ex.: Frana e Portugal.

    4. Caractersticas essenciais da Federao

    4.1 Descentralizao Poltico-administrativa estabelecida pela

    Constituio

    O que diferencia Descentralizao Poltica de Descentralizao

    Administrativa?

    Descentralizao Poltica: a capacidade de inovar na ordem

    jurdica o Poder central delega a outros poderes competncias polticas

    Descentralizao Administrativa: competncia para executar

    aquilo que foi estabelecido por lei.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 39

    Da mesma forma que o Poder central pode delegar, a qualquer

    momento pode retirar, revogar a delegao. Isso diferencia o Estado

    Unitrio do Estado Federal (cuja delegao est prevista na CF).

    4.2 Participao das vontades parciais na vontade nacional

    (Princpio da Participao)

    Em um Estado Federal, h vrios estados-membros que se unem e

    formam a Federao.

    Como estes Estados participam da formao da vontade nacional?

    No Brasil, por exemplo, atravs do Senado Federal.

    Todos os Estados tm o mesmo n de representantes para que

    todos os Estados sejam igualmente representados.

    4.3 Princpio da Autonomia

    Os entes se auto-organizam atravs de constituies prprias.

    Caracterstica importante que no se encontra no Estado Unitrio

    a inexistncia de constituies estaduais, porque no existem estados-

    membros.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 40

    Diferena que alguns autores fazem entre Constituio Federal e

    Constituio Nacional:

    Algumas normas no se dirigem s Unio, mas a todos os Entes

    Federativos, so normas da chamada Constituio Nacional.

    Ex.: direitos fundamentais so aplicveis em todos os nveis.

    Ex.: art. 19 e 37.

    Art. 19. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios:

    I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes

    o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de

    dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de

    interesse pblico;

    II - recusar f aos documentos pblicos;

    III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes

    da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos

    princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 41

    eficincia e, tambm, ao seguinte: (Redao dada pela Emenda

    Constitucional n 19, de 1998)

    H normas dirigidas apenas Unio.

    Municpios tm LO, Estados tem CE; alguns dispositivos se referem

    especificamente Unio: Constituio Federal.

    Norma de reproduo obrigatria: O STF entende que essas normas so de

    observncia obrigatria pelos Estados, em que as CE tero de reproduzir

    esses princpios bsicos. A CE tem que reproduzir, porque na CF a

    referncia apenas Unio. As normas que so expressas pela CF no

    precisam ser reproduzidas.

    5. Requisitos para Manuteno da Forma Federativa

    Requisitos para que a federao no seja dissolvida.

    5.1 Constituio Rgida

    5.2 Intangibilidade da Forma Federativa de Estado (Art. 60, 4,

    I)

    5.3 rgo incumbido de exercer o controle de

    constitucionalidade

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 42

    6. Soberania X Autonomia

    6.1 Soberania

    o poder poltico supremo e independente.

    Poder poltico supremo

    Essa caracterstica se refere ordem interna.

    Na ordem interna, no est limitado a qualquer outro poder. Est

    acima de todos os poderes.

    Poder poltico independente

    Essa caracterstica se refere ordem internacional.

    No est obrigado a acatar normas que no sejam

    voluntariamente aceitas e encontra-se em igualdade com os poderes de

    outros povos.

    isso que significa soberania externa.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 43

    O conceito de soberania vem cada vez mais sendo relativizado. Vai

    se formando uma ordem mundial e os pases que no respeitam

    determinadas normas, ainda que no obrigados, ficam isolados do restante,

    sofrendo embargos econmicos e outras medidas.

    No estado Federal, o atributo da soberania do Estado Brasileiro,

    titular da soberania.

    A soberania pertence Repblica Federativa do Brasil.

    A Unio no tem soberania, tem apenas autonomia.

    Em alguns pases, a Unio tem soberania.

    Apesar de no ter soberania, quem exerce o atributo da soberania

    no plano internacional a Unio, encarregada do exerccio da soberania do

    Estado Brasileiro.

    6.2 Autonomia

    Palavra de origem grega:

    auto = prprio

    nomos = norma

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 44

    Capacidade de elaborao de normas prprias. Capacidade de

    elaborar suas prprias normas.

    No Estado Brasileiro, todos os entes federativos so dotados de

    autonomia: Unio, Estados-membros, Municpios e Distrito Federal.

    Este entendimento retirado, basicamente, de 2 dispositivos da

    CF:

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel

    dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado

    Democrtico [e Social] de Direito e tem como [5]fundamentos [SCDVP]:

    I - a soberania;

    II - a cidadania;

    III - a dignidade da pessoa humana;

    IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

    V - o pluralismo poltico.

    nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

    representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 45

    Art. 18. A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do

    Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios,

    todos autnomos, nos termos desta Constituio.

    1 - Braslia a Capital Federal.

    2 - Os Territrios Federais integram a Unio, e sua criao,

    transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origem sero

    reguladas em lei complementar. NEL declaratria de princpios

    institutivos ou organizativos

    Todos os entes tm a mesma autonomia.

    Autonomias principais basicamente, 4 autonomias (Organizao,

    Legislao, Governo & Administrao):

    o Auto-organizao

    Unio: CF

    Estados-membros: CE

    Municpios: Lei Orgnica

    DF: Lei Orgnica

    o Auto-legislao

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 46

    Cada 1 desses entes elabora suas prprias normas. Leis Federais,

    estaduais, municipais, distritais.

    Vale a mesma distino entre Lei Federal e Lei Nacional.

    Ex.: CTN 1 lei nacional (aplica-se a todos os entes: U, E, DF e M).

    Lei Federal: Lei 8.112/90 Reg. Jdco. Serv. Civis da Unio.

    Servidores estaduais e municipais tm suas respectivas leis.

    o Auto-governo

    As pessoas dos municpios e estados elegem seus prprios

    representantes, seus governos eleitos diretamente pela populao.

    o Auto-administrao

    Autonomia administrativa.

    Os Municpios tm a mesma autonomia dos demais entes.

    Autonomia Poltica: auto-legislao + auto-governo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 47

    7. Repartio de competncias

    Utiliza um princpio que vai informar de maneira geral o critrio

    para que as competncias sejam repartidas entre os entes.

    O Princpio que informa a repartio de competncias o

    Princpio da Predominncia do Interesse. De acordo com o tipo de

    interesse predominante, determinadas competncias so atribudas a cada

    ente.

    Unio: ficar responsvel por assuntos de interesse geral.

    Estados: responsvel por assuntos de interesse regional.

    Municpio: ficar responsvel por assuntos de interesse local.

    A partir desse princpio, a CF estabelece 4 critrios para

    repartio de competncias:

    7.1 Campos especficos de competncia administrativa e

    legislativa

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 48

    Para alguns entes federativos, a CF atribui poderes enumerados; a outros,

    exemplificativos.

    Entes para os quais a CF enumerou expressamente suas

    competncias:

    Unio - sobretudo no artigo 21 (competncias administrativas), 22

    (competncias legislativas) e 48; quando atribui competncia

    administrativa, indiretamente atribui competncia legislativa

    para tais assuntos e vice-versa;

    Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sano do Presidente da

    Repblica, no exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor

    sobre todas as matrias de competncia da Unio, especialmente sobre:

    Municpios a CF enumerou as competncias administrativas e

    legislativas, misturou tudo no artigo 30.

    Poderes remanescentes/residuais:

    Estados-membros artigo 25, 1

    COMPETNCIA LEGISLATIVA EXPRESSA

    AUTONOMIA: CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAO

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 49

    Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituies e leis que

    adotarem, observados os princpios desta Constituio.

    COMPETNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIAL RESIDUAL

    1 - So reservadas aos Estados as competncias que no lhes sejam

    vedadas por esta Constituio.

    OBS: Reservadas: expresso tpica do federalismo norte-americano,

    tecnicamente inadequado. Atentar para o que fala a prova, se for cpia da

    CF ou se apresenta a palavra tcnica: competncia residual.

    COMPETNCIA ADMINISTRATIVA/MATERIAL EXPRESSA

    2 - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concesso, os

    servios locais de gs canalizado, na forma da lei, vedada a edio de

    medida provisria para a sua regulamentao.(Redao dada pela

    Emenda Constitucional n 5, de 1995)

    NEL declaratria de princpios institutivos ou organizativos

    3 - Os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies

    metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 50

    agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, o

    planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum.

    DF art. 32, 1

    1 - Ao Distrito Federal so atribudas as competncias legislativas

    reservadas aos Estados e Municpios.

    A competncia legislativa atribui, indiretamente, competncia

    administrativa.

    Cmara Legislativa (Cmara Municipal + Assemblia Legislativa).

    7.2 Possibilidade de Delegao

    Brasil: Federalismo centrpeto.

    Causa: a maioria das competncias foi atribuda Unio.

    Ex.: art. 21 + 22.

    Como h uma concentrao muito grande de competncias na

    Unio, a CF permitiu que a Unio pudesse delegar algumas dessas

    competncias.

    2 aspectos pegadinhas em prova objetiva:

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 51

    A Unio s pode delegar essas competncias atravs de Lei

    Complementar.

    Para ser Lei complementar, a questo tem que falar expressamente.

    A Unio s pode delegar essas competncias ao Estados e Distrito

    Federal.

    Essas matrias no podem ser delegadas a Municpio:

    Art. 22, nico. Lei Complementar poder autorizar os ESTADOS [e DF] a

    legislar sobre questes ESPECFICAS das matrias relacionadas neste

    artigo.

    A Unio vai ter competncia para tratar do assunto, mas poder delegar

    competncia aos Estados para tratar de temas especficos dentro do

    assunto.

    Parte da doutrina faz distino entre competncias privativas e

    competncias exclusivas, que no consta expressamente na CF.

    A CF no considerou tecnicamente essa distino, usando ambas

    as palavras sem critrio.

    Competncia Privativa aquela atribuda a um determinado ente

    ou rgo, mas que admite delegao ou legislao suplementar. Ex.: art.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 52

    22, n. privativa, porque, apesar de ser matria atribuda Unio, pode

    ser delegada aos Estados.

    Competncia Exclusiva: no admite delegao nem legislao

    suplementar. A exclusiva exclui quaisquer outros rgos e outros entes

    federativos. s aquele que pode exercer.

    7.3 Competncias comuns

    So comuns a todos os entes da Federao. to comum que

    qualquer um pode exercer esse tipo de competncia: U, E, DF e M.

    Se a CF no fala compete legislar, trata-se de competncia

    administrativa.

    COMPETNCIA MATERIAL (ADMINISTRATIVA) COMUM

    Art. 23. competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e

    dos Municpios:

    I - zelar pela guarda da Constituio, das leis e das instituies democrticas

    e conservar o patrimnio pblico;

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 53

    II - cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e garantia das pessoas

    portadoras de deficincia;

    III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histrico,

    artstico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notveis e os

    stios arqueolgicos;

    IV - impedir a evaso, a destruio e a descaracterizao de obras de arte e

    de outros bens de valor histrico, artstico ou cultural;

    V - proporcionar os meios de acesso cultura, educao e cincia;

    VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas

    formas;

    VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

    VIII - fomentar a produo agropecuria e organizar o abastecimento

    alimentar;

    IX - promover programas de construo de moradias e a melhoria das

    condies habitacionais e de saneamento bsico;

    X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalizao,

    promovendo a integrao social dos setores desfavorecidos;

    XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concesses de direitos de pesquisa

    e explorao de recursos hdricos e minerais em seus territrios;

    Comp. Adm. Exclusiva da Unio:

    Art. 21 Compete Unio: XIX

    instituir sistema nacional de

    gerenciamento de recursos

    hdricos e definir critrios de

    outorga de direitos de seu uso.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 54

    XII - estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do

    trnsito.

    nico. Leis complementares fixaro normas para a cooperao entre a

    Unio e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, tendo em vista o

    equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar em mbito

    nacional. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 2006)

    7.4 Competncias Concorrentes

    Se concorrente, significa que mais de um rgo vai exercer. Mas

    no ser exercida por todos.

    So aquelas que, apesar de no terem sido atribudas a todos os

    entes, podem ser exercidas por mais de um deles. Mas no so todos que

    podero, a CF estabelecer quem poder.

    Municpio no tem competncia concorrente.

    A competncia concorrente refere-se competncia legislativa.

    COMPETNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE U, E e DF no M

    Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

    concorrentemente sobre:

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 55

    I - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;

    II - oramento;

    III - juntas comerciais;

    IV - custas dos servios forenses;

    V - produo e consumo;

    VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e

    dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio;

    VII - proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico e

    paisagstico;

    VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e

    direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico;

    IX - educao, cultura, ensino e desporto;

    X - criao, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

    XI - procedimentos em matria processual;

    XII - previdncia social, proteo e defesa da sade;

    XIII - assistncia jurdica e Defensoria pblica;

    XIV - proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia;

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 56

    XV - proteo infncia e juventude;

    XVI - organizao, garantias, direitos e deveres das polcias civis.

    COMPETNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR E SUPLETIVA

    1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-

    se- a estabelecer normas gerais.

    2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui

    a competncia suplementar dos Estados.

    3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a

    competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

    4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a

    eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

    Os municpios podem tratar das matrias do artigo 24, j que no

    foi atribuda a eles competncia concorrente?

    Sim, eles podem legislar sobre essas matrias. O 24 no fala nada,

    mas h outro dispositivo que, em alguns casos, atribui indiretamente essa

    possibilidade ao municpio, o artigo 30, I e II.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 57

    Art. 30. Compete aos Municpios:

    COMPETNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA

    I - legislar sobre assuntos de interesse local (Princpio da Predominncia do

    Interesse);

    COMPETNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR

    II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;

    O municpio poder suplementar a legislao federal e a estadual,

    desde que no seja competncia privativa ou exclusiva.

    Dispositivos mais cobrados em concurso art. 24, 1 a 4:

    COMPETNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR E SUPLETIVA

    1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-

    se- a estabelecer normas gerais.

    2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui

    a competncia suplementar (complementar) dos Estados.

    3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a

    competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 58

    4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a

    eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

    importante ler a CF sobre o tema (art. 18 a 37) nas provas, cai letra da

    CF!

    Competncia Legislativa Privativa:

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

    I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo,

    aeronutico, espacial e do trabalho;

    Competncia Legislativa Concorrente:

    Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

    concorrentemente sobre:

    I - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;

    Reportagem na Folha de SP, pesquisa feita sobre mtodos de estudo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 59

    Essas competncias so competncias no cumulativas.

    Unio e Estados no trataro dos mesmos aspectos sobre

    determinada matria. A Unio estabelecer normas gerais e os Estados, as

    normas especficas. Por isso, so no cumulativas. Se Unio e Estados

    pudessem estabelecer normas gerais e especficas, seria cumulativa e

    geraria conflito entre a norma federal e a estadual.

    No h hierarquia entre leis federais, estaduais e municipais.

    Se a Unio estabelecer norma especfica, ser inconstitucional.

    Se o Estado estabelecer uma norma geral, ser inconstitucional.

    A norma especfica feita pelo Estado tem que obedecer o contedo

    da norma geral feita pela Unio. Se a Unio estabelecer norma geral e o

    Estado, norma especfica incompatvel com aquela, esta norma estadual no

    pode ser objeto de ADI, porque no est violando diretamente a CF a

    violao apenas indireta. Ela ter sua eficcia suspensa no que contrariar

    a norma federal.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 60

    COMPETNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR (Complementar e Supletiva)

    1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-

    se- a estabelecer normas gerais.

    Competncia Complementar:

    2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui

    a competncia suplementar dos Estados (competncia complementar,

    porque o Estado complementa a norma geral editada pela Unio).

    Competncia Supletiva:

    3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a

    competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

    Suspenso da Eficcia:

    4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a

    eficcia* da lei estadual, no que lhe for contrrio.

    Se a Unio no faz a norma geral, como o Estado exercer a

    competncia especfica? Ele pode editar a norma geral e a norma especfica.

    Quando for editada norma federal, a norma estadual ter sua

    eficcia suspensa.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 61

    A revogao s pode ser feita pelo mesmo rgo (PL-PL, PE-PE) e

    s pode ocorrer com atos de mesma densidade normativa (CF-CF, Lei-Lei,

    Decreto-Decreto).

    Se a lei federal que suspendeu a eficcia for revogada, haver o

    efeito repristinatrio tcito em relao lei estadual.

    * A MP no revoga lei, apenas suspende sua eficcia. Se o Congresso rejeita

    a MP, a lei volta a ser aplicada. Isso acontece muito!

    Municpio ou no ente federativo?!

    Defensores: art. 1 e 18

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel

    dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado

    Democrtico [e Social] de Direito e tem como [5]fundamentos [SCDVP]:

    I - a soberania;

    II - a cidadania;

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 62

    III - a dignidade da pessoa humana;

    IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

    V - o pluralismo poltico.

    nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

    representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    Art. 18. A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do

    Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios,

    todos autnomos, nos termos desta Constituio.

    1 - Braslia a Capital Federal.

    2 - Os Territrios Federais integram a Unio, e sua criao,

    transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origem sero

    reguladas em lei complementar. NEL declaratria de princpios

    institutivos ou organizativos

    Como os municpios tm as mesmas autonomias dos demais entes,

    a maioria da doutrina entende que so entes federativos. entendimento

    amplamente majoritrio.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 63

    Jos Afonso da Silva sustenta que Municpio no ente

    federativo, com fundamento em 2 razes:

    o No existem Federaes de Municpios.

    S existem Federaes de Estados.

    O Municpio, ao ser considerado ente federativo, teria natureza de Estado-

    membro. Mesmo que o municpio deixe de existir, a Federao Brasileira

    continuaria a existir.

    o Os municpios no participam da vontade nacional.

    Esse realmente um problema, porque uma das caractersticas da

    Federao a representao da vontade parcial na vontade geral.

    Para JAS, municpio ente apenas administrativo, no ente federativo.

    DF Estado, Municpio, os 2 ou nenhum dos 2?

    LRF estabelece os limites de despesas com pessoal.

    U: 50%

    E: 60%; PL 3% - DF requereu

    enquadramento como municpio em ADI

    M: 60% PL 6%

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 64

    STF: qual a natureza do DF?

    ADI 3756: DF 1 unidade federada com competncia parcialmente

    tutelada pela Unio que no nem Estado nem Municpio. unidade

    federativa autnoma tutelada pela Unio.

    Nesta questo, est muito mais prximo do Estado do que do

    Municpio, porque tem PJ. Portanto, tem que ser tratado como os

    Estados foram tratados.

    6. ORGANIZAO DOS PODERES

    1. Poder Legislativo

    1.1 Comisses

    As comisses passaram a ter maior destaque na CF/1988. Os

    temas tratados no legislativo esto se tornando cada vez mais diversos e

    complexos. Diversidade e especializao/conhecimento tcnico das

    matrias exigiram a especializao das comisses.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 65

    1.1.1 Classificaes:

    Quanto durao:

    a) Temporria

    O prazo de durao pode se extinguir de 3 maneiras.

    Concluso dos trabalhos

    Fim do prazo estabelecido Ex.: CPI de 6 meses para apurao de

    determinados fatos. Este prazo pode ser prorrogado indefinidamente

    no existe nmero certo de prorrogaes.

    Fim da legislatura

    Mas, por ser Temporria, a Comisso tem que terminar dentro da prpria

    legislatura1. o prazo mximo/final.

    b) Permanente

    Tm prazo permanente de durao.

    1 Legislatura: CF 44, p. nico. perodo de mandato dos deputados 4 anos. Senador fica por duas legislaturas.

    Sesso legislativa: CF 57 Anual tem 2 perodos: 2/fev 17/jul + 1/ago. Dentro desse perodo, h as Sesses Ordinrias. Sesses Extraordinrias Ocorrem no perodo de recesso.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 66

    Ex.: CCJ, Comisses Temticas.

    Formadas, geralmente, de forma proporcional.

    Quanto formao

    a) Exclusiva

    Ex.: a CCJ da Cmara e a do SF.

    b) Mistas

    Formadas por membros das duas Casas.

    1.1.2 CPI

    Art. 58, 3

    Por que se faz uma investigao no mbito do PL?

    Essa investigao instrumental, no um fim em si mesmo, um

    instrumento para se atingir determinados fins.

    Uma das funes Tpicas do PL legislar.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 67

    Os objetivos da CPI so:

    Auxiliar na elaborao de leis

    Importante meio de informao para elaborar determinadas leis que

    cobam determinada conduta no desejada.

    Fiscalizar o Governo e a Administrao Pblica

    Informar a opinio pblica

    A CPI so os olhos e os ouvidos do Parlamento.

    Quem pode ser investigado por CPI?

    PE

    Pessoas Fsicas

    Pessoas Jurdicas

    rgos ligados gesto da coisa pblica ou que de alguma forma

    tenham que prestar contas sobre dinheiro, bens ou valores pblicos.

    Qualquer um que tenha ligao com a coisa pblica.

    Requisitos para Criao

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 68

    a) Requerimento Mesa

    O requerimento tem que ser de pelo menos 1/3

    dos membros da Casa.

    CPMI: 1/3 de cada Casa (1/3 CD + 1/3 SF).

    STF: o requerimento uma exigncia a ser examinada no momento do

    protocolo do pedido, no sendo necessria posterior ratificao. MS 26.441.

    CF Weimar (1919): CPI um direito das minorias de fiscalizar as maiorias.

    b) Objeto determinado

    O fato que ela vai apurar deve ser certo, determinado. Este fato no impede

    que, durante as investigaes que esto sendo feitas, novos fatos conexos,

    descobertos, sejam investigados. Neste caso, basta fazer um aditamento da

    petio inicial da CPI.

    Sempre que se fala em CPI, no se pode esquecer que rgo do PL; por

    isso, no pode ter mais poderes do que o Parlamento; seus poderes sero os

    do Parlamento.

    CN, CD ou SF no pode investigar fatos que sejam de interesse exclusivo

    dos Estados e dos Municpios (interesse local ou regional). Devem ser fatos

    de interesse geral, da Unio; caso contrrio, estaria ferindo o Princpio

    Federativo. Se houver uma conexo entre fato de interesse estadual e da

    Unio, pode investigar.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 69

    O CN no pode fiscalizar fatos de interesse exclusivamente privado.

    c) Prazo certo de durao Comisso temporria

    Esses requisitos so normas de observncia obrigatria. Art. 58, 3:

    Art. 58, 3 - As comisses parlamentares de inqurito, que tero

    poderes de investigao prprios das autoridades judiciais, alm de outros

    previstos nos regimentos das respectivas Casas, sero criadas pela Cmara

    dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,

    mediante requerimento de 1/3 de seus membros, para a apurao de fato

    determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o caso,

    encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade

    civil ou criminal dos infratores.

    No formula acusaes nem pune delitos. Apenas investiga, com algumas

    prerrogativas que a polcia no tem.

    Para exercer esses poderes, a fundamentao deve ser contempornea e

    adequada, porque muitas vezes vai violar determinados direitos

    fundamentais. Fundamentao adequada no precisar ter a mesma

    profundidade da fundamentao jurisdicional; o indcio deve ser idneo

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 70

    para a investigao de uma pessoa e instaurao da CPI, ou quebra de

    determinados sigilos. No obedecida a fundamentao idnea e adequada,

    ela pode ser anulada.

    Instrumentos contra CPI:

    Se houver risco de a pessoa ser presa, cabe HC.

    Dependendo do caso, tambm caber MS.

    Impetrados contra o Presidente da CPI ou contra a autoridade coatora. Ex:

    relator da CPI, mas nem sempre.

    So impetrados no STF. Se a CPI terminar, eles so considerados

    prejudicados.

    Poderes da CPI:

    a) Quebra de sigilos:

    Bancrio

    Fiscal

    Telefnico (Dados) =/= da interceptao telefnica

    Dados

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 71

    b) Fiscalizao / Apreenso de documentos

    c) Conduo coercitiva

    d) Realizar exames periciais

    Lembre que sempre deve haver fundamentao contempornea e adequada

    para o exerccio dos Poderes.

    Se um Deputado ou Senador se recusar a depor, ele pode at perder o

    mandato por quebra de decoro parlamentar, mas no sero obrigados a

    depor sobre informaes ligadas ao mandato. Esta proteo no se

    restringe a Parlamentares, porque as pessoas que recebem informaes em

    razo do ofcio tm a mesma garantia. Mas uma proteo mais especfica:

    Art. 53, 6 Os Deputados e Senadores no sero obrigados a testemunhar

    sobre informaes recebidas ou prestadas em razo do exerccio do

    mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam

    informaes. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    Limites aos Poderes da CPI:

    a) Clusula de Reserva de Jurisdio:

    Inviolabilidade de domiclio

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 72

    Art. 5, XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo

    penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito

    ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao

    judicial;

    Interceptao telefnica

    Art. 5, XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes

    telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso,

    por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins

    de investigao criminal ou instruo processual penal; (Vide Lei n 9.296,

    de 1996)

    A interceptao telefnica a ltima forma de investigao, porque entra

    profundamente na intimidade das pessoas.

    Priso

    Art. 5, LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem

    escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos

    casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em

    lei;

    CPI pode decretar priso apenas em flagrante delito.

    Sigilo imposto a processo judicial.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 73

    X - so inviolveis [4] a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem

    das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou

    moral decorrente de sua violao;

    LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a

    defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

    Quando um processo tramita em segredo de justia, a CPI no pode ter

    acesso a esse processo; est protegido pela reserva de jurisdio. Apenas o

    juiz que o decretou pode quebr-lo.

    b) Direitos e garantias profissionais

    Art. 5, LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de

    permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de

    advogado;

    Direito a advogado.

    Tem direito ao silncio se de alguma forma a resposta puder prejudic-la.

    Se uma pessoa vai a uma CPI depor como testemunha, tem direito ao

    silncio quanto aos fatos que possam incrimin-la.

    Art. 5, XIV - assegurado a todos o acesso informao e resguardado o

    sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccio profissional;

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 74

    Direito ao sigilo profissional ou segredo de ofcio.

    CPI possui poderes investigatrios e instrutrios.

    No possui poderes acautelatrios (assegurar a efetividade do provimento

    final). Ex. indisponibilidade de bens, arresto, proibio de ausentar-se do

    pas, arresto, sequestro ou hipoteca judiciria.

    1.1.3 CPI Estadual

    Normas de Observncia obrigatria

    S pode investigar fatos de interesse estadual regional.

    No pode investigar fatos de interesse nacional ou municipal.

    Tem que observar a competncia fiscalizatria da casa a que pertence.

    CPI Estadual no tem competncia para investigar autoridades submetidas

    a foro privilegiado federal. STJ Pet. Ag. Rg. N 1611/RO.

    Pode determinar quebra de sigilo bancrio. Esses poderes tm que estar

    previstos na CE ou no Regimento Interno da Assemblia Legislativa. ACO

    730/RJ.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 75

    Se cometer abuso de poder, a competncia para apreciar o HC ou MS ser

    atribuda ao TJ.

    1.1.4 CPI Municipal

    Votos de alguns ministros do STF: a CPI Municipal pode ser instaurada, em

    razo do princpio da simetria. um dos instrumentos mais importantes de

    fiscalizao do Parlamento; por isso, o PL Municipal deve ter esse

    instrumento tambm.

    Qual a extenso dos poderes desta CPI?

    Tem os mesmos poderes de uma CPI Federal e de uma CPI Estadual?

    Tem poderes de investigao prprios de autoridade judicial?

    O entendimento majoritrio que a CPI municipal no tem poderes de

    investigao prprios de autoridade judicial. Os poderes que ela tem so os

    previstos no regimento interno.

    O que tem de diferente no municpio para que ela no possa exercer tais

    poderes?

    No existe PJ Municipal, por isso a CPI Municipal no tem poderes prprios

    de autoridade judicial. Para o exerccio de tais poderes, a CPI deve

    requisitar ao PJ que os exera.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 76

    RE 96.049/SP Os poderes da CPI devem constar no Regimento Interno. A

    Lei Orgnica do Municpio deve prever a existncia de CPI.

    1.2 Garantias PL Institucionais

    Essas garantias, por serem institucionais, no podem ser renunciadas. A

    funo da garantia no assegurar privilgios, mas independncia e

    imparcialidade necessrias ao ofcio.

    Iniciam com a diplomao.

    Terminam com o fim ou renncia do mandato.

    Min. Carmem Lcia: No existem vereadores suplentes, deputados

    suplentes ou senadores suplentes. O que existe o suplente de vereador,

    deputado ou senador. Como suplente no parlamentar, no tem nenhum

    tipo de garantia. Poder ser parlamentar se o cargo ficar vago, mas, por

    enquanto, suplente.

    O parlamentar afastado tem suas imunidades material e formal suspensas,

    mas continua a ter foro privilegiado por prerrogativa de funo.

    STF Smula 4

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 77

    No perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de

    Estado (cancelada).

    Entendimento anterior CF/88.

    Durante Estado de Defesa e Estado de Stio, estas garantias permanecem.

    Art. 53, 8 As imunidades de Deputados ou Senadores subsistiro durante

    o estado de stio [e estado de defesa], s podendo ser suspensas

    mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos

    praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatveis

    com a execuo da medida.(Includo pela Emenda Constitucional n 35, de

    2001)

    So 3 exigncias para que a suspenso possa ocorrer:

    voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva,

    nos casos de atos praticados fora do recinto do

    Congresso Nacional,

    que sejam incompatveis com a execuo da medida.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 78

    Infraes penais STF

    a) Foro por prerrogativa de funo:

    Art. 53, 1 Os Deputados e Senadores, desde a expedio do diploma,

    sero submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal

    Federal. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    Com o trmino do mandato, os autos s no sero remetidos ao juiz de

    origem ser o julgamento no STF j tiver sido iniciado. Inq. 2295. Os

    inquritos tramitam tambm perante o STF.

    Essas infraes penais comuns abrangem delitos eleitorais, contravenes

    penais, crimes dolosos contra a vida. Esta prerrogativa de foro s vale para

    causas penais. Ao de Improbidade Administrativa no de competncia

    do STF por ato praticado antes da diplomao. Aps a diplomao, o crime

    de responsabilidade, no de improbidade.

    Recl. 2138/DF.

    Se houver conexo, a prerrogativa de foro atrai a competncia para o STF.

    STF Smula 704

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 79

    No viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo

    legal a atrao por continncia ou conexo do processo do co-ru ao foro

    por prerrogativa de funo de um dos denunciados.

    b) Imunidade material / Inviolabilidade

    Freedom of speech

    IMUNIDADE MATERIAL / ABSOLUTA / REAL / SUBSTANTIVA /

    SUBSTANCIAL / INVIOLABILIDADE / INDENIDADE

    Art. 53. Os Deputados e Senadores so inviolveis, [administrativa,

    poltica*,] civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e

    votos. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    *STF

    Penal

    Civil

    Administrativa

    Poltica

    No compatvel com a falta de decoro parlamentar.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 80

    Imunidade material em relao ao aspecto penal: STF causa excludente

    de tipicidade.

    Palavras, votos e opinies 2 situaes diferenciadas pelo STF:

    Proferidas dentro do Parlamento presuno absoluta de que foram proferidas em razo do mandato. Independem de

    nexo causal com a atividade parlamentar. Quando se

    encontra dentro do recinto legislativo, h presuno

    absoluta de que esto ligadas funo. RE Agr 463.671.

    Eventuais abusos devem ser coibidos pela prpria Casa, no

    competncia do STF. Pode perder o cargo uma

    responsabilizao poltica.

    Proferidas fora do Parlamento deve haver conexo com a atividade parlamentar. Provada a conexo, no h justa

    causa para a ao penal.

    STF: A imunidade abrange, tambm, fatos divulgados pela

    imprensa.

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    INTENSIVO II

    Prof. Marcelo Novelino

    Acesse: http://materiaisparaconcursos.blogspot.com/

    Contato: [email protected] 81

    O STF entende que, se as palavras foram proferidas em resposta

    imediata ao Parlamentar, elas tambm estariam protegidas pela imunidade

    material.

    c) Imunidade Formal

    Incoercibilidade impessoal relativa / Freedom from arrest

    STF Smula 245

    A imunidade parlamentar no se estende ao co-ru sem essa prerrogativa.

    No confundir com a Smula 704