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REGIONAIS

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2/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

DIREÇÃO AEP – Associação Empresarial de Portugal

EDIÇÃO AEP Estudos e Estratégia

COORDENAÇÃO Maria de Lurdes Fonseca

EQUIPA TÉCNICA Nuno Torres

Gonçalo Medeiros

Janeiro de 2019

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 3/95

ÍNDICE DE ASSUNTOS

EDITORIAL .................................................................................................................................... 9

SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................................. 11

CAPÍTULO I ................................................................................................................................. 17

Recursos Humanos ........................................................................................................................... 17

1.1 População ................................................................................................................................ 18

1.2 Educação e formação .............................................................................................................. 35

1.3 Mercado de trabalho ............................................................................................................... 38

CAPÍTULO II ................................................................................................................................ 47

Atividade Económica .............................................................................................................. 47

2.1 Dados das contas regionais ..................................................................................................... 48

2.2 Dados das empresas ................................................................................................................ 54

2.3 Comércio internacional de bens.............................................................................................. 61

2.4 Turismo .................................................................................................................................... 71

2.5 Investigação, Desenvolvimento e Inovação ............................................................................ 73

CAPÍTULO III ............................................................................................................................... 89

Qualidade de Vida e Bem-estar ............................................................................................... 89

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4/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: População residente em 2010, 2017 e projeções para 2080 (nº de pessoas) ...................................................... 18

Figura 2: Densidade populacional (habitantes/km2) ......................................................................................................... 19

Figura 3: População por grupo etário (% do total) em 2010, 2017 e 2080 (cenário central) ............................................... 19

Figura 4: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório de Portugal ........................................................................ 21

Figura 5: Gráf. Esq. [Taxas de crescimento natural, de natalidade e mortalidade para Portugal]; Gráf. Dir. [Saldo

migratório, imigrantes e emigrantes de Portugal] ............................................................................................................ 21

Figura 6: Taxa de crescimento migratório vs. Taxa de crescimento natural ...................................................................... 22

Figura 7: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da região Norte .................................................................. 23

Figura 8: Gráf. Esq. [Taxas de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Norte]; Gráf. Dir. [Saldo migratório do

Norte] .............................................................................................................................................................................. 23

Figura 9: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da região Centro ................................................................. 24

Figura 10: Gráf. Esq. [Taxas de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Centro]; Gráf. Dir. [Saldo migratório

do Centro] ....................................................................................................................................................................... 25

Figura 11: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da A.M Lisboa................................................................... 25

Figura 12: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade na A.M. Lisboa]; Gráf. Dir. [Saldo

migratório da A.M. Lisboa] .............................................................................................................................................. 26

Figura 13: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório do Alentejo ...................................................................... 27

Figura 14: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Alentejo]; Gráf. Dir. [Saldo migratório

do Alentejo ] .................................................................................................................................................................... 27

Figura 15: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório do Algarve ........................................................................ 28

Figura 16: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Algarve]; Gráf. Dir. [Saldo migratório

do Algarve] ...................................................................................................................................................................... 28

Figura 17: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da R. A. Açores ................................................................. 29

Figura 18: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade na R. A. Açores; Gráf. Dir. [Saldo

migratório da R. A. Açores] .............................................................................................................................................. 29

Figura 19: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da R. A. Madeira ............................................................... 30

Figura 20: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade na R. A. Madeira]; Gráf. Dir. [Saldo

migratório da R. A. Madeira] ........................................................................................................................................... 30

Figura 21: Índice de envelhecimento (idosos por 100 jovens) ........................................................................................... 31

Figura 22: Índice sintético de fecundidade (filhos por mulher em idade fértil) ................................................................. 32

Figura 23: Índice de envelhecimento vs. Índice sintético de fecundidade ......................................................................... 33

Figura 24: Índice de renovação da população em idade ativa (nº de pessoas com 20-29 anos por 100 pessoas com 55-64

anos) ............................................................................................................................................................................... 34

Figura 25: Taxa de abandono precoce de educação e formação, 18-24 anos (%) .............................................................. 37

Figura 26: Diplomados com ensino superior ou equivalente, 30-34 anos (%) .................................................................... 37

Figura 27: Peso dos inativos e dos desempregados no total da população residente com 15 e mais anos com ensino

superior ou com, pelo menos, ensino secundário (%) ....................................................................................................... 42

Figura 28: Peso das regiões no PIB (%) ............................................................................................................................. 48

Figura 29: Peso de cada setor no emprego da região ........................................................................................................ 50

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Figura 30: Peso da região no emprego total e por setor ................................................................................................... 50

Figura 31: Peso de cada setor no VAB da região ............................................................................................................... 51

Figura 32: Peso da região no VAB total e por setor ........................................................................................................... 51

Figura 33: Peso do VAB vs. Peso do emprego no setor secundário nas NUTS III ................................................................ 52

Figura 34: Peso do VAB vs. Peso do emprego no setor terciário nas NUTS III .................................................................... 52

Figura 35: Estrutura do número de empresas por escalão de pessoal ao serviço em Portugal e nas regiões NUTS II ......... 54

Figura 36: Estrutura do pessoal ao serviço por escalão em Portugal e nas regiões NUTS II................................................ 55

Figura 37: Estrutura do VAB por escalão de pessoal ao serviço em Portugal e nas regiões NUTS II ................................... 55

Figura 38: Estrutura regional do número de empresas: total e por escalão de pessoal ao serviço ..................................... 56

Figura 39: Estrutura regional do pessoal ao serviço: total e por escalão ........................................................................... 56

Figura 40: Estrutura regional do VAB: total e por escalão de pessoal ao serviço ............................................................... 57

Figura 41: Pressão financeira acima de 100% vs. peso de devedores com crédito vencido................................................ 59

Figura 42: Grau de abertura (peso das exportações mais importações de bens no PIB, %) ............................................... 61

Figura 43: Intensidade exportadora de bens (peso das exportações no PIB, %) ................................................................ 62

Figura 44: Regressão entre Intensidade exportadora e Peso do VAB setor secundário, NUTS II (%) .................................. 62

Figura 45: Regressão entre Intensidade exportadora de bens e Peso do VAB setor secundário, NUTS III ................................. 63

Figura 46: Intensidade exportadora de bens em diagrama de extremos e quartis (%) ...................................................... 64

Figura 47: Crescimento médio anual das exportações entre 2011 e 2017 (%) ................................................................... 64

Figura 48: Peso das regiões nas exportações de bens (exclui Extra-Regio) ........................................................................ 65

Figura 49: Crescimento médio anual das importações entre 2011 e 2017 (%) ................................................................... 66

Figura 50: Peso das regiões nas importações de bens (exclui Extra-Regio) ........................................................................ 67

Figura 51: Peso das exportações de bens de alta tecnologia (%) ....................................................................................... 70

Figura 52: Evolução do peso dos hóspedes estrangeiros vs. Sazonalidade das dormidas .................................................. 72

Figura 53: Peso da despesa em I&D no PIB (%) ................................................................................................................. 73

Figura 54: Repartição da despesa total em I&D por setor de execução em 2016 .............................................................. 74

Figura 55: Despesa média em I&D por unidade (milhares €) ............................................................................................ 75

Figura 56: Mapa da UE no Regional Competitiveness Index 2016 (média UE = 0) .............................................................. 76

Figura 57: Mapas da UE para as três dimensões do RCI 2016 (média UE = 0) .................................................................... 77

Figura 58: Resultados das regiões de Portugal nas várias dimensões e pilares do RCI 2016 .............................................. 78

Figura 59: Mapa da UE no PIB per capita em paridade de poderes de compra (UE=100) .................................................. 79

Figura 60: Correlação entre o RCI 2016 e o PIB per capita em paridade de poderes de compra nas regiões da UE (média

2012-14) classificadas em estágios de desenvolvimento .................................................................................................. 80

Figura 61: Gráficos radar dos pilares do RCI 2016 para as 263 regiões da UE .................................................................... 81

Figura 62: Mapa das regiões da UE por grupos de desempenho no RIS 2017 .................................................................... 82

Figura 63: Indicadores do RIS 2017 face à média da UE – Norte, Centro e A.M Lisboa ...................................................... 84

Figura 64: Indicadores do RIS 2017 face à média da UE – Alentejo ................................................................................... 85

Figura 65: Indicadores do RIS 2017 face à média da UE – Algarve e regiões autónomas ................................................... 85

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6/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 66: Regional Innovation Index (UE = 100) .............................................................................................................. 87

Figura 67: PIB per capita em PPC em Portugal e NUTS II (UE=100) .................................................................................... 90

Figura 68: PIB per capita em PPC nas NUTS II (PT=100)..................................................................................................... 91

Figura 69: Regressão entre crescimento real do PIB e intensidade exportadora nas regiões NUTS III ............................... 92

Figura 70: PIB per capita em PPC das regiões NUTS III em 2017 vs. 2000 .......................................................................... 92

Figura 71: Indicador per capita de poder de compra nos municípios portugueses em diagrama de extremos e quartis .... 93

Figura 72: Indicador per capita de poder de compra nos municípios das NUTS II em diagrama de extremos e quartis ...... 94

Figura 73: Percentagem de Poder de Compra nos municípios das NUTS II em diagrama de extremos e quartis ................ 94

Figura 74: Fator Dinamismo Relativo nos municípios das NUTS II em diagrama de extremos e quartis ............................. 95

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Indicadores de educação e formação por NUTS II .............................................................................................. 35

Tabela 2: População com 15 anos e mais anos, ativa e inativa, e taxa de atividade por NUTS II ........................................ 38

Tabela 3: População empregada e desempregada por NUTS II ......................................................................................... 39

Tabela 4: População inativa, desempregada e empregada por nível de escolaridade nas NUTS II ..................................... 40

Tabela 5: População inativa, desempregada e empregada por grupo etário nas NUTS II .................................................. 43

Tabela 6: População inativa por categoria de situação perante o trabalho nas NUTS II .................................................... 44

Tabela 7: População inativa disponível mas que não procura emprego nas NUTS II ......................................................... 45

Tabela 8: Taxa de desemprego (%) nas NUTS II ................................................................................................................ 46

Tabela 9: PIB a preços correntes (M€) .............................................................................................................................. 48

Tabela 10: Taxa de variação do PIB em volume (%) .......................................................................................................... 49

Tabela 11: Produtividade aparente do trabalho por NUTS II (VAB por empregado; Portugal=100) ................................... 49

Tabela 12: Taxa de Investimento (peso da FBCF no PIB) ................................................................................................... 53

Tabela 13: Rendibilidade dos capitais próprios (resultado líquido/capitais próprios, valores médios) .............................. 57

Tabela 14: Rendibilidade dos capitais próprios em 2016: média ponderada e quartis ...................................................... 58

Tabela 15: Autonomia financeira (Capitais próprios/ativo) em 2016, média ponderada e quartis .................................... 58

Tabela 16: Pressão financeira em 2016 (Peso dos juros suportados no EBITDA) ............................................................... 59

Tabela 17: Rácio de crédito vencido e peso dos devedores com crédito vencido, final de 2017 ........................................ 59

Tabela 18: Repartição do crédito às empresas por região................................................................................................. 60

Tabela 19: Exportações de bens (M€) ............................................................................................................................... 65

Tabela 20: Importações de bens (M€) .............................................................................................................................. 66

Tabela 21: Saldo Comercial de bens (M€) ......................................................................................................................... 68

Tabela 22: Taxa de cobertura - Balança de bens ............................................................................................................... 68

Tabela 23: Proporção de exportações de bens em determinados mercados (%) ............................................................... 69

Tabela 24: Proporção de importações de bens (%) ........................................................................................................... 69

Tabela 25: Indicadores globais de oferta turística ............................................................................................................ 71

Tabela 26: Indicadores globais de procura turística .......................................................................................................... 71

Tabela 27: Indicadores de procura turística de estrangeiros ............................................................................................. 72

Tabela 28: Repartição da despesa em I&D por setor de execução (milhares €) ................................................................. 74

Tabela 29: Recursos humanos no setor de I&D ................................................................................................................ 75

Tabela 30: Dimensões e pilares do RCI 2016 ..................................................................................................................... 77

Tabela 31: Categorias e indicadores usados no RIS 2017 .................................................................................................. 84

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 9/95

EDITORIAL

Em 2017, a AEP produziu um documento, intitulado “Dinâmicas Socioeconómicas”, que pretendeu dar um

contributo no sentido de uma melhor compreensão da posição, absoluta e relativa, da situação económica e

social do nosso País. Esse documento tem presente um conjunto de diferentes matérias relacionadas, direta ou

indiretamente, com a dinâmica da atividade empresarial.

Apesar da dimensão relativamente pequena de Portugal, a análise do País como um todo não estaria completa

sem uma apreensão das suas caraterísticas mais finas, isto é, em termos regionalizados.

Este documento tem precisamente tal propósito. Ao reunir num único espaço um manancial de informação

socioeconómica regionalizada, acompanhada da respetiva análise, este “Dinâmicas Socioeconómicas Regionais”

permite evidenciar de forma muito objetiva as diferentes especificidades regionais. Permite, igualmente, realçar

a persistência de fortes assimetrias dentro de portas, que uma análise ao nível do País como um todo não

consegue captar.

Apesar das limitações estatísticas, quando se está a trabalhar com informação desagregada regionalmente – nem

sempre a mais atualizada e, por vezes, com quebras de série, em resultado de alterações metodológicas, como

foi o caso da reorganização das NUTS III –, creio que, ainda assim, se conseguiu retratar a evolução estrutural das

diferentes regiões portuguesas, desde o início da presente década.

Creio, também, que o destaque das posições relativas das regiões face ao comportamento médio do País, não

sendo um resultado totalmente desconhecido, deve merecer uma atenção e reflexão por parte dos agentes

socioeconómicos, fundamentalmente por quem tem responsabilidade na tomada de decisões.

A AEP, enquanto associação empresarial de âmbito nacional e multissetorial, tem naturalmente uma visão e

preocupação pelo nível de desenvolvimento do País. Contudo, a dinâmica do País como um todo resulta, como

não poderia deixar de ser, das dinâmicas das suas regiões. A análise elaborada torna muito evidente a imperiosa

necessidade de uma atuação atempada das políticas públicas em prol da eliminação das assimetrias inter e

intrarregionais.

No âmbito do processo de internacionalização crescente da economia portuguesa, a AEP, que enquanto Câmara

de Comércio e Indústria exerce as suas atribuições na área territorial correspondente à região do Norte, não

pode deixar de manifestar a enorme preocupação pelo posicionamento relativo desta região no contexto

nacional, que em alguns aspetos tenderá a agravar-se, se nada for feito. Não podemos nem devemos consentir

que a região Norte – com maior peso no emprego, com maior especialização industrial, com maior intensidade

exportadora e a que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial – permaneça com um conjunto de

fragilidades estruturais que a impede de atingir níveis de desenvolvimento económico compatíveis com o seu

elevado potencial e de contribuir de forma ainda mais cabal para o crescimento sustentável do País.

Realçado o diagnóstico e perspetivadas as tendências, é momento de se passar à ação!

Termino com um agradecimento especial à empresa Norprint pela pronta disponibilidade em apoiar a impressão

deste documento, que complementa a sua versão em formato digital.

Paulo Nunes de Almeida

Presidente

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 11/95

SUMÁRIO EXECUTIVO

Na presente década, a população residente em Portugal tem vindo a diminuir de forma contínua, com

as projeções a apontarem para um agravamento desta tendência. No ano passado éramos cerca de

10,3 milhões, mas estima-se que em 2080 seremos pouco mais de 7,7 milhões.

Com exceção da A.M. Lisboa, as restantes regiões portuguesas viram a sua população diminuir, sendo

as perspetivas de queda até 2080 generalizadas, mas particularmente gravosas no Norte, que perderá

para a A.M. Lisboa o estatuto de região mais populosa do País.

Nas dinâmicas populacionais, a redução do peso da população jovem continuará a ser acompanhado

pelo reforço da população idosa, tendências que são transversais a todas as regiões.

As projeções apontam que o Norte e o Centro serão as regiões com maior peso da população idosa e

menor peso da população jovem e em idade ativa. O Norte será, ainda, a região com a população mais

envelhecida, com cerca de quatro idosos por jovem.

Esta evolução tem sérias implicações no mercado de trabalho. O Índice de renovação da população

em idade ativa mostra que, desde o início da presente década, a proporção dos que estão a iniciar a

sua participação no mercado de trabalho deixou de compensar os que potencialmente estão próximos

de sair. A queda deste índice foi generalizada e significativa para todas as regiões NUT II. Trata-se de

uma situação preocupante e desafiante para as empresas e para o próprio sistema de Segurança Social,

pois significa que os recursos humanos serão cada vez mais escassos e mais idosos, o que exigirá

adaptações e políticas estruturais adequadas para tentar inverter esta situação. Em particular,

medidas que estimulem a retenção dos nossos jovens qualificados e permitam atrair os que saíram do

País, sobretudo numa altura em que o tecido empresarial português enfrenta necessidades acrescidas

de mão-de-obra e a taxa de desemprego se aproxima da taxa de desemprego natural.

Em termos de indicadores do mercado de trabalho, além da queda do desemprego, que abrangeu

todas as regiões no período em análise, destaca-se a subida do emprego – em particular na A.M Lisboa,

a região que mais aumentou o seu peso neste indicador –, que apenas não ocorreu no Norte, Centro

e Alentejo.

Outros indicadores permitem atestar uma melhoria qualitativa no mercado de trabalho, como é o caso

do reforço do peso dos trabalhadores mais qualificados, que atravessou as várias regiões, embora em

2017 as assimetrias fossem ainda acentuadas, apenas com a A.M. Lisboa acima da média nacional no

peso dos trabalhadores com ensino superior, a larga distância das demais regiões, situação repetida,

ainda que com menores assimetrias, ao nível do ensino secundário e pós-secundário. O peso da

população empregada com um nível de ensino básico ou inferior, apesar da redução, mantém-se

muito elevado, superior a 50%, exceto na A.M. Lisboa e Algarve, revelando uma situação preocupante

e penalizadora da produtividade e competitividade regional e nacional. Por outro lado, atendendo às

frequentes queixas dos empresários quanto à falta de mão-de-obra qualificada, é de sublinhar o

significativo desaproveitamento de recursos humanos qualificados em Portugal, sendo significativa a

proporção de inativos e desempregados com formação superior, que deve ser contrariada. Os vários

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12/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

indicadores mostram ainda dificuldades específicas de integração no mercado de trabalho que

poderão exigir uma maior diferenciação das políticas ativas de emprego a nível regional.

De um modo geral, os indicadores ao nível da Educação e Formação atestam a melhoria do País e das

várias regiões, embora com alguma dispersão e quase sempre com a A.M. Lisboa a evidenciar uma

melhor situação relativa de forma destacada do resto das regiões (destaca-se, como exceção, a

percentagem de diplomados em Ciência e Tecnologia, com Norte, Centro e Algarve à frente). De

sublinhar, ainda, a persistência de um significativo “desperdício” de potencial humano e económico,

traduzido, entre outros indicadores, na proporção de jovens que não estudam nem trabalham e na

taxa de abandono precoce de educação/formação, apesar das melhorias observadas desde 2011.

Ao nível da evolução da atividade económica, após a contração observada no País e nas regiões entre

os anos de 2011 e 2013, na sequência do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, seguiu-

se um período de recuperação generalizada.

Por setores, é nítido o já conhecido processo de terciarização da economia portuguesa, que se estende

às diferentes regiões, materializado na perda do peso do setor primário e secundário a favor do setor

terciário (quer em termos de VAB, quer de emprego).

De realçar a importância relativa do Norte – a segunda posição em termos do VAB e a primeira no

emprego total. Por setores, o Norte representa de longe o mais alto valor do emprego na indústria –

praticamente metade do emprego global neste setor. O Norte e Centro apresentam o maior peso do

emprego no setor primário e a A.M Lisboa no setor terciário.

É notória a persistência de problemas de baixa produtividade do trabalho, sobretudo nas regiões

Norte e Centro, que mantêm uma distância abaixo da média nacional (já de si aquém da média

europeia) que ultrapassa os 10 pontos percentuais (p.p.), em ambos os casos.

Quanto à taxa de investimento (peso do investimento, medido pela FBCF, no PIB), registou-se uma

descida generalizada, apenas com a região Norte a superar a média nacional, que se encontra num

nível historicamente baixo.

Os dados das empresas permitem confirmar, mais uma vez, que o tecido empresarial nacional é

constituído na sua esmagadora maioria por microempresas, sendo a percentagem de grandes

empresas bastante diminuta, o que acontece para todas as regiões portuguesas. Contudo, o segmento

das empresas de menor dimensão assume uma menor importância relativa noutras variáveis, como o

pessoal ao serviço e o VAB. Por regiões, no Norte intensifica-se a predominância relativa dos

segmentos das empresas de menor dimensão (quer micro, quer pequenas).

Desde o início do Programa de Assistência Financeira a Portugal tem-se registado uma recuperação da

situação financeira das empresas, nas várias regiões portuguesas, que é visível em diversos

indicadores. Contudo permanecem algumas fragilidades estruturais, nomeadamente ao nível dos

rácios de capitais próprios face ao total do ativo (autonomia financeira), que assumem valores

negativos no 1º quartil de empresas, particularmente na R.A. Madeira, Algarve e A.M. Lisboa, que

assim apresentam as empresas mais endividadas face ao ativo. Acrescem outros fatores de risco

financeiro, assinalados pelos valores significativos de pressão financeira (peso dos juros suportados

no EBITDA) e peso dos devedores com crédito vencido, também generalizados a todas as regiões

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 13/95

portuguesas, mas com particular incidência na R.A. Madeira, na A.M. Lisboa e no Algarve,

precisamente as regiões com empresas mais endividadas, maior especialização no setor terciário e

baixa vocação exportadora de bens.

No comércio internacional de bens, Portugal registou ao longo da última década uma subida

significativa na intensidade exportadora, com subidas bastante significativas no Norte e Centro, que

ocuparam os lugares cimeiros neste indicador, e mais modestas no Alentejo, na R.A. Madeira e na A.M.

Lisboa – apesar de aí se localizar a Autoeuropa, uma das empresas que mais exporta em Portugal –,

que contrariaram a queda ligeira na R.A. Açores.

Em virtude da forte correlação existente entre a vocação industrial das regiões (medida pelo peso no

VAB nacional do setor secundário) e a sua intensidade exportadora de bens, a região Norte, que mais

se destaca nestes indicadores, assume um papel muito relevante na trajetória de crescimento

económico sustentável do País, constituindo uma verdadeira força motriz do processo de

internacionalização da economia portuguesa, que urge intensificar. De facto, apesar da subida da

intensidade exportadora total para máximos históricos, Portugal está ainda aquém da meta e dos

elevados valores evidenciados por países europeus de dimensão semelhante.

Refletindo o crescimento das exportações de bens acima da média nacional entre 2011 e 2017, o Norte

aumentou o peso nesta variável de 37% para 40%, em contraste com a queda de 33% para 29% na A.M

Lisboa (embora dados recentes, entre janeiro e novembro de 2018, mostrem uma ligeira recuperação),

tendo-se registando uma relativa estabilização dos pesos nas demais regiões NUTS II. Ainda de notar

o aumento do peso das exportações de alta tecnologia, denotando um upgrade no perfil de

especialização do tecido produtivo e uma modernização do mesmo, com particular incidência no Norte

– o que é de realçar, sendo a região mais exportadora do País – e na A.M. Lisboa.

Com as exportações a crescerem mais do que as importações, tanto em variação relativa como

absoluta, o saldo nacional da balança de bens melhorou significativamente entre 2011 e 2017, apesar

de alguma deterioração após 2015, e a taxa de cobertura subiu para 79% (com um máximo de 82% em

2015), valor que desceu ligeiramente nos dados de janeiro a novembro de 2018 (78%).

A melhoria das contas externas, incluindo na balança de bens, foi uma das marcas mais visíveis da

aplicação do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro. Numa perspetiva regional, o Norte é

a região que mais contribui para a redução do défice comercial de bens do País. Entre 2011 e 2017, o

excedente comercial desta região subiu de 3,2 mil milhões de euros para 5,6 mil milhões, de longe o

maior saldo positivo a nível nacional, contrapondo com os défices de cerca de 18,4 mil milhões de

euros da A.M. Lisboa e de perto de 14,5 mil milhões de euros a nível nacional. Nos primeiros onze

meses de 2018, o saldo negativo da balança comercial de bens foi de 15,5 mil milhões de euros, muito

influenciado pelo défice registado na A.M. Lisboa (-18,9 mil milhões de euros), que contrasta com os

excedentes de 5,2 mil milhões de euros na região Norte, de 1,4 mil milhões de euros no Centro e de

824 milhões de euros no Alentejo, considerando apenas as regiões com valores mais significativos.

Outra caraterística estrutural do comércio internacional é sua forte concentração nos mercados de

destino e origem das exportações e importações, respetivamente. Nos últimos anos, apesar da

diversificação em ambos os fluxos, o País e as suas diferentes regiões mantêm uma concentração

significativa no mercado comunitário e, sobretudo, num número reduzido de mercados, com particular

destaque para o mercado espanhol.

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14/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

A informação relativa ao setor do turismo revela um bom desempenho nos indicadores de oferta e de

procura, incluindo um forte aumento dos proveitos desta atividade. Na procura turística é de sublinhar

o aumento da proporção de hóspedes estrangeiros, sobretudo nas regiões Norte e Centro,

demonstrando também a este nível o elevado contributo destas duas regiões para o aumento da

intensidade exportadora do País (neste caso via acréscimo das exportações de serviços). De destacar

ainda a capacidade da maioria das regiões em reduzir o peso das dormidas entre julho e setembro,

atenuando a sazonalidade da atividade turística.

No ponto referente à Investigação, Desenvolvimento e Inovação, é notório que o nosso País e as suas

diferentes regiões têm ainda um longo caminho a percorrer para recuperar o atraso no seio da UE. De

sublinhar o papel relevante das empresas – o principal setor executor neste tipo de despesa, quer no

cômputo do País, quer das diferentes regiões, com exceção das duas Regiões Autónomas e do Algarve,

onde as Instituições de Ensino Superior surgem como o principal setor executor.

Nos indicadores de inovação e de competitividade regional da Comissão Europeia (que estão

fortemente correlacionados) é bem visível o insuficiente grau de desenvolvimento das regiões

portuguesas, nas várias dimensões e pilares considerados.

De acordo com o Regional Competitiveness Index 2016 (RCI 2016), publicado em fevereiro de 2017

pela Comissão Europeia, que estabelece um ranking das 263 regiões NUTS II da União Europeia, a

posição das regiões portuguesas é claramente desfavorável, com a A.M. Lisboa a ocupar a 139ª

posição, seguindo-se a região Centro (191ª), o Algarve (201ª), o Norte (203ª), o Alentejo (211ª), a R.A.

Madeira (223ª) e, em última posição, a R.A. Açores (234ª).

Também o Regional Innovation Scoreboard 2017 (RIS 2017) da Comissão Europeia – que acompanha

o European Innovation Scoreboard (EIS) - apresenta uma avaliação comparativa do desempenho das

regiões europeias em matéria de sistemas de inovação, seguindo a mesma classificação de grupos de

desempenho de inovação dos países – neste caso aplicada às regiões –, que inclui quatro categorias:

Líderes da Inovação, Fortes Inovadores, Inovadores Moderados e Inovadores Modestos. Os grupos de

desempenho são ainda divididos num terço superior (regiões assinaladas com «+»), num terço médio

e num terço inferior (assinalado com «-»).

Portugal, considerado “Inovador Moderado” (no EIS), tem três regiões com a classificação “Inovador

Moderado +” (Norte, Centro e Lisboa), uma região classificada como “Inovador Moderado” (Alentejo)

e as restantes três regiões pertencentes ao subgrupo “Inovador Moderado -”.

Tal como acontece para o conjunto do País, também cada região apresenta desempenhos relativos muito

diversos para as várias dimensões, mas conseguindo-se apontar um certo padrão. É bem visível que o

atraso relativo no desempenho da inovação não radica nas condições de enquadramento (dimensão

framework conditions), em que Portugal já pontua relativamente bem no contexto europeu – embora

com origem nas três regiões mais inovadoras (A.M. Lisboa, Norte e Centro), com maior peso, estando as

demais abaixo da UE –, mas sim nas dimensões Innovation Activities e Impacts, mais a jusante,

potencialmente mais relevantes pela proximidade dos efeitos sobre a economia. Contudo, os dados

sugerem que a razão desse atraso nas dimensões mais a jusante radica, em boa medida, na dimensão

intermédia Investments, com Portugal a situar-se acima da média da UE na tipologia de despesas de

inovação não I&D em todas as regiões, mas claramente abaixo dos padrões europeus na I&D empresarial

mesmo nas três regiões nacionais mais inovadoras referidas. Essas diferentes apostas no investimento

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 15/95

em inovação de Portugal e das suas regiões face aos padrões médios europeus refletem-se depois nos

fracos resultados em termos de atividades de inovação (com as regiões nacionais a pontuarem acima da

média apenas na inovação ao nível da empresa e utilização de marcas) e impactos da inovação

(globalmente maus, sobretudo nas patentes).

Os dados do Regional Innovation Index, que procura sumarizar o desempenho de inovação, mostram

que, entre 2011 e 2017, apenas a região Norte foi capaz de melhorar o seu posicionamento de

inovação no contexto europeu e, mesmo assim, de forma muito ligeira, enquanto todas as restantes

regiões viram as suas classificações relativas diminuir.

Finalmente, no último capítulo, relativo ao bem-estar e qualidade de vida, aferido – ainda que de forma

imperfeita – pelo PIB per capita, os dados mostram que Portugal e a grande maioria das suas regiões

(exceto o Algarve) empobreceram desde o início da presente década face ao nível de vida médio

europeu, resultado influenciado em grande medida pela aplicação do Programa de Ajustamento.

Apesar de tudo, com exceção da R.A. Açores, todas as regiões convergiram para a média da UE desde

2013 (passada a fase mais recessiva desse Programa, do qual Portugal saiu com sucesso em 2014) até

2016, mas em 2017 voltou a registar-se um afastamento. A A.M de Lisboa perdeu praticamente a

vantagem que tinha face à UE, situando-se já pouco acima da média em 2017.

A nível interno assistiu-se a uma aproximação do PIB per capita na maioria das NUTS II face ao valor

médio do País, mas continuam a persistir fortes assimetrias. A A.M. Lisboa e o Algarve são as únicas

regiões a apresentar valores acima da média nacional para este indicador. Apesar da evolução positiva,

o Norte e Centro permanecem na última e penúltima posição, respetivamente, denunciando um pior

desenvolvimento económico relativo face ao País como um todo.

As assimetrias acentuam-se quando se entra no detalhe da informação a nível municipal, com a capital

sempre muito acima dos restantes 307 municípios.

Verificou-se ainda que o crescimento económico das regiões desde o início da década está associado

ao seu grau de intensidade exportadora, tendo sido as sub-regiões com valores mais elevados neste

indicador que exprimiram um melhor desempenho económico, avaliado pela variação real do PIB. Esta

constatação merece uma reflexão e orientação das políticas públicas em prol do apoio ao

desenvolvimento económico dessas sub-regiões, debelando os principais constrangimentos que

limitam o seu enorme potencial e contributo para o desenvolvimento económico de Portugal.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 17/95

CAPÍTULO I

Recursos Humanos

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18/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

1.1 População

Após dezoito anos seguidos em crescimento, até um máximo de cerca de 10,6 milhões de pessoas em

2010, a população residente em Portugal tem vindo a recuar desde então, tendo atingido cerca de

10,3 milhões em 2017, uma contração de 2,7% face ao máximo, ainda que o ritmo de queda anual

tenha vindo a atenuar-se (para -0,18% em 2017).

A juntar a isto, as projeções apontam para que a população em Portugal se reduza para apenas pouco

mais de 7,7 milhões em 2080, uma descida de cerca de um quarto (24,8%) face a 2017 e de 26,8% face

a 2010 (de acordo com o INE, cenário central).

Figura 1: População residente em 2010, 2017 e projeções para 2080 (nº de pessoas)

Fonte: INE.

Por regiões NUTS II, a Área Metropolitana de Lisboa (A.M. Lisboa) foi a única a registar um aumento

de população entre 2010 e 2017, ainda que pequeno (+0,4%), tendo as maiores quedas ocorrido no

Alentejo (-6,2%), no Centro (-4,3%), na Região Autónoma da Madeira (-5,1%) e no Norte (-3,2%).

As perspetivas de perda de população até 2080, considerando o cenário central, estendem-se a todas

as regiões, sendo mais gravosas no Norte (-41,9%), na R. A. Madeira (-34,9%), no Alentejo (-30,6%) e

no Centro (-29,8%), todas com quedas acima da média nacional (-24,8%). A região Norte, atualmente

a mais populosa do País, será mesmo ultrapassada em 2080 pela A.M Lisboa (2,1 e 2,5 milhões de

pessoas, face a valores de 3,6 e 2,8 milhões em 2017, respetivamente), onde a queda será menor.

No gráfico seguinte apresenta-se a evolução da densidade populacional, que reflete, pelo menos em

parte, fenómenos de desertificação.

10 572 721

10 291 027

3 576 205

2 231 3462 833 679

711 950439 617

243 862 254 368

7 734 557

0

2 000 000

4 000 000

6 000 000

8 000 000

10 000 000

12 000 000

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2010 2017 2080 (Cenário Central)

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 19/95

Figura 2: Densidade populacional (habitantes/km2)

Fonte: INE.

Figura 3: População por grupo etário (% do total) em 2010, 2017 e 2080 (cenário central)

Fonte: INE.

Outro fator de preocupação nas dinâmicas populacionais do País é a redução do peso da população

jovem, isto é, com menos de 15 anos – de 15,1% em 2010 para 13,8% em 2017, com perspetiva de

11,9% em 2080 no cenário central do INE – e da população em idade ativa, de 15 a 64 anos – queda

de 66,2% para 64,7% entre 2010 e 2017, com projeção de 51,4% em 2080.

Em contraponto, o peso da população idosa, com 65 e mais anos, aumentou de 18,7% em 2010 para

21,5% em 2017, perspetivando-se uma subida até 36,7% em 2080.

115

174

83

940

24

90 106

335

112

168

79

940

23

88 105

317

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1 000

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2010 2017

15

,1

13

,8

11

,9

66

,2

64

,7

51

,4

18

,7

21

,5

36

,7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2010 2017 2080 2010 2017 2080 2010 2017 2080 2010 2017 2080 2010 2017 2080 2010 2017 2080 2010 2017 2080 2010 2017 2080

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

0-14 15-64 ≥65

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20/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Esta situação corresponde à chamada inversão da pirâmide etária, com um estreitamento da base (os

mais jovens) e um alargamento do topo (os mais idosos).

Essas tendências são transversais à maioria das regiões, destacando-se como exceções o aumento do

peso da população jovem na A.M. Lisboa entre 2010 e 2017 (+0,2 p.p., para 15,9%) e da população em

idade ativa nas regiões autónomas, no mesmo período (+1,0 p.p. nos Açores, para 69,9%, e +0,8 p.p.

na Madeira, para 69,7%).

Até 2080, contudo, todas as regiões enfrentam a perspetiva de perda de peso da população jovem e

em idade ativa em favor da população idosa, embora com graus de intensidade diferentes. Nesse ano,

as regiões Norte e Centro passarão a ser as regiões com maior peso da população idosa, com valores

de 41,6% e 39,0% no cenário central do INE, respetivamente – ultrapassando o Alentejo que, em 2017,

tinha o peso mais elevado (25,2%) –, registando ao mesmo tempo os pesos mais baixos de população

jovem (10,5% e 11,0%) e em idade ativa (47,9% e 49,9%), precisamente as regiões com maior peso da

atividade industrial e contributo positivo para a balança comercial de bens.

Para perceber melhor estes fenómenos, é importante analisar os fatores explicativos da evolução da

população nos anos mais recentes.

A queda da população residente em Portugal entre 2010 e 2017 resultou de taxas de crescimento

natural negativas em todos os anos, agravadas por taxas de crescimento migratório também

negativas até 2016, a que não foi alheia a aplicação do Programa de ajustamento.

Em 2017, a taxa de crescimento migratório foi já positiva (0,05%, traduzindo-se num saldo natural

positivo de 5 mil pessoas, em resultado da retoma da imigração, para 37 mil pessoas nesse ano, e da

redução da emigração, para 32 mil), num contexto de melhoria da atividade económica e do mercado

de trabalho, mas foi insuficiente para contrariar a taxa de crescimento natural negativa de (que se

manteve em -0,23%), ajudando, ainda assim, a reduzir o ritmo de queda da população residente (para

-0,18%, após -0,31% em 2016).

Ao nível da taxa de crescimento natural, a boa notícia é a retoma ligeira da taxa de natalidade a partir

de 2015, certamente também associada a um contexto económico mais favorável, embora

acompanhada por uma subida também ligeira da taxa de mortalidade em 2015 e 2016.

A AEP entende que, para tentar contrariar as tendências demográficas adversas, em particular a perda

de população jovem e em idade ativa, com forte impacto na vida das empresas, é crucial criar

condições para a retenção dos jovens qualificados no País, nomeadamente ao nível do mercado de

trabalho, assim como medidas de forte impacto no estímulo forte à natalidade, e há exemplos de

países que tiveram resultados com políticas efetivas, como a França.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 21/95

Figura 4: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório de Portugal

Fonte: INE.

Figura 5: Gráf. Esq. [Taxas de crescimento natural, de natalidade e mortalidade para Portugal];

Gráf. Dir. [Saldo migratório, imigrantes e emigrantes de Portugal]

Fonte: INE.

Não se pode esquecer também o papel importante que pode desempenhar a captação de estrangeiros

qualificados para o País, em particular os mais jovens.

Para além das medidas específicas que podem ajudar a decidir que emigrantes e imigrantes optem

pela estadia em Portugal, muito importantes são as políticas estruturantes aos mais diversos níveis

que tornem o nosso País cada vez mais atrativo para viver, trabalhar e investir.

-0,06

-0,17

-0,23 -0,22 -0,22 -0,23 -0,23-0,23

-0,36 -0,35

-0,29

-0,10 -0,08

0,05

-0,29

-0,52-0,57

-0,50

-0,32 -0,31

-0,18

-0,70

-0,60

-0,50

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

0,10

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

2015

18 20

30 3037

44

52 5450

40 3832

-24,3

-37,4 -36,2-30,1

-10,5 -8,3

4,9

-60

-40

-20

0

20

40

60

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Imigrantes

Emigrantes

Saldo migratório

0,920,85

0,79 0,790,83 0,84 0,84

-0,06

-0,17-0,23 -0,22 -0,22 -0,23 -0,23

0,971,02 1,02 1,01

1,05 1,07 1,06

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

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22/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

O retorno de emigrantes e a atração de imigrantes qualificados é ainda mais premente numa altura

em que o tecido empresarial português enfrenta necessidades acrescidas de mão-de-obra, para fazer

face ao crescimento da atividade económica, numa altura em que nos estaremos rapidamente a

aproximar da taxa de desemprego natural, que traduz o valor mais baixo que pode ser alcançado sem

gerar pressões inflacionistas.

Refira-se que o cenário central das projeções do INE aponta para um saldo migratório positivo de 12,4

mil pessoas em 2080, pouco significativo no total da população (0,2% da população prevista em 2080

no mesmo cenário central), havendo por isso uma margem elevada para a atração e retenção de

população jovem e qualificada no nosso País caso sejam adotadas políticas adequadas para o efeito.

As políticas de apoio à demografia deverão ainda atender às diferenças assinaláveis entre as regiões,

tendo particular atenção àquelas que apresentam tendências mais preocupantes.

A figura seguinte mostra de forma muito clara e objetiva as enormes diferenças entre as diferentes

regiões (NUTS II e NUTS III) no que concerne às duas componentes que contribuem para a variação da

população, com as linhas vertical e horizontal a representar o valor médio nacional.

Figura 6: Taxa de crescimento migratório vs. Taxa de crescimento natural

Fonte: INE.

Vejamos, então, os fatores explicativos da evolução da população em cada uma das regiões NUTS II.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 23/95

- Região Norte

Figura 7: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da região Norte

Fonte: INE.

Figura 8: Gráf. Esq. [Taxas de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Norte]; Gráf.

Dir. [Saldo migratório do Norte]

Fonte: INE.

0,00

-0,12

-0,17 -0,17 -0,17 -0,17 -0,19-0,17

-0,45-0,43 -0,44

-0,32

-0,37

-0,05

-0,17

-0,57-0,60

-0,62

-0,50-0,53

-0,23

-0,70

-0,60

-0,50

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

-6,3

-16,6-15,7 -16,1

-11,7

-13,2

-1,7

-18,0

-16,0

-14,0

-12,0

-10,0

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

0,850,78 0,73 0,72 0,75 0,78 0,77

0,00

-0,12-0,17 -0,17 -0,17 -0,17 -0,19

0,860,90 0,90 0,89

0,93 0,95 0,96

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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24/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Na região Norte, a população tem caído acima da média nacional devido aos piores valores da taxa de

crescimento migratório1, já que a taxa de crescimento natural tem sido menos negativa do que no

conjunto do país (-0,19% em 2017, face a -0,23% na média nacional), a refletir as taxas de mortalidade

abaixo da média (0,96% em 2017, o 3º valor mais baixo, a par com a A.M. Lisboa, apenas abaixo da

R.A. Açores e do Centro), que contrariam as taxas de natalidade relativamente reduzidas: 0,77% em

2017, o 3º valor mais baixo do País, a par com a R.A. da Madeira, apenas acima do Centro (0,71%) e do

Alentejo (0,73%). De facto, a taxa de crescimento migratório, apesar de um desagravamento

significativo em 2017 (-0,05%, após -0,37% em 2016, correspondendo a um saldo migratório de -1,7

mil pessoas), foi a 4ª mais negativa, a seguir à R.A. dos Açores (-0,57%), ao Alentejo (-0,18%) e ao

Algarve (-0,18%), face a um valor positivo na média nacional (0,05%).

- Região Centro

A região Centro registou a 3ª taxa de crescimento efetiva mais negativa em 2017 (-0,54%), apenas

abaixo do Alentejo (-0,86%) e da R.A. Açores (-0,58%), explicada por uma taxa de crescimento natural

de -0,54%, a 2ª mais negativa a nível nacional (a seguir ao Alentejo: -0,68%) – a refletir a mais baixa

taxa de natalidade do País (0,71%) e a segunda maior taxa de mortalidade (1,25%, apenas abaixo dos

1,41% do Alentejo) – e por uma taxa de crescimento migratório ligeiramente negativa (-0,2%,

correspondente a um saldo migratório de -500 pessoas).

Figura 9: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da região Centro

Fonte: INE.

1 Note-se que, no caso das regiões NUTS II, não estão disponíveis dados da emigração e imigração que permitam perceber

melhor a evolução do saldo migratório.

-0,34

-0,47-0,51 -0,49 -0,50 -0,52 -0,54

-0,32-0,27 -0,27 -0,27

0,17

-0,03 -0,02

-0,67 -0,75 -0,78 -0,76

-0,34

-0,55 -0,56

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 25/95

Figura 10: Gráf. Esq. [Taxas de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Centro]; Gráf.

Dir. [Saldo migratório do Centro]

Fonte: INE.

- Área Metropolitana de Lisboa

Figura 11: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da A.M Lisboa

Fonte: INE.

0,21

0,11

0,030,06

0,040,05 0,07

-0,05

-0,41 -0,42

0,00

0,09

0,26

0,37

0,15

-0,31 -0,39

0,06

0,12

0,31

0,44

-0,50

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

-7,5

-6,3 -6,1 -6,1

3,7

-0,6 -0,5

-10,0

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

0,79 0,75 0,69 0,68 0,71 0,72 0,71

-0,34

-0,47 -0,51 -0,49 -0,50 -0,52 -0,54

1,131,22 1,20 1,17

1,22 1,25 1,25

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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26/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 12: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade na A.M. Lisboa];

Gráf. Dir. [Saldo migratório da A.M. Lisboa]

Fonte: INE.

Em 2017, a A.M. Lisboa foi a região com maior taxa de crescimento efetivo (0,44%), tendo sido a única

com um valor positivo na taxa de crescimento natural (0,07%), ainda que pequeno, e a que registou a

taxa de crescimento migratório mais elevada (0,37%, significativamente acima dos 0,02% observados

na R.A. Madeira, a outra região com um valor positivo), dando o principal contributo para a retoma

deste indicador a nível nacional, a que se juntou um contributo pequeno da R.A. Madeira. Ainda de

relevar que a taxa de crescimento natural de 0,07% em 2017 resultou de uma taxa de natalidade de

1,03%, a mais alta do País, subtraída de uma taxa de mortalidade de 0,96%, a segunda mais baixa a

nível nacional, apenas superior à da R.A. Açores (0,92%), e que a taxa de crescimento migratório de

0,37% traduziu um saldo migratório positivo de 10,5 mil pessoas.

- Alentejo

Como já referido, o Alentejo teve a taxa de crescimento efetivo mais negativa em 2017 (-0,86%), face

a uma taxa de crescimento natural de -0,68%, também a pior a nível nacional – a refletir a 2ª mais

baixa taxa de natalidade (0,73%) e a mais alta taxa de mortalidade (1,41%) – e uma taxa de crescimento

migratório de -0,18% (correspondente a um saldo migratório de -1,3 mil pessoas), a 2ª mais negativa

após a R.A. Açores (-0,57%).

-1,5

-11,7 -11,7

0,0

2,4

7,2

10,5

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

1,101,04

0,97 0,99 1,01 1,03 1,03

0,21

0,11

0,030,06 0,04 0,05 0,07

0,900,93 0,94 0,93

0,97 0,98 0,96

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 27/95

Figura 13: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório do Alentejo

Fonte: INE.

Figura 14: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Alentejo]; Gráf.

Dir. [Saldo migratório do Alentejo ]

Fonte: INE.

- Algarve

Em 2017, o Algarve registou a 4ª taxa de crescimento efetiva mais negativa de Portugal (-0,42%), a

seguir a Alentejo, R.A. Açores e Centro, em resultado de uma taxa de crescimento natural de -0,24%,

a 3ª pior do País (a seguir a Alentejo e Centro) – a refletir a terceira taxa de mortalidade mais alta

(1,20%), ainda que com a 2ª taxa de natalidade mais elevada (0,96%) – e de uma taxa de crescimento

-0,52-0,60

-0,65-0,65

-0,68-0,72

-0,68

-0,05

-0,16-0,07

-0,70

-0,55

-0,16 -0,18

-0,57

-0,76-0,72

-1,35

-1,23

-0,87 -0,86

-1,60

-1,40

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

-0,4

-1,2

-0,5

-5,2

-4,0

-1,1 -1,3

-6,0

-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

0,81 0,79 0,71 0,70 0,76 0,76 0,73

-0,52-0,60 -0,65 -0,65 -0,68 -0,72 -0,68

1,34 1,39 1,36 1,351,44 1,48

1,41

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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28/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

migratório de -0,18% (traduzindo um saldo migratório de -800 pessoas), a 2ª mais negativa a nível

nacional, a par com o Alentejo, apenas abaixo da R.A. Açores.

Figura 15: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório do Algarve

Fonte: INE.

Figura 16: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade no Algarve]; Gráf.

Dir. [Saldo migratório do Algarve]

Fonte: INE.

-0,01-0,15

-0,24-0,21 -0,17

-0,24 -0,24

-1,14

-0,24 -0,22

0,01

0,270,13

-0,18

-1,15

-0,39-0,46

-0,20

0,10

-0,10

-0,42

-1,40

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

-5,1

-1,1 -1,0

0,0

1,2

0,6

-0,8

-6,0

-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

1,020,93

0,84 0,850,92 0,95 0,96

-0,01

-0,15-0,24 -0,21 -0,17

-0,24 -0,24

1,031,09 1,08 1,06 1,09

1,18 1,20

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 29/95

- Região Autónoma dos Açores

Como já mencionado, a R.A. dos Açores registou a 2ª pior taxa de crescimento efetiva do País em 2017

(-0,58%), explicada pela taxa de crescimento migratório mais negativa a nível nacional (-0,57%, que

traduz um saldo migratório de -1,4 mil pessoas). A taxa de crescimento natural marginalmente

negativa (-0,01%) foi a 2ª melhor, apenas abaixo da observada em A.M. Lisboa (0,07%), a refletir a taxa

de mortalidade mais baixa do País (0,92%) e a 3ª taxa de natalidade mais alta (0,91%).

Figura 17: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da R. A. Açores

Fonte: INE.

Figura 18: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade na R. A. Açores;

Gráf. Dir. [Saldo migratório da R. A. Açores]

Fonte: INE.

0,150,11

-0,04

0,00

-0,02-0,06

-0,01

0,03 0,030,00

-0,44

-0,22

-0,14

-0,57

0,180,14

-0,04

-0,44

-0,24-0,20

-0,58-0,70

-0,60

-0,50

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

0,10

0,20

0,30

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

0,1 0,10,0

-1,1

-0,5

-0,3

-1,4-1,6

-1,4

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

1,111,01

0,95 0,94 0,92 0,92 0,91

0,150,11

-0,04

0,00

-0,02-0,06

-0,01

0,960,89

0,990,94 0,94

0,980,92

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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30/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

- Região Autónoma da Madeira

Figura 19: Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório da R. A. Madeira

Fonte: INE.

Figura 20: Gráf. Esq. [Taxa de crescimento natural, de natalidade e mortalidade na R. A. Madeira];

Gráf. Dir. [Saldo migratório da R. A. Madeira]

Fonte: INE.

A R.A. Madeira evidenciou a 2ª maior taxa de crescimento efetiva em 2017 (-0,20%), ainda assim com

um valor ligeiramente negativo, apenas abaixo da A.M. Lisboa. Para tal concorreu a taxa de

crescimento natural (-0,22%) ligeiramente acima da média nacional (-0,23%) – com a taxa de

-0,03

-0,20-0,23

-0,38

-0,26 -0,29-0,22

-1,37

-0,23

-0,45

-0,63 -0,62

-0,31

0,02

-1,40

-0,43

-0,68

-1,01-0,88

-0,61

-0,20

-1,60

-1,40

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa de crescimento migratório (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

-3,7

-0,6

-1,2

-1,6 -1,6

-0,8

0,0

-4,0

-3,5

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Saldo migratório

0,900,78

0,70 0,670,76 0,73 0,77

-0,03

-0,20 -0,23

-0,38

-0,26 -0,29-0,22

0,930,98

0,93

1,05 1,01 1,02 0,99

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa bruta de natalidade (%)

Taxa de crescimento natural (%)

Taxa bruta de mortalidade (%)

103

Pes

soas

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 31/95

mortalidade abaixo da média (0,99%) a contrariar a taxa de natalidade relativamente reduzida (0,77%,

o 3º valor mais baixo, a par com o Norte) –, mas sobretudo a 2ª maior taxa de crescimento migratório

mais elevada (0,02%, correspondente a um saldo migratório positivo, embora bastante pequeno, na

ordem das 45 pessoas), apenas abaixo da A.M Lisboa.

Vejamos agora três indicadores demográficos que completam a análise acima, confirmando a

tendência de envelhecimento em Portugal e das suas regiões, ainda que com graus de intensidade

diferentes, com impacto potencial no mercado de trabalho.

O envelhecimento populacional, que tem, como se sabe, significativas consequências económicas,

sociais e orçamentais (sobretudo em termos de despesa pública), é bem patente em diversos

indicadores, como o Índice de Envelhecimento. Este índice atingiu, em 2017, um máximo de 155,4

idosos por 100 jovens, prevendo o INE que este valor possa subir até 317,4 em 2080 (cenário central),

mais do que duplicando, o que significa que, para cada jovem, existirão mais de três idosos.

Figura 21: Índice de envelhecimento (idosos por 100 jovens)

Fonte: INE.

Embora seja positivo o aumento da longevidade – em resultado do desenvolvimento da Sociedade

Portuguesa, com particular destaque para a melhoria das condições de Saúde –, é preocupante que

esteja a ser acompanhado por níveis muito baixos e preocupantes de fecundidade.

155,4 153,3

194,0

135,8

199,2

142,3

89,3

117,8

317,4

398,1

354,0

261,4

301,7

258,8272,1

307,3

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2011 2017 2060 2080

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32/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 22: Índice sintético de fecundidade (filhos por mulher em idade fértil)

Fonte: INE.

O Índice Sintético de Fecundidade (nº de filhos por mulher em idade fértil), após mais de uma década

em queda, atingiu um mínimo de 1,21 em 2013, tendo vindo a recuperar desde então, passando para

1,37 em 2017. O INE prevê uma subida deste índice até 1,55 em 2080 no cenário central, mas trata-se

de um valor ainda bastante aquém do nível de reposição da população (ligeiramente acima de 2), o

que ajuda a explicar a perspetiva de diminuição da população

No contexto europeu, Portugal apresentou, em 2016, o terceiro índice de fecundidade mais baixo dos

países da UE (pior, só a Espanha e a Itália), tendo o índice de envelhecimento sido o terceiro mais

elevado nesse ano, após Itália e Alemanha.

Ao nível das regiões portuguesas, a R. A. Madeira, o Centro e o Norte eram, em 2017, as regiões com

índices sintéticos de fecundidade mais baixos (1,16; 1,22; e 1,24 filhos por mulher em idade fértil,

respetivamente) e continuarão a ser em 2080, convergindo todas para valores próximos de 1,52 (1,51

no caso da R.A. Madeira) no cenário central do INE.

No índice de envelhecimento, o Alentejo, o Centro e o Norte registaram os valores mais elevados em

2017, e prosseguirão nos lugares cimeiros em 2080, mas com a ordem invertida e a Madeira a juntar-

se entre Alentejo e Centro. Isto significa que, em 2080, o Norte será a região mais envelhecida, com

quase 4 idosos por jovem (398,1 idosos por cada 100 jovens) no cenário central.

A figura seguinte retrata o cruzamento entre o índice de envelhecimento e o índice sintético de

fecundidade, demonstrando as elevadas disparidades regionais (NUTS II e NUTS III), com as linhas

horizontal e vertical a refletirem os valores médios nacionais nesses indicadores.

1,37

1,24 1,22

1,67

1,35

1,62

1,251,16

1,55 1,52 1,521,61

1,56 1,601,54 1,51

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2011 2017 2060 2080

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 33/95

Figura 23: Índice de envelhecimento vs. Índice sintético de fecundidade

Fonte: INE.

Outro aspeto importante relacionado com o envelhecimento da população é a potencial repercussão

no mercado de trabalho.

O Índice de renovação da população em idade ativa corresponde ao número de pessoas entre os 20

e os 29 anos por 100 pessoas dos 55 aos 64 anos, traduzindo uma proporção entre os que estão a

iniciar a participação no mercado de trabalho e os que estão já potencialmente próximos de sair, para

se saber se as entradas compensarão as saídas, o que acontece se o índice for superior a 100. Este

índice subiu até um máximo de 145,1 em 1997 e, desde então, não parou de cair. Em 2010, o índice

situou-se pela primeira vez abaixo de 100 (96,2), significando que as entradas deixaram de compensar

as saídas potenciais do mercado de trabalho, e em 2017 atingiu um mínimo de 78,7.

Estes valores são preocupantes e desafiantes para as empresas e para o próprio sistema de Segurança

Social, pois significa que os recursos humanos serão cada vez mais escassos e mais idosos, o que exigirá

adaptações e políticas estruturais adequadas para tentar inverter a descida do índice de renovação.

Entre 2010 e 2017, a queda do índice foi generalizada e significativa, embora o panorama seja pior

nalgumas regiões. Em 2017, apenas a R.A. Açores tinha um índice acima de 100 (114,6), assegurando

a renovação da população em idade ativa, e só a R.A Madeira se aproximava desse valor 100 (94,1),

tendo as demais regiões apresentado valores bem inferiores, com um mínimo na R.A. Açores (70,0).

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34/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 24: Índice de renovação da população em idade ativa (nº de pessoas com 20-29 anos por

100 pessoas com 55-64 anos)

Fonte: INE.

96,2100,9

90,4 90,7 89,298,4

149,5

126,4

78,7 79,073,7

80,670,0

77,6

114,6

94,1

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve RegiãoAutónoma dos

Açores

RegiãoAutónoma da

Madeira2010 2017

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 35/95

1.2 Educação e formação

Tabela 1: Indicadores de educação e formação por NUTS II

Indicador / Ano Portugal Norte Centro A.M.

Lisboa Alentejo Algarve

R.A.

Açores

R.A.

Madeira

TAXAS DE ESCOLARIDADE

- Ensino Básico (% pop. 20-64 anos) 2011 2017

58,7 71,0

53,3 65,0

56,7 70,2

69,3 81,5

58,3 70,7

63,7 74,8

42,6 57,2

48,3 60,5

- Ensino Secundário (% pop. 20-64

anos) 2011 2017

37,4 50,6

33,2 45,4

34,4 49,1

47,2 61,7

35,3 46,8

40,5 51,6

23,4 36,5

31,6 42,8

- Ensino Superior (% pop. 25-64 anos) 2011 2017

17,2 24,0

14,8 20,5

14,6 22,5

24,2 32,6

14,7 18,7

16,4 22,5

10,7 15,5

13,8 20,7

NEET Jovens (15-34) não empregados

nem em educação/formação

- Nº (milhares)

2011 2017

362,9 251,3

126,9 87,1

68,3 47,7

98,3 65,6

22,7 17,7

17,6 10,6

15,2 13,1

13,8 9,5

- Taxa (% do total)

2011 2017

14,2 11,2

13,8 10,8

12,8 10,1

14,5 11,0

13,5 12,2

16,4 11,3

20,6 19,3

19,1 15,1

ENSINO SUPERIOR

- Nº diplomados/1000 hab. (20-29

anos)

2011 2016

60,5 66,3

54,7 61,1

64,8 70,8

83,2 94,2

39,1 36,5

36,4 31,9

17,6 15,8

23,5 19,8

- Em C&T

2011 2016

16,5 19,2

15,3 19,0

19,1 21,3

22,2 26,3

7,3 6,0

8,5 9,5

4,2 3,1

5,2 4,9

- % Diplomados em C&T

2011 2016

27,3 29,0

28,0 31,1

29,5 30,1

26,7 27,9

18,7 16,4

23,4 29,8

23,9 19,6

22,1 24,7

- % Inscritos em C&T

2011 2017

30,0 29,9

30,7 30,8

32,1 31,4

29,5 30,0

22,8 18,6

28,1 26,7

24,7 22,5

26,2 21,4

APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

- % Pop. (25-64) c/ atividade no âmbito

2011 2017

11,5 9,8

11,1 8,5

11,9 9,7

12,7 12,8

10,2 8,5

11,1 8,6

6,8 5,9

7,5 8,1

Fonte: INE.

No que se refere aos indicadores de educação e formação com dados disponíveis do INE por região,

começamos por destacar a melhoria dos indicadores de escolaridade entre 2011 e 2017 (de 58,7%

para 71,0% da população de 20 a 64 anos com, pelo menos, o ensino básico; de 37,4% para 50,6% no

ensino secundário; e de 17,2% para 24,0% no superior, neste caso para a população de 25 a 64 anos),

que se estendeu a todas as regiões. Ainda assim, são de assinalar importantes disparidades entre as

regiões, com a A.M. Lisboa a registar sempre os maiores valores, tendo sido a única acima da média

nacional no peso da população com pelo menos o ensino superior em 2017 (32,6%, face a 24,0% no

conjunto do País) e apenas com a companhia do Algarve (mas a larga distância) nos casos do ensino

primário e secundário.

Quanto aos jovens que não estudam nem trabalham (dos 15 aos 34 anos), observou-se uma redução

entre 2011 e 2017, tanto em valor absoluto (de 362,9 para 251,3 mil) como em percentagem do total

(de 14,2% para 11,2%), melhoria essa que foi também transversal às regiões, mas estamos ainda

perante valores muito significativos. Este é um indicador importante porque estamos perante jovens

que não estão nem no sistema de ensino nem no mercado de trabalho, traduzindo um desperdício de

potencial humano e económico.

Ao nível do ensino superior, o aumento do número de diplomados por mil habitantes em Portugal

entre 2011 e 2016 teve origem em apenas três regiões: A.M. Lisboa, Centro e Norte que, mesmo assim,

continuou abaixo da média nacional, embora de forma já pouco acentuada.

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36/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

O padrão evolutivo do número de diplomados por mil habitantes não foi muito diferente na área

estratégica de Ciência e Tecnologia (C&T), com o aumento ao nível do País (de 16,5 para 19,2) a ter

também origem na A.M. Lisboa (de 22,2 para 26,3), no Centro (de 19,1 para 21,3) e no Norte (de 15,3

para 19,0, valor ainda ligeiramente abaixo da média nacional), neste caso acompanhados pelo Algarve

(de 8,5 para 9,5).

Em termos de percentagem da área de C&T no número de diplomados (sem a influência do peso de

diplomados na população dos 20 aos 29 anos face ao indicador anterior), o panorama é bem diferente,

com as regiões Norte, Centro e Algarve acima da média nacional e todas as demais abaixo. Apesar de

tudo, com exceção da R.A. da Madeira, todas as regiões abaixo da média na percentagem de

diplomados em C&T em 2016 registaram percentagens superiores de inscritos nessa área em 2017, o

que significa que em princípio tenderão a subir a proporção de diplomados dessa área, evolução

também esperada a nível nacional.

Por último, releva também analisar a percentagem de população com atividades de aprendizagem ao

longo da vida (25 aos 64 anos), numa ótica de formação contínua. Neste caso, a evolução tem sido

adversa a nível nacional, tendo o valor recuado de 11,5% em 2011 para 9,8% em 2017, com subidas

em apenas duas regiões: A.M. Lisboa, que passou a ser a única região acima da média, e R.A Madeira,

que se manteve, ainda assim, abaixo da média e com o segundo valor mais baixo, a seguir à R.A. Açores.

Realçam-se também os baixos valores registados no Norte, Alentejo e Algarve.

A análise desta secção é completada com dois indicadores de qualificação disponibilizados pelo

Eurostat com metas para Portugal e UE no âmbito da Estratégia Europa 2020, que são referenciadas

no Programa Nacional de Reformas 2018-22.

A taxa de abandono precoce de educação e formação dos 18 aos 24 anos diminuiu significativamente

em Portugal entre 2011 e 2017, passando de 23,0% para 12,6%, valor ainda acima da média da UE

(10,6%) e da meta de 10% para 2020, que a UE já quase alcançou. Todas as regiões registaram

progressos assinaláveis neste indicador, mas a dispersão foi ainda acentuada em 2017, com valores

bastante preocupantes nas regiões autónomas e Algarve, e também acima da média no Alentejo e no

Norte. O Centro e a A.M. Lisboa registaram valores próximos da média da UE e da meta nacional para

2020, pelo que as principais preocupações a este nível devem focar-se nas restantes regiões do País.

Trata-se de um indicador que sinaliza um desperdício de potencial humano e económico a médio e

longo prazo. Mesmo que os desistentes se insiram no mercado de trabalho e aí adquiram capacidades,

o seu desempenho será certamente inferior sem um percurso educativo/formativo adequado, com

prejuízo para os próprios e para a economia.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 37/95

Figura 25: Taxa de abandono precoce de educação e formação, 18-24 anos (%)

Fonte: Eurostat.

Registou-se igualmente uma subida na percentagem de diplomados com ensino superior ou

equivalente dos 30 aos 34 anos, com Portugal a passar de 26,7% para 33,5% entre 2011 e 2017,

faltando ainda um esforço significativo para atingir a meta de 40,0% em 2020, que a UE já praticamente

alcançou (39,9% em 2017). A melhoria foi também transversal às várias regiões do País, mas na maioria

dos casos os valores permanecem baixos.

Figura 26: Diplomados com ensino superior ou equivalente, 30-34 anos (%)

Fonte: Eurostat.

13,4

23,0 22,620,3

22,8

20,1

24,9

43,8

30,6

10,612,6 12,8

10,510,8

12,9

17.1*

27,8

23,2

10,0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

UE Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2011 2017 Meta 2020 para PT e UE*Valor relativo a 2016

34,8

26,7

23,6 23,6

35,7

17,6

25,3

28,5

39,9

33,531,0

36,3 38,1

27,429.5

30,6

40,0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

UE Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Madeira

2011 2017 Meta 2020 para PT e UENota: não há dados para a R.A. Açores

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38/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

1.3 Mercado de trabalho

Tabela 2: População com 15 anos e mais anos, ativa e inativa, e taxa de atividade por NUTS II

Indicador Valor (103) Pesos (%) Var. abs. Var. %

2011 2017 2011 2017 2011-2017 2011-2017

Portugal

População total com 15 e mais anos 8971 8853 100,0% 100,0% -117,3 -1,3%

- População ativa 5428 5219 100,0% 100,0% -208,9 -3,8%

- População inativa 3542 3634 100,0% 100,0% 91,5 2,6%

Taxa de atividade (%) 60,5% 59,0% -1,6 p.p.

Norte

População total com 15 e mais anos 3134 3097 34,9% 35,0% -37,4 -1,2%

- População ativa 1924 1833 35,4% 35,1% -91,5 -4,8%

- População inativa 1210 1264 34,2% 34,8% 54,0 4,5%

Taxa de atividade (%) 61,4% 59,2% -2,2 p.p.

Centro

População total com 15 e mais anos 2002 1958 22,3% 22,1% -43,8 -2,2%

- População ativa 1220 1153 22,5% 22,1% -67,2 -5,5%

- População inativa 782 806 22,1% 22,2% 23,4 3,0%

Taxa de atividade (%) 60,9% 58,9% -2,1 p.p.

A.M. Lisboa

População total com 15 e mais anos 2379 2377 26,5% 26,9% -1,9 -0,1%

- População ativa 1423 1404 26,2% 26,9% -19,4 -1,4%

- População inativa 956 974 27,0% 26,8% 17,4 1,8%

Taxa de atividade (%) 59,8% 59,0% -0,8 p.p.

Alentejo

População total com 15 e mais anos 653 624 7,3% 7,0% -29,2 -4,5%

- População ativa 370 347 6,8% 6,6% -23,5 -6,4%

- População inativa 283 278 8,0% 7,6% -5,6 -2,0%

Taxa de atividade (%) 56,6% 55,5% -1,1 p.p.

Algarve

População total com 15 e mais anos 378 374 4,2% 4,2% -3,9 -1,0%

- População ativa 235 229 4,3% 4,4% -5,7 -2,4%

- População inativa 143 145 4,0% 4,0% 1,8 1,3%

Taxa de atividade (%) 62,1% 61,2% -0,9 p.p.

R.A. Açores

População total com 15 e mais anos 202 205 2,3% 2,3% 3,0 1,5%

- População ativa 120 122 2,2% 2,3% 2,2 1,8%

- População inativa 82 83 2,3% 2,3% 0,8 0,9%

Taxa de atividade (%) 59,3% 59,5% 0,2 p.p.

R.A. Madeira

População total com 15 e mais anos 221 217 2,5% 2,5% -4,1 -1,9%

- População ativa 136 133 2,5% 2,5% -3,8 -2,8%

- População inativa 85 84 2,4% 2,3% -0,3 -0,4%

Taxa de atividade (%) 61,7% 61,1% -0,6 p.p.

Fonte: INE e cálculos próprios. Valores médios anuais. *Taxa de atividade =População ativa/população com 15 e mais anos, p.p.= pontos

percentuais.

No que se refere a indicadores de mercado de trabalho, começa por destacar-se que a região Norte

teve o maior peso na população com 15 e mais anos, tanto ativa como inativa, em 2017 (cerca de 35%

do total nacional nos três casos), seguindo-se a A.M. Lisboa (cerca de 27% nos três casos) e o Centro

(quase 22% nos três casos). As demais regiões, com pesos bastante mais pequenos, representavam,

em conjunto, cerca de 16% de cada um daqueles três agregados.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 39/95

Em termos evolutivos, a população nacional com 15 e mais anos caiu 1,3% entre 2011 e 2017, a refletir

a queda de 3,8% na população ativa, que se sobrepôs à subida de 2,6% nos inativos. As maiores quedas

de população ativa ocorreram nas regiões do Alentejo, Centro e Norte, que tiveram também as

maiores perdas, incluindo neste caso a R.A Madeira.

A taxa de atividade de Portugal (percentagem dos ativos na população com 15 e mais anos) recuou

entre 2011 e 2017, com quedas em todas as regiões, exceto na R.A. Açores.

Tabela 3: População empregada e desempregada por NUTS II

Indicador Valor (103) Pesos (%) Var. (103) Var. %

2011 2017 2011 2017 2011-17 2011-17

Portugal População empregada 4740 4757 100,0% 100,0% 16,5 0,3%

População desempregada 688 463 100,0% 100,0% -225,4 -32,8%

Norte População empregada 1673 1654 35,3% 34,8% -19,2 -1,1%

População desempregada 251 179 36,5% 38,6% -72,4 -28,8%

Centro População empregada 1098 1073 23,2% 22,6% -24,5 -2,2%

População desempregada 122 80 17,8% 17,2% -42,6 -34,8%

A.M. Lisboa População empregada 1222 1271 25,8% 26,7% 48,4 4,0%

População desempregada 201 133 29,2% 28,7% -67,8 -33,8%

Alentejo População empregada 324 317 6,8% 6,7% -6,8 -2,1%

População desempregada 46 29 6,7% 6,3% -16,8 -36,7%

Algarve População empregada 199 212 4,2% 4,4% 12,9 6,5%

População desempregada 36 18 5,2% 3,8% -18,5 -51,2%

R.A. Açores População empregada 106 111 2,2% 2,3% 4,8 4,5%

População desempregada 14 11 2,0% 2,4% -2,6 -19,1%

R.A. Madeira População empregada 118 119 2,5% 2,5% 0,9 0,8%

População desempregada 19 14 2,7% 3,0% -4,7 -25,4%

Fonte: INE e cálculos próprios.

Ao nível da população ativa, de destacar que, em 2017, o Norte de Portugal tinha um peso de 38,6%

na população desempregada, o mais elevado do País, traduzindo um diferencial de 3,8 p.p. face ao

peso do emprego (34,8%, também o mais elevado a nível nacional), de longe o mais desfavorável a

nível regional, a refletir uma evolução particularmente negativa desde 2011 (altura em que os dois

pesos eram mais próximos), com uma subida de 2,1 p.p. do peso no desemprego, a mais alta a nível

nacional, e a segunda maior descida do peso do emprego (-0,5 p.p.), a seguir ao Centro (-0,6 p.p.).

Quanto a dinâmicas positivas, a A.M Lisboa foi a região que mais ganhou peso na população

empregada (0,9 p.p., para 26,7%), seguida do Algarve (0,3 p.p., para 4.4%), a refletir subidas de 4,0%

e 6,5%, respetivamente. Apenas o Norte, Centro e Alentejo registaram quedas do emprego entre 2011

e 2017 (-1,1% e -2,2%, respetivamente), enquanto no desemprego a descida foi generalizada.

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40/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Tabela 4: População inativa, desempregada e empregada por nível de escolaridade nas NUTS II

Nível de escolaridade

Pop. Inativa ≥15 anos Pop. Desempregada Pop. Empregada

Valor (103) Estrutura (%) Valor (103) Estrutura (%) Valor (103) Estrutura (%)

2011 2017 2011 2017 2011 2017 2011 2017 2011 2017 2011 2017

Portugal

Total 3542 3634 100,0% 100,0% 688 463 100,0% 100,0% 4740 4757 100,0% 100,0%

Até ao básico 2941 2881 83,0% 79,3% 456 239 66,2% 51,7% 2913 2264 61,5% 47,6%

Sec. e pós-sec. 395 467 11,2% 12,8% 145 139 21,0% 30,0% 935 1260 19,7% 26,5%

Superior 207 287 5,8% 7,9% 88 85 12,8% 18,4% 892 1233 18,8% 25,9%

Norte

Total 1210 1264 100,0% 100,0% 251 179 100,0% 100,0% 1673 1654 100,0% 100,0%

Até ao básico 1025 1025 84,7% 81,0% 165 96 65,5% 53,9% 1101 867 65,8% 52,4%

Sec. e pós-sec. 133 157 11,0% 12,4% 58 49 23,0% 27,5% 295 414 17,6% 25,0%

Superior 53 83 4,3% 6,5% 29 33 11,5% 18,5% 278 373 16,6% 22,6%

Centro

Total 782 806 100,0% 100,0% 122 80 100,0% 100,0% 1098 1073 100,0% 100,0%

Até ao básico 655 656 83,8% 81,5% 79 36 64,8% 45,3% 746 553 68,0% 51,6%

Sec. e pós-sec. 85 95 10,8% 11,8% 24 28 19,4% 35,6% 193 269 17,6% 25,0%

Superior 42 54 5,4% 6,7% 20 15 15,9% 19,2% 158 251 14,4% 23,4%

A.M. Lisboa

Total 956 974 100,0% 100,0% 201 133 100,0% 100,0% 1222 1271 100,0% 100,0%

Até ao básico 745 709 77,9% 72,8% 132 66 65,7% 49,3% 586 448 47,9% 35,3%

Sec. e pós-sec. 123 147 12,9% 15,1% 41 41 20,3% 31,0% 300 376 24,6% 29,6%

Superior 88 118 9,2% 12,1% 28 26 14,0% 19,7% 337 447 27,5% 35,1%

Alentejo

Total 283 278 100,0% 100,0% 46 29 100,0% 100,0% 324 317 100,0% 100,0%

Até ao básico 248 234 87,7% 84,5% 31 16 68,3% 55,7% 207 163 63,9% 51,3%

Sec. e pós-sec. 24 30 8,5% 10,8% 10 8 20,7% 28,9% 65 89 20,0% 28,1%

Superior 11 13 3,8% 4,7% 5 4 11,1% 15,1% 52 66 16,1% 20,7%

Algarve

Total 143 145 100,0% 100,0% 36 18 100,0% 100,0% 199 212 100,0% 100,0%

Até ao básico 119 118 83,1% 81,2% 24 9 65,7% 52,6% 118 101 59,4% 47,8%

Sec. e pós-sec. 17 18 11,7% 12,3% 8 5 22,4% 30,9% 46 62 23,3% 29,3%

Superior 7 10 5,2% 6,5% 4 3 11,4% 16,6% 35 49 17,4% 22,9%

R.A. Açores

Total 82 83 100,0% 100,0% 14 11 100,0% 100,0% 106 111 100,0% 100,0%

Até ao básico 75 71 90,4% 85,2% 11 8 78,7% 70,0% 79 65 73,8% 58,3%

Sec. e pós-sec. 6 8 7,0% 9,4% 2 3 15,4% 23,6% 14 26 13,3% 23,0%

Superior 2 5 2,7% 5,4% 1 1 6,6% 6,4% 14 21 12,8% 18,7%

R.A.Madeira

Total 85 85 100,0% 100,0% 19 14 100,0% 100,0% 118 119 100,0% 100,0%

Até ao básico 74 68 87,0% 80,2% 14 8 76,8% 57,2% 78 66 65,7% 55,9%

Sec. e pós-sec. 8 12 9,8% 13,6% 3 3 15,7% 24,6% 21 26 18,2% 21,9%

Superior 3 5 3,1% 6,3% 2 3 8,1% 18,1% 19 26 16,1% 22,2%

Fonte: INE e cálculos próprios.

Considerando agora o detalhe dos dados por nível de escolaridade, e começando pela evolução da

estrutura do emprego entre 2011 e 2017, salienta-se a subida, a nível nacional, da proporção de

trabalhadores com ensino secundário e pós-secundário (de 19,7% para 26,5%) e com ensino superior

(de 18,8% para 25,9%), com a correspondente redução do peso dos trabalhadores com ensino básico

ou menos (de 61,5% para 47,6%).

Estas tendências de reforço do peso dos trabalhadores mais qualificados atravessaram as várias

regiões, mas em 2017 as assimetrias eram acentuadas. Com efeito, apenas a A.M. Lisboa tinha um

peso acima da média nacional nos trabalhadores com ensino superior, a larga distância das demais

regiões (mais de 10 p.p. acima do segundo melhor valor, pertencente ao Centro: 23,4%), com os

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 41/95

valores mais baixos a ocorrerem nas regiões autónomas, Alentejo e Norte de Portugal. No ensino

secundário e pós-secundário, as assimetrias foram menos acentuadas, ainda com a A.M. Lisboa a

apresentar o valor mais elevado, mas pouco acima dos valores do Algarve e Alentejo, cabendo às

regiões autónomas, Norte e Centro os valores mais baixos. Finalmente, e em função dos resultados já

descritos, o peso dos trabalhadores com nível de ensino básico ou inferior foi mais elevado nas regiões

autónomas, no Norte, no Centro e no Alentejo, revelando as situações mais preocupantes,

penalizadoras da produtividade e competitividade das empresas. Apenas a A.M. Lisboa teve um peso

abaixo da média nacional nesta categoria de baixas qualificações (35,1% face a 47,6%) – tendo o

Algarve ficado apenas ligeiramente acima da média –, o que traduz uma acentuada assimetria.

A tendência de aumento do peso das qualificações mais elevadas (ensino secundário e pós secundário;

ensino superior) entre 2011 e 2017 verificou-se também na população desempregada (de 12,8% para

18,4%) e na população inativa com 15 e mais anos (de 5,8% para 7,9%), de forma transversal às várias

regiões (a única exceção foi uma descida ligeira do peso dos desempregados com ensino superior na

R.A Açores), o que é revelador de um potencial humano e económico desaproveitado, embora seja de

louvar o aumento das qualificações independentemente do estado de cada um no mercado de

trabalho, trata-se de uma conquista civilizacional. De notar que a população com mais de 65 anos não

foi excluída da análise propositadamente, pois é potencialmente ativa e a tendência é para o aumento

gradual da idade de reforma em função do aumento da esperança média de vida, tratando-se de um

segmento com elevado conhecimento acumulado que pode e deve ser valorizado e transmitido.

A figura seguinte demonstra o acentuado desaproveitamento de mão-de-obra qualificada em

Portugal e em cada uma das regiões. Constata-se que, da população com 15 e mais anos com formação

superior em Portugal em 2017, 17,9% estavam inativos e 5,3% estavam desempregados, o que soma

23,2% de recursos desaproveitados na criação de valor económico, número que sobe para 28,2%

quando se considera também a formação secundária e pós-secundária (21,7% de inativos mais 6,4%

de desempregados). Por regiões, o peso dos inativos e desempregados na população de 15 e mais anos

com formação superior estava acima da média nacional na A.M Lisboa e no Norte. Na população com,

pelo menos, formação secundária, o peso de inativos e desempregados era mais elevado na R.A.

Madeira, Norte e A.M. Lisboa. Tendo em conta as frequentes queixas dos empresários quanto à falta

de mão-de-obra qualificada e especializada (em particular numa altura em que o mercado de trabalho

estará perto de atingir o pleno emprego), estes dados parecem demonstrar a clara necessidade de: (i)

programas de incentivo à (re)entrada na vida ativa (como formação adaptada a uma rápida inserção

em meio empresarial ou para atualização de conhecimentos, por exemplo) e ao seu prolongamento

(através, nomeadamente, de incentivos à reforma parcial), e de (ii) um reforço e melhoria das políticas

para colocação de desempregados.

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42/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 27: Peso dos inativos e dos desempregados no total da população residente com 15 e mais

anos com ensino superior ou com, pelo menos, ensino secundário (%)

Fonte: INE.

Esta apreciação é reforçada pela análise da estrutura etária dos empregados, desempregados e

inativos em Portugal e nas várias regiões, que finaliza esta seção do Mercado de trabalho.

Os dados da tabela 5 permitem confirmar, antes de mais, que o peso dos trabalhadores jovens (15-24)

e dos experientes (25-54 anos) no emprego diminuiu entre 2011 e 2017 em favor da faixa etária dos

55-64 anos, já próxima da idade mínima de reforma. Nos inativos, a faixa etária de 65 e mais anos

tornou-se maioritária, ganhando peso aos demais grupos etários. Nos desempregados, aumentou de

peso a faixa etária dos 55 aos 64 anos e, em menor medida, a dos 65 e mais anos, com perda na faixa

dos 25 aos 54 anos e sem alteração nos 15 aos 24 anos.

No emprego, as regiões que em 2017 tinham um peso acima da média de trabalhadores de mais idade

(com 55 e mais anos) foram o Centro, a R.A. Madeira e o Alentejo, com os valores mais baixos a

ocorrerem na R.A. Açores, na A.M. Lisboa e no Norte. Um maior peso de trabalhadores com mais

idade tem como vantagens a experiência e capacidade de adaptação a uma Sociedade em

envelhecimento, mas poderá perder em inovação – geralmente associada a gerações mais novas –

caso a complementaridade e renovação de gerações não seja adequada.

Nos inativos (com mais de 15 anos), a faixa etária dos 15 aos 54 anos, teoricamente com maior

capacidade de trabalho, teve um peso acima da média nacional (31.9%) nas regiões autónomas e no

Norte. Nos desempregados, essa faixa etária teve valores acima da média (83.1%) nas regiões

autónomas e, em menor medida, no Alentejo e na A.M. Lisboa.

As dificuldades específicas de integração no mercado de trabalho poderão exigir uma maior

diferenciação das políticas ativas de emprego a nível regional.

17,916,9 16,8

19,9

15,7 15,6

17,3

15,5

21,7 21,620,9

22,9

20,5

18,719,8

22,4

5,36,8

4,84,4

5,3 4,8

2,7

7,36,47,4

6,1 5,8 6,1 5,7 5,3

7,9

0

5

10

15

20

25

Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

Inativos - E. superior Inativos - E. sec ou superior Desempregados - E. superior Desempregados - E. sec. ou superior

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 43/95

Tabela 5: População inativa, desempregada e empregada por grupo etário nas NUTS II

Indicador

Pop. Inativa ≥ 15 anos Pop. Desempregada Pop. Empregada

Valor (103) Estrutura (%) Valor (103) Estrutura (%) Valor (103) Estrutura (%)

2011 2017 2011 2017 2011 2017 2011 2017 2011 2017 2011 2017

Portugal

Total 3542 3634 100,0% 100,0% 688 463 100,0% 100,0% 4740 4757 100,0% 100,0%

15-24 anos 708 721 20,0% 19,8% 132 89 19,2% 19,2% 305 283 6,4% 5,9%

25-54 anos 528 436 14,9% 12,0% 477 296 69,4% 63,9% 3526 3459 74,4% 72,7%

55-64 anos 605 530 17,1% 14,6% 76 72 11,0% 15,6% 623 773 13,1% 16,3%

65 e mais anos 1702 1947 48,0% 53,6% 3 6 0,4% 1,3% 287 241 6,1% 5,1%

Norte

Total 1210 1264 100,0% 100,0% 251 179 100,0% 100,0% 1673 1654 100,0% 100,0%

15-24 anos 256 260 21,1% 20,6% 50 36 19,7% 20,3% 121 104 7,2% 6,3%

25-54 anos 205 165 17,0% 13,0% 174 110 69,3% 61,6% 1256 1216 75,1% 73,5%

55-64 anos 221 208 18,3% 16,4% 27 31 10,7% 17,3% 204 261 12,2% 15,8%

65 e mais anos 528 632 43,7% 50,0% 1 1 0,3% 0,7% 92 74 5,5% 4,5%

Centro

Total 782 806 100,0% 100,0% 122 80 100,0% 100,0% 1098 1073 100,0% 100,0%

15-24 anos 158 156 20,2% 19,3% 22 16 18,1% 19,8% 62 60 5,7% 5,6%

25-54 anos 115 93 14,7% 11,5% 87 50 71,2% 62,9% 761 742 69,3% 69,2%

55-64 anos 118 114 15,1% 14,1% 13 12 10,4% 15,6% 159 184 14,5% 17,1%

65 e mais anos 392 444 50,1% 55,1% 0 2 0,3% 1,9% 115 87 10,5% 8,1%

A.M. Lisboa

Total 956 974 100,0% 100,0% 201 133 100,0% 100,0% 1222 1271 100,0% 100,0%

15-24 anos 174 187 18,2% 19,2% 37 22 18,3% 16,5% 76 73 6,2% 5,7%

25-54 anos 121 102 12,7% 10,5% 138 89 68,7% 67,0% 944 949 77,2% 74,7%

55-64 anos 175 124 18,3% 12,8% 25 19 12,4% 14,6% 162 206 13,2% 16,2%

65 e mais anos 486 560 50,9% 57,5% 1 3 0,6% 1,9% 41 44 3,3% 3,4%

Alentejo

Total 283 278 100,0% 100,0% 46 29 100,0% 100,0% 324 317 100,0% 100,0%

15-24 anos 49 47 17,4% 16,9% 8 6 18,3% 19,6% 17 18 5,3% 5,5%

25-54 anos 32 28 11,4% 10,1% 31 19 68,6% 64,3% 242 230 74,6% 72,4%

55-64 anos 43 39 15,0% 14,2% 6 4 12,4% 14,8% 45 55 13,9% 17,2%

65 e mais anos 159 163 56,1% 58,8% 0 1 0,4% 1,7% 20 15 6,2% 4,8%

Algarve

Total 143 145 100,0% 100,0% 36 18 100,0% 100,0% 199 212 100,0% 100,0%

15-24 anos 29 28 20,0% 19,3% 6 3 17,5% 18,9% 11 14 5,4% 6,6%

25-54 anos 18 15 12,8% 10,3% 26 11 71,2% 60,0% 148 153 74,5% 72,4%

55-64 anos 21 19 14,9% 13,2% 4 3 10,5% 19,4% 29 34 14,4% 16,1%

65 e mais anos 75 83 52,2% 57,2% 0 0 0,6% 1,1% 11 11 5,7% 5,0%

R.A. Açores

Total 82 83 100,0% 100,0% 14 11 100,0% 100,0% 106 111 100,0% 100,0%

15-24 anos 21 21 25,0% 25,2% 4 3 32,4% 29,1% 10 8 9,5% 7,4%

25-54 anos 20 18 23,7% 21,8% 9 7 64,7% 64,5% 82 84 77,4% 75,7%

55-64 anos 13 13 16,3% 15,7% 0 1 2,9% 5,5% 11 16 10,2% 14,0%

65 e mais anos 29 31 35,0% 37,3% 0 0 0,0% 0,9% 3 3 2,8% 2,9%

R.A. Madeira

Total 85 85 100,0% 100,0% 19 14 100,0% 100,0% 118 119 100,0% 100,0%

15-24 anos 22 23 25,7% 26,7% 5 2 25,4% 17,4% 7 7 6,0% 5,6%

25-54 anos 16 16 19,2% 18,7% 13 10 69,2% 73,9% 93 86 78,5% 72,1%

55-64 anos 14 13 16,2% 14,8% 1 1 5,9% 8,0% 14 19 11,5% 16,1%

65 e mais anos 33 34 38,8% 39,8% 0 0 0,5% 0,0% 5 8 4,1% 6,3%

Fonte: INE e cálculos próprios.

Dado o significativo peso da população inativa com 15 e mais anos (41,0% da população com 15 e

mais anos em 2017, o complementar da taxa de atividade), foram feitas algumas caracterizações

adicionais para perceber as situações de desperdício de potencial económico (Tabela 6).

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44/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Tabela 6: População inativa por categoria de situação perante o trabalho nas NUTS II

Indicador Valor (103) Estrutura por categoria (%) Estrutura por região (%)

2011 2017 2011 2017 2011 2017

Portugal

Total 3542 3634 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Estudantes 801 807 22,6% 22,2% 100,0% 100,0%

Domésticos 437 387 12,3% 10,7% 100,0% 100,0%

Reformados 1630 1753 46,0% 48,2% 100,0% 100,0%

Outros inativos 675 687 19,1% 18,9% 100,0% 100,0%

Norte

Total 1210 1264 100,0% 100,0% 34,2% 34,8%

Estudantes 289 287 23,8% 22,7% 36,0% 35,6%

Domésticos 164 154 13,6% 12,2% 37,5% 39,8%

Reformados 509 567 42,0% 44,8% 31,2% 32,3%

Outros inativos 249 256 20,6% 20,3% 36,9% 37,3%

Centro

Total 782 806 100,0% 100,0% 22,1% 22,2%

Estudantes 181 174 23,1% 21,7% 22,6% 21,6%

Domésticos 101 98 12,9% 12,2% 23,2% 25,4%

Reformados 356 375 45,5% 46,6% 21,8% 21,4%

Outros inativos 145 158 18,5% 19,6% 21,4% 22,9%

A.M. Lisboa

Total 956 974 100,0% 100,0% 27,0% 26,8%

Estudantes 204 219 21,3% 22,5% 25,5% 27,2%

Domésticos 94 73 9,8% 7,5% 21,5% 18,8%

Reformados 494 533 51,7% 54,8% 30,3% 30,4%

Outros inativos 164 148 17,2% 15,2% 24,3% 21,6%

Alentejo

Total 283 278 100,0% 100,0% 8,0% 7,6%

Estudantes 54 52 19,1% 18,7% 6,8% 6,4%

Domésticos 27 23 9,5% 8,4% 6,1% 6,0%

Reformados 155 154 54,7% 55,3% 9,5% 8,8%

Outros inativos 47 49 16,7% 17,6% 7,0% 7,1%

Algarve

Total 143 145 100,0% 100,0% 4,0% 4,0%

Estudantes 32 30 22,4% 20,4% 4,0% 3,7%

Domésticos 17 15 11,7% 10,2% 3,8% 3,8%

Reformados 69 73 48,0% 50,3% 4,2% 4,2%

Outros inativos 26 28 17,9% 19,2% 3,8% 4,1%

R.A. Açores

Total 82 83 100,0% 100,0% 2,3% 2,3%

Estudantes 20 20 23,9% 24,5% 2,5% 2,5%

Domésticos 23 16 28,3% 19,7% 5,3% 4,2%

Reformados 17 22 20,9% 26,1% 1,1% 1,2%

Outros inativos 22 25 26,8% 29,6% 3,3% 3,6%

R.A. Madeira

Total 85 84 100,0% 100,0% 2,4% 2,3%

Estudantes 22 24 25,4% 28,8% 2,7% 3,0%

Domésticos 11 8 12,9% 9,6% 2,5% 2,1%

Reformados 30 29 35,5% 34,8% 1,8% 1,7%

Outros inativos 22 23 26,2% 27,7% 3,3% 3,4%

Fonte: INE e cálculos próprios.

Primeiro, atente-se que, em 2017, 22,2% da população inativa com 15 e mais anos eram Estudantes

(22,6% em 2011), visando a melhoria do seu capital humano, com benefício para a economia (com

exceção de situações futuras de emigração permanente e reduzido contacto com Portugal). Nas

demais categorias, que poderiam potencialmente participar no mercado de trabalho, pelo menos a

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 45/95

tempo parcial (salvo situações de incapacidade), os valores eram: 10,7% de Domésticos (12,3% em

2011); 48,2% de Reformados (42,0%) – o único grupo que ganhou peso desde 2011 – e 18,9% de

Outros inativos. Em 2017, as regiões com um peso de Estudantes abaixo da média – tendo, por isso,

um peso acima da média no conjunto das outras categorias – foram o Alentejo, o Algarve e o Centro.

Destaca-se ainda o peso significativo dos inativos disponíveis para trabalhar, mas que não

procuravam ativamente emprego (Tabela 7), tendo representado 5.9% da população inativa com 15

e mais anos em 2017 (213 mil pessoas) – um aumento face a 2011 –, com valores acima da média nas

regiões autónomas e no Norte. Os valores mais elevados deste indicador foram registados no Norte,

A.M. Lisboa e Centro (35.7%, 26.3% e 19.3% do total nacional, respetivamente). Perceber as

motivações destas pessoas pode ser crucial para as levar a (re)ingressar no mercado de trabalho com

vista a produzir e gerar rendimento, elevando o potencial da economia.

Tabela 7: População inativa disponível mas que não procura emprego nas NUTS II

Valor (103) Peso na população inativa com 15 e mais anos (%) Estrutura por regiões (%)

2011 2017 2011 2017 2011 2017

Portugal 170 213 4,8% 5,9% 100,0% 100,0%

Norte 62 76 5,1% 6,0% 36,6% 35,7%

Centro 33 41 4,3% 5,1% 19,6% 19,3%

A.M. Lisboa 44 56 4,6% 5,8% 25,7% 26,3%

Alentejo 11 15 3,7% 5,2% 6,2% 6,8%

Algarve 6 7 4,3% 5,0% 3,6% 3,4%

R.A. Açores 7 9 7,9% 11,2% 3,8% 4,4%

R.A. Madeira 8 9 9,1% 10,3% 4,5% 4,1%

Fonte: INE e cálculos próprios.

Esta secção fecha com a análise da taxa de desemprego (Tabela 8), um dos indicadores mais seguidos

do mercado de trabalho. A taxa de desemprego de Portugal recuou de 12,7% em 2011, ano de início

do Programa de Ajustamento, para 8,9% em 2017 (ainda acima da média da UE, que passou de 9,7%

para 7,6%), o terceiro ano de retoma económica, tendo a descida sido transversal às várias regiões. No

entanto, em 2017, as diferenças eram assinaláveis entre regiões, com valores acima da média na R.A.

Madeira (10,4%, o máximo nacional), Norte (9,8%), A.M. Lisboa (9,5%) e R.A. Açores (9,0%), e valores

abaixo da média no Centro (6,9%, o mínimo), Algarve (7,7%) e Alentejo (8,4%).

Por grupos etários, a taxa de desemprego jovem (15-24 anos) de Portugal situou-se em 23,9% em

2017, significativamente abaixo do valor de 2011 (30,3%), mas ainda bastante acima da taxa de

desemprego total e do valor da UE (16,8%). O Norte foi a região com o maior valor neste indicador.

No que se refere à taxa de desemprego de longa duração (12 e mais meses nessa situação),

particularmente gravosa para os afetados (a nível psicológico e financeiro, nomeadamente), podendo

facilmente conduzir a situações de desemprego estrutural, o seu valor desceu de 6,7% em 2011 para

5,1% em 2017 a nível nacional, tendo a queda sido generalizada nas regiões. Em 2017, os valores mais

altos registaram-se na R.A. Madeira (7,2%) e no Norte (6,1%), tal como na taxa de desemprego total.

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46/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Finalmente, os dados disponíveis da taxa de desemprego por qualificação permitem confirmar a

relação inversa esperada, quer em Portugal quer nas regiões. Em 2017, a taxa de desemprego das

pessoas com ensino superior completo era de 6,4% (recuando face a 9,0% em 2011), abaixo da média

nacional, uma situação que também se observou ao nível das regiões. Também neste caso, os valores

mais altos foram observados na R.A Madeira (8,6%) e no Norte (8,1%).

Tabela 8: Taxa de desemprego (%) nas NUTS II

Ano

Por grupos etários Por duração Por qualificação

Total 15-24 anos

25-34 35-44 ≥ 45 Longa duração

(≥12 meses) Com ensino

superior completo

Portugal 2011 12,7 30,3 14,1 11,0 9,6 6,7 9,0

2017 8,9 23,9 9,7 7,2 7,2 5,1 6,4

Norte 2011 13,0 29,0 13,5 11,6 10,3 7,2 9,4

2017 9,8 26,0 9,0 7,7 8,6 6,1 8,1

Centro 2011 10,0 26,4 13,4 9,4 6,4 4,9 11,0

2017 6,9 20,8 8,5 5,7 5,1 3,5 5,7

A.M. Lisboa 2011 14,1 32,6 15,0 11,4 11,7 7,7 7,7

2017 9,5 23,1 11,0 8,0 7,7 5,3 5,5

Alentejo 2011 12,4 32,7 13,9 9,8 9,8 6,2 8,9

2017 8,4 24,4 11,2 5,6 6,5 4,5 6,2

Algarve 2011 15,4 37,0 17,4 12,6 12,2 6,9 10,6

2017 7,7 n.d. n.d. n.d. 6,6 3,4 5,5

R.A. Açores 2011 11,3 n.d. n.d. n.d. n.d. 5,7 n.d.

2017 9,0 n.d. n.d. n.d. n.d. 5,2 3,2

R.A. Madeira 2011 13,5 39,4 15,0 n.d. n.d. 8,7 7,0

2017 10,4 n.d. n.d. n.d. n.d. 7,2 8,6

Fonte: INE. N.d. = não disponível.

Os dados analisados demonstram uma diversidade de situações, que aconselha abordagens

específicas regionais à temática do desemprego e inatividade no desenho de políticas.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 47/95

CAPÍTULO II

Atividade Económica

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48/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

2.1 Dados das contas regionais

A A.M. Lisboa é a região com maior peso no PIB (36,0% em 2017), seguida do Norte (29,4%), Centro

(18,9%) e Alentejo (6,5%). As restantes regiões representam, cada uma, menos de 5% do PIB. Entre

2010 e 2017, aumentaram o seu peso no PIB as regiões Norte (0,8 p.p., a maior subida), Algarve e

Centro em detrimento da A.M Lisboa (-1.6 p.p.) e da R.A. Madeira (-0.1 p.p.), as únicas com perda.

Tabela 9: PIB a preços correntes (M€)

Portugal Norte Centro A. M. Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira

2010 179 929,8 50 843,7 33 650,0 67 653,3 11 798,6 7 540,9 3 835,8 4 410,9

2017 194 613,5 57 240,6 36 755,7 69 977,7 12 736,4 9 015,0 4 128,1 4 607,7

Fonte: INE.

Figura 28: Peso das regiões no PIB (%)

Fonte: INE.

Após uma contração da atividade económica das regiões entre 2011 e 2013, na sequência do Programa

de Ajustamento Económico e Financeiro, seguiu-se um período de recuperação generalizada do PIB

em volume entre 2014 e 2017 (com exceção de uma queda ligeira do PIB da A.M. de Lisboa em 2014

e do Alentejo em 2016).

28,3%

18,7%

37,6%

6,6%

4,2%2,1% 2,5%

29,4%

18,9%

36,0%

6,5%4,6%

2,1% 2,4%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

Norte Centro A. M. Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira

2010 2017

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 49/95

Tabela 10: Taxa de variação do PIB em volume (%)

Portugal Norte Centro A. M. Lisboa

Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira

2010 1,9 2,6 1,2 1,9 2,5 0,3 2,0 1,0

2011 -1,8 -1,3 -1,6 -2,2 -1,7 -3,3 -1,8 -1,2

2012 -4,0 -3,1 -3,4 -4,6 -5,7 -3,1 -3,5 -8,1

2013 -1,1 -0,4 -1,5 -1,1 -2,4 -2,0 -1,6 -1,4

2014 0,9 2,0 0,8 -0,1 0,8 3,1 0,7 2,0

2015 1,8 2,2 2,9 0,3 3,6 3,1 3,0 1,6

2016 1,9 2,7 1,7 1,4 -0,3 4,8 2,5 2,2

2017 2,8 2,5 2,5 3,0 3,2 3,5 2,4 3,1

Fonte: INE.

No indicador de produtividade aparente do trabalho (VAB por empregado), quatro regiões estavam

acima da média nacional, designadamente A.M. Lisboa, Alentejo, Algarve e R.A. madeira, tendo os

valores mais baixos ocorrido no Norte e no Centro, apesar de alguma convergência desde 2010.

Tabela 11: Produtividade aparente do trabalho por NUTS II (VAB por empregado; Portugal=100)

Norte Centro A. M. Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira

2010 83,7 85,0 129,0 104,6 100,9 96,9 100,7

2011 83,8 84,9 129,2 104,1 101,0 97,2 103,2

2012 84,5 85,5 128,2 104,1 104,1 98,3 98,3

2013 84,7 86,0 127,4 103,3 103,7 99,4 100,7

2014 85,5 86,5 126,7 102,3 104,2 95,9 100,5

2015 85,2 88,3 125,0 106,5 104,0 90,9 100,2

2016 85,6 89,4 123,5 104,6 105,5 91,7 101,8

2017 85,6 89,6 122,8 106,0 105,1 92,2 102,4

Fonte: INE.

No emprego, em termos de evolução (até 2016, último ano com dados para todas as regiões), a

tendência geral foi de perda de peso do setor primário (SI) – exceto no Alentejo, onde subiu, e da A.M.

Lisboa, onde estabilizou em 1,5%, o mínimo nacional –, e do setor secundário (SII), em favor do setor

terciário (SIII). De realçar o maior peso do emprego no SI nas regiões Centro e Alentejo, do SII no Norte

e Centro e do SIII na A.M. Lisboa, no Algarve, na R.A. Madeira e na R.A. Açores.

O Norte destaca-se como a região com maior peso no emprego a nível nacional (34,5%), representando

quase metade do emprego no setor secundário (49,4%), de longe o valor mais alto no País. O Norte e

o Centro apresentam o maior peso do emprego no setor primário (38,0% e 37.0%, respetivamente) e

a A.M Lisboa no setor terciário (37,0%).

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50/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 29: Peso de cada setor no emprego da região

Fonte: INE.

Figura 30: Peso da região no emprego total e por setor

Fonte: INE.

No caso do VAB, e começando pela média nacional, o peso dos setores primário e secundário em 2016

(2,4% e 22,4%, respetivamente) foi inferior ao do emprego (9,5% e 22,8%, os dados mais recentes

nesta variável, reportados a 2016), em particular no setor primário, o que traduz uma produtividade

inferior, acontecendo o inverso no caso do setor terciário. Contudo, embora a tendência de menor

produtividade do setor primário seja transversal às regiões, há exceções nos demais setores, conforme

resulta da comparação entre os pesos das duas variáveis (emprego e VAB).

25

,2%

22

,8%

34

,1%

32

,7% 2

8,2

%

26

,5%

15

,5%

12

,4%

22

,2%

19

,3%

16

,8%

11

,6%

20

,2%

14

,2%

18

,3%

12

,8%

63

,7%

67

,7% 5

2,8

%

56

,9%

52

,2%

56

,9%

83

,0%

86

,2%

60

,8%

63

,0%

74

,6%

80

,4% 6

6,8

%

73

,7%

70

,6%

77

,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A Açores R.A Madeira

SIII

SII

SI

39,5% 38,0%45,7% 49,4%

28,0% 29,0%33,7% 34,5%

38,8%37,0% 24,6%

24,6%

18,0% 17,8%

22,0% 21,2%

3,9%4,5%

17,9%15,8%

38,0% 37,0%

29,1% 29,1%

9,6% 11,6%

5,5% 5,3%

6,0% 5,8% 6,3% 6,2%

3,2% 3,6%2,8% 2,2%

4,9% 5,1% 4,2% 4,3%2,6% 3,0%

1,8% 1,4%2,3% 2,5% 2,2% 2,3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

SI SII SIII Total

R.A Madeira

R.A Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 51/95

Espelhando o que se passa em termos de PIB, a A.M. Lisboa é a região com maior peso no VAB (36,0%

em 2017 nos dados mais recentes), seguida do Norte, do Centro e do Alentejo, cabendo ao Algarve e

às regiões autónomas as últimas posições, uma hierarquia que apenas difere da do emprego nas duas

primeiras posições, com o Norte a liderar no emprego e a A.M. Lisboa no VAB.

Figura 31: Peso de cada setor no VAB da região

Fonte: INE.

Figura 32: Peso da região no VAB total e por setor

Fonte: INE.

Nos gráficos seguintes são elucidativos os graus de especialização da atividade económica das

diferentes regiões, incluindo agora uma desagregação regional por NUTS III.

22,6

%

22,4

%

30,8

%

32,0

%

29,9

%

29,5

%

14,2

%

13,0

%

27,0

%

27,3

%

12,7

%

10,0

% 14,4

%

11,9

%

15,0

%

13,0

%

75

,2%

75

,3%

67

,5%

66

,5%

66

,7%

66

,9%

85

,4%

86

,6%

64

,1%

62

,9%

84

,2%

87

,1% 77

,5%

79

,1%

82

,9%

84

,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A Açores R.A Madeira

SIII

SII

SI

21,2% 19,9%

38,5% 41,9%

25,4% 26,0% 28,3% 29,4%

29,3% 29,7%

24,7%24,8%

16,6% 16,8%18,7% 18,9%

6,8% 5,9%

23,6%20,8%

42,7% 41,4%37,6% 36,0%

26,6% 28,1%

7,8% 8,0%5,6% 5,5% 6,6% 6,5%5,9% 5,9%

2,4% 2,1%4,7% 5,4% 4,2% 4,6%7,9% 8,4%

1,4% 1,1%2,2% 2,2% 2,1% 2,1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017

SI SII SIII Total

R.A Madeira

R.A Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

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52/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Ao nível das NUT II, o Norte destaca-se como a região mais industrializada (maior peso do VAB e do

Emprego neste setor), contrastando de forma muito clara com o perfil terciário da A.M. Lisboa, do

Algarve e das duas regiões autónomas. Ao nível das NUT III são as sub-regiões do Ave e do Tâmega e

Sousa, ambas pertencentes à NUT II do Norte, a evidenciar um perfil claramente industrializado,

destacando-se também a sub-região do Alentejo Litoral com um elevado peso do VAB industrial,

embora em muito menor grau em termos de emprego, que estará associado à refinaria de Sines.

Figura 33: Peso do VAB vs. Peso do emprego no setor secundário nas NUTS III

Fonte: INE e cálculos próprios.

Figura 34: Peso do VAB vs. Peso do emprego no setor terciário nas NUTS III

Fonte: INE e cálculos próprios.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 53/95

Quanto à taxa de investimento (peso do investimento, medido pela FBCF, no PIB), em 2016 apenas o

Norte superava a média nacional, que está num nível historicamente baixo. A descida da taxa de

investimento desde 2010 foi generalizada, tendo afetado particularmente as regiões autónomas, o

Algarve e o Alentejo.

Tabela 12: Taxa de Investimento (peso da FBCF no PIB)

Portugal Norte Centro A. M. Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira

2010 21% 21% 21% 18% 26% 26% 23% 26%

2011 18% 19% 18% 16% 29% 24% 18% 25%

2012 16% 17% 15% 14% 21% 17% 18% 14%

2013 15% 16% 15% 13% 18% 14% 15% 12%

2014 15% 16% 15% 14% 18% 15% 13% 14%

2015 15% 17% 15% 14% 18% 15% 14% 13%

2016 15% 17% 15% 15% 15% 15% 14% 12%

Fonte: INE.

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54/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

2.2 Dados das empresas

Os dados do número de empresas permitem confirmar que o tecido empresarial nacional é constituído

na sua esmagadora maioria por microempresas (menos de 10 trabalhadores), sendo a percentagem

de grandes empresas bastante diminuta, tendência transversal a todas as regiões. Contudo, o

segmento das empresas de menor dimensão assume uma menor importância relativa noutras

variáveis, como o pessoal ao serviço e o VAB. Em termos de evolução, constata-se que o peso conjunto

das micro e pequenas empresas aumentou ligeiramente entre 2010 e 2016 (com origem na maioria

das regiões, exceto no Alentejo e Algarve, onde diminuiu), mas a sua importância reduziu-se no pessoal

ao serviço (de forma transversal às regiões) e, em menor medida, no VAB (em Portugal como um todo

e na maioria das regiões, exceto A.M. Lisboa e R.A. Açores).

Figura 35: Estrutura do número de empresas por escalão de pessoal ao serviço em Portugal e nas

regiões NUTS II

Fonte: INE.

95,8

%

96,3

%

95,0

%

95,7

%

96,1

%

96,5

%

96,1

%

96,5

%

96,9

%

97,2

%

96,6

%

96,9

%

96,3

%

97,0

%

94,8

%

96,5

%

3,6

%

3,1

%

4,3% 3,

7% 3,4% 3,0%

3,2% 2,9% 2,7%

2,4%

3,1%

2,7%

3,2% 2,

6%

4,6% 3,

1%

80%

82%

84%

86%

88%

90%

92%

94%

96%

98%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

≥ 250

50 - 249

10 - 49

< 10 pessoas

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 55/95

Figura 36: Estrutura do pessoal ao serviço por escalão em Portugal e nas regiões NUTS II

Fonte: INE.

Figura 37: Estrutura do VAB por escalão de pessoal ao serviço em Portugal e nas regiões NUTS II

Fonte: INE.

Ao nível do peso específico das regiões em cada uma das variáveis, e começando pelo número de

empresas, verifica-se que o Norte domina nas micro, pequenas e médias empresas (com pesos de

33,7%, 40,1% e 39,2%, respetivamente, do total desses segmentos), e é segundo nas grandes empresas

(com 28,5%), apenas superado pela A.M Lisboa (48,7%), verificando-se uma situação similar no pessoal

45

,9%

46

,1%

46

,0%

46

,7%

54

,2%

54

,1%

37

,0%

36

,5%

61

,6%

60

,4%

62

,7%

60

,4%

50

,0%

55

,1%

45

,8%

53

,1%

20

,9%

19

,3%

24

,8%

23

,0% 2

3,1

%

21

,3%

15

,7%

14

,3%

20

,5%

19

,2%

22

,2%

20

,5%

21

,9%

20

,8%

26

,3% 22

,3%1

4,9

%

14

,9% 1

6,6

%

16

,7% 1

5,4

%

15

,9%

13

,9%

13

,3%

11

,6%

12

,6%

11

,3%

12

,7%

14

,9%

13

,9%

16

,2%

14

,0%1

8,3

%

19

,7%

12

,6%

13

,6%

7,2

%

8,7

%

33

,5%

35

,9%

6,4

%

7,9

%

3,8

%

6,4

%

13

,2%

10

,2%

11

,7%

10

,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

≥ 250

50 - 249

10 - 49

< 10 pessoas

48

,4%

48

,0%

57

,2%

54

,9%

63,4

%

60,

2%

34,8

%

35

,8%

64

,0%

58,7

% 75,6

%

71,9

%

59

,9%

62,3

%

59,5

%

57,

7%

51,6

%

52,0

%

42,8

%

45,1

%

36,6

%

39,8

%

65,2

%

64,2

%

36,0

%

41,3

% 24,4

%

28,1

%

40,1

%

37,7

%

40,5

%

42,3

%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

≥ 50

< 50 pessoas

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56/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

ao serviço. No caso do VAB, em que apenas há dados agregados para micro/pequenas empresas e para

médias/grandes, o Norte tem o maior peso na primeira categoria e a A.M Lisboa na segunda.

Figura 38: Estrutura regional do número de empresas: total e por escalão de pessoal ao serviço

Fonte: INE.

Figura 39: Estrutura regional do pessoal ao serviço: total e por escalão

Fonte: INE.

32,0

%

33,9

%

31,7

%

33

,7%

38

,5%

40

,1%

37

,4%

39

,2%

26,9

%

28,5

%

21

,7%

21

,3%

21

,7%

21

,4%

20

,6%

20

,3%

19

,6%

19

,6%

12

,8%

14

,5%

29

,7%

28

,1%

29

,8%

28

,2%

26

,5%

25

,5%

31

,4%

29

,5%

52

,3%

48

,7%

7,1

%

6,8

%

7,2

%

6,9

%

5,4

%

5,3

%

4,3

%

4,5

% 2,7

%

3,4

%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

Total < 10 pessoas 10 - 49 50 - 249 ≥ 250

R.A. Madeira

R.A. Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

32,7

%

34,1

%

32,7

%

34,5

%

38,8

%

40,6

%

36,

4%

38,

3%

22,4

%

23,

5%

18

,6%

18,4

%

21,

9%

21,6

%

20,

6%

20,3

%

19,2

%

19,

7%

7,3

%

8,1%

35,6

%

34,

5%

28,7

%

27,3

%

26,

7%

25,5

%

33,2

%

30

,7%

65

,1%

63,

0%

5,3

%

5,3

%

7,1%

6,9% 5,

2%

5,2% 4,

1%

4,4%

1,8%

2,1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016 2010 2016

Total < 10 pessoas 10 - 49 50 - 249 ≥ 250

R.A. Madeira

R.A. Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 57/95

Figura 40: Estrutura regional do VAB: total e por escalão de pessoal ao serviço

Fonte: INE.

Segue-se um conjunto de indicadores do Banco de Portugal – retirados de um Estudo da Central de

Balanços de abril de 2018 com informação regionalizada – relativos à situação financeira das

empresas no País e por região.

Tabela 13: Rendibilidade dos capitais próprios (resultado líquido/capitais próprios, valores médios)

2012 2013 2014 2015 2016

Portugal -0,2% 2,6% 2,5% 6,9% 7,7%

Norte 1,4% 4,7% 6,8% 7,3% 8,6%

Centro 0,8% 3,5% 4,8% 7,8% 7,9%

A.M. Lisboa -0,4% 2,4% -0,7% 7,1% 8,2%

Alentejo -2,9% -2,2% 2,8% 5,1% 6,1%

Algarve -17,0% -13,2% 8,4% 5,0% 7,0%

R.A. Açores -4,3% -1,5% -4,6% 1,2% 5,3%

R.A. Madeira 2,0% 2,9% 4,1% 5,2% -2,5%

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

Os dados evidenciam uma recuperação da rendibilidade dos capitais próprios após um valor negativo

em 2012, associado certamente ao Programa de Ajustamento em curso nessa altura. Em 2016, a

rentabilidade atingia já 7,7%, oscilando entre -2,5% na R.A. Madeira, a única região com um valor

negativo, e um máximo de 8,6% no Norte, seguido de perto pela A.M. Lisboa.

26

,9%

28

,8%

31

,8%

33

,0%

22

,3%

25

,0%

15

,6%

16

,1% 20

,5%

20

,2%

11

,1%

12

,3%

47

,4%

44

,9%

34

,0%

33

,4%

59

,9%

55

,4%

4,3

%

4,4

%

5,6

%

5,4

% 3,0

%

3,5

%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2016 2010 2016 2010 2016

Total < 50 pessoas ≥ 50

R.A. Madeira

R.A. Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

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58/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Contudo, a distribuição da rentabilidade dos capitais próprios em 2016 foi pouco uniforme,

destacando-se o valor nulo no primeiro quartil ao nível do País, incluindo valores negativos em

algumas regiões, designadamente na A.M. Lisboa, no Algarve e nas regiões Autónomas, com as

restantes regiões a registarem valores próximos de zero. A mediana da distribuição foi 5,6%, com

valores entre 2,5% na R.A. Madeira e 7,5% no Algarve, significando que a maioria das empresas terá

apresentado resultados positivos quer no País quer em cada uma das regiões.

Tabela 14: Rendibilidade dos capitais próprios em 2016: média ponderada e quartis

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve

R.A. Madeira

R.A. Açores

Média ponderada 7,7 % 8,6% 7,9% 8,2% 6,1% 7,0% -2,5% 5,3%

1.º Quartil 0,0 % 0,0% 0,0% -0,5% 0,0% -0,2% -2,0% -2,4%

Mediana 5,6 % 6,1% 5,0% 5,7% 5,4% 7,5% 2,5% 3,3%

3.º Quartil 23,7 % 23,5% 19,8% 27,0% 22,1% 31,4% 19,2% 18,9%

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

Nos rácios de autonomia financeira (capitais próprios em percentagem do ativo), embora os valores

médios pareçam evidenciar uma situação relativamente confortável, para o País e para todas as

regiões, quando se entra no detalhe da distribuição desta variável, ao nível dos quartis, percebe-se

que a situação é bem diferente. De facto, no 1º quartil observaram-se valores negativos (capitais

próprios negativos) para o País e a maioria das regiões – exceto Centro e R.A. Açores, com valores

positivos, mas baixos – em particular na R.A. Madeira, Algarve e A.M. Lisboa, as mais endividadas.

Tabela 15: Autonomia financeira (Capitais próprios/ativo) em 2016, média ponderada e quartis

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve

R.A. Madeira

R.A. Açores

Média ponderada 32,3 % 36,7% 35,0% 28,5% 35,7% 27,1% 42,2% 37,3%

1.º Quartil -6,1 % -2,6% 0,6% -16,1% -0,6% -18,7% -26,3% 3,2%

Mediana 27,8 % 27,6% 30,2% 26,3% 31,0% 22,8% 21,0% 37,9%

3.º Quartil 65,1 % 62,2% 64,0% 68,3% 69,2% 63,9% 65,4% 67,5%

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

Ainda de salientar, em termos de fatores de risco financeiro para o tecido empresarial, que os juros

foram superiores ao EBITDA em 28,2% das empresas a nível nacional (oscilando entre um mínimo de

25,8% no Centro e um máximo de 36,3% na R.A. Madeira), o que traduz uma pressão financeira acima

de 100%.

De sublinhar ainda a elevada proporção de empresas devedoras com crédito vencido (25,1%) – isto

é, em situação de incumprimento –, com um mínimo de 23,2% no Centro e um máximo de 30,4% na

R.A. Madeira.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 59/95

Tabela 16: Pressão financeira em 2016 (Peso dos juros suportados no EBITDA)

Até 50% De 50% a 100% Acima de 100%

Portugal 68,5% 3,4% 28,2%

Norte 69,9% 3,3% 26,8%

Centro 70,6% 3,6% 25,8%

A.M. Lisboa 65,7% 3,3% 31,0%

Alentejo 69,9% 3,7% 26,4%

Algarve 66,2% 2,8% 31,1%

R.A. Açores 68,1% 4,1% 27,8%

R.A. Madeira 60,9% 2,8% 36,3%

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

Tabela 17: Rácio de crédito vencido e peso dos devedores com crédito vencido, final de 2017

Rácio de crédito vencido

Peso de devedores com crédito vencido

Portugal 13,5% 25,1%

Norte 10,9% 24,1%

Centro 11,6% 23,2%

A.M. Lisboa 15,6% 27,2%

Alentejo 10,3% 24,5%

Algarve 25,3% 25,3%

R.A. Açores 7,1% 24,7%

R.A. Madeira 18,4% 30,4%

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

Figura 41: Pressão financeira acima de 100% vs. peso de devedores com crédito vencido

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

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60/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Considerando os fatores de riscos pressão financeira acima de 100% e elevado peso de devedores com

crédito vencido, destacam-se de forma clara a R.A. Madeira, a A.M. Lisboa e o Algarve, como evidencia

a figura acima.

Ao nível do financiamento, A A.M. Lisboa concentrou a maior parte do crédito às empresas em 2017

(36.8%), seguida pelo Norte (29,0%), pelo Centro (18,8%) e pelo Alentejo (5,9%), considerando apenas

pesos acima de 5%.

Tabela 18: Repartição do crédito às empresas por região

2012 2017

Portugal 100,0% 100,0%

Norte 27,4% 29,0%

Centro 16,9% 18,8%

A.M. Lisboa 39,0% 36,8%

Alentejo 5,6% 5,9%

Algarve 5,0% 4,7%

R.A. Açores 2,1% 2,4%

R.A. Madeira 4,0% 2,4%

Fonte: Banco de Portugal, Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal (Estudos da Central de Balanços, abr-18).

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 61/95

2.3 Comércio internacional de bens

O grau de abertura no comércio internacional de bens (importações e exportações de bens em

percentagem do PIB nominal) aumentou de 58% em 2011 – ano em que se iniciou o Programa de

Ajustamento – para 64% em 2017, com as subidas no Norte, no Centro e, em menor medida, na R.A.

Madeira e no Alentejo, a contrastarem com a queda ligeira na R.A. Açores e a estabilização na A.M.

Lisboa e no Algarve.

Figura 42: Grau de abertura (peso das exportações mais importações de bens no PIB, %)

Fonte: INE.

Portugal registou uma subida significativa na intensidade exportadora de bens (peso das exportações

de bens no PIB), com subidas bastante significativas no Norte e Centro, que ocuparam os lugares

cimeiros neste indicador, e mais modestas no Alentejo, na R.A. Madeira e na A.M. Lisboa – apesar de

aí se localizar a Autoeuropa, uma das empresas que mais exporta em Portugal –, que contrariaram a

queda ligeira na R.A. Açores.

58Portugal; 64

58

Norte; 68

47

Centro; 54

73 A.M. Lisboa; 73

43Alentejo; 45

5

Algarve; 6

8 R.A. Açores; 7

4R.A. Madeira; 6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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62/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 43: Intensidade exportadora de bens (peso das exportações no PIB, %)

Fonte: INE.

Figura 44: Regressão entre Intensidade exportadora e Peso do VAB setor secundário, NUTS II (%)

Fonte: INE e cálculos próprios (estimação levada a cabo com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

A figura acima é elucidativa da forte correlação positiva e estatisticamente significativa (R=0,88; p<0,01)

entre a intensidade exportadora de bens e a vocação industrial, o que não é de estranhar sendo a

indústria transformadora um setor de bens transacionáveis e internacionalizáveis por excelência.

24,3

32,0

25,1

21,223,1

1,93,1

1,4

28,3

38,6

28,9

23,125,5

2,1 2,23,2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2011

2017

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 63/95

Deste modo, a região Norte assume um papel muito relevante – é uma verdadeira força motriz do

processo de internacionalização da economia portuguesa, cuja intensidade exportadora global está

em máximos históricos, mas ainda assim abaixo da meta e dos elevados valores evidenciados por

países europeus de dimensão semelhante a Portugal.

A figura seguinte desagrega, ao nível das NUT III, a informação da figura anterior, evidenciando

também uma forte e significativa correlação positiva (R=0,76; p<0,01). As sub-regiões do Ave, do

Tâmega e Sousa, do Alentejo Litoral (influenciado pela refinaria de Sines), de Aveiro, do Alto Minho e

do Cávado são as que evidenciam maior peso do setor industrial e, simultaneamente, revelam uma

elevada intensidade exportadora de bens.

Figura 45: Regressão entre Intensidade exportadora de bens e Peso do VAB setor secundário, NUTS III

Fonte: INE e cálculos próprios (estimação levada a cabo com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

A maior intensidade exportadora surge na sub-região do Ave, de forte tradição industrial, que aparece

como um outlier moderado da distribuição no diagrama de extremas e quartis.

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64/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 46: Intensidade exportadora de bens em diagrama de extremos e quartis (%)

Fonte: INE e cálculos próprios (diagrama efetuado com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

Figura 47: Crescimento médio anual das exportações entre 2011 e 2017 (%)

Fonte: INE.

As exportações de bens tiveram um crescimento médio anual de 4,3% entre 2011 e 2017 (atingindo

um máximo de 55 mil M€), com um forte contributo do Norte (2,1 p.p., refletindo uma variação média

anual de 5,5%) e contributos menores, mas relativamente significativos, do Centro (0,8 p.p. e 4,3%),

da A.M. Lisboa (0,7 p.p. e 2,4%) e do Alentejo (0,2 p.p. e 3,3%). Já em 2018, as exportações tiveram um

crescimento homólogo de 4,9% de janeiro a novembro, com maiores contributos da A.M Lisboa (2,7

p.p., com uma taxa de variação de 9,3%), do Centro (1,1 p.p. e 5,7%) e do Norte (0,8 p.p. e 2,0%).

4,3

5,54,3

2,43,3

5,1

-4,1

15,3

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 65/95

Tabela 19: Exportações de bens (M€)

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Jan-nov 2018

Portugal 42 828 45 213 47 303 48 054 49 634 50 039 55 029 53 473

Norte 16 022 16 792 17 218 18 225 19 335 20 503 22 114 21 065

Centro 8 261 8 628 8 911 9 252 10 976 11 091 10 633 10 448

A.M. Lisboa 14 040 15 144 16 161 15 364 13 934 12 941 16 183 16 223

Alentejo 2 665 2 736 2 859 2 877 2 979 2 915 3 247 3 069

Algarve 139 141 138 142 146 159 188 189

R.A. Açores 117 110 124 95 104 84 91 85

R.A. Madeira 62 145 84 126 111 99 147 161

Fonte: INE. Nota: o total nacional não corresponde à soma dos valores das regiões por haver uma componente não

regionalizada (designada Extra-Regio pelo INE). M€ = milhões de euros.

Refletindo o crescimento das exportações acima da média nacional entre 2011 e 2017, o Norte

aumentou o peso nesta variável de 37% para 40%, em contraste com a queda de 33% para 29% na A.M

Lisboa (embora os dados mais recentes mostrem uma ligeira recuperação até novembro de 2018),

tendo-se registando uma relativa estabilização dos pesos nas demais regiões.

Figura 48: Peso das regiões nas exportações de bens (exclui Extra-Regio)

Fonte: INE.

37% 40%

19%19%

33% 29%

6,2% 5,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2011 2017

R.A. Madeira

R.A. Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

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66/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 49: Crescimento médio anual das importações entre 2011 e 2017 (%)

Fonte: INE.

As importações cresceram 2,6% em média anual no período referido (menos que as exportações), para

69,5 mil M€ em 2017, com principais contributos do Norte (1,0 p.p. e 4,4%), do Centro (0,5 p.p. e 4,2%)

e da A.M Lisboa (0,1 p.p. e 1,5%). No período de janeiro a novembro de 2018, as importações

aumentaram 7,9%, com forte contributo da A.M Lisboa (5,2 p.p. e 10,5%) e, em menor medida, do

Centro (0,9 p.p. e 6,8%) e do Norte (0,8 p.p. e 3.8%).

Tabela 20: Importações de bens (M€)

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Jan-nov 2018

Portugal 59 551 56 374 57 013 59 032 60 345 61 424 69 489 68 962

Norte 12 813 11 793 12 158 12 895 13 858 14 824 16 545 15 861

Centro 7 218 6 808 7 165 7 391 7 768 8 171 9 217 9 083

A.M. Lisboa 33 882 32 413 31 754 31 910 31 244 30 570 34 555 35 089

Alentejo 2 281 1 961 2 132 2 219 2 305 2 149 2 492 2 246

Algarve 249 211 221 219 245 271 326 315

R.A. Açores 179 204 191 137 136 144 180 162

R.A. Madeira 119 174 110 132 132 129 141 148

Fonte: INE. Ver nota da tabela 19.

Em termos do peso das regiões nas importações, considerando o período de 2011 a 2017, salienta-se

a subida no Norte (de 22% para 24%) e no Centro (de 12% para 13%), e a queda na A.M. Lisboa (de

57% para 50%), tendo-se verificado uma estabilização nas outras regiões.

2,6

4,44,2

0,3

1,5

4,6

0,1

2,9

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 67/95

Figura 50: Peso das regiões nas importações de bens (exclui Extra-Regio)

Fonte: INE

Com as exportações a crescerem mais do que as importações, tanto em variação relativa como

absoluta, o saldo nacional da balança de bens melhorou significativamente entre 2011 e 2017, apesar

de alguma deterioração após 2015, e a taxa de cobertura subiu de 72% para 79% (com um máximo de

82% em 2015), valor que desceu ligeiramente nos dados de janeiro a novembro de 2018 (78%). De

facto, a melhoria das contas externas, incluindo na balança de bens, foi uma das marcas mais visíveis

da aplicação do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro.

Numa perspetiva regional, o Norte foi a região que mais contribuiu para a redução do défice comercial

de bens do País entre 2011 e 2017, aumentando o seu excedente em 3,2 mil M€, para 5,6 mil M€ em

2017, de longe o saldo mais positivo a nível nacional, comparando com o défice de cerca de 18,4 mil

M€ da A.M. Lisboa.

As taxas de cobertura das regiões melhoraram na sua grande maioria entre 2011 e 2017 (com exceção

da R.A. Açores) – sobretudo no Alentejo (de 117% para 130%) e no Norte (de 125% para 134%), que

continuou a registar o valor máximo –, embora se tenha notado um retrocesso a partir de 2015 em

várias regiões, sobretudo no Centro.

22% 24%

12%13%

57% 50%

4%4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2011 2017

R.A. Madeira

R.A. Açores

Algarve

Alentejo

A.M. Lisboa

Centro

Norte

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68/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Tabela 21: Saldo Comercial de bens (M€)

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Jan-nov 2018

Portugal -16 723 -11 161 -9 710 -10 978 -10 711 -11 385 -14 460 -15 489

Norte 3 209 5 000 5 060 5 330 5 477 5 679 5 569 5 205

Centro 1 043 1 819 1 746 1 861 3 208 2 920 1 416 1 365

A.M. Lisboa -19 842 -17 269 -15 594 -16 545 -17 310 -17 630 -18 372 -18 866

Alentejo 385 775 727 658 675 766 755 824

Algarve -109 -71 -83 -77 -99 -111 -137 -125

R.A. Açores -62 -94 -67 -41 -32 -61 -89 -77

R.A. Madeira -57 -29 -26 -6 -21 -30 6 13

Fonte: INE. Ver nota da tabela 19.

Tabela 22: Taxa de cobertura - Balança de bens

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Jan-nov 2018

Portugal 72% 80% 83% 81% 82% 81% 79% 78%

Norte 125% 142% 142% 141% 140% 138% 134% 133%

Centro 114% 127% 124% 125% 141% 136% 115% 115%

A.M. Lisboa 41% 47% 51% 48% 45% 42% 47% 46%

Alentejo 117% 140% 134% 130% 129% 136% 130% 137%

Algarve 56% 67% 63% 65% 60% 59% 58% 60%

R.A. Açores 65% 54% 65% 70% 77% 58% 50% 53%

R.A. Madeira 52% 83% 76% 95% 84% 77% 104% 109%

Fonte: INE. Ver nota da tabela 19.

Ao nível dos mercados, e começando pelas exportações, o aumento da concentração no mercado da

UE entre 2011 (70% das exportações) e 2017 (74%) abrangeu a maioria das regiões, com exceção do

Alentejo (onde o peso estabilizou), e foi particularmente acentuado no Algarve, que registou o maior

peso deste mercado a nível nacional (86%). O peso dos 4 principais mercados aumentou na grande

maioria das regiões (exceto na R.A. Madeira, onde estabilizou em 72%, ainda o máximo a nível

nacional), sobretudo no Algarve, que registou o segundo maior peso (71%). O peso do mercado de

Espanha subiu em todas as regiões, novamente com destaque para o Algarve, que apresentou o maior

valor a nível nacional (43%).

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 69/95

Tabela 23: Proporção de exportações de bens em determinados mercados (%)

Intra-UE 4 principais mercados Para Espanha

2013 2017 2013 2017 2013 2017

Portugal 70 74 53 56 24 25

Norte 78 80 60 62 24 26

Centro 75 79 57 59 24 29

A.M. Lisboa 59 63 47 48 20 20

Alentejo 79 79 54 55 27 27

Algarve 77 86 61 71 36 43

R.A. Açores 57 59 64 62 28 33

R.A. Madeira 24 28 72 72 7 11

Fonte: INE.

No que se refere às importações, o Algarve e a R.A. Madeira apresentaram também os valores mais

altos de concentração no mercado comunitário, nos quatro principais mercados e no mercado de

Espanha em 2017, mas neste caso com uma atenuação ou estabilização face a 2011, tendo-se

destacado um aumento de concentração na A.M. Lisboa (nas três tipologias de mercados) e no

Alentejo (apenas no mercado comunitário e nos 4 principais mercados).

Tabela 24: Proporção de importações de bens (%)

Intra-UE 4 principais mercados De Espanha

2013 2017 2013 2017 2013 2017

Portugal 72 76 55 59 32 32

Norte 83 81 66 62 38 35

Centro 86 82 69 64 39 37

A.M. Lisboa 62 70 51 54 26 28

Alentejo 78 86 67 72 41 41

Algarve 92 91 78 75 56 55

R.A. Açores 70 75 65 75 36 30

R.A. Madeira 88 87 71 65 40 40

Fonte: INE.

Finalmente, realce para o aumento do peso das exportações de alta tecnologia no total das

exportações de bens entre 2011 e 2017, denotando um upgrade no perfil de especialização do tecido

produtivo e uma modernização do mesmo, em resposta às tendências da economia global. Contudo,

a melhoria apenas abrangeu algumas regiões, com destaque para o Norte – o que é particularmente

relevante, sendo a região com maior peso nas exportações a nível nacional – e a A.M. Lisboa.

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70/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 51: Peso das exportações de bens de alta tecnologia2 (%)

Fonte: INE.

2 Produtos de alta tecnologia: Produtos técnicos cuja fabricação envolve uma elevada intensidade de I&D. Inclui os seguintes produtos:

aeroespacial, armamento, computadores/equipamento de escritório, instrumentos científicos, máquinas elétricas, máquinas não elétricas, eletrónicos/telecomunicações, farmacêuticos e químicos.

3,43,7

1,8

3,9

2,7

4,4

10,8

8,5

4,6

5,3

2,0

5,8

2,4

4,4

10,4

2,7

0

2

4

6

8

10

12

Portugal Norte Centro A.M. Lisboa Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

2013

2017

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 71/95

2.4 Turismo

Em termos de indicadores globais de oferta turística, e começando pela capacidade de alojamento

por mil habitantes, pelo número de hóspedes por habitante e pela taxa líquida de ocupação-cama,

verifica-se um aumento muito significativo destes indicadores em todas as regiões nos últimos anos.

A melhoria nestes indicadores foi acompanhada pela queda do peso das dormidas entre julho e

setembro – que apenas não ocorreu no Alentejo e no Centro –, realçando a capacidade do turismo

nacional em aumentar os níveis de ocupação fora da época alta e, assim, reduzir a sazonalidade.

Tabela 25: Indicadores globais de oferta turística

Capacidade de alojamento (Nº por mil habitantes)

Hóspedes por habitante Taxa líquida de ocupação-

cama (%) Proporção de dormidas

entre julho-setembro (%)

2014 2017 var.% 2014 2017 var.% 2014 2017 var.

(p.p.) 2013 2016

var. (p.p.)

Portugal 32,9 39,1 19% 1,7 2,3 40% 42,4 48,9 6,5 39,8 37,9 -1,9

Norte 14,3 17,6 23% 0,9 1,4 46% 33,9 42,0 8,1 36,6 35,6 -1,0

Centro 20,7 26,1 26% 1,1 1,7 55% 27,7 34,3 6,6 38,9 39,1 0,2

A.M. Lisboa 23,3 28,4 22% 1,9 2,5 34% 52,5 58,4 5,9 34,0 33,0 -1,0

Alentejo 24,9 32,0 29% 1,3 1,9 53% 26,5 32,1 5,6 41,1 42,2 1,1

Algarve 266,2 289,6 9% 8,3 10,3 24% 45,2 51,6 6,4 46,9 44,4 -2,5

R.A. Açores 39,4 47,2 20% 1,5 2,5 73% 33,9 47,5 13,6 47,0 40,2 -6,8

R.A. Madeira 123,7 153,8 24% 4,6 6,4 38% 58,2 63,0 4,8 33,7 31,6 -2,1

Fonte: INE.

Ao nível da procura, os números de hóspedes e de dormidas registaram fortes subidas em todas as

regiões entre 2014 e 2017, com especial destaque para os Açores. Os proveitos por aposento tiveram

um aumento ainda maior (cerca de duas vezes mais que nos hóspedes e dormidas, a nível nacional) –

com subidas muito acima da média nas regiões Norte e Açores –, revelando uma capacidade para

aumentar preços e margens, refletida no crescimento dos proveitos de aposento por hóspede, que

também foi superior à média nacional nas duas regiões referidas.

Tabela 26: Indicadores globais de procura turística

Hóspedes (nº) Dormidas (nº) Proveitos de aposento

(mil €) Proveitos de aposento

por hóspede (€) 2014 2017 var.% 2014 2017 var.% 2014 2017 var.% 2013 2016 var.%

Portugal 17.301.622 23.953.765 38% 48.711.366 65.385.210 34% 1.627.176 2.737.998 68% 95,3 106,6 12%

Norte 3.392.300 4.892.605 44% 6.061.742 9.008.846 49% 194.508 374.691 93% 57,1 69,4 22%

Centro 2.498.106 3.805.166 52% 4.486.949 6.764.282 51% 129.978 223.796 72% 51,9 54,6 5%

A.M. Lisboa 5.270.717 7.135.483 35% 12.279.422 16.695.206 36% 520.174 894.564 72% 98,3 112,1 14%

Alentejo 919.205 1.369.619 49% 1.664.296 2.487.385 49% 56.124 98.299 75% 59,2 68,4 16%

Algarve 3.669.497 4.517.862 23% 16.591.548 20.207.151 22% 504.150 806.308 60% 139,2 166,2 19%

R.A. Açores 359.667 615.822 71% 1.120.543 1.862.351 66% 34.817 66.529 91% 97,8 102,3 5%

R.A. Madeira 1.192.130 1.617.208 36% 6.506.866 8.359.989 28% 187.424 273.812 46% 157,8 168,3 7%

Fonte: INE.

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72/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Os hóspedes estrangeiros têm um papel crucial no desempenho do turismo nacional, tendo o seu peso

aumentado de forma significativa entre 2014 e 2017 na esmagadora maioria das regiões (exceto na

R.A. Açores, para o que terá contribuído o início das ligações aéreas low cost nos anos mais recentes,

facilitando o acesso dos turistas nacionais com menores rendimentos) – em particular no Norte e no

Centro –, ainda que a estada média destes hóspedes tenha diminuído (-5,7% entre 2013 e 2016 a nível

nacional, de acordo com os dados disponíveis) em quase todas as regiões (exceto no Norte e na A.M

Lisboa, onde se registou uma estabilização). Na Figura abaixo, o Norte destaca-se como a Região com

um aumento bastante acima da média no peso de hóspedes estrangeiros que conseguiu, em

simultâneo, reduzir o peso das dormidas nos meses de julho a setembro, combatendo a sazonalidade.

Tabela 27: Indicadores de procura turística de estrangeiros

Estada média de hóspedes estrangeiros (nº) Proporção de hóspedes estrangeiros (%)

2013 2016 var.% 2014 2017 var. (p.p.)

Portugal 3,5 3,3 -5,7% 57,2 60,9 3,7

Norte 2,1 2,1 0,0% 43,7 50,2 6,5

Centro 2,1 1,9 -9,5% 36,0 42,9 6,9

A.M. Lisboa 2,6 2,6 0,0% 67,9 72,2 4,3

Alentejo 1,8 1,9 5,6% 30,0 33,5 3,5

Algarve 5,1 4,9 -3,9% 68,6 72,5 3,9

R.A. Açores 4,0 3,7 -7,5% 51,5 49,6 -1,9

R.A. Madeira 6,1 5,9 -3,3% 80,8 80,9 0,1

Fonte: INE.

Figura 52: Evolução do peso dos hóspedes estrangeiros vs. Sazonalidade das dormidas

Fonte: INE.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 73/95

2.5 Investigação, Desenvolvimento e Inovação

Um dos principais indicadores de investigação e desenvolvimento (I&D) é a despesa global nacional

em percentagem do PIB, representando o esforço nacional para o investimento em I&D de todos os

setores de execução. Na figura seguinte são apresentadas as percentagens nacionais e por NUTS II

referentes aos anos de 2013 e 2016.

Figura 53: Peso da despesa em I&D no PIB (%)

Fonte: INE.

É possível verificar que, em termos nacionais, o peso da I&D no PIB diminuiu neste período em análise

– de 1,33% em 2013 para 1,29% em 2016, refletindo descidas em todas as regiões, com exceção do

Alentejo –, apesar de o valor global da I&D ter crescido (ver tabela 28 abaixo), o que é consequência

da maior subida relativa verificada no PIB nominal. Refira-se que o valor nacional de 1,29% em 2016

no rácio de I&D no PIB, um dos indicadores estruturais Europa 2020, está bastante abaixo da meta de

2,7% a 3,3% em 2020 inscrita no Programa Nacional de Reformas 2018-22 (dos quais 1,0% a 1,2% no

sector público e 1,7% a 2,1% no sector privado), significando que há um enorme esforço pela frente

neste domínio. Ainda de salientar que Portugal está significativamente atrasado face à média da UE

neste indicador de intensidade de I&D (1,24% e 2,04% do PIB, respetivamente, em 2015, segundo os

dados mais recentes do Eurostat).

Analisando os valores da despesa por setor de execução – Estado, Empresas, Ensino superior e

Instituições privadas sem fins lucrativos (IPSFL) – apresentados na tabela seguinte –, verifica-se um

1,331,39

1,28

1,68

0,460,37 0,35 0,35

1,291,37

1,27

1,61

0,54

0,360,30 0,31

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira

2013 2016

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74/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

aumento global de cerca de 5,8% entre 2013 e 1016, com variações de 7,8% nas Empresas, 5,9% no

Ensino Superior – os setores com maior peso na execução.

Tabela 28: Repartição da despesa em I&D por setor de execução (milhares €)

Total Estado Empresas Ensino superior IPSFL

2013 2016 2013 2016 2013 2016 2013 2016 2013 2016

Portugal 2 258 471 2 388 467 147 150 125 527 1 072 909 1 156 466 1 008 267 1 068 140 30 145 38 334

Norte 686 082 748 158 25 255 38 593 358 476 373 277 299 819 332 737 2 532 3 551

Centro 412 319 447 221 7 403 8 064 190 253 232 594 212 720 203 937 1 944 2 626

A.M. Lisboa 1 056 585 1 071 716 104 770 72 204 493 800 509 031 432 432 458 474 25 582 32 007

Alentejo 50 345 65 974 1 205 464 21 860 32 713 27 280 32 762 0 36

Algarve 26 418 29 930 2 647 659 3 101 4 907 20 670 24 362 0 3

R.A. Açores 12 764 11 818 2 278 2 517 1 659 874 8 827 8 427 0 0

R.A. Madeira 13 957 13 651 3 592 3 025 3 759 3 071 6 520 7 442 87 113

Fonte: INE.

A figura seguinte mostra, para o ano de 2016, a distribuição relativa da despesa por setor de execução.

Realça-se o papel relevante das empresas – o principal setor executor neste tipo de despesa, quer no

cômputo do País, quer nas diferentes regiões, com exceção das Regiões Autónomas e do Algarve, onde

as Instituições de Ensino Superior surgem como o principal setor executor.

Figura 54: Repartição da despesa total em I&D por setor de execução em 2016

Fonte: INE.

Quanto à despesa média por unidade, entre 2012 e 2015 foi registada uma redução global de cerca

de 9%, com apenas as regiões do Alentejo, Algarve e Madeira a mostrarem um ligeiro incremento.

5,3% 5,2% 1,8% 6,7% 0,7% 2,2%

21,3% 22,2%

48,4% 49,9%52,0%

47,5%

49,6%

16,4%

7,4%

22,5%

44,7% 44,5% 45,6% 42,8% 49,7%

81,4%

71,3%

54,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira

IPSFL

Ensino superior

Empresas

Estado

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 75/95

Figura 55: Despesa média em I&D por unidade (milhares €)

Fonte: INE.

Tabela 29: Recursos humanos no setor de I&D

I&D Áreas científicas e tecnológicas

Pessoal (ETI) Investigadores (ETI) Doutorados Diplomados do ensino superior

% da população ativa % da população ativa Nº por mil habitantes Nº por mil habitantes

2013 2016 2013 2016 2014 2016 2014 2016

Portugal 8,8 9,7 0,72 0,80 0,82 0,84 20,4 22,2

Norte 8,0 9,0 0,64 0,75 0,67 0,79 20,5 22,3

Centro 7,7 8,6 0,63 0,70 1,18 1,06 22,7 24,8

A.M. Lisboa 14,5 15,3 1,18 1,25 1,06 1,13 27,3 30,0

Alentejo 2,9 3,8 0,23 0,31 0,32 0,17 7,9 6,5

Algarve 3,4 3,7 0,30 0,30 0,48 0,43 8,7 9,6

R.A. Açores 2,7 2,7 0,20 0,19 0,22 0,11 2,3 2,6

R.A. Madeira 2,5 3,1 0,18 0,22 0,18 0,12 7,4 6,8

Fonte: INE. ETI = Equivalente a tempo integral.

Na tabela acima são apresentados dados relativos aos recursos humanos associadas com atividades

científicas e tecnológicas. Em percentagem da população ativa, tanto o pessoal ao serviço em I&D

como os investigadores (em equivalente a tempo integral, ETI) aumentaram entre 2013 e 2016 no País

e na grande maioria das regiões, com exceção da R.A. Açores (estabilização no 1º indicador e queda

ligeira no 2º) e do Algarve (estabilização no 2º indicador). O número de doutorados em áreas

científicas e tecnológicas por mil habitantes teve um aumento ligeiro entre 2014 e 2016, com as

subidas no Norte e na A.M. Lisboa a contrariarem a queda no resto das regiões. Quanto aos

diplomados do ensino superior em áreas científicas e tecnológicas por mil habitantes, a tendência

de aumento entre 2014 e 2016 apenas não foi acompanhada pelo Alentejo e R.A. Madeira.

660,1

577,7

461,2

992,1

389,7360,4 367,9

292,5

601,8547,9

418,4

911,9

393,7363,9

236,5

336,7

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira

2012 2015

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76/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

O Regional Competitiveness Index 2016 (RCI 2016), publicado em fevereiro de 2017 pela Comissão

Europeia, estabelece um ranking das 263 regiões NUTS II da União Europeia, como mostra o mapa da

figura seguinte, onde todas as regiões nacionais surgem abaixo da média da UE, apenas com a A.M.

Lisboa já próxima.

Figura 56: Mapa da UE no Regional Competitiveness Index 2016 (média UE = 0)

Fonte: Comissão Europeia.

A elaboração deste índice resulta de um vasto conjunto de dados, agrupados por dimensões e pilares,

elencados na tabela abaixo.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 77/95

Tabela 30: Dimensões e pilares do RCI 2016

Dimension Pillar

Basic

Institutions

Macroeconomic Stability

Infrastructure

Health

Basic Education

Efficiency

Higher Education and Lifelong Learning

Labor Market Efficiency

Market Size

Innovation

Technological Readiness

Business Sophistication

Innovation

Fonte: Comissão Europeia.

Figura 57: Mapas da UE para as três dimensões do RCI 2016 (média UE = 0)

Fonte: Comissão Europeia.

Na figura anterior são apresentados os posicionamentos das regiões de acordo com cada uma das

dimensões, onde se pode verificar que as regiões nacionais apresentam um comportamento relativo

melhor na primeira dimensão (básica) – ainda assim abaixo da média da UE (exceto a A.M. Lisboa) – e

pior na dimensão eficiência, mas sobretudo na de inovação, reforçando a ideia de que Portugal

necessita redefinir a sua estratégia neste domínio, sendo muito importante que consiga aproveitar em

benefício da inovação (conseguir a criação de valor acrescentado a partir do aproveitamento do

conhecimento existente/produzido) os significativos investimentos que tem vindo a efetuar nas áreas

da ciência e da tecnologia.

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78/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Na tabela seguinte são apresentados os resultados de cada região de Portugal nas várias dimensões

e respetivos pilares, com a indicação do posicionamento relativo nas 263 regiões (note-se que, nos

pilares “estabilidade macroeconómica” e “educação básica”, o ranking não é estabelecido ao nível

regional, mas sim nacional, assumindo-se que esses pilares resultam apenas de políticas públicas

centrais e não regionais). As regiões são ainda classificadas em estágios de desenvolvimento entre 1

e 5. A maioria das regiões nacionais está enquadrada no estágio 2, com exceção do Algarve (estágio 3)

e da A.M. Lisboa (estágio 4), a região nacional mais desenvolvida de acordo com esta escala, mas que,

ainda assim, está abaixo do patamar mais elevado.

Figura 58: Resultados das regiões de Portugal nas várias dimensões e pilares do RCI 2016

Fonte: Comissão Europeia. Nota: as classificações de cores associadas a cada valor estabelecem uma comparação relativa com as 15 regiões

que apresentam o PIB per capita mais próximo, numa escala em que o verde traduz uma força relativa, o vermelho uma fraqueza e o amarelo

nem uma coisa nem outra, sendo o asterisco a indicação de que a fraqueza ou força está perto do intervalo esperado.

Para complementar a análise, torna-se particularmente relevante a informação quanto ao indicador

específico de rendimento ao nível regional, o PIB per capita. Na figura seguinte são apresentados os

níveis de PIB per capita de cada região (média do período 2012-2014) face à média da UE (índice 100)

por escalão. No caso de Portugal, a região de Lisboa está no escalão 90-110, o Algarve no escalão 75-

90, enquanto as restantes regiões se encontram no escalão 50-75.

Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira

Score

(0-100)Rank

Score

(0-100)Rank

Score

(0-100)Rank

Score

(0-100)Rank

Score

(0-100)Rank

Score

(0-100)Rank

Score

(0-100)Rank

RCI 2016 0-100 31.3 203/263 35.1 191/263 54.5 139/263 29.7 211/263 31.9 201/263 16.7 234/263 * 25.2 223/263

GDP per head (PPS) EU-28=100 64 216/263 66 211/263 106 86/263 69 201/263 77 177/263 71 198/263 72 191/263

Stage of development 1-5 2 2 4 2 3 2 2

Basic dimension 49.9 192/263 49.1 195/263 51.6 183/263 * 47.1 202/263 45.3 209/263 41.5 217/263 43.6 212/263

Institutions 45.8 162/263 47.6 153/263 46.5 158/263 57.6 126/263 50.7 147/263 53.5 142/263 48.3 150/263

Macroeconomic Stability 37.9 26/28 37.9 26/28 37.9 26/28 * 37.9 26/28 37.9 26/28 37.9 26/28 37.9 26/28 *

Infrastructure 17.36 191/263 20.07 175/263 26.93 148/263 * 19.76 180/263 11.94 211/263 2.31 255/263 * 4.38 250/263 *

Health 79.8 144/263 73.6 185/263 76.7 172/263 58.6 212/263 65.9 205/263 59.5 211/263 69.1 199/263

Basic Education 70.8 10/28 70.8 10/28 70.8 10/28 70.8 10/28 70.8 10/28 70.8 10/28 70.8 10/28

Efficiency dimension 42.5 218/263 49.1 192/263 62.0 140/263 44.0 211/263 45.0 208/263 27.1 255/263 * 36.6 229/263 *

Higher Education and lifelong learning 47.5 228/263 52.5 202/263 58.1 173/263 46.9 231/263 48.0 226/263 29.2 260/263 * 41.9 250/263 *

Labour Market Efficiency 43.1 214/263 57.9 157/263 61.9 140/263 55.1 171/263 56.8 161/263 40.4 220/263 44.4 209/263

Market Size 19.7 182/263 17.6 193/263 42.9 80/263 14.0 212/263 13.6 213/263 5.3 249/263 * 9.9 230/263

Innovation dimension 29.7 202/263 27.1 210/263 58.6 91/263 22.2 223/263 31.4 193/263 25.4 217/263 29.5 203/263

Technological Readiness 48.9 189/263 47.2 190/263 63.2 155/263 43.5 197/263 52.8 182/263 59.0 165/263 56.4 173/263

Business Sophistication 23.3 199/263 20.8 209/263 56.7 23/263 17.2 225/263 29.3 171/263 12.0 241/263 20.4 214/263

Innovation 21.9 200/263 19.5 211/263 44.7 105/263 14.5 238/263 15.7 234/263 15.1 235/263 18.1 220/263

Strength relative to the 15 regions with most similar GDP per capita

Neither strength nor weakness relative to the 15 regions with most similar GDP per capita

Weakness relative to the 15 regions with most similar GDP per capita

* Indicates a strength or weakness that is close to the expected range

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 79/95

Figura 59: Mapa da UE no PIB per capita em paridade de poderes de compra (UE=100)

Fonte: Comissão Europeia.

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80/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Confrontando-se, para as várias regiões europeias, o seu índice no RCI 2016 com o respetivo PIB per

capita (média 2012-2014), observa-se a elevada correlação assinalada na figura seguinte, onde se

pode confirmar o fraco posicionamento relativo das regiões portuguesas plasmado nos estágios de

desenvolvimento já referidos, com o máximo nacional da A.M. Lisboa a ser influenciado pelo efeito,

sentido na maioria dos países, de se tratar da Capital.

Figura 60: Correlação entre o RCI 2016 e o PIB per capita em paridade de poderes de compra nas

regiões da UE (média 2012-14) classificadas em estágios de desenvolvimento

Fonte: Comissão Europeia.

Norte

Algarve

Alentejo

Centro

Madeira

Açores

Lisboa

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 81/95

A figura seguinte mostra o posicionamento relativo das 263 regiões relativamente à UE nos vários

pilares do RCI 2016 através de pequenos gráficos radar de fácil perceção, tendo sido assinalada a

localização das sete regiões nacionais para facilitar a inspeção visual do posicionamento de Portugal.

Figura 61: Gráficos radar dos pilares do RCI 2016 para as 263 regiões da UE

Fonte: Comissão Europeia.

Alentejo (211ª)

Algarve (201ª) Norte (203ª)

R.A. Açores (234ª)

A.M. Lisboa(139ª)

Centro (191ª)

R.A. Madeira (223ª)

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82/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

O Regional Innovation Scoreboard 2017 (RIS 2017) da Comissão Europeia, ilustrado pela figura

seguinte, apresenta uma avaliação comparativa do desempenho em matéria de sistemas de inovação

em 220 regiões de 22 países da UE (nos casos de Chipre, Estónia, Letónia, Lituânia, Luxemburgo e

Malta, as regiões coincidem com os países, pois os níveis NUTS I e NUTS II são idênticos), bem como

da Noruega, Sérvia e Suíça.

Figura 62: Mapa das regiões da UE por grupos de desempenho no RIS 2017

Fonte: Comissão Europeia.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 83/95

O RIS acompanha o European Innovation Scoreboard (EIS)3, que avalia o desempenho dos sistemas de

inovação nacionais, seguindo a mesma classificação de grupos de desempenho de inovação dos países

– neste caso aplicada às regiões –, que inclui quatro categorias: Líderes da Inovação (53 regiões), Fortes

Inovadores (60), Inovadores Moderados (85) e Inovadores Modestos (22). Os grupos de desempenho

são ainda divididos num terço superior (regiões assinaladas com «+»), num terço médio e num terço

inferior (assinalado com «-»).4

O mapa do RIS na figura acima mostra que Portugal, considerado “Inovador Moderado” (no EIS), tem

três regiões com a classificação “Inovador Moderado +” (Norte, Centro e Lisboa), uma região

classificada como “Inovador Moderado” (Alentejo) e as restantes três pertencentes ao subgrupo

“Inovador Moderado -”.

Ao nível da UE, constata-se que, de um modo geral, a maioria das regiões Líderes de inovação e Fortes

inovadoras está localizada nos países da antiga UE 15 do noroeste europeu e que a maioria dos

Inovadores Moderados e dos Inovadores modestos são países da antiga UE 15 do sul da Europa e novos

estados membros. Regista-se também que apenas um país dos 22 analisados (Espanha) tem regiões

nos três grupos de desempenho diferentes, embora 12 países tenham regiões em quatro ou mais

subgrupos diferentes.

Ainda de notar que existe uma forte correlação positiva entre o desempenho da inovação regional,

avaliado pelo RIS, e a competitividade regional, acima analisada por intermédio do RCI, também da

Comissão Europeia.

Falta, por isso, analisar como é construído o RIS. Como já referido, o RIS 2017 utiliza a metodologia do

EIS aplicada aos países para medir o desempenho dos sistemas regionais de inovação. O RIS 2017 utiliza

dados de 220 regiões de toda a Europa para 18 dos 27 indicadores utilizados no EIS 2017. Os

indicadores usados, agrupados por categorias, são evidenciados na Tabela 31.

As figuras seguintes mostram os valores dos diferentes indicadores do RIS 2017 para as várias regiões

de Portugal, agregadas por subgrupos de inovação de acordo com a classificação alcançada (por uma

questão de comparabilidade, os gráficos têm todos a mesma escala).

3 O EIS estabelece uma comparação anual do desempenho dos Estados-Membros e de outros países europeus e vizinhos regionais em matéria de inovação, mas a comparação regional é menos frequente e menos pormenorizada, devido à falta generalizada de dados sobre a inovação a nível regional. O RIS preenche esta lacuna, apresentando dados sobre o desempenho das regiões em matéria de inovação. Em comparação com o EIS, o RIS coloca um maior enfoque no desempenho das pequenas e médias empresas (PME).

4 Assim, as regiões mais inovadoras serão «Líderes da Inovação +» e as menos inovadoras serão «Inovadores Modestos -».

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84/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Tabela 31: Categorias e indicadores usados no RIS 2017

Categories Indicators

Framework conditions

Percentage population aged 25-34 having completed tertiary education

Lifelong learning

International scientific co-publications per million population

Scientific publications among the top-10% most cited publications worldwide as percentage of total scientific publications of the country

Investments

R&D expenditure in the public sector (percentage of GDP)

R&D expenditure in the business sector (percentage of GDP)

Non-R&D innovation expenditures (percentage of turnover)

Innovation activities

SMEs introducing product or process innovations (percentage of SMEs)

SMEs introducing marketing or organisational innovations (percentage of SMEs)

SMEs innovating in-house (percentage of SMEs)

Innovative SMEs collaborating with others (percentage of SMEs)

Public-private co-publications per million population

PCT patent applications per billion GDP (in PPS)

Trademarks applications per billion GDP (in PPS)

Designs applications per billion GDP (in PPS)

Impacts

Employment in knowledge-intensive activities (percentage of total employment)

Exports of medium and high technology products as a share of total product exports

Sales of new-to-market and new-to-firm innovations as percentage of turnover

Fonte: Comissão Europeia.

Figura 63: Indicadores do RIS 2017 face à média da UE – Norte, Centro e A.M Lisboa

Fonte: Comissão Europeia e cálculos próprios.

0

25

50

75

100

125

150Tertiary education

Lifelong learning

International scientific co-publications

Most-cited scientific publications

R&D expenditures public sector

R&D expenditures business sector

Non-R&D innovation expenditures

Product/process innovations

Marketing/ org, innovations

SMEs innovating in-house

Innovative SMEs collaborating

Public-private co-publications

EPO patent applications

Trademark applications

Design applications

Employment MHT manuf,/KIS services

Exports of MHT manufacturing

Sales new-to-market/firm innovations

RIS 2017 Innovators: Moderate +

Norte Centro Lisboa EU28

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 85/95

Figura 64: Indicadores do RIS 2017 face à média da UE – Alentejo

Fonte: Comissão Europeia e cálculos próprios.

Figura 65: Indicadores do RIS 2017 face à média da UE – Algarve e regiões autónomas

Fonte: Comissão Europeia e cálculos próprios.

As figuras permitem constatar que, na primeira categoria de indicadores (Framework conditions), as

regiões nacionais mais inovadoras (A.M. Lisboa, Norte e Centro, todas «Inovadores moderados +»)

apresentaram valores ligeiramente acima ou quase em linha com a média da UE, enquanto a grande

0

25

50

75

100

125

150Tertiary education

Lifelong learning

International scientific co-publications

Most-cited scientific publications

R&D expenditures public sector

R&D expenditures business sector

Non-R&D innovation expenditures

Product/process innovations

Marketing/ org, innovations

SMEs innovating in-house

Innovative SMEs collaborating

Public-private co-publications

EPO patent applications

Trademark applications

Design applications

Employment MHT manuf,/KIS services

Exports of MHT manufacturing

Sales new-to-market/firm innovations

RIS 2017 Innovators: Moderate

Alentejo EU28

0

25

50

75

100

125

150Tertiary education

Lifelong learning

International scientific co-publications

Most-cited scientific publications

R&D expenditures public sector

R&D expenditures business sector

Non-R&D innovation expenditures

Product/process innovations

Marketing/ org, innovations

SMEs innovating in-house

Innovative SMEs collaborating

Public-private co-publications

EPO patent applications

Trademark applications

Design applications

Employment MHT manuf,/KIS services

Exports of MHT manufacturing

Sales new-to-market/firm innovations

RIS 2017 Innovators: Moderate -

Algarve Açores Madeira EU28

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86/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

maioria das restantes regiões estava significativamente abaixo (apenas o Algarve aparecia

relativamente próximo da média europeia).

Na segunda categoria (Investments), o indicador de I&D público estava em linha com a média da UE

na A.M. Lisboa, no Norte e no Centro, as regiões mais inovadoras, e claramente abaixo nas restantes,

enquanto o indicador de I&D empresarial era nitidamente inferior à média europeia nas três regiões

mais inovadoras e ainda mais baixo nas outras regiões nacionais. Contudo, o indicador de despesas de

inovação exceto I&D estava acima da média da UE em todas as regiões nacionais.

Na terceira categoria de indicadores (Innovation activities), as regiões nacionais pontuavam todas

acima da UE no indicador de inovação ao nível da empresa nas PME (SME innovating in-house) e

estavam em linha ou um pouco acima da média na utilização de marcas (Trademark applications). Ao

nível das regiões mais inovadoras, ainda de salientar o valor acima da média europeia da região Norte

nas Design applications e o valor em linha com a UE registado pelo Centro ao nível das Innovative SMEs

colaborating. Nos restantes casos, as regiões nacionais pontuaram abaixo da média europeia nesta

categoria de indicadores.

Finalmente, na quarta categoria de indicadores (Impacts), relativa aos impactos da inovação, os

resultados foram globalmente maus nas regiões nacionais (quase todos abaixo da média europeia, em

particular no indicador de pedidos de patentes), sendo a única exceção o valor ligeiramente acima da

média da UE registado pela A.M. Lisboa no indicador de emprego em setores intensivos em

conhecimento (Employment in knowledge-intensive activities, percentage of total employment).

A falta de investimento empresarial em I&D, potencialmente mais eficiente na geração de valor

acrescentado, afigura-se, assim, como a principal justificação para o atraso de Portugal nos indicadores

de impacto da inovação, precisamente os mais importantes, notando-se também um défice de

investimento público em I&D nas regiões mais atrasadas para potenciar investimento privado em I&D.

Obviamente, os resultados e impactos referidos refletem também as características do tecido

empresarial e da economia portuguesa, com um forte predomínio de PME e especialização em setores

tradicionais que só em anos mais recentes começaram a apostar na inovação como modo de

diferenciação (em muitos casos, apenas inovação incremental ao nível da empresa, como mostram os

dados), caminho este que se espera venha a ser aprofundado, além da aposta clara nas marcas e

(sobretudo no Norte) no design que tem vindo a ser trilhada. Destaca-se ainda o aparecimento, cada

vez mais, de novas empresas de base tecnológica e focadas desde o início no mercado global,

beneficiando de um ecossistema de startups que começa a surgir e que tem ganho visibilidade

acrescida com o efeito da Web Summit em Lisboa.

Merece ainda referência o indicador de performance relativa de inovação regional face à UE (Regional

Innovation Index). Os dados mostram que, entre 2011 e 2017, apenas a região do Norte foi capaz de

melhorar o seu posicionamento de inovação no contexto europeu e, mesmo assim, de forma muito

ligeira, enquanto que todas as restantes regiões viram as suas classificações relativas diminuir.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 87/95

Figura 66: Regional Innovation Index (UE = 100)

Fonte: Comissão Europeia.

40

50

60

70

80

90

100

Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira

Regional Innovation Index 2011

Regional Innovation Index 2017

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 89/95

CAPÍTULO III

Qualidade de Vida e Bem-estar

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90/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Tomando o PIB per capita com um indicador de desenvolvimento e bem-estar (embora imperfeito),

começamos este capítulo por apreciar se Portugal e as suas regiões se têm aproximado ou não do nível

médio de vida da UE. No Capítulo anterior vimos o fraco posicionamento relativo das regiões

portuguesas no contexto europeu em termos de PIB per capita em paridade de poderes de compra

(PPC) – isto é, tomando como referência o nível de preços da UE –, mas com dados atrasados (PIB per

capita médio de 2012-2014) para efeitos de comparação com o índice de competitividade regional da

na análise da Comissão Europeia, concluindo-se por uma forte correlação.

Falta, por isso, analisar a evolução do PIB per capita em PPC à luz da informação mais recente.

Infelizmente, os dados mostram que, entre 2010 e 2017, Portugal empobreceu face à média europeia

(passando de 82,0% para 76,6%), o mesmo sucedendo com as suas regiões, com exceção do Algarve,

que registou uma ligeira convergência (de 81,0% para 83,0%). Contudo, estes resultados foram

claramente influenciados pelo Programa de Ajustamento. A boa notícia é que, entre 2013 e 2016 –

passada a fase mais recessiva desse Programa, do qual Portugal saiu com sucesso em 2014 –, as regiões

nacionais abaixo da média da UE conseguiram aproximar-se desse padrão, com exceção da R.A. Açores,

que se continuou a afastar. A A.M Lisboa, a única acima da média da UE, também registou uma

aproximação nesse período, mas devido a uma redução da vantagem relativa. Contudo, já em 2017,

Portugal e a maioria das suas regiões perderam poder de compra face à UE (com exceção do Algarve

e do Alentejo, que se aproximaram). A A.M. Lisboa continuou a ser a única região nacional acima da

média europeia neste indicador, mas com uma vantagem já pouco significativa (100.4%).

Figura 67: PIB per capita em PPC em Portugal e NUTS II (UE=100)

Fonte: INE.

A nível interno assistiu-se a uma aproximação do PIB per capita em PPC na maioria das NUTS II face

ao valor médio do País desde o início da presente década, com exceção das regiões autónomas, que

divergiram. A melhoria da posição relativa das regiões Norte, Centro, Alentejo e Algarve contrasta com

82,0

Portugal; 76,6

66,2Norte; 64,8

69,4Centro; 66,6

115,8

A.M. Lisboa; 100,4

74,7 Alentejo; 72,2

81,0Algarve; 83,0

74,9

R.A. Açores; 68,4

79,5

R.A. Madeira; 73,4

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

110,0

120,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 91/95

a descida relativa verificada na A.M Lisboa que, mesmo assim, continuou a apresentar o valor mais

alto a nível nacional, muito acima da média. O Algarve também supera a média nacional, mas apenas

de forma ligeira. Apesar da evolução positiva, o Norte e Centro permanecem na última e penúltima

posição, respetivamente, ao nível deste indicador.

Figura 68: PIB per capita em PPC nas NUTS II (PT=100)

Fonte: INE.

A figura seguinte, com base na informação desagregada ao nível das NUTS II, mostra que o crescimento

real do PIB desde o início da década tem uma correlação positiva e estatisticamente significativa

(R=0,38; p<0,05) com o nível da intensidade exportadora. Tal significa que as sub-regiões com valores

mais elevados de intensidade exportadora foram as que exprimiram um melhor desempenho

económico.

Daqui se conclui que o processo de internacionalização da economia portuguesa contribui de modo

expressivo para a trajetória de crescimento económico sustentado e, nesse sentido, para a melhoria

da qualidade de vida e de bem-estar das populações.

100,0Portugal; 100,0

80,7Norte; 84,684,6Centro; 86,9

141,2

A.M. Lisboa; 131,1

91,1

Alentejo; 94,3

98,8

Algarve; 108,4

91,3 R.A. Açores; 89,3

97,0R.A. Madeira; 95,8

70,0

80,0

90,0

100,0

110,0

120,0

130,0

140,0

150,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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92/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 69: Regressão entre crescimento real do PIB e intensidade exportadora nas regiões NUTS III

Fonte: INE e cálculos próprios (estimação levada a cabo com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

Retomando a análise do PIB per capita em PPC e aprofundando o nível de detalhe regional, verifica-se

que, na sua grande maioria, as sub-regiões NUTS III melhoraram o seu desempenho relativo face à

média nacional, mas persistem assimetrias muito acentuadas, conforme demonstra a figura seguinte.

Figura 70: PIB per capita em PPC das regiões NUTS III em 2017 vs. 2000

Fonte: INE.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 93/95

No sentido de complementar a análise ao nível do município – dada a inexistência da desagregação do

PIB a nível municipal – utilizou-se a informação estatística do Estudo do Poder de Compra Concelhio

do INE.

Deste modo, numa análise desagregada por municípios considerando o conjunto do País, vemos que

o município de Lisboa se encontra acima do valor médio nacional no Indicador per capita de poder de

compra, sendo reconhecido como um outlier severo no diagrama de extremos-e-quartis,

acompanhado, embora em menor grau de importância, por outros municípios como o Porto, Oeiras

(também reconhecidos como outliers severos), Sines, São João da Madeira, Faro, Coimbra, Aveiro,

Cascais e Matosinhos (reconhecidos como outliers moderados).

Figura 71: Indicador per capita de poder de compra nos municípios portugueses em diagrama de

extremos e quartis

Fonte: INE e cálculos próprios (diagrama efetuado com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

Esta análise é confirmada considerando os municípios por região NUTS II.

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94/95 AEP – Associação Empresarial de Portugal

Figura 72: Indicador per capita de poder de compra nos municípios das NUTS II em diagrama de

extremos e quartis

Fonte: INE e cálculos próprios (diagrama efetuado com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

Também no indicador “Percentagem de Poder de Compra” é bem visível o destaque dado ao

município de Lisboa, que absorve 10,5% do poder de compra nacional.

Figura 73: Percentagem de Poder de Compra nos municípios das NUTS II em diagrama de extremos

e quartis

Fonte: INE e cálculos próprios (diagrama efetuado com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).

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AEP – Associação Empresarial de Portugal 95/95

A figura seguinte apresenta o indicador “Fator Dinamismo Relativo” que, de acordo com o INE, reflete

o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os

fluxos populacionais induzidos pela atividade turística, onde, como seria de esperar, se destaca a região

do Algarve com os valores mais elevados.

Figura 74: Fator Dinamismo Relativo nos municípios das NUTS II em diagrama de extremos e

quartis

Fonte: INE e cálculos próprios (diagrama efetuado com o Statistical Package for Social Sciences – SPSS v.25).