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Page 1: Diferença entre imunidade e isenção imunidadeisenção Dispensa constitucional de pagamento do tributo; Dispensa infraconstitucional de pagamento de tributo;
Page 2: Diferença entre imunidade e isenção imunidadeisenção Dispensa constitucional de pagamento do tributo; Dispensa infraconstitucional de pagamento de tributo;

Diferença entre imunidade e isenção

imunidade isençãoDispensa constitucional de pagamento do tributo;

Dispensa infraconstitucional de pagamento de tributo;

O tributo não se forma, não existe.

O tributo existe, mas é dispensado de ser pago;

Esse tem por escopo a implementação de objetivos do Estado.

Esse tem por escopo a conjuntura econômica e sócia do país ou da pessoa natural.

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Estudos das ImunidadesSão os casos do art. 150, VI, “a, b, c ,d” da CF:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.”

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Esses são os casos de imunidade genérica, sendo fundadas em valores constitucionais ligados à: Liberdade religiosa, liberdade política, liberdade sindical, liberdade de expressão, direito à cultura e etc.

O constituinte tinha por finalidade tutelar e incentivar tais preceitos, logo as imunidades tem por escopo incentivar alguma área ou proteger determinado instituto.

Por isso as imunidades são ligadas aos objetivos do Estado.

 

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Espécies de imunidadeImunidade recíproca (art. 150, VI, “a”):

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;”

O fundamento desta imunidade é o Princípio Federativo (art. 60, § 4, I da CF).

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Entes da federaçãoA constituição declina em vários momentos quais

são os entes da federação, como no art. 1 e 18, expressamente, vejamos:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos”

“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.”

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A partir da análise legal, podemos chegar a algumas conclusões:

A)Temos uma federação sui generis, já que esta é formada por: união, estado e municípios, ou seja, um terceiro elemento distinto do normal.

B)Há autonomia entre os entes, já que é garantida uma organização legislativa, administrativa e governamental.

C)Havendo respeito ao Princípio da indissolubilidade do pacto federativo, logo não há direito de secessão.

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Logo, podemos dizer que a federação brasileira é formada por:

União;Estados membros;Municípios;Distrito Federal. 

Esquema para entender: 

União + Estados + Municípios + DF = Estado Federal Brasileiro

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Estudo Específico dos Entes União federal

A problemática: A leitura do art. 1 da CF (Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos) parece que a União se confunde com a República federativa do Brasil, já que não é mencionada no dispositivo.

Todavia, o art. 18 (Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição) estabelece que a organização político-administrativa da república federativa compreende a União, Estados, DF e Municípios.

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Observação de José Afonso: “Dizer que a república federativa do Brasil é formada pela União indissolúvel dos Estados, municípios e do Distrito Federal não é diverso de dizer que ela compreende União, Estados, Distrito Federal e municípios, porque a união indissolúvel (em minúsculo) do art. 1º é, a mesma união (em maiúscula) do art. 18”.

 Quer dizer: O termo união nos dois deve ser

interpretado como pessoa jurídica de direito público, apesar de apresentar-se como substantivo no artigo 1 e como nome próprio no artigo 18.

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É imunidade intergovernamental, vem do equilíbrio federativo, pois dentro do território temos esferas do poder.

Atenção!: Esse recai sobre impostos, todavia, com relação aos outros tributos, temos 2 correntes:

 1ª Corrente: Não paga qualquer tributo (Hugo

de Brito); 2ª Corrente: Só não paga imposto, o resto

paga.

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Cuidado!: Quando um ente da federação compra bens não ha incidência da imunidade recíproca sobre o IPI e ICMS, pois quem paga o tributo é o industrial, comerciante ou produtor.

Exemplo: Sou dono da fábrica de carros e irei vender frota para o Estado de SP e requeiro imunidade de IPI.

Futuro estudo de D. Administração: Empresas públicas e sociedade de economia mista não têm imunidade recíproca, salvo empresas públicas que desempenharem função exclusiva e obrigatória do Estado. (correios)

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Imunidade para templos de qualquer culto

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto;”

O seu fundamento art. 6 VI ao VIII garantia de liberdade religiosa e art. 19, I da CF o Estado laico.

Após a proclamação da república, o Brasil se tornou laico (sem religião oficial).

Questão de concurso: se o Brasil é laico como temos feriados religiosos?

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A regra imunitória sobre os templos, independe da extensão da igreja ou do número de adeptos. Conceito de culto e templo.

 Culto: É a manifestação religiosa e de seus

valores. Templo: Esse é o mais importante, temos 3

grandes teorias: Teoria clássico-restritiva: É o local destinado à

celebração do culto. Exemplo: O IPTU não recai sobre a igreja, mas recai sobre a casa do padre.

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Teoria clássico-literal: Templo é tudo aquilo que direta viabiliza o culto. Exemplo: O IPTU não recai sobre a igreja nem a casa do padre e nem tão pouco o IPVA sobre veículo para trabalhos eclesiásticos.

Teoria Moderna: O templo é entidade que extrapola o plano do conjunto de coisas, abrange toda a dimensão de religião. Neste sentido, todo patrimônio, renda e serviços relacionados com a finalidade religiosa estariam abarcados na imunidade.

Atenção!: O STF tem entendido a adoção da teoria moderna de templo. (RE 257,700/MG- 2000 e RE 247.809/RJ-2007).

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Exemplo: Uma igreja que aluga o seu imóvel tem de pagar IPTU? Depende.

1 Caso: Se a locação se destina a promover regular exercício do culto, manutenção de assistência e amparo. Estaremos diante da finalidade religiosa desse imóvel, logo, não incide IPTU.

2 Caso: Igreja proprietária de dezenas de imóveis locados com típica finalidade imobiliária de receitas (ganhar dinheiro). Nesse caso, não há imunidade de IPTU.

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“Art. 150, IV, c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;”

1- Dos partidos políticos: Os partidos políticos são criaturas constitucionais

que dão sustento ao regime democrático e ao pluralismo político. O fundamento para sua imunidade é a liberdade política (art. 1, V da CF).

Obs.: A única exigência é o registro do partido no TSE.

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2- Entidade sindical: Fundada na liberdade sindical (art. 8 da CF).

 Cuidado!: A imunidade abarca tão somente as entidades sindicais dos empregados.

São incluídas na imunidade:Sindicatos (art. 511 CLT);Federações (art. 534 CLT);Confederações (art. 535 CLT);Centrais sindicais.

Exemplo: Imóvel do sindicato destinado a lazer não sofre IPTU.

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3- Instituições de Educação: Essa se funda na difusão da educação e do ensino (art. 205, 208 e 214 da CF).

Dada sua importância, deve ser vista de forma lato-senso, pois atinge escolas, faculdades, museus, teatros, bibliotecas e centros de pesquisa; ou seja, a educação formal e informal.

4-Entidades de assistência social: São aqueles que auxiliam o Estado no atendimento dos direitos sociais, tais como: Saúde, segurança, maternidade, trabalho, e outros.

Exemplo: ONG’s, entidades beneficentes, organizações de voluntariado e etc.

Cuidado: os dois só tem imunidade se forem sem fins lucrativos.

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Requisitos da parte final do art. 150, VI, “c”: temos duas expressões :

“Art. 150, IV, c) sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;”

A) Atendidos os requisitos da lei: Estarmos diante de dispositivo não auto-aplicável, mas regulado pelo CTN, logo para ter a imunidade os quatro devem:

1- Aplicarem seus recursos no país;

2- Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros.

 

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b) Sem fins lucrativos: só educação e assistência.

Cuidado!: Sem fins lucrativos não é o mesmo que vedação ao lucro, mas a apropriação do lucro.

O resultado positivo não é vedado, mas deve ser investido na própria instituição. O lucro é necessário para a entidade se manter (pagamento de pessoal).

Exemplo: Instituição de educação privada que cobra mensalidade de alunos, mas os lucros são reinvestidos aos seus fins institucionais, como: Pagar professores, instalações, equipamentos e etc.

Page 22: Diferença entre imunidade e isenção imunidadeisenção Dispensa constitucional de pagamento do tributo; Dispensa infraconstitucional de pagamento de tributo;

 Imunidades do art. 150, VI, “d”:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.”

 Fundamento: na liberdade de expressão,

difusão da cultura e utilidade social.

Imunidade dos objetos

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Estudo específico:1- Livros: está ligado a liberdade de expressão

e difusão do conhecimento.

A imunidade existe para difusão de conhecimento e idéias, por isso incluem os manuais técnicos e apostilar (RE 18403/2000 SP).

Parte crescente da doutrina afirma que o livro eletrônico e CD-ROM são imunes.

Obs.: Os livros que não vinculam idéias não tem imunidade. Exemplo: Livro de ponto, livro de bordo e livros fiscais.

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2- Jornais: direito a informação

são aqueles que visam difundir notícias e informações escritas aos seus leitores.

Inclui gazetas, informativos e etc.

OBs.: Até mesmo as propagandas vinculadas no corpo do jornal são imunes (RE 87049-SP e RE 91662).

3- Periódicos: Nesta temos qualquer publicação com periodicidade, até mesmo revista sem conteúdo intelectual, como material pornográfico, álbum de figurinhas, listas telefônicas dentre outras.

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4- Papel: É o único insumo (matéria prima) previsto na alínea “d”.

Cuidado: Somente utilizado em livros, jornais e periódicos.

Esse poderia ser ampliada às tintas e máquinas usadas em produção de livros, jornais e periódicos, mas o STF limitado ao papel.