dicionário de filosofia

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COLÉGIO ESTADUAL TENENTE SPRENGER ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CONJUNTO ATUBA – PINHAIS – PR Vocabulário de F I L O S O F I A Prof. Francisco Bornholdt PINHAIS - 2004

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  1. 1. COLGIO ESTADUAL TENENTE SPRENGER ENSINO FUNDAMENTAL E MDIO CONJUNTO ATUBA PINHAIS PR Vocabulrio de F I L O S O F I A Prof. Francisco Bornholdt PINHAIS - 2004
  2. 2. Todos os temas so passveis de serem tratados de maneira filosfica. A filosofia no depende de seus assuntos. No uma matria a ser ensinada nem um campo a cultivar; um estado de esprito, um modo de se servir do prprio intelecto. O filsofo no tem um objeto prprio. Parte das idias aceitas, das opinies do senso comum, das ideologias dominantes, das revelaes religiosas, das respostas dadas pela cincia, para submet-las a um exame. Tudo, portanto, objeto de sua reflexo. O nefito no tem nenhuma necessidade de construir para si uma montanha de assuntos apropriados a essa disciplina. Eles no existem. No h especificidade do objeto da filosofia: filosofar questionar, no sentido banal do termo, aquilo que j est dado como resposta e que, na verdade, no convm. Verifica-se que as respostas pululam, opem-se e se contradizem. O filsofo procura enxergar com clareza, pr ordem nessa confuso, fazer da razo o rbitro. (Marc Sautet)
  3. 3. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 1 V O C A B U L R I O D E F I L O S O F I A A posteriori Diz-se de argumento, prova, raciocnio ou demonstrao que passe de fatos a concluses gerais, como os que vo do condicionado ao condicionante; emprico. A priori Diz-se de conhecimento admitido provisoriamente, ainda no suficientemente justificado, sendo incerto se o vir a ser. Abstrao Ato de separar mentalmente um ou mais elementos de uma totalidade complexa (coisa, representao, fato), os quais s mentalmente podem subsistir fora dessa totalidade. Acaso Acontecimento fortuito; fato imprevisto; casualidade. Carter de acontecimento imprevisvel com relao s causas que o determinam (p. ex., a premiao de um bilhete); ou injustificvel com respeito significao assumida (p. ex., um atraso de segundos que provoca um desastre). Casualmente, acidentalmente, fortuitamente; Eventualmente... O acaso existe? (O simples fato de desconhecermos a(s) causa(s) de um determinado fenmeno, no significa necessariamente que estejamos diante de um acaso! Acidente Caracterstica que no faz parte da essncia de uma coisa, podendo ou no ser a ela atribuda. O que resulta de contingncia ou de acaso. Alegoria Exposio de um pensamento sob forma figurada. Seqncia de metforas que significam uma coisa nas palavras e outra no sentido. Por exemplo: Alegoria da Caverna de Plato. Alma Em diversos textos filosficos est no sentido de esprito, razo ou racionalidade. Princpio espiritual do homem concebido como separvel do corpo e imortal. Ambigidade Sofisma verbal. Que se pode tomar em mais de um sentido; equvoco, indeterminado, impreciso, incerto, com duplo sentido. Amor platnico Amor contemplativo, alheio a interesses ou gozos materiais; ideal, casto. Analogia Ponto de semelhana entre coisas diferentes. Animal Ser vivo organizado, dotado de sensibilidade e movimento (em oposio aos vegetais). Animismo Doutrina segundo a qual uma s e mesma alma o princpio da vida e do pensamento; monodinamismo. Modo de pensamento ou sistema de crenas em que se atribui a seres vivos, objetos inanimados e fenmenos naturais um princpio vital pessoal, isto , uma alma. Antecedente Aquilo que, no tempo, precede de modo imediato. Em relao de implicao, os termos ou proposies que implicam. Ex.: no silogismo categrico, as premissas; na proposio hipottica, a proposio que
  4. 4. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 2 condio. Anttese Oposio por contrariedade, ou por contradio, entre dois termos ou duas proposies. Antropologia O estudo ou reflexo acerca do ser humano, do que lhe especfico. (filosfica, cultural, biolgica, social, fsica) Apcrifo Diz-se de obra ou fato sem autenticidade, ou cuja autenticidade no se provou. Aret Do (grego): Virtude, virtuosimo. Algum dotado de virtude Argumento Raciocnio, indcio ou prova pelo qual se tira uma conseqncia ou deduo. Aristoi Do (grego): Os bons, belos ou melhores Arqutipo Imagens psquicas do inconsciente coletivo, que so patrimnio comum a toda a humanidade; Padro, exemplar, modelo, prottipo... Ascese Exerccio prtico que leva efetiva realizao da virtude, plenitude da vida moral. Introspeco, reflexo. Atomismo Doutrina defendida por Demcrito (460 a.C.-370 a.C.) e Epicuro (epicurismo), que sustenta ser a matria formada de tomos que se agrupam em combinaes casuais e por processos mecnicos. Atributo Qualidade; Aquilo que prprio de um ser. Carter essencial de uma substncia. Autarcia Do (grego) autrkeia auto-suficincia. Auto-suficincia econmica de uma nao; auto-suficincia; At hoje, uma empresa pblica que gere sus prprios recursos chamada de autarquia. Autonomia Faculdade de se governar por si mesmo. Oposto de heteronomia. Axioma Premissa imediatamente evidente que se admite como universalmente verdadeira sem exigncia de demonstrao. Proposio que se admite como verdadeira porque dela se podem deduzir as proposies de uma teoria ou de um sistema lgico ou matemtico. Behaviorismo Psicologia: estudo objetivo dos estmulos e reaes verificadas no fsico, com desprezo total dos fatos anmicos; condutismo.(Betcherew, Pavlov, Watson) Mtodo psicolgico que exclui a introspeco e no admite seno o estudo da maneira de comportar-se (= reagir) do indivduo (homem ou animal). Bom senso Retido natural, o juzo sobre as coisas prticas. Caos Do latim chaos grego chos: confuso, desordenado... Em Fsica, ver
  5. 5. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 3 teoria do Caos. Capcioso Manhoso, ardiloso; Insinuante, envolvente; Argucioso para iludir; caviloso Cartesianismo Doutrina de Ren Descartes, filsofo, matemtico e fsico francs (1596- 1650), e de seus seguidores, caracterizada pelo racionalismo, pela considerao do problema do mtodo como garantia da obteno da verdade, e pelo dualismo metafsico. Influncia de Descartes na filosofia. Categorias apriori Em Kant, conceitos fundamentais do entendimento puro Categrico Claro, explcito, positivo. Causa Aquilo pelo qual uma coisa se realiza. Termo correlacionado a efeito e que se concebe de maneiras diversas, que se compreendem a partir de dois enfoques fundamentais: a) relao entre um ser inteligente e o ato que ele praticou voluntariamente e pelo qual responsvel; b) vnculo que correlaciona os prprios fenmenos e que faz com que um ou vrios deles apaream como condio da existncia de outros. Causa eficiente Condio do fenmeno que produz outro fenmeno. Causa final Condio daquilo em vista de que algo se produz. Causa formal Condio daquilo pelo que alguma coisa tal ser determinado. Causa material Condio daquilo de que uma coisa feita. Causalidade Qualidade da relao de causa e efeito. Censura Ato ou efeito de censurar. Ceticismo Atitude ou doutrina segundo a qual o homem no pode chegar a qualquer conhecimento indubitvel, quer nos domnios das verdades de ordem geral, quer no de algum determinado domnio do conhecimento. Ctico Diz-se do partidrio do cepticismo. Que duvida de tudo; descrente. Cientificismo Atitude segundo a qual a cincia d a conhecer as coisas como so, resolve todos os reais problemas da humanidade e suficiente para satisfazer todas as necessidades legtimas da inteligncia humana. Cinismo Doutrina e modo de vida dos seguidores dos filsofos socrticos Antstenes de Atenas (444-356 a.C.) e Digenes de Snope (413-323 a.C.), fundadores da Escola Cnica, que pregavam a volta vida em estrita conformidade com a natureza e, por isso, se opunham radicalmente aos valores, aos usos e s regras sociais vigentes. Impudncia, desvergonha, desfaatez, descaramento.
  6. 6. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 4 Clinamen Do latim clinamen = inclinao. No epicurismo, desvio espontneo que sofrem os tomos e que lhes propicia o encontro e a aglomerao. Coexistncia Qualidade ou condio de coexistente. Existir simultaneamente. Cogito ergo sum De Ren Descartes: penso, logo existo. Verdade firme e assegurada, de que no se pode duvidar, princpio primeiro do cartesianismo. Cognio O conjunto dos processos mentais, no pensamento, na percepo, na classificao, reconhecimento. Aquisio de um conhecimento. Cognitivo Relativo cognio, ou ao conhecimento. Coisa Termo amplamente utilizando em filosofia: aquilo que existe ou pode existir. Conceito Representao dum objeto pelo pensamento, por meio de suas caractersticas gerais. Ao de formular uma idia por meio de palavras; definio, caracterizao. Concepo O ato de conceber ou criar mentalmente, de formar idias, especialmente abstraes; entendimento que se tem sobre algo. Concluso Proposio que afirmada ou negada a partir de outras (premissas). Concomitante Que se manifesta simultaneamente com outro. Confluncia Qualidade do que confluente. Lugar onde se juntam dois ou mais rios; afluncia. Congnito Inato, Nascido com o indivduo; conatural, conato. Conotao Equivale compreenso ou inteno (ver denotao).Referncia do termo s entidades correspondentes. Exemplo: o termo homem denota mais do que o termo rabe e este conota mais do que o termo homem. Propriedade que possui um termo de designar um ou vrios atributos com o objeto que ele significa. Sentido translato, ou subjacente, s vezes de teor subjetivo, que uma palavra ou expresso pode apresentar paralelamente acepo em que empregada. Relao que se nota entre duas ou mais coisas. Conscincia Autoconscincia. Faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados. Atributo altamente desenvolvido na espcie humana e que se define por uma oposio bsica: o atributo pelo qual o homem toma em relao ao mundo (e, posteriormente, em relao aos chamados estados interiores, subjetivos) aquela distncia em que se cria a possibilidade de nveis mais altos de integrao. Conseqente Em relao a antecedente: o termo que implicado.
  7. 7. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 5 Contingente O que no tem em si a razo de sua existncia. Diz-se de funo lgica que ora se converte numa proposio verdadeira, ora numa proposio falsa, conforme os valores assumidos por suas variveis. Contraditrio Relao entre as proposies ou premissas universais afirmativas e particulares negativas; entre particulares afirmativas e universais negativas. Em que h, ou que encerra contradio; oposto. Controvrsia Contestao, polmica. Coprofagia Modo de alimentao dos animais que se nutrem de excremento. Estado mrbido que impele o indivduo a comer excremento. Corporativismo Ao (sindical, poltica, etc.) em que prevalece a defesa dos interesses ou privilgios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse pblico. Cosmolgico Qualquer doutrina ou narrativa a respeito da origem, da natureza e dos princpios que ordenam o mundo ou o universo, em todos os seus aspectos Criticismo Posio metodolgica prpria do kantismo (q. v.) caracterizada por considerar que a anlise crtica da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional, deve ser o ponto de partida da reflexo filosfica. Darwinismo Corrente terica da segunda metade do sc. XIX e primeira metade do sc. XX. Sistema de histria natural cuja concluso extrema o parentesco fisiolgico e a origem comum de todos os seres vivos, com a formao de novas espcies por um processo de seleo natural Deduo Na lgica clssica, raciocnio que parte de uma ou mais premissas gerais e chega a uma ou mais concluses particulares. Na lgica formal contempornea, raciocnio cuja concluso necessria em virtude da aplicao correta das regras lgicas. O que resulta de um raciocnio; conseqncia lgica; ilao, inferncia; concluso. Definio Ato ou efeito de definir. Equivalncia estabelecida entre um termo e outros termos conhecidos e pela qual se cria um objeto determinado de pensamento. Degenerado Que degenerou. Depravado, corrompido. Denotao Equivale extenso(ver conotao). Um termo mais denota, quanto menos conota. Exemplo: o termo homem denota mais do que o termo rabe e este conota mais do que o termo homem. Deontologia O estudo dos princpios, fundamentos e sistemas de moral. Tratado dos deveres. tica das profisses.
  8. 8. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 6 Deriva Sem rumo; solto, perdido; arrastado, levado; conduzido por. Destino Fim ltimo; Sucesso de fatos que podem ou no ocorrer, e que constituem a vida do homem, considerados como resultantes de causas independentes de sua vontade; sorte, fado, fortuna. Determinismo Relao entre os fenmenos pela qual estes se acham ligados de modo to rigoroso que, a um dado momento, todo fenmeno est completamente condicionado pelos que o precedem e acompanham, e condiciona com o mesmo rigor os que lhe sucedem. Devir Do latim devenire: Vir a ser; tornar-se; devenir. Dialtica Conforme Hegel, a natureza verdadeira e nica da razo e do ser que so identificados um ao outro e se definem segundo o processo racional que procede pela unio incessante de contrrios -- tese e anttese -- numa categoria superior, a sntese. Segundo Marx, o processo de descrio exata do real. Dicotomia Diviso lgica de um conceito em dois outros conceitos, em geral contrrios, que lhe esgotam a extenso. Ex.: animal = vertebrado e invertebrado. Dilema Raciocnio cuja premissa alternativa, de sorte que qualquer dos seus termos conduz mesma conseqncia. Dogmtico Ponto fundamental e indiscutvel duma doutrina religiosa. Dualismo Coexistncia de dois princpios ou posies contrrias, opostas. Por exemplo: bem, mal; certo, errado; perfeito, imperfeito; mente, corpo, cu, inferno; etc. Ecltico Relativo ao, ou que partidrio do ecletismo. Formado de elementos colhidos em diferentes gneros ou opinies. P. ext. Posio intelectual ou moral caracterizada pela escolha, entre diversas formas de conduta ou opinio, das que parecem melhores, sem observncia duma linha rgida de pensamento. Efeito Produto necessrio ou fortuito de uma causa. Resultado, conseqncia. Resultado de um ato qualquer. Termo correlacionado a causa. Ego O eu de qualquer indivduo. Egocntrico Diz-se daquele que refere tudo ao prprio eu, tomado como centro de todo o interesse; personalista. Emprico Baseado apenas na experincia e, pois, sem carter cientfico. Derivado de experimento ou de observao da realidade. Diz-se de conhecimento que provm, sob perspectivas diversas, da experincia.
  9. 9. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 7 Empirismo Doutrina ou atitude que admite, quanto origem do conhecimento, que este provenha unicamente da experincia, seja negando a existncia de princpios puramente racionais, seja negando que tais princpios, existentes embora, possam, independentemente da experincia, levar ao conhecimento da verdade. nfase Sofisma da nfase. Entonao especial para fazer ressaltar alguma palavra ou expresso. Realce, destaque, relevo. Energia excessiva na gesticulao ou na fala. Ensaio Obra filosfica ou literria em prosa, analtica ou interpretativa, sobre determinado assunto, porm menos aprofundada e/ou menor que um tratado formal e acabado. Ente Aquilo que existe; coisa, objeto, matria, substncia, ser. Enunciado Proposio; exposio. Epicurismo Doutrina de Epicuro, filsofo materialista grego (341-270 a.C.), e de seus seguidores, entre os quais se distingue Lucrcio, poeta latino (98-55 a.C.), caracterizada, na fsica, pelo atomismo, e na moral, pela identificao do bem soberano com o prazer, o qual, concretamente, h de ser encontrado na prtica da virtude e na cultura do esprito. Epicuro Epicuro, filsofo materialista grego (341-270 a.C. Epiquirema Silogismo em que pelo menos uma das premissas provada. Silogismo dialtico. Epistemologia Teorias do conhecimento. Conjunto de conhecimentos que tm por objeto o conhecimento cientfico, visando a explicar os seus condicionamentos (sejam eles tcnicos, histricos, ou sociais, sejam lgicos, matemticos, ou lingsticos), sistematizar as suas relaes, esclarecer os seus vnculos, e avaliar os seus resultados e aplicaes. Eqidade Disposio de reconhecer igualmente o direito de cada um. Sentimento de justia avesso a um critrio de julgamento ou tratamento rigoroso e estritamente legal. Equvoco Interpretao ambgua. Sofisma verbal que consiste em dar sentidos diferentes a uma palavra dentro de um mesmo raciocnio; equivocao. Que tem mais de um sentido ou se presta a mais de uma interpretao; ambguo. Que d margem a suspeita. Eros Ente mitolgico equivalente ao cupido. Princpio de ao, smbolo do desejo, cuja energia a libido. Ertico Inspirado ou provocado pelo erotismo. Inspirado pelo amor; que tem o carter de lirismo amoroso. Sensual, lascivo.
  10. 10. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 8 Escatologia Tratado sobre os fins ltimos do homem. Doutrina sobre a consumao do tempo e da histria. Escolstica Doutrinas teolgico-filosficas dominantes na Idade Mdia, dos scs. IX ao XVII, caracterizadas sobretudo pelo problema da relao entre a f e a razo, problema que se resolve pela dependncia do pensamento filosfico, representado pela filosofia greco-romana, da teologia crist. Desenvolveram-se na escolstica inmeros sistemas que se definem, do ponto de vista estritamente filosfico, pela posio adotada quanto ao problema dos universais (q. v.), e dos quais se destacam os sistemas de Santo Anselmo, de So Toms e de Guilherme de Ockham . Esotrico Diz-se do ensinamento que, em escolas filosficas da antiguidade grega, era reservado aos discpulos completamente instrudos. Diz-se de ensinamento ligado ao ocultismo. Especificidade Qualidade do que especfico. Qualidade tpica de uma espcie. Especulao Ato ou efeito de especular. Investigao terica, de natureza exploratria, sem apoio de evidncia slida: Essncia O que constitui a natureza de um ser, independentemente de este existir de fato ou atualmente. O que constitui o cerne de um ser; natureza. Aquilo que constitui a natureza das coisas; substncia. Esttico Relativo esttica, ao sentimento do belo. Que tem caractersticas de beleza; belo, harmonioso. Estoicismo Designao comum s doutrinas dos filsofos gregos Zeno de Ccio (340-264) e seus seguidores Cleanto (sc. III a.C.), Crisipo (280-208) e os romanos Epicteto (c.55-c.135) e Marco Aurlio (121-180), caracterizadas sobretudo pela considerao do problema moral, constituindo a ataraxia o ideal do sbio. Etimologia Origem e evoluo histrica de um vocbulo. O estudo das palavras, de sua histria, e das possveis mudanas de seu significado. Eutansia Morte serena, sem sofrimento. Prtica, sem amparo legal, pela qual se busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente reconhecidamente incurvel. Evidncia Carter de objeto de conhecimento que no comporta nenhuma dvida quanto sua verdade ou falsidade. Exguo De pequenas propores; diminuto. Escasso, minguado. Existencialismo Filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre. Exotrico Diz-se de ensinamento que, em escolas da Antiguidade grega, era transmitido ao pblico sem restrio, dado o interesse generalizado que
  11. 11. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 9 suscitava e a forma acessvel em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialtico, provvel, verossmil. Explicito Expresso formalmente; claro, desenvolvido, explicado Extrnseco Que exterior; no pertencente essncia de uma coisa. Faculdade Capacidade, natural ou adquirida, de fazer alguma coisa. Aptido inata; disposio, tendncia, talento, dom. Fatalidade Sorte inevitvel; destino, fado, fatalismo. Acontecimento funesto; infortnio, desgraa. Fatalismo Atitude ou doutrina que admite que o curso dos acontecimentos est previamente fixado, nada podendo alter-lo. Atitude daqueles que acreditam nessa teoria. Feedback Termo ingls que designa retroao. Fenmeno Objeto de experimentao; fato. O que se manifesta conscincia. No kantismo, tudo que objeto de experincia possvel, i. e., que se pode manifestar no tempo e no espao atravs da intuio sensvel e segundo as leis do entendimento. Fetiche Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto; dolo, manipano. Filologia Estudo da lngua em toda a sua amplitude, e dos documentos escritos que servem para document-la. Filosofia Do grego philosopha, amor sabedoria. Estudo que se caracteriza pela inteno de ampliar incessantemente a compreenso da realidade, no sentido de apreend-la na sua totalidade, quer pela busca da realidade capaz de abranger todas as outras, o Ser (ora 'realidade suprema', ora 'causa primeira', ora 'fim ltimo', ora 'absoluto', 'esprito', 'matria', etc.), quer pela definio do instrumento capaz de apreender a realidade, o pensamento (as respostas s perguntas: que a razo? o conhecimento? a conscincia? a reflexo? que explicar? provar? que uma causa? um fundamento? uma lei? um princpio? etc.), tornando-se o homem tema inevitvel de considerao. Ao longo da sua histria, em razo da preeminncia que cada filsofo atribua a qualquer daqueles temas, o pensamento filosfico vem-se cristalizando em sistemas, cada um deles uma nova definio da filosofia. Conjunto de estudos ou de consideraes que tendem a reunir uma ordem determinada de conhecimentos (que expressamente limita seu campo de pesquisa, p. ex., natureza, ou sociedade, ou histria, ou a relaes numricas, etc.) em um nmero reduzido de princpios que lhe servem de fundamento e lhe restringem o alcance. Conjunto de doutrinas de uma determinada poca ou pas, ou sistema constitudo de filosofia.
  12. 12. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 10 Formal Relativo s leis, s regras ou linguagem prprias de determinado domnio do conhecimento, e que se consideram independentemente do contedo, da matria ou da situao concreta a que se aplicam: Lgica Formal. Formalismo Tendncia a priorizar, em qualquer domnio do conhecimento, as caractersticas e relaes formais dos objetos. Concepo fundamental da lgica matemtica, desenvolvida principalmente a partir dos trabalhos de David Hilbert (1862-1943), matemtico alemo, que assegura a coerncia dos sistemas pelo uso da linguagem simblica e do mtodo axiomtico. Glamour Encanto pessoal; magnetismo, charme. Globalizao Processo tpico da segunda mtade do sc. XX que conduz a crescente integrao das economias e das sociedades dos vrios pases, no que toca produo de mercadorias e servios, aos mercados financeiros, e difuso de informaes. Gnose Conhecimento esotrico e perfeito da divindade, e que se transmite por tradio e mediante ritos de iniciao. Gnstico Relativo gnose, ao conhecimento. Gregrio Que faz parte de grei ou rebanho; que vive em bando, da tribo, do grupo... Habito Maneira usual de ser. Hedonismo Doutrina moral do cirenasmo. Doutrina que considera que o prazer individual e imediato o nico bem possvel, princpio e fim da vida moral. Hedonismo Doutrina que considera que o prazer individual e imediato o nico bem possvel, princpio e fim da vida moral; Doutrina moral do cirenasmo. Hegelianismo Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), filsofo alemo, e de seus seguidores, idealismo absoluto que identifica a realidade com a razo ("todo real racional"), compreendida esta por meio do desenvolvimento histrico da conscincia, do que resultou a criao do mtodo dialtico. Heterognico De diferente natureza. Composto de partes de diferente natureza. Heteronomia Ausncia de autonomia. Condio de pessoa ou de grupo que receba de um elemento que lhe exterior, ou de um princpio estranho razo, a lei a que se deve submeter. Hiptese Proposio que se admite de modo provisrio como princpio do qual se pode deduzir um conjunto dado de proposies. Suposio que orienta uma investigao por antecipar caractersticas provveis do objeto
  13. 13. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 11 investigado e que vale, quer pela confirmao dessas caractersticas, quer pelo encontro de novos caminhos de investigao; hiptese heurstica. Homo sapiens Homem, detentor de conhecimentos. Humanismo Doutrina ou atitude que se situa expressamente numa perspectiva antropocntrica, em domnios e nveis diversos, assumindo, com maior ou menor radicalismo, as conseqncias da decorrentes. Manifesta-se o humanismo no domnio lgico e no tico. No primeiro, aplica-se s doutrinas que afirmam que a verdade ou a falsidade dum conhecimento se definem em funo da sua fecundidade e eficcia relativamente ao humana; no segundo, aplica-se quelas doutrinas que afirmam ser o homem o criador dos valores morais, que se definem a partir das exigncias concretas, psicolgicas, histricas, econmicas e sociais que condicionam a vida humana. Doutrina e movimento dos humanistas da Renascena, que ressuscitaram o culto das lnguas e literaturas greco- latinas. Idealismo Tendncia, atitude ou doutrina que, em graus e sentidos diversos, reduz o ser ao pensamento ou a alguma entidade de ordem subjetiva, considerando que o esprito, ou a conscincia, ou as idias, ou a vontade, etc., so o dado primrio com base no qual se ho de resolver os problemas filosficos. Doutrina segundo a qual a finalidade da arte a representao fictcia de algo que ser mais satisfatrio para o esprito do que a realidade objetiva. Identidade Em lgica, princpio de identidade = cada coisa o que . Relao de duas coisas distintas reduzidas unidade de algum ponto-de-vista. Parecena de duas coisas que s numericamente se distinguem. Leibnis nega que possam existir, neste sentido, coisas idnticas, porque, diz ele, seriam indiscernveis - princpio dos indiscernveis. Ignorncia Estado de quem ignora ou desconhece alguma coisa, no tem conhecimento dela. Ignorncia vencvel ou invencvel (segundo seja ou no possvel faz-la desaparecer); ignorncia culpvel ou excusvel, (segundo haja ou no o dever de faz-la desaparecer). Iluminismo Filosofia das luzes. Partidrio do iluminismo. Imanente (ope-se ao transcendente). Diz-se daquilo de que um ser participa, ou a que um ser tende, ainda que por interveno de outro ser. Que est contido em ou que provm de um ou mais seres, independentemente de ao exterior. Imperativo Proposio que tem a forma de uma ordem. Implcito Que est envolvido, mas no de modo claro; tcito, subentendido. Impulso Agir por impulso: agir sem pensar, sem planejar... Inapto No apto; no capacitado ou habilitado; inbil, incapaz.
  14. 14. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 12 Inato Que pertence natureza de um ser. Que nasce com o indivduo; congnito, conato. Influxo Fora extrnseca. Informal Lgica, que alm da forma prioriza o contedo tambm. Insofismvel No sofismvel. Instncia Ordem ou grau da hierarquia judiciria. Instinto Fator inato do comportamento dos animais, varivel segundo a espcie, e que se caracteriza, em determinadas condies, por atividades elementares e automticas. Foras de origem biolgica inerentes ao homem e aos animais superiores, e que atuam, em geral, de modo inconsciente, mas com finalidade precisa, e independentemente de qualquer aprendizado. Impulso espontneo e alheio razo; intuio. Intelecto A faculdade cognitiva pela qual as impresses recebidas pelos sentidos se tornam inteligveis, apropriadas ao intelecto passivo; intelecto agente. Faculdade cognitiva pela qual as impresses dos sentidos, j espiritualizadas pelo intelecto ativo , so plenamente conhecidas (tradio aristotlico-tomista); Inteligvel Que se conhece pela inteligncia ou pela razo. Inserido em um sistema de significaes ou relaes lgicas j conhecidas. Que se compreende bem. Intrnseco Que est inseparavelmente ligado a uma pessoa ou coisa; inerente; peculiar. Que est dentro de uma coisa ou pessoa e lhe prprio; interior, ntimo. Introspeco Observao da vida interior pelo prprio sujeito; exame que algum faz dos prprios pensamentos e sentimentos. Introspectivo Relativo ou pertencente introspeco. Em que h introspeco. Intuio Conhecimento imediato de um objeto na plenitude da sua realidade, seja este objeto de ordem material, ou espiritual. Apreenso direta, imediata e atual de um objeto na sua realidade individual. Ato de ver, perceber, discernir; percepo clara e imediata; discernimento instantneo; viso. Intuitivo Que se percebe por intuio; claro, manifesto, evidente, imediato. Dotado de intuio. Ironia Modo de interrogar pelo qual Scrates levava o interlocutor ao reconhecimento da sua prpria ignorncia. Juzo Estabelecimento de uma relao determinada entre dois ou mais termos (sujeito e predicado), relao que pode assumir o carter de ser
  15. 15. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 13 verdadeira ou falsa. Kant Immanuel Kant (1724-1804), filsofo alemo. Sua doutrina caracterizou- se pelo criticismo que exclui da possibilidade do conhecimento racional os objetos da metafsica e da religio, e leva necessidade de fundamentar a moral em imperativos categricos gerados pela razo prtica. Lapso Erro cometido por descuido, distrao, ou esquecimento; engano involuntrio. Liberalismo O conjunto de idias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no campo da poltica, da moral, da religio, etc., dentro da sociedade. Poltico: Doutrina que visa a estabelecer a liberdade poltica do indivduo em relao ao Estado e preconiza oportunidades iguais para todos. Econmico: Doutrina que enfatiza a iniciativa individual, a concorrncia entre agentes econmicos, e a ausncia de interferncia governamental, como princpios de organizao econmica. Libido Energia motriz dos instintos de vida, de toda a conduta ativa e criadora da espcie humana. Instinto ou desejo sexual. Livre-arbtrio Liberum arbitrum= livre deciso. Ope-se ao determinismo. Possibilidade de exercer um poder sem outro motivo que no a existncia mesma desse poder; liberdade de indiferena. Logos O princpio de inteligibilidade; a razo. Segundo Plato, o princpio de ordem, mediador entre o mundo sensvel e o inteligvel. Segundo Herclito, o princpio supremo de unificao, portador do ritmo, da justia e da harmonia que regem o Universo. Maiutica Processo dialtico e pedaggico socrtico, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por induo dos casos particulares e concretos, um conceito geral do objeto em questo. A Maiutica era utilizada para ensinar ao passo que a ironia para demolir os pretensos sbios... Maniquesmo Doutrina do persa Mani ou Manes (sc. III), sobre a qual se criou uma seita religiosa que teve adeptos na ndia, China, frica, Itlia e S. da Espanha, e segundo a qual o Universo foi criado e dominado por dois princpios antagnicos e irredutveis: Deus ou o bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo. Hoje, emprega-se o termo maniquesmo para referi-se ao dualismo: bem ou mal; cu ou inferno... Marx Karl Marx (1818-1883) filsofo alemo Marxismo Doutrina dos tericos do socialismo, os filsofos alemes Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), fundada no materialismo dialtico, e que se desenvolveu atravs das teorias da luta de classes e da elaborao do relacionamento entre o capital e o trabalho, do que resultou a criao da teoria e da ttica da revoluo proletria.
  16. 16. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 14 Materialismo Tendncia, atitude ou doutrina que admite, ou que a matria, concebida segundo o desenvolvimento paralelo das cincias, ou que as chamadas condies concretas materiais, so suficientes para explicar todos os fenmenos que se apresentem investigao, inclusive os fenmenos mentais, sociais ou histricos. O materialismo se afirma sobretudo ante o problema da origem do mundo (que dispensa a criao divina e se explica em termos evolutivos), o problema tico (dele resultando moral hedonstica), o problema psicolgico (orientando a pesquisa no sentido de estabelecer as relaes diretas entre os fenmenos psquicos e as reaes do organismo aos estmulos ambientais), e o problema do conhecimento (em que afirma a adequao da razo ao conhecimento do mundo, adequao que se evidencia pelo incessante progresso do conhecimento cientfico). Materialismo Histrico: Doutrina do marxismo que afirma que o modo de produo da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da vida social, poltica e espiritual. Materialismo Dialtico: Doutrina fundamental do marxismo, cuja idia central que o mundo no pode ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas de processos, onde as coisas e os reflexos delas na conscincia, os conceitos, esto em incessante movimento, gerado pelas mudanas qualitativas que decorrem necessariamente do aumento de complicao quantitativa. Materialismo Mecanicista: Doutrina que explica os fenmenos da natureza reduzindo- os a processos mecnicos, a processos que se explicam pelas leis do movimento dos corpos no espao e por mudanas puramente quantitativas. Mecanicista Relativo ao mecanicismo. Mecanicismo: Doutrina que admite que determinado conjunto de fenmenos, ou mesmo toda a natureza, se reduz a um sistema de determinaes mecnicas. Megalomania Mania de grandeza; superestima patolgica de si mesmo, das prprias qualidades; macromania Mrito Propriedade do ato humano em virtude do qual o homem tem direito, quer a uma recompensa, quer a um castigo. No mbito do direito: questo ou questes fundamentais, de fato ou de direito, que constituem o principal objeto da lide. Metafsica Parte da filosofia, que com ela muitas vezes se confunde, e que, em perspectivas e com finalidades diversas, apresenta as seguintes caractersticas gerais, ou algumas delas: um corpo de conhecimentos racionais (e no de conhecimentos revelados ou empricos) em que se procura determinar as regras fundamentais do pensamento (aquelas de que devem decorrer o conjunto de princpios de qualquer outra cincia, e a certeza e evidncia que neles reconhecemos), e que nos d a chave do conhecimento do real, tal como este verdadeiramente (em oposio aparncia). Segundo Aristteles, estudo do ser enquanto ser e especulao em torno dos primeiros princpios e das causas primeiras do ser. Metfora
  17. 17. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 15 Figura de retrica que consiste em transportar uma palavra, de seu significado natural e prprio, para outro sentido que s por analogia lhe convm. Tropo que consiste na transferncia de uma palavra para um mbito semntico que no o do objeto que ela designa, e que se fundamenta numa relao de semelhana subentendida entre o sentido prprio e o figurado; translao. Metempsicose Doutrina segundo a qual uma mesma alma pode animar sucessivamente corpos diversos, homens, animais ou vegetais; transmigrao. Mito Narrativa na qual aparecem seres e acontecimentos imaginrios, que simbolizam foras da natureza, aspectos da vida humana, etc. Representao de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginao popular, pela tradio, etc. Monismo Doutrina filosfica segundo a qual o conjunto das coisas pode ser reduzido unidade, quer do ponto de vista da sua substncia (e o monismo poder ser um materialismo ou um espiritualismo), quer do ponto de vista das leis (lgicas ou fsicas) pelas quais o Universo se ordena (e o monismo ser lgico ou fsico). Monotesmo Crena em um s Deus. Moral Conjunto de regras de conduta consideradas como vlidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Mrbido Fnebre, enfermo, doente. Mortal Sujeito morte. Que possui um ciclo biolgico de vida. Narcisismo O estado em que a libido dirigida ao prprio ego; amor excessivo a si mesmo. Necessrio Ope-se ao contingente. Diz-se de proposio que sendo verdadeira no poderia ser falsa, e sendo falsa no poderia ser verdadeira. Diz-se daquilo que, dados determinados antecedentes, no pode ser, ou s pode ser, tal como . Neoplatnico Neo = novo, moderno. Relativo ao, ou que adepto do neoplatonismo. Nirvana No budismo, estado de ausncia total de sofrimento; paz e plenitude a que se chega por uma evaso de si que a realizao da sabedoria. Non sequitur No se segue que Objeo Ato ou efeito de objetar; rplica; contestao Objeto Na relao de conhecimento, o correlato do sujeito, isto , o que conhecido, em oposio ao que conhece. Tudo que perceptvel por
  18. 18. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 16 qualquer dos sentidos. Obscuro Sombrio, tenebroso; obscurecido; Difcil de entender; confuso; enigmtico. Ostracismo Em Atenas e outras cidades da Grcia antiga, desterro temporrio determinado em plebiscito contra um cidado. Excluso, proscrio, banimento; exlio. Pampsiquismo Doutrina segundo a qual toda matria viva e/ou possui uma natureza psquica anloga do esprito humano. Panspermia Do grego pansperma = mistura de sementes de todas as espcies. Sistema daqueles segundo os quais os germes dos seres organizados se acham espalhados por toda parte, aguardando apenas circunstncias favorveis para se desenvolverem. Pantesmo Doutrina segundo a qual s Deus real e o mundo um conjunto de manifestaes ou emanaes. Doutrina segundo a qual s o mundo real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe. Paradigma Termo com o qual Thomas Kuhn designou as realizaes cientficas (p. ex., a dinmica de Newton ou a qumica de Lavoisier) que geram modelos que, por perodo mais ou menos longo e de modo mais ou menos explcito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da soluo para os problemas por elas suscitados. Parmetro Qualquer dado que, ao mudar de valor, modifica a soluo de um problema ou a representao de um objeto, sem mudar a natureza dos mesmos. Patrstica Cincia que tem por objeto a doutrina dos Santos Padres e a histria literria dessa doutrina. Nem todos os autores estudados, pertinentes a patrstica foram necessariamente padres. Petio Petio de princpio: Paralogismo que consiste em apoiar-se uma demonstrao sobre a tese que se pretende demonstrar. Politesmo Religio em que h pluralidade de deuses. Por acaso Carter de acontecimento imprevisvel com relao s causas que o determinam (p. ex., a premiao de um bilhete), ou injustificvel com respeito significao assumida (p. ex., um atraso de segundos que provoca um desastre). Na concepo aristotlica-tomista o acaso no existe: o simples fato de ser possvel de ocorrer, exclui o caso Por acidente Em razo das circunstncias. Sofisma do acidente: consiste em tomar p essencial ou habitual, o que no passa de um acidente.(Ex. Este remdio me produziu fadiga; portanto, todos os remdios so nocivos); Converso por acidente: na qual invertem uma mudana de quantidade
  19. 19. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 17 caso da universal afirmativa que se converte em particular afirmativa (Ex. Todo homem mortal. Algum homem mortal). Por compreenso Conotao. Conjunto das caractersticas gerais que formam um conceito e que so os atributos dos objetos designados por um termo. Por extenso Denotao. Conjunto dos objetos designados por um termo, e dos quais o conceito atributo comum; / generalizao. Positivismo Doutrina de Auguste Comte, caracterizada, sobretudo, pela orientao antimetafsica e antiteolgica que pretendia imprimir filosofia, e por preconizar como vlida unicamente a admisso de conhecimentos baseados em fatos e dados da experincia; comtismo Postulado Proposio no evidente nem demonstrvel, que se admite como princpio de um sistema dedutvel, de uma operao lgica ou de um sistema de normas prticas. Pragmtico Relativo ao pragmatismo; pragmatista. Suscetvel de aplicaes prticas; voltado para a ao. Pragmatismo: As doutrinas de C. S. Peirce, W. James, J. Dewey e do literato alemo Friedrich J. C. Schiller (1759- 1805), cuja tese fundamental que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja til e propicie alguma espcie de xito ou satisfao. Prxis No marxismo, o conjunto das atividades humanas tendentes a criar as condies indispensveis existncia da sociedade e, particularmente, atividade material, produo; prtica. Preceito Regra de proceder; norma. Ensinamento, doutrina. Ordem, determinao, prescrio. Premissa Cada uma das proposies de um silogismo que serve de base concluso. Premissa maior: A que encerra o termo maior, (o predicado da concluso). Premissa menor: A que encerra o termo menor, (o sujeito da concluso). Premonio Sensao ou advertncia antecipada do que vai acontecer; pressentimento. Prerrogativa Faculdade ou vantagem de que desfrutam os seres de um determinado grupo ou espcie; apangio, privilgio. Primazia Prioridade. Excelncia, superioridade. Procedente Que procede; proveniente, oriundo. Por ex. Seu argumento procede ( pertinente, faz sentido...) Prlogo (Teatral) A primeira parte, dialogada, da tragdia, no antigo teatro grego. Cena introdutria, onde, em geral, se fornecem dados prvios elucidativos do enredo da pea.
  20. 20. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 18 Proposio Expresso verbal ou simblica suscetvel de ser dita verdadeira ou falsa; sentena. Proposio categrica: Proposio que afirma ou nega que uma classe esteja includa em outra, no todo ou em parte. Providencial Que vem a propsito; muito oportuno; feliz Pseudo Falso Psique A alma, o esprito, a mente. Raciocnio Processo discursivo pelo qual se passa de proposies conhecidas ou assumidas (as premissas) a outra proposio (a concluso) qual so atribudos graus diversos de assentimento; argumento. Racionalismo Doutrina que considera ser o real plenamente cognoscvel pela razo ou pela inteligncia, em detrimento da intuio, da vontade, da sensibilidade, etc.; intelectualismo. Doutrina que admite, quanto origem do conhecimento, que este, em ltima instncia, determinado por princpios racionais, inatos ou a priori, ainda que se possa condicionar a validade do uso desses princpios disponibilidade de dados empricos. Realidade Carter do que real. Aquilo que existe efetivamente (seja de que modo for). Reflexo Ato pelo qual a ateno afastada do mundo exterior e concentrada nos fatos de conscincia (imagem, idia, juzo) enquanto objeto. Refutabilidade Filosofia das Cincias: doutrina do falseamento de Karl Popper (1902- 1994) O falsificacionista admite francamente que a observao guiada pela teoria e a pressupe. Uma vez propostas, as teorias especulativas tero que ser comprovadas rigorosa e implacavelmente pela observao e a experimentao. As teorias que no superam as provas observveis e experimentais devem ser eliminadas e substitudas por outras conjecturas especulativas. A cincia progride graas ao ensaio e ao erro, s conjecturas e refutaes. Refutao Ato ou efeito de refutar. Trecho do discurso no qual se refutam ou rebatem os argumentos do adversrio. Relativismo Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, polticas, cientficas, etc.) variam conforme a poca, o lugar, o grupo social e os indivduos. Relevncia Qualidade de relevante. Grande valor, convenincia ou interesse; importncia, relevo. Restrio Ato ou efeito de restringir. Reticente Reservado, incompleto
  21. 21. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 19 Retrica Quando dizem isso apenas retrica: Discurso de forma primorosa, porm s vezes vazio de contedo. Estudo do uso persuasivo da linguagem, em especial para o treinamento de oradores. Retroativo Relativo ao passado. Que retroage. Retrgrado Aquele que contribui para retroceder uma sociedade ou instituio a um estado que se julga inferior. Romantismo Movimento de reao ao iluminismo, cujos representantes principais foram Johann Gottlieb Fichte (1762-1814), Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775-1854), Friedrich von Schlegel (1772-1829) e Hegel, filsofos idealistas alemes, e o telogo alemo Friedrich Ernst Daniel Schleiermacher (1768-1834), que, na busca da unidade com o Absoluto, preconizava a volta aos temas medievais, a inspirao nas religies orientais, a exaltao dos instintos, dos sentimentos, da imaginao e da fantasia, e a valorizao dos transportes msticos. Semntica O estudo da relao de significao nos signos e da representao do sentido dos enunciados. Estudo das mudanas ou translaes sofridas, no tempo e no espao, pela significao das palavras; semasiologia, sematologia, semitica. Sneca Annaeus Sneca, o Velho 55 a.C. 39 d.C. (Declamaes) Lucius Annaeus Seneca (4 a.C. - 65 d.C) Filsofo do estoicismo ecltico. Retrico, advogado, membro do Senado Romano. Perseguido por Calgula, tornou-se conselheiro de Nero em 62 d.C. e em 65 d.C., condenado ao suicdio pelo prprio Nero. Sensvel Dotado de sentido. O que o sentido percebe em razo de si mesmo (Por exemplo: a cor para a vista, o odor para o olfato, etc.) Que pode ser conhecido pelos sentidos. Ser um dos vocbulos mais difceis de esclarecimento, no s por causa das suas diversas significaes mas tambm por causa das muitas interpretaes que se tm dado a cada uma das significaes. s vezes entende-se o ser como a essncia, outras vezes como a existncia; outras como o ente; outras ainda como a substncia. O ser amplamente estudado em Filosofia. Existem tratados sobre o ser. Silogismo Deduo formal tal que, postas duas proposies, chamadas premissas, delas, por inferncia, se tira uma terceira, chamada concluso. Silogismo apodctico: Aquele cujas premissas so verdadeiras; silogismo demonstrativo; Silogismo categrico: Silogismo composto de trs juzos categricos. Silogismo dialtico: Segundo Aristteles, aquele cujas premissas so provveis (epiquerema). Silogismo disjuntivo: O que tem como premissa maior uma proposio disjuntiva. Silogismo hipottico: Silogismo que tem ao menos uma premissa hipottica. Silogismo modal: O que tem por premissa pelo menos uma proposio modal.
  22. 22. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 20 Simbolismo Escola literria do fim do sc. XIX, que se originou na Frana, surgida como reao contra o parnasianismo, e que, caracterizando-se por uma viso subjetiva, simblica e espiritual do mundo, adotou novas formas de expresso, traduzindo as impresses por meio de uma linguagem em que dominava a preocupao esttica. Escola de tendncias anlogas, nas artes plsticas e na msica. Simultneo Que ocorre ou feito ao mesmo tempo ou quase ao mesmo tempo que outra coisa; concomitante; tautcrono Sinapse Conexo entre dois neurnios vizinhos, da qual h mais de um tipo, segundo as formaes que fazem o contato entre essas clulas para que se propague o impulso nervoso de uma para outra. Sincronismo Relao entre fatos, movimentos ou eventos sincrnicos. Carl Jung (1875- 1961), Sincronicidade e o Inconsciente Colectivo: Afirmou haver uma sincronicidade entre a mente e o mundo fenomenolgico da percepo. Sincronicidade um principio explicatrio; explica "coincidencias significativas" . Singular Que no vulgar; especial, raro, extraordinrio. Que se aplica a um s sujeito. Sintaxe Parte da gramtica que estuda a disposio das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relao lgica das frases entre si; construo gramatical. Comando que os programadores desenvolvem para que um programa execute uma determinada funo. Estrutura formal da lgica. Sntese Fuso de uma tese e de uma anttese numa noo ou numa proposio nova que retm o que elas tm de legtimo e as combina mediante a introduo de um ponto de vista superior. Determinao de proposies que so conseqncia de proposies consideradas como certas. Sofisma Argumento aparentemente vlido, mas, na realidade, no conclusivo, e que supe m-f por parte de quem o apresenta; falcia, silogismo erstico. Argumento que parte de premissas verdadeiras, ou tidas como verdadeiras, e chega a uma concluso inadmissvel, que no pode enganar ningum, mas que se apresenta como resultante das regras formais do raciocnio; falcia. Sofista Cada um dos personagens contemporneos de Scrates que chamavam a si a profisso de ensinar a sabedoria e a habilidade, e entre os quais se destacam Protgoras (480-410 a.C.), que afirmava ser o homem a medida de todas as coisas, e Grgias (485-380 a.C.), que atribua grande importncia linguagem. Os sofistas desenvolveram especialmente a retrica, a eloqncia e a gramtica. Solipsismo Extrema conseqncia do idealismo que consiste em afirma que o eu individual (com o sistema de suas representaes) constitui por si s
  23. 23. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 21 todo o real. Doutrina segundo a qual a nica realidade no mundo o eu. Subjetivismo Tendncia a atribuir carter subjetivo realidade, verdade e aos valores. Tendncia a reduzir toda existncia existncia do pensamento em geral. Subjetivo Diz-se do que vlido para um s sujeito e que s a ele pertence, pois integra o domnio das atividades psquicas, sentimentais, emocionais, volitivas, etc. deste sujeito Subsdio Referencial terico, embasamento... Substncia Na tradio aristotlico-tomista, o que h de permanente nas coisas que mudam, e que o suporte sempre idntico das sucessivas qualidades resultantes das transformaes; hipstase. O que existe por si mesmo, sem supor outro ser de que seja atributo. Substrato O que serve de suporte a outra existncia, considerada esta outra como modo ou acidente. Subverter Desordenar, corromper. Sucesso Relao de termos temporais que se seguem de um modo contnuo... Sui generis Que no apresenta analogia com nenhuma outra (pessoa ou coisa); peculiar. Sujeio Ato ou efeito de sujeitar(-se). Dependncia; submisso, obedincia: Servido, escravido. Sujeito O indivduo real, que portador de determinaes e que capaz de propor objetivos e praticar aes. Na relao de conhecimento, o correlato objeto, isto , o que conhece, em oposio ao que conhecido: o pensamento, a percepo, a intuio, etc. Na proposio, termo de que se nega ou se afirma alguma coisa. Superego Instncia da personalidade formadora de ideais, e que age inconscientemente sobre o ego contra as pulses suscetveis de provocar sentimento de culpa. Suprfluo Que demais; intil por excesso; desnecessrio Suposio Ato ou efeito de supor. Hiptese, conjetura. Tangvel Que pode ser tangido, tocado ou apalpado; palpvel, sensvel. Tesmo Doutrina que admite a existncia de um deus pessoal, causa do mundo. (pe-se ao atesmo) Termo maior Premissa maior (o predicado da concluso).
  24. 24. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 22 Termo menor Premissa menor (o sujeito da concluso). Tese O primeiro momento do processo dialtico: tese, anttese e sntese. Na argumentao, afirmao de um ponto de doutrina que nos comprometemos a provar ou a defender contra as objees. Tomismo Doutrina escolstica de S. Toms de Aquino (1225-1274), telogo italiano, adotada oficialmente pela Igreja Catlica, e que se caracteriza sobretudo pela conciliao do aristotelismo com o cristianismo. Tpico Parte da sentena sobre a qual se veicula informao; tema. Num pargrafo, a sentena que contm a idia principal. Totem Em diversos povos e sociedades, animal, vegetal ou qualquer entidade ou objeto em relao ao qual um grupo ou subgrupo social (p. ex., uma tribo ou um cl) se coloca numa relao simblica especial, que envolve crenas e prticas especficas, variveis conforme a sociedade ou cultura considerada. Transcendncia Qualidade ou estado de transcendente. O conjunto de atributos do Criador que lhe ressaltam a superioridade em relao criatura. Transobjetivo Carter do que est alm do objeto pensado como tal. Upanixades Texto filosfico composto entre os sc. VIII e IV a. C., anexado ao Veda (livros sagrados), e no qual se desenvolve a reflexo acerca do relacionamento entre tm e Brama; vedanta. Utopia Pas imaginrio, criao de Thomas Morus (1480-1535), escritor ingls, onde um governo, organizado da melhor maneira, proporciona timas condies de vida a um povo equilibrado e feliz. Projeto irrealizvel; quimera; fantasia. Utpico Relativo a utopia. Que encerra utopia; irrealizvel, quimrico. Valor Carter do que, de modo relativo (ou para um s ou para alguns) ou de modo absoluto (para todos), tido ou deve ser tido como objeto de estima ou de desejo. Virtude Disposio firme e constante para a prtica do bem. (Ope-se a vcio); Boa qualidade moral; fora moral; valor. Ato virtuoso. Castidade, pureza. Modo austero de vida. Vontade Capacidade de escolha, de deciso; Faculdade de representar mentalmente um ato que pode ou no ser praticado em obedincia a um impulso ou a motivos ditados pela razo.
  25. 25. VOCABULRIO DE FILOSOFIA - Prof. Francisco Bornholdt 23 Bibliografia: JOLIVET, Regis. Vocabulrio de Filosofia.Rio de Janeiro, Ed. Agir. 1975; MORA, Jos Ferrater. Dicionrio de Filosofia. Lisboa, Publicaes Dom Quixote, 1978. MARIA, Julian. Histria da Filosofia. Porto, Ed. Sousa e Almeida, (?) JOLIVET, Regis. Tratado de Filosofia, Rio de Janeiro, Ed. Agir 1972. (vol I, II e III). Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI de Aurlio Buarque de Holanda Ferreira.