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DICIONRIO DE ECONOMIAOrganizao e superviso de PAULO SANDRONI1999Copyright (c) Crculo do Livro, 1999Todos os direitos reservadosColaboradores da 1 edio do Dicionrio de EconomiaAdriano Biava, Antnio Corra de Lacerda, Carlos Donizeti M. Maia, Claudemir Galvani, CludiaHelena Cavalieri, Celso Waac Bueno, Cleusa Sacardo, Cristina Helene P. Mello, Francisco Vignoli,Gilmar Masiero, Gilval Mosca Froelich, Jair Pereira dos Santos,Jos Benedito Zarzuela Maia, Jos Mrcio Camargo, Ladislau Dowbor, Mrcia Flaire Pedrosa, MariaTeresa Audi, Orozimbo Jos de Moraes, Renaldo Antnio Gonalves, Ricardo Bonanno, RubensSawaya, Saulo de Tarso e Sousa, Sigmar Malvezzi, Slvio Miyazaki (consultoria)Alessandro Maia Carmona, Christina M. Borges, Gilvanir Batista da Silva, Jorge Lus Okomura,Luciano Nava, Lus Alberto M. Sandroni, Marise Rauen Viana, Mateus Dias Maral (pesquisa)CRCULO DO LIVRODireitos exclusivos da edio em lngua portuguesa no Brasiladquiridos por Crculo do Livro Ltda.que se reserva a propriedade desta traduoEDITORA BEST SELLERuma diviso do Crculo do Livro Ltda.Rua Paes Leme, 524 - 10 andar - CEP 05424-010Caixa Postal 9442 - So Paulo, SPImpresso e acabamento: Grfica CrculoApresentao"Medo maior que se tem de vir canoando num ribeirozinho e dar, semespera, no corpo dum rio grande", no dizer de Guimares Rosa, o que nosaconteceu pela terceira vez, agora em 1999. De fato, esta a terceira reviso deum trabalho de pesquisa inicialmente publicado h catorze anos. A misso doDicionrio de Economia em sua primeira verso foi ajudar os leitores da coleoOs Economistas, lanada em meados da dcada passada. Seus 48 ttulos foramesquadrinhados por um verdadeiro exrcito de "garimpeiros", que selecionaramcerca de 1500 conceitos que poderiam apresentar alguma dificuldade aos leitores.Alertvamos, contudo, desde ento, que o dicionrio era um guia, mas a travessiaficava por conta do leitor.A primeira reviso ocorreu em 1989, quando incorporamos mais quinhentosverbetes, ampliamos os anteriores e acrescentamos boa quantidade de termossobre a economia brasileira, alm de incluirmos todos os novos verbetes sobreos planos Cruzado, Bresser e Vero. Iniciamos tambm uma prtica que felizmentese intensifica cada vez mais: a incorporao de sugestes de leitores, tanto noque se refere a conceitos novos como correo de erros, que so inevitveis. Asopinies dos usurios, entre os quais destaco as dos alunos da Faculdade deEconomia e Administrao da Universidade Catlica e da Escola de Administraode Empresas da Fundao Getlio Vargas de So Paulo, foram de grande valia.Na reviso de 1994, ampliamos consideravelmente o nmero de verbetes relacionadoscom conceitos tericos, mas tambm incorporamos muitos elementosda rea de estatstica. Em funo do intenso processo inflacionrio ento existente,alm de esmiuarmos o Plano Collor, introduzimos vrios termos novos vinculados questo monetria e poltica fiscal.Nesta 1. edio do Novssimo Dicionrio de Economia, foram incorporados cercade 1500 verbetes novos, relacionados com as mudanas na economia brasileiradepois do Plano Real (mesmo com o risco de rpida obsolescncia), com as conseqnciasdo processo de globalizao, as crises do Sudeste Asitico, os ataquesespeculativos, as anlises do risco e da incerteza, o nascimento do Euro, biografiasde economistas nacionais e estrangeiros e, tambm, com a nossa formao histrica,econmica e financeira.Embora j tenhamos ultrapassado os 4 mil verbetes, o dicionrio obra aberta,que no comporta ponto final. Como tambm obra essencialmente coletiva,esperamos continuar contando com o apoio e as crticas dos leitores, indispensveispara o aprimoramento futuro de nosso trabalho. Paulo Sandroni AA. A letra A tem uma srie de significados como abreviao de conceitos ou termos tcnicos em economia e finanas. Pode significar: 1) aceite; 2) action (ao, em francs); 3) anna (unidademonetria da ndia); 4) argent (dinheiro, em francs); 5) assinado; 6) auditado; 7) classificao superior de ttulos e/ou aes de acordo com a Moody's Investor Bond Rating e a Standard & Poor's Bond Rating; 8) American Stock Exchange (Nova York). Veja tambm Moody's Investors Service; Standard & Poor's. AA. Iniciais da expresso em ingls after arrival, que significa "depois da chegada" e designa uma situao na qual determinada ao - um pagamento, por exemplo - s se realizar depois da chegada de uma mercadoria ou de um navio que a transporta. Significa tambm uma classificao de qualidade de ttulos ou aes desenvolvida pela Standard & Poor's e pela Moody's Investors. Veja tambm Moody's Investors Service; Standard & Poor's. AAA. Classificao dada pela Standard & Poor's aos ttulos de corporaes ou de governos (municipais) da mais elevada qualidade, nos quais o pagamento do principal e dos juros realizado no vencimento. Os ttulos classificados por aquela empresa como AAA, AA, A, e BBB e aqueles classificados como Bbb para cima pela Moody's Investors so considerados ttulos para investimento de bancos e instituies de poupana como ttulos recomendveis de investimento. Veja tambm Bond Rating; Moody's Investors Service; Standard & Poor's; Ttulos de Investimento. AAAA. Iniciais de American Association of Advertising Agencies (Associao Americana de Agncias de Publicidade), tambm chamada de Quatro As. Sediada em Nova York, congrega as principais agncias de publicidade dos Estados Unidos, possuindo um cdigo de tica e de prtica de negcios. AAD. Iniciais das expresses em ingls appropriation account data, que significa "data de registro contbil", e at a discount, que significa "com desconto". AAR. Iniciais da expresso em ingls against all risks, que significa "contra todos os riscos". Se ABECIP estas iniciais estiverem includas num contrato de seguros, significa que o contrato cobre todos os riscos. A/D. Iniciais da expresso em ingls assets and depreciation, que significa "ativos e depreciao". A1. Abreviao de first class, que significa "primeira classe". Aplicada a ttulos e/ou aes, indica que so papis de primeira linha, isto , papis de elevada confiabilidade, grande liquidez e rentabilidade, emitidos por empresas slidas e de boa reputao no mercado. AB INTESTATO. Expresso em latim que significa "sem deixar testamento", quando acontece no caso de quem morre sem deixar testamento ou herdeiro testamentado. Existe uma tendncia de aportuguesar a expresso para "abintestado". ABAIXO DA LINHA (Below the Line). Expresso utilizada na anlise do Balano de Pagamentos, designando o ponto ou a linha que separa as transaes correntes (Balana Comercial + Balana de Servios + Transferncias Unilaterais) do Movimento de Capitais (Investimentos, Emprstimos e Financiamentos, Amortizaes e Capitais de Curto Prazo). Este enfoque importante na medida em que um dficit em transaes correntes obriga a uma entrada substancial de capitais para equilibrar o Balano de Pagamentos. Acima da Linha (Above the Line) so as transaes correntes. O termo tambm utilizado entre as empresas, para as quais despesas "acima da linha" so aquelas utilizadas na publicidade e propaganda diretas, e os gastos abaixo da linha referem-se a outros tipos de promoo de vendas como brindes, ofertas a preo de custo etc. ABAMEC - Associao Brasileira dos Analistas de Mercado de Capitais. Organismo que congrega profissionais do mercado financeiro, com sede no Rio de Janeiro. ABANDONMENT VALUE. Expresso em ingls que significa o montante que pode ser obtido mediante a liquidao de um projeto antes que seu ciclo de vida econmica tenha terminado. Veja tambm Valor de Sucata. ABANDONO DE SERVIDO. Situao na qual o proprietrio do prdio serviente deixa, por quaisquer motivos, de usar uma servido, podendo assim o proprietrio do prdio dominante fazer uso dela. Veja tambm Servido. ABCISSA. O eixo horizontal (x) num grfico bidimensional onde os valores de uma varivel so registrados. ABECIP - Associao Brasileira das Entidades de Crdito Imobilirio e Poupana. SocieABERDEEN dade civil de direito privado, sem fins lucrativos, criada como entidade de classe das empresas de crdito imobilirio, de mbito nacional. Tem como finalidades: colaborar no aprimoramento de suas associadas, zelar pelo legtimo interesse de suas associadas, cooperar com o governo e outras instituies nacionais, estrangeiras e internacionais que objetivem propiciar o desenvolvimento do setor de crdito imobilirio, e exigir o cumprimento de normas ticas. ABERDEEN, Lei. Veja Lei Aberdeen. ABERTURA DOS PORTOS. Ato pelo qual o regente portugus dom Joo VI liberou os portos brasileiros para o comrcio com as naes amigas, particularmente a Inglaterra, extinguindo dessa forma o monoplio comercial de Portugal com o Brasil Colnia. Foi decretado pela Carta Rgia de 28 de janeiro de 1808, em Salvador, a conselho do visconde de Cairu e logo que o prncipe regente chegou ao Brasil, premido pela invaso napolenica. Representou um srio golpe para a poltica mercantilista de Portugal e um passo importante rumo separao poltica do Brasil. Veja tambm Cairu, Visconde de; Mercantilismo. ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas. Sociedade civil sem fins lucrativos fundada no Rio de Janeiro em 1940 pelo engenheiro Paulo S, com o objetivo de elaborar normas tcnicas para atividades de cunho cientfico, comercial e industrial e incentivar a padronizao de medidas no pas. Abrange especificaes, mtodos de ensaio, de execuo de servios e obras, cdigos de segurana e terminologia. Suas determinaes so adotadas pelos governos federal, estaduais e municipais nas compras e contratos de servios. A ABNT a representante do Brasil na ISO (International Organization for Standardization). Veja tambm ISO 9 000. ABO. Iniciais da expresso em ingls admnistration by objectives, isto , "administrao por objetivos", conceito introduzido durante os anos 50 por Peter Drucker, e da expresso em alemo Absatz-und Bezugsorganisation, que significa "organizao de compras e marketing" (marketing and purchasing organization). Veja tambm Drucker, Peter. ABOVE THE LINE. Veja Abaixo da Linha. ABRAPP. Sigla de Associao Brasileira das Entidades Fechadas de Previdncia Privada. ABRASO. Em relao s moedas, especialmente as de prata e ouro, consiste na perda de peso devido ao uso e circulao. ABRASCA - Associao Brasileira das Sociedades Annimas de Capital Aberto. Organismo que congrega as empresas de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro. ABRH. Iniciais de Associao Brasileira de Recursos Humanos. ABRIDOR DE CUNHOS. Denominao dada queles que preparavam os moldes (geralmente em ferro) nos quais os metais preciosos (ouro e prata, mas tambm o bronze) eram batidos (prensados) para a fabricao de moedas. Os abridores de cunhos eram recrutados geralmente entre os ourives, isto , entre aqueles que j tinham alguma experincia em lidar com metais preciosos. O primeiro abridor de cunhos no Brasil foi Domingos Ferreira Azambuja, que desempenhou esta funo na recm-criada Casa da Moeda, em Salvador (Bahia), a partir de 1694. ABSENTESMO. Sistema de explorao agrcola caracterizado pelo fato de o proprietrio viver muito distante de suas terras e raramente visit-las para administrar a produo. O proprietrio absentesta v em sua propriedade exclusivamente uma fonte de renda, no estabelecendo vnculos mais profundos com a terra e com os que nela trabalham. Exemplo de absentesmo encontra-se nos proprietrios rurais irlandeses dos sculos XVIII e XIX, que viviam na Inglaterra. Essa situao foi descrita por Maria Edgeworth, no incio do sculo XIX, em seu romance The Absenteist. O termo usado tambm para designar o nmero de faltas, ou a porcentagem de ausncias dos empregados ao trabalho, numa empresa, instituio governamental etc. Quando esta porcentagem ultrapassa 2%, considera-se que a empresa onde isso acontece est enfrentando um problema de absentesmo. Veja tambm Agricultura; Sistemas Agrrios. ABSOLUTISMO. Forma de governo na qual a autoridade do monarca, que se confunde com o prprio Estado, se investe de poderes absolutos, limitados apenas por sua vontade. Organizao poltica caracterstica do perodo de formao e consolidao dos Estados modernos, dominou a sociedade europia entre os sculos XV e XVIII. No plano da economia, correspondeu poca da Revoluo Comercial ou do mercantilismo. Originrio da crise do feudalismo, o Estado absolutista, aliado burguesia mercantil, empreendeu a integrao do mercado nacional, quebrando as barreiras regionalistas do feudo e da comuna; instituiu o protecionismo econmico; criou impostos e armou exrcitos; realizou as conquistas ultramarinas e imps o monoplio do comrcio colonial. Foi ainda nesse regime que a aristocracia (nobreza e clero) assegurou a manuteno de muitas formas de explorao das terras, tpicas do feudalismo, intensificando-se, ao mesmo tempo, a apropriao das terras comunais por grandes proprietrios. Veja tambm Burguesia; Feudalismo; Mercantilismo; Revoluo Comercial. ABSTINNCIA. Privao voluntria do consumo atual em nome de uma produo futura maior mediante a acumulao de capital. Exposta pela primeira vez por Nassau Senior e defendida por outros economistas como forma bsica de acumulao de capital, a teoria da abstinncia foi vivamente criticada por Karl Marx, que mostrou como a acumulao primitiva capitalista se fez por outros processos. Veja tambm Acumulao Primitiva de Capital; Formao de Capital. ABUNDNCIA. Estado de fartura e riqueza que possibilitaria a plena satisfao de todas as necessidades econmicas, seja as de bens de consumo, seja as de servios. As utopias econmicas colocam-na como meta final da atividade humana. Veja tambm Escassez; Utopia. ABUNDANCISMO. Teoria econmica defendida por John Kenneth Galbraith em seu livro The Affluent Society (A Sociedade Afluente), publicado em 1958. Para Galbraith, o alto estgio a que chegaram a tecnologia, a produo e a distribuio de bens de consumo tornou plenamente possvel a superao das precrias condies econmicas em que vivem as camadas mais pobres da populao. Seriam necessrias, no entanto - ainda segundo Galbraith -, certas reformas que, sem alterar a estrutura do sistema capitalista, criassem mecanismos compensatrios para impedir uma excessiva desigualdade entre as diversas camadas da populao. Entre esses mecanismos esto o controle dos monoplios e as associaes de proteo ao consumidor. Veja tambm Galbraith, John Kenneth. AAMBARCAMENTO. Prtica comercial que consiste em reter ou aambarcar matrias-primas, bens de capital ou gneros de primeira necessidade, com o objetivo de provocar uma elevao nos preos, dominar o mercado ou eliminar concorrentes. O aambarcamento praticado sobretudo pelos grandes monoplios que dominam determinado setor da produo ou do comrcio. No Brasil, considerado crime contra a economia popular de acordo com o art. 3, inciso IV, da lei n 1 521, de 26-12-1951. A pena varia de dois a dez anos de priso. Apesar de contar com mais de 40 anos de existncia, esta lei tem sido desrespeitada com grande freqncia, sendo raros os casos de empresrios aambarcadores que tenham cumprido pena de priso por reteno de gneros de primeira necessidade, especialmente durante as pocas de congelamento de preos, como aconteceu durante os diversos planos econmicos a partir de 1986 AO DE COMPANHIA FECHADA com o Plano Cruzado. Veja tambm Plano Collor; Plano Cruzado. AO. Documento que indica ser seu possuidor o proprietrio de certa frao de determinada empresa. Existem vrios tipos de aes, cada um dos quais definindo formas diversas de participao na propriedade e nos lucros da empresa. Aes ao portador (extintas pelo Plano Collor) no trazem expresso o nome de seu possuidor, sendo, portanto, daquele que as tiver em seu poder. Aes nominativas pertencem exclusivamente pessoa nelas nomeada e s podem ser negociadas mediante registro em livro especial da empresa que as emitiu. Aes endossveis so aes nominativas que podem ser negociadas mediante simples endosso de seu proprietrio. Aes ordinrias conferem a seu possuidor o direito de eleger a diretoria da empresa; em contrapartida, seus possuidores somente tm direito distribuio dos dividendos depois de paga a porcentagem prioritria a que tm direito os portadores de aes preferenciais. Aes preferenciais so aquelas cujos possuidores tm direito de receber uma porcentagem fixa dos lucros, antes de distribudos os dividendos da empresa. Quando a ao preferencial emitida com a clusula de direitos cumulativos, isso d a seus possuidores o direito de participar no s dos dividendos do ano em curso, mas tambm dos anos anteriores, na porcentagem estabelecida, desde que esses dividendos no tenham sido distribudos por qualquer razo. Caso a empresa entre em liquidao, as aes preferenciais gozam da mesma prioridade. Em alguns casos, os possuidores de aes preferenciais podem ter direito a voto, mas em menor extenso que o portador de aes ordinrias. Veja tambm Plano Collor. AO AGUADA. Aquela resultante da emisso de aes cujo valor nominal excede o capital investido numa empresa, resultando na baixa do preo de mercado das j existentes. Veja tambm Watered Stock. AO BOJUDA. Veja Ao Cheia. AO CARECA. Veja Ao Cheia. AO CHEIA. Ao que contm dividendos e/ou bonificaes a receber e que tambm contm direitos de subscrio de novas aes em decorrncia de aumento do capital de uma empresa, tambm chamada Ao Bojuda. O contrrio de Ao Vazia ou Careca, isto , da ao cujos direitos de dividendos, bonificaes e subscries j foram exercidos. AO DE COMPANHIA FECHADA. Ao de empresa no registrada junto s autoridades AO DE FRUIO competentes e, portanto, impedida de ser negociada nas Bolsas de Valores. AO DE FRUIO. Ao emitida em substituio quelas que j foram totalmente amortizadas antes do prazo normal de liquidao ou de remisso. AO DE PRIMEIRA LINHA. a ao correspondente s empresas mais slidas do mercado, que apresentam a mais elevada liquidez e rentabilidade. Veja tambm Blue-chip. AO DE SEGUNDA LINHA. Veja Blue-chip. AO ENDOSSVEL. Veja Ao. AO LISTADA EM BOLSA. aquela que apresenta todas as qualidades e preenche os requisitos exigidos pela direo das Bolsas de Valores para participar de seus preges. Veja tambm Prego. AO NOMINATIVA. Veja Ao. AO ORDINRIA. Veja Ao. AO PREFERENCIAL. Veja Ao. AO SINRGICA. Quando dois estmulos combinados provocam um resultado maior do que a soma dos resultados dos estmulos atuando separadamente. Por exemplo, se a poltica dos investimentos pblicos em infra-estrutura for combinada com a iseno de impostos sobre atividades que utilizaro os produtos dali oriundos, o efeito final do investimento sobre o incremento da renda poder ser maior do que se as duas medidas no fossem tomadas simultaneamente. AO VAZIA. Veja Ao Cheia. ACASO. Veja Estatstica; Probabilidade. ACC - Antecipao de Contratos de Cmbio. Mecanismo pelo qual exportadores recebem por antecipado (o que tem variado entre 90 e 180 dias) a converso das divisas a serem obtidas por exportaes futuras em moeda nacional, e aplicam estes recursos no mercado financeiro sendo compensados por uma eventual defasagem cambial, atravs de elevadas taxas de juros. Veja tambm Defasagem Cambial; Poltica Cambial. ACCELERATED DEPRECIATION. Veja Depreciao Acelerada. ACCOUNTABILITY. Termo em ingls que significa capacidade de prestar contas, e que no mercado financeiro representa a legitimidade e confiana que uma instituio financeira goza junto ao pblico ou aos seus acionistas. Aplica-se, por exemplo, a um Banco Central cujos dirigentes mantm contatos regulares com funcionrio graduados dos ministrios da Fazenda (ou Finanas), legisladores e polticos em geral, a fim de obter, para a sua instituio, a legitimidade para a sua poltica ou atos que pratica. Geralmente, este termo se aplica com mais propriedade nos casos em que os bancos centrais so autnomos ou independentes do governo central de um pas. ACCRUAL. Termo em ingls que significa o registro de transaes financeiras (nos livros de contabilidade) antes da receita ou despesa efetiva dos valores envolvidos nessas transaes. Um exemplo o lanamento de crditos de venda antes que o dinheiro correspondente seja efetivamente recebido. No caso de uma dvida, quanto maior for a garantia de pagamento, maior ser a freqncia com que este mtodo poder ser utilizado. O caso inverso denomina-se nonaccrual. O accrual pode ser entendido tambm como o reconhecimento de receitas e despesas no transcurso da existncia de uma determinada operao financeira. ACCRUAL DATE. Expresso em ingls que significa data final de uma proviso. ACEITE. Compromisso de pagar a quantia expressa em letra de cmbio, nota promissria ou duplicata de fatura, na data de seu vencimento. O aceite pleno ou completo representado pela expresso aceito, seguida de data e assinatura do sacado (aquele que se compromete a pagar). O aceite condicional envolve condies expressas pelo sacado no documento, como, por exemplo, a de pagar em outra praa que no a da emisso do documento. ACELERAO. Veja Princpio de Acelerao. ACH. Iniciais da expresso em ingls automated clearinghouse, que significa "compensao automtica". ACHESON, Dean Gooderham (1893-1971). Estadista norte-americano que serviu no Departamento de Estado nas presidncias de Roosevelt e Truman, tornando-se secretrio de Estado em 1949. Desenvolveu uma poltica de reconstruo econmica da Europa, aps a Segunda Guerra Mundial, no perodo da Guerra Fria, caracterizado por prolongadas tenses entre Estados Unidos e Unio Sovitica. O objetivo era recuperar economicamente a Europa para livr-la de uma possvel dominao pela Unio Sovitica. Acheson ajudou assim a criar a Doutrina Truman, o Plano Marshall e a Organizao do Tratado do Atlntico Norte (Otan). ACHTEL. Antiga unidade de medida utilizada na Alemanha, que significa a oitava parte de um todo e que admitia grande variabilidade. Por exemplo, como medida de volume de vinhos, um achtel equivalia a 0,1785 litro. ACID-TEST RATIO. Veja ndice de Liquidez Seco. ACIDENTALIDADE. Termo aplicado elevao rpida de preos devida a causas externas, estranhas ao funcionamento considerado "normal" de uma economia: desde alteraes climticas incomuns, como um perodo anormalmente longo de baixas temperaturas, at guerras localizadas em pases fornecedores de matrias-primas. A acidentalidade influencia fortemente os ndices que medem custo de vida e inflao (INPC; IPA), em grau que varia conforme o critrio adotado pelas autoridades monetrias. Veja tambm Inflao. ACIDENTE ZERO. Um nvel de acidentes muito baixo um elemento importante do sistema Just in Time. A ocorrncia de acidentes numa empresa no apenas pode causar danos irreversveis integridade fsica e mental dos trabalhadores, como criar um clima negativo entre os mesmos em relao ao desenvolvimento da produo. Este estado de coisas pode durar muito e a sensao de insegurana sobreviver eliminao objetiva das causas reais que ocasionaram o acidente. Tcnicas preventivas de acidentes e de segurana em geral so tambm inseparveis do mtodo Just in Time. Veja tambm Just in Time. ACIMA DA LINHA. Veja Abaixo da Linha. ACIONISTA MAJORITRIO. aquele que, em geral, possui pelo menos metade mais uma das aes de uma empresa e, portanto, retm o controle da mesma. Em casos especiais, o termo se aplica tambm ao acionista que, embora no possua mais da metade das aes de uma empresa, o acionista individual que detm uma porcentagem relativa maior entre os acionistas de uma empresa. A CONTRARIO SENSU. Expresso em latim que significa "ao contrrio" ou "pela razo contrria". ACORDO DA BASILIA. Acordo firmado em 1988 no mbito do BIS (Bank for International Settlements - Banco Internacional de Compensaes ou Banco Para Pagamentos Internacionais), contendo resolues para o requerimento de capital prprio das instituies financeiras (associadas) em funo do risco apresentado em suas operaes financeiras. Veja tambm BIS (Bank for International Settlements). ACORDO INTERNACIONAL DO CAF ACORDO DE BRETTON WOODS. Veja Conferncia de Bretton Woods. ACORDO DE BUTTON WOOD TREE. Acordo estabelecido no final do sculo XVIII, nos Estados Unidos, que lanou as bases do que seria a Bolsa de Valores de Nova York. ACORDO DE JAMAICA. Denominao dada ao acordo assinado entre os pases membros do FMI em reunio de janeiro de 1976 em Kingston (Jamaica), onde aprovaram alguns pontos de reordenamento do sistema monetrio internacional, destacando-se os seguintes: 1) reconhecimento oficial do sistema de taxas flutuantes, embora dentro da recomendao da busca da estabilidade das taxas cambiais pelos signatrios; 2) extino do preo oficial do ouro, e compromisso do FMI em vender parte de seus estoques do metal para, com os recursos obtidos, formar-se um fundo de ajuda aos pases subdesenvolvidos; reforo aos Direitos Especiais de Saque; 3) viabilizao do acesso dos pases subdesenvolvidos que tivessem problemas com o desequilbrio de seus Balanos de Pagamento - criados pela crise do petrleo (1973) - a emprstimos do FMI. Veja tambm Acordo Smithsoniano; Bretton Woods; Direitos Especiais de Saque; FMI. ACORDO GERAL DE TARIFAS E COMRCIO. Veja GATT. ACORDO INTERNACIONAL DO CAF. Convnio firmado em Nova York, em 1962, entre os pases produtores de caf e os principais pases consumidores do produto, com objetivo de criar mecanismos internacionais de controle da produo e comercializao do caf. Isso decorreu dos problemas causados pela superproduo cafeeira, que se verificou em 1957 e que provocou uma catastrfica desvalorizao do produto no mercado internacional. Entrou em vigor em 1964. Em 1965, os signatrios do acordo estabeleceram um sistema de cotas de exportao para cada pas produtor, bem como uma escala de preos. Para manter o equilbrio entre a oferta e a demanda, a Organizao Internacional do Caf (OIC) ficava autorizada a retirar do mercado certa quantidade do produto sempre que, durante quinze dias consecutivos, se verificasse uma queda nas cotaes. O mesmo deveria ocorrer no caso de um movimento de elevao dos preos, quando o equilbrio seria restabelecido com a colocao, no mercado, de certa quantidade de caf. O acordo renovado periodicamente, e, sempre que se estabelecem negociaes para a sua renovao, estas so acompanhadas de uma srie de divergncias entre os pases produtores - que buscam mais vantagens na comercializao do produto - e os paACORDO SMITHSONIANO ses consumidores. Essas divergncias ocorrem tambm entre os prprios pases produtores (disputa pelo aumento das cotas individuais) e entre os pases consumidores, sobre os preos que devem ser pagos aos exportadores. Veja tambm IBC. ACORDO SMITHSONIANO. Acordo estabelecido pelo Grupo dos Dez, em dezembro de 1971, para adotar taxas de cmbio flutuantes. A conferncia, realizada no Smithsonian Institute, em Washington, foi convocada para resolver o problema do colapso das taxas fixas de cmbio (adjustable peg), que existiam desde a Conferncia de Bretton Woods, em 1944, e indiretamente pela deciso dos Estados Unidos de abandonar o padro cmbio-ouro. A conferncia levou a um acordo em 1972, com a Comunidade Econmica Europia, para limitar os movimentos monetrios e cambiais numa faixa estreita de flutuao na CEE, chamada snake (serpente), fixando as taxas de cmbio moeda mais forte da Comunidade, o marco alemo. ACORDOS DE OTTAWA. Srie de acordos comerciais assinados entre a Gr-Bretanha e seus domnios, por ocasio da Conferncia Econmica Imperial, realizada em Ottawa, Canad, em 1932. Segundo os acordos, ficava estabelecido o princpio da Preferncia Imperial nas relaes comerciais entre as partes, propondo-se a Gr-Bretanha a reduzir substancialmente, em favor dos domnios, os impostos sobre mercadorias importadas, conforme determinavam as leis de impostos sobre importaes em 1932. E os domnios concordavam em facilitar tarifas preferenciais para os produtos manufaturados ingleses e os provenientes de suas colnias. A maior parte dos acordos tinha a durao de cinco anos. ACORDOS DE OURO PRETO. Acordos estabelecidos entre os pases do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - em Ouro Preto (Minas Gerais), dando seqncia aos ajustes necessrios para o cumprimento do Tratado de Assuno. Veja tambm Mercosul. ACORDOS INTERNACIONAIS DE MERCADORIAS. Acordos entre os principais pases produtores e consumidores de certas mercadorias, com finalidade de impedir que os preos sofram flutuaes excessivas e assegurar cotas de produo para os exportadores e de fornecimento para os consumidores. Em passado recente, vrios desses acordos foram assinados entre os pases interessados: o do estanho (firmado pela primeira vez em 1956 e vrias vezes renovado at 1976), o do cacau (1973), o da bauxita (1974), o da borracha natural (1976) e outros. Particularmente importantes so os acordos internacionais referentes ao petrleo, por meio da Opep, e o Acordo Internacional do Caf. Veja tambm Acordo Internacional do Caf; Opep. ACRE. Uma das mais antigas medidas agrcolas de rea, ainda utilizada hoje, especialmente nos Estados Unidos. Sua origem esteve associada quantidade de terra que uma junta de bois podia arar em um dia. Na medida em que este padro podia variar muito, fixou-se o acre como equivalente a uma rea de 40 varas de comprimento por 4 varas de largura. A rea de um acre foi estabelecida - e permanece at hoje - em 160 varas quadradas ou 4 840 jardas quadradas, o que equivale a 4 046,873 m2. Um Acre Foot medida de volume correspondente capacidade de uma rea de um acre por um p (foot) de profundidade, ou o equivalente a 43 560 ps cbicos ou o equivalente a 325 851 gales (do sistema consuetudinrio norte-americano) de gua. Veja tambm Converso das Unidades de Pesos e Medidas; Galo; Sistemas de Pesos e Medidas; Unidades de Pesos e Medidas. ACRS. Iniciais das expresses em ingls accelerated capital recovery system e accelerated cost recovery system, que significam respectivamente: "sistema de recuperao acelerada do capital" e "Sistema de recuperao acelerada dos custos". ACSP - Associao Comercial de So Paulo. Entidade privada de utilidade pblica, sem fins lucrativos, que congrega todos os setores da atividade econmica (agricultura, pecuria, indstria, comrcio, prestao de servios e profisses liberais), tendo como objetivo: defender, amparar, orientar e coligar as empresas que ela representa. Mantm-se das contribuies de seus associados e de rendas oriundas das prestaes de servios para as empresas associadas, tais como o Servio Central de Proteo ao Crdito (SCPC), que registra clientes considerados negativos, ou seja, aqueles que atrasam mais de sessenta dias o pagamento de seus compromissos, bem como os ttulos protestados de pessoas fsicas. Alm do SCPC, a ACSP mantm o Instituto de Economia Gasto Vidigal, que realiza estudos setoriais de interesse das empresas e atende a consultas dos associados, fornecendolhes informaes, dados estatsticos e orientao. Tambm mantido pela ACSP o Servio de Garantia ao Crdito Mercantil e de Servios (Segam), que funciona como uma bolsa de informaes. ACTO. O termo possui dois significados: 1) antiga medida de comprimento utilizada pelos romanos e equivalente a cerca de 35,5 m; 2) prefixo de origem grega com o significado de peso ou carga, como, por exemplo, actometria, que a medio de cargas transportadas em carros por intermdio do actmetro. ACTMETRO. Veja Acto. ACTUALS. Termo em ingls que designa as commodities cuja negociao resulta na entrega fsica das mesmas ao cliente. Nesse sentido, qualquer commodity, como o caf, o cacau, o cobre ou a prata, pode ser classificada como actuals desde que sua negociao resulte na entrega efetiva do produto. Veja tambm Mercado de Opes. ACU - Asian Currency Unit. Unidade de conta para depsitos em dlares mantidos em contas separadas em Cingapura, Hong-Kong e outroscentros financeiros importantes da sia. O termo se aplica aos depsitos em dlares de no-residentes nos centros financeiros asiticos. No o equivalente asitico para a ECU (European Currency Unit). ACAR. Veja Lei do Acar. ACUMULAO DE AES. Fase do mercado de aes caracterizada pela compra macia das aes de determinada empresa por parte de alguns poucos investidores. Estes, depois de dominarem o mercado, pem venda as referidas aes junto ao conjunto de investidores, fixando preos mais elevados e com isso auferindo grandes lucros. ACUMULAO DE CAPITAL. Veja Formao de Capital. ACUMULAO PRIMITIVA DE CAPITAL. Tambm conhecida como acumulao originria. Processo de acumulao de riquezas ocorrido na Europa entre os sculos XVI e XVIII, que possibilitou as grandes transformaes econmicas da Revoluo Industrial. Foi estudado e descrito por Karl Marx, que tomou a Inglaterra como modelo de sua teoria. A acumulao primitiva de capital, para Marx, se desenvolveu a partir de dois pressupostos: 1) a concentrao de grande massa de recursos (dinheiro, ouro, prata, terras, meios de produo) nas mos de um pequeno nmero de proprietrios; 2) a formao de um grande contingente de indivduos desprovidos de bens e obrigados a vender sua fora de trabalho aos senhores de terra e donos de manufaturas. Historicamente, isso foi possvel graas s riquezas acumuladas pelos negociantes europeus com o trfico de escravos africanos, ao saque colonial (metais preciosos), apropriao privada das terras comunais dos camponeses, ao protecionismo s manufaturas nacionais e ao confisco e venda, a baixo preo, das terras da Igreja por governos revolucionrios. Com o advento da Revoluo Industrial, conclui Marx, a acumulao primitiva foi substituda pela acumulao capitalista. Veja tambm Formao de Capital. ADDITIONAL WORKER HYPOTHESIS AD ABSURDUM. Expresso em latim que significa "por absurdo". AD ARBITRIUM. Expresso em latim que significa " escolha", " vontade" ou "arbitrariamente". AD CORPUS. Expresso em latim que significa, na venda de um imvel, um acordo sobre o preo considerando a casa um todo e no sua metragem, isto , sem especificar a metragem da casa. AD HOC. Expresso em latim que significa "para isso" ou "para esse caso", como acontece com pessoas que ocupam cargos transitoriamente ou foram nomeadas ad hoc, isto , para cumprir determinada funo transitoriamente. AD INFINITUM. Processo que se desenvolve sem limite ou sem fim em relao a dinheiro ou a tempo. Por exemplo, alguns ttulos trazem clusulas segundo as quais paga-se ao seu possuidor uma anuidade indefinidamente. AD ITEM. Expresso em latim que designa um produto que adicionado a uma mercadoria j vendida como um acessrio que muda a forma pela qual o produto original utilizado. AD LITEM. Expresso em latim que significa "para o processo" ou em razo da causa. AD NUTUM. Expresso em latim que significa "segundo a vontade" ou "ao arbtrio" de uma das partes. A expresso se utiliza quando algum revoga uma nomeao ou um contrato que assinou, tendo poderes para faz-lo a qualquer momento sem apresentar razes. As pessoas nomeadas para cargos de confiana na administrao pblica so demissveis ad nutum pela autoridade que os nomeou. AD VALOREM. Expresso em latim que significa "segundo o valor" ou "conforme o valor". Na cobrana ou no clculo de um imposto, tributo ou taxa, aquele estimado como uma percentagem do valor de uma mercadoria. No se trata de uma quantia fixa, mas dependente do valor da mercadoria que est sendo tributada. Quando o tributo cobrado uma quantia fixa, o mesmo denominado tributo especfico. AD VALOREM DUTY. Imposto lanado de acordo com o valor de uma mercadoria, em contraposio ao Specific Duty. Veja tambm Specific Duty. ADDITIONAL WORKER HYPOTHESIS. Expresso em ingls que designa um processo no qual a queda da renda real de uma famlia durante um perodo de baixa do ciclo econmico pode resultar num efeito-renda na medida em ADELANTADO que a mesma famlia tender a incorporar um nmero maior de seus membros no mercado de trabalho com a finalidade de manter o nvel de renda da famlia. Segundo esta concepo, a taxa de participao dos trabalhadores na fora de trabalho ativa tenderia a evoluir de maneira contrria ao ciclo econmico: aumentaria na fase de baixa e diminuiria na fase de alta. Na medida em que a oferta de postos de trabalho diminui na fase de baixa do ciclo, esta hiptese no se confirmaria na prtica. De fato, as pesquisas mostram que a taxa de participao aumenta na fase de expanso e diminui na fase de recesso. Esta hiptese se limitaria apenas a algumas faixas de trabalhadores de baixos salrios cuja renda familiar j se encontra prxima do nvel de subsistncia e cujos membros, para evitar a misria, aceitam empregos que pagam salrios ou que tm uma remunerao muito baixa. ADELANTADO. Na administrao das colnias espanholas nas Amricas (ndias Ocidentais), o Adelantado era o governador de uma regio colonial, investido diretamente pela autoridade real. Ele exercia seu poder, praticamente sem limites, sobre os habitantes da regio quase sem nenhum controle do prprio rei.Veja tambm Encomienda. ADENAUER, Konrad (1876-1967). Chanceler da Alemanha Ocidental no perodo 1949-63, que se notabilizou por comandar a recuperao econmica e financeira do pas, depois da derrota na Segunda Guerra Mundial. Exercendo atividades polticas antes da guerra, foi preso pelos nazistas em duas ocasies. Em 1947, tornou-se lder da Unio Democrtica e Crist e ascendeu ao cargo de chanceler. Para obter xito na reconstruo do pas, integrou-o no Mercado Comum Europeu e na Organizao do Tratado do Atlntico Norte (Otan). ADERNCIA. Propriedade que os pontos de uma curva, ou valores de uma funo, tm de se aproximar mais ou menos dos pontos de um diagrama ou de valores observados. Quanto maior for essa aproximao, maior ser o grau de aderncia, e vice-versa. ADF. Iniciais da expresso em ingls after deducting freight, que significa "depois de descontados ou deduzidos os fretes". ADIBOR. Iniciais de Abu Dhabi Interbank Offer Rate, isto , a taxa de juros interbancria praticada na praa de Abu Dhabi - capital dos Emirados rabes Unidos - com as mesmas caractersticas da Libor. Veja tambm Libor. ADIRON (Frmula de). Dispositivo que modifica o artigo 24 da Lei Municipal (So Paulo) n 7 805, de 1 de novembro de 1972 (Lei do Zoneamento), de maneira a permitir que o coeficiente de aproveitamento de um lote situado nas Zonas 3, 4 e 5 possa ser aumentado at o limite mximo de 4 (a rea construda poder ser 4 vezes a rea do lote), desde que a taxa de ocupao do lote (porcentagem da rea do lote ocupada pelo primeiro pavimento de uma edificao) seja inferior ao mximo permitido para a zona, nas propores estabelecidas pelas seguintes frmulas: 1) nos lotes com rea inferior a 1 000 m2, c = T / t + (C - 1) 2) para lotes com rea igual ou superior a 1 000 m2, c = T / t x C; c = coeficiente de aproveitamento do lote a ser utilizado; t = taxa de ocupao do lote a ser utilizado; C = coeficiente de aproveitamento mximo do lote (especificado em lei para cada caso); T = taxa de ocupao mxima do lote (especificado em lei para cada caso). De acordo com este dispositivo, em nenhuma hiptese o Coeficiente de Aproveitamento poder ser superior a 4. Veja tambm Coeficiente de Aproveitamento; Lei de Zoneamento; Taxa de Ocupao. ADIVAL. Antiga medida agrria equivalente a 12 braas, ou 26,4 m, uma vez que cada braa mede 2,2 m. ADJUDICAO. Ato judicial pelo qual a propriedade de uma coisa penhorada ou de seus rendimentos transferida de uma pessoa ou empresa para seu credor. Difere da arrematao pelo fato de que nesta a transferncia se faz depois do leilo determinado pela autoridade judiciria competente. A adjudicao pode se referir tanto a bens quanto a rendimentos. Veja tambm Arrematao. ADJUSTABLE PEG. Expresso em ingls que designa o sistema de taxas de cmbio no qual a taxa de cmbio de um pas fixada em relao a outra moeda (em geral o dlar), porm de tal forma que possa ser alterada de tempos em tempos. Este sistema foi estabelecido na Conferncia de Bretton Woods, em 1944, mas, com o enfraquecimento do dlar e da libra esterlina, entrou em decadncia no final dos anos 60, sendo substitudo pelo Crawling Peg. Veja tambm Conferncia de Bretton Woods; Crawling Peg; Padro-cmbio-ouro. ADMINISTRAO. Conjunto de princpios, normas e funes cuja finalidade ordenar os fatores de produo de modo a aumentar sua eficincia. Desde o sculo XIX, a administrao cientfica tem-se desenvolvido como resposta aos problemas e desafios enfrentados pelas empresas com o avano da Revoluo Industrial. A mecanizao, a automao, a produo e o consumo em massa foraram as empresas a crescer extraordinariamente, de forma tal que os padres tradicionais de direo e controle se tornaram inadequados. A posio do capito de indstria, do empresrio tradicional que tudo controlava pessoalmente, foi seriamente abalada e comearam a surgir os especialistas em administrao. A preocupao com a formao de um corpo de conhecimentos sistematizados sobre as tarefas administrativas acentuou-se no incio do sculo XX, sobretudo na Frana, Estados Unidos e Inglaterra. Frederick Taylor e Henri Fayol foram os primeiros clssicos da administrao. Taylor preocupou-se mais com aspectos diretamente ligados ao trabalho nas fbricas, como racionalizao de tarefas, estudos de tempos e movimentos de produo - em suma, com o aumento da produtividade e da eficincia. J Fayol inaugurou uma nova tendncia, defendendo a tese de que a racionalizao do trabalho no se refere apenas produo bruta em dado instante do processo, mas a toda a estruturao da empresa; os pontos capitais de uma administrao cientfica seriam, portanto, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Por isso, Fayol ocupou-se sobretudo em analisar funes propriamente administrativas. Tericos posteriores procuraram mostrar que, alm dos processos, importante estudar os comportamentos. Sustentam que o poder de deciso no se limita ao topo da escala hierrquica, mas ocorre em todos os nveis de uma empresa, onde se encontrem pessoas e no apenas agentes produtivos. Um dos representantes dessa tendncia o socilogo Robert K. Merton. Outra corrente enfatiza a necessidade de levar em conta que qualquer empresa est necessariamente ligada a determinada sociedade: autores como Wright Mills apontam distores ideolgicas de carter conservador nas abordagens acadmicas e insistem em que as condies econmicas, sociais e polticas deveriam merecer a ateno dos tericos da administrao. Nesse sentido, destacam-se ainda os trabalhos dos socilogos da escola de Max Weber. Esse pensador alemo mostrou como tanto a teoria quanto a prtica da administrao dita cientfica surgiram a partir de condies econmicas peculiares aos pases desenvolvidos, enquanto as economias subdesenvolvidas apresentam formas administrativas aparentemente mais frgeis. Para os weberianos, o que muitas vezes sugere ineficincia, na perspectiva das teorias acadmicas, pode constituir um conjunto de recursos altamente funcionais e adequados sociedade em questo. Veja tambm Burocracia; Gerencialismo. ADMINISTRAO MERCADOLGICA. Conceito definido como o planejamento e o controle de toda a atividade mercadolgica de uma empresa, ou de uma diviso de uma firma, incluin-ADMINISTRATIVE LAG do a formulao de objetivos, programas e estratgias mercadolgicas, e em geral englobando o desenvolvimento de produtos, organizao e recrutamento de pessoal para realizar planos, a superviso das operaes de mercado e o controle do desempenho mercadolgico. ADMINISTRAO POR EXCEO. Mtodo de administrao mediante o qual os subordinados mantm seus superiores informados apenas dos eventos excepcionais que requerem tratamento especial ou decises da diretoria, mas no informam de detalhes que meramente confirmam que tudo est marchando de acordo com o que foi planejado. Por no receber dados sobre as coisas que esto seguindo conforme os planos, sua ateno pode se concentrar na correo das falhas. Este mtodo de administrao est relacionado com a tcnica de Reporting by Responsability e a Lei de Pareto. Veja tambm timo de Pareto. ADMINISTRAO POR OBJETIVOS. Conceito de administrao que estabelece uma srie de elementos que devem constar do processo administrativo como: 1) o que deve ser feito, estabelecendo-se prioridades; 2) de que forma devem ser realizadas as tarefas propostas (ou a produo); 3) quais sero os custos daquilo que vier a ser realizado; 4) quando dever ser realizado aquilo que foi determinado no item (i); 5) o que constitui um desempenho satisfatrio; 6) quais e em que proporo esto sendo conseguidos avanos; 7) como e quando processar as correes. De acordo com este conceito de administrao, a direo de uma organizao ou instituio ou empresa no apenas define a priori os resultados que devero ser obtidos e as etapas que devero ser vencidas para consegui-los, mas tambm estabelece os critrios para avaliar o desempenho de todos os envolvidos na realizao das tarefas. J em 1954, Peter Drucker recomendava que em todas as reas nas quais as atividades pudessem afetar o desempenho da empresa deviam ser estabelecidos objetivos e metas a serem alcanados. Veja tambm Drucker, Peter; MBA. ADMINISTRADOR DE RECURSOS DE TERCEIROS. Funo desempenhada por pessoa especializada que administra as carteiras de investimentos de empresas ou pessoas fsicas nos bancos e instituies de investimento. ADMINISTRATIVE LAG. Expresso em ingls que significa o lapso de tempo existente entre o reconhecimento da necessidade de tomar uma medida no campo financeiro, fiscal, monetrio ou administrativo e o momento em que as medidas necessrias so realmente tomadas. Este ADR lapso pode ser de grande importncia no mbito financeiro, onde o atraso na tomada de uma medida pode trazer conseqncias importantes para o resultado de processos. ADR. Veja American Depositary Receipt. ADUANEIRA, Unio. Veja Unio Alfandegria. AE. Iniciais da expresso em alemo Abrechnungseinheit, que significa "unidade de conta". AES USIBUS OPTIUS ORO. Expresso em latim que significa "o cobre mais apropriado para circular (como moeda) do que o ouro". Durante a poca colonial, a Coroa Portuguesa fazia esta recomendao para que as barras de ouro deixassem de funcionar como moeda e em seu lugar fossem utilizadas as moedas de cobre vindas de Portugal. Na prtica, reconhecia-se o princpio que fora enunciado por sir Thomas Gresham, de que a "moeda m expulsa a moeda boa". Veja tambm Crise do Xenxm; Lei de Gresham. AFEGANE. Unidade monetria do Afeganisto. Submltiplo: Pul ou Kron. AFFECTIO SOCIETATIS. Expresso em latim que significa o sentimento de afeio ou afinidade que liga scios de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada. Aplica-se no caso de organizaes de menor porte onde os laos de confiana e lealdade entre os proprietrios so elementos fundamentais para o bom desempenho das atividades de uma empresa. AFFIDAVIT. Expresso latina que, na prtica bancria, significa uma declarao escrita, juramentada por intermdio do testemunho de um tabelio. Os affidavits so geralmente exigidos dos tomadores de emprstimos para que postulem a obteno de uma hipoteca. Este instrumento pode ser utilizado tambm quando, por alguma razo (incndios, guerras etc.), os registros civis de uma comunidade foram destrudos e uma pessoa deseja provar, por exemplo, sua idade, ou como uma declarao imposta por um governo a estrangeiros portadores de valores mobilirios que, para receber determinadas isenes ou vantagens no pagamento de impostos, devem provar e assegurar sua condio de estrangeiros. Veja tambm Affidavit of Performance; Affidavit of Title. AFFIDAVIT OF PERFORMANCE. Atestado legal pelo qual o funcionrio de um meio de comunicao (como o rdio, a tev ou o cinema) testemunha que o programa ou mensagem comercial do patrocinador foi realmente transmitida (irradiada) com autorizao, e que tal documento enviado ao anunciante ou sua agncia como prova de prestao de servio. AFFIDAVIT OF TITLE. Consiste num affidavit obtido pelo vendedor de um imvel certificando ao comprador que no existe nenhum defeito ou falha no ttulo de propriedade do vendedor. AFL-CIO. Sigla da American Federation of Labor-Congress of Industrial Organizations. Poderosa central sindical dos operrios norte-americanos, oriunda da fuso de duas entidades sindicais. A primeira surgiu em 1886, congregando trabalhadores do mesmo ofcio, e a segunda foi organizada em 1935, associando os operrios sem especialidade. A fuso ocorreu em 1955, sob a presidncia de George Meany; atualmente, a central rene cerca de 125 sindicatos e mais de 15 milhes de trabalhadores. Na AFL-CIO, cada sindicato livre; no entanto, para assinar acordos coletivos quanto a aumentos salariais e outras reivindicaes especficas, necessria a obteno do apoio da direo geral. A entidade tradicionalmente anticomunista e conservadora no que diz respeito s polticas interna e externa dos Estados Unidos. Veja tambm Sindicalismo; Sindicato. AFOLHAMENTO, Sistema de. Forma de produo agrcola, utilizada durante a Idade Mdia, em que as terras cultivveis eram divididas em faixas ou folhas. Parte das terras permanecia longo tempo em pousio para recuperar sua capacidade produtiva. Veja tambm Pousio; Rotao de Cultivos. AFORAMENTO. Veja Enfiteuse. A FORTIORI. Expresso em latim que significa "por mais razo ainda". AFRETAMENTO. Contrato por meio do qual o proprietrio de um navio ou outro meio de transporte, mediante um preo previamente estipulado, compromete-se a ced-lo, parcial ou totalmente, para o transporte de mercadorias ou de pessoas. AFTALION, Albert (1874-1956). Estatstico e economista francs de origem blgara. Professor das universidades de Lille e de Paris e autor de vrias obras, exerceu grande influncia entre os economistas franceses, no perodo que vai da Primeira Segunda Guerra Mundial. Sua mais conhecida contribuio a teoria das crises, que se enquadra na teoria dos ciclos econmicos. Divergindo de muitos outros economistas, Aftalion achava que a crise econmica no simples resultado de deficincias ou erros de planejamento, mas um fenmeno que tem razes no prprio processo de produo tomado como um todo. Para ele, esse processo gera a crise porque: 1) a produo de bens de consumo se funda necessariamente na produo de bens de capital; 2) mas a produo de bens de consumo que aciona a de bens de capital, e isso s acontece depois de uma imprevisvel expanso do consumo; 3) ocorre que o tempo exigido para a produo de bens de capital bem maior que aquele exigido para a dos bens de consumo, de tal forma que no possvel combinar os dois sem defasagens. E so essas defasagens os momentos crticos do processo de produo. Aftalion ficou tambm conhecido por sua crtica ao socialismo: para ele, a distribuio igualitria dos bens enfraquece o incentivo para o trabalho, e a supresso da propriedade privada anula a acumulao de capital. Entre suas principais obras esto: Les Crises Priodiques de Surproduction (As Crises Peridicas de Superproduo), 1913; Les Fondements du Socialisme: tude Critique (Os Fundamentos do Socialismo: Estudo Crtico), 1923; Cours de Statistique (Curso de Estatstica), 1928. AFTER-SALES-SERVICES (Servios Ps-Vendas). Expresso em ingls que significa o conjunto de servios como assistncia tcnica, rede de lojas onde podem ser adquiridas peas de reposio, consertos etc. postos disposio de um consumidor depois que a venda de um produto efetuada. AGE. Iniciais de Assemblia Geral Extraordinria. AGENDA 21. Documento assinado entre os governos de 170 pases que se reuniram na Conferncia Mundial do Meio Ambiente realizada no Rio de Janeiro em 1992, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentvel no mundo a partir do sculo XXI. Isso significa que cada um dos seus signatrios, dentro dos prazos definidos, adotar um conjunto de atitudes e procedimentos incorporados s suas polticas visando melhorar a qualidade de vida no planeta. AGENTE DEL CREDERE. Tipo de agente comercial ou distribuidor que, assim como um consignatrio, no compra as mercadorias com as quais transaciona, mas que eventualmente aceita a responsabilidade em ltima instncia pelo pagamento das mercadorias transacionadas se o cliente final no honrar seu compromisso de pag-las. AGENTE PROVOCADOR. Indivduo que incita, geralmente sendo contratado para isso, uma greve ou uma revolta, ou mesmo resistncia aberta contra orientaes da gerncia de uma empresa para desmoralizar um movimento sindical ou a unio dos trabalhadores em torno de suas reivindicaes. Na medida em que este agente pode conseguir que uma greve tenha incio antes do momento mais propcio para os trabalhadores, sua atuao contribui para o fracasso da mesma. AGOSTINHO AGER PUBLICUS. Expresso latina que designa as terras de uso comunitrio existentes na Europa at o advento do capitalismo. O produto do trabalho realizado nessas reas funcionava como reserva na eventualidade de ms colheitas nas demais terras, para cobrir as necessidades da guerra, dos eventos religiosos e de outras despesas da comunidade. GIO. Termo de origem italiana usado antigamente em Veneza para designar a diferena na troca entre moedas depreciadas e o metal do qual eram constitudas. Essas trocas eram efetuadas pelos bancos de Veneza, Hamburgo, Gnova, Amsterd e de outras cidades comerciais e financeiras, os quais fixavam o gio em cada caso. De forma genrica, o gio significa um prmio resultante da troca de um valor (moedas, aes, ttulos etc.) por outro. No comrcio internacional de moedas, a diferena entre o valor nominal e o real da moeda negociada. Ocasionalmente, o termo utilizado para indicar um prmio pago por uma letra de cmbio estrangeira. O gio pode surgir tambm quando o preo oficial de um produto (ou preo de tabela) est fixado num nvel muito baixo e sua compra s se concretiza se o interessado estiver disposto a pagar mais por essa transao. A diferena entre o preo oficial e o que o comprador realmente paga considerada o gio daquela transao. Esse tipo de fenmeno ocorre quando h tabelamento ou congelamento de preos, como aconteceu durante os planos econmicos de estabilizao no Brasil durante os anos 80 - especialmente em ocasio do Plano Cruzado, em 1986 - e no incio dos anos 90 com o Plano Collor. O gio pode aparecer nesse contexto tambm se, embora no haja congelamento, existir uma forte descompensao entre oferta e demanda, como aconteceu, durante os primeiros meses do Plano Real, com a aquisio de automveis populares. Quando em lugar de um preo maior paga-se um preo menor por um ttulo, uma ao ou uma moeda, ocorre um "desgio". Veja tambm Cmbio; Letra de Cmbio; Plano Collor; Plano Cruzado; Plano Real. AGLOMERAO. Veja Efeito Aglomerao. AGO. Iniciais de Assemblia Geral Ordinria. AGOROT. Veja Shekel Novo. AGOSTINHO, Santo (354-430). Filsofo cristo. Manifestou seu temor de que o comrcio afastasse o homem da procura de Deus e achava que o cristo no deveria ser mercador; admitindo-o, no entanto, como um mal necessrio, para ele, s se deveria cobrar pelas mercadorias o justo preo. No considerava a escravido algo natural, como se pensava, em geral, na Antiguidade; aceitava-a, contudo, como punio do peAGRRIO cado. Em sua obra, influenciada por Plato, encontra-se a primeira grande sntese filosfico-teolgica do cristianismo. Escreveu A Cidade de Deus e Confisses. AGRRIO. Veja Reforma Agrria; Sistemas Agrrios. AGREGADO. Lavrador pobre, no proprietrio, que se estabelece na propriedade de outro em troca de alguma espcie de pagamento. No Brasil, entre os vrios tipos de agregados, destacam-se: 1) O que planta e cria animais em pequena escala em propriedade alheia, pagando esse uso com alguns dias de trabalho por semana, mediante remunerao inferior de um assalariado na mesma propriedade; 2) O que mora numa casa fornecida pelo proprietrio do stio ou fazenda, retribuindo com um dia de trabalho semanal; 3) O que planta e cria numa poro de terra alheia e paga ao proprietrio uma parcela do produto final. Nos engenhos de acar do Nordeste brasileiro, o agregado tambm conhecido por "morador". O termo "agregado" pode tambm significar agregado macroeconmico. Veja tambm Valor Agregado. AGRIBUSINESS. Termo em ingls constitudo das palavras agriculture e business, e que designa as empresas industriais cujos produtos tm como base um produto agrcola, geralmente uma commodity como, por exemplo, as empresas que fabricam cigarros a partir do fumo, ou que produzem bebidas a partir da cevada. So tambm chamadas agroindstrias. Veja tambm Commodity. AGRICULTURA. Atividade produtiva integrante do setor primrio da economia. Caracteriza-se pela produo de bens alimentcios e matrias-primas decorrentes do cultivo de plantas e da criao de animais. Na produo agrcola entram trs fatores bsicos: o trabalho, a terra e o capital. Numa unidade agrcola, quando o emprego de capital o fator predominante, diz-se que se trata de agricultura intensiva. No caso de ser a terra o fundamental, trata-se ento de agricultura extensiva. A predominncia do fator capital, tpico da agricultura moderna, permite alta produtividade por rea cultivada e encontrada sobretudo nos pases industrializados (no Brasil, ocorre principalmente nas regies Sul e Sudeste). A agricultura extensiva, no entanto, com a utilizao abundante de terras, caracterstica dos pases do Terceiro Mundo, onde a grande propriedade a marca da estrutura fundiria. A predominncia do fator terra, alis, marcou at recentemente a histria da agricultura, alterando-se a relao com o trabalho e o capital somente a partir da Revoluo Industrial, cujas tcnicas se estenderam ao setor agrcola. A relao entre esses trs fatores est ligada aos papis que a agricultura de um pas cumpre no conjunto da organizao social e econmica: 1) O de fornecedora de alimentos para o mercado interno; 2) O de fornecedora de um excedente agrcola capaz de ser exportado e proporcionar divisas para o pas; 3) O de geradora de poupana para a implantao ou desenvolvimento do setor industrial; 4) Ou, ainda, de acordo com o regime de propriedade vigente (grande, mdia ou pequena), o papel de fornecedora principal de mo-de-obra para as atividades urbano-industriais. Veja tambm Contag; Revoluo Agrcola; Revoluo Industrial; Sociedade Nacional de Agricultura; Terceiro Mundo. AGROINDSTRIA. Atividade constituda pela juno dos processos produtivos agrcolas e industriais no mbito de um mesmo capital social, ou, quando tal no acontece, a atividade caracteriza-se por uma grande proximidade fsica entre a rea que produz a matria-prima agrcola e o seu processamento industrial. Com a crescente preponderncia da indstria sobre a agricultura e a subordinao desta ltima primeira, propores crescentes das atividades agrcolas encontram-se hoje totalmente submetidas ao capital industrial, sendo esta uma tendncia mundial. Veja tambm Agribusiness. AGROVILA. Ncleo habitacional e produtivo construdo geralmente em reas rurais para o desenvolvimento da agricultura e destinado a receber populaes que esto sendo deslocadas de outras reas por razes climticas ou devido construo de obras pblicas como, por exemplo, barragens que servem como reservatrios para a produo de energia eltrica. AGUAR AES. Ato que resulta em aes cujo valor ao par excede o valor do patrimnio lquido (tangvel) que as mesmas representam. Este tipo de situao pode ser criado de diversas maneiras: 1) emitindo aes em troca de dinheiro ou propriedades cujo valor inferior ao valor ao par das aes; 2) entregando aes aos acionistas como bnus; 3) emitindo aes contra um ativo fictcio ou intangvel. A magnitude desse processo pode ser medida pelo excesso do valor ao par do conjunto de suas aes em comparao com seus ativos tangveis (patrimnio lquido). Veja tambm Ao Aguada. AIESEC - Associao Internacional de Estudantes em Cincias Econmicas e Comerciais. Foi fundada em 1948 por estudantes de sete pases europeus com a finalidade de ajudar na reconstruo da Europa devastada pela guerra. uma organizao apartidria, sem fins lucrativos e oferece as seguintes oportunidades a seus integrantes: 1) que se desenvolvam profissionalmente; 2) programas educacionais que visem formao de lderes; 3) contatos com estudantes de outros pases por intermdio de programas de viagens; 4) contactos com grandes empresas nacionais e internacionais. Nos programas de intercmbios, destaca-se o de intercmbio de estagirios. Hoje, a maior organizao internacional dirigida por estudantes, estando presente em 81 pases e em mais de 750 universidades. No Brasil a associao est presente em So Paulo (FGV e FAAP - Fundao Armando lvares Penteado), no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Braslia, Salvador, Curitiba, Joinville, Porto Alegre, So Leopoldo, Santa Maria e Vitria. AJUDA EXTERNA. Veja Dependncia; Investimento Estrangeiro; Subdesenvolvimento; Unctad. AJUSTAMENTO. Linha descrita pela ligao dos pontos de um grfico cartesiano no correspondente a uma srie estatstica. Quando os pontos esto dispersos pelo grfico, traa-se uma linha que passe o mais prximo possvel de todos os pontos representados. AKA. Abreviao da expresso em ingls also known as, que significa "tambm conhecido por" ou "alis". AKTIE (Stamm). Termo em alemo que significa ao ordinria. Ela representa direitos participativos na direo de uma empresa e significa uma poro do capital da mesma. AKV. Iniciais da expresso em alemo Allgemeine Kreditvereinbarungen, que significa "acordo geral de emprstimos". Veja tambm General Arrangements to Borrow. ALADI - Associao Latino-Americana de Integrao. Organizao internacional criada pelo Tratado de Montevidu, assinado em 12 de agosto de 1980, em substituio antiga Associao Latino-Americana de Livre-Comrcio (Alalc). O objetivo do tratado, que passou a vigorar em 18 de maro de 1981, era obter uma entidade mais flexvel, mais dinmica e sem os erros da antecessora, capaz de estimular as relaes comerciais na Amrica Latina. As principais modificaes da Aladi em relao Alalc foram a possibilidade de acordos bilaterais entre pases e o estabelecimento de diferenas entre os membros da associao, de acordo com seu estgio de desenvolvimento econmico. A Aladi no abandona o objetivo de criar um mercado comum latino-americano, mas enfatiza que este um objetivo a longo prazo, ao qual chegar de forma gradual. A Aladi composta de onze pases, representando mais de 90% da populao e do territrio da Amrica Latina. Esses pases esto divididos em trs grupos: os menos ALAVANCAGEM desenvolvidos (Bolvia, Equador e Paraguai); os mais desenvolvidos (Argentina, Brasil e Mxico); e os intermedirios (Colmbia, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela). A organizao estrutura-se em trs rgos: o Conselho de Ministros dos Negcios Estrangeiros, instncia suprema encarregada da conduo dos negcios polticos e de integrao econmica; a Conferncia de Avaliao e de Convergncia, que deve reunir-se de trs em trs anos e onde tomam assento os representantes plenipotencirios dos onze pases membros; o Comit de Representantes, rgo permanente encarregado de executar a aplicao do tratado. O primeiro secretrio-geral da Aladi, eleito em 1980, foi o economista paraguaio Jlio Csar Schupp. A organizao est sediada em Montevidu, Uruguai. Veja tambm Alalc; Alca; Mercosul. ALALC - Associao Latino-Americana de Livre-Comrcio. Organizao internacional criada pelo tratado de Montevidu, em fevereiro de 1960, e extinta vinte anos depois. Previa o estabelecimento de uma rea de livre-comrcio, que seria a base para um mercado comum latino-americano, semelhana do Mercado Comum Europeu, com reduo de tarifas e eliminao de barreiras comerciais. Assinaram o tratado Argentina, Brasil, Chile, Mxico, Paraguai, Peru e Uruguai; ingressaram depois Colmbia e Equador (1961), Venezuela (1966) e Bolvia (1967). A Alalc desenvolveu-se bastante no incio, fazendo com que as exportaes regionais quase dobrassem de 1961 a 1965, passando de 490 para 835 milhes de dlares. De 1960 para 1970, foram aprovadas quase 900 concesses tarifrias, facilitando as transaes comerciais. Aps esse incio promissor, porm, a organizao entrou em crise: de 1970 a 1980, aprovaram-se apenas 2 mil novas concesses tarifrias. As causas da crises nunca chegaram a ser exatamente definidas. Uma das explicaes levantadas diz respeito diferena de desenvolvimento econmico entre os membros da organizao: os mais pobres no teriam condies de participar das negociaes da mesma forma que os outros, e estes acabavam recebendo os maiores benefcios. A instabilidade poltica e econmica na regio, principalmente durante a dcada de 70, tambm teria favorecido a crise. A Alalc foi extinta em 31 de dezembro de 1980. Em seu lugar, os pases membros criaram outra organizao, menos ambiciosa e mais flexvel: a Aladi - Associao Latino-Americana de Integrao. Veja tambm Aladi; Mercosul; Alca. ALAVANCAGEM. Termo usado no mercado financeiro para designar a obteno de recursos para realizar determinadas operaes. Num sentido mais preciso, significa a relao entre endividamento de longo prazo e o capital empreALCA gado por uma empresa. Assim, o quociente Endividamento de Longo Prazo/Capital Total Empregado reflete o grau de alavancagem aplicado. Quanto maior for o quociente, maior ser o grau de alavancagem. ALCA - rea Livre de Comrcio das Amricas. Proposto pelos Estados Unidos no incio dos anos 90, este organismo permitiria uma integrao comercial entre os pases das Amricas, especialmente daqueles pertencentes ao Nafta (Estados Unidos, Mxico e Canad) e Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). Na medida em que essa integrao poderia afetar o desenvolvimento do Mercosul, o Brasil vem se opondo aos prazos curtos para a sua implementao propostos pelos Estados Unidos. Veja tambm Fast Track; Mercosul; Nafta. ALCABALA. Termo de origem rabe que designa imposto cobrado pela Coroa Espanhola a partir do sculo XIV, incidindo sobre as vendas ou permutas de bens mveis. A alcabala incidia praticamente sobre toda e qualquer transao e permaneceu como importante meio de arrecadao governamental na Espanha at o sculo XIX. ALFA (a). Medida do retorno do investimento de uma ao particular quando for tomado como ponto de referncia o ndice S&P 500. Desta forma, no clculo da inclinao de uma linha, a + bx = y, se considerarmos b = 0, o que significa eliminar a volatilidade de uma ao, obteremos o resultado pretendido. Se alfa for positivo e equivalente a 10%, significar que o retorno do investimento nesta ao ser 10% superior quele alcanado pelo ndice S&P 500; se o alfa for igual a 0 (zero), a ao especfica se comportar em termos de rendimento da mesma forma que o ndice S&P 500; e se o alfa for negativo e igual a 15%, significar que o rendimento da ao em questo ser 15% inferior ao indicado pelo ndice S&P 500. Veja tambm Beta; S&P 500. ALFA 3 (a3). Medida estatstica de distribuio calculada pela frmula: a3 =(mm23 )3/2 onde m2 e m3 so o segundo e o terceiro momentos de X em relao a sua mdia. Veja tambm Momento. ALFNDEGA. Repartio governamental que fiscaliza a entrada e sada de mercadorias em cada pas, para assegurar o pagamento das tarifas correspondentes e o cumprimento das normas locais de comrcio internacional. Cumpre tambm alfndega impedir a prtica do contrabando e a entrada no pas de mercadorias consideradas contrrias aos interesses da produo nacional. O carter protecionista das atividades alfandegrias acentuou-se nas economias ocidentais desde o mercantilismo, recebendo a ateno dos governos. Veja tambm Comrcio Internacional; Mercantilismo; Tarifas; Unio Alfandegria. ALFANUMRICO (Caracteres). Todos os caracteres alfabticos ou numricos, isto , todas as letras de A a Z e todos os nmeros de 0 a 9. ALGOL - Algorithmic Language. Linguagem algortmica baseada na qual os procedimentos numricos so minuciosamente especificados numa forma-padro ao computador. O Algol o resultado de uma cooperao internacional para a obteno de uma linguagem algortmica padronizada tendo como precursora a International Algebric Language. Veja tambm Algoritmo. ALGORITMO. O termo tem origem no matemtico rabe Al-Kwarismi. Modernamente, significa as disposies especiais que se fazem com elementos matemticos, com o objetivo prtico e simples de efetuar clculos. Um algoritmo pode ser entendido como um mtodo que indica direes para que os clculos sejam um processo finito e que garanta o alcance de um resultado. So exemplos de algoritmos o de Eratstenes, para a obteno de nmeros primos, o de Euclides, que, com divises sucessivas, permite obter o maior divisor comum entre dois nmeros inteiros, o dispositivo de Briot-Ruffine, para a diviso de um polinmio por um polinmio de 1 grau, um programa de computador etc. ALIANA PARA O PROGRESSO. Programa de cooperao multilateral criado em agosto de 1961 pelos signatrios da Carta de Punta del Este, com o objetivo de incrementar o desenvolvimento econmico-social da Amrica Latina. A idia da aliana foi lanada pelo presidente norte-americano John Kennedy, em maro de 1961, como resposta aos acontecimentos revolucionrios em Cuba e s presses de setores polticos e governamentais latino-americanos preocupados com a situao econmica e social da regio. Concretizada na reunio especial do Conselho Interamericano Econmico e Social da Organizao dos Estados Americanos, realizada em Punta del Este, a aliana foi estruturada segundo os princpios da operao Pan-Americana (OPA), proposta pelo presidente Juscelino Kubitschek e aprovada em 1960, de acordo com a Ata de Bogot, assinada por dezenove pases. Em Punta del Este, os participantes proclamavam sua deciso de "associar-se num esforo comum para alcanar o progresso econmico mais acelerado e a justia social mais ampla para seus povos, respeitando a dignidade do homem ALLAIS, Maurice e a liberdade pblica". Abrangendo um perodo inicial de dez anos (1961-71), o programa visava concretamente redistribuio da renda, eliminao do analfabetismo, reforma agrria, industrializao, ao desenvolvimento de projetos de habitao popular e integrao das economias latino-americanas por um mercado comum. Para viabilizar essas metas, os Estados Unidos destinaram uma verba inicial de 20 bilhes de dlares, ficando os demais governos obrigados a contribuir com quantias equivalentes ajuda recebida do exterior. A coordenao e o controle do programa da aliana estavam a cargo do Conselho Interamericano Econmico e Social, em colaborao com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Associao Latino-Americana de Livre-Comrcio (Alalc), a Comisso Econmica - da ONU - para a Amrica Latina (Cepal), o Fundo Monetrio Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstruo e Desenvolvimento (Bird). Embora acenasse com reformas sociais e econmicas, a aliana, com o tempo, mostrou-se inoperante: de um lado, pelos crescentes cortes na ajuda externa norte-americana, e, de outro, por apoiar-se em governos conservadores, comprometidos com a situao vigente nos pases participantes. ALIENAO. Em Direito, o termo tem o significado genrico de transferncia da propriedade de uma coisa ou direito de uma pessoa (fsica ou jurdica) para outra. Em economia poltica, a alienao um dos conceitos bsicos do marxismo, significando a perda sofrida pelo trabalhador de uma parte de seu ser, quando o capitalista se apropria do fruto de seu trabalho. Marx partiu da teoria da alienao do filsofo Feuerbach, para quem o homem abdicaria de sua prpria essncia ao criar a imagem de um ser absoluto, superior (Deus), que, embora criado pelo homem, visto por este como seu criador. Para Marx, a alienao ocorre no apenas nesse plano religioso (do homem a Deus), como acreditava Feuerbach, mas em muitos outros domnios; alienao do cidado ao Estado, do soldado a sua bandeira, e, principalmente, do trabalhador ao capital. No sistema capitalista, segundo Marx, os produtos do trabalho humano passam a ser meras mercadorias que subjugam o homem, em vez de servir a ele, como era de esperar, j que so criaes suas. Veja tambm Fetichismo da Mercadoria; Mais-valia; Marx, Karl Heinrich. ALIENAO FIDUCIRIA. Transferncia ao credor do domnio e posse de um bem, em garantia ao pagamento de uma obrigao que lhe devida por algum. O bem devolvido a seu antigo proprietrio depois que ele resgatar a dvida. ALIGATOR SPREAD. Veja Spread. ALIMENTO DE BASE. o alimento ou alimentos que constituem a base da alimentao habitual de uma populao. Por exemplo, no caso brasileiro, o arroz e o feijo podem ser considerados alimentos de base. Em algumas regies brasileiras, como no Nordeste, a farinha tambm constitui um alimento de base. Geralmente, quando os preos desses produtos sobem, o custo da alimentao tambm sofre uma elevao. ALL OR NONE (AON). Expresso utilizada no mercado financeiro indicando que uma ordem de compra ou venda deve ser realizada por inteiro ou ento no dever ser concluda. Se um corretor no conseguir executar a ordem (AON) de um cliente por inteiro, ela no dever ser concluda parcialmente. Mas a mesma no dever ser cancelada, a menos que seja do tipo fill or kill, isto , "cumpra-se ou cancele". ALLA RINFUSA. Expresso em italiano que significa uma clusula comercial segundo a qual o embarque de mercadorias indevidamente embaladas ou acondicionadas pagar taxas correspondentes a mercadorias vendidas a granel como a madeira, o carvo e substncias lquidas. ALLAIS, Maurice (1911- ). Economista e matemtico francs da escola econmica neoliberal, que pressupe uma ordem natural derivada da livre deciso dos indivduos, na qual a economia de mercado e o livre mecanismo de preos so requisitos fundamentais. Utilizando o que chamou de "teorema fundamental do rendimento social", procurou demonstrar que "todo sistema econmico, se quiser utilizar melhor seus recursos raros e no-renovveis, deve recorrer, explicitamente ou no, a um sistema de preos equivalente ao do equilbrio da concorrncia perfeita". E sustentou que uma economia eficiente, seja coletivista ou privada, "deve organizar-se numa base descentralizada e concorrencial". Allais fez estudos sobre a teoria do equilbrio econmico geral e da eficincia mxima, as funes do capital e seu desempenho no processo de crescimento capitalista, a pesquisa operacional aplicada economia, alm da formulao de uma teoria quantitativa da moeda, em que estabelece uma dependncia funcional entre o valor da demanda monetria existente e os valores anteriores da taxa de expanso da renda nacional. Tambm desenvolveu anlises de economia aplicada em pesquisas de minrios e infra-estrutura de transportes. Defende a integrao econmica da Europa. Trabalhou no Centro de Anlises Econmicas e na Escola Nacional Superior de Minas de Paris. Ganhou o Prmio Nobel de Economia em 1988. Entre outras obras, escreveu: A la Recherche d'une Discipline conomique ( ProALLE RECHTE VORBEHALTEN cura de uma Disciplina Econmica), 1943; conomie et Intrt (Economia e Juro), 1947; L'Europe Unie, Route de la Prosperit (A Europa Unida, Caminho da Prosperidade), 1959; e L'Impt sur le Capital et la Rforme Montaire (O Imposto sobre o Capital e a Reforma Monetria), 1977. Veja tambm Paradoxo de Allais. ALLE RECHTE VORBEHALTEN. Expresso em alemo que significa literalmente "todos os direitos reservados", e que indica uma clusula contratual comercial segundo a qual, nas exportaes ou na aceitao de determinadas transaes comerciais (condies das mercadorias, quantidade das mesmas etc.), nenhum defeito ou alterao se encontra visvel. Esta expresso aplica-se tambm ao caso de edies de livros, vdeos, filmes etc. nas quais todos os direitos de reproduo esto reservados com o editor. ALLEINSTEUER. Veja Imposto nico. ALLEN, Roy George Douglas (1906-1983). Economista ingls, lecionou na London School of Economics a partir de 1928, trabalhou no Tesouro e, no final da Segunda Guerra Mundial, foi indicado como professor de estatstica na Universidade de Londres. Sua maior contribuio ao desenvolvimento da teoria econmica data de 1934 quando, em conjunto com John Hicks, publicou um artigo no qual se demonstrava, mediante curvas de indiferena, que para explicar o sentido descendente de uma curva de demanda suficiente assumir que os bens podem ser classificados de uma forma ordinal, isto , quando se ordenam vrios bens, aquele que representa a maior utilidade colocado no topo da escala. Suas obras mais importantes so as seguintes: Mathematical Analysis for Economists (Anlise Matemtica para Economistas), 1938; Statistics for Economists (Estatstica para Economistas), 1949; Mathematical Economics (Economia Matemtica), 1956; Macroeconomic Theory - A Mathematical Treatment (Teoria Macroeconmica - Uma Abordagem Matemtica), 1967. ALLONGE. Expresso em ingls que designa um pedao de papel anexado a um documento para fornecer espao onde endossos possam ser feitos, quando no sobra mais espao no local do documento destinado a esse fim. ALMUDE. Medida de capacidade utilizada pela Casa da Moeda do Brasil antes da adoo do sistema mtrico decimal e equivalente a 12 canadas ou a aproximadamente 32 litros. Veja tambm Sistema Internacional de Unidades. ALODIAL. Designao dos bens que podem ser possudos livremente e sobre os quais no existe restrio alguma no caso de alienao. ALONGSIDE-DATE. Expresso em ingls que significa a data na qual se espera que um navio esteja na posio correta no cais e preparado para receber uma determinada carga. ALQUEIRO. Veja Alqueire. ALQUEIRE. Denominao de unidade de rea e de capacidade (volume) utilizada pelo Sistema Antigo Brasileiro de Unidades, antes da adoo do Sistema Mtrico Decimal, e tambm denominada Quartel. Esta unidade at hoje utilizada no meio rural, embora tenha equivalncias diferentes, dependendo da regio. So conhecidas pelo menos 10 dimenses diferentes para o alqueire, como mostra o quadro abaixo: Braas Metro Hectares Estado onde utilizado Alqueire 50 x 50 110 x 110 1,2100 SP, MG Alqueire 50 x 75 110 x 165 1,8150 MG, MT Alqueire 50 x 100 110 x 220 2,4200 MA, ES, RJ, Paulista SP, MG, PE, SC, RS, MT, GO Alqueire 75 x 80 165 x 176 2,9040 MG Alqueire 79 x 79 173,8 x 173,8 3,0206 MG Alqueire 80 x 80 76 x 176 3,0976 ES, SP, MG Alqueire 75 x 100 65 x 220 3,6300 RJ, MG Alqueire 100 x 100 220 x 220 4,8400 AC, RN, BA, Mineiro ES, RJ, SP, SC, MT, GO, MG Alqueire 100 x 150 220 x 330 7,2600 MG, MT (Alqueiro) Alqueire 200 x 200 440 x 440 19,3600 MG, BA, GO (Alqueiro) Apesar da enorme variedade de dimenses, as mais utilizadas ainda hoje na agricultura brasileira (como medida de rea) so o Alqueire Pau-lista e o Alqueire Mineiro. Como medida de capacidade, o alqueire era utilizado pela Casa da Moeda do Brasil antes da adoo do Sistema Mtrico Decimal e equivalia a aproximadamente 10 canadas ou 26 litros. Veja tambm Sistemas de Pesos e Medidas. ALQUEIRE DO NORTE. Medida de rea agrria utilizada no Norte e no Nordeste do pas e equivalente a 27 225 m2. Veja tambm Alqueire. ALQUEIRE MINEIRO. Veja Alqueire. ALQUEIRE PAULISTA. Veja Alqueire. ALTA. Momento em que as aes e demais ttulos transacionados em Bolsa apresentam uma elevao significativa de preos, normalmente causada pelo incremento da demanda. Nos perodos em que a economia atravessa uma fase de prosperidade do ciclo econmico, o mercado de aes geralmente estimulado por uma maior demanda de ttulos e aes, e os preos apresentam uma tendncia elevao, embora tais reflexos no sejam automticos: isto , pode haver uma defasagem entre um momento de prosperidade e uma tendncia alta no mercado de aes. Veja tambm Ao; Bolsa de Valores. ALTER EGO DOCTRINE. Expresso anglo-latina que significa o princpio ou a doutrina jurdica que sustenta que, quando uma subsidiria um mero instrumento da matriz - a ponto de no possuir autonomia alguma - e utilizada simplesmente para que esta ltima supere obstculos legais ou mesmo pratique fraudes (geralmente contra o fisco), os tribunais ignoram a fico de que se trata de duas empresas separadas. ALTHUSSER, Louis (1918-1990). Filsofo francs de origem argelina que se notabilizou na dcada de 60 por defender uma nova interpretao do pensamento marxista. Analisando as idias de Marx do ponto de vista da distino entre ideologia e cincia, Althusser ops-se s interpretaes correntes na poca, que centravam o marxismo na teoria da alienao e o aproximavam de Hegel. Para Althusser, seria necessrio restabelecer o sentido econmico do marxismo. Ler o Capital, publicado em 1964, e A Favor de Marx, de 1965, esto entre suas principais obras. Veja tambm Alienao; Hegel; Marxismo. ALUGUEL. Preo pago pela utilizao de um bem alheio - particularmente um imvel -, calculado por unidade de tempo. No Brasil, como na Inglaterra e outros pases, o aluguel de imveis controlado por legislao especfica. Veja tambm Arrendamento; Leasing; Lei do Inquilinato. ALVAR. Em termos jurdicos, a ordem, com equivalncia de mandado judicial, expedida por um juiz, determinando que seja cumprida uma sentena ou despacho. Em termos administrativos, tem a conotao de licena (alvar para porte de armas, alvar para comrcio etc.). Em determinadas condies, o juiz pode expedir um alvar permitindo que pessoas impedidas por algum motivo possam realizar venda de bens. ALVES BRANCO, Manuel (1797-1855). Nasceu em Salvador (Bahia), foi o segundo Visconde de Caravelas, jurista e estadista, foi ministro da Fazenda, da Justia, e presidente do Conselho de Ministros do Imprio. Durante seu mandato como ministro da Fazenda, decretou as primeiras tarifas alfandegrias do Brasil, em 1844, que passaram a ser conhecidas como Tarifas Alves Branco. Modificou as tarifas alfandegrias de quase 3 mil produtos importados aumentando os impostos em 30, 40, 50 e at 60%. O valor AMENITY VALUE da majorao dependia de o produto poder ou no ser produzido no Brasil, bem como de sua importncia para o mercado interno. At a promulgao das Tarifas Alves Branco, os produtos importados eram taxados em apenas 15%. As mercadorias inglesas gozavam desse privilgio desde 1810 (tratados de 1810 de comrcio e navegao). Com o tempo, essa tarifa foi estendida s demais naes que comerciavam com o Brasil. Alm de amenizar os problemas oramentrios do Segundo Reinado, a tarifa favoreceu alguns setores da economia brasileira, embora tenha sido alvo de violentos protestos dos pases exportadores, sobretudo da Inglaterra e dos comerciantes ligados ao setor de importao. Veja tambm Tratados de 1810. AMA-KUDARI. Expresso em japons que significa literalmente "cair do cu" e aplicada nos casos em que um elevado posto numa empresa privada ocupado por pessoa aposentada de altos cargos administrativos governamentais. Na medida em que no Japo os cargos vagos mais elevados so geralmente ocupados por pessoas do prprio corpo de funcionrios de uma empresa (na base do emprego por toda vida numa s empresa), o Ama-Kudari representa uma prtica criticvel e desagradvel para o corpo gerencial de uma empresa onde ela acontece. AMARTYA SEN (1935- ). Nascido na ndia e professor do Trinity College, em Cambridge (Inglaterra), pesquisou sobre a fome em Bangladesh, em 1974, e recebeu o Prmio Nobel em Economia por seus trabalhos tericos na rea social e por haver contribudo para uma nova compreenso dos conceitos a respeito de misria, pobreza e bem-estar social em regies pobres, onde a principal atividade ainda a agricultura. AMBUSH MARKETING. Expresso em ingls que significa literalmente "marketing de emboscada", isto , quando uma empresa consegue fazer aparecer de alguma forma sua marca em evento patrocinado por outra. Por exemplo, durante a Copa do Mundo de 1994, em alguns jogos da seleo brasileira de futebol cuja transmisso era patrocinada por uma marca de cerveja, sua principal concorrente colocou placas nas laterais do gramado e contratou espectadores uniformizados com sua marca, que acabaram aparecendo mais tempo durante a transmisso dos jogos do que a prpria marca do patrocinador. AMENITY VALUE. Expresso em ingls que se refere s condies existentes no entorno de uma propriedade imobiliria que geralmente elevam o seu valor como, por exemplo, boa vizinhana, escolas, parques, reas verdes etc. AMERICAN DEPOSITARY RECEIPT AMERICAN DEPOSITARY RECEIPT (ADR). Emisso de certificados, por bancos norte-americanos, representativos de aes de empresas sediadas fora dos Estados Unidos. Na medida em que tais certificados so negociveis no mercado de valores mobilirios nos Estados Unidos, cria-se na prtica a possibilidade de esse mercado de ttulos estar negociando aes de empresas de outros pases. Existem quatro tipos de programas de negociao desses papis (nveis I, II, III e "restrito"), os quais se diferenciam pelas vantagens de negociao de cada tipo de papel. No caso brasileiro, existem trs modalidades de ADRs: 1) Depositary Receipts (investidor estrangeiro) so certificados que representam aes ou outros ttulos de direito sobre aes emitidos por uma instituio do exterior e assegurados com ttulos depositados em custdia especial no Brasil. A base legal destas emisses constituda pelas resolues 1 927/1992, 2 337/1996, 2 356/1997 e pela regulamentao do anexo V resoluo 1 289/1987 e pela circular 2 728/1996; 2) Depositary Receipts (investidor brasileiro). As condies so estabelecidas para o registro de investimentos brasileiros no exterior em DRs, assegurados com ttulos emitidos por empresas com matriz no Brasil. A base legal a circular 2 741/1997; 3) Brazilian Depositary Receipts (investidor brasileiro) so certificados que representam ttulos emitidos por empresas estatais ou similares, com matriz no exterior e emitidos por instituio no Brasil. A base legal constituda pela resoluo 2 318/1996, pela circular 2 723/1996 e pela instruo CVM (Comisso de Valores Mobilirios) 255/1996. AMERICAN STOCK EXCHANGE (Ase ou Amex). A segunda maior Bolsa de Valores dos Estados Unidos, transacionando cerca de 10% de todas as aes negociadas no pas. A Bolsa proporciona um lugar fsico para as transaes com aes, as quais tm de pertencer a uma empresa registrada, ou seja, uma empresa que preencha os requisitos estabelecidos pela junta de diretores da Bolsa. As exigncias para registro na American Stock Exchange so menores do que as existentes na Bolsa de Valores de Nova York (New York Stock Exchange). As companhias registradas devem apresentar relatrios financeiros anuais e informes quinzenais de suas movimentaes e ganhos, alm de impedir a ao de insiders. Se o interesse do pblico diminuir muito por um ttulo ou ao, a empresa correspondente poder perder seu registro. A American Stock Exchange muito antiga e teve incio quando os corretores se encontravam na rua para transacionar lotes de aes. S no incio do sculo XX essa Bolsa de Valores passou a ocupar um lugar coberto, saindo portanto da rua. Veja tambm Bolsa de Valores; Insider; New York Stock Exchange; Wall Street. AMIN, Samir (1931- ). Economista egpcio estudioso dos problemas dos pases em desenvolvimento. Formado pela Universidade de Paris, trabalhou como assessor da Organizao para o Desenvolvimento Econmico, no Cairo, de 1957 a 1960; foi conselheiro tcnico para o setor de planejamento do governo do Mali, de 1960 a 1963; diretor do Instituto Africano para Desenvolvimento Econmico e Planejamento desde 1970. Professor de economia nas universidades de Poitiers, Paris e Dakar, publicou vrios livros, que tratam principalmente dos problemas econmicos dos pases do Terceiro Mundo: Trs Experincias Africanas de Desenvolvimento: Mali, Guin e Gana (1965); A Economia do Maghreb (1967); O Mundo dos Negcios Senegaleses (1968); O Maghreb no Mundo Moderno (1970); A Acumulao em Escala Mundial (1970); A frica do Oeste Bloqueada (1971); O Desenvolvimento Desigual (1973); A Nao rabe (1978). AMORTIZAO. Reduo gradual de uma dvida por meio de pagamentos peridicos combinados entre o credor e o devedor. Os emprstimos e hipotecas bancrios so, em geral, pagos dessa forma. No caso de emprstimos a longo prazo, a amortizao se faz mediante tabelas especiais nas quais se incluem os juros relativos ao capital a reembolsar. Na tcnica contbil, usa-se o termo para designar as parcelas retiradas anualmente pelo proprietrio da empresa a fim de atender depreciao de certos bens ativos como mveis, maquinaria e outros. Veja tambm Dvida; Tabela Price. AMORTIZAO ACELERADA. Forma de amortizao de um ativo (um equipamento p.e.) a uma velocidade superior vida til desse ativo. Esta forma de depreciao utilizada para inflar custos ou para a obteno de benefcios fiscais. Esta forma aplica-se tambm no caso de dvidas que so pagas em um nmero de perodos inferior ao estipulado no contrato, se o devedor assim desejar, podendo inclusive obter descontos nas taxas de juros cobradas. AMORTIZAO NEGATIVA. Aumento do prin cipal de uma dvida, quando os pagamentos parciais da mesma so insuficientes para cobrir o montante correspondente aos juros. A diferena incorporada ao principal de tal maneira que a dvida, em lugar de diminuir, aumenta com opassar do tempo. o que tem acontecido no Brasil com muitos contratos de aquisio da casa prpria posteriores a 1988, nos quais as prestaes no cobrem os juros que incidem sobre o saldo remanescente, o que tem causado crescente inadimplncia entre os muturios. AMOSTRA. Conjunto de tcnicas estatsticas que possibilita, a partir do conhecimento de uma parte (a amostra), obter informaes sobre o todo (universo). Para realizar uma amostragem, preciso, antes de mais nada, dividir o universo em partes chamadas "unidades amostrais". Exemplificando: para selecionar uma amostragem de residentes de um municpio, a unidade amostral pode ser a pessoa, a famlia, o domiclio, o quarteiro. Em seguida, necessrio determinar o tamanho da amostra, ou seja, o nmero de unidades amostrais que deve ser pesquisado. Uma amostragem pode ser de dois tipos: probabilstica (aleatria) ou no-probabilstica (no-aleatria). Neste ltimo caso, as unidades amostrais so escolhidas intencionalmente. Na amostragem probabilstica, as unidades amos-trais resultam de uma seleo feita inteiramente ao acaso. A generalizao a todo o universo das informaes obtidas pelo estudo das unidades amostrais s tem completa validez quando baseada na amostragem probabilstica. Veja tambm Amostragem Aleatria; Amostragem Estratificada; Amostra Piloto; Amostra Viesada; Estatstica; Pesquisa de Mercado; Teorema do Limite Central. AMOSTRA PILOTO. Denominao da amostra que precede a amostragem propriamente dita, e que obtida com a finalidade de avaliar - entre outras coisas - a variabilidade da populao em estudo sobre a qual basear-se para calcular o tamanho da amostra posterior. AMOSTRA VIESADA. a resultante de um sistema de seleo que contm erro sistemtico. Veja tambm Amostra; Vis. AMOSTRAGEM ALEATRIA. Tambm denominada amostra probabilstica, aquela em que se pode calcular previamente qual a probabilidade de obter cada uma das amostras possveis de serem selecionadas (de uma populao). Para tanto, necessrio que a seleo possa ser considerada um experimento aleatrio, dos que constituem a base da teoria da probabilidade na qual se fundamenta a estatstica matemtica. AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA. Tem a finalidade de melhorar as estimaes estatsticas mediante o agrupamento prvio dos elementos de uma populao que tenha certas caractersticas (s