DIÁRIO DE LEITURADesignação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa da mídia em conflitos internacionais.

Carina Silva, acadêmica do 2º semestre de Letras, Língua Inglesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia – Campus IV/ Jacobina

SOBRE MIM:

DIÁRIO DE LEITURA:

A princípio, gostei do tema do texto, principalmente porque acho interessante se discutir o papel da mídia e a manipulação da mesma sobre o que é passado para o público. Durante a leitura, recordei-me das aulas que tive no ensino médio nas quais se discutiam assuntos relacionados à manipulação midiática.

Me chamou a atenção a reflexão sobre como a escolha de uma palavra para designar algum acontecimento tem o poder de favorecer um lado, e consequentemente, desfavorecer o outro. Tendo em vista que através do que é veiculado na mídia as pessoas formam opiniões e conceitos sobre os mais variados assuntos, percebe-se o perigo que mora na propagação dessas notícias, e claro, no mau uso e má interpretação das mesmas.

O texto traz uma questão muito importante: à medida que o leitor vai se acostumando com os rótulos, ele deixa de perceber que a descrição vem, na verdade carregada de opiniões camufladas. E é aí que nascem os chamados alienados.

Quando o autor citou o infeliz acontecimento de 11 de setembro de 2001, parei para refletir: como a grande maioria das pessoas, mesmo aquelas que quase nada sabem sobre as guerras e o terrorismo vêem o Afeganistão. A imagem que a maioria de nós temos sobre esse e outros países do oriente médio é completamente recheada de mitos e estereótipos.

RESENHA

RAJAGOPALAN, KANAVILLIL. DESIGNAÇÃO: A ARMA SECRETA, PORÉM INCRIVELMENTE PODEROSA, DA MÍDIA EM CONFLITOS INTERNACIONAIS

Kanavillil Rajagopalan é um professor indiano, atuante na área de Semântica Pragmática das Línguas Naturais na conceituada Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nesse texto, ele aborda a questão da poderosíssima manipulação midiática. Questão essa que realmente deve ser trazida à tona, uma vez que muitas pessoas passam despercebidas em relação ao conteúdo que é passado nos programas de TV, jornais, sites e outros meios de comunicação.

Tendo em vista que, a mídia de certa forma exerce um papel importante na formação de opinião das pessoas, observa-se que uma simples notícia pode posicionar o leitor/telespectador contra ou a favor de um determinado assunto ou pessoa. Isso se dá, como informa o autor, no uso dos nomes próprios que acabam prendendo a atenção do leitor, e é justamente aí, onde encontra-se o ponto de vista jornalístico.

Rajagopalan também aponta que “quem tem a mídia ao seu lado, não só escolhe os termos para designar as forças de cada lado, mas também, ao escolher os termos, determina quem vai desempenhar o papel de mocinho e quem vai desempenhar o do bandido.” Esta colocação do autor resume claramente o que o texto inteiro nos diz: uma notícia não aparece mostrando apenas a verdade. Ela vem carregada de opiniões e tem o poder de favorecer uns em detrimento de outros

No final do texto, o autor explica que a intenção de modo algum é perguntar quem está certo e quem está errado, na verdade ele mostra que ambos os lados podem estar sujeitos à manipulação. E como já foi dito, o perigo é que o leitor, ingenuamente confunda opinião com fato consumado.

Em suma, o artigo aqui resenhado traz importantes colocações para todos nós enquanto consumidores de informações. Reflexões sobre o papel da mídia e também sobre questões linguísticas, afinal de contas, o texto inteiro tratou do uso das palavras e o que estas podem significar em diferentes contextos, e ainda o impacto de tudo sobre a sociedade. O texto serve, inclusive como um alerta para que possamos estar mais atentos e mais críticos em relação ao que os meios midiáticos nos transmitem.